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O enredo e o sonho

Adriana Jacobsen e Soraia Vilela. Recomendamos que, se for possível, assistam ao filme com a turma e discutam o seu conteúdo à luz da ação humanitária.

• Lembrem a eles que se trata do autor de uma das epígrafes do livro. Ele será mencionado à frente, de todo modo, no tópico sobre a intertextualidade.

O enredo e sonho

Está claro para vocês que uma das estratégias narrativas do autor, em seu uso econômico de palavras, nomes e na composição um tanto incerta sobre o que está acontecendo — à medida que a novela avança — é proposital e está ligada à atmosfera de sonho, algo especialmente verificável nos capítulos da parte 2.

• Mesmo antes, na parte 1, o sonho é mencionado de maneira recorrente. Releiam junto com a turma os trechos que selecionamos, pedindo que eles discutam as consequências ou os desdobramentos dos sonhos na realidade dos personagens:

1) Benjamin: “Embora viesse de uma noite de insônia, dormiu apenas o suficiente para ter um sonho intenso e curto. Sonhou com um sebo labiríntico onde a luz do dia entrava francamente e as lâmpadas no teto não luziam igualmente para todas as estantes” (pp. 15 e 16).

2) “No sonho, Jung fugia da guerra numa carroça puxada por cavalos. Estava no front italiano e um camponês ia com ele” (p. 27).

3) Benjamin: “Quando adormeceu, já manhãzinha, sonhou que estava num cinema e via um filme de caubói. A certa altura Quintana se intrometeu na ação do filme.

Saltando da tela para o palco, dirigiu-se a Benjamin e fez um pedido: que cuidasse de Diva e do garoto até que pudesse voltar para casa” (p. 59).

4) Quintana preenche o formulário da pensão de Domitila, e depara com a pergunta ao final: “Acredita no que vê?” (p. 79). Quintana: “Sorriu ao pensar que Benjamin, em vez disso, escreveria algo do tipo: ‘Eu acredito nos sonhos’” (p. 80).

5) “Ao ler isto Quintana temeu que tudo à sua volta — o saguão de lambris vermelhos, o hotel, o cartaz na parede — pertencesse ainda ao domínio do sonho que teve sob a árvore copada, mas que logo despertaria para continuar sua viagem. Atinou, por fim, que nos últimos tempos (não sabia precisar desde quando) sua vida vinha ganhando uma tonalidade cada vez mais onírica, com as coisas ditas

SUMÁRIO