Relatório Fórum SKAN 2019

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Agricultura . Agroindústria . Indústria Alimentar . Floresta . Recursos Naturais

Relatório


ORGANIZAÇÃO

APOIOS


Objetivos

• Apresentar os catálogos de competências e projetos ID&I de Angola, Cabo Verde e Moçambique • Discutir projetos ID&I com elevado potencial de colaboração internacional • Partilhar conhecimento e boas práticas • Promover novas colaborações entre os países de língua portuguesa

Programa 16 de outubro 4ª feira Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 08h30

Receção participantes

09h00

Sessão de abertura

09h30

Keynote speakers

11h00

Coffee break

17 de outubro 5ª feira

11h30

Mostra de projetos

Visitas em autocarro

12h30

Projetos – Networking

13h00

Almoço

08h30

Receção participantes

14h30

Mostra de projetos

09h00

Saída de Lisboa

15h30

Projetos – Networking

10h30

Visita Agromais

16h00

Conclusões

13h30

Almoço + Networking

17h00

Encerramento

15h00

Visita Sumol+Compal

17h30

Cocktail

18h00

Chegada a Lisboa


16 e 17 de outubro 2019

Enquadramento O Fórum SKAN realizou-se nos dias 16 e 17 de outubro de 2019 e contou com a presença de 90 participantes, representantes das várias entidades, nomeadamente Universidades, Institutos de Investigação, Organizações não Governamentais, Organizações Governativas e outras entidades públicas e privadas, que atuam nos sectores agrícola, alimentar e florestal em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Esta foi uma iniciativa organizada pela Associação para a Inovação e Desenvolvimento Empresarial - INOVISA, do Instituto Superior de Agronomia e contou com os apoios do Instituto Camões, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária - INIAV.

Sessão de Abertura A Sessão de Abertura contou com as intervenções de Luís Mira da Silva, Presidente da INOVISA e em representação do Instituto Superior de Agronomia; Carla Marcelino Rodrigues, diretora de serviços de Planeamento e Gestão do Instituto da Cooperação e da Língua, Camões I.P. e Manuel Lapão, Diretor de Cooperação da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Além de algumas notas sobre a Plataforma SKAN, iniciativa que começou em 2013 e que conta com o apoio do Instituto Camões e da CPLP desde 2015, caracterizada como uma Plataforma construída “de baixo para cima”, foi referido o papel fundamental e importante trabalho levado a cabo pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente no desenvolvimento da Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Na data em que se assinalou o Dia Mundial da Alimentação, foi manifestada a vontade e o empenho em que a Plataforma SKAN, encontrando-se na sua fase final enquanto projeto, perdure e se fortaleça enquanto REDE de contactos e parcerias.



16 e 17 de outubro 2019

Keynote Speakers AUGUSTO MANUEL CORREIA Professor Associado com Agregação no Inst. Superior de Agronomia e Presidente do CENTROP. É Membro do Conselho Científico dos Cursos de Doutoramento Tropikman e Development Studies e foi coordenador de cursos de mestrado em Angola, Cabo Verde, Portugal e Timor Leste. É o Chair do Executive Board do CTA (UExACP) e foi delegado nacional ao CGIAR e membro do Steering Comittee do European Forum in Agriculture Research. Foi Presidente da Cooperação Portuguesa. É consultor nas mais diversas áreas ligadas à Agronomia Tropical e ao desenvolvimento. CASTRO PAULINO CAMARADA Licenciado em Eng. Agronómica pela Fac. de Ciências Agrárias da UAN, possui Mestrado em Desenvolvimento da Agricultura Tropical e Doutoramento em Sistemas de Agricultura pela University of Reading. Iniciou a sua carreira como Coordenador do Programa Nacional de Investigação sobre Leguminosas. Foi Vice-Reitor da UAN para o Centro Universitário do Huambo. Foi assessor do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Angola. Foi Representante da FAO em Moçambique e ponto focal da Agenda de Seg. Alimentar da CPLP. IVONE MUOCHA Licenciada em Agronomia, pela Univ. Eduardo Mondlane. Doutorada em Biotecnologia Molecular pela Univ. de Pisa, Itália. Docente e Investigadora na área de Genética e Melhoramento de Plantas. Atualmente é Diretora Adjunta do Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento Comunitário, instituição tutelada pelo Ministro que superintende a área da Ciência e Tecnologia em Moçambique. Na área de pesquisa para o desenvolvimento comunitário, tem estado envolvida na identificação de soluções sustentáveis para as comunidades. PAULINO LIMA FORTES Licenciado em Matemática pela Univ de Évora. Fez estudos pós-graduados em Mathématiques Théoriques na Univ. de Dijon, França. É doutorado em Matemática, pela UÉvora. É professor na Univ. de Cabo Verde e desenvolve atividades de ensino e investigação. Foi Presidente do Inst. Superior de Educação. Foi Presidente do Dep. de Eng. e Ciências do Mar e Reitor da UniCV. É Presidente do FORGES. Atualmente encontra-se em requisição no Minist. da Educação de Cabo Verde, sendo responsável Técnico-Científico pelo projeto de institucionalização do Campus do Mar.

Moderadora MARIA HERMÍNIA CABRAL

Licenciada em Economia pela Univ. do Porto e mestre em Cooperação e Desenvolvimento Internacional, pelo Inst. Sup. de Economia e Gestão. Tem grande experiência em políticas, programas e projetos de desenvolvimento regional e internacional. Iniciou a sua carreira profissional na Comissão de Coordenação da Região do Norte, tendo trabalhado em vários Ministérios: da Agricultura e Pescas, do Ambiente, do Planeamento e Desenvolvimento Regional, dos Negócios Estrangeiros e da Saúde. Atualmente é diretora do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento.


O primeiro painel, moderado por Maria Hermínia Cabral (Fundação Calouste Gulbenkian) e constituído por Augusto Manuel Correia (Portugal), Castro Paulino Camarada (Angola), Ivone Muocha (Moçambique) e Paulino Lima Fortes (Cabo Verde), centrou a discussão nas questões do trabalho em rede, dos diferentes panoramas do sector agrícola e do valor acrescentado pelo projeto nos países que dele fizeram parte. Da parte da Fundação Calouste Gulbenkian, foi referido que o valor criado no seio desta colaboração foi de cariz menos técnico e mais institucional, nomeadamente através do apoio à criação do Doutoramento em Gestão e Políticas Agroalimentares, que infelizmente ainda não conseguiu reunir todas as condições para ser posto em funcionamento, que se espera que possa ser, brevemente, uma vez que vai sendo cada vez mais difícil manter os apoios. Manuel Correia assinalou a crescente robustez da rede SKAN, que ao cabo de 10 encontros, levou à criação de muitas amizades e conexões internacionais, além de toda a informação dos vários países que foi partilhada, reunida, organizada e disponibilizada. Deverá haver um compromisso, pois, em manter e alimentar aquilo que o SKAN, com tanto sucesso, criou, referindo que a responsabilidade passa por todos. Apesar dos esforços de consciencialização da comunidade internacional para a importância da agricultura, para os quais o SKAN muito contribuiu, verifica-se que os mecanismos de apoio a projetos de agricultura ainda são pouco efetivos. Sendo um facto que a maior parte da população mundial, especialmente nos países africanos, vive da agricultura, torna-se evidente que fomentar a fixação das pessoas no meio rural é importante. Os jovens, não só através da “enxada” mas sobretudo como propulsores da “inovação”, merecem especial atenção. No caso português, a agricultura não é um alvo prioritário de financiamento na cooperação, lamentavelmente, enquanto que o financiamento internacional tende a "apostar" em projetos que acabam por servir mais os interesses individuais dos envolvidos em vez do fortalecimento das instituições e entidades que podem ter um impacto real no desenvolvimento da agricultura. A preservação do legado que a rede SKAN nos deixa e a sua permanente atualização é da responsabilidade de todos nós!


16 e 17 de outubro 2019

A intervenção de Ivone Muocha começou por destacar o Fórum SKAN como uma valiosa oportunidade para as pessoas se conhecerem finalmente frente a frente, depois de tantas interações virtuais. O Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento Comunitário (CITT), instituição parceira do SKAN e da qual é vice-diretora, tem como missão a congregação de iniciativas e a implementação da estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação em Moçambique. Um dos principais focos e preocupações desta política é reduzir os esforços duplicados no que toca ao desenvolvimento comunitário (englobando a agricultura).

Dito isto, referiu que a iniciativa SKAN teve o imenso valor de permitir saber quem faz o quê e onde. É interessante que no catálogo estejam bem representadas as instituições de investigação e ensino superior, e de extrema importância, já que nos projetos de 3 a 5 anos financiados pelo governo é obrigatória a participação de pelo menos um estudante de mestrado. Anteriormente à elaboração dos catálogos, houve também um importante trabalho de diagnóstico e identificação das linhas de investimento e atuação prioritárias. Em Moçambique, a agricultura é considerada a base do desenvolvimento, contudo, o financiamento nacional é muito reduzido; é o financiamento internacional que prevalece. Atualmente as atenções têm sido direcionadas para outros sectores e projetos, nomeadamente para o gás natural, o que desliga os políticos e as pessoas do meio rural. “Para que a agricultura seja smart, temos de ser inovadores. É preciso que o agricultor veja a agricultura como uma oportunidade de negócio, e não apenas como um meio de subsistência.” Ivone Muocha referiu ainda que o Concurso Nacional de Inovações, organizado pelo CITT e estando já na terceira edição, tem servido de exemplo do que acontece a nível comunitário, e apresentado soluções práticas.


Paulino Fortes, frisou a importância do sector agropecuário em Cabo Vede e referenciou as várias instituições de investigação e ensino que têm vindo a ser criadas: desde a Escola de Ciências Agrárias de Cabo Verde ao projeto do Campus do Mar, um instituto que é um sonho a tomar forma. Além de campos de extensão rural, este campus integra atualmente o Instituto de Ciência e Tecnologia Agrária de Santo Antão. A cooperação do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA) com o Instituto Superior de Agronomia (ISA) de Portugal, iniciada em 1993 após a deteção de necessidades específicas nesse sentido por parte da FAO, tornou possível (entre outros) a formação através de módulos com participações sazonais de professores internacionais. “Cabo verde não só possui recursos humanos, como muitos recursos naturais. O desafio é produzir nas ilhas o necessário para sobreviver.”


16 e 17 de outubro 2019

Quanto a Angola, Castro Camarada salientou que a agricultura não recebeu durante muito tempo a atenção devida. A SAN é ainda um desafio real, a par de muitos outros que existem no país. Só recentemente, com a queda dos preços do petróleo, é que se começou a olhar para o sector agrícola como uma oportunidade. Começa a emergir a visão de uma agricultura comercial, de grande escala. O sistema de investigação é constituído sobretudo por algumas instituições com estações regionais, que sofreram muito com determinadas circunstâncias. Está atualmente sob estudo uma reformulação do modelo de investigação, com uma postura desta feita mais voltada para o cliente, começando inclusive a surgir algumas pequenas empresas. Contudo, todas estas mudanças ainda não se refletiram num shift do orçamento público nacional; por isso é necessário fazer mais pressão. Olhando para o continente africano, existe uma agenda de erradicação da fome e desenvolvimento da agricultura (refletida por exemplo nas metas 2025 e na agenda 2063). Tanto Moçambique como Angola estão inseridos no CCARDESA, cuja agenda inclui a comercialização na agricultura (i.e. a visão da mesma como negócio) e a maior inclusão da juventude e das mulheres. A SADEC trabalha muito na cooperação internacional: cada país assume uma agenda de pesquisa e depois partilha os resultados com os restantes países. Nas palavras de Castro Camarada, “não precisamos de reinventar a roda, precisamos de forjar colaborações e aproveitar este momento de reformulação para implementar modelos que resultem.” Em conclusão, Maria Hermínia Cabral acrescentou que a presença de espaços tão distintos representados no Fórum SKAN (SADEC, CPLP, etc.) faz destacar, mais do que as diferenças dos contextos económicos, uma oportunidade de convergência.


Debate Além da discussão dos tópicos já referenciados, foi introduzido o tema do uso das novas tecnologias, nomeadamente smartphones e aplicações móveis, como ferramentas de apoio à agricultura. Na África Oriental, nomeadamente, geram-se muitas tecnologias deste tipo, que têm bastante adesão. Ivone Muocha ressalvou que não é possível, no entanto, aplicar estas ferramentas em muitas zonas de países como Moçambique, em que a população não é escolarizada… é importante não assumir que “aquilo que funciona no Quénia, funcionará nos restantes países, especialmente nos que não falam língua inglesa”. Outro assunto levantado a debate foi a preocupação da falta de adesão às escolas agrárias, a falta de investimento por parte dos ministérios por (possivelmente) falta de confiança nas instituições e, uma vez mais, a necessidade de fazer as populações e os políticos passarem a ver a agricultura como uma oportunidade de negócio. A necessidade de investimento nas vias de transporte e nas cadeias de pós-produção parece ser uma preocupação transversal aos vários países presentes no Fórum. Chamou a atenção um membro do público para o facto de muitas vezes, lamentavelmente, as “prioridades” estarem a ser definidas “por fora”, em vez de localmente. Existe dinheiro e os problemas estão mais do que identificados, mas tem de existir mais envolvimento e compromisso.


16 e 17 de outubro 2019

Mostra de projetos

A mostra de projetos contou com duas sessões (uma pela manhã e uma pela tarde) num total de 27 projetos (listados na página seguinte) que estão a ser ou foram implementados recentemente em Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe. Durante a mostra os representantes de cada projeto fizeram apresentações de 10 minutos seguidas de uma discussão de mais 10 minutos, para os participantes que se inscreveram previamente. Cada projeto foi apresentado no máximo 3 vezes, dependendo do numero de participantes inscritos. Os projetos, na sua maioria, foram selecionados a partir dos catálogos de projetos ID&I de Angola, Cabo Verde e Moçambique. Foram também convidados alguns projetos de outros países, nomeadamente da Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, tendo em consideração o seu grau de inovação no país e seu potencial de valorização, pontos fundamentais na partilha de conhecimento da Plataforma SKAN CPLP.


1

Cadeias de valor singulares em São Tomé e Príncipe: O caso da pimenta orgânica

2

PERVEMAC II - Agricultura sustentável e segurança alimentar na Macaronésia

3

SALSA – Pequenas explorações agrícolas, pequenos negócios agroalimentares e segurança alimentar e nutricional (SAN) sustentáveis

4

Produção sustentável de café no parque nacional da Gorongosa em sistema agroflorestal integrado no contexto da desflorestação, alterações climáticas e segurança alimentar

5

Turismo solidário e comunitário na ilha do Maio

6

Ianda Galinhas - Nó pui asas pa dizinvolvimentu: Promoção da Fileira Avícola na Guiné-Bissau –

7

Reforço da responsabilidade individual e coletiva, pública e privada, no acesso, gestão e valorização responsável e sustentável de recursos naturais

8

Desenvolvimento agrário de Monapo – apoio a pequenos produtores

9

APPSA - Programa de produtividade agrícola para a África Austral – Angola e Lesoto

10

Semear e Cuidar: impulso ao desenvolvimento com as comunidades de Nhangau

11

Barras alimentares obtidas a partir de diferentes formulações de rale de farinha de mandioca e batata-doce de polpa alaranjada, fortificado com amendoim torrado para crianças em idade pré-

12

Eficiência energética no processo de valorização da produção agropecuária da Cooperativa de Cutelo Capado na ilha do Fogo

13

Eficiência do uso da panela de barro na conservação de hortícolas

14

Promoção do carvão vegetal sustentável sobre uma abordagem de cadeia de valor em Angola

15

Uso de técnicas nucleares para melhoramento da saúde e produção animal em Moçambique

16

Agroecologia como instrumento para a conservação da paisagem terrestre e para a resiliência das comunidades rurais

17

SEMEAR - Sementes melhoradas para uma agricultura renovada

18

CDAIS - Desenvolvimento de competências para a inovação dos sistemas agrários

19

CVAgrobiodiversity - Mudanças climáticas e recursos genéticos de plantas: o potencial negligenciado da flora endémica de Cabo Verde

20

Eficiência biológica de fungicidas formulados à base de Fluoxastrobin, Trifloxystrobin e Flutriafol no controlo simultâneo do oídio e da antracnose do cajueiro

21

Projeto de investigação e transferência de tecnologias para o aumento da produtividade de arroz, milho e trigo

22

ISLANDAP - Aquaponia & Economia Circular nas Ilhas

23

Otimização da produtividade da água e da fertilização na horticultura em Cabo Verde

24

VirFree - Viveiros de fruteiras isentos de vírus

25

RETESA: reabilitação de terras e gestão das áreas de pastagem nos sistemas de produção agropastoril de pequenos produtores no Sudoeste de Angola

26

Análise da sustentabilidade da cadeia de valor do frango em Moçambique

27

Plantação de rícino e equilíbrio do agro-ecossistema


16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019

Conclusões - Mostra projetos Foram convidados 4 relatores para fazer um pequeno resumo da mostra de projetos e suas discussões. Olga Moreira (INIAV) referiu que os objetivos dos projetos a que assistiu relacionam-se com a criação de novos produtos e a introdução dos mesmos na comunidade. O grande constrangimento transversal aos vários projetos foi a sua descontinuidade devido à falta de financiamento, políticas ou falta de capacitação. Benvindo Maçãs (INAV) referiu a importância de usarmos os recursos financeiros de modo cada vez mais eficientes (i.e. evitando a duplicação de esforços). Alguns projetos a que assistiu eram muito consistentes e baseados numa forte envolvência de todos os atores. Destacou ainda o projeto SEMEAR, pela sua premência e solidez, baseado num conhecimento muito profundo e um respeito muito grande pelas comunidades. Destacou também o projeto RETESA, pela sua lição de sustentabilidade e continuidade, e para o projeto de preservação de espécies silvestres em Cabo Verde. A objetividade e a continuidade são, no fundo, os aspetos primordiais para garantir a sustentabilidade dos projetos. É necessário o envolvimento das pessoas e o fortalecimento das instituições que implementam os projetos.

Dora Batista (FCUL/ISA-ULisboa) assistiu a projetos da área do desenvolvimento agrário. Referiu que os pontos em comum encontrados foram: parcerias sólidas e participativas; associativismo e fomento do mesmo numa preocupação de criar mais associações. O problema da propriedade das terras foi encontrado num dos projetos, constituindo um entrave a este associativismo. Outras preocupações comuns encontradas são: a continuidade dos projetos e quais os meios de comunicação mais adequados para fazer a transferência de conhecimentos para as populações. Luís Goulão (ISA-ULisboa) esteve presente nos projetos da área do desenvolvimento agrícola e cadeias de valor. Os pontos em comum encontrados foram: a questão da certificação (voluntária) dos produtores/produtos ou serviços, que é obrigatória para o acesso aos mercados. Encontrou como solução frequente a criação de selos de valor acrescentado. Nos debates que se seguiram à mostra dos projetos, foi notório o interesse na promoção e integração dos novos produtos nos mercados. Há uma preocupação frequente com o transporte. Os resultados dos projetos servem como bons exemplos de retirada dos agricultores da zona de subsistência para a zona comercial. As parcerias multiator promovidas pela REDE SKAN fizeram com que projetos muito pequenos se traduzissem na melhoria da agricultura do país. Só com a mobilização de instituições locais e governamentais pode haver continuidade e resultados. A moderadora, Imaculada Matias agradeceu a todos os relatores e concluiu parabenizando todos os projetos apresentados e referiu que, apesar de vários estarem na fase final, poderão ser retomados e impulsionados futuramente.



16 e 17 de outubro 2019

Encerramento A sessão de encerramento contou com a presença do Luís Mira da Silva e Paulo Esperança, VicePresidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Luís Mira da Silva começou por agradecer aos relatores pelas conclusões finais e de seguida à FCT, Instituto Camões e CPLP que têm apoiado todo este caminho. Parabenizou ainda toda a equipa envolvida no projeto, elogiando o “muito que se fez com não tanto dinheiro assim”. Acredita nas consequências e resultados positivos do SKAN, nas parcerias criadas. A palavra “multiator” é, neste contexto, uma palavra chave. Alertou ainda para as elevadas verbas que vão estando constantemente disponíveis para investimento em projetos de inovação, que expandem as possibilidades de financiamento a que os países podem e devem concorrer. Não basta olhar apenas e só para os fundos de desenvolvimento e cooperação. A comunicação e disseminação é fundamental na transmissão do impacto dos projetos, e não pode ser descurada. Referiu ainda que os países de língua portuguesa estão sub-representados a nível europeu, mas tem havido demonstrações de interesse e abertura, por parte da Europa, a que a nossa representação seja aumentada. Agradecimentos especiais para o ISA e o INIAV, certamente as duas instituições nacionais do sector agropecuário com mais representação na cooperação internacional. Paulo Esperança agradeceu à INOVISA e ao convite realizado para estar presente neste Fórum. Referiu que a FCT tem tido um grande empenho nestas questões da inovação e da partilha de conhecimento cientifico. Mencionou que muitos dos países africanos de expressão portuguesa são muito ricos em recursos naturais, sendo uma questão de catalisar as oportunidades e de as desenvolver. Esta iniciativa é de grande importância pela sua capacidade de networking e de partilha de experiências. A FCT é a agência nacional portuguesa para o financiamento da ciência e da inovação, referindo a importância de um dos parceiros, a Fundação Aga Kahn como um parceiro fundamental na cooperação com os países africanos. No âmbito do Centro Unesco, menciona o programa Ciência LP, como uma iniciativa de grande potencial e convida as pessoas a saber mais sobre o programa e a candidatarem-se. Por último, dá mais uma vez os parabéns por esta iniciativa e espera que a FCT possa continuar a contribuir nesta e outras iniciativas para o desenvolvimento da ciência e das comunidades.



16 e 17 de outubro 2019

Visitas 17 de outubro 5ª feira

A visita à Agromais - maior organização de produtores de cereais e hortícolas de Portugal, teve como objetivo dar a conhecer aos participantes do Fórum SKAN a realidade agrícola da região (Torres Novas), bem como partilhar conhecimentos e experiências entre empresários e investigadores de várias nacionalidades. Os participantes foram recebidos por Jorge Neves, Diretor Geral da Agromais, que abordou, num pequeno briefing, o seu modelo organizacional. Seguiu-se uma visita guiada às instalações de Riachos. Os participantes tiveram oportunidade de percorrer as instalações, passando pela armazenagem e expedição do milho e o seu processo de secagem. Para finalizar, visitaram as instalações da HORTEJO, onde puderam conhecer o processamento de diferentes produtos hortofrutícolas, nomeadamente cebola e batata.

A visita à unidade industrial de Almeirim da Sumol + Compal teve como objetivo dar a conhecer aos participantes do Fórum SKAN a realidade industrial da empresa líder de mercado de bebidas não alcoólicas em Portugal. Nesta visita conheceu-se um pouco da história e o percurso da Sumol até ao momento em que se funde com outra empresa nacional, a Compal. Os participantes tomaram conhecimento acerca da origem, visão, missão, compromissos, valores, certificação, estratégia de vendas e unidades industriais desta empresa a nível nacional e internacional, nomeadamente em Angola, Cabo Verde e Moçambique. Foram estes últimos mercados que suscitaram muita curiosidade e debate entre os participantes. No decorrer da visita foram dadas a conhecer as instalações da fábrica. Foi possível acompanhar todo o processo produtivo de bebidas de frutas/vegetais até ao seu armazenamento, mostrando o empenho na modernização e na inovação dos processos utilizados. Os participantes conheceram também os laboratórios de controlo de qualidade e desenvolvimento de produtos.



16 e 17 de outubro 2019


A Equipa da Plataforma SKAN agradece a todos pela sua participação e colaboração! Muito obrigado!



Anexos


16 e 17 de outubro 2019

Avaliação dos participantes


Muto fraco

Excelente


16 e 17 de outubro 2019

Pouco importante

Muito importante

Alguns comentários A iniciativa foi muito boa e criou oportunidade ímpar para a divulgação de projetos e estabelecimento de parcerias entre os participantes e entre estes e outros intervenientes. No entanto, eu acho que deveria se criar uma plataforma de acompanhamento dos projetos em curso, de forma a reportar-se os seus resultados. Além disso, eu acho que a mostra dos projetos deveria incluir não apenas "o que estava previsto realizar", mas também "o que foi feito, resultados obtidos e perspetivas". bem haja a equipa, foi brilhante, e espero que haja continuidade da iniciativa.

Esta rede é de grande importância para o conhecimento dos projetos e trabalhos feitos nos PALOPS além de aproximar os investigadores, académicos e técnicos. Penso de grande utilidade a continuidade desta rede.

SKAN é um projeto que deve continuar. Parabéns

Ficou demonstrado que a manutenção de uma rede como a SKAN é imprescindível para nos manter ligados entre nós e ligados às ligações de cada um de nós. De contrário a dispersão territorial e a diversidade de práticas podem enfraquecer as ciências e tecnologias agrárias nos nossos países.


Na minha opinião, a organização do Fórum está de parabéns, pois decorreu de forma exemplar. De destacar a objetividade e relevância das intervenções nos debates, tanto dos oradores como do público, bem como a valiosa troca de experiências e a diversidade dos projetos expostos.

Felicitar os organizadores e que, continuem com essas iniciativas para contribuirmos no desenvolvimento sustentáveis dos países da CPLP.

A equipa organizadora está de parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido.

Fóruns desta natureza deveriam se manter para a troca de experiência entre os países assim como partilha de conhecimento e oportunidades de parceria em projetos de investigação e desenvolvimento.

Acho que o doador do projeto deveria custear uma pessoa em cada pais por um ano para tornar a plataforma viva e sustentável. Evento BEM organizado e com interessantes temas apresentados. No entanto o tempo reservado para debate na manhã do primeiro dia e a correria que tivemos nas visitas para ganhar tempo pressionou os participantes. Assim, sugiro que evento similar que decorra em 4 dias (2 dias para cada momento e não 1 dia como aconteceu neste evento). No geral, nota 9 na escala de 0 a 10. Parabéns.

Parabéns, fiquei agradavelmente surpreendido e agradado, além de agradecido, lamento apenas não ter sido exequível participar no dia 17.

Acredito que o número de contactos feitos não é tão importante quanto a sua relevância. Fóruns, bases de dados e conhecimento de rede são cruciais numa intervenção de escala internacional onde tão frequentemente se peca por não se olhar para o lado ou para trás, negligenciando a lição preciosa de aprendermos uns com os outros.


16 e 17 de outubro 2019

Projetos apresentados



16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019



16 e 17 de outubro 2019



www.skanplatform.org


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