Aula 5 1 cpa 20

Page 1

PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CURSO PREPARATÓRIO PARA CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL ANBIMA SÉRIE 20 (CPA-20) MÓDULO 5.1 - MERCADO DE DERIVATIVOS


Referências Bibliográficas •

ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012 BESSADA, Octavio; BARBEDO, Claudio; ARAUJO, Gustavo. Mercado de Derivativos no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2005. CAVALCANTI, Francisco; MISUMI, Jorge; RUDGE, Luiz Fernando. Mercado de capitais, o que é e como funciona. Rio de Janeiro: Campus, 2005. CERBASI, Gustavo. Coord. Operando Opções, Guia Avançado de Operações com Opções. Coleção Expomoney. Ed. Campus. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. Mercados de Derivativos na Bolsa de Mercadorias e Futuros. Cadernos CVM. 2007. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro. 16 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. PÓVOA, Alexandre. Mundo Financeiro, O Olhar de um Gestor. São Paulo: Saraiva, 2010.


DERIVATIVOS •

• •

O mercado de derivativos é assim chamado porque todas as suas operações são derivadas de algum mercado que existe na modalidade “à vista". Simplificando: Derivativo, deriva de um ativo Ficou da influência inglesa a tradução "derivativos" (derivatives), pois uma tradução melhor seria mercados derivados. Definição: derivativos são instrumentos contratuais cujos valores dos objetos dos contratos derivam do valor destes no mercado à vista. A existência dos mercados derivativos permite aos participantes destes mercados realizar operações de hedge, de arbitragem e de especulação.


DERIVATIVOS •

Arbitragem: á a obtenção de lucro sem risco, por meio da realização de transações simultâneas em dois ou mais mercados.

Especulação: e uma estratégia de atuação do investidor que atua apostando numa tendência futura de preços, buscando obter lucros. De forma contrária ao investidor que busca hedge (proteção), o especulador aceita correr grandes riscos, se expõe a grandes variações nos preços dos ativos-objeto. Importante destacar que é a existência da especulação que permite o hedge.


DERIVATIVOS •

• •

Hedge: o hedge é um termo inglês que significa cercar, limitar. No mercado financeiro é utilizado com o sentido de proteção ou seguro. Fazer hedge significa procurar eliminar ou limitar um risco. Para que um mercado derivativo seja viável são necessárias algumas pré-condições: A volatilidade nos preços dos ativos é fundamental. Havendo volatilidade há um maior estímulo para a negociação (e maior necessidade); Inexistência de controle governamental sobre preços. Como o objeto da negociação é sobre preços futuros, quando há intervenção sobre estes, o mercado derivativo fica inviabilizado; Possibilidade de padronização do ativo-objeto; Outro fator importante e a atomização do mercado. Tanto demanda quanto oferta do ativo-objeto devem estar distribuídas entre um grande número de consumidores, produtores e intermediários. Se isto não acontece, poucos participantes podem manipular os preços praticados no mercado


DERIVATIVOS •

Nos mercados derivativos são negociados contratos baseados em ativos-objetos padronizáveis, como: moedas, commodities (soja, minérios, petróleo), boi gordo, álcool, juros, índices de bolsas de valores, índices de taxas de juros, etc.

São quatro os chamados mercados derivativos:

 Mercado

a Termo;  Mercado de Futuros;  Mercado de Opções;  Mercado de Swaps. •

Deve ser entendido que muitas vezes as operações com derivativos não envolvem a entrega fisica de bens, os ativos-objeto são utilizados como referência para a transferência de riscos entre os agentes econômicos.


Mercado a Termo •

Neste mercado é mais comum a entrega da mercadoria. O contrato a termo é definido como um contrato de compra e venda com pagamento e entrega futura da mercadoria. O maior mercado a termo é o de moedas, mas são também realizados contratos de soja, boi gordo, ações, índices e outras commodities. Grande parte dos contratos a termo não é realizado em ambiente de bolsa. São contratos não padronizados, e, como tal, não possuem as mesmas garantias dos contratos celebrados em bolsa. O contratante fica sujeito ao risco de inadimplência da contraparte, situação que não ocorre quando o contrato e realizado em bolsa, já que esta atua como garantidora da operação. Por não ser padronizado um contato a termo pode ser vantajoso do ponto de vista da flexibilidade, já que se ajusta perfeitamente as condições que interessam a compradores e vendedores. Por outro lado, esta característica pode dificultar sobremaneira a transferência do contrato; de fato e praticamente nulo o mercado secundário de contratos a termo.


Mercado a Termo •

Quem compra 'a termo' quer garantir determinado ativo por preço certo no futuro. Pode necessitar da mercadoria e crê que seu prego é vantajoso, pois estará mais cara que o preço ajustado para a data de pagamento. Exemplos: compra de dólares por importador; compra de soja por empresa beneficiadora do produto. Quem vende 'a termo' quer garantir o prego de venda, acreditando que provavelmente o preço do ativo estará mais baixo do que o preço ajustado para a data da entrega. Exemplo: venda a termo de uma ação.


Mercado Futuro •

O mercado futuro é parecido com o mercado a termo, porém, aqui, os contratos são sempre padronizados pelas bolsas que os admitem a negociação.

As bolsas determinam: o bem (ativo-ojeto), o volume por transação, a data de liquidação e a data de entrega (se existente);

No mercado futuro, a partir da negociação, as partes não mais se relacionam, já que a bolsa assume todas as responsabilidades da parte oposta. Desta forma elimina-se uma desvantagem do mercado a termo, que é a possibilidade de inadimplência da contraparte. Normalmente não existe a entrega física da mercadoria, apenas a liquidação financeira.

Como os contratos são padronizados, a liquidez é muito maior do que aquela proporcionada pelos contratos a termo, e os participantes podem tanto ampliar sua posição de compra ou venda, ou encerrá-la, pela realização de operação oposta a original.


Mercado Futuro •

Uma característica dos contratos futuros é a chamada base. Base é a diferença entre o preço do ativo-objeto no mercado à vista e o seu preço no mercado futuro. Na formação dos preços são observados alguns princípios: 1) O preço à vista e o preço futuro tendem a mover-se na mesma direção, mesmo que não obrigatoriamente ao mesmo tempo e na mesma magnitude; 2) A base tende a zero a medida que o prazo do vencimento do contrato fica mais próximo (preços a vista e futuro convergem), conforme Gráfico: Preço Preço futuro

Base Preço à Vista

Vencimento

Tempo


Mercado Futuro •

Existe sempre uma equação de paridade entre o preço futuro e o preço à vista de determinada mercadoria quando esta é negociada nos dois mercados. Pode-se determinar a paridade a partir da equação:

 PF •

• • •

= PV + CC Onde: PF é o preço futuro da mercadoria; PV é o preço à vista da mesma mercadoria; e CC é o chamado custo de carregamento da mercadoria. A mercadoria aqui não tem sentido estrito. Pode ser um índice da bolsa de valores, um índice de renda fixa, o preço de uma ação, de uma moeda estrangeira ou das mais diversas commodities.


Mercado Futuro Uma questão que pode surgir é a seguinte:  O preço a vista baliza o prego futuro ou ocorre o inverso? A grande verdade é que para mercadorias em geral o preço futuro e o que baliza o prego á vista. Isto ocorre porque se assim não fosse, surgiria a possibilidade de arbitragem, e as forças de procura e oferta pela mercadoria rapidamente recolocariam os preços de acordo com a paridade antes referida. •

Outra observação que se pode fazer é a de que, a depender da mercadoria sob análise, o custo de carregamento é um custo financeiro. Veja, a diferença de preços entre o dólar no mercado á vista e no mercado futuro, ou seja, o custo de carregamento, a grosso modo é dado pelo custo do dinheiro entre a data atual e a do preço futuro. Exemplo: Dólar futuro = Dolar a vista + custo do Dl.


Mercado Futuro •

Para muitos pode parecer que o mercado futuro representa uma aposta. De certa forma é mesmo assim, mas os apostadores são responsáveis pelas suas apostas, não existe o caráter lotérico de alguém que especula no mercado futuro e que, dando certo sua 'aposta', ele lucra, e dando errado, não tem como pagar o prejuízo.

De forma a permitir um funcionamento adequado do mercado, são estabelecidos determinados mecanismos para mitigar este tipo de risco. Vamos falar de dois dos mais importantes:

 Margem;  Ajustes

diários.


Mercado Futuro • •

• •

Margem: Representa um percentual sobre o valor do contrato, estabelecido pela bolsa, que deve ser depositado em garantia das operações mantidas em aberto (compras e vendas). Esta garantia normalmente é depositada em títulos públicos federais ou na forma de uma carta de fiança bancária. Então, qualquer interessado em operar deve levar em conta que terá esta obrigação além do pagamento das taxas e emolumentos da bolsa. Ajuste Diário: É um depósito de margem adicional ou a liberação de parte do depósito realizado, a partir de movimentos nos preços de mercado que serão favoráveis às posições mantidas por alguns dos participantes e desfavoráveis às posições mantidas pelos demais. A lógica de operar no mercado futuro é a mesma daquela do mercado a termo. Compra no mercado futuro quem entende que o preço do ativo-objeto estará, na data de vencimento, em valor superior ao estabelecido no contrato. Vende no mercado futuro quem entende que o preço do ativo-objeto estará, na data de vencimento, em valor inferior ao estabelecido no contrato.


Mercado de swaps •

O termo swap é inglês e significa troca. No mercado financeiro operações chamadas swapadas são operações em que dois agentes econômicos trocam de posição em relação a algum índice financeiro. Existem operações deste tipo em que a troca é realizada a partir da existência de um contrato anterior. Exemplo: uma empresa faz um CDB prefixado ou pósfixado, mas quer trocar esta posição pela variação cambial, já que tem passivo em moeda estrangeira. Este swap não é considerado um derivativo, já que existe o deposito do valor inicial do CDB. O swap considerado derivativo é o swap sem caixa (sem depósito dos recursos). Estas operações são registradas em bolsas, e ficam sujeitas a depósitos de garantias e de margens de ajuste, conforme já mencionado anteriormente.


Mercado de swaps •

São muito comuns as operações de troca de posições entre uma taxa prefixada contra uma taxa pós-fixada (chamadas swaps de taxa de juros) ou entre taxas de juros versus posições ancoradas na variação cambial (chamadas swaps de moeda). O propósito de realizar um contrato deste tipo pode ser uma operação de hedge ou especulação.

Um devedor em moeda estrangeira tem interesse em manter ativo indexado de forma semelhante ao passivo, fazendo a operação de swap como hedge. Um gestor de carteira de renda fixa que estima que a taxa de juros de mercado va cair nos próximos dias, pode realizar um swap, trocando eventuais rentabilidades pós-fixadas pela rentabilidade prefixada, realizando lucro com a queda das taxas, caso realmente ocorram. Esta é uma operação especulativa.


Mercado de Opções •

Opções são instrumentos que proporcionam ao seu portador a oportunidade de comprar ou vender um ativo especifico, a um preço pré-estabelecido (preço de exercício), até uma determinada data ou em uma determinada data, em troca do pagamento de um valor chamado de “prêmio”. O que se compra ou vende não é o ativo-objeto especifico, mas sim direitos sobre este ativo-objeto (direito de comprá-lo ou vendê-lo).

Característica importante dos contratos de opções, que os distinguem dos demais contratos de derivativos, é a assimetria de direitos e obrigações entre as partes envolvidas. Enquanto nos demais contratos de derivativos as duas partes assumem direitos e obrigações, no contrato de opções existe uma assimetria, uma vez que o comprador de uma opção só tem direitos enquanto o vendedor de uma opção só tem obrigações.


Tipos de Opções •

As opções que podem ser exercidas até o seu vencimento são denominadas “opções americanas” enquanto as opções podem que ser exercidas apenas no vencimento são denominadas de “opções europeias”. Opção de Compra (call): representa uma opção para comprar um determinado lote de um ativo-objeto, a um preço pré- estabelecido, até uma data específica ou em uma data específica. Note que não há obrigação de comprar, mas a opção de comprar; Opção de Venda (put): é uma opção para vender um determinado lote de um ativo-objeto, a um preço préestabelecido, ate uma data especifica ou em uma data especifica. Outra vez pedimos notar que não ha obrigação de vender, mas a opção de vender; Preço de Exercício: o preço de exercício é um preço préestabelecido, pelo qual o portador do direito pode exercer seu direito de comprar ou vender determinada quantidade de ativo-objeto, em uma determinada data ou até uma determinada data.


Tipos de Opções •

Titular: é quem compra a opção. O titular adquire o direito de comprar ou vender (exercer seu direito) de determinado ativo-objeto, pagando previamente um prêmio (que é o preço da opção);

Lançador: é quem vende a opção. Assume o dever de comprar ou vender (ser exercido) determinado ativoobjeto, recebendo previamente um prêmio (preço da opção);

Prêmio: é o preço de negociação da opção. Pode ser chamado preço de mercado da opção, ou ainda, cotação da opção.


Tipos de Opções •

O quadro abaixo resume as negociações no mercado de opções

OPÇÕES

TITULAR

LANÇADOR

CALL

Direito de Comprar

Dever de Vender

PUT

Direito de Vender

Dever de Comprar

PRÊMIO

Paga Prêmio

Recebe Prêmio

Fonte: Bento et. al. (2011, p. 112).


A lógica de comprar ou vender opções. •

Alguns exemplos hipotéticos para entender o funcionamento das opções, dos motivos que levam alguém a comprar ou vender opções. Compra de uma opção de compra: quem compra uma opção de compra quer garantir o preço futuro para compra de determinado ativo. Ele e chamado de titular da opção. Pode ser alguém que quer fazer hedge de preços. Uma empresa importadora, que necessita pagar importação em data futura, pode comprar uma opção de compra de dólares para aquele vencimento, garantindo um preço máximo para a moeda. Para isto, paga antecipadamente um prêmio, que é o seu custo máximo. Compra de uma opção de venda: quem compra uma opção de venda quer garantir o preço de venda de uma determinada mercadoria ou ativo. Uma empresa exportadora, por exemplo, pode comprar uma opção de venda de dólares para uma data próxima ao recebimento da moeda estrangeira. Assim, ela paga um prêmio, garantindo um preço mínimo para a moeda. É possível observar como a opção funciona como um seguro de pregos?


A lógica de comprar ou vender opções. •

Venda de uma opção de compra: quem vende uma opção de compra (o lançador da opção), imagina que o ativo-objeto estará em um preço inferior ao preço de exercício na data de exercício ou ate aquela data. Quem vende está no papel de especulador. Ganha o prêmio antecipadamente, pensando em não ser exercido.

Venda de uma opção de venda: quem vende uma opção de venda, imagina que o prego do ativo-objeto estará em um patamar superior ao estabelecido como preço de exercício até a data de exercício ou nesta data. Assim não será exercido . Observe que, assim como em outros derivativos, as operações de venda de opções podem ser de grande risco, caso o vendedor não seja proprietário do ativo subjacente. Diz-se que ele realizou uma venda a descoberto. Neste caso o prejuízo pode ser muito grande. A seguir vamos fazer representações gráficas de opções de compra e venda para observar melhor estes riscos.

• •


A lógica de comprar ou vender opções. •

Vamos supor uma opção de compra hipotética. O titular paga o prêmio de R$ 2,00 para ter o direito de comprar determinado ativo em uma determinada data pelo preço de R$ 84,00. O gráfico a seguir demonstra o resultado do titular, sem levar em conta o custo do dinheiro no tempo, de acordo com o preço á vista na data de exercício. Observe que o resultado do titular é o contrario do resultado obtido pelo lançador. Tudo o que o titular ganhar ou perder será perda ou ganho para o lançador.

Lucro ou perda do titular da opção

2 80 -1 -2

82

84

86

88

90

Preço do ativo-objeto na data de exercício


A lógica de comprar ou vender opções. •

Verifique que o titular não exercerá a opção enquanto o preço do ativo-objeto for inferior ao preço de exercício. Nesta condição ele estará perdendo o prêmio pago, que será seu prejuízo e o ganho do lançador. A partir do momento em que o preço do ativo-objeto ficar superior ao preço de exercício, o titular vai exercer sua opção de compra. Como ele pagou um prêmio de R$ 2,00, ele tem seu resultado 'zerado' no momento em que o ativo-objeto tem um preço de R$ 86,00, tendo lucro a partir deste valor.

Veja que o resultado do titular é um prejuízo máximo de R$ 2,00 e seu lucro, teoricamente, é ilimitado. Situação contrária vive o lançador. Seu lucro máximo é de R$ 2,00, e seu prejuízo máximo é ilimitado. Note o grande risco do lançador caso ele não possua o ativo-objeto.


A lógica de comprar ou vender opções. O quadro abaixo mostra diversas possibilidades sobre o exemplo Preço no vencimento

Preço de exercício

Decisão do Prêmio pago Resultado do titular pelo titular titular

R$ 82,00

R$ 84,00

Nao exerce

R$ 2,00

R$ 2,00 (-)

R$ 84,00

R$ 84,00

Indiferente

R$ 2,00

R$ 2,00 (-)

R$ 85,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 1,00 (-)

R$ 86,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 0,00

R$ 90,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 4,00 (+)

R$ 95,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 9,00 (+)


A lógica de comprar ou vender opções. •

A seguir vamos mostrar um gráfico com a situação do titular no caso de compra de uma opção de venda. Vamos supor uma opção de venda hipotética. O titular paga o prêmio de R$ 2,00 para ter o direito de vender determinado ativo em uma determinada data pelo preço de R$ 84,00. O gráfico a seguir demonstra o resultado do titular, sem levar em conta o custo do dinheiro no tempo, de acordo com o preço à vista na data de exercício. Observe que o resultado do titular é o contrário do resultado obtido pelo lançador. Tudo o que o titular ganhar ou perder será perda ou ganho para o lançador. -2 Preço do ativo-objeto na data de exercício

88 2

86

84

82

Lucro ou perda do titular da opção

80

78


A lógica de comprar ou vender opções. •

Neste caso o titular não exercerá seu direito enquanto o preço do ativo-objeto for superior aos R$ 84,00 pactuados. Quando o preço cai abaixo deste patamar, o titular exerce sua opção. Com o preço de R$ 82,00 ele não tem nem lucro nem prejuízo, pois ganha R$ 2,00 pelo exercício, mas pagou os mesmos R$ 2,00 de prêmio. A partir deste patamar, quanto menor for o preço do ativoobjeto, maior seu lucro. Conforme demonstre o quadro a seguir: Preço no vencimento

Preço de exercício

Decisão do titular

Prêmio pago Resultado do pelo titular titular

R$ 88,00

R$ 84,00

Nao exerce

R$ 2,00

R$ 2,00 (-)

R$ 84,00

R$ 84,00

Indiferente

R$ 2,00

R$ 2,00 (-)

R$ 83,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 1,00 (-)

R$ 82,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 0,00

R$ 80,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 2,00 (+)

R$ 76,00

R$ 84,00

Exerce

R$ 2,00

R$ 6,00 (+)

Vale lembrar que tudo o que for lucro ou perda do titular é perda ou lucro do lançador.


Efeito no premio das opções: taxa de juros, tempo para o vencimento, volatilidade, preço do ativo objeto e preço de exercício •

Taxa de juros: quanto maior a taxa de juros, maior o prêmio da opção. Isto ocorre por conta do custo de oportunidade;

Tempo até o vencimento: quanto maior o tempo até o vencimento maior o prêmio da opção. Ocorre que, havendo mais tempo, existe maior possibilidade de que ocorra uma situação em que o lançador possa ser exercido. Assim, o prêmio é mais alto, para compensar o risco;

Volatilidade: quanto maior a volatilidade, maior o prêmio da opção. Volatilidade maior também implica em maiores possibilidades de o titular exercer a opção; consequentemente, o prêmio é maior;

Diferença de preço atual do ativo-objeto e do preço de exercício: quanto maior a diferença entre estes preços, menor o premio da opção, pois diminui a possibilidade de exercício.


Estratégias de proteção (hedge), alavancagem e posicionamento •

Proteção ou hedge: o uso de derivativos como proteção visa exatamente garantir uma menor volatilidade no fluxo de caixa futuro esperado ou garantir a vinculação entre um ativo e um passivo. Um exportador, por exemplo, pode garantir seu fluxo de caixa futuro ao vender dólares no mercado futuro ou a termo, ou comprar uma opção de venda de dólares a um determinado preço. Uma empresa com passivo em moeda estrangeira pode comprar dólares no mercado futuro ou a termo, ou comprar uma opção de compra de dolares. Ou ainda, realizar um swap, trocando uma posição prefixada ou pós-fixada pela variação cambial; Alavancagem: o mercado de derivativos permite operações de alta alavancagem. A principal vantagem obtida no processo de alavancagem é a potencialização de ganhos com um investimento muito menor do que em formas tradicionais. A outra faceta da operação, que faz o contraponto a vantagem é o aumento do risco. São muitas as possibilidades, mas vamos dar um exemplo de forma a entender como isto e obtido.


Alavancagem •

Vamos supor que um investidor pensa que o preço de um papel da empresa A esta sub-avaliado. Sua cotação atual e de R$ 48,00, e o investidor pensa que o papel pode rapidamente recuperar seu preço justo, por exemplo de R$ 55,00. Há uma oportunidade de ganho expressivo. O investidor tem duas possibilidades de ganhar com a elevação no preço deste papel. Na primeira, tradicional, sem alavancagem, ele pode comprar um lote do papel com 100 títulos, desembolsando neste caso o valor total de R$ 4.800,00 (100 x 48,00). Para simplificar o exemplo, vamos desconsiderar aqui qualquer custo de transação ou impostos, para qualquer alternativa tomada pelo investidor.

Mas o mesmo investidor pode verificar que existe uma oferta de uma opção de compra para esta ação no mercado. Esta opção tem um prêmio de R$ 1,00 por ação e preço de exercício de R$ 50,00. Ele pode optar então pela compra da opção, pagando, neste caso R$ 100,00 (1,00 do prêmio da opção x 100 títulos).

Vamos supor agora que o papel efetivamente alcança a cotação de R$ 55,00 na data de vencimento da opção, logo o investidor exerce a opção de compra.


Alavancagem • •

Resultado obtido com cada uma das alternativas. 1a) Tradicional, sem alavancagem: o investimento inicial foi de R$ 4.800,00. O valor final do investimento foi de R$ 5.500,00 (elevação do preço do papel de R$ 48,00 para R$ 55,00). Logo a rentabilidade da 1a opção foi de: Rtradicional = [(5500-4800)/4800]x100 = 14,58%

2a) Alavancada, com uso de opções: O investimento inicial foi de R$ 100,00. Qual foi o retorno liquido? Bern, o cliente pagou R$100,00 e teve um retorno de R$ 500,00 (ele comprou por R$ 50,00 um título que valia R$ 55,00, logo um lucro de R$ 5,00 por título ou 100 x 5,00). A rentabilidade foi: Ralavancado = [(500-100)/100]x100 = 400%

A rentabilidade da 2a opção, a opção alavancada foi de 400% contra uma rentabilidade de apenas 14,58% na operação tradicional! Este é o lado bom da alavancagem, quando o ativo no qual o investidor "aposta" toma o rumo esperado, o lucro pode ser absolutamente fantástico.


Alavancagem •

A outra face da moeda é o risco. Vejamos o que ocorreria se o papel tivesse ficado com um preço de R$ 49,00 ao invés dos R$ 55,00 alcançados. Abaixo o cálculo da rentabilidade alcançada em cada uma das alternativas de investimento.

Rtradicional = [(4900-4800)/4800]x100 = 2,08%

Ralavancado = [(0-100)/100]x100 = -100%

Esta é a face ruim da alavancagem. Quando o ativo no qual "apostamos" toma rumo distinto daquele esperado, o prejuízo pode ser total.

PERDA TOTAL


Posicionamento •

O uso de derivativos posicionamento.

também

permite

estratégias

de

Um investidor que pensa que determinado mercado deve apresentar rentabilidade positiva nos próximos dias, posiciona-se neste mercado, saindo de outros, onde, segundo sua avaliação, a rentabilidade deve ser negativa.

Exemplo: se você acredita que o mercado de ações deve subir nos próximos dias, você pode comprar futuros de índice de bolsa, ficando posicionado em bolsa de valores. O vendedor desta posição acredita que o mercado deve cair. Se o mercado sobe, você ganha e ele perde, e vice-versa.


Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – non deliverable forward). • •

Conceito: Os contratos de futuros sem entrega física envolvem operações baseadas na taxa de câmbio entre duas moedas. Normalmente as operações envolvem o Dólar norteamericano e uma moeda não conversível, como o Real;

Como o próprio nome diz, não há entrega física da mercadoria, mas apenas o ajuste da diferença entre a taxa contratada e a taxa de câmbio real observada;

No caso brasileiro, os contratos sao registrados na Cetip e liquidados pela Ptax do dia anterior ao vencimento. Na contratação, a cotação da moeda estrangeira vai refletir normalmente o diferencial de taxa de juros (taxa doméstica de juros x Libor para Dólares, por exemplo) mais um prêmio de risco para o banco.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.