OJB EDIÇÃO 39 - ANO 2023

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Acampamento Estadual das Mensageiras do Rei reúne mais de 600 pessoas na Bahia

O Acampamento Estadual de Mensageiras do Rei da Bahia foi realizado de 28 a 30 julho de 2023, no Acampamento Maanaim, em Santa Bárbara - BA. O tema trabalhado foi: “MR, anuncie o Evangelho!”, sob a divisa de Atos 8.4: “Aqueles que tinham sido espalhados anunciavam o evangelho por toda parte”. Leia a matéria completa na página 08.

Saúde mental

JBB explica como Igreja deve responder às questões de saúde mental e ao sofrimento

OJB Entrevista

Confira a entrevista de Analzira Nascimento, missionária com mais de 30 anos de atuação

Ajude Agora Marrocos

Saiba como ajudar o trabalho de Missões Mundiais nessa ação emergencial

Investimento nas Igrejas locais

Seminário Teológico Batista Equatorial promove Semana de Homilética

ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXII EDIÇÃO 39 DOMINGO, 24.09.2023 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
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Juventude Batista Brasileira Notícias do Brasil Batista Missões Mundiais Notícias do Brasil Batista

EDITORIAL

Fim de mês

Completamos mais um mês em O Jornal Batista. Durante esse tempo, publicamos materiais sobre o Mês de Missões Nacionais e o “Vem pra vida”, projeto da Juventude Batista Brasileira (JBB) que trata sobre bem-estar e saúde mental. Esperamos que todos esses artigos o tenham inspirado e informado sobre esses temas tão importantes.

Nesta, que é a última edição do mês, destacamos o Acampamento Estadual de Mensageiras do Rei da Bahia, realizado de 28 a 30 julho de 2023, no Acampamento Maanaim, em Santa Bárbara - BA. O tema trabalhado foi: “MR, anuncie o Evangelho!”, sob a divisa de Atos 8.4: “Aqueles que tinham sido espalhados anunciavam o evangelho por toda parte”.

Apresentamos também uma entrevista com Analzira Nascimento, missionária com mais de 30 anos de atuação. A convocação da Junta de Missões Mundiais por voluntários na ação “Ajude Agora Marrocos, a Semana de Homilética do Seminário Teológico Batista Equatorial (STBE) e outras notícias do nosso Brasil Batista!

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O JORNAL BATISTA

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Por mais que setembro esteja próximo do seu fim, continue a falar sobre Missões em sua Igreja e a respeito de saúde mental, ansiedade, depressão etc. São assuntos importantíssimos, que sempre devem ser pautas em nossas reuniões.

Que Deus te abençoe! Até outubro! n

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2 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
REFLEXÃO

Ao término do seu reinado, o pecado da vaidade encheu o coração de Davi. As muitas vitórias no campo de batalha levaram o rei a desejar saber a origem do sucesso. O monarca chamou o comandante do exército, Joabe, e ordenou-lhe que fizesse um censo entre os seus soldados. Deus havia concedido a Davi vitórias em muitas pelejas. Devia estar feliz e agradecido. Ao final de tantos e difíceis triunfos, desejava saber quanto daquelas conquistas eram produtos da bondade divina e quantas deveriam ser creditadas ao seu exército. Como não sabia quantos dos seus soldados estavam empenhados nas guerras que travou, resolveu contá-los. Melhor seria creditar cada triunfo ou cada combate à bondade do Senhor. Mas o grande rei, homem segundo o coração de Deus, revelou-se indeciso.

Nada melhor do que um bom recenseamento, para atender ao pecado de sua vaidade.

Seu comandante resistiu ao recenseamento. Porém, a palavra do rei prevaleceu. Era a autoridade máxima. Devia ser obedecido, mesmo tendo uma ideia absurda.

Após nove meses e 20 dias, a ordem do rei foi executada. Joabe trouxe o resultado, o melhor possível. Havia em Israel e Judá um milhão e 300 mil soldados aptos para a batalha e a guerra. Com tal resultado, o coração do rei devia encher-se de alegria. Contudo, ocorreu o contrário. Uma intensa angústia invadiu o coração de Davi. Era importante saber o número de soldados dispostos para a guerra, mas ainda mais importante era depender, como sempre, da ação divina que comandava as batalhas. As inúmeras vitórias vinham do Senhor e não do exército ou do próprio rei.

Três opções: escolha uma

Deus enviou a Davi o profeta Gade com três opções (II Samuel 24.12-13).

O rei devia escolher uma. As escolhas divinas para Davi eram objetivas. Primeiro: sete anos de fome sobre Israel.

A fome sempre gera estragos irreparáveis. Segundo: três meses fugindo dos inimigos. O que não faltava a Israel eram rivais. Três meses de derrotas sob o fogo adversário era mais que uma tragédia. Ou a terceira: três dias de peste sobre a terra. Angustiado, Davi escolheu a terceira opção, com a convicção: “Caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias” (II Sm 24.12-14). Escolha sábia em momentos de angústia.

Setenta mil pessoas foram ceifadas pela peste. Quando o anjo estendeu sua espada sobre Jerusalém, Deus interrompeu a peste e Se arrependeu do mal que ia praticar (II Samuel 24.16).

Na caminhada diária, não temos noção das vezes em que Deus sus-

pende o castigo que merecemos. São milagres diários em que o Senhor Se lembra que somos pó e não temos como receber a correção que merecemos (Salmos 103.14). As misericórdias dEle sempre oferecem ao rebelde a graça do Seu amor.

O pecado gera em nossos corações vaidade e orgulho. Cremos que tudo podemos. Mas a misericórdia divina nos trata com amor, até que cheguemos à compreensão que somos pó e ao pó voltaremos. A cada novo erro, Deus sempre nos convida a refletir sobre a fragilidade humana, que não tem recursos para suportar o castigo merecido.

Davi construiu um altar na eira de Araúna. Ofereceu sacrifícios e se arrependeu do pecado da vaidade, tão comum à efemeridade humana. As vitórias que alcançamos sempre são produtos da bondade do Senhor e não dos nossos méritos. n

A solução é Jesus Cristo, o Deus de amor (João 3.16)

O verso em questão é, sem dúvida, um dos mais conhecidos e amados de toda a Bíblia. Essa passagem única é mais do que um mero conjunto de palavras: é a promessa de Deus de salvação e vida eterna através de Seu Filho Jesus.

Jesus pronuncia essas palavras em resposta a um homem religioso chamado Nicodemos, que o procura para saber como poderia nascer de novo. Cristo não contemporizou e mostrou a este religioso a necessidade de ele nascer de novo (João 3.7).

Quando falamos acerca do novo nascimento, estamos, na verdade, falando acerca da regeneração. Regenerar significa “gerar outra vez”. Foi isso que Jesus expôs a Nicodemos. A pessoa muda tanto, que parece outra criatura. O saudoso pastor e escritor

Isaltino Gomes Coelho Filho disse: “As Igrejas hoje pregam bênçãos, mas não transformação. A conversão transforma a pessoa”.

É interessante observar que Nicodemos era uma pessoa culta, religiosa, respeitável, que praticava boas obras, mas não tinha uma experiência real de salvação. Jesus não estava interessado em dialogar com esse líder religioso acerca dos milagres, dos sinais e maravilhas. Ele queria a transformação desse homem.

Pensar na cruz, no sacrifício de Jesus, é pensar automaticamente em Deus e em Seu amor. É aqui que entra o texto de João 3.16, onde o amor infinito de Deus se manifestou de maneira infinitamente gloriosa. Louvado seja o nome do Senhor, por ser tão grande em amar! O que podemos aprender acerca do amor de Deus?

Em primeiro lugar, o amor é essência de Deus (João 3.16). Logo tudo o que Ele é, pensa e faz origina-se do Seu amor. Por amor, Deus entregou Seu Filho unigênito para nos redimir, salvar e consequentemente livrar da ira vindoura. A única forma de alguém não perecer é aceitar esse amor, revelado na pessoa de Jesus Cristo. O teólogo J. I. Packer diz: “O amor de Deus... é um amor que não hesita em fazer sa-

crifícios por seus beneficiários. Ele dá, dá e dá novamente, até que se possa dizer que Ele deu tudo. Na verdade, Ele deu a si mesmo”.

Em segundo lugar, o amor de Deus é indissolúvel (Romanos 8.38-39). A convicção de Paulo é que nem as desgraças da vida - a morte, ou influência maligna - podem nos separar do amor e da presença de Cristo Jesus. Nada é capaz de separar os cristãos do amor de Deus que está em Jesus Cristo. É interessante observar que o capítulo oito de Romanos começa com a expressão “nenhuma condenação”, e termina com a expressão “nenhuma separação”, justamente por estarmos ligados a Cristo Jesus.

Em terceiro lugar, o amor de Deus nos constrange (II Coríntios 5.14-15). Foi o amor de Deus que fez o apóstolo se entregar ao ministério. O amor de Deus faz com que vivamos não mais centrados em nós mesmos - em torno de nosso umbigo - para nos entregarmos e nos dedicarmos Àquele que morreu por nós e nos concedeu vida em abundância. Trabalhamos e servimos ao Senhor não por obrigação,

mas movidos e constrangidos por este amor. O escritor Ray Stedman diz: “A motivação certa para os atos da vida cristã é o amor, e não o dever. O amor torna mais fácil a obediência; o amor tem prazer em fazer aquilo que agrada ao ser amado”.

Em último lugar, por amor, Deus não se esquece de nós (Isaias 49.15-16). Esquecer significa “apagar da lembrança”, “pôr de lado”, “desprezar”. O profeta Isaías nos informa que uma mãe pode até se esquecer de seu filho, mas o nosso Deus não. Ele não tem amnésia. Pode ser que você esteja com a sensação de que Deus se esqueceu de você e de sua causa. Podemos até nos esquecer de Deus, mas Ele jamais Seus filhos. Pelo contrário, o Pai muda suas histórias de dor em histórias de vitória e alegria. Deus não esqueceu de você – irmão ou irmã, hoje mesmo Ele quer iniciar um trabalho de honra em sua vida. O pastor Isaltino também disse: “Podemos falhar espiritualmente, falhar com Deus, mas devemos ter sempre em mente que Ele não nos esquece, não nos abandona e nos dá uma nova oportunidade”. n

3 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
BILHETE DE SOROCABA
Pr. Julio Oliveira Sanches
REFLEXÃO

Evangelizar os evangelizados: um desafio duplo

A matemática é vista como ciência exata, por estar inserida numa área de conhecimento fundamentada na lógica e na precisão. Quem nunca ouviu a expressão: “Os números nunca mentem”? É difícil discordar, desde que eles sejam utilizados sem considerar nenhum outro parâmetro. Apesar de não errarem, há a possibilidade de serem manipulados consoante os interesses a alcançar. Essa prática é muito usual justamente por se sustentar na exatidão dos cálculos.

Os últimos censos realizados no Brasil revelam um crescimento expressivo do número de evangélicos. No entanto, será que esses dados correspondem à realidade? É preciso esclarecer que não há questionamentos aqui quanto ao resultado, provavelmente, fruto de uma pesquisa individual onde o entrevistado apenas responde qual é a sua religião. Nesse caso, os números podem apresentar distorções, pois a

A vitória final de Jesus

questão não é tão simples assim. Para ratificar esse recenseamento, obrigatoriamente muitos outros indicadores deveriam ser observados.

Os dados citados anteriormente ratificam que a Igreja tem sido eficiente na proclamação do Evangelho. Não obstante, pode não estar obtendo o mesmo rendimento no discipulado. Como podemos chegar a essa constatação?

Quando observamos o estilo de vida de grande parte desses novos discípulos, muitos deles não congregam ou o fazem irregularmente; não se engajam na missão da Igreja; conhecem a Bíblia superficialmente; continuam com o mesmo comportamento de antes e não estão preparados para formar outros discípulos. O apóstolo Paulo, na sua segunda viagem missionária, retorna a algumas cidades, como Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, com o intuito de fortalecer a fé daqueles novos cristãos (Atos 14.21,22). Ele enxergava a necessidade de gastar mais tempo

Seja forte, corajoso e obediente

Marinaldo Lima

pastor, colaborador de OJB

(Baseado no tema da 38ª Assembleia da União

Missionária de Homens Batistas de Pernambuco, 18 e

19 de agosto de 2023, na Igreja Evangélica Batista da Várzea, em Recife - PE)

Seja forte, corajoso e obediente

E tenha a Palavra de Deus na sua mente.

Jamais olhe para trás, pegue o arado e vá em frente;

Avante com Jesus, seja exemplo e um bom crente!

“Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer” (Mt 10.19).

Quando Jesus instruiu Seus discípulos sobre a maneira de agir e reagir, diante do ódio com que iriam ser tratados neste mundo, Ele profetizou; “Todos odiarão vocês, por serem Meus seguidores. Mas quem ficar

para preparar melhor aquelas pessoas. A Igreja precisa atentar para o ir, sim, mas não ignorar a necessidade de retornar para ver como estão as sementes plantadas; se elas germinaram ou não, e acompanhar de perto o seu crescimento. Principalmente depois da pandemia, é possível ver nitidamente como as Igrejas recém-organizadas precisam de apoio. Obreiros carecendo urgentemente de auxílio, em todos os sentidos. Nesse contexto, ainda há aqueles que tiveram contato com o Evangelho há mais tempo, portanto não devem ser considerados recém-convertidos. Ainda assim, esses casos podem ser enquadrados na mesma situação que os novos na fé

firme até o fim será salvo” (Mt 10.22).

Ao revelar aos Seus discípulos a intensidade com que o mundo os rejeitaria, Jesus profetizou: “No mundo vocês vão sofrer, mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33). “Assim, com a nossa fé conseguimos a vitória sobre o mundo. Quem pode vencer o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus” (I Jo 5.4-5).

por viverem do mesmo jeito. Desse modo, ao voltarmos nossa atenção para a campanha de Missões Nacionais de 2023, constatamos que a Igreja precisa cumprir a Grande Comissão trabalhando em pelo menos duas frentes. Anunciar o Evangelho àqueles não evangelizados, os quais nunca tiveram contato com o plano da salvação. No entanto, à semelhança do grande apóstolo dos gentios, retornar aos lugares e pessoas já evangelizados, para fortalecer sua fé. A missão é árdua, mas o Senhor é conosco e nos fará prosseguir até a cumprirmos cabalmente. Então, poderemos gritar com todo ímpeto: Maranata, ora vem Senhor Jesus! n

Força tenha no Senhor; Ele te faz valoroso!

Ore sempre e não temas, seja um homem corajoso.

Retamente te conduzas como um vaso precioso.

Tenha fé, não te espantes; nosso Deus é poderoso,

E contigo Ele está, fazendo-te vitorioso.

Caminhes com nosso Deus em jejum e oração,

Olhe sempre para Cristo, grande autor da salvação.

Realize a Sua obra, bendita evangelização!

Arrojado tu estejas pra cumprir tua missão.

Justificado por Jesus, alcançaste a redenção.

O que tens que fazer é pôr a fé em ação, Sacudindo este mundo com a tua pregação, Olhando pelos perdidos que estão na escuridão.

Eternamente terás o bendito galardão.

Os homens sejam exemplos de fé e fidelidade, Bendizendo ao Senhor com toda sinceridade. E os rapazes gamistas vivam com integridade, Dedicando a juventude a exercer a piedade; Identificados com Cristo, sob a Sua autoridade. Embaixadores do Rei vivam com idoneidade; Na Palavra de Deus aprendam a lealdade. Tenham uma vida pura, digam sempre a verdade. E toda a União Masculina esteja em santidade! n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
Juvenal Netto colaborador de OJB Olavo Fe ijó
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Débora Fernandes Xavier psicóloga, líder de juventude, equipe Vem Pra Vida (JBB);

André Felipe da Matta graduado em Teologia, estudante de Psicologia, equipe Vem Pra Vida (JBB).

Sabemos que na atualidade emergem diversos assuntos sobre saúde mental e sofrimento e que a Igreja tem um papel na sociedade diante disso. Mas o que essas temáticas de fato representam para a Igreja? As informações que traremos realmente devem ser consideradas pelo Corpo de Cristo?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.”1. Já a saúde mental tem a ver com o dia a dia, com o estado emocional, as habilidades, com as situações que passamos, sofrimentos, problemas, com os comportamentos que temos e como interagimos socialmente. Nesse sentido, o estado psíquico como um todo é considerado ao lidar com a saúde e

1 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/ noticias/2021/o-que-significa-ter-saude

JUVENTUDE BATISTA BRASILEIRA

seus aspectos.

Observamos os dados obtidos pela agência de distribuição de Bíblias OneHope, que atua em 179 países. Nessa pesquisa, foram contemplados adolescentes de 20 países. Os resultados mostram que, nos últimos 3 meses, mesmo entre os que se consideram cristãos comprometidos, mais de um terço tem problemas com quadros de depressão e ansiedade. Já uma parcela menor de 15% dos entrevistados alegou ter pensamentos suicidas. Poderíamos fingir que as questões de saúde mental e o sofrimento não são uma realidade dentro das nossas Igrejas, mas cada vez mais está visível que não devem ser ignoradas.

Essa pesquisa trata uma parte, lidando apenas com adolescentes, porém não afeta somente essa faixa etária. Ainda que fosse, é uma realidade que não pode ser negada, pois são parte das nossas Igrejas, vistos como a futura geração. Logo, tornam-se alvo das necessidades da Igreja que precisam ser consideradas.

Para a Igreja abordar sobre saúde mental, é importante buscar conhecimento para entender o que é e como ajudar. Existem problemas que são observados na sociedade como um todo que, por vezes, são repetidos dentro

das Igrejas. Dentre eles, destacamos os estigmas, que significa reduzir e rotular de modo negativo um indivíduo por alguma característica. Um estigma pode fazer com que a história da pessoa seja vista apenas a partir do seu sofrimento.

Comumente pessoas com alterações de humor, problemas emocionais, limitações nas habilidades sociais e mesmo as que precisam de cuidados e acompanhamentos cotidianos, acabam sendo reduzidas às suas condições e transtornos. O papel da Igreja não é olhar para as pessoas e considerá-las sem valor ou sem possibilidades de crescimento.

Muitas questões emocionais são tratadas como exageros, mentiras ou até mesmo como “alguém querendo chamar atenção”. Pensamentos assim impedem um olhar acolhedor para quem sofre. Por isso, precisamos entender que o sofrimento e as dificuldades humanas existem para todos, cada um de uma maneira, com semelhanças e diferenças.

Como Igreja, somos também o Corpo de Cristo e, para saber como agir frente a essas necessidades, olhamos para Jesus, que é a perfeita expressão do Pai (João 14.9). Logo, separamos uma parábola específica contada por

Jesus que ilustra muito bem sobre o cuidado A parábola do Bom Samaritano (Lucas 10.25-37) é uma narrativa usada para responder o questionamento de quem devemos amar, porém em Sua sabedoria, Jesus responde como agir frente a aqueles que sofrem e nos ensina valiosas lições.

A parábola se trata de um samaritano cuidando de um judeu, povos antagônicos, inimigos. O samaritano sai do seu lugar, sem obrigação, e cuida do judeu ferido sem buscar nada em troca, pelo contrário, entregando o que era seu. Nessa narrativa, aprendemos com Jesus como a Igreja deve atuar. Assim como o bom samaritano, devemos acolher até mesmo aquele que é dito como “sem valor”, para nós alguém que foi estigmatizado em seu sofrimento. O samaritano não ignorou o judeu ou o considerou culpado pelo seu sofrimento. Antes fugiu de desculpas que confortasse a consciência. Não mediu esforços para ajudar aquele que sofria.

A resposta da Igreja é cuidar daqueles que sofrem, cuidar emocionalmente, fisicamente (corpo), espiritualmente e socialmente (comunidade). Assim como fez o bom Samaritano, que sejamos as pessoas a cuidar e ajudar aos que sofrem. n

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 REFLEXÃO
“Como a Igreja deve responder às questões de saúde mental e ao sofrimento?”

Qual a importância e como formar um Conselho Missionário?

Somos chamados por Deus para “ficar”, mas não para “ficar parados” ou “ficar sozinhos”! Temos uma missão muito séria: formar uma geração de discípulos de Jesus, que multiplique, ame, ore e sustente a obra missionária.

Muitos de nós fomos chamados para mudar radicalmente a visão de nossas Igrejas, que estão adormecidas, voltadas para si mesmas, com inúmeras programações para crentes e que nem se lembram da obra missionária. Sem dúvida alguma, uma das formas mais eficazes e que mais tem abençoado a vida dos promotores de Missões é o Conselho Missionário.

Pudemos observar que, durante a pandemia, as Igrejas que já tinham uma equipe missionária sólida, independentemente do tamanho da Congregação, conseguiram vencer os desafios dos templos fechados e fizeram campanhas com excelência. Isso mostra a importância do trabalho em conjunto.

É impossível o promotor estar ao mesmo tempo com as crianças, juniores, adolescentes, jovens solteiros, jo-

vens casados, mulheres, homens, idosos, Pequenos Grupos Multiplicadores, grupos musicais etc. Mas existe uma forma que o promotor pode estar em “todos” esses lugares ao mesmo tempo. Sim! Quando o promotor envolver os líderes de todos esses departamentos em sua equipe, eles serão “promotores” espalhados por toda a Igreja, em todas as faixas etárias, influenciando e contagiando a todos para a missão de fazer discípulos.

Se sua Igreja não tem um Conselho Missionário, antes de tudo, converse com seu pastor e compartilhe o desejo de formá-lo com a liderança. Abra seu coração e, em oração, peça ajuda. Ele deve ser o primeiro a fazer parte desta comissão. Com a ajuda de seu pastor, converse com cada líder e crie um grupo no WhatsApp A responsabilidade de envisionar a equipe é grande! Todos precisam enxergar o quanto a missão é séria e espiritual. Comece com uma reunião para orar. Compartilhe seu desejo e sonho de ver toda Igreja envolvida com a obra missionária e demonstre o quanto a oração será a principal ação desse time. Essa é a chave do sucesso! Não há estratégias que movam o coração de uma Igreja, jamais seremos técnicos em mobilização. Quem move o

coração é Deus! Por isso, envolva a equipe em oração, tendo isso como prioridade absoluta e inegociável. Faça reuniões de oração semanais nos períodos pré e pós campanha. Se possível, faça o ano todo!

Observe as características de cada membro do Conselho Missionário. Aos que gostam de trabalhos manuais, dê a tarefa de ornamentar a Igreja com enfeites que foquem nas ênfases da campanha. Junte-se também a eles para preparar um lindo termômetro. Para quem gosta de teatro, dê o desafio de fazerem encenações durante a campanha, inclusive as apoteoses sugeridas no material da campanha. Para os músicos, entregue antecipadamente a música oficial da campanha e monte com eles as ordens dos cultos com cânticos e hinos missionários.

Tudo pode ser planejado com antecedência para os cultos, momentos e atividades missionárias para o levantamento das ofertas. As reuniões com todo o Conselho podem ser extremamente proveitosas, pois juntos terão uma explosão de ideias!

No Blog do Promotor, disponibilizamos estudos prontos para serem feitos com seu comitê missionário.

Temos também a categoria “Conselho Missionário”, onde você poderá acom-

panhar tudo o que for postado sobre esse assunto. Acesse o site: www.missoesnacionais.org.br/blog e confira!

Se o Conselho Missionário compreender a grandeza e a responsabilidade de sua missão, vocês experimentarão, como Igreja, o maior despertamento missionário de sua história. Precisamos formar uma nova geração de discípulos de Cristo que cresçam amando a obra missionária, tanto fazendo discípulos onde estão, quanto sustentando os agentes em campo. Trabalhe isso como uma prioridade em seu ministério, envolvendo todo o Conselho Missionário nessa visão de priorizar as crianças.

Imagine sua Igreja daqui a 10 ou 15 anos! Muitas crianças de hoje estarão nos campos missionários como Radicais. Os que ficarem, formarão famílias que compreenderão a missão, cheias do Espírito Santo, e farão discípulos onde estão. Todos amando a obra missionária, dedicando as férias com a profissão nos campos missionários, grandes intercessores, mantenedores e mobilizadores. Imagine se todos aqueles que Deus chamou para ficar compreenderem sua missão, influenciarem os líderes de suas Igrejas, e assim, toda a Igreja? Juntos, ganharemos o mundo para Cristo! n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 REFLEXÃO

Redação de Missões Nacionais

Deus usa pessoas comuns para realizar seus planos extraordinários, não é mesmo? Foi assim que aconteceu com o missionário Gabriel Lamoso, um jovem engenheiro baiano que Deus conduziu para o campo missionário.

Em 2017, Gabriel se formou em Engenharia Química e pretendia seguir carreira, mas o Senhor já tinha outros planos para ele. Em 2018, ele atendeu ao chamado e se inscreveu para a 4ª turma de Radical Sertanejo. Adivinha só? O Sertão ganhou o seu coração!

Ele passou a atuar na comunidade Barrocão de Cima, no Sertão da Bahia, onde firmou a convicção de que o campo missionário era o seu lugar. Enquanto cumpria a missão de multiplicar discípulos, ele conheceu uma pessoa muito especial: a missionária Joyce. Eles se casaram e tiveram o

Chamado para transformar vidas no Sertão!

pequeno Natan, que nasceu em 2023.

A história não termina por aí. No campo, Gabriel estudou Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, se formou, passou pelo concílio por unanimidade e foi ordenado ao Ministério Pastoral. Que bênção!

Atualmente, o casal coordena o Projeto Sertão Barreiras - BA, acompanhando e mentoriando os Radicais da região, e segue à frente da Igreja Batista da Cidade, em Barrocão de Cima - BA.

A obra missionária é feita por gente comum, que se coloca à disposição de Deus para multiplicar discípulos, plantar Igrejas e anunciar em todo tempo que “A Solução é Jesus Cristo”!

Deus também deseja fazer algo especial por meio de sua vida. Esteja disponível! Acesse o site: www.missoesnacionais.org.br/sou-radical/ e faça parte do time Radical Brasil. n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
MISSÕES NACIONAIS
Um ano após se formar engenheiro químico, Gabriel Lamoso aceitou o chamado para anunciar o Evangelho no sertão baiano, onde permanece até hoje Gabriel e esposa agora preparam outros missionários e dirigem Igreja Batista da Cidade, em Barrocão de Cima - BA

Juventude Batista do Planalto Central fala sobre coragem em Congresso anual

Programação teve palestras e outras atividades.

Nos dias 01 e 02 de setembro, aconteceu o Congresso da Juventude Batista do Planalto Central (CONJUBAPC), na Primeira Igreja Batista do Guará - DF, com o tema “Coragem - Avante, Juventude”. Foi um tempo inspirador, trans-

formador, de edificação na Palavra e de muito louvor e adoração, deixando sua marca no coração de todos, especialmente dos nossos adolescentes e jovens que ali estiveram.

A equipe de louvor da nossa Juventude e o cantor Júnior Acrigno conduziram o momento de adoração, de modo que o nome de Jesus fosse glorificado e exaltado em todo tempo.

Através da vida do pastor Yuri Breder, da Primeira Igreja Batista de Maringá - PR, fomos ministrados com autoridade, poder e graça vindos do céu!

Na tarde de sábado, tivemos oficinas com temas relevantes para a jornada espiritual dos participantes. Eles aprenderam sobre evangelismo pessoal, ministério de música e vida cristã.

Encerramos o Congresso da JU -

BAPC 2023 na certeza de que foi um tempo singular na vida da nossa Juventude, que serviu de inspiração para sua caminhada cristã, a avançar com coragem e fé.

Para acompanhar os eventos e atividades da JUBAPC e da Convenção Batista do Planalto Central (CBPC), siga-os no Instagram: @cbpcoficial e @jubapc. n

Acampamento Estadual das Mensageiras do Rei reúne mais de 600 pessoas na Bahia

“MR, anuncie o Evangelho!” foi o tema escolhido para 2023.

Magnoneide Matos da Silva gerente de Educação Cristã da Convenção Batista Baiana e coordenadora de Mensageiras do Rei da Bahia

O Acampamento Estadual de Mensageiras do Rei da Bahia foi realizado de 28 a 30 julho de 2023, no Acampamento Maanaim, em Santa Bárbara - BA. Foram 603 participantes, sendo 453 Mensageiras do Rei, 122 líderes e 28 integrantes da equipe, 52 Igrejas representadas de 12 Associações. O tema trabalhado foi: “MR, anuncie o Evangelho!”, sob a divisa de Atos 8.4: “Aqueles que tinham sido espalhados anunciavam o evangelho por toda parte.”

A preletora oficial foi a educadora cristã Janilene Batista da Silva, da Igreja Batista Memorial em Ilhéus - BA, além de outras preletoras que atuaram em oficinas e atividades esportivas, tais como: Emília Silveira, Irana Silva, Lizia Laiz Lopes, Maria Helena Vieira, Luciana Santana dos Santos, Renata Costa, Sueli Sena, Valdete Pereira e Walmira Tibiriçá. Contamos com uma equipe de apoio, ornamentação, cantina, louvor e adoração e a participação

As jovens que completaram 15 anos ganharam homenagem especial

Com oficinas e ministrações, as MR da Bahia foram incentivadas ao cuidado com outras e consigo mesmas

especial do Grupo de Teatro Negro da Primeira Igreja Batista de Aratuípe - BA.

As atividades foram bem diversificadas. Os temas das oficinas foram divididos para atender cada faixa etária: evangelismo, prevenção da depressão, musicalização, mensagem ilustrada e artes. Foram realizadas, ainda, gincana

bíblica, momento celebrativo e social homenageando as debutantes do ano, lazer e esporte. Foi um período intenso, com muita interação e comunhão.

Em todo o tempo, foi constatado o agir de Deus nas celebrações, estudos e demais atividades. Como resultado desse trabalho, houve 68 posições to-

madas diante de Deus e das presentes: 28 decisões ao lado de Jesus, 18 consagrações de vidas, oito vocações missionárias e nove outros compromissos.. Deus foi glorificado em todo o tempo e vidas foram edificadas. “Glórias, pois, a Ele eternamente. Amém.” (Ro 11.36) n

8 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
Luís Claudio Pessanha pastor, diretor-executivo da Convenção Batista do Planalto Central
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Avante, Juventude! - Jovens Batistas do Planalto Central foram incentivados a compartilharem o Evangelho com ousadia Mais de 600 mulheres de todas as idades estiveram reunidas em três dias de aprendizado e festa

“Deus precisa de dentistas”

Analzira

Quem vê o semblante sereno de Analzira Nascimento, não imagina as atrocidades que já presenciou. A decisão pelo trabalho missionário veio logo após a sua conversão. A então recém-formada enfermeira embarcou para a Angola como missionária da Junta de Missões Mundiais (JMM) e permaneceu no país africano durante 17 anos, em meio à guerra civil que assolou os angolanos no fim do século passado. A missionária que, pela perda de comunicação, foi dada como morta segue mais viva do que nunca.

As décadas de experiência na missão se juntaram às reflexões teológicas de seu doutorado em Ciência da Religião para formar o livro “Evangelização ou Colonização? O risco de fazer missão sem se importar com o outro”. Em entrevista ao Batistas em Pauta, Analzira falou dos aprendizados em campo de batalha e deu conselhos práticos para quem deseja viver a vida que Jesus propõe.

Quando você descobriu sua vocação?

Com 18 anos, alguém falou para mim de Jesus e me converti. Logo que entreguei minha vida a Ele, [a vocação] veio junto. Disse: “Eu quero viver para esse Deus que me deu a razão de viver, que me deu sentido à vida!” Eu vinha da Umbanda, de uma família disfuncional. Morávamos numa favela, um lugar muito pobre. Então, a minha decisão de ser missionária foi a partir desse impacto que Jesus teve na minha própria vida.

Você foi para Angola, um país de costumes diferentes do nosso, e você tem um livro sobre isso. Comente sobre como chegar no país e quais pontos cruciais o missionário deve observar.

No início, cometi muitos erros, no sentido de querer impor as coisas. No meu tempo, a gente não tinha os cursos que temos hoje. Tinha pessoas que inspiravam. Sempre digo que não tive treinamento, mas um Russell Shedd. Eu queria ser como ele. Na ânsia de servir a Deus, a gente acaba passando o trator. Costumo dizer que a colonialidade é decidir para o outro o que é bom. Será que eu quereria que um americano ou suíço chegasse aqui e fizesse isso comigo? O colonialismo no livro tem a ver com estar preocupada com os meus objetivos e não em ser Jesus no lugar onde estou.

A língua é muito importante. E também saber sobre o país. Acontece muito de visitantes que levo: “Quem é

o presidente aqui? É o fulano?” Tipo aquela gente que chega no Brasil e diz: “A capital daqui é Buenos Aires!”

A gente gosta, né? Então, é muito legal ler a história daquele povo. Porque tem a ver com o que ele é hoje, o que gosta, como vai te ver. Eu costumo usar uma ilustração: entre na casa do outro pedindo licença. Já pensou alguém chega na sua casa, vai entrando, abre a geladeira?

Missionária, você organizou um livro chamado “Todos somos vocacionados”. Você poderia explicar o que isso significa?

A vocação não é algo exclusivo da carreira missionária. Todos os filhos de Deus têm uma vocação. Nem todos, a vocação missionária. Uma das bandeiras da Reforma [Protestante] foi o sacerdócio de todo cristão. O pessoal da Contrarreforma, para combater Lutero e suas ideias, reforçaram o clericalismo, pregando que os agentes legítimos da missão eram apenas os preparados, só uma elite. E daí virou uma tradição. Essa é uma ideia católica, medieval até. Hoje, como Batistas, a gente pode repensar isso.

Jesus deixou a ordem para todos:

“Vocês vão receber o Espírito Santo e vão ser minhas testemunhas, aqui em Jerusalém, na Judeia e até os confins da terra.” Não estou dizendo que todo crente é missionário. Mas todos somos discípulos. David Bosche fala que ser testemunha é um termo abrangente que pode se manifestar em três pilares. No Kerygma, a pregação. Na Diaconia, servindo ao outro. E na Koinonia, tratando alguém com amor, sendo Jesus naquele lugar, uma presença que abençoa as pessoas.

Qual conselho você dá para quem deseja cumprir a vocação?

Um princípio para mim é sempre raciocinarmos a partir da Missio Dei Não ter um paradigma fragmentado de só levar a alma para o céu, mas pensar que Deus está trabalhando no mundo. Ele controla a história nos séculos e a leva para o final. Deus vai cumprir os Seus propósitos. A Bíblia promete que Ele vai redimir a Sua criação. A nossa parte é alinhar a nossa vida com os objetivos dEle.

Cada um de nós pode, onde está, participar do que Deus está fazendo no mundo. Deus precisa de dentistas, gente! Não só os missionários e pastores, mas todas as profissões. O bacana é

pedir confirmação se você pode servir no púlpito ou romper para ir a algum país. Mas, muitas vezes, Deus quer te usar na sua profissão. Eu vejo muita gente sofrendo: “Será que eu tenho que largar tudo?” E às vezes Deus quer que você venha com tudo.

No ambiente profissional, você pode evangelizar os colegas com a sua vida. René Padilla dizia: “Missão é ação que exige explicação.” Você conquista o direito de ser ouvido. As pessoas perguntam: “Por quê?” Na Guerra, um dos períodos que eu mais ganhei pessoas para Jesus foi o que eu menos fiz o evangelismo tradicional. Era um período de bombardeio e fui com algumas freiras cuidar dum hospital abandonado. Entre tantos feridos, tenentes, coronéis, eu ouvia esta pergunta: “Por que você ficou aqui?” Olha a chance que eu tenho! Então, o cristão está em missão não só quando tem a chance de falar, mas com a sua vida.

E como confirmar a vocação missionária?

Acho que uma das formas é o amor por Jesus e a confiança de que você está no braço dEle. A vocação missionária tem medo, lágrima, dúvida. Mas eu me joguei, porque sabia que Ele ia me segurar. Falo sempre para o pessoal: “Não deixe para começar a obedecer ao Senhor e viver uma vida com Ele lá”. Tem que começar agora. Vai ser uma continuação.

Eu passei por muitas lutas na Guerra [Civil Angolana] e o que me segurou foi a certeza de que Deus me levou. Falo sempre para todos os jovens: “Tenha o seu Jaboque com Deus.” A turma acha que facilidade é vontade de Deus. Nem sempre. Às vezes, é o contrário, está dando tudo errado.

Faço meditações do [Oswald] Chambers e ele escreveu: “O campo de treinamento de Deus, onde se encontram as armas missionárias, é a própria vida pessoal e oculta de adoração.” Não espere para buscar a Deus quando estiver no campo. O Brasil é um dos campeões de retorno prematuro de missionários. Porque a gente vai muito no coração. E quando vem a solidão, a dor, é a vida diária de adoração que te segura no campo.

Este texto foi composto a partir do episódio 19 do Batistas em Pauta, programa semanal da Convenção Batista Brasileira em parceria com a Rede 3.16. Acesse esta e outras entrevistas no canal da CBB no Youtube : www. youtube.com/@ConvencaoBatistaBrasileira.

*Sob supervisão de Estevão Júlio, jornalista responsável pelo Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira. n

9 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
Sebastian Zanuncio estagiário do Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira*
NOTÍCIAS DO BRASIL
BATISTA
Nascimento conta o que aprendeu em sua vasta experiência na propagação do Evangelho.

Branco - MG. Na ocasião, foi realizada a terceira rodada do Torneio Mineiro de Pickleball. Eu participei como atleta e capelão esportivo. Fui hospedado pelo pastor Gláucio e sua família, povo acolhedor e querido por todos. Ele é pastor da Igreja Batista Vida e Paz, localizada na rua Queluzito 14, 1º de Maio, Ouro Branco - MG, e diretor do Colégio Batista Mineiro na cidade.

No Dia 07 de setembro, iniciamos o torneio com a categoria Infanto-Juvenil, onde tive a alegria de levar o Lucas e seu pai Rone, meus alunos de Pickleball. O pai ganhou muita experiência e o Lucas ganhou medalha de ouro no individual da sua categoria.

Eu me classifiquei em primeiro lugar, no individual, e segundo lugar em dupla masculina intermediária plus e dupla mista 50+. É muito bom ser capelão e atleta, pois nos dá mais au-

Promovendo missões com Arte e Esporte - Parte II

toridade e argumento para entender

Foi bênção poder conhecer tantas pessoas queridas, como: autoridades governamentais de Ouro Branco - MG, residentes e atletas de outras cidades, e poder compartilhar da mensagem do amor de Deus. Conhecer o Nelinho, secretário de Esportes da cidade, sua família e equipe, foi outra benção recebida. Tivemos, ainda, a oportunidade de participar da Feira de Empreendedores e Comércios da cidade e conhecer mais sobre seu progresso.

Segue comentário do nosso querido pastor Glaucio, sua esposa, Cynara, e os filhos, Arthur, Heitor e Helena. “Foi um presente de Deus para a Igreja ouvir a sua voz de uma forma tão clara e especial! Através do testemunho pessoal e da arte de bonecos, o pastor Roberto Maranhão foi um instrumento de Deus para confirmar que devemos continuar nutrindo, com fé e esperança, o sonho

que Ele tem colocado no coração da Igreja de alcançar nossa cidade e região com o Evangelho por meio dos dons dado pelo Espírito Santo a cada crente”.

Sobre o Pickleball

“Experimentar o Pickleball pela primeira vez foi uma experiência que trouxe muita satisfação e entusiasmo à toda família. Ao final da atividade, todos da família gostaram muito! Fiquei surpreso de ver como o Pickleball é acessível para jogadores de todos os níveis de habilidade. Como iniciantes, achamos fácil pegar o jeito e nos divertirmos desde o início. Além disso, a comunidade do Pickleball é incrível! Conheci pessoas amigáveis e dispostas a compartilhar dicas para melhorar o jogo. O espírito esportivo e o clima de amizade foram realmente inspiradores e uma ótima

oportunidade para compartilhar o Evangelho”.

Agradeço ao meu querido amigo, pastor Gláucio, família e amigos, que foram grandemente usados por Deus para nos proporcionar um tempo de missões tão especial. Grato aos queridos da Igreja Batista Vida e Paz, pelo amoroso acolhimento. Retornaremos, com certeza, à linda cidade de Ouro Branco - MG, para regar relacionamentos, que plantamos com amor.

Deixe Deus te usar com seus dons e talentos.

Escreva para a nossa coluna e compartilhe sobre o que você tem feito com seus dons e talentos. n

Arte e Cultura CBB

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 ARTE & CULTURA NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
marapuppet@hotmail.com WhatsApp: +55 31 9530-5870

Um terremoto de magnitude 6,8 na escala Richter atingiu a província de Marrakesh-Safi (72 km de Marrakesh), no dia 08 de setembro. Segundo a Escala de Richter, terremotos com magnitude entre 4 e 6, quebram vidros, provocam rachaduras nas paredes e deslocam móveis; entre 6 e 7, causam danos em edifícios e destruição de construções frágeis; e, entre 7 e 8 causam danos graves em edifícios e grandes rachaduras no solo.

Resposta ao terremoto

Missões Mundiais enviou uma equipe de voluntários, no dia 14 de setembro, com o perfil de saúde e de atendimento emergencial para o Marrocos. Não temos missionários, sejam brasileiros ou locais, no Marrocos. Entretanto, entendemos a urgência e necessidade de apoiar a população nesse momento de dor e sofrimento.

Ajude Agora Marrocos

O primeiro grupo de integrantes do nosso time de socorro foi enviado e, em breve, outros se juntarão a eles. Este primeiro grupo é composto por pessoas responsáveis pela logística e cuidados médicos. Essa é a resposta mais rápida que já demos a um evento desses e é uma demonstração da disposição de completar a missão.

Nossas ações se darão através de ajuda médica, alimentação (especialmente para crianças) e suporte emocional.

Você pode ajudar:

1. Orando. Peça a Deus pelos trabalhos de resgate e apoio. Peça proteção para as pessoas do nosso time. Clame por manifestação da graça do Pai.

2. Doando. Teremos muitas despesas e não temos recursos orçados para esta finalidade, mas confiamos no Senhor e na direção que dá a Seu povo. O grupo de voluntários segue com todos os recursos que recebemos até agora e mais uma quantia que acreditamos que será rapidamente utiliza-

da na alimentação das crianças e no cuidado delas. Cremos que mais uma vez veremos as respostas de Deus através de você.

Você pode fazer sua doação por meio do Pix marrocos@doeagora. com ou usando o seu cartão de crédito acessando o site www.doeagora. com. Você também pode doar através de depósito em uma das contas da junta que estão abaixo da assinatura desta mensagem.

3. Indo. Você pode ser parte da resposta de Deus ao sofrimento dos marroquinos. Para se voluntariar, você deve acessar o link: www.cognitoforms.com/jmm8/desejoservoluntárioemmarrocos

Se possível, compartilhe esta mensagem com seus contatos.

Ajude Agora Marrocos!

www.doeagora.com

Pix CNPJ: 34.111.088/0001-30

Pix E-mail: marrocos@doeagora. com

Contas para depósito Junta de Missões Mundiais // CNPJ: 34.111.088/0001-30

Bradesco Ag 1125-8

cc: 59000-2

Banco do Brasil Ag 3010-4

cc: 141900-5

Itaú Ag. 9218

cc: 65100-9

Santander Ag. 3894

cc: 13001270-8

Caixa Econômica Federal Ag. 0201

cc 1165-4

op. 003 n

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 MISSÕES MUNDIAIS

Convenção Batista do Estado do Espírito Santo promove quinta edição da Academia da Alma

Evento é realizado de forma gratuita para pastores e líderes.

Ministério de Comunicação da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo

Cerca de 240 pastores e líderes participaram da Academia da Alma, entre os dias 31 de agosto e 02 de setembro, no Acampamento Batista Capixaba, em Viana - ES. Ao todo, 17 Igrejas Batistas foram representadas na capacitação promovida pela Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBEES). Este ano, a Academia abordou o tema da CBEES para 2023: “Transformando a Cidade Discípulo por Discípulo”.

Durante os três dias, os participantes tiveram como preletores os pastores Gilson Breder - MS, Wander Ferreira

Gomes - RJ, Heber Aleixo - DF, Israel Belo de Azevedo - RJ, Carlos Elias de Souza Santos - RJ, Washington Rodrigues - RJ, José Francisco Veloso - ES e Gilvan Barbosa - PI. Eles foram instrumentos usados por Deus para ministrar ao coração dos participantes. O evento contou também com a participação do cantor Josimar Bianchi - MG, que abençoou o encontro com um autêntico louvor a Deus.

O encontro foi de fundamental importância, pois trouxe preletores que são referências no meio Batista brasileiro e que têm condições de abençoar e capacitar os pastores e líderes no exercício do dia a dia do seu ministério.

O resultado da quinta edição da Academia da Alma já pode ser testemunhado pelos participantes, que, antes mesmo de retornarem para suas cidades e Igrejas, sentiam os benefícios de tudo que ouviram e partilharam uns com os outros.

“O que nós ouvimos foi tão edificante, que as palavras são pequenas para dizer tudo aquilo que recebemos, que serve e vai servir, com toda certe-

za, para o nosso ministério pastoral”, destacou o pastor Erasmo Maia Vieira, coordenador da Academia.

“Que maravilha participar da Academia da Alma, um projeto que está no meu coração, e ver aqui tantos pastores vivenciando esses instantes, aprendendo, conversando, se divertindo, brincando, crescendo! Foi extraordinário estar aqui na Academia da Alma 2023!”, avaliou o pastor Israel Belo de Azevedo.

O pastor Carlos Elias reforça as palavras dos pastores Erasmo e Israel, ao apontar que foi “um privilégio participar da Academia da Alma. Um projeto extraordinário, de cuidado pastoral, de

disciplina pastoral, de comunhão, de crescimento. Saio daqui enriquecido, pedindo que este projeto continue”.

O Projeto Viver Cariacica fechou o evento com chave de ouro, com mais de 100 crianças que, além de louvar ao Senhor, plantaram 120 árvores no Acampamento Batista Capixaba, em comemoração aos 120 Anos de Presença Batista no estado.

A realização de forma gratuita da Academia da Alma só é possível através do Plano Cooperativo. Por isso, o pastor Erasmo conclamou os pastores e líderes presentes, para que suas Igrejas sejam fiéis ao Plano Cooperativo. O PLANO COOPERATIVO FAZ! n

Pastores Batistas do Maranhão participam de Workshop de Planejamento Estratégico para Igrejas

Participantes aprenderam a “Como planejar uma Igreja simples e missional”.

Redes sociais da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Maranhense

Para louvor e glória de Deus, no 11 de setembro fomos tremendamente abençoados pelo Workshop de Planejamento Estratégico para Igrejas ministrado pelo pastor Josué Campanhã, do Envisionar. O palestrante nos impulsionou a potencializar o cumprimento da missão da Igreja local. A programação aconteceu no auditório do Colégio Batista Unidade João Paulo, em São Luís - MA.

Na palestra, Josué Campanhã compartilhou seus conhecimentos e experiências para ajudar pastores e líderes a compreenderem a importância do planejamento estratégico e muitas outras áreas. O workshop tratou “Como planejar uma Igreja simples e missional” com ênfase no discipulado bíblico

Pastores maranhenses aprenderam estratégias de planejamento baseadas nos princípios da Igreja primitiva

. Processos Estratégicos para a Discipulado > liderança > novas

2. A necessidade de visão para a Igreja local.

3. A importância da equipe que vai ajudar a executar a visão.

5. Gerenciar uma visão de futuro ou manutenção de programas.

6. Fazer discípulos deve ser o alvo do planejamento estratégico de uma

ção Batista Metropolitana e Colégio Batista. n

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Líderes Batistas capixabas recebem capacitação ministerial gratuita na Academia da Alma, no Acampamento Batista Capixaba

Seminário Teológico Batista Equatorial promove Semana da Homilética

Atividade foi pensada para atender todos os públicos de Igrejas locais.

Ulicélio Valente

pastor, coordenador pedagógico do Seminário Teológico Batista Equatorial

O Seminário Teológico Batista Equatorial (STBE), em Belém - PA, viveu uma semana épica. De 28 de agosto a 01 de setembro, oferecemos a Semana da Homilética, para treinar e capaci tar nossos irmãos da região Norte do Brasil.

O evento idealizado pelo pastor Jefferson Dantas, da Primeira Igreja Batista do Pará, aconteceu no audi tório do STBE. Com capacidade para aproximadamente 80 pessoas, o lugar ficou pequeno para as cinco noites de ensino, que contaram com públicos diferentes a cada dia.

A Semana começou no dia 28 de agosto, com uma mesa que abordou o tema: “Os desafios da pregação para os novos tempos”. Na ocasião, contamos com a ilustre presença do gabaritado e respeitadíssimo pastor Benildo Veloso da Costa, que compartilhou de sua vasta experiência ministerial e como ex-docente do seminário, na cadeira de Homilética. Além da presença do pastor Benildo, contamos com a instrumentalização do professor da casa, pastor Samuel Marques Campos, que fez mestrado e doutorado na área de Exposição Bíblica e frequentemente ensina sobre o assunto em Igrejas. Para intermediar esse excelente diálogo em formato de mesa redonda, contamos com a ajuda do pastor Jefferson Dantas.

Na terça-feira, 29 de agosto, tivemos o nosso segundo dia de programação. Desta vez, contamos com a ilustre presença do doutor e pastor Jilton Moraes, que há mais de 60 anos

Seminário Equatorial promove treinamento de pregação durante cinco dias

prega a Palavra de Deus. O tema traba lhado foi: “O poder da palavra: da timidez a intrepidez”. A noite ainda ficou marcada pelo lançamento do seu livro “O poder da palavra: pregação transbordante, ouvintes triunfantes”, tema da programação da noite. Depois da exposição, o pastor Jefferson Dantas intermediou o momento de perguntas e encerrou a programação.

No dia 30 de agosto, ainda com a presença de Jilton Moraes, foi compartilhado com o público o assunto: “Mantenha a lâmpada acesa: O entusiasmo de pregar a palavra”. O experiente e renomado professor da área de Homilética, autor de 18 livros, a maioria sobre o referido assunto, compartilhou suas experiências ao longo de mais de 60 anos como pregador da Palavra, falou dos desafios, das técnicas de pregar um bom sermão e como se aperfeiçoar na arte de pregar. O pastor Samuel Campos dirigiu o momento de perguntas e intermediou nas respostas.

E não paramos por aqui. Na quinta-feira, recebemos a visita do nosso Procurador Institucional, Yohans Esteves, para alinharmos o projeto do curso

de Bacharelado em Teologia EAD do nosso seminário. As diretrizes foram de suma importância. Ainda no início da tarde do quarto dia de evento, tivemos reunião com os professores para ouvirmos a importância de um corpo docente alinhado aos projetos da instituição. Se já não bastasse essa semana ser histórica, o clímax veio no início da quarta palestra da noite do 31 de agosto. Entregamos inúmeros diplomas de alunos que aguardavam ansiosamente por esse momento. Felizes e emocionados, receberam o prêmio dos quatros anos de lutas e desafios de estudos teológicos. A palestra da noite foi sobre: “Pastoreando o coração criança”, ministrada pela orientadora pedagógica do Seminário Equatorial, Vanja Terra. De forma brilhante, ela falou da importância e do cuidado com as crianças, assim como da relevância e influência que causamos na vida delas.

Conforme falado anteriormente, a semana foi pensada de forma que viesse a atender todos os públicos e não poderia faltar algo nesse sentido. A chegada foi ainda mais deslumbrante. Na última noite da Semana da Ho-

milética, 01 de setembro, entregamos mais diplomas a alunos egressos, em especial o primeiro diploma de convalidação expedido pela casa, e com a participação dos dois últimos reitores, pastor Benildo Veloso da Costa e David Bowman Riker.

O último ato da Semana de Homilética ficou por conta do doutor David Riker, atualmente pastor da PIB do Pará. Nesse momento de extrema felicidade, o pastor da Primeira Igreja Batista em Canudos, Benildo Veloso da Costa, apresentou e orou pelo nosso convidado da noite. O tema foi: “Pregação Expositiva: O poder da palavra”. De forma maravilhosa, o palestrante expôs o assunto e exemplificou, na prática, o que é um sermão expositivo. Pastor Jefferson Dantas intermediou os momentos finais de uma semana de encantos para os convidados e ouvintes.

Durante todos os dias, divulgamos o andamento dos nossos trabalhos, as novidades referentes aos nossos cursos em andamentos e projetos futuros, tudo para melhor servir a nossa comunidade acadêmica, laicos e doutos. n

Ordem de Pastores Batistas do Brasil

Seção paranaense tem novo diretor-executivo

Escolha foi realizada durante Assembleia Geral Extraordinária.

Redes sociais da Convenção Batista Paranaense

Na manhã de 06 de setembro, a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Paraná (OPBB-PR) teve uma Assembleia Geral Extraordinária, com participação de vários pastores e dos presidentes das subseções.

Além de deliberações gerais, o então diretor-executivo, pastor Ciomar Finato, se despediu do cargo, para dar

lugar à eleição e posse do pastor Rodrigues Lopes da Silva. O pastor Willian Batista foi apresentado como assistente do diretor-executivo. Na ocasião, a OPBB - PR oficializou sua existência na justiça, ao anunciar seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)..

Rogamos as mais ricas bençãos sobre os pastores, suas famílias e ministérios.

Ao final, o presidente, pastor Jair Cardoso, encerrou agradecendo a todos os participantes. n

13 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Entrega de diplomas aos teólogos formados foi um dos momentos altos da Semana da Homilética OPBB-PR ganha CNPJ e novo
diretor-executivo

Cartas do amor de Deus (3)

“Vede que grande amor o Pai nos tem concedido, o de sermos chamados filhos de Deus, o que realmente somos. Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu” (I Jo 3.1).

O amor de Deus é incondicional. Um Deus extraordinariamente grande tem um amor na mesma proporção. O Seu grande amor nos permite ser Seus filhos em Jesus Cristo. Ao recebermos a Cristo como Salvador e Senhor, passamos a ter a natureza de filhos (João 1.12). Por Seu grande amor, somos dEle por direito de criação e de redenção. Na verdade, somos feitura, poema, obras de arte do Pai, em Cristo Jesus, para as boas obras as quais Ele preparou para que andássemos nelas (Efésios 2.10).

É impressionante como Deus nos revela o Seu grande amor. A Bíblia é

a carta magna do amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor. O amor de Deus é provedor, protetor e restaurador. O Seu amor nos renova, motiva à obediência e ao trabalho fidedigno. Deus nos chamou para Si mesmo segundo o bom prazer de Sua vontade (Efésios 1.5). O Deus de amor é Bendito e nos tem abençoado com todas as bençãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Efésios 1.3). O Pai nos elegeu nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis como Ele (Efésios 1.4).

No Senhor, temos a redenção, o perdão dos nossos pecados pelo sangue de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Esse Deus de amor nos motiva a viver para o louvor da Sua glória. Somos sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva dEle para que O anunciemos como Aquele que nos tirou das trevas para a Sua maravilhosa luz (I Pedro 2.9).

O Deus que é pródigo em amar nos recebeu quando éramos maltrapilhos e colocou em nós roupas de festa, de celebração da nova vida em Jesus. Estávamos mortos em delitos e pecados, mas, por Sua graça, Ele nos deu a vida abundante, significativa. Estávamos perdidos e fomos achados. A cada dia, podemos vivenciar o amor de Deus que cura as feridas da alma, fortalece o coração, renova a mente e recreia o nosso interior.

O Deus que nos ama com um amor incomparável é o Deus que, em Cristo Jesus, nos sela com o Espírito Santo da promessa (Efésios 1.13,14). Fomos marcados de antemão como propriedade dEle para o louvor da Sua glória. Em Seu amor, Ele nos dá o espírito de sabedoria e de revelação ou discernimento no pleno conhecimento dEle (Efésios 1.17).

O mundo não entende o amor de Deus porque não crê em Jesus Cristo. Não se pode conhecer o Senhor em

Sua intimidade a não ser por meio de Jesus. Deus nos vê e nos fala por meio de Cristo no poder do Espírito Santo. O nosso Deus de imenso amor é rico em misericórdia. As Suas misericórdias se renovam a cada manhã e grande é a Sua fidelidade (Lamentações 3.22,23). Somos filhos de um Deus que trabalha para os que nele esperam (Isaías 64.4).

O Deus de perfeito amor quer que testemunhemos dele em todo o tempo, o tempo todo e em todo o lugar. Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido (Atos 4.19,20). Não nos omitamos diante dos grandes feitos de Deus na História. Devemos compartilhar com os nossos filhos e netos. O nosso Deus se alegra ao ver Seus filhos como testemunhas fidedignas do Evangelho de Jesus Cristo. Trabalhemos dEle, sob Ele, por Ele e para Ele. Como ensina Paulo: ‘Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja a glória eternamente! Amém” (Rm 11.36). n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA

Qual é o centro da história?

Tem sido possível ler e ouvir inúmeras colocações de que a cruz de Cristo é o centro da história humana. Com certeza, é um fato chave e fundamental no percurso histórico por trazer o significado da morte substitutiva de Jesus, nos remindo de nosso estado decaído. Aliás, a cruz tem se tornado o símbolo cristão mais utilizado em diversas partes do mundo.

E ao considerar o ensino paulino de que toda a vontade de Deus deve permear nossa mensagem e, por consequência, nossa compreensão do Evangelho (Atos 20.27), somos convidados a aprofundar o tema e descobrir fatos históricos significativos para a nossa vida e história.

Podemos também partir do ensino de Jesus em Mateus 19.4,8, quando tratou do divórcio e remeteu a busca pela resposta no início de tudo: “não foi assim no princípio”. Temos aqui importante pista hermenêutica, pois, ao fazer este percurso de retorno à Criação, vamos chegar ao que podemos chamar de construto matricial da natureza humana e do próprio mundo. Em outras palavras, quando Deus criou tudo, quais foram os detalhes, especificações ou pormenorizações que Ele desenhou no Plano da Criação, a partir do qual tudo deveria funcionar? Já que estamos falando de história, torna-se necessário começar do começo.

Ao criar o ser humano - homem e mulher - à Sua imagem, Deus estabeleceu a Sua finalidade: viver para Sua glória, considerando Deus como o Criador e originador de tudo (Isaias 43.7; Efésios 1.11 etc.). Em outro artigo nesta coluna, já aprofundei o significado do que seria viver para a glória de Deus ao ligar esta compreensão com o ensino dos dois grandes mandamentos (Marcos 12.28ss; Mateus 22.37ss) e, conectando de volta, à criação. Assim, viver para a glória de Deus poderia ser entendido, em princípio, viver em harmonia e comunhão com Deus, comigo mesmo, com o próximo e com a criação (“Viver para a Glória de Deus! O que é isso?” OJB de 12/08/2019). Com a queda, entramos em estado de rebeldia contra nosso Criador (Gênesis 3). Após a queda, dentro de Seu amor, esse mesmo Criador, ao exercer Sua natureza amorosa, já prometera nossa recuperação apresentando o que chamamos na Teologia de “protoevangelho” (Gênesis 3.15) que se concretizou com a encarnação de seu Filho Unigênito, sua morte na cruz, sua

ressurreição, ascensão e, no futuro, com a sua volta.

Este é o Evangelho completo, em que a cruz é um dos componentes, mas não o único ou mesmo o principal, pois todos são, ao mesmo tempo, principais, todos são prioridade. Sem um, qualquer outro não existiria. Aliás, o apóstolo Paulo até nos lembra, de forma enfática, que o Evangelho sem a ressureição é vão, inútil (I Coríntios 15.1ss).

Com o passar do tempo acabamos nos concentrando na cruz, mas ela sozinha não completa o todo do Evangelho, pois todos estes cinco momentos da história são importantes, e o são juntos - encarnação | cruz | ressurreição | ascensão | volta. Tal é a perfeição da recuperação do ser humano providenciada por Deus.

A encarnação traz Deus transcendente, por meio de seu Filho, à posição imanente para viver entre nós. Na cruz, ele morre por nós pagando o preço de nossa condenação, nos trazendo à justificação (dentro da figura semântica jurídica para explicar esta profunda ação em nosso favor). Na ressurreição, temos o desafio da nova vida que nos é apresentada após nossa conversão (Romanos 6.1ss), além de apontar para a esperança de um futuro seguro. A ascensão nos aponta também para a esperança de que tudo será, no final dos tempos, restaurado, quando nosso Mestre voltar em toda a sua glória, e, essa volta, marca a restauração de tudo.

O centro da história, portanto, não é um só, mas cinco eventos conectados e juntos que nos trazem de volta ao Plano da Criação, em que o Plano da Redenção é servo e meio e, sem o qual, continuaríamos perdidos em nosso estado de rebeldia contra nosso Criador.

Ser salvo, portanto, significa buscar a reconstrução da vida a partir do plano original de Deus na Criação, ter novidade de vida, ser nova criatura, viver em abundância (João 10.10), sendo sal e luz, transbordando o agradável perfume de Deus, como testemunhas vivas da restauração de Deus para toda criação (Atos 1.8), de modo que as pessoas, ao nosso redor, possam reconhecer a transformação de nossas vidas e serem atraídas para se renderem aos pés do Mestre, confessando seu estado de rebeldia e aceitando a obra mais do que suficiente dele em nos recuperar.

Quando consideramos essa visão mais profunda e ampla, teremos condições de levar em conta que nossa mensagem deverá ir além da transmissão verbal, avançando para a sua aplicação na remodelagem e transformação de nosso modo de viver, de ver a vida, ver o mundo, ver os relacionamentos, nossa profissão, nossa vida doméstica, enfim, tudo será tocado pelo poder transformador do Evangelho, nos trazendo de volta ao caminho que foi abandonado com a rebelião no Éden.

Por isso, quem está em Cristo é nova criação, as coisas antigas se

passaram e tudo vai se tornando novo (II Coríntios 5.18). “Tudo” aqui no texto significa exatamente isso, toda a vida passa a ser ressignificada pelos ideais do Evangelho e isso deve ser levado em conta como enorme desafio quando alguém aceita a Cristo, cujos valores necessitarão ser reconsiderados, redesenhados à luz do Evangelho de modo a afetar suas decisões e escolhas diárias (Rm 12.1-3). Então a salvação é muito mais do que um tipo de “cartão magnético para entrar na Nova Jerusalém”: é mudança radical de vida.

Nesse ponto, surge uma pergunta chave: se pregamos um Evangelho que transforma, por que muita gente que o aceita não tem a vida transformada? Continua com os mesmos hábitos, com as mesmas mazelas? A resposta será tema para um novo artigo. No fundo de tudo, vejam a riqueza do Evangelho em que a visão mais profunda e completa nos aponta para compreender que o centro não é um só, mas todos estes eventos fantásticos, especiais, eternos e que se completam promovidos pelo nosso Criador e Redentor – encarnação | cruz | ressurreição | ascensão | volta – que promovem a restauração de tudo e de nossas vidas, dando-nos real sentido em viver.

Para ilustrar esta bela história, trago de presente a ilustração abaixo, de modo que você poderá compreender melhor toda a vontade de Deus (Atos 20.27). n

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 24/09/23
PONTO DE VISTA
OBSERVATÓRIO BATISTA

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