Eles & Elas 286

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He & she - LifeStyle

BAILE DE DEBUTANTES EM PARIS

ELES & ELAS 286 . JAN. / FEVEREIRO 2015

EXCLUSIVO Jantar do Amor FALCOARIA o desporto dos reis DIA DO PAI o que oferecer?

Catarina A FILHA STAR DE PASSOS COELHO

REIS SEM COROA: Quem são? DÉCADAS DE MODA Os vestidos icónicos




& Janeiro / Fevereiro 2015

CAPA: Catarina Padinha | 6 PREMIÈRE: Baile de Debutantes | 13 CARAS & COROAS: Reis sem coroa | 30 ELES & ELAS: Love is forever | 36 STYLES: 10 décadas, 10 vestidos | 50 RUBRICAS: Belas Notícias | 66 Cartaz | 77 Cocktail de Notícias | 91 Vitrine | 93 BELEZA: Solário - Sunsecret | 70 ENTREVISTA: Sofia Gião | 74 DESPORTO: Descobrir a falcoaria | 80 Final taça de dessage | 86 O HOTEL: OC Hostel | 88 AMBIENTES: Velas Baobab | 92 SOCIEDADE: Festas nos países do oriente | 96 Please allow me to introduce myself | 98 DESTAQUES: Rainha Fabíola. Pierre Casiraghi. Luísa Real. Loja das Meias | 88 HE & SHE PARTIES: Festa Nina de Araújo e Pia Hylen | 102 Festa Alexandre Alves Ferreira | 103 Inês Perreira | 104 Kioma | 105 SAÚDE E BEM ESTAR: Ano novo, sorriso novo | 106 RUN FOR IT: Volvo XC90 | 100

Eles & Elas — Desde 1982 DIRETOR Maria da Luz de Bragança EDITOR Nuno Vaz de Moura PRODUÇÃO César Soares EDITOR PROPRIETÁRIO Gabinete 1 4 | ELES & ELAS Imprensa, Promoção,

Relações Públicas, Lda Editor nº 211 326 DIREÇÃO, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, PRODUÇÃO Rua de S. Bernardo, 27 - A 1200-823 Lisboa Tel.: 210 999 674 Fax: 210 964 972 PUBLICIDADE E-mail:gabinete1@gabinete1.pt GRAFISMO, PRODUÇÃO,

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EDITORIAL

postada em reduzir o enorme arquivo que me acompanha há 33 anos, tenho estado a rever milhares de documentos, laudas e ozalides ( que muitos jovens jornalistas nem saberão o que era), convites, cartas; entre elas encontrei o 1º editorial ao qual chamei Carta ao Leitor, prontinha para ir para o Teletipista, profissão que já não existe… E foi assim: Carta ao leitor No mundo de hoje o inteligente desinformado faz figura de parvo. Pugna-se, como ao tempo do Senhor Reitor da algures paróquia serrana, pela erudição em detrimento da cultura que é, afinal, a única coisa que resta depois de termos lido todos os livros. Porém, voltou a não passar o tempo para conversas de salão, ao chá ou, mais modernamente, ao"cocktail"da recepção do pôr-do-sol, citando frases-arrevesadas-de-autores de renome, ou belas estrofes de poemas gastos. Só que não há tempo nem dinheiro para ler livros. Daí o não percebemos o milagre. Mas é claro que o inteligente está-se nas tintas para o seu estatuto de desinformação e ataca por outras vias. Procura, no essencial, o que lhe garante a actualização, pois a informação é desinformatizante quando as tendências pintam a côr da ideologia que lhes serve. "Tempo - é uma questão de prioridade", definiu alguém. A afirmação não é gratuita.Tem essência e substância. Contudo, o tempo-hoje é caro. E não há dinheiro a perder. Vivemos na corrida dos obstáculas sem maravilhoso do desportivo, pois a corrida das quadrigas emparelha com a maldade consciente das troicas. O que gostáriamos de dizer é que, para além da Comunicação Social, temos de repensar e descobrir a Comunicação essencial. Como leitor bem sabe, brincar com as palavras é quase fácil. Na anedota mais ridícula existe uma centelha de verdade. Eis o que buscamos: a Verdade. Desprezamos o caminho fácil e temos - naturalmente - aversão ao difícil. Partimos, tão simplesmente, do princípio de que o leitor é - tem de ser! - objectivo primeiro. Porque ele carece de tempo, de dinheiro, de vida para desperdiçar. A vida é uma chatice onde já nem cabe a loucura (antes o stress, a insanidade, a crise psiquiátrica dos sedativos e barbitúricos). Haja quem se rebele!- nós. E nós é um abraço extensivo desta Redacção de Loucos ao não-erudito que nos quís acompanhar: ao Leitor. Um pingo de texto para todos, uma colher de linhas para alguns, um prato de páginas para o Leitor. Sejamos coerentes: quem não gosta da fofoca de uma Crónica Social, de saber o que os outros pensam, de cuidar um pouco dos males do semelhante? E quem não aprecia digerir uma sátira a um anónimo que todos sabemos quem é? E, já agora, um desabafo: o Jornalista, hoje em Portugal, é um bicho mal visto. Condicionado aos interesses de terceiros, ao salário da renda-de-casa-e-cosmes-e-bebes da família, vê reduzido ou nulo o mais belo preceito constitucional: A LIBERDADE! Aqui, com Eles e Elas, vai tê-la.

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CAPA

UM DOCE DE MENINA

por Nuno Vaz de Moura

C

atarina Padinha é a filha de duas figuras muito conhecidas do público português: a sua mãe Maria de Fátima – ou Fá – foi uma das vocalistas do muito celebrado grupo musical «Doce». Quanto ao seu pai, é nada mais nada menos, que o actual Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. A jovem salta agora para a ribalta. Foi após uma sessão de fotografias, para uma agência de modelos, que tomámos conhecimento da sua existência. Acompanhem-nos numa entrevista que revelou uma rapariga simples, reservada e sem pretensões mas com muitos sonhos e desejos de uma carreira pública. ➤

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Fale-nos um pouco das suas origens. Onde nasceu, onde cresceu, onde estudou,... Nasci em Lisboa, no Hospital de Santa Maria, mas cresci em Alfornelos, na Amadora. Era onde moravam os meus pais na altura. Mas mesmo depois do divórcio continuei a morar lá com a minha mãe, mas já noutra casa. Os seus pais separam-se quando tinha que idade? Eles separam-se quando eu tinha oito anos. E como foram os seus estudos? Esteve em algum colégio? Não, sempre andei em escolas públicas. Andei no Extrenato das Pedralvas, mas de resto sempre escolas públicas. Os meus pais sempre me deram uma educação muito modesta. Estudei sempre na zona de Alfornelos, mas estive em duas escolas secundárias. Primeiro, na D. João V, onde estava em Economia e depois, no final do 11º descobri que não era a via que eu queria e fui para Artes. A D. João V não tinha a área de Artes e por isso tive mesmo que mudar. Mas acho que teria mudado de qualquer forma só para mudar de ares. A Catarina tem mais irmãos? Irmãs. Eu costumo brincar e dizer que o meu pai só sabe fazer mulheres. (risos) Até os animais, só tínhamos cadelas. Quatro cadelas. (risos). Eu tenho uma irmã mais velha, a Joana, que tem agora 26 anos; e durante anos fui sempre eu a filha mais nova, só que depois o meu pai conheceu a Laura e casaram-se uns anos depois. E aí surge a minha irmã mais nova, que é a Júlia. Hoje está com 7 anos. Enquanto filha de duas figuras públicas, sendo a sua mãe uma das cantoras do famoso grupo feminino «Doce» e o seu pai um político, como foi crescer nesse ambiente? Nada de diferente. A minha mãe já não cantava quando eu era pequena. Depois arranjou trabalho como se-

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cretária. Começou na Galp e agora está na Ren. Eu admito que nunca andei muito a par da vida profissional do meu pai. Sou um pouco despistada. Da vida dos meus pais, quando eu era pequena, lembro-me de muitas coisas, mas algumas passaram-me completamente ao lado. Como por exemplo, a actividade profissional do meu pai. Mas foi algo propositado da parte do seu pai? Uma forma de a proteger da exposição pública? Não, sou mesmo eu que sou despistada! Podia ver qualquer coisa, mas como não percebia o significado não prestava atenção. Mas quando os

"Eu acho que não temos que seguir as convenções da sociedade"

meus pais se separam fez-me abrir os olhos. E cresci. Sabe que se costuma dizer que as crianças que passam por um divórcio tendem a crescer mais depressa. E isso aconteceu-me. Tive que me aperceber de facetas da vida menos agradáveis. Mas não foi tudo mau. Continuei a ver o meu pai e a viver com a minha mãe. E aí comecei a aperceber-me mais do que ele fazia. Quando o seu pai se torna Primeiro Ministro de Portugal, houve alguma coisa que mudou na sua vida? Teve que fazer alguma alteração ao seu dia a dia? Não, nada. A única coisa que mudou foi que não podia vê-lo tantas vezes como antes. Mas isso também não foi só por ele estar muito ocupado, mas também pela minha idade. Já quero

fazer as minhas próprias coisas e não o procuro tanto como fazem as raparigas quando estão a crescer. De momento sei que está a estudar na Universidade de Belas-Artes (FBAUL); como nasce esse interesse pela Arte? Já desde pequena gostava muito de desenhar. Lembro-me quando tinha 10 anos, ia para o emprego da minha mãe, na altura das férias de Verão, e passava lá o tempo a desenhar. Adorava desenhar roupa, sobretudo. Com o tempo foi crescendo o gosto e o jeito. Quando depois do 9º ano tive que escolher a área, falei com a minha mãe. Ela, na altura, desaconselhou-me. Dizia-me que era um curso que não tinha saída. E quando acabar o curso? O que pretende fazer? Na verdade gostaria de seguir uma carreira musical. Neste momento estou a aprender a tocar piano. Mas de forma autodidata. Começou como um passa-tempo, mas agora estou muito interessada nesta vertente. Mas, como se tem falado muito, a Catarina também quer fazer carreira como modelo, certo? Sempre foi também algo que quis fazer. Sempre fui alta e várias pessoas chamavam-me à atenção para isso, que seria uma mais-valia para ser modelo. E à primeira vista são só benefícios: podemos experimentar roupa, tirar fotografias, sentir-se bem consigo própria,... e ainda ganha dinheiro! A juntar a isso ainda é uma actividade que pode ser compatível com as aulas. Não é como ter um emprego a tempo inteiro ou parcial; é algo que acontece só de vez em quando. Quanto mais coisas eu puder fazer ao mesmo tempo, melhor. Quanto a uma carreira política, já alguma vez pensou? Não! Não é uma carreira que queira, nem sequer tenho algum interesse por política. Apesar de saber que é totalmente irresponsável da minha parte sendo o meu pai a pessoa que é. A minha mãe também adora ➤


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política e está sempre a par. Compreendo a importância da política, mas não me entusiasma. Como é que é a sua relação com a nova família? Já conhecia a Laura há muitos anos. Antes mesmo de ela e o meu pai se casarem. Temos uma muito boa relação. Fazem um casal muito simpático. Fazem uma família muito unida e são muito divertidos. Gostam de fazer jantares em casa e de música. Como a Laura tem ascendência africana e andou lá por Cabo Verde, Angola, Guiné,...tem uma cultura musical que está presente no dia a dia. E quanto a amores? Tenho um namorado. Mas não sei o que dizer acerca disso. Já namoram há muito tempo? Podemos esperar um casamento? É um namoro que ainda está no começo. Quanto ao casamento: não faço tenção de casar. Eu acho que não temos que seguir as convenções da sociedade. Se eu quiser um dia assentar posso viver e ter filhos com essa pessoa mas não tenho, necessariamente, ter um papel para oficializar isso. E posso dizer que, o rapaz com quem estou a namorar partilha da mesma opinião. Anda na mesma Universidade que a Catarina? Podemos saber o seu nome? Anda também na Universidade, mas não na minha. Quanto à sua identidade é um assunto que gostaria de manter discreto. Agora vamos a umas perguntas rápidas para conhecer um pouco dos seus gostos e interesses. Qual seria o seu destino de eleição? Admito que tenho muitos, mas o mais antigo é a Escócia. Ainda é muito nova, mas qual seria o livro da sua vida? Gosto muito de ler. E há muitos que poderiam sê-lo. Mas gosto sobretudo do que se chamam «romances celtas». Falou-nos há pouco que gostaria de seguir uma carreira musical. Que tipo de músicas ouve? Gosto de ouvir quase tudo. As músicas do séc. XX tiveram uma panóplia de estilos que se podem ouvir do princípio ao fim. O únicos tipos de música que não me atraem, talvez por não estar muito habituada, são os de rock mais pesado como o Metal e o Heavy Metal. Em termos do que eu desejaria cantar seria algo dentro do Jazz e do Swing. Acho que a minha voz adequa-se bastante bem. Consideraria fazer umas novas «Doce», como o grupo da sua mãe? Penso que sim. Adoraria fazer parte de uma banda com mais do que uma vocalista. Seria tão “fixe”. n ➤

Fotos: Jorge Pinto Agradecimentos: Cabelos e Maquilhagem: Marina Cruz Cabeleireiros (Valter Videira) Vestuário e acessórios: Loja das Meias (Dior e Stella McCartney) 10 | ELES & ELAS




PREMIÈRE

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ara a vigésima edição do Baile, o Hôtel de Crillon, a Maison Bucherer e o grupo Renault apresentaram as debutantes ao mundo. Cada menina usou um vestido de Alta-Costura, de um estilista de sua escolha, com magníficas peças de joalharia da griffe suíça Bucherer a complementarem o conjunto. De 1992 a 2012, o Hôtel de Crillon foi o local privilegiado para este baile. Porém, encontra-se agora em fase de remodelação, sendo que este ano o baile aconteceu no Palais de Chaillot, contando, contudo, com a profissional equipa do Crillon. Este evento internacional é o único baile de debutantes francês e tem por objectivo a recolha de fundos para uma associação de beneficência. À apresentação das debutantes segue-se um sumptuoso jantar e ...o baile. Mais uma vez, Ophélie Renouard, a criadora do baile, reuniu jovens da melhor estirpe vindas um pouco de todo o Mundo: Reino-Unido, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Brasil, China, etc. As debutantes têm entre 16 e 22 anos e são acompanhadas por um «Cavalier» por elas nomeados. ➤ 13 | ELES & ELAS


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SAR Princesa Elisabeth de Bourbon Parme (Alexis-Mabille-HC, Bucherer-Jewellery) e SAR PrĂ­ncepe Amaury de Bourbon Parme

Alexandra Moncada 16 | ELES & ELAS (Natan, BuchererJewellery) e Rory Frederik Spies

Isabel Beatty (Elie-Saab-HC, Bucherer-Jewellery) e Brandolino-Gritti

Diane de Chabot Tramecourt (Ralph-Lauren, BuchererJewellery) e Comte Stanislas de La Rochefoucauld


Princesa Alexia von Auersperg-Breunner. Áustria. 18 anos. Alexia, de sangue real, tem pai austríaco e mãe grega: Karl e Demetra von Auersperg-Breunner. Para o evento escolheu um vestido Emilio Pucci e fez-se acompanhar por Don Nicolás Hart-Pallavicini Sainz de la Cuesta. Princesa Lavinia Boncompagni Ludovisi. Itália. 18 anos. Lavinia é filha do Príncipe Francesco Boncompagni Ludovisi e de Violante Guerrieri Gonzaga; tendo descendência, em linha directa, do papa Gregório XIII (1572-1585). Fez-se acompanhar do seu irmão, SAR o Príncipe de Parma Amaury de Bourbon, tendo usado um deslumbrante vestido de Alexis Mabille.

Ella Mountbatten (Ralph & Russo - Couture, BuchererJewellery) e SAR Príncipe Henri de Bourbon Parme

Princesa Larissa Windisch Graetz. Itália. 18 anos. Larissa é filha da Arquiduquesa Sofia d'Austria e de Mariano Hugo, Príncipe de Windisch Graetz, actual Presidente da casa Windisch Graetz e Embaixador da Ordem Soberana Militar de Malta pela Eslovénia. Foi nomeado por SS papa João paulo II como «Cavaleiro de Sua Santidade». Larissa escolheu um vestido Valentino e teve como par, Tommasso Crimi. Condessa Diane de Chabot-Tramecourt. França. 21 anos. Filha do Conde Thierry de Chabot-Tramecourt e da jornalista de moda Alix, Diane é já figura conhecida da «tout-Paris». No baile, vimo-la com um vestido Raulph Lauren e acompanhada pelo Conde Stanislas de La Rochefoucauld. Baronesa Melanie Hottinguer. Suíça. 17 anos. Filha do Barão Paul Hottinguer, Melanie descende de uma família de banqueiros que remonta ao séc. XVIII. A sua mãe, Paula, é italiana. O seu vestido tinha a griffe Pascal Millet e o seu par foi o Marquês Aloisio Carrassi del Villar. Alexandra Moncada. Bélgica. 16 anos. O seu pai, Sir Salvador Moncada, é um cientista de renome internacional e sua mãe é SAR a princesa Esmeralda da Bélgica, a filha mais nova do defunto Rei Leopoldo III. Alexandra escolheu um vestido da Casa Natan, a sua marca belga preferida. O seu «cavalier» foi Rory Frederik Spies. Ella Mountbatten. Reino-Unido. 18 anos. Descendente da Rainha Victória de Inglaterra, o seu pai é o Lord Ivar Alexander Michael Mountbatten e sua mãe, Pénélope Anne Vere Thompson. Ella partilha laços familiares com quase todas as grandes casas reais da Europa. Apresentou-se num soberbo vestido dos criadores australianos Ralph & Russo Couture e teve como «cavalier» SAR o Príncipe Henri Bourbon, Príncipe de Parma. ➤

Princesa Larissa Windisch Graetz (Valentino-HC, Bucherer-Jewellery) e Tommaso Crimi

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Emily Madrigal (J. Mendel, Bucherer-Jewellery) e Theodore Rubin

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Juliette Dell (Reem Acra, BuchererJewellery) e Zachary Dell

Ginevra Fontes Williams (Guo Pei, BuchererJewellery) e Victor-Belmondo

Rose Fisher (Gaultier-Paris, BuchererJewellery) e Comte Pierrot du Saillant


Isabel Beatty. Estados Unidos. 17 anos. Filha de duas grandes estrelas de Hollywood: seu pai é Warren Beauty e sua mãe Annette Bening. Conta ainda na sua família com uma outra grande actriz: a sua tia Shirley MacLaine. Isabel vestiu Elie Saab e tomou como «cavalier», Brandolini Gritti.

Caroline Bell. Estados Unidos. 18 anos. Os famosos produtores de Hollywood Brandley e Colleen Bell são os progenitores de Caroline. Escolheu um vestido da estilista filipina Monique Lhuillier e o seu «cavalier» foi Maxime Sabet d'Acre. Anna Cleveland van Ravenstein. Estados Unidos. 22 anos. Anna vem de uma família de manequins: Paul van Ravenstein e Pat Cleveland - a primeira modelo negra de Alta Costura. Segue os passos dos pais e aos 13 anos, Anna já desfilava para a Chanel. Talvez por isso tenha escolhido um vestido desta marca para o evento, onde brilhou ao lado de Pierre-Yves Toledano. Sophie Coleridge. Reino-Unido. 18 anos. Sophie é filha de Georgia e de Bicholas Coleridge, Presidente do grupo editorial Condé Nast International. O seu vestido era Alexander McQueen e o seu «cavalier», Barney Harris. Princesa Lavinia Boncompagni Ludovisi (Giambattista Valli-HC, Bucherer Jewellery) e o Príncipe Pietro Ruffo di Calabria

Juliette Dell. Estados Unidos. 18 anos. Campeã de equitação, Juliete é filha do empresário Michael Dell, fundador da empresa de informática que toma o seu nome. Sua mãe, Susan, gere a associação de beneficência criada pelo casal Bell. Juliette escolheu um vestido Reem Acra e teve como par o seu irmão gémeo Zachary Dell. Rose Fisher. Estados Unidos. 19 anos. Rose é filha de William Fisher, presidente da Gap e neta de Don Fisher, fundador da famosa marca. A sua mãe, Sakurako Fisher, é a presidente do conselho de administração da Orquestra Sinfónica de São Francisco. Acompanhada pelo Conde Pierrot du Saillant, Rose surgiu num divertido modelo Jean Paul Gaultier. Ginevra Fontes Williams. Brasil. 21 anos. Filha do empresário brasileiro Luiz Fontes Williams e da Princesa italiana Valentina Moncada, Ginevra usou um modelito da criadora chinesa Guo Pei e fez-se acompanhar do filho mais novo do actor francês Jean Paul Belmondo, Victor. Corinne Fox. Estados Unidos. 20 anos. Figura já conhecida das passadeiras vermelhas, Corinne é filha do famoso cantor e actor de Hollywood, Jamie Foxx. Escolheu um vestido Marchesa e fez-se acompanhar por Constantin Sabet d'Acre. Léa Gritti. Suiça. 16 anos. A família de Léa é veneziana de origem e está ligada ao famosos Palazzo Gritti, hoje Hotel Gritti e que pertence ainda à família. Léa vestiu uma criação de Azzedine Alaïa e teve como «cavalier» o seu irmão, Lodovico Griti. ➤

Noema Kosuth (Vivienne Westwood, Bucherer-Jewellery) e Mark Kidgell

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Viola Jacobsen Mikkelsen (Jesper Hovring, Bucherer) e Lodovico Gritti

Sophie Coleridge (Alexander McQueen, Bucherer-Jewellery) e Barney Harris

Sabrine Keane (Andrew Gn, BuchererJewellery) e Emile Kaczorowski

Naomi Schroder (Stephane Rolland-HC, Bucherer-Jewellery) e SAR PrĂ­ncipe Michel de Bourbon Parme


Viola Jacobsen Mikkelsen. Dinamarca. 21 anos. Viola é filha do famoso actor dinamarquês Mads Mikkelsen e da manequim Hanne Jacobsen. Usou um vestido de um estilista seu conterrâneo: Jesper Hovring que o criou especialmente para ela. O seu «cavalier» foi Massimiliano Gritti.

Sabrine Keane. Estados Unidos. 18 anos. Sabrine é filha do fundador da empresa Vistaprint, Robert Keane. Escolheu um vestido de Andrew Gn e foi levada por Emile Kaczorowski. Noëma Kosuth. Estados Unidos. 21 anos. Noëma é filha do artista plástico Joseph Kosuth. A debutante americana vestiu uma criação de Vivienne Westwood e foi acompanhada por Mark Kidgell. Eleanor Lam. Hong Kong. 22 anos Eleanor é filha de de Peter Lam: um produtor e distribuidor de filmes. É, igualmente, Presidente da «Lai Sun Development Company» e da «Lai Fung Holdings», e administrador da «Sun Holdings». Sua mãe, Lynn Hsieh, é uma conhecida cantora e actriz da Taiwan. Eleanor surpreendeu com um sumptuoso vestido Christian Dior Haute Couture. O seu «cavalier» foi o Visconde Emilion de Roquefeuil. Lea Gritti (Azzedine Alaïa, BuchererJewellery) e Massimiliano Gritti

Alexandra Louey. Hong Kong. 19 anos. Os dois ramos da família de Alexandra são muito importantes em Hong Kong. Descende de William Sui-tak Louey, fundador da «Kowloon Motor Bus Company», a sociedade de transportes públicos que é hoje dirigida pelo seu pai, William Louey. A sua mãe, Marie Christine Lee-Louey, é a fundadora da empresa Sport Max HK Co e é considerada a mulher mais elegante de Hong Kong. Alexandra vestiu Georges Chakra Couture e o seu «cavalier» foi Octave le Gouvello du Timat. Emily Madrigal. Filipinas. 19 anos. Sendo o nome Madrigal uma importante referência no mundo do Imobiliário e transportes marítimos nas Filipinas, ambos os pais são professores universitários. Vincent Madrigal, na Universidade de Nova Iorque e Ann Harrison Madrigal na Wharton School. Veste J. Mendel e tem como «cavalier», Theodore Rubin. Margot Massenet. França. 17 anos. Do lado do pai, Margot vem de uma família de músicos. A sua mãe, Aliénor Massenet exerce a profissão de «nez», ou seja, criadora de perfumes. Margot apresentou-se com uma criação de Schiaparelli Haute Couture e esteve acompanhada por Sixte de l'Espée. Naomi Schröder. Alemanha. 22 anos. Naomi é filha de Uwe Schröder, que fundou a Tom Tailor, uma marca alemã de vestuário. Vestiu uma criação de Stéphane Rolland Haute Couturee o seu «cavalier» foi SAR o Príncipe Michel de Bourbon Príncipe de Parma. n ➤

Margot Massenet (Schiaparelli-HC, Bucherer - Jewellery) e Sixte de l'Espée

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Ophelie Renouard e Stephane Bern

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Paula e Vasco Bobone

Caroline Bell (Monique Lhuillier e Bucherer-jewellery)


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Eleanor Lam (Dior-HC) e Alexandra Louey (Georges Chakra)

26 | ELES & ELAS Princesa Lavinia Boncompagni Ludovisi (Giambattista Valli-HC, Bucherer jewellery) com a sua m達e, Violante

Anna e Pat Cleveland van Ravenstein (Chanel-HC)

Margot Massenet (Schiaparelli-HC, Bucherer jewellery) com os seus pais


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SAR Princesa Elisabeth de Bourbon Parme (Alexis Mabille-HC) com Alexis Mabille e sua m達es a Princesa Constance de Bourbon Parme 28 | ELES & ELAS

Alain Boucheron com SAR Princesa Esmeralda de Belgique



CARAS & COROAS

A

ctualmente existem doze monarquias soberanas na Europa. O conjunto inclui: o Principado de Andorra, o Principado do Liechtenstein, o Principado do Monaco, o Grão-Ducado do Luxemburgo, o Estado da Cidade do Vaticano, o Reino da Noruega, o Reino da Bélgica, o Reino da Dinamarca, o Reino dos Países Baixos, o Reino da Suécia , o Reino de Espanha e o Reino da Grã-Bertanha e Irlanda do Norte; sendo que os sete últimos são membros da União Europeia. Nas monarquias é costume o Chefe de Estado herdar o seu título que mantém durante toda a vida ou até abdicar, como se viu nos recentes casos do Rei de Espanha e da Rainha dos Países Baixos. Dois exemplos há, porém, que são diferentes: o de Andorra, onde existe uma diarquia em que o lugar cimeiro é divido pelo Presidente eleito da França e o Bispo de Urgell; e o do Vaticano, em que o soberano - Sua Santidade o Papa - é eleito por um conclave. ➤ 30 | ELES & ELAS


N

o início do século XX, em toda a Europa, apenas a França, a Suíça e São Marino tinham optado por um regime repúblicano de governo. O malogrado advento da I Grande Guerra e várias revoluções internas vieram alterar fronteiras e regimes políticos, surgindo uma apetência para a mudança e adopção do sistema repúblicano. Mas, se agora as Repúblicas europeias decidissem voltar a serem monarquias, quem seriam os seus soberanos? O mapa da Europa é hoje muito diferente do que era nessa altura. Com o Congresso de Viena, os quatro principais países vencedores - Austria, França, Russia e Reino Unido - re-desenharam o mapa da Europa. A seguir, vários acontecimentos políticos foram fazendo que novos traços se desenhassem nos mapas fazendo surgir novos países e apagando outros. Dos países europeus que existem neste momento, quisemos saber quem seriam os legítimos herdeiros das coroas reais. Em quase todos os casos a resposta não parece fácil, não só pelas grandes mudanças das fronteiras políticas como por dissenções internas daqueles que apoiam a monarquia. Por vezes há mais do que um favorito à coroa, em outras complicadas questões de descendência tornam difícil identificar o pretendente mais legítimo. Tendo isto em conta deixamos aqui uma lista daqueles que, de forma mais ou menos pacífica, são reconhecidos como os «reis sem coroa». ■

T

TRONO DE FRANÇA

endo em conta que em França a Monarquia foi terminada, de forma brutal, pela Revolução Francesa, mas de novo reposta por Napoleão, existem duas linhas que chamam a si o direito ao trono. Dos descendentes de Napoleão, seria Jean-Christophe, Príncipe Napoleão (Jean Christophe Louis Ferdinand Albéric Napoléon, nascido a 11 de Julho de 1986) aquele que é reconhecido como o mais legítimo. É o actual chefe da antiga Casa Imperial da França e herdeiro do legado de Napoleão Bonaparte. Quando o seu avô, Louis, faleceu em 1997, deixou-o como seu herdeiro, em desfavor do seu filho primogénito Charles Napoleon. Na outra linha, descente de Louis XVI, temos Louis Alphonse, Duque de Anjou (Luis Alfonso Gonzalo Víctor Manuel Marco de Borbón y Martínez-Bordiú, nascido a 25 de Abril de 1974). Aquele que, herdando o trono, seria o Louis XX de França, é bisneto de Afonso XIII da Espanha e primo de Juan Carlos I da Espanha. Malogradamente, também é bisneto do ditador Francisco Franco. A 30 de Janeiro de 1989, quando o seu pai, Duque de Anjou e Cádiz, tem num acidente mortal de ski, Luís torna-se "chef de la Maison de Bourbon" (Chefe da Casa Real francesa), e assume o título de Duque de Anjou. Louis é apoiado pelos «légistimistes» - o termo foi originalmente aplicado a todos aqueles que apoiaram Carlos X da França após a sua substituição como rei francês pelo seu primo, Luís Filipe de França a 9 de agosto de 1830. Contudo, tem como opositor o anterior Rei de Espanha, D. Juan Carlos. Tal ficou patente aquando o casamento de Louis Alphonse com Maria Margarita de Vargas y Santaella em 6 de Novembro de 2004 em La Romana, na República Dominicana, tendo todos os membros da Família Real espanhola se recusado a comparecer. ■ ➤

Jean Christophe Principe Napoleão

Louis-Alphonse, Duque de Anjou ELES & ELAS | 31


Constantine & Anne Marie

Vittorio Emanuelle, Príncipe de Nápoles

E

TRONO DE ITÁLIA

m Itália, o herdeiro ao trono seria D. Vittorio Emanuele, Príncipe de Nápoles (Vittorio Emanuele Alberto Carlo Teodoro Umberto Bonifacio Amedeo Damiano Bernardino Gennaro Maria di Savoia, nascido a 12 de Fevereiro de 1937). Vittorio é filho do Rei Humberto II da Itália que abdicou, depois de um referendo favorável à república, em 1946. Nessa altura os títulos nobiliárquicos são extintos em Itália, mas continuam a ser legalmente reconhecidos em outros países e pelas monarquias europeias. Vittorio, que tomaria o título de Rei Vittorio Emanuele IV, viveu toda a sua vida em exílio e é pouco amado pelo povo italiano em resultado de uma série de incidentes menos felizes. Tendo em conta este facto e a avançada idade de Vittorio é de crer que o trono passasse directamente para o seu filho primogénito Emanuele Filiberto de Savoia, Príncipe de Veneza e Piemonte. Emanuele, actualmente com 42 anos anos, surge muita vezes na televisão italiana ora como actor, ou como apresentador. Casado com a actriz francesa Clotilde Courau, parece ter a imagem perfeita para estes novos tempos da Monarquia moderna. ■

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Príncipe Emanuele Filiberto di Savoia

A

TRONO DA GRÉCIA

Grécia viu a sua monarquia extinta depois de um período conturbado da sua política conhecido por "Regime dos Coronéis" e que vai de 1967 a 1973. A 1 de Junho de 1973, a monarquia é oficialmente extinta e o Rei Constantino II foi declarado deposto. A partir daí viu-se forçado a viver em exílio. Actualmente vive em Londres, com a sua mulher Ana Maria mantendo relações muito próximas com a família real inglesa: é inclusivé padrinho do príncipe Guilherme, filho mais velho de Carlos e da falecida Lady Diana; com a família real espanhola: a sua irmã é Sofia, mãe do Rei Felipe VI; e com a família real dinamarquesa: como descendente varão de Cristiano IX da Dinamarca, mantém o seu título de Príncipe da Dinamarca por direito próprio, apesar das mudanças constitucionais que o removeram da linha de sucessão ao trono dinamarquês. Tal como no caso italiano, seria de crer que, tendo em conta a idade avançada de Constantino, o trono passasse directamente para o seu filho primogénito Paulo. Actualmente com 47 anos, Paulo está casado com Maria Chantal Miller, com quem teve 5 filhos. O casal e os filhos são a imagem perfeita da família feliz e contribuiram para um aumento do apoio público na restauração da monarquia no país. ■ ➤

Príncipe Paul da Grecia e sua Mulher


TRONO DA

ALEMANHA E PRÚSSIA

J

orge Frederico da Prússia (Georg Friedrich Ferdinand Prinz von Preußen, nascido a 10 de Junho de 1976) é o actual chefe da Casa de Hohenzollern. É trisneto de Guilherme II da Alemanha e único filho varão de Luís Fernando, Príncipe da Prússia. Luís Fernando morre quando Jorge tinha apenas um ano tornando-o o primeiro na linha de sucessão do extinto trono Império Alemão e do Reino da Prússia. Tendo estes dois reinos sido abolidos em 1918 e as linhas que definem o seu território tantas vezes redesenhadas no séc. XX, é de prever que caso a monarquia voltasse a ser instituida, Jorge recebesse o título apenas de Rei da Alemanha. Formado em Economia Empresarial, Jorge actualmente trabalha para uma empresa especializada em ajudar as universidades a trazer as suas inovações ao mercado e é administrador da Fundação Princesa Kira da Prússia, fundada por sua avó em 1952. Tanto Jorge como o seu pai - um fervoroso opositor do regime nazi e patrono das artes - são personagem amadas do povo alemão. ■

Georg Friedrich, Principe da Prussia

TRONO DA

ÁUSTRIA-HUNGRIA

D

e todos os reinos da Europa, terá sido o Império Austrohúngaro o de que viu as suas fronteiras mais retalhadas no séc. XX. O território que era apenas um Estado encontra-se hoje dividido entre treze países: Áustria, Hungria, República Checa, Eslováquia, Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e as regiões da Voivodina, na Sérvia, Bocas de Kotor, no Montenegro, Trentino-Alto Ádige e Trieste, na Itália, Transilvânia e parte do Banato, na Roménia, Galícia, na Polónia e Ruténia (região Subcarpática), na Ucrânia. Daí que seja difícil de pensar na sua recuperação e na instauração de uma monarquia. Porém, se tal acontecesse seria o Príncipe Imperial, Arquiduque da Áustria, Príncipe Real da Hungria e Boémia D. Karl Thomas Robert Maria Franziskus Georg Bahnam a herdar o trono. Chefe da Casa de Habsbourg, vive na Áustria mas está proibído de usar os seus títulos tanto neste país como na Hungria. Contudo, mantém-se bastante envolvido nos interesses do seu país onde desenvolve actividade política e filantrópica seguindo as pisadas de seu pai, Otto Von Habsburg que foi membro do Conselho Europeu. Hoje, com 53 anos anos e casado com a Baronesa Francesca Thyssen-Bornemisza de quem tem três filhos, continua a acreditar no projecto de uma coligação pan-Europeia. ■ ➤

Georg Friedrich, Principe da Prussia

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Duarte de Bragança

E

TRONO DE PORTUGAL

por fim o nosso país. Já todos sabemos que o legítimo herdeiro ao trono é D. Duarte, Duque de Bragança. Mas a questão não foi sempre assim tão linear dando origem à chamada «questão dinástica portuguesa» que vem já desde a terceira década do séc. XX. A precedência ao trono português, bem como os títulos de duque de Bragança e o espólio da Casa de Bragança, direitos esses que teriam sido herdados do último rei, D. Manuel II de Portugal, que morreu no exílio sem deixar descendência foram então discutidos para averiguar quais das 3 linhas tinha direito à coroa. Para além da que conferia o direito a D. Duarte que é descendente por via paterna de D. Miguel I de Portugal, e por via materna de D. Pedro I (Imperador do Brasil, D. Pedro IV de Portugal), tendo obtido a precedência ao trono português após a morte de seu pai, D. Duarte Nuno de Bragança, em Dezembro de 1976; existe a linha dos partidários da pretendente Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança. urgiram na segunda metade da década de 1950, depois da revogação formal da Lei da Proscrição e da Lei do Banimento, quando D. Duarte Nuno vivia já em Portugal após regressar do exílio. Defendem estes que Maria Pia de Bragança, nascida em Portugal, seria filha ilegítima do Rei D. Carlos I e de uma jovem brasileira filha dum barão da borracha, Maria Amélia Laredó e Murça, sendo portanto meia-irmã do Rei D. Manuel II. Maria Pia de Bragança teve duas filhas geradas em dois casamentos distintos, Fátima Francisca Xaviera Iris Bilbao de Saxe-CoburgoGota e Bragança, que se recolheu a um convento e faleceu precocemente aos cinquenta anos de causas naturais e Maria da Glória Cristina Amélia Valéria Antónia Blais de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança, que renunciou às suas pretensões dinásticas. Mesmo que algum dia estas pretensões sejam aceites como legítimas, esta linha encontra-se hoje extinta, por morte da pretendente e renúncia da sua filha sobrevivente. A terceira linha seria a escolha dos membros da casa de Loulé, cujo atual representante é Pedro José Folque de Mendoça Rolim de Moura Barreto. Os Loulé são descendentes diretos de D. Ana de Jesus Maria de Bragança, infanta de Portugal e filha de D. João VI, que se casou com Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto, feito primeiro duque de Loulé, de juro e herdade. Porém, a posição do Duque de Loulé parece ser a de confirmar a legitimidade de D. Duarte Pio, pois tanto D. pedro Barreto pediram a renovação dos seus títulos a D. Duarte. A questão fica resolvida em 2006 quando o Departamento de Assuntos Jurídicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros fundamentou o reconhecimento de D. Duarte Pio de Bragança como legítimo herdeiro da Casa Real Portuguesa e o Estado português confere a D. Duarte Pio representatividade política, histórica e diplomática. Assim sendo, falta agora saber: poderemos sonhar com um novo Reino de Portugal? ■

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Família Real Portuguesa



ELES & ELAS

LOVE IS FOREVER O

Amor dura para sempre! O amor é o motor do mundo! Para celebrar o amor e esquecer as maçadas que a crise e o ano passado trouxe a todos nós, convidámos uns amigos para um agradável jantar no elegante restaurante Aura, ali no Terreiro do Paço. Trocámos dedos de conversa, comemos divinalmente e bebemos uns copos em comemeroção do ano que agora começou. Foi muita a risota e os convivas ficaram loucos com os presentinhos que os nossos patrocinadores gentilmente cederam. Se 2015 correr tão bem como este convívio espera-nos um ano em grande! Cheers! ➤ 36 | ELES & ELAS


Maria da Luz de Bragança

Tracy Richardson e Adelaide Sousa

Maria José Galvão de Sousa e Humberto Leal

Teresa Pinto Coelho e António Villar

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Isabel Nogueira e Eldon do Valle

Manuel e Diana Pinto Coelho

Ana Salazar e Nuno Reis

Marta Amorim e Antonio Pinto Basto


1. O que pensa sobre a Eles & Elas? 2. Quais os seus desejos para 2015? 3. O que é para si o Amor? Bárbara Norton de Mattos (actriz) 1. Tenho um carinho muito especial pela Eles & Elas. Foi nesta revista que apareci pela primeira vez, há alguns anos, na vossa festa de Debutantes. Com a minha prima Mariana, que está também aqui hoje. Na altura ainda não fazia televisão e aquilo foi um momento muito empolgante. Achei o máximo: todo o evento com o cuidado que a Eles & Elas sabe ter com as pessoas, com o requinte, ... Foi uma festa muito bonita. 2. Muita saúde, que é o mais importante. E... muito amor! Acho que faz falata a muita gente (risos). A mim não, graças a Deus. Para mim quero o mesmo amor que tive o ano passado, mas para toda a gente muito amor. 3. O amor é o melhor que podemos ter! Há vários tipos de amor: o amor pela minha filha, o amor por quem partilhamos a vida, o amor pelos nossos amigos, ... Eu tento sempre, mesmo nas situações piores, responder sempre com amor. É a maneira de me sentir feliz comigo própria. E isso é o mais importante.

Isaurinha e Cinha Jardim

Cinha Jardim 1. Adoro a Eles & Elas! Como eu costumo dizer é uma revista antiga, como uma boa antiguidade, que nos tem trazido nestes anos todos um estilo próprio. É uma revista que tem aquelas coscuvilhices que todos nós gostamos de saber (quem vai a um jantar, quem esteve naquela festa), mas que nunca difama ninguém. 2. Fora do choradinho que todos nós todos dizemos, que gostemos mais de nós próprios e dos outros. Que estejamos sempre presnetes para dar aquele abraço e aquele sorriso. Ah.. e que o meu Benfica seja campeão! (risos) 3. Há duas alavancas que fazem mexer o mundo: o dinheiro e o amor. Mas o amor prevalece sempre! Teresa Pinto Coelho 1. A revista Eles & Elas é uma referência de anos. Houve outras revistas que apareceram entretanto do mesmo género, e também de qualidade, mas não conseguiram ultrapassar a Eles & Elas. 2. Além daquelas banalidades que são importantes como a paz, saúde, etc; gostava que este país encontrasse um consenso, que os portugueses se unissem e trabalhassem todos para o mesmo fim que é um bem-estar maior para todos nós. 3. O amor é que faz andar o mundo. O dinheiro também faz, mas o amor é o mais importante!

Maria da Luz de Bragança e Alexandre Alves Ferreira

Maria José Galvão de Sousa 1. Gosto muito da Eles & Elas. Acompanho a revista há muitos anos. A Maria da Luz de Bragança tem muito valor pela presistência e por ter mantido a qualidade da revista ao longo deste tempo. E ainda toca temas que, de facto, não são abordados nas outras. 2. Saúde que é sempre o principal. E ser feliz! Se eu tiver saúde, e as pessoas ao meu lado estiverem bem também, então serei feliz. E que haja trabalho, que também é muito importante. 3. Neste momento da minha vida, acho que o amor passa muito pelo companheirismo. E penso que encontrei e estou bem. E é isso que agora quero cultivar. Porque mesmo o companheirismo é preciso ser tratado, ser cuidado diariamente. ➤

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Bárbara Norton de Matos

Teresa Pinto Coelho e Maria José Galvão de Sousa

Mariana Norton de Matos

Rubim Foseca, Nuno Vaz de Moura, Maria Duarte, Joana Cruz, Isaurinha Jardim e Mónica Sofia Fonseca

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Joana Cruz, Isaurinha Jardim e M贸nica Sofia Fonseca

Isabel Nogueira

Alexandre Alves Ferreira, Maria Duarte e Nuno Vaz de Moura

Joana Cruz

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Os nossos patrocinadores

LuĂ­s e Sara Moreira

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Patricia e Rui Pereira da Silva


➤ Joana

Cruz 1. É uma revista que não conhecia há muito tempo. O ano passado houve um jantar de celebração desta grande revista e tive oportunidade de estar com pessoas que a compõem e fazem parte dela e foi uma agradável surpresa. 2. Saúde, sempre! Porque tive um acidente de mota o ano passado e parti uma perna, percebi que mesmo um problema num dedo mindinho é suficiente para alterar-nos a vida. Mas também que haja trabalho bem pago. Que é como diz uma amiga minha: trabalho, mas bem pago porque trabalho já nós temos. E também estar com as pessoas que mais gosto sempre por perto. 3. Para mim amor é qualquer coisa absolutamente essencial á vida. Sem amor e sem a partilha com as outras pessoas a vida deixa de ter significado. Ana Salazar 1. É uma revista que tenta sempre apresentar o lado bom da vida. 2. O mais importante mesmo é a saúde. Mas quero ter a hipótese de trabalhar mais do que no ano passado. Costumava dizer: quando parar, morro. Eu não parei, mas abrandei. E, na realidade, estou à espera de novos desafios, novos projectos. 3. Amor é uma coisa muito bonita, mas tem-se que construir todos os dias.

Adelaide Sousa

Manuel Pinto Coelho 1. Penso que já deixou de ser uma revista só para elites e alargou agora o seu leque de leitores. Tem um grafismo muito bom e é uma revista muito simpática, muito agradável. E as pessoas quando a lêem, ficam mais alegres, mais bem dispostas. Toda a gente gosta de contactar o glamour, quando ele é bem explicado e bem exposto. 2. Que Portugal saia da crise o mais rapidamente possível. Que os políticos, da esquerda e da direita, se entendam porque só com um acordo parlamentar a esse nível é possível fazer Portugal andar em frente. 3. Alegria e paz. Patrícia Pereira da Silva 1. A revista Eles & Elas é uma referência única. Há várias revistas deste género, mas a Eles & Elas tem conseguido se manter diferente e especial. E quem a conhece tem um carinho muito especial pela revista. 2. Muita saúde e também, como estou numa fase de mudança profissional, desejo que o meu novo projecto vingue. 3. Comanda a vida! Mónica Sofia 1. É uma revista muito glamourosa, que mostra o que de melhor tem a nossa sociedade. E só posso dar-vos os parabéns pela longevidade e qualidade. 2. Os meus desejos são os de toda a gente: saúde, felicidade, trabalho,... 3. Marido e filhos. António Pinto Basto 1. A revista Eles & Elas é uma espécie de monumento entre as revistas quer pela sua longevidade, coerência, valor material, qualidade, enfim, por tudo. É um pilar dentre do seu género. É a qe está em número 1 sempre! 2. O meu desejo é que seja melhor que 2014. O que será bastante ➤

Tracy Richardson ELES & ELAS | 43


Patrícia Pereira da Silva, Isabel Nogueira, Bárbara Norton de Mattos, Mariana Norton de Matos, Hélder Fraguas e Rui Pereira da Silva

Yolanda Carmo

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Carlos Medeiros e Fabrice Mascereux


Ana Salazar

Vania Mota e Alexandre Alves Ferreira

Fernando e Eduarda Silva

PatrĂ­cia Pereira da Silva ELES & ELAS | 45


Rodolfo Pulido dos Reis, Cinha Jardim, Maria Duarte, Rubim Fonseca, Nuno Vaz de Moura, Isaurinha Jardim e M贸nica Sofia Fonseca

Ant贸nio Pinto Basto, Humberto Leal, Tracy Richardson, Adelaide Sousa, Maria Jos茅 Galv茫o de Sousa e Nana Amorim

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fácil. 2014 foi dos piores anos que atravessámos, espero que 2015 seja o princípio da visibilidade da tal luz ao fundo do túnel. 3. Definir o amor é das coisas mais difíceis que pode haver no mundo! Porque o que encontro no amor é exactamente a grande dificuldade de defini-lo. O amor é das coisas mais extensas que pode haver: desde o amor patrenal, filial, fraternal, espiritual,... Ainda há dias vi uma frase da Julia Roberts que gostei muito que dizia algo como: chegamos á conclusão que é amor quando desejamos muito a felicidade de alguém, mesmo que nós não façamos parte dessa felicidade.

Nana Amorim 1. É uma revista que me agrada ler porque é diferente das outras revistas cor-de-rosa e é bastante informativa. 2. Penso que são aqueles que toda a gente deseja: ter saúde, estabilidade e, claro, amor. 3. É uma harmonia entre duas pessoas. Nana Amorim

Alexandre Alves Ferreira e Isaurinha Jardim

Carla Pardal entrevista Bárbara Norton de Matos, para a Eles & Elas

Sara Moreira 1. A Eles & Elas é uma revista que existe há muito tempo e que tenho acompanhado muito ultimamente. 2. Sucesso para o negócio do meu marido que é recente. 3. Os meus filhos, o meu marido e a minha família. Adelaide de Sousa 1. É uma revista que já muito firmada cujo lugar e presença já estão muito marcados. Toda a gente já reconhece a Eles & Elas como uma marca de qualidade elevada, de muito cuidado, refinamento e classe. 2. São muitos! Acima de tudo, quero concretizar uma séries de projectos pessoais e profissionais. Sobretudo de alguns que tenho desenvolvido ao longo de alguns anos e que estão a demorar mais a vir à luz. Temos um projecto chamado «Mulheres Guerreiras» que veio à luz o ano passado sob forma de livro e que agora percorre o país enquanto exposição de fotografia e que nos dá o pretexto para falar sobre cancro de mama, mas acima de tudo sobre o como combater a adversidade. Mas temos uma série de projectos novos que vão ser revelados muito em breve. Acredito e desejo que seja um ano de concretização. 3. Se calhar ao contrário do que se habitualmente pensa do amor como uma coisa impetuosa, ligada às emoções, eu vejo de forma diferente. Não penso tanto no amor como uma emoção, mas antes como uma escolha. Porque acho que temos todos os dias temos que escolher amar: temos que honrar compromissos, preserverar, estar presentes mesmo quando isso exige um sacrífico ou mudança de planos ou priscindir de algumas coisas que até podemos achar que são importantes. Para mim o amor é acima de tudo uma escolha diária. Yolanda Noivo 1. É uma revista que me acompanha há muitos anos. É uma revista que sempre me tratou a mim, e às pessoas eleitas para aparecerem, muitíssimo bem: sem nunca se emiscuirem na nossa vida privada, sempre com muita classe e elegância. O que é muito gratificante para quem tem carreiras públicas. E os eventos que Maria da Luz de Bragança faz e tem a ver com ela e com a equipa que a rodeia - e sabe sempre rodear-se ➤ ELES & ELAS | 47


➤ com gente de muita qualidade - são sempre de uma elegância extrema. Nestas festas todas as regras de educação são cumpridas e todos nós nos sentimos uns princípes e umas princesas ao sermos recebidos. E esta postura, este tipo de atitude é cada vez mais raro! 2. Não é muito fácil fazer uma lista de desejos. A vida está tão complicada para todos que, forçosamente, eu não posso pensar só em mim. Penso sobretudo naquilo que esta sociedade se está a tornar, no que a Europa nos está a fazer, naquilo que é o sofrimento humano de tanta gente. Gostava que, em 2015, por parte dos nossos governantes e por parte da Europa, houvesse uma consciência muito maior sobre as pessoas, sobre os europeus, sobre cada país que está a ser sacrificado à custa dos seus cidadãos. A nível pessoal gostaria de ter muitos desafios de trabalho porque é isso que me faz sentir viva, jovem e activa. Gostaria também de ter mais saúde, muito mais saúde, que é aquilo que mais me assusta no envelhecimento. 3. O amor é aquilo que me faz sentir viva, me faz rir, me faz comover e sentir-me priveligiada.

Roberto do Valle (CEO da Sanus) 1. Acho que é uma boa revista para divulgação e notoriedade da marca. A qualidade da revista é fantástica. 2. Espero que a economia retome e as expectativas aumentem. Que seja um ano de virada e a vida fique melhor para todos nós. 3. O amor é tudo!

Maria Duarte 1. A Eles & Elas é uma revista com imensa tradição e glamour. Consegue acompanhar os tempos, mas sempre com muita classe e muito sofisticada. 2. Neste momento encontrou-me numa busca de mim própria. Preciso de me encontrar e esse percurso vai ser uma aventura. E é isso que quero para 2015: que seja uma grande aventura! 3. Amar é respeitar os outros e a nós próprios. Quando nós nos amamos conseguimos amar os outros de uma forma mais plena e mais pura.

Fernando Silva 1. Acho uma revista muito interessante. Particularmente pela cobertura dos eventos. 2. Paz e saúde. 3. Confiança. n

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Isabel Nogueira 1. A Eles & Elas é a única revista de sociedade. Eu sou uma grande leitora desde sempre. É uma referência. 2. Quero saúde, trabalho, realizar alguns projectos profissionais (que não vou, por ora revelar). Penso que vai ser um bom ano: estou com grandes expectativas em relação a 2015. 2014 foi terrível para mim, perdi uma sobrinha-neta... Foi um ano para esquecer, mas temos 2015 para recuperar. 3. «Amor é fogo que arde sem se ver», citando Camões. Ninguém consegue definir o amor: o amor sente-se, não se define.

Agradecimentos: Sorisa, Dermoteca, Germaine di Capuccini, Yves Rocher, Nicepharma, Vista Alegre, Nesté Chocolates, Clinica em Forma, Hotel Ginoterra, Catherine Nails, Pollux, PrimeDrinks, Santa Victoria Vinhos, Sano, Sunsecret, Grupo Cosmetica XXI, Aura, Purple Vodka.



STYLES

N

o começo deste novo ano quisemos revisitar a moda dos últimos 100 anos. Procurámos um vestido que servisse de ícone ao espírito de cada tempo. Muito fica por dizer e muitas outras opções poderiam ter sido feitas. Acompanhe-nos a esta viagem ao passado e disfrute da beleza e génio destes grandes nomes da moda mundial. ➤

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A década de 1910 teve como grande mestre Paul Poiret. Este vestido orientalizante expressa claramente o espírito da época e o estilo deste costureiro: eclético, solto nas formas e sem formas constritas. Em 1906 Poiret desenha o famoso vestido “Lola Montez” que revoluciona a moda. O formato espartilhado em forma de S é abandonado para começarem a dar relevo ás formas naturais da mulher. O espartilho tem os dias contados e, após a I Grande Guerra desaparece por completo. Durante esta época a cintura sobe e os costureiros optam por cores muito vivas e sobretudo o malva. Para além de Poiret, outro grande nome, que hoje ainda tem casa, se impõe: Jeanne Lanvin. ■ ➤

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Este é um perfeito exemplo do "Petite Robe Noir" que Coco Chanel tornou famoso nos anos 20. Seria o uniforme da mulher moderna e ainda hoje é uma peça obrigatório no guarda-roupa de qualquer senhora. Depois da I Grande Guerra Mundial, a sociedade transformou-se completamente, com a emergência da classe média, a produção industrial em grande escala e a crescente independência social das mulheres. Estas começaram a ter um estilo de vida mais activo e desejavam roupas que lhes permitissem uma maior liberdade. Chanel, sobretudo, mas também Madeleine Vionnet, deram a resposta com o perfeito vestido pelo joelho, muito simples e quase sem decorações. O preto era a cor de eleição, vista como uma cor moderna e em reacção às cores vibrantes da época anterior. ■

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A grande tendência dos anos 30 foi a dos vestidos com padrões. De todos os estilistas, Elsa Schiaparelli surge como o nome maior na realização de modelos únicos e frescos como no exemplo aqui apresentado. Este terá sido provavelmente desenhado pelo seu colaborador Marcel Vertès, mas inclui no próprio padrão a marca – algo muito revolucionário para a época. O motivo principal é um símbolo da Place Vendôme onde a Casa Schiaparelli estava localizada. Contratou artistas plásticos e outros criadores famosos para criarem seus acessórios e tecidos, como por exemplo o grande pintor Salvador Dali e Jean Cocteau. Os movimentos artísticos do cubismo e do surrealismo tiveram influência sobre suas criações. Em 1933, introduziu a chamada manga pagode, influenciada pela moda egípcia, e os ombros largos que caracterizariam a moda da época. ■ ➤

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Madame Grès declarou em diversas ocasiões que era uma escultora, pois modelava os tecidos como se de pedra fossem, esculpindo-os. A sua obra, muito original e criativa, para além das modas, inspira-se no mundo antigo e também nas culturas norte-africanas e indianas. A sua aparente simplicidade oculta uma elaboração muito complexa. Como se vê neste exemplo, os vestidos têm propriedades escultóricas, apenas com algumas costuras (dissimuladas), parecendo modelados ao corpo e caracterizam-se por linha depuradas e volumes muito elaborados. Este modelo foi desenhado em 1944 para a actriz Danièle Delorme usar na sua representação na peça de Jean Anouih, «Antígona», tendo sido um estrondoso sucesso que tornou este estilo famoso. Trata-se de peças únicas, intemporais, muitas vezes com plissados, drapeados e formas assimétricas de cores puras. Destacam-se os vestidos de noite de tafetá e jersey que são a faceta mais conhecida dos seu trabalho. Madame Grés abriu a sua primeira casa de alta-costura com o nome Alix, em 1934, mas que é obrigada a fechar em 1939. Em 1942, abre uma nova casa com o nome do marido «Grès». ■

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A primeira colecção de Christian Dior foi apresentada em 1947 e causou um verdadeiro frisson na imprensa: surgia o New Look. Dior conseguiu mudar todo o conceito de praticabilidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Chanel. Criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século XIX. O modelo que se tornou o símbolo do "New Look" foi o tailleur Bar, um casaquinho de seda bege acinturado, ombros naturais e ampla saia preta plissada quase na altura dos tornozelos. Luvas, sapatos de saltos altos e chapéu completavam o figurino impecável. A linha H, surge em 1954, e era a base de toda a coleção, com modelos que erguiam o busto ao máximo e baixavam a cintura até os quadris, criando a barra central da letra H. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado com incrustações drapeadas, como no vestido de baile "Chambord", além dos vestidos de tecidos diáfanos, com várias saias sobrepostas e comprimentos variados. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo esguio com a parte superior mais pesada, com golas grandes que se abriam em forma de V e a "Linha A" trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. O exemplo aqui apresentado, "La Cigale", Outono-Inverno 1952, da colecção “Profile Line” é um exemplo marcante do estilo Dior dos anos 50. ■

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Na história da moda, Paco Rabanne ficou famoso pelas suas roupas futuristas, que fizeram o guarda-roupa das modernas da década de 1960. Paco Rabanne nasceu em San Sebastian, Espanha, e o seu verdadeiro nome é Francisco Rabaneda-Cuervo. Foi um dos estilistas pioneiros a usar matérias como plástico e metais em suas peças e provocou uma revolução na criação da moda. A diva Coco Chanel chamava-o de o “metalúrgico”. Guiado por um fio de prata, o “homem de ferro da costura”, lançou em 1964 os seus primeiros vestidos experimentais, feitos de materiais contemporâneos. Dos modelos em metal aos vestidos de papel,o inventor da armadura dos anos 60 é uma referência para muitos estilistas. Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento e surge uma explosão de juventude em todos os aspectos. Na moda, a grande vedeta foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges a sua criação. Este vestido de Rabanne, de 1967, tornou-se num ícone da moda desta década resumindo l'esprit du temps. ■ ➤

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O vestido com estampa psicadélico multi-colorido é uma das obras características das primeiras criações de Zandra Rhodes que marcaram o estilo estilo hippie e a moda psicadélico por volta de 1970. Após graduar-se no Royal College of Art em Londres, Zandra Rhodes começou sua carreira como designer têxtil. Em 1967, abre uma boutique em Londres. Utilizando desenhos impressos, criados por sua extraordinária imaginação e um sentido de cor selvagem associada a arte psicadélico daqueles dias, produziu obras que foram muito apreciados pelas pessoas de todo o mundo. A personalidade forte de Rodes, que podemos ver a partir de suas obras, bem como no seu estilo pessoal, conhecida por seus estilos de cabelo e maquilhagem berrantes, era uma aglomeração de diversos elementos das culturas populares, que foram transmitidos para o mundo a partir de Londres naqueles dias, incluindo o hippie, o glam-rock, e cultura da dança. Neste sentido, ela pode ser reconhecida como a estilista que melhor encarnou o espírito da década de 1970. ■ ➤

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Sempre genial e arrojado, Yves Saint Laurent protagonizou, em 1966, um de vários momentos históricos para a moda quando apresentou o seu smoking feminino. Depois de algumas carismáticas mulheres terem assumido looks andróginos em décadas anteriores, foi o criador de origem argelina que tornou o smoking uma peça obrigatória nos desfiles de moda e no guarda-roupa da mulher contemporânea. Os anos 80 foram marcados pela competição entre homens e mulheres à procura de igualdade no mercado de trabalho. Um dos estilos que marcaram a década foi o fenómeno “yuppie”, o visual era exagerado e poderoso composto por jovens workaholics. O figurino dessas mulheres era representados por peças de roupas com cintura e cós altos, ombreiras, pregas e drapeados para usar tanto no dia-a-dia ou durante à noite. Os tailleurs eram os figurinos mais usados por essas mulheres, pelo simples fato de oferecerem uma aparência poderosa e alinhada para as mulheres que queriam conquistar o mundo dos negócios competindo por cargos de chefia e executivos. Em 1986, vinte anos depois do seu primeiro smoking para mulheres, YSL apresenta esta obra na sua colecção de Outono-Inverno. ■

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A década de 90 caracterizou-se, sobretudo, por uma abordagem indiferente, anti-conformista da moda, levando à popularização do look casual chic. Há também uma sexualização da moda surgindo roupas que mostram mais do que escondem, revelando seios e outras partes que sempre estiveram resguardadas. Um excelente exemplo é este vestido de Jean-Paul Gaultier em rede de nylon feito de tecido elástico para criar uma silhueta de suave-encaixe. O vestido não só revela a linha de corpo, mas o tecido fino também revela o corpo para criar um look sensual. Ao se observar mais de perto as linhas curvas do vestido, torna-se claro que estas linhas são uma representação de um contorno corporal. A sobreposição da forma real da utilizadora com uma imagem da forma cria um desalinhamento visual. Gaultier foi um dos primeiros designers a incorporar, em seus projetos, uma silhueta consciente corpo e formas de adorno fisiológico, tais como cirurgia estética, tatuagens e piercings, que eram manifestações de uma consciência crescente entre as mulheres de seus próprios corpos e sua busca para alcançar o corpo ideal durante os anos 90. ■ ➤

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A primeira década do novo Milénio é muitas vezes descrita como um mash-up, ou seja, uma mistura de tudo e mais alguma coisa. Os estilos anteriores fundiram-se aos quais se juntaram estilos étnicos (como o boho) assim como modas derivadas de numerosos estilos musicais como o Hip-hop. A globalização tornou o mundo mais pequeno e inspirações do Médio Oriente e da Ásia tomaram lugar. Uma crescente preocupação ecológica fez surgir estilos amigos do ambiente, com peles falsas e um ar «étnico-natural». Só um mestre como Christian Lacroix conseguiu colocar toda esta mistura num só vestido. A mistura confiante de uma panóplia de tecidos com padrões de bolinhas, cornucópias, motivos kabuli, entre outros criando uma enorme patchwork que tão bem reflecte a confusão e excesso de influências desta nova década. ■ ➤

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Esta década ainda vai a meio, mas um nome houve que marcou o seu início e que nele desapareceu: Alexander McQueen. Fico conhecido pela sua força emocional e pelo uso de matérias-primas energéticas, bem como a natureza romântica, mas decididamente contemporânea nas coleções. Integral à cultura, McQueen é a justaposição entre os elementos contrastantes: a fragilidade e a força, tradição e modernidade, fluidez e intensidade. De um ponto de vista emocional e até mesmo abertamente apaixonado se fez com um profundo respeito e influência para a tradição artística e artesanal. As coleções de Alexandre combinam conhecimento profundo e trabalho de alfaiataria britânica sob medida, o fino acabamento dos atelier franceses de alta costura e o acabamento impecável da fabricação italiana. Tal como nesta época incerta, as suas criações vão do mais tradional – como o célebre vestido de noiva de Kate Middleton – até figuras de difícil intrepretação como o exemplo que aqui deixamos, chamado de «Jelly Fish emsemble» da colecção «Plato's Atlantis» da Primavera-Verão 2010. ■

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BELAS NOTÍCIAS

CERAMIDE PREMIÉRE - CREME DE NOITE DA ELISABETH ARDEN Tratamento Regenerador de Hidratação Intensa durante toda a noite. Atua durante o sono, para restabelecer e revitalizar a pele seca e fragilizada. Hidrata Intensamente durante toda a noite para restabelecer o equilíbrio natural da pele, retardando o aparecimento de linhas e rugas. Ajuda a consolidar os processos naturais da pele durante o ciclo do sono. Promove a renovação cutânea para garantir a uniformização do tom de pele. ■

CREME VITAL GELEIA REAL NUTRI SYSTEM DE INSTITUT ESTHEDERM Um tratamento concentrado de 5% de glicolizado de geleia real para estimular as defesas da pele e otimizar a sua vitalidade. O Creme Vital Geleia Real Nutri System de Institut Esthederm é um tratamento altamente concencentrado (5% de glicolizado de Geleia Real) que estimula as defesas da pele e o seu metabolismo para otimizar a vitalidade. Está indicado para todo o tipo de peles entre estações, especialmente para as que presentam fatiga ou estão debilitadas por fatores internos como alimentação desequilibrada, dietas, falta de sono, doença e gravidez. ■

CREME LE LIFT - CRÉME FINE DA CHANEL Depois de identificar os genes mais atingidos, os cientistas da Chanel encontraram na raiz da planta Edulis um ingrediente capaz de travar este processo de envelhecimento, estimulando a produção de proteínas de juventude que nutrem e regeneram a pele. Esta é uma linha que explora conceitos como os de epigenética e biologia. A epigenética é um conceito novo no campo dos cuidados de pele. Duas gémeas idênticas sabemos não envelhecerão da mesma forma porque têm vivências diferentes. Isto por causa da epigenética, que interfere na velocidade do envelhecimento de cada pessoa. Este dado permitiu que a Chanel criasse uma espécie de ingrediente inteligente e muito customizado. ■

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O VERNIZ DIOR ECLOSION BLOSSOMING CONFETTI TOP COAT É UMA FESTA! Este verniz transforma qualquer cor das unhas de monótono para fabuloso. A fórmula de gel transparente é enriquecida com silicone orgânico para fortalecer a superfície de sua unha para extra-longo desgaste. As cores pastel confettis amarelo, verde, azul e branco para aumentar o efeito de florescência com cada camada. ■


CREME HIDRATANTE MICABEAUTY O creme hidratante MicaBeauty, repleto de nutrientes, penetra para além da superfície da epiderme para ajudar a hidratar e proteger a sua pele, a partir do interior. O efeito é de pele jovem, saudável e mais suave. O hidratante é apropriado para todos os tipos de pele, incluindo madura, delicada e sensível. A MicaBeauty Cosmetics é uma linha de cosméticos minerais e 100% naturais com os mais altos padrões de qualidade profissional. Consiste em pós totalmente naturais, compostos por MICA 100% pura. Os ingredientes naturais desta maquilhagem fundem-se com os óleos da pele para fornecer uma cobertura impecável. É extremamente suave e livre de conservantes, corantes ou químicos, talcos, óleos, e outros aditivos tornando-a adequada para todos os tipos de pele, incluindo as peles mais sensíveis. A composição mineral da MicaBeauty tem um alto nível de antioxidantes para ajudar a proteger a pele de danos futuros e envelhecimento precoce, reduzindo a aparência de pele danificada. ■

INTENSIVE REPAIRING SERUM-IN-CREAM O Sérum/Creme anti‐envelhecimento com retinol concentrado puro contém pigmentos que interferem com a luz para um efeito aperfeiçoador imediato apresentado em embalagem airless para melhor preservação da qualidade do produto. A linha POWER RETINOL é o resultado de uma investigação exaustiva centrada nos retinoides e nas substâncias com atividade retinoide e semelhante. A sua missão é rejuvenescer as peles envelhecidas devido à ação de causas naturais (cronoenvelhecimento) ou da exposição solar (fotoenvelhecimento). A sua estratégia é baseada na sinergia de três moléculas numa combinação perfeita para obter um complexo único com resultados surpreendentes. Tripla eficácia rejuvenescedora, máxima estabilidade, sem efeitos secundários. O Retinol puro é um excelente rejuvenescedor capaz de reparar e recuperar a arquitetura e restituir as qualidades de uma pele jovem. O Bakuchiol tem uma capacidade semelhante à do retinol ao nível da estimulação genética. É um grande estabilizador do próprio retinol e não produz efeitos secundários de fotossensibilização nem irritações. O Extrato de Soja HS, extrato hidrossolúvel selecionado (HS), tem a capacidade de produzir um efeito rejuvenescedor semelhante ao proporcionado pelo retinol com a vantagem adicional de reduzir o aparecimento de eritemas e de seus efeitos secundários. ■

MY PAYOT SUPER BASE MY Payot SUPER BASE é o novo aliado para as mulheres que desejam uniformizar a pele e apagar pequenas imperfeições de modo imediato, enquanto iluminam a tez de um modo espetacular. Aplicado após o creme de dia, My Payot Super Base atua como um véu transparente sobre a superfície da pele – a pele fica imediatamente macia e suave, os poros contraem-se e esbatem-se, e a tez revela uma luminosidade resplandecente instantaneamente. A sua textura fundente desliza perfeitamente sobre a pele e proporciona um acabamento aveludado. Dica de beleza: Usar My Payot Super Base para pequenos retoques a qualquer hora do dia, mesmo por cima da maquilhagem. ■

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BELAS NOTÍCIAS GAMA DE PINCÉIS KIOMA: BONS E BARATOS! Para realizar uma maquilhagem perfeita existe um segredo: utilizar um pincel adaptado a cada produto. A Kioma – Make Up & Perfumes, marca portuguesa de maquilhagem e perfumaria genérica, apresenta uma gama de pincéis que irá facilitar a aplicação de qualquer produto de maquilhagem. A nova linha de pincéis Kioma proporciona uma gama completa inspirada no trabalho artístico dos profissionais que estão por trás dos grandes desfiles de moda, dando a oportunidade à mulher comum de se maquilhar como um profissional e de forma perfeita. Os pincéis variam em forma e tamanho com cerdas largas ou curtas e de diversas suavidades, conforme o uso. Com preços que vão desde os 4€ aos 9,50€, acompanhados de instruções simples que permitirão eleger o melhor para cada momento. ■

BOBBI BROWN BRIGHTENING BRICK - LUMINOSIDADE E COR NUM SÓ PRODUTO Imagine o toque quente de um bronzeador, a cor pura de um blush e a luminosidade de um iluminador, tudo num só produto. Pérolas suaves que iluminam a pele, enquanto que a cor proporciona um tom natural e saudável à pele. Desenhado para todas as idades e tipos de pele. Brightening Brick introduz uma dose extra de vida sem ressecar a pele nem marcar as linhas de expressão. Brightening Brick, disponível em seis combinações de cor, é o toque perfeito para qualquer look. Desperta a pele cansada no instante, deixando-a luminosa e cheia de frescura. ■

M·A·C IS BEAUTY: NÃO É NECESSÁRIO RESERVAR... Um mundo puro e delicioso de vaidade. Deixa-te embonecar, emerge perfeitamente penteada, polida e glamorosa. O que há de errado nisso? De boneca a diva com os novos tons de sombras de olhos, batons, brilhos de lábios Cremesheen, vernizes e dezasseis tons de Fluidline. Coleção LIMITADA à venda a partir de MARÇO. ■

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PERFUME FEERIE DE VAN CLEEF ET ARPELS PARA DESPERTAR A MAGIA QUE HÁ EM NÓS Frescura, graça e delicadeza unidos no mesmo mundo de sonhos de Van Cleef & Arpels. Puro luxo! Pura poesia! Com Folhas de Violeta, Framboesa e Limão Italiano como notas de cabeça; Violetas, Rosa Absoluta e Jasmim nas notas de coração; e Almíscar, Benjoin e madeira de Sândalo, em notas de fundo, este é um perfume que agarra, aprisiona e leva-nos a mundos de sonho e fantasia. ■

JO MALONE LONDON – O PODER MASCULINO DO INCENSO E CEDRO. Incense & Cedrat é a nova Cologne Intense. Uma gama de fragrâncias composta por ingredientes raros e sumptuosos. Incense & Cedrat foi criada pela Master Perfumer, Marie Salmagne, utilizando incenso de Omã, o mais precioso do mundo. É produzido há mais de seis mil anos e colhido a partir da venerada Boswellia Sacra, encontrada num território entre o oceano e o deserto Dhofar. A colheita transmite-se de geração a geração. Duas vezes por ano é feito um corte na árvore para permitir o escoamento da seiva resinosa e para que esta possa secar e cristalizar. A Boswellia Sacra tornou-se uma espécie ameaçada. Por essa razão, pela primeira vez em perfumaria, usámos a tecnologia NaturePrint™ para recriar o aroma do incenso de Omã. ■

C + C LINHA VITAMINA DA NATURA BISSE Poluição, radiação solar, tabaco, stress, etc., gerar excesso de radicais livres que enfraquecem o sistema de auto-protecção da pele e aceleram o processo de envelhecimento, favorecendo a perda de elasticidade e hidratação, enrugamento e o aparecimento de manchas escuras. Podemos combater estes efeitos nocivos com vitamina C, um dos principais antioxidantes que reparar e prevenir o envelhecimento da pele. Portanto, Natura Bisse oferece o melhor de vitamina C com C + C LINHA VITAMINA, uma contribuição de ácido ascórbico (vitamina C pura) ajuda a revitalizar a pele com um protetor, antioxidante, firmando, hidratação e clareamento ação. As suas formulações contendo vitamina C encapsulada, o que dá a firmeza da pele, a elasticidade e tom, e um ingrediente natural, Vita C-Asimil, extraído da árvore Africano “Anogeissus Leicarpus” o que favorece a assimilação e utilização de Vitamina C. ■ ELES & ELAS | 69


BELEZA

O SOL QUANDO NASCE É PARA TODOS. E O SOLÁRIO TAMBÉM.

A moda dos solários está a voltar. Com o rápido ritmo da vida contemporânea é difícil manter um bronzeado todo o ano. Mas com uma ajuda do solário e um pouco de disciplina podemos manter aquele tom dourado que tanto nos encanta. Fomos falar com João Garrido Fernandes, responsável pelos solários Sunsecret, que nos deu a conhecer um pouco deste entusiasmantes projecto que está a dar que falar.

J

oão conte-nos um pouco da sua história pessoal e profissional até chegar a Sunsecret. A minha história pessoal e profissional apesar de albergar variados momentos, é ainda bastante curta. Nos meus 28 anos de vida, tentei sempre ser uma pessoa pro-activa, recheado de ideias bastante criativas mas que fui sempre deixando em segundo plano ate conseguir obter os meios necessários a sua realização. De forma precoce integrei-me em diversos projetos, nomeadamente na vida politica 70 | ELES & ELAS

e sociocultural, tudo na minha cidade natal de Barcelos. Entretanto, devido ao fascínio que tinha pelo Porto, licenciei-me em Economia pela Faculdade de Economia do Porto, onde realizei igualmente o Mestrado. Devido a esse gosto pela cidade, por cá iniciei a minha vida profissional numa multinacional, onde adquiri um nível elevado de conhecimento técnico na área da Gestão. Ao fim de 2 anos, um certo sentimentalismo apoderou-se de mim e resolvi aceitar o convite do meu pai e apoia-lo ➤


➤ na nossa empresa familiar, localizada em Barcelos, já com 60 anos e fundada pelo meu avô paterno, no ramo de eletrodomésticos. No entanto, a ideia de ter um negócio próprio e revolucionador no Porto, foi algo que esteve sempre nos meus objectivos. Faltava porém, a motivação necessária para tal... Essa motivação surge com o aparecimento da Joana Pinheiro na minha vida, a mulher fantástica que me tem apoiado sempre com a sua energia que nunca me deixa deitar por terra os planos que tracei. Dessa forma, e com a ajuda incondicional e preciosa dos nossos pais, resolvemos investir em algo que nos trouxesse alguma independência e procuramos encontrar o que mais nos inspirava... Ajudar as pessoas a sentirem-se bem consigo mesmas! Algo que sempre nos motivou... Aproveitando o conhecimento adquirido no ramo dos eletrodomésticos nomeadamente com marcas alemãs, e articulando com a formação da Joana que é Enfermeira, o solário tornou-se uma escolha óbvia. Sempre fizemos solário, conhecemos muito bem as especificidades e exigências que um bom solário deverá ter, e por isso resolvemos investir num centro de solário diferente do que existe. Algo revolucionário que marca por um atendimento e espaço de excelência e equipamento único de última geração. Desta forma, conseguimos um espaço que mostra às pessoas o que é fazer solário de forma correta, saudável e sem riscos relevantes, com o devido acompanhamento. O que pensa dos solários em Portugal? Com algumas e boas excepções, penso que de forma geral os solários em Portugal estão equipados com máquinas de bronzeamento já bastante antigas, com poucas opções de personalização de sessão, ar condicionado com défice de potência e até mesmo problemas de renovação de acrílicos, controladores e outros acessórios. Tudo isto, confere uma experiencia desagradável e em alguns casos com poucos resultados e com potenciais riscos para a saúde da pele. Pode até mesmo estar aí um dos motivos que leva muita gente a não experimentar. O nosso equipamento e novo e de última geração com elevado grau de proteção da pele. De forma geral, o público português pensa que fazer 30 minutos de solário sem nunca ter feito é uma solução para ficar rapidamente moreno para um jantar no dia seguinte por exemplo, e que sair vermelho e quente da máquina é normal. Isso está totalmente errado e na nossa opinião não é fazer solário. Como foi a criação da Sunsecret? A criação foi bastante difícil, complicada e marcada por imensos obstáculos. Este país não é para empreendedores uma vez que os obstáculos que nos colocam em todas as entidades são imensos e só ultrapassáveis com bastante capital próprio e os contactos certos. A criatividade chega mesmo a um ponto em que passa para segundo plano e foi maior o tempo despendido a resolver obstáculos do que propriamente a inovar e a criar. Mas não vale a pena entrar em pormenores que as pessoas infelizmente já conhecem o funcionamento destas... "questões"... Importa agora que tudo foi possível e com o nosso parceiro de equipamento, a marca Ergoline chegamos à idealização, estudo e concretização das ideias. Como lhe disse, o conceito surge da nossa intenção em criar um espaço onde as pessoas se sintam bem mas saiam

de lá ainda a sentirem-se melhor! Não há ninguém que não goste de possuir uma certa cor na pele, no entanto a forma como as pessoas atingem essa cor ou o que fazem ao nível da estética e aparência é ainda um certo tabu e não gostam de revelar os seus segredos. Dessa forma, o nome vem dessa ideia de "sol secreto" e aponta para esse conceito de privacidade. Por outro lado, a marca que nos inspira na forma como comunicamos é a Victoria's Secret e dessa forma o nome também se deve um pouco a isso. Qual o conceito de decoração? A decoração vem da inspiração da Joana. Apesar da sua formação, é uma pessoa com excelente gosto e visão. Dessa forma, ficou desde logo assente num espaço vanguardista. O arquitecto Miguel Sá, um profissional de elevado nível e bastante promissor, desenhou um espaço dotado de elevada privacidade, conforto e bastante clean com um toque de glamour. A decoração vai de encontro a todo o conceito e imagem que queremos transmitir. As orquídeas brancas são essenciais, o design das cadeiras, do balcão, do papel de parede, tudo agrupa a simplicidade, o glamour, o conforto e a qualidade. O que destingue a Sunsecret dos outros Solários? Em primeiro lugar é o equipamento. As máquinas de ultima geração e novas, fabricadas propositadamente para o Sunsecret, conferem uma distinção inigualável. Eu diria mesmo que estamos alguns anos à frente e o feedback que temos tido é mesmo esse. As pessoas sentem a diferença... O bronzeado é mais homogéneo e natural, o conforto bastante superior, a climatização é perfeita, o som é fantástico e além disso, o nosso cartão de cliente é dotado da tecnologia NFC onde basta encostar o cartão à máquina e a mesma aciona as definições personalizadas do cliente. Por outro lado, o conforto do espaço é realmente superior ao comum. A música que passamos, as opções que existem no tempo de espera, tudo isso faz a diferença. Associado a esta questão, temos a privacidade do espaço. As cabines são as maiores que existem, com cerca de 10m2 e totalmente privadas. O atendimento e serviço prestado é ainda algo que relevamos imenso. Temos uma formação bastante elevada e conhecimento profundo sobre tudo o que é fazer solário de forma correta, aconselhamos as pessoas de forma personalizada e acompanhada. Nesse sentido, levamos igualmente a higiene ao mais alto nível. A desinfectação do equipamento é feito de forma correta e muito exigente, é uma das nossas principais preocupações. Penso que isso também nos distingue, até porque no nosso espaço, o produto desinfetante fica a atuar para fazer efeito, o que de forma geral não acontece e os clientes desconhecem. Por último, temos ainda um serviço extra, novidade em Portugal, que é um equipamento de tratamento do colagénio de pele. Através de uma luz especifica, os clientes podem estimular o colagénio de pele, efetuando um tratamento anti-rugas e permitindo uma proteção maior da elasticidade da pele quando feito de forma articulada com as sessões de solário. Acha que é uma questão de moda? Eu penso que sempre foi. Considero que muita iniciou a visita a centros de solário por uma questão de moda. No entanto, considero que essa questão será permanente. O bronzeado é algo que as pessoas cada vez mais procuram ➤ ELES & ELAS | 71


➤ uma vez que é uma solução bastante acessível para uma aparência mais atrativa. E sendo que agora com o surgimento do Sunsecret, já e possível fazer solário com resultados garantidos e sem riscos relevantes. Qual acha que é a razão que leva as pessoas a Sunsecret? Fundamentalmente a confiança que depositam em nós. O nosso serviço, simpatia e dedicação levam as pessoas a confiar e não terem receio de experimentarem. Depois disso, sentem a diferença e ficam fidelizadas, algo que agradecemos uma vez que temos um enorme prazer com a satisfação dos nossos clientes, que para nos são mais que isso, são autênticos parceiros. Além disso, como referi, a curiosidade por conhecer a ultima geração de equipamentos bem como o conforto do espaço, é um grande fator atrativo.

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Quais as imagens de marca e preocupações da Sunsecret com os vossos clientes e potenciais clientes? Acima de tudo, a simplicidade e glamour. Serviço de excelência e sem falhas ao nível da satisfação com a cor. A nossa principal preocupação é, em primeiro lugar, a higiene. É algo que levamos mesmo muito a serio e não cometemos falhas e muito honestamente, penso que é um fator de diferenciação, tal como já referi. Além disso, queremos que o cliente atinja a cor que realmente pretende. Não desistimos até que as pessoas se sintam realmente felizes sem ferir a sua saúde, algo que não permitimos mesmo. Quais as principais apostas para este ano da Sunsecret? Este ano pretendemos essencialmente criar impacto no mercado já existente mostrando às pessoas o que é fazer solário de forma mais correta e confortável. Por outro lado, pretendemos fidelizar um leque de clientes que sempre teve curiosidade em fazer solário mas que nunca experimentou por não confiar. Desta forma, pretendemos fidelizar o máximo de clientes possível apostando fortemente neste novo conceito de solário. Depois, a partir daí, criaremos valor na marca através da aposta em outros segmentos, como por exemplo criar uma linha própria de cremes, bikinis e outros artigos associados. Vamos ter um Sunsecret Lisboa? Esperemos que sim! Vamos com calma, como é claro, mas o nosso objectivo a curto/medio prazo será precisamente abrir um Sunsecret em Lisboa, e partir daí uma rede ainda mais vasta, quem sabe... Veremos... Quais os vossos desejos para 2015? O nosso desejo principal e com o qual teríamos todos a ganhar, é que o nosso país consiga de facto ultrapassar as dificuldades pelas quais tem passado e que passe a ser efetivamente um país para empreendedores e não apenas de empreendedores. Tal como já referi, a criação do Sunsecret é a prova viva de que este país, por muitos empreendedores que tenha, na prática não é para empreendedores. As dificuldades burocráticas, financeiras, administrativas e as quais nos possamos lembrar, são imensas e muito alem do que se possa imaginar. Só com muito capital próprio e conhecimentos certos é que é possível concretizar uma ideia... A criatividade fica para segundo plano. Os nossos desejos é que isso se altere este ano. n



ENTREVISTA

A FAZER BAILAR AS ESTRELAS

por Nuno Vaz de Moura

Numa tarde solarenga deste Inverno frio, reunimo-nos à conversa com a encantadora Dj Sofia Gião. Com um chá para nos aquecer, no agradável espaço 5ª Avenida, em Carcavelos, ficámos a conhecer esta senhora de garra, sempre desejosa de aprender mais, que tem conquistado as pistas de dança nacionais. Acabada de chegar de um cruzeiro internacional, onde foi a Dj residente, Sofia fala-nos da sua carreira, da sua família, de como é fazer bailar as estrelas. ➤

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A Sofia está agora a fazer cinco anos de carreira e é como Dj que se tornou conhecida. Conte-nos um pouco do que fazia antes, de onde veio, qual a sua formação,... Nasci em Lisboa. Alfacinha de gema. A minha mãe é lisboeta, mas o pai é da Guarda. Sou licenciada em Relações Públicas e Publicidade pelo INP (Instituto Novas Profissões). Durante os primeiros anos não trabalhei nessa área. Embora tenha sido sempre o meu sonho trabalhar nessa área. Na altura o conceito de RP era um pouco diferente do que é hoje. Era uma profissão muito mais virada para a comunicação empresarial. Quando comecei o curso comecei logo a trabalhar na área das telecomunicações numa empresa que a minha mãe fundou. E da qual eu fui sócia desde os 18 anos. Na altura fui sócia só no papel, porque era uma sociedade por quotas e era necessário mais um sócio. Nesse ano o meu pai tinha falecido e houve uma grande mudança nas nossas vidas. A mãe decidiu abrir a empresa e eu fiquei sócia dela. Mas com 18 anos era muito nova. E os estudos, como fazia? Nessa altura frequentava o INP. Trabalhava de dia e estudava à noite. Quando acabei o curso já estava tão envolvida na empresa que acabei por não seguir a carreira de RP. Fiquei durante 15 anos nessa empresa com a minha mãe a trabalhar sobretudo na área comercial. Mas tratava também da comunicação aproveitando os conhecimentos que adquirido no curso. E isso acontece até quando? Em 2004, encerrámos a actividade da empresa. E aí tive a oportunidade de trabalhar em eventos. Comecei por fazer um evento muito engraçado que houve em Portugal: o Laureus Sports Awards. É um evento internacional que nomeia e premeia os desportistas que mais se destacam em várias áreas. Até à data o evento tinha tido lugar sempre no Mónaco. E a primeira vez que sai do Mónaco veio para Portugal. Acontece dois anos seguidos cá: a primeira vez no casino do Estoril e depois no CCB. O Laureus trouxe cá nomes grandes do meio desportivo, mas também do meio artístico. É aí que começa a trabalhar como Dj? Não, na altura apenas na organização. Era o que eles chamavam de «office manager», mas acabava por fazer um pouco de tudo . A organização tem sede em Londres, com uma equipa distribuída pela Europa, mas que num período de 3 ou 4 meses antes se reúne no país onde vai decorrer o evento. Eu, no fundo, acabava por fazer a ponte, aqui em Portugal, enquanto eles não chegavam. Quanto tempo esteve com esse evento? Fiquei quase um ano e meio a trabalhar nesse evento e quanto terminou senti necessidade de ter formação complementar nessa área. Fiz, então uma Pós-Graduação em «Imagem, Protocolo e Organização de Eventos.» Através de uma professora que tive neste curso, consigo um trabalho numa empresa de eventos que se dedicava à organização de congressos. Aí fiquei dois anos. E foi nessa altura que surgiu esta minha actividade como DJ. Como é que, então, passa para o mundo da música? Nunca na vida pensei ser Dj! Sempre gostei muito de música. Como quase toda a gente, aliás. mas tinha um gosto muito particular. Fiz algumas brincadeiras, em casa de amigos e de forma muito amadora, como Dj. Há um dia um amigo que estava a organizar uma festa num restaurante no Bairro Alto e sabendo deste meu gosto convidou-me para por música no fim do jantar. A coisa correu bem e as pessoas

gostaram imenso. Recebo elogios e suporte dos amigos que me incentivam a entrar nesta área. Começo a investigar o que é que poderia fazer. Comprei o equipamento e comecei e experimentar. Mas eu lembro-me da Sofia a tocar no famoso Van Gogo em Cascais. Como chega lá? Num outro evento, onde estava com o meu irmão (o piloto Manuel Gião), surge em conversa com o Jorge Monte Real na altura relações públicas da discoteca Van Gogo, em Cascais - que eu estava a aprender esta coisa de ser Dj. E ele diz-me «Ó Sofia, quando achares que já fazes isso minimamente bem e te sentires à vontade, fazemos uma noite no Van Gogo. Aí estive quase dois meses a preparar-me para aquela noite. Era uma festa temática? Não. Era uma noite normalíssima, mas em que eu iria como Dj convidada. Foi considerada a minha estreia. Resultou muito bem, felizmente. Foi uma noite muita gira e enchi o Van Gogo com gente super animada. Mas eu nunca pensei que fosse para além disso. A Sofia tem um público muito específico. Mais refinado, talvez? Eu dou-me com todo o tipo de pessoas. Tenho bons amigos. Gente gira e bem disposta. Não penso que seja tanto pelas minhas relações sociais, mas antes pelo tipo de festas que comecei a fazer. Mas imagina-se a fazer uma festa de Kizomba, por exemplo? Claro. E é engraçado que este ano estive como Dj num casamento e pediram-me especificamente Kizomba. Tive

São sempre as mulheres a ser o motor da pista de dança.

que me preparar e até fiz umas aulas para saber mais sobre esse tipo de música. Não tenho nada contra. E até foi uma experiência engraçada. Mas, claro, há certos ambientes que até pela minha atitude ou forma de estar não me enquadro. O Van Gogo, no entanto, era perfeito para si. Sobretudo naquela altura. Sim, foi uma época em que o Van Gogo começou a mudar de público. Queriam rejuvenescer um pouco. Logo após a primeira noite que lá toquei quiseram marcar agenda comigo. Assustei-me um pouco porque achava que ainda não estava preparada para isso, que precisava de mais conhecimentos. Para mais nessa altura ainda estava a trabalhar com os congressos. Foi um desafio que acabei por assumir. E lá comecei a fazer os sábados. Mas na altura não pensava em mudar a minha vida em função deste novo projecto. Mas foi tudo de vento em popa? Posso dizer que sim, de certa maneira. Foi-se juntando um grupo de amigos que me apoiaram. Na altura ainda não em sentia muito à vontade. Acho que ainda fazia as coisas de uma forma um pouco amadora. Durante um ano andei um pouco assim. não tinha agenda, apenas coisas pontuais. Até que há uma altura em que começa a ser difícil conciliar as duas actividades, mais a vida familiar e tive que optar. E, a partir de 2011, dedico-me à música por completo. E é nessa altura que faço o meu curso profissional de Dj. ➤ ELES & ELAS | 75


➤ Sentiu

sempre a necessidade de apostar na formação? Sim! Senti necessidade sempre de fazer as coisas de uma forma profissional. Como “apareci” muito subitamente e comecei a ser chamada com frequência e a ter algum sucesso havia essa necessidade. Sobretudo em termos técnicos, mas também para legitimar o meu papel enquanto Dj. A minha formação anterior em RP já me tinha dado algumas ferramentas para a compreensão de como correm os eventos. Sei que quem organiza um evento tem inúmeros pormenores em que pensar e não deve ter ainda que estar preocupado com a actuação profissional dos outros intervenientes. Faço tudo para ajudar de forma a que corra o melhor possível. A seguir à sua presença no Van Gogo, começou a tocar em vários locais e em vários eventos. Há algum que queira destacar? Talvez os sunsets no Hotel Mundial. Fazem parte da minha marca. Mas uma das festas que mais me marcou foi a da inauguração do hotel Conrad, no Algarve. Teve uma equipa fantástica, com artistas internacionais. E eu a única artista portuguesa a fazer parte do elenco. No início da minha carreira trabalhava sobretudo em discotecas e, no Verão, em clubes de praia. Logo no primeiro ano fiz muita coisa no Algarve e aqui, bem perto de onde estamos agora, uma casa que muito me marcou foi o Rio's em Oeiras onde toquei a convite do Tiago Silva Carvalho. Foi uma das casas onde comecei a trabalhar com regularidade. Tocava no Rio's no Inverno e no BBeach no Verão. Sempre que lá ia era um prazer vê-la. Mas acredito que deve ser uma profissão cansativa: todas as noites com a música alta, até tarde... É giro trabalhar na noite, mas ao mesmo tempo é muito desgastante. À noite as pessoas descarregam toda a energia que têm: a boa e a má. Comecei a perceber-me que me interessava mais trabalhar na área dos eventos: profissionais, institucionais, festas privadas,... Felizmente e, de uma forma natural, consegui ir conquistando mercado nessa área. Hoje em dia até é o que eu faço mais. Não se encontra então ligada a nenhuma casa de diversão nocturna? Não. Aliás, foi sempre opção minha nunca ter uma opção fixa. Sempre quis ter a liberdade de decidir ir onde quero e quando quero. Para mais tornar-se-ia muito complicado de conciliar com a minha vida familiar. A família apoia-a na sua profissão? Eu tentei sempre fazer que a minha actividade não prejudicasse a vida familiar. Tive sempre o apoio do meu marido. Quando eu tive que escolher esta actividade, antes de tomar a decisão, falei com o Fernando e ele pergunta-me: O que é que gostavas mesmo de fazer? Quando lhe disse que gostaria muito de explorar esta área, ele logo me deu o seu total apoio. De início não tinha uma agenda tão preenchida o que não afectava tanto a nossa vida familiar. Agora esta minha actividade condiciona as nossas férias, os nossos finsde-semana, as nossas saídas,... Mas o Fernando está lá sempre e até quando não temos que fique com a nossa filha é ele que toma conta dela. E tenho também um grande apoio da minha mãe: a minha família é o meu back-up e quem me permite ir assumindo os meus compromissos e fazendo carreira. O Fernando acompanha-a às festas onde toca? Vai acompanhando. Quando são eventos privados não

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dá, obviamente; mas quando são em lugares públicos ele pergunta-me: mas vai alguém dos nossos amigos? Se forem amigos nossos ele vai, se não, não vai. E, claro, sendo médico a profissão dele também o restringe um pouco. Com uma filha de 16 anos, como é agora? Já lhe pegou o bichinho das festas e da música? Até há pouco tempo a minha filha não saia e até se sentia intimidada. Agora já noto que ela começa já a manifestar interesse em ir e em ver-me. Já teve a oportunidade de me acompanhar em alguns sunsets – que acontecem mais cedo – e, sem dúvida, que é a minha maior crítica. Ela gosta também muito de música e até me dá uma grande ajuda na selecção musical de temas mais actuais. Sempre que vou tocar a um lugar onde sei que o público é maioritariamente mais jovem pergunto sempre à minha filha Sofia o que é que está aí de novidades giras. Este ano até foi curioso porque foi a primeira vez que ela assistiu a uma festa minha à noite, no Comporta café, que tem um ambiente muito familiar; e ela ajudoume a preparar o set, estivemos as duas horas a escolher as músicas. E depois deu-me imenso gozo colocar as músicas que tínhamos escolhidos juntas e ver a reacção dela e vê-la a dançar. Como definiria o seu Dj set? Tenho as minhas preferências musicais. Já algumas pessoas me caracterizaram enquanto Dj como «distintamente feminina». O que me agrada porque quase sempre são as mulheres a ser o motor da pista de dança. O meu público é sempre

São sempre as mulheres a ser o motor da pista de dança.

muito mais feminino. Aposto em músicas com melodia, com harmonia e com muitos vocais. Não sou pela música muito electrónica. Há muitas terminologias para a música e nós viajamos muito pelos vários tipos de música. Passeio pelo Deep House, Soulful House, Nu Disco e Lounge. Mas os meus sets não são muito fechados: tento sempre adaptar a música que ponho ao local e ao momento onde estou a trabalhar. A minha maturidade permite-me ter já um conhecimento maior de vários tipos de música, que faltam um pouco à geração mais nova. E acabo por conseguir adaptar-me a vários tipos de ambientes. Seja mais popular ou mais sofisticado, mais específico. Nos meus sets faço também uma espécie de viagem musical e acabo por ir buscar músicas mais antigas que lhe dou uma nova roupagem. Planos para o futuro? Quero, obviamente, continuar a ter muito trabalho e fazer mais gigs no estrangeiro. Fiz agora um trabalho num cruzeiro Rio de Janeiro – Buenos Aires que me fez pensar numa carreira internacional e onde tive muito bons contactos que espero deem frutos. Mas a minha maior aposta é continuar a trabalhar na área dos eventos empresariais. E, mais para o futuro, quando me sentir mais confiante, começar a produzir a minha própria música. n Para saber mais: www.sofiasofiagiao.com


CARTAZ

~ LIVROS ~ Pilar Pérez Cantó, Esperanza Mó Romero e Laura Oliván Santaliestra RAINHAS DE PORTUGAL E ESPANHA Temas e Debates Pilar Pérez Cantó, Esperanza Mó Romero e Laura Oliván Santaliestra – três das grandes especialistas mundiais em História Moderna escrevem sobre as rainhas de Portugal e Espanha: Margarida de Áustria, arquiduquesa de Áustria por nascimento, nasceu em 1584. Casou-se com Filipe II de Portugal, seu parente e filho do mais importante rei da Casa de Áustria. Apesar da sua juventude e da sua condição de mulher não renunciou ao protagonismo político, em defesa da família e da monarquia hispânica. Os cronistas da época louvaram as suas qualidades, e os seus súbditos não só a idealizaram como prolongaram o seu «poder» para além da morte. A rainha morreu jovem, com 26 anos, em 1611. Isabel de Bourbon, filha de Henrique IV de Bourbon e de Maria de Médicis, foi esposa de Filipe III de Portugal, rainha consorte exemplar e, no final da vida, governadora da monarquia hispânica. Tendo passado uma infância entre jogos e bailes, o seu casamento em 1615 e o nascimento do príncipe, Baltasar Carlos, em 1629, conferiram-lhe um poder notável, tendo sido «embaixadora» da paz entre o irmão, Luís XIII, e o marido. Destaca-se o seu trabalho diplomático na assinatura do Tratado de Monzón e a mediação durante a guerra de Mântua. De 1642 a 1644 assumiu as funções de regente para que Filipe se dedicasse à guerra da Catalunha. Faleceu no exercício da regência, o que ajudou a fortalecer a sua lenda. ■

Simon Blackburn OS USOS E ABUSOS DA VAIDADE Círculo de Leitores

Thomas Pynchon VÍCIO INTRÍNSECO Bertrand

Combinando com brilhantismo a sabedoria, o humor e o estilo, este livro analisa o que os grandes pensadores afirmaram sobre o amor-próprio: de Aristóteles, Cícero e Erasmo a Rousseau, Adam Smith, Kant e Iris Murdoch. Examina as obsessões atuais com o «eu», como as selfies, a cirurgia plástica e as intervenções cosméticas, e reflete sobre fenómenos correlacionados como a inevitável mercantilização da vida social e o trágico excesso de confiança de políticos como George W. Bush e Tony Blair. Em última análise, mostra porque é a auto estima uma parte necessária e saudável da nossa vida. Mas também sugere que perdemos a capacidade de distinguir entre – e, pior do que isso, de equilibrar – as boas e as más formas de amor-próprio. ■

Em parte noir, em parte farsa psicadélica, protagonizado por Doc Sportello, detective privado, que de vez em quando se ergue de uma névoa de marijuana para assistir ao fim de uma era. Há já algum tempo que Doc Sportello não vê a ex-namorada. Mas um dia ela aprece com uma história acerca de um plano para raptar o milionário por quem por acaso se apaixonou. Esta ponta solta dos anos sessenta em Los Angeles é o mote para o livro, mas Doc sabe que o «amor» não passa de mais uma palavra que anda na moda. Este que é o primeiro livro de Thomas Pynchon, um dos escritores mais influentes da atualidade, chega agora ao grande ecrã com interpretações de Joaquin Phoenix, Josh Brolin, Owen Wilson, Reese Witherspoon e Benicio del Toro. ■

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CARTAZ

~ TEATRO ~ THE BLUE BOY - Brokentalkers 20 e 21 Fev 2015 - 21:00 Pequeno Auditório – CCB

Histórias de abuso sobre crianças motivaram Brokentalkers a recolher experiências da perspetiva das crianças em estado de vulnerabilidade, dando-se conta, à medida que o projeto avançava, de que o tema não era apenas histórico: continua bem atual. The Blue Boy lida com as experiências de homens e de mulheres que foram encarcerados enquanto crianças, em situação de internato, em instituições católicas. Este espectáculo pujante e assombrado combina uma representação ao vivo muito exigente do ponto de vista físico com testemunhos gravados de antigos internados de instituições, dando uma voz teatral fresca a histórias recentemente reveladas de abuso de crianças na Irlanda. Sete artistas mascarados desenvolvem uma coreografia que trabalha com elementos da dança moderna, colocando a questão da culpa. Feidlim Cannon e Gary Keegan Conceção, encenação. Dylan Coburn Gray, Eddie Kay, Gary Keegan, Jessica Kennedy, Megan Kennedy, Stephen Lehane, Mary-Louise McCarthy, Intérpretes. Lucy Andrews, Músico. ■ DOCE PÁSSARO DA JUVENTUDE - Tennessee Williams de 10 a 26 de Abril de 2015 S. Luiz Teatro Municipal Uma actriz que envelhece e enfrenta o desastre de uma vida, longe dos doces anos da sua juventude. Um rapaz, Chance Wayne, que a conduz de volta à sua terra natal. É domingo de Páscoa, mas nada vai ressurgir, não haverá ressurreição. Mas todos procuram voltar a um passado feliz que um dia teve lugar. Enquanto decorre uma sórdida manobra política. Uma das peças mais secretas de Tennessee Williams - e como tantas vezes a derrota perante o tempo, o derradeiro voo do pássaro da juventude? Com Maria João Luís, Rúben Gomes, Américo Silva, Catarina Wallenstein, Isabel Muñoz Cardoso, Nuno Pardal, Pedro Carraca, Vânia Rodrigues, Tiago Matias, Pedro Gabriel Marques, Rui Rebelo, Simon Frankel, Eugeniu Ilco, Alexandra Pato, Mia Tomé, Tiago Filipe, Francisco Lobo Faria, André Loubet, João Estima e a participação de João Vaz (distribuição em curso) Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Som André Pires Assistência de encenação Leonor Carpinteiro e Nuno Gonçalo Rodrigues Encenação Jorge Silva Melo. ■

~ EXPOSIÇÕES ~ Exposição de Camélias e Orquídeas em Sintra 21 e 22 de Fevereiro Terreiro do Palácio Nacional de Sintra A Parques de Sintra promove a exposição “Camélias e Orquídeas em Sintra”, em parceria com a Associação Portuguesa de Camélias (APC) e o Clube dos Orquidófilos de Portugal (COP). A exposição realiza-se no Terreiro em frente ao Palácio Nacional de Sintra, com entrada gratuita, e tem como objetivo promover o valor botânico associado às Camélias e Orquídeas em Sintra. A vertente do evento relativa às Camélias conta com a participação das Quintas Históricas de Sintra e com os sócios da APC e da Sociedade Española de la Camelia, para além da habitual representação das Camélias dos parques e jardins sob gestão da Parques de Sintra. Assim, no Terreiro em frente ao Palácio de Sintra, será possível observar os melhores exemplares de Camélias de cada um dos participantes, bem como as cultivares vencedoras do concurso que, através da avaliação de um júri especialista na matéria, identificará as melhores. Em simultâneo com a exposição, decorre o concurso para distinguir a “Melhor Camélia 2015” e a “Melhor Camélia Portuguesa”. Os vencedores são anunciados no sábado (21 de fevereiro), às 15h00, pelo administrador delegado do Conselho de Administração da Parques de Sintra, Dr. Manuel Baptista; pela presidente da APC, Dr.ª Eduarda Paz; e pelo presidente do COP, Dr. José Santos. ■ 78 | ELES & ELAS

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~ MÚSICA ~ ANTHONY STRONG 27 Mar 21:00 Grande Auditório Produção Incubadora D’artes Após o estrondoso sucesso da sua estreia em Portugal, no CCB, em Abril de 2014, Anthony strong, esse «invulgar novo talento do jazz retro contemporâneo», como o apelidou a imprensa inglesa, tem data marcada para o regresso à sala lisboeta, num espetáculo que não deixará ninguém indiferente! ■

ADRIANA CALCANHOTTO 1 Mar, 11:00 - Grande Auditório Fundação Gulbenkian Em 2004, Adriana Calcanhotto lançou o primeiro volume do seu heterónimo Adriana Partimpim, nome pelo qual o seu pai sempre a chamou, desde a infância. A ideia de produzir um álbum destinado ao público infantil já vinha de trás, mas necessitou de tempo para que Partimpim reclamasse um espaço próprio na carreira de Calcanhotto. O grande atrativo, assumiu a cantora, é que aos olhos das crianças a música não obedece a regras. A imaginação e a fantasia assumem o primeiro plano, tal como na divertida fábula musical Pedro e o Lobo que Sergei Prokofiev criou para familiarizar o público infantil com os instrumentos da orquestra. ■

~ ÓPERA ~ MACBETH de Giuseppe Verdi dramma lirico em quatro atos Libreto Francesco Maria Piave Baseado na tragédia homónima de William Shakespeare 21, 23, 25 e 27 de fevereiro (20h); 1 de março (16h) Teatro Nacional de São Carlos O drama psicológico em torno da ambição desmesurada e do sentimento de culpa de Macbeth e, sobretudo, de Lady Macbeth (cuja centralidade é destacada pelas opções dramatúrgicas de Verdi) coexiste com o tema da insurreição coletiva contra a tirania. “Tenha em atenção que os papéis principais desta ópera são, e só podem ser, três: Macbeth, Lady Macbeth e o coro das bruxas. As bruxas dominam o drama; é nelas que tudo tem origem – grosseiras e mexeriqueiras no Ato I, exaltadas e proféticas no Ato III. Traçam uma personagem autêntica e de grande importância” (Carta de Verdi a L. Escudier, 08.02.1865). A escolha de Macbeth constitui um momento singularmente importante na carreira de Giuseppe Verdi, visto tratar-se da sua primeira incursão criativa na dramaturgia de Shakespeare, circunstância que lhe imprimirá um novo estímulo e fulgor. É também a ocasião em que o compositor sente uma distinta intimidade com a estética do Romantismo, desenvolvendo um universo simbólico que redimensiona e intensifica o seu vocabulário dramático. ■ ELES & ELAS | 79


CAÇA

No interior alentejano é possível descobrir a velha arte da falcoaria. Uma pequena empresa local oferece um produto turístico alternativo que concilia na perfeição tradição e contemporaneidade. Aqui a história e a cultura cruzam-se com os prazeres do campo, com o conhecimento e a preservação das espécies, num programa marcado por um profundo envolvimento com a Natureza. ➤

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A Nobre Arte Medieval

esde tempos muito recuados da nossa história, o homem utilizou aves de presa treinadas como auxiliares de caça. A arte de adestrar e caçar com aves de presa denomina-se falcoaria ou cetraria. As origens desta arte são orientais e os primeiros testemunhos históricos surgem na antiga Mesopotâmia e datam do início do segundo milénio a.C. Na Península Ibérica, a falcoaria foi introduzida no século V, pelos Suevos e Visigodos, mais tarde aperfeiçoada com o advento das Cruzadas e o contacto com os povos árabes. Desporto favorito de príncipes e reis, a falcoaria tornou-se apanágio das casas reais de todo o mundo e gozou sempre do estatuto da mais nobre das modalidades de caça. Nunca foi praticada como forma de obtenção de alimento, mas antes como entretenimento. Ao longo dos séculos esta atividade desenvolveu uma cultura e estéticas próprias, transformando-se numa atividade requintada e complexa, conquistando o estatuto de arte. Em Portugal a falcoaria praticou-se desde o início da nacionalidade, conhecendo um período de grande esplendor durante a Idade Média, em particular durante o reinado de D. Fernando. Mais tarde, na primeira metade do século XVIII, a falcoaria portuguesa atinge o seu maior apogeu, rivalizando com as grandes falcoarias europeias da época. Os falcões tornam-se símbolos de prestígio e de elevado estatuto social. Alguns, pela sua raridade e exotismo, constituíram presentes de grande luxo e adornaram as relações diplomáticas entre os Estados. As cortes europeias tinham ao seu serviço falcoeiros profissionais que treinavam e cuidam estas aves de luxo, conhecidos na época como “Mestres da Natureza”, hoje considerados os precursores dos ornitólogos modernos. O ofício de falcoeiro tinha diversas categorias, como mestres, oficiais e aprendizes. No topo da hierarquia estava o falcoeiro-mor, cargo criado pelo rei D. Sebastião, em 1568, para superintender o funcionamento da falcoaria real. Os maiores segredos desta arte eram transmitidos de geração em geração, mas chegaram até nós diversos tratados medievais, que sistematizavam os conhecimentos relativos a esta disciplina de caça e que eram redigidos pelos falcoeiros reais. O mais célebre tratado português de falcoaria é a «Arte da Caça de Altaneria», da autoria de Diogo Fernandes Ferreira, publicado em Lisboa, em 1616, e onde se podeler esta expressiva definição da falcoaria: «Duas caças são diferentes no modo de caçar, uma das feras escondidas nos bosques, outra das aves celestes de rapina. […] As feras se caçam e perseguem com cães, e se matam a ferro e a fogo, incitando a fereza e crueldade. A nossa das aves é de príncipes, e se faz muito pelo contrário, com amor, engenho, prudência e sofrimento.» Diogo Fernandes Ferreira, in Arte da Caça de Altaneria, 1616

Em 2010 a UNESCO reconheceu a riqueza do legado histórico e artístico da falcoaria, procedendo ao registo da atividade na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade - “Falconry - A Living Human Heritage “. ➤

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Uma atividade conservacionista

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s falcões, grandes protagonistas desta arte, são hoje espécies ameaçadas, gozando por isso de especial estatuto de proteção em todo o mundo. Em Portugal ocorrem 5 famílias de aves de rapina, representadas por trinta espécies diferentes. A pressão humana, a destruição e fragmentação dos habitats são as principais causas da regressão de algumas

espécies. As aves utilizadas neste desporto são atualmente criadas em cativeiro e deve-se aos falcoeiros modernos o desenvolvimento das técnicas de reprodução artificial, que permitem não só assegurar a regular produção de aves para a continuidade deste desporto, mas também a propagação de espécies ameaçadas destinadas a programas de reintrodução na natureza. Por essa razão, a falcoaria atual reveste-se de uma importante vertente conservacionista e está dotada de sólidas bases técnicas e conhecimentos científicos. O treino a que são submetidos os falcões recebe o nome de “adestramento”. Trata-se um processo de aprendizagem baseado na recompensa (alimento), que requere grandes doses de paciência e dedicação. O adestramento das aves de presa recorre à utilização de equipamentos específicos para a detenção e manuseamento, destacando-se os piós (pequenas correias de cabedal colocadas nas patas) a luva de cabedal e o caparão (pequena carapuça de cabedal utilizada para o adestramento e transporte de falcões), considerados símbolos universais desta arte. A utilização de falcões como auxiliares de caça reproduz de um ato natural de predação. Não causa abates massivos, nem compromete o equilíbrio natural das espécies, sendo atualmente considerada uma forma de caça natural e uma atividade ecologicamente sustentável. Em todo o mundo, a falcoaria tem conhecido uma notável expansão ao longo das últimas duas décadas, encontrando-se organizada em torno de diversas associações da modalidade. Em Portugal, foi fundada no final dos anos oitenta a Associação Portuguesa de Falcoaria, que integra a International Association for Falconry and Conservation of Birds of Prey, a qual representa a modalidade a nível internacional, congregando mais de cinquenta associações de falcoaria espalhadas por todo o mundo. ➤

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À descoberta da Falcoaria no Alentejo

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m Vaiamonte, no concelho de Monforte, a empresa FALCOSPORT dedica-se há mais de 20 anos à criação e treino de falcões de caça, detendo uma larga experiência na organização e condução de programas turísticos de falcoaria. A menos de duas horas de carro de Lisboa, mergulhamos no ambiente rural deste magnífico lugar do Norte Alentejano, onde podemos encontrar a paz do campo e desfrutar do encanto e do charme de um local verdadeiramente mágico. Aqui pode ter a rara oportunidade de conhecer a antiga arte da falcoaria e viver uma experiência única com aves de rapina treinadas. Uma oportunidade para visitar em privado os bastidores das instalações da Falcoaria Alter-Real, adquirindo conhecimentos básicos sobre as aves de rapina, seu manuseamento, técnicas de treino e equipamentos. Os participantes são convidados a fazer curtas caminhadas no campo e a voar falcões pelo seu próprio punho, na companhia de um falcoeiro instrutor e com toda a segurança, enquanto desfrutam das idílicas paisagens naturais do Alentejo, em estreito contacto com a natureza. Observar as éguas e potros a pastar no campo, com uma grande diversidade de vida selvagem, proporciona boas oportunidades fotográficas ao longo do percurso. No expoente máximo desta experiência, pode-se assistir ao vivo a uma das cenas mais dramáticas da natureza - o ato natural de predação. Compreende-se então a extraordinária parceria que existe entre falcão e falcoeiro e percebe-se porque é a arte da falcoaria considerada uma modalidade de caça ecológica e sustentável. As experiências de falcoaria da FALCOSPORT são realizadas apenas mediante reserva e ajustadas às necessidades dos participantes. Estes programas personalizados têm um compromisso com a exclusividade e o luxo, sendo complementados com alojamento de qualidade superior, onde se pode usufruir do spa, descobrir a melhor gastronomia regional, os vinhos do Alentejo, passeios a cavalo, observação de aves, entre outros motivos de interesse. n

Saiba mais em www.falcosport.pt 84 | ELES & ELAS



DESPORTO

FINAL TAÇA DE DRESSAGE Na Quinta da Beloura

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ecorreu no Beloura Centro Hípico a Final da Taça de Portugal de Ensino 2014 onde participaram 35 cavaleiros, tendo-se assistido a algumas prestações acima dos 70%. Nuno Chaves de Almeida montado nos cavalos da coudelaria “Dressage Plus” conquistou o 1.º Lugar nos 3 Graus em que participou (Preliminar, Elementar e Complementar). Nos Grau Médio e St. George sagrou-se vencedor Duarte Nogueira, montando “Douro” e “Beirão” - cavalos da Coudelaria de Alter Real. Na prova Grande Prémio (de máxima dificuldade desta disciplina) o pódio foi ocupado por 2 senhoras: Raquel Falcão, que montou "Real" em primeiro lugar e Filipa Carneiro que montou "Treinado" em segundo lugar, sendo o terceiro lugar do pódio ocupado pelo cavaleiro olímpico Daniel Pinto, que montou “Santurion”. Participaram igualmente nesta prova o cavaleiro Salvador Pessanha com Xenofonte d´Atela e Luciana Inácio com Watami. É de mencionar que na cerimónia de entrega de prémios houve ainda lugar para a entrega das faixas de campeões e vice-campeões nacionais de para-dressage. n

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O HOTEL

OC HOSTEL

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onte-me o seu percurso profissional até à concepção do Hostel O meu percurso profissional foi um percurso muito trabalhoso e bastante enriquecedor em diferentes experiências laborais. Iniciei aos 15 anos, como trabalhador numa marmorearia onde executei trabalhos de corte e polimento de tampos para cozinhaswc´s, ombreiras, soleiras para obras de construção civil, escolha de pedra em pedreiras nacionais, controle e aplicação em obras publicas e privadas, etc. A empresa foi vendida e não estando satisfeito com a nova gerência, procurei outro tipo de atividade: padaria-pastelaria. Não estando satisfeito procurei estabelecer, por conta própria, uma loja de artigos de decoração, com minha irmã, tendo criado uma rede de 5 espaços comerciais, entre Aveiro, Ilhavo e Albergaria-a-Velha. Em 2010 surgiu uma oportunidade de adquirir um restaurante onde exploro o mesmo desde então até á data. Em paralelo, com a atividade em Portugal, fui estabelecendo vários contactos e, também, expandi negócios fora do continente europeu, onde nasci, na Venezuela. Como se lembrou de reconstruir esta casa senhorial e transformá-la num Hostel de Luxo? Não o catalogo de luxo, nem sou pessoa de ostentar luxos. Considero que a simplicidade e naturalidade são a base deste Charm Hostel. Muito próximo desta Casa tenho um estabelecimento de restauração, referido á pouco, Restaurante O Lavrador, que não tem espaço físico suficiente para poder “albergar” quem quer comer comida caseira, fresca e a um custo bastante acessível. Procurei, nas imediações próximas, espaços que Um paraíso perdido em Aveiro pudessem comportar o “aumento de espaço” para satisfazer os meus, actuais e potenciais, clientes. E foi assim que encontrei esta Casa. O que difere o seu Hostel de todos os Eram tantas adaptações, tantas alterações que matariam toda outros? a essência da casa. Encontrar diferenças estaria a comparar com todos os ou- A primeira vez que a visitei foi “amor á primeira vista”, sabe? tros e isso foi um ponto de partida pelo qual que não optei. Daquelas coisas que apesar de muito “suja” que estava gostei! Simplesmente estudei a Casa, a essência natural que a Casa Amei! E quando se iniciaram as primeiras limpezas iam surtinha. A Casa estava num aparente estado de “ degradação” gindo pormenores únicos e singulares duma época, de uma pelo tempo de espera a que, os antigos proprietários, estive- família, dum ambiente de festas... sim porque as pessoas idoram condicionados á burocracia camarária e afins (11 anos!! sas que conheceram esta casa nos seus tempos áureos iam acredita?!). Quando avancei para esta propriedade, a minha passando e diziam “… Oh era uma casa onde realizavam primeira versão do negócio era um restaurante de requinte grandes e longas festas, com muito requinte…gente de muie selecionado, onde cada quarto seria uma sala privada para tas posses…”.... clientes exigentes e reservados (empresários, advogados, ma- E porque não um Hostel? Os quartos já existiam...12!!! O teto gistrados, agentes bancários, e afins). Quando a equipa téc- da sala estava intacto, duma riqueza rara...os tetos de alguns nica apresentou o que seria necessário para o licenciamento quartos também...Os Wc's também...e a Casa mantinha a sua do restaurante recuei imediatamente desse projeto. Porquê? Essência, o seu Ser. ➤ 88 | ELES & ELAS


Foi a própria Casa que deu o logotipo e nome: existem dois brasões (que estão desde a origem da Casa não foram colocados por mim), na porta de entrada, que traduzem a imagem desta unidade, que se consolidam, no inicio da escadaria com a Fénix, que se prolonga nas guardas desta. Das cinzas renasce! Nada foi inventado! Quem foi o decorador e qual foi a sua inspiração? No decorrer das obras de recuperação, alguém, a quem pedi algum apoio da experiência tinha em obras, rapidamente identificou o que eu pretendia criar e propôs-se a executar. Procurou conciliar o que estava de antigo, com tecidos não muito extravagantes para não criar conflitos quer de imagem quer de conceito. Por exemplo nos quartos alusivos aos moliceiros colocaram-se cortinas que representam as redes de pesca, no quarto da Princesa o floreado do tecido é igual

ao da cerâmica aplicada no wc, no Caminhos pró Mar as almofadas têm motivos de caravelas e lemes, no Amor e uma Cabana conseguiu encontrar uma colcha com a representação que tem na parede das janelas tipicas da Costa Nova, deu uma nova vida a uma banheira, que existia na Casa, transformando-a num sofá que permite ao hóspede poder estar numa varanda a ler um livro... Cada quarto tem um nome especial pode explicar-nos o porquê? Um hostel: Hospedagem de hóspedes oriundos de diversos cantos do mundo ou mesmo de Portugal. Até eles chegarem ao OC'Salon iniciam uma viagem e essa viagem não termina ao entrar nele, apenas iniciam outra: viagem pelos canais da Ria de Aveiro, da sua história, das suas gentes, dos seus encantos... A sala identificou como Veneza, os corredores canais da Ria recheados com fotos e letras de músicas muito conhecidas onde invocam Aveiro, ao jardim exterior caraterizou a rivalidade entre os Cagareus Vs Ceboleiros, ao primeiro quarto foi dado o nome de Viagens onde o saudoso aveirense Zeca Afonso disse um dia ... “ alguma coisa do que sou e fui foi em viagens...”, o Doce História invoca a iguaria Ovos Moles retratados nos Maias de Eça de Queiros, a Suite Princesa Santa Joana, o Bilhete Postal alusivo aos famosos Palheiros da Costa Nova, os moliceiros... Está no coração de Aveiro, porque esta escolha, parece Veneza... Sim de fato a localização não poderia ser das melhores: Coração da Veneza Portuguesa. Numa zona nobre onde, a pé, está perto de tudo: museus, teatros, cinemas, comércio tradicional, shooping restaurantes, posto de turismo, central de autocarros, estacionamento coberto... ➤ ELES & ELAS | 89


Quais os principais serviços do hostel e o que os difere dos outros? Só o hospede é que vai enriquecendo os nossos serviços. Um serviço que a unidade tem é do pequeno-almoço ser servido fresco e individualmente (p. ex: os ovos mexidos são confecionados no momento em que o hóspede se senta na mesa) Noto que cada hospede é um cliente exclusivo é verdade e porquê? Sim. A unidade pretende que cada hóspede utilize a Casa como se fosse sua Casa, quer seja num momento de lazer, de negócio ou laboral. Cada hóspede tem as suas características muito próprias, muito pessoais. Um hóspede de origem russa difere dum de origem italiana, ou grega, ou portuguesa. Ronald nestes tempos de crise acha que o turismo vai salvando a hotelaria? A sociedade tem demonstrado um novo saber viver. As pessoas circulam, procuram novas cidades, novos lugares para poderem recarregar energias para suportar a pressão a que estão sujeitas no seu dia-a-dia. O turismo é um motor impulsionador não só da hotelaria, também é da restauração, das lojinhas de comércio tradicional, dos postos de abastecimentos, da CP, dos aeroportos,... A economia mexe! E, aproveito a oportunidade para mencionar o seguinte, que não há só turismo em Lisboa e Algarve. O Centro de Portugal é uma zona com muita história, boa gastronomia, boas praias, boas serras, excelentes termas, paisagens lindíssimas... Quais as principais apostas para 2015? Existem diversas apostas, que já estão a ser analisadas, muito embora não consiga classificar hierarquicamente cada uma

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delas. Encontrei um imóvel duma localização excelente: entre mar e ria. Se virem no Google Maps a Costa Nova (Costa Nova do Prado ) é um “retângulo” que fica entre o mar e a ria. E, nesse imóvel, gostaria de conceber uma unidade hoteleira, onde cada alojamento seria um palheiro da Costa Nova, aquelas famosas e castiças casas de riscas existentes ao logo da frente Ria, apoiados por um centro de terapias medicinais associadas aos produtos do sal. Ainda na vertente da hotelaria, gostaria de alcançar a criação de um ECO-Resort, num turismo criativo e sustentável. Outro dos projetos que gostaria de alcançar em 2015 seria na indústria da panificação e afins associada a uma empresa de exportação de produtos alimentares portugueses para América do Sul. Apostas...venham elas! Desvende-nos o segredo do seu sucesso e do hostel? Não tenho segredo nem uma fórmula a aplicar, digamos que a humildade e a simpatia, num serviço onde o respeito, a atenção, o saber ouvir um hóspede/cliente são a base do “sucesso” de qualquer empresa ou empresário. Enquanto o mercado não tiver estes princípios como base... Que conselhos dá aos nossos leitores e sugestões para visitarem o Hostel? A nossa Cidade, Capital da Arte Nova em Portugal, “Veneza de Portugal” pintada com os seus canais, moliceiros e edifícios Arte Nova, é uma tranquila atmosfera urbana para a sua estadia. Tem ofertas para os mais românticos, aventureiros, amantes da natureza e apreciadores de arte e tranquilidade e até para os mais divertidos e gulosos…Visitem e venham usufruir de um espaço acolhedor e calmo. Quem é afinal Ronald? Sou um jovem de 32 anos, ambicioso, arrojado e trabalhador. Nada me foi dado. As oportunidades que me surjam agarro-as como se fossem meus “filhos” e com humildade e respeito desenvolvo-as para proporcionar trabalho a famílias. n


COCKTAIL DE NOTÍCIAS DEAU L.V.O. COGNAC: A VIDA EM OURO DEAU, prestigiada casa francesa especializada na produção de conhaques de luxo, acaba de apresentar as suas sugestões para a quadra festiva que se aproxima. Um conhaque de requinte, com garrafa banhada a ouro, que chega agora a Portugal em exclusivo pelas mãos da OnWine Distribuição Nacional. Localizada em Sireuil, em Charente, uma pequena aldeia na região de Cognac, em França, DEAU faz parte da história daquela que é considerada a bebida mais refinada do mundo. Para celebrar todos esses capítulos acumulados de história, a Deau lança no mercado o exclusivo Deau L.V.O (La Vie en Or) Cognac, que em português significa “A Vida em Ouro”. Um conhaque que promete surpreender até os apreciadores mais exigentes, produzido a partir de um blend raro de champagne de vinhas velhas. A começar pela embalagem que sugere um design elegante e sofisticado, com um decanter banhado a ouro e uma luxuosa caixa dourada. Em Portugal chegarão apenas 6 garrafas deste surpreendente conhaque com séculos de tradição e carácter nobre, quase aristocrático. Associado ao bom gosto e sofisticação, esta bebida será ainda motivo de disputa pela sua valiosa garrafa. Dizem as mais ancestrais lendas que apenas quem bebe a última dose leva a garrafa. Um risco que ninguém vai querer correr, mesmo nas festas típicas da estação. n A NOVA COLUNA PORTÁTIL DENON ENVAYA VAI POR MÚSICA EM TODO O LADO Esqueça o frio! Pense antes no sol quente, em guardar as flanelas e mergulhar de cabeça na piscina. A nova coluna portátil Denon Envaya está preparada para o acompanhar nas suas férias de Verão a dois. É à prova de água, vem com uma bateria de 10 horas e inclui um microfone com redução de ruído, para que nunca seja preciso optar entre música e conversa. A linguagem de design da Envaya original transferiu-se perfeitamente para a nova forma – a qual pode ser colocada vertical ou horizontalmente – e está disponível quer num elegante acabamento preto com uma grelha em azul, ou num refrescante branco com grelha laranja. n

ESPORÃO APRESENTA NOVOS TINTOS: RESERVA 2012 E PRIVATE SELECTION 2011 Esporão Reserva tinto 2012 e Esporão Private Selection tinto 2011, duas colheitas distintas, da autoria dos enólogos David Baverstock e Luís Patrão. Duas expressões de vinhos tintos, com origem no Alentejo, que conjugam a cultura universal do vinho e a arte, através da reprodução de uma obra original de Alberto Carneiro. O artista plástico inspirou-se na paisagem alentejana, já utilizada nas colheitas dos vinhos brancos, para a elaboração dos rótulos dos tintos, Esporão Reserva e Private Selection, mantendo-se assim fiel aos princípios orientadores da sua própria obra, na qual desenvolve uma íntima relação entre a arte e a Natureza. Classificados entre os vinhos mais respeitados do Alentejo e de Portugal, os vinhos Esporão ajudaram a revolucionar a região renovando a cada ano a ligação a entre o vinho, o Alentejo e a cultura portuguesa. n

AS SELFIES AGORA SÃO MAIS FÁCEIS E DIVERTIDAS! Antes das câmaras digitais compactas, e sobretudo dos smartphones, havia o desconhecido a quem pedíamos o favor de nos tirar uma foto com a nossa cara-metade. Hoje em dia o processo é bem mais simples, mas a verdade é que o recuo do nosso braço raramente se revela suficiente para obter “selfies” com qualidade. O Hama Selfie 90 é a solução para quem procura verdadeiros autorretratos de qualidade e não apenas “selfies” de ocasião. Este monopé telescópico compacto inclui um suporte de rosca duplo para câmaras fotográficas e câmaras de ação GoPro podendo ser estendido desde 30 até 90 cm – uma distância que permite capturar imagens de maior qualidade, até mesmo de grandes grupos. n

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AMBIENTES

Os maravilhosos aromas quentes destas velas de Luxo

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Baobab Collection começou em 2002, encontrando nas viagens à Tanzânia, uns pais rico em cores e perfumes o seu mote na criação destas maravilhosas velas. A inspiração das coleções de velas prende-se com as longínquas viagens e na natureza selvagem, mas é na Bélgica que as novas criações são preparadas, um pequeno país reconhecido pela sua criatividade, conhecimento e o minimalismo chic. A marca Belga, encontrou as suas ilimitadas inspirações em vários países do mundo. Cada vela, conta-nos uma história, um perfume e os materiais utilizados para as conceber. A grande herança africana, é representada na linha “ All Seasons” , linha que tem 10 diferentes velas exclusivas em cores e fragâncias. A “Pearls” lembra-nos uma joia cultivada no oceano pacífico durante muitos séculos. As últimas coleções, prestigiadas e refinadas tais como as anteriores, transportam-nos a novos destinos, fragâncias que reencarnam viagens à China, Rússia e as pirâmides do Egipto… Cada Baobab Collection, torna-se em verdadeiros objectos de decoração, como a Baobab savana árvore africana, a vela impressiona por se tornar num produto que se revela extraordinário e define o próprio conceito de luxo. n

Contactos em Espanha e Portugal Hugo Barreto: 00351 91 742 79 56 Portugal@baobabcollection.com

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Madagascar vanilla

Victoria falls


VITRINE

A instauração do Dia do Pai teve origem nos Estados Unidos da América, em 1909. Sonora Luise, filha de um militar resolveu criar o Dia dos Pais motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. A festa foi ficando conhecida em todo o país e em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais. Por cá celebra-se a 19 de Março em honra de S. José. Fica a nossa selecção dos presentes que, com certeza, irão fazer o seu pai feliz. 2 1

3 1. Perfume masculino Brit Rhythm da Burberry 2. Toalha de algodão para chá da This & That 3. Perfume masculino Montblanc 4. Velas Karl Lagerfeld à venda na Induplano, Lisboa

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VITRINE

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5. Pasta Lomgchamp 6. Mocassins Jacket London 7. Óculos Gucci 8. Caixa de engraxar This & That 9. Perfume para homem Éclat d' Arpège 10. Botões de Punho Maria João Bahia 11. Auscultadores Sony 12. Botões de Punho Mille Miglia da Chopard 13. Óculos para a neve com câmara de video Liquid Image All Sport 94 | ELES & ELAS

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Casaco Jean Louis Sherrer

Casaco Arma

Casaco Ferrari

Sapatos Rockport

Sapatos Gant

Sapatos Steve Madden

Relógio August Steiner

Saco Lee Cooper

Camisa Calvin Klein

Showroomprive.pt, o segundo maior clube de vendas privadas online de grandes marcas de moda, cosmética e decoração na Europa e com 1 milhão de sócios em Portugal, celebra o Dia do Pai connosco! Com descontos que vão até aos 70%, a Showroomprive, marca que vende artigos de moda para mulher, homem e criança, acessórios, decoração e produtos para o lar, cosméticos e beleza, gastronomia, equipamento desportivo, material audiovisual e tecnologia, revelou as suas sugestões para este dia especial! Do que estás à espera? Regista-te na página, deixa-te encantar pelos seus artigos e vê um sorriso no rosto do teu pai!


SOCIEDADE

FESTAS NOS PAÍSES DO ORIENTE

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ecentemente fizémos uma viagem que nos levou, sucessivamente, a Hong Kong, Macau, Qatar, Arábia Saudita e Dubai. O pretexto foi o 2.º Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa que se realizou em Macau, na sequência do primeiro congresso que se havia realizado em Lisboa, em 2012. O programa iniciou-se com uma viagem aérea Lisboa-Hong Kong e, à chegada a esta Zona Especial da China, prosseguiu com uma visita aos seus principais pontos turísticos (o Peak, o porto piscatório de Aberdeen com as suas características sanpanas, etc.), muitos deles já nossos conhecidos dado termos passado muito do nosso tempo, entre 1984 e 1999, a deslocarmo-nos àquele território (onde passámos o fim do ano de 1989, com um jantar no “Trou Normand” e uma festa na discoteca “JJ”), do qual seguíamos para Macau onde exercemos a nossa actividade profissional. Viajámos depois para Macau onde ficámos alojados no Hotel Venetian, considerado o segundo maior edifício do Mundo (a seguir ao Pentágono) e que aloja o maior casino a nível mundial, com uma facturação que é seis vezes superior ao do casino homónimo de Las Vegas. O hotel tem dimensão tal que, quando nele se faz o “check-in”, nos fornecem um mapa com as suas diversas localizações para que os hóspedes se não percam naqueles quase dois milhões de metros quadrados. No seu interior existem três canais onde navegam gôndolas conduzidas por gondoleiros equipados a rigor e que cantam, ao longo do percurso, as mais conhecidas canções italianas. O Venetian está situado nos novos aterros que foram criados entre as ilhas de Taipa e Coloane, ainda no tempo da administração portuguesa, tendo nós participado na elaboração do respectivo plano director e dado o nome a essa nova área: Cotai, no qual se reunem as primeiras letras que designam as referidas ilhas. Curiosamente, embora a maioria dos actuais habitantes de Macau sejam de etnia chinesa, existe neste território uma significativa comunidade católica que continua a frequentar as igrejas construídas pelos portu-

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gueses. Na Igreja de Santo António existe um “poster”, em tamanho real, do Papa Francisco, que é uma atracção turística havendo muita gente que vem tirar uma fotografia colocando-se ao lado da imagem do Papa. Na missa do galo as igrejas transbordam de fiéis havendo alguns que têm de seguir a celebração no seu exterior. Mas o mais importante local turístico de Macau, e que constitui o seu ex-libris, é o que se designa por Ruínas de S. Paulo, nas quais tivémos uma intervenção relevante na sua reabilitação o que faz com que o nosso nome esteja inscrito em placas apostas num dos muros laterais, em várias línguas, perpetuando a informação dos referidos trabalhos de reabilitação daquele monumento. Em Macau o Natal continua a ser celebrado anualmente e as principais praças e ruas estão devidamente decoradas com símbolos natalícios. Toda a toponímia portuguesa da cidade se mantém como acontecia antes da passagem para a administração chinesa, numa demonstração do pragmatismo da China que percebeu que era importante manter as marcas da presença portuguesa para distinguir Macau de todas as restantes localidades chinesas. O facto de Macau ser das poucas zonas da China onde os jogos de azar são permitidos, faz com que diariamente milhares de turistas o visitem, maioritariamente chineses, o que veio criar um “boom” imobiliário sem precedentes, pelo que o sector da construção está em alta, em contraste com o que vem acontecendo em Portugal. No Qatar, apesar de ser um país maioritariamente muçulmano, vimos na sua capital, Doha, inúmeras iluminações de Natal. É um país relativamente recente, rico em petróleo, e que procura, rapidamente, atingir o grau de desenvolvimento dalguns dos seus vizinhos, nomeadamente os Emiratos Árabes Unidos. Assim, existe uma intensa actividade de construção que já levou à criação na sua capital, a cidade de Doha, dum dos mais belos conjuntos de prédios modernos que alguma vez vimos (assinados pelos mais reputados arquitectos americanos e europeus), e que prossegue com a construção de inúmeras infraestruturas, de que ➤


➤ destacamos a futura rede do metropolitano de Doha. A proximidade do mar, de côr turquesa, realça a beleza das construções modernas, tornando a capital do país numa cidade que, neste particular, já rivaliza com Nova York, Hong Kong, Abu Dhabi e Dubai. No Qatar um dos programas turísticos mais populares consiste num safari de quatro horas no deserto, de areia de côr semelhante à das nossas praias, em jeeps conduzidos por profissionais muito competentes e que manobram nas dunas com extraordinária destreza. Um dos seus segredos consiste, antes de abordar as dunas, em diminuir drasticamente a pressão dos pneus, a qual tem de ser posteriormente reposta no final do safari e antes de regressar à auto-estrada que liga o deserto a Doha. Essa auto-estrada, situada a Sul da capital, conduz a um local único no Mundo, pois só ali as dunas do deserto ficam sobranceiras ao mar. A nossa escala seguinte foi a Arábia Saudita, país que inclui os principais locais santos do Islão (Meca e Medina), os quais são vedados a não muçulmanos. É um país fechado ao turismo e ao qual só se acede em negócios ou em visita a familiares. Foi este o nosso caso pois temos a viver em Riade, como embaixador de Portugal, o nosso primo Manuel Cansado de Carvalho que, com a sua mulher Joana Almada Tavares de Carvalho, nos receberam de forma extraordinária. É um país de grandes contrastes nos quais as mulheres (mesmo as ocidentais), para sairem à rua, têm de vestir uma túnica negra (a abaia) e colocar um véu na cabeça. Nos restaurantes há zonas separadas: uma para homens sozinhos ou acompanhados apenas por outros homens; e outra para famílias (incluindo, portanto, marido, mulher e filhos) ou mulheres sozinhas. Quatro vezes por dia, durante os períodos das orações, todo o comércio fecha durante cerca de meia hora por cada um desses períodos podendo, no entanto, quem esteja numa loja ou restaurante, ali permanecer no seu interior, embora o estabelecimento fique, nesse período, de portas fechadas. Os passeios de jeep no deserto são também um “must” com a vantagem, em relação ao Qatar, da côr avermelhada do deserto o que provoca imagens deslumbrantes a que acresce a passagem de cáfilas de dromedários, muitos deles de pelagem branca. Dada a predominância do Islão, não são autorizados cultos de outras religiões, excepto no condomínio fechado onde se localizam as principais embaixadas. Tivémos oportunidade de assistir a uma celebração de Natal na embaixada francesa à qual afluiram centenas de católicos de países tão díspares como Filipinas, Índia, Sri Lanka, Brasil, França, Espanha, Itália, Polónia e Portugal. Dado o cír-

culo fechado em que tais celebrações decorrem sentimo-nos como se fôssemos os primeiros católicos celebrando o Natal nas catacumbas de Roma. Tivémos a oportunidade de frequentar alguns dos melhores restaurantes da cidade, alguns localizados nas grandes cadeias internacionais de hotéis e, até, de sermos convidados para as comemorações do Dia Nacional da Tailândia (na respectiva embaixada) e para uma festa em casa dum Sheik, a qual nos fez lembrar as histórias das mil e uma noites. Numa casa magnífica situada num oásis nos arredores de Riade, decorada por um “designer” italiano de forma a misturar os estilos árabes e europeus, onde decorreu um excelente jantar, o qual foi seguido duma festa de dança com um Dj que alternava música internacional com os principais êxitos sauditas. Embora, até entrarem na casa, as mulheres tiveram de usar abaia, uma vez no seu interior puderam retirá-la e exibir os seus magníficos vestidos. Para além de familiares próximos do Sheik e da sua actual mulher (uma simpática e bonita libanesa), encontrámos na festa muitos dos representantes diplomáticos estangeiros que já havíamos conhecido nas embaixadas de França e da Tailândia. Foi uma experiência extraordinária e que nos permitiu aceder a situações de âmbito muito restricto. Finalmente no Dubai, que já conhecíamos até pelo facto de termos tido uma sociedade de engenharia a actuar nos Emiratos, pudémos verificar inúmeras iluminações natalícias, nomeadamente na envolvente do edifício mais alto do Mundo: o Burj Khalifa. ■ José Mattos e Silva

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SOCIEDADE

PLEASE ALLOW ME TO INTRODUCE MYSELF

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bsolutamente estreante na Eles e Elas, aqui estou a convite do meu amigo Zé Mattos e Silva. Cinquenta anos arrumados, estou pronta para os próximos cinquenta, sendo que a senhora minha Avó, Maria Iva Delgado, a mulher do General Sem Medo, morreu em Janeiro passado, com 105. Por isso, se tiverem paciência, aqui estou para vos acompanhar por muitos e bons anos. No outro século, antes deste, nasci vago tónica. Também com as sobrancelhas juntas ao cabelo e muita penugem nas costas. Vinte e oito anos mais tarde, o meu filho do meio, vinha ao mundo no mesmo estado. Felizmente cai tudo no espaço de uma semana. Foi o filho que eu mais amei logo que nasceu. Sem cenários. Num hospital público, para poupar dinheiro. O seguro ainda estava no período inicial que não me deixava engravidar, mas sou como os coelhos... Bastava o meu marido olhar para mim que logo acontecia. Trouxeram-me ainda pegajoso, numa t-shirt branca de algodão, com letras pretas gordas: Hospital São Francisco Xavier. Ainda agora, comovo-me ao revisitar aquela camarata do hospital. Foi a primeira vez que fui feliz, a seguir ao fim da inocência. Naquele tempo, a seguir à morte da minha irmã mais nova, os momentos de felicidade eram um oásis. Eu não sei como é que se passou comigo. Advinho que fui entregue à senhora minha mãe da mesma maneira como a minha primeira filha. Lavadas, cheirosas, com folhos e fitas côr de rosa. Ela nasceu logo muito bonita. Eu tenho a certeza que nasci especialmente feia. Depois, o médico mostrou à minha mãe que 98 | ELES & ELAS

me deixava cair em cima da cama e nada. Não reagia, ao arrepio de qualquer recém nascido não levava as mãos a protegerem-me. Diagnóstico imediato, vago tónica. Assim fiquei pelo resto da vida. O esforço é grande para me integrar no mundo... O casamento do meu pai e da minha mãe foi e é a sério. Um dia na praia, na Caparica, quando eu ainda não conhecia as coisas do amor, perguntei: - Se soubesse aquilo que sabe hoje, tinha-se casado com o pai? - Minha filha, sim, voltava. Não me arrependo de nada. A resposta foi sincera, ponderada, sentida. Trinta anos mais tarde, num arrufo que todos os casais passam, ela quis separar-se do meu pai. Nessa altura eu já tinha experimentado o amor e respondi, pragmaticamente: - Que disparate tão grande, uma mulher da sua idade não se separa do marido. Não vai repetir o erro da Tia Laurinha. O pai gosta muito de si e nem sabia viver sem nós. Não a deixo fazer esse mal a si, ao pai e a nós. O marido da Tia Laurinha foi o primeiro homem por quem eu tive uma paixoneta. Da idade do meu pai. Era lindo. Parecia o Frank Sinatra. Com uma voz quase igual. Morreu, viveu sempre no extremo do limite da vida. Tenho saudades dele. Tentei publicar um artigo em sua memória, mas as portas fecharam-se. Foi um grande homem. Deu muito a Portugal, aos amigos e à família. A Tia Laurinha, com um ataque de ciúmes por causa de outra, divorciou-se dele. Deixou o seu lugar para a outra. Gostava muito da Tia Laurinha mas também gosto muito da substituta. Impossível não me render ao seu encanto. Ele morreu casado com ela. Foi feliz. A Tia Laurinha, espero ➤


bem que sim. O marido foi o único homem da sua vida. Quando ela morreu, fomos todos ao enterro, no Norte. O ex-marido, de sobretudo de cashmere azul escuro, ficou uns tempos parado, sozinho, à frente do jazigo. Chorou. Os filhos estavam todos mais recuados. O meu pai e a minha mãe continuam casados. São um verdadeiro par, indestrutível. Depois da morte da minha irmã e da independência dos filhos, sabem viver um com o outro. Fazem uma bonita equipe da qual me orgulho. É preciso sabedoria, carácter e humildade para mantêr um casamento ao longo dos anos. A única situação é que discutem demais. Não vale a pena falar as palavras agressivas. É melhor guardá-las e esquecê-las o mais rápido possível. Voltando a mim, em miúda, não existiam as depilações lasers, tinha muita vergonha das minhas pernas. Principalmente nos dias de festa, com os vestidos da Mary Quant que a minha mãe trazia de Londres, eu e a minha irmã de igual. Ela mais nova e mais bonita, com um cabelo de menina. A minha juba, indomável, era mantida com um corte igual ao dos meus irmãos. Pelo menos até ao dia que, na casa de Paço D`Arcos, na casa de banho dos meus pais (quando viajavam eu dormia no quarto deles) achei interessante pôr o toalhão como as actrizes de cinema e usar a toalha mais pequena para enrolar à laia de turbante. O turco era grosso, de uma qualidade que há época não existia em Portugal. O meu pai e a minha mãe tinham trazido da América. Tinha um print tipo animal. Agora a família Missoni faz este género de toalhas, caríssimas! A minha mãe sempre foi percursora. Tem graça, só agora é que me estou a dar conta deste detalhe para acrescer ao excelente curriculum dela. Em frente ao espelho da luxosa casa de banho da casa de Paço D`Arcos, de turbante, tive a percepção de que, afinal, não era assim tão feia. Vislumbrei mesmo a possibilidade de um dia poder vir a ser bonita. Quando a minha mãe chegou da viagem, eu tinha doze anos e disse: - Eu não quero mais o barbeiro dos manos. ➤

Vou deixar crescer o cabelo. A minha mãe não deve ter gostado mas nem me respondeu. Cinco filhos não dão espaço a grandes pormenores. Ela também é desempoeirada. A casa de Paço D`Arcos não era nossa. Agora não vou explicar. O vinte e cinco de Abril, as casas vazias, o meu pai, Comandante da TAP, a ganhar o mesmo ordenado que as senhoras da limpeza, a primeira greve em Portugal de empregados deste nível, organizada pelo meu pai. A seu tempo há de aparecer o embróglio da revolução. Desde aquele dia ganhei o direito de ir à menina Odete com a minha mãe. Foram muitas horas passadas com duas shamponiéres à minha roda, à luta para me alisarem o cabelo. As cabeleireiras ocupavam-se das senhoras como a minha mãe. Mas não desisti e cresci sempre com a minha farta cabeleireira. Só quarenta anos mais tarde, quando o Florian me convenceu, é que voltei a cortar o cabelo à rapazinho. Foi um ano diferente. Talvez o melhor ano do nosso amor. Agora tenho o cabelo mais comprido que nunca. O Bico perguntou-me se tinha posto extensões: - Em mim é tudo ao natural, para o bem e para o mal. Sou uma rapariga simples e alegre. Prazer em conhecê-los e não espero que advinhem o meu nome. n Rita Delgado ELES & ELAS | 99


DESTAQUES

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DEIXOU-NOS UMA RAINHA

oi em Zaraus, num belo Verão dos anos 60 que conheci a Fabíola. Costumo repetir várias vezes que a humildade é só apanágio dos grandes e a Fabíola Mora e Aragon filha de uma das grandes famílias de Espanha apesar de pertencer a um grupo um pouco mais velho, tinha sempre uma atenção de uma palavra e um sorriso para os mais jovens. Naquela praia de Zaraus, onde a conheci o nosso clube era barracão velho que pouco mais tinha do que uma ou duas mesas de ping-pong umas mesinhas e umas cadeiras. Mas todos adorávamos ir até lá de tarde jogar às cartas, ás pedrinhas, ler, conversar imenso, ouvir música ou dançar ao som do Net King Kol. Lá é que combinávamos o que faríamos no dia seguinte, se íamos à praia ou pescar espadarte no Iate do Luli ( o conde São Luis), ou decidia-se a casa de quem iríamos à noite. Como foi bom aquele Verão…Um ou dois anos depois soube pela minha amiga Begonha de Artula e Ugarte que a Fabíola ia casar com Boduin, o Rei dos Belgas… Fui seguindo o seu percurso e a sua tristeza de não conseguir dar um herdeiro ao seu Rei e gostei sempre de saber que era um casal exemplar, muito apaixonado e unido. Mas a vida não acaba no conto de fadas, acaba no fim. A morte do Seu Rei deixou-a durante anos sozinha mas sempre com a força e o senso de uma verdadeira Raínha, até que o fim a chamou . ■ Maria de Bragança

PIERRE CASIRAGHI E BEATRICE BORROMEO AMOR E ALEGRIA REINAM NO MÓNACO

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nossa querida Princesa Serenessima Carolina do Mónco está radiante com o futuro casamento do seu filho mais novo Pierre Casiraghi e a jovem Beatrice ( Condessa de Borromeu) que já marcaram o casamento, para o próximo dia 20 de Abril. O filho da princesa Carolina do Mónaco pediu a mão de Beatrice em casamento com um elegante anel de diamantes rosa. O filho de Carolina, de 27 anos, e Beatrice Borromeo, de 29, apaixonaram-se em Milão, na Universidade Luigi Bocconi, onde ambos estudaram. A Eles&Elas aos noivos deseja as maiores felicidades. ■

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VERNISSAGE EM LISBOA DE LUÍSA REAL

sala da Ordem dos Advogados encheu de apreciadores de Luisa Real que apresentou 25 obras de pintura a óleo, acrílico e técnica mista, cujo fio condutor foi a demonstração de uma propensão criativa da artista. Exposição que foi muito apreciada por todos. ELES&ELAS dá os parabéns por mais este trabalho de Luisa Real. ■

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LOJA DAS MEIAS CASCAIS VESTE-SE DE AZUL

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ais um grande cocktail oferecido pela família Saldanha na sua loja de Cascais. Um final de tarde ao qual ninguém quis faltar a essa tarde animada com a actuação de duas cantoras ao vivo e uma Dj. A Loja das Meias e os seus anfitriões são um ícone de simpatia e a loja, em tons de azul, estava linda! Parabéns ao Clã Saldanha. ■



HE & SHE PARTIES

Vitor Ferreira, Nina de Araújo e Nuno Vaz de Moura

O Pintor Julio Quaresma e Nina de Araújo

Nina de Araújo e Vitor Ferreira Fátima Magalhães, Nancy Esteves e Cláudia Brandão

VIVA 2015 E A AMIZADE

Para celebrar a entrada em 2015, a empresária brasileira Nina de Araújo convidou uma enorme grupeta para um animado jantar. Entre anónimos e caras conhecidas da nossa sociedade, éramos mais de 40 convivas. Foi um sucesso e uma caturreira pegada até largas horas da noite. Mas o jantar deixou-nos com um toque de amargo porque também era um jantar de despedida: Nina, seu marido e filhos partiram para Angola, de malas e bagagens, para mais uma aventura empresarial. Desejamos-lhes muito sucesso mas guardamos imensas saudades! ■ Pia Hylen e Patrick Ziegler

PIA HYLEN REÚNE AMIGOS EM CASCAIS Para a comemoração do seu aniversário, Pia Hýlen reuniu uma agradável grupeta de amigos na sua casa em Cascais. Foram muitos os amigos presentes onde se contavam várias caras conhecidas da nossa sociedade. Nós não poderíamos deixar de estar presentes para soprar as velas e fazer um brinde. À nossa cosmopolita amiga de origem dinamarquesa dizem: Tillykke med fødselsdagen! 102 | ELES & ELAS

Tatiana, Nadia e Anaïs Ziegler

Margarida Prieto, Pia Hylen e Rifa Malik


HE & SHE PARTIES

Gabriela de Albuquerque, Yolanda Carmo, Alexandre Alves Fereira Lina Bela dos Santos e Helena Ribeiro

Maria da Luz de Bragança e Alexandre alves Ferreira Cintia e José Moutinho

QUE TERNURA! Alexandre Alves Ferreira é um dos nomes cá da casa e onde se estreou quando ainda era um menino de 16 anos. Não poderíamos deixar de estar presentes no seu aniversário que reuniu uma grupeta animada de figuras conhecidas. Nas suas palavras: «Quero agradecer a presença destes amigos especiais que me têm acompanhado nestes 26 anos de carreira.» ■

Alexandre Alves Ferreira e Nuno Vaz de Moura

Margarida Prieto

Alexamdre Alves Ferreira, Paulina Figueiredo e Pia Ziegler

Filomena Soares, Alexandre Alves Ferreira e Isabel Lima

Paulo Sachetti e PaulaELES Taborda & ELAS | 103 com Alexandre Alves Ferreira


HE & SHE PARTIES

Manuel e Aurora Marques

Aurora Marques, Gizela Marques, Paula Bernardo, Patrícia Pereira e amigas

INÊS PEREIRA CABELEIREIROS

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A loja Inês Pereira Cabeleireiros na Avenida da Boavista fizeram uma fusão entre duas lojas muito próximas juntando as equipes numa megastore com 200m2. Áreas de estética, spa de pedicure, zona de relaxamento e de pentear todas devidamente separadas e serviço de bar. A loja caracteriza-se pelo conforto e requinte dos tons nude, madeiras e dourados. Com cerca de 18 profissionais nas varias áreas que temos, todas as exigências e desejos dos/as nossos clientes serão executados. O atendimento, inovação e preocupação com o/a cliente e a nossa prioridade. Para mulheres e homens que gostam de propostas atuais, aconselhamento personalizado e customizado esta flagship Inês Pereira e a loja ideal. ■ Ines Pereira, Paula Bernardo, Ines Pereira


HE & SHE PARTIES

Helena Ribeiro

Alexandra Fernandes

Maria José Galvão de Sousa, José Mesquita e Tereza Pinto Coelho

FOI NO DOLCE VITTA QUE INAUGUROU MAIS UMA LOJA KIOMA, COSMÉTICOS "LOW-COST" Um animado e colorido cockatil que contou com algumas figuras da nossa sociedade, que não quiseram perder esta novidade no mundo da cosmética, Ana Salazar, Patricia Gallo, Alexandra Fernandes, Pedro Reis, Paula Taborda e Carlos Verissimo, Elsa Matias e Fernando Hipólito, Tereza Pinto Coelho, entre tantos outros convidados. A Eles & Elas esteve lá e registou o momento, uma tarde muito colorida! ■ Patricia Pereira da Silva e sua mãe

Paula Calvino

Ana Salazar

Maria Duarte e Patricia Gallo

OH, KISS ME

Sugestão KIOMA

Paula Taborda e Carlos Veríssimo

Revele o seu lado mais sensual com o batom Many Kisses da Kioma. A sua fórmula enriquecida com princípios ativos e vitamina E torna-o perfeito para todas as horas do dia… e para resistir aos beijos mais apaixonados! Está disponível em 24 cores irresistíveis, com acabamento mate ou pérola. A sua textura confortável proporciona um toque suave, para beijos intermináveis. ■

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SAÚDE E BEM ESTAR

ANO NOVO, SORRISO NOVO! Durante a prática clínica tenho-me apercebido da necessidade de alternativas menos traumáticas para a obtenção de resultados estéticos nos sorrisos dos pacientes. Chegam vários casos à nossa clínica com diagnósticos “drásticos”, em que foram aconselhadas extrações e colocação de implantes ou outros métodos traumáticos. Conseguimos resolver muitos destes casos através da colocação de facetas dentárias não invasivas.

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a Clínica Dentária do Marquês temos vindo a aperfeiçoar este novo método inovador, devolvendo assim a confiança em sorrir aos nossos pacientes de forma conservadora, ou seja, sem ou com mínimo desgaste dentário. As Facetas Dentárias não invasivas são lâminas extremamente finas de cerâmica que se sobrepõem à face externa dos dentes. Uma vez no local, são indistinguíveis dos dentes naturais e executam tão bem quanto estes as funções de morder e mastigar. O procedimento para a sua colocação é simples, duradouro, não invasivo e reversível. Com facetas dentárias é possível obter-se, de forma rápida e fácil, um novo sorriso com aspecto natural. Dentes arredondados, lascados ou descoloridos podem ser tratados, com este método, melhorando drasticamente a aparência dos dentes. Esta técnica pode ainda ser utilizada para fechar espaços entre dentes (diastema) quando a ortodontia não é opção, o que resulta em um novo e lindo sorriso. As facetas não são mais do que um “novo esmalte” colocado sobre os dentes. Existem dois tipos de facetas usados actualmente e a escolha depende de vários factores, sendo o custo e a durabilidade os principais deles: • Facetas de cerâmica - Este é o material tradicional, que produz uma aparência branca brilhante e natural sendo as de maior durabilidade. São também as de custo mais elevado.

• Faceta de compósito - Uma nova técnica utiliza resinas compostas como material para as facetas. Este processo pode, por vezes, ser aplicado directamente na boca. É a opção normalmente mais económica, mas de menor durabilidade. Duas das principais vantagens das facetas de cerâmica sobre outros tipos procedimentos dentários estéticos: • Criam uma aparência de dentes muito realista não sendo invasivas; • Resistem a manchas sendo uma técnica reversível pois não há desgaste dentário. Quais os problemas dentários para os quais as facetas podem ser indicadas? • Desgaste do esmalte - ao longo do tempo o esmalte branco e duro (que é a cobertura dos dentes) fica gasto, descolorido, com rachaduras e desníveis. • Genética - algumas pessoas nascem com espaços entre os dentes que se amplia com a idade. As facetas são a indicação correta para sí? Se tiver algum dos problemas acima descritos e tiver vontade de sorrir com certeza que a s colocação de facetas é indicado para sí. ■

Rosiana Pereira Tavares Directora Clínica da Clínica Dentária do Marquês www.clinicadomarques.pt – TeL. 211 977 188

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RUN FOR IT

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Duas inovações à escala mundial naquele que será um dos automóveis mais seguros do mundo

novo Volvo XC90 – que chega a Portugal em Maio – irá oferecer o pack de segurança de série mais completo e tecnologicamente sofisticado disponível na indústria automóvel. As novas tecnologias irão representar para a empresa um passo significativo rumo à sua meta para o ano de 2020 - que ninguém perca a vida ou fique gravemente ferido num automóvel Volvo novo. O pack de segurança, de série no SUV premium de sete lugares e tração integral, irá incluir duas tecnologias de segurança pioneiras à escala mundial: um pack de proteção para saídas de estrada e travagem automática para cruzamentos. "O nosso ponto de partida no que toca a segurança continua a ser hoje aquele que era há 87 anos atrás: situações da vida real", afirma Peter Mertens, Vice-presidente para a Investigação e Desenvolvimento da Volvo: "Estudamos os dados. Esmiuçamos os números. Inovamos. O resultado é um dos automóveis mais seguros alguma vez produzidos." Inovação à escala mundial #1: Proteção para saídas de estrada As saídas de estrada são um tipo de acidente comum com diferentes causas, tais como distração do condutor, fadiga ou más condições atmosféricas. Metade de todas as vítimas mortais na estrada nos Estados Unidos deve-se a acidentes de saída de estrada, enquanto na Suécia os acidentes com veículos isolados correspondem a um terço de todos os sinistros com mortos e feridos graves ocorridos com automóveis de passageiros. Num cenário de saída de estrada, o novo Volvo XC90 deteta o que está a acontecer e retém os cintos de segurança dianteiros para manter os ocupantes no lugar. Os cintos continuam a reter os ocupantes com firmeza enquanto o veículo estiver em movimento. 108 | ELES & ELAS

Para ajudar a evitar lesões da coluna, uma funcionalidade capaz de absorver energia, situada entre o banco e a estrutura do mesmo, amortece as forças verticais que ocorrem quando o veículo sofre uma "aterragem dura" no terreno. Esta solução é capaz de reduzir as forças verticais sobre o ocupante em até um terço. Inovação à escala mundial #2: Travagem automática nos cruzamentos O XC90 é o primeiro automóvel do mundo com tecnologia que integra travagem automática se o condutor virar em frente a um veículo que se dirija de encontro ao mesmo. Este é um cenário comum tanto nos sempre congestionados cruzamentos citadinos como nas vias rápidas, onde os limites de velocidade são mais elevados. O novo Volvo XC90 deteta a possibilidade de embate e trava automaticamente para evitar a colisão ou atenuar as consequências do acidente. Todas as funções de travagem automática de série “City Safety” é agora a designação global para todas as funções de travagem automática da Volvo Cars – todas elas equipamento de série no novo XC90. "O City Safety é uma das soluções de prevenção de acidentes de série mais avançadas que se pode encontrar num automóvel moderno. Abrange agora veículos, ciclistas e peões em frente ao automóvel, seja de dia ou de noite", explica Lotta Jakobsson, Especialista Sénior em Segurança no Volvo Safety Center: "Estamos agora em condições de abranger todo o espectro desde o anoitecer até ao amanhecer, através de uma câmara de alta sensibilidade combinada com um controlo de exposição avançado." ■




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