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Sobre o autor — Eustáquio Gomes

Após dividir essas informações com os alunos, cabe questionar sobre a epígrafe de Cecília:

• De quem seriam essas vozes? • Pelo que combatem? • E essa oposição entre o Céu e a Terra, o que lhes parece?

Nesse momento é melhor ouvir os alunos e perceber suas expectativas e não mencionar nada mais, sob o risco de interferir na experiência que vão ter em sua primeira leitura da obra. É fundamental respeitar o caminho de cada um na construção do entendimento do texto, de modo que essas provocações etimológicas ou intertextuais só devem ser usadas mesmo para despertar curiosidades, criar motivações para a sua entrega ao livro.

Sobre o autor — Eustáquio Gomes

Os dados da vida de um autor, quando não compartilhados em seus livros, podem ser investigados em outras fontes e permitir uma gama de suposições sobre a relação possível com sua literatura. Mas não devem passar disto, suposições. Ao mesmo tempo, são objeto de curiosidade e estudo acerca de seu processo de criação e reflexão sobre a cronologia da obra, procurando desvendar relações improváveis ou mesmo aquelas propositalmente escondidas nos subtextos dos escritos. Ainda assim, mesmo quando escritores assumem o caráter biográfico de um escrito, cabe ao leitor manter um pé atrás, lembrando que nem sempre a mente do criador é capaz de traduzir em obra o que a memória lhe permitiu guardar e, também, nunca é demais duvidar da própria capacidade humana de recordar. Inventamos e reinventamos memórias o tempo todo. Daí que o conhecimento sobre a biografia de um escritor pode apontar caminhos ora interessantes para rever o entendimento do que é lido, ora infrutíferos de maneira geral. Mas vale a investida.

Dito isso, compartilhem com os estudantes mais alguns dados sobre o autor.

Além das informações biográficas disponíveis na orelha do livro, Hugo Almeida (que assina aquele texto) ainda registra que Eustáquio Gomes nasceu em 1952, em Campo Alegre, nos arredores de Campos Altos, em Minas Gerais. Estudou no Seminário por seis anos, desenvolvendo lá sua paixão pela Literatura — algumas passagens desse momento da vida são encontradas na crônica “Uma velha foto”, do livro Paisagem com Neblina e buldôzeres ao fundo (Geração Editorial, 2007). Formou-se em Jornalismo na Universidade Católica de Campinas, cidade em que viveu a maior parte de seus 61 anos, tendo publicado mais de 800 crônicas no jornal local Correio Popular. Trabalhou por 28 anos na Assessoria de Comunicação da Universidade de Campinas (Unicamp) — onde fez Mestrado em Letras —, criada por ele em 1982. Também atuou em muitos periódicos do interior, como

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