Jornal a ilha 50 versão censurada

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Ano V - n 50 - maio de 2017 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro


Forum Baia Viva

Editorial

Uma fã do jornal lê a edição 50 do A ILHA:

Forum Itinerante do Baía Viva em Paquetá discute Transportes O encontro começou com a fala dos professores Rodrigo Chauvet e Flávio Lobo, postulando que, aproveitando a mudança na concessão do transporte aquaviário, se aproveite para abrir outras linhas na Baía, inclusive com mais de uma empresa operando as barcas.

Paquetá é repleta de lendas e figuras lendárias. Existe um mito local, porém, que faz parte do grande imaginário nacional. É até música de Rita Lee, filme com Lucélia Santos. Uma mulher que desafiou os costumes do seu tempo. Mulher que dançava com cobras. Que encantava as pessoas. E, sobretudo, vivia pelada, numa época em que os corpos eram mais enrustidos.

O economista Riley Domingues, da FIRJAN, mostrou a viabilidade econômica e técnica de se implantar 11 linhas além das quatro existentes. Propôs a utilização de embarcações menores, mais leves e rápidas, proporcionando mais conforto e agilidade, além de economia para a empresa. Mostrou também como o transporte de pessoas pelas barcas alivia os engarrafamentos e demais problemas provenientes do excesso de automóveis.

Neste ano ela faria 100 anos. E 50 anos se passaram desde a sua morte brutal. E Luz del Fuego continua viva nas histórias de Paquetá. Seu reduto naturalista, a Ilha do Sol, fica ao largo da nossa ilha. Vinha a Paquetá povoar as lembranças da sua época, principalmente as memórias de Luiz Belo, o jornalista que conviveu com ela. Aproveitamos a data para lembrar algumas dessas histórias em nossa edição do A ILHA. Que, por coincidência, é a de número 50. Leiam nas páginas centrais. O jornal estava quase pronto quando recebemos a notícia de que o Solar del Rey será, finalmente, reaberto, com acesso para o público. Decidimos então segurar o fechamento, embora atrasasse a saída do jornal, para publicar alguns textos sobre isto (incluindo a correspondente vinda à ilha da esposa do Prefeito do Rio). As campanhas pelo Solar fazem parte da história deste jornal, algumas das quais lideradas por nosso fundador e patrono, Sylvio de Oliveira. Sylvio iria gostar de acompanhar o Solar funcionando. E também se deliciaria com as histórias de Luz del Fuego. Dedicamos o número 50 a ele. (Ricky Goodwin)

Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Marcelo Ficher, Mary Pinto, Ricardo Cintra, Ricky Goodwin, Taís Mendes e Vitor Matos. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465

Representando a Morena (Associação de Moradores), Douglas Ramalho leu as seguintes reivindicações para o novo edital de concessão: intervalos entre viagens de no máximo 2h e nos horários de pico de 1h. climatização e instalaão de wifi nas estações; embarque e desembarque dos passageiros em Paquetá pela frente das barcas; retirada das duas Jumbo Cats estacionadas na Praia dos Tamoios; transparência da administração da linha Praça XV-Paquetá, disponibilizando planilhas de viagens, uso, custos e lucros. A Morena reforçou que a população é contra a tarifa turística cobrando de 12 a 15 reais por viagem, inviabilizando a vinda da maioria das pessoas que visitariam a ilha, afetando o turismo e o comércio. O engenheiro ambiental Sérgio Ricardo, mediador da mesa, representando o Baía Viva, reclamou da sistemática ausência de representantes da CCR, de AGETRANSP e da Secretaria de Transportes nos seus encontros e reuniões. Fernando MacDowell, Vice-Prefeito do Rio, discorreu sobre as linhas de metrô no Rio e, na área do transporte aquaviário, declarou que formou uma comissão para estudar a sua expansão. Estas novas linhas dependeriam de estudos técnicos. Citou, por exemplo, que seria impossível implantar linhas que ocupassem espaços reservados para rebocadores, cargueiros e outras embarcações ligadas à exploração do pré-sal. Foi aberto o encontro para a fala de moradores. Os assuntos debatidos então foram o estacionamento dos navios na Baía, programas de despoluição, participação de empresas nos serviçõs de concessão, a estação da Cedae e problemas de infraestrutura na ilha de Paquetá. Encerrando o encontro, MacDowell se comprometeu a enviar resposta às questões levantadas pelos oradores, além de voltar a Paquetá para um encontro organizado pela Morena para ouvir outras demandas. Disse que criará um Grupo de Trabalho formado por entidades das ilhas da Baía para levantarem os problemas dos 350 mil ilhéus na Guanabara.

Cartas

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Estagiárias: Gabriela Dias e Julia Sena, em projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob supervisão de professores da Escola de Comunicação/UFRJ.

Sem nenhuma explicação, de repente proibiram a entrada de animais domésticos no Parque Darke de Mattos na Ilha de Paquetá.

As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.

É um local maravilhoso, tranquilo, ideal para caminhadas inclusive com nossos bichinhos de estimação.

Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares

Eu e minha mulher sempre passeávamos lá várias vezes com nossos cãezinhos na coleira e com vários sacos plásticos para recolher suas fezes caso as fizessem.

Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 50, maio de 2017. Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

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Adilson Martins Ana Cristina de Mello Carla Renaud Carlos Dimas Ribeiro Cisinha e Bernardo Cristina Buarque Cristina Campos Guto Piris Hanriete Araujo Julia Menna Barrto

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Julio e Sandra Leila e Jorginho Leonardo e Thaiza Lula Mendes Mauro Célio da Silva Mary Pinto Nadja Mara Barbosa Ricardo Bichara Ricardo Saint Clair Sylvio e Marília

A maioria das pessoas agiam assim e todos os funcionários são testemunhas disto, portanto não entendo o MOTIVO para tal proibição. Minha mulher escreveu para a Prefeitura através do site “1746” mas disseram que o assunto deveria ser encaminhado para Defensoria de Animais. Nada a ver pois a proibição foi feita pela Prefeitura e quem administrava o Parque era a Fundação Parques e Jardins. O novo aviso desta proibição está assinado pela Coordenadoria de Proteção Ambiental Gerência de Unidades de Conservação conforme placa anexa. Aqui na Ilha como em todos os locais existem vários bichinhos largados na rua, estes sim pode ser que façam suas sujeiras onde não deve mas aqueles que são acompanhados por seus donos não provocam nada que justifique tal proibição. Por isso não consigo entender pq esta mudança uma vez que em quase todos os parques do País os animais são bem vindos. (Jacques Weissblum) O que você achou desta edição do jornal? Qual a sua sugestão para o próximo número? Quer escrever sobre algum assunto de Paquetá? cartasjornalailha@gmail.com


O que v ai pela Ilha

Mais um evento de arrecadar fundos para a realização do Festival da Guanabara 2017, desta vez com comidas típicas de festas juninas. Dia 4 de junho, no Vagão. Várias “casas” de Paquetá vão preparar quitutes. Vai lá pra se divertir, saborear as delícias, tomar uns goles, dançar forró e ainda colaborar com esse grande evento que vai mobilizar Paquetá no mês de julho

Annariê !! E está chegando a época das festas juninas em Paquetá. Para abrir as festas, 3 de junho tem arraial no Barreirinha, 4 de junho é a festa do Festival da Guanabara e 10 de junho tem quadrilha e feijoada no Preventório. A Pérola da Guanabara deve vir em junho com sua festança. E isso é só começo.

Você sabe que casa é esta?

Festival da Guanabara cai no forró

Programação do Cineclube A exposição “Olha o que eu vi”, de Márcio Ferreira, agora está em exibição no Quintal da Regina. São fotografias de muros e fachadas de casas paquetaenses, for mando composições geométricas. Além de curtir as fotos bonitas, você brinca de identificar aonde foram clicadas as imagens. E quem sabe a sua casa está lá...

Alunos da natureza

No mês de junho o Cineclube de Paquetá vem com três filmes (grátis, no Quintal da Regina)

01/06 – Saída pela Loja de Souvenirs Documentário sobre Banksy, o grafiteiro mais famoso do momento, com suas obras muito críticas. Quem curte grafiti não pode perder! 1 5 / 0 6 – C l o s e U p , de Abbas Kiarostami Cineasta tenta dar um golpe numa família rica de Teerã, prometendo papéis no seu próximo filme.

29/06 – Um clássico de 1973, Verdades e Mentiras

de Orson Welles Documentário sobre o pintor De Hory, o milionário Howard Hughes e a carreira do próprio Welles. Unindo os três filmes está o tema do Falso. Banksy nunca aparece em público e não se sabe quem é esse artista. O cineasta do segundo filme engana as pessoas se passando por um diretor famoso. No terceiro filme, o pintor é um falsificador de quadros, o milionário é um excêntrico que virou um recluso, e Welles encenou no rádio uma falsa invasão da terra por marcianos (levando o pânico aos americanos).

Ve j a m s e n ã o é pra se orgulhar de Paquetá: o Plantar Pa q u e t á r e c e b e u ontem uma turma da Escola Sá Pereira, do Humaitá, que quis vir à ilha para conhecer nossas árvores de perto! De trenzinho, bicicleta e carrinho elétrico, 22 crianças e 39 adultos percorreram com o Plantar, guiados pelo Ricardo Saint Clair, um roteiro baseado em nosso Mapa Verde de Paquetá. Colocaram versos e desenhos na poeteira, abraçaram a Maria Gorda, visitaram várias de nossas espécies e fecharam o dia plantando uma amoreira no terreno ao lado do Solar. Foi uma experiência nova e encantadora pra gente: um programa movido pelo interesse e amor pelas árvores! (Márcia Kevorkian)

O cemitério violado Um leitor denunciou e o jornal A Ilha foi lá conferir. O consórcio Reviver, responsável pela administração do Cemitério de Paquetá, recentemente pintou de azul escuro a casa onde funciona a secretaria da empresa no local, originalmente e desde sempre pintada de branco. Obra do pintor e urbanista Pedro Bruno, o cemitério é citado no Decreto Municipal “N”.Nº 17.555 de 18 de maio de 1999, que transforma toda a ilha numa APAC e tomba vários bens:

Art. 1º. – Ficam tombados definitivamente, nos termos do art. 4º., da Lei n º 166, de 27 de maio de 1980, os seguintes bens:… II – Cemitério Municipal de Santa Luíza, na Rua Manoel de Macedo; "

Ou seja, o cemitério deveria estar protegido contra qualquer interferência que modificasse suas características originais. Mas como se pode ver na foto, não está.

Comunicado A equipe do Jornal A ILHA agora conta com duas estagiárias, alunas da UFRJ: Gabriela Dias e Júlia Sena. Pedimos às autoridades, ao comércio e às pessoas de Paquetá que as recebam e colaborem quando fizerem suas reportagens. E esperamos que elas tenham uma boa experiência em nosso jornal, do ponto de vista jornalístico mas também em contato com a cultura e o estilo de vida de nossa ilha tão interessante.


AMORES DA ILHA

Baiano

O Solar, há de brilhar mais uma vez Comunicado da Secretaria Municipal de Cultura

TÚNEL DO TEMPO o passatempo deste mês

Exuberante casarão remanescente das antigas chácaras da Ilha de Paquetá, o Solar Del Rey, espaço em que funcionava a Biblioteca Popular Municipal Joaquim Manuel de Macedo, fundada em 1976, passou quase uma década fechado. Desde fevereiro, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (SMC) vem realizando visitas técnicas e articulando parcerias com a Superintendência Regional, a Comlurb, a Riourbe, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a Superintendência do Centro, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Rioluz, a Administração local, a Guarda Municipal, entre outras instituições da sociedade civil, a fim de resgatar a funcionalidade do palacete. A proposta é de realizar pequenas intervenções de restauração no imóvel (telhado, esquadrias, instalações elétricas e hidráulicas) para que a população possa usufruir novamente do espaço, sobretudo da biblioteca que integra a rede da SMC. Estão em elaboração estudos completos relativos ao paisagismo, à restauração e ao reforço estrutural das instalações prediais. A ilha vai se tornar ainda mais atraente no cenário cultural da cidade com a revitalização desse Solar, tombado desde 1937 pelo IPHAN e que serviu de hospedagem do Príncipe Regente e de Dom João VI.

A hora e a vez do Solar D’el Rey? Este mes o desafio é mais fácil: que praia é esta? Sim, a brincadeira do Túnel do Tempo consiste em tentar identificar, pela memória ou comparando com as paisagens de agora, locais de Paquetá em fotografias antigas.

PAQUETÁ TEM DISSO

Joaquim Anastácio

Flavio Aniceto Nas últimas semanas de abril e primeiras de maio, temos reproduzido nas redes sociais pessoais e da ilha, especialmente na página do nosso Jornal A Ilha no Facebook, informações vindas da Secretaria Municipal de Cultura e da própria secretária, Nilcemar Nogueira, dando conta da disposição da mesma em iniciar os trabalhos de recuperação e devolução do Solar para a população. Concretamente já vimos um trabalho de limpeza e melhorias no jardim e área externa, feito pelos órgãos próprios municipais. E, como é comum em Paquetá, só ante o fato de o assunto Solar voltar à baila e o mínimo de ação ter se iniciado, já começaram as “tretas”: - Mas e a escola? - E as barcas? - E o hospital? - E os botos? E por aí vai. Nessas horas convém sempre lembrar das divisões administrativas, das funções e orçamentos de cada setor, das diferentes esferas...

FOTO DO MÊS

Paula Costa

Para não falar dos direitos sociais básicos – à educação, à saúde, à cultura etc. e que uns não invalidam os outros. Ao contrário, se somam. Uns ajudam a reclamar outros. Quem tem direitos quer mais direitos ainda, assim a História nos mostra. E ter uma biblioteca pública com um belo parque e jardim no entorno, na hipótese mínima e inicialmente apontada, ou um espaço cultural multiuso – incluindo biblioteca, sala de teatro e música e outros, como é a nossa reivindicação –além de um direito constitucional – Artigo 215 da Constituição Federal – contribui diretamente com outros benefícios, mais objetivos (para os que aparentemente reclamam “soluções concretas”): bem-estar decorrente de atividades culturais ou recreativas comprovadamente podem prevenir doenças, assim como ter um lugar para onde ir, ver gente, se juntar com outras pessoas, ao participar de alguma ação ou ir assistir pode evitar o sentimento de solidão e/ou depressa. Temos ainda a ocupação dos jovens no contra turno escolar, o reforço nos estudos através do contato com os livros e produtos culturais, a geração de empregos e renda em serviços voltados para o turismo, os transportes, a alimentação e outros setores na ilha... Bom, podemos seguir? Convém lembrar que não tem novidade nessa demanda. O Solar foi fechado em 2009. Mas só posso contar a história desde que eu participei. E, evidentemente, sabendo, respeitando e reivindicando tudo o que aconteceu naquele histórico


Turismo de base comunitária e a visita da 1ª dama José Lavrador Em 18 de abril, nossa ilha recebeu a visita da primeira-dama da cidade, Sra. Sylvia Jane Crivella, acompanhada por assessores de diversas secretarias da nova gestão: superintendente regional do Centro, Marcelo Rotemberg, o presidente da RioTur, Marcelo Alves, o subsecretário de Meio Ambiente, Justino Carvalho, o subsecretário de Conservação, Roberto Nascimento e a subsecretária de BemEstar Animal, Suzane Rizzo, representantes das secretarias de Conservação, Transportes e Ordem Pública, além da vereadora Tânia Bastos. Certamente uma boa notícia. Primeiro providência: Equipe da Comlurb fez a limpeza e retirada de mato do jardim do Solar

casarão antes. E por isso mesmo, eu - e outros que chegamos depois, como o saudoso Sylvio de Oliveira -, nos juntamos a outros tantos, “nativos” e “de fora da ilha”, desde 2013 em um movimento específico pela reabertura do Solar. Daí, por exemplo, vieram ações, como o Domingo no Darke, e o seu derivado, Festival da Guanabara que acontecerá pela segunda vez agora, de 14 a 16 de julho. Ambos nasceram em função dessa demanda pela reabertura do Solar, mostrando que a ilha tem uma produção cultural intensa e que tem que ter espaço para ser produzida, trocada, dividida, experimentada e vivenciada pelos moradores e turistas. Ainda em 2013, na diretoria da Morena daquela ocasião - Sylvio à frente formamos a Comissão de Cultura da mesma. E a partir de uma vinda do ex-prefeito Eduardo Paes a Paquetá, formamos uma subcomissão específica para o tema Solar - Ricardo Bichara, eu, Liliane Mundim e Ricardo Cintra - e com essa tivemos diversas reuniões na prefeitura e outros órgãos especialmente sobre esse fim. Às vezes todos juntos, às vezes um só, como o Bichara, que tem todo o processo em mãos e “na cabeça”. O administrador atual, Ivo Paquetá, tem se empenhado muito e antes dele, Janaína Wisnesky e Adelson Santos também o fizeram. Fizemos um cortejo cultural pela Ponte e abraçamos o Solar em 2013. Desse ato, fomos até a uma audiência na Câmara de Vereadores, convidados pelo vereador Reimont Otoni PT/RJ (que compareceu ao evento em Paquetá), presidente da Comissão de Cultura daquela casa. Vários da ilha estiveram presentes, e naquela ocasião eu, Flavio Aniceto, apresentei a demanda em nome da Morena para um plenário cheio de pessoas da área cultural e vereadores. Tivemos, nesses anos, ao menos umas seis visitas técnicas ao Solar, algumas só com pessoas da ilha e em outras com membros da prefeitura/secretaria municipal de Cultura. E comentamos essas visitas, seja com informações nas redes sociais, outras com matérias no jornal A Ilha. Além do “Abraço”, aconteceram ainda, um “abracinho” após um passeio ciclístico-cultural, e um "Ocupa Solar". O que está acontecendo agora, ou o que está para acontecer - e esperamos que aconteça, de fato - é também fruto disso. Finalmente, tão logo, a secretária Nilcemar Nogueira, a quem conheço de movimentos culturais, foi nomeada, a escrevi e falei especificamente disso, que caso em sua gestão, só fosse possível fazer uma única ação por Paquetá, seria essa: nos devolver o Solar. O resto daríamos conta, uma vez que existe vida cultural ativa aqui – em todos os lugares da cidade, aliás. E ela começou a ver as possibilidades. Esse assunto já estava lá na pauta, na mesa, tendo passado por três secretários anteriores: Sérgio Sá Leitão, Marcelo Calero e Junior Perim. A secretária Nilcemar veio a Paquetá com a sua equipe - sem fazer alarde articulou a limpeza do local e está se articulando para a obra como pode, em um momento de crise.

A visita foi motivada pela relação emocional da primeira-dama com a ilha, considerando que ela frequentava Paquetá com o atual prefeito quando ainda eram namorados. O objetivo foi desenvolver um projeto turístico para o bairro. Além de um passeio caravana de carrinhos elétricos por alguns pontos da ilha, houve oportunidade de um diálogo mais concreto no salão do Paquetá Iate Clube, quando representantes e lideranças da comunidade puderam agradecer a visita e se manifestar sobre a Paquetá que queremos e o tipo de turismo que gostaríamos de ver acontecer aqui. Destacamos que Paquetá é um dos patrimônios mais importantes da cidade. É uma das ocupações mais antigas do Brasil e, por sua relevância histórica e cultural, foi totalmente decretada pela prefeitura uma APAC – Área de Preservação do Ambiente Cultural. Além do incrível acervo edificado e paisagístico, preservamos um modo de vida que é a memória emocional do Rio. Um bairro / ilha com características completamente diferentes de qualquer outro, e que merece um olhar mais delicado do poder público. Defendemos que qualquer projeto ou iniciativa turística tem que ter como premissa preservar esse patrimônio para futuras gerações, sem que seja descaracterizado. E entendemos que é essa singularidade da ilha e seu acervo natural e cultural (material e imaterial) que são os diferenciais e a base para atrair os turistas. Defendemos que a nossa comunidade, com seus saberes individuais e coletivos, com capacitação e aperfeiçoamento, com a melhoria e a oferta de novos serviços e produtos, deve ser a protagonista e beneficiária desse projeto turístico. Somente dessa forma teremos elevada a nossa autoestima e a digna percepção de pertencimento ao nosso ambiente cultural, trabalhando por sua preservação. O diálogo pareceu promissor e nos dias seguintes já percebemos a movimentação de técnicos da prefeitura trabalhando em diagnósticos de manutenção e preservação da orla, assim como está em andamento o diálogo com a RioTur para a realização em junho de um seminário de sensibilização da comunidade sobre a importância do turismo. E a Visit.Rio também já esteve na ilha para atualizar e complementar informações sobre Paquetá em suas publicações. É importante entretanto, que essas oportunidades não sejam encaradas passivamente como se o poder público fosse resolver todos os nossos problemas. A prefeitura deve apoiar as nossas boas ideias. Temos que ter as iniciativas e promover o turismo que queremos. Para todos, mas não predador, e que venha porque admira essa Paquetá humana e linda que vivemos. Nossa ilha e nosso modo de vida são as atrações principais. Mas não podemos ser apenas atores. Organizados, somos também redatores e diretores da obra.

Essa é uma prioridade da ilha, existem outras, evidentemente, mas para essa estamos vislumbrando boa vontade pessoal para resolver por parte da responsável pelo assunto.. Não a desperdicemos. Viva a Cultura Viva! Viva o Solar D’El Rey! Viva Paquetá!

A Primeira-Dama do Rio, Sylvia Jane Crivella, visitou Paquetá e lembrou dos seus tempos de namoro.


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do país. Esse ano, o tema estipulou que todos os pratos tivessem em sua receita algum tipo de cereal. Agora serão eleitos os 20 campeões, um de cada cidade, que receberão a visita de um júri extra em julho para escolher o melhor buteco do país.

A Ilha e seus sabores Julia Sena

Aqui na Ilha, contamos com a participação de três restaurantes: M.M Vitória, Quintal da Regina e Zeca’s Bar. Cada um deles criou um petisco especial e contou sobre o prato, como ele é feito e a sensação de estar participando do concurso

No dia 14 de março foi dada a largada para a 18ª edição do Comida di Buteco. que foi até o dia 14 de maio. O concurso, que é o maior de comida de raiz no Brasil, esteve presente em 20 cidades espalhadas por todas as regiões

Dona Ana Maria nos conta que seu restaurante funciona na Ilha há 15 anos. Participando pelo segundo ano do concurso, o prato Maxixe da Moreninha é feito de Maxixe com carne seca, torrada e farofa de alho.

Ela também conta um pouquinho sobre o preparo do petisco “Eu refogo o maxixe no azeite com cebola, tomate e deixo cozinhar. Coloco extrato de tomate pra deixar uma cor bonita, depois vem o molho da carne seca pra dar o sabor.” Mesmo após o concurso, o local continua servindo o maxixe, na Rua Furquim Verneck, número 86.

R e yna l d o Pe i xo to

J úl i a Se na

M.M Vitória

Com o restaurante há cerca de 2 anos e meio, essa também é sua segunda participação no concurso. Regina conta como surgiu a ideia do prato “As Gostosas de Paquetá “ : “Fazer linguiça já era uma ideia que tinha me cutucado em outras ocasiões. Então eu pensei em fazer linguiças artesanais na casa, temperadas com cerveja e o que seria mais forte para acompanhar a linguiça? Uma farofa de banana verde com germe de trigo. Chegamos a um tomate assado para acompanhar, ele é úmido, então é meio adocicado, pra fazer um contraponto com a linguiça que é mais salgada, mais apimentada.” Se gostou siga para o Quintal da Regina que fica logo ali, na Rua Doutor Lacerda, número 18, que serve outras iguarias como esta.

Re yna ldo Pe ixot o

J úlia Se na

Quintal da Regina

Zeca’s bar Vanessa, sua neta, conta que esse é o primeiro ano do restaurante no concurso e afirma que está sendo um sucesso “em duas semanas de concurso o prato já vendeu bastante” afirma. Além disso o chef acredita que a visibilidade do restaurante aumentou. O número de likes na página do restaurante nas redes sociais cresceu, juntamente com as vendas no espaço. A iguaria criada é composta de tortinhas de massa folheada recheada com maravilhoso camarão na manteiga e requeijão cremoso, acompanhadas de crocantes chips de aipim gratinados com cheddar e bacon. Deu água na boca? Então não deixe de visitar o local, na praça Bom Jesus, número 12.

Rey nal do Pe ix oto

J úlia Se na

Belo, Recatado e do Mar. Esse é o nome do petisco servido no Zeca’s Bar, restaurante do seu Zeca, que trabalha a todo vapor na plenitude dos seus 80 anos.

As amigas Ângela e Aline são de Niterói e do Meier. Elas vieram passear pela Ilha e estão adorando o concurso, dizem serem frequentadoras do lugar há anos “Amamos Paquetá, visitamos a muitos anos. Eu já consegui reunir aqui 30 pessoas da minha família” afirma Aline. Regina e Ana Maria, que já participam do concurso desde o ano passado, afirmam que esse ano o movimento está menor. Elas acreditam que um dos motivos possa ser a crise econômica do país. Mas apesar de ser um concurso, não existe rivalidade entre os competidores da ilha. Eles afirmam serem amigos e dizem que existe espaço pra todo mundo. Com tanta coisa gostosa, difícil foi decidir qual delícia foi a melhor.


Quem foi Luz del Fuego Gabriela Dias Luz del Fuego foi uma atriz e dançarina brasileira, famosa por seus espetáculos de teatro de revista e pelo modo controverso de levar a vida. Nascida em 1917 em uma família influente de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, fugiu com o circo para o Rio de Janeiro ainda nova. Seu nome verdadeiro era Dora Vivacqua, o qual mudou nos anos 1940 para Luz Divina, seu primeiro nome artístico. Mais tarde se tornou Luz del Fuego, nome da marca de um batom argentino.

de suas características mais marcantes e polêmicas era o naturismo. Se apresentava nua e dançando com cobras enroladas em seu corpo, duas jiboias treinadas. Também fundou o “Clube Naturalista Brasileiro” em uma ilha na Baía de Guanabara, concedida pela Marinha, a qual chamou de Ilha do Sol. O lugar ficava a 15 minutos de barco da Ilha de Paquetá, onde Luz aparecia semanalmente para comprar mantimentos. Não era permitido usar roupas no clube.

A vedete logo ficou bastante conhecida: não era raro ter sua imagem estampada nos jornais. Uma

A artista era vegetariana e membro da Sociedade Protetora dos Animais. Hoje, é considerada por

De como Luiz Belo foi em direção à Luz Um papo com Luiz e Júlio Marques (com participação do Fernando) Houve um tempo em que o paquetaense Luiz Belo era Luiz Issa, colunista social da revista O Cruzeiro. Luiz esteve com Luz del Fuego na véspera de sua morte, em julho 1967, e assim publicou naquela revista, com grande repercussão, aquela que seria a última entrevista da vedete. Luiz frequentava a Ilha do Sol e conheceu de perto essa personalidade misteriosa. Acompanhem agora Luiz & Luz, nesta edição que celebra o centenário de Fuego. Julio – A pergunta que não quer calar: você comeu a Luz del Fuego? Luiz – Não. Ela era muito esquisita, muito temperamental. Eu ia muito na Ilha do Sol para bater papo, conversávamos sobre o livro que a gente ia escrever: “Minha Vida , Meus Amores”. O lançamento ia ser na Central do Brasil às seis horas da tarde. Júlio – Com ela pelada? Luiz – Pelada não, mas com as cobras. Depois a gente faria um lançamento aqui em Paquetá, na Praça Pedro Bruno... Júlio – Como é que você conheceu a Luz del Fuego?

Júlio – Demorou tanto assim pra acharem? Fernando – Sim, porque tinham aberto o corpo dela e botado umas pedras dentro, pra afundar. Júlio – Você já esteve na Ilha do Sol? Fernando – Não, mas uma vez fui na Cinemateca do MAM ver um filme do Fellini e antes passaram um média-metragem com uma série de filmes super-8 feitas por pessoas que iam na Ilha do Sol. Gente de coluna social. Júlio – E todo mundo pelado? Fernando – Sim. Nesse dia tava Carmen Mayrink Veiga – Júlio – Pelada? Fernando – Pelada. Andando pelas pedras... A mulher do Jorginho Guinle... Júlio – Luz del Fuego nunca veio pelada para Paquetá? Fernando – Não, pelada aqui na ilha só a Neuzinha Brizola.

(Luiz interrompe a entrevista para conversar com algumas pessoas que chegaram no bar. Quem responde por ele então é o Fernando)

(volta o Luiz Belo)

Fernando – A Luz del Fuego vinha aqui na ilha fazer algumas compras, atravessava a baía de barco a remo, com um chapéu de palha enorme por causa do sol. Quando ela soube que o Luiz era jornalista, falou com ele: “Ah, eu gostaria de fazer um livro. Vai lá na ilha, a gente fica conversando, vou te contando e depois você escreve o livro. Ele chegou a escrever o esboço desse livro. Foi o tempo em que ele sumiu mais de Paquetá. Um dia ele chegou lá e a ilha estava vazia. Ficou procurando, nada de ninguém na ilha, nem os caseiros. Ninguém! Depois de um tempo, voltou a Paquetá. Dois dias depois, começou uma história de que ela tinha sumido. Uma semana depois, acharam o corpo dela.

Luiz – Não, eu já conhecia ela. Quanto eu era mais novo, ia lá olhar, como todo mundo, tinha umas vedetinhas... Só olhar, viu Júlio, passava com o barco ao largo... E ela vinha a Paquetá, pegava ossos pros cachorros no açougue do pai do Juquinha, onde hoje é o Itaú. Comprava também coisas de comer no Levas-Meio. Normalmente, vinha duas vezes por semana, num barquinho branco, de motor, dirigido por Seu Edgar, o caseiro. O nome do barco era Ilha do Sol, escrito em verde. Saía da ilha dela nua, naturalmente, mas quando ia chegando na Ilha dos Lobos, começava a se vestir. Descia na Praia Grossa, em frente à casa do Edinho. A garotada ia tudo pro cais pra ver se ela ia saltar nua, mas ela botava uma coisa de malha por cima da pele. Tinha esse mito aqui da Luz del Fuego, a mulher que morava numa

Júlio – O Fernando tava contando como você conheceu ela...

muitas mulheres como um ícone feminista, por ter lutado pela independência da mulher, defendendo, inclusive, o divórcio – que não era regulamentado na época. Em 1967, com apenas 50 anos, foi assassinada com seu caseiro na Ilha do Sol, onde viveu até o fim de seus dias. Os criminosos eram dois pescadores que já tinham trabalhado para a atriz e acreditavam que iriam encontrar uma grande fortuna em sua residência (o que não aconteceu). Jogaram os corpos ao mar, amarrados em pedras. Acabaram confessando o crime e sendo presos.

ilha, e vivia nua. Ela descia e a meninada toda vinha atrás. Ela não dizia nada, não destratava, não dava esporro. E aquela comitiva seguindo, a uma distância de uns cinco metros. E no caminho ia juntando mais, chegava a mais de trinta! Um séquito de crianças. (nova interrupção, para conversar com outras pessoas que chegam no bar) Luíz (voltando) – Bacana foi um baile de carnaval que eu fui na Ilha do Sol. Detalhe, Julinho: todo mundo nu. Só os músicos que tinham uma gravatinha borboleta. Júlio – Mas como é que você ficou amigo dela? Luíz – Um dia ela tava lá numa pedra, começamos a conversar e a partir daí passou a me dar mais atenção. Passei a ir mais lá. Chegava e chamava: “Luz! Luz”! Quando ela não tava afim, falava “hoje eu não tô legal”, e ia lá pra dentro. Não dizia nada. Outras vezes gritava: “Oba! Senta aqui, vamos conversar”. Ela tinha um contrato com o Bateau Mouche. Quando o barca tava vindo tocava uma sirene, ela botava um cocar, pegava um arco e flecha, e subia no alto de uma pedra pra acenar pras pessoas. Um dia eu estava lá, chegou o Bateau Mouche, ela botou um cocar em mim, me deu um tacape, e nós subimos numa pedra fazendo uma porrada de poses. Fingimos que íamos atirar as flechas... Aí surgiu a ideia de eu escrever um livro pra ela. Ela gostou da ideia, tava precisando de grana para terminar o seu projeto de um restaurante envidraçado, com umas garotas servindo só de avental. Começamos pela infância dela, em Cachoeiro de Itapemirim, ela me deu fotografias, fui juntando as coisas. Combinei com ela: “Vou fazer um marketing contigo. Quando o livro ficar pronto você vai sumir. A imprensa vai ser mobilizada e vamos dizer que alguém tinha interesse em que o livro não fosse publicado”. Aí aconteceu o incidente e ela foi assassinada. Júlio – Como foi que você deu pela falta dela? Luiz – Eu ia lá uma vez por semana, de dez em dez dias... Dessa vez fui lá, gritei “Luz! Luz”, ela não veio, nem Seu Edgar. “Luz! Luz!” Vim embora: “Será que a maluca já sumiu? Nem escrevi a porra do livro”. Uma semana depois, os homens da Marinha, mergulhando ali perto, descobriram o corpo. Dois pescadores - Gaguinho e o irmão dele - foram presos.


arquivo o cruzeiro arquivo o cruzeiro

a c e r v o fr e d e r i c o l e i te

A última entrevista de Luz del Fuego Luiz Carlos Issa // Publicado originalmente em O Cruzeiro, julho de 1967 A prova material do crime apareceu. O corpo de Dora Vivacqua foi sepultado no cemitério São João Batista, com a presença dos amigos da morta. O véu do mistério foi descerrado, retirando-se das páginas dos jornais o nome de Luz del Fuego, que ao longo de sua vida de atribulações rendeu muitas manchetes. O silêncio é a última homenagem à mulher e à atriz. As originalidades que marcaram a sua passagem pelo mundo levantaram controvérsias. E é sobre particularidades do seu caráter, suas ideias e ideais, que fala o repórter, que privou da sua intimidade na Ilha do Sol, lembrando a última entrevista que ela concedeu. Conheci Luz del Fuego há cerca de dez anos, quando a artista promovia na Ilha do Sol uma pré carnavalesca marcada por uma característica inédita. Os componentes da orquestra e os garções distinguiam-se dos convidados apenas por um detalhe: a gravatinha borboleta, única peça de roupa permitida na festa. Com o correr dos anos acostumei-me a ver Luz del Fuego em Paquetá (situada a uns 15 minutos da Ilha do Sol, no seu barco a motor), comprando mantimentos e arranjando no açougue ossos para seus cães. Pelo menos uma vez por semana aparecia por lá, com seu empregado. Algumas vezes visitei-a em sua morada tranquila, em companhia de amigos que manifestaram a natural curiosidade de conhecê-la. Por essa razão, posso afirmar com absoluta certeza: Luz era feliz no seu mundo inferior, cercada de suas cobras, seus cinco cachorros e sua cabra “Mimosa”. Praticava nudismo como uma religião para o espírito. Era este culto misterioso que lhe dava forças para suportar quatorze anos de Ilha do Sol, sem água encanada, sem luz elétrica e exposta à inclemência do tempo. Nunca soube de notícias de que Luz del Fuego estivesse doente. Possuía uma saúde de ferro. Em seus domínios não permitia abusos nem mau comportamento.

Um cartaz com letras quase apagadas pelo tempo dizia em tom categórico: “NESTA ILHA É PROIBIDA A PRÁTICA DE ATOS INDECOROSOS E PROFERIR PALAVRAS DE BAIXO CALÃO. O NUDISMO SÓ PODE SER ENTENDIDO POR AQUELES QUE POSSUEM MENTE SADIA.” E ai daquele que não seguisse a risca essas determinações. Era imediatamente expulso da Ilha com a cachorrada atiçada em cima. E mais, saía como estivesse. A ideia de escrever suas memórias surgiu em fevereiro deste ano, quando então completara cinquenta anos, trinta e cinco dos quais dedicados à atividade artística. Combinamos que ela própria ficaria encarregada de juntar cronologicamente as passagens de sua vida desde a infância até os dias atuais. Seu arquivo particular de fotografias e os inúmeros recortes de jornais, jogados a um canto do casebre, seriam reorganizados e revistos. A consulta do seu diário foi uma ideia que Luz abandonou de saída. Achava-o desatualizado e mentiroso. A mim caberia, como repórter, colher as entrevistas e escrever o livro. Um trabalho jornalístico como outro qualquer. Somente a primeira delas foi feita, e se acha em meu poder em fita. Isso foi feito nos primeiros dias de maio. O início de sua carreira artística, ainda no Espírito Santo, com menos de quinze anos, contra a vontade da família, e a fuga para o Rio de Janeiro, acompanhando um circo de terceira categoria, são fatos tristes da vida de Luz del Fuego que foram lembrados com uma ponta de mágoa. Se a menina Dora Vivacqua, descendente de família tradicional da terra, gostava de brincar com bonecas?... – “Gostava sim, como toda criança, só que minhas bonecas andavam nuas.” Luz era otimista com tudo aquilo que se relacionasse consigo. Com o produto da venda do seu livro e algumas economias provenientes do imóvel de sua propriedade na Av. Niemeyer, pretendia concluir as

melhorias na Ilha do Sol. As obras do restaurante, interrompidas por falta de recursos, seriam reiniciadas. Entre outros planos, Luz del Fuego iria construir um cais para atração de lanchas e cabinas com chuveiro para os visitantes. Aliás, o seu restaurante seria o único no mundo no gênero: servido por garçonetes inteiramente nuas. Detalhe importante: os que estivessem vestidos pagariam a conta em dobro. Ela explicou-me, com um sorriso maroto, ser esta a fórmula mais fácil para estimular o nudismo na Ilha. Seu grande sonho sempre fora dotar o local de todo o conforto. Também o aterro da parte baixa da Ilha, medindo aproximadamente cem metros quadrados, estaria pronto em breve. Após concluir o plano de obras previsto para sua Ilha, Luz del Fuego planejava reabrir o Clube Naturalista Brasileiro, com sede na própria Ilha do Sol, e cujo estatuto se encontra registrado na Associação Internacional do Nudismo, na Alemanha. O clube, que fora um dos seus orgulhos, estava com suas atividades paralisadas desde 1958. Um governador cassado, dois exministros de Estado, um senador, dois generais reformados e dois ex-deputados federais faziam parte do quadro social, além de inúmeros artistas de teatro e boate. Em 1955 sua mensalidade era dez cruzeiros, sendo majorada nos anos seguintes para quinze e vinte cruzeiros. Como as contribuições não estavam sendo pagas em dia, sua fundadora resolveu fechar as portas. Uma empresa de turismo que explora passeios turísticos pela Baía de Guanabara pagava uma ajuda de custo para que, toda vez que sua lancha passasse pela Ilha do Sol, Luz del Fuego acenasse para os seus ocupantes do alto do de uma pedra e se deixasse fotografar ou filmar. Aos domingos, quando as viagens eram mais frequentes, ela usava um cocar de penas coloridas. Era a mística do Sul que Luz del Fuego sempre soube cultivar. Os projetos futuros de Luz del Fuego, com referência à Ilha do Sol, tiveram a sua realização frustrada pelo fim melancólico da atriz.


Paquetaenses relembram a vedete que vivia nua e feliz na Ilha do Sol C O RO N E L PAUL I NH O Era uma senhora muito distinta. Tratava com carinho o pessoal de Paquetá. Eu tinha muita estima por ela. Que Deus a tenha. L E IL A M ART I NS Luz del Fuego comprava bebida no Escondidinho do Abreu, bar do meu pai. Comprava carne no Seu Juca e legumes e frutas no Seu Mineiro. Ela vinha com o barquinho e descia naquela rampa na Praia dos Tamoios, ao lado do caramanchão. Esse barquinho, uma canoinha, ela mesma pilotava. Era engraçado porque ela vinha sem roupa, mas quando virava na Ilha dos Lobos começava a se vestir. Quando ia, era o contrário. E a gente atrás de bicicleta, pra ver aquele espetáculo. Um teatro. Imagina pra uma criança: uma mulher que vivia enrolada em cobras e que tirava e botava a roupa! Na verdade, não dava pra ver muito, porque ela tinha o cabelo muito comprido, cobrindo o bumbum. Me lembro que a pele dela parecia de cobra, de tanto sol. Era uma mulher que andava nua mas era recatada. Quando ia visitar a família, sempre se vestia de preto e fazia um coque. Se você visse ela em Paquetá esperando a lancha para ir pro Rio, ia pensar: “Nossa, aquela mulher é crente”. Ia até de luvas! Saia justa, tailleurzinho, salto alto. Gente, é muito doido isso, ela ficava o contrário do que vivia, descalça . Quer dizer, ela representava um papel para a família.

Quando ela dava festas na Ilha do Sol, meu pai era o garçom. As festas eram sempre em dia de semana. Chegando lá, ele e o ajudante tinham que tirar a roupa, mas usavam gravatinha borboleta para diferenciar os garçons dos convidados. Ninguém entrava na ilha de roupa! Proibido mesmo. Bebia-se muito, mas meu pai nunca viu droga. E ao contrário do que a gente imaginava, ele dizia que na festa não rolava nada de sexo. Claro, tinha gente que sumia, mas no ambiente coletivo, nada. Não era uma coisa promíscua. Eram festas ótimas, com conjuntos musicais excelentes.

estava acontecendo e fiquei desapontada. Vi uma senhora, que achei muito velha e meio gorda, em cima de uma pedra dando tchauzinho. As pessoas diziam “Ela está nua! Ela está nua!” , mas eu, na minha inocência de infância, falei “Não, gente, ela está com a parte de baixo de um biquíni preto”. Interessante é que o barco era o Bateau Mouche, precursor daquele que virou num réveillon em Copacabana, onde morreu muita gente, justamente porque todos correram para o mesmo lado da embarcação. B Á R BA R A

Meu pai frisava muito que não podia dizer quem estava nas festas. Ele dizia: “Só tinha figurões”. “Que figurões, pai?” “Não posso falar. Tenho um compromisso com ela.” Só comentava assim: “Nossa, as mulheres são muito gostosas”! E que o porto da ilha ficava cheio de iates e veleiros. Não ia até o Presidente da República, mas era quase.

Em 1957 eu tinha sete anos e fui na Ilha do Sol com meu pai – Carlos Renato, o jurado de TV - minha mãe e meu irmãozinho. Como meu pai era amigo dela, a gente não precisou tirar a roupa, mas ela e o empregado estavam inteiramente nus. Levamos um susto, a gente era criança, né. Sentimos vontade de comer um negócio e ela mandou a gente pra cozinha: “Pega lá na cozinha”. Entramos na cozinha e tinha duas cobras jiboia deitadas, matando a gente de medo. Ela foi lá, botou a cobra nela: “Não morde, não morde”. Eu não sabia que as cobras estavam desdentadas. Passamos o dia lá.

As festas eram só de dia. Quando escurecia, meu pai voltava pra casa. Todo queimado de sol. Aí minha mãe botava uma toalha enorme na cama e passava pastinha de maisena com água gelada. Coitado, era o peru queimado, a cabeça, a bunda! O engraçado era que sempre ficava uma marquinha branca onde estava a gravata borboleta. Era o máximo! A N A P I N TA

Diziam que ela era muito culta. Aqui em Paquetá, cumprimentava todo mundo. Minha mãe gostava muito dela, conversavam muito. E minha mãe era uma senhora carola, bem reservada. Dizia: “Ela faz o que ela gosta e não está atrapalhando a vida de ninguém. Optou por viver aquilo e ninguém tem nada com isso”. Todo mundo achava ela muito doida, uma maluca, mas muito educada.

Em 1965, 66, o colégio onde eu estudava fez uma excursão para Paquetá, com os alunos e pais de alunos. Era um colégio de freiras francesas, muito rigoroso. Me lembro que num momento alguém falou que estávamos nos aproximando da Ilha do Sol. Todo mundo correu pro mesmo lado do barco pra ver a Luz del Fuego. As freiras inclusive foram as primeiras a correr pra lá! A tripulação ficou desesperada, pedindo que as pessoas se dividissem pelos dois lados, senão o barco ia virar. Já estava tombando! Eu enfiei a cabeça entre as pessoas para ver o que

Agora, ano passado, fui lá com Falcão. Ficamos na ilha, olhando aquilo tudo abandonado, cheio de lixo, coisa de churrasco, dá pena. Tem um terraço onde ela pintou as duas jiboias e até hoje a tinta tá lá. Lindas. Vale a pena visitar pra ver isso.


Salve, Jorge!

Corrida Solidária São Jorge

Mário Junior promoveu mais uma edição de sua Corrida Vip, agora Solidária, com a valorosa doação de alimentos naoperecíveis para o projeto do Hely com moradores de rua. Dezenas de corredores vieram a `PQT se juntar aos locais no PIC e percorrer a volta na ilha. Depois, feijoada pra repor as calorias, ao som do Muitos Amigos.

Ma u r o Ma tto s

Fotos: Claudio Santos

Cl a ud i o Sa nto s

Ma ur o Ma tto s

Cl a ud i o Sa nto s

Com a chuva, a tradicional Festa de São Jorge, promovida por Alfredo Braga na praça, passou para o Barreirinha. Antes, missa campal celebrada por Padre Nixon e procissão com o santo guerreiro.

Cl a u d i o S a n to s

Procissão & Feijoada do Alfredo


Alto astral no jardim Em 22 de abril, no Dia da Terra, foi inaugurado o espaço Jardim Secreto, com um grande bazar e muitas atividades culturais. No jardim de Neyla Durães e Breno Reich, teve exposição fotográfica e bate-papo com Jim Skea, teatro da Cia Paca, poesia (Breno, Juliana Hollanda, Claudia Tonelli, Justo D´Avila), e música, muita música (Vinicius Rego, Felipe Maciel, Cleide Diniz, Natasha Troise, vários instrumentistas e DJ Cigano). Espalhadas pelo jardim, as barracas de mais de doze expositores ofereciam roupas, bijuteria, artesanato e também comidas & guloseimas. A grande atração foi a cachaça com jambu da Bendita Geni. Dia 24 de junho tem mais. Neyla convida para irem lá conhecer os segredos do Jardim.

JORGE CAPADÓCIO Estalagem

(antigo Recanto São Jorge) sob nova direção

- Diárias com café da manhã - Alugamos espaço para eventos Rua Maestro Anacleto, 258 – Campo

Tel. 3397 2007 / WPP. 99 873 3381 oliveiragg@terra.com.br


EVENTOS EVENTOS

fotos Claudio Santos

Roda de Samba no PIC

Macarronada do Festival da Guanabara

Fl a vi o Gr a nde da Luz

Fl a vi o Gr a nde da Luz

F lavio Gr an d e d a L u z

Ri c k y Goodwi n

Flavio Gr an d e d a L u z

R ick y Go o d win

Ri c a r do Ci ntr a


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ALFREDO Quentinhas, Tortas, Salgados, Encomendas

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crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques Não pensem vocês que é somente loucura a intransigência que grassa no mundo e o individualismo que se espalha por todos os canto. Há lógica nisso e tudo é fruto da ambição da especulação do dinheiro, da necessidade de dobrar seu valor, triplicar, multiplicar por cem ou por mil em questão de minutos, horas ou, no máximo, dias, como se a vida fosse a Bolsa de Valores. Essa loucura gerou a crise americana de 2009, falindo Bancos, Fundos de Aplicações e coisas semelhantes e obrigou o Governo Americano a cobrir o prejuízo desses aventureiros, mesma coisa ocorrendo na Europa. Daí a insatisfação que elege o Trump, tira o Inglaterra do Mercado Comum Europeu e cria a confusão francesa, grega, espanhola, enfim de todos os países. Sei que isso, que mal ouvimos falar, parece não ter nada a ver conosco, mas, podem crer, faz o pior sobrar pra gente e por gente digo o mundo inteiro. Com tanto dinheiro dando sopa - fruto dessas indenizações trilhardárias, do trafico e das aplicações estranhas em paraísos fiscais - imaginem a coceira,

Disse o Veríssimo : " Gosto de imaginar a Historia como uma velha e pachorrenta senhora que tem o que nenhum de nós tem: tempo para pensar nas coisas e para julgar o que aconteceu com a sabedoria - bem como com a sabedoria das velhas senhoras". Bom, vou parar com esse papo chato e dizer, pra finalizar, que o que vale são as três utopias, pra lá de antigas : liberdade, igualdade e, principalmente e menos sujeita à interpretações, fraternidade. Já dizia o Carlinhos Lyra : "Cadê o rebolado, cadê ? Não tem mais." Sorte minha é ver o quanto de saber tinha o gingado da Nega Luíza nas suas andanças pela ilha e quanto o swing do Birulinha, dançando nos cabarés da vida, dava a ele a alegria necessária para enfrentar o batente da vida. É

preciso, urgentemente, entender o hino à liberdade que a Bundinha Feliz entoa cada vez que desfila pela Furquim Werneck.

pernambucanos, gente que trafegou na vida por um bom tempo e nasceu ou veio ancorar os costados nas praias da Baia de Guanabara.

Paquetá é uma Ilha de fantasias. É uma Ilha pequenina perdida em uma baia imensa, sem a truculência do continente e repleta de pessoas meio maluquinhas que se fantasiam para sair nas ruas.

Entre fatos e boatos nós vamos levando a vida, esperando que a Beldade da Comlurb, com seu andar de moça prosa, e a Velha Guarda do Buque-iuque nos mostre o rumo.

Não só a Gostosa do Biquíni Cor de Rosa e a Moça da Saia Curta, ambas cheias de encantos mil, colorem aqui a vida. Conversas por vezes inusitadas nos esperam nas esquinas, porque temos esquinas vazias à espera do falatório sempre interessante do povo da Ilha, sejam eles garçons malucos ou ecotaxistas engraçados, jogadores de futebol de um passado famoso, exilados que viveram momentos perigosos e distantes, médicas cubanas e atendentes

Alguém disse, talvez Nietzsche, "queremos que algum dia não haja nada mais a temer"

Julio, tranqüilo, de certa forma feliz e querendo ler um livro com todos os personagens dessa Ilha.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Por isso é que eu digo e repito e repito mais uma vez : VOLTA DILMA". Eu quero a normalidade de volta.

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

a ansiedade da lógica da especulação que não pode abrir mão de seus princípios. Pois é e lá vêm guerra e golpes de estado e tudo que for necessário prá manter a dita rentabilidade.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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