O Carreteiro 507

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INTERNACIONAL Uso de caminhões de grande porte divide opiniões de especialistas de transporte na Europa

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PROFISSÃO Baixos valores da aposentadoria, ou a falta dela, têm mantido na estrada motoristas que já poderiam ter parado de trabalhar com caminhão

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CAMINHÕES:

PRODUÇÃO E VENDAS Mercado tem dado sinais de melhoria, mas a recuperação só deverá ser sentida a partir do segundo semestre

ENTREVISTA: O diretor-geral da Scania, Roberto Barral, fala de tecnologias dos produtos da marca e das expectativas delas chegarem ao Brasil O MAIS EMPLACADO Volvo atribui sua liderança no segmento de pesados à tecnologia dos produtos da marca e ao trabalho da rede

ESPAÇO NO AGRONEGÓCIO Mudanças técnicas e atendimento tornam o Mercedes-Benz Actros um forte concorrente no transporte de grãos




EDITORIAL

MAUS CAMINHOS

Q

ue a economia vai se recuperar e o Brasil voltará a crescer ninguém duvida. Mas há certas questões a serem observadas que podem melhorar bastante o futuro o País. Uma delas diz respeito à necessidade de melhorar e ampliar a malha rodoviária. O assunto é batido, mas vale a pena remexer. Há anos, a precariedade das estradas tem causado prejuízo a transportadores de todos os portes, destruindo caminhões, atrasando viagens e colocando em constante risco a vida do carreteiro. Pode parecer exagero, mas ainda hoje, numa época em que circulam pelo País caminhões conectados e cheios de recursos, trafegar por certos trechos representa uma aventura, tal qual uma roleta russa, na qual chegar ao destino sem um problema sequer no veículo merece comemoração. Só para lembrar, dos quase um milhão de oitocentos mil quilômetros de rodovias brasileiras, só cerca de 216 mil têm asfalto, sendo que 58,2% apresentam problemas. Os dados são do levantamento anual de 2016 realizado pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes). Reclamações e queixas dos carreteiros confirmam a pesquisa. Embora se tenha amplo conhecimento de que sem infraestrutura adequada o transporte é ineficiente e mais caro, essa é, ainda, a dura realidade enfrentada por muitos motoristas de caminhão em rotas das regiões Norte e Nordeste do País. A frota parada no atoleiro da BR-163, no Pará, em fevereiro passado, é uma amostra do quanto a malha viária tem ainda a melhorar. O fato, amplamente divulgado por todos os tipos de mídia, parou e impediu que milhares de caminhões chegassem a seus destinos. A maioria levava carga de soja do Mato Grosso para o porto de Miritituba (Pará). O atraso na entrega da mercadoria causou altos prejuízos, os quais atingiram também produtores de grãos e carreteiros. Um dos trechos de atoleiro fica entre Rurópolis e Itaituba, ponto onde a BR-163 e BR-230 (Transamazônica) formam uma única rodovia. Aliás, a Transamazônica tem histórias. Revendo arquivos da Revista o Carreteiro sobre malha viária existente na década de 1970, numa reportagem publicada em maio de 1974, o veterano Euclides Soares da Silva, que na época tinha 61 anos de idade e dirigia caminhão desde 1937 – transportando castanha e borracha –, falou da aventura de trafegar pela estrada. Destacou as pontes extremamente estreitas e a inexistência de qualquer tipo de assistência e demonstrou preocupação em alertar os colegas que fossem enfrentá-la pela primeira vez. Aconselhava todos a irem preparados para imprevistos, principalmente pneus furados e outras surpresas proporcionadas pela estrada de terra. Pensando bem, aquela reportagem continua bastante atual. João Geraldo Editor


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BOLETIM DE PNEUS

AQUAPLANAGEM / HIDROPLANAGEM

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Aquaplanagem em pneus é a perda de contato do pneu com o solo quando ocorre uma camada de água entre a banda de rodagem e o piso, normalmente provocada por chuvas intensas. Cabe lembrar que o desenho da banda de rodagem do pneu é projetado para diversas funções, sendo uma delas a capacidade de escoamento de água quando em uso. Outras são a capacidade de tração, desempenho nas frenagens, resfriamento da banda de rodagem, resistência ao desgaste, a perfurações e cortes. Observando a secção de um pneu (fatia cortada radialmente) podemos ver pelo desenho a capacidade para escoar água. A profundidade dos sulcos é o item de maior importância para que o pneu tenha capacidade de bombear água para frente, para trás e para os lados da banda de rodagem. Essa capacidade pode ser medida em litros por segundo. Sulcos largos e profundos sempre proporcionam maior capacidade de escoamento. Porém há uma normatização entre a área líquida e a bruta na pegada do pneu com o solo (foot print)

que deve ser respeitada para um perfeito compromisso entre quilometragem e desempenho em pistas molhadas. Analisando alguns tipos de desenhos notamos que alguns são mais fechados que outros, possuem sulcos que atravessam a banda de rodagem de um lado a outro. Outros têm uma barra no meio impedindo que a água passe de um lado ao outro. Programas avançados de computador ajudam os designers a projetar o desenho das bandas de rodagem conforme o uso que o pneu terá durante sua vida útil. Pneus para serem usados em eixos de tração, eixos livres, direcionais, em aplicações urbana, longas distâncias, reboques, caminhões canavieiros e de mineração são alguns tipos que existem hoje em dia e precisam de desenhos específicos. E cada um deles está projetado para o proporcionar o melhor desempenho dentro das suas condições de trabalho. No passado existia três tipos básicos de pneus: tração, misto e direcional, e todos tinham de atender diversos tipos de serviço.

Esse boletim é de responsabilidade de Guilherme Junqueira Franco que tem a formação TTS (Truck Tire Specialist). Dúvidas podem ser tiradas diretamente pelo e-mail guijunqueirafranco@gmail.com. www.ocarreteiro.com.br

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LUTA PELO DIA DA MULHER

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á se passaram 100 anos do ato que reuniu em torno de 90 mil mulheres operárias, em 1917, na Rússia, para protestar contra as péssimas condições de trabalho e a fome que atingia a população. A manifestação ficou conhecida como “Pão e Paz” e por causa dela, em 1921, foi oficializada a data de 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Porém, somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e estabeleceu o princípio de igualdade entre homens e mulheres. E desde 1977 a ONU reconhece o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Nesse março de 2017, é importante lembrar de tais acontecimentos e, principalmente, de seus significados. Afinal, a data representa a luta das mulheres por seus direitos na sociedade. Sabemos que muita coisa mudou em 100 anos; hoje as mães, irmãs, esposas e filhas podem exercer uma série de direitos básicos impensáveis em 1917, como o direito ao voto ou o acesso ao mercado de trabalho. Mas apesar dos avanços, a presença da mulher em nossa sociedade ainda está num nível inferior ao do homem. Percebe-se isso facilmente no mercado de trabalho, na questão sa-

larial ou mesmo na discriminação do dia a dia. Isso sem falar na violência, em que as mulheres são as maiores vítimas. Segundo dados do Disque 100, em 2012 e 2013, as meninas representaram 46,1% das vitimas de negligência/abandono; 49,5% das vítimas da violência psicológicas; 48,9% das vitimas de violência física e 71,8% de violência sexual. É por tudo isso que devemos lembrar sempre do Dia Internacional da Mulher, data que, na prática, deve ser comemorada todos os dias. Só assim teremos uma sociedade onde mães, irmãs, filhas e esposas tenham seus direitos reconhecidos e garantidos. Para ajudar que isso aconteça, denuncie qualquer situação de violência contra mulheres, crianças e adolescentes, incluindo exploração sexual. Se estiver numa rodovia federal, ligue 191; se estiver em outra estrada ou cidade, disque 100; ou use o aplicativo Proteja Brasil, com contatos de delegacias especializadas e conselhos tutelares nas principais cidades do País. O aplicativo é gratuito e basta baixar nas lojas Apple Store ou Google Play. E se você tiver uma história de proteção para contar, grave a mensagem e envie pelo WhatsApp para (11) 96861-2665 para a campanha “Juntos na Estrada pela Infância”.

Para saber mais, acesse: Childhood Brasil www.childhood.org.br Programa Na Mão Certa www.namaocerta.org.br

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JESUÍNO

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O CARRETEIRO




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