OJB EDIÇÃO 42 - ANO 2023

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ANO CXXII EDIÇÃO 42 DOMINGO, 15.10.2023

R$ 3.60 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

OJB Entrevista

77 anos de missão Grande festa de 120 anos feminina em Volta Redonda dos Batistas capixabas

Cuidar, proteger e investir

Culto contou com momentos marcantes de conscientização ao trabalho missionário

Celebração reuniu mais de 30 mil pessoas na Praça do Papa, em Vitória - ES

Jeferson Cristianini reflete sobre as necessidades que pede a criação de filhos atualmente

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Líder nacional de Amigos de Missões, Flavia Lopes fala da importância da formação missionária logo cedo pág. 09

Notícias do Brasil Batista

Ponto de Vista


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23

EDITORIAL

Educadores Cristãos em movimento O terceiro domingo de outubro é o dia escolhido pelos Batistas brasileiros para ressaltar a importância da Educação Cristã para o desenvolvimento da Igreja e para a expansão do Reino de Deus. Neste dia festivo, lembramos aos nossos irmãos que os educadores cristãos estão sempre em movimento nas Igrejas, nos lares, nas escolas, nos hospitais, nos campos missionários, nas mídias, nas organizações e em diversas esferas da denominação. O movimento dos educadores cristãos Batistas vem acontecendo por intermédio da ação de Deus em nós e através de nós por mais de 37 anos.

Começamos de forma tímida, em 1986, na 67ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em Campo Grande - MS, quando foi organizada a Associação dos Educadores Religiosos Batistas do Brasil (AERBB). Era uma mobilização ainda pequena e independente. Na 69ª Assembleia da CBB, a AERBB foi aceita oficialmente como organização auxiliar. Seguiram-se os anos e, na 85ª Assembleia nacional, em 2005, passamos a ser chamados de Associação dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (AECBB). Passamos a ter personalidade jurídica em 2009. No início deste ano, na 102ª As-

sembleia da CBB, no Recife - PE, nosso movimento nos levou mais longe. Pela bondade de Deus passamos a ser a Ordem de Educadores Batistas do Brasil (OECBB). A mudança fortaleceu nosso caráter federativo e abriu caminhos para uma gestão mais forte e organizada. Quem esteve presente em nossa Assembleia anual testemunhou a alegria e vibração dos educadores cristãos! Nossa visão, missão e valores continuam os mesmos, porém estamos cada vez mais preparados para atender ao clamor do ensino da Palavra de Deus em todos os lugares da nossa nação!

Com tanto movimento, desejamos mais uma vez que, neste dia especial, todas as Igrejas Batistas Brasileiras, independentemente do tamanho, localização ou estrutura, valorizem o ministro de Educação Cristã. A data é uma forma singela de reconhecer o esforço diário desses servos para formar verdadeiros e frutíferos discípulos de Jesus, conhecedores da Bíblia e aptos a transformar o mundo em que vivem. n Elana Costa Ramiro

diretora executiva da Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil

( ) Impresso - 160,00 ( ) Digital - 80,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23

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DICAS DA IGREJA LEGAL

O que eu posso fazer pelas igrejas pequenas? (Parte 2) Jonatas Nascimento

Demonstrações financeiras, balanços, balancetes, notas explicativas, assembleia anual para aprovação das contas e assembleias gerais extraordinárias para outras decisões, as quais estão previstas em estatuto e, por força da lei, no Código Civil.

No artigo anterior, iniciei a pontuação de alguns dos muitos aspectos relativos aos marcos legais a que se sujeitam as organizações religiosas. Esclareci que, por definição, “marcos legais” se compreende como toda e qualquer legislação (Lei, Decreto, PortaIV – Do ponto de vista trabalhista ria, Resolução, Estatuto, Instrução NorNão existe tratamento fiscal difemativa, Medida Provisória etc.) relativa renciado. Portanto, as organizações a um determinado segmento. Prossigo: religiosas em geral devem cumprir a Consolidação das Leis do Trabalho, III – Do ponto de vista fiscal e con- Portarias, Normas Regulamentadoras, tábil os Acordos Coletivos, as Convenções Organização religiosa é CNPJ como Coletivas e estão debaixo da Justiça outro qualquer. A escrituração contábil do Trabalho e do Ministério Público não pode ser colocada na parte inferior do Trabalho. da prateleira das necessidades, pois é obrigatória, conforme previsão legal: V – Do ponto de vista interno Normas e Princípios, CPC, CFC, NBC, Igrejas pequenas também preci-

sam saber basicamente os seguintes pontos: • conceito de tesoureiro (quem toma conta do tesouro); • a importância da tesouraria em qualquer organização; • particularidades da tesouraria eclesiástica, origem/natureza dos recursos (dízimos, ofertas e doações), controles internos, gestão de pessoas, escala de prioridades da tesouraria (sustento ministerial, contas de consumo, fornecedores de mão de obra, serviços e materiais...); • guarda de valores/caixa pequeno; • relações com instituições bancárias; • investimentos/aplicações financeiras do ponto de vista ético, transparência na prestação de contas, conceito de confusão patrimonial, Conselho

Fiscal, orçamento, a força da boa aplicação/destinação dos dízimos e ofertas dos fiéis; • a árdua tarefa de obter documentos idôneos para escrituração, a figura do profissional contábil da sua Igreja, atribuições do tesoureiro e do Conselho Fiscal/perfil dos conselheiros, segurança na prestação de relatórios etc. Nota: Para conhecer o meu trabalho e ganhar uma edição em PDF da minha obra, inscreva-se no canal Cartilha da Igreja Legal no YouTube. n Jonatas Nascimento, diácono autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” WhatsApp: (21) 99247-1227 E-mail: jonatasnascimento@hotmail. com

Educação Cristã e Psicologia podem conversar? Weliton Carrijo Fortaleza

Extraído do site da Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (www.oecbb.com.br)

A educação cristã e a psicologia podem ser áreas complementares quando se trata do desenvolvimento humano e bem-estar emocional. Ambas se preocupam em compreender o ser humano e sua relação com o mundo, embora abordem de maneiras diferentes. A educação cristã, baseada nos princípios e valores do cristianismo, visa promover a formação integral da pessoa, incluindo aspectos espirituais, morais e éticos. Através do estudo da Bíblia e da prática dos ensinamentos

de Jesus Cristo, busca-se orientar e moldar o comportamento dos indivíduos, incentivando a prática do amor, da compaixão e da retidão. “O objetivo da educação cristã é levar pessoas a adquirirem uma consciência pessoal do Deus revelado em Jesus Cristo; à relação pessoal com Ele através da fé; à obediência em seguir Jesus no discipulado cristão; e ao crescimento contínuo até a plena maturidade cristã” (SMITH, 1968, p 23). Por outro lado, a psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais, buscando compreender como as pessoas pensam, sentem e se comportam. Ela oferece ferramentas e abordagens terapêuticas para ajudar as pessoas a

lidarem com problemas emocionais, como ansiedade, depressão, traumas, entre outros. “A psicologia procura compreender o homem, o seu comportamento, para facilitar a convivência consigo próprio e com o outro” (TELES, 2008, p 9). Quando combinados, esses dois campos do saber podem proporcionar uma abordagem holística, integrando a fé e a prática religiosa com os princípios e técnicas da psicologia. Isso pode ajudar a promover o crescimento pessoal, coletivo e a saúde mental dos indivíduos, bem como fortalecer sua fé e relacionamento com Deus. É importante ressaltar que a educação cristã e a psicologia não são mutuamente exclusivas. A integração

dessas duas áreas pode proporcionar uma compreensão mais ampla e profunda do ser humano, auxiliando na busca de uma vida equilibrada, saudável e espiritualmente significativa. Bibliografia ARMSTRONG, Hayward. Bases da educação cristã. 2.ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1994. CARVALHO, Antônio Vieira de. Teologia da educação cristã. São Paulo: ECLESIA, 2000. SMITH, Cathryn. Programa de educação religiosa. 2.ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1968. TELES, Maria L. S. O que é psicologia. São Paulo. Brasiliense. 2008. n


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REFLEXÃO

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Olavo Feijó

A parábola do joio e do trigo Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB

No texto de Mateus 13.24-30, temos a parábola do joio e do trigo e, do verso 36 a 43, sua interpretação. Jesus usava muitas parábolas, com o objetivo de fazer uma comparação. A história do joio e do trigo começa dizendo: “O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo”. O texto diz que, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo e semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Só perceberam a presença da erva daninha quando cresceu e frutificou. Então, decidiram falar com o proprietário da terra e fizeram a proposta de arrancá-la do meio da plantação.

A resposta do proprietário da terra foi que não fizesse isso. O grande problema em arrancar o joio era arrancar o trigo junto antes do tempo, pois um era muito parecido com o outro. A orientação foi para deixar para o tempo certo, o tempo da ceifa. Nesta ocasião, o joio seria arrancado e queimado. Jesus dá a interpretação desta parábola e diz que quem semeia é o Filho do Homem. O campo é o mundo e a boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do maligno, o inimigo é o diabo, a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. Na consumação deste mundo, o joio será colhido pelos anjos e jogado na fornalha de fogo. Porque os filhos do maligno (o joio) causam escândalo

pastor & professor de Psicologia

Plantar só boas sementes “E não nos cansemos de fazer Qual é o tipo de fruto que querebem, porque a seu tempo ceifare- mos produzir? Se nosso projeto inclui mos, se não houvermos desfalecido” frutos maduros e saborosos, então (Gl 6.9). nossa responsabilidade deve incluir a boa seleção das sementes: elas Fazer o bem exige mais esforço do devem ser saudáveis e adequadas. que fazer o mal. Dentre outras coisas, Por isso, selecionar boas ementes porque ninguém consegue fazer nada deve ser nossa primeira preocupabem-feito caso não tenha aprimora- ção – “A semente é a Mensagem de do seu projeto, antecipadamente. É Deus” (Lucas 8.11). “As sementes dentro deste contexto que o apóstolo que caíram em terra boa são aquePaulo nos orienta: “Não nos canse- las pessoas que ouvem e guardam mos de fazer o bem. Porque, se não a mensagem no seu coração bom e desanimarmos, chegará o tempo cer- obediente - e, porque são fiéis, proto em que faremos a colheita” (Gl 6.9). duzem frutos” (Lc 8.15).

e cometem iniquidade. E os justos, os filhos do Reino, resplandecerão como o sol, no reinado de Seu Pai. Aprendemos que é necessário estarmos atentos. O inimigo semeou o joio enquanto os homens dormiam. A Palavra de Deus pede para que vigie-

mos e oremos. É necessário estarmos em constante vigília e oração para não dar brecha ao nosso adversário. Que possamos aprender com esta parábola a não vacilar, a não cochilar, e enquanto estamos aqui neste mundo, brilhemos mais e mais. n

para muito melhor. Basta pedir a Sua ajuda que nos dará muito. Salmos 103:15-16 diz: “A vida do homem é semelhante ao gramado; ele floresce como a flor do campo, que se vai quando sopra o vento...”. Podemos concluir que é bom não se deixar levar pelo que os outros querem e, sim, se manter firme e forte em seus ideais, com ajuda do Senhor. Que maravilha poder observar flo-

res lindas nascerem no jardim de nossa vida que podem enfeitar e serem admiradas por todos à nossa volta! Como diz uma frase que li esses dias, sem autor identificado: “Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive grãos. Por dez, cultive árvores. Mas para ter sucesso por 100 anos, cultive gente.” Viva em plenitude a “primavera da vida” e aproveite muito mais os seus dias! n

A “primavera da vida” Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB

Existem quatro estações no ano. Sim, embora hoje, com as confusões no clima, elas estejam mais parecidas ou mesmo entrando umas nas outras e confundindo tudo. Se o inverno é frio e todos reclamam; se o verão, ao contrário, calor demais; o outono, já no meio termo;

então sobra a primavera, estação que representa o “nascimento”. Um período de regar o “jardim de nossa vida” e plantar sementes para o nosso processo de renascimento. Essa renovação é mais que necessária para um viver melhor neste mundo. E será fácil conseguir? Certamente que não! Mas Deus pode nos ajudar e impulsionar a chegar a essa mudança


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23

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Vinde ao ensino e à aprendizagem

Gleyds Silva Domingues

educadora cristã Extraído do site da Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (www.oecbb.com.br)

“Vinde e subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacó, para que ele nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas” (Is 2.3). Como é bom aprender, não é mesmo? Traz novidades, novos olhares e novas perspectivas sobre a vida. Por isso, quando se aprende, ocorre apropriação e significação sobre o que foi aprendido, pois logo o conhecimento é aplicado em situações e relacionamentos. Aprender é um processo que ajuda a crescer e a desenvolver-se integralmente, porque se tem consciência de que, quanto mais se aprende, mais se precisa aprender. Mas o que se pode aprender na vida

cristã? Existe algo que não se conhece? Como o ato de aprender impacta os relacionamentos estabelecidos? Bom, é preciso dizer que o ato de aprender na vida cristã guarda relação com o ensino contido na verdade revelada. Esse ensino fala sobre Deus e o caminho a ser trilhado. O ato de aprender revela a necessidade e desejo de conhecer algo novo. Demonstra, ainda, que o conhecimento sobre Deus, contido na Bíblia, pode ser alcançado quando se busca de todo o coração. Ou seja, quando se investe em tempo para refletir, meditar, pesquisar, procurar, confrontar e raciocinar sobre o que está sendo conhecido. Ensinar é uma maneira de possibilitar o processo de apropriação do conhecimento. O convite requer relacionamento, que pode ser identificado na expressão: “vinde e subamos ao monte” (Isaías 2.3) para aprender de Deus. Por esse motivo,

é possível dizer que não se está sozinho no processo de aprendizagem. Antes, há companhia no caminho a ser trilhado. Pode soar estranho falar de um caminho a ser percorrido, pois isso indicaria uma rota única a ser seguida, sem considerar o processo de escolha do ser humano, mas não é o que se tem aqui, ou o que se quer ensinar. Na verdade, o convite é conhecer o caminho do Senhor, para que se possa andar segundo o Seu propósito. Afinal, a vontade de Deus é sempre boa, perfeita e agradável (Romanos 12.2c), Seus caminhos são perfeitos e bons. Ao aceitar o convite de aprendizagem do Senhor, o que se espera é a consciência sobre a Sua vontade, apropriando-se do Seu ensino, presente nos textos bíblicos, a fim de aplicá-lo às situações da vida, pois é nela que se verifica a presença ou ausência da aprendizagem.

O ato de apropriação acontece pela significação, isto é, quando se encontra sentido no que foi aprendido. É uma maneira de demonstrar o valor que o ensino e a aprendizagem assumiram na vida e nos relacionamentos. A significação indicará o grau de importância atribuído às respostas que são dadas diante das situações, dos problemas e das experiências vividas. O convite expresso “Vinde e subamos ao monte” (para aprender) requer vontade e disposição do aprendente para fazer a caminhada rumo ao conhecimento dos caminhos do Senhor. É uma atitude que expressa decisão: aceitação ou rejeição. Mais uma vez, é possível observar que não há imposição de uma ideia ou regra, mas um chamado, uma convocação que requer uma resposta. Qual é a sua? Ore ao Senhor e agradeça por Seus ensinos contidos nas Escrituras Sagradas. n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23 VIDA EM FAMÍLIA

Falar e calar “Para tudo há uma ocasião certa e para que fazem isso? Se ao menos […] há tempo de calar e tempo de falar” essa fosse uma boa maneira de re(Ec 3.1,7) solver os problemas ou consertar o outro… Certa ocasião, falando com uma Penso que a dificuldade de permaesposa ao telefone, eu lhe dizia: “Esta necer calado está relacionada a duas é uma hora em que você deve se calar, questões principais. ficar quieta, em oração. Esta é a hora A primeira se encontra no campo do Espírito Santo agir no coração de emocional - na dificuldade de autoseu marido.” controle. Muitas pessoas não se coAlguns dias depois, recebo de novo nhecem, não conhecem seus limites sua ligação. Desesperada, ela dizia: emocionais e, consequentemente, não “Elizabete, há quatro dias que ele não sabem como controlar suas emoções quer mais falar comigo, discutimos e e nem sua língua. Falam sem pensar, ele disse que não aguenta mais, que deixando a emoção aflorar. Diante de só sei pressionar e fazer cobranças.” um sentimento instantâneo, critica, Aquela esposa não sabia se calar. grita ou comenta, até na frente dos E, infelizmente, não é somente aquela outros, magoando o cônjuge. Isto nunesposa que não conseguia ficar cala- ca deveria ser feito. da. Muitas esposas e esposos também A segunda dificuldade está no camnão sabem. po racional - na dificuldade de pensar e Quem de nós não conhece alguns avaliar se vale a pena dizer o que sente, casais que estão sempre a discutir e ou entrar numa discussão, ou revidar brigar ou a fazer críticas e comentários aquelas palavras inquiridoras ou ofenindesejáveis sobre o cônjuge? Por que sivas. Diante de um momento assim na

vida conjugal, a razão costuma entrar em colapso e a pessoa deixa que o sentimento se sobreponha à razão. A problemática se dá pela falta de equilíbrio entre os dois campos - emocional e racional. Saber a hora de falar e a hora de calar exige este equilíbrio. É preciso que a pessoa perceba e entre em contato com o sentimento que surge, que saiba identificá-lo e que verbalize isto para seu cônjuge. Em vez de reagir na emoção inicial, usa a razão para avaliar o que está se passando naquele momento e interagir de forma positiva com o outro. Imagino como seria a vida dos casais se permitissem a ação do fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23) em seus corações e mente. As palavras proferidas e o diálogo entre eles seriam transbordados de amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Diante de um momento de incômodo por causa de uma palavra mal profe-

rida, diante da irritação do cônjuge, o outro saberia se calar… e orar. Muitos pensam que não se pode incomodar a Deus com certas particularidades da vida conjugal. Isto não é verdade. Devemos levar a Deus todas as nossas necessidades, seja em que área da vida for. Há uma necessidade muito grande de se pedir a Deus o controle da língua, das emoções. Havendo falta de sabedoria para saber a hora de falar e a hora de calar na vida conjugal, devemos pedir isto a Deus. Sabemos que ficar calado não é um exercício fácil de se fazer no dia a dia. Porém, se isso torna o relacionamento conjugal melhor, vale a pena. n Elizabete Bifano psicóloga clínica, pós-graduada em terapia de casal e família, missionária do Ministério OIKOS betebifano@ministeriooikos.org.br

A gestão de equipes na Igreja (Parte 1) Leila Matos

educadora cristã Extraído do site da Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (www.oecbb.com.br)

Para começar a falar de equipe, temos que primeiro definir o que não é. Equipe não é só juntar pessoas, nem só um grupo de pessoas reunidas, muito menos somente a reunião de pessoas para a realização de um trabalho em grupo. Não adianta simplesmente dizer que se trabalha em equipe, se, na prática, isto não acontece. Ok, equipe não é só um trabalho em grupo. Então, o que é? Equipe é somar competências para um propósito. Equipe é união de pessoas motivadas para alcançar um objetivo comum. Em uma equipe, as pessoas não buscam seus interesses pessoais, mas o sucesso do grupo. No caso da Igreja, as equipes trabalham para que ela cumpra sua missão. Podem existir equipes formadas para um determinado trabalho ou aquelas

que desenvolvem trabalhos fixos. Dependendo da estrutura da Igreja, podemos ter equipes formadas por professores, equipe administrativa, equipe pedagógica, equipe de louvor, equipe de visitas. Sua Igreja pode ter um conselho educacional, que também é uma equipe. Também podemos formar equipes para um determinado trabalho, como estruturar a Escola Bíblica Dominical infantil, por exemplo. O importante é que em cada equipe: • O propósito esteja bem definido: as pessoas precisam saber claramente o objetivo daquele grupo. • Haja comprometimento de cada um: os membros da equipe devem se sentir parte do que está sendo feito, sabendo que cada contribuição, mesmo que possa parecer pequena, é essencial para o sucesso do trabalho. Em uma equipe, todos devem chegar juntos. É preciso que as pessoas estejam lado a lado, cooperando mutuamente para alcançar o objetivo. Na Igreja, normalmente trabalhamos com voluntários. Como escolher os vo-

luntários que formarão uma equipe? Bem, mais do que uma pessoa escolhida pela comissão de indicação e eleita na Igreja, o trabalho cristão é vocação, é uma escolha divina. Quem distribui dons na é o Espírito Santo (I Coríntios 12.11). A Igreja é um corpo vivo de Cristo (I Coríntios 12.27). Cada um tem o seu dom. No corpo de Cristo, todos têm uma especial atuação. O apóstolo Paulo, em Efésios 4.16, fala da justa operação de cada parte. Assim, na equipe é importante ter a pessoa certa no lugar certo. É a justa operação para o alcance do objetivo, para o sucesso de todos. Precisamos pensar no significado de competência para a escolha dos colaboradores. Gosto da definição de competência que alia: conhecimento, habilidades e atitudes. Um professor de EBD (Escola Bíblica Dominical, Escola Bíblica Discipuladora, Escola Bíblica Diária ou Escola Bíblica), por exemplo, precisa ter conhecimento bíblico. Se for uma Escola Bíblica temática, ele ainda precisará dominar o tema do

estudo. Mas, além do conhecimento, o professor precisa ter habilidade para o ensino, com didática, comunicação e atitude, demonstrando disposição. A Igreja é um espaço de comunhão, serviço, adoração, ensino, evangelização, missões, cura, mas também de aprendizado e crescimento cristão. Cada colaborador deve ter um sentido de missão e entender que foi Deus que o colocou no lugar em que está. Pode ser que para ser um professor em uma escola secular o conhecimento seja o suficiente, mas na Igreja deve-se levar em consideração também o compromisso cristão. Equipes formadas por pessoas competentes e comprometidas fazem toda a diferença no meio eclesiástico. Também buscamos o sucesso, é lógico, mas não medido pelo alcance de metas e resultados, com prêmios, ganhos financeiros ou conquistas profissionais. Nossos olhos estão na edificação, unidade e crescimento bíblico do corpo de Cristo (Efésios 4.12-15), para a glória de Deus. n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23

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A Vigília de Oração pelo Brasil foi uma bênção!

Redação de Missões Nacionais

nosso povo.” Lídia Ferreira - Primeira Igreja Igrejas de todo o país se uniram Batista de Mandaguaçu - PR para orar 24h por dia, de 01 a 07 de setembro. Foi um lindo tempo de mo“Realizamos um rodízio com os bilização e intercessão! Mais de 260 PGM’s. Foi uma experiência maraviIgrejas assumiram o compromisso de lhosa!” orar por um período de 6h e, assim, Rachel Oliveira - Igreja Batista durante toda a semana, sempre havia Memorial de São Gabriel da Palha ao menos um grupo orando por nosso ES país. Foram sete dias de oração, 168 “Fizemos 7 dias de oração, seguinhoras em que a Igreja agradeceu, cla- do o material em PDF enviado por Mismou e adorou ao Senhor por tudo o sões Nacionais”. que Ele tem feito e ainda fará em nossa Pr. Alissandro Sales – Igreja nação. Falar com Deus é um grande Batista Hebron, em Fortaleza - CE privilégio e diversos irmãos tiveram a oportunidade de viver esse tempo em “Foi um tempo abençoado por comunidade. Deus, com muito quebrantamento, Confira os relatos de algumas pes- consagração e renovo na presença soas que participaram da Vigília de de Jesus.” Oração pelo Brasil: Pr. Anacleto Torres – Igreja Batista Nova Canaã, em Montes “Tenho certeza do mover de Deus Claros - MG em favor do Brasil e da salvação do

Orai sem cessar: Batistas de todo o Brasil se uniram em oração durante uma semana Foi o próprio Deus quem abriu o caminho para que o ser humano pudesse falar com Ele em todos os momentos. Então, viva essa realidade, não apenas hoje, mas em todo o tempo! Ore no seu momento pessoal e ore com os seus irmãos na fé.

SUA OFERTA TRANSFORMA VIDAS

CHAVE 33.574.617/0001-70 CNPJ MISSÕES NACIONAIS

Quando oramos juntos, desfrutamos da alegria de conversar com Deus em família. Orar entre irmãos é uma bênção! Vamos juntos continuar orando, até que todos reconheçam que “A Solução é Jesus Cristo”! n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23

SMHB promove 3º Acampamento de Homens Batistas da Capital O evento de três dias focou na preparação dos homens para enfrentar os problemas da vida pessoal. Josué Leite

pastor e presidente da Sociedade Missionária de Homens Batistas da Capital

O 3º Acampamento de Homens Batistas da Capital aconteceu entre os dias 15 e 17 de setembro, em Camaçari - BA. Representando 21 Igrejas, mais de 60 homens se reuniram no sítio Yahweh Shammah, em espaço com alojamento, refeitório, piscinas e área de lazer. Os três dias do evento promovido pela Sociedade Missionária de Homens Batistas (SMHB) foram momentos de comunhão, adoração, louvor, diversão e ensino, discutindo o tema: “Homens Batistas: Como Lidar com Seus Desafios?” Cremos que Deus falou fortemente a todos e que não saímos do acampamento do mesmo modo que entramos. O evento começou às 21h da sexta-feira, dia 15, com a presença do pastor Robson Leandro, da Igreja Batista Memorial, que deu boas-vindas aos acampados e os convidou a aproveitarem esses dias especiais na presença do Senhor. No sábado pela manhã, a programação iniciou às 9h, com palestra do pastor Davi Marcos, da Primeira Igreja Batista de Itapuã. O tema da ministra-

O sítio Yahweh Shammah abrigou os acampados com aconchego e diversão ção foi: “As seduções do século XXI”. Logo após o culto, houve tempo livre até o almoço. Após o almoço, às 14h, a coach Janaina Leite fez uma palestra especial sobre a “Autorresponsabilidade”. Às 15h30, foi dada a largada das competições, com jogos de dama, dominó, prova de conhecimento bíblico e amistoso de futebol. Nesse tempo livre, os homens tiveram acesso às piscinas, brincaram em minicampo e aproveitaram o Brechó Reintegrar, junto com cantina e feira de livros. A programação da noite começou após o jantar, às 20h. O pastor Daniel Costa, da Igreja Batista Vasco da Gama, palestrou com o tema: “A importância da espiritualidade”.

O último dia de Acampamento contou com ministração da ceia para os presentes

O pastor Fábio Borges, da Igreja Batista Metropolitana, abriu o último dia de Acampamento com a palestra: “O combate à masculinidade”. Fábio aproveitou para servir a ceia do Senhor aos irmãos. Depois de tempo de descanso e almoço, chegou a vez das homenagens, agradecimentos e premiações diversas, com a palavra final do pastor Naldo Luís, da Igreja Batista Primavera. No louvor, tivemos colaboração da cantora gospel Jô Brasil e participação dos irmãos da Igreja Batista de Piatã. Também contamos com o investimento da Associação Batista de Salvador (ABS) e União Missionária de Homens Batistas da Bahia (UMHBBA), que financiou parte das camisas e o trans-

porte. Além do apoio da ONG GAPENE, que cedeu materiais e equipamentos para facilitar a montagem do evento. O Acampamento de Homens Batistas da Capital esteve suspenso por duas edições, por causa da pandemia de coronavírus. O retorno do evento significa para nós um meio da SMHB mobilizar os homens do Corpo de Cristo na cidade de Salvador e entorno. Inspirados na nossa iniciativa, desejamos que nossos irmãos possam participar das atividades, criar sociedades, grupos e equipes, convocar os que estão parados, omissos e acomodados, influenciarem os homens de seu entorno, cristãos ou não, e anunciar o evangelho de Cristo em tempo e fora de tempo, até que Ele volte. n

CB Alagoana realiza a 3ª Academia de Estudos para Pastores e Líderes Participaram do evento líderes da região e até internacionais.

João Vitor Leite

auxiliar de comunicação da Convenção Batista Alagoana

A Academia de Estudos para Pastores e Líderes 2023 aconteceu no Acampamento Batista Alagoano, durante os dias 18 a 23 de setembro. A terceira edição do evento promovido pela Convenção Batista Alagoana teve como objetivo propor tempo de qualidade e bem-estar para os líderes e ambiente de troca de experiências, aprendizagem e renovação de forças para o ministério. Além da liderança local, foram convidados líderes dos estados de Pernambuco e Sergipe. A programação contou com palestras e oficinas sobre temas como liderança, evangelismo, aconselhamento e gestão pastoral. As plenárias foram conduzidas por preletores de reconhecimento nacional, como o pastor

Semana de capacitação ministerial marcou o final de setembro no Acampamento Batista Alagoano Milton Monte, gerente de projetos da Junta de Missões Nacionais (JMN). Participaram também pastores da Igreja Batista em Simpsonville, da cidade americana de Carolina do Sul, e os pastores alagoanos Farley Monteiro e Anderson Nunes. Nas horas de lazer, foram oferecidas sessões de massagem, atendimento psicológico e bate-papo com

advogados e contadores especializados na área ministerial. O pastor Henrique Soares, presidente da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil seção Pernambuco (OPBB-PE), esteve presente nas duas últimas edições do evento e acompanhou a evolução da Academia. “Foi um momento de congraçamento entre os pastores, mas também de aprendiza-

do da Palavra. Nesses três anos, podemos perceber uma melhora significativa nas palestras e no acolhimento dos pastores”, enfatiza. E completa: “Louvamos a Deus pela Convenção Batista Alagoana e pelo trabalho que tem sido feito!” Um tempo de crescimento e comunhão que deixou o sentimento geral de alegria e esperança. n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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“Não os impeçais” Flavia Lopes expõe as dificuldades de conscientizar sobre a evangelização dos pequenos. Sebastian Zanuncio

estagiário do Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira*

A esteira é desligada. Uma pecinha no interior do motor do automóvel está fora do lugar. Por causa do pequeno defeito não detectado antes, o carro deverá voltar ao início da linha de montagem para que seja brutalmente desmontado. Dá para acreditar? Pois é isso que fazemos quando deixamos que as crianças cresçam sem aprender sobre a mensagem de Cristo em todos os seus aspectos. Flavia Lopes identifica essa carência quando olha para a Igreja brasileira. A líder nacional do Amigos de Missões (AM) conheceu o projeto da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB) para crianças pequenas quando assumiu o ministério infantil da Igreja Batista de Moça Bonita, em Padre Miguel - RJ, onde congregava a antiga líder do AM, Lidia Pierott. Ao lembrar de como, ainda menina, participava dos projetos evangelísticos da sua Igreja em Governador Valadares - MG, a pedagoga mineira sentiu arder o desejo de reativar essa organização missionária centenária, da qual está a frente desde o fim do ano passado. Em entrevista ao Batistas em Pauta, Flavia defendeu a importância da formação cristã para além da teoria já nos primeiros anos de vida, fase determinante para o desenvolvimento das pessoas. Ela também deu dicas de como família e Igreja podem se unir para que, diferente daquele veículo na fábrica, não comecemos a agir quando for tarde. Os Batistas já possuem as Mensageiras do Rei e Embaixadores do Rei, organizações que trabalham com crianças. Qual seria a diferença e a relevância do Amigos de Missões? Para que a gente tenha Mensageiras e Embaixadores, começamos com Amigos de Missões, a organização missionária das crianças pequenas. A gente não precisa esperar a menina completar 9 anos para investir na formação cristã missionária dela, ou vocacional para o menino. A gente já começa a prepará-los na primeira infância. Nossa organização abrange de 4 a 8 anos, todo mundo junto. Quando fazem 9 anos, meninos vão para Embaixadores e meninas, para Mensageiras. Deus fala em Sua Palavra, em Provérbios: “ensina a criança”. Não só o adolescente ou o jovem. Desde que ela nasce, o mandamento é: coloca no umbral da porta. Fala quando acorda, quando se senta, quando levanta, comendo, escovando o dente. Ensina o tempo todo! A EBD (Escola Bíblica Dominical) é direcionada para a criança ter co-

nhecimento de Bíblia, aquele currículo que as editoras oferecem. O culto infantil é a atividade que a criança vai vivenciar a liturgia do culto: adoração, oração, ofertório, ministração da Palavra, consagração, confissão de pecados, comunhão com a Igreja. Agora, a organização missionária se destaca, porque é muito mais próxima do dia a dia. Ela dá oportunidade para a criança aprender a falar de Jesus para o seu amigo, a fazer ação evangelística na vizinhança, na rua, na escola, a se posicionar contra as questões que aparecem no cotidiano. Você comentou as diferentes ênfases que cada trabalho com criança na Igreja tem. Qual é a importância de ter material de apoio especializado? É através da literatura que a gente imprime o caráter missionário na criança e dá ferramenta para o professor trabalhar essa tendência. A revista do professor tem orientações para os encontros bíblicos e a da criança, atividades e propostas mais dinâmicas. Não dá para ter Amigos de Missões sem a Revista Sorriso, isso posso afirmar. É ela que dá o direcionamento. Uma revista que você compra para o professor é uma ferramenta muito poderosa, porque tem continuidade. A pior coisa para quem é líder de crianças é não ter previsibilidade, ficar de Google em Google imaginando o que ministrar na semana que vem. É um investimento relativamente baixo, diante de um retorno tão alto. Fico realmente bastante chocada quando vemos nós Batistas usando material que até fere nossa doutrina. E temos que ter um zelo especial, porque estamos trabalhando na fundação. A criança absorve tudo. Se a gente der o melhor, ela vai crescer no melhor e quem vai colher os frutos somos nós mesmos, o Reino de Deus. As crianças de hoje nascem num contexto midiático e tecnológico inimaginável anos atrás. Como a Igreja deve se preparar para lidar com esta nova geração? Tudo passa. Até pouco tempo, o

fax era uma sensação e, hoje, não existe mais. Acho que a melhor maneira de nos prepararmos é nos conscientizando de que precisamos ser uma Igreja bíblica. Quando vivemos de eventos, a gente acaba se enfraquecendo. Não adianta levar a criança no dia que tem a festa, fantoche, teatro, e no domingo seguinte não tem nada. Se você consegue dar constância ao ministério das crianças, isso é que fará a diferença. Precisamos de uma ou outra pessoa que sempre vai estar preparada para ministrar sobre as crianças. O preparo precisa nascer no coração da liderança e estar alinhado com a mão de obra disponível. Dá para fazer cursos. A União Feminina oferece o curso de Amigos de Missões entre R$40,00 e R$50,00. É um valor acessível e tem a formação passo a passo. A Igreja pode investir. Se a pessoa tiver a oportunidade de estudar Pedagogia, é legal. Porque ela vai estudar a psicologia da infância, os transtornos e muitas dicas. Mas, ministerialmente falando, considero dois caminhos interessantes. O primeiro é o curso da APEC (Aliança Pró Evangelização das Crianças). É algo consolidado, no mundo todo. Houve um tempo em que a APEC ficou congelada no tempo. Mas, de dois, três anos para cá, ela vem atualizando seus materiais, acrescentando recursos visuais. A APEC ainda é a referência mais segura, bíblica, de evangelização da criança. Não deixa a gente perder de vista que aquela criança, sem Jesus, vai para o inferno, que ela precisa do perdão de seus pecados, confessar e receber Cristo como Salvador. Eu fiz o curso da APEC há 30 anos, quando tinha 14. Segundo, temos o SEC (Seminário de Educação Cristã) e o CIEM (Centro Integrado de Educação e Missões) oferecendo curso de educação cristã, até à distância. E com especialização em Ministério Infantil. Estão aí. Dentro da nossa denominação, nosso prato está feito! Eu sou aluna do SEC. Entrei bobinha e já vou dar um spoiler: o curso é robusto, tem profundidade.

Muitos pais se queixam do que seus filhos aprendem fora de casa, mas não sabem como corrigi-los. Como você enxerga esse cenário? Esta é a maior dificuldade que a Igreja enfrenta hoje. A gente tem uma referência parental enfraquecida e, na contramão, uma pressão pela educação positiva. Você não pode constranger a criança, não pode disciplinar. Diante desse cenário, a gente sabe que a criança precisa da autoridade espiritual de seus pais, porque foi a eles que Deus deu como herança. A Igreja é a parceira da família no caminho do Senhor. Jamais podemos interferir na escolha que o pai e a mãe fizeram para a criação de seu filho. Nosso maior desafio é que, hoje, não podemos claramente discordar. O que a gente pode fazer é ensinar a verdade, porque ela libertará. Podemos ensinar os preceitos do Senhor, de que o filho a quem a vara é poupada “envergonha sua mãe” (Provérbios 29.15). Podemos orar e acompanhar de perto, porque os pais nos procuram. Mas chegar com a proposta, muitas vezes, acaba fechando a porta do diálogo. Na sua experiência como líder nacional de AM, como você avalia o trabalho que os Batistas têm feito pelo Brasil? Houve um tempo em que eu e meu filho, hoje com 13 anos, íamos à Assembleia e tínhamos a CBB Kids. Como ele teve experiências com Deus nesses encontros! É algo que se perdeu nos últimos anos. Mas acho que, sim, acordamos enquanto Batistas brasileiros para essa realidade, que é muito diversa. Temos regiões que têm condições para imprimir 50 revistas e outras que o sinal de internet mal chega para baixarem o material que compraram. Trabalhar com essas realidades diferentes é desafiador. A divisa de Amigos de Missões fala: “Não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita” (Gl 6.9). A gente não pode parar de avançar! Não podemos ceder para o cansaço, porque colheremos dessa semeadura, se não desanimarmos. É uma promessa do Senhor. Este texto foi composto a partir do episódio 22 do Batistas em Pauta, programa semanal da Convenção Batista Brasileira em parceria com a Rede 3.16. Acesse esta e outras entrevistas no canal da CBB no Youtube: www.youtube.com/@ConvencaoBatistaBrasileira. *Sob supervisão de Estevão Júlio, jornalista responsável pelo Departamento de Comunicação da CBB n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

Igreja Batista Central de Volta Redonda - RJ celebra 77 anos de missão feminina em atividade O culto contou com momentos emocionantes e de reflexão sobre a importância da obra missionária. Sheila Muniz

coordenadora geral da MCM da Igreja Batista Central de Volta Redonda - RJ

A Mulher Cristã em Missão (MCM) da Igreja Batista Central de Volta Redonda (IBCVR) - RJ comemorou 77 anos da organização na localidade, no último dia 24 de setembro. Com o tema “Uma Igreja Ativa Floresce”, todos tiveram a oportunidade de refletir sobre como e onde testemunhar de Cristo. O culto teve a direção da líder da Jovens Cristãs em Ação (JCA), a jovem Beatriz Souza, e mensagem da diaconisa, poetisa e agora também youtuber Gilda Aurélia, que presidiu este ministério com mulheres há alguns anos. As irmãs atuaram com mensagem musical no prelúdio e através do coro feminino da Igreja, o Coro Cantares. Antes mesmo da Igreja completar três meses de funcionamento, ocorria a posse da primeira diretoria da

Celebração de quase 80 anos de trabalho missionário feminino em Volta Redonda - RJ homenageou pioneiras Sociedade de Senhoras, no dia 19 de setembro de 1946. A IBCVR sempre teve um olhar especial para missões, pois tem em sua história o saudoso missionário Walter B. McNealy. A Junta de Missões de Richmond, em Virgínia - EUA, enviou o pastor americano para organizar a igreja. Hoje liderada pelo pastor Carlos Oliveira, continua com o coração em missões, valorizando todas as organizações locais e denominacionais.

As missionárias impactaram a Igreja com ação que permitiu que todos ofertassem

No culto de gratidão, as irmãs, lideradas pela coordenadora geral, Sheila Muniz, fizeram um gesto ímpar no momento de ofertório. Elas trouxeram suas ofertas divididas em notas menores para compartilhar com aqueles que não vieram preparados. Encorajaram os demais irmãos a fazerem o mesmo e, assim, toda a Igreja teve a oportunidade de ofertar para a campanha de Missões Nacionais, além de incutir nos corações mais distraídos

sobre a importância de ofertar. O valor arrecadado foi o mais expressivo de todo o mês de campanha. A irmã Sheila Muniz apresentou aos participantes as atividades e todo o envolvimento da MCM com a Igreja e sociedade neste ano, culminando com uma breve homenagem às irmãs que haviam passado pela liderança. Foi um culto maravilhoso ao Senhor. Estamos todos impactados até agora! Glória a Deus! n

PIB São Caetano do Sul distribui mais de 500 bexigas amarelas nas ruas A ação fez parte da campanha Setembro Amarelo.

Lucas Meloni

jornalista, coordenador de Comunicação da Primeira Igreja Batista de São Caetano do Sul - SP

Mais de 500 bexigas amarelas coloriram a região metropolitana de São Paulo na manhã do último domingo de setembro, dia 24. A ação promovida pela Primeira Igreja Batista de São Caetano do Sul fez parte da campanha que trata da prevenção ao suicídio e da valorização da vida: o Setembro Amarelo. Cada uma delas tinha a mensagem “Estoure e Leia” e trazia um bilhete de esperança, além de um folheto evangelístico. No texto do bilhete, junto com a mensagem de apoio e encorajamento, era possível encontrar um QR Code que direciona para um vídeo especial da campanha, no site primeirabatista. com.br. O código também direcionava para o WhatsApp da PIB São Caetano, um canal aberto para que o público envie pedidos de oração, de ajuda, solicite visitas ou marque horário para aconselhamentos. As equipes se concentraram em ruas do entorno da PIB São Caetano, como Piauí, Amazonas, Oswaldo Cruz,

O fim de setembro ficou mais alegre na região do ABC paulista após ação evangelística José Benedetti, Rio Grande do Sul. Outro ponto estratégico na cidade foi a avenida Presidente Kennedy, que tem parte de sua extensão fechada ao tráfego de veículos aos domingos como opção de lazer às famílias da cidade. Mais de 20 pessoas ajudaram na entrega das bexigas entre crianças, adolescentes e adultos. Esta foi a segunda edição da ação evangelística com balões amarelos, iniciada em 2022. Neste mês acontece a campanha chamada Setembro Amarelo, uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria. O tema deste ano é “Se Precisar, Peça Ajuda”. Segundo a Or-

ganização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 700 mil pessoas tenham tirado a própria vida no mundo em 2019, último ano com levantamento disponível. No Brasil, a média é de 14 mil casos por ano. A PIB de São Caetano Em atividade desde 1941, é uma das mais conhecidas Igrejas evangélicas do Grande ABC paulista. Foi responsável pela abertura e apoio de diversas congregações em São Paulo e em outros estados, além de formar diferentes pastores. Na atualidade, a PIB de São

Caetano conta com 42 parcerias missionárias como foco nas áreas de evangelismo, educação de crianças, educação teológica, ensino de artes marciais, entre outras. Está ligada às convenções Batista Brasileira (CBB) e Batista do Estado de São Paulo (CBESP). Acompanhe a PIB nas redes: @ pibsaocaetano (Instagram, YouTube, Facebook, Threads e TikTok). Entre em contato pelo WhatsApp: 11 956403817. A PIB fica na Rua Amazonas, 875 | Rua Piauí, 293 (estacionamento grátis). Cultos aos domingos, às 9h e às 19h e às quartas, às 20h. n


MISSÕES MUNDIAIS

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Acampamento de Promotores 2024: Inscrições abertas Redação Missões Mundiais Inscrições abertas para o Acampamento de Promotores 2024! Chegou o momento de unir nossa fé, nossa mobilização e a nossa vontade de fazer mais e melhor por Missões Mundiais em 2024. No acampamento, o(a) promotor(a) ouvirá testemunhos de missionários diretamente do campo, será capacitado para realizar a campanha de 2024, terá a oportunidade de viver a comunhão e trocar experiências com líderes, missionários e outros colegas de missão. Além disso, terá acesso a um panorama sobre os principais desafios de Missões Mundiais e conhecerá um pouco mais os Missionários Mobilizadores de cada região do Brasil. Para alinhar nossas ações e pensamentos em torno da campanha de Missões Mundiais para o ano de 2024, inscreva-se: fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cris“Cada um exerça o dom que re- to, a quem sejam a glória e o poder São Paulo Sul (Piraquara-PR) De 2 a 4 de Fevereiro de 2024 - wwDe 23 a 25 de Fevereiro de 2024 cebeu para servir aos outros, admi- para todo o sempre. Amém. (1 Pedro w.e-inscricao.com/missoesmundiais/ - www.e-inscricao.com/missoesmun- nistrando fielmente a graça de Deus 4:10,11) n em suas múltiplas formas. Se alguém saopaulo2024 diais/acampamentopr2024 Você, promotor e promotora, é esEspírito Santo Rio de Janeiro De 2 a 4 de Fevereiro de 2024 - wwDe 2 a 4 de Fevereiro de 2024 - ww- sencial para a realização da campanha w.e-inscricao.com/missoesmundiais/ w.e-inscricao.com/missoesmundiais/ de Missões Mundiais nas Igrejas brasileiras. Contamos com você! riodejaneiro2024 acampamentoes2024

Vamos Completar a Missão Pr. Marinaldo Lima

pastor da Igreja Batista em Sítio Novo, em Olinda - PE

Se clamamos Maranata: “Ora vem Senhor Jesus!”, É porque nós desejamos a completa redenção. Quando o noivo aqui voltar pra buscar a sua Igreja, Com Ele nos uniremos em eterna comunhão. Para que nosso Senhor venha logo nos buscar, É preciso que cumpramos Sua grande comissão. Já pegamos no arado sem olharmos para trás E chegou a nossa hora de completarmos a missão. Vamos completar a missão! Cada Batista seja um obreiro na seara do Senhor, Orando, dando a oferta de missões com muito amor. Pregando o Evangelho ao seu parente, seu vizinho, Pois ver alguém perdido junto a nós

preparar Nos nossos seminários e faculdades teológicas, Seguindo depois para onde Deus enviar. Vamos completar a missão! A ordem de Jesus é ir por todo o mundo E fazer muitos discípulos de todas as nações, Batizando-os em nome do Pai, Filho e Espírito, Libertando os perdidos, que hoje chega aos bilhões. Vamos completar a missão! Ensinando os convertidos a guardarem a sã doutrina, cada crente nos causa dor. Cumprindo a sua ordem, pois em breve Que contribuir com missões é o amor Ele vem. intensivo. Vamos completar a missão! Prometeu estar conosco até o fim dos séculos Igrejas Batistas abracem a campanha Vamos completar a missão! Para que nós completemos a nossa de Missões missão, Amém! E envie a sua oferta com o Plano Coo- Que os vocacionados abracem o seu chamado perativo. Poema sobre Completar a Missão n Os pastores e promotores ensinem a E sejam recomendados para irem se


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

ASBAN abre nova frente missionária na cidade de Filadélfia Baiana irmã na fé abriu a casa para receber trabalho pioneiro em sua cidade.

Praticai a hospitalidade: irmã Dinalva oferece a própria casa para obra missionária Batista na Bahia Arnaldo Silva

presidente da Associação Batista Noroeste (ASBAN)

O interior da Bahia ganhou um novo ponto de pregação Batista na tarde de 20 de setembro. Depois de muita tentativa dos pastores Osvaldino Gomes de Almeida e Djair Guedes, que chegou a alugar uma casa na cidade, a frente missionária na casa da irmã Dinalva, da Igreja Batista em Itiúba, chega para cumprir a grande comissão na região afastada do centro do estado. A celebração teve início por volta das 16h, com Djair Guedes, pastor da Igreja de Dinalva. A oração de abertura foi feita pela irmã Valdete Rosa de

Almeida, esposa do pastor Osvaldino Gomes de Almeida. Em seguida, foram entoadas duas músicas. Foram lidos textos bíblicos, seguidos com oração pela abertura do novo trabalho. O louvor teve sequência com dois hinos do Cantor Cristão. Após os cânticos, fizeram uso da palavra o irmão Arnaldo Silva, trazendo três conselhos bíblicos para a plantação de uma Igreja: Paciência, Oração e Pregação. Ele concluiu a fala fazendo referência à Igreja bíblica de Filadelfia (Apocalipse 3.7-13), desejando que haja fidelidade e compromisso neste novo ponto de pregação no território do Piemonte Norte do Itapicuru. Estiveram presentes membros da

congregação da dona da casa e irmãos da Igreja em Carrapato, no distrito de Paratinga. A Igreja Batista Nova Jerusalém de Capim Grosso foi representada pela irmã Cristiane e pelo irmão Arnaldo Silva, presidente da Associação Batista Noroeste (ASBAN). A Primeira Igreja Batista em Jacobina foi representada pelo pastor José Loula, primeiro-secretário da ASBAN. Na fala da irmã Dinalva, que será responsável pela condução do trabalho, a sinalização é de muita paz e de um coração que arde por missões. “Meu desejo é buscar almas para Jesus”, exclamou com emoção a senhora, depois agradecendo o apoio dos presentes. Ela espera, em breve, poder

registrar vidas celebrando a Palavra no município de maioria católica, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado. O encontro que marcou a oficialização da nova frente missionária no território da Asban foi encerrado com a benção do pastor Djair. Houve ainda comemoração do aniversário de Milton, irmão de Dinalva, e da irmã Valdete, que também participou do culto. Só resta agora contar com as orações de todas as igrejas da ASBAN, apoio financeiro, entre outras ações que venham contribuir para solidificar a futura Igreja do Senhor em Filadélfia. n

Seminário Teológico Batista em São Luís - MA promove Semana Teológica Evento focou no discipulado baseado nos princípios da Igreja Multiplicadora.

Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti

pastor, diretor do Seminário Teológico Batista em São Luís - MA

O Seminário Teológico Batista em São Luís (STBSL) promoveu nos dias 3, 4 e 5 de outubro de 2023 a Semana Teológica do segundo semestre deste ano. O preletor do evento foi o pastor Diogo Carvalho. Professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, o palestrante debateu o tema “Batista por convicção e missão: eclesiologia sob olhar discipular”, baseado em livro homônimo que publicou no ano passado, pela Junta de Missões Nacionais, da qual é gerente operacional de Evangelismo. “Neste livro, o Pr. Diogo está focado em verdades centrais, [...] no vislumbre de uma eclesiologia que coloque aos pés de Cristo a Igreja, propriedade e projeto dele. Realmente, levar-nos a

Pastor Diogo Carvalho trouxe a experiência teórica e prática de cuidado com irmãos da fé para os alunos do STBL nós próprios pelo caminho da pureza doutrinal e do discipulado é um desafio às agendas abduzidas. Mas esse desafio pode ser superado. Basta que nos inspiremos no modelo de Cristo [...]. Coloquemos, pois, em prática as contribuições trazidas por este livro”, avaliou Gilson Breder, líder da equipe ministerial da Primeira Igreja Batista de Campo Grande - MS.

A liderança do STBSL entende a importância de reforçar nossas convicções a partir do conhecimento da História e Teologia do povo Batista. Entendemos que os princípios que fundamentam a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira fortalecem a Igreja local e possibilitam um maior impacto da mesma na sociedade contemporânea. Por

isso, cremos que a Semana Teológica possibilitará a todos seminaristas, professores, pastores e líderes das Igrejas que participaram maior consolidação da identidade denominacional e impulsionamento da missão deixada por Jesus Cristo a Seus seguidores de fazerem novos discípulos de todas as nações. n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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Grande celebração na praça do papa encerra aniversário de 120 anos dos Batistas no Espírito Santo Evento com mais de 30 mil presentes fez parte de série de comemorações pelo estado. Billy Graham Rodrigues

pastor, membro do Ministério de Comunicação da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo

No dia 16 de setembro, a Praça do Papa em Vitória - ES perdeu o sentido do nome. O espaço foi todo dedicado a Jesus Cristo e aos 120 anos da congregação Batista no estado. Cerca de 32 mil pessoas participaram do evento, glorificando a Deus pelas inumeráveis bênçãos recebidas. O orador da ocasião foi o pastor Raphael Abdalla, presidente da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBEES) e terceiro vice-presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB). Abdalla pregou um sermão evangelístico baseado em Lucas 13.16, destacando que são muitos os cativeiros que prendem e deixam as pessoas encurvadas como a mulher que Jesus encontrou: espirituais, emocionais, econômicos. O pastor enfatizou que somente Jesus Cristo tem poder para libertar, endireitar e desencurvar o ser humano. Após o sermão, centenas de pessoas levantaram a mão recebendo Jesus como Senhor e Salvador e outros se reconciliaram com Deus, recebendo logo em seguida oração e orientação dos conselheiros espirituais. O grupo Novo Som, a cantora Aline Barros, o coral do Projeto Viver e da Cristolândia abençoaram o evento com autêntico louvor a Deus. Várias autoridades da Grande Vitória, como o prefeito Lorenzo Pazolini e o governador do estado em exercício Ricardo Ferraço, prestigiaram as comemorações com a sua presença. “A comemoração foi marcante! Primeiro, porque pudemos ver a Igreja unida, celebrando o nome de Jesus com Batistas vindos dos quatros cantos do estado. Segundo, porque pudemos honrar aqueles que bravamente lançaram a semente do Evangelho. E terceiro, porque pudemos reconhecer o esforço e a dedicação das nossas Igrejas e olhar para a frente, crendo que Deus fará maravilhas ainda maiores entre nós”, afirmou o pastor Evaldo Carlos dos Santos, ex-presidente da CBEES e líder da Primeira Igreja Batista da Praia da Costa. “Quando minha família chegou ao evento, nos sentimos em casa: amigos, irmãos, culto de louvor a Deus e uma excelente organização deram o tom daquela noite de celebração. Com certeza, foi um marco para os Batistas capixabas e uma mensagem clara ao nosso estado de que, há 120 anos, os Batistas têm cooperado com a paz do povo desta abençoada terra que se

Pastor Raphael Abdalla ministra o Evangelho para mais de 30 mil ouvintes

Coral da Cristolândia e do Projeto Viver encantam o público com suas apresentações chama Espírito Santo”, pontuou o irmão Michel Ribeiro, vice-presidente da Primeira Igreja Batista em Laranjeiras, do município de Serra. “Eu louvo a Deus pela vida dos Batistas capixabas, por esses 120 anos, pelas marcas deixadas: visão missionária, ação social, comprometimento com a Palavra, liderança com discernimento e sabedoria. Estarmos ali na Praça do Papa, com milhares de pessoas agradecendo a Deus e entendendo que Ele tem honrado a nossa história foi algo muito especial! Por isso, nos alegramos com tudo e assumimos o compromisso de continuar fazendo essa obra tão importante, que é a obra Batista em nosso estado”, disse o pastor Doronézio Andrade, primeiro vice-presidente da CBEES, segundo vice-presidente da CBB e líder da Primeira Igreja Batista de Vitória. Durante a celebração na Praça do Papa, exibimos um vídeo histórico e comemorativo, que está disponível em nosso canal do YouTube: www.youtube.com/@videosbatistas. A história dos Batistas Capixabas é uma histórica muito rica, que não pode ser esquecida nem abandonada. Antes tem que ser lembrada, cultivada, reverenciada e estar sempre presente na memória. Comemorações anteriores Inúmeras sessões solenes aconteceram ao longo de 2023 nas câmaras municipais, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e também no Senado

Federal, em comemoração aos 120 anos de presença Batista entre os capixabas. No dia 21 de agosto, Batistas de todo o estado se alegraram na Primeira Igreja Batista em Alto Firme, berço da congregação no Espírito Santo. Neste terreno, nossa história começou a ser escrita pelo missionário Francisco José da Silva. Júbilo, lágrimas de emoção, aleluias e gratidão a Deus tomaram o coração e as faces dos que estavam presentes. “Louvamos a Deus por esse tempo, por este marco histórico! O louvor e a glória pertencem a Deus, por ele ter nos sustentado até agora. Que possamos olhar para a frente e ver que tem muito mais a ser realizado em nome do Senhor Jesus!”, destacou Márcio de Souza, pastor interino da PIB em Alto Firme. Nossa história A primeira pegada Batista em solo capixaba aconteceu em 1892. Numa reunião de missionários na casa de William Buck Bagby, no Rio de Janeiro, Salomão Ginsburg ficou incumbido de visitar a cidade de Vitória, com o objetivo de, mais tarde, em momento oportuno, abrir o trabalho da congregação no Espírito Santo. Ginsburg aceitou o convite e chegou à capital do estado em tempo de Carnaval. Distribuiu folhetos, anunciou o Evangelho, vendeu bíblias e deu o parecer que Vitória era um campo fértil para a semeadura da Palavra, apesar das perseguições.

Em 1894, chegou à cidade um modesto alfaiate baiano, Francisco José da Silva. “Chiquinho”, como chamado, era um servo fervoroso, batizado pelo missionário Zacarias Taylor. Era um evangelista nato e, por onde passava, levava a mensagem da salvação. Anos depois, Francisco foi para Alto Firme, região que na época pertencia ao município de Afonso Cláudio, hoje Brejetuba - ES. O lugar era um vilarejo pequeno, quase desconhecido. A população pouco sabia do Evangelho. Mas, mesmo em meio à descrença do povo e às dificuldades do local, o missionário conseguiu implantar a primeira Igreja Batista em solo capixaba, inaugurada em 1903 com aproximadamente 60 membros. Em outubro de 1904, num lindo dia de primavera, entrou na Baía de Vitória um navio trazendo o casal de missionários Loren e Alice Reno, iniciando um novo capítulo na história dos Batistas Capixabas. Quando chegaram aqui, criaram o Colégio Americano Batista, que se tornou um gigantesco campo de evangelização, através do qual centenas de alunos fizeram de Cristo o ponto central de suas vidas. Hoje, pela graça de Deus e pelo esforço de tantos obreiros, somos uma denominação forte, com mais de 85 mil membros em todo o estado. Uma denominação que realiza uma grande obra evangelística, missionária, teológica e social, deixando marca positiva na maravilhosa terra do Espírito Santo. Nosso alvo é alcançar a marca de 100 mil Batistas nos próximos anos. A Deus demos glória! n


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PONTO DE VISTA

Cuidando, protegendo e investindo nas crianças Jeferson Cristianini

pastor, colaborador de OJB

As crianças precisam de muitas coisas, mas considero que as mais importantes atualmente são: cuidado, proteção e investimento. Para que possamos cuidar, proteger e investir em nossos pequeninos, precisamos buscar fundamentação bíblica para entender como ensiná-los e desenvolvê-los a partir da cosmovisão cristã. Aprendemos os princípios da sabedoria cristã: “Ensine a criança no caminho em que deve andar”; “[...] criai-vos na disciplina e na admoestação do Senhor” (Provérbios 22.6 e Efésios 6.4). Precisamos investir em nossas crianças, mas o problema é que a vida adulta nos suga completamente com as demandas de nosso tempo agitado e corrido. Sobra pouco para os pequeninos. Os pais estão mergulhados no trabalho e preocupados com a carreira profissional, que é cada vez mais difícil em nossos dias. Os filhos carecem de atenção dos pais, que se sentem pressionados com a falta de tempo. Precisamos ajustar nossa agenda para que possamos investir tempo de qualidade em nossos filhos, para orarmos com eles, ouvi-los, saber de seus medos e preocupações. Para falarmos da vida e do futuro, de sexualidade.

Para ensiná-los o respeito e honra aos mais experientes e aos líderes. Precisamos investir na vida emocional de nossos filhos, que são mais e mais bombardeados e sugados para a vida digital. Toda essa imersão traz complicações para o desenvolvimento emocional, pois as crianças carecem de afeto e cuidado emocional. Precisamos investir na orientação delas, para que possam escolher bem a carreira profissional a fim de que cumpram a missão de Deus e sejam pessoas realizadas no casamento. Precisamos de cuidado e sabemos muito bem disso. Devemos buscar criar uma ambiência de cuidado para os nossos filhos. Eles carecem de cuidados especiais, pois estão numa sociedade de alta complexidade. As ideologias que corrompem os costumes cristãos estão sendo divulgadas e ensinadas em todos os lugares, por isso temos de dar atenção a eles e cuidar de tudo o que entra em suas mentes. Devemos cuidar dos filhos, assim como o jardineiro habilidoso e caprichoso que cuida do jardim, ao adubar as plantas e flores, remover as ervas daninhas e regar com boa água. Cuidar exige paciência e dedicação. O tempo se encarregará de nos mostrar que fizemos o melhor investimento ao

cuidarmos de nossos filhos. Precisamos cuidar para que nossos filhos se decidam por Jesus, que amem a Deus acima de todas as coisas, que “sejam luzeiros nessa geração perversa e corrompida” (Filipenses 2.15), “o bom perfume de Cristo” (II Coríntios 2.15), “embaixadores do reino de Deus” (II Coríntios 5.20) e sal e luz desta terra (Mateus 5.13-16). Precisamos proteger nossas crianças. Infelizmente, elas sofrem muito. São vulneráveis por natureza e nossa sociedade não as protege. As estatísticas são assustadoras nos casos de vários tipos de violência contra os pequeninos. Os mais novos não são protegidos pelo poder público, pela sociedade, pelas famílias. Por isso, a Igreja precisa, sim, manifestar cuidado e proteção às crianças. Lamentavelmente, algumas crianças não se sentem seguras e protegidas em seus lares e muitas vagam pelas ruas. Outras estão sofrendo maus tratos e não gozam de uma alimentação balanceada e equilibrada e, assim, não desfrutam de proteção. Não estão guardadas dos ataques de pedófilos e da indústria pornográfica no ambiente da internet. Os ataques cibernéticos são mais frequentes do que imaginamos. Elas estão vulneráveis em vários

ambientes. Elas precisam de proteção física, emocional, integral, alimentar, psicológica e, acima de tudo, espiritual. Precisamos orar muito pelas nossas crianças e sermos um povo que as ama e as protege. Que o espaço da Igreja local, da ambiência cristã, seja um ponto de apoio, abrigo, segurança, cuidado e proteção. Ao pensar nestas necessidades dos nossos pequeninos e relacionar tudo isso com o evangelho de Jesus, entendemos que temos uma grande oportunidade e responsabilidade para com Deus e para com as crianças. Precisamos investir no Ministério Infantil, pois os agora pequenos darão sequência na liderança e condução da Igreja e serão responsáveis pela divulgação da fé cristã para as próximas gerações. Lembremos sempre da expressão do salmista que afirma assim: “Em ti me tenho apoiado desde o meu nascimento; do ventre materno tu me tiraste; tu és motivo para os meus louvores constantemente” (Sl 71.6). Que ensinemos às crianças que elas foram criadas para a Glória de Deus, que Ele tem um propósito para a vida delas e que Ele é o nosso apoio. Deus ama as crianças e nos manda cuidarmos, protegermos e investirmos nelas. n


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/10/23

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Educação Cristã Diferenciada na Prática (Parte I)

Genivaldo Felix

Extraído do site da Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (www.oecbb.com.br)

“Aquele que está ávido tanto por aprender quanto por ensinar deve aprender tudo o que é possível ser aprendido e adquirir aquela capacidade discursiva que convém a um teólogo. Mas, quando chegar o momento de falar, que ele reflita sobre aquela declaração do nosso Senhor (…) “Não vos preocupeis com o que falareis nem como falareis, pois naquela hora vos será dado o que dizer. Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala por meio de vós””. (Agostinho De doctrina Christiana, apud Webster, 2023, p.178) Neste ensaio introdutório desenvolvido para o Blog da Ordem dos Educadores Cristãos Batistas do Brasil (OECBB), pretendo apropriar-me e, concomitantemente, desenvolver a ideia de uma “Educação Cristã diferenciada na prática!”, ou seja, uma tendência pedagógica aplicada à realidade educacional cristã no contexto da Igreja local, bem como na prática educativa do professor em sala de aula. Diria de antemão que uma tendência pedagógica denominada “diferenciada na prática” não se restringe à prática do professor em sala de aula na Escola Bíblica Dominical (EBD), mas que implica na construção de um projeto de gestão em Educação

Cristã desenvolvido no âmbito da Igreja local pelos sujeitos envolvidos com o ministério de Educação Cristã. Nosso objetivo ao construir uma proposta de “Educação Cristã diferenciada na prática!” é assegurar que todas as pessoas envolvidas em nossas Igrejas, por meio de um Projeto Educacional Cristão (PEC) consolidado na prática educativa em sala de aula pelo professor, garantir que todos possam aprender as Escrituras continuamente a partir de uma educação cristã personalizada, já que o conhecer, o aprender e o apreender as Escrituras não se dá de imediato na vida e no ministério dos sujeitos no processo de aprendizagem. Trata-se de um movimento que deve projetar (do grego projecte, “lançar se para a frente”) as pessoas no conhecimento sistemático, intencional e metódico das Escrituras de tal modo que possam desenvolver o aprendizado integral, “aprender a pensar e viver de modo diferente e transformador” a partir de um viés educacional fundamentado no plano salvífico de Deus. Trata-se de uma nova “arquitetura” pedagógica de educação cristã projetada com base em referenciais didático pedagógico e epistemológico do tipo “estudo personalizado”. Diante desta possibilidade, pondera-se: como as pessoas em nossas igrejas estão aprendendo as Escrituras, dominicalmente, como é de práxis, examinando as Escrituras para ensi-

nar outros, e, como podemos tornar dinâmico, esse processo na prática educativa cristã mais significativo para todos? Até que ponto é permitido romper com as rotinas de uma sala de aula convencional e tradicional adotando práticas diferenciadas ao promover uma aprendizagem significativa na vida cristã das pessoas? Como podemos avaliar o impacto desta tendência pedagógica, de Educação Cristã diferenciada na prática e no aprendizado das pessoas em relação ao ensino das Escrituras? Essas são algumas das ponderações e inquietações que faço a fim de tentar alcançar os objetivos propostos neste ensaio acadêmico. Primeiramente, faz-se necessário conceituar o que entendemos por Educação Cristã diferenciada na prática; já que a educação cristã é um projeto de transformação e formação da pessoa humana na perspectiva de uma cosmovisão cristã; segundo lugar, identificar as implicações de uma Educação Cristã diferenciada na prática e, por último, estabelecer um passo a passo para a implementação de Educação Cristã diferenciada na prática. Esses e outros subtemas serão desenvolvidos nos próximos artigos. Considero neste ensaio introdutório que a Educação Cristã diferenciada na prática consiste em uma tendência pedagógica do campo educacional aplicada ao PEC, bem como nosso objetivo em assegurar que todas as pes-

soas envolvidas em nossas igrejas, por meio de um PEC e, nossa capacidade de problematização de um tema atual para a pesquisa em Educação Cristã. No próximo blog, pretendo refletir entre outras coisas, natureza, finalidade e missão educacional, missional e vocacional da igreja. Segundo Miliband (2006, p.24), ao afirmar que personalizar não é um retorno às teorias de aprendizagem centradas no aluno; não é abandonar o currículo ou os objetivos de aprendizagem desenhados para determinado ano ou segmento de ensino, nem deixar que os alunos aprendam por si só; tampouco significa deixar que eles escolham o caminho de aprendizagem que querem seguir; por sua conta e risco. A proposta está centrada no desenho do percurso educacional de acordo com um conteúdo que faça sentido aos alunos, por meio da oferta de experiências de aprendizagem que estejam alinhadas às necessidades educacionais, habilidades e competências, possíveis de contemplar dentro de um campo de experiências indicado para a faixa etária, que favorecem o protagonismo e o desenvolvimento da autonomia. Personalização está relacionada, nesse aspecto, à identificação das reais necessidades de aprendizagem dos estudantes, individual e coletivamente, e das intervenções que o educador realizará no sentido de possibilitar que seus alunos aprendem mais e melhor. n



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