Conexão Fachesf nº 9

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índice

Ponto de Vista | 6 Diferentes gerações, uma mesma missão

Especial | 11 Um mergulho na história da Previdência

Com a palavra | 15 Nos bastidores da Fundação

Promoção | 20 40 anos de histórias

Planejamento e Gestão | 27 A evolução da comunicação

Depoimentos | 32 O que a Fachesf representa na sua vida?

Central de Relacionamento | 38 Fachesf é modelo para outras fundações

No Consultório | 42 A receita para viver bem após os 40

Seu Dinheiro | 49 Em sintonia com o mercado

Educação Previdenciária | 52 Planos de Benefícios: uma trajetória de conquistas

Iniciativa | 57 Iniciativa para ir além do que se vê

Dicas | 60 Brincadeira de gente feliz

Crônica | 62 O tempo: o que fazer com ele?


[expediente]

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional [Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Estagiário de Jornalismo] Danilo Marques [Colaboraram nesta edição] Naide Nóbrega, nas editorias: Ponto de Vista, Central de Relacionamento, Seu Dinheiro e Educação Previdenciária. Sílvia Leitão, na editoria: No Consultório. Sibele Fonseca, na produção. Fotografia: Juanpa Ausín. [Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Santa Marta

[Redação] Rua do Paissandu, 58 – Boa Vista Recife – PE | CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente Luiz Ricardo da Câmara Lima · Diretor de Adm. e Finanças Maria da Salete Cordeiro de Sousa · Diretora de Benefícios [Projeto Gráfico e Diagramação] Corisco Design [Diagramação] Fátima Finizola [Ilustrações] Estúdio Mama Loba [mamaloba.net] (p. 11-14, 20-26, 32-37, 42-48, 57-59, 92), Marcos Lima (p.60-61).

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br.


editorial O amanhã que desejamos A chegada aos 40 anos é sempre um marco. Seja na vida de uma pessoa ou na trajetória de uma empresa, é um momento no qual as experiências do passado e as expectativas do futuro dão as mãos e apontam para o tempo único em que podemos verdadeiramente caminhar em direção à felicidade: o presente. Pois somente no tempo do agora somos brindados com a chance de fazermos as escolhas corretas que nos levarão para o amanhã que desejamos. Em 2012, quando comemora quatro décadas de existência, a Fachesf tem a chance de unir seus tempos passado e presente, e reinventar seu futuro com a promessa de dias cada vez melhores. É com esse espírito que trazemos para vocês, nossos leitores, esta edição especial da Conexão Fachesf. Diferente dos números anteriores, que sempre primaram pela informação transmitida com leveza, esta edição vem um pouco mais densa, pois buscamos resgatar fatos importantes para a Fundação e para a própria previdência complementar no Brasil. Para que esse projeto se tornasse real, foi fundamental mergulhar nas histórias colhidas de um tempo que passou e caminhar pelas trilhas do agora com o intuito de, ao mesmo tempo, reconstruir uma trajetória que ainda não terminou e que, acreditamos, permanecerá viva por muitos e muitos anos, pois a perenidade, além de ser um Valor da Fundação, é um compromisso com todos os Participantes. Dessa forma, convidamos você a andar junto com a gente pela Linha do Tempo que teve início em 1972 até os dias atuais. Você vai viajar por um rico resgate histórico através das imagens e registros do passado

e conhecer emocionantes depoimentos de quem fez (e ainda faz) parte dessa jornada. Na editoria de saúde, trazemos algumas dicas para quem deseja se manter saudável e com muita disposição após os 40 anos. Desde já adiantamos que não há grandes segredos para isso, basta ter um pouco de disciplina, comprometimento consigo mesmo e força de vontade. Acreditar em si mesmo, aliás, é uma das sugestões que trazemos para quem quer construir um futuro mais feliz. Afinal não é esse o desejo de todos nós, dia após dia? Em quatro décadas, são muitas as lições aprendidas e a certeza de que tantas outras virão. Isso se chama maturidade; significa ter a sabedoria de olhar para trás, a ousadia de enxergar mais adiante e a coragem de aceitar os incontáveis desafios que o mundo traz. Sinta-se, portanto, convidado a embarcar com a gente em um passeio por esses e outros temas, todos de alguma forma relacionados a esse momento tão significativo para a Fachesf, que só continua existindo há tanto tempo por você e para você.

Boa Leitura! Laura Jane de Lima | Editora Geral Nathalia Duprat | Editora Executiva

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Diferentes gerações, uma mesma missão

Indicados pela Patrocinadora Chesf, os presidentes que passaram pela Fundação, ao longo dos seus 40 anos de existência, deixaram as marcas de suas gestões refletidas em cada momento da história da entidade e uma herança de estabilidade, solidez e relacionamento ético e respeitoso com seus Participantes. De 1972 até 2012, foram sete os presidentes da Fachesf: Luciano Pereira da Silva (junho a outubro de 1972), Aramis Marengo Mendonça (outubro de 1972 a abril de 1976), Egmont Bastos Gonçalves (junho de 1976 a maio de 1979), Manoel Costa Cavalcanti (maio de 1979 a junho de 1985), Clayton Ferraz de Paiva (junho de 1985 a maio de 1987), Marupirajo Oliveira (maio de 1987 a agosto de 1993), José Altino Bezerra (agosto de 1993 a março de 2003) e novamente Clayton Ferraz de Paiva (março de 2003 até os dias atuais). Nessa empreitada da Conexão Fachesf de resgatar o passado e reconstruir parte da história da Fundação, a revista conversou* com Egmont Bastos, Marupirajo Oliveira, José Altino e Clayton Paiva sobre como esses dirigentes analisam suas gestões e a trajetória da entidade dos idos dos anos 1970 até os dias de hoje. (*) Os ex-presidentes Luciano Silva e Costa Cavalcanti já faleceram. O ex-presidente Aramis Marengo não foi localizado por nossa produção.


Egmont Bastos Gonçalves Do alto dos seus 88 anos, o cearense Egmont Bastos Gonçalves relembra momentos históricos da Fachesf e, emocionado, comenta os anos que trabalhou na Chesf, como diretor financeiro e diretor de suprimentos, e o pioneirismo da Fundação quando o Sistema de Fundos de Pensão ainda era um território desconhecido pela maioria da sociedade. Conversar com o oficial do Exército e Economista Egmont Gonçalves foi como voltar ao tempo em que a Fachesf chegou à Praça Chora Menino para construir uma nova etapa da sua história. “Entrei na Chesf em 1976. Algum tempo depois, fui convidado a assumir a presidência da Fachesf. Naquela época, tive que estudar muito; participei de incontáveis reuniões com as equipes do INSS e li bastante sobre previdência. Um mês depois do convite, assumi a direção da Fundação e dei início a uma série de mudanças significativas para aquela ocasião. Quando cheguei à Fachesf, a sede ainda funcionava na Rua Dom Bosco, onde hoje se encontra a Federação Pernambucana de Futebol. Além de mim, a direção era composta por dois antigos funcionários da Chesf. Eu nunca havia passado nem por perto da presidência de uma entidade como essa. Na minha gestão, mudamos a sede para o prédio atual, na Praça Chora Menino. Foi um momen-

Marupirajo Oliveira Um período de mudanças e desenvolvimento. A presidência de Marupirajo Oliveira marca uma época na qual a Fachesf dá os primeiros passos para sua autonomia administrativa e celebra conquistas significativas, como a implantação do plano médico-hospitalar Fachesf-Saúde. “Nossa gestão foi marcada por alguns momentos importantes na história da Fundação. Um deles foi a construção do ambulatório do Paissandu (Recife-PE), que trouxe mais qualidade e conforto

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to muito importante para a Fachesf. Também foi naquela época que implantamos o Regulamento 002, ampliando os benefícios para os Participantes, uma vez que, até então, a Fundação só oferecia o Regulamento 001. Passei cerca de quatro anos como presidente e gostei muito de trabalhar aqui. Nesta casa, encontrei gente da melhor qualidade, pessoas que realmente gostavam de trabalhar. No início, eram poucos funcionários, que foram aumentando de acordo com os trabalhos e a demanda. Em toda a sua história, a diretoria da Fachesf sempre foi formada por profissionais competentes, à altura do cargo. Por essa razão, e por ter sempre contado com o apoio da Chesf, a Fundação é essa entidade sólida e respeitada que é hoje”.


não apenas para os atendimentos, mas também para os profissionais de saúde, pois passaram a contar com melhores condições de trabalho. Nessa mesma época, também estivemos à frente da primeira grande reforma do prédio-sede da Fundação, motivada principalmente pela necessidade de mais espaço físico, devido à contratação de novos empregados – um reflexo direto do desenvolvimento então vivenciado pela Fachesf. Outro grande marco foi o estudo e implantação do Fachesf-Saúde, em 1991. Até aquele momento, o único suporte de saúde que existia era o PAP (Plano Patronal de Assistência) que, desde a déca-

da de 1980, garantia cobertura de saúde apenas para os empregados Chesf e seus dependentes diretos, mas não beneficiava aposentados e pensionistas. Graças à coragem e ousadia da Diretoria Executiva da Fachesf, além do apoio incondicional da Chesf e aprovação do Conselho de Curadores (hoje Conselho Deliberativo), conseguimos implantar o Plano. Com relação à previdência, um fato que destaco é a eliminação do Teto de Contribuição para os Participantes com data de inscrição na Fachesf anterior à publicação do Decreto 81.240, de 20/01/1978. Uma conquista importante, que certamente marcou a história da entidade.”

José Altino Bezerra Segurança e solidez. Durante os quase dez anos em que presidiu a Fundação, o engenheiro José Altino Bezerra focou a sua atuação na estabilidade de uma entidade que precisava se firmar internamente e no sistema da previdência complementar fechada. “Divido a trajetória da Fachesf em três períodos. O primeiro foi a própria criação da entidade, no início dos anos 1970. O segundo momento, do qual eu participei, ocorreu quando a Fundação conheceu sua estabilidade e passou então a afirmar: ‘eu existo e vou continuar existindo’. O terceiro período é o que se vivencia atualmente e cujo objetivo maior é aperfeiçoar os serviços prestados aos Participantes. Quando vim da Chesf para assumir a presidência da Fachesf, em 1993, encontrei grandes demandas e diversos problemas carentes de solução. Minha primeira atitude foi fazer um diagnóstico da Fundação e buscar a colaboração de companheiros que pudessem contribuir para a melhoria da entidade. Também contei com o importante apoio de um Conselho Deliberativo muito atuante, formado na época por gente bastante experiente. Sempre buscamos trabalhar com o máximo de transparência. Focamos na estabilização econômi-

co-financeira da Fundação e, com o significativo apoio da nossa Patrocinadora, foi equacionada sua dívida com a Fachesf. Além disso, aperfeiçoamos as ações e o processo decisório do Comitê de Investimentos, inclusive contratando consultores externos para orientar a administração do nosso patrimônio, que cresceu cerca de 12 vezes nesse período. A partir da criação dos novos Planos, possibilitamos que os empregados da Fachesf participassem da entidade, usufruindo dos Planos de fato. Foram momentos decisivos para a vida da Fundação e dos seus Participantes. Acredito que nossa gestão trouxe a estabilidade necessária para que a Fachesf pudesse conquistar outras etapas e chegar aos 40 anos com a solidez de hoje”.


Clayton Ferraz de Paiva Presidente por duas vezes, com um intervalo de 16 anos entre as gestões, Clayton Paiva presenciou diferentes momentos da Fachesf. Hoje participa de maneira decisiva de uma entidade estável, que está entre as 20 maiores do Brasil e é reconhecidamente uma referência dentro do sistema de previdência complementar. “Tive a oportunidade de participar de dois momentos completamente distintos da história da Fachesf. Em 1985, quando fui presidente por cerca de dois anos, pude vivenciar um cenário de ajustes, adaptações e firmação da Fundação como Fundo de Pensão. Já em 2003, encontrei uma entidade estável e madura, no entanto, necessitando passar por uma reestruturação nos seus processos organizacionais, bem como aperfeiçoar suas práticas e padrões de gestão, de modo a dar conta dos inúmeros desafios que o mercado passou cada vez mais a exigir nos últimos anos. De modo a nos antecipar às demandas e desafios que a cada dia vão se tornando mais complexos, passamos a definir periodicamente as nossas prioridades e ações, em consonância com um planejamento estratégico continuado e participativo. A partir desse novo modelo de atuação, estabelecemos, com o envolvimento direto de toda a casa, os Valores, a Missão e a Visão da Fachesf, definindo assim o horizonte aonde queremos chegar nos próximos anos. Paralelamente, focamos nossos esforços na capacitação e permanente desenvolvimento técnico e gerencial dos colaboradores da Fachesf. Além disso, no sentido de aprimorar os controles de gestão e governança, garantindo a proteção da informação e zelando pela integridade e sigilo dos dados corporativos, principalmente os dados dos nossos Participantes, incentivamos e patrocinamos a elaboração da Política e Normas de Segurança da Informação da Fachesf. Passamos também a investir em tecnologias diferenciadas, dirigidas principalmente à melhoria dos nossos processos de trabalho e redução de custos operacionais. Acreditamos que nunca estivemos tão próximos dos nossos Participantes, seja buscando soluções para o seu dia a dia, fornecendo-lhes amplo acesso e compreensão das informações referentes à Fachesf e aos seus planos de benefícios, ou realizando uma série de ações do nosso Programa de Educação Financeira e Previdenciária, que foi implantado e aprovado pela Superintendência de Previdência Complementar – Previc no início de 2011.

Clayton Ferraz, atual presidente da Fachesf

Sabemos que são muitos os desafios para garantir a solidez e a perenidade da Fachesf, mas temos a plena convicção que estamos nos preparando com seriedade e profissionalismo para enfrentar com tranquilidade, entusiasmo e competência os próximos 40 anos”.

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A primeira diretora eleita pelos Participantes No dia 31 de março de 1987, durante a primeira gestão de Clayton Ferraz e mesmo antes de ser definida em lei, a Fachesf elegia pela primeira vez, através do voto direto dos Participantes, um membro da sua diretoria. Foi um marco histórico para a democracia e a transparência da Fundação, que até hoje conta com um Diretor de Benefícios eleito pelo voto direto. A reportagem da Conexão Fachesf conversou com a Participante Aposentada Maria de Pompéia Lins Pessoa, primeira diretora eleita da Fachesf. Emocionada, Pompéia não segurou as lágrimas ao relembrar esse momento tão significativo para a trajetória da entidade. “A eleição foi uma grande conquista da classe trabalhadora. Quando a Fachesf foi criada, os mais favorecidos eram aqueles que recebiam altos salários, em função de alguns erros na concepção do plano de benefícios que vigorava na ocasião. A partir daí, nós, trabalhadores, encampamos muitas lutas e obtivemos grandes vitórias, sendo uma das mais importantes a eleição, em 1980, de quatro membros para o Conselho de Curadores, como era denominado o Conselho Deliberativo na época. Em 1982, começamos a reivindicar também um espaço na gestão da Fundação, através do voto direto para a diretoria. Naquele momento, fomos fragorosamente derrotados. Até tivemos uma grande demonstração de força, por parte dos empregados, mas perdemos, embora tenhamos conseguido desvincular a concessão do PAP à necessidade de integrar o Fundo de Pensão, o que já era bastante significativo. Nesse mesmo período, uma época difícil, nossos Conselheiros foram demitidos. Mas a luta continuou e, em 1985, com a redemocratização, eles foram readmitidos e nós conseguimos a maior das vitórias: a possibilidade de eleger um empregado como diretor da Fachesf. Em 31 de março de 1987, estávamos sendo eleitos, frente a oito candidatos, sendo eu a única mulher. O gênero, porém, não era a grande questão. O mais importante de tudo é que assumia a diretoria um trabalhador que, a partir de então, teria relação direta com o Participante. A Fachesf estava sendo aberta aos seus Participantes e deixava de ser uma caixa preta. Essa foi a grande diferença. A diretoria ia até as pessoas, aproximava o empregado da Fundação, que até então era vista pela maioria como um órgão para empréstimos ou compras em convênio, com desconto em folha. Mas esse não era o papel da Fachesf e nunca será. Mostrávamos isso às pessoas. Era preciso que elas parassem para pensar em previdência e no seu futuro. O trabalho perdura até hoje e queremos sempre mais. Atualmente os Participantes conhecem sua Fundação de perto, sabem o que ela significa e o porquê de cada centavo que estão contribuindo. Posso afirmar que a Fachesf, tão sólida em seu quadragésimo aniversário, é um bem do trabalhador.”

Maria de Pompéia Lins Pessoa, ex-diretora de Benefícios


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Um mergulho na história da previdência Por Jamildo Melo

Quem poderia imaginar, há 40 anos ou há apenas 10, que os trabalhadores brasileiros poderiam utilizar as mídias sociais para informar-se sobre a previdência, buscando esclarecimentos, informações e orientações? Criado em novembro de 2009, o perfil @previdencia no Twitter conta hoje com mais de 27 mil seguidores. Através dessa rede social, os trabalhadores fazem pedidos de apoio na interpretação de leis e críticas e têm acesso a notícias e informações sobre o órgão e a temática da Previdência Social.


A nova ferramenta pode ser usada para ilustrar os avanços na Previdência Social, cuja qualidade do atendimento historicamente sempre foi o calcanhar de Aquiles da Previdência brasileira. Nos últimos anos, a maior revolução ocorreu mesmo em janeiro de 2009 com o fim definitivo das filas nas portas das agências e a implantação do reconhecimento automático de direitos, que permite conceder benefícios em até 30 minutos.

Em 40 anos, a previdência social praticamente zerou a proporção de pobres entre a população com 65 anos ou mais. A criação do serviço de agendamento eletrônico – pela Central 135 e via internet (www.previdencia.gov.br) – foi o primeiro passo para melhorar o atendimento. Atualmente, são recebidas, em média, mais de 5,5 milhões de ligações a cada mês. Ao ligar ou acessar o endereço eletrônico, o segurado marca o dia e a hora para ser atendido e escolhe a agência mais próxima ou de sua preferência. Até o final de 2008, o segurado era obrigado a comprovar, por meio de documentos, os seus vínculos e contribuições. Com a Lei Complementar 128/08, o INSS passou a efetuar o reconhecimento automático de direitos previdenciários, considerando como provas legais as informações constantes do CNIS

(Cadastro Nacional de Informações Sociais), criado em 1989. O banco de dados armazena as informações necessárias para garantir direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores brasileiros, alimentado por órgãos governamentais e iniciativa privada. O cadastro também dificulta a concessão de benefícios irregulares, permite melhor controle da arrecadação e serve de subsídio ao planejamento de políticas públicas.

que recebem aposentadoria aumentou 23,5% entre 1978 e 2008, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número de idosos que viviam com até um quarto de salário mínimo caiu de 14,04% em 1978 para 1,21% em 2008, segundo a pesquisa Previdência e Assistência Social: Efeitos no Rendimento Familiar e sua Dimensão nos Estados. No mesmo período, o número de beneficiários nessa faixa etária passou de 72,9% para 97,6%.

Mas as facilidades oferecidas pela Previdência Social nem sempre foram assim. Como a Constituição de 1967 estabelecia somente a criação do seguro-desemprego, a evolução da Previdência Social no Brasil só ocorreu mesmo com a edição da Constituição de 1988, em função dos grandes avanços no campo dos direitos sociais. A constituição cidadã inovou ao criar o sistema de Seguridade Social, adotando o princípio da universalidade, criando o sistema único de saúde e promovendo a inclusão previdenciária, especialmente de aposentadorias rurais.

Sem esse avanço, os idosos dependeriam de programas de solidariedade ou seriam sustentados pelos familiares. Com a aposentadoria, eles podem continuar sendo consumidores. Em muitos locais do Brasil, a única renda fixa é a aposentadoria. A pesquisa calcula que, se a previdência, o programa Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) deixassem de existir, a proporção de idosos que viveriam com um quarto de salário, considerados pobres, saltaria de 1,21% para 50,55% em 2008.

Muito o que comemorar Passados 89 anos desde a Lei Eloy Chaves, de 24 de janeiro de 1923, que lançou a base do sistema previdenciário brasileiro, a Previdência Social tem muito o que comemorar no Brasil. Em 40 anos, a previdência social praticamente zerou a proporção de pobres entre a população com 65 anos ou mais. Isso porque o total de idosos

De acordo com dados oficiais do Ministério da Previdência Social, a taxa de cobertura garantida aos trabalhadores brasileiros pelo conjunto dos regimes de previdência social chegou a 67% em 2009, batendo recorde. O percentual equivale a 56,58 milhões de pessoas em idade economicamente ativa – PEA, na faixa etária entre 16 e 59 anos sob proteção previdenciária, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2009 (PNAD/IBGE).


Estudo da Secretaria de Políticas de Previdência Social sobre a PNAD/2009 revela que o pagamento de benefícios previdenciários impediu que 23 milhões de brasileiros, de todas as faixas etárias, ficassem abaixo da linha da pobreza. Caso não houvesse esse mecanismo de proteção social, o percentual de pessoas pobres, aos 50 anos, chegaria a 30% e, no caso de brasileiros com 70 anos de idade, superaria a 65%. Os segurados com 70 anos ou mais, por exemplo, estão abaixo de 10% da linha de pobreza estimada. Se não houvesse pagamento de benefícios previdenciários ou assistenciais, 42,2% da população (cerca de 78 milhões de pessoas) estariam abaixo da linha de pobreza, independentemente da idade. Já com os benefícios, o percentual cai para 29,7%, garantindo uma renda melhor a 55 milhões de brasileiros. Considera-se abaixo da linha de pobreza quem tem renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo.

O desafio da Previdência Complementar Porém como um país não pode viver apenas à sombra da renda dos mais idosos, o desafio do governo Federal e da Previdência Social brasileira neste momento passa pela geração de empregos sustentáveis para os mais jovens. É neste cenário que entra a previdência complementar nacional que, ao longo dos últimos 30 anos, conseguiu se firmar como o oitavo maior sistema do mundo em valores totais de recursos garantidores dos benefícios contratados. Hoje, as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) exercem importante papel no cenário econômico e social do Brasil. A representatividade da poupança previdenciária gerada nessa atividade, da ordem de 17% do Produto Interno Bruto (PIB), os benefícios obtidos por meio da execução dos planos e os decorrentes da aplicação do patrimônio influenciam de forma direta e indireta no desenvolvimento social e econômico-financeiro do País. Um balanço realizado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) mostrou que o Siste-

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ma de Previdência Complementar brasileiro cresceu consideravelmente nos últimos anos. O Sistema conta atualmente com 369 EFPC, 1.068 planos previdenciários, 2.728 patrocinadores, 2.742.319 participantes e assistidos e um patrimônio de R$ 512,8 bilhões. O melhor de tudo, neste momento, é que o cenário para crescimento do setor é amplamente favorável. Após três décadas de concentração de renda, os anos 1990 deram início a um processo continuado de redução da pobreza e de melhoria na distribuição. O Brasil chega a trilhar um percurso inverso ao que se observa em outras partes do mundo. Na maioria dos países ricos, os salários têm perdido participação na renda total, e a parcela retida pelos estratos mais ricos não para de crescer. O achatamento da classe média ocupa o centro do debate político nos Estados Unidos e na Europa. A trajetória de afunilamento da riqueza se impõe também em nações emergentes, como China, Índia e África do Sul, onde parece haver uma persistente tendência de concentração de renda.

O período pós-aposentadoria Com a expansão da classe média, o público da previdência complementar será, cada vez mais, constituído por pessoas com acesso à informação, instruídas e capazes de tomar decisões mediante critérios de escolhas racionais e que visem ao seu próprio interesse econômico e social. Além disto, o trabalhador brasileiro está mais consciente da necessidade de planejar hoje o seu futuro pós-aposentadoria. Essa realidade, inclusive, é diretamente proporcional ao seu poder aquisitivo, já que a poupança financeira


O público da previdência complementar será cada vez mais constituído por pessoas com acesso à informação, instruídas e capazes de tormar decisões só se viabiliza quando passa a “sobrar” parte do salário para esse fim. A previdência associativa, que hoje já é uma realidade, é um bom exemplo, constituindo-se como mecanismo social para o aumento da cobertura dos trabalhadores que não possuem acesso aos benefícios por meio de planos patrocinados, através dos sindicatos, associações e cooperativas. Além disso, com a instituição efetiva da previdência complementar do servidor público, criada pela Emenda Constitucional nº. 41, de 2003, o público dos fundos de pensão estará sendo consideravelmente ampliado, fato que trará mudança para a clientela, hoje constituída basicamente por trabalhadores de grandes empresas públicas e privadas.

O texto que trata da Fundação de Previdência Complementar para os Servidores Públicos Federais (Funpresp) prevê a criação de fundos de pensão para cada um dos três poderes e participação dos servidores na gestão das entidades. As alterações não atingirão os atuais servidores ativos e inativos da União e serão válidas apenas para os aprovados em concurso público após a aprovação da lei. “Essa política nova de previdência complementar diz respeito a uma ação voltada para o futuro do País. É uma política de Estado. Nós estamos contribuindo para que o Brasil não sofra o que vem acontecendo nos países europeus, onde benefícios estão sendo restringidos e salários sendo cortados. O cenário que se desenha hoje para daqui a 30 anos é de um horizonte muito sombrio, a não ser que façamos reformas e mudanças como essa. O novo sistema vai permitir uma demonstração de que esse governo quer fazer justiça previdenciária e quer realmente promover a igualdade”, diz o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. Na década de 1990, os fundos de pensão tiveram papel importante durante o processo de reforma do Estado, a partir da privatização, influenciando a governança e gestão das principais empresas brasileiras, em diversos setores econômicos, como mineração, siderurgia, energia, telecomunicações, aviação, alimentos e outros. Com a eclosão da crise financeira internacional a partir do mercado hipotecário norte-americano, a conjuntura, tanto nacional, quanto mundial, alterou-se radicalmente e de forma estrutural. Hoje, com o Brasil voltando a crescer, as perspectivas são as melhores possíveis para a previdência complementar. Com o fim do imposto inflacionário na economia no passado e juros mais baixos no presente, os fundos de pensão poderão continuar concretizando a sua finalidade precípua que é, justamente, a de proteger os participantes e, simultaneamente, contribuir para o desenvolvimento econômico e social do País. Jamildo Melo, 47, é jornalista profissional. Escritor com quatro livros já publicados, atualmente pilota o blog de política e economia do site NE10, do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação.


Com a palavra

Nos bastidores da

Fundação

O patrimônio mais importante de qualquer empresa são as pessoas. Gente que trabalha para transformar planejamentos em ações e ideias em resultados. Para a Fachesf, a trajetória não teria sido a mesma se não fossem todos os profissionais que já cruzaram seu caminho, deixando um pouco de si e levando muito da Fundação para suas próprias vidas.

Nesta edição, a Conexão Fachesf ouviu o relato de alguns funcionários que construíram sua carreira profissional na Fundação, onde até hoje permanecem desempenhando suas funções, vencendo desafios, acumulando conquistas e, sobretudo, plantando o futuro.


Com a palavra

“Recomeçar, sempre que preciso for” Ana Cláudia Lins Câmara

“Entrei na Fachesf em junho de 1976. Tinha somente 19 anos quando passei no concurso para auxiliar administrativo e nenhuma ideia de que, na Fundação, construiria isso o que chamamos de minha vida. Meu primeiro setor foi a secretaria geral. De lá, passei pela equipe de seguros, diretoria de benefícios, presidência e superintendência de saúde, área onde estou desde 2007. Quem convive comigo certamente já me ouviu dizer incontáveis vezes o quanto a Fachesf é tudo para mim. Considero impossível separar a Fundação da minha trajetória pessoal. Foi aqui onde estava quando casei, formei minha família, criei meus filhos. Aqui aprendi a ser adulta, a amadurecer e encarar grandes desafios; aqui fiz amigos, conheci pessoas iguais e diferentes a mim. Descobri meus próprios valores. Cresci.

Todas as manhãs, quando acordo e sei que estou indo para mais um dia de trabalho, sinto-me feliz e abençoada por Deus, pois consegui chegar na minha idade com muita garra e disposição para continuar exercendo uma profissão que me realiza. Sei que foi tudo o que vivi, permeado por momentos difíceis ou alegres, desafios e incertezas, o que me tornou quem sou: alguém que não tem medo de tirar as pedras do caminho e recomeçar, sempre que preciso for. Sinto um grande orgulho de ver a Fachesf sólida, comprometida com sua missão. Apesar de estar me preparando para a aposentadoria – e tenho a certeza que um bom planejamento fará toda a diferença na vida que terei no futuro –, acredito que ainda tenho muito a contribuir para o trabalho da Fundação que vi de perto evoluir e tornar-se essa entidade que hoje ocupa um lugar fundamental na vida de tanta gente.”


“É parte de mim” Maria Elizabete da Silva

“Minha relação com a Fachesf começou em 1989, como estagiária da área de contabilidade. Quando a Fundação conseguiu sua autonomia e abriu concurso para novos empregados, tive a sorte de ser selecionada e entrar definitivamente no seu quadro próprio. Algum tempo depois, fui convidada para assumir a coordenação da tesouraria e, em seguida, a gerência econômico-financeira onde permaneço até hoje. Digo com orgulho que a Fachesf foi meu primeiro emprego, minha primeira experiência profissional. Muito de mim se transformou ao longo desses anos e ajudaram a formar a pessoa que sou. O que nunca mudou, no entanto, foi a certeza de que eu tinha, e tenho, de trabalhar em uma organização que proporciona um excelente ambiente de trabalho e investe diariamente no desenvolvimento de seus empregados. Isso sempre me cativou a querer continuar aqui e contribuir para o sucesso da Fundação. Acho que uma das maiores qualidades da Fachesf é sua maturidade de seguir um ritmo próprio e permanecer focada em sua Missão mesmo quando ocorrem mudanças de dirigentes. A Patrocinadora Chesf também tem seu papel nesse processo, pois proporciona o suporte necessário à Fundação para cumprir seu papel e alcançar sua Visão. Costumo dizer que não consigo separar quem sou dentro e fora da Fachesf. Mas posso afirmar que sou uma pessoa melhor e que isso é fruto do excelente ambiente de trabalho que tenho, das chances que me foram dadas de aprendizagem e da própria atividade da Fundação, que me fez ver a importância de planejar o futuro ainda no presente. Por tudo isso, acredito que meu emprego não é somente necessário; é parte de mim. Quero me aposentar na Fachesf e prolongar, como Participante, essa relação que começou há mais de 20 anos.”

Acho que uma das maiores qualidades da Fachesf é sua maturidade de seguir um ritmo próprio e permanecer focada na sua Missão

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Com a palavra

“Hoje posso dizer: venci” Maria José Monteiro

Não demorou para que a Fachesf se tornasse minha segunda casa. Era aqui o lugar onde me sentia feliz, produtiva e verdadeiramente em família.

“Quando entrei na Fachesf, em 1990, ainda como estagiária, não fazia a menor ideia do que era ou que trabalho desenvolvia a Fundação. Mas já ouvia inúmeras recomendações positivas de que era uma entidade sólida, com um ambiente interno maravilhoso. Naquela época, minha vida passava por um turbilhão emocional. Eu estava recém-separada e com uma filha de cinco anos para criar. Não demorou para que a Fachesf se tornasse minha segunda casa. Era aqui o lugar onde me sentia feliz, produtiva e verdadeiramente em família. No lado profissional, foi na Fundação que descobri minha verdadeira vocação: lidar com o público. Já atuando no ambulatório do Paissandu, no Recife, pude desenvolver essa atividade, que me dá tanto prazer. Aqui posso ajudar as pessoas, colocar-me no lugar do outro e oferecer algum suporte e conforto. Quem me conhece sabe o quanto tenho prazer no que faço. Não que tudo tenha sido sempre fácil. Ao longo de tantos anos, enfrentei muitos desafios, superei incontáveis situações. Mas tenho absoluta certeza de que tudo o que vivi foi fundamental para que hoje eu possa dizer: venci. Não me vejo trabalhando em nenhum outro lugar, dentro ou fora da Fundação. E quando vejo que a minha filha também é funcionária dessa entidade tão importante na minha trajetória, sinto-me segura e tranquila, pois sei que o seu futuro também tem tudo para ser feliz. Como eu sou.”


“Cresci como pessoa e como profissional” Zita Andrade

“A Fachesf tem uma grande importância na minha história. Desde 1979, mantenho um laço muito forte com a Fundação e posso dizer que foi uma das maiores alegrias da minha vida ter ingressado na Chesf e depois ser cedida à Fundação. Gosto bastante do trabalho que realizo e tenho um bom relacionamento com todos os que fazem parte da trajetória da Fachesf. Afinal, são quase 33 anos compartilhando vivências e experiências, que guardo na lembrança até hoje. Lembro-me que, na época em que fui admitida, fiquei encantada com o tratamento que recebi dos colegas e do cuidado da gestão com todos os funcionários. Pois eu havia passado 10 anos trabalhando no comércio e, infelizmente, os comerciários não eram valorizados profissionalmente e não recebiam nenhum incentivo por parte das empresas.

Na Fachesf, aprendi a me sentir valorizada; cresci como pessoa e como profissional, além de ter conseguido fazer alguns investimentos que me dão uma certa tranquilidade para o meu futuro – um deles é ter a condição de ser participante dessa Fundação e, consequentemente, a constituição da minha reserva do plano CD, que vai me garantir uma renda mensal vitalícia após o meu desligamento da Fachesf. Venho me preparando psicologicamente para um dia deixar esse ambiente de trabalho, onde me sinto tão realizada. Sei que vou sofrer muito com essa cisão, mas como nada é para sempre, buscarei outros sonhos e realizações, e voltarei sempre que possível à Fachesf na minha nova condição de Participante assistida. Digo sempre que, se não existe ex-filho, também nunca existirá ex-Fachesfiano.”


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Quando convidamos os Participantes da Fachesf a contar momentos que marcaram suas vidas, não esperávamos que seria tão difícil escolher as melhores histórias. Foram mais de 100 textos recebidos e incontáveis as vezes que nos emocionamos, rimos, choramos. Nesta edição da revista Conexão Fachesf, apenas cinco histórias (incríveis!) foram selecionadas. Mas porque não poderíamos esquecer todas as outras que certamente emocionarão muita gente, resolvemos editar um livro especial com 40 momentos inesquecíveis vividos pelos nossos leitores. A publicação será lançada oficialmente em 3 de setembro, Dia do Participante da Fachesf. Como aperitivo do que está por vir, convocamos vocês a uma viagem por lembranças que falam de amor, superação, conquistas e tantos outros sentimentos que nos fazem crer que a vida sempre vale a pena. Boa leitura.

DA ADOS T L U RES ÇÃO!

O PROM


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O amor

Luiz Carlos Loreto da Silva Recife | PE

na janela

U

m dia, e já se vão 26 anos do acontecido, estava eu no meu quarto do internato no seminário onde me preparava para ser pastor. Era uma manhã de sol e a janela dava para a quadra de esportes. No local, quase religiosamente, batia-se uma pelada todos os dias. Não é difícil de imaginar que, morando num ambiente em tal situação, privacidade era produto raro no meu cotidiano. As pessoas passavam, olhavam para dentro do quarto, algumas cumprimentavam; outras se mostravam espantadas com a minha capacidade de desorganização. Em dado momento, uma jovem se aproximou da janela e, com o sorriso mais radiante que eu jamais havia visto, fez a pergunta que mudou a minha vida: - Você é o Carlinhos, não é? Respondi que sim e perguntei de onde ela me conhecia. Ela falou que me conhecia através de um amigo em comum, que era seu professor particular. De fato, o rapaz em questão era meu melhor amigo e estávamos sempre juntos. Conversamos naquele dia cerca de meia hora. Não lembro sobre o que falamos, mas lembro que a alegria contagiante que ela demonstrava em cada palavra me marcou profundamente. A partir daquele dia, passamos a nos encontrar, como novos amigos, frequentemente. Vânia (este é

o seu nome) se mostrou uma amiga como poucas. Companheira, parceira, cúmplice. Sua presença ao meu lado ia se tornando não apenas agradável, mas necessária.

Um dia, enquanto conversávamos e ela, distraída, rabiscava alguma coisa, decidi roubar-lhe um beijo. A resposta, devidamente consentida, assegurou-me o que no íntimo eu já sabia: estávamos namorando. Namorar, para alguém como eu, que possui uma limitação física, pode ser um grande desafio. Se lutar contra a discriminação e o preconceito das pessoas já é uma tarefa hercúlea, lutar contra seus temores interiores é uma tarefa ainda maior. Assim como encontrar uma pessoa. A pessoa. Aquela que vai prestar atenção em você e não nas suas muletas, sua cadeira de rodas ou bengala. Vânia me viu naquela manhã ensolarada e o seu olhar penetrou a minha alma. Naquele instante eu descobri que havia encontrado a mulher da minha vida. Já estamos casados há 22 anos e temos três filhos lindos. Espero viver com minha esposa todos os dias da minha vida com a mesma alegria e cumplicidade dos primeiros dias. Curioso como um simples olhar através de uma janela pode mudar a sua vida. A minha, pelo menos, mudou.


Alfredo Sampson Moreira Bezerra Recife | PE

Sonhando com

Cosme e Damião

E

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ra o ano de 2007. Tínhamos cinco anos de casados e, desde o segundo ano de convivência, tentávamos realizar o sonho de ter um filho. Um dia, Éryka, minha esposa, acordou me perguntando qual era o dia de Cosme e Damião. Eu não soube responder, pois sempre fui muito desatento a qualquer tipo de data comemorativa. Ela contou que havia sonhado com uma pessoa pedindo que distribuíssemos guloseimas para crianças carentes no próximo dia 27 de setembro, frisando que este era o dia dos gêmeos Cosme e Damião.

ma de Saúde da Família de uma cidade do interior de Pernambuco. Régia queria saber se gostaríamos de adotar um bebê de uma de suas pacientes. O pré-natal havia indicado que era uma menina e que nasceria em alguns meses.

Éryka sempre deu muita atenção ao que sonhava e, visto à coincidência das datas, resolvemos atender ao pedido do sonho. No dia certo, levamos os doces para o Lar de Carolina, uma creche mantida pela Prefeitura do Recife (atualmente desativada). Fizemos uma visita rápida. Mas foi o suficiente para sermos fisgados pelos olhares curiosos e carentes daquelas crianças sem família. Saímos daquele lugar com uma sensação de vazio e assim ficamos até o dia em que tomaríamos a decisão mais acertada de nossas vidas.

Alguns meses depois, nasceu Camila, tal e qual sonhamos. Estamos com ela desde seu segundo dia de vida e lá se vão quatro anos de muita alegria. Agora ela quer um irmão. A experiência feliz com nossa menina nos dá segurança para partirmos rumo ao segundo filho. Trabalho na Chesf há menos de um ano, e hoje, com os benefícios que a empresa proporciona e toda a segurança que a Fachesf nos transmite, percebemos que este sonho é totalmente possível. Camila terá companhia.

Um certo tempo depois, Éryka acordou novamente de um sonho. Desta vez, com uma música na cabeça: “Espere por mim morena/ espere que eu chego já”. Quando ligou o rádio, a mesma música tocava. Não tivemos mais dúvidas. Era a hora de fazermos algo que não havíamos pensado antes: adotar nosso primeiro filho. Certamente ele estava em algum lugar nos esperando.

Benditos sejam os doces de Cosme e Damião, que nos abriram os olhos para outras perspectivas. Desde aquele dia até hoje, em todos os 27 de setembro, fizemos (e faremos sempre) o mesmo. Benditas também sejam as irmãs Régia e Gardênia e todos os amigos que nos incentivaram. Valeu muito acreditar nos sonhos.

Foi quando recebemos uma ligação de nossa amiga Régia, irmã de Gardênia, antiga colega de faculdade de Éryka. Ambas as irmãs atendiam no Progra-

A mulher era mãe de uma garotinha de três anos e não tinha condições de criar mais uma criança, por isso resolveu entregá-la para adoção. Não pensamos duas vezes. Cosme e Damião, Régia e Gardênia. Não podia mesmo ser uma simples coincidência!

* Alfredo Sampson foi o vencedor do sorteio de uma passagem aérea.


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Edineide Maria Coelho Bezerra Recife | PE

Uma vitória

câncer

contra o

P

ara escrever sobre esse capítulo de minha vida, precisei parar um pouco e meditar. A emoção foi tão intensa que as lágrimas banharam os meus olhos. Lembrei da minha irmã, Virgínia, que me acompanhou não somente na primeira, mas em quase todas as outras sessões de quimioterapia que enfrentei na cura de um câncer de mama. Era março de 2006 quando segui para a clínica de oncologia para dar início ao tratamento. Minha outra irmã, Suely, que mora distante, também estava presente, pois fazia questão de ficar comigo naquele momento que seria tão difícil. Estávamos todos apreensivos. A sala de quimioterapia era bastante ampla, com TV, revistas e um excelente corpo de enfermagem. Logo as milagrosas gotinhas vermelhas começaram a entrar em minha veia. Pedi para ser fotografada. Sabia que era uma etapa importante da minha vida e queria que ficasse registrado.

Procurei encarar tudo com muita realidade e não escondi nada de ninguém. Queria que o meu exemplo fosse repassado, pois aquilo ali era a minha esperança de vida.

Tinha medo, porém o desejo de viver, e com saúde, era muito forte dentro de mim, mesmo que eu soubesse que estava com metástase e com suspeita de comprometimento nos pulmões e no rim. Quando terminei a primeira sessão de quimioterapia, todos nós estávamos com muita fome. Resolvemos ir até um restaurante. Parecia mais um almoço de confraternização! O empenho de minhas irmãs e de meu cunhado Paulo para me animar era visível. Porém eu me sentia estranha, fraca e com uma sensação tão diferente que nem eu conhecia. Em frente ao restaurante havia uma praça. E lá fomos nós, as três irmãs, tirar fotos. Porém, por dentro, eu não sentia a mesma alegria que elas, embora me esforçasse para tal. Tinha medo do meu futuro e de todo o sofrimento que ainda enfrentaria, pois ali apenas se iniciava o desafio para vencer o câncer. No total, foram 12 meses de luta, incluindo 28 sessões de radioterapia e uma mastectomia radical. Fiquei careca e sem mama. Mas depois de tudo, descobri que não sou somente uma mama e que os meus cabelos não eram tudo em minha vida. Venci mais um importante capítulo. Venci o câncer! Hoje tenho cabelos lindos, fiz uma reconstrução mamária e me sinto muito bem e feliz. Tudo o que desejo, é ter uma vida plena com saúde e amor.


Mauricio Bezerra de Souza Lajedo | PE

Uma troca

O

pitoresca

fato mais marcante que presenciei aconteceu durante a construção do Prédio do COS, nos idos de 1985 a 1987, onde eu participava das fiscalizações da obra dos sistemas especiais (ar condicionado, elétrica, sistema anti-incêndio, etc.). Naquela época, era de costume contarmos com o apoio de pessoas especializadas nestes projetos executivos. Então, como esperado, tivemos a necessidade de um auxiliar de artífice para nos dar um suporte interno. Entramos em contato com a DASA e fizemos a solicitação. Foi quando veio o que de mais pitoresco eu já vi durante tantos anos de Chesf. Vou contar o que danado aconteceu. A DASA acatou nosso pedido e acenou que nos cederia o profissional requisitado, mas com uma condição: sabendo que tínhamos ramais telefônicos de sobra na montagem do DG (Distribuidor Geral), queriam em troca um desses ramais e um aparelho telefônico. O acordo foi acatado e o inusitado se deu: Seu Arlindo, colega daqueles tempos, tornou-se, na história da Companhia, o primeiro e único chesfiano a ser trocado por um ramal e um aparelho telefônico!

Em 1987, o então diretor de operação Mário Santos inaugurou o prédio que ele chamava de Catedral da Chesf. Lá, Seu Arlindo permaneceu até seu último dia de trabalho, e foi de onde saiu conhecido como o Prefeito do COS.

Ele era um desses empregados que chamamos de “bombril”, pois fazia tudo o que podia em benefício da Companhia e não media esforços para os favores que lhe eram dirigidos. Atualmente moro em Lajedo (PE), descansando o lombo, pois já dei muito de mim para a Chesf. Mas nunca esqueci de Seu Arlindo, colega de boa índole e pessoa maravilhosa. E até hoje, quando o encontro pelas redondezas do prédio do COS, pergunto a ele se gostaria de voltar para Chesf. A resposta é sempre a mesma: “Só se dessa vez for trocado por uma central telefônica”.

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Jair Alves dos Santos Aracaju | SE

Com gás ou

U

sem gás?

m fato que marcou minha vida aconteceu quando eu tinha de 13 para 14 anos de idade e morava em Juazeiro, na Bahia. Naquele tempo, minha mãe costumava criar porcos no quintal de nossa casa. Logo, minha tarefa todos os dias, ao final da tarde, princípio da noite, era apanhar a lavagem para os animais no Bar e Sorveteria Primavera, localizado na Rua do Apolo, centro da cidade.

Decidi então, começar a juntar alguns trocados para adquirir a chamada “água mineral”. Passadas algumas semanas, consegui o dinheiro necessário e fui até o bar.

No estabelecimento, trabalhava Judite, uma amiga de minha mãe. Era ela quem me entregava a lavagem, feita de uma mistura de cascas de frutas utilizadas na fabricação dos sorvetes. Todos os dias, quando eu ia buscar a encomenda, recebia de Judite um picolé, geralmente de farinha láctea ou abacate.

De repente, eu que queria tanto experimentar a tal “água mineral” fiquei sem saber o que dizer. Ele insistiu: “e aí, garoto, a água é com gás ou sem gás?”. Depois de alguns momentos de hesitação, respondi com firmeza: “com gás!”.

Nessas idas e vindas, enquanto esperava no balcão da sorveteria, além de ouvir os pedidos costumeiros de um bar feitos aos garçons (“Brahma”, “Antarctica”, “cachaça”, “Martini”, etc.), uma coisa que sempre me chamava a atenção era quando alguns deles pediam “água mineral” pois, até então, eu não fazia a menor ideia de que água fosse aquela.

Chegando ao balcão, falei para o garçom: “moço, por favor, uma garrafa de água mineral”. No que ele prontamente respondeu: “com gás ou sem gás?”.

O garçom abriu a garrafa e entregou-me a água acompanhada de um copo americano, pedindo que eu consumisse ali mesmo, sentado em uma mesa. Caso contrário, se quisesse levar a garrafa para casa, teria que pagar pelo casco. Enchi então o copo, mas não passei do primeiro gole. Nunca tinha tomado uma água tão ruim na vida! Disse ao garçom: “Moço essa água está com um gosto ruim. Acho que está estragada.” No que ele, sorrindo, respondeu: “Não tem nada estragado, garoto. Água mineral com gás tem esse gosto estranho mesmo”. Decepcionado, fui embora e sequer esperei pelo picolé de Dona Judite. Levei comigo a lavagem dos porcos e a pior das impressões sobre a famosa água mineral.


Desde que surgiu no Brasil, na década de 1950, a comunicação empresarial passou por profundas transformações até atingir o papel estratégico que atualmente ocupa nas grandes organizações de todo o País.

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A evolução da Comunicação do “jornalzinho” à gestão estratégica


Tendo como grande desafio construir e zelar pela boa imagem de uma organização, a área de Comunicação planeja e estabelece pontos de contato com os diferentes públicos de interesse para mantê-los bem informados, atuando na consolidação da imagem e na manutenção de relacionamentos positivos e pró-ativos. Durante muito tempo, esse papel foi desenvolvido timidamente, na maioria das vezes, através apenas de eventos pontuais e da publicação de jornais e informativos periódicos. Com o passar dos anos, porém, a comunicação foi conquistando novos e importantes espaços, passando da execução de tarefas meramente operacionais para uma atuação estratégica dentro das organizações.

Foto: Ana Ottoni

Por que isso aconteceu? Segundo Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), essa mudança ganhou impulso principalmente com a crescente velocidade da informação das últimas décadas, quando o Brasil passou pela democratização do País, a abertura econômica e pelas urgências ambientais, que começaram a gerar demandas mais complexas para a comunicação praticada pelas empresas.

Paulo Nassar, Diretor da Aberje

“Ou a comunicação deixava de agir somente como mera editora de jornaizinhos corporativos e ganhava mais autonomia ou as empresas perderiam um grande potencial de mercado” A partir de então, as organizações foram perdendo a centralidade de seus papeis e de sua produção de conteúdo. Esses fatores deram ao público mais agilidade para buscar informação e força para se manifestar, fazendo com que as empresas passassem a se preocupar de forma profunda e estratégica com a gestão da comunicação numa perspectiva de inteligência de negócio. Em outras palavras, ou a comunicação deixava de agir somente como mera editora de jornaizinhos corporativos e ganhava mais autonomia ou as empresas perderiam um grande potencial de mercado, comprometendo inclusive sua capacidade de relacionamento com seus diferentes públicos e, consequentemente, sua imagem. Com a consolidação da força da internet – e, mais tarde, com as redes sociais –, esse processo passou por mais uma transformação, uma vez que as empresas passaram a ter um contato muito mais próximo e intenso com seus diferentes públicos. Hoje todas as marcas são passíveis de aparecer nas redes sociais, em todo o mundo, o tempo inteiro. Não há mais como se esconder ou escapar. Basta fazer uma simples pesquisa nos principais sites de busca e constatar o inevitável: não há mais controle sobre o que está online ou não. Essa nova perspectiva levou os profissionais de comunicação a repensarem seus processos, passando a entender que não basta comunicar-se bem ou ser estratégico; antes, é preciso ouvir as histórias do outro, identificar suas expectativas, agir proativamente e estar alinhado com as demais áreas da empresa em busca do cumprimento da missão e da visão empresarial. Somente assim, a aproximação entre uma organização e seus clientes terá base sólida para ser construída, crescer e ganhar, de fato, o status de relacionamento.


Paulo Nassar

Paulo Nassar, diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), concedeu uma entrevista exclusiva para a Conexão Fachesf, na qual ele explica como a comunicação empresarial evoluiu e hoje está presente no cerne estratégico das organizações de todo o mundo.

Conexão Fachesf. Além de ter ganhado um cunho estratégico, quais as mudanças mais significativas para a comunicação empresarial nas últimas décadas?

mais atuar em um mundo onde desconsideramos a narrativa do outro, que exige participar e ver suas ações em um mundo sem fronteiras.

Paulo Nassar. A ascensão dos meios de comunicação de massa foi rápida e expressiva, enquanto a comunicação em rede e as mídias sociais, como o Facebook, por exemplo, tiveram a mesma ascensão com velocidade vertiginosa e força viral. A mudança essencial por trás dessas plataformas – e é importante nos lembrarmos sempre que as plataformas sempre alteram as relações – é o fomento à interação do indivíduo com os acontecimentos do mundo e também com os outros indivíduos, eliminando etapas e barreiras na participação social e na “construção” do ambiente social.

Um dos mais expressivos impactos, é que os públicos passaram a ter um ponto de contato mais profundo e completo com as empresas. A vigilância, por exemplo, é muito maior. Até a década de 1970, não havia órgãos de defesa do consumidor e, após sua criação, os consumidores ainda não tinham informações abundantes sobre os seus direitos. Uma vez que passaram a ter, ficavam presos a cartas de reclamações para os jornais (sujeitas a não serem aprovadas) ou a processos judiciais fechados.

A globalização é também outra mudança muito importante. Traz aos comunicadores a percepção de que a comunicação não se trata de propagação, mas de compartilhamento de significados. Extrair a mensagem principal da essência da empresa e conseguir compartilhá-la com o maior número de pessoas, da forma mais clara e efetiva. A globalização fez os comunicadores aprenderem a nadar já na água, acelerando o aprendizado das narrativas e do compartilhamento de histórias e significados. CF. Com a web 2.0 e uma maior participação dos clientes nas redes sociais, aumentou a aproximação dos públicos com as empresas. Quais os principais impactos que essa chamada revolução digital causou nos processos comunicacionais dentro das empresas? PN. Acredito que as novas formas de existência em espaços virtuais são uma realidade e devem apenas se multiplicar em formas e dispositivos. Os diversos públicos aos quais as empresas se relacionam também habitam as redes sociais. Se o foco das ações de relacionamento e fortalecimento de imagem está em outro ambiente, a empresa também deve estar nas plataformas sociais. Se ela não o fizer institucionalmente, outros farão por ela. Todas as atividades que envolvem os ambientes virtuais e digitais deverão ser impactadas e repensadas em relação a sua condução e execução. Não podemos

Hoje, ao contrário, é possível expor completa e irreversivelmente uma empresa com um pequeno flagra ou um erro do cotidiano. O comunicador tem buscado mais agilidade e uma qualificação ainda mais alta, orientada para a tomada de decisões, pois já não há tempo para segurar reclamações nos departamentos jurídico, financeiro, de marketing e outros. A resposta precisa chegar em minutos e, preferencialmente, em 140 caracteres. CF. Hoje há um forte investimento das marcas na contação de histórias para seus públicos, que se mostram cada vez mais interessados nesse tipo de abordagem. A que o senhor atribuiu esse interesse? Esse interesse surge como resposta a uma era de saturação, de muita informação, muita opção de escolha, muita interação. As sociedades viveram, na era industrial, um longo período de fechamento, com poucas opções, informações, acesso aos direitos e interações mínimas. Depois de muita luta, os públicos começaram a ter acesso as informações e à produção delas. Esse movimento tão intenso e valorizado, assim como as respostas geradas por ele, causou uma superexposição às informações, às escolhas e às demandas. Uma saturação informacional. Com isso, os indivíduos têm buscado cada vez mais reduzir o bombardeio, diminuir o volume e receber informação qualificada. O discurso, nesse cenário, dá lugar a narrativa, que é consistente e impregnada de valor, pois fala diretamente ao humano.

Entrevista | Paulo Nassar

Entrevista EXCLUSIVA


Pela consolidação do relacionamento com o Participante Desde que foi fundada, em abril de 1972, até o final dos anos 1980, a Fachesf não possuía, em seu quadro, profissionais de comunicação. As ações da entidade nesse segmento eram realizadas através da estrutura da própria Patrocinadora Chesf e resumiam-se a poucas peças de divulgação dirigidas aos Participantes. No final de 1989, com a chegada de um profissional com formação em Relações Públicas cedido pela Chesf para atuar na Fachesf, os processos de comunicação começaram a ser gradativamente aperfeiçoados e ampliados. No entanto, foi somente em meados da década de 1990, que esse panorama começou a mudar de forma mais intensa e a comunicação passou a ter um componente mais estratégico.

Canais de COMUNICAÇÃO Fachesf

Do Informativo ao Jornal da Fachesf

Laura Jane de Lima, assessora de comunicação institucional da Fachesf, explica que, naquela época, a gestão da entidade atentou para o fato de que havia uma distância considerável entre o trabalho desenvolvido pela Fundação e a imagem percebida pelos Participantes. Apesar de já estar consolidada no segmento de previdência complementar do País, a Fachesf não era vista dessa forma pelo seu principal público, pois não havia um diálogo eficiente entre os dois lados. “Ficou evidente que faltava dar mais autonomia à comunicação, até então restrita a questões operacionais. Além disso, os dirigentes da época perceberam que era preciso investir na estrutura e nos processos de comunicação institucional e interna”, afirma.

Laura Lima, Assessora de Comunicação Fachesf


Essa constatação foi o pontapé que faltava para a mudança definitiva da visão da Fachesf a respeito da importância da comunicação, que no ano de 2003 passou a integrar o planejamento estratégico da entidade, principalmente através de ações de aproximação com os Participantes. Toda essa trajetória levou a comunicação praticada pela Fundação ao patamar em que se encontra hoje, com seu trabalho reconhecido através de prêmios de alcance nacional e sendo considerada uma referência no segmento das Entidades Fechadas de Previdência Complementar do Brasil. Esse cenário é reflexo de um relacionamento construído em bases sólidas, focado no entendimento das expectativas e necessidades do público-alvo, e só é possível porque a atual Diretoria Executiva da Fachesf tem dado o apoio e incentivo necessários, por entender que a Transparência e o Foco no Participante são Valores que devem ser perseguidos e praticados diariamente. Para Laura Lima, à medida que o Participante se vê inserido no universo da Fundação, ele é capaz de compreender melhor as informações que lhe são dirigidas e quais são os seus papeis dentro de uma fundação. “É assim que focamos nosso trabalho dia a dia, seja na TV Fachesf, nos nossos veículos im-

pressos, no site ou no Dia do Participante, evento pioneiro no segmento dos fundos de pensão que coloca nosso público no lugar que lhe é de direito: o primeiro. Sempre”. Como a evolução é contínua e exige uma sintonia com o que é praticado no mercado, a Fachesf está planejando seu próximo passo, que é abrir as portas da comunicação para o universo das redes sociais. Mas para isso, é preciso antes de tudo compreender o que o Participante espera desse tipo de relacionamento e quais serão as melhores estratégias para explorar da internet aquilo que ela tem de melhor, que é a quebra de fronteira em diversos níveis. Novidades chegarão em breve.

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“Toda essa trajetória levou a comunicação praticada pela Fundação ao patamar em que se encontra hoje, com seu trabalho reconhecido através de prêmios de alcance nacional e sendo considerada uma referência no segmento”

Revista Conexão Fachesf

Canais digitais: site e TV Fachesf


depoimentos


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o que a Fachesf representa na sua vida ? No ano em que completa quatro décadas de existência, a Fundação, através de promoção veiculada na última edição do Jornal da Fachesf, convidou os Aposentados a dizer o que a Fundação representa em suas vidas. De um total de quase 300 respostas recebidas, foram escolhidos os 40 melhores depoimentos, dentre os tantos relatos emocionantes que falam sobre uma parceria que se fortalece e se renova a cada dia.


depoimentos

“A Fachesf para mim é a realização de uma esperança, alimentada por muitos e muitos anos. É a alegria de, enfim, participar de um sonho concretizado.”

Mª DO ROSÁRIO RIBEIRO CARNEIRO, RECIFE | PE

EDMILSON LOPES DE OLIVEIRA

“Representa confiança, segurança e solidez. É uma instituição moral, legal e ética. Parabéns pelas quatro décadas de existência

Salvador | BA “Para mim, depois de Deus está a Fachesf, a garantia financeira para o resto de nossas vidas. Peçamos ao nosso Deus que guie sempre os dirigentes da Fundação no caminho certo da administração dos nossos recursos.”

ABRAHÃO BELÉM FERREIRA Recife | PE “Caminhamos juntas: Fachesf/Maria Emília, Maria Emília/Fachesf. Um crescimento: Prêmio Aberje Nacional Uma prosperidade: Gestão com foco no Participante. Uma continuidade: ações de 2011: fiz parte! Nesse ritmo, quem não chega lá?”

MARIA EMÍLIA VIEIRA LIMA Recife | PE “É um porto seguro. Lembro com o orgulho o dia em que fiz a adesão à Fachesf como sócio-fundadora. Sempre me orgulhei da decisão tomada e tenho certeza, após tantos anos, que foi um passo inteligente e decisivo da minha vida.”

Mª DE LOURDES TOMAZ DA SILVA Recife | PE “Segurança, confiança e certeza de que meus dias futuros serão tranquilos, pois tenho a garantia do suplemento salarial e com isto consigo paz de espírito, independência, equilibrio e felicidade.”

TELMA SANDRA OLIVEIRA Paulo Afonso | BA

“É a minha segurança financeira. Uma empresa considerada por mim e por todos especial e de seriedade e confiança.”

Mª DE LOURDES GALVÃO F. GOMES Garanhus | PE “A Fachesf representa pra mim e minha família meu presente e futuro, pois é algo de muita importância para todos nós.”

RAIMUNDO JOSÉ ALVES SILVA Teresina | PI “Quando entrei na Chesf, em janeiro de 1976, tornei-me Participante da Fachesf imaginando que só a Previdência Social não me daria condições de sobrevivência digna no futuro. Até hoje a Fachesf continua sendo uma empresa sólida e representa na minha vida tranquilidade em termos de saude, previdência e assistência.”

NEUZA QUIRINO DA SILVA Olinda | PE

“É tudo: bem-estar, saúde, educação, informação e manutenção da vida.”

NILTON SIQUEIRA LIMA Paulo Afonso | BA “É um apoio para aquilo que vem em decorrência dos anos na nossa vida, consolidando com uma velhice feliz.”

TEREZINHA MARIA DE SOUSA Recife | PE “A fachesf ajuda-me a viver! E como ajuda!”

VALDOMIRO CORREIA DE MIRANDA Recife | PE “Representa ações boas, pois trata os Participantes com respeito e dignidade, cumprindo acordos e prazos para alcançar resultados esperados.”

FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA Guadalupe | PI


“Sem a Fachesf, seria difícil ter uma vida digna.”

JOSÉ SALVADOR CARVALHO Aracaju | SE “A Fachesf, permitam-se sinceramente assim me expressar, é minha segunda mãe. Graças a Deus temos a Fundação que temos: sólida, muito bem administrada e na qual a gente pode confiar. A gente conhece e a gente confia.”

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INÁCIO VENÂNCIO FARIAS Aracaju | SE “A Fachesf tem como objetivo proporcionar grandes vantagens, na vida da minha família. Sem a Fachesf não teria condições de sobreviver. É tudo de bom.”

EDVALDO CRISPINIANO DA SILVA Campina Grande | PB “A Fachesf significa meu porto seguro. Valeu o investimento ao longo desse tempo!”

GILDETE SILVA RIBEIRO Petrolina | PE

“Dentro de todas as dificuldades que a vida do aposentado apresenta, a Fachesf ainda tem sido meu ponto de apoio na aposentadoria.”

Mª DO CARMO C. DA COSTA SOUZA Sobradinho | BA

“É uma parceira que proporciona certa segurança e tranquilidade, ajudando-nos a superar as adversidades inerentes à idade dos aposentados e proporcionando-nos uma condição de vida mais saudável e, consequentemente, mais prazerosa.”

“Financeiramente, representa tudo, pois só através dela tenho condições de viver dignamente. Além disso, é a certeza de apoio e um bom atendimento também aqui em Salvador.”

JOSÉ ALVES DE AMORIM

Salvador | BA

NEIDE MUCURI BARRETO

Recife | PE “Representa tranquilidade tanto no aspecto assistencial quanto no financeiro. No assistencial, pela maneira como somos atendidos interna e externamente. No financeiro, pela sua solidez.”

MARIO DE SOUZA PIMENTEL Recife | PE

“Em tudo, a Fundação tira 10. Sinto-me tranquilo, pois a minha família tem a segurança que precisa. A Fachesf é uma empresa que nos dá alegria e bem-estar. A Fachesf é uma família feliz.”

MANUEL LOPES DA SILVA Recife | PE

MARIA DAS GRAÇAS PRISTON CARRUTHERS JABOATÃO DOS GUARARAPES | PE

“A Fachesf representa para mim a segurança de viver com dignidade, saúde e paz durante todo tempo de vida que me for designado por Deus.”


depoimentos

“A Fachesf é tudo de bom na minha vida: fornece todas as informações que preciso na área da saúde e me presenteia com vídeos informativos e com o Jornal da Fachesf. Continuem em frente, pois o caminho é esse. Parabéns a toda equipe e sucesso.”

EUNALDA DO NASCIMENTO SILVA Lauro de Freitas | BA “Quando comecei a trabalhar na Chesf, em 1975, logo tornei-me Participante da Fachesf. Sempre me senti protegida por saber que existe uma Fundação que cuida e zela pelos meus interesses e da minha família. A Fachesf é uma seguridade para minha vida.”

CÍCERA Mª FERREIRA CAVALCANTE Recife | PE “Pela administração competente que exerce, representa para mim segurança, proteção, amparo, educação e conhecimento, tudo muito bem conduzido através de suas palestras e projetos. Sintetizando, considero a Fachesf a minha família, da qual sou integrante com muito orgulho.”

EDLEUZA LOPES CAVALCANTI Recife | PE “É minha vida, principalmente depois que me aposentei, no que se refere a saúde e vida financeira. Minha dica: não se aposente sem a Fachesf, por que a vida não ficará fácil.”

FLÁVIO ALBERTO C. SOARES Recife | PE

“No dia 03/08/72, preenchi minha proposta de inscrição como sócia mantenedora. A partir de então, tive certeza, de que teria um futuro garantido no que se refere à minha suplementação. Logo depois veio o plano de saúde com assistência de primeira qualidade e o plano de empréstimos. Sou plenamente atendida nas minhas solicitações durante 24h. Hoje, aposentada, tenho orgulho de dizer seguramente que a Fachesf é tudo para mim”.

“Em 1973, comecei a contribuir para a Fachesf, sempre me perguntando se valeria a pena. Passaram-se 30 anos e hoje, aposentada e usufruindo dessa contribuição, reconheço que valeu a pena. Que a Fachesf continue com este trabalho participativo e integrado aos seus Aposentados, traduzindo confiança, segurança, qualidade de vida e bem-estar, cuidando da nossa saúde e da minha família. Valeu, Fachesf!”

IRANY CANNA CHAGAS

Condado | PE

Mª AUXILIADORA BELLO SANTANA

Salvador | BA “Para mim é tudo, pois eu não poderia sobreviver com o salário do INSS. Nós sempre pensamos no nosso futuro e no de nossos filhos, por isso, ai de mim se não fosse a Fachesf, que nós nunca deixamos de pagar para vivermos melhor.”

MARIA GELMA MAIA GOMES

“A Fachesf é a certeza de uma ótima qualidade de vida. Eu sempre digo: a Fundação tem uma ótima seguridade social, é honesta, responsável e pontual em seus compromissos. Diante de tudo isso, a Fachesf está dando mais vida aos anos dos aposentados e pensionistas da Chesf. A Fachesf é um amor!”

ELIAS FERNANDES DA SILVA

Recife | PE

Teresina | PI “Como sócia fundadora, tenho a declarar que esta Fundação vem desempenhando um papel muito importante em todos os sentidos. Louvo ao Senhor pela existência da Fachesf e dos seus diretores e funcionários.”

IVALDA LUCIA H. DOS SANTOS Paulo Afonso | BA

MARISA GOMES MARTINS, SÃO PAULO | SP

“A Fachesf representa um forte sentimento de segurança e melhor qualidade de vida. Sinto-me apoiada e tranquila, apesar de tão distante da sede. Sou sócia fundadora com muito orgulho.”


“A Fachesf é vida! Ela investe, forte e continuamente no aperfeiçoamento profissional dos seus funcionários, e na busca do seu ideal de melhor servir aos participantes. A Fundação trabalha conscientemente, com base em estudos e pesquisas, usando de toda sua criatividade e seriedade, sempre visando proporcionar a todos nós, cada vez mais, a certeza de um futuro seguro, com um misto de tranquilidade e acolhimento. Fachesf, nosso porto seguro.”

Mª JOSÉ RIBEIRO F. GOMINHO Recife | PE “A Fachesf hoje é tudo em minha vida e na vida do meu esposo. Hoje estamos com mais de 60 anos e, em primeiro lugar, Deus; em segundo, vem a Fachesf, que nos atende com muita atenção.”

Mª MADALENA DIAS DE BARROS Recife | PE “É tudo na minha vida. Parabéns a Fachesf pelo seu quadragésimo aniversário. Esta senhora quarentona, mãe de todos os Aposentados e Pensionistas que, após a Chesf, está presente em todos os momentos difíceis na vida de todos nós.”

JOSIAS DOS SANTOS Senhor do Bonfim | BA

“A Fachesf representa na minha vida o seguinte: saudade do trabalho e dos meus colegas; saúde, pois o programa De bem com a Vida me proporciona qualidade de vida; segurança, através da complementação da aposentadoria; e solidariedade, pela existência do espírito de equipe trabalho em grupo.”

FRANCISCA BEZERRA G. SALES

“A Fachesf é tudo na minha vida porque se não fosse a Fundação não sei o que seria de mim. Agradeço primeiramente a Deus e depois a Fachesf que me acolheu na hora em que mais precisei.”

Mª GREGÓRIA DOS SANTOS Ubatã | BA

Olinda | PE “A Fachesf representa a extensão da nossa vida profissional, após o término do vínculo empregatício com a Patrocinadora Chesf, proporcionando-nos o suporte financeiro, a assistência médica e também a assistência social, sem os quais, apenas com os recursos do INSS teríamos sérias dificuldades.”

ANTÔNIO LUIZ COSME OLIVEIRA Jaboatão dos Guararapes | PE

MÁRIO JOSÉ TELES, FORTALEZA | CE

“A Fachesf representa para mim tudo de bom. É parte do oxigênio que garante a minha continuidade de ser vivo e presente no mundo.”

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Fachesf é modelo para outras fundações O dia 1º de setembro de 2006 pode ser marcado na história da Fachesf como um divisor de águas na sua relação com os cerca de 50 mil Participantes, beneficiários e dependentes, distribuídos em diversos estados do Brasil. Nessa data, surgia a Central de Relacionamento da Fundação (BCR), revolucionando o modelo de atendimento até então adotado ao longo de mais de 30 anos.


Em 2012, quando a Fachesf comemora quatro décadas de existência, a Central de Relacionamento da Fachesf vivencia uma nova fase em sua estrutura de atendimento, consolidando seis anos de árduo trabalho, dedicação e amadurecimento da área. Hoje, a Fundação e seus Participantes são os dois pólos de uma relação construída com base em um processo humanizado e altamente profissional e que se estreita a cada dia.

dimensão de onde pretendíamos chegar. Menos de dez anos depois, a área se tornou uma âncora fundamental para o relacionamento da Fachesf”, explica Valcenir Lisboa.

O resultado desse esforço é o papel de destaque que a Fundação ocupa no segmento de Previdência Complementar, sendo reconhecida como uma entidade que oferece os mais eficientes e efetivos atendimentos em todo o Brasil.

Desde que começou a funcionar, a Central de Relacionamento cresceu não somente em níveis de qualidade, mas no volume de serviços prestados. Até os três primeiros anos de funcionamento, eram recebidos cerca de 600 chamadas telefônicas por dia. Hoje esse número saltou para uma média de 1.250 ligações diárias. O atendimento presencial, que no início se limitava a 120 Participantes por dia, aumentou para 200 atendimentos e o canal virtual Fale Conosco, disponível no site da Fachesf, já responde por 800 e-mails/ mês, todos devidamente respondidos e encaminhados às áreas responsáveis.

Para Valcenir Lisboa, gerente da BCR, a centralização de todo o atendimento em uma única área, ao contrário do que era realizado anteriormente, proporcionou à Fachesf mais controle e, consequentemente, mais agilidade na resposta ao Participante. “Em 2003, quando a Fachesf desenvolveu seu Planejamento Estratégico e começou a desenhar a Central de Relacionamento, não tínhamos ainda a real

É importante destacar que o atendimento realizado pela BCR segue um padrão de qualidade, acompanhado diariamente através de relatórios gerenciais e possui indicadores chamados de nível de serviço. Atualmente a Fachesf opera entre 95% e 97% de desempenho nesses índices, conseguindo atender as chamadas telefônicas com um tempo de espera de apenas 30 segundos e um baixo índice de ligações


Valcenir Lisboa Gerente da BCR

Desde que começou a funcionar, a Central de Relacionamento cresceu não somente em níveis de qualidade, mas no volume de serviços prestados. 40 · 41

“Em 2003, quando a Fachesf desenvolveu seu Planejamento Estratégico e começou a desenhar a Central de Relacionamento, não tínhamos ainda a real dimensão de onde pretendíamos chegar. Menos de dez anos depois, a área se tornou uma âncora fundamental para o relacionamento da Fachesf.”

perdidas – exceto em dias de pico de demanda no atendimento, como marcação de consultas e solicitações de empréstimo, quando o nível de serviço fica em torno de 85% (ainda considerado acima da média pelos padrões nacionais de atendimento ao público). Para atender a essa grande demanda, a Central conta com cinco frentes de atuação: Atendimento Presencial, Núcleo de Regulação, Suporte, Assistência Social e 12 Agências Fachesf espalhadas por nove estados brasileiros.

Inovações Um ponto importante e que agregou qualidade ao atendimento da BCR foi a chegada, em novembro de 2010, do plantão para a regulação dos procedimentos de saúde, que funciona para todo o Brasil, a qualquer instante do dia, incluindo domingos e feriados. “O atendimento 24 horas surgiu através de uma demanda da Chesf, além do sentimento da nossa própria equipe, que identificou a necessidade de estender o horário ao público”, afirma Valcenir Lisboa. A caminhada dos últimos seis anos registra outros pontos importantes, sendo um deles o recadastramento anual dos Assistidos (Aposentados e Pensionistas), que foi otimizado e teve a sua segurança reforçada através da leitura de digitais (biometria). E os avanços da Central não param por aí. Até o fi-

nal do ano será implantado o sistema de envio de mensagens via SMS (por celular). Não há dúvidas: em menos de dez anos, a Central de Relacionamento, um dos mais importantes e ousados projetos já realizados pela Fachesf, conseguiu instituir uma relação com o Participante marcada pela facilidade, padronização, agilidade e comodidade. Uma mudança cultural e de paradigmas, que posiciona a Fachesf na lista das Fundações à frente do seu tempo.



A receita para

viver bem após os 40

Chegar bem aos 40 anos de idade (e ir além deles) é mais simples do se imagina: a receita leva apenas alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, cuidados com a mente e, por que não, a busca de pequenos prazeres no dia a dia.

A Conexão Fachesf conta, a seguir, alguns segredos para ajudar quem quer chegar nos “enta” com saúde, disposição e energia de sobra. E se você está perto dos 40 anos ou já passou deles sem ter sido um exemplo de hábitos saudáveis, não se assuste. Nunca é tarde para mudar o estilo de viver. O primeiro passo é driblar a ansiedade e aprender a equilibrar os estresses diários. Com um pouco de paciência, tranquilidade e disciplina, a vida de qualquer um pode ser mais longa e ter mais qualidade.

Alimentação O item principal diz respeito a uma dieta balanceada. A regra básica é consumir um pouco de tudo – proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais –, montando um prato colorido e diversificado. E nada de ficar de barriga vazia: o consumo de lanches saudáveis nos intervalos das principais refeições é indispensável. No cardápio diário, frutas e verduras são essenciais e é preciso evitar doces e guloseimas, deixando-os apenas para ocasiões especiais. Além disso, a ingestão de, no mínimo, dois litros de água ao dia também é fundamental. O corpo é sempre um reflexo daquilo que recebe; por isso, ficar de olho no que se põe no prato (veja quadro na página 47) pode ser um grande diferencial para quem busca uma vida mais leve e menos propensa a doenças e desequilíbrios orgânicos.

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Check-up Apesar de muita gente torcer o nariz para os consultórios médicos, é necessário uma consulta regular ao menos uma vez ao ano para a realização de um check-up completo. “Cada pessoa tem uma história diferente e necessidades singulares a serem avaliadas. Muitas vezes, uma boa conversa e um exame físico são suficientes para saber como anda a saúde”, explica o clínico geral Gustavo Godoy, especialista em Medicina da Família pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A visita anual aos consultórios é importante para a análise e controle de taxas que possibilitam um co-

Gustavo Godoy Clínico Geral

“Cada pessoa tem uma história diferente e necessidades singulares a serem avaliadas. Muitas vezes, uma boa conversa e um exame físico são suficientes para saber como anda a saúde.”

nhecimento precoce de qualquer alteração. Nesta fase, já se avalia não apenas o colesterol e a glicose, como também a função tireoidiana. No sexo feminino, por exemplo, é muito comum o aparecimento de distúrbios funcionais ou até mesmo nódulos na tireoide. Quando há suspeitas no exame físico, é indispensável fazer uma ultrassonografia e investigar o caso. Quanto mais cedo uma doença é detectada, mais chance há de um tratamento eficaz.

Exercícios Abandone vícios como cigarro e álcool em excesso e exercite-se pelo menos três vezes por semana, durante uma hora de atividade moderada. Essa prática auxilia no controle do peso e na prevenção de doenças cardíacas, hipertensão e diabetes, muito comuns para quem já passou dos 40. E acredite: o velho ditado “Mente sã, corpo são” não é balela. O exercício físico libera, no cérebro, uma substância chamada endorfina, que tem uma potente ação analgésica e proporciona uma sensação de bem-estar, relaxamento e euforia. Há, inclusive, pessoas que acabam “viciadas” nesse tipo de prazer e tornam-se dependentes das atividades físicas – o que não é saudável. O ideal, na adoção de qualquer prática esportiva, é manter o equilíbrio e procurar a ajuda de um profissional especializado. Além dos benefícios que fazem ao corpo e ao estado de espírito, os exercícios também auxiliam na autoestima, na qualidade do sono e na diminuição


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Magno Galvão Prof. Educação Física

“Não é à toa que existem pessoas com mais de 50 anos que têm um estilo de vida ativo, com muito mais vigor que algumas que ainda estão na casa dos 20.” das tensões diárias. “Não é à toa que existem pessoas com mais de 50 anos que têm um estilo de vida ativo, com muito mais vigor que algumas que ainda estão na casa dos 20”, compara Magno Galvão, professor de Educação Física da Universidade de Pernambuco (UPE). Mas se até hoje você nunca adotou uma atividade regular, não precisa sair correndo e matricular-se numa aula de musculação que você, se não gosta, fatalmente vai acabar abandonando. Basta escolher um exercício que lhe dá prazer e persistir na prática até que esta se torne um hábito do cotidiano. O ideal é começar aos poucos e permitir que o corpo se adapte. “Para começar, vale, por exemplo, apostar em uma caminhada, corrida ou pedalada de 15 minutos; na

semana seguinte, tente aumentar o tempo para 20, 30 minutos. Com um pouco de disciplina, logo você vai incorporar a prática e será mais fácil mantê-la para o resto da vida”, orienta Galvão.

Práticas Alternativas Dizem por aí que “quando a boca cala, os órgãos falam; quando a boca fala, os órgãos saram”. Na casa dos 40 anos de idade, o estresse do trabalho é capaz de provocar reações assim. A busca do equilíbrio pode estar na medicina alternativa, chamada hoje, no Brasil, de Práticas Integrativas e Complementares, que trabalham a harmonia do corpo em busca da saúde. É aqui que a sabedoria chinesa pode ajudar. A acupuntura, por exemplo, é empregada através da estimulação com agulhas em pontos localizados do corpo. A prática existe há mais de 2.500 anos e é reconhecida como especialidade médica desde a década de 1990. “Ela traz primeiro o olhar sobre a pessoa e inicia o tratamento de seus possíveis desequilíbrios, antes mesmo de abordar a dor de cabeça, a gastrite ou a depressão, por exemplo”, explica Gustavo Godoy.

“Quando a boca cala, os órgãos falam; quando a boca fala, os órgãos saram.”


Revelando o segredo Passados da casa dos 40 anos com mais energia e vigor que muitos adolescentes, os Participantes Jefferson Valois Moreira e Tereza Cristina Melo são exemplos de quem aposta em hábitos saudáveis, atividades físicas e uma boa alimentação para manter a boa forma e a saúde em dia.

Tereza Cristina Melo · 51 anos Recife | PE

Jefferson Valois Moreira · 49 anos Recife | PE

“Sempre fiz exercícios físicos, pois gostava do bem-estar que sentia após as atividades. Mas foi somente depois dos 30 anos que comecei a me preocupar de verdade, quando alguns exames apontaram alterações nas minhas taxas clínicas. Sabia que estava na hora de mudar meus hábitos e aprender a me cuidar de verdade. Nessa época, comecei a praticar corrida de rua e a fazer musculação, atividades que cultivo até hoje. E, claro, sem abandonar o futebolzinho dos fins de semana. Sempre participo das competições esportivas da Chesf e também de outras provas externas. Em 2010, fiquei em quarto lugar na Corrida das Indústrias. Nunca fumei, bebo apenas socialmente e tenho uma alimentação balanceada. Minha família também procura seguir um estilo de vida mais equilibrado e um dos meus três filhos já é meu companheiro de corrida. Sou muito mais feliz assim e digo a todo mundo que para ser ativo e saudável depois dos 40 não existe segredo. Basta ter força de vontade e começar de alguma forma”.

“Faço exercícios físicos desde os oito anos de idade e até hoje caminho, corro, nado e pedalo. Também cuido bastante da minha alimentação, que é bastante saudável; como carne vermelha no máximo uma vez por semana e procuro dar preferência a peixes, legumes, verduras e frutas. Para mim, a prática da natação é algo que levo muito a sério. Represento a Chesf em várias competições pelo Sesi e já fui representar o Brasil no Mundial de Natação dos Trabalhadores, que aconteceu na Áustria. Fui a única brasileira na minha categoria (50 a 55 anos) e a mais velha de toda a delegação. Foi uma emoção sem tamanho, uma experiência que nunca irei esquecer. Os jovens de hoje em dia deveriam se preocupar mais com a saúde, fazer exercícios e investir em uma alimentação balanceada. Não considero isso sacrifício nenhum, afinal é minha saúde que está em jogo. Além do mais, é maravilhoso poder se sentir bem consigo mesmo. Fico mais alegre, bem disposta e de alto astral. Liberar endorfina é muito bom e me ajuda a manter o equilíbrio físico e emocional.”


Dicas para um

cardápio diário ideal

Sal · Restringir a 5 g (1 colher de chá) por dia. Preferir o iodado.

Açúcar · Limitar a ingestão de açúcar simples, além de refrigerantes e sucos artificiais, doces e guloseimas.

Gordura · Reduzir o consumo de

carnes gordurosas, embutidos, leite e derivados integrais. Preferir óleos vegetais como soja, canola, girassol, oliva. Evitar carne vermelha sempre que possível.

Fibras · A inclusão de grãos, tubér-

culos, raízes, frutas, legumes, verduras e leguminosas na dieta pode reduzir o risco de diverticulite, câncer de cólon e dislipidemias.

Peixe · Incentivar o consumo, principalmente dos tipos com maior concentração de ômega 3, como atum e salmão.

Álcool · Evitar a ingestão excessiva de álcool.

(Fonte: Ministério da Saúde)

Exames médicos para manter em dia 1 · Aferição da pressão arterial 2 · Colesterol e trigliceridos 3 · Glicemia de jejum 4 · Peso e índice de massa corpórea (IMC) 5 · Para mulheres, prevenção do câncer

de mama e do colo do útero (citologia oncótica)

6 · Para homens, prevenção do câncer de próstata.

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No caminho do equilíbrio

“Ultrapassar bem a casa dos 40 anos envolve um amplo conjunto de situações que permeiam a vida de uma pessoa e que, de tão intrincadas, torna-se impossível separar umas das outras. Em primeiro lugar, diz respeito à manutenção da saúde física, conquistada não somente com boa alimentação e exercícios, mas com a estimulação do organismo como um todo, pois para manter o pleno vigor, o corpo humano precisa da constante atividade de todos os seus departamentos; da musculatura ao sistema nervoso, do aparelho digestivo ao reprodutor. O mesmo vale para a saúde do cérebro, que precisa receber desafios diários e permanecer em um contínuo processo de aprendizagem. Em segundo lugar, vem a estabilidade emocional e a maturidade de conseguir manter o equilíbrio frente aos desafios que o mundo nos coloca pelo caminho – ambos resultados de uma estrutura familiar e das relações que escolhemos para fazer parte do rol que chamamos de amigos; são aqueles que nos importam e para quem recorremos na alegria ou na doença, na pobreza ou na riqueza, no riso ou na dor. Em seguida, está o equilíbrio financeiro. E é preciso deixar bem claro que não se trata de ter muito dinheiro ou acumular riquezas, mas de viver dentro dos próprios limites e saber separar o que é necessidade do que é somente um ideal; isto é, ter um projeto pessoal e conseguir persegui-lo sem para isso contrair dívidas intermináveis ou abrir mão dos pequenos prazeres no dia a dia.

Some-se a isso, a capacidade de enxergar as oportunidades que surgem e manter-se fiel aos próprios sonhos, porém sem se deixar escravizar por eles. Muitas vezes, buscamos incansavelmente algo que julgamos essencial, quando, na verdade, não é o que vai nos trazer uma felicidade real. Acredito que quando chegamos aos 40 anos conscientes de todas essas coisas, podemos dizer que estamos prontos para tantos outros que virão e fortes o suficiente para viver cada fase com seus riscos, desafios, certezas e incertezas próprias.” Geraldo von Sohsten é médico gastroenterologista e Superintendente de Saúde da Fachesf.


seu dinheiro

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Em sintonia com o mercado Há exatos sete anos, a Fachesf se mantém na posição de maior e mais importante fundo de pensão do Norte/Nordeste. Além disso, hoje a Fundação ocupa o 18º lugar em investimentos em nível nacional. Um dos pontos mais importantes para a consolidação desse cenário foi – e continua sendo – a boa saúde financeira da entidade, capaz de garantir a perenidade da Fundação e seu objetivo maior de proporcionar a tranquilidade dos Participantes com relação à aposentadoria e pagamento dos benefícios.


seu dinheiro

Em 40 anos de história, a Fundação registra um sólido e constante crescimento do seu patrimônio, superando, na maioria dos exercícios, sua meta atuarial, e alcançando significativos retornos financeiros, fruto de uma Política de Investimentos responsável e em sintonia com às mudanças do mercado e do panorama econômico. Mas a gestão das finanças da Fundação, no que tange à maior capitalização e enriquecimento do patrimônio, somente assumiu efetivamente um caráter profissional a partir da década de 2000, quando a entidade passou a realizar investimentos maiores e mais ousados. Até então, não existia a preocupação

de buscar novos mercados, nem formar uma equipe especializada. Porém, ao longo dos anos, assim como os Planos de Benefícios da Fachesf – que precisaram se adaptar a legislações específicas – as áreas econômico-financeira e de investimentos também sofreram profundas alterações e precisaram inovar seus processos. “No passado, o mercado não tinha os produtos que oferece hoje. Atualmente temos acesso a uma série de opções que são ofertadas a entidades como a Fachesf, que precisam bater metas, por isso, temos de promover uma constante capacitação dos profissionais envolvidos”, esclarece Luiz Ricardo da Câmara Lima, diretor de administração e finanças da Fundação. Essa preocupação de buscar uma sintonia com o que surgia no mundo financeiro fez a diferença na evolução do patrimônio da entidade. Por isso, a Fundação vem investindo permanentemente em treinamentos, cursos e participações dos empregados nos mais importantes eventos da área, a exemplo dos promovidos pela conceituada Associação Brasileira de Private Equite & Venture Capital-ABVCAP, que fomenta o investimento de longo prazo no Brasil. “Acredito que um dos grandes desafios para a Fachesf é a manutenção de uma equipe interna especializada, juntamente com uma gestão terceirizada, que também participa da análise e gestão dos ativos. Já chegamos a ter 70% das nossas carteiras e fundos administradas por gestores externos. Hoje é o oposto: 70% são geridos internamente pela própria equipe da área de investimentos da Fachesf”, destaca Câmara Lima.

Luiz Ricardo da Câmara Lima, Diretor de Administração e Finanças da Fachesf


Mercado Os investimentos da Fachesf são um reflexo da evolução do mercado financeiro brasileiro, sempre muito dinâmico. Até 2002, com as altas taxas de juros, o processo era mais simples. Bastava investir o capital e esperar o lucro, em função dos juros elevados. Nos anos seguintes, entretanto, com a queda dessas taxas, os resultados dos investimentos também passaram a ser menores. “Além disso, não existiam mais títulos públicos que remunerassem com vistas a alcançar as taxas atuariais. Daí surgiu, naturalmente, a necessidade da diversificação da carteira de investimentos da Fundação” relembra Câmara Lima, referindo-se aos investimentos em empresas da economia real (consumo, construção civil, infraestrutura) e outras grandes companhias emergentes com capacidade de retorno maior que os títulos públicos. Essa linha adotada pela Fachesf foi reforçada a partir de 2010, quando, seguindo uma tendência da maioria dos fundos de pensão do País, a Fundação assumiu um perfil mais ousado e audacioso, com maior capacidade de análise, na corrida para o alcance das metas atuariais. Atualmente os investimentos da Fachesf estão distribuídos da seguinte forma: 76% em Renda Fixa; 15% em quatro tipos de fundos de Renda Variável e 1,8% em investimentos estruturados, que são, justamente, as já citadas empresas emergentes e os fundos de participação. Além disso, 5,5% são investidos em empréstimos a Participantes e 1% em imóveis. Esses números refletem uma gradual mudança no perfil dos investimentos, de forma a garantir a solidez e perenidade da entidade, além do crescimento do seu patrimônio, que hoje atinge R$ 5 bilhões. É importante destacar que os 76% investidos em Renda Fixa garantem um retorno seguro e de baixo risco. As decisões sobre onde e como investir estão alinhadas à Política de Investimentos da Fundação, elaborada anualmente por um Comitê de Investimentos, aprovada pelo Conselho Deliberativo e executada em sintonia com as estratégias e cenários previstos. O documento reúne parâmetros, normas e diretrizes que visam garantir o melhor resultado da gestão dos recursos nos aspectos de rentabilidade, risco e liquidez. É importante

citar ainda que, todos os anos, a Fachesf garante a transparência dos seus negócios, editando um Relatório Anual com números e dados detalhados dos investimentos realizados, entre outras informações relevantes.

No passado, o mercado não tinha os produtos que oferece hoje. Atualmente temos acesso a uma série de opções que são ofertadas a entidades como a Fachesf, que precisam bater metas.

Futuro Para o futuro, a meta da Fachesf é continuar acompanhando a evolução do mercado financeiro que, segundo os especialistas, aponta para taxas de juros reais ainda mais baixas, em torno de 4%, segundo especulações. Nesse cenário, os investimentos continuarão diversificados, buscando a maior rentabilidade para o patrimônio da entidade. Além disso, a grande novidade é que, a partir de 2013, será ainda mais importante que os Participantes compreendam melhor o mercado financeiro e os reflexos que este pode gerar sobre a sua poupança previdenciária, já que a Fachesf está estudando uma nova forma de personalizar os investimentos, possibilitando que o Participante tenha maior autonomia e decida o que é melhor para o seu caso. “Daremos a oportunidade para que cada um escolha o perfil do seu investimento: se conservador, moderado ou agressivo. Em tese, quem tem mais tempo para investir, deverá optar por um perfil mais ousado. Já os Participantes mais antigos tenderão a um modelo mais conservador”, revela Câmara Lima, antecipando que essa opção provavelmente deverá entrar em vigor no segundo semestre de 2013. “A Fachesf tem e sempre terá a preocupação de manter a tranquilidade e a garantia do pagamento aos seus Assistidos. É com satisfação que temos cumprido essa missão até agora, com muito profissionalismo, dedicação e paixão pelo que fazemos”, conclui o diretor.

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EducaÁ„o Previdenci· ria

Planos de

Benefícios uma trajetória de conquistas

Pode-se dizer, sem medo de errar, que a história dos Planos de Benefícios da Fachesf se confunde com a história da Previdência Complementar no Brasil, que, por sua vez, está mergulhada na própria trajetória do País e das conquistas dos trabalhadores. Para fazer um resgate histórico dos Planos ao longo dos últimos 40 anos, a Conexão Fachesf conversou com personagens que acompanharam essa evolução de perto.


Regulamentos 001 e 002 No dia 10 de abril de 1972, nascia a Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social - Fachesf. Naquela época, não existia qualquer legislação sobre as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) e pouco se falava sobre fundos de pensão. O primeiro Plano de Benefícios da Fachesf foi o normatizado pelo Regulamento 001, de benefício definido. Nesse tipo de Plano, a forma que definia o valor da suplementação a ser recebida pelo Assistido (aposentado) era previamente conhecido e dependia da idade, do tempo de contribuição, do salário na época da aposentadoria e do tipo de aposentadoria no INSS, e se integral ou proporcional. De acordo com o antigo Regulamento 001, a média para o cálculo do benefício era sobre as 36 últimas contribuições que se fazia à Fundação, menos o que era pago pela Previdência Oficial. “O INSS, embora calculasse sobre os 36 últimos salários, só corrigia os 12 últimos. Já a Fundação corrigia todos os 36 últimos salários. Dessa forma, para o Participante com salário baixo não existia qualquer vantagem, uma vez que a média das 36 últimas contribuições ficava próxima ao valor do benefício do INSS; tornando insignificante o valor da suplementação da Fachesf. O Plano tinha esse defeito: não garantia um benefício mínimo”, relembra o ex-diretor de Benefícios Sebastião Lins. Existia, ainda, outro problema grave. Embora contemplasse as aposentadorias por velhice, por invalidez e por tempo de serviço, o Plano não oferecia pensão por morte.

Sebastião Lins Ex-diretor de Benefícios

“O INSS, embora calculasse sobre os 36 últimos salários, só corrigia os 12 últimos. Já a Fundação corrigia todos os 36 últimos salários. Dessa forma, para o Participante com salário baixo não existia qualquer vantagem, uma vez que a média das 36 últimas contribuições ficava próxima ao valor do benefício do INSS.”

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EducaÁ„o Previdenci· ria

A história dos Planos de Benefícios da Fachesf se confunde com a história da Previdência Complementar no Brasil. O Regulamento 001 também não exigia limite para a contribuição, conhecido como teto. O Participante poderia contribuir sobre o seu salário total, enquanto o INSS estabelecia um teto de previdência. Também não existia restrição etária para o exercício do benefício. Dessa forma, para as pessoas que recebiam salários mais elevados, o Plano era bastante atrativo, no entanto, também nesse ponto, não favorecia em nada os empregados que recebiam até dez salários mínimos. “Para o pessoal de renda mais alta, o 001 garantia uma boa suplementação. Eles não tinham teto e a correção era bem razoável”, comenta Sebastião Lins. Embora apresentasse esses e outros problemas, o Plano vigorou até 1979, com o advento das primeiras aposentadorias dos Participantes. Em 1980, foi criado o Regulamento 002, também um Plano de Benefício Definido, mas com aperfeiçoamentos, em comparação ao seu antecessor. “Embora alguns outros pontos importantes tenham mudado, o grande diferencial do 002 foi a pensão por morte”, destaca o gerente de Concessão de Benefícios da Fachesf, Rogério Cardoso. Segundo ele, foi um momento crucial para a consolidação da Fachesf. Até mesmo porque era uma opção mais cara para o empregado. No entanto, os benefícios valiam a pena, pois além da pensão por morte, alterava o cálculo da suplementação, diminuindo para 12 meses a média considerada no cálculo. “Numa época de inflação muito alta, aquilo era um diferencial considerável. O reajuste do benefício passava a ser pelo IGPM e não pelo INSS. A contribuição do Participante e da Patrocinadora, assim como no 001, era de dois para um; ou seja, a Companhia investia com o dobro do empregado” esclarece Rogério Cardoso. O Regulamento 002 também contemplava o Auxílio Doença, Auxílio Reclusão e, atendendo ao que estabelecia a então recém-criada Lei 6.435, de 15/07/1977 (a primeira relativa aos fundos de pensão), determinou que todos os participantes cuja adesão a planos de caráter previdenciário aconte-

cesse após janeiro de 1978, estariam submetidos à carência etária de 55 anos e ao limite contributivo. Desta data apareceram os “tetados” e “não tetados”. Naquele tempo de tantas transições e adaptações, a Previdência Complementar no Brasil dava os primeiros passos. A importância da Fachesf para os Participantes estava fortemente relacionada à possibilidade de oferecer empréstimos e financiamentos. Os chesfianos ainda não tinham a noção real de como a Fundação poderia ajudá-los na construção do seu futuro. Foi quando a então diretora de Benefícios da Fachesf, Maria da Pompéia, começou a chegar mais próximo das pessoas, visitando seus locais de trabalho e fazendo reuniões com o objetivo de dar mais transparência às ações da Fundação e mostrar a importância de o trabalhador conhecer seu fundo de pensão.

Plano CD: início de um novo tempo A partir da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, o Governo Federal estabeleceu que os fundos de pensão deveriam, no prazo de dois anos, rever seus planos de benefícios e serviços, de modo a ajustá-los atuarialmente a seus ativos. A Fachesf, para atender a essas diretrizes, lançou oficialmente, no dia 29 de junho de 2001, o Plano de Aposentadoria de Contribuição Definida (CD) e o Plano Saldado de Benefícios (BS). Nos antigos Planos (Regulamentos 001 e 002), a Patrocinadora era quem assumia os riscos financeiros. Com a chegada do CD, essa responsabilidade foi transferida para os Participantes. Além disso, a contribuição também foi modificada, passando a ser paritária. “O Plano CD é o inverso do BD, já que é o Participante quem define o valor da sua contribuição mensal, de acordo com o que pretende e planeja receber no futuro. No BD, o compromisso dele era o de apenas contribuir com determinado valor. Caso houvesse um problema de má gestão, ou algo do gênero, a responsabilidade era da Patrocinadora, que teria que assumir esse risco. No CD, é exatamente o inverso”, explica Sebastião Lins. No processo de migração dos Planos foi necessário regularizar a situação de quem optou por mudar, a partir daquele instante, para o CD. Para tanto, foi necessário saldar o antigo Plano, fazendo uma espécie de partilha entre os Participantes, para só então poder migrá-los. Daí surgiu a nomenclatura Plano Saldado de Benefícios – BS.


Rogério Cardoso Gerente de Concessão de Benefícios

“Sem dúvida, o Plano da Fachesf é o ideal para o Participante: funciona exatamente como CD na fase de formação de poupança, quando a pessoa ainda está na ativa, e vira BD na fase de pagamento de benefício. Nele você pode definir e planejar de fato o seu futuro.”

Com a chegada do Plano CD Puro, como também ficou conhecido, mais uma vez instalou-se um ambiente de polêmica entre os Participantes, já que alguns benefícios do BD estavam sendo perdidos. “O Plano CD trazia coisas boas, mas da forma como estava sendo proposto inicialmente, prejudicaria os Participantes. Seria, de certa forma, um retrocesso, e não uma evolução”, diz Sebastião Lins. Novamente os Participantes da Fachesf tiveram um papel decisivo no processo de mudança, através de reuniões do Conselho Deliberativo, movimentos com os trabalhadores e de um forte trabalho de educação previdenciária com os empregados da ativa. Após muitos debates e estudos, nascia o Plano CD nos moldes que até hoje é oferecido pela Fundação, um CD misto, também conhecido como Plano de Contribuição Variável (CV). “Sem dúvida, é o plano ideal para o Participante: funciona como CD na fase de formação de poupança, quando a pessoa ainda está na ativa, e vira BD na fase de pagamento de benefício. Nele você pode definir e planejar de fato o seu futuro”, afirma Rogério Cardoso.

Evolução Com sua nova fórmula, conquista dos próprios trabalhadores, o Plano CD registrou um altíssimo índice de migração, atingindo quase 100% de adesão. “No modo como passou a vigorar, o CD deixou de ser um Plano de Contribuição Definida puro e tornou-se uma grande mistura, reunindo as garantias do BD e

os aspectos positivos da ideia inicial do CD. Assim, de maneira geral, foi negócio migrar”, comenta Sebastião Lins. Para o ex-diretor de Benefícios Mozart Arnaud, o CD é o resultado de uma junção de fatores e atrela à garantia dos benefícios futuros ao desempenho da Fachesf, daí a importância de dedicar cuidado especial à Política de Investimentos da Fundação. “Após todos esses anos, a Fachesf vem demonstrando que sabe gerir com eficiência seu patrimônio. Além disso, os avanços da legislação contribuíram bastante para essa evolução, estimulando o envolvimento formal dos Participantes a partir de 2001. São 40 anos de um processo contínuo de melhorias, lutas e conquistas dos trabalhadores”, defende. Essa evolução do Plano CD culminou recentemente com mais uma conquista: o reconhecimento das relações homoafetivas para benefícios de pensões, posicionando a Fachesf entre as primeiras fundações do Brasil a reconhecerem a igualdade de direitos, conforme posicionamento do próprio Supremo Tribunal Federal – STF. Conquistas, coletividade, evolução. Fazer um histórico dos Planos de Benefícios da Fachesf é reforçar a importância de uma participação efetiva de todos os interessados. É vislumbrar um futuro estável e cada vez melhor. A Fachesf de hoje não é a de 40 anos atrás e, com certeza, não será a mesma das próximas décadas.

Mozart Arnaud Ex-diretor de Benefícios

“Após todos esses anos, a Fachesf vem demonstrando que sabe gerir com eficiência seu patrimônio. Além disso, os avanços da legislação contribuíram bastante para essa evolução, estimulando o envolvimento formal dos Participantes a partir de 2001. ”

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EducaÁ„o Previdenci· ria

Contribuição Eficiente e qualidade de vida no futuro

Após o processo de evolução dos Planos de Benefícios, a Fachesf tem hoje o grande desafio de conscientizar seus Participantes da importância de uma co-gestão da sua poupança previdenciária. Para isso, desde 2010, a Fundação tem investido em um Programa de Educação Financeira e Previdenciária, aprovado por dois anos consecutivos pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc, trazendo à luz discussões que objetivam provocar mudanças de atitudes e comportamento. Dentro das ações do Programa realizadas em 2011, merece destaque o Ciclo de Palestras “A Fachesf que queremos”, apresentado pela Diretoria de Benefícios para mais de 600 Participantes de 20 localidades, tendo a Contribuição Eficiente como um dos temas de destaque. Em termos de Plano CD, a contribuição é considerada eficiente quando o Participante consegue que a parte da Patrocinadora seja a maior possível, aumentando assim sua poupança previdenciária. Quando a contribuição é eficiente durante toda sua vida laborativa, o empregado, ao se aposentar, terá um benefício que, somado ao valor da Previdência Oficial, ficará bem próximo do salário recebido na fase ativa. De acordo com a Diretora de Benefícios Salete Cordeiro, “a palavra eficiência, tão comum em nosso dia a dia, passa a ter um peso muito grande, quando o assunto é Fundo de Pensão e Contribuição Previdenciária, uma vez que significa estabilidade e qualidade de vida”. Para saber se o valor da contribuição é considerado eficiente ou não, o Participante deve acompanhar o extrato do seu benefício no site da Fachesf e observar o quanto deve poupar mensalmente para se assegurar de que está contribuindo de forma mais objetiva e com vistas a uma maior renda no futuro. “Está mais do que provado que apenas o benefício da Previdência Oficial é insuficiente para manter um padrão de vida semelhante ao que se tem no período da ativa. Com a Contribuição Eficiente, o Participante otimiza seu investimento e, no amanhã, sentirá os reflexos positivos dessa atitude”, enfatiza Salete Cordeiro. Apesar do reforço positivo desse tipo de prática para a reserva previdenciária do trabalhador, um recente levantamento feito pela Gerência de Concessão de Benefícios da Fundação identificou que apenas 37% dos Participantes Ativos contribuem de forma eficiente. “Quem não toma esse cuidado, corre o risco de se aposentar com um valor inferior ao esperado, refletindo na queda brusca de sua qualidade de vida. É preciso se precaver o quanto antes e optar pela Contribuição Eficiente durante o maior tempo possível, reajustando o percentual sempre que houver alterações no salário”, destaca Salete Cordeiro.

Maria da Salete Cordeiro, Diretora de Benefícios

Para saber mais sobre a Contribuição Eficiente, entre em contato com a Central de Relacionamento, com uma das Agências Fachesf ou utilize o simulador “Contribuição do Plano CD”, disponível na área restrita do site da Fundação.


Iniciativa

Iniciativas para ir além do que se vê

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Conheça a seguir um pouco da história do Comitê de Cidadania dos Empregados da Fachesf e do bloco carnavalesco “E se for da véia?”, duas frentes de ações independentes (criadas e totalmente mantidas pelos próprios colaboradores da Fundação), que há mais de 15 anos atuam com foco na responsabilidade social e na manutenção e valorização da cultura pernambucana.


Iniciativa

Solidariedade como caminho para a cidadania

Lúcia Vasconcelos, Comitê de Cidadania

Em 1992, quando o Brasil assistia à luta do sociólogo Herbert José de Souza (mais conhecido como Betinho) contra a fome e a miséria, um grupo de funcionários da Fachesf decidiu que também precisava fazer sua parte no movimento que então mobilizava o País. Nascia então o Comitê de Cidadania dos Empregados da Fachesf que, com o apoio dos dirigentes da época e colaboração do corpo funcional, começou a plantar na Fundação as primeiras ações de responsabilidade social.

era preciso não apenas doar alimentos, mas ampliar o foco de atuação, a partir de ações capazes de ajudar as pessoas a prover seu próprio sustento.

Mas apesar da boa vontade e do engajamento dos empregados, inicialmente o Comitê limitava sua atuação à distribuição de cestas básicas às comunidades carentes dos arredores da sede da Fachesf, no bairro da Boa Vista e Coque, no Recife (PE), e realizava campanhas esporádicas de arrecadação de donativos, como alimentos, roupas e materiais de construção. “Naquela época, nosso perfil era meramente assistencialista, pois não tínhamos experiência, estrutura ou mesmo recursos para atuar de forma mais planejada. Porém, nossa vontade de fazer o bem era grande”, lembra Laura Jane de Lima, uma das criadoras do Comitê.

Dessa forma, em meados de 2006, houve uma significativa transformação na essência do Comitê de Cidadania, trazendo um novo caráter à sua missão, que passou a incluir o conceito de sustentabilidade. “Continuamos com as doações de cestas básicas, enxovais, medicamentos e outros tipos de ajuda, porque são necessidades imediatas que não podem esperar pelo amanhã. Mas, paralelamente, demos início a algumas ações com o objetivo de ensinar as pessoas a gerar sua própria renda, como cursos de culinária e entrega de kits de manicure, por exemplo. Entendemos que isso é o melhor caminho para a dignidade e cidadania das pessoas mais carentes”, explica Lúcia Vasconcelos, responsável pela gestão financeira do Comitê.

Ao longo dos anos, com a entrada de novos membros, o Comitê de Cidadania passou a ajudar regularmente algumas instituições sociais e a contar com a contribuição financeira mensal de um número maior de funcionários da Fachesf. Além disso, o grupo começou a perceber que

Em 2010, o grupo ganhou o reforço de novos empregados e hoje conta com 15 integrantes. Os projetos são sempre discutidos em conjunto e as atividades distribuídas entre todos. Recentemente, foram realizados um bingo e um bazar de roupas, sapatos e acessórios para arrecadação de fundos. Cerca de 60% dos empregados contribuem mensalmente para o Comitê de Cidadania e apóia suas atividades. Esses números refletem uma característica marcante do quadro de funcionários da Fachesf: a Solidariedade. É com esse espírito que o Comitê existe há 20 anos, fazendo “sem pressa e sem descanso”, como diria o filósofo alemão Goethe, a parte que lhe cabe: levar ajuda e cidadania não para pessoas carentes de forma genérica, mas para Marias, Anas, Josés, Paulos, Vânias, Carlos. Gente com nome, histórias de vida, sonhos e que carregam a esperança de que o mundo sempre pode ser um lugar melhor para viver. Basta que para isso cada um doe um pouco de si e aprenda a reconhecer a importância e o valor que cada ser, individualmente, tem no mundo.


como acontece com a maioria dos blocos de Olinda e do Recife, nunca há uma só explicação para dar nome à folia. A única lei é ter irreverência e criatividade, ingredientes típicos do bom e autêntico carnaval pernambucano, regado com muito frevo-canção, frevo-de-rua, frevo de bloco, maracatu e caboclinho. Assim surgiu o “E se for da véia?” que, além de agregar funcionários da Fachesf, nasceu com a proposta de resgatar a folia nas ruas da Boa Vista. “Naquela época, o bairro havia perdido o charme dos tempos de ouro dos períodos de carnaval e já não se via mais tantos foliões nas ruas. Queríamos devolver um pouco da alegria e da cultura pernambucana ao local e, ao mesmo tempo, participar ativamente da festa com nossos colegas de trabalho, amigos, Participantes e familiares, relembra Rogério Cardoso.

Frevo no pé e coração na folia Assim como a solidariedade, a animação e a alegria também estão no DNA dos empregados da Fachesf. Esse espírito é reflexo da integração que permeia o quadro funcional da entidade e motivou um grupo de funcionários a fundar aquele que seria o grande responsável por um momento de encontro, descontração e folia: o Bloco Carnavalesco Anárquico e Bebedouro “E se for da Véia?”. “O pontapé para a criação de um bloco de carnaval surgiu no final de 1994, a partir da iniciativa de empregados da Fundação e da Aposchesf. Mozart Arnaud e Sebastião Lins, então diretor e assessor da Fundação, compraram a ideia que, aos poucos, foi ganhando forma”, relembra Rogério Cardoso, gerente de concessão de benefícios da Fachesf e um dos criadores do bloco. O nome da troça, escolhido pelo grupo de empregados que fundou o bloco, não passa de uma grande brincadeira inspirada num acontecimento fictício, supostamente ocorrido na Praça Chora Menino, onde está situada a sede da Fachesf. Mas não existe versão oficial. Aliás,

Os recursos para viabilizar o bloco – que nunca foi um evento oficial da Fachesf, mas um movimento espontâneo dos empregados e amantes do carnaval – eram (e continuam) escassos e conseguidos através de parcerias, patrocínios e venda de camisetas. Desde seu primeiro ano, o bloco primou por trazer os ritmos e os elementos do carnaval, colocando os foliões para frevar desde a concentração, na sede da Fachesf, até as ruas do centro, para onde todos desfilavam ao som de orquestras de metais. A cada ano, mais e mais pessoas vêm participando da festa, capitaneada pelos clarins de momo à frente. Hoje, 18 anos depois, o “E se for da véia?” se tornou a festa oficial da sexta-feira de carnaval dos empregados da Fachesf, seus familiares e amigos, além de diversos Participantes Ativos e Assistidos. Nesse dia, uma vez ao ano, adultos e crianças vestem suas fantasias e caem na folia do autêntico e irreverente carnaval de Pernambuco.

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Dicas

BRINCADEIRA

DE GENTE

FELIZ Não é preciso muito para ser feliz. Seja aos quatro ou aos 40 anos de idade. É tudo uma questão de mudar o foco e perceber que são nos pequenos gestos e na adoção de alguns hábitos no dia-a-dia que se esconde a chave para uma vida leve e equilibrada. Pode até ser um grande clichê, mas aquela história de que se, no seu caminho aparecer um limão, faça disso uma limonada, resume bem essa ideia. Tem dúvida? Siga os passos a seguir e experimente viver melhor e mais intensamente.

Descubra o poder dos três “e”: energia, entusiasmo e empatia.

Faça alguém sorrir. Ser responsável pela alegria do outro é como girar a roda da fortuna e parar na casa da felicidade.

Crie uma intimidade com (o seu) Deus. Ter fé esquenta o coração e prepara para os dias difíceis.

O mundo inteiro não precisa ser cuidado por você e nem precisa cuidar de você. Ter consciência disso é sinônimo de maturidade.

Você não precisa ganhar cada discussão. Relaxe, tudo é uma questão de ponto de vista.

Quando começar algo, entregue-se inteiramente a esta tarefa. A sensação de dever cumprido é gostosa como brigadeiro de colher.

Aprenda algo novo todo dia.

Mentalize diariamente: “a vida é muito curta para desperdiçar meu tempo com sentimentos negativos por alguém”.


Fique em paz com o seu passado e não se cobre por erros que ficaram para trás. Arrependimento existe para aprender a perdoar a si mesmo.

Seja pontual nos seus compromissos. Isso é mais importante do que imagina.

Recicle, reaproveite, reinvente.

Elimine a desordem de sua casa, seu carro e seu escritório e deixe que uma nova energia flua em sua vida.

Você é responsável pelo que fala, não por aquilo que os outros entendem. Aprenda a diferença e não leve tudo tão a sério.

Não compare sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar para chegar até aqui.

Enriqueça sua conta bancária sem se esquecer de enriquecer seu espírito.

Brinde sempre pelas coisas belas que existem em sua vida e, sempre que possível, faça isso na companhia de quem você ama.

Adote um hobby que lhe dê prazer e entregue-se a ele algumas horas na semana. Ocupa a mente e também o coração.

Comemore todas as datas importantes e presenteie quem você gosta em uma data qualquer.

Permitir se conhecer por inteiro é o maior presente que alguém pode receber de si mesmo.

Descubra seus pequenos prazeres e faça deles sua chave secreta para

ser feliz

todos os dias.


CrÙnicas

O tempo:

o que fazer com ele? Luzilá Gonçalves Ferreira

Quando nasceu o primeiro neto, Carlos Drummond de Andrade resolveu vencer seu temor às viagens de avião e ir a Buenos Aires, visitar a filha Maria Julieta e o pequeno Luis Maurício. Diante da criança, a alegria, o enlevo, o maravilhar-se: um novo ser humano saltava para dentro da vida, vindo de seu reino profundo e misterioso. O poeta contempla o menino, imagina como, em seu corpo frágil, vão se consumar “as bodas do vivo com o que já viveu ou vai viver”. Luis Maurício ignora que adiante dele o espera o tempo, estático, irreversível, espaço vazio a ser preenchido. E o poema que Drummond lhe dedica, intitulado “A Luis Maurício, infante”, será uma bela meditação sobre o tempo e sobre a tarefa que cabe a nós humanos no duro ofício de conciliar nossa existência, íntima, pessoal, única, que a todo instante se refaz, se desfaz, mas sempre recomeça, com as leis que regem o mundo, pessoas e coisas, tudo tão efêmero, tudo tão frágil, tudo tão passageiro. Drummond pergunta a Luis Maurício, e a nós todos envolve seu questionamento: “ O tempo – que fazer dele? Como adivinhar, Luis Maurício, o que cada hora traz em si de plenitude e sacrifício?” E o próprio poeta nos tranquiliza: “Hás de aprender o tempo.” Aprender o tempo. Ao longo dos séculos, filósofos, poetas e teólogos buscaram apreender e questionar esta urgência. Há tempo para tudo, lembrava o sábio Salomão; tempo de guerra, tempo de paz, tempo de abraçar, tempo de afastar-se de abraçar. Passam nossos dias como um conto ligeiro, escrevia o rei David. Heráclito comparava a passagem do tempo, o correr de nossos dias com a corrente de um rio: não se atravessa o mesmo rio duas vezes, sempre são outras as águas, nós já não somos os mesmos de ontem. E essa certeza coloca o desafio que o poeta mineiro propõe a Luis Maurício: deslindar o que a vida oferece, a todo instante, sob a forma de pranto ou de riso. Sem o “soturno medo” que pode nos acometer,

ante a estranheza do mundo, mas antes com a “alegria subterrânea” de quem “festivamente se aventura até o âmago das coisas.” Pois a vida aí está, o tempo aí está, que nunca se detém, que deixa marcas na alma, no corpo, nas rugas do rosto. “Os caminhos por onde o tempo passou”, diz lindamente Mário de Andrade. Então, é ainda Carlos Drummond de Andrade que nos fala em sua mensagem para Luis Maurício, e isto sem querer nos doutrinar, pois o poeta vê muito mais além do que imagina nossa vã filosofia, já escrevia o filósofo, mas como alguém que deseja compartilhar conosco a contemplação afetuosa e participante de quem se debruça sobre os mistérios de nossa presença nesse aqui e agora que nos é dado viver. E que, indagando o reino das palavras, busca a expressão mais justa, a que melhor possa dizer nossas angústias, nossas misérias, mas também nossa busca de beleza, nossa capacidade de refazer o mundo, refazendo a nós próprios. Canta que a vida é um dia, que a vida é bela, aconselhava a velha canção de Ari Barroso. E Drummond insiste, incisivo: “É preciso criar de novo.” É preciso reinventar a vida, mas com uma valentia repleta de humildade, pois a vida é sempre maior do que nós. Inventar novas formas de nos inserirmos no mundo, imaginar meios inéditos de nos comunicar uns com os outros, idealizar modelos mais finos de conduta. Todo um exigente programa que o poeta não pode deixar de enviar a quem está chegando ao mundo, sem mais recursos do que sua inocência, sua disponibilidade para aceitar e enfrentar a perigosa travessia de sua passagem sobre a terra. Que é aquela que todos os seres humanos somos chamados a viver, nesse pequeno momento de eternidade que nos é oferecido. Obrigada, querido Drummond. Luzilá Gonçalves Ferreira é romancista, autora de livros infantis, pesquisadora e professora universitária.


Seja um doador de órgãos. Seja um doador de vidas. O maior sistema público de transplantes do mundo é do SUS. Deixe sua visão para o homem que nunca viu o amanhecer nos braços de sua amada. Deixe seu coração para a mulher que vive para fazer o coração de seu filho feliz. Deixe o exemplo. E, principalmente, deixe sua família saber do seu desejo de ser um doador de órgãos. Quem deixa o seu melhor deixa a vida seguir em frente. Acesse: www.facebook.com/doacaodeorgaos e divulgue nas redes sociais: #doeorgaos.



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