
5 minute read
RENAULT AUSTRAL Ventos de mudança
Depois do Mégane E-Tech 100% Elétrico, o novo Austral vem provar que a Renault está a mudar. Um SUV compacto com o que de melhor a casa francesa sabe fazer, com motores a gasolina com hibridação ligeira e híbridos autorecarregáveis e muita tecnologia de ponta.
Em destaque
Advertisement
• Motores a gasolina híbridos ligeiros (140 e 160 CV) e E-Tech Full Hybrid (160 e 200 CV)
• Sistema de quatro rodas direcionais 4Control Advanced

• Instrumentação e ecrã central OpenR
• Até 32 dispositivos de ajuda à condução
• Primeiras entregas em dezembro de 2022

Se dúvidas houvessem quanto às intenções e aos resultados do designado plano estratégico Renaulution apresentado pela Renault há algum tempo a esta parte, elas parecem começar a ficar dissipadas. Primeiro com o Mégane E-Tech Elétrico e agora com o Austral, um SUV compacto cuja missão vai muito mais além do que a simples sucessão do Kadjar. Inserido naquilo a que a marca francesa apelida pomposamente de “Nouvelle Vague”, o




Austral vem completar a oferta da Renault numa classe (segmento C) onde já foi dominadora, vestido a rigor a todos os níveis com as últimas tecnologias: motores, infotainment e segurança.


NO TOPO DA HIERARQUIA
Mas comecemos pela parte mais visível. Partindo da nova plataforma CMF-CD, os estilistas da marca francesa idealizaram um conjunto com 4,51 metros de comprimento, por 1,82 de largura e 1,64 de altura. Números que aliados a uma distância ao solo de 180 mm e, em algumas versões, a utilização de jantes de 20’’ conferem um aspeto musculado e a sensação de estarmos perante um modelo maior. Ainda
Esprit Alpine
por fora, mais dois pormenores que fazem a diferença: a generosa grelha dianteira com o também não menos generoso logotipo da marca bem ao centro e os grupos óticos dianteiros e traseiros com a já habitual assinatura em C, ambos com tecnologia LED e, no caso dos posteriores, com efeito 3D.

Aproveitando na medida certa os 2,67 metros de distância entre eixos, o interior alia espaço e vanguardismo na perfeição. Em relação ao primeiro, a melhor definição será dizer que quatro adultos (o lugar central traseiro mais estreito acaba por não ser tão confortável) viajam sem qualquer tipo de concessão – arriscamo-nos a afirmar que área para as pernas atrás é

Eis a nova designação da variante de cariz desportivo da gama Austral. Substituto da R.S. Line, a Esprit Alpine, que será introduzida à medida que forem chegando novos modelos, distingue-se por um visual exterior específico com várias inserções em cor cinza, tejadilho bicolor e jantes de 20’’com o logo “Alpine”. Lá dentro, estofos em Alcantara com tecido tipo “sarja” em fibra de carbono e costura dupla Alpine Blue, pedais em alumínio e volante em couro com costura azul-branco-vermelho.
TRÊS NÍVEIS DE EQUIPAMENTO: EQUILIBRE, TECHNO E ICONIC; SENDO QUE OS DOIS ÚLTIMOS PODEM SER REFORÇADOS COM O DESIGN ESPRIT ALPINE das melhores do segmento -, com a vantagem da segunda fila permitir a regulação longitudinal em 16 cm. O passo seguinte é só escolher: ou mais espaço para as pernas ou mais volumetria na bagageira, que pode oscilar entre os 430 e os 555 litros, consoante a posição dos bancos. De referir que a abertura ou fecho do portão pode ser elétrica mãos-livres.
No que concerne ao segundo, a marca “resgatou” a recente fórmula apresentada pelo irmão Mégane E-Tech 100% Elétrico. Ou seja, uma clara (e bem-vinda) evolução qualitativa, tanto na conceção como na própria escolha dos materiais, face aos modelos Renault já existentes, e o ecrã OpenR, que combina em formato de L o painel de instrumentos (12,3’’) e o ecrã do sistema multimédia OpenR Link (12’’; 9’’ na versão de entrada), este munido dos serviços e aplicativos da Google.
Ainda neste particular, destaque para as possibilidades de carregamento do smartphone por indução e de personalização do ambiente até 48 cores diferentes.
Hibrida O Total
Tendo como base a tecnologia híbrida, a Renault propõe dois motores para o seu novo SUV compacto, cada um com dois níveis de potência. Assim, e começando pelo fator novidade, a mais recente geração do sistema E-Tech Full Hybrid (híbrido autorecarregável) combina um propulsor turbo a gasolina de três cilindros e 1.2 litros a duas unidades elétricas (designadas “e-mo-

Na consola central, apoio de braços estilizado com posição ajustável. Por baixo esconde um prático compartimento de arrumação.
FICHA TÉCNICA RENAULT ARKANA E-TECH FULL HYBRID 200
TIPO DE MOTOR Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.199 cm3
POTÊNCIA 130 CV às 4.500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 205 Nm às 1.750 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. multimodo de 15 modos
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Dois motores elétricos, síncronos permanentes
POTÊNCIA (E-MOTOR) 68 CV (50 kW)
BINÁRIO MÁXIMO 205 Nm
POTÊNCIA (HSG) 34 CV (25 kW)
BINÁRIO MÁXIMO 50 Nm
BATERIA Iões de lítio, 2 kWh, 400 V
AUTONOMIA (WLTP) N.D.
SISTEMA HÍBRIDO
TIPO DE MOTOR Elétrico-gasolina
POTÊNCIA TOTAL 200 CV (146 kW)
BINÁRIO TOTAL N.D.
V. MÁXIMA 175 km/h
ACELERAÇÃO 8,4 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 4,6 l/100 km (misto) tor” e “HSG”), uma bateria de iões de lítio (2 kW, 400 V) e uma caixa de velocidades (multimodo) com duas velocidades para o motor elétrico principal e quatro para o térmico. Antes de continuar, uma breve explicação sobre os motores elétricos: o “e-motor” tem como função locomover o veículo em modo elétrico e recarregar a bateria, enquanto o HSG (High-Voltage Starter Generator) serve como motor de arranque do bloco a gasolina e para alimentar a caixa de velocidades.
Na prática, o Austral E-Tech Full Hybrid está disponível nas versões de 160 e 200 CV, aos quais correspondem consumos de 4,5 l/100 km. No que concerne ao mais potente, nota muito positiva para o facto de independentemente da velocidade a que circulamos, parecer estar sempre em alerta, pronto a responder com vigor aos mandamentos do pé direito e dando-nos a indicação de que os 175 km/h de velocidade máxima anunciados são claramente escassos para as suas faculdades. Já a caixa automática podia ter um desempenho mais apurado, mas parece-nos bem melhor trabalhada do que, por exemplo, a utilizada no Arkana.
Noutro patamar surge o motor Mild Hybrid (hibridação ligeira) com 140 ou 160 CV. Na essência, trata-se de um quatro cilindros turbo a ga-
1.517 kg BAGAGEIRA 430-555-1.455 l PREÇO 40.800 € LANÇAMENTO Dezembro de 2022 solina de 1.3 litros auxiliado por uma bateria de 12 V e uma transmissão automática CVT (a versão de 140 também é proposta com caixa manual de seis velocidades). O consumo homologado para as duas potências é de 6,2 l/100 km.
Em estrada, e apesar das referidas jantes de 20’’, o conforto é nota dominante, acompanhado por um desempenho dinâmico assertivo, seguro e com trajetórias bem definidas, não sendo difícil deixarmo-nos entusiasmar. Aqui, referência para o importante contributo, por um lado, do conhecido sistema de modos de condução Multi-Sense, que permite selecionar entre o Eco, Comfort, Sport e Perso, e no caso de incluir o pacote Extended Grip, o “Snow” e o “All-terrain”, e por outro, da estreia da terceira geração do sistema de quatro rodas direcionais 4Control Advanced, que diminui o diâmetro de viragem para 10,1 metros (o Clio anuncia 10,4 m); a velocidades mais elevadas as rodas traseiras viram até um grau na mesma direção das dianteiras, a baixa velocidade rodam no sentido oposto até cinco graus.