ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
Você crê?
Artigo fala da confiança do crente em Deus diante das adversidades da vida
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Encontro
Mais de 600 pastores participam do Congresso da OPBB Fluminense em Rio Bonito
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117 anos
Conheça a história da organização missionária que originou os Embaixadores do Rei
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Cutting?
Coluna explica o termo e sua relação com formas disfuncionais de lidar com a dor emocional
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Reflexão
Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Saúde de Corpo e Alma
EDITORIAL
Dia do Homem Batista
Neste Dia do Homem Batista, celebramos com gratidão e reverência a vida, a força e a coragem dos homens que servem fielmente em nossas Igrejas. Homens que se colocam à disposição de Deus para viver e testemunhar o Evangelho com dedicação, coragem e amor ao próximo.
Nossa homenagem se estende, de forma especial, à União Missionária de Homens Batistas do Brasil (UMHBB), que tem sido ao longo dos anos um
instrumento poderoso nas mãos do Senhor. Por meio dela, homens Batistas do país têm encontrado um espaço de comunhão, crescimento e missão, unidos pelo propósito maior de tornar acessível a todos a salvação em Jesus Cristo e de manifestar o Reino de Deus com fidelidade.
Gratidão – essa é a palavra que melhor expressa nosso sentimento neste dia. Agradecemos a todos os Embaixadores do Rei, Gamistas e Homens
Batistas pelo envolvimento incansável no ministério, pelo compromisso com o Reino e pela disposição em servir. Vocês são exemplos de fé viva e operante.
Que as organizações missionárias, em especial as ligadas à UMHBB, estejam cada vez mais comprometidas com a Grande Comissão, alinhadas às Diretrizes para o Planejamento Estratégico da Convenção Batista Brasileira — ferramentas pre -
ciosas que orientam nosso caminhar e missão.
Podemos e devemos fazer mais. Com mais intensidade. Com mais dedicação. Com mais amor a Deus e ao próximo. Que cada homem batista seja renovado em sua vocação, encorajado a liderar com humildade e a servir com paixão. Que continuemos sendo um povo missionário, forte na fé e perseverante na missão.
Feliz Dia do Homem Batista! n
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB
FUNDADOR
W.E. Entzminger
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Paschoal Piragine Jr.
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A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.
DIRETORES HISTÓRICOS
W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946);
Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)
INTERINOS HISTÓRICOS
Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).
ARTE: Oliverartelucas
IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA
Como blindar a Igreja com um estatuto forte (II)
Jonatas Nascimento
Dando sequência à nossa série de artigo, a partir daqui sugiro outras inserções por mim recomendadas, embora não exigidas por lei, são as que seguem:
Instituição do Conselho Fiscal
Embora não obrigatório, o conselho fiscal em organizações religiosas é um órgão essencial para garantir a transparência e a boa gestão financeira, fiscalizando a atuação da diretoria e verificando a aplicação correta dos
recursos. Ele atua de forma independente, promovendo a confiança dos membros e doadores na organização.
As atribuições de um conselho fiscal vão muito além da conferência de “notinhas e recibos” e de lançamentos de entradas e saídas. Senão, vejamos: I - Elaborar a proposta orçamentária; II - Analisar o movimento financeiro; III - Propor dotações orçamentárias das contas; IV - Manter atualizado o estudo sobre o potencial financeiro; V - Emitir parecer sobre assuntos financeiros extraordinários encaminhados para estudos; VI - Apresentar parecer
sobre o relatório da tesouraria; VII - Assessorar o tesoureiro na elaboração do relatório; VIII - Zelar para que os compromissos da igreja sejam honrados regularmente; IX - Examinar cuidadosamente o relatório financeiro elaborado pela tesouraria; X - Confrontar as despesas com o orçamento aprovado; XI - Conferir extratos bancários com os livros da tesouraria, verificando a sua exatidão e conciliação; XII - Orientar o tesoureiro quando houver erros ou omissões; XIII - Conferir o cumprimento das obrigações financeiras assumidas pela igreja e demais entidades que
estejam sob a sua responsabilidade; XIV - Abastecer o profissional contábil com documentos e demais informações necessárias ao fiel cumprimento das suas obrigações fiscais e legais. (Fonte: Cartilha da Igreja Legal, 4ª edição. 2ª tiragem, Ed. All Print. 2024). n
Jonatas Nascimento, diácono. Coautor da obra Nova Cartilha da Igreja Legal. WhatsApp: (21) 99247-1227. E-mail: jonatasdesouzanascimento@ gmail.com
Habemus papam ou Habemus Iesus?
O mundo parou alguns dias atrás para aguardar a escolha no novo Papa no Conclave do Vaticano e a fumacinha branca na chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, e, depois, a expressão em latim: “Habemos papam” e para conhecer quem é o novo eleito Papa na Igreja Católica que, no caso, foi o cardeal norte-americano, Robert Prevoust, o agora chamado Leão XIV. Esse termo quer dizer “Temos um papa...” e o outro termo do título acima “Habemus Iesus ”, o significado de “Temos Jesus”, já que a palavra Jesus em latim é uma transliteração do termo grego Iesous que por sua vez vem do hebraico Yeshua que significa “Deus é a salvação”. Não somos mais perdidos, graças ao nosso salvador. Temos Jesus!
Filipenses 2.9-11, diz: “Por isso, Deus o exaltou à mais alta posição
e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. Temos Jesus, o Senhor de nossas vidas!
Temos vida enquanto respiramos e temos propósitos a realizar. Há muita gente que perde o interesse em viver por não ter condições ou perder essa vontade pelo luto de um ente querido ou mesmo por falta de saúde. Temos Jesus, a nossa vida!
Temos vida porque ao possuirmos fé naquilo que acreditamos, podemos ser impulsionados para frente rumo ao que almejamos. E quando se crê em Deus, tudo pode ser ainda mais promissor devido a uma força divina vinda dos altos céus. Temos Jesus, que nos sustenta sempre!
Temos vida ao andarmos não apenas pensando no futuro que vivenciamos, mas investindo no hoje para
O que nossa fé em Cristo revela
“Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus” (Mt 16.12).
Cristo faz, a nós, a mesma pergunta que Ele propôs aos Seus discípulos: “E vocês? Quem vocês dizem que Eu sou?” (Mt 16.15). Inspirado pelo Pai Celestial, Pedro respondeu: “O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo. Jesus afirmou - Simão, filho de João você é feliz porque esta
amanhã colhermos frutos doces e não amargos de tudo quanto pudermos semear de bom em nossa própria vida.
Temos Jesus, o nosso viver atemporal!
A vida é uma dádiva de Deus e ce-
verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas velho diretamente do meu Pai, que está no céu” (Mt 16.17).
O conteúdo da pregação que fazemos aos nossos contemporâneos deve ser o mesmo daquela mensagem espiritual que vem transformando o mundo, desde o primeiro século. À semelhança do apóstolo Paulo, “nós pregamos a Cristo que, por amor a nós, foi crucificado” (I Co 2.2).
lebrá-la com todas as suas possibilidades é algo fundamental a todos. Tenhamos sempre o melhor da vida, já que temos Jesus em nosso coração! n
Luciene Cunha Barbosa
membro da Primeira Igreja Batista em Vera Cruz, em Goiânia - GO; pedagoga, educadora cristã, neuropsicopedagoga, psicóloga Clínica, mestre em Educação, doutoranda em Educação
Recorrer a recursos e ferramentas adicionais pode enriquecer a prática da oração, tornando-a mais profunda e conectada. Este texto apresenta uma seleção de livros, aplicativos, sites e comunidades que podem apoiar a jornada espiritual através da oração. Livros recomendados sobre oração - Os livros sobre oração oferecem insights valiosos, orientações práticas e reflexões espirituais. Aqui estão algumas sugestões: “A Arte da Oração”, de Kenneth E. Hagin, explora os diferentes tipos de oração e oferece diretrizes práticas para fortalecer a vida espiritual. “O Poder da Oração”,
de Stormie Omartian, destaca a relevância da oração na vida cotidiana e como ela pode ser uma fonte de força e transformação. “Orações que Devastam Demônios”, de John Eckhardt, é um guia focado em orações de libertação e proteção espiritual, com uma abordagem prática.
Aplicativos e sites úteis - A tecnologia pode ser uma aliada na prática da oração, oferecendo recursos convenientes e acessíveis: YouVersion Bible App oferece planos de leitura bíblica, devocionais diários e listas de oração: Pray.com é um aplicativo dedicado à oração, com funcionalidades para pedidos de oração, grupos de oração e orações guiadas. Echo Prayer auxilia na organização e registro de pedidos de oração e respostas. Bible Gateway é um site com várias traduções da Bíblia e recursos como devocionais e guias de oração.
Recursos e ferramentas x prática da oração
Grupos de oração e comunidades de apoio - Participar de grupos de oração ou comunidades de fé promove suporte e encorajamento. Exemplos incluem: Grupos de oração na Igreja: reuniões organizadas para oração conjunta e compartilhamento de testemunhos. Comunidades online: grupos em plataformas como Facebook, WhatsApp e Telegram para apoio espiritual e conexão com outros crentes. Conferências e retiros: eventos transformadores dedicados à oração, que aprofundam a vida espiritual e a comunhão.
A utilização de recursos e ferramentas adicionais pode enriquecer e fortalecer a prática da oração, oferecendo novas perspectivas e apoio contínuo. Livros, aplicativos e comunidades de fé são elementos que mantêm uma vida de oração vibrante e significativa. Integrando esses recursos em sua
jornada, é possível experimentar uma conexão mais profunda com Deus. Além disso, a oração é fundamental na vida espiritual, como um meio direto de comunicação com o Criador. O uso consistente de recursos e o compromisso com a sinceridade e perseverança na prática da oração tornam a comunicação com Deus constante e transformadora.
Que esta abordagem sirva de inspiração para aprofundar sua vida de oração.
Referências bibliográficas
HAGIN, K. E. A Arte da Oração. São Paulo: Editora Rhema, 2018. OMARTIAN, S. O Poder da Oração. Rio de Janeiro: Mundo Cristão, 2017. ECKHARDT, J. Orações que Devastam Demônios. Belo Horizonte: Editora Chara, 2019. n
Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB
Olavo Fe ijó
pastor & professor de Psicologia
Jairo de Souza Peixoto coordenador da União Missionária de Homens Batistas do Brasil
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação do mundo. Amém” (Mt 28.19,20).
Neste dia do Homem Batista, nos congratulamos com os meninos, com os jovens e homens Batistas de nossas Igrejas e Congregações, aqui e no mundo. Que o Senhor nosso Deus multiplique suas forças e aumente a sua fé, cada vez mais! Que os homens Batistas do Brasil sejamos a resposta para as demandas das nossas famílias, nossas Igrejas e a comunidade, de perto e distante!
HOMENS TRANSFORMADOS EM DISCÍPULOS DE JESUS , relevantes para a família, para a Igreja e para a sociedade. Este é novo tema, a visão e a nossa razão de ser. Sim, tempos de mudança, tempos de renovação que se avizinham e para os quais precisamos de todos os homens, desde os embaixadores mais novos até os irmãos decanos e experientes.
Para responder às questões que se repetem, nos somos a resposta. Para as demandas da sociedade, nós seremos a solução. Para o sacerdócio familiar que está cada vez mais requerido pelas esposas e filhos, nós somos este sacerdote, sob a unção do Espírito Santo para este novo tempo. Somos Homens Discípulos!
Homens discípulos são homens que:
1. AMAM a Deus acima de todas as coisas sendo fiéis, tementes, amando a sua família e sendo seu sacerdote;
2. DISCIPULAM os seus filhos;
3. SÃO exemplos de cristão para as novas gerações;
4. APRESENTAM-SE e agem como servos na sua Igreja, sendo membros ativos e relevantes;
5. PORTAM-SE como exemplos de integridade e hombridade para a sociedade;
6. TEMEM a Deus, fiéis à Sua palavra, desenvolvendo sua vocação
7. SÃO missionários, alcançando as novas gerações com o evangelho.
Se o irmão que lê este artigo concorda com esta visão, por gentileza, ore e faça a sua parte, porque JUNTOS SOMOS MELHORES! A sua oração e a sua atitude em muito engrandecerá o
Dia do Homem Batista
Reino de Deus e a sua justiça, onde você está!
O chamado de Deus no texto da Grande Comissão, citado acima, é para todos nós, para a Igreja como um todo, disto somos todos sabedores. Mas recai sobre nós, os homens Batistas, a oportunidade, o privilégio e a missão de sermos os agentes primeiros onde estivermos, começando pelos lares, nossas famílias, nosso primeiro campo missionário. De lá, saímos para a Igreja, apoiando e ajudando o ministério pastoral, nas tarefas mais simples até as mais específicas, com o dom que recebemos do Senhor, como talentos. E para a sociedade, esta que está cada vez mais sedenta clamando por todos os poros por uma palavra de salvação, por atitudes de homens varonis, que sejam íntegros, honestos e dignos de respeito.
No tema do ano “Homens de Coragem”, sob a divisa de I Reis 2.2, temos o mote para este chamado do Senhor. SEJA HOMEM – disse o rei ao seu filho. O texto segue discorrendo sobre a necessidade de que Salomão obedeça ao Senhor, seguindo os seus estatutos e honrando ao Deus que seu pai conheceu e dele se tornou “amigo de Deus”. Portanto, neste Dia do Homem Batista, nosso desejo é que sejamos ho-
mens discípulos de Jesus, cumprindo a ordem expressa no texto em epígrafe e que norteia a Grande Comissão, sendo e fazendo discípulos de Jesus multiplicando os homens seguidores de Cristo, honrando nosso matrimônio, caminhando com nossos filhos, testemunhando para os amigos e, acima de tudo, amando a Deus!
Ser relevante como homem cristão deve ser uma qualidade cravada na pele de cada homem. Ao se perguntar sobre quem vai responder às demandas que se afloram na família, na Igreja e na sociedade, antes mesmo que os outros nos cobrem tal posição, seja sobre nós a ação do Espírito Santo nos empurrando para saltarmos a frente e respondermos: EIS-ME AQUI!
Quem vai amar a Deus?
Quem vai discipular os filhos?
Quem vai falar de Cristo aos homens, em todos os lugares?
Quem vai defender o seu lar, sendo o sacerdote pleno?
Quem vai testemunhar às novas gerações?
EU VOU. NÓS VAMOS!
SIM, somos e seremos as repostas para todas as questões, sob a unção do Espírito Santo de Deus, com a Sua Graça e Misericórdia. E que para tanto, o Senhor Deus nos abençoe! n
Dormindo com o inimigo
Valtair Miranda pastor, Doutor em História e Ciências da Religião; redator da revista Homem Batista; professor de História do Cristianismo e coordenador de pósgraduação no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil
O Salmo 23 apresenta uma das imagens mais significativas e reconfortantes das Escrituras: o vale da sombra da morte. O salmista, ao descrever sua caminhada por esse vale, deixa claro que, tendo Deus como seu Pastor, não temerá qualquer mal. Há uma peculiaridade intrigante nessa imagem: a sombra da morte é localizada em um vale. À primeira vista, seria mais intuitivo imaginar tal sombra em lugares sombrios e perigosos como becos escuros, as alturas íngremes de uma montanha traiçoeira ou a travessia de um rio revolto. No entanto, o salmista demonstra profundo conhecimento sobre a vida de uma ovelha e a dinâmica do pastoreio. Ele sabe que o perigo não está restrito aos locais óbvios; ele se encontra nos lugares mais inesperados. Assim, a sombra da morte não está confinada a um local ou situação específicos: ela permeia os vales, as montanhas, os becos e os rios. Está presente em todos os espaços da existência humana.
Essa presença universal da sombra da morte sugere algo mais profundo: viver implica enfrentar constantemente o medo. Se alguém sucumbe a esse medo, se paralisa diante da sombra, perde a capacidade de avançar. A metáfora da sombra, também, carrega consigo a ideia de escuridão. É na escuridão que os medos, muitas vezes irracionais, parecem se intensificar. As sombras, projetadas pela luz ausente ou fragmentada, ampliam nossas ansiedades. Contudo, o salmista nos surpreende com sua atitude diante disso: ele não teme. Sua coragem não deriva de suas próprias capacidades. Não é a força de seus braços ou a rapidez de suas pernas que lhe garante segurança. Há, portanto, uma fonte de coragem mais elevada.
De onde vem, então, a coragem do salmista? Primeiramente, ela nasce da presença de Deus. Ele afirma com confiança: “Tu estás comigo”. A companhia de Deus é mais que um conceito teológico; é uma realidade vivida e experimentada. É notável como a percepção dessa presença transforma a perspectiva do crente. A presença de Deus não é apenas um fato objetivo, mas algo que precisa ser sentido. Triste é a condição daqueles que, mesmo tendo Deus ao seu lado, não conseguem perceber sua proximidade e, assim, vivem como se estivessem
sozinhos. Essa solidão ilusória muitas vezes intensifica o sofrimento, enquanto a percepção da presença divina traz conforto e segurança. O crente, no entanto, não está sozinho, pois Deus é fiel às suas promessas. Ele assegura que nunca nos abandonará, e essa certeza é fortalecida pela declaração do Salmo 34: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”. A referência ao “anjo do Senhor” não é meramente poética, mas, teologicamente profunda, apontando para a própria presença ativa de Deus entre o seu povo. Essa proteção não significa ausência de dificuldades, mas garante a presença de Deus, como exemplificado pelos amigos de Daniel lançados na fornalha ardente.
Além disso, a carta de Paulo aos coríntios ecoa essa ideia de cuidado soberano. Ele escreve: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10.13).
A fidelidade de Deus não elimina os desafios, mas garante que eles nunca serão maiores que a capacidade de suportá-los, especialmente, quando confiamos em sua força.
Em segundo lugar, a coragem do salmista provém do consolo ofereci-
do por Deus. Ele recorre às imagens do bordão e do cajado, instrumentos característicos do pastor. O bordão é usado para afastar perigos e corrigir ovelhas relutantes. O cajado, com sua curva característica, é útil para resgatar ovelhas que se encontram em situações de risco, como buracos ou encostas íngremes. Esses instrumentos não são símbolos de punição arbitrária, mas de cuidado e orientação. Um pastor sábio não usa o bordão para espancar suas ovelhas, mas para protegê-las e discipliná-las quando necessário. O salmista, como alguém que conhecia bem a vida pastoril, provavelmente, lembrava-se de ocasiões em que precisou usar esses instrumentos para guiar ou salvar seu rebanho. Da mesma forma, ele via na disciplina e na direção divina um alívio em meio às angústias.
Para o salmista, a direção divina, simbolizada pelo bordão e pelo cajado, é uma fonte de segurança e alívio. Ele reconhece que, mesmo nas situações mais difíceis, a disciplina e a orientação do pastor são expressões de amor e cuidado. O Salmo 23 nos ensina que a coragem não é ausência de medo, mas a capacidade de caminhar mesmo quando o medo está presente, sustentados pela certeza da presença, proteção e consolo de Deus. n
Débora Medeiros
Sons da Missão realiza primeira viagem missionária
Coordenadora Nacional do Projeto Sons da Missão
O Projeto Sons da Missão foi lançado em 14 de julho de 2021. Com o objetivo de servir e somar forças aos diversos projetos da Junta de Missões Nacionais, utilizamos a música como instrumento de evangelização, por meio da prática de orquestra, canto coral, musicalização infantil, teoria e jogos musicais. Nosso propósito central é compartilhar o Evangelho em cada encontro. Por isso, ao longo desses anos, temos testemunhado transformação, libertação, cura e salvação na vida de homens, mulheres, jovens, adolescentes e crianças — para a glória de Deus.
Entre os projetos que fazem parte dessa iniciativa, destacam-se: Cristolândia, Casa Viver e o Projeto Reino. Neste ano, demos um importante passo ao lançar a primeira edição da Viagem Missionária Sons da Missão. Essa iniciativa nasceu com o propósito de envolver músicos cristãos de todo o Brasil em ações de curta duração, mas de grande impacto. A ideia é promover uma imersão musical e missionária, na qual músicos voluntários possam dedicar aproximadamente 10 dias ao ensino musical em comunidades vulneráveis, utilizando a música como ferramenta de evangelização.
A primeira viagem aconteceu na Vila Minha Pátria. Do dia 17 a 27 de abril, 27 crianças refugiadas, provenientes de diferentes nacionalidades e realidades, tiveram a oportunidade de participar de oficinas de música, em que puderam aprender flauta doce, canto coral, ukulelê e percussão. Mais do que aprender a tocar um instrumento ou cantar, essas crianças vivenciaram o amor de Deus por meio da atenção, do cuidado e da dedicação de toda a equipe.
O foco não estava apenas na técnica musical, mas também na vivência afetiva e espiritual por meio da música. Para isso, utilizamos uma abordagem pedagógica que valoriza a construção coletiva, a criatividade, a escuta e o respeito mútuo. Além do ensino prático dos instrumentos, incorporamos elementos de musicoterapia e educação emocional, com o objetivo de ajudar as crianças e adolescentes a reconhecerem e expressarem seus sentimentos, principalmente dentro do cenário pós-traumático em que estão inseridas.
Com sensibilidade e acolhimento, os educadores ajudavam a ressignificar as experiências compartilhadas, mostrando que, em Deus, é possível encontrar consolo, alegria e paz, independentemente das circunstâncias. Nos últimos momentos, re -
forçamos a mensagem de que a verdadeira felicidade é encontrada em Deus, que nos ama e nos acompanha em todos os momentos. Como resultado, os adolescentes produziram um vídeo com os desenhos feitos pelas crianças menores, criando uma obra coletiva que expressava o aprendizado e as emoções vividas durante a semana.
O impacto da Viagem Missionária foi profundo e tangível. Crianças que inicialmente demonstravam resistência ou timidez por conta de todo histórico, passaram a se expressar com mais liberdade e alegria. Algumas delas, que mal falavam o português, conseguiram se comunicar por meio da música, do carinho e do amor, superando barreiras linguísticas e culturais. Os sorrisos, os abraços espontâneos, a participação ativa nas oficinas e a conexão dos alunos com os professores revelaram que algo muito maior do que uma simples atividade educativa estava acontecendo: vidas estavam sendo tocadas pelo amor de Deus.
Além disso, muitos dos músicos voluntários relataram que essa experiência foi transformadora também para eles. Participar do projeto os fez repensar a missão pessoal, reacender a fé e descobrir novas formas de servir ao próximo. Chamados foram reafirmados e outros despertados durante
a viagem. Certamente o mover de Deus foi sobrenatural na vida de todos. Choramos, louvamos e intercedemos não apenas pelas atividades do projeto, mas pelas vidas que seriam alcançadas. Era como se o Espírito Santo nos preparasse, em cada clamor, para as batalhas e vitórias que estavam por vir. Sem dúvida, esses momentos espirituais foram tão transformadores quanto as ações realizadas em campo — pois antes de tocarmos vidas com a música, fomos nós os primeiros a serem tocados por Deus.
“Vocês oram por nossos filhos, vocês choram por nossos filhos e demostram um amor que nunca vimos antes. Eu quero saber mais sobre este amor”. Essas foram as palavras de uma das mães dos alunos que receberam as aulas. As famílias, a equipe da Vila Minha Pátria e todos os visitantes — um público que ultrapassou mil pessoas presencialmente, além de mais de três mil visualizações no canal do YouTube — se emocionaram profundamente ao ver as crianças refugiadas se apresentando com brilho nos olhos e alegria contagiante, cantando sobre uma felicidade que só é possível àqueles que conheceram o verdadeiro amor de Deus.
Ao final da viagem, tivemos o privilégio de participar de um momento que ficará eternamente gravado na memó-
ria de todos os envolvidos: uma apresentação musical especial realizada durante a celebração de aniversário da Vila Minha Pátria. A apresentação contou com a participação da Orquestra da PIB da Penha - SP e com a participação do coro de Missionários da Vila na música da Percussão. Sem dúvidas, foi um dia histórico em que o nome do Senhor foi glorificado!
Para muitos, aquele momento foi mais do que uma apresentação musical — foi uma manifestação viva da graça, da superação e da esperança. Crianças que carregam em sua história marcas de perdas, deslocamentos e traumas, agora sorriam e cantavam com liberdade, confiança e fé. Cada acorde, cada voz, cada olhar expressava algo que palavras não conseguem traduzir completamente. Era como se o céu tivesse se aproximado da terra naquele instante.
Foi, sem dúvida, uma experiência marcante e inesquecível, tanto para os que participaram quanto para os que assistiram. Uma lembrança que ficará gravada em nossa memória e em nossos corações como um testemunho claro de que Deus continua agindo de forma poderosa, restaurando vidas e escrevendo novas histórias por meio do amor e da música. A Ele, toda honra, toda glória e todo louvor, hoje e para sempre. n
Congresso da OPBB Fluminense reúne pastores de todo o estado em experiência inesquecível
Mais de 600 pastores participaram do encontro.
Sulamita Lima
coordenadora de Marketing e Produção da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Fluminense
De 12 a 15 de maio, o Acampamento Batista em Rio Bonito foi palco de um dos maiores encontros pastorais do estado: o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil – Seção Fluminense (OPBBFL) 2025. Com o tema “Pastor Extraordinário”, o evento alcançou números expressivos e momentos memoráveis que marcaram a caminhada de centenas de líderes ministeriais.
Ao todo, 465 pastores ficaram hospedados no local durante os quatro dias de programação intensa, e o evento atingiu seu pico com 650 participantes simultâneos em um ambiente de profunda comunhão, louvor, formação e renovação espiritual.
Uma programação pensada para o coração pastoral
O Congresso foi cuidadosamente estruturado para atender às múltiplas dimensões da vida ministerial. Os participantes desfrutaram de momentos devocionais diários com o “Jardim de Oração” nas primeiras horas da manhã, exposições bíblicas impactantes com o pastor Ezequias Amâncio, e mensagens edificantes trazidas por líderes de expressão como pastor Marcos Navega, pastor Luciano Souza, pastor Daniel Ventura, pastor Adonias Júnior e pastor Manu Mezabarba.
show à parte: Carlinhos Felix, a Banda
Novo Código, Grupo Haggios, pastor Hugo Campos e a Banda dos Pastores conduziram o louvor com excelência, proporcionando atmosferas de adora ção profundas e emocionantes.
Espaço para comunhão, lazer e cuidado mútuo
Além das plenárias e ministrações, o Congresso OPBBFL 2025 promoveu momentos de descontração e fortalecimento de laços entre os pastores. As Olimpíadas Pastorais, com partidas de totó, pingue-pongue e futebol, trouxeram leveza e alegria às tardes do evento, reforçando a ideia de que a vida
ministerial também pode ser celebrada com riso e amizade.
As refeições e hospedagem, prepa radas com cuidado, ofereceram aco lhimento, permitindo que os pastores pudessem descansar e renovar suas forças para continuar sua missão.
O evento só foi possível graças ao esforço conjunto da diretoria da OPBB Fluminense, voluntários e parceiros institucionais. A Ordem destacou ain da sua gratidão aos patrocinadores e apoiadores que acreditaram no propó sito do congresso e colaboraram para sua realização.
Em nome da Diretoria, o pastor Pedro Elízio, diretor-Executivo da OPBB Fluminense, expressou profunda gratidão pela participação expressiva dos pastores e reafirmou o compromisso da instituição em investir continuamente na valorização e no cuidado com seus ministros.
Olhar para o futuro
anunciou que os preparativos para o mento, com o objetivo de oferecer uma experiência ainda mais rica e foi disponibilizada aos participantes e patrocinadores, com o objetivo de ouvir sugestões, avaliar a experiência
“Foram dias de reencontros, cura, riso, reffexão e encorajamento. Um tores também precisam ser cuidados”, cionado.
Pastores, nosso maior patrimônio
Com a convicção de que pastores são essenciais para a saúde espiritual das igrejas e para o avanço da missão do Reino de Deus, a OPBB Fluminense segue trabalhando para apoiar, fortalecer e valorizar seus ministros. O Congresso 2025 foi uma clara demonstração desse compromisso — uma experiência extraordinária que já deixa saudade e o coração ansioso
Pr. Pedro Elízio, diretor-executivo da OPBB Fluminense
Banda Novo Código participou da programação musical
Cantor Carlinhos Félix também esteve na programação musical
Momento de oração com os pastores presentes
O Acampamento Batista, em Rio Bonito - RJ, ficou lotado durante o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil – Seção Fluminense (OPBBFL) 2025
Embaixadores do Rei completam 117 anos em todo o mundo
Organização missionária que deu origem aos Embaixadores do Rei impacta gerações com visão de discipulado e compromisso com a obra de Deus no mundo.
conselheiro de Embaixadores do Rei da Primeira Igreja Batista em São Gonçalo - RJ; coordena o projeto Memória dos Batistas e Memória ER; jornalista, teólogo e arquivista, é mestre em Estudos Gestão de Acervos pela UNIRIO e Doutorando em Comunicação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro
No dia 15 de maio de 1908, há exatos 117 anos, durante a 20ª reunião anual da Woman’s Missionary Union (União Feminina Missionária da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos), nascia oficialmente uma organização que atravessaria fronteiras, idiomas e culturas, formando meninos para serem homens comprometidos com a fé cristã e a obra missionária: os Royal Ambassadors , traduzido no Brasil como Embaixadores do Rei
Inspiradas por uma conferência missionária em Asheville, Carolina do Norte, e tocadas por uma canção chamada “The King’s Business”, líderes como Fannie E. S. Heck e Elizabeth Briggs perceberam que era hora de envolver os meninos na mesma paixão por missões que já havia mobilizado mulheres por décadas. Assim, foi proposto e aprovado o nascimento de uma organização voltada para meni-
nos de 9 a 16 anos, cujo nome, Royal Ambassadors (Embaixadores do Rei), remetia à ideia de representar Cristo como um verdadeiro mensageiro do Reino, com base em II Coríntios 5.20: “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo”.
A empolgação foi imediata. Logo após o encerramento daquela histórica reunião em 1908, a Sra. W. M. Petway correu até sua Igreja e fundou a primeira embaixada oficial dos Royal Ambassadors na Primeira Igreja Batista de Goldsboro, na Carolina do Norte. No ano seguinte, já havia dezenas de embaixadas organizadas. Em 1915, mais de 500 grupos reuniam milhares de meninos. Em 1933, ao completar 25 anos, os Royal Ambassadors contavam com mais de 41 mil participantes. Mais que uma organização, os Royal Ambassadors se tornaram uma verdadeira escola de vida. Com ênfase em estudos bíblicos, educação mis sionária, liderança cristã e responsa bilidade social, o movimento cresceu e se firmou como um braço relevante do trabalho missionário infantil e ju venil nos Estados Unidos. Em 1943, a convenção reconheceu a importância da organização e nomeou o primei ro secretário em tempo integral: J. Ivyloy Bishop. Três anos depois, em 1946, nasceu a revista Ambassador Life, veículo voltado exclusivamente
para os meninos embaixadores, com circulação que chegou a quase 36 mil exemplares em 1949.
Os acampamentos também se tornaram parte vital da formação dos embaixadores. O primeiro, em 1917, na Praia da Virgínia, deu início a uma
tradição que se espalharia por estados como Alabama, Geórgia, Carolina do Sul, Kentucky e outros, gerando experiências marcantes na vida espiritual e pessoal de milhares de meninos. A trajetória dos Royal Ambassadors seguiu com transformações organizacionais ao longo das décadas. Em 1997, a responsabilidade pelo programa passou à North American Mission Board (NAMB), agência missionária da Convenção Batista do Sul. Mais tarde, em 2012, a Woman’s Missionary Union reassumiu a supervisão do trabalho, com o compromisso de manter viva a relevância e o impacto do movimento. No Brasil, os Royal Ambassadors foram introduzidos sob o nome Embaixadores do Rei, movimento que também encontrou solo fértil para crescer. Por décadas, igrejas, associações e convenções têm formado meninos através de atividades missionárias, acampamentos, encontros regionais e estaduais, concursos, cultos temáticos e envolvimento com a igreja local. Hoje, ao celebrar os 117 anos dos Royal Ambassadors, celebramos também uma visão que não envelhece: a de formar jovens comprometidos com o Reino de Deus, que amam missões, servem à Igreja, honram suas famílias e são embaixadores do Rei em todo lugar onde estiverem. Que a data de 15 de maio continue sendo lembrada como o dia em que um sonho missionário virou movimento, e o movimento se tornou legado. n
Os Royal Ambassadors, conhecidos no Brasil como Embaixadores do Rei, foram fundados em 15 de maio de 1908
Embaixadores do Rei atualmente
Embaixadores do Rei em 1947
Royal Ambassadors
Primeira Convenção dos Royal Ambassadors, em Atlanta, Georgia (EUA), em agosto de 1953
Royal Ambassadors durante Serviço Real
Congresso de Mulheres marca despedida de Elvira Rangel e posse de Neusa Resende na UFMBM
Kátia Brito jornalista da Convenção Batista Mineira
Com o tema “Reconhecendo a Fidelidade de Deus”, inspirado em I João 3.16, o Congresso de Mulheres da União Feminina Missionária Batista Mineira (UFMBM), realizado nos dias 16 e 17 de maio de 2025, na Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte - MG, foi um marco na história da organi zação. Com profunda emoção e gratidão, as mulheres Batistas mineiras celebraram os 20 anos de liderança da missionária Elvira Rangel à frente da União e deram as boas-vindas à nova diretora-executiva, Neusa Resende.
Elvira Rangel liderou a organização por 20 anos.
Durante o evento, que reuniu irmãs de todo o estado, a Convenção Batista Mineira expressou publicamente sua gratidão. O pastor Márcio Santos, diretor-executivo da Convenção Batista Mineira (CBM), destacou: “A UFMBM é como um abraço de mãe para os Batistas mineiros. Elvira reúne todos esses valores. Seu ciclo encerra com legado. A irmã Neusa recebe esse bastão da história e seguimos avante para a glória de Deus.”
A importância do momento também foi destacada pelo pastor Fernando Brandão, diretor-executivo da CBB: “Elvira liderou as mulheres por 20 anos em Minas. Irmã Neusa assume a continuidade desse grande movimento missionário. É emocionante participar dessa entrega de bastão.”
Louvamos a Deus por sua vida e recebemos com alegria Neusa, mulher de fibra. O elo na transição da UFMBM é forte e marcante.”
Oração pela posse da irmã Neusa Resende como nova diretora-executiva da
ponsabilidade e continuidade da missão: “Foi algo importantíssimo, uma virada de chave no nosso trabalho feminino. A capacitação feita ao longo desses 20 anos será base para novos objetivos. Vamos avançar.”
A missionária Trudy Cathy White, uma das preletoras do congresso, celebrou: “Foi um congresso cheio de alegria para comemorar uma vida que deixa um legado profundo. Que alegria estar aqui para homenagear a irmã Elvira.”
dro Ferreira, resumiu com gratidão: “El vira é exemplo, dedicação e referência.
Ao assumir a diretoria executiva,
Em outra fala, Neusa destacou a sintonia de visão com sua antecessora: “Falar do trabalho da Elvira é fácil. Temos a mesma visão. O tempo passa e novas demandas surgem, mas seguimos com a base sólida que ela construiu.”
A presidente da UFMBM, Elissandra Santos, reforçou a confiança nesse novo tempo: “É uma nova história, uma nova fase. Pelo Rei, pelo Reino, eu vou até onde Ele quiser que eu vá.”
Priscila Werneck, secretária da UFMBM, prestou um tributo pessoal à Elvira: “Faculdade nenhuma, mestrado, nada é tão importante quanto o aprendizado com ela. Missões, vida espiritual, família, tudo em uma só convivência. Elvira é uma mulher segundo o coração de Deus.”
Encerrando o momento, a própria Elvira Rangel compartilhou com humildade e emoção sua despedida: “Estou terminando esse ciclo com gratidão. O meu versículo lema foi Ebenezer, até que o Senhor nos ajudou. Tudo que eu fiz e recebi hoje foi para glorificar o nome do Senhor na minha vida. Eu não vou parar ou descansar, mas vou continuar servindo ao Rei e ao nosso Reino. Para Neusa, desejo que continue sendo essa mulher de visão e que o Senhor abençoe grandemente sua vida e todas as mulheres batistas mineiras e do Brasil. Onde eu cheguei com meu grão de areia, Deus nos abençoe!”
A história de Elvira Rangel na UFMBM
A trajetória de Elvira começou oficialmente em Minas em 4 de junho de 2005, quando foi empossada durante a Assembleia da UFMBM em Montes Claros. Já experiente no campo missionário, ela servira por 29 anos no Uruguai ao lado do esposo, Pr. Geraldo Rangel. Seu chamado, no entanto, nasceu bem antes — ainda jovem, no Instituto Batista de Educação Religiosa (IBER), onde se especializou em Assistência Social. Durante duas décadas, Elvira liderou com doçura, firmeza e paixão pelas missões. Sob sua gestão, a UFMBM se tornou referência no Brasil, com forte atuação na formação de líderes, envio de missionárias, ações de oração e envolvimento com mulheres em diversas realidades, inclusive refugiadas e pessoas com deficiência. n
Irmãs Elvira Rangel e Neusa Resende Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte - MG ficou lotada durante o congresso
Elvira Rangel emocionou ao se despedir do cargo de diretora-executiva da UFMBB
UFMBB
Pr. Fabrício Freitas, diretorexecutivo da JMN, foi preletor no congresso da UFMBM Pr. Fernando Brandão, diretor-executivo da CBB
Elissandra Santos, presidente da UFMBM Líderes da união feminina mineira nas Associações
Celebração durante Congresso UFMBM
Jamile Darlen jornalista em Missões Mundiais
Você já ouviu falar no termo “Escravidão Moderna”? E você sabe por que ele se difere do termo “Escravidão” que permeia a história da nossa sociedade? Até antes de escrever sobre esse tema, eu não sabia. E está tudo bem se você também não souber. Mas, isso não quer dizer que você não deva saber agora.
Antigamente, no lado sombrio da história, a Escravidão era legalmente aceita em várias sociedades. Governos e impérios escravizaram milhares de pessoas, baseadas em etnia, guerras ou dívidas, e essas pessoas eram consideradas propriedade de alguém e não de si mesmas. Agora, o termo “Escravidão Moderna” reflete a mesma situação: pessoas são controladas, forçadas a trabalhar e privadas de sua liberdade por outros. Contudo, isso ocorre de forma ilegal, uma vez que todos os países do mundo baniram a escravidão. Ou seja, o termo “Escravidão Moderna”, atualmente é usado para destacar que, apesar se ser proibida, ela continua a acontecer de várias formas.
Assim como o pecado é uma mancha no coração do Homem, a escravidão segue sendo uma mancha na história da sociedade. E para piorar, ela acarreta um número alarmante de vítimas e está presente em vários países. A Organização Internacional do Trabalho 1, informou em seu último relatório (setembro/2022) que 50 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano. No Oriente Médio, a situação é ainda mais complicada. Dez em cada mil pessoas estão presas a algum tipo de escravidão moderna – trabalho, tráfico sexual ou casamento forçado.2
O Oriente Médio tem se consolidado como uma das principais rotas para o tráfico humano, devido à sua posição estratégica entre a Ásia, a África e a Europa. Segundo a missionária que atua no Projeto Vítimas de Tráfico Humano no Oriente Médio, “muitos migrantes, em busca de melhores condições de vida, acabam sendo aliciados por redes criminosas e forçados a trabalhar em condições degradantes ou explorados sexualmente. As mulheres representam uma parcela significativa dessas vítimas, enfrentando situações de extremo abandono e vulnerabilidade quando detidas”
O Projeto é uma resposta de Missões Mundiais ao crescente número de vítimas da escravidão moderna no Oriente Médio que engloba mais de 10 países da Europa, Ásia e África. Ele
1 Organização Internacional do Trabalho
2 The Exodus Road
Salvamos 449 pessoas da escravidão moderna
é uma iniciativa dedicada a fornecer cuidados holísticos e advocacia para trabalhadoras migrantes traficadas na região. Seu foco é apoiar mulheres migrantes que foram aprisionadas, oferecendo assistência imediata, suporte legal, e facilitando sua repatriação e reintegração em suas comunidades de origem.
“Muitas das mulheres que atendemos vêm para o Oriente Médio com a compreensão de que irão limpar casas ou cuidar de crianças. No entanto, quando chegam, muitas enfrentam violações de direitos trabalhistas, como não serem permitidas sair da casa do empregador, possuir seus próprios passaportes ou até mesmo ter seus telefones celulares para se comunicar com a família em casa. Também ouvimos situações devastadoras de abuso físico e sexual, além de serem forçadas a trabalhar sem pagamento. Muitas das mulheres fogem de seus empregadores quando enfrentam situações como essas. Uma vez que elas fugiram, se a polícia as parar, elas serão presas por ter um caso contra elas pelo empregador ou por não possuírem a documentação adequada para permanecer no país.”, explica a missionária.
Apesar as dificuldades que é o trabalho de combate à escravidão moderna, em 2024, o projeto alcançou resultados significativos. Veja a seguir:
• 449 mulheres visitadas ao longo do ano, com maior concentração de casos provenientes dos seguintes países:
Etiópia: 117 mulheres
Uganda: 105 mulheres
Gana: 62 mulheres
• 1.893 visitas realizadas em prisões, centros de detenção e abrigos para vítimas de tráfico humano.
• 84 passagens de repatriação adquiridas para retorno de mulheres aos seus países.
• 296 kits de higiene distribuídos, com uma média de 25 kits/mês. Cada kit custa 76,89 USD e inclui:
Mala, sapatos, meias, roupas íntimas, roupas, jaqueta (no inverno);
Perfume, pasta e escova de dentes, absorventes;
Hidratante corporal, sabonete, shampoo.
Esses números são resultado das suas ofertas. E, perdão, não são nú -
meros. São vidas. São 449 vidas. Mulheres. Mulheres que retornaram para casa e foram libertadas da escravidão moderna. Mulheres que hoje têm a chance de recomeçar e de voltar a sorrir sabendo que não serão mais maltratadas. Cada uma dessas mulheres representa um número a menos nas estatísticas de vítimas do tráfico humano. E, aos poucos, iremos mostrar para elas como o Amor do Pai pode transformar também seus corações.
Você pode fazer parte disso orando por esse projeto e ofertando para que tenhamos mais recursos para ajudar outras mulheres. No Amor do Pai, vamos resgatar mais vítimas do tráfico humano!
Doe agora! Acesse www.doeagora.com e faça sua doação. Ou doe via PIX para a Junta de Missões Mundiais: CNPJ 34.111.088/0001-30
O comprovante de depósito deve ser enviado para o e-mail: ofertas@ jmm.org.br ou pelo WhatsApp da Central de Atendimento: (21) 98055-1818, com sua identificação e o destino da oferta. n
Culto de Oração na Capela do Seminário do Sul tem estreia de Coro do Centro Batista
Isabelle Godoy
estagiária na Gerência de Comunicação da Convenção Batista Brasileira
realizado mais um Culto de Oração com as equipes do Centro Batista, na capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), reunindo os colaboradores da Convenção Batista Brasileira (CBB), Convicção Editora, Seminário do Sul, Junta de Missões Mundiais (JMM), Junta de Missões Nacionais (JMN), e Colégio Batista Shepard (CBS).
A direção do culto ficou sob responsabilidade do pastor Fernando Brandão, diretor-executivo da CBB. O momento de louvor foi conduzido pelo ministro de Música Marcelo Nel
Encontro reforça unidade entre colaboradores e o compromisso com a missão.
cionais, conduziu uma oração voltada à cura e milagres, convidando todos os colaboradores que desejavam oração a se colocarem à frente. Foi um tempo de clamor, fé e entrega, em que muitos buscaram consolo, renovação e cura espiritual e emocional.
Em seguida, o pastor João Marcos Barreto Soardes, diretor-executivo da Junta de Missões Mundiais (JMM), conduziu o momento da Palavra, apresentando o missionário Joseph Curt, enviado da JMM ao Sudão, que foi o preletor da manhã. Pastor João Marcos também traduziu toda a ministração.
Pr. João Marcos Barreto Soares, diretor-executivo da JMM, apresentou e traduziu a mensagem do missionário Joseph Curt, do Sudão
les, coordenador nacional da Escola de Adoração e Arte dos Seminários da CBB, que, juntamente com o coro do Centro Batista, entoou as canções “Ele É Exaltado” e “Nosso General”, conduzindo todos os presentes a uma atmosfera de adoração e entrega.
Logo após, o pastor Carlos elevou uma oração de gratidão, agradecendo a Deus pela oportunidade de todos estarem reunidos para adorá-Lo. Em seguida, o louvor continuou com a canção “Além do Rio Azul”.
Na sequência, o pastor Fernando Brandão apresentou os novos colaboradores que passaram a integrar as equipes da CBB e das organizações vinculadas, celebrando a chegada de cada um como resposta de Deus, foram apresentados e abençoados em oração.
O momento especial de intercessão foi conduzido pela irmã Denise Pereira, que apresentou diversos motivos de gratidão e súplica diante do Senhor. Foram levantadas orações pelos Seminários, pela União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB) diante dos desafios enfrentados, pelos Embaixadores e Mensageiras do Rei, pelas reformas no Sítio do Sossego e recursos necessários, pelas vitórias de cada organização, pela evangelização e envio de missionários ao redor do mundo.
A canção “Posso Clamar” marcou mais um momento de louvor, reafirmando a confiança no Deus que ouve e responde as orações do Seu povo.
O pastor Edmilson, de Missões Na-
Joseph compartilhou seu testemunho e encorajou a todos com relatos de sua vida e ministério. Relembrou o chamado de Deus: “Deus me falou: ‘Eu tenho um ministério para você, mas é em outro país’”. Ele contou como o Senhor o sustentou e o conectou à Junta de Missões Mundiais para cumprir essa missão. Em suas palavras: “Essa é nossa missão: IR. Essa é a nossa parceria com Deus.” Ele ainda reforçou: “Você está em um excelente lugar. Que privilégio é estar junto de Deus. Nós temos que perguntar todos os dias: ‘Senhor, o que o Senhor quer que eu faça?’”. Ao final de sua fala, Joseph orou por todos os presentes, selando o tempo de ministração com intercessão.
Para encerrar a celebração, o coro do Centro Batista voltou a entoar a canção “Além do Rio Azul”, encerrando o culto em espírito de adoração, unidade e compromisso com a missão de Deus.
Foi uma manhã marcada pela presença do Senhor, pela comunhão entre irmãos e pelo fortalecimento do propósito missionário que une cada colaborador na obra do Brasil Batista. Louvamos a Deus por todas as equipes de nossas organizações. Que a comunhão e a sinergia entre todos avance cada vez mais. n
Oração entre os colaboradores
Adoração com o coro do Centro Batista
Oração, intercessão e louvor marcaram o Culto de Oração entre as equipes do Centro Batista
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
JUBAPE encerra Assembleia da CBPE e reafirma missão da juventude
Com música, poesia e participação ativa, jovens mostram que não são só o futuro da Igreja, são também o presente.
Edson Mota
jornalista, membro da IB Emanuel de Maranguape I
Júlia Farias
jornalista, membro da Igreja Batista em Bela Vista, em Vitória - PE
Fotos
Dryele Dávila fotógrafa, membro da IV Igreja Batista do Centenário no Curado I
Gabriel Alessandro fotógtafo, membro da IV Igreja Batista do Centenário no Curado I
A cidade de Carpina, na Zona da Mata pernambucana, foi o local que recebeu os batistas pernambucanos na 125ª assembleia da Convenção Batista de Pernambuco (CBPE). Como não poderia deixar de ser, seguindo os passos da assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), a última sessão ficou sob responsabilidade da Juventude Batista de Pernambuco (Jubape), que realizou o culto na Igreja Batista Central de Carpina.
Louvor, mensagem e presença de Deus marcaram a noite da juventude na última sessão da 125ª Assembleia da Convenção Batista de Pernambuco (CBPE)
Pessoas de todo o Estado — e de todas as idades — estiveram presentes no local para adorar a Deus com a juventude e presenciar o encerramento de toda a cerimônia, que durou, ao todo, três dias. Durante o culto, teve ainda uma participação da banda da Jubape, composta por jovens de diferentes igrejas.
Para a presidente da Jubape, Brenda Riedel, a presença dos jovens em espaços como a assembleia é essencial para a renovação da Igreja. Segundo ela, esse envolvimento fortalece o senso de pertencimento e desperta um
compromisso real com a missão de Cristo. “Quando a gente participa ativamente, entende melhor os desafios da Igreja hoje e pode contribuir com ideias e perspectivas novas”, afirmou. Durante o culto, foi montado um coro composto por intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para louvar o hino 193 do HCC: Maravilhosa Graça. Além disso, a poetisa e missionária Edu Martin, da PIB Caruaru, esteve na noite declamando versos sobre a força da juventude batista como um todo.
De acordo com ela, do louvor à
mensagem, a presença de Deus se fez marcante — no ouvir, no falar, nos versos e nas orações. “A Noite da Juventude demonstrou o que é unidade. Meu coração se alegra em saber que nós não somos apenas o futuro da história das Igrejas Batistas, mas sim o presente.”
Ao final, seguindo o que já é praticamente uma tradição dos cultos da Jubape, a noite terminou com a música Videira e com os jovens celebrando a Deus, ansiosos para o próximo reencontro da Noite da Juventude, que será no Recife em 2026. n
XXIII Congresso Estadual dos Embaixadores do
Rei recebe mais de 400 participantes em Caieiras - SP
Representantes de diversas partes do estado participaram do evento.
Gerência de Comunicação da Convenção Batista Brasileira (com informações do DCER Paulista)
A cidade de Caieiras - SP foi palco do XXIII Congresso Estadual dos Embaixadores do Rei, promovido pela Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP) e coordenado pelo Departamento Convencional de Embaixadores do Rei Paulista (DCER Paulista). O evento aconteceu no dia 17 de maio de 2025, nas dependências da Igreja Batista do Jardim Laranjeiras - SP, reunindo 410 participantes entre Embaixadores, conselheiros e acompanhantes. Com o tema “Conectando Corações”, baseado na divisa de I João 4.21, o congresso teve como preletores o pastor Adesilto Silvestre de Azevedo (PIB em Vila Mirante) para os juniores, e o pastor Fabiano Lessa, coordenador do Departamento nacional de Embaixadores do REI (DENAER), para os adolescentes e juvenis.
Estiveram presentes representantes de 27 igrejas e embaixadas de
Representantes de várias regiões do estado participaram do XXIII Congresso Estadual dos Embaixadores do Rei
diversas regiões do estado, além de 12 Departamento Associacionais de Embaixadores do Rei (DAERs) e Fortes, entre eles o DAER ABC, DAER Guarulhos, DAER Leste Capital e o Forte Fiéis ao Rei. O evento evidenciou a vitalidade e o compromisso da organização com a formação cristã de meninos e adolescentes.
Um dos destaques foi a Gincana Filantrópica/Serviço Real, que mobilizou todas as embaixadas presentes para arrecadação de itens de higiene.
O resultado foi expressivo: 757 cremes dentais e 784 sabonetes, que serão doados ao Lar Batista de Crianças, localizado em Braz Cubas, em Mogi das Cruzes - SP.
Outro momento significativo foi a oferta missionária, destinada ao missionário Jônatas Ihmes, integrante do Projeto Radical Sul; uma demonstração do engajamento dos participantes com a obra missionária.
O coordenador do DCER Paulista, Saulo Roberto Pazini, destacou a
alegria pela realização do congresso: “Louvamos a Deus por este congresso, que sem dúvida foi uma bênção na vida de cada congressista”. Ele também agradeceu ao pastor Roberto Ramos, da Igreja anfitriã, pelo acolhimento caloroso e a estrutura oferecida.
A agenda segue intensa. Os próximos eventos incluem o Encontro Regional de Embaixadores do Rei Sudeste (ERER SUD), em 21 de junho, no Colégio Batista de Belo Horizonte - MG; o culto de 77 anos dos Embaixadores do Rei, no dia 23 de agosto, na Igreja Batista de Braz Cubas, em Mogi das Cruzes - SP; e o Acampamento Estadual de Embaixadores do Rei, marcado para 23 de novembro, no Sítio Ypê Amarelo, em Itapecerica da Serra - SP, com o tema: “Construindo meninos para não remendar homens” O XXIII Congresso Estadual reafirmou o compromisso dos Embaixadores do Rei com a formação espiritual e missionária de uma nova geração de servos dedicados ao Reino de Deus. n
Exortados a crescer e a perseverar
Leonardo dos Santos Silveira Professor de Novo Testamento e Grego do Seminário do Sul/Faculdade Batista do Rio de Janeiro. Ele possui Doutorado em Teologia, bem como graduação em Teologia, História, Filosofia e Letras
Os capítulos 5 e 6 de Hebreus nos exortam a uma caminhada de crescimento e perseverança. Todo cristão precisa, à medida que caminha com Cristo, amadurecer na fé. No início, aprende as informações basilares do evangelho para, depois, compreender os assuntos mais complexos. Esta é parte da reflexão deste texto bíblico, que começa com uma palavra de exortação diante dos temas tratados anteriormente. Só, então, a epístola aborda um assunto polêmico: o perigo da apostasia.
Repreensão à negligência espiritual (Hebreus 5.11-14)
Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Antes de explicar aos seus leitores o significado desse misterioso título, o autor insere uma longa exortação para aumentar a tensão e justificar a continuidade de sua exposição. Entre os problemas, ainda não resolvidos da Carta aos Hebreus, está este: até que ponto os leitores estavam preparados para seguir o difícil curso das ideias apresentadas? Geralmente, supõe-se que o autor queria compartilhar os frutos de seus próprios estudos das Escrituras. Nesse sentido, o autor não apresenta um testemunho muito favorável da comunidade. Embora a conversão e o batismo já tivessem ocorrido há bastante tempo, não se pode falar de maturidade cristã ou maioridade espiritual. Praticamente, ele precisou recomeçar desde o início, instruindo os cristãos nos fundamentos da fé. O “leite” lhes convinha mais do que o “alimento sólido”. Como mostram outras passagens do Novo Testamento (1Co 3.1,2; 1Pe 2.2), a carta utiliza uma imagem comum nos tempos antigos que, por si só, era muito compreensível.
Exortados a prosseguir (Hebreus 6.1-3)
O autor, ao mesmo tempo que enumera detalhadamente os temas que não tem intenção de abordar, define o tema do seu discurso com uma única palavra de difícil tradução: τελειότης (teleiótēs), que se refere a algo relacionado à “perfeição”. Em contraste com os ensinamentos fundamentais da fé cristã, trata-se de um conhecimento mais avançado da verdade salvadora, acessível apenas a cristãos maduros. Os fundamentos cristãos aqui mencionados constituem a base para futuras especulações teológicas. O afastamento das “obras mortas” (Hb 9.14), a fé em Deus (Hb 11.6) e o julgamento final (Hb 9.27; 10.27,30; 12.23,25,29) são temas que o autor nunca perde de vista. Ele não deseja tratar os leitores como iniciantes, embora o estado de espírito deles, em termos de fé e moral, o exigisse.
A questão da apostasia (Hebreus 6.4-12)
Esta séria advertência só pode ser devidamente compreendida se o seu gênero literário for levado em conta. Trata-se da palavra de um pastor de almas que deseja impedir a apostasia iminente e, para isso, descreve suas terríveis consequências. Não se trata de uma decisão moralista sobre a questão – que se tornaria aguda no segundo século – se os cristãos que apostataram poderiam ser readmitidos na comunhão da igreja caso se arrependessem sinceramente de seus pecados.
Dessa forma, o autor não declara a impossibilidade de um segundo arrependimento, mas exorta os leitores a pararem a tempo e retornar ao caminho certo. A enumeração dos bens da graça conferidos pelo batismo soa inefavelmente como um encorajamento. Quem se prepara para renunciar à fé e abandonar a comunidade cristã deve lembrar das maravilhosas experiências com o Espírito nos primeiros
anos. Embora a ruptura definitiva com Cristo não tenha sido consumada pelos destinatários da epístola, ainda há possibilidade de reavivar essas experiências. Outra interpretação sugere que o escritor pode estar descrevendo alguém que apresenta todos os sinais distintivos da fé cristã, mas que, mesmo assim, não é um verdadeiro cristão.
Em uma pintura rápida, mas altamente eficaz, é apresentado o contraste entre bons e maus cristãos (Hebreus 6.7-9). O sombrio pessimismo em relação ao destino daqueles que apostatam da fé é acompanhado por um otimismo ainda maior em relação à salvação daqueles que, talvez, com um último esforço desesperado permanecem fiéis a Cristo. A confiança do autor se baseia na garantia mais segura: a justiça de Deus, que não deixa sem recompensa nenhuma boa obra.
O autor então dirige suas exortações, não a cristãos individuais, mas à comunidade inteira (Hebreus 6.10-12). Ele observa, junto a lamentáveis casos de abandono, exemplos louváveis de fervor e amor dispostos a servir. Isso o faz acreditar que seu desejo de que todos os fiéis retornem ao caminho de uma vida cristã exemplar não será frustrado. Uma coisa, porém, é necessária a todos os membros da comunidade: paciência apoiada pela fé, que espera sem hesitação o cumprimento da promessa.
A garantia da salvação (Hebreus 6.13-20)
Os cristãos cansados de esperar deveriam tomar Abraão como exemplo. Dois pensamentos se entrelaçam no argumento que reaparecerá no desenvolvimento posterior da carta: Deus confirmou, com um juramento solene, a promessa, que por si só já é infalível; e somente após longa e paciente perseverança, Abraão se tornou herdeiro da promessa. A ideia do juramento de Deus (a segunda coisa “irrevogável” – v. 18) pode nos parecer
demasiadamente humano, embora a argumentação da Carta aos Hebreus lhe tenha dado grande importância. Em última análise, é uma imagem de fácil compreensão sobre a natureza inquebrantável e definitiva de uma promessa de Deus.
O motivo da paciência sustentada pela fé e da esperança em meio às circunstâncias adversas reaparece na terceira parte da carta (Hebreus 10.36; 11.13,39; 12.1). Nesse momento, o autor está mais preocupado com o fato de que nossa esperança cristã de salvação já criou raízes sólidas no mundo celeste ou, como se diz na linguagem cúltica e náutica da carta, “como âncora firme e segura da nossa vida” (Hebreus 6.19). Essa âncora de esperança prende o cristão firmemente ao lugar da presença de Deus, o mundo celestial. Nós nos apegamos a essa esperança, que penetra até atrás do véu. Isso significa, concretamente, que Jesus, como nosso precursor e sumo sacerdote, já alcançou a meta para a qual todos nós nos dirigimos.
Conclusão
O livro de Provérbios apresenta um ensinamento que, de certa forma, se harmoniza com a exortação do final do capítulo 5: “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando cada vez mais, até ficar completamente claro” (Pv 4.18). É necessário avançar e crescer no conhecimento de Cristo. Assim, não podemos nos limitar aos assuntos basilares, pois há uma série de ensinos decorrentes do sacrifício expiatório de Jesus e de suas implicações na vida cristã. Esse conhecimento é acessível a todos que abraçam a fé.
Também, não devemos esquecer do risco sempre presente da apostasia. Por isso, precisamos constantemente renovar nosso compromisso com Cristo, seguindo o exemplo de Abraão. Devemos imitar todos aqueles “que herdam as promessas por meio da fé e da paciência” (Hb 6.12). n
Cutting: uma forma estranha de lidar com a dor da alma
Pr. Ailton Desidério
Cutting, ou automutilação, é a prática de provocar pequenos cortes em algumas regiões do corpo — em geral nos braços — como forma de causar uma dor física com o objetivo de anestesiar um sofrimento psíquico, uma dor emocional, a dor da alma, a dor de existir. Outras formas de automutilação incluem: provocar queimaduras com ponta de cigarro, espetar objetos pontiagudos no corpo, bater em si mesmo, esfregar excessivamente uma parte do corpo ou até impedir a cicatrização de feridas.
A automutilação é mais comum entre adolescentes, especialmente entre meninas. Fica a pergunta que precisamos responder: o que está acontecendo com nossos adolescentes e jovens? Que forma estranha é essa de lidar com a dor da alma, a dor de existir, que muitos — especialmente adolescentes — estão encontrando?
A automutilação, enquanto uma forma disfuncional de alívio da dor psíquica, pode gerar um comportamento repetitivo e compulsivo, com sérios riscos à saúde. Por exemplo, o compartilhamento de lâminas cortantes pode causar infecções por hepatite, HIV e outras doenças. Além disso, existe o
risco de suicídio por conta do rompimento de uma veia ou artéria por um corte mais profundo.
Adolescentes e jovens que se automutilam tendem a esconder os sinais da prática usando casacos e camisas de manga comprida, mesmo em dias de calor. Por isso, os pais devem estar atentos não apenas às roupas, mas também a comportamentos como o isolamento, que é uma das principais características de quem se automutila.
A automutilação está fortemente associada a sentimentos de angústia e ansiedade, provocados por estresse familiar, bullying, abuso sexual e outras situações traumáticas — ou percebidas como tais. Também pode estar relacionada à depressão. O artigo “Aumento de casos de ansiedade entre jovens abre espaço para desafios e iniciativas de prevenção”, publicado no Jornal da USP em 11/02/2025, informa:
“O aumento alarmante de casos de ansiedade entre crianças e adolescentes tem sido uma das principais preocupações nos últimos anos. Entre 2014 e 2024, o atendimento a crianças de 10 a 14 anos no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou quase 2.500% e, entre os jovens de 15 a 19 anos, o índice é ainda mais expressivo, alcançando 3.300%. Esse crescimento é
um reflexo de uma série de fatores, incluindo o impacto da pandemia de covid-19 e o crescente uso de dispositivos eletrônicos.” (https://jornal.usp. br/atualidades/aumento-de-casos-de-ansiedade-entre- jovens-abre-espaco-para-desafios-e-iniciativas-de-prevencao/)
Diante desse quadro, é urgente dar mais atenção à saúde mental das nossas crianças, adolescentes e jovens, no contexto da igreja. Infelizmente, o discurso de muitas igrejas em relação aos adolescentes e jovens ainda carrega certo desprezo, como se fossem todos inconsequentes e irresponsáveis. Essa atitude, ao que parece, já existia na igreja primitiva. Prova disso é a exortação que Paulo fez para Timóteo, o seu filho na fé, dizendo: “Ninguém despreze a tua mocidade” (1Tm 4.12).
Como os pais devem agir ao descobrirem que seus filhos estão se automutilando? Primeiramente, devem evitar atitudes de repressão ou acusação. O que não significa ignorar o problema. É importante que o assunto seja abordado com acolhimento, respeito e empatia. Buscar ajuda profissional — de um psicólogo e, em casos específicos, de um psiquiatra — é fundamental. O CVV (Centro de Valorização da Vida), através do número 188, é um recurso
disponível, em especial nos casos de risco de suicídio.
É muito importante que frente a automutilação do filho, os pais não assumam uma postura de culpa. A automutilação pode ser reflexo de um mal-estar familiar? Sim. Mas a culpabilização apenas agrava a situação. Casos os pais reconheçam que existe uma dificuldade emocional que estejam enfrentando é importante que busquem ajuda não somente para os filhos, mas também para si próprios. A automutilação nos adolescentes é uma dor muita estranha de alguém que está sofrendo emocionalmente, mas que por vergonha ou por medo de ser castigado, julgado, incompreendido, fica em silêncio. A dor da alma se cura com escuta, amor e cuidado. A igreja, os pais e a sociedade precisam estar atentos aos gritos silenciosos dos nossos adolescentes e jovens. Eles não precisam de julgamento, mas de acolhimento. Precisamos exercer a compaixão, para que a dor possa ser confessada e curada pela graça que liberta e restaura (Tg 5:16). n
Ailton Gonçalves Desidério Psicólogo Clínico e Palestrante Pastor da PIB Lins – RJ Email: desiderioailton@gmail.com