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A lógica do Sr. Soichiro
A moda, essa infame ditadora das leis de mercado, criou necessidades inexistentes nos motociclistas. E vendeu sonhos a bom preço ou mesmo a crédito. Desejos de evasão e grande aventuras. Infindáveis travessias intercontinentais, enfrentando todo o tipo de condições em longas jornadas das rápidas autobahn alemãs às piores estradas siberianas. Dos estradões alentejanos às finas areias da Mauritânia…

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PONTUAÇÃO HONDA NT1100

Desenho
Prestações
Comportamento
Suspensões
Travões Consumo Preço www.honda.pt/motorcycles.html

Ficha T Cnica Honda Nt1100
Motor
Cilindrada
Potência
Binário
Caixa
Vel. máxima
Quadro Suspensão dianteira
Suspensão traseira
Travão dianteiro
Travão traseiro
Pneu dianteiro
Pneu traseiro
Distância eixos
Altura assento
Peso
Depósito
Cores
Garantia
Importador
PVP
2 cilindros paralelos, SOHC, 4 válvulas, refrigeração líquida
1084 cc
101 cv / 7500 rpm
104 Nm / 6250 rpm
DCT - caixa de dupla embraiagem de seis velocidades n.d.
Berço semi-duplo
Forquilha invertida
Showa tipo SFF-BP , ø 43 mm, curso 150 mm. Ajustável em pré-carga
Mono amortecedor Showa, ajustável em pré-carga
Dois discos de 310 mm com pinças radiais de 4 êmbolos
Disco de 256 mm com pinça de êmbolo simples
120/70 x 17”
180/55 x 17”
1535 mm
820 mm
248 kg (238 kg MT)
20,4 L. cinzento, preto ou branco
2 anos
Honda Motor Europe, Portugal
15.100 € (14.1000 transmissão manual)
Entretanto toca o despertador e apercebemo-nos de que, na realidade, aquela que vivemos acordados, até ao continente africano vamos uma ou duas vezes na vida. E à Sibéria… bom, aí faz muito frio. Na incontornável objetividade do dia a dia, perguntamos se faz grande sentido utilizar uma maxi-trail de grande altura ao solo, com potência para lá dos 150 cavalos e bem mais de 200 quilos de peso. Mas logo vem a paixão (e a moda!...) azucrinar a cabeça, insinuando-se de forma quase demoníaca conduzindo à decisão porventura menos pragmática. Mas muito mais colorida, é certo. Vem este introito a propósito de uma realidade que tenderá a reverter-se nos próximos anos. Não, as maxi-trail não vai sair de cena, mas, muito certamente, vão ser remetidas para um lugar que é o seu por direito. São viajantes incansáveis, é certo, e a imagem aventureira é cativante. Mas será que são as máquinas mais lógicas para quem quer, apenas, passear de forma simples e tranquila, e usufruir da vantagem da mobilidade e rapidez em deslocações urbanas?
A questão, assaz pertinente, remete-nos para a história. Da Honda
Painel com conectividade Bluetooth e possibilidade de instalar AppleCar Pay ou Android Auto para ouvir música, receber e fazer chamadas ou ler mensagens
ESS (Emergency Stop Signal) funciona em caso de travagem muito forte, acionando os 4 piscas que também possuem sistema de auto cancelamento
Transmissão de dupla embraiagem (DCT) foi refinada e tem as duas primeiras relações ainda mais suaves
Apesar do funcionamento totalmente automático da caixa DCT, é possível controlar manualmente as passagens de caixa atráves dos botões “+ “e “-”
Ecrã ajustável manualmente em altura (até 164 mm) e ângulo de inclinação, apenas com a moto parada, não está isento de críticas como de outras marcas. No caso da marca nipónica, criada por Soichiro Honda, recordemos a estreia desta mesma sigla NT (de New Touring), em 1988, com a NT600 Revere, equipada com o motor da XL600V Transalp. Abordagem pensada, tal como agora, para quem procura eficácia e economia, performances e fiabilidade, conforto e facilidade, dimensões compactas com o máximo de capacidade de transporte. Proposta tão eficaz no lufa-lufa quotidiano como nas mais longas viagens transcontinentais. Da facilidade de apoio dos pés no solo nas constantes paragens em cidade, à estabilidade inquestionável em autoestrada passando pela grande agilidade, nas mais recurvadas estradas de montanha, sempre com uma posição de condução intuitiva e confortável.


MALAS LATERAIS, DESCANSO
CENTRAL, PUNHOS AQUECIDOS, DEFLETORES AERODINÂMICOS, CONTROLO DE TRAÇÃO, MODOS DE MOTOR, ILUMINAÇÃO FULL LED E DRL SÃO EQUIPAMENTO DE SÉRIE
Efic Cia E Discri O
Voltemos à História para perceber que, tal como a NT600 derivou de uma trail, também a NT1100 foi desenvolvida a partir da Africa Twin, sem que isso aportasse uma estética tipo SUV. Antes vincando uma filosofia assumidamente turística, juntando linhas esguias e formas compactas, em imagem elegante, de grande sobriedade. Design diferenciado, claramente inspirado na X-Adv 750, com iluminação dianteira que parece ser assinatura exclusiva da nova linha turística da marca da asa dourada.


Trabalho do departamento de design que ganha outra dimensão ao juntarmos a vertente ergonómica, com oferta, desde o primeiro momento, de sensação de grande familiaridade, como se aquela moto como fosse a nossa desde sempre. Muito fácil de montar e com altura ao solo que permite fácil colocação dos pés a todos os condutores com um metro e setenta, o banco mais estreito na parte dianteira, mas com ampla superfície para trás e bom apoio lombar, garante encaixe perfeito das pernas no depósito colocando o condutor bem dentro da NT. Posição de condução bem encaixada e com as costas bastante direitas, oportunidade para validar uma proteção aerodinâmica surpreendentemente fabulosa, sobretudo ao considerar a frente razoavelmente esguia e um ecrã de dimensões comedidas. Em autoestrada, com o ecrã na posição mais alta das cinco possíveis, a proteção é tão eficaz que é possível circular no limite de velocidade (e até um bocadinho mais…) com o capacete modular em posição aberta sem sentir qualquer pressão acrescida na cabeça. Nem sequer na parte posterior dos ombros graças à passagem de ar inferior no ecrã que desvia a pressão bem para trás do condutor. Excelente é também a proteção para as mãos e pés, com os defletores montados