OJB EDIÇÃO 26 - ANO 2025

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ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901

Como?

Coluna mostra como é possível transformar situações do dia a dia em momentos de oração

75 anos

PIB em Teófilo Otoni - MG comemora aniversário com culto, corrida e caminhada

Inauguração

Uma nova Capela Batista é inaugurada no bairro Humaitá, em Porto Alegre - RS

Pode falar?

Texto reflete sobre a ideia equivocada de que o crente deve sofrer em silêncio como sinal de fé

Vida em Família Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Saúde de Corpo e Alma

EDITORIAL

A trajetória de bênçãos da UFMBB começa em 1893, quando um grupo de mulheres, lideradas pela missionária americana Emma Morton Ginsburg, (esposa de Salomão Ginsburg) reúne-se para oração e estudos de missões na Bíblia, na Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ. As agradáveis notícias da organização da primeira sociedade logo se espalharam, e em pouco tempo, outras sociedades foram organizadas. Em 1902 consta a organização da primeira Sociedade de Crianças – Raio de Luz – no dia 2 de agosto, na Igreja

117 anos de história

Batista do Engenho de Dentro - RJ. É provável que outros grupos já existissem. Em 1907, em uma das reuniões da primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, dona Emma, uma apaixonada pelo trabalho das mulheres, apresentou o projeto para a criação de uma organização que reunisse todas as sociedades de senhoras numa organização nacional. Em 23 de junho de 1908, na 2ª reunião da Convenção Batista Brasileira, organizou-se a União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil. Já eram

20 sociedades de senhoras e cinco organizações de crianças. Poucas mulheres, nenhuma literatura, apenas muito amor a Deus e desejo de servi-lo.

Dia de Educação Cristã Missionária

Ao comemorar o seu trigésimo aniversário, em 23 de junho de 1938, a União Geral decidiu comemorar a data com oração e com o levantamento de uma oferta para o preparo de vocacionados. Até hoje, a oferta para Educação Cristã Missionária, é levan-

tada com muito amor, pelas mulheres, jovens, meninas e crianças das Igrejas Batistas do Brasil e é dividida em partes iguais, sendo enviada às duas escolas de preparo de vocacionados patrocinadas pela UFMBB: Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM), no Rio de Janeiro, e Seminário de Educação Cristã, (SEC), em Pernambuco. Que Deus abençoe o trabalho das mulheres Batistas brasileiras! n

Extraído e adaptado de www.ufmbb.org.br

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB

FUNDADOR

W.E. Entzminger

PRESIDENTE Paschoal Piragine Jr.

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Fernando Macedo Brandão

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CONSELHO EDITORIAL

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A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946);

Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

DICAS DA IGREJA LEGAL

Jonatas Nascimento

Como blindar a sua Igreja com um estatuto forte (IV)

Não sei se foi descuido do legislador, se foi estratégico ou se é a minha falta de capacidade de interpretar na lei a razão pela qual um requisito que, a meu ver, é essencial e que por isso deveria estar elencado no artigo 46 do Código Civil, é o que diz respeito à fonte de recursos para a manutenção de uma organização religiosa.

Diz o artigo 46 que quanto aos requisitos para a constituição de uma organização religiosa, o registro deverá declarar: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; Vse os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Mais adiante, no artigo 54 do mesmo Código, que trata das associações, é que aparecem basicamente os mesmos requisitos, mas acrescido o inciso

IV, que estabelece a necessidade de informar a “fonte de recursos para a sua manutenção”. Considero de extrema importância que toda igreja discipline a origem dos seus recursos para a consecução dos seus fins, destacando as fontes lícitas, aquelas compatíveis com as suas finalidades. Caso contrário, a igreja ficará vulnerável.

Curioso salientar que muitos cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas vêm confundindo organizações religiosas com associações, e até mesmo impondo limites que nãos lhes competem, ignorando o parágrafo 1º do Código Civil que, em relação as organizações religiosas preconiza que “São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”

Prova disso foi um cartório aqui da região metropolitana do Rio de Janeiro que obrigou uma igreja a inserir em sua diretoria estatutária o cargo de tesoureiro, quando sabemos que a igreja pode optar por uma diretoria reduzida. Estou dizendo que se uma igreja optar por uma diretoria composta por presidente, vice-presidente e secretário,

ela tem essa liberdade. E isto é muito significativo para grande parte das igrejas estabelecidas no Brasil, já que são compostas por poucos membros e muitos não podem, não querem ou não detêm as habilidades necessárias para ocupar cargos de gestão.

Feita esta observação, passo a dar continuidade à série de artigos que justificam o tema: Como blindar a sua Igreja com um estatuto forte.

É importante que toda igreja saiba que atrás de cada letra e música há um autor, conhecido ou desconhecido. O respeito à figura do autor passa pelo crédito que a ele se deve dar, ainda que tenha caído em domínio público. Trata-se de uma produção intelectual ou artística. Até mesmo um hino congregacional que tenha a sua letra modificada, suprimida ou acrescida constitui erro. Por isso e para isso existe uma lei que rege os direitos autorais. É recomendável que ao projetar a letra de uma música nas mídias da igreja, que conste o nome do autor da letra e também da música.

Pode até não ser comum, mas a sua igreja pode sofrer uma denúncia ou uma ação fiscal, obrigando-a a procurar o ECAD (Escritório Central de Arrecadação) para se regularizar. Vide artigo anterior.

Na próxima oportunidade, darei continuidade aos pontos pendentes prometidos em artigos anteriores, começando por segurança patrimonial da igreja em face de divergência doutrinária. Ao após, falarei de cláusulas que requerem uma redação mais cuidadosa:

a) Conteúdo discriminatório ou que fira o ordenamento jurídico; b) Definição do perfil do membro; e c) Compromisso do membro, inclusive nas redes sociais.

E para finalizar, falarei sobre o que nenhum estatuto deve conter: a) Definição de prazo para reforma do estatuto; b) Pastor como presidente, obrigatoriamente; e c) Artigos irreformáveis.

(Este e outros artigos são publicados na coluna Dica da Igreja Legal aos primeiros e terceiros domingos n’O Jornal Batista, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira). n

Jonatas Nascimento, diácono. Coautor da obra Nova Cartilha da Igreja Legal. WhatsApp: (21) 99247-1227. E-mail: jonatasdesouzanascimento@ gmail.com

Pastores para uma Geração Apocalíptica

Luciene Cunha Barbosa

membro da Primeira Igreja Batista em Vera Cruz, em Goiânia - GO; pedagoga, educadora cristã, neuropsicopedagoga, psicóloga Clínica, mestre em Educação, doutoranda em Educação

Vivemos em uma era marcada por crises globais, instabilidade social e um crescente sentimento de que estamos nos aproximando de momentos decisivos. Para muitos, essa percepção se alinha com narrativas apocalípticas presentes em diversas tradições religiosas. Nesse contexto, o papel dos pastores se torna ainda mais crucial, pois são eles que devem oferecer orientação espiritual, esperança e discernimento para uma geração que busca respostas em meio ao caos.

Os desafios enfrentados pelos pastores hoje são múltiplos. A crescente secularização da sociedade, o avanço das tecnologias e a disseminação de ideologias que questionam valores tradicionais exigem que os líderes religiosos se adaptem sem comprometer a essência de sua missão. Além disso, há uma necessidade urgente de combater a desinformação e o sensacionalismo que frequentemente acompanham discursos apocalípticos. Em vez de alimentar o medo, os pastores devem promover uma mensagem de fé e resiliência.

A Bíblia apresenta diversas passagens que abordam o fim dos tempos e o papel dos líderes espirituais nesse período. Em Mateus 24.4-14, Jesus alerta sobre falsos profetas e tribulações, enfatizando a importância da perseverança e da pregação do evangelho. Da mesma forma, em 2Timóteo 4.2-5, Paulo exorta os pastores a pregarem a verdade com paciência e coragem, mesmo diante da resistência da sociedade, para que fiquem firmes na fundamentação bíblica. Estudiosos da teologia e da sociologia religiosa também analisam o impacto das narrativas apocalípticas na fé contemporânea. Segundo o artigo “Pastores de si mesmos”, há uma preocupação crescente com a autenticidade da vocação pastoral, destacando que muitos líderes acabam priorizando fama e sucesso em detrimento do cuidado genuíno com suas comunidades. Nesse cenário, os pastores que desejam ser relevantes para uma geração apocalíptica devem equilibrar tradição e inovação, fé e razão, esperança e realismo. Mais do que nunca, “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hebreus 13.8).

Que sejamos comprometidos com a verdade, a compaixão e a missão: “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo;

pastor & professor de Psicologia

Devemos amar a Deus sempre

“Temei ao SENHOR, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem” (Sl 34.9).

Baseado nos livramentos que recebeu de Jeová, Davi resolveu escrever a Ele um hino de gratidão: “Procure descobrir, por você mesmo, como o Senhor é bom. Feliz é aquele que encontra segurança Nele. Que todos os que se dedicam a Deus O temam, porque aqueles que O temem não têm falta de nada! Até os leões não têm comida e passam fome; porém, não falta nada aos que procuram a ajuda do Senhor. Venham, meus jo-

ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mateus 28.19-20).

Referências:

COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 2018.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1988.

MACARTHUR, John. O Pastor Como Pregador. São Paulo: Editora Peregrino, 2016.

MATURANA, Humberto R. Emo -

vens amigos, e escutem, pois eu os ensinarei a temer a Deus, o Senhor... Afastem-se do mal e façam o bem — procurem a paz e façam tudo para alcançá-la” (Sl 34.8-11, 14).

Ao escrever o Salmo 20, Davi proclama o poder libertador de Jeová: “Nós confiamos no poder do Senhor, nosso Deus” (S 20.7b). Que seja, também, esta a nossa experiência pessoal com Jeová, o nosso Deus, de modo que possamos anunciar a todas as pessoas o poder do Seu amor por nós, bem como a Sua disponibilidade de nos garantir a vida eterna.

ções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG, 2002. MEIRA JUNIOR, Isaac Malheiros. A hermenêutica da “teologia da última geração”. Revista Kerygma, 2023. Disponível em: 04\05\2025. ORTBERG, John. O Deus Que Abre Portas. São Paulo: Mundo Cristão, 2017.

ULTIMATOONLINE. Pesquisas apontam os desafios pastorais e as tendências da igreja na pós-pandemia. Editora Ultimato, 2021. Disponível em: 04\05\2025. n

Olavo Fe ijó

O dízimo, o dinheiro e eu

Eunice Evangelista da Costa Batista Extraído do site www.oecbb.com.br

“Não te fatigues para ser rico; sê sábio e te contém. Por que desejarias as riquezas, que nada são? Elas fazem asas para si e, à semelhança da águia, voam para o céu” (Provérbios 23.4-5)

Dinheiro é uma temática pessoal. Aprendemos desde cedo a trabalhar, economizar e prosperar para sermos vencedores. De quanto dinheiro eu preciso para ter uma vida estável e equilibrada? Essa pergunta retórica deve considerar quais são as ambições e propósitos na vida secular. O desemprego muito nos ensina sobre o dinheiro, pois, se antes era insuficiente, sem salário as prioridades se quebrantam diante da carestia.

Como solver a planilha mensal de despesas e ainda “dar o dízimo”? Quanto dinheiro será suficiente para

cobrir as dívidas mensais? Questões que merecem consideração.

Eclesiastes 5.10-14 nos ensina:

“Quem ama o dinheiro nunca terá o suficiente; quem ama a riqueza nunca ficará satisfeito com o lucro. Isso também é ilusão!”.

“Quando os bens se multiplicam, multiplicam-se também os que os consomem. Que proveito tem o seu dono, a não ser contemplá-los com os olhos?”

“O sono do trabalhador é doce, quer coma pouco quer coma muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir”.

“Há um grande mal que vi debaixo do sol: riquezas que foram guardadas por seu dono para sua própria infelicidade”.

“Se as riquezas dele se perdem num infortúnio, não deixará nada para o filho que lhe nascer”.

Nestes versículos aprendemos que o revés reside no amor ao dinhei-

ro, e não no dinheiro em si, como escreve 1Timóteo 6.10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e por causa dessa cobiça alguns se desviaram da fé e se torturaram com muitas dores”.

Este enfoque sobre a vida financeira precisa ser ponderado à luz das Escrituras Sagradas, buscando do alto o soberano Deus, que está acima de tudo e que tem o poder supremo sobre todas as coisas, reconhecendo que: “[…] Ao SENHOR pertencem a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24.1).

O jovem rico pergunta a Jesus o que deveria fazer para ter a vida eterna, uma vez que obedecia a todos os mandamentos e Jesus lhe responde, conforme Mateus 19.21-24:

“Jesus respondeu: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres; e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me”.

“Mas, ouvindo essas palavras, o jovem retirou-se triste, porque possuía muitos bens”.

“Então Jesus disse aos discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino do céu. E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”.

O jovem retirou-se triste pois amava mais o dinheiro, que é terreno, do que aquilo que é eterno. Nossa alegria em devolver dízimos/ofertas e atuar financeiramente vem da fé em Cristo. Hebreus 13.5 afirma: “Seja a vossa vida isenta de ganância e contentai-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Nunca te deixarei, jamais te desampararei”.

Contentar-se não é acomodar-se; ao contrário, é agir livre das amarras do dinheiro, sabendo que tudo vem de Deus, que nos chama para participarmos na Sua obra. n

Orações Contemplativas

Como cristãos, somos ensinados sobre o valor da oração — e isso é muito importante. Mas percebo que, muitas vezes, esquecemos que existem formas criativas e altamente espirituais de desenvolver o espírito da oração em nossa vida. Acho que, quando Paulo escreveu “orai sem cessar” (1Ts 5.17), ele estava pensando nesses tipos de oração.

Quando viajo de avião, por exemplo, gosto de acompanhar aqueles mapas que nos informam sobre qual região ou cidade estamos sobrevoando. Nesses momentos, procuro fazer uma oração por aquela cidade, pelos cristãos que ali residem e pelas igrejas.

Quando, de carro, passo em frente a um hospital, faço uma oração pelos enfermos ali internados. Se passo em frente a uma igreja e conheço o pastor que ali exerce seu ministério, também

faço uma oração. Devo confessar que isso nem sempre ocorre, mas, de quando em quando, procuro exercitar esse hábito espiritual.

Numa das manhãs de sábado, fui ter um momento de oração contemplativa à beira da lagoa próxima à minha casa, em São Pedro da Aldeia. Cheguei ali, deixei o telefone de lado e passei então a contemplar o cenário em volta. Era uma manhã de final de outono. As águas da lagoa, quase totalmente paradas, e alguns barcos de pescadores ancorados.

Passei então a conversar com Deus sobre cada mensagem que Ele me enviava. Contemplando as águas tranquilas, agradeci a Ele pela tranquilidade que estamos vivendo em família. Lembrei-me também dos períodos de águas revoltas. Agradeci por ambos os momentos.

Ele então me fez ver uma linda gaivota pousada sossegadamente na proa de um dos barcos. Lembrei-me

das palavras de Jesus e comecei a olhar as aves marítimas, já que as do campo não estavam ali. Lembrei-me do sustento de Deus, pois Ele cuida das aves; por que não cuidaria de mim?

Debaixo de uma frondosa amendoeira, desfrutei da sua sombra e logo notei folhas caindo. Recordei-me de um livro que li há muitos anos, de Leo Buscaglia, intitulado “ A Queda de Frederico, a Folha”. Nesse livro, de uma forma suave, Buscaglia ajuda as crianças a compreenderem um pouco a realidade da morte. Lembrei-me de que, um dia, como as folhas, cairemos. Naquele exato momento, por exemplo, um conhecido pastor estava sendo velado. Orei para que, enquanto eu estiver neste mundo, possa honrar o nome do Evangelho.

Contemplei também, um pouco distante, um pescador arrumando suas redes. Orei por ele, por sua família, e meditei que Jesus nos

chamou para ser pescadores de homens. Tenho cumprido esse chamado?

Nesse tempo de comunhão com Deus, à beira da lagoa, um cãozinho caramelo se achegou. Fiz um carinho, ele ficou um pouco de tempo comigo e se foi. Que mensagem de Deus! Por que a gente não se aproxima mais das pessoas? Basta se aproximar, ficar perto em silêncio e, quando for oportuno, demonstrar carinho com um simples “bom dia”, um “Deus te abençoe”, um “siga em frente” ou um “vai dar certo”.

Ao terminar esse momento, por fim, um vento suave soprou. Orei para que o sopro de Deus nunca falte na minha vida, na minha família, no meu ministério.

Levantei-me, grato por aqueles momentos preciosos com o Criador, e voltei para casa feliz e grato a Deus pelo encontro que tivemos à beira da lagoa de Araruama. n

Redação de Missões Nacionais

Uma história de transformação

Sabe o que alguém que passou 15 anos nas drogas pode fazer? Conheça a história da Suellem Candeias, uma jovem que cresceu em um lar evangélico, mas que acabou se envolvendo com amizades erradas.

Aos 12 anos, ela se afastou da Igreja. Os “amigos” ofereceram cigarro, e ela aceitou. Em seguida, conheceu o álcool, e o próximo passo foi a cocaína. Assim foram longos 15 anos no mundo das drogas. “Me afundei, saía de casa e passava dias na rua, eu não conseguia voltar! Quando voltava, estava destruída!”, conta Suellem.

Ela tentou uma primeira internação, mas, infelizmente, ao sair, caiu novamente nas drogas. Dessa vez, foi pior. Ela conheceu o crack , e isso devastou sua vida. “Cheguei, literalmente, ao fundo do poço. Fui pra rua. Sem conseguir voltar, passei meses sem que minha família soubesse de mim. Até que Deus tocou no meu coração e pedi o telefone de uma moça. Liguei pra minha mãe e disse que queria ajuda. No dia seguinte, minha família foi me buscar, e eu fui pro tratamento.”

Suellem foi para a Cristolândia Feminina da Serra - ES e, após duas semanas, descobriu que estava grávida, sendo então transferida para a Cristolândia Sonho de Mãe - ES. Dessa vez, ela tinha mais um motivo para lutar. Ela persistiu por ela e por sua bebê, para que ela já nascesse conhecendo uma nova mãe — a sua melhor versão, transformada por Jesus!

Depois de mais de um ano na Cristolândia, ela deixou um recado para os missionários e parceiros: “Obrigada pela vida de cada um de vocês! Obrigada pelo cuidado, pela atenção, pelas disciplinas e pelas correções

que nos fazem crescer. Obrigada por constantemente nos lembrarem de como somos importantes, amadas, filhas...”

Suellem tem um coração grato, principalmente por ter conhecido Jesus. “Não existe forma mais linda de demonstrar amor por alguém do que essa que vocês expressam por nós, orando com a gente diariamente e nos

tolândia, sua filhinha nasceu, e elas foram muito bem cuidadas por cada missionário e voluntário. Suellem está sendo ressocializada e deixou um recado: “A droga nunca vai ser a solução pra preencher aquilo que está nos fal-

tando. Nosso vazio é exatamente do tamanho de Cristo, e Ele é o único que pode nos curar. Busque enquanto se

Não fique de fora do que Deus está fazendo nas Cristolândias. Participe da transformação de vidas como a da Suellem. Acesse: missoesnacionais. org.br/cristolandia e saiba como se envolver nessa missão. n

UNIÃO FEMININA MISSIONÁRIA BATISTA

DO BRASIL CELEBRA 117 ANOS MANTENDO VIVA

A CHAMA DO DISCIPULADO

Associação das Igrejas Batistas do Agreste de Pernambuco se reúne em Caruaru - PE

Jénerson Alves

diácono na Igreja Batista Emanuel em Caruaru - PE, professor e vice-presidente da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel

Foto: Clara Santos

integrante do Ministério de Mídia da Igreja Batista Emanuel em Caruaru - PE

A reunião da Associação das Igrejas Batistas do Agreste Pernam bucano (Assobagre) foi realizada no sábado, dia 14 de junho, na cidade de Caruaru - PE. O encontro aconteceu na Igreja Batista Emanuel em Caruaru (IBEC), liderada pelo pastor Marcos Paulo dos Santos.

Evento reforça unidade, vocação pastoral e compromisso missionário na região.

Missões

O evento reuniu 101 participantes, representando 21 igrejas e cinco congregações. Além de Caruaru, estiveram presentes líderes de municípios como Panelas, Santa Cruz do Capibaribe, Lajedo, Taquaritinga do Norte, Cachoeirinha, entre outros. Durante a programação, foram discutidos temas relacionados à expansão do Reino de Deus, tanto na região quanto em nível global.

Entre as vivências mais emocionantes, ocorreu um momento de oração pelos pastores, capitaneado

Agradecimento aos irmãos da Igreja Batista Emanuel em Caruaru (IBEC)

pelo pastor Silvio Lima, presidente da Assobagre. “Cada um destes homens tem um ministério recebido por Deus. É preciso orar e cuidar também destes, que dedicam a vida ao Reino”, declarou, ao perfilar os líderes à frente do auditório. Ele ainda aludiu ao Dia do Pastor, celebrado no segundo domingo de junho. Com este gesto, foi destacada a relevância do chamado ao ministério pastoral.

Também foi realizada uma oração de agradecimento pelos irmãos da IBEC, que ainda receberam um quadro em preito de gratidão. A igreja, que completa três décadas de organização neste ano, vem desenvolvendo um pro-

fícuo trabalho de proclamação e testemunho do Evangelho, impactando vidas no município.

Ademais, as organizações representadas se reuniram, partilhando experiências e ampliando a comunhão entre os cristãos batistas do lugar. Com este mesmo sentimento, o Seminário de Educação Cristã (SEC) foi alvo de orações e ofertas. Localizado no Recife, o SEC é referência na formação de educadores e missionários. Um dos motivos das preces foi o propósito de implantar uma extensão desta instituição no Agreste, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de vidas a serviço do Senhor.

No meio cristão, é comum afirmar que a denominação Batista possui “DNA missionário”. Seguindo essa cosmovisão, um dos tópicos mais abordados ao longo do evento foi referente a Missões. Recebeu ênfase a campanha de Missões Estaduais, cujo tema é “Ele escolheu me amar”, o qual tem base no nacional (“Anunciemos o Amor Glorioso”). Atualmente, há 102 missionários conveniados, em municípios como Alagoinha, Altinho, Belo Jardim, Brejo da Madre de Deus, Cupira, Lagoa dos Gatos, Palmerina, São Domingos e Panelas.

O avanço da pregação do Evangelho para além das fronteiras do Brasil também foi abordado no encontro. O missionário mobilizador da Junta de Missões Mundiais (JMM), João Marcos Florentino, fez um breve bosquejo da atuação da entidade. “Fico muito feliz quando vejo reuniões assim, que fortalecem o trabalho missionário que acontece em 97 países, com 2.450 missionários ativos. No ano passado, 39.536 pessoas foram batizadas por meio dos nossos missionários. É graças ao trabalho das associações e das igrejas locais que os vocacionados são despertados”, declarou Florentino. n

Primeira Igreja Batista em Teófilo

Otoni -

MG

celebra 75 anos de história

Corrida e Caminhada na cidade foi uma das atividades da celebração de aniversário.

Gerência de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

No dia 15 de junho, a Primeira Igreja Batista de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, celebrou com gratidão seus 75 anos de história. A data oficial é 18 de junho, mas a festa começou antes!

Pela manhã, a cidade foi impactada com a II Corrida e Caminhada PIB Teó, reunindo cerca de 500 inscritos de toda a cidade.

À noite, a celebração continuou com um culto especial. O preletor foi o Pr. Fernando Brandão, diretor-executivo da Convenção Batista Brasileira, que trouxe uma palavra inspiradora para a Igreja e convidados. O culto contou ainda com a apresentação do Coral Cristolândia da unidade de Governador Valadares, composto por 22 vozes, que emocionou a igreja com louvores cheios de esperança e fé.

Apresentação do Coral Cristolândia, da unidade de Governador Valadares - MG

A Convenção Batista Mineira foi representada por Arlécio Franco, advogado da entidade, que esteve presente em nome do pastor Marcio Santos, diretor-executivo da CBM, e do pastor Sandro Ferreira, presidente da CBM. Durante a celebração, ele entregou à Igreja uma placa em homenagem pelos seus 75 anos.

A II Corrida e Caminhada foi uma das atividades comemorativas do aniversário

Também estiveram presentes autoridades políticas, como o vereador Gleno Alves, presidente da Câmara Municipal de Teófilo Otoni - MG. O prefeito, Fábio Marinho, participou da corrida comemorativa pela manhã, e enviou como representante para o culto da noite Francisco Assis, secretário de Agricultura do

município, devido a compromissos de viagem.

A Igreja ficou lotada para o culto, que durou cerca de duas horas e meia, em um ambiente de celebração marcado pela presença do Espírito Santo. Confira as fotos da corrida apontando a câmera do seu celular para o Qr Code: https://epics.io/8olbsu n

Povo Étnico do Quênia é Batizado

Pr. Daniel, Ester, Sarah e Isaque Solano

missionários de Missões Mundiais no Quênia

O último mês foi de muitas vitórias e experiências muito dolorosas aqui no campo. Iniciamos com treinamento de professores para o programa de alfabetização de adultos, voltado para pastores analfabetos, na tribo Turkana — grupo étnico aqui do Quênia — e para os refugiados de Kakuma-Kalobeyei. Depois de muita oração, muito trabalho e esforço, demos um passo importante na concretização desse sonho, que Deus colocou em nossos corações, vindo de um clamor da liderança daquela região. Agora, oramos pelo próximo e desafiador passo: o início das aulas.

No dia 14 de maio, recebemos com alegria um grupo da Primeira Igreja Batista de Curitiba - PR. Louvamos ao Senhor, pois o grupo de três irmãs serviu muito de consolo para nós. As irmãs visitaram Lodwar, uma vila dos Turkanas, e o campo de refugiados em Kakuma. Na vila, realizamos o primeiro batismo da nova igreja que nasceu há dois anos; 42 irmãos desceram às águas. Foi uma grande festa espiritual.

Realizamos também uma conferência para líderes, mulheres e moças, em que ministramos palestras sobre o Espírito Santo e Igreja para pastores, e sobre exemplos de mulheres da Bíblia para as irmãs adultas. Também falamos sobre higiene e saúde para as moças e adolescentes. E fizemos uma grande celebração cultural no encerramento.

Em Kakuma, realizamos uma conferência para líderes, em que falamos da identidade de uma igreja saudável. Visitamos também o diretor dos campos Kakuma, com quatro vilas, e Kalobeyei, com três vilas, e conseguimos a autorização para trabalhar dentro do campo, o que é muito difícil de conseguir. Fizemos também alguns acordos de cooperação com lideranças regionais, o que ajudará muito no trabalho de capacitação dos pastores da região. Atualmente, os refugiados de Kakuma-Kalobeyei ultrapassam 300 mil pessoas, de diversos países, incluindo Sudão do Sul, Somália, Etiópia, República Democrática do Congo, Burundi e Ruanda, entre outros. Além disso, agradecemos ao Senhor porque, através da parceria com outra agência missionária, um poço artesiano foi perfurado em uma das nossas comunidades. Também estabelecemos parceria com a “Missão Confins do Brasil”, e duas das nossas igrejas entre os Turkanas deixarão de se reunir embaixo de árvores para congregar em seu próprio templo. A oração e o plano é que essas sejam as duas primeiras de muitas outras. Entre os Turkanas, cerca de 70 igrejas, das 100, ainda se reúnem à sombra de árvores.

Concluímos a construção de dois templos em pouco mais de uma semana de trabalho, graças ao apoio de uma missão brasileira. Agora, duas das nossas igrejas estão “abrigadas” das intempéries do tempo e do clima. Você pode imaginar a alegria?! Também gerenciamos a perfuração de mais um poço artesiano, agora na região dos Samburos, em outra tribo pouco evangelizada.

Glórias ao Senhor por todas essas conquistas entre os povos étnicos aqui do Quênia!

Agora, compartilho um acontecimento triste: recebemos a notícia do falecimento do pai de Ester, meu sogro. Dei a notícia para minha esposa por telefone, uma vez que ela estava em viagem de trabalho e não poderia esperar por seu retorno, pois decisões precisavam ser tomadas. Louvo a Deus, que cuida de cada detalhe, pois uma outra missionária brasileira estava com ela e deu suporte emocional. Acompanhamos a cerimônia fúnebre online e choramos muito, mas não estendemos muito nosso pranto, pois a agenda de trabalho estava intensa. É um momento muito difícil para quem recebeu a nobre missão transcultural, que, para obedecer ao chamado, precisa aceitar o desafio da privação da presença dos familiares. Apesar da consciência de que momentos como este acontecem, é muito duro quando ele chega. Peço suas orações por nós e nossa família, para que Deus console nossos corações.

Continue orando também pela obra missionária aqui e no mundo!

No Amor do Pai, Vamos Completar a Missão!

Mungo akubariki sana! (Que Deus te abençoe muito! língua Ksuahilli) n

Kátia Brito jornalista

Nova Capela é inaugurada no bairro Humaitá, em Porto Alegre - RS

Iniciativa reúne Batistas gaúchos, brasileiros e norte-americanos.

acolhimento, amor e o abraço de Cristo”.

Em uma semana marcada por fé, trabalho, cooperação e emoção, o bairro Humaitá celebrou a inauguração de mais uma capela Batista, fruto de uma parceria que une igrejas locais, nacionais e internacionais em torno do avanço missionário no Rio Grande do Sul.

A nova Igreja Batista Vinho Novo foi erguida com o apoio da Missão Pioneira do Brasil e dos Estados Unidos, da Igreja Batista da Orla - ES, da Clear Creek Baptist Church (EUA) e da Convenção Batista do Rio Grande do Sul (CBRS).

Rodrigo Ferreira, presidente da Missão Pioneira do Brasil, expressou sua alegria com mais uma iniciativa missionária no estado. “A experiência de estar no Rio Grande do Sul sempre é muito boa. Já vim seis vezes desde 2016 e é sempre um privilégio voltar. O povo gaúcho nos acolhe de uma forma especial. Fazer trabalhos aqui é uma bênção. Nossa mensagem às igrejas é que sejam locais de luz, de encontro, de relacionamentos. Que não sejam apenas templos para reuniões, mas lugares onde as pessoas encontrem

A celebração contou com representantes de todas as frentes envolvidas. O pastor Edson Klitzke, da Igreja Batista da Orla - ES, destacou a força da parceria: “Hoje estamos inaugurando mais uma capela em parceria com a Missão Pioneira e o pastor Tony Gray. Juntos queremos continuar plantando igrejas, adquirindo áreas, construindo espaços e expandindo o Reino de Deus no Rio Grande do Sul. Em uma semana, fizemos construção, evangelismo e ação social. Eu convido você a fazer parte disso”.

Presidente da CBRS, o pastor Olavo Vigil também celebrou a entrega: “É com muita alegria que inauguramos mais uma capela em parceria com a missão pioneira. Agradeço aos batistas gaúchos, à Igreja Batista da Orla (ES), e a todos que contribuíram. Seguimos avançando na obra missionária!”

O pastor local, Luiz Klitzke, emocionou-se ao falar da relevância da construção para a comunidade. “Há anos estávamos em locais alugados. Ter nosso espaço é algo muito significativo. Estamos na avenida principal do bairro e isso vai impactar. O nosso coração está feliz. A palavra

Culto de inauguração de uma nova Capela Batista no bairro Humaitá, em Porto Alegre - RS

‘obrigado’ se torna pequena. Podemos dizer: Ebenézer! Até aqui nos ajudou o Senhor — através dos irmãos americanos, da nossa convenção, da igreja mãe e de muitos voluntários. Isso é fantástico.”

O pastor norte-americano, Tony Gray, líder da Missão Pioneira, compartilhou com entusiasmo sua experiência. “É um grande prazer ser parceiro dos batistas gaúchos. Trabalhamos, oramos, rimos. Vieram 14 pessoas dos EUA — não eram profissionais, mas irmãos que tiraram férias para servir aqui. Foi uma mistura linda: inglês, português, Espírito Santo, Minas, Rio Grande do Sul. E a capela saiu! A igreja é o corpo de Cristo, é você, é eu. É

um lugar de envio. Não é para sentar de braços cruzados, é para levantar, louvar e sair para servir.”

Em um pronunciamento emocionante, diretor-executivo da CBRS, Egon Grimm Berg, resumiu o sentimento coletivo: “Hoje o céu se une a nós nesta celebração! Esta não é apenas a entrega de um prédio — é o testemunho da fidelidade de Deus, da beleza da cooperação no Corpo de Cristo! A Missão Pioneira, liderada pelo Pr. Tony Gray, tem semeado esperança e recomeços, especialmente após a catástrofe climática que enfrentamos. A Clear Creek Baptist Church veio com voluntários que deixaram o conforto de casa para servir. Isso é Reino em ação! Nossa gratidão à Igreja da Orla, ao Pr. Edson Klitzke, ao Pr. Luiz Klitzke e a todos os voluntários. Cada tijolo aqui carrega um pedaço do céu. Hoje podemos dizer: ‘Ebenézer! Até aqui nos ajudou o Senhor!’ Que este templo seja casa de salvação, cura, discipulado e envio!”

A Convenção Batista do Rio Grande do Sul segue firme em sua missão de expandir o Reino em terras gaúchas e conta com cada batista para seguir avançando “Juntos somos melhores. Juntos somos mais fortes. Façamos infinitamente mais!”, encerra Egon. n

Igreja Batista da Esperança, em Governador

Tema do evento foi “Fale e Não Se Cale”.

Carlos Henrique Mazzini pastor da Igreja Batista da Esperança em Governador Valadares - MG

A Igreja Batista da Esperança, em Governador Valadares - MG realizou, nos dias 14 e 15 de junho, o seu 1º Congresso de Missões, com o tema “Fale e Não Se Cale”.

O evento marcou a história da igre ja e da cidade ao reunir cristãos de diversas comunidades para um tempo de despertamento e compromisso com a obra missionária.

Pr. Fernando Brandão, diretorexecutivo da CBB, junto ao Coral da Cristolândia da unidade Valadares - MG

gem e compaixão em tempos tão exigentes.

Ao longo do fim de semana, a Igreja foi profundamente impactada por momentos de adoração, intercessão e ministração da Palavra, sendo encorajada a viver a missão de Deus com ousadia, dentro e fora dos muros do templo. O tema “Fale e Não

Se Cale” ecoou como um chamado à responsabilidade evangelística de cada cristão.

O pastor Carlos Mazzini, pastor da Igreja Batista da Esperança, resumiu o sentimento da comunidade: “Foi um congresso histórico. Entendemos que não podemos mais viver uma fé silenciosa. Precisamos falar com amor, agir com fé e viver com propósito. Missões é o que somos, não apenas o que fazemos”.

Aberto a todo o público, o congresso contou com a presença de representantes de várias igrejas da região, incluindo congregações ligadas à Associação Batista Central Riodocense (Abacerd), além de irmãos de outras denominações evangélicas, que prestigiaram e apoiaram o evento em espírito de comunhão e unidade cristã.

As mensagens foram ministradas pelo pastor Fernando Brandão, diretor-executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB), e pelo pastor Otílio Moraes, gerente de Missões da Convenção Batista Mineira (CBM). Ambos trouxeram palavras desafiadoras sobre a urgência de proclamar o Evangelho com cora -

Um dos momentos mais marcantes da programação foi a participação emocionante do Coral da Cristolândia – Unidade Valadares, com mais de 30 vozes. Com canções que testemunham transformação e esperança, o coral tocou profundamente o coração dos presentes, lembrando a todos do poder restaurador do Evangelho e da importância do investimento em missões sociais e urbanas.

Destacou-se também o excelente trabalho dos promotores de missões da igreja, os irmãos Luís Otávio e Maria Alice, que lideraram com dedicação a mobilização da igreja, a organização do congresso e o envolvimento de cada ministério local.

O 1º Congresso de Missões da Igreja Batista da Esperança deixa frutos visíveis e duradouros: corações despertos, compromissos renovados e uma igreja ainda mais apaixonada por missões. O desafio agora é continuar falando – e não se calar. n

Desafios e Oportunidades da EBD no Mundo Digital

Extraído do site www.oecbb.com.br

A Escola Bíblica Dominical (EBD) tem sido, por décadas, um espaço de encontro, edificação e transformação para a comunidade cristã. Tradicionalmente realizada em ambientes físicos, a EBD reúne pessoas para o estudo das Escrituras, fortalecimento da fé e construção de vínculos que transcendem gerações. Contudo, a transição para o mundo digital exige a revisão de métodos e a criação de novas formas de comunicar a mensagem bíblica, abrindo caminho para inovações que podem enriquecer esse legado.

Desafios na era digital

O avanço das tecnologias digitais transformou profundamente a forma de interagir e aprender. Hoje, a informação está a um clique de distância, e a conectividade permite que pessoas de diferentes localidades se reúnem virtualmente para compartilhar experiências espirituais. Entretanto, esse cenário impõe desafios significativos para a EBD.

Um dos principais obstáculos é o acesso desigual à tecnologia. Embora as ferramentas digitais se tornem cada vez mais acessíveis, muitos membros da comunidade ainda enfrentam dificuldades para se conectar devido à escassez de dispositivos modernos ou à falta de uma internet de

qualidade. Esse problema, que afeta especialmente os idosos e moradores de áreas com infraestrutura precária, restringe a participação plena na EBD online.

Além disso, o ambiente virtual está saturado de informações e notificações provenientes de redes sociais e outros canais. Essa sobrecarga de estímulos pode prejudicar a concentração necessária para o estudo aprofundado da Bíblia, resultando em um aprendizado superficial, onde a reflexão e o diálogo acabam sendo comprometidos.

Destaca-se também a perda do contato humano. A essência da EBD reside na comunhão e no intercâmbio de experiências, onde o olhar atento e o abraço fraterno fortalecem os laços entre os participantes. A migração para o digital, sem estratégias eficazes para promover a interação, pode gerar sentimentos de isolamento e desconexão, prejudicando o desenvolvimento espiritual dos envolvidos.

Oportunidades no mundo digital

Apesar dos desafios, o meio digital oferece possibilidades inovadoras para expandir o alcance e a profundidade do ensino bíblico. As tecnologias digitais permitem que a EBD ultrapasse fronteiras físicas, possibilitando a participação de pessoas que, por

diversos motivos, não podem estar presentes presencialmente.

A integração de recursos multimídia, como vídeos, podcasts e infográficos, enriquece o ensino, tornando-o mais dinâmico e atrativo. Essa variedade de formatos atende às diferentes necessidades dos alunos e facilita a conexão entre tradições milenares e linguagens contemporâneas. Estudos indicam que recursos visuais podem aumentar a retenção de conteúdo, reforçando a eficácia dessas ferramentas.

Outro aspecto importante é a flexibilidade de horários proporcionada pelas plataformas digitais. Ao permitir que os estudos sejam acessados a qualquer momento, torna-se mais viável conciliar os compromissos diários com o aprofundamento espiritual. Fóruns de discussão, grupos em redes sociais e aplicativos de estudo fomentam uma interação contínua, mantendo vivo o diálogo e o aprendizado mesmo fora dos encontros formais.

Integrando tradição e inovação

Para que a EBD se destaque no ambiente digital, é fundamental encontrar o equilíbrio entre tradição e inovação. Investir na capacitação dos educadores é essencial para que possam utilizar as ferramentas tecnológicas de forma eficaz e segura. Workshops, treinamentos e cursos online propor-

Um marginalizado amado

cionam a familiaridade necessária para que os líderes conduzam aulas virtuais com confiança.

Ao mesmo tempo, a adoção de modelos híbridos – combinando sessões online com encontros presenciais –se apresenta como uma estratégia promissora. Essa abordagem permite preservar a interação humana e o acolhimento característicos da EBD, ao mesmo tempo em que potencializa os benefícios da tecnologia. Assim, a união de métodos tradicionais com as inovações digitais fortalece a missão de transmitir a Palavra de Deus.

Conclusão

O mundo digital apresenta desafios importantes para a Escola Bíblica Dominical, mas também abre oportunidades inéditas para a renovação e expansão do ensino bíblico. Superar barreiras tecnológicas, manter o foco em meio à sobrecarga informacional e resgatar a proximidade humana exigem criatividade, dedicação e comprometimento com a transformação de vidas. Ao integrar tradição e inovação, a EBD pode reinventar-se e alcançar corações de forma mais ampla e profunda. Dessa maneira, a tecnologia se converte em uma poderosa aliada na missão de transmitir a Palavra de Deus, iluminando caminhos e fortalecendo a fé em cada encontro, seja ele presencial ou virtual. n

Nédia Galvão

membro da Igreja Batista do Centenário - Congregação em Areia Branca - SE; capelã escolar; especialista em Ciência da Religião e Bacharel em Teologia

No Evangelho do Senhor Jesus, escrito por Marcos, no capítulo 2, dos versos 13 ao 17, está a história desse marginalizado amado. Levi, mais conhecido como Mateus, era um publicano, um coletor de impostos que trabalhava para o Império Romano, cobrando taxas, muitas vezes, acima do que era devido.

Os publicanos, que eram judeus, eram conhecidos por explorarem as pessoas e fazerem cobranças indevidas. Como resultado dessa atitude, eram desprezados pelos seus patrícios, que os viam como traidores e exploradores.

Os publicanos, para os judeus, eram repudiados socialmente, desqualificados como testemunhas nos tribunais, excomungados das sinagogas e considerados impuros, a ponto de contaminarem cerimonialmente

uma pessoa, tanto quanto um leproso.

Mas Jesus, ao ver Mateus na alfândega — no cenário onde este protagonizava todas as suas qualidades desqualificadas — fez um chamado: “Siga-me”. Que surpresa! Com certeza, para Mateus e para aqueles que ouviram, foi algo inesperado. Um chamado a um marginalizado! Uma oportunidade de viver um novo estilo de vida, de emergir daquele lamaçal de culpas e tormentos.

Ao ouvir aquele chamado do Mestre da Galileia, Mateus deve ter sentido seu coração inundado por uma esperança de mudança. O Senhor Jesus expressa Seu perdão e amor ao mais desprezível pecador, dando a oportunidade de transformação de vida — no caráter, na conduta, nos valores, nos princípios.

A partir desse encontro e chamado, surge a ideia de um “jantar missionário”, evidenciando a gratidão, a alegria e a prontidão desse marginalizado. Mateus oferece um banquete para Jesus, Seus discípulos e muitos pu-

blicanos e pecadores. Possivelmente, a intenção de Mateus nesse “jantar missionário” era fazer conhecido o seu Mestre recém-encontrado e Seus ensinamentos.

Mas, à espreita, estavam os líderes religiosos do judaísmo, que tanto perseguiam o rabino Jesus, prontos para criticar e acusar o fato de Jesus comer com pecadores. Porém, os fariseus também precisavam de ajuda e perdão dos pecados, tanto quanto os publicanos e demais pecadores que ignoravam a Lei Mosaica.

Na verdade, a condição dos religiosos judeus era pior do que a dos publicanos e pecadores desprezados e marginalizados, pois eles não conseguiam enxergar seus próprios pecados de hipocrisia, justiça própria, orgulho etc. Então, todos estavam na mesma condição: pobres e necessitados, sendo que uns admitiam e outros não, porque tinham seus olhos vendados pelo orgulho do status.

O fato é que esse jantar na casa de Mateus deu o que falar, e o Mestre Jesus aproveitou para falar do Seu

propósito e missão: chamar pecadores ao arrependimento, como bem descreveu o evangelista Lucas, no capítulo 5 do seu evangelho, versículo 32. Pois Jesus aponta o problema e provê a solução.

Mateus, sendo marginalizado, viu que era amado e, como resultado, se tornou um discípulo daquele jovem rabino. Também como resultado, escreveu um dos Evangelhos, evidenciando o poder transformador na vida do mais desprezível pecador.

Assim, ao refletir nos pecados de Mateus, dos demais publicanos, pecadores e fariseus, percebo: quanta semelhança com os meus! Mas, um dia, ao ouvir o “Siga-me” do Mestre Jesus, tive a oportunidade de uma reviravolta e, agora, sigo numa nova rota, porque o Mestre e Senhor Jesus mudou a minha história!

Portanto, caro leitor, não temos dúvida de que, para o pior pecador, há um poder e amor transformador. Pois assim foi com aquele publicano, desprezado, o qual podemos chamar de um marginalizado amado n

Paciência de Jó

Na epístola de Tiago, encontramos a seguinte citação em relação a Jó: “Vocês ouviram a respeito da paciência de Jó e sabem como o Senhor fez com que tudo acabasse bem; porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão” (Tg 5.11).

De que tipo de paciência Tiago estava falando? Digo isso porque, diante de todo sofrimento que estava enfrentando, Jó disse: “Por isso, não reprimirei a minha boca. Na angústia do meu espírito, falarei. Na amargura da minha alma, eu me queixarei” (Jó 7.11).

Fez isso mais de uma vez. Então, que tipo de paciência é essa que Tiago diz que Jó possuía?

A construção de que o crente, por ser crente, deve aceitar todo tipo de sofrimento e adversidade da vida bem quietinho, caladinho, resignado, porque se expressar o que está sentindo estará pecando, demonstrando falta de fé e até mesmo blasfemando contra Deus, ainda está, infelizmente, presente na vida de muitos crentes. Por quê? Porque, durante muitos anos — ainda hoje — essa mensagem distorcida e antibíblica tem sido ensinada.

Ainda hoje, em muitos contextos, a fé tem sido usada como tampão e não como forma de expressão. Fé que cala, que remói, que engole sentimentos e emoções não é fé, no sentido bíblico da palavra. Por isso que Jó, mesmo confiante em Deus, falou e não escondeu o que estava sentindo. Ele

disse: “Estou cansando de viver. Darei livre curso à minha queixa, falarei da amargura da minha alma” (Jó 10.1).

Aprendemos com Jó que falar do que sentimos não é falta de fé.

Atendo muitas pessoas, e já ouvi de algumas a seguinte expressão: “Não sei se devo falar isso, porque pode parecer falta de fé e confiança em Deus”. A minha resposta é: “Não estou aqui para julgar, mas para escutar”. Por outro lado, enfatizo que Deus sabe o que queremos dizer, mesmo sem falarmos. O Deus que sonda o coração, também lê os pensamentos. No lindo salmo 139, o salmista diz:

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe conheces os meus pensamentos. Observas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. A palavra ainda nem chegou à minha língua, e tu, Senhor, já a conheces toda.” (Sl 139.1,4)

É justamente por sofrerem em silêncio, caladas, que muitas pessoas — por vezes crentes sinceros, mas mal informados biblicamente — estão desenvolvendo crises depressivas e outras formas de adoecimento psíquico e até mesmo físico.

Lembro de um curso de psicossomática que fiz na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O curso baseava-se praticamente na discussão de casos que eram apresentados a partir dos atendimentos que os alunos faziam com os pacientes nas enfermarias do hospital.

A banca era formada por psicólogos, psicanalistas e médicos de notório saber. Lembro de um caso apresentado sobre uma paciente que desenvolveu uma úlcera gástrica em grau bem avançado. Na apresentação desse caso, foi destacado que o relato da paciente estava repleto de cenas traumáticas: situação de pobreza na infância, abuso sexual também na infância e relacionamentos abusivos e violentos na vida adulta. A paciente disse que sempre enfrentou tudo sozinha e em silêncio, porque não tinha com quem falar.

No livro “Quando a alma fala através do corpo”, os autores Hans Morschitzky e Sigrid Sator dizem que um dos fatores psíquicos que atuam no desenvolvimento de problemas gastrointestinais é o desenvolvimento inadequado dos afetos, tais como aborrecimentos não elaborados, raiva intensa, separação e forte hostilidade (2017, p. 148, Ed. Vozes). Não tem jeito. Onde o silêncio impera, o corpo acaba gritando.

Mas, e a paciência que Tiago diz que Jó possuía? Do que ele estava falando?

É certo que Tiago não estava falando da paciência de quem sofre calado e resignado. A palavra traduzida por paciência, é upomone, no grego, cujo sentido etimológico advém de: ὑπό (hupó) = “sob”, “debaixo” e μένω (menō) = “permanecer”, “ficar”, “perseverar”. Nesse sentido, o sentido é suportar, perseverar, aguentar firme,

mesmo sob pressão ou sofrimento.

Upomone é usada no grego com o sentido de perseverança diante das adversidades. Tem a ver com resiliência. Nesse sentido, e tão somente nesse sentido, Jó foi paciente. Não porque se calou, não porque aceitou tudo de cabeça baixa, mas porque permaneceu em pé quando tudo desabava à sua volta.

Jó gritou, amaldiçoou o dia do seu nascimento, confrontou seus amigos — chamando-os de “conselheiros de araque” (Jó 16.2 – Bíblia A Mensagem) — mas também clamou pela misericórdia Deus.

Sofreu — sim —, mas não se resignou. E é exatamente aí que mora a lição: sofrimento que não se exterioriza pela fala apodrece por dentro. Dor silenciada vira doença. Jó foi paciente porque foi honesto com sua dor. E nós só seremos verdadeiramente resilientes quando entendermos que pedir ajuda, falar, chorar e protestar diante do absurdo da vida não é fraqueza, não é falta de fé, não tem nada a ver com blasfêmia contra Deus. Calar pode ser um tipo de morte; falar é o começo da cura.

A dor da alma não pode ficar encubada. Precisa ser compartilhada. Se você precisa falar, busque ajuda e fale tudo o que você estiver sentindo. n

Ailton Gonçalves Desidério Psicólogo clínico e palestrante Pastor da PIB do Lins - RJ Email: desiderioailton@gmail.com

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