
3 minute read
Manter a exclusividade

Aaventura da BMW no mundo das maxi scooters começou em 2017, precisamente com esta C 400 X. Volvidos 5 anos, a marca bávara operou algumas mudanças técnicas de forma a deixar a sua scooter de média cilindrada pronta a dar cartas num segmento mais exclusivo.
Advertisement
No estilo, esta nova cor “Sport” da C 400 X torna-a mais apelativa, ainda que seja um opcional por 210 euros e dá-lhe um ar bem agressivo e coadunante com a imagem prestigiante da marca. Existem outras cores, como a Blackstorm metallic (preto metalizado) que é de série ou a Granite Grey metallic (Cinzento metalizado - 50 euros), mas este look Style Sport, que conjuga o preto (Blackstorm metallic) com o azul mate (Racingblue metallic matt), deixa a C 400 X um must. O design a puxar ao estilo da famosa GS também catapulta a scooter da marca bávara para um patamar mais elevado, mas é na utilização onde se torna evidente que estamos perante um produto premium.
Se as cores nada interferem na condução, as operações técnicas levadas a cabo são sentidas. A agilidade é algo nato para a C 400 X e os comandos são todos de um tato e de uma facilidade de operação incrível. O motor monocilindrico de 300 cc continua a debitar uns saudáveis e disponíveis 34 cavalos, mas a novidade reside no facto de agora possuir homologação
Euro5. Para este efeito a BMW dotou a C 400 X com o chamado “electronic throttle grip” (E-gas), um sistema de acelerador que opera a válvula de forma eletronica, bem como uma nova gestão do motor. Na prática o doseamento e a forma como a C 400 X reage e progride é fantástica e nunca o condutor se apercebe que tudo é gerido de forma “fly by wire”. Outras alterações ao nível do catalisador, um novo sensor e modificações na cabeça do cilindro contribuem para a redução de emissões enquanto o controlador de velocidade passou agora a ser efetuado através de uma válvula bypass e a condução da C 400 X tornou-se mais suave, com um melhor controlo a baixa velocidade.
Além disso, o E-gas e a nova gestão do motor receberam uma embraiagem com molas otimizadas o que também contribui para aumentar a estabilidade e a suavidade de funcionamento do motor. Segundo a BMW, a tolerância da força da mola era limitada e isso foi corrigido com uma força um pouco maior, enquanto a rotação do motor foi ligeiramente aumentada à medida que a embraiagem volta a engatar, reduzindo as tolerâncias da velocidade ao engatar e desengatar da embraiagem, um mal reconhecido na anterior C 400 X, mas que está agora solucionado e comprovado. Na verdade, a C 400 X impressiona na suavidade e na facilidade nas manobras em cidade, mesmo a baixa velocidade e, por outro lado, dá muitas vezes ares de ser uma scooter de maior cilindrada. Não pelas suas dimensões, mas pela facilidade com que ganha velocidade, pelo trabalhar do motor e pela sonoridade que emite. A C 400 X não é uma scooter que se limite aos meios urbanos, embora se movimente de forma exemplar nas ruas da cidade. Os meios rurais e inter- urbanos são também uma hipótese perfeitamente capaz para a C 400 X, já que a velocidade máxima de 139 Km/h anunciada (ainda que tenhamos visto no velocímetro um valor mais alto) é mais que suficiente para cruzarmos os IC’s que rodeiam as grandes cidades ou cruzar aquele pedaço de auto-estrada que é necessário a caminho do trabalho. Claro que a protecção aerodinâmica a estas velocidades não é das melhores, mas não irá sentir grandes problemas até aos 110/120 km/h. A agilidade da C 400 X também se nota nas estradas nacionais, onde não atingimos tanta velocidade, mas torna a viagem mais divertida, com mudanças de direção fáceis e precisas para uma scooter. Aqui, vale a pena referir que o ASC (controlo de estabilidade) foi revisto, tendo agora uma calibração automática quando se trocam os pneus e um melhor ajuste em estradas ou pisos escorregadios, como nos pisos molhados.











Os travões dianteiros receberam novas pinças e fazem um excelente trabalho no doseamento, que também foi afinado, sendo um dos melhores que já experimentámos numa scooter. Com um depósito de 12,8 litros, deverá ter tempo mais que suficiente durante os cerca de 350 quilómetros de autonomia para os testar, até porque há que contar com os 3 litros de reserva.

Já no espaço de arrumação, uma das mais valias reconhecidas das scooters, a C 400 X viu melhorado o sistema Flexcase, que oferece 31 litros de capacidade, mas pode ser aumentado para 45 litros, quando parada. A luz está colocada em cima (estava de lado) de forma a iluminar melhor este compartimento, que para nós podia ser maior; à imagem de outras maxiscooters.

O painel de instrumentos, um ecrã em TFT de 6,5 polegadas a cores é de excelente visualização e optando pelo pack connectivity (650 euros) que esta unidade possuía, podemos integrar o telemóvel para atender chamadas, obter indicações do sistema de navegação e termos todas as nossas viagens registadas na APP da BMW para o efeito. Algo que muito poucas marcas se podem orgulhar de ter neste segmento. Por último, o preço final desta scooter, que, claro, é dos mais elevados entre as média cilindrada. Esta unidade chega aos 7.926 euros, já com o pack Connectivity, a cor Style Sport e a extensão de garantia até aos 5 anos. Pode não ser o valor mais convidativo, mas esse é o preço a pagar por ter uma scooter exclusiva, prática, confortável, repleta de qualidade e que não deverá ver uma a cada virar de esquina.


