Jornal A Ilha -69

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An o V - n 69 - agosto de 2 0 19 - Ilha d e Pa q u e t รก , Ri o d e J a n e i r o


O que vai pela ilha

AMORES DA ILHA Cobrinha J or g e S oar es

FOTO DO MÊS

Mais humor em Paquetá

Jorge F igueiredo

Agora Paquetá também está recebendo o jornal + Humor, uma publicação de humor feita por uma turma de craques do desenho, alguns deles veteranos do Pasquim, outros cartunistas surgidos nos últimos tempos. Cada edição satiriza um tema, como Saúde, Educação, Aposentadoria – a mais recente (com capa de Ziraldo) fala da Violência. Os pontos de distribuição aqui são Bodega, Quintal e Casa de Artes. Fique ligado pois quando chega acaba rapidinho!

Expediente

A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014)

Nasce um novo Quintal

Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Mary Pinto, Ricky Goodwin, Toni Lucena, Vitor Matos e Washington Araújo. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 69, agosto de 2019. Capa: Capa: Betina Fonseca. Foto: Cecilia Fonseca. Arte: Toni Lucena Este número de A Ilha foi possível graças à par ticipação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

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Adilson Martins Ana Cristina Bichara e Marcia Coronel Paulinho Cristina Buarque Cristina Monteiro David Fishel Dimas Edinho e Nenem Fernando Guto Pires Jorginho e Leila

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Julia Menna Barreto Julio Marques Lula Magda Mittarakis Marcilio Marcio e Mariangela Mary Pinto Paulo e Joana Raimundo 40 Ricardo Sant Clair Sandra Souza Silvio e Marília

Os artistas cozinheiros e desbravadores, Regina Linhares, Vander e Valéria Borges se juntaram para cocriar um novo espaço na ilha. O Quintal. O objetivo da trupe é proporcionar uma experiência gastronômica plena, através de uma cozinha sensível, zelosa e robusta, com o pé no quintal, repleta de cores e sabores para quem busca ampliar o prazer de estar envolto pela poesia da Ilha de Paquetá. Para ajudar a for matar um novo modelo de negócio, criar identidade visual e trabalhar o marketing estratégico do Quintal, a trupe contratou até uma agência, a Mônada Soluções Criativas. Os chefs Regina Linhares e Vander Borges comandam a cozinha, Valéria Borges assume o atendimento da casa. O cardápio do Quintal conta com novos petiscos como o já famoso bolinho de feijoada com geleia de amora com pimenta acompanhado de farofinha, tem os clássicos como o arroz de haussá, e um monte de novidades, que vale a pena conferir. A casa agora abre de quarta a domingo a partir das 11h30, na Rua Dr. Lacerda 18.


O engenheiro que virou fotógrafo

Paquetá tem disso Luiz Nabinger, o homem que venceu a anorexia.

ardim de afeto

ZÉ ARMANDO

Paquetá é a Ilha dos Amores, mas podem chamar também de Ilha dos Artistas. Márcio Ferreira está entre os artistas criativos que moram em Paquetá. Engenheiro químico que virou fotógrafo, caminha todo dia pela ilha clicando imagens para a sua série EnCantos de Paquetá. Mas está produzindo também fotografias que são quase pinturas abstratas. Parte delas aparecem na exposição COSMOGONIA, inaugurando o centro cultural tocado por Márcio e sua companheira Mariângela de Sá Ferreira. Sobre o espaço, a advogada Ana Müller escreve: “Tudo um verdadeiro primor. A casa linda, a recepção delicada. nos indicam o caminho para uma exposição cuidadosamente feita, com painéis, banners e fotos esbanjando beleza, competência , sensibilidade e, por que não, carinho para com os amigos. Impecável estética e humanamente falando , num tempo que as pessoas precisam se encontrar.” A exposição está aberta quintas, sábados e domingos, de 11:30 às 17:00. O centro cultural fica na Rua Maestro Anacleto 191.

fala apressadamente as palavras saem a sei lá por hora um recordista sonoro de gestos também pisa no freio quando o assunto torna-se sério atencioso, atento, olhar de aprendiz mira todos os lados e ouve mestre em seu ofício nas folgas do tempo conversa e contagia, é alegria não é um contador de piadas nem carece ao ouvi-las ri de se sacudir e contagia

Jorge Roberto Martins


EVENTOS

FESTA DE SÃO PEDRO 2019 Fotos Claudio Santos


GUARDA MUNICIPAL ANUNCIA UMA CARTILHA DE TRÂNSITO PARA PAQUETÁ O senhor já deve ter ouvido reclamações dos Guto Pires

A Guarda Municipal (GM) de Paquetá está sob o comando de Adílson Rodrigues dos Santos. Se depender dele, o apoio à campanha Paquetrânsito será irrestrito. Na entrevista abaixo o comandante anuncia, com exclusividade para o Jornal A Ilha, que dentro de poucas semanas estará pronta uma cartilha que guiará a ação da GM para melhorar o trânsito em nossa ilha. Você costuma dizer que tem uma visão humanista. O que te inspirou nessa direção? É uma utopia grande você aceitar ou entender que uma instituição sozinha é capaz de solucionar tudo. A minha ideia é que todas as pessoas, com todas as suas ciências, todas as suas culturas, todos os seus aprendizados, elas são as próprias geradoras das soluções, dos problemas. Então, a minha função como guarda municipal, hoje, é simplesmente ouvir, entender cada personagem desse ambiente e convergir as soluções de cada personagem para o encontro daquilo que nós precisamos, que é o melhor convívio das pessoas no mesmo ambiente. Po r q u e a G u a r d a M u n i c i p a l a p o i a a PAQUETRÂNSITO? Porque vem ao encontro de tudo que precisamos. Eu vejo a Paquetrânsito como uma oportunidade de fazer aquele intercâmbio entre a evolução do progresso e a solução para as pessoas em Paquetá. A Paquetrânsito não vem solicitar que veículos não trafeguem em Paquetá, não é isso. A campanha vem pedir que haja um convívio entre as pessoas e os veículos, é isso que é o fundamental. Desde muito tempo atrás já havia preocupação com o trânsito em Paquetá. Tem uma resolução [decreto nº 322 de 3 de março de 1976 que aprova o regulamento de zoneamento do município do Rio de Janeiro] que já falava que não poderia ter mais de cinco veículos circulando aqui na ilha. Por que isso? Era a Paquetrânsito, já lá atrás. Como você vê o apoio da GM à Paquetrânsito, em termos práticos? Pra ser sincero, eu vejo que a GM poderia melhorar mais. É nessa busca de melhoria que eu estou pegando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para retirar do nosso código tudo aquilo que implica e que seja mais voltado para o agente de trânsito, em Paquetá. Como se o guarda municipal fosse o especialista em trânsito de Paquetá. Essa contribuição vai trazer o guarda com uma visão diferenciada. Todos os esforços, todos os mecanismos que nós pudermos acrescentar para Paquetá, nós faremos. Palestras, material educativo, material visual, tudo que for possível de nós melhorarmos.

moradores sobre a atuação da GM, em Paquetá.

Em quanto tempo teremos esta cartilha?

Eu vejo isso como um reconhecimento, vejo de uma outra forma. Enquanto outras pessoas veem isso de uma forma pejorativa, depreciativa, eu vejo como um reconhecimento. Eu vejo que as pessoas solicitam o guarda municipal. As pessoas só reclamam daquilo que elas valorizam. Costumo dizer que ninguém taca pedra em mangueira que não tem manga.

Eu calculo para bem breve porque todo o esboço já está na minha mão aqui. Mas tudo sairá com a chancela principal da Comandante da GM, inspetora Tatiana Mendes. Ela é que vai aprovar, ela é que vai assinar, ela é que dirá que pode fazer. O nosso diretor de trânsito, Inspetor Itaharassi, ele também. Vou levar isso a ele. Então, calculo que no prazo de poucas semanas tenha isso tudo preparado já.

Como a GM de Paquetá vai atuar em relação à chamada “direção perigosa”?

Uma mensagem aos moradores e condutores de Paquetá.

Em todos os aspectos. A direção perigosa é um dos artigos que nós podemos estar elencando. A direção perigosa é a ameaça ao pedestre [artigo 170 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB)] e a penalidade vai da multa até a suspensão do direito de dirigir. Em breve vamos ter uma coletânea retirada do CTB com os artigos que mais se aplicam ao trânsito local, em Paquetá. Isso vai ser chancelado e o guarda poderá, sim, estar atuando em qualquer tempo.

Aos condutores, entender da responsabilidade que está sob as suas mãos. Conduzir pessoas, com uma máquina na sua mão, exige bastante cuidado. Porque o seu direito não pode cercear o direito de outras pessoas. O seu direito não pode de nenhuma maneira contribuir ou implicar no dano à vida, ao patrimônio, à integridade física, ao teu lazer de caminhar.

A GM vai atuar desde a Ilha do Governador, no embarque dos caminhões de serviço, na balsa? Sim, vamos. O condutor tem de ser habilitado, os veículos que trafegam em Paquetá – mesmo os veículos de serviço – devem estar devidamente identificados. A Administração sabe que quem vai conduzir o veículo X é o João da Silva, habilitado com a CNH em dia. E a guarda vai estar lá do outro lado, na Ilha do Governador, pra controlar a identificação do condutor e veículo. Uma bicicleta andando na calçada é considerado direção perigosa? É uma direção perigosa, sim. Só que eu vou ter que estar vendo isso. Se o Código de Trânsito, nesse aspecto, trata de veículos com tração em via ou se ela pode ser voltada também para os condutores, por exemplo, que trafegam numa motocicleta. Ou numa bicicleta motorizada, com placa ou sem placa. Tudo isso vai ser bastante estudado. Aí vamos ter uma cartilhazinha que o guarda vai ter no seu bolso, com a chancela da prefeitura, com a chancela da GM, com a vistoria da autoridade máxima de trânsito. Uma cartilha que vai ser dedicada a Paquetá. Com todo o escopo de especificidades de Paquetá.

A gente não está tratando aqui de bandeiras, de ideologias, de segmentos, a gente tá tratando de pessoas. A preocupação principal aqui – sempre lembrada pela Comandante Tatiana Mendes - é que nós devemos cuidar das pessoas. Cuidar das pessoas é respeitar o próximo, respeitar quem tá caminhando, respeitar o idoso. Em Paquetá todo mundo sabe que o horário de embarque na estação das barcas torna o entorno da Praça Pedro Bruno uma verdadeira bagunça. A GM vai meter a mão nesse vespeiro? Sim, vamos. É um desafio. E não vejo isso como um objeto intangível. Há aceitabilidade dos agentes do trânsito. Eles reclamam que não há continuidade. Os próprios bagunceiros são bagunceiros porque eles querem iniciar um processo legal, mas vem o outro e corre na frente. A impunidade é o problema. Qual será a implicação para aquelas pessoas que se insurgirem, ou qual vai ser o tipo de punição para essas pessoas? A gente tem de começar a pensar, porque toda ação ela requer uma reação. E todo ato que for contrário, se não tiver nada para dar o limite, ele passa a ser vazio. Por isso tem de ser bastante estudado. Eles mesmos pediram isso, a sugestão não partiu de nós.


Flavio Aniceto Foto Betina e Cecília Fonseca

Betina Fonseca e Ca rlo s Ve ra s - Foto Ana Pinta

Sérgio Santal Foto Ana Casado

Lucio Sanfilippo Fo t o B e t i n a e C e cí l i a F

Gil Miran d a e A n d ré H e n ri q u e s

Slam Neg ri t u d e Fo t o A n a P i n t a

Folia de Reis Mirim do Morro da Formiga

W ill Wi l l e C i c in h o Fo to B e tin a e Cecilia Fonseca

Cultura e Cidade Emerson Souza (músico de rua), Vivi Salles (Poesia de Esquina), Juliana Andrade (Coletivo Agbara), Romário Régis (gestor cultural)

Padre Nixo n Foto Betin a e C e cí l i a Fo n se ca

Foto Ana P i nt a

Foto Ana Pinta

Fatin ha Vi t al Fo to An a Ca s a d o

Fernando Senra, Wilmex e Laiz e Senra Foto Ricky Goodwin

A gradec e m o s a c o la b o ração d as fotógra f a s d o Po n t o d e C u l t u ra Faz end o a Dife r e n ç a e m Paq u et á

Foto Betina e Cecília Fonseca

Foto Betina e Cecilia Fonseca

Katia Pinno Fo t o L a i ze S e n ra

Foto Ricky Goodwin

Fo t o B e t i n a e C e ci l i a Fo n se c

Laize Senra e um leitor da Geloteca

Raimu

Fo t o A n a C a sa


Coletivos de Paquetá organizaram a 4ª edição do Festival da Guanabara

Fonseca

ca

C r i st i na Bu a rq u e Fot o B et in a e Ce c ília Fo n s e c a

Jorg e S i mas, D i du No g u e ira e He lio Delm iro Foto Ana Casado

Josiane de Paula no Slam Negritude Foto Ana Pinta

Feira de Ar te s a n a t o Fo t o L a i ze S e n ra

Paulo R aymundo e s e u filh o Fo to B etina e Cecília Fonseca 8

Oficina Ponto de Cultura Foto Ana Casado

Kaya, do Sara u d a s I mbu i a s Fo t o A n a P i n t a

Foto B e tin a e Ce c ilia Fonseca

ndo Reris Foto Laize Senra

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Agentes culturais de Paquetá organizaram o IV Festival da Guanabara, evento anual e que nessa edição trouxe o tema “Paulo Freire & Darcy Ribeiro: Cultura + Educação”, incluindo debates sobre ações culturais e educacionais nas favelas e periferias urbanas, oficinas e apresentações gratuitas de música (Didu Nogueira & Jorge Simas em tributo a João Nogueira, Lucio Sanfilippo cantando afoxés, sambas de roda e cirandas e Gil Miranda & André Henriques com o show Lado Preta/Lado Preto Soul Brasileiro), Palhaçaria, A Brilhante Estrela de Belém - Folia de Reis Mirim do Morro da Formiga, teatro de rua, poesia (com o Poesia de Esquina, da Cidade de Deus, o Slam Negritude e

escritores locais), contação de histórias, exposições fotográficas, de artes plásticas e artesanato. E um dos destaques foi a prata da casa, a menina e artista múltipla, Betina Fonseca, cantando uma canção de sua autoria em homenagem a Paquetá. O concurso de músicas sobre a nossa ilha é organizado por Carlos Veras e será também continuado durante a Festa de São Roque. O festival foi viabilizado pela colaboração dos próprios moradores e organizadores. Toda a programação foi gratuita e com colaboração espontânea do público. O Festival da Guanabara aconteceu em 27 e 28 de julho de 2019 na Igreja do Bom Jesus do Monte e nas praças Pedro Bruno e Bom Jesus e ruas do bairro.

Foto Betina e Cecilia Fonseca

Foto Ricky Goodwin

Foto Cecília Fonseca

Des-aniversário de 10 anos de fechamento do Solar D’El Rey - Divulgação

Foto Ricky Go o d w i n


Um museu para José Bonifácio se sentir em casa Washington Araújo, jornalista Fotos: Marcos Tristão Revisão: Maria José Lourenço “No Brasil, a virtude, quando existe, é heroica, porque tem que lutar com a opinião e o governo”. José Bonifácio Caso o espectro de José Bonifácio saia um dia a passear pela praia de Paquetá que leva o seu nome, também conhecida como Praia da Guarda, se espantará. Estranhará que a casa em que viveu exilado de 1831 a 1838, tendo dela saído somente para morrer em Niterói, está bem diferente, ampliada. Mas caso entre - e fantasma, dizem, pode entrar onde quiser sem bater à porta -, o Patriarca da Independência irá se sentir, novamente, em casa, pois as peças espalhadas pelo espaço lembram muito a época em que viveu. Minha casa, sua casa, parece dizer o jornalista Fichel Davit Chargel com a atitude incessante em transformar a Casa de José Bonifácio num museu que mostra como viveram pessoas nos séculos 18, 19 e início do 20. Davit coleciona peças de comunicação e de costumes desde os seus 17 anos, lá se vão quase sete décadas, pois o jornalista tem 84. São mais de 10 mil peças, que vão de chapéus masculinos e femininos a bengalas, leques e outras peças de vestuário, cachimbos, louças, móveis e uma completa sala de jantar, que datam mais de 100 anos. Estas peças é que são chamadas de itens de “costumes”. E há equipamentos de música, que vão de câmeras fotográficas, desde o daguerreótipo, a máquinas de datilografia, peças do chamado pré-cinema e cinematógrafos. Coisas do tempo da onça, como diz minha mãe. Também de deixar de boca e ouvidos abertos é a coleção de fonógrafos, gramofones, telefones, rádios, e caixas de músicas, envoltas em peças de móveis ricamente trabalhadas.

A viagem pelo mundo de peças da comunicação antiga é também de se tirar o pé do chão e voltar no tempo: do primeiro jornal a circular no Brasil a almanaques como o Biotônico e de outros remédios, documentos históricos, cartões postais... Enfim, só vendo mesmo. O Jornal A Ilha foi lá na Casa do Davit e do José Bonifácio conversar com o primeiro, lógico, e concluiu que Paquetá ainda não sabe das preciosidades que possui em sua terra. Vamos dar uma noção, conversando com o idealista Fischel Davit Charge. Davit, quantos anos de jornalismo e onde você começou? Comecei a trabalhar em jornal garoto, tinha 17 anos. Há 67 anos, no início da década de 50, na Voz Operária, um jornal do Partido Comunista Brasileiro, o partidão. Trabalhei, além da Voz Operária, no Diário Carioca, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil, O Globo e Diário de Notícias. A minha área era diagramação, o que chamam hoje de designer. E o acervo do Museu, você começou na época? Comecei também aos 17 anos. Moro há muitos anos também em Santa Tereza, num apartamento duplex, onde eu ia acumulando o acervo lá, espalhado. Mas não tinha estrutura para mantê-lo. Sempre tive uma grande preocupação com a preservação da memória, porque é uma coisa importante, não só para nós hoje como para o futuro, para, por exemplo, as pessoas saberem que o telefone não começou com o smartphone. Recentemente, teve um garoto de 11 anos visitando o nosso espaço que disse ter feito uma viagem no tempo. Quando ouvimos uma observação desta, de um garoto, vemos que estamos no caminho certo.

Fale de suas peças sobre cinema. Tem muita gente ligada ao cinema que não viu peças sobre o pré-cinema, objetos dos primórdios da imagem. Uma vez fui à cinemateca de Paris e lá estavam vendendo um livro chamado “300 anos de cinema”, porque a gente imagina que ele nasceu com os irmãos Lumière, quando, na realidade, tudo aquilo que era imagem que se projetava já se considerava o pré-cinema. Até aqueles gestos que as crianças fazem com as mãos, sombras na parede, criando imagens. Qual a peça que lhe fez vibrar mais por ter conseguido? Foi um gramofone, pois hoje pode-se até conseguir facilmente aparelhos parecidos com estes, mas que são falsificados. E temos também o fonógrafo, que é anterior ao gramofone, do final do século 19. Os discos eram de cilindro, diferente do que chamamos de “bolacha”, antes de cera e depois vinil. Tudo funciona. Importante fazer que funcione. O acervo conta também com jornais antigos? Tem muita coisa, inclusive, a primeira e outras edições do primeiro jornal a circular no Brasil, o Correio Braziliense, de 1808. Embora impresso na Inglaterra, era um jornal mensal brasileiro no formato de um livro, que ia de 80 a pouco mais de 100 páginas. Como você chegou à Casa de José Bonifácio? Quem é do Rio sempre lembra ter vindo a Paquetá de criança, comigo também foi assim. Depois, vim muito à Ilha para debates que eram feitos no bar do Zarur, que hoje é o Quintal. Um dia, vi a casa do José Bonifácio, estava vazia e nem pensava em comprála. Mas em 2015, vi que estava a venda e achei que era o ideal, pois tinha um aspecto de museu, com a disponibilidade das salas que facilitariam o


trânsito das visitas. E em março de 2015 adquiri a casa. Depois que entrei é que percebi que estava, infelizmente, muito detonada, chovia muito aqui dentro. Para ter uma ideia, só de telhas recolocamos 1.600 telhas, tinha muito cupim nos assoalhos, umidade nas estruturas. Se demorasse mais um pouco, a casa cairia. José Bonifácio morou aqui até 1838, depois a casa foi a leilão. Nos anúncios de leilão, que encontramos na Biblioteca Nacional, descrevia-se a casa como tendo uma porta, duas janelas e dois torreões. Hoje, tem uma porta e oito janelas. A família Ajuz, que a comprou, tinha muitos filhos, netos, e foi a ampliando. Cresceu em função da família. A casa está tombada? Na Ilha estão tombados pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional – a Casa do José Bonifácio, o Solar Del’Rey, que está naquele estado lamentável, e as praias de Paquetá. A casa ficou de cinco a seis anos para ser vendida, e neste período, o Iphan nunca se interessou em fiscalizar o estado da edificação. Quando nós começamos a recuperar, houve a fiscalização e a obra, infelizmente, foi interditada. De fato, não havíamos solicitado autorização para a reforma, pois o que sabíamos é que a fachada não poderia ser mexida e não tínhamos nenhuma intenção de mexer. Até porque meu espírito de conservação de coisas antigas vem de muitos anos. A obra foi interditada durante oito meses. E oito meses para quem estava na ocasião com 80 anos é muita coisa. Para mim, cada mês que passa é mais de um ano em relação a um jovem. Embora tenha filhos e netos, o meu interesse é não só preservar como o de fazer o museu funcionar. Mas depois fizemos um acordo para que a obra continuasse. A questão era sentar, conversar e fazer o que pode ser feito e não feito. Até porque o

Iphan está repleto de arquitetos, gente. Não é para interditar, mas é para ajudar a recuperar. Não houve nenhum tostão do Estado, mas a impressão que dá é que você compra o imóvel, mas não é o dono. O dono é o Estado. Qual é a dificuldade maior para se implantar um museu? Implantar o museu, já conseguimos, mas fazer funcionar, aí que é difícil. Precisamos ter recurso para isso. Precisamos de funcionários, guia, recepcionista, segurança. Enfim, no mínimo de oito a dez funcionários. Isso tem um custo que só podemos arcar com captação de recursos. Essa é uma grande dificuldade, principalmente no momento em que vivemos, num governo que, infelizmente, nem ministro da Cultura tem. Tem algo de José Bonifácio no museu? Compramos num leilão a assinatura do José Bonifácio. Um documento do qual só se salvou a assinatura. O interessante é que foi feita em outubro de 1822, portanto, um mês após a independência. Tem um valor histórico muito grande. E também pedimos, ao escultor Marcelo Rezende, a escultura de José Bonifácio em tamanho natural, com roupa de época. O artista fez ainda a escultura de uma telefonista das antigas com o rosto de Chiquinha Gonzaga, em homenagem à grande musicista. Você tem noção de quando poderá abrir o museu para o público? Não, não tenho, infelizmente, embora esteja praticamente montado. No momento, com esta crise que estamos passando, a dificuldade é maior. Vamos fazer contato com o prefeito e o governador do Estado. Há um espaço muito grande, mais de quatro mil metros quadrados. Vamos construir um anexo no

terreno, com auditório, espaço para exposição móvel, sala de restauração, onde os jovens de Paquetá poderiam trabalhar na restauração de papéis, de porcelana, de móveis. O jovem em Paquetá só tem como opção de trabalho os ecotáxis ou os pequenos comércios. Seria uma oportunidade para aprenderem um ofício, o de restaurador. Ainda neste anexo, haverá uma biblioteca e uma área de reserva técnica, onde ficariam peças que não estão expostas. Estamos procurando o Iphan para que aprove a construção deste espaço. Depois, com a aprovação, partiremos para a captação de recursos para colocarmos o anexo em pé. Mas o museu já recebe pessoas. Quem nos procura para utilização do espaço, como fizemos no ano passado com a Flipa, é bem recebido. Já demos início ao evento “Conversas de Museu”, com palestras sobre liberdade de imprensa e sobre a situação da Venezuela. Ou seja, o museu começa a ter vida. Museu tem que ter vida, ser algo ativo. Queremos um museu aberto para o povo, com o jardim aberto para passeios com crianças. Um museu que vive. Fale sobre a ABI – Associação Brasileira de Imprensa e sua participação Desde a década de 70, sou sócio da ABI e fui diretor e conselheiro em vários momentos. Fui presidente num período curto, seis meses, em 2013. Mas esta nova diretoria, que tomou posse no dia 15 de julho, para a qual fui eleito presidente do Conselho Deliberativo, veio para resgatar a luta que tínhamos no passado, na questão da liberdade de imprensa, de expressão e de direitos humanos. Estamos mais atentos às ameaças a jornalistas e vamos defendêlos. Vamos reativar e ampliar o número de diretorias e escritórios por outros estados brasileiros.


Pretinha na noite de São Pedro: a solidariedade às “bikes” de Paquetá Guinho Frazão

Acho que era pretinha o nome dela. Estava madrugando, quase em frente ao antigo número 229, da Alambari Luz. Era tarde, mas não tão tarde que chamasse a manhã ao pé do ouvido. Dava dó, vê-la, já sob a serração que a envolvia, ali sozinha. Mesmo o Bily, passou por ela, fez seu xixi costumeiro no pneu traseiro, mas não se sentou perto, como faz quando gosta de alguém. Nem latiu, nem nada. Foi embora. O Ringo, com sua pança de pelos brancos, que fugiu pela Janela da Paty, ainda, quase se enroscou na preta de faróis dourados, mas foi só quase. A tortinha, em silêncio estava, em silêncio ficou. Nem miou, continuou dentro da casa.. Pretinha estava ali, entre a calçada e a rua. Aguardava alguém. Quem, ou o quê? Coincidência ou não, naquela residência das bikes, gatos, cães

e gente boa, já morou (ou mora?), e-ternamente, uma pretinha bonita, peluda, que quase não latia e ia tomar banho, todo dia, na praia da moreninha, ou encontrar seus namorados caninos. Seu pai humano não tinha ciúmes disso. Será que a Pretinha dos faróis dourados, perdida na madrugada, viera do continente e algum apaixonado por Paquetá a trocou, levando em seu coração uma outra pretinha sem farol? Na madrugada, sob o frio de junho, em dia de São Pedro, apelei para o santo padroeiro dos pescadores, pois era seu dia (ou sua noite?) O frio, a serração da madrugada, o cheirinho de fumaça de carvão, no dia de São Pedro de Paquetá me faz relembrar as festas dos meus áureos tempos da infância das Festas juninas, julinas, agostinhas... Na memória as festas na casa da Tia Walda, do Tio Gute. Muita canjica, batata doce com mel, sem mel, aipim, churrasquinho... Mas e a pretinha? Não podemos esquecer dela. Foi nessa mesma noite de São Pedro que confirmei que existe solidariedade em Paquetá. Pretinha era bonita, bom porte, mas já parecia estar ali, havia muito tempo. Mistério!!! Talvez,

alguém sem tivesse roubado, seu coração e ela, estarrecida, tivesse ficado ali, estática, sob o choque da ingratidão. O que fazer? Ao clarear o sábado, já não vi Pretinha em frente da oficina do Edilson. Será que alguém a roubara? Estaria mal? Já amassada, sem freio? Soube, depois, na tarde de domingo, que alguém bateu na casa do Doutor das bicicletas, querendo a pretinha de volta. Eu se fosse o Edilson, não a devolvia. Deixar a coitadinha naquele estado, de pneu arriado!!!!... O amigo das bicicletas abandonadas cuidou bem da Pretinha. Fim do mistério: parece que seu proprietário, tinha tido um mal súbito e ia ao hospital, mas o pneu da pretinha furou, no caminho da Alambari. Tendo que ir medicar-se, ele achou que a Pretinha estaria segura aguardando o Edilson abrir a loja e cuidar dela. E acertou. A bicicleta pretinha, sempre quando passa pela porta da oficina da Alambari, deixa marcas que parecem poemas escritos por seus pneus em homenagem ao seu grande amigo.


EVENTOS

ARRAIÁ DO JERIMUM

Fotos Claudio Santos


WALDERI MERCEARIA Frutas, legumes e verduras Congelados e laticínios em geral

Entregamos em domicílio Rua Coelho Rodrigues, 203

3397.0546


ESPORTES

Irakitan

Paquetá Beer Run No dia 29/06 ocorreu mais uma edição da "Paquetá Beer Run", etapa ANARRIÊ, onde diversos atletas participaram e curtiram com muita paz e irreverência a corrida. Ao final do evento a tradicional festa de São Pedro, na Colônia de Pescadores.

Futebol feminino em Paquetá Alô meninas com idade a partir de 15 anos de idade !!! Lideradas pelas organizadoras Natália, Milena e Tiffany, foi formado um grupo de aproximadamente 25 atletas de futebol feminino, que unidas realizam seus treinamentos em lugares diversos da Ilha. Na segunda e sexta os treinos acontecem na quadra da Cocheira, quarta na quadra do Municipal Futebol Clube, terça e quinta treinamento funcional na praia. Sempre às 19h. "A mulher atleta é o símbolo da mulher moderna: tem garra, perseverança e determinação como características de personalidade e capacidade de superação de limites, que vem alterando antigos padrões e papéis sociais". Parabéns a todos pela bela iniciativa !! Vencer barreiras... sempre !!!

Projeto Social Ação e Cidadania A 3° corrida solidária de São Roque será realizada no dia 17/08 às 17h. O evento terá um público aproximado de 600 atletas de todo o país em busca de troféus e medalhas, que serão distribuídos aos campeões e por faixa etária. A comissão organizadora espera arrecadar mais de "meia tonelada" de alimentos para doação. VIVA SÃO PEDRO !!! VIVA SÃO ROQUE !!! VIVA PAQUETÁ !!!

As aulas de atividades recreativas e desportivas desenvolvidas pela professora Luciana e o instrutor Ginho, são praticadas por meninos e meninas com idade entre 06 e 18 anos. O projeto tem como objetivo a inclusão social, adquirindo valores e transformando vidas através do esporte. Local: Praia da Moreninha Horário: 16h às 20h. Todas as Terças e Quinta !!!

No Dia do Escritor, servidores da Prefeitura parte. Mas hoje as pessoas me reconhecem assim – diz Wagner, que do Rio mostram seus talentos literários minha costuma expressar sentimentos em suas poesias, entre eles insatisfação, tristeza Escritor underground, anônimo. Em sua autoanálise, o servidor Wagner Xavier pode até se descrever assim. Mas, andando pelas ruas de Paquetá, onde dá expediente desde 2016, ele não passa despercebido. A população da ilha sabe bem que é o Guarda Poeta, que costuma publicar seus escritos no jornal local e já apresentou seus textos para alunos da Escola Municipal Pedro Bruno, que fica no bairro. Filho de um funcionário de editora de livros, Wagner sempre teve estante cheia em casa. Apaixonado por filosofia desde garoto, ele conta que aos 13 anos começou a produzir seus próprios textos, até como uma forma de se mostrar para o mundo. Mas a música, principalmente de ídolos como Renato Russo, Cazuza e Guilherme Isnard, também serviu de referência para seus trabalhos. – Eu era muito ostracista. Escrever era a forma de externar meus medos, minha ansiedade. Foi uma inquietude, questão da existência – conta o guarda municipal, de 50 anos, há 27 na corporação. Desde a adolescência, Wagner calcula ter escrito mais de 500 poesias. São tantos textos que ele admite ter dificuldade para selecionar quais vão entrar em seu primeiro livro, que já tem nome: “Imagens e palavras”. – Demorei muito a me aceitar como poeta, achava que era muita audácia da

e fragilidade. – Não são textos melancólicos. Acredito que muitas pessoas não conseguem se expor desse jeito, mas se identificam com o que escrevo. Minha poesia consegue ler as pessoas. Em “Vitrines”, por exemplo, ele faz uma reflexão sobre a existência do ser humano: “Vida, passos largos na estrada, uma história a ser contada, antes do amanhecer. Vida parece tão apressada, desafiando o absurdo, horas que viram minutos nem chegando entardecer. Vida, contemplada no espelho, o tempo passa e percebo nada é efêmero ou passageiro. Vida, tudo tem o seu valor, momentos de cura ou de dor, pulos de alegria e também torpor. Vida, o tumulto da cidade, ou o campo acolhedor, vanguarda de paisagem, a lembrança de passagem, do que de bom armazenou. Vida, entre fios e escolhas, a espada gladiante, que não fere e nem sangra, imaginário que encanta a síndrome de vencedor. Vida, o amor que se emana, o doar além da cama, do que se eternizou o carinho de uma palma, aclamando com a alma, quem sempre nos alforriou. Vida, a transparência da vitrine, do que se admirou a poesia que redime o coração que perdoou”. (REPRODUZIDO DO SITE DA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO)



Morena Na Praça - agosto 2019 Agende-se PRÓXIMO MORENA NA PRAÇA: Domingo – 18/08 – às 14h - Excepcionalmente na Praça de São Roque Venha conversar conosco sobre os assuntos de nossa ilha! É também a oportunidade dos associados acertarem suas trimestralidades. Se você ainda não se associou, esta é a hora! Alfredo, como faço para me associar? Basta: 1. preencher uma ficha rápida de Associação, e 2. Pagar de 3 em 3 meses R$ 19,96. É só isso mesmo! (2% do salário mínimo atual).

RESUMO DO "MORENA NA PRAÇA" DE JULHO Nosso encontro de julho, aberto a todos os moradores, aconteceu no domingo, dia 14/07/2019, às 10 horas, na Praça Pedro Bruno, em frente à estação das barcas, e tratou das seguintes pautas: 1. NÃO DEIXE O GÁS ACABAR! A MORENA informou aos presentes sobre a situação ainda não resolvida da falta de gás na ilha. Estamos aguardando retorno junto ao Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, a quem procuramos para protocolar o pedido de ajuda para a resolução do problema, juntamente como o abaixo-assinado com mais de 1000 assinaturas dos moradores da ilha. A partir da fala de vários presentes, compreendemos cada vez mais que o poder público não pode nos manter desassistidos na oferta de gás de cozinha; 2. CCR – ATRASOS CONSTANTES Os moradores têm sofrido com atrasos constantes na barca da manhã, em especial a das 07:30 – horário estratégico para quem trabalha ou estuda no continente. Decidimos juntos que a MORENA faça um pedido à Comissão de Transportes da ALERJ para realização de uma Audiência Pública envolvendo os responsáveis pelos transportes do continente para a ilha de Paquetá. A MORENA já está em contato com os representantes do legislativo para marcar a Audiência na ilha e em breve divulgaremos a data. Além disso, enviamos ofício à AGETRANSP informando a situação, que só vem piorando durante as férias; 3. ADOTE-RIO A Secretaria Municipal de Meio Ambiente solicitou à MORENA para reunir ideias ou projetos para uma possível parceria públicoprivada – dentro da iniciativa “Adote Rio” –

para a recuperação de áreas públicas degradadas ambientalmente. Na reunião, Ricardo Saint-Clair apresentou o projeto de iniciativa do Plantar Paquetá cujo título é “Caminho das Borboletas”. Além disso, Lilia Levy apresentou por e-mail uma proposta para criação de chuveirões e bebedores para os banhistas e demais visitantes da ilha. Aproveitamos a presença do assessor da Secretaria de meio Ambiente - que esteve na ilha para resolver questões do Parque Darke - e encaminhamos a ele os projetos; 4. VISTORIA DE BENS PÚBLICOS TOMBADOS A MORENA divulgou a visita do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) à ilha para fazer uma vistoria dos seguintes bens públicos tombados: a Ilha de Brocoió, o Reservatório de Paquetá, a Pedra dos Namorados, a Pedra da Moreninha e dez árvores seculares e os presentes propuseram como data preferencial para a visita uma sexta-feira, já que ela só poderá ocorrer durante a semana; 5. NOVIDADES SOBRE O SOLAR O IPHAN aprovou o diagnóstico sobre o estado de conservação do Solar e o próximo passo é dar entrada ao estudo preliminar do projeto. A MORENA solicitou que a Secretaria Municipal de Cultura nos receba para que possamos acompanhar oficialmente o andamento do processo e conseguimos agendar para final de agosto. Os presentes à reunião definiram que não poderíamos deixar em branco a data dos 10 anos de fechamento do Solar e ficou marcado para o domingo, dia 29/07, como parte do Festival da Guanabara, um ato público de dez-aniversário do abandono desse espaço público tão querido e importante para Paquetá. O ato aconteceu às 10h em frente ao portão do Solar, onde foi colocada uma faixa marcando a data do fechamento. Houve um café da manhã coletivo, uma fala breve da diretoria da Morena sobre os últimos encaminhamentos relacionados ao Solar, e uma confraternização musical ao final. IMPORTANTE: A faixa (que amanheceu violentamente cortada no dia seguinte ao ato) já foi recuperada;

6. BARQUEATA PARA BROCOIÓ O Movimento Baía Viva quer organizar uma barqueata no entorno da ilha de Brocoió. Ainda não temos data fechada para o evento, mas fique atento pois será uma oportunidade de contornar essa ilha que namoramos todos os dias quando passamos pela Moreninha. SOBRE O ATO PÚBLICO NO SOLAR DEL REY – (ou: QUANDO ESQUECEM DE ARRANCAR AS FLORES!) Na manhã do domingo 28/07, foi realizado um ato público para marcar os 10 anos de fechamento do Solar Del Rey. Foi um evento simples e, por isso mesmo, cheio de força e significado: adultos e crianças reunidos na calçada, um bolo, umas flores e uma faixa. Numa fala rápida, a Morena informou em que pé estão as conversas com a Prefeitura, agora que houve uma mudança de gestão na Secretaria de Cultura. O ato serviu pra renovar a esperança de que, lutando sempre, um dia teremos esse portão aberto de novo à população. Na manhã seguinte, a faixa amanheceu cortada ao meio, provavelmente com estilete, provavelmente por alguém que não gosta que pessoas se reúnam na calçada, mesmo que pra lutar pacificamente por um bem que pertence a todos. Mas, olhando bem no canto da foto... vejam: - Esqueceram de arrancar as flores! OBS: Lutar pela reabertura do Solar del Rey é obrigação da Associação de Moradores. Com faixa cortada ou remendada, vamos em frente, certo? Alfredo, como faço para acompanhar as ações da MORENA? Curta nossa página no Facebook (https://www. facebook.com/groups/207658559327397/). Visite o Instagram da MORENA! Todas as fotos e vídeos são de paquetaenses. Mande seu material por email que publicaremos lá!!! https://www.instagram.com/pqt_morena/ Quer receber nosso zap? MORENA - 9 8 5 1 5 4 8 6 8 Quer receber nosso email? ampaqueta@gmail.com Fortaleça a MORENA. Associe-se!!! Juntos, somos fortes! Esta Diretoria Executiva - eleita em 2019 - é formada pelos seguintes membros: Alfredo Braga - Diretor Geral Conceição Campos - Diretora Adjunta Fernando Lemos - Diretor Administrativo Ialê Falleiros - Diretora de Finanças R o d r i g o Po ç a ( R o d r i g o N o e l ) - D i r e t o r d e Comunicação Fiquem atentos aos informes na rede social e compareçam às reuniões públicas comunitárias. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! MORENA - Associação de Moradores da Ilha de Paquetá


crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques

A poucos dias o Hely Ferreira postou foto de 400 pães distribuídos por ele no centro da cidade e que não foram suficientes. Chato esse frio que tudo invade e essa tristeza que nos cerca. Ouço a Elizete cantar e me dá um nó na garganta percebendo que " fui somente um aprendiz daquilo que não quis ...". Procuro me alegrar porque não vivo sem minhas utopias. Existe tanta coisa prá falar, prá contar e acho fácil amar ao próximo. Tenho visto, na Praça XV, pessoas remexendo latas de lixo a procura de restos de comida. Não posso parar de exigir um mundo mais justo quando, nesse meu pote de memória, "...fez-se da vida uma aventura errante.." como se estivéssemos, de repente, vivendo um soneto do Vinicius. Sem solidariedade tudo perde o sentido. A memória é ativa e altera tudo o que lembra. Me lembra a mim mesmo, boato e fato. E como disse Drummond, coisas sem ênfase perdem a graça.

Coisas antigas fazem sentido quando me lembro do gesto de um amigo em abandonar a festa da noiva porque o pai dela ironizou seu amigo negro e como saímos todos juntos, não como um ato contra o racismo, mas por fraternidade e éramos todos adolescentes. Lembro ainda, e devia ter apenas 10 anos, de uma senhora reclamando no elevador do cheiro de cigarro e eu, afogado e intoxicado pelo perfume dela, pensando que era melhor que ela fumasse. Hoje em dia pouco vou à Ipanema e, resolvendo passear por lá, passei por uma mulher que tinha sido minha colega de escola. Quase tropecei na plástica envelhecida do rosto e reparei na cabeça abaixada, triste de uma tristeza imensa que me deu pena. Pensei, cá com meus botões, que a vida está mesmo complicada, embora ela pudesse ter brigado com o marido,

com o porteiro, com o sindico, com os filhos que nem sei se tem. Eita vida !!! Por sorte tenho orgulho dos amigos que tive e tenho. Aprendi mais com eles do que em cursos e universidades. Tenho orgulho de ser amigo do Bolão, do Rael, do Hudson e de tantos outros com quem bebo, falo e ouço. Tenho orgulho de ser brasileiro e morar em Paquetá. Tenho orgulho do que li, ouvi, falei e fiz. Se falo muito da Nega Luisa e do Birulinha é porque eles me mostraram coisas belas que me enriqueceram.

Como diz a Lulu, minha neta "mas com pouco se faz muito" Por isso conto e sempre contarei histórias do Mello, do Luís Belo, do Claudio Marcelo, do Lelo e da Cristininha e das minhas tristes putas de Copacabana, embora, às vezes, perdendo o rumo. Julio - triste com os descaminhos, mas certo de que sempre é preciso caminhar e falar alto nas praças.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Também falo muito da Bundinha Feliz e da Beldade da Comlurb que, espalhando beleza pela Furquim, me fizeram e fazem feliz.

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

Me lembro da coragem do Tonico, a de falar alto quando muitos se calavam. Falar alto pra que todos o ouvissem nas praças públicas e, ao mesmo tempo, nos ensinando a falar alto para que também a nós nos ouvissem. Caramba, como isso foi importante.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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