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A opinião do jornalista




Há motos em que conseguimos desfrutar ao contemplá-las e ao conduzi-las, como é o caso de modelos exclusivos como esta Electra Glide Revival. Uma boa memória para uma das Harley-Davidson mais deslumbrantes.




Pneus de parede branca, carenagem “batwing”, proteções laterais cromadas e brilhantes para as malas, assento individual suspenso... Não escapa nem um único detalhe a esta especialíssima e exclusiva Revival. Basta pensar num filme qualquer a preto e branco da época de ouro de Hollywood, onde aparecesse a perseguição de um veículo que fugia à polícia, para se ter na mente a imagem de uma Electra Glide, com o som extenuante da sirene. As clássicas Electra Glide identificam-se rapidamente com o cenário, mas sem dúvida que, se tivéssemos de escolher uma Harley da coleção atual, seria a Revival. Equipada com o Milwaukee-Eight 114 evoca, não só, os dias tranquilos do passado, como também tem uma personalidade arrojada e atual, graças ao seu motor de 1.868 cc, 94 cv e injeção eletrónica. Para trás ficou o carburador ou a sensação imprecisa dos travões do tambor, para dar lugar à eletrónica e ao melhor equipamento na secção de travagem.
Não nos podemos esquecer do acabamento de pintura com dois tons da Revival, em branco e azulceleste, que me traz muitas memórias boas. Testei uma original na viragem deste século, procedente de uma coleção privada e adorei. Aquela sensação de um motor com caráter, doce e progressivo, sempre pronto a puxar desde muito baixo, juntamente com a elevação do assento em relação à moto, transmitiu-me várias sensações muito “harlystas”; sim, mas também com uma personalidade incomparável. Hoje, quando subo para a Revival, essas memórias vêm logo à tona, na forma de um veículo Euro5 e motor de injeção, mas também com o assento individual alto, capaz de absorver as imperfeições do asfalto, basculando de forma muito independente... Que maravilha!
Quer esteja parada ou em movimento, a Electra Glide é simplesmente extraordinária. Olhe para onde olhar, está repleta de detalhes que - e aqui vem uma das suas melhores cartas de apresentação - combinam



E SUAVIDADE, APOIADA POR UM MOTOR ENÉRGICO




AS H-D DO REI DO ROCK

que apareciam a cada temporada. Não foi em vão que foi fotografado com vários modelos nas suas mãos, acompanhado também por várias belezas femininas. Um dos seus modelos favoritos foram várias FLH 1200 de dois tons de anos diferentes, originais às quais a Revival destas páginas presta uma homenagem. Viva o Rei do Rock!
Turbul Ncia No Capacete
perfeitamente o clássico com a atualidade mais procurada. É verdade que a carenagem batwing não é nenhuma surpresa nas motos do catálogo norte-americano, mas na Revival fica extremamente bem com essa cúpula a meia altura, as luzes frontais de halogéneo e, no interior, o conjunto de mostradores juntamente com o ecrã do navegador (rádio, informação, etc.), o conjunto de alta voz ou o portaluvas com ligação USB... Parece que foi tudo calculado para que nada seja um problema. E de facto, foi mais do que conseguido!

E não esquecer o conjunto de malas brancas, protegidas por protetores laterais ou, para dar outro exemplo, o par de plataformas para os pés do único ocupante permitido. Estas características rematam um conjunto quase perfeito (“quase”, porque não ficaria nada mal uma dupla alavanca de velocidades “ponta-tacão”; teria sido o toque final perfeito para um conjunto excecional e que não é adequado para os corações mais sensíveis).
Tudo O Que Quiseres
Tal como aconteceu com a FLH dos anos 70, que pude testar cerca
Pontua O
Harleydavidson Electra Glide Revival

de 30 anos depois da sua primeira comercialização, a Revival consegue alcançar as mesmas sensações, 25 anos mais tarde, em grande parte devido a um assento que, ao contrário da maioria da família H-D, te mete sobre a moto, e não “dentro” dela. É preciso ter as coisas claras antes de arrancarmos nesta preciosidade, já que as manobras são condicionadas pela altura da retaguarda até ao chão.



Heritage Classic

Não há nada comparável com a Revival, mas pensa na nostalgia a que se resume a Heritage Classic, tendo como pontos a favor o facto de ser mais acessível e leve.

O resto já é familiar e muito conhecido, uma direção que roda muito e que lleva la mano exterior del giro al tope de “recorrido” del brazo, o que requer uma certa perícia e experiência em manobras a baixa velocidade a uma embraiagem rígida. Apesar de tudo, é muito agradável passear com a Revival na cidade; tudo é doçura e suavidade, apoiada por um motor enérgico desde as profundidades, mas ao mesmo tempo doce, ao encontrar a sensação ideal de abertura e fecho do acelerador. As suspensões acompanham-na em agradáveis passeios urbanos, neste caso auxiliadas por aquele curioso movimento independente do assento que chama muito a atenção daqueles que ficam de braços cruzados só a assistir. Na estrada, as longas jornadas a teu controlo podem ser... exatamente isso, tão longas como quiseres. O seu depósito de quase 23 litros de capacidade dá-lhe uma autonomia (teórica) de mais de 400 quilómetros; um número que se vê num dos mostradores indicados pelo computador a bordo, depois de encher o depósito. A partir daqui tem duas opções: premir o twin como se estivesses com pressa para chegar ao destino ou, melhor ainda, deixar-se levar (e seduzir) pelos seus impulsos a velocidades legais. E é aqui que a Revival se expressa melhor, graças, entre muitos outros detalhes, a uma posição confortável das mãos, suspensões agradáveis e um motor cheio de carácter. Por outro lado, e como se costuma dizer “a pressa é a inimiga da perfeição”, e é nesse momento em que se pode sentir alguma turbulência nas curvas, em auto-estrada, devido ao ecrã da carenagem superior. De certa forma, na Revival, tudo está especialmente concebido e calculado para desfrutar dela sem pressa, mas também sem pausas. Por mérito próprio, pode-se ter uma alegria de vez em quando, graças ao motor potente que levamos entre as pernas. Mesmo que o quadro, a proteção aerodinâmica e o consumo não acompanhem, temos uns travões que conseguem deter os 391 kg do conjunto (mais o nosso próprio peso) com as garantias necessárias, se bem que nestas situações convém sempre ter alguma prudência. Como é bom desfrutar de uma moto tão evocativa como esta. Vem ainda com a merecida etiqueta de exclusividade, portanto, pouco mais se pode pedir a um modelo. Podemos desfrutála de duas formas: ou contemplamo-la ou experimentamo-la.


