Eles & Elas 287

Page 1

& €5.00 (Cont.) - Mensal

DIVAS DA MEMÓRIA ELES & ELAS 287 . MARÇO/ABRIL 2015

os rostos da TV

NOIVAS tendências para 2015

EXCLUSIVO as mulheres do ano

MODA TEENS o que vestem os mais novos



EDITORIAL

H

oje, queria escrever-vos sobre a Páscoa, os tempos que recordam a tristíssima morte de Jesus Cristo que é quase imediatamente seguida do seu ressuscitar. Acabamos por esquecer a Sua coroa de espinhos e o Seu caminho, carregando a pesada cruz onde o pregaram, coberto de insultos e vergastadas, até ao vinagre que lhe deram a beber segundos antes do Seu grito de morte. Aquele ressuscitar de Jesus para desaparecer e tornar-se invisível entre nós e no nosso seio é a Páscoa que festejamos. Ir e voltar … qual ciclo de uma planta, duma flor, qual acordar diariamente depois daquela morte escura a que chamamos dormir. Depois… vem o nosso renascer, a nossa Páscoa, o nosso despertar diário para a vida. Queria hoje falar-vos apenas no renascer, na Primavera, naquele riso forte, que faz esquecer grandes problemas e tristezas, mas não consigo. Tenho mesmo que lembrar as injustiças dos que nos governam que com a sua sede de dinheiro fácil têm lutado contra muitos justos para a todo custo conseguir a riqueza do País em detrimento de alguma justiça, provocando enorme pobreza e bem estar do seu povo. E creiam que tenho muitos exemplos de péssimas decisões de funcionários públicos que dizendo se basear nas leis, e certamente interpretando-as mal, têm assassinado pessoas e empresas levando, afinal… este país e seu povo à ruína. Apetece-me então dizer que quem tudo quer, tudo perde. De qualquer modo, peço aos leitores desta ELES & ELAS que ajudem mesmo os mais necessitados acreditando no renascer da justiça e no significado da Páscoa. ■

ELES & ELAS | 3




& Março/Abril 2015

CAPA: Divas da Memória | 7 JÓIAS & PEDRAS: Outros brihos - Pedras preciosas exóticas | 22 ESPECIAL: Mulheres Mais | 30 FASHION: Heritage | 36 As grandes tendências dos vestidos de noiva para 2015 | 52 PREMIÈRE: Baile de Debutantes | 44 LAÇOS: União de Marta e Salvado | 47 GESTORES: Aura - Carlos Medeiros e Fabrice Marescaux | 57 O luxo absoluto das soluções personalizadas | 60 O HOTEL: Rinoterra | 64 RUBRICAS: Belas Notícias | 66 Cartaz | 82 Cocktail de Notícias | 92 MODA: Moda Lisboa - Cutting Edge | 70 CARAS & COROAS: Privilège du blanc - A rainha vai de branco | 78 ELES & ELAS: Jantar de Reis | 80 DESTINOS: Todos os caminhos levam a Macau | 86 SOCIEDADE: Primavera - O fim das férias da primavera | 92 MAKING OF: Luzes, câmara, acção | 98 RUN FOR IT: Smart Fortwo | 100

Eles & Elas — Desde 1982 DIRETOR Maria da Luz de Bragança EDITOR Nuno Vaz de Moura PRODUÇÃO César Soares EDITOR PROPRIETÁRIO Gabinete 1 6 | ELES & ELAS Imprensa, Promoção,

Relações Públicas, Lda Editor nº 211 326 DIREÇÃO, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, PRODUÇÃO Rua de S. Bernardo, 27 - A 1200-823 Lisboa Tel.: 210 999 674 Fax: 210 964 972 PUBLICIDADE E-mail:gabinete1@gabinete1.pt GRAFISMO, PRODUÇÃO,

FOTOCOMPOSIÇÃO SELECÇÃO DE COR E MONTAGEM Gabinete 1 E-mail:gabinete1@gabinete1.pt www.gabinete1.pt IMPRESSÃO Gabinete 1 DISTRIBUIÇÃO Logista Alcochete

Telefone: 21 926 78 00 Fax: 21 926 78 45 TIRAGEM MÉDIA 60.000 exemplares ISSN 0870-8932 Depósito Legal Nº 11035/86 Publicação registada na Direcção Geral da Comunicação Social com o nº 109 161 www.eleseelasmagazine.com www.facebook.com/revistaeleseelas


CAPA

por Nuno Vaz de Moura

A Era Dourada de Hollywood ainda hoje nos fascina. O glamour, o estrelato, as vidas intensas, o sonho, as miragens, a loucura: tudo somado para construir um Império de fantasia, fama e dinheiro. Os poucos que tiveram a sorte de conseguirem ascender a esse Olimpo tornaram-se em estrelas perenes que não mais deixarão de brilhar. Jamais serão esquecidos, para sempre estarão na nossa memória. Com esta deixa, decidimos convidar as quatro apresentadoras do - agora extinto – programa «Há tarde» da RTP Memória. Também elas, mulheres magníficas e glamourosas, que tanto fizeram para preservar a nossa memória e fazerem brilhar outras estrelas do nosso firmamento, foram mimadas durante um dia. Nos estúdios do Hollywood Me, no espaço 39a Concept Store, entraram numa “máquina do tempo”, para encarnarem quatro grande estrelas do grande ecrã. Confira os resultados! ➤

ELES & ELAS | 7


8 | ELES & ELAS


ELES & ELAS | 9


como Anita Ekberg Maria João Borges da Gama dividiu a sua carreira entre apresentadora de televisão e professora de português. Mestre em Literatura Africana de Expressão Portuguesa, usou os seus conhecimentos para comunicar com o Portugal de Além e Aquém Mar. Começa na RTP Internacional e passa pela RTP África, onde apresenta inúmeros programas culturais e de entretenimento, como "Rosa dos Ventos", "Danças Vivas", "Vivá Música" e "Cidade Aberta". A isto ainda consegui somar os trabalhos como manequim e modelo fotográfico. A sua beleza exótica e curvilínea levou-nos a desafiá-la para tomar o papel de Anita Ekberg, a musa sueca de Fellini. A Miss Suécia de 1951, torna-se uma referência incontornável do cinema, quando numa grande cena do filme “La Dolce Vita”, se passeia e banha na icónica Fontana di Trevi enquanto um rendido Marcello Mastroianni lhe diz, a seus pés: «Tu sei tutto, Sylvia! Ma lo sai che sei tutto? You are everything, everything! Tu sei la prima donna del primo giorno della creazione, sei la madre, la sorella, l'amante, l'amica, l'angelo, il diavolo, la terra, la casa...»

Sempre sonhou com uma carreira na televisão? Para ser franca não. Comecei a minha atividade como professora de Português e de Literatura Portuguesa. Contudo, a minha paixão sempre foi comunicar. Em pequena brincava aos festivais da canção, recorrendo às maçanetas da cama dos meus pais…Cantava, apresentava, dizia as votações, tudo…. One woman show. Portanto, acho que o bichinho sempre esteve cá. Mais tarde ainda tive uma breve passagem pelo mundo da moda. Fui manequim, modelo fotográfico, concorri a Miss Portugal e só depois surgiu a televisão, por concurso. Respondi a um anúncio da TV Guia, que pedia locutoras para a RTP. Lembro-me de estar na sala de professores da escola onde lecionava e de ter pensado: ‘Porque não?’ E se bem o pensei, melhor o fiz. Enviei o Curriculum e uma foto, como pediam e fui selecionada. Passei nos vários testes e fiquei. Hoje já não me imaginava sem fazer televisão. Já não consigo pensar em mim sem esta magia diária. Trabalhar em televisão não é apenas um trabalho é um modo de vida. Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como apresentadora? Ui tantos! É tão difícil destacar um ou outro. Tive a sorte de nos primeiros anos de televisão, ter tido um diretor que conseguiu ver em mim mais do que eu própria. Apostou em mim a 200 % e meteu-me a fazer de tudo um pouco. Tanto apresentava programas de folclore, como informativos. Gravados ou em direto. Aprendi a fazer reportagem, a editar, a produzir, a fazer documentários, a escrever para televisão, a ir sozinha trabalhar para o estrangeiro sem conhecer ninguém e a ter de organizar tudo, contando apenas comigo. Foi a minha escola. Eu gosto muito de sair em reportagem para fora do país. Acho que é por ter andado muitos anos a fazer isso, quando estava na RTP Internacional. Gosto sobretudo da diversidade, do imprevisto, do fazer algo diferente todos 10 | ELES & ELAS

os dias, de conhecer pessoas e novos lugares. Lembro-me da primeira vez em que me obrigaram a sair da minha zona de conforto. Estava há uns meses na RTP, apenas tinha feito locução de continuidade e o meu diretor na altura disse-me que, no dia seguinte às 10.30, iriamos transmitir em direto uma cerimónia que teria lugar na assembleia da cidade da Praia, em Santiago, Cabo Verde. Eu apenas teria de preparar duas ou três perguntas, para colocar ao embaixador de Cabo Verde em Portugal, que estaria presente no estúdio. Eu preparei-me o melhor que consegui e às 10.15 comecei a falar com o embaixador. À hora prevista a assembleia continuava deserta, não havia nada para transmitir e eu tive de continuar a conversar. Os minutos transformaram-se em horas e eu estive toda a manhã, em direto a falar com o embaixador. A conversa terminou às 13.00h e da cerimónia nem rasto … Foi a minha prova de fogo. O "Há conversa" já tem 6 anos de existência. Que balanço faz do tempo em que apresenta o programa? O programa “Há Conversa” surgiu na sequência de um outro programa que eu apresentava antes e que se chamava “Heranças de Ouro”. O objetivo deste programa era relembrar a carreira de alguns dos grandes vultos do nosso panorama artístico português. Sendo que por panorama artístico se entendia o teatro, o cinema, a rádio, a televisão,… O “Heranças” tinha apenas 30 minutos de duração e o “Há Conversa” surge depois com cara lavada, novo cenário e com uma hora de duração. O balanço não podia ser mais positivo. Primeiro porque me tem vindo a possibilitar, ao longo dos anos, privar com figuras ímpares que muito me têm ensinado e que fazem o favor de ser minhas amigas, de confiar em mim e no meu trabalho. Segundo sou forçada a andar constantemente a ver imagens de arquivo. Um trabalho de pesquisa e investigação que eu adoro fazer e com o qual muito aprendo, diariamente. Encontrar imagens que nunca foram exibidas e ➤


ELES & ELAS | 11


➤ conseguir fazer com que sejam vistas, pela primeira vez no meu programa é uma sensação maravilhosa e única de todas as vezes que a experiencio. Para mim, para o convidado e para as pessoas que estão em casa a assistir. Das inúmeras personagens que tem entrevistado durante esse tempo, há alguma que se tenha destacado? Em tantos anos são centenas e centenas as pessoas que já se sentaram em frente a mim. Tantas histórias, tantas partilhas, tantas confidências… É muito difícil para mim isolar quem quer que seja e, sobretudo, seria extremamente injusto para os outros se eu mencionasse alguém. Relembro com saudade tantos que, infelizmente, já partiram e que graças ao meu programa ficaram com a última entrevista registada e isso enche-me de orgulho. Não por mim, mas por todos os que, através do programa, vão ter oportunidade de ver determinada pessoa pela última vez, de ouvirem o que ela tinha para dizer e de aprenderem um pouco mais sobre a nossa cultura. Qual é para si o papel da memória? Sabermos de onde vimos é fundamental para sabermos claramente por onde vamos. Eu acho conhecer bem o nosso passado. Não sermos do tempo de determinados acontecimentos ou figuras não é desculpa para que não as conheçamos. O anacronismo não pode servir de desculpa para a ignorância. Quem não sabe informa-se, pesquisa, faz o trabalho de casa. Ninguém pode é esconder-se atrás do “isso não é do meu tempo”. A RTP Memória apresenta um vasto leque que programas, na sua grande maioria contextualizados, o que permite uma roupagem nova aos mesmos e simultaneamente uma imagem mais apelativa para quem os vê. Desde a história ao entretenimento, passando pelo desporto e pela cultura tudo tem lugar neste canal. É um ótimo veículo que todos temos à disposição para colmatarmos algumas lacunas que possamos ter na nossa formação, relativamente aos vários aspetos da vida do nosso país. Não nos podemos esquecer que a RTP tem o maior e o melhor arquivo audiovisual do país, cujas imagens são requisitadas por todos, aquém e além-fronteiras. Conhecê-lo e poder consultá-lo diariamente é um enorme privilégio. Aprender é das coisas mais belas que existem na vida. Aprender até morrer é o meu lema, quanto mais melhor. Considera que somos um povo que se esquece daqueles que já foram Grandes? Infelizmente e com grande pena minha, cada vez mais vejo isso a acontecer. E isso entristece-me bastante. Olho em redor e vejo que em todo o lado os mais velhos são sobejamente reconhecidos e aproveitados e aqui não. E não precisamos de ir muito longe, basta que olhemos aqui para o lado para Espanha, para vermos isso. Grandes figuras do panorama artístico espanhol com mais de 70 anos a apresentar programas de televisão. Ou o caso dos Estados Unidos por exemplo, onde para se ser pivô de informação é quase obrigatório ter cabelos brancos. Nós continuamos a ter uma sociedade marcada pelo estigma da idade e com novas gerações que acham que já sabem fazer tudo. Falta-nos humildade e inteligência para aprender com os mais velhos, tirar proveito do seu saber que foi adquirido ao longo de décadas de experiência. Acho que todos teríamos a ganhar com isso. Por outro lado há uma tremenda falta de memória de algumas

12 | ELES & ELAS

situações e de algumas pessoas. Facilmente se passa de bestial a besta. Ainda continuamos muito a seguir o lema “quem não aparece esquece” o que é pena. Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos? Creio que lido muito bem. Não me faz diferença nenhuma ser reconhecida onde quer que seja e não deixo de fazer a minha vida normal por causa disso. Talvez por ter sido manequim habituei-me a ter em várias ocasiões os olhares dos outros postos em mim, de tal modo que nem dou por eles. Gosto que venham falar comigo, porque para além de me dar feedback de como está a decorrer o meu trabalho, exemplifica o que os outros sentem por mim e isso é muito gratificante. Trabalhar para o grande público e não gostar que o grande público venha ter connosco seria um contra senso, não é? Além do mais tenho tido a sorte de ser muito acarinhada e respeitada por toda a gente. Aceitou este nosso desafio para ser retratada como uma estrela de Era Dourada de Hollywood. Como sentiu a experiência? Gostou da transformação? Adorei a experiência e devia acontecer mais vezes. A Era Dourada de Hollywood foi uma época áurea de glamour que preencheu o imaginário de centenas de pessoas por todo o mundo. Pelo requinte, pela forma esplendorosa como as senhoras de arranjavam, por toda a magia que o ambiente requeria. Recuar no tempo e poder fazer parte desse mundo ainda que por breves instantes foi uma experiencia incrível. Ter trabalhado com a equipa em questão foi um privilégio. Excelentes profissionais que me fizeram sentir em casa, completamente à vontade. A transformação foi maravilhosa. Nem eu própria me reconheci quando me vi ao espelho, foi de facto notável o trabalho de maquilhagem e de cabeleireiro, bem como toda a iluminação e plateau criados para o efeito. A produção foi cinco estrelas e todos trabalhámos com afinco tendo em vista o produto final. Um experiência para repetir sem sombra de dúvidas. No seu caso, escolhemos a atriz Anita Ekberg para inspiração. Revê-se na escolha? Anita Ekberg para além de ter sido uma conceituada atriz era um sex symbol da década de 60, cortejada e admirada por todos, cuja beleza ficou para a posteridade. Confesso que ao saber que era essa a personagem que iria encarnar fiquei surpreendida e um bocadinho assustada, porque nem nos sonhos mais remotos me ousaria comparar com ela. Contudo, aceitei o desafio e admito que fiquei agradavelmente surpreendida com o resultado. Confesso que quando vi as fotos me custou a acreditar que era eu, tal a transformação. Sou suspeita mas acho que o resultado final está fantástico e superou largamente as minhas expetativas. Renovo os meus agradecimentos ao Andy, que com as suas mãos mágicas transformou-me no produto que está à vista de todos. Quais são os seus próximos projetos? Neste momento a RTP está numa fase de mudança e renovação. Eu como funcionária da casa, gostaria de continuar na apresentação., mas teria também todo o prazer em, paralelamente, a desenvolver projetos na área dos documentários, onde já me iniciei há algum tempo. ■



como Tippi Hedren Helena é natural de Vale de Cambra, cresceu em Sever do Vouga, Aveiro, mas a sua terra seria Lisboa e a sua presença em todo o Portugal. Personalidade forte, com as palavras e o tom de voz no lugar certo, como sempre habituou, é um dos rostos mais acarinhados da RTP. A sua garra terá sido forjada no colégio interno Ordem de São José de Cluny que frequentou e na educação que recebe, em casa, do pai militar de quem tantas vezes fala com carinho. Fazendo também parte do sexteto das locutoras que entram em 1978 (juntamente com a Margarida, a Manuela Moura Guedes, a Isabel Bahia, a Fátima Medina e a Fernanda Bizarro), Helena construiu uma carreira imensa, sendo presença constante na RTP ora como apresentadora, ora como voz-off, ora como actriz. Quisemos que a diva de Hollywood escolhida espelhasse as duas características principais de Helena: beleza e garra. Um nome veio à mente, Tippi Hedren. Esta loura escandinava, destacou-se das demais actrizes da sua época pela sua firmeza e frontalidade. Firmeza essa que a faz distanciar-se das futilidades da Terra dos Sonhos e dedicar-se a inúmeras causas humanitárias. No grande ecrã é imortalizada no incontornável filme «Os Pássaros» de Hitchcock – o génio a quem a determinada personalidade de Tippi tantas dores de cabeça deu. Sempre sonhou com uma carreira na televisão? Na realidade, tudo aconteceu por acaso. Quando acabei a minha 1ª licenciatura, na faculdade de letras de Lisboa, fui fazer um pequeno “tour” pela Europa. Abriram concurso na RTP para apresentadores. À minha revelia um amigo concorreu juntamente com outros amigos que ou estavam tal como eu, residentes no Lar do Campo Grande, ou apenas o frequentavam; o que é certo é que a minha foto e as minhas habilitações académicas seguiram para a RTP. Entre 2000 e muitas candidaturas e depois de uma aturada triagem, fiquei selecionada para as várias etapas de provas que se foram realizando. E assim cheguei aos quadros da Rádio e Televisão de Portugal. Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como apresentadora? Não destacaria nenhum em particular, pelo simples facto de que todos foram realizados em seu tempo próprio, subordinados a circunstâncias específicas. O apresentador vai crescendo e com ele as perspetivas e as diferentes abordagens ganham novos sentidos, criam vida própria e testemunham o amadurecimento em termos profissionais, intelectuais e culturais. O "Há conversa" já tem 6 anos de existência. Que balanço faz do tempo em que apresenta o programa? O mais positivo possível. Nestes 6 anos sem fazer alarde do facto, já fiz mais pela cultura deste país do que aqueles que todos os dias se vangloriam disso. Dei a conhecer pintores extraordinários deste país, escultores fabulosos e cheios de talento, escritores, museus e o trabalho dos respetivos conservadores, etc. Pelo meu programa passou gente incrível, que incrédula por alguém lhe abrir a janela da televisão, viam encantados e emocionados a exibição dos seus trabalhos e das suas obras. A RTP Memória tem tido um papel fundamental de nos fazer lembrar os grandes nomes da nossa cultura. Considera que somos um povo que se esquece daqueles que já foram Grandes? De facto a RTP Memória tem tido um papel fundamental em nos fazer lembrar os grandes nomes da nossa cultura. 14 | ELES & ELAS

E é bom já que somos um povo de memória muito curta. A acompanhar esta pouca memória temos um outro atributo que em nada abona o nosso bom nome: a inveja. Há uma mesquinhez que por muito que alguns se esforcem em combater, sempre aparecem os detratores, pequeninos seres que só estragam e corroem. Só podemos dar aquilo que temos e se nada temos não é possível reconhecer os Grandes. Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos? Com o maior dos respeitos. Sempre me senti muito respeitada por todas as pessoas e sempre respeitei de igual forma todos os que de perto conheci e os outros também. Não me incluo contudo, no grupo de gente que tudo partilha com o seu público. Há que haver uma certa distância, uma vez que julgo ter direito à minha privacidade. Ao público o que é público, para mim o que é só meu! No seu caso, escolhemos a actriz Trippi Hedren para inspiração. Revê-se na escolha? Como sentiu a experiência? Gostou da transformação? Aceitei este vosso desafio para ser retratada como uma estrela de Era Dourada de Hollywood. Achei muito curiosa a vossa escolha, que vos serviu de inspiração: a actriz Trippi Hedren, protagonista do filme “Os Pássaros” de Alfred Hitchcock. Uma atriz lindíssima que por curiosidade interpreta o papel neste clássico do cinema, de forma tão natural, de rosto quase sem maquilhagem, mas simultaneamente de forma tão intensa e tão dramática. Além de ser senhora de uma grande beleza, deixou por si passar os anos valorizando aquilo que eu também mais valorizo nas grandes mulheres, que é a classe. A classe da idade, do bom gosto, da inteligência, do bom senso, do humor… não descurando a vida e as causas ambientais e humanitárias que precisam de nós e do nosso nome. Quais são os seus próximos projetos? Ser feliz todos os dias e ficar muito quietinha à espera dos projetos que a direção de RTP Memória prepara para nós e para a sua grelha de programação. ■


ELES & ELAS | 15


como Ava Gardner Margarida é uma das caras mais conhecidas da nossa televisão. Faz parte daquele sexteto que em Outubro de 1978 entram na RTP para desempenharem as funções de “locutoras de continuidade”, uma função hoje desaparecida – ou substituída por voz-off – que consistia no anúncio intercalar da programação seguinte. A presença diária e constante destas meninas bonitas faziam-nos tomá-las como amigas ou mesmo família. Do seu casamento com David Ferreira tem quatro filhos (Teresa, Margarida, David e Tomás) e dois netos (Vicente e Teresa) a que se juntou agora mais um, acabado de nascer. A sua carreira foi - e é – corada de sucesso tendo trabalhado em inúmeros programas televisivos, na imprensa escrita e, recentemente, na autoria de um documentário que lhe granjeou uma distinção no FESTin. Para Margarida escolhemos Ava Gardner, aquela que é lembrada como "o animal mais belo do mundo." Sendo um dos nomes cimeiros da história do cinema, amplamente laureada, é-nos impossível falar brevemente da sua carreira, mas quem a pode esquecer em «Mogambo»? Sempre sonhou com uma carreira na televisão? Sempre sonhei ser comunicadora.Desde pequena, apesar de em Luanda, onde nasci, não haver ainda televisão, durante a minha infância. E inventei muitos programas de "rádio". Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como apresentadora? O programa imaginado por mim "Os Dias Úteis", nos anos 90. Ainda hoje me falam nele e foi lá toda a gente de todos os sectores da vida portuguesa. O "Há conversa" já tem 6 anos de existência. Que balanço faz do tempo em que apresenta o programa? Estou apenas há um ano e agora até está parado, para refrescamento de imagem. Tenho procurado pessoas e histórias menos contadas, mas que devem ficar registadas numa estação de serviço público, como é a RTP, com um bom arquivo. Alguns exemplos: a história da Loja das Meias, que já passou por três séculos e tem no Pedro António Costa um patriarca entusiasmado e empreendedor. A vida (escondida pela própria, porque é uma low-profile) da Sra Chaves, uma cantora e locutora da antiga Emissora Oficial de Angola, para quem foi escrito o êxito internacional "Uma Casa Portuguesa". O público e até alguns especialistas desconhecem este facto e julgam que foi para a Amália (que também a cantou) ou que a Amália teve conhecimento dessa canção por uma fadista que veio de Angola, chamada Maria da Conceição. O Diogo Saraiva e Sousa, que se reformou mas nem por isso se remeteu à inactividade. Pelo contrário, acreditou e associou-se a uma sócia que podia ser sua filha e criaram a "Artisani", um sucesso. E uma prova de que o diálogo inter geracional pode ser muito vantajoso para todos: para o país, para os jovens (que têm dificuldade em obter crédito) e para os reformados, que não desperdiçam a sua sabedoria e podem continuar a sentir-se úteis e válidos. Das inúmeras personagens que tem entrevistado durante esse tempo, há alguma que se tenha destacado? Graças a Deus, tenho entrevistado pessoas excepcionais, portuguesas e estrangeiras. E isso dá-me uma visão muito alargada e plural do mundo, que não se resume à minha pequena concha. A última pessoa que me deu muito prazer e emoção entrevistar, até porque andou sempre a fugir ao destino e preferiu vender enxovais pelo país e ser jardineiro e motorista e pastor, tanta coisa, sei lá, foi o António Pelarigo. Agora aos 61 anos parece que está a dar mais crédito a si próprio e é um fadista muito bom e muito especial. Canta maravilhosamente e há até gente como o João Ferreira Rosa e o José Cid ou o Miguel Esteves Cardoso que não lhe poupam elogios. 16 | ELES & ELAS

A RTP Memória tem tido um papel fundamental de nos fazer lembrar os grandes nomes da nossa cultura. Qual é para si o papel da memória? Sem memória, não há futuro e as novas gerações merecem que ela seja preservada e lembrada. A RTP, com o espólio a que já aludi, pode e deve ter esse papel, não só em relação aos grandes vultos da cultura, como do entretenimento e de outras áreas. Considera que somos um povo que se esquece daqueles que já foram Grandes? Não sei. De facto, às vezes temos pouca memória, para o bem e para o mal... E, voltando à pergunta anterior, não se gosta daquilo que não se conhece, daí que seja tão importante a oferta televisiva, e não só, não se limitar a seguir a corrente. Ou seja, o que quero dizer é que um povo só se pode lembrar e até sentir gratidão pelos seus Grandes, se estiver familiarizado com eles. Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos? Com toda a naturalidade. Aliás, exceptuando um senhor de Matosinhos que se mudou para Lisboa, para (estava ele convencido) casar comigo e que se revelou muito possessivo e ciumento (risos), nunca tive problemas, bem pelo contrário, sempre me senti muito acarinhada. Aceitou este nosso desafio para ser retratada como uma estrela de Era Dourada de Hollywood. Como sentiu a experiência? Gostou da transformação? Achei um desafio engraçado. E o maquilhador/cabeleireiro e a fotógrafa, ambos ucranianos e já tão bem familiarizados com a nossa maneira de ser e de viver, foram de um profissionalismo e simpatia excepcionais. O respeito com que fiquei por eles fez com que - apesar de o produto final - confiasse. No seu caso, escolhemos a actriz Ava Gardner para inspiração. Revê-se na escolha? Bom, só o facto de um dos maridos dela, o Frank Sinatra, ter dito um dia que a Ava Gardner era o animal felino mais bonito do mundo, encheu-me de vaidade... Ele disse mesmo, mas eu (em relação à minha pessoa) claro que estou a brincar. A verdade é que sempre a admirei e não há dúvida de que - fugindo aos esteriótipos da altura - era detentora de uma beleza imensa. Quanto a mim, os olhos dela denotam personalidade e inteligência. Por tudo isso, gostei da vossa escolha. Quais são os seus próximos projetos? Além das entrevistas e das locuções off, fazer um documentário, tal como já fiz com o AZUL ALVIM, dedicado ao viola recentemente desaparecido Fernando Alvim. Mas acerca de um tema completamente diferente. Vamos ver... ■


ELES & ELAS | 17


como Rita Hayworth Isabel é uma presença constante tanto na televisão como na vida social. Iniciou a sua carreira em 1992, na RTP Internacional e desde aí habituou-nos ao seu jeito descontraído e sorriso aberto. Casada com o famoso cirurgião plástico Ângelo Rebelo, Isabel irradia felicidade e boa-disposição por onde passa. Desafiamo-la a a encarnar Rita Hayworth por um dia. A célebre actriz hispano-irlandesa, marcou o cinema das décadas de 30 e 40 do séc. XX, tendo a sua apoteose com o filme “Gilda”, um dos mais famosos filmes-noir de todos os tempos e bastante ousado para a censura dos anos 40. «Nunca houve uma mulher como Gilda» era a principal frase promocional do filme; e haverá outra como a nossa Isabel Angelino?

Sempre sonhou com uma carreira na televisão? Antigamente a televisão exercia em nós um fascínio diferente. Era algo praticamente inatingível e muito poucos conseguiam aparecer na caixinha mágica. Aqueles que o conseguiam eram vistos, admirados até mesmo idolatrados, como únicos e dotados de uma destino especial. Ficava horas em frente à televisão desde muito miúda, como filha única esse era um dos meios que me levava a viajar e a descobrir novidades todos os dias, era quase como se aquelas pessoas ali dentro fossem todas minhas amigas e com elas vivia aventuras ímpar. Claro que o sonho de qualquer criança na altura passava por poder entrar naquele mundo quadrado, tão pequenino e no entanto tão grande. A minha maior preocupação contam os meus pais era "... Como é que as pessoas entravam lá para dentro e apareciam ali na nossa casa." Mais tarde recordo-me de ansiar por poder participar num festival da canção e no dia seguinte, trauteava as músicas de uma ponta à outra consagrando-me sempre, claro, na vencedora. Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como apresentadora? Essa é uma pergunta recorrente para a qual confesso ainda não arranjei resposta. Comecei a trabalhar na RTP a 10 de Junho de 1992 e a partir daí já passei por programas completamente diferentes, desde os infantis aos juvenis, da informação à produção , até ao entretenimento, área em que confesso me sinto mais à vontade. Todos eles me deram um gozo especial, até porque uma carreira é feita de várias fases e todos eles me tornaram na profissional que sou hoje em dia. Posso destacar a apresentação de várias edições do Festival Rtp da Canção , A Roda da Sorte, As Canções da Minha Vida, o espectáculo de aniversario da ONU, no ano em que foi Portugal a organizar e me levou até à sede das Nações Unidas, o espectáculo da criação da CPLP, etc, etc, etc... O "Há conversa" já tem 6 anos de existência. Que balan18 | ELES & ELAS

ço faz do tempo em que apresenta o programa? Infelizmente o programa foi descontinuado há mais ou menos seis meses. Mas estes seis anos foram fonte de uma experiência única, sendo um programa intimista de entrevistas, levou-me a conhecer muitas histórias de vida de jovens portugueses que não desistiram dos seus sonhos e nos contaram como os perseguiram e os conseguiram alcançar sem que qualquer obstáculo, por mais difícil que parecesse, os demovesse do seu destino. É o espírito português bem presente em todos eles, porque nós não somos um País de desistentes mas sim de sobreviventes. Sobretudo numa altura em que se vive com tantas incertezas em relação ao futuro e mais reservas ainda relativamente ao presente, são histórias de vida inspiradoras como estas que nos dão força para continuar a acreditar em nós e nos nossos sonhos. Das inúmeras personagens que tem entrevistado durante esse tempo, há alguma que se tenha destacado? Há várias sem querer tirar protagonismo a tantas outras lembro-me de ter sido a primeira pessoa a entrevistar o Alexandre Farto (Vhils como é conhecido na cultura grafitti) para a televisão. O Paulo Martins que foi um dos criadores da campanha publicitária Unhate, para a Benetton . Um biólogo que estudava os pinguins e os leões marinhos na Antártida entre tantos outros... É um orgulho conhecer estes jovens, que são reconhecidos no mundo inteiro e poder divulgar as suas histórias de vida, desde os tempos de infância até aos dias de hoje. Não sendo uma memória do passado, são no entanto uma memória futura de todos nós . A RTP Memória tem tido um papel fundamental de nos fazer lembrar os grandes nomes da nossa cultura. Qual é para si o papel da memória? É o mais importante, não podemos caminhar para a frente se não soubermos de onde vimos, quem fomos, é a nossa identidade, é o nosso ADN enquanto povo. ➤


ELES & ELAS | 19


Considera que somos um povo que se esquece daqueles que já foram Grandes? As vezes até eu já tenho falhas de memória, confesso... (risos...) mas é para isso que existe a RTP Memória, para nos lembrar diariamente daqueles que fazem parte da nossa história. Uma história vivida em imagens daquele que é o maior arquivo audiovisual nacional. Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos? São a nossa recompensa, são eles que nos fazem querer ser mais e fazer mais em televisão, é para as pessoas que nós trabalhamos todos os dias e sabe tão bem sermos acarinhados por todos. O povo português não nos esquece e é tão bom quando nos abordam na rua, quando nos perguntam quando regressamos, quando nos dão os parabéns pelo nosso trabalho. É um carinho recíproco, posso dizê-lo. Tenho já várias gerações que acompanham o meu trabalho, fruto destes quase 23 anos de televisão, para todos eles aqui fica o meu muito obrigada é um beijinho muito grande, é um orgulho enorme saber que estão sempre lá para me apoiar. Aceitou este nosso desafio para ser retratada como uma estrela de Era Dourada de Hollywood. Como sentiu a experiência? Gostou da transformação? Foi fabuloso, foi como se de repente tivesse entrado na máquina do tempo e recuasse até esses anos enigmáticos e cheios de glamour. No final é como se de repente não me conhecesse mais, como se outra figura se tivesse apoderado do meu corpo. É uma sensação indescritível que tem mesmo que ser vivida para se perceber a sua dimensão . Através da maquilhagem e do cabelo o Andy Transformanos completamente o olhar, a expressão do rosto. E a fotógrafa Marianna é espantosa, consegue captar toda essa nova realidade, que como digo se apodera de nós naquele mesmo momento. No seu caso, escolhemos a actriz Rita Hayworth para inspiração. Revê-se na escolha? Claro que sim, aqui dou os parabéns a esta dupla fantástica do Hollywood Me, o Andy e a Marianna. Só me faltou seguir para a cerimónia dos Óscares. A Rita Hayworth foi sem dúvida uma das atrizes míticas dos gloriosos anos do cinema e ninguém esquece o seu papel em Gilda que fez todos os homens apaixonarem-se por ela. É bom ser uma diva de Hollywood nem que seja por uns minutos e sonhar... Porque já dizia o poeta "O sonho comanda a vida!" Quais são os seus próximos projetos? Continuar a trabalhar em televisão que é aquilo que mais gosto de fazer. Com a nova direção de programas da RTP agora a tomar posse, vamos que novos desafios vão aparecer... Eu estou aqui e não desisto! ■

20 | ELES & ELAS

Ficha técnica: Vestidos: Veste Couture StoryTailors Acessórios: Peles - Morecco; Joias - Reminiscence e Carolina Curado; Marroquinaria – KBJEWELS (em exclusivo na 39a Concept Store) Maquilhagem e cabelos: Hollywood Me – Andy Dyo e Marianna Jacobson Produção: Nuno Vaz de Moura



JÓIAS & PEDRAS

Quando pensamos em pedras preciosas alguns nomes surgem imediatamente na nossa mente: diamantes, rubis, esmeraldas, topázios,... Mas o mundo das gemas é bem maior. O mercado foi-se alargando e foram sendo descobertos alguns minerais raros que encantam pelas suas propriedades e brilho. Vamos conhecer algumas delas que os ourives e designers têm vindo a usar cada vez em maior número. Umas mais acesssíveis, outras tão caras e raras quanto as mais conhecidas. Está na altura de mudar de jóias! ➤

22 | ELES & ELAS


A espinela, cujo nome se pensa derivar do latim spina (espinho) em alusão aos vértices dos cristais octaédricos em que ocorre, surge em diversas cores. A vermelha é a mais rara, havendo também, nomeadamente, variedades rosa, violeta, magenta, laranja e azul. Acontece que apenas muito raramente o vermelho da espinela iguala o “sangue-de-pombo” do rubi. Verifica-se, quase sempre, uma tonalidade púrpura e, por vezes, alaranjada, não obstante as mais valorizadas terem uma cor viva, intensa e sem tonalidades secundárias. É raro encontrar espinelas de boa cor e limpas de inclusões visíveis, tendo estas muita procura e grande valorização no mercado. Normalmente, quando se fala em espinelas, pensa-se em quase tudo menos nas próprias: espinelas sintéticas azuis (joalharia popular do séc. XX); espinelas sintéticas incolores (substitutos do diamante desde 1920); pedras encarnadas que imitam o rubi... As que aqui se abordam são as espinelas vermelhas que, apesar de terem valia própria, foram sendo apelidadas de rubis dadas as suas semelhanças. Aliás, existem espinelas famosas que, ainda hoje, estão referenciadas como rubis. É o caso do Rubi do Príncipe Negro, uma grande espinela na Imperial State Crown do Reino Unido e o Rubi de Timur, também nas jóias da coroa britânica. A espinela era cotada entre as mais valiosas gemas dos nossos antepassados, mas a má representação prolongada conduziu-a à posição de curiosidade gemológica ou de mero substituto do rubi. Contudo, desde há uns anos a esta parte que as espinelas voltaram à ribalta da alta-joalharia. A isto não será alheia a grande beleza e brilho dos melhores exemplares, associados à sua boa resistência, estabilidade e durabilidade. O facto de praticamente não haver tratamentos para estas gemas contribuirá também para este ressurgimento. Na realidade, a grande maioria dos materiais gemológicos é sujeita a um ou mais processos para o melhoramento da sua cor e/ou transparência e a espinela, nesta matéria, é excepção. Um melhor marketing e maior informação junto do consumidor e do profissional também foram importantes neste regresso. ■

ELES & ELAS | 23


24 | ELES & ELAS



26 | ELES & ELAS


ELES & ELAS | 27


28 | ELES & ELAS



ESPECIAL

Palmas para o Dia da Mulher Por vezes, o trabalho que se faz diariamente passa despercebido. Somos um povo de pouca memória que tende a esquecer rapidamente os sucessos dos outros. Quisemos contrariar esta tendência. Quisemos fazer valer que tem valor. Vimos o trabalho que um largo grupo de mulheres desenvolveram no ano de 2014 e decidimos homenagear onze Mulheres das mais diferentes áreas. Juntámo-las num agradável almoço, muito íntimo onde se falou de assuntos sérios – como a condição da mulher em Portugal – e de divertidas trivialidades. ➤

30 | ELES & ELAS


Margarida Rebelo Pinto, Maria da Luz de Bragança e Gabriela Canavilhas

Ana Salazar

Joana Pessoa Inês Pedrosa

Carla Andrino

ELES & ELAS | 31


32 | ELES & ELAS


Paula Cunha, Carla Andrino, Cecilia Azevedo, Ana Salazar, InĂŞs Pedrosa, Margarida Rebelo Pinto, Gabriela Canavilhas, Joana Pessoa, Ana Ribeiro e Maria JoĂŁo Bahia

ELES & ELAS | 33


Cecilia Azevedo, Prémio Joalharia

Gabriela Canavilhas, Prémio Cultura Maria João Bahia, Prémio Designer

Inês Pedrosa, Prémio Literatura

Ana Ribeiro, Prémio Cosmética

Ana Salazar, Prémio Carreira Carla Andrino, Prémio Teatro

34 | ELES & ELAS

Joana Pessoa, Prémio Decoração Margarida Rebelo Pinto, Prémio Best Seller


Num momento de descontração para troca de saudações e palavras amigas

Foi um daqueles repastos como se fazia antigamente: demorados, bem servidos e em boa companhia. Começamos com uma alheira “auriana” à portuguesa (com ovo estrelado e grelos), seguiram-se uns opíparos filetes de robalo assado com tomate e sumo de lima com grelos e batatas salteadas e, para terminar, foi altura de esquecer dietas e atiramo-nos a um bolo de chocolate com nata fresca. No fim houve discurso, da nossa directora Maria de Bragança, e a entrega dos galardões: uns elegantes paralelepípedos de cristal para as que votámos como as Mulheres Mais do Ano guardarem como memória de tão agradável momento. As premiadas foram Gabriela Canavilhas, pela dedicação à cultura, Inês Pedrosa, uma literata e escritora de fibra, pelo teatro homenageámos Carla Andrino, enquanto que o prémio TV foi para Barbara Norton de Matos e o prémio escritora Best Seller tinha que ir para a Margarida Rebelo Pinto. Ivone Neves recebeu o prémio como empresária internacional e Maria João Bahia foi premiada como empresária e designer de joias. Os prémios Gestão foram para Rosário Pinto Correia, do grupo Topázio, escolhemos também Ana Ribeiro que gere centenas de mulheres com os produtos Yves Rocher, e Teresa Lameiras pelo sua competência e dedicação à frente da direção de marketing da Seat. A empresária Ivone Neves, da Induplano e Rosário Pinto Correia, por se encontrarem fora do país, estiveram representadas respetivamente por Ana Cunha e Cecilia Azevedo. Finalmente o prémio Carreira foi entregue à Ana Salazar. ■

Alexandre Alves Ferreira e Margarida Rebelo Pinto

ELES & ELAS | 35


As crianças são o melhor do mundo. São os nossos herdeiros e aqueles que continuarão as tradições. A moda muda, os tempos mudam, mas o que a linhagem que somos mantém-se. This is our heritage!

Modelos vestidos com as colecções Primavera-Verão 2015 Dr. Kids, Vertbaudet e Hackett London. ■ ➤

Ficha técnica: Modelos da agência New Acting: Bruna Ribeiro; Mariana Gonçalves; Marta Sousa; Andreia Paulo; Letícia Pereira; Raquel Moreira; Lucas Soares; Guilherme Pereira; Gonçalo Pinto; Romão Fernandes; Dariy Damaschenko. Fotógrafo - Nuno de Sousa EstúdioLPF Edição – Cláudia Melim do EstúdioLPF Styling e Produção – Nuno Vaz de Moura Make up / Hair – Andreia da empresa Hair Show e assistente Conceição Machado da New Acting Making of & Vídeo – Cláudia Melim do EstúdioLPF 36 | ELES & ELAS


ELES & ELAS | 37


38 | ELES & ELAS


ELES & ELAS | 39


40 | ELES & ELAS


ELES & ELAS | 41


42 | ELES & ELAS


ELES & ELAS | 43


PREMIÈRE

M

uitas sociedades têm rituais para marcar a transição dos seus membros para a idade adulta. Na Europa, ao longo da História, esses rituais foram tomando uma forma cada vez mais refinada e elegante que desembocou nos muito formais Bailes de Debutantes. Foi na Inglaterra, na segunda metade do séc. XVI, durante o reinado de S.A.R. Elisabete I, que surge o costume de apresentar formalmente as meninas núbeis à corte; mas será no reinado da Rainha Victoria, trezentos anos depois, que a tradição atinge o seu esplendor e toma a forma que ainda hoje se mantém. As meninas passam a vestir-se de branco com um laço específico chamado de “curtsey” e a repetir uma série de formalidades que incluía uma valsa com o pai. Na terra dos Bretões, a apresentação das debutantes ao Soberano, marcava também o início da saison. Várias outras nações europeias adoptaram o costume sendo que dois países se distinguiram: Áustria, que organiza o seu primeiro baile em 1877, em Viena, e que continua a ser o mais prestigiado; e França, que todos os anos o repete no Hotel Crillon, numa versão mais descontraída e aberta. Por terras lusas, havia quase sempre dois: um em Lisboa e outro no Porto. Mas sendo nós uma nação pouco populosa e com uma elite muito reduzida em número, era também comum haver apresentações privadas. Na capital do país a tradição foi perdendo força até quase se extinguir. O último Baile de Debutantes, digno de seu nome, coube à nossa revista organizar. Aconteceu em 2007, nas magníficas instalações da Sociedade de Geografia de Lisboa e reuniu o melhor que a nossa sociedade tem. Os outros bailes lisboetas tiveram o seu fim nos estretores do séc. XX, tendo sido o mais marcante o de 1993, numa festa organizada pelo Prémio Infante D. Henrique, na Quinta da Beloura, em que debutaram nomes como: Joana e Filipa Champalimaud, Maria e Matilde Queiroz Pereira, Diana de Cadaval, Matilde Horta e Costa, Joana Balsemão, Mariana Van Zeller, Maria Ricciardi, Caetana Corrêa de Barros, Maria Ana Dinis, Sofia Brion, Marta Aragão Pinto e Vanessa Salgado, entre outras meninas de grandes famílias portuguesas. 44 | ELES & ELAS

Na cidade invicta, o costume manteve-se. Cabe ao assumidamente elitista e exclusivo CLUB Portuense a sua organização já há décadas. As faustosas instalações fazem o mais perfeito cenário e as conhecidas escadarias foram pisadas por gerações e gerações de donzelas, que não precisaram de perder o seu sapato para encontrarem o príncipe perfeito... Apenas com um hiato entre 1975-82, quando Portugal vivia um período de conturbada agitação social e popular, o baile sempre decorreu em Janeiro, com entrada restrita a sócios. E muito poucos os podem ser. A admissão de sócios compete exclusivamente a uma Comissão de Admissão e as candidaturas são votadas através de sistema de bola preta e bola branca. De acordo com os estatutos: «Só podem ser admitidos sócios do CLUB os varões maiores que, gozando de bom nome, ofereçam garantias de boa educação e tenham posição social condigna.» Aqui não há lugar para zonas cinzentas... São esses “varões maiores” que serão os futuros maridos das debutantes. Hoje este costume pode-nos parecer estranho, mas está enraizado numa forma de estar e de ser que vem de tempos remotos. Conta-nos Ana Margarida Magalhães no seu livro “Tudo tem o seu tempo” o que é (ou era) essa experiência: «Suponho que a maioria das debutantes sonhou deslumbrar a assistência no momento de pisar o salão de baile, ou pelo menos ser notada por um rapaz (ou dois) que pensasse para consigo...«Quem será aquela? Tenho de ir a procura de quem nos apresente.» Sonhos legítimos porque herdados de tempos recuados em que as meninas viviam muito resguardadas em casa, o convívio com o sexo oposto era tabu, a única hipótese de aproximação e de contacto físico passava pela dança. Há ainda que considerar o acordo tácito que nesses tempos recuados presidia à festa, pois levar a filha a um baile debute era uma maneira elegante de anunciar que se encontrava disponível e a família aceitaria que a pedissem em casamento.» Este ano o ritual repetiu-se e aqui vos deixamos o testemunho do momento. Um espreitar a esse mundo e momento tão exclusivo. ■ ➤


Leonor Mariares de Vasconcelos, Maria do Carmo de Bragança, Filipa Brandão Meneses, Marta Sá, Joana Vasconcelos Machete, Frederica Oliveira, Luísa Ferreira, Maria Inês Meirelles, Mafalda Meirelles, Leonor Meirelles, Carolina Mariares de Vasconcelos, Mafalda Ortigão, Luísa Carvalho, Carolina Cerquinho, Carolina Ribeiro, Teresa Magalhães, Constança Pinheiro Torres, Inês Gutierres, Maria João Jardim, Madalena Pinheiro Torres, Francisca Pinheiro Torres, Teresa Brito e Faro, Carlota Couto, Giomar de Carvalho, Mafalda Ramos, Joana Megre, Maria Pessanha Moreira, Maria Miranda

ELES & ELAS | 45


Piano & Companhia Organização de masterclasses • Preparação para concursos Organização de espectáculos • Preparação para o acesso ao ensino artístico oficial

A PARTIR DOS 3 ANOS

Vanessa Amado - Coordenadora pedagógica Rua Coelho da Rocha 119-A - Campo de Ourique 211 993 737 / 926 201 858 info@pianoecompanhia.pt

ELES & ELAS | 1


LAÇOS

O romântismo desta história de amor entre o Salvador e a Marta é que quando se encontraram em Londres, há quatro anos através de amigos comuns, sentiram, em simultâneo, o arrebatamento do coup de foudre! ➤

ELES & ELAS | 47


Os noivos com os padrinhos, Manuel Beja; André Figueiredo; João Barrilaro Ruas e a madrinha, Vanessa Correia da Silva

Viveram um namoro muito intenso e agitado entre os cursos e trabalhos do Salvador(cirurgião de árvores, chef, professor de surf, segurança de barcos, etc.)e o mestrado e doutoramento da Marta, psicóloga brilhante, Mestre no Síndrome de Asperger. Afinal ambos já se conheciam , em crianças , no Estoril, e reencontraram-se jovens adultos .A Marta vivia em Londres desde a adolescência pois o segundo marido da mãe é inglês. O Salvador foi há quatro anos para Inglaterra estudar e trabalhar como desafio às suas diversas capacidades ,à sua alegria e ao seu espírito de aventura...e a aventura levou-o , também, até ao reencontro com essa menina agora jovem adulta, que se tornou a sua mulher no dia 20 de Setembro de 2014. Como o referido espírito de aventura do Salvador é imparável e a sua grande paixão é o mar, saiu com a Marta de Londres e foram viver para a maravilhosa Cornualha, numa casa mesmo sobre o mar, onde, juntando o útil ao agradável, podem continuar a estudar e a trabalhar deslocando-se a Londres sempre que necessário. Mas, as saudades de Portugal são uma constante sobretudo no Salvador cuja família e muitos amigos vivem em Portugal. É pois por esse sentimento, cujo termo - Saudade - tão belo e intraduzível noutras línguas, que o Salvador deixou nas mãos da mãe (Teresa de Arriaga) a total organização do seu casamento com a Marta (como aliás já acontecera para o ➤

48 | ELES & ELAS

O Padre Nuno Westwood celebrou a cerimónia


Madalena de Arriaga Guerra, Fernando Guerra, Marta Alarcão, Salvador Wahnon com Teresa e Carlota Wahnon

Teresa e Salvador

Wahnon com Fern an

do Guerra

➤ baptizado

do bebé de ambos, Lourenço, em 2013) Foi um casamento em que tudo brilhou desde o sol , à maravilhosa música da cerimónia ,à profunda alegria e emoção que unia todos: os noivos, o Padre Nuno, as famílias e os amigos íntimos. O jardim de casa da mãe e padrasto do Salvador , repleto de flores , enfeitou-se duma tenda para o jantar sentado e as horas passaram ao som dum concerto de percussão executado pelo Salvador e dois amigos , e pela música de baile, de todos os géneros musicais, que acompanhou a festa até de madrugada! aggon Foi um dia abençoado pois até à ante véspera chovia torrenStr dy An e o rcã Ala rta rcão Straggon, Ma A mãe da noiva, Inês Ala cialmente! n ELES & ELAS | 49




FASHION

52 | ELES & ELAS

Naeem Khan


Reem Acra

Vera Wang ELES & ELAS | 53


Zuhair Murad

Jean Paul Gualtier 54 | ELES & ELAS


Elie Saab

ELES & ELAS | 55



GESTORES

Diz o dicionário que “aura” significa “brisa agradável” ou, em sentido figurado, “boa aceitação, aplauso”. Pois melhor descrição não se poderia fazer deste deslumbrante restaurante da dupla Carlos Medeiros e Fabrice Marescaux. ➤ ELES & ELAS | 57


om a muito bem-vinda reformulação da Praça do Comércio e a abertura do Páteo da Galé a actividades culturais e lúdicas, era imprescindível trazer ao convívio tanto dos portugueses quanto daqueles que nos visitam o esplendor e capacidades desta que é a “nossa” praça de São Marcos – embora considerada por muitos ainda mais bela que a original veneziana. Para Carlos Medeiros, especialista em restauração e catering, tudo começou há muitos anos atrás com uma viagem a Inglaterra em que por mero acaso se viu ligado à restauração e começou aí uma paixão que dura até aos nossos dias. O seu primeiro êxito foi a Cateri e depois surge a Chalenge Concept. Explica Carlos Medeiros que: «Basicamente, o Aura tem como background a Chalenge Concept que é a nossa empresa de eventos. E a nossa formação são os eventos. Temos feito, ao longos de 30 anos, vários eventos internacionais. Por exemplo, agora há muito pouco tempo fizemos na Tanzânia e, ainda mais recentemente, no Chile, onde fizemos um magnífico jantar no deserto de Atacama. Vamos ainda fazer um em Berlim e um outro na Birmânia. Estamos com uma agenda muito preenchida de projectos internacionais. Não está fora dos nossos planos abrir um projecto em Miami, com um parceiro local, na área da restauração. Isto porque ao longo destes 30 anos de carreira identificámos que o planeta Terra é um bairro e podemos saltar daqui para acolá com algumas horas de voo e fazermos coisas absolutamente fantásticas como se estivéssemos em casa. Já tudo é igual em todo o lado e facilmente se pode arranjar os mesmos materiais para trabalhar. Por exemplo, no projecto que fizemos em África, levámos alguma coisa de cá, mas como há muitos europeus a trabalhar lá foi fácil manter os mesmos conceitos.»

regras relativas ao facto de se tratar de um espaço protegido e que não podia sofrer determinadas alterações – não pudemos, por exemplo colocar o lustre que o Fabrice tanto desejava. Todavia, aos poucos foi ganhando forma e ao manter a possibilidade, que desde o início tínhamos decidido que tinha de ter, de ser um espaço que pudesse ser alterado, para tanto contemplar um jantar de 200 pessoas ou diversos de grupos mais pequenos com a simples mudança do espaço, transformar-se em pista de dança, etc., soubemos que estava perfeito!”» A pedra de toque é a portugalidade. Houve, por parte dos donos, um desejo de dar importância ao que nos faz ser portugueses em todos os pormenores: «Convidámos o Nuno Gama para desenhar as nossas fardas. Pela portugalidade do seu estilo. O tema das fardas é a azulejaria portuguesa, os anjos,.. e cada vez mais estamos mais portugueses. E Portugal está cada vez mais orgulhoso de si e saltou para a coqueluche da Europa. Penso que conseguimos materializar neste período aquilo que tínhamos previsto que era nos posicionarmos no mercado como marca e como brand da restauração com cozinha portuguesíssima, com tudo o que enaltece a alma portuguesa. Estamos numa das praças mais emblemáticas da Europa e não queríamos, de todo, abrir um restaurante para turistas, mas sim um restaurante onde os turistas pudessem vir cá jantar com os portugueses e sentissem que estavam num restaurante, com toques gourmets, mas com gastronomia definitivamente portuguesa.»

Penso que conseguimos materializar neste período aquilo que tínhamos previsto que era nos posicionarmos no mercado como marca e como brand da restauração com cozinha portuguesíssima, com tudo o que enaltece a alma portuguesa

Quanto ao restaurante em si, «tudo foi pensado ao pormenor. Do nome do espaço - que transmite positividade - à decoração, à escolha do menu e claro está do chef.» Já a decoração, «é fruto de uma mistura de peças únicas e escolhidas a dedo tanto por mim quanto pelo Fabrice e que vieram tanto de lojas portuguesas, quanto de feiras internacionais. O mais engraçado é que não havia um plano definido, a única coisa que sabíamos é que havia 58 | ELES & ELAS

A beleza da praça faz que os momentos na esplanada se tornem experiências únicas. Com a chegada do bom tempo é o local mais apetecido. A dupla sabe disso tem algo preparado: «Nós todos os anos abrimos a “Champagneria” em Junho, onde servimos champagne e ostras. Sendo que é também a altura em que abrimos a esplanada a que chamamos Aura Lounge Terrace e que se mantém até Outubro e onde dispomos o menu do restaurante. É super agradável poder desfrutar daquela vista soberba. Começámos a “Champagneria” há 3 anos e já é um must.» Por último procurámos saber como é que Carlos Medeiros consegue coordenar o trabalho da sua empresa de catering com o restaurante Aura: «é fácil - trabalhando muito, fazendo férias curtas, como aliás gosto, pois ➤


➤ três

ou quatro dias vividos com intensidade são melhores que um mês sem nada para fazer, e fazendo questão de que todos os dias estejamos aqui ou eu ou o Fabrice para receber os nossos convidados, que hoje já quase todos são amigos! Por último há que confessar que é uma honra e um prazer poder trabalhar numa das praças mais bonitas do mundo!»,conclui. Carlos não se cansa de elogiar e chamar à atenção para a beleza e importância do Terreiro do paço: «Com o novo terminal que vai abrir de cruzeiros, Lisboa vai ser mais uma vez bafejada pela visita de uma enorme quantidade de pessoas. O Terreiro do Paço está cada vez mais vibrante. E isto aconteceu como resultado de um esforço comum: abriram vários restaurantes com piada, uns tantos hotéis de 5 estrelas,... Houve agora a preocupação de colocarem uma pousada lindíssima com tudo o que é genuíno. E tudo isto fez com que o Terreiro do paço, que durante anos esteve esquecido como um parque de estacionamento, se transformasse num bairro vivo de cultura portuguesa.» Fabrice Marescaux é um dos franceses mais portugueses do nosso país, e é a ele que cabe ser o anfitrião mais presente e multifacetado da nossa Lisboa e em particular do restaurante Aura. Há cerca de três décadas em Portugal, Fabrice continua a considerar que “lhe parecem umas longas férias, pese embora o facto de que desde a sua chegada se tenha tornado um elemento muito presente no universo da restauração no nosso país. Depois de sair de França o seu destino inicial não foi Lisboa, antes viajou e praticou a sua arte um pouco por todo o mundo com especial referência para várias colocações na cadeia Sofitel. Uma vez chegado a terras lusas, rapidamente se apaixonou por Cascais. Como grande comunicador que é, publicou vários livros, sobre a sua arte culinária ao mesmo tempo que dava a conhecer ao paladar português a versatilidade das quiches, na sua loja denominada Casa das Quiches. Conhecedor requintado de todas as vertentes que estão envolvidas neste tipo de negócio, é perito em dar atenção aos mais ínfimos pormenores, o que se revela uma considerável mais-valia para este tipo de espaço – em caso de dúvida, basta passar um agradável final de tarde na esplanada do Aura e aproveitar ao máximo os requintados petiscos ao som do piano de meia cauda tocado por Fabrice Marescaux. Fazendo suas as palavras de Carlos Medeiros, no que toca ao privilégio que é trabalhar num espaço tão especial, Fabrice acrescenta que «cada dia é um desafio e um prazer, surgindo sempre a necessidade de ultrapassar algumas dificuldades, de conseguir vencer novos desafios!» O próximo desafio da dupla será a tão esperada festa de comemoração do quarto aniversário do Aura. Os preparativos já começaram e demi-monde estará presente neste que será, certamente, mais um grande sucesso. n ELES & ELAS | 59


GESTORES

Com mais de uma década de existência a conquistar o mercado nacional e internacional, a Induplano convida-nos a abrir as portas do seu novo espaço, a Fendi Casa by Induplano, localizado no corner da Av. da Liberdade com a Rua Rosa Araújo em Lisboa. Foi num ambiente onde a sofisticação e a qualidade são presenças obrigatórias que estivemos à conversa com a mulher que fundou e lidera esta empresa, Ivone Neves. ➤

60 | ELES & ELAS


Conte-nos um pouco do seu percurso até chegar à INDUPLANO Sempre fui apaixonada pelo mundo da decoração, um capítulo no percurso da minha vida que iniciei aos trinta e poucos anos e que me tem permitido trabalhar em projetos absolutamente excecionais.” Como é que a ivone se define como mulher e empresária? Como mulher, acho que sou uma pessoa perfeitamente comum, porém como empresária defini-me como arrojada. Só me sinto bem correndo riscos e aceitando desafios. A Ivone é uma mulher tão bonita, mas dizia-me há pouco que é uma mulher de back-office. Porquê essa posição? Não sou de ficar sentada atrás da secretária. Gosto de me envolver no desenvolvimento do projeto, da criação do produto, principalmente quando temos tantos artigos que são feitos à medida de cada projeto e cliente. Já estamos a falar da INDUPLANO? Qual é o vosso mercado? Trabalhamos com um nicho de mercado muito exclusivo. O tipo de materiais raros com que trabalhamos, assim como as limitações do mercado nacional, levaram-nos inevitavelmente a focar a nossa atenção nos principais mercados internacionais, onde desenvolvemos alguns dos nossos projetos mais recentes e significativos, do qual é exemplo o Palácio Real na Líbia. O que é que vos distingue? Nós temos um conceito próprio em que queremos transmitir e criar um ambiente de sofisticação e glamour, patente em cada uma das nossas lojas, que apesar de diferentes, procuram criar um ambiente em que as pessoas queiram estar e visitar. Têm um ambiente muito acolhedor. Sim, de facto. Procuramos que nossas lojas sejam mais que lojas, uma casa. Não temos prateleiras com artigos repetidos, temos ambientes que nos fazem sonhar. Acho que é dos pontos que nos diferencia e onde acredito temos conseguido ser bem-sucedidos. Quanto à sua equipa fiquei com a sensação que gostam muito de trabalhar aqui, que se sentem muito bem. Sim, é uma equipa muito coesa, eclética e complementar . Cada um com as suas especificidades e valências. Cada projeto é feito por uma equipa completa, onde também se inclui uma boa equipa de produção a apoiar estas nossas ideias. Tem arquitetos ou decoradores a trabalhar para si? Temos uma equipa de arquitetos e designers a trabalhar em todos os projetos. Há designers que recorrem à INDUPLANO? ➤

ELES & ELAS | 61


➤ Sim, sobretudo aqueles que procuram objetos únicos, de exceção. Temos, por exemplo, a representação exclusiva da Fendi no Porto e em Lisboa, mas onde também poderá encontrar outras marcas igualmente importantes… assim como uma excelente equipa de profissionais, que percebem e sentem o conceito em cada uma das marcas. Como é que vê o mercado dos interior designers hoje em dia? Acha que o mercado está saturado? Complicado... a atual conjuntura económica e social assim o dita. Felizmente no nosso nicho de mercado, o impacto da

62 | ELES & ELAS

crise não se faz sentir da mesma forma. Quais são as suas apostas para 2015? Em 2015 pretendo dar continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver na INDUPLANO, procurando promover e divulgar ainda mais a marca. A INDUPLANO é um mundo. Não só temos as marcas internacionais, como também criamos os nossos produtos. Este ano vamos lançar uma linha de acessórios com a marca INDUPLANO onde vai estar patente a nossa criatividade, qualidade e estilo. Vamos usar materiais completamente diferentes, mas que por ora não vamos relevar. Será surpresa que convidamos a virem descobrir!” n



L'HOTEL

N

O novo conceito de hospitalidade no Norte de Portugal

o distrito de Viana do Castelo, num dos pontos mais a norte de Portugal, mais propriamente em Seixas, concelho de Caminha, descobrimos a Rinoterra Minho, um pequeno refúgio de charme e requinte. Encontramos um espaço onde tudo é pensado ao pormenor e que combina a arquitetura tradicional e o recanto de um espaço rural com vista para o rio, criando a fusão perfeita entre os dois ambientes. Os nomes dos seus sete quartos são de ervas aromáticas, todas presentes na pequena horta de onde tam64 | ELES & ELAS

bém provem grande parte dos produtos confecionados na quinta. Com uma decoração especial e onde cada detalhe foi pensado ao pormenor, encontramos nos quartos o conforto necessário para desfrutar de uma estadia bastante agradável. Não podemos deixar de referir, o interessante pormenor de todos os quartos apresentarem uma decoração diferente, podendo assim optar pelo quarto que mais se adequa á nossa personalidade. No interior da casa encontramos também um pequeno salão onde são servidos os deliciosos pequenos almoços com produtos regionais, como também um ➤


requintado chá das cinco e onde podemos solicitar um jantar ou almoço especial. A Rinoterra Minho apresenta um conceito bastante diferente, uma vez que não possui ementa. Cada refeição é uma agradável surpresa, onde nos é sugerida uma refeição tendo em conta as nossas preferências, tornando este serviço o mais personalizado possível. No exterior deparamo-nos com extensas áreas de jardim e uma piscina com vista magnifica sobre Caminha, sobre o rio Minho e até sobre Espanha. É realmente agradável desfrutar de um pequeno-almoço servido no jardim ou simplesmente ler um livro numa cama de rede. Podemos encontrar também um pequeno spa, composto por sauna, jacuzzi e uma sala de massagens, onde é possível relaxar e desfrutar de momentos de prazer. Próximo deste espaço podemos encontrar vários kms

de uma via pedonal junto ao rio, onde poderá fazer umas belas caminhadas matinais, respirando o ar puro da montanha, ou até optar por um passeio de bicicleta. Pode ser também encontrada em cada quarto informação sobre atividades distintas, como um passeio de barco pelo rio Minho, visita a Serra de Arga com Workshops de produção de mel e broa ou visita ao palácio da Brejoeira em Monção. Com boas acessibilidades, a 1 hora do Porto e de Braga, a proximidade da conhecida praia de Moledo, onde podemos passar bons momentos á beira-mar, assim como das famosas muralhas de Valença e de Espanha fazem com que este espaço seja apetecível pelas mais variadas razões. A Rinoterra Minho apresenta-se como a combinação perfeita para disfrutar de momentos de tranquilidade e satisfazendo os mais elevados padrões de qualidade. ■ ELES & ELAS | 65


BELAS NOTÍCIAS

CREME COM ÓLEOS ESSENCIAIS ÓLEO EXTRAORDINÁRIO O novo essencial de beleza de Loréal Paris: mais do que um creme hidratante, uma experiência sensorial para diferentes idades e tipos de pele. O poder dos óleos essenciais capturado num cuidado nutritivo fundente, enriquecido com óleo de argão e geleia real, que nutre intensamente, revitaliza e ilumina a pele. Prepare-se para uma extraordinária experiência sensorial com este creme sedoso que envolve a pele num conforto absoluto, revitalizando-a e atenuando os sinais de fadiga. ■

GLOSS DESIGN®, TRANSPARENCY DA COLLISTAR E KARTELL

CREME VITAL GELEIA REAL NUTRI SYSTEM DE INSTITUT ESTHEDERM Um tratamento concentrado de 5% de glicolizado de geleia real para estimular as defesas da pele e otimizar a sua vitalidade O CREME VITAL GELEIA REAL NUTRI SYSTEM de INSTITUT ESTHEDERM é um tratamento altamente concentrado (5% de glicolizado de Geleia Real) que estimula as defesas da pele e o seu metabolismo para otimizar a vitalidade. Está indicado para todo o tipo de peles entre estações, especialmente para as que presentam fatiga ou estão debilitadas por fatores internos como alimentação desequilibrada, dietas, falta de sono, doença e gravidez. ■

66 | ELES & ELAS

Kartell e Collistar, na marca histórica que se torna num ícone do design Italiano e um símbolo da beleza italiana em todo o mundo. Inevitável, imediato – rápido como um relâmpago. Esta parceria é possível e única pela sua visão comum do mundo, a sua abordagem não convencional de beleza e o pensamento criativo em constante evolução. Laranja, fuchsia, rosa, cherry. Estes são os tons dominantes desta coleção de maquilhagem para o Verão e a escolha das estrelas. Collistar reinterpreta estas cores na coleção Transparency, acrescentando quatro novos tons à paleta de cores de Gloss Design®, para refletir a harmonia das sombras de olhos da coleção. Embora estes tons possam parecer audaciosos à primeira, são frescos e luminosos quando utilizados. Há o Papyrus, o laranja repleto de vitaminas que combina bem com qualquer compleição e "look" particularmente melhor com pele bronzeada, e Shine, um tom rosa muito claro. Take e Cindy são tons mais profundos, mais intensos, um cherry e fuchsia para usar de dia e noite para realçar o bronzeado. ■


NOVA PASTA DE DENTES YOTUEL PHARMA – GENGIVAS SENSÍVEIS Esta nova pasta é especialmente indicada para quem tem gengivas sensíveis, em particular fumadores, que têm mais propensão para este tipo de problemas, bem como para registar manchas dentárias. Ideal, também, para quem tem úlceras na cavidade oral. Contém vitamina B5 que reforça e repara os danos nas gengivas, bem como Potássio, que evita a hipersensibilidade dentária. ■

KOLESTON DE BELLADY, UM NOVO NOME, A MESMA INTENSIDADE DE COR! Quantas vezes desejou que existisse um “botão” para prolongar a alegria, a paixão, a diversão e tantos outros aspetos positivos da sua vida? Para as mulheres que pintam o cabelo a possibilidade de estender a vivacidade da sua coloração representou uma revolução na sua rotina de beleza. Bellady, a coloração com tecnologia Wella, tornou esse sonho possível para as consumidoras. E após vários anos a desafiar continuamente todas as mulheres a mudarem de coloração e a proporcionar um look jovem e intenso a cada uma delas, chegou a vez de Bellady se transformar também. Esta coloração caseira tem agora um novo nome: Koleston de Bellady. Porém, mantém a mesma intensidade de cor. As portuguesas vão reconhecer a alta performance da fórmula de Koleston de Bellady, resistente à água. Herdada de Bellady, a sua fórmula penetra profundamente na fibra capilar, assegurando intensidade e duração da cor por até 6 semanas. ■

BOAS CORES, A MINHA MAQUILHAGEM MAIS BELA Cada dia, ele não se nota e no entanto, muda tudo. O novo duo boas cores assinado por Guerlain sublima a pele com um suave raio de sol, simplesmente, e nada mais … TERRACOTTA JOLI TEINT Fond de teint Belle Peau – Bonne Mine Ensoleillée IP20 – PA++ É a base de um perfeito tom de boas cores: alisa, unifica, aquece e ilumina, conferindo simultaneamente o efeito de uma pele linda como tratada por um cuidado. A sua textura, impalpável, desliza e espalha-se infinitamente; a sua fórmula, leve em pigmentos e óleos, esbate a mínima imperfeição, sem sobrecarregar. O seu IP20 protege a pele contra os raios UV para preservar a sua juventude e beleza. Aéreo como uma brisa de verão, faz-se esquecer imediatamente após a aplicação! Aplica-se todas as manhãs para vestir a pele com um raio de sol, deixando-a pronta para receber uma nuvem de pó Terracotta. ■ ELES & ELAS | 67


BELAS NOTÍCIAS QUATRE DA BOUCHERON PARA ELES E ELAS Tal como o anel QUATRE conjuga quatro motivos diferentes e com tantas variações de tons numa harmonia deslumbrante, também o perfume revela facetas surpreendentes e irregularidades audaciosas todas elas reflectindo elegância e estilo. Um frenesim de materiais preciosos que libertam os seus aromas, caso a caso, pele a pele, para uma sensação única. Estimulante como um champagne rosé, a cabeça explode numa bolha de Laranja Amarga com Groselha. No coração, o intemporal acordo Rosa-Jasmim conhece uma nova amplitude graças ao turbilhão impactante da Pétalia, um ingrediente único de Givaudan que difunde um aroma poudré de flores rosa com o ênfase da lichia. Derradeira explosão, as madeiras perladas de Muscs envolvem num véu suave de Cedro da composição reflexos cativantes de ouro amarelo. Eles não são quatro, mas três génios de um enorme talento que souberam transcrever com minúcia o espírito Quatre, introduzindo a originalidade suficiente para reproduzir uma nova página de um mito: Antoine Maisondieu, Nadège Le Garlantezec e Natalie Gracia-Cetto. Perfumista apaixonado pela arquitectura e design, Christophe Raynaud soube dedicar o talento e sensibilidade necessários para encerrar num frasco o espírito QUATRE. Animado por uma base de Bergamota e Limão Verde como um piscar de olhos ao ouro branco, QUATRE para ele dispersa-se no sussurro das Folhas impertinentes da Violeta. Um primeiro eco no coração aromático dá ritmo à fragrância. Verde e explosiva, a Artemísia traça as linhas de uma forte masculinidade. Autênticas e Seguras, a Lavanda e o Gerânio laipdam a essência com modelações subtis. Por fim, as madeiras – Patchouli e Madeiras Flutuantes – trespassam a nota na vertical para lhe dar uma vibração espantosa, enquanto uma suave nota de Ciste Labdanum ultra sensual sela a fragrância na pele. ■

LA PANTHERE LEGERE DE CARTIER É UM PERFUME CHIPRE FLORAL FEMININO Esta é uma nova fragrância. La Panthere Legere foi lançado em 2015. O perfumista que assina esta fragrância é Mathilde Laurent. As notas de topo são Notas verdes e Frutas secas as notas de coração são Gardénia e Tiaré as notas de fundo são Almíscar, Musgo de Carvalho, Patchouli ou Oriza e Couro. ■

68 | ELES & ELAS


BELEZA PARA ELE

assaram vinte anos desde o lançamento de Pour Homme, a primeira fragrância Dolce&Gabbana para homem e a personificação do homem Dolce&Gabbana num aroma. Elegante e vibrante. Hoje Domenico Dolce e Stefano Gabbana apresentam uma moderna reinterpretação desse homem, acentuando a sua personalidade e intensidade na nova fragrância Intenso. Intenso é o instinto puro, o poder de uma emoção que é livremente expressa. É a força de um homem determinado, com um coração enraizado na tradição que, ainda assim, atua no mundo moderno. Intenso representa idealmente a nova geração do homem Dolce&Gabbana, que vive no presente e que expressa as suas emoções com naturalidade e intensidade. “Sinceridade é a chave da elegância do homem Dolce&Gabbana. Ele é forte embora seja capaz de revelar as suas fragilidades. É bonito, moderno e repleto de vida, tal como Intenso, a fragrância que lhe dedicamos”. Domenico Dolce e Stefano Gabbana. Intenso é uma fragrância aromática amadeirada que abre com luminosas notas aquáticas e verdes aromas de Manjericão e Lavanda. A sua profunda sedução é definida por uma nova descoberta no mundo do olfato: o acorde de Maçaranduba-Africana recriado a partir das flores e folhas da planta lenhosa Sapotácea da África do Sul através do uso da tecnologia Headspace. O acorde de Maçaranduba-Africana oferece a assinatura e o caracter à fragrância, envolvendo-a em luxuosos aromas florais, balsâmicos e de mel. A masculinidade do tabaco é adicionalmente definida através de suaves notas secas de Feno e Farelo. A sua intensidade e força surgem da profunda combinação de Labdanum (nome comum Esteva), Sândalo e Cipreste. Um contraste de fresco, quente e rico, que completa a composição da fragrância e enfatiza o seu charme amadeirado. ■ ELES & ELAS | 69


MODA

ModaLisboa regressou à capital, desta vez com o tema da curiosidade e a Alice no País das Maravilhas como inspiração. Segundo a organização: “A curiosidade é o coração da moda. Sem ela não existiria a vontade de explorar a moda, de criar, de mudar, de estabelecer novas fronteiras, esquecer as referências e partir em direção ao desconhecido – seja através da beleza, do excêntrico ou da reformulação dos espaços onde a moda se expõe.” A moda é um ser curioso, a moda é Moda Curiouser. Trinta criadores nacionais (doze na passarelle principal, seis no Lab e doze no Sangue Novo) apresentaram as suas colecções e ditaram as tendências para a próxima estação. Vimos cortes sóbrios e linhas direitas sobretudo. Nas cores tivemos as neutras e saturadas contrastadas por tons fortes e ácidos e muito, mas muito, preto. Nos materiais as peles e os cabedais impuseram-se. Dos criadores chamamos a atenção para a Carlos Gil, que incorporou os naipes de cartas nos seus padrões; Nuno Gama, que mergulhou nos mares tempestuosos dos Lusíadas; e para a sóbria elegância de Pedro Pedro, Dawid Tomaszewski e Ricardo Preto. Do Sangue Novo que pingou nas passerelles o aplauso vai para Cristina Real e Duarte. Veja as fotos e comece já a sonhar com o seu novo armário! ■ ➤

70 | ELES & ELAS


Aleksandar Protic

Cristina Real

ELES & ELAS | 71


Carlos Gil

Carlos Gil

Carlos Gil

72 | ELES & ELAS


David Tomaszewski

David Tomaszewski

David Tomaszewski

ELES & ELAS | 73


Luís Carvalho

Luís Carvalho

Luís Carvalho 74 | ELES & ELAS


Ricardo Preto

Ricardo Preto

Ricardo Preto

ELES & ELAS | 75


Pedro Pedro

Pedro Pedro

Pedro Pedro

76 | ELES & ELAS


Dino Alves

Nuno Gama

Duarte

ELES & ELAS | 77


CARAS & COROAS

A RAINHA VAI DE BRANCO

O

s Reis dos Belgas, tiveram, no início de Março uma audiência privada com o Papa Francisco, no Vaticano. SAR, a Rainha Matilde, vestia-se de branco com uma mantilha a cobrir a cabeça: esta é a forma mais clássica do chamado Privilège du Blanc. Mas quem são os membros, deste reduzido círculo, que pode usar branco numa recepção com SS o Papa? Para que se possa visitar Sua santidade, há um certo protocolo que deve ser cumprido e mesmos as cabeças coroadas devem obedecer às regras. Tradicionalmente os homens deveriam usar o fraque e as senhoras irem de vestido negro a cobrir todo o corpo, com os cabelos cobertos por uma mantilha negra. Com os tempos, e em especial desde a elevação do Papa Francisco, que o protocolo tornou-se mais ligeiro, mais solto e temos observado umas versões mais «casual». Reis, Príncipes e Grão-Duques têm sido vistos a usar um corrente fato e gravata escuro, guardando-se o fraque ou casaca para as reuniões de cariz diplomático. Já as Rainhas, Princesas e Grã-Duquesas, surgem de cabelos descobertos e com um pouco de perna à vista. Contudo, sempre de negro, com excepção do pequeno grupo privilegiado que pode usar branco. Mas então quem são as eleitas? E de onde vem esse privilégio?

78 | ELES & ELAS

Há que ir um pouco atrás no tempo para se perceber a razão. Tradicionalmente, o Privilège du Blanc era dado a um grupo restrito da Alta-Nobreza católica: a Imperatriz da Áustria e rainha da Hungria, e às Soberanas de Portugal, Itália, França, Bélgica, Espanha e Bavária e Polónia. Ao grupo juntavam-se algumas Princesas alemãs, a Grã-Duquesa do Luxemburgo assim como as Capitãs Regentes do São Marino. Todas tinham em comum o facto de possuírem o título de Majestade Católica (em latim, Rex Catholicissimus). Contudo, não bastava ser majestade e católica para lhe ser concedido o privilégio, como é o caso das princesas do Liechtenstein ou do Mónaco ou da rainha do Lesoto, um reino católico de África. Também a Rainha Máxima dos Países Baixos, sendo católica, não é elegível por ter desposado um monarca protestante. O título de Rex Catholicissimus foi sendo atribuído ao longo da História pelo Vaticano, aos soberanos que respeitavam os princípios católicos nas suas vidas privadas assim como nas suas políticas de Estado. O titulo é hereditário mas pode ser retirado por Sua Santidade, caso o monarca deixe de cumprir os requerimentos exigidos. Nos dias de hoje, a maior parte das famílias a quem foi concedido o privilégio vivem em Repúblicas (caso de D. Herédia de Bragança) e não fazem valer o seu direito a usar o branco. Em rigor, mesmo nas monarquias, ➤


➤ apenas sobrevivem três Rex Catholicissimus: Filipe VI de Espanha, Filipe, Rei dos Belgas e Henrique, GrãoDuque do Luxemburgo (pese embora não seja tecnicamente uma majestade). Assim sendo o Privilège du Blanc é apanágio da Rainha Emérita Sofia de Espanha a par da Rainha Letizia, Rainha Matilde dos Belgas e a GrãDuquesa Maria Teresa do Luxemburgo. Gozar ou não gozar do privilégio Nem todas as monarcas elegíveis optam por gozar do privilégio. Por vezes optam pelo traje negro. Recentemente, o contrário também acontece e o privilégio é estendido a outras senhoras da Alta-Nobreza. Foi o caso de Marina, casada com Vittorio Emanuel, Príncipe de Nápoles e Chefe da Casa de Savoia a quem foi concedido o privilégio a 18 de Maio de 2003 aquando da Missa de Aniversário de SS o Papa João Paulo II; e, mais recentemente, a 12 de Janeiro de 2013, à Princesa Charlene do Mónaco numa audiência com o Papa Benedito XVI, mas que não foi repetido nas seguintes visitas e recepções papais. Desde a elevação de SS o papa Francisco contam-se pelos dedos o número de vezes que se pôde observar uma majestade de branco: SAR a Rainha Paola dos Belgas e a Grã-Duquesa Maria Teresa do Luxemburgo durante a Missa Inaugural; ambas as monarcas voltam a gozar do privilégio aquando da Missa de canonização dos Santos João XXIII e João Paulo II às quais se juntam as duas soberanas espanholas, Sofia e Letizia; Letizia, já Rainha, volta a usar o branco numa audiência privada no mesmo ano (mas de cabelos descobertos); e, por fim, vimos agora a Rainha Matilde que nos inspirou à escrita deste texto. n

Rainha Matilde da Bélgica

Grã-Duquesa Maria Teresa do Luxemburgo

Princesa Charlene do Mónaco

Um registo do passado com SAARR Rainha Maria José da Bélgica e Princesa Elena de Montenegro numa recepção com SS o Papa pio XII, no Palácio Quirinale em Dezembro de 1939, usando a forma mais protocolar do Privilège du blanc.

Rainha Letizia de Espanha

ELES & ELAS | 79


ELES & ELAS 1

2 Braga recebeu a 6ª edição "Jantar de Reis", jantar de beneficência em favor dos BV Braga, que contou com a prestigiada presença de SAR, Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, os deputados da nação; Eduardo Teixeira e Miguel Macedo o deputado municipal de Braga Manuel Beninger entre outras personalidades politicas Nesta edição, cujo tema foi a lusofonia, Eduardo Burnay foi o anfitrião que apresentou o jantar com a elegância e a simpatia que lhe são características, animando uma sala esgotada com 300 pessoas, perante as quais actuaram alguns artistas tal como a cantora Luso Brasileira, Márcia Barros e o grupo Cantorias, proveniente de Viseu. Antes de jantar e no Hall do Hotel Meliã Braga, estiveram presentes com os seus produtos expostos, várias confrarias e que receberam todos os presentes nesta iniciativa. TIARA PARTY by SKY B (Eduardo Burnay), foi a festa oficial que se seguiu no boutique Bar BO ZEN, e que juntou após o jantar, um numero significativo de convidados que puderam assim, num ambiente elegante e descontraído alargar o agradável convívio até um pouco mais tarde. ■ ➤ 4

80 | ELES & ELAS

3


5

6

7

8

1. SAR Dom Duarte e Eduardo Burnay 2. Paula Guimarรฃes e Raquel Esteves 3. Ana Gonรงalves e Isabel Sousa 4. Rita Povoas e Cristiana Pereira 5. Salvador Malheiro com o Presidente da C.M. de Ovar e sua Mulher 6. SAR Duque de Braganรงa e Miguel Macedo 7. Marcia e Rodrigo Afonso Barros 8. SAR Dom Duarte e Eduardo Teixeira

ELES & ELAS | 81


CARTAZ

~ LIVROS ~

Georges Vigarello, Alain Corbin e Jean-Jacques Courtine HISTÓRIA DO CORPO Círculo de Leitores O corpo é a nossa medida de vivência – de aquisição e intervenção no mundo. Contar a História do Corpo é por isso uma procura da nossa dimensão humana. Enquanto seres vivos, seres históricos, políticos, sociais, mentais e mesmo religiosos. Do Renascimento ao século XXI, os historiadores franceses Georges Vigarello, Alain Corbin e Jean-Jacques Courtine perscrutam a nossa ligação ao corpo? Como lidamos com a dor e a morte, a sexualidade e o nascimento, o poder, a guerra, a religião mas também a emergência da ciência. Optamos por isso, com esta História do Corpo em seis volumes, por um outro percurso sobre a história da humanidade. ■ Manuela Nunes UM SPA EM SUA CASA Esfera dos Livros Manuela Nunes é esteticista há mais de 20 anos. Começou a escrever quando tomou consciência de que nem toda a gente tem acesso a um gabinete de estética. Ajudar os outros a aumentar a sua autoestima sempre foi uma prioridade. Nesta obra revela truques e combinações surpreendentes para realçar a sua beleza. Receitas fáceis e económicas que utilizam ingredientes naturais, como frutos ou legumes, e que lhe conferem os benefícios que qualquer produto de cosmética industrial lhe pode proporcionar. Para além de receitas para tratar do seu cabelo, do rosto e do corpo, a autora explica-lhe como usar os óleos essenciais para beneficiar da aromaterapia ou como preparar banhos de beleza, como um banho de chocolate, para repor energias e melhorar a circulação, ou um banho Cleópatra, para que se sinta uma verdadeira rainha do Nilo. Crie o seu próprio spa e sinta-se bonita por fora e por dentro. ■

John Kampfner A HISTÓRIA DA RIQUEZA AO LONGO DE 2000 ANOS Temas e Debates

Zélia Sakai BIOCHÁ Bertrand

Como é que as pessoas se tornam ricas? Prestigiado comentador político, John Kampfner foi editor do New Statesman colaborando em publicações como o The Times, Guardian, Telegraph e o Financial Times. «Começando pela Roma antiga, passando para a conquista normanda, o reino do Mali, os banqueiros florentinos e os grandes comerciantes europeus de matérias-primas, esta história termina com as oligarquias da Rússia e China modernas e as elites de Silicon Valley e Wall Street. Desde a Antiguidade até aos nossos dias, dos períodos de estabilidade aos de húbris e decadência, os ricos têm mais em comum do que nos apercebemos. Por cada Roman Abramovich, Bill Gates e Sheik Mohammed há um Alfred Krupp e um Andrew Carnegie. Os super-ricos do século XXI não são uma singularidade da história e podem estar gratos aos seus antecessores por lhes darem lições.» ■

Com um profundo conhecimento das plantas e das suas propriedades, Zélia Sakai apresenta o Como qualquer arte, o método do chá foi evoluindo ao longo de milénios consoante o espírito da época. No século XV, no Japão, o chá tornou-se um culto de estética – Chaísmo. A filosofia do Chaísmo não é um mero esteticismo na aceção comum do termo, porque incute pureza e harmonia, numa tentativa de enaltecer a essência das plantas. Este método do Biochá, simbiose de conhecimentos do Ocidente e do Oriente e de uma vivência pessoal, é um culto de coexistência harmoniosa com a Natureza. Segue preceitos de colheita e sustentabilidade das plantas aromáticas e medicinais. De facto, o Biochá é preparado com folhas, pétalas de flores, inflorescências, frutos, caules e raízes, o que permite beneficiar das propriedades intrínsecas das plantas sem comprometer a sua perpetuidade. Cada participante poderá experienciar uma bebida límpida, deliciosa e saudável, o Biochá, uma forma simples de extração das substâncias essenciais da parte da planta utilizada, patentes na autenticidade das cores, aromas e sabores. ■

82 | ELES & ELAS


~ TEATRO ~ O Fim das Possibilidades de Jean-Pierre Sarrazac 10 - 19 ABRIL 2015 Sala Garrett Teatro Nacional D. Maria Ensaísta e dramaturgo, pensador e fazedor, Jean-Pierre Sarrazac imagina o autor de teatro contemporâneo "como alguém que dorme em pé e que sonha tornar-se velador do mundo real”. O Fim das possibilidades, peça que vem reescrevendo desde 2012, dá o corpo a este manifesto. Começa "no mais baixo dos céus”, onde Deus e Satã arquitetam uma "solução final” para resolver um "problema sistémico”, nome de guerra para a crise que decretou o fim do futuro. E avança por dentro da cabeça de João Baptista — J.B. para os amigos —, um Job moderno sem job que vê chegar, no pesadelo de uma noite, um presente sem presença de vida. Vencido com orgulho de vencedor, J.B. é um sonhador-construtor de resistências, e a resistência é aqui a última possibilidade humana. Entre jogos de sonhos, cruzando a alegoria com o teatro do quotidiano, implantando o fantástico no coração do real, esta "fábula satânica” projeta um retrato tragicómico e grotesco da era de todas as incertezas — a nossa. Resultado do esforço conjunto do TNSJ e do Teatro da Rainha, O Fim das possibilidades faz a sua estreia mundial no palco do São João, numa encenação partilhada pelos seus respetivos diretores artísticos, Nuno Carinhas e Fernando Mora Ramos. Afinal, o teatro é o espaço e o tempo onde nos podemos encontrar para reunir forças. E sonhar coletivamente com o fim e o princípio de todas as possibilidades. ■

NELKEN de Pina Bausch 12 A 17 DE MAIO Théâtre du Châtele, Paris

"Cláudio da Silva apresenta Poeta Armando" Teatro do Bairro QUINTAS-FEIRAS - DE 9 DE ABRIL A 28 DE MAIO, ÀS 23H. Entrada gratuita.

A coreógrafa alemã Pina Bausch influenciou e marcou profundamente a dança europeia das últimas três décadas criando um novo «teatro dança» inspirado no quotidiano: uma forma de Tragédia Contemporânea que retarata os nossos desejos, frustrações, medos e a necessidade urgente de sermos amados. A peça Neken, criada em 30 de Dezembro de 1982 para a Opera de Wuppertal, regressa agora a cena, em Paris, numa co-produção de Théâtre de la Ville – Théâtre du Châtelet. Com músicas de Franz Schubert, George Gershwin, Franz Lehár, Louis Armstrong, Sophie Tucker, Rudolf Schock e uns cenáris encantadores de um jardim imaginário, a peça envolve-nos. Uma boa razão para dar um pulo até Paris! ■

O ponto de partida do espectáculo “Poeta Armando” são as apresentações tradição performativa que Cláudio da Silva tem vindo a desenvolver à volta deste poeta imaginário. Ao longo de dois meses e em formato de café-teatro, Cláudio dará continuidade a estas improvisações, em oito sessões onde o público e o encenador são convidados a assistir à construção dramatúrgica desta personagem, bem como do seu universo, através de convidados (músicos, escritores e outros artistas) que também pautarão estes encontros. A recolha deste material e a sua análise vão permitir a construção de um espetáculo num formato tradicional. Esta peça inscreve-se no trabalho que a companhia Teatro do Bairro e o encenador António Pires têm vindo a desenvolver em torno de textos não teatrais de cariz poético. ■

ELES & ELAS | 83


CARTAZ

~ EXPOSIÇÕES ~ Hybridize or Disappear Cecile B Evans, Neil Beloufa, Antoine Catala, Diogo Evangelista, Oliver Laric, Shana Moulton, Katja Novitskova, Laure Provoust, Magali Reus DE ABRIL A 24 DE JUNHO Museu do Chiado A exposição analisa a forma como a cultura visual contemporânea tem progressivamente evoluído para modelos onde dimensões aparentemente opostas se unem para criar estados híbridos: o material e o virtual, o textual e o objetual, o orgânico e o artificial, o consumismo e a espiritualidade têm vindo a confundir-se, esbatendo fronteiras previamente bem definidas. Estou particularmente interessado em como os artistas foram instigando e testando regimes de representação que exploram, por exemplo, a sobreposição entre o campo escultórico e visual. Hybridize or Disappear analisa práticas artísticas Magali Reus. Highly Liquid. 2013. HD Video! Cortesia do artista e da galeria The approach onde o visual é tratado como matéria e direcionado para um diálogo com modelos escultóricos. Os objetos tornam-se imagens e as imagens objetos num processo que ultrapassa a mera visualidade em direção a um relacionamento mais alargado com o visivo, onde o corpo ganha uma posição central, tornando-se simultaneamente objeto representado e instrumento de interação. O desenvolvimento de tecnologias de representação, como o vídeo digital de alta definição tem, paradoxalmente, conduzido a uma cultura visual definida por imagens abstratas, estilizadas e imateriais, contrariando a promessa de representações realistas que lhe estava subjacente. Ao sublinhar a materialidade paradoxal existente no interior das tecnologias de representação contemporâneas, Hybridize or Disappear tem como objetivo questionar regimes visuais dominantes da actualidade. A exposição apresenta obras, que, não sendo realistas, são, no entanto, capazes de criar uma experiência mais fidedigna do mundo, re-centrando a nossa percepção na existência física em vez de em realidades imaginadas nas nossas mentes ou em ecrãs. ■

Arshile Gorky e a Coleção Curadoria: Isabel Carlos, Ana Vasconcelos, Leonor Nazaré e Patrícia Rosas 5 DE JUNHO 2014 A 31 DE MAIO DE 2015 CAM - Galeria 01 Nova montagem da Coleção do CAM orientada segundo quatro grandes tópicos: o Retrato, a Natureza-morta, o Surrealismo e a Abstração. Artista americano de origem arménia, Arshile Gorky ocupa um lugar destacado na história do modernismo norte-americano e da arte ocidental do século XX. A sua obra inicial seguiu os temas tradicionais da natureza-morta e do retrato, na exploração de algumas das principais questões da arte moderna, de que foi incansável divulgador. Autodidata, Gorky era um “febril escrutinador da pintura” dos “seus” mestres: Cézanne, Braque, Picasso, De Chirico, Miró. No Surrealismo, encontra os instrumentos expressivos essenciais à revelação da sua voz interior que, na década de 1940, ganha características únicas e o leva a produzir obras que estarão na origem do expressionismo abstrato, a primeira grande corrente internacional da arte norte-americana. Gorky instila novo ânimo no “Surrealismo Naufragado” que se refugia nos EUA durante a II Guerra Mundial. Participará, a convite de André Breton e de Marcel Duchamp, na exposição surrealista de Paris, em 1947, a primeira grande manifestação artística na França do pós-guerra. Apesar de nunca ter visitado Paris ou sequer a Europa, Gorky adotou a matriz francófona e alemã – dizia-se aluno de Kandinsky –, que constituiu também a principal influência procurada pelos modernistas portugueses. A sua obra encontra várias afinidades com a produção dos artistas portugueses que viajaram à procura de um ambiente criativo moderno. ■

84 | ELES & ELAS


Poussin et Dieu DE 2 DE ABRIL A 29 DE JUNHO Museu do Louvre, paris

Histórias Com Travessas: a Mesa bem Servida ATÉ 18 MAIO DE 2015 Casa Museu Guerra Junqueiro, Porto

Por ocasião do 350ª Aniversário da morte de Nicolas Poussin (1665), a exposição do Museu do Louvre, comissariada por Nicolas Milovanovic e Mickaël Szanto tem como objectivo trazer uma nova luz à originalidade da pintura sagrada do pintor francês, fonte de reflecção pessoal sobre Deus. Poussin é o maior pintor francês do séc. XVII. «Pintor Poeta» inspirado por Ovídio ou Virgílio e modelo do «Poeta Filosófico» com as virtudes antigas, Poussin foi autor de uma obra com ressonâncias múltiplas, tendo a sua dimensão cristã sido algo negligenciada e até mesmo contestada. Pintor de Ninfas adormecidas e dos grandes momentos da História Antiga, o mestre francês foi também o pintor dos Envangelhos. Há que repensar a pintura de Poussin à luz da religião para se ganhar um olhar novo sobre o poder imaginativo deste artista de excepção, capaz de misturar o profano e o sagrado para melhor meditar sobre os mistérios da religião. ■

Na década de 40 do século XVIII nasce um movimento europeu a favor de uma nova cozinha - a nouvelle cuisine -, que traz consigo, além de novos pratos, novidades na arte de os dispor sobre a mesa e novos recipientes para servir. A Casa Museu Guerra Junqueiro possui um conjunto de travessas e de pratos de servir em cerâmica e porcelana que, em conjunto com peças de outras coleções municipais e da Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, reflete a arte da mesa no século XVIII. Inserida no primeiro ciclo dedicado ao tema "A Arte da Mesa no Ocidente", o ponto de partida da exposição são duas 'plantas de mesa' impressas nos livros de cozinha que provêm dos fundos da Biblioteca Nacional de Portugal e da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. Recriam-se na exposição as plantas de mesa publicadas pelos mestres de cozinha Domingos Rodrigues e Vincent La Chapelle. As maquetes destas mesas contam com a colaboração da Vista Alegre Atlantis, no fabrico de tipologias de pratos e travessas em biscuit. ■

~ MÚSICA ~ Homenagem a Argentina Santos 11 ABR 2015 - 21:00 CCB - Grande Auditório Maria Argentina Pinto dos Santos ComIH, celebrizada como Argentina Santos (Mouraria, Lisboa, 1926) é uma fadista portuguesa, considerada uma das últimas divas do fado castiço. Em 1950, com a abertura ao público do seu restaurante “A Parreirinha de Alfama”, Argentina Santos inicia então a sua carreira artística, cantando para os frequentadores da casa. O seu estilo muito pessoal, forte e autêntico prendeu as atenções dos críticos e do público, almejando-a como uma das maiores promessas musicais da época. Torna-se então uma afamada progressista do fado castiço, ou seja, o fado mais tradicional. O realizador Carlos Saura imortalizou o fado Vida vivida e a voz de Argentina Santos cantando-o, no polémico filme de 2007 Fados, que junta interpretações de estrelas da world music como Mariza, Lila Downs, Carlos do Carmo, Chico Buarque, Lura e Caetano Veloso.No CCB serão interpretados temas do repertório de Argentina de Santos, homenageando o fado num serão que pretende perpetuar a tradição de Lisboa, mantendo-a sempre actual. Deste modo se fazem os temperos que nos dão o melhor sabor da nossa cultura. O gosto da Parreirinha é o gosto de todos nós. ■

Orquestra Gulbenkian, Paul McCreesh (maestro) e ANNETTE DASCH (soprano) Delius, Berlioz, Dvorák 16 E 17 DE ABRIL 2015, 21:00 Grande Auditório, Fundação Calouste Gulbenkian Aos 38 anos, a soprano alemã Annette Dasch é uma das vozes maiores do canto lírico. Tendo-se estreado na Bayerische Staatsoper em 2006, a sua ascensão foi tão imediata que no ano seguinte já cantava o papel de Donna Elvira sob a direção de Daniel Barenboim e, em 2008, era distinguida com o prémio ECHO para melhor gravação de ópera pelo seu álbum de estreia, Armida. Deste então, tem atuado com Sir Colin Davis, Gustavo Dudamel, Sir Simon Rattle ou Ivor Bolton, solidificando uma imponente presença na primeira linha das grandes vozes mundiais. ■

ELES & ELAS | 85


DESTINOS

P

Vista de Macau a partir da ilha da Taipa, com o Hotel MGM Macau no centro

arece ser o mote do ano de 2015. Quem primeiro o constatou foi uma das maiores editoras de guias de viagem do mundo, da qual viajantes inveterados têm pelo menos um volume na sua estante, a “Lonely Planet”. Todos os anos, esta casa apresenta um ranking de recomendações com 10 países, regiões e cidades a visitar. Em face da enorme quantidade de destinos oferecidos pelo mercado, muitas pessoas agradecem dicas desta natureza. Para 2015, a lista das 10 regiões a visitar inclui Macau, por múltiplas razões. O território acabou de celebrar o seu 15º aniversário como Região Administrativa Especial da China. Neste curto espaço de tempo teve um crescimento como poucos lugares no planeta. Ao mesmo tempo, no entanto, soube balançar a herança mista de duas culturas diferentes, permitindo a co-existência do brilho de néon e da agitação do século XXI com o charme dos testemunhos do passado. Para além do rico património, parte do qual foi considerado

86 | ELES & ELAS

Património Mundial da UNESCO em 2005, de cariz único em solo chinês, Macau tem primado, nas duas últimas décadas, no campo da arquitectura moderna, com construções como o Centro Científico de Macau, a Torre de Macau e numerosos edifícios de design arrojado, com particular destaque para os grandes hotéis e resorts de luxo que dominam a skyline, superando-se em extravagâncias e num esforço permanente de atrair uma nova clientela. Um deles, o MGM Macau, inaugurou a primeira exposição individual de Joana Vasconcelos em solo chinês em meados de Março. Poderá ser vista até 31 de Outubro na “Grande Praça” deste hotel, a qual já por si própria vale a pena de uma visita em qualquer altura, sendo repleta de motivos portugueses e lisboetas, desde a calçada portuguesa e os azulejos às fachadas de alguns dos edifícios mais emblemáticos de Lisboa, todos reunidos por baixo de uma cúpula de vidro de proporções enormes. De proporções enormes também, para não ser absorvida pelo espaço, é a mais recente obra da ➤


Rua popular de comida na ilha da Taipa

Cenário para uma refeição de excelência

artista portuguesa, especialmente concebida para o espaço físico e cultural, a maior e a mais complexa da série “Valkyrie”, medindo 35 metros em comprimento e pesando 1,2 toneladas. A “Valkyrie Octopus” incorpora luzes LED, assim permitindo sensações diferentes aos visitantes diários e nocturnos da Grande Praça, no centro da qual se encontra um aquário cilíndrico com mais de 8 metros de altura e rodeado de 6 colunas gigantes de corais, já desde meados de 2013, e com o qual a instalação de Joana Vasconcelos interage. Na cultura chinesa, o peixe é um símbolo de abundância – assim, e como o aquário faz parte de um hotel com casino, tanto os donos como os clientes têm a esperança de serem agraciados com fortuna. Outro dos aspectos sedutores de Macau é a sua rica gastronomia. Das variadíssimas cozinhas da Grande China às asiáticas como a japonesa, ➤

As Ruínas de São Paulo, ex-libris de Macau

ELES & ELAS | 87


Vista parcial da ´Valkyrie Octopus´ na Grande Praça do MGM Macau, no dia da inauguração

Fotografia oficial da inauguração da exposição ➤ coreana, tailandesa e indiana, às europeias, em Macau há do melhor das respectivas vertentes gastronómicas, visto que a comida tem um lugar preeminente na cultura chinesa. Não admira, porém, que marcas conhecidas portuguesas da restauração como a “Tromba Rija” e a “Portugália” tenham aberto recentemente restaurantes em Macau, nomeadamente no complexo da Torre de Macau e numa casa com traços lusos na ilha da Taipa. De destacar ainda a cozinha macaense, sendo uma das primeiras cozinhas de fusão do mundo com pratos únicos a lembrar as viagens dos Descobrimentos dos portugueses. E até o cozinheiro britânico Gordon Ramsey, conhe-

88 | ELES & ELAS

cido tanto pela sua linguagem gráfica como pelos 13 estrelas Michelin, somadas, que o seu império gastronómico reúne, está com intenções de abrir um restaurante em Macau. E uma recomendação para terminar: quem quiser seguir mais uma dica da “Lonely Planet”, pode levantar voo do Aeroporto Internacional de Macau rumo a Singapura ou às Filipinas, ambos incluídos na lista dos 10 países recomendados para visitar em 2015. n Fotografias no MGM: Luís Vasconcelos/ Cortesia Unidade Infinita Projectos



SOCIEDADE

PRIMAVERA: O FIM DAS FÉRIAS NA NEVE

A

Primavera, para quem viva no hemisfério Norte, é a estação do ano que, sendo sequencial ao Inverno, começa a criar no nosso espírito a noção de que já não falta muito tempo para o sempre almejado Verão. Começamos a arrumar as grossas roupas usadas a partir de Novembro e, nomeadamente para os adeptos dos desportos de neve, a roupa de ski. Nunca fomos extremamente apreciadores de ambientes de montanha (preferimos largamente as praias) mas acompanhámos, frequentemente, grupos de amigos em férias na neve. A nossa primeira experiência foi em 1968 na qual fomos para a Serra de Guadarrama, para a estância de ski de Puerto de Navecerrada, acompanhados do João e Luís Roque de Pinho, do Fernando Serpa Pimentel, do Tó Bissaya Barreto, e do Nuno Seruya. Correu tudo excepcionalmente bem excepto no regresso em que a má qualidade da estrada Madrid-Lisboa da época, associada à nossa ainda insuficiente experiência de condução automóvel, originou que o nosso carro (em que seguíamos apenas com o Tó Barreto) capotou. Então não era obrigatório o uso de cinto de segurança e ainda bem que o não tínhamos colocado pois “voámos” ambos para a parte detrás do interior do veículo onde ficámos protegidos pelo banco traseiro; se tivéssemos ficado presos, com o cinto de segurança colocado, aos bancos onde estávamos sentados, teríamos certamente sofrido, nas nossas cabeças, o impacto da capota quando esta se amolgou. Assim, não tivémos qualquer ferimento e, quando saímos “agachados” para o exterior através das janelas, ainda encontrámos, no porta-luvas que se abrira, um botão de punho que pensávamos que tínhamos perdido. Entretanto, depois de termos terminado as formalidades necessárias junto das entidades policiais espanholas, apareceu o

90 | ELES & ELAS

carro que transportava os restantes membros do nosso grupo, os quais tinham ido almoçar a um dos célebres restaurantes de leitão de Segóvia. Grande foi o seu espanto quando se depararam com o espectáculo do nosso carro virado de rodas para o ar. Tiveram de nos dar boleia, tendo vindo bastante apertados até Lisboa. A partir desse acontecimento, eu e o Tó Barreto passámos a adorar comer leitão, pois entendemos o acidente como um sinal divino que nos pretendia alertar para o facto de que nos deveríamos iniciar no prazer de apreciar os pratos de leitão. As segundas e terceiras férias de neve foram passadas na Serra Nevada, juntamente com o João e a Maria João Magalhães Pereira, a Fló e o Mané Correia de Figueiredo, o Zé Luís Magalhães Pereira e a Leonor Beltrão. Lá encontrávamos um extenso grupo onde pontificavam Gonçalo Lucena, Ed Perestrelo, Quito Hipólito Raposo, Mitó Costa Quinta, Carmo e Eduardo Moser. As “partidas” entre todos eram sistemáticas, com “assaltos” aos quartos uns dos outros, com sucessivas trocas de botas e restante equipamento que desapareciam duns quartos para aparecerem noutros, com imenso tempo perdido, por cada um, até conseguir recuperar os seus haveres. Num dos regressos a Lisboa, perto de Granada, o João e a Maria João Magalhães Pereira que vinham num carro à nossa frente, despistaram-se e, embora sem ferimentos, tiveram de abandonar o veículo que ficou razoavelmente danificado e seguir para Lisboa no nosso carro. Parecia que o destino nos queria sempre impôr um desastre de automóvel como “castigo” por termos ido fazer férias na neve. Anos mais tarde, já com a nossa filha mais velha, voltámos ao Guadarrama mas, agora, para outro local: Pinilla. E, desta vez, não houve contratempos automobilísticos. Aproveitámos para voltar a Madrid cidade da qual temos inúmeras recordações excelentes: uma primeira, durante o denominado PREC, na qual ➤


➤ fomos visitar alguns amigos que tinham sido obrigados a exilar-se para Espanha: António e Mafalda Ribeiro da Cunha, João e Ana Braga, Carlinhos e Zinha Cazal-Ribeiro, Luísa Pinto Basto, João Brito e Cunha, etc. Tivémos noites optimamente passadas em discotecas como o “Mau Mau”, em contacto com a “movida” madrilena, numa delas até tendo assistido a um aceso “conflito” entre o António Ribeiro da Cunha e o João Brito e Cunha, resultante dos muitos whiskies consumidos por ambos durante toda a noite; uma segunda em que fomos ao casamento do Bébé Violante, onde estavam inúmeros nossos amigos como Branquinha Pinto de Magalhães, José Luís e Xaxão Pinto Basto, Eduardo e Verinha Pinto Basto, José Luís Magalhães Pereira, Teresa Rodo, Luisa Vilarinho Pereira, José Magalhães Mesquita, Becas e Isabel Magalhães Pereira e muitos mais. Na véspera, a noite passada no “Mau Mau” foi tão extensa que, na cerimónia religiosa do casamento, muito dos convidados estavam num perfeito estado de “ressaca”, situação que se prolongou durante o almoço que decorreu no Hotel Ritz da capital espanhola; uma terceira em que passámos algumas noites, com o Pedro e a Bárbara Castelo Branco, a dançar sevilhanas no magnífico “El Portón”. Um amigo espanhol do Pedro, com quem este estava momentaneamente de relações cortadas, estava por lá e procurou aproveitar a ocasião para dar um sinal de tentativa de reaproximação, pelo que combinou com alguém que vendia flores à entrada do restaurante, a quem comprou todas as flores que ele tinha, pedindo-lhe para as ir entregar à Bárbara. O gesto resultou e acabámos por assistir às “pazes” entre os dois amigos; uma quarta na qual fomos à festa de anos do João de Castro na discoteca “Pacha”, numa noite excepcionalmente divertida passada com João e Aida Mexia, João e Ana Braga, Jorge Correia de Campos, Ana Margarida Maia Loureiro, etc. A animação na pista de dança era permanentemente assegurada por “hotesses” mascaradas, as quais iam buscar todos os convidados para a pista, elas próprias dançando com aqueles que não tinham par; e uma quinta na qual fomos assistir à abertura duma loja da Luísa Brito e Cunha, numa das principais ruas de Madrid, onde estivémos animadamente acompanhados pelos primos António e Rui Brito e Cunha. Algum tempo depois fomos para Val d’Isère onde passámos umas férias muito animadas com um vasto grupo onde se integraram, nomeadamente, João Pedro e Teresa Campos Henriques, Francisco Deslandes, Ed Perestrelo, Luisinha e Nuno Rosa, Isabel Machaz, Manuel

e Carmo Salema, Teresa e Henrique Carvalho Maia. Recentemente, fomos com o nosso filho Duarte, e a nossa nora Sofia, a Chamonix, onde voltámos a ter contacto com o ambiente de neve, na zona envolvente do Monte Branco. Para além destas férias de neve no estrangeiro, também as tivémos em Portugal. Na década de noventa passámos alguns períodos na Serra da Estrela, para que os nossos filhos, ainda pequenos, pudessem ter um primeiro contacto com a neve. Ficávamos alojados na casa dos Condes de Caria, na qual a anfitriã era a Luísa Mendes de Almeida. O grupo reunia, nomeadamente, Branca Pinto de Magalhães, Mariazinha Anahory, Ana e João Braga, Luís Patrício, Ninó Andrade, Ana e Zé Mattos e Silva, Concha e Pedro Cassiano Neves, Luísa e Jorge Botelho M o n i z , A d o l f o Rodrigues e Mana Teixeira Diniz. Ficaram célebres algumas “partidas” que se pregaram, uma delas quando Ninó Andrade chegou um dia mais tarde do que os restantes e lhe foi simulada, à chegada à estação de combóio, uma entrevista pela Rádio Covilhã, alegando que ele era uma figura muito conhecida no meio social lisboeta e que era um grande prazer para as gentes da região receberem tão ilustre visitante. Durante o dia subia-se ao topo da serra para aventurosas descidas de “tobogan” nas incipientes pistas que havia na época. Também se aproveitava, para além de alguns passeios turísticos, para compras de tecidos nas fábricas de lanifícios da Covilhã. ■ José Mattos e Silva ELES & ELAS | 91


COCKTAIL DE NOTÍCIAS DEAU COGNAC TASTING BOX: O PRESENTE PERFEITO A prestigiada casa francesa DEAU, especializada em produção de conhaques de qualidade superior, preparou uma sugestão de luxo: uma coleção única e exclusiva com três obras de arte da marca numa só caixa. Caráter nobre, quase aristocrático, associado ao bom viver e gosto sofisticado. Ao longo de gerações este é o perfil traçado do conhaque, a bebida mais refinada do mundo, nascida em França na região que lhe concede o nome. DEAU Cognac, uma das marcas bandeiras deste néctar, inspira-se na personalidade forte e complexidade desta bebida e apresenta ao mercado uma sugestão exclusiva para verdadeiros apreciadores. DEAU Cognac Tasting Box, uma elegante caixa com três conhaques em quantidade de prova, convida à experimentação de três clássicos da casa: Deau XO, Deau Black e Deau Louis Memory. Estas garrafas, conhecidas como as “montras” da casa, transportam o verdadeiro luxo e exclusividade destes conhaques para o copo, revelando as diferentes qualidades da Coleção Deau. Ainda que não se repita o cenário do homem executivo sentado no cadeirão, com lareira acesa ao lado e de copo na mão, esta coleção limitada é o complemento perfeito para um serão bem passado num ambiente contemplativo e discreto. O melhor entre os melhores para oferecer a pessoas verdadeiramente especiais. ■ MARANTZ HD-DAC1 A sua biblioteca de músicas de alta resolução merece o melhor desempenho. É aí que entra o amplificador de auscultadores da linha premium da Marantz com conversor digital/analógico (DAC), que libertará todo o potencial da música e vídeos armazenados em computadores e dispositivos digitais. Qualquer computador possui saídas de som analógicas, mas nenhum fabricante investe o suficiente para justificar o que gastou em auscultadores de qualidade. O HD-DAC1, por outro lado, não apenas justifica, como eleva os seus auscultadores a novas alturas graças a controlo de ganho de três níveis para compatibilidade alargada, circuitos Marantz HDAM e HDAM-SA2, DAC de qualidade audiófila (CS4398) e saídas RCA douradas de nível fixo e variável. ■ BRACELETE INTELIGENTE ACER LIQUID LEAP+ AGORA COM PRESILHA PERMUTÁVEL E SUPORTE PARA MÚLTIPLOS SISTEMAS OPERATIVOS A Acer anunciou a próxima geração de braceletes Smart com a Acer Liquid Leap+. Mais flexível que nunca, o novo produto wearable sincroniza e conecta-se agora com todos os principais sistemas operativos (Windows, Android, iOS) e o ecrã tátil OLED de 1 polegada pode ser afixado à bracelete com a cor à sua escolha. A vida é mais do que o número de passos que damos; o Liquid Leap+ é ação, movimento, ligação e flexibilidade. Ao desenvolver o Liquid Leap+, a Acer manteve uma coisa em mente: a flexibilidade para o utilizador. Este inovador wearable integra funcionalidades que mantém todos os aspetos da vida do utilizador num pequeno conjunto de uma polegada. Não há dúvida que o Liquid Leap+ radia elegância com o seu design moderno, minimalista e sem botões. Mas as suas qualidades vão muito para além das aparências. O fino ecrã tátil de uma polegada encontra-se numa bracelete de borracha permutável com uma superfície curva especificamente concebida para diminuir a temperatura do corpo ao minimizar o contacto com a pele. ■

92 | ELES & ELAS


MILLE MIGLIA GTS POWER CONTROL O novo Mille Miglia GTS é uma coleção completa composta por um cronómetro com mostruário de data, um cronógrafo e um power control. Estes três modelos masculinos são inspirados nos carros que participaram nas corridas entre 1940 e 1957. Composto por aço e por um mostrador com 43 mm de diâmetro, no caso do modelo Automático e no modelo Power Control, e por um mostrador com 44 mm de diâmetro no caso do Cronógrafo – a caixa dos relógios é cuidadosamente afunilada para garantir o conforto do pulso. Conduzir em grande estilo oo longo dos anos desde o seu lançamento em 1998, que o Mille Miglia tornou-se parte da coleção Chopa rd. Em 2015, a Chopard recorda este grande clássico ao introduzir o Mille Miglia GTS (Grand Turismo Sport). Esta nova coleção composta por um Cronómetro, um Power Control e um Cronógrafo, compõe um novo movimento da Chopard: pela primeira vez o Cronómetro e o Power Control são equipados nas oficinas de Fleurier Ebauches. O design sofisticado destas novas criações rejuvenesce o espírito da Clássica Corrida encarnado pela coleção Mille Miglia, que permanece fiel aos códigos de identidade das criações durante os últimos 25 anos. Desde 1998 que a Chopard é parceira do “corsa più bella del mondo”. ■

PRO-JECT ELEMENTAL Já espreitou se não existem discos na arrecadação? O Pro-Ject Elemental, distribuído em Portugal pela SupportView, é um completo sistema verdadeiramente “plug’n’play” que além de ficar a matar na sala de estar, preenche o silêncio com os seus discos favoritos – e tudo com uma ótima relação qualidade/preço. A saída USB permite converter a música analógica para maior flexibilidade. ■

BORBOLETAS EM CASA E que tal encher a casa de borboletas com um ar vintage? Agora já pode com a This&That que traz um sortido de autocolantes numa caixa amorosa! Cole-os nos armários, nas portas, no tecto, por todo o lado e deixe-se invadir por um sentimento de primavera. ■

ELES & ELAS COMEMORA NO NORTE O SEU ANIVERSÁRIO NO DIA 30 DE MAIO NA DOURO MARINA Esta iniciativa que está a ser cuidadosamente preparada por Eduardo Burnay, terá alguns parceiros como o restaurante VICTA onde será servido para alguns convidados um jantar com a assinatura de Heitor de Melo. A festa que se segue e que entrará noite dentro, será uma celebração deste aniversário e também um sinal da estratégia da revista no que diz respeito ao reforço no posicionamento junto dos seus leitores e simpatizantes do norte. Para além da reportagem na revista também será feita uma reportagem vídeo a cargo da SKY B, sendo esta uma nova abordagem que vai ao encontro das expectativas de todos os que reconhecem o posicionamento da Eles & Elas como revista de Lifestyle e atenta ao melhor da vida social em Portugal. Vamos ter a Eles & Elas com Lifestyle e glamour em vídeo para todos poderem seguir no seu site e redes sociais. ■ ELES & ELAS | 93


LOEWE COLOCA UM "MILHEIRO" GALAICO-PORTUGUÊS NA SUA NOVA LOJA EM MIAMI

GILPIN’S: VENCEDOR DO PRÉMIO “MELHOR GIN DO MUNDO” CHEGA A PORTUGAL Nascido em 2011 na região de Westmorland, no noroeste de Inglaterra, Gilpin’s Gin chega agora ao mercado português, pela OnWine Distribuição. O nome é herdado do seu fundador, Matthew Gilpin, que inspirado pela energia dos bares de Londres, Madrid e Barcelona, decidiu criar a sua própria interpretação do icónico London Dry Gin. A marca é ainda jovem, mas conquistou no ano passado o título de “Melhor Gin do Mundo”, nos World Drinks Awards 2014, bem como Medalha de Ouro na competição International Wine&Spirits Awards em 2012. Destilado cinco vezes de forma artesanal em pequenos lotes, a produção deste gin passa pela utilização rigorosa do método clássico de alambiques que lhe confere o sabor típico e a essência do gin inglês. Para elevar a pureza dos seus sabores secos e refinados, são adicionados 8 botânicos selecionados pelo produtor: as clássicas bagas de zimbro, casca de laranja amarga, salva, borago, casca de limão, casca de lima, sementes de coentros e raízes de angélica. O carácter complexo e personalidade forte de Gilpin’s estende-se à imagem da garrafa, com detalhes minimalistas e elegantes. Um gin versátil e distinto produzido segundo as premissas tradicionais das destilarias inglesas que detém largos séculos de experiência e sabedoria. ■ 94 | ELES & ELAS

O director criativo Jonathan Anderson trabalhou em conjunto com a divisão de arquitectura da casa Loewe e juntos conceberam um espaço luminoso e aberto à volta de um elemento arquitectónico de inegável impacto visual: um "milheiro" do séc XVIII encontrado numa pequena população entre Portugal e Galiza. Um "milheiro" (ou "hórreo", em galego) é uma espécie de silo alto usado já desde a Idade Média para guardar os cereais longe da humidade e dos roedores.É a primeira vez que uma construção deste tipo é mostrada nos EUA. ■

MARIA JOÃO BAHIA CONTINUA A SURPREENDER COM AS SUAS JOIAS ÚNICAS É o caso deste magnífico anel intitulado «Em bruto» feito em ouro branco, turmalina, pérola e brilhantes. ■



LIFE STYLE

A

Rebel Ruby, (marca da Bag Anatomy) foi criada em 2014 por uma equipa de fabricantes de marroquinaria, calçado e têxtil com 3 gerações de experiência na área. No final da década de 90, as diferenças de opinião e visão de mercado eram cada vez mais acentuadas no seio desse negócio familiar levando a transformar a marca num conceito mais especializado, centrado no cliente e na prestação de um serviço personalizado e que consiste na liberdade e autonomia que cada mulher deverá ter na seleção dos seus acessórios. As clientes demarcam-se firmemente da posição de “wanna be”, e assumem hoje a sua autonomia e independência tanto nos seus percursos profissionais como no estilo pessoal com todas as letras sem se deixarem etiquetar. Cada mulher passa a ter a sua marca e o seu “inprint”. A missão da Rebel Ruby é apresentar produtos únicos, singulares, exemplares exclusivos, sem repetições, sem edições limitadas. O seu conceito aspira a auxiliar a mulher na sua afirmação e autonomia Todos os produtos são selecionados e fabricados através de métodos artesanais, respeitando a especificidade, a qualidade e a nobreza dos materiais escolhidos e assumem uma diferenciação, mas esta diferenciação é sempre definida pelas suas clientes. A BA/Rebel Ruby produz malas de senhora, de várias tipologias (crossbody, satchel, clutch, tote, Shopper, etc) sempre com produtos nacionais. Envolvendo-se em todos os processos inerentes ao fabrico, desde a seleção dos artesãos e outros fornecedores, até ao design das peças metálicas que os produtos incluem, afirmando a personalização e a identidade própria e apresentando o produto ao cliente 100% idealizado por este, desde a tipologia, dimensões e seleção dos materiais ate à apresentação final do produto ou personalizado de acordo com as especificações estipuladas, garantindo a exclusividade do modelo apresentado sem, em qualquer circunstancia, repetir um produto: Este é o fator mais diferenciador e o motivo pelo qual o conceito tem tido grande adesão. O futuro, passa pela continuidade deste conceito e dos serviços da BA, sem ter a pretensão, de ser o “next big thing” mas apenas uma outra aposta certa no mercado. Para conseguir estes modelos BA/Rebel Ruby, absolutamente exclusivos poderá encomendar no site ou na: Bag Anatomy Rua Francisco Sá Carneiro, 82, 3° Esq-Tras 4450-676 Matosinhos Tel.: 910825777

96 | ELES & ELAS


Love for Bags and Life Style

www.rebelruby.com | info@rebelruby.com | https://www.facebook.com/rebelrubybags


MAKING OF

Foram muitas horas de preparação para fazermos a produção da capa deste número. Para isso contámos com o profissionalismo de Marianna Yakobson e Andy Dyo. Estes dois simpáticos russos desdobram-se em talentos que incluem a fotografia, a maquilhagem e as técnicas dos cabeleireiros. A trabalharem no 39a Concept Store, de Raquel Prates, a dupla desenvolveu o projecto Hollywood-Me. Trata-se de um projecto de fotografia vintage, inspirado pelo ambiente e glamour do cinema clássico de Hollywood. Conjugando os conhecimentos profissionais da moda e do retrato fotográfico clássico, a linguagem distintiva de Andy Dyo e Marianna Yakobson recorre a métodos actuais para recriar as técnicas de iluminação e o vocabulário visual que em tempos conferiram às estrelas de Hollywood a sua aura de encanto, mistério e perfeição. O resultado final é, contudo, fresco e inovador. ➤

98 | ELES & ELAS


´

Não se trata de um mero jogo de imitação, ou de um banal gesto nostálgico, pois cada retrato transporta a personalidade única do seu sujeito. Mais do que replicar o ambiente e aparência das estrelas clássicas de Hollywood, os trabalhos de Yakobson e Dyo reflectem um diálogo intenso e magnético entre os fotógrafos e os retratados, onde a objectiva da câmara capta, além do “modelo”, a profundidade subjectiva destes indivíduos, cujas caras nos são familiares. Aqui reside, na verdade, a essência do bom retratismo fotográfico. Mas o melhor, é que você também pode fazer parte deste sonho. Para isso basta agendar uma sessão fotográfica contactando a Hollywood-Me vintage portrait project no Facebook ou directamente na 39A Concept Store (Rua Alexandre Herculano, 39-a). ■

ELES & ELAS | 99


RUN FOR IT

Pronto para a aventura na cidade

M

ais uma vez, o smart fortwo reinventa-se totalmente - e está mais divertido que nunca. Motor à retaguarda e tração traseira: Soa mais a um carro desportivo do que a um citadino. E nesta categoria de veículos, também isto só existe no smart fortwo. Pequeno e por isso grande na capacidade de manobra. Com um comprimento do veículo de apenas 2,69 m, com o smart fortwo encontra-se um lugar de estacionamento sem problemas. E agora é ainda mais fácil: pois a posição do banco elevada com uma boa visão periférica permite-te avistar ainda mais depressa os lugares de estacionamento livres.

100 | ELES & ELAS

Percetivelmente mais leve: a direção assistida paramétrica torna a manobra e o estacionamento nitidamente mais fáceis. A direção assistida paramétrica alia o conforto de uma direção assistida em função da velocidade com uma relação de transmissão variável em função do ângulo da direção. Twinamic é o nome da nova caixa automática de dupla embraiagem de 6 velocidades. Por outras palavras, a condução em cidade muda automaticamente para melhor. Porque a nova caixa automática é tão rápida e suave que quase nem damos por ela. E isso significa um maior conforto e uma maior poupança de combustível no fortwo automático. n




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.