Conexão Fachesf nº 25

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Revista da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social

ano 11

N 25 2019

Realize Mais: um clube de

descontos

e benefícios

No Consultório Os cuidados necessários com a saúde mental

Educação Previdenciária Você sabe como funciona o Autopatrocínio?

Seu Dinheiro 20 dicas para mudar seus hábitos de consumo



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Ponto de Vista

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No Consultório

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Foco no Participante

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Cultura & Lazer

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Mundo Animal

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Passatempos

Hélder da Rocha Falcão

Seu Dinheiro

Bom para o bolso, a saúde e o planeta

Especial

Um clube de descontos e benefícios

Educação Previdenciária

Autopatrocínio: mais tempo de contribuição

Planejamento & Gestão

Pesquisa de Satisfação Fachesf

Mente sã, corpo são

Doses diárias de autocuidado

Museus de encantos mil

O incansável trabalho das minhocas

Quiz , Caça-palavras e Martinha

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Expediente

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional Produção

[Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Redação] Maria Eduarda Andrade [Produção] Dayse Brito [Estagiária de Jornalismo] Giselle Cahú [Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 3412.7509 [Ilustrações] Roger Vieira (p. 10-16), Clarissa Cabral (capa, p. 18-21), Silvino (p. 22-25, Martinha), Leandro Lima (p. 32-41), Corisco Design (p. 54-58) [Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Provisual [Projeto Gráfico] Corisco Design · www.corisco.net Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Helder Rocha Falcão Presidente Luiz da Penha Souza da Silva Diretor de Administração e Finanças Raimundo Jorge de Sousa Santos Diretor de Benefícios Edição 25 /Maio2019

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Iniciativa reconhecida: fanpage Realize Fachesf

Contribuíram para esta edição

Olívia Mindêlo (No Consultório) Mariana Mesquita (Mundo Animal) Fotografia: Alcione Ferreira * Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br


O exercício do cuidado

D

iz um velho ditado africano que é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Em outras palavras, isso significa que somos seres sociais na essência e precisamos nos suportar (no sentido de dar suporte) uns aos outros para (sobre)vivermos em harmonia e com dignidade. Esse pensamento, vale registrar, ultrapassa a questão meramente familiar e carrega em si um conceito que permeia a vida de todas as pessoas: o cuidado.

a si mesmo: o quanto você tem cuidado de si? Que esforços tem feito para se manter equilibrado e são num tempo cada vez mais acelerado e repleto de relações superficiais? Como tem se planejado para garantir dias de paz quando a idade trouxer suas limitações próprias e vivências novas? Que ações tem tomado para garantir uma aposentadoria minimamente confortável? Seus hábitos do dia a dia consideram o cuidado com a natureza?

É o cuidado que nos move para a frente e que nos faz enxergar o outro. Juntos, buscamos todos dar sentido à existência e experimentar sensações e emoções únicas. Esse gesto – consciente e também visceral – apresenta-se de maneiras diferentes. Vem como a capacidade de autopreservação de nós mesmos e a atenção que damos ao nosso corpo e mente; vem como responsabilidade com o meio ambiente e esse mundo onde partilhamos recursos e espaços; ou ainda como um cuidado com nosso dinheiro e o futuro que sonhamos ter.

Nas páginas a seguir, vamos caminhar pelas entrelinhas dessas questões e tentar construir pontes que nos levem a refletir sobre a necessidade de uma vida mais sustentável em todos os aspectos. Na editoria No Consultório, trazemos uma reportagem sobre saúde mental e suas diversas facetas. Somente a depressão já atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, sendo 11 milhões apenas no Brasil. Nunca foi tão importante debater esse tema e ficar atento aos sinais de alerta.

Nesta edição da Conexão Fachesf, queremos convidar você, nosso leitor, a fazer uma pausa e perguntar

Na editoria Seu Dinheiro, compartilhamos 20 dicas de pequenas atitudes no cotidiano que fazem diferença no bolso e também no meio ambiente. Complementa a matéria,

um artigo sobre como evitar o desperdício e suas pesadas consequências no orçamento mensal. Para ampliar o debate sobre sustentabilidade financeira, a editoria Educação Previdenciária explica o instituto do Autopatrocínio e como essa escolha pode, mais adiante, ajudar a incrementar o benefício de aposentadoria – uma discussão tão necessária em tempos de incerteza. Pegando embalo no tema, apresentamos, com muita alegria, uma matéria especial sobre o novo produto da Fachesf: o Realize Mais, nosso clube de descontos e benefícios. Ciente do nosso papel de educar e orientar para uma consciência financeira e previdenciária, reunimos uma rede de empresas parceiras, sobretudo na área de saúde, para tornar o momento da aquisição de produtos e serviços em experiências de cuidado com nosso dinheiro e, consequentemente, nosso futuro. Quer entender melhor o funcionamento do clube? Confira nas páginas a seguir. Boa leitura. Laura Lima Editora Geral

Nathalia Duprat Editora Executiva

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Ponto de Vista

“O Fachesf-Saúde é um patrimônio da Fundação e seus Participantes” ENTREVISTADO

P

Helder Rocha Falcão

róximo a completar três décadas de existência (o Plano foi criado em 1991), o Fachesf-Saúde mantém-se firme em sua missão de levar assistência em saúde para os beneficiários da Fundação. Esse compromisso, porém, tem enfrentado diversos desafios nos últimos anos. O crescente aumento da expectativa de vida, as novas tecnologias, as exigências legais do setor e a inflação nos custos de saúde são

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algumas das questões mais relevantes. Para driblar essas dificuldades, a Fachesf vem desenvolvendo uma série de ações, todas focadas na manutenção da sua capacidade de oferecer um serviço de excelente nível e no equilíbrio financeiro do Plano. Nesta edição da Conexão Fachesf, o presidente da entidade, Helder Rocha Falcão, fala sobre essas iniciativas e outras propostas de melhoria que estão em andamento.


Fotos: Maria Eduarda Andrade

Nova Modalidade “Nosso principal desafio é conseguir manter o equilíbrio entre receitas e despesas. Para isso, estamos implantando uma série de ações focadas na redução de custos, especialmente em relação ao Fachesf-Saúde Básico. Em paralelo, já está sendo concluído um estudo atuarial para criação, nos próximos meses, de um plano de rede credenciada muito mais restrita e enxuta com internação em enfermaria e cobertura de consultas e exames. Lançaremos essa modalidade inicialmente como projeto-piloto no Recife (PE). Vamos escolher três hospitais-chave e negociar valores acessíveis a um tipo de público específico. Será uma opção mais barata e limitada, porém de qualidade. Esse foi um dos caminhos que encontramos para diminuir impac-

tos nas demais modalidades e continuar oferecendo acesso à saúde para quem só pode pagar pouco.”

Rede Credenciada “Ter credenciados de qualidade é essencial para uma operadora de saúde suplementar. Nossa rede acredita no potencial da Fachesf e tem contribuído para buscar soluções de saúde para nossos beneficiários. Estamos estudando com algumas clínicas e profissionais parceiros a viabilidade de negociar pacotes de atendimento por preços determinados. O contrato funcionará como uma cesta básica de procedimentos de serviços sem necessidade de autorização posterior. Esse tipo de parceria flexibiliza o acesso à saúde e reduz custos operacionais. Também

Nosso objetivo é facilitar a realização de uma bateria anual de exames e procedimentos com preços diferenciados e, assim, contribuir para a prevenção à saúde para que todos cuidem melhor de si mesmos.

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Ponto de Vista

Temos tentado nos aproximar cada vez mais dos Participantes e beneficiários para levar informações relevantes sobre saúde e previdência. Para isso, estamos ampliando nossos canais de comunicação e investindo, principalmente, nos meios digitais.

estamos formatando um pacote básico de exames médicos de periodicidade anual para os beneficiários do Plano. Nosso objetivo é facilitar a realização de uma bateria anual de exames e procedimentos com preços diferenciados e, assim, contribuir para a prevenção à saúde para que todos cuidem melhor de si mesmos.”

Auditoria e OPME “Nossa área de auditoria médica tem se aperfeiçoado cada vez mais nos últimos anos. Implantamos sistemas e processos que hoje nos fazem enxergar, em tempo real, o que está acontecendo. Assim podemos agir rapidamente para corrigir qualquer distorção e aproveitar boas oportunidades, o que traz um grande impacto positivo nos custos médico-hospitalares. Também mudamos o procedimento de auditoria de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) de modo a barrar excessos e pedidos indevidos. Esse tipo de processo é realizado de forma minuciosa, pois entendemos que as cirurgias acontecem em momentos de sensibilidade dos paciente e todos precisam se sentir amparados e seguros com o trabalho da Fachesf. Ainda com foco na gestão de custos, passamos a utilizar uma moderna ferramenta de análise e tratamento de informações/ indicadores de saúde. Além disso, estamos implantando um sistema integrado para gestão da área.”

Plano Instituidor “Felizmente, a cada ano, ficamos um ano mais velhos. Temos vivido mais e isso é ótimo. Porém, tem um custo,

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pois ao envelhecer, em geral, utilizamos mais o recursos de saúde. Essa questão tem um grande peso na Fachesf, cujo grupo de beneficiários acima de 59 anos representa 37% do total. Uma solução para esse desequilíbrio é trazer mais gente jovem para o Plano. Nosso caminho para isso será via Plano Instituidor, que nos permitirá trazer novos Participantes e seus familiares para os planos de previdência e saúde. Essas adesões oxigenarão nossa massa e nos ajudarão a manter o equilíbrio financeiro.

Casarão da Rua Dom Bosco “Estamos consolidando a viabilidade de transformar o Casarão da Rua Dom Bosco (antiga sede da Aposchesf) em um centro de especialistas médicos com preços compatíveis aos de clínicas populares. Isso é uma forma de dar uma nova destinação ao imóvel, aumentar sua rentabilidade e trazer um serviço de qualidade aos nossos Participantes, sobretudo aos beneficiários do Fachesf-Saúde Básico e Padrão, que não têm cobertura de consultas e exames.”

Mais diálogo “Temos nos aproximado cada vez mais dos Participantes e beneficiários para levar informações relevantes sobre saúde e previdência. Para isso, ampliamos nossos canais de comunicação e investimos, principalmente, nos meios digitais. Neste início de ano, por exemplo, realizamos algumas reuniões com Participantes que possuem boas redes de relacionamento para que eles nos ajudem atuando como multiplicado-


res da Fundação. Criamos ainda o Zap Fachesf, uma forma de comunicação direta via WhatsApp, pela qual conseguiremos mandar mensagens em tempo real e fazer chegar o conteúdo rapidamente a muitos Participantes. Também estamos promovendo encontros presenciais para debater questões importantes sobre o Fachesf-Saúde, ouvir as pessoas e tentar buscar soluções de melhorias para nosso trabalho.”

Benefício para todos “O Fachesf-Saúde é um patrimônio da Fundação e seus Participantes. O plano tem uma elevada qualidade de atendimento, agilidade na

liberação de procedimentos e um cuidado diferenciado com cada beneficiário. Isso não acontece nos planos de mercado, em que cada usuário é somente um número de matrícula. Prova disso é que nossa portabilidade para outros planos é quase nula. As pessoas que saem do Fachesf-Saúde o fazem por questões financeiras. Nosso objetivo é tentar buscar soluções para cada vez mais otimizar nossas despesas e oferecer preços atrativos. Para isso, é preciso que todos nós zelemos pelo Plano, seja atuando como fiscalizadores, seja utilizando-o com consciência e senso de preservação. Nosso objetivo é que o Fachesf-Saúde continue sendo nossa segurança por muitas décadas mais.”

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Seu Dinheiro

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Bom para

o bolso, a saúde e

o planeta Que tal aproveitar o dia de hoje para repensar seus hábitos de consumo e agir de forma mais consciente? Pequenas mudanças no cotidiano podem ajudar a melhorar suas condições financeiras e a qualidade de vida de sua família. E não é só. Adotar atitudes mais sustentáveis traz impacto positivo também para o meio ambiente, pois preserva os recursos naturais do planeta e ajuda a prevenir danos maiores à natureza. A Conexão Fachesf reuniu 20 dicas de especialistas que podem lhe orientar a ser mais eficiente com o seu bolso e com a natureza. Coloque mais organização e planejamento no seu dia a dia e aprenda como é possível rever velhos conceitos.

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Orçamento doméstico

1. Faça as pazes com o dinheiro

Para algumas famílias, falar sobre dinheiro é um tabu. Comece desmistificando o assunto dentro de casa: converse com familiares e amigos, discuta estratégias para poupar mais e realizar sonhos. Tenha um orçamento doméstico detalhado: saber para onde vai seu dinheiro é o primeiro passo para ser melhor com seu bolso.

2. Internet e tv a cabo: negocie com as empresas Você já pesquisou se existem opções mais baratas de empresas provedoras de internet ou televisão a cabo ou experimentou renegociar sua tarifa? Muitos consumidores contam que, ao migrar de um provedor de internet para outro, receberam como oferta descontos de até 50% da antiga empresa. Não custa tentar: o não você já tem.

3. Taxas de banco e anuidades

Quanto você paga mensalmente em taxas de banco e anuidade no cartão de crédito? As instituições cobram por serviços prestados e, muitas vezes, consumidores pagam sem saber se estão utilizando o que adquiriram. Consulte seu banco e avalie se o seu pacote está adequado às suas necessidades. E nunca é demais lembrar: pague sempre a fatura integral do cartão de crédito. Além de fugir de juros altos, você consegue melhor margem de negociação em taxas fixas e anuidade.

Alimentação

4. A marmita pode ser sua melhor amiga

Almoçar em restaurantes durante toda a semana pode ser um grande peso para o orçamento mensal. Considerando o preço médio de uma refeição de R$ 20, essa conta pode fechar em mais de R$ 5 mil no fim de um ano. Uma saída é entrar na turma da marmita: além de gastar menos, você pode comer melhor. Muitas pessoas reservam um dia para planejar e cozinhar o que consumirão ao longo da semana. Essa prática ajuda a controlar melhor a compra de alimentos e evita o desperdício.

5. Descasque mais, desembrulhe menos

Adotar uma dieta rica em verduras, legumes, frutas, grãos integrais e oleaginosas – e pobre em industrializados – significa ingerir mais nutrientes para manter o organismo saudável. Além disso, alimentos in natura geram menor impacto ambiental e, em média, custam menos que os processados. Frequentar feiras livres ou centros de abastecimento é uma forma de encontrar produtos bons e mais baratos que nos supermercados.

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6. Ar condicionado sem dor de cabeça

Antes de comprar um ar condicionado, certifique-se de que o aparelho tem boa eficiência – procure por modelos de classificação tipo A do Selo Procel, que mede o consumo de energia dos eletrodomésticos. Contrate um bom profissional para fazer a instalação e garanta a colocação do equipamento no local mais adequado para assegurar seu bom funcionamento. Não esqueça de manter o filtro do ar condicionado sempre limpo, pois isso evita o gasto excessivo de energia.

Eletrodomésticos

7. Deixe a geladeira em paz

Abrir a geladeira repetidamente é jogar energia fora. A borracha de vedação da porta também deve ser regularmente testada para garantir que esteja em bom estado e o ar frio não escape. Refrigeradores devem ser instalados longe do fogão ou de áreas muito expostas à luz solar. Nunca use a parte traseira do eletrodoméstico para secar roupas ou calçados. Outra dica importante para evitar o desperdício de energia com a geladeira é esperar os alimentos esfriarem antes de guardá-los.

8. Tire da tomada

Deixar televisões, DVD players, sistemas de som, carregadores de celular e de computador na tomada consome energia elétrica sem necessidade. Alguns especialistas calculam que os eletroeletrônicos ligados em stand by na tomada podem representam 12% do consumo de energia de uma casa. Quer fazer um teste? Tire o que for possível da tomada e observe o impacto que isso traz na sua conta de luz.

9. Lâmpadas

Todas as lâmpadas da sua casa são do tipo LED? Apesar de custarem mais, esses modelos chegam a consumir um décimo da energia gasta por uma lâmpada incandescente e ainda tem uma vida útil 35 vezes maior. A troca de lâmpadas LED em dois cômodos com 13 pontos de iluminação, por exemplo, pode gerar uma economia de até R$ 800 por ano.

10. Chuveiro elétrico no verão

Se você não abre mão do banho quente, mesmo em tempos de calor, saiba que o chuveiro elétrico pode ser um grande inimigo do seu orçamento doméstico. Normalmente, esse é o aparelho de maior potência na casa e pode chegar a consumir mais energia do que a geladeira. Uma boa dica é usar o chuveiro elétrico na função verão sempre que possível; isso ajuda a reduzir o consumo de energia em até 30%. E antes de comprar o aparelho, verifique se o modelo tem boa eficiência energética. Esse cuidado vai fazer uma grande diferença no final do mês.

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Seu Dinheiro

Transporte

11. Expresso canelinha

Escolher o meio de transporte para locomoção diária tem um impacto direto no orçamento familiar. Se for possível se deslocar pela cidade de bicicleta ou a pé (o famoso “expresso canelinha”), além de economizar, você melhora sua saúde com atividades físicas regulares. O meio ambiente também se beneficia com menor emissão de gases por veículos automotores.

12. Transporte público ou carro?

Utilizar a rede de transporte público, apesar das dificuldades do sistema, representa uma economia no final do mês e contribui para a melhoria da mobilidade urbana. Em boa parte das cidades, há aplicativos que exibem os horários de parada dos coletivos e ajudam os passageiros a programar melhor o dia. Caso não possa abrir mão do carro, antes de adquirir o seu, coloque todos os custos no papel. Além do valor do automóvel, considere despesas como IPVA, seguro e combustível, e pondere se cabem no seu orçamento. Para uma melhor manutenção, calibre os pneus com frequência e faça revisões periódicas. Isso melhora o rendimento do combustível e evita gastos maiores com reparos.

13. Quem pesquisa compra melhor

Faça seu dinheiro render mais: antes de comprar, compare os preços. A pesquisa pela melhor oferta pode fazer uma diferença imensa no seu bolso e, nessas horas, a internet é a melhor aliada. Vários aplicativos e sites comparam preços de passagens aéreas, hospedagens, eletrodomésticos, remédios, alimentos e presentes. Na hora de contratar serviços, peça diversos orçamentos e verifique a reputação da empresa ou fornecedor.

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14. Coletor menstrual

Um pequeno copo de silicone tem conquistado o coração de mulheres ao redor do mundo: são os coletores menstruais feitos de material atóxico que substituem o uso de absorventes externos e internos. Esse copinho é inserido na vagina e retirado de cada 6 a 12 horas. Depois, basta lavá-lo com água e sabão e esterilizá-lo com água fervente no final do ciclo. Estima-se que uma mulher use, da puberdade à menopausa, de 10 a 15 mil absorventes íntimos. Todo esse material plástico acaba nos aterros sanitários (ou oceanos e rios), onde levam até 100 anos para a completa decomposição. Já um coletor menstrual chega a durar até 10 anos, o que lhe torna mais econômico e sustentável. Caso considere essa opção, converse com seu ginecologista.

Higiene pessoal

15. Fraldas descartáveis x fraldas de pano

As fraldas descartáveis chegaram ao Brasil na década de 1980 e revolucionaram a praticidade no cuidado com bebês. Mais simples de usar do que as tradicionais de pano, são sinônimo de modernidade e funcionalidade. No entanto, as fraldas plásticas causam um imenso dano ao meio-ambiente, pois levam mais de 500 anos para se decompor. Além disso, a praticidade também tem preço: seu custo médio unitário é de R$ 0,70. Publicações especializadas em primeira infância estimam que uma criança usa cerca de seis mil fraldas nos primeiros anos de vida. Já calculou quanto isso impacta no orçamento da família? Nos últimos anos, algumas empresas passaram a ofertar fraldas de pano que simulam as descartáveis, são mais ecológicas e duram mais tempo. Sua desvantagem é a necessidade de lavagem. Uma alternativa para quem deseja equilíbrio entre os dois extremos é revezar as fraldas, optando pelas descartáveis para situações de passeios e as de pano para usar em casa.

16. Água é vida

Água é um item fundamental para a vida de todos os seres. Banhos demorados, torneiras abertas sem controle e descargas com vazamento são desperdício de um recurso precioso que, cada vez mais, precisa ser preservado. Problemas na instalação hidráulica também podem elevar a conta no final do mês. A lavanderia é o local de maior consumo de água numa casa; uma máquina de lavar roupa pode consumir até 200 litros em um único ciclo. Para driblar o excesso, existem no mercado kits para reutilizar a “água cinza” que sai no final de cada lavagem: uma pequena cisterna acoplada à saída da máquina armazena até 150 litros de água que pode ser usada na descarga ou para lavar áreas externas.

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Seu Dinheiro

Economia

17. Festa do troca-troca

Que tal organizar encontros regulares com grupos de amigos e fazer um troca-troca de peças em bom estado? Essa é uma forma de renovar o guarda-roupa sem gastar dinheiro e cultivar um olhar cuidadoso sobre nossos próprios hábitos de consumo. Quantas coisas acumulamos, sem perceber, que abarrotam os armários e acabam sem uso? A ideia também vale para troca de brinquedos e roupas de criança.

18. Pérolas de bazar

Dê uma chance às roupas de segunda mão. Além de custarem consideravelmente menos, comprar roupa usada é uma forma de contribuir com a saúde do planeta. Você sabia que a produção de uma única calça jeans pode consumir de 3 a 10 mil litros de água? A quantidade de água e de produtos químicos utilizados no processo depende do tipo de cor e acabamento do jeans, considerado um dos itens que mais causam impacto ambiental na indústria têxtil.

Criatividade para aumentar a renda

19. Monetize seus talentos

A aposentadoria pode ser um período fértil de realizações. Com mais tempo disponível, talento e energia sobrando, é possível complementar a renda e realizar (ainda mais) sonhos. As possibilidades são infinitas: exercite sua criatividade e encontre uma atividade na qual possa se encaixar sem precisar de investimentos para começar. Se souber cozinhar bem, que tal preparar quentinhas para almoço a um preço acessível? Ou oferecer o serviço de passeador de cães da vizinhança? Você gosta de plantas? Comercializar mudas em algum local ou feira pública perto de casa pode ser uma ótima forma de aumentar a renda.

20. Transforme o quarto de hóspedes em dinheiro Que tal colocar aquele quarto de hóspede desocupado para render um dinheiro extra? Ou a casa de praia da família que não é usada com tanta frequência? Plataformas online como o Airbnb permitem que quartos, apartamentos ou casas sejam disponibilizadas para aluguel de curta temporada. Muitas pessoas no Brasil e no mundo passaram a ter uma renda extra sem sair de casa.

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Artigo

Seu Dinheiro

Atenção ao desperdício

O

equilíbrio financeiro depende de quatro atitudes fundamentais que devem estar inseridas em nossa rotina: a) Controle das despesas (pequenas e grandes); b) Conhecimento pleno da real capacidade financeira, visando construir uma reserva necessária para momentos de emergência; c) Busca de novas alternativas para aumento da renda; e d) Definição de metas de curto, médio e longo prazos para os investimentos. Dentro desse conjunto de ações, vamos abordar uma questão que passa facilmente despercebida no dia-a-dia até entre as pessoas que já têm o hábito do orçamento pessoal: o desperdício. O desperdício, seja sobre algo significativo ou sobre coisas pequeninas, sempre pode e deve ser evitado. Vamos observar esse mal de dois pontos: 1. Comprar algo ou contratar um serviço sem realizar as devidas consultas de preços. Atualmente temos à disposição várias formas de pesquisa de produto/serviço e preço, tanto por meio físico quanto virtual. Porém, muitas vezes a ansiedade fala mais alto. Em momentos assim, saímos de casa em uma busca implacável pelo que queremos, sem nos preocupar em avaliar se é possível encontrarmos preços menores em outro local.

Elizabete Silva Gerente econômicofinanceira da Fachesf

Segundo especialistas, esse fenômeno tem relação direta com o gatilho do nosso objetivo. Ou seja, se o nosso objetivo é a compra de um eletrodoméstico, pensamos somente na satisfação de ter aquele tão esperado objeto, e assim, inconscientemente, agimos como se tudo justificasse a compra. Para uma aquisi-

ção sem desperdício da oportunidade de gastar menos, precisamos adotar uma regra ou critério de qualidade que também pode ser chamado de gatilho do objetivo. Nesse exemplo, podemos definir o seguinte gatilho: comprar o eletrodoméstico que tanto preciso com o melhor preço praticado no comercio virtual ou físico e ainda buscar a concessão de desconto. 2. Falta de planejamento acarreta gastos desnecessários, isso sabemos bem. Mas a questão fica mais séria quando gastamos com algo que está controlado por tempo de validade ou quando há pouco interesse de outras pessoas sobre tal objeto. Sejam coisas relevantes ou itens alimentícios, ter que jogá-los fora por falta de utilidade é a pior sensação para quem os comprou, principalmente quando se trata de alimentos – que por questões humanas devemos até pedir perdão pelo ato. Além do dano moral que nos sentencia por desprezarmos algo que sequer foi usado, isso significa dinheiro jogado no lixo. E quando esse ato se repete várias vezes, podemos nos surpreender com o valor gasto sem nenhum proveito. Em resumo: puro desperdício. Esse exemplo nos chama a atenção para o exercício da inteligência financeira, que nos permite planejar antes decidir por aquisições desnecessárias e nos habilita a ter plena certeza de que teremos tempo e condições para usar aquilo que pretendemos comprar. Cuidar das finanças é, acima de tudo, um comportamento diário. Nosso exercício diário deve estar focado em aprimorar nosso senso crítico para o uso correto dos nossos recursos financeiros sem desperdício e com sabedoria. Até a próxima edição.

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Especial

Realize Mais: um clube de

descontos e benefícios

Saber ganhar, gastar, poupar, investir e doar. Esses são os cinco pilares básicos da educação financeira. Dentre todos eles, porém, o segundo requer atenção especial. Afinal, diferentemente do que muitos imaginam, até para gastar nossos próprios recursos precisamos fazer escolhas racionais, que garantam uma relação saudável com o dinheiro.

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E

m matéria de Educação Financeira, cada centavo importa; cada real poupado pode ser utilizado para algo mais importante. Foi esse princípio que levou a Fachesf a criar o Realize Mais, seu Clube de Descontos e Benefícios. O objetivo do Clube é proporcionar aos Participantes acesso a condições especiais, como preços mais competitivos e promoções exclusivas. “Queremos estreitar e fortalecer nosso relacionamento com os Participantes. O Clube é vantajoso principalmente para aqueles que não possuem cobertura de consultas e exames pelo Fachesf-Saúde, pois temos parceiros da área médica oferecendo consultas, exames e tratamentos de diversas naturezas por preços mais acessíveis”, destaca Helder Rocha, presidente da Fachesf. O Realize Mais é uma plataforma 100% digital que funciona como uma espécie de ponte entre os consumidores e os estabelecimentos: no aplicativo ou site do Clube, os usuários se cadastram e podem consultar as ofertas disponíveis para obter descontos de forma rápida e direta. A utilização

é simples e não exige muito conhecimento em tecnologia. Basta um acesso à internet para navegar nas mais de 300 opções de lojas online e físicas espalhadas pela região metropolitana do Recife (PE), cidade que concentra o maior número de Participantes. Os serviços e produtos disponibilizados no Clube estão distribuídos nas seguintes categorias: Alimentação, Bem-estar e Beleza, Saúde, Compras, Educação, Entretenimento, Esportes, Infanto-Juvenil, Pets, Serviços, Viagem e Turismo. Há desde consultórios médicos, laboratórios e clínicas especializadas a restaurantes, academia, livrarias, cinema, lava-jato, lojas de roupas e calçados. Todos os parceiros foram criteriosamente selecionados para atender o perfil dos Participantes da Fachesf. “Ainda estamos na fase-piloto do Clube. Por isso, é importante que os Participantes naveguem pela plataforma, mandem suas sugestões e críticas. Vamos expandir o Realize Mais para outras regionais já nos próximos meses. Independentemente disso, Foto: Maria Eduarda Andrade

Helder Rocha Presidente da Fachesf 2019

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Especial Foto: Alcione Ferreira

Laura Lima Assessora de comunicação institucional da Fachesf porém, todos os Ativos, Assistidos e seus dependentes, bem como os beneficiários do Fachesf-Saúde, podem utilizar o Clube”, diz Laura Lima assessora de comunicação institucional da Fundação e coordenadora do projeto.

Dinheiro de volta Um grande diferencial do Clube Realize Mais será o chamado cash back. Traduzida do inglês, a expressão quer dizer dinheiro de volta e funciona da seguinte maneira: ao realizar compras em algumas lojas online, o usuário recebe de volta parte do que pagou. Esse valor fica acumulado na própria plataforma e, ao completar R$ 20, é possível solicitar o resgate direto para a conta bancária. Segundo Laura Lima, a prática do cash back tem sido muito utilizada pelas empresas como forma de fidelizar seus clientes. “Além disso, pode funcionar também como uma ferramenta de educação financeira, algo que está na pauta diária de esforços da 20 ·

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Fachesf. Nossa ideia é que esse dinheiro que sobra seja direcionado para o planejamento previdenciário do Participante”, diz a assessora. “Nossa intenção não é incentivar o consumo. Queremos que o Participante tenha melhor qualidade de vida e cuide mais do seu futuro ao economizar com produtos e serviços que já estavam nos seus planos. Projetos como o Clube Realize Mais reforçam a importância do controle das finanças pessoais e da necessidade de aprender a gastar com sabedoria”, diz Helder Rocha. Na prática, isso significa avaliar a própria capacidade de pagamento, pesquisar preços, comparar diferentes possibilidades, medir custos x benefícios e, acima de tudo, refletir sobre o produto ou serviço para o qual o dinheiro será destinado. Quando esse gesto é realizado de maneira consciente, é mais provável que as contas caibam dentro do orçamento e um projeto de futuro equilibrado seja construído.

O Clube é vantajoso principalmente para aqueles que não possuem cobertura de consultas e exames pelo Fachesf-Saúde, pois temos parceiros da área médica oferecendo consultas, exames e tratamentos de diversas naturezas por preços mais acessíveis. Helder Rocha Presidente da Fachesf


Como utilizar o Clube Realize Mais

No primeiro acesso, o usuário deve informar seu CPF, preencher os dados solicitados e definir uma senha. Concluída essa fase, o Clube Realize Mais já pode ser utilizado. Veja abaixo como aproveitar os descontos e ofertas exclusivas.

Todos os Participantes, seus dependentes e beneficiários do Fachesf-Saúde podem se cadastrar no Clube pelo site www.cluberealizemais.com.br ou pelos aplicativos disponíveis gratuitamente na AppStore (iOS) e Google Play (Android).

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Faça seu login no site ou aplicativo.

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Escolha a categoria que você deseja consultar.

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Clique na imagem da loja e confira quais os descontos e benefícios disponíveis.

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Se for uma loja virtual, clique em “Obter desconto” e vá direto ao site.

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Nas lojas físicas, repita o procedimento e apresente-o no estabelecimento (impresso ou pelo celular).

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Educação Previdenciária

Autopatrocínio: mais tempo de contribuição O desligamento da Patrocinadora é uma etapa marcante na vida do Participante. Além da mudança na rotina de trabalho, esse é também o momento de definir o tipo de relação a ser estabelecida com a Fachesf a partir de uma nova conjuntura. Uma das opções é acionar o instituto do autopatrocínio, possibilidade tanto para os Participantes que já estão elegíveis à condição de Assistidos quanto para os que ainda não preenchem os requisitos para o requerimento da aposentadoria. Entenda a seguir como funciona o autopatrocínio e seus impactos para o planejamento previdenciário 22 ·

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Autopatrocínio é o instituto que permite ao Participante continuar contribuindo para o Plano mesmo após seu desvínculo com a Patrocinadora. Ao fazer essa opção, a condição de Ativo da Fachesf permanece a mesma, com a única diferença do fim da contrapartida financeira da Chesf. A decisão de contribuir por mais tempo garante ao autopatrocinado que seu patrimônio siga recebendo os dividendos dos investimentos feitos pela Fundação, o que traz impacto positivo no seu benefício futuro. A qualquer momento, o autopatrocinado pode mudar de ideia e, caso esteja elegível, solicitar a entrada no seu processo de aposentadoria. Do contrário, poderá optar pelos outros institutos: Resgate de Reserva, Portabilidade para outro plano de aposentadoria complementar (aberta ou fechada) ou adesão ao Benefício Proporcional Diferido (BPD) – que significa deixar sua reserva acumulada na Fachesf, recebendo os rendimentos do Plano CD, porém sem a realização de contribuições mensais. Ao optar pelo BPD, caso o Participante queira fazer a opção pelo benefício vitalício, é necessário esperar a elegibilidade para a aposentadoria. Apesar de ser uma ferramenta vantajosa para o Participante que se desliga da Chesf, o Autopatrocínio não é muito acionado. “Sabemos que se manter contribuinte ao plano sem o salário da Patrocinadora pode ser um desafio. As situações variam individualmente e a decisão sobre qual caminho seguir a partir da quebra do vínculo empregatício é uma escolha individual. A construção da reserva previdenciária deve ser um projeto de vida e nosso papel é fornecer as informações necessárias para que todos possam cuidar bem do seu futuro”, pontua Rogério Cardozo, gerente de concessão de benefícios da Fachesf.

Foto: Maria Eduarda Andrade

Rogério Cardozo Gerente de concessão de benefícios da Fachesf Antes de tomar uma decisão, é preciso observar as regras de opção pelo Autopatrocínio (confira quadro na página seguinte). De forma geral, a contribuição mínima é de 2% do novo salário de participação, calculado a partir da média corrigida dos últimos 12 salários do Participante. O autopatrocinado também é responsável pelo pagamento da taxa administrativa do Plano CD, que varia de acordo com avaliação atuarial realizada anualmente. O índice do ano em exercício, por exemplo, é de 1,07%. Por não contar mais com a contribuição da Patrocinadora, o autopatrocinado também será responsável pelo pagamento de eventuais encargos referentes a atrasos no recolhimento de suas contribuições.

Exemplo de consciência previdenciária O Participante Hindemburgo Pimentel poderia dar aula de educação financeira e previdenciária. Aos 60 anos, o alagoano investe no seu projeto de aposentadoria há décadas. Formado em administração de empresas, 2019

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Educação Previdenciária Fotos: arquivo pessoal

Optei pela segurança de fazer parte de uma instituição sólida. Não poderia abrir mão desse presente que a vida me deu. Tenho orgulho de ser Fachesfiano.

Hindemburgo Pimentel Participante trabalhou por muito anos na área de telecomunicações na antiga Embratel. Em 2002, vivenciou uma rápida passagem pela Chesf: foram apenas oito meses na Companhia até ser chamado para o concurso anterior que havia feito nos Correios. Hindemburgo lembra com carinho do breve período de trabalho na Companhia. “Tive uma imensa felicidade em fazer parte da Chesf, uma empresa incrível. Só optei pelo desligamento porque toda minha família vivia em Maceió e o deslocamento para o Recife representava um elevado custo pessoal”, relembra o Participante que decidiu manter o vínculo com a Fachesf por meio do Autopatrocínio. Há 16 anos, Hindemburgo contribui ao Plano CD com um percentual de 15% do seu salário de participação. “No começo, passei certo aperto para manter esse percentual, mas sabia que valeria a pena em longo prazo. Os rendimentos conseguidos pela Fundação são melhores do que muitos investimentos feitos no mercado. Optei pela segurança de fazer parte de uma instituição sólida. Não poderia abrir mão desse presente que a vida me deu. Tenho orgulho de ser Fachesfiano”, conta. Desde 2013, ele é elegível para requerer o benefício de suple-

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mentação, mas decidiu continuar a investir na aposentadoria. Na casa do Participante, educação financeira e previdenciária são temas recorrentes. Hindemburgo transmitiu às filhas Karen, 23, e Karine, 26, a importância de poupar para o futuro. “A mais velha assumiu um cargo em concurso público de nível médio há oito anos. Ela mora conosco e eu a convenci a guardar metade do seu salário para aplicar os recursos em investimentos. Em contrapartida, prometi ajudá-la no que fosse necessário para custear suas despesas básicas, desde que continuasse poupando. A mais nova, aos 23 anos, é advogada e já independente financeiramente. É gratificante chegar na minha idade e ver nossas filhas bem encaminhadas”, comemora.

Futuro como prioridade A jornalista Anna Beatriz Malaquias também decidiu priorizar o futuro e há quase 12 anos, tornou-se Participante Autopatrocinada. Hoje, aos 43, diz que seu objetivo de investir no Plano CD é gozar da previdência complementar quando se aposentar. “Não tenho interesse em resgatar a reserva. Até evito olhar o saldo da minha conta para não cair na tentação. Esse investimento é um compromisso comigo mesma. Se eu não pensar

Anna Beatriz Malaquias Jornalista


no meu futuro, quem vai pensar por mim?”, questiona. Pelas regras do plano CD, a Participante estará elegível para requerer o benefício vitalício a partir de 2025. Anna Beatriz conta que manter as contribuições mensais após o desligamento da Patrocinadora requer organização e planejamento. “Já fiquei desempregada em alguns momentos, tive dúvidas entre estudar para mestrado ou buscar emprego. Mas ainda assim, não deixei de pagar minha previdência. Tenho uma reserva financeira para emergências e sempre vivi de acordo com minhas possibilidades: nunca pedi dinheiro emprestado nem fiz empréstimo em banco. As famílias precisam levar a sério a educação financeira dos filhos desde cedo”, pontua. A Participante espera poder aumentar seu percentual de contribuição em breve. “Conheço muitos idosos que dependem exclusivamente do INSS; alguns têm a renda comprometida com pagamento de empréstimos feito por familiares. É triste ver pessoas nessa situação. Quero garantir um futuro com dignidade”, comenta a jornalista, que sempre busca estar informada sobre investimentos, questões financeiras e a situação econômica do país. Com idades e histórias de vida bem diferentes, Hindenburgo e Anna Beatriz entenderam que cada indivíduo tem interesses e histórias únicas. Mas ter um projeto previdenciário deve ser encarado com seriedade por todos, afinal, a aposentadoria impacta na qualidade de vida não somente do Participante como também na de sua família. Ao se desligar da Patrocinadora, são diversas as possibilidades disponíveis; o Autopatrocínio é apenas uma delas. São as particularidades de cada Participante e seu nível de comprometimento com o futuro que nortearão os caminhos a serem seguidos.

Autopatrocínio: regras de adesão

O prazo máximo para optar pelo Autopatrocínio é de 90 dias após a data de desligamento da Patrocinadora. Caso perca esse prazo, o Participante automaticamente entra para o Benefício Propocional Diferido (BPD). Se houver atraso de até três mensalidades, o Autopatrocínio é cancelado e o Participante é transferido para a condição de BPD. A contribuição mínima é de 2% sobre o novo salário de participação, calculado a partir da média corrigida dos últimos 12 salários recebidos. O autopatrocinado paga também a taxa administrativa do Plano CD, que varia de acordo com a avaliação atuarial realizada anualmente. Não existe tempo máximo de permanência no Autopatrocínio.

Mobile

Confira o vídeo que explica o Autopatrocínio. https://youtu.be/oI-c36ooLtk

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Artigo

Previdência

Plano de previdência com renda vitalícia

N

o Brasil, o número de pessoas que contribui para previdência privada é muito abaixo da média mundial. Segundo o Instituto de pesquisa Datafolha, de cada 10 brasileiros, 9 não tem previdência privada. É preciso investir mais na abertura de novos mercados para o sistema de Previdência Complementar Fechado, motivando novas adesões ao segmento. Com a iminência da reforma da Previdência Oficial – num cenário em que as incertezas sobre o futuro dos contribuintes se tornam mais presentes –, os brasileiros estão procurando alternativas de renda complementar para aposentadoria. O benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem se mostrado insuficiente para suprir as necessidades dos aposentados nessa fase da vida, pois é nesse momento que gastos com saúde, remédios, cuidados especiais e demais despesas consomem não só a renda do assistido, mas também a de seus familiares. Diante dessas reformas, a procura por planos de previdência aberta teve um grande crescimento – sobretudo na modalidade de Benefício de Renda Certa, ou seja, pagamento por tempo determinado. Esse tipo de plano, chamado CD, é considerado um plano financeiro, pois seus recursos são capitalizados e o benefício é calculado de acordo com a forma e prazo definidos pelo participante no momento da solicitação do seu benefício.

Raimundo Jorge Diretor de Benefícios da Fachesf

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Trazendo para o universo Fachesf, chamamos atenção dos Participantes para o fato de a previdência complementar ser um investimento de longo prazo. É preciso ter persistência, educação financeira e previdenciária, e principalmente desenvolver o

hábito e a curiosidade de conhecer o Regulamento do seu Plano, entendendo melhor quais os direitos e obrigações da entidade e dos participantes, de modo que sejam cumpridas com rigor as legislações que regulam o segmento previdenciário. Falar sobre o Plano CD da Fachesf é colocar em foco a sua essência principal de característica previdenciária; ou seja: garantir ao participante titular o pagamento vitalício de um benefício de aposentadoria e, na sua falta, a concessão de um benefício de pensão por morte também vitalícia aos seus beneficiários elegíveis. Essa modalidade de plano vem promovendo ao longo do tempo mais segurança e qualidade de vida aos seus participantes e beneficiários. A Fachesf, em seus 47 anos, vem cumprindo seu compromisso de gerir com eficiência os recursos aportados pelos Participantes e Patrocinadora, buscando sempre atingir a meta atuarial do plano e proporcionando um benefício que atenda a expectativa dos associados. Nos últimos anos, a Fundação tem trabalhado de modo firme em seu propósito de sensibilizar e levar mais conhecimento ao seu público por meio de um Programa de Educação Financeira e Previdenciária que estimula os Participantes Ativos a atualizarem regularmente suas contribuições mensais para torná-las mais eficientes e alinhadas às suas expectativas de futuro. É importante ressaltar que o Participante deve ser o principal fiscalizador da evolução do seu patrimônio. Para isso, é fundamental acompanhar de perto a aplicação dos recursos, a variação das cotas mensais e principalmente a formação dos recursos que compõem sua reserva de poupança previdenciária.


Planejamento & Gestão

Um total de 645 Ativos e Assistidos aceitou o convite da Fachesf de dar sua opinião sobre o trabalho e os produtos da Fundação e o resultado foi surpreendente. Aqui disponibilizamos os principais resultados desta pesquisa.

Pesquisa de Satisfação

Fachesf

Após a tabulação e análise dos resultados, a Fachesf recebeu a honrosa notícia de que 92% dos entrevistados consideram boa/ótima sua experiência com a Fundação. A partir desses dados, ações de melhoria e novos projetos serão avaliados para dar continuidade ao trabalho e ao cumprimento do compromisso previdenciário e de saúde da Fachesf com todos os seus Participantes e beneficiários. Confira a seguir os principais pontos observados na pesquisa.

645

U

m total de 645 Ativos e Assistidos aceitou o convite da Fachesf de dar sua opinião sobre o trabalho e os produtos da Fundação. Os Participantes foram sorteados aleatoriamente para compor a mostra do estudo, que teve representatividade de todas as regionais. Os questionários foram aplicados no final de 2018 e início de 2019, sendo por telefone para aposentados e pensionistas, e via internet para os empregados da ativa.

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Planejamento & Gestão A Fachesf

Imagem Institucional:

credibilidade em alta

92

%

83

%

consideram o trabalho da Fachesf bom/ótimo

dos Participantes Ativos e Assistidos recomendariam a Fachesf a um amigo

Nas questões que medem a imagem institucional da Fachesf entre seus Participantes, a credibilidade foi o atributo com maior pontuação: 89% do total de Ativos e Assistidos consideram essa qualidade da Fundação boa e ótima. Em seguida, vieram a solidez (88%), ética (86%), cuidado com o Participante (81%) e transparência (78%).

BOM/ÓTIMO

89 % CREDIBILIDADE

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88 % SOLIDEZ

86 % ÉTICA

81 % CUIDADO COM O PARTICIPANTE

78 % TRANSPARÊNCIA


Qual a primeira palavra que vem à sua mente quando você pensa na Fachesf? Previdência

84

%

68

Como você avalia os resultados do seu plano de previdência? 24%

2%

%

Quando questionados se teriam interesse em um plano de previdência oferecido pela Fachesf para seus dependentes, 68,27% declarou que sim ou talvez.

NÃO ACOMPANHA

RUIM/PÉSSIMO

dos Participantes consideram a gestão dos planos de previdência da Fachesf boa ou ótima

49% ÓTIMO/BOM

24% REGULAR

Apenas 38% dos Assistidos avaliam o próprio conhecimento do regulamento do seu plano de previdência como bom ou ótimo. Entre os Ativos, esse índice é de 54%. Esse número mostra como ainda há muitos Participantes que desconhecem as regras de seus planos, o que dificulta seu acompanhamento dos resultados. ASSISTIDOS ATIVOS

38% 54%

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Planejamento & Gestão Plano de Saúde

Fachesf-Saúde

Como os beneficiários avaliam o Plano.

79 ABRANGÊNCIA

%

AGILIDADE NAS SOLICITAÇÕES

66%

75%

considera a gestão do Fachesf-Saúde boa ou ótima

VALOR DA MENSALIDADE 53%

BOM/ÓTIMO

Atendimento

81

84

%

dos Participantes estão satisfeitos/muito satisfeitos com o atendimento nas agências

A clareza nas informações da Fachesf obtém índice geral de 81% bom/ótimo

83

%

Quanto ao tempo de retorno das solicitações, 83% se considera satisfeito/muito satisfeito

30 ·

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%

O atendimento por telefone é a preferência dos Ativos (69,79%) e o atendimento presencial, a dos Assistidos (53,50%) 69,79%

ATIVOS

ASSISTIDOS

53,50%


Comunicação APENAS

52

82

%

dos Participantes tem interesse alto/muito alto nas informações da Fachesf. Esse tipo de comportamento precisa ser repensado, já que se trata de questões relevantes dos Ativos, Assistidos e suas famílias

www

59

%

77

%

dos Ativos consideram o site da Fachesf bom ou ótimo

75

dos Assistidos não utilizam o site e deixam de usufruir de importantes serviços como consulta ao contracheque, dados sobre empréstimos e informações de diversas naturezas.

Participantes da ativa preferem as notas eletrônicas: 77% considera o canal bom ou ótimo

%

%

Aprovação de 75% dos Participantes da Revista Conexão Fachesf. Assistidos preferem versão impressa

100% dos ativos acessam a internet sempre ou às vezes. 38% dos Assistidos não acessam nunca

ATIVOS

www

ASSISTIDOS

www

100%

38%

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No Consultório

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Mente sã, corpo são Boa parte de nós já se deu conta de que precisa incluir certos autocuidados na rotina para viver melhor: fazer exercícios físicos com frequência, evitar ingerir gordura, açúcar e glúten, proteger-se do sol sem esquecer o quanto é necessário para catalisar a vitamina D. Embora nem sempre sigamos à risca tais práticas, temos consciência da sua importância e falamos delas com frequência, afinal a saúde física está em nossa pauta diária. Mas o que dizer sobre a saúde da mente? Como cuidar dessa dimensão sutil – e corpórea – que guia toda nossa existência?

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No Consultório

O

bviamente, não há uma resposta única à pergunta, senão caminhos possíveis para se aproveitar a vida com qualidade e manter o equilíbrio e a paz, evitando transtornos cada vez mais comuns, como o estresse, a ansiedade, o pânico e a depressão. Quem vive ou já viveu um desses distúrbios (ou tudo junto) sabe o quanto cuidar da saúde mental é algo valioso. Trata-se de um grande aprendizado, muitas vezes ao custo de muito sofrimento. Mas estamos em tempo de tentar reparar isso e começar ajustando algumas questões. A primeira: a manutenção da saúde mental é importante para todos, sem exceção; aos que têm ou não sintomas relacionados ao tema. A segunda: mente e corpo são dimensões integradas, separá-las é um erro. A terceira: somos seres da linguagem, portanto precisamos falar sobre o assunto, de outra forma continuaremos incorrendo num erro basilar, que está também na raiz do estigma e do preconceito, inimigos da vida e agravantes das próprias doenças. Fotos: Alcione Ferreira

Crie, encontre prazer nas coisas que você faz, viva a vida de modo criativo e não de modo automático. Se a pessoa conseguir fazer tudo isso e se cuidar, a vida vai melhorar muito.

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Para Véronique Donard, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), saúde mental tem a ver com vários fatores e é a conjunção deles que favorece, ou não, a aparição de uma doença, uma síndrome, um cansaço ou um estresse. Há questões biológicas, socioambientais e familiares, sobretudo nos primeiros anos do sujeito, quando se forma a base. Segundo ela, neuropsicólogos, em geral, acreditam que a saúde mental seja só uma questão biológica; psicanalistas, por sua vez, acham que se trata de histórico familiar, de vida. Ela, no entanto, rebate: “Não é só uma coisa nem outra, mas uma conjunção de fatores, como em qualquer outro quadro do organismo.”

Cuidando da mente Véronique Donard Professora e pesquisadora

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Em sua palestra à plataforma online TED, intitulada Não tenha vergonha de cuidar de sua saúde mental, o empreendedor ganês Sangu Delle desmistifica o assunto a partir de sua experiência de sofrimento emocional como homem africano. Começa lembrando o que afirma a própria Organização Mundial de Saúde (OMS): “Saúde mental diz respeito a conseguir lidar com os fatores de estresse normais da vida; trabalhar produtiva e lucrativamente e contribuir para a sua comunidade”. A OMS diz ainda: “A saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais; é uma parte integrante da saúde; na verdade, não há saúde sem saúde mental”. Em outras palavras, diz Sangu Delle, inclui nosso bem-estar emocional, psicológico e social.

Por envolver um conjunto de elementos, a saúde mental demanda autocuidados em diferentes direções – dos hábitos cotidianos aos trata-


mentos alternativos e/ou alopáticos. É tudo uma questão de escolha e disponibilidade para cuidar de si mesmo, para se amar. Véronique Donard, que também tem formação de psicanalista, dá algumas orientações preciosas à manutenção de uma mente saudável em nosso dia a dia: “Entre mais em contato com a natureza, saia. Não precisa necessariamente fazer esporte ou malhar; movimente seu corpo, respire, porque isso ajuda a produzir hormônios e neurotransmissores que vão fazer com que você se sinta melhor, e a ter um corpo em que a psique também se sinta melhor. É automático”. Ainda que essas sejam práticas simples, entretanto, tendemos a esquecê-las e entramos num processo inverso de autonegligência e descuidado. Para a especialista, estar sempre em contato com gente, seja vendo amigos, conhecendo novas pessoas ou simplesmente estabelecendo alguma comunicação, é outro aspecto fundamental. O mesmo diz Sangu Delle em sua palestra: “Converse com seus amigos, com seus entes queridos, com profissionais de saúde. Seja vulnerável. Faça isso com a confiança de que não está sozinho. Ser honesto com o que sentimos não nos torna fracos, nos torna humanos”. Ao nos trancarmos em nossas obrigações diárias, esquecemos que somos seres coletivos e dependemos disso para sobreviver. Aos seus conselhos, Véronique também acrescenta um ponto crucial em tempos de excesso de informação: “Desligue-se também da tecnologia; é preciso apagar as luzes em algum momento do dia”. Sobre o trabalho, a especialista em ciberpsicologia recomenda: “Crie, encontre prazer nas coisas que você faz, viva a vida de modo criativo e não de modo automático. Se a

pessoa conseguir fazer tudo isso e se cuidar, a vida vai melhorar muito”. Foi o que passou a fazer, por exemplo, a técnica ambiental Mosania Felix, funcionária da Chesf desde 2004. Após ter sido diagnosticada com depressão e síndrome do pânico, ela não apenas consultou especialistas e passou a se tratar com medicamentos, como mudou a própria rotina, aproveitando, inclusive, a hora do almoço para ir à terapia ou fazer atividades complementares. “Busco outras formas de me cuidar. Não gosto de academia, mas amo dançar. Tenho que fazer dança (de salão) toda semana. Já fiz ioga, meditação, sou aberta a qualquer tratamento, desde que seja por aqui, no meu ambiente de trabalho”, diz Mosania, de 49 anos. Ela também é voluntária de um projeto de educação solidária da Chesf, por meio do qual ensina biologia à comunidade vizinha e conta se sentir muito bem por isso. “Minha terapeuta (da linha cognitivo-comportamental) disse que levo as coisas muito a sério, que preciso ter mais flexibilidade. Sou muito dura comigo mesma. Por isso, tenho de ir além, trabalhar de outras formas o problema, não só com terapia ou remédios, pois o lazer também faz parte do tratamento”, conta a bióloga, que na Chesf integra ainda o Núcleo de Responsabilidade Socioempresarial e já participou de grupos de coral e teatro em Paulo Afonso (BA), onde morou antes de ser transferida ao Recife. O estímulo ao prazer no cotidiano é parte intrínseca à qualidade de vida. A própria sexualidade é um aspecto a ser considerado. São vários os estudos científicos que associam satisfação sexual a benefícios psíquicos como melhoria da memória e da atividade cognitiva e diminuição de 2019

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No Consultório

Minha terapeuta disse que levo as coisas muito a sério, que preciso ter mais flexibilidade. Por isso, tenho de ir além, trabalhar de outras formas o problema, não só com terapia ou remédios, pois o lazer também faz parte do tratamento.

Mosania Felix Participante insônia, dores de cabeça e mau humor. Um estudo da Universidade de Konkuk, na Coreia do Sul, comprovou que uma vida sexual ativa aumenta a capacidade cerebral e diminui o risco de demência. Outras maneiras de elevar os níveis de serotonina e obter prazer são atividades como dança, caminhada, corrida, meditação, leitura ou idas à praia ou ao teatro.

Atenção ao todo Nos últimos anos, a alimentação também foi descoberta como parte estruturante do bom funcionamento da mente. Apesar de considerada uma área recente no campo científico, a psiquiatria nutricional tem demonstrado os impactos dos hábitos alimentares em nossa saúde mental – para o bem, ou para o mal. Pesqui36 ·

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sa da Universidade College London (UCL), na Inglaterra, aponta a culinária mediterrânea como capaz de reduzir riscos de depressão e melhorar o metabolismo e o bem-estar como um todo. Trata-se de uma dieta rica em ômega 3, oleaginosas, vegetais, frutas e azeite. Por outro lado, o estudo constatou que a ingestão de comidas processadas, com alto teor de açúcar, sódio e gordura, podem gerar estresse mental e riscos de depressão. Em outras palavras, o que faz mal ao corpo prejudica a cabeça, e o contrário é absolutamente verdadeiro. Outra descoberta recente é a de que o intestino possui um sistema nervoso à parte, como se fosse um segundo cérebro. O médico norte-americano Michael D. Gershon, da Universidade de Columbia NY, confirmou que


essa parte do aparelho digestivo é responsável por produzir 90% de hormônios neurotransmissores como a serotonina, cuja falta está associada diretamente a quadros de depressão e até suicídio. Daí porque uma dieta rica em água e fibras torna-se vital, uma vez que auxilia nessa produção. Na soma dos fatores, o que parece pesar é o estilo de vida como um todo. É preciso estar atento a si mesmo e ao universo ao redor, entendendo suas questões subjetivas em relação ao meio. É necessário também – como já faz a medicina chinesa há séculos – olhar a saúde do ponto de vista integrado, da dimensão energética à corporal. A acupuntura, por exemplo, é uma forma de tratamento que coloca tudo isso em prática, ao trabalhar os vários pontos do corpo, atuando com eficácia, inclusive, em perturbações mentais decorrentes da ansiedade e do estresse, pois acalma e restitui o equilíbrio. Não por acaso, passou a ser interesse da medicina ocidental. “Hoje, a Psiquiatria entende que a saúde mental não é só tratar da mente com medicamentos. Nos congressos, chegamos a falar até na dimensão da alma e da espiritualidade, um aspecto antes negligenciado pela própria medicina”, afirma o psiquiatra Paulo Tavares. Nesse sentido, a palavra compreensão surge como um elemento primordial, pois a mente segue padrões que se expressam por meio da linguagem e das emoções. Daí porque se fala tanto em autoconhecimento. Conhecer-se em profundidade é um ponto-chave, senão imprescindível. Todos nós temos um tesouro a descobrir, capaz de nos ajudar a superar desafios e dar sentido à vida. E são muitos os caminhos nesse processo

de autodescoberta: psicanálise, psicoterapia, constelação familiar, reiki, meditação, jogo de búzios, consulta com astrólogo. Por que não?

Caminhos de cura As formas de zelo ao nosso bem-estar emocional podem se somar e acontecer de maneira integrada: cada um deve procurar aquela com a qual se identifique e possa evoluir. A psicoterapia mostra-se, sem dúvida, uma das alternativas mais eficazes de cuidado à saúde mental, sendo uma jornada muito particular para cada ser humano, que deve estar disposto a mergulhar em seus padrões de comportamento e histórias de vida. O psicólogo José Osmar Freitas, especialista em Psicologia Clínica e Análise Bioenergética e professor da Faculdade Maurício de Nassau, acredita que a eficácia do processo psicoterapêutico envolve uma compreensão não dualista do ser humano, ou seja, que leve em conta o fato de os aspectos emocionais e mentais não poderem ser apartados dos corporais e energéticos. Daí porque optou por atuar no campo da terapia bioenergética, promovendo mudanças por meio da fala e de exercícios corporais e psicodramáticos. Em seu trabalho de integração corpo-mente, observa, por exemplo, postura corporal, atitudes, padrão respiratório, atividade sexual, autoestima, percepção de sentimentos e fatos, além da qualidade de vida de seus clientes. A existência humana é delicada e prismática, e isso se expressa numa relação complexa entre cabeça, órgãos, músculos, sangue, pele e ossos. Os quadros depressivos, por exemplo, podem se manifestar de várias maneiras, para além do senso comum relacionado a um estado de 2019

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No Consultório melancolia e falta de ânimo para a vida. Afora o sintoma clássico, a depressão pode, por exemplo, incluir a quase ausência de emoções – como foi o caso do músico Tom Zé, ao narrar a depressão como uma experiência “fantástica, de não sentir nada”. A ausência de sentimento e até do choro, aliás, pode ser vista como um mecanismo de defesa do corpo às dores mais profundas. Segundo o psiquiatra Paulo Tavares, são frequentes, em quadros depressivos, sinais como irritabilidade, insônia, confusão mental, falta de concentração, fobias e outros transtornos de ansiedade associados. “É o que chamamos de depressão mascarada, que se expressa em manifestações mais aceitáveis socialmente”, explica. Assim como os sintomas, as causas também são múltiplas. Entender essas nuances é um passo e tanto, seja para os profissionais de saúde, ou para os leigos, afinal mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo (sendo 11 milhões somente no Brasil), com prognóstico de se tornar um dos fatores mais incapacitantes da humanidade nos próximos anos – os dados são da OMS, de 2017, e indicam ainda uma incidência 150% maior da doença em mulheres (de jovens a idosas).

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vieram em meados dos anos 1990, quando começou a apresentar um quadro de labirintite acompanhado de vômitos frequentes. Naquela época, falar em problema psicológico era um tabu ainda maior e a palavra depressão não integrava os prontuários médicos de rotina. Foi preciso uma peregrinação por várias especialidades médicas e uma infinidade de exames – de tomografia a ressonância – para Marize ter alguma luz sobre o seu diagnóstico. Os médicos afirmavam que ela estava em “perfeitas condições físicas”, pois sua labirintite não era orgânica, e lhe recomendavam procurar outro especialista para investigar o problema mais a fundo. “Que especialista?”, ela se questionava, sem ousar pronunciar. Até que numa de suas muitas consultas, tomou coragem e perguntou. A resposta lhe soou quase como um palavrão: “Um psiquiatra”.

Conhecimento e prevenção

Foi nessa época que a Participante conheceu o trabalho desenvolvido nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), no Recife, e passou a ser devidamente tratada. Os Caps, por sinal, viraram referência e há hoje diversos centros de atividades integradas de apoio à saúde mental na cidade, envolvendo serviços de terapia em grupo, ioga e atividades de arte-terapia que remontam o trabalho de pioneiros como a psiquiatra Nise da Silveira, no Rio de Janeiro.

Vencer a barreira do desconhecimento deve ser uma prioridade à manutenção da saúde mental mesmo entre pessoas da área. Que o diga a técnica em informática Marize Marques, ex-funcionária da Fachesf e hoje Participante Assistida da Fundação. Aposentada desde 2012, ela passou por um longo processo depressivo sem saber o que tinha. Os primeiros sinais

“Tive acompanhamento de psiquiatras, psicólogos e terapeutas, e pude entender o que acontecia comigo: além de um processo interior, do meu baú, sobretudo familiar, havia o esgotamento físico. Por isso, eu precisava ser medicada”. Por ser alguém que nunca tomava remédios, ela resistiu à ideia, mas entendeu que era necessário, pois seus neurotrans-


Foto: Dayse Brito

Tive acompanhamento de psiquiatras, psicólogos e terapeutas, e pude entender o que acontecia comigo: além de um processo interior, do meu baú, sobretudo familiar, havia o esgotamento físico.

Marize Marques Participante missores não estavam recebendo a quantidade exata de hormônios para trabalharem. O tratamento surtiu efeito e, passada a tempestade, desmamou a medicação, teve alta das terapias e sente-se bem novamente. Nesse processo, também resolveu se aposentar, pois embora amasse seu trabalho, a exaustão era algo evidente em sua vida. “A Fachesf foi muito importante para mim. Precisei me planejar durante cinco anos para haver desapego, porque minha vida era trabalho, trabalho, trabalho. Não tinha lazer. Como ia cuidar de três crianças?”, conta Marize, hoje aos 61 anos, dos quais 25 dedicou à Fundação. Tanto ela como Mosania Felix não tiveram medo de enfrentar preconceitos e

sempre falaram abertamente de seus problemas psíquico-emocionais, inclusive no ambiente profissional. Mosania diz que só não morreu do coração porque fala o que pensa e sente. Marize, por sua vez, virou quase uma expert em saúde mental e atualmente leva uma vida espiritualizada na zona rural de Olinda. Ambas, cada uma à sua maneira, encontraram caminhos para mudar de rumo. Pararam de se deixar levar a lugares dolorosos, e restauraram a saúde do corpo e da mente, essas instâncias inseparáveis do ser. Descobriram, enfim, no autocuidado e na disposição de gostar de si mesmas, uma ferramenta poderosa para se manter no eixo do equilíbrio dessa jornada finita (e incrível) da vida. 2019

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No Consultório

Cuide de sua saúde mental 08

09

01

Estabeleça um contato cotidiano com a natureza, fique mais ao ar livre; vá a espaços públicos.

07

Esteja aberto a conhecer sua mente. A saúde mental depende do autoconhecimento.

Atente-se às culpas, frustrações e decepções e procure se libertar dos pesos da vida.

Conheça novas pessoas; esteja disponível ao desconhecido.

06 Desligue-se mais dos aparelhos celulares e frequente amigos e pessoas queridas.

10 Cuide da alimentação; consuma mais vegetais, frutas, oleaginosas e azeite em sua dieta. Fontes de fibra e água são fundamentais ao bom funcionamento do intestino e do cérebro, que atuam diretamente no bem-estar.

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11 Movimente seu corpo e atentese à respiração.


03

02

04 Não tenha vergonha de ir ao psiquiatra, se for preciso, porém saiba que medicamentos te tiram do poço, mas não são suficientes para a cura completa.

Pesquise, leia, nutrase de conhecimento sobre a mente e o bem-estar emocional. É uma questão de sobrevivência.

05

12

Estimule seu prazer sexual.

Busque os chamados cuidados alternativos, como ioga, meditação, reiki e acupuntura, técnicas comprovadamente eficazes no balanço do equilíbrio e cura dos sofrimentos psíquicos.

Encontre um bom psicólogo, independente da linha, mas lembre-se: corpo e mente não são dimensões separadas, senão estritamente relacionadas.

13 Não esqueça de viver a vida com criatividade e prazer, no trabalho ou no tempo livre.

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Pergunte ao Doutor

O perigo silencioso da sífilis Em 2016, o Ministério da Saúde decretou uma epidemia de sífilis no Brasil. Somente naquele ano, foram registrados 87.593 casos dessa doença sexualmente transmissível conhecida por ser um mal silencioso. Para sanar as principais dúvidas sobre o assunto, conversamos com Vilma Costa de Macêdo, enfermeira especialista na patologia. 1. O que é a sífilis? Transmitida predominantemente pelo contato sexual, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmíssivel (IST) causada pelo Treponema pallidum, uma bactéria que causa reações sistêmicas no organismo, sendo exclusiva do ser humano. 2. Quais são os fatores de risco para contrair a doença? São fatores de risco as condições comportamentais, como o início precoce da vida sexual, grande número de parceiros e a não utilização do preservativo nas relações sexuais. Além disso, para a pessoa não ser reinfectada é necessário usar regular e corretivamente o preservativo. 3. A que se deve o aumento da doença no Brasil? O aumento da incidência da sífilis no Brasil está interligado às situações de vulnerabilidade que envolvem características comportamentais, reprodutivas e práticas sexuais inseguras. Os jovens brasileiros vivem frequentemente desatentos aos riscos e não adotam medidas protetoras. Além disso, casais em relacionamentos estáveis têm baixa percepção de vulnerabilidade e possuem diagnóstico tardio. 4. Quais são os sintomas da sífilis? O primeiro sintoma é o aparecimento de lesões duras, nem sempre doloridas, nos órgãos genitais. Conhecidas como cancros, essas lesões aparecem nos genitais, mas também podem ocorrer no ânus, na pele, na gengiva, na palma das mãos e na planta dos pés. As lesões costumam desaparecer em alguns dias mesmo sem tratamento, mas a infecção continua ativa no organismo e pode provocar sintomas como manchas avermelhadas na pele e

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nas mucosas (sífilis secundária) e alterações no sistema nervoso central (sífilis terciária). 5. Quais são os tipos de sífilis? A sífilis pode ser classificada como congênita (transmitida da mãe para o bebê) ou adquirida (através de sexo ou transfusão sanguínea). Esta última se classifica em recente (com menos de um ano de evolução) ou tardia (com mais de um ano de evolução). A sífilis adquirida recente pode se apresentar nas formas primária, secundária ou latente recente. Já a tardia, apresenta-se nas formas latente tardia ou terciária. A forma mais preocupante é a congênita, já que resulta em consequências irreversíveis para o recém-nascido. 6. Quem pode diagnosticar a doença? Infectologista, ginecologista, obstetra e médico generalista são especialistas que podem ser procurados em qualquer momento de exposicão do risco e/ou situação de violência sexual, além de enfermeiros e outros profissionais que atuam na assistência na área de saúde. Existe um teste rápido para o diagnóstico da infecção disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Os resultados são gerados em até 30 minutos e, em caso de resposta positiva, o tratamento pode iniciar de imediato. 7. Qual é o tratamento para a Sífilis? O tratamento é feito com o antibiótico Penicilina Benzatina, único capaz de impedir a transmissão da mãe para o filho. Durante o tratamento é importante realizar consultas clínicas para monitorar a resposta. Vilma Costa de Macêdo Enfermeira sanitarista e professora adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


Fotos: Maria Eduarda Andrade

Foco no Participante

Doses diárias de autocuidado O Participante Marcello Pedrosa é um jovem de 36 anos que pratica o autocuidado com uma constância admirável. Ele concilia a rotina de trabalho com atividade física diária, além de direcionar tempo e energia para cultivo de um hobby que lhe enche de alegria e interesse: a paixão pela música eletrônica o leva para pistas de dança como DJ há mais de 20 anos. A Conexão Fachesf acompanhou um dia da dupla jornada do analista de sistemas e conversou sobre os hábitos de vida de alguém que escolheu viver (e envelhecer) de forma ativa e saudável.

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Foco no Participante

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mo trabalhar com tecnologia e sou apaixonado pelo meu trabalho. Minha rotina diária envolve poucas horas de sono e muita atividade durante o dia. As pessoas me perguntam de onde vem tanta energia. Talvez a resposta esteja na constante vontade de aprender coisas novas e na prática de um hobby que me enche de satisfação. Durante o horário comercial, atuo como analista de sistemas na Fachesf. Depois do expediente, dedico meu tempo à produção de música eletrônica e à profissão de DJ, algo que já faço há mais de 20 anos. A paixão pela música eletrônica começou ainda na infância. Eu tinha nove anos quando um primo me apresentou algumas bandas como New Order e Depeche Mode. Gostei do som, achei diferente e fui me interessando cada vez mais. Hoje eu me dedico à trance music, estilo que me permite trabalhar tanto a questão melódica quanto os elementos da música eletrônica. Sempre quis ter uma relação mais próxima com a música e esse foi o caminho que encontrei; curiosamente envolve também tecnologia, já que a música que produzo é feita 100% no computador. Apesar desse amor pela música, nunca deixei o hobby interferir nos meus estudos ou carreira. Em 2014, terminei um mestrado em Medição em Governança Ágil, na área de Tecnologia da Informação e Comunicação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mantenho uma rotina de trabalho instigante e consigo me organizar para realizar o que quero.

Educação financeira desde a infância Quando eu era criança, meus pais sempre diziam que há formas corretas e erradas de ganhar dinheiro, 44 ·

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porém deveríamos sempre optar pelo caminho honesto. Desde cedo, entendi que precisava agir para conseguir o que queria. Lembro de uma reforma feita em nossa casa, em que eu tinha de ajudar na limpeza no fim do dia para ganhar um dinheirinho. Investia tudo em jogos de videogame, minha paixão na época. Aos 15 anos, eu já trabalhava nos fins de semana como DJ nas festas de aniversário dos amigos. Comecei a economizar o que recebia e, aos 17, me matriculei num curso técnico de informática. Consegui pagar boa parte das mensalidades, mas contei com a ajuda dos meus pais, ainda que não sobrasse muito do nosso orçamento doméstico. Na minha família, a educação financeira veio assim, por meio de exemplos diários, de uma forma concreta. Sou muito grato aos ensinamentos que recebi porque o equilíbrio nas finanças pessoas é importante para o bem-estar de qualquer um. Acho fundamental ter compromisso com o futuro. Desde que me tornei Participante da Fachesf, mantenho minha contribuição ao Plano CD dentro da margem de contribuição eficiente. Minha ideia é aumentar esse percentual assim que quitar compromissos com outros investimentos. Sei que essa contribuição fará grande diferença para meu bem-estar e o da minha família.

Planejar é preciso Não é somente o amanhã que planejo. Quando algum problema surge, estudo a melhor forma para resolvê-lo. Fiz uma pós-graduação em Gerenciamento de Projetos e além de ter me ajudado com a condução do mestrado, a metodologia me fez ver como posso aplicar seus conceitos


em quase tudo na vida. Afinal, planejar é minimizar riscos. Existem as ações que você quer realizar em curto, médio e longo prazo. Sem disciplina e planejamento, é improvável realizar sonhos, seja um curso, uma viagem, a compra de uma casa ou de um carro.

to. Assim garanto a ida à academia antes de começar o expediente na Fundação. Faço meus treinos de segunda a sexta; isso faz uma diferença enorme no restante do dia, pois me dá mais energia. Também cuido da alimentação, aspecto essencial para quem pratica atividades físicas com regularidade.

Moro em Pau Amarelo, no município de Paulista, a uma grande distância do meu trabalho. Preciso organizar bem a rotina para conseguir fazer tudo a que me proponho. Começo cedo, às 5h15, para fugir do trânsi-

Sempre fui interessado em aprender coisas novas e um pouco autodidata. Gosto do desafio do “faça você mesmo”. Foi usando essa técnica que projetei sozinho a construção, na minha casa, de um estúdio particular

Meus pais sempre diziam que há formas corretas e erradas de ganhar dinheiro, porém deveríamos sempre optar pelo caminho honesto. Desde cedo, entendi que precisava agir para conseguir o que queria. 2019

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Foco no Participante

onde posso mergulhar no mundo da música. Depois de muitas horas de pesquisa e estudo online, elaborei o projeto de isolamento acústico com direito à estrutura no subsolo, revestimento de paredes e teto, tudo milimetricamente calculado. Tirei 20 dias de férias para gerenciar a execução da obra e hoje tenho um espaço com excelentes condições para produção musical. Os pedreiros ficaram impressionados com o detalhamento do projeto, já que não sou arquiteto. Realizar um sonho como esse me enche de satisfação e faz valer todo investimento e energia. É nesse estúdio que encerro o dia com uma sessão de produção de música eletrônica; o lugar onde desconecto de tudo e me dedico ao prazer que me acompanha desde a infância.

Mobile Confira o vídeo da matéria: https://youtu.be/yX8MSOY84Ug

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Poder unir tecnologia e música me enche de prazer; sinto uma grande

alegria em poder dedicar tempo e energia a algo que me move de forma especial. Há alguns meses, recebi e compartilhei nas minhas redes sociais um vídeo de um DJ que aparentava ter quase 80 anos, colocando som com vários amigos ao redor. Ele dançava e curtia a própria música. Se der tudo certo, no futuro, vou estar como esse senhor e continuar fazendo as pessoas felizes na pista. Enquanto houver audição, quero estar ali comandando a mesa de som.


Cultura & Lazer

Museus de encantos mil Uma dos maiores riquezas da cidade do Recife é o multiculturalismo. Nas ruas, parques e praças da cidade sempre há manifestações culturais que atraem a atenção de moradores e visitantes. Talvez seja por conta dessa pluralidade e de uma constante efervescência na cena artística que a capital pernambucana possui mais de 40 museus de diversas naturezas. Além dos já consagrados do público – a exemplo do Instituto Ricardo Brennand, Cais do Sertão, Paço do Frevo e Museu do Estado –, o Recife conta com outros ricos espaços dedicados a manter viva a história e cultura local. Conheça alguns deles e embarque nessa viagem pelo tempo e pela arte.

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Cultura & Lazer Museu da Abolição

O

Museu da Abolição ocupa o antigo Sobrado Grande da Madalena, construção do século XVII que pertenceu ao fidalgo Pedro Afonso Duro e sua esposa Madalena – daí a origem do bairro de mesmo nome. Considerado um dos mais importantes da região naquele tempo, o casarão foi transformado em uma estância de resistência aos invasores holandeses, sendo palco de lutas pela restauração pernambucana. Também foi utilizado como unidade do Exército Brasileiro durante a II Guerra Mundial e passou por diferentes donos e ocupações.

Na década de 1950, o presidente Jucelino Kubitschek autorizou que o Palacete da Madalena, como era conhecido, fosse adaptado para sediar o Museu da Abolição, em homenagem aos abolicionistas pernambucanos Joaquim Nabuco e João Alfredo (que já havia residido no local). O Museu da Abolição tem como missão a preservação, pesquisa, divulgação, valorização e difusão do patrimônio material e imaterial, como a memória, valores históricos, artísticos e culturais dos negros. O espaço estimula a reflexão e o pensamento crítico sobre os fatos históricos, principalmente no que se refere à abolição da escravatura e à identidade do povo brasileiro. Formado por peças doadas, compradas e emprestadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e por outras instituições, seu acervo compõe uma biblioteca com mais de mil obras, uma videoteca, um mini auditório, o Laboratório de Experimentação Musical e as salas de exposições (seis para exposições permanentes e três para temporárias). Além disso, o museu conta com uma ampla e confortável área externa com estacionamento, banheiro e um teatro de arena.

Serviço:

Acervo do Museu da Abolição. 48 ·

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Endereço: Rua Benfica, 1150 - Madalena Horário: segunda a sexta-feira, 9h às 17h; sábados, 13h às 17h Telefone: (81) 3228-3248 Entrada gratuita Local com acessibilidade para deficientes


Fotos: Alcione Ferreira

Fachada do Museu Murillo La Greca.

Murillo La Greca O pernambucano Murillo La Greca foi um grande pintor e professor pernambucano. O artista participou da criação da Escola de Belas Artes de Pernambuco e foi pioneiro no Nordeste a implantar e ministrar a disciplina Desenho de Modelo Vivo. Foi Murillo quem, em 1940, pintou os afrescos da Basílica da Penha, no bairro de São José. O painel intitulado A Primeira aula de Medicina, encomendado pela Universidade Federal de Pernambuco, os retratos do engenheiro Vauthier e do Conde da Boa Vista para a sede do Teatro de Santa Isabel, e temas históricos como O fuzilamento de Frei Caneca também nasceram dos pincéis de La Greca.

O Museu Murillo La Greca surgiu do desejo do artista de homenagear sua esposa, a pintora italiana Sílvia Decussati, falecida em 1967. Inaugurado em 12 de dezembro de 1985, o espaço reúne um acervo de 1.400 desenhos com técnicas de fusain, crayon, pastel e sanguínea, além de discos, livros, mobiliários e cartas trocadas com os pintores Portinari e Giacometti. Há também 160 pinturas, entre paisagens, cenas históricas e retratos. Na Sala Principal são realizadas exposições anuais de longa duração; na Sala Secundária acontecem mostras de arte contemporânea, design e arquitetura. O Museu possui ainda uma

Sala Multiuso, que leva o nome de Sílvia Decussati, onde ocorrem exibições de vídeos, palestras, lançamentos de livros e outras atividades culturais. O local serve também como fonte de estudos para professores, alunos e pesquisadores.

Serviço:

Endereço: Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366 Parnamirim Horário: terça a sexta-feira, 9h às 12h; 14h às 17h; sábados, 15h às 18h Telefone: (81) 3355-3129 Entrada gratuita

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Cultura & Lazer Sinagoga Kahal Zur Israel A Sinagoga Kahal Zur Israel (ou Congregação Rochedo de Israel) é um dos marcos mais importantes da presença judaica no Brasil do século XVII. Localizada na Rua do Bom Jesus, chamada antigamente de Rua dos Judeus, no bairro do Recife, é considerada a primeira sinagoga oficial dos judeus que habitaram as Américas, vindos aos Brasil para fugir da Inquisição. Naquela época, a colônia vivia sob o domínio holandês de Maurício de Nassau e havia uma liberdade religiosa que favoreceu a formação de diversas congregações. Apesar de a sinagoga Kahal Zur Israel ter ficado escondida sob muitos pisos durante séculos, a construção foi identificada embaixo de grandes casas. Em dezembro de 2001, o prédio original foi reconstituído e aberto ao público e hoje é um dos pontos turísticos mais visitados no centro da cidade. O templo possui três pisos: no térreo os visitantes podem apreciar exposições permanentes sobre a cultura judaica e a história da comunidade hebraica no estado. No segundo piso encontra-se um salão de orações, um espaço destinado à realização de conferências e seminários. E é no último piso que está o Centro de Documentação, local que congrega as atividades culturais destinadas à preservação da memória judaica.

Serviço:

Fachada da Sinagoga Kahal Zur Israel. 50 ·

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Endereço: Rua do Bom Jesus, 197, Bairro do Recife Horário: terça a sexta-feira, 9h às 16h30; domingos, 14h às 17h30 Telefone: (81) 3224-8351 Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)


Estação Central – Museu do Trem Tendo Gilberto Freyre como patrono, o Museu do Trem foi inaugurado em 25 de outubro 1972. Em outubro de 1983, foi desativado, voltando a funcionar somente no final de 2014. A Estação Central Capiba abriga o Museu do Trem, considerado o primeiro do Brasil e o segundo do gênero da América Latina. Por estar localizado na principal estação do Recife, o Museu é um atrativo para as cerca de mil pessoas que circulam por lá todos os dias. O local reflete no imaginário dos visitantes as antigas ferrovias, a relação do tempo e espaço, passado e presente, a evolução do sistema de locomoção pela cidade. O visitante pode apreciar um acervo que evidencia a história da lo-

comotiva, a história dos trilhos e fotos de época, além de ter contato com materiais como bilhetes e locomotivas como a Maria-fumaça, construindo uma visão poética dos trens. No Museu também estão presentes quadros de Gilberto Freyre, pintados à mão com lápis de cera, e vários elementos do gabinete de trabalho do engenheiro Edgard Werneck (cujo nome foi dado à estação de Areias).

Serviço:

Endereço: Rua Floriano Peixoto s/n, São José Horário: Terça a sexta-feira, 9h às 17h; sábados, 10h às 17h; domingos, 10h às 14h Telefone: (81) 3184.3197 Entrada Gratuita

Fachada da Estação Central do Recife, que abriga o Museu do Trem. 2019

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Cultura & Lazer

Interior do Gabinete Português de Leitura.

Gabinete Português de Leitura O Gabinete Português de Leitura de Pernambuco surgiu no século XIX diante da necessidade dos portugueses se reunirem e celebrarem suas datas e manifestações culturais. Foi o Comendador Miguel José Alves, Chanceler do consulado de Portugal no estado na época, o primeiro a pensar na possibilidade de fundação do espaço. Porém, a ideia só seria concretizada pelas mãos do cirurgião e jornalista João Vicente Martins que, no dia 3 de novembro de 1850, instituiu a primeira diretoria e reuniu os associados do que viria a ser o Gabinete. O projeto foi oficializado no dia 15 de agosto de 1851 e passou a funcionar na Rua da Cadeia Velha, no Recife. Atualmente situado na Rua Imperador Dom Pedro II, o Gabinete Português de Leitura de Pernambuco contém mais de 80 mil livros, todos à disposição do público. No acervo, há obras raras, como o manuscrito de um ca52 ·

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pítulo do livro A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz, uma biografia de Frei Bartolomeu dos Mártires, editada em 1919 e a única edição do livro Urtigas, de Carneiro Vilela. Além da biblioteca, uma sala de estudos com capacidade para 50 pessoas permanece aberta aos visitantes e disponibiliza edições diárias de jornais de Pernambuco e Portugal. O Gabinete também promove conferências, comemorações, solenidades, seminários, apresentações musicais, exposição de livros, fotografias, pinturas, cursos e projeções cinematográficas portuguesas.

Serviço:

Endereço: Rua Imperador Dom Pedro II, 290, Bairro de Santo Antônio Horário: De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h Telefone: 81 3224.2002 Entrada gratuita. Site: http://www.gplpe.com.br


Museu do Homem do Nordeste É numa grande área verde no meio da agitada Avenida Dezessete de Agosto onde se localiza o Museu do Homem do Nordeste (Muhne). Órgão federal vinculado à Fundação Joaquim Nabuco e ao Ministério da Educação, o espaço leva consigo a importante missão de preservar e difundir o patrimônio cultural do Nordeste, assim como contribuir para a inclusão social e o fortalecimento da identidade cultural do povo brasileiro. Fundado em 1979 pela fusão dos acervos do Museu de Antropologia (1961-1978), Museu de Arte Popular (1955-1978) e Museu do Açúcar (1963-1978), o Muhne estimula reflexões sobre os modos como as pessoas pensam sobre sua própria identidade e outras identidades constitutivas da sociedade brasilei-

ra contemporânea, já que contempla tanto a história da aristocracia açucareira, quanto do homem comum da região. O Museu do Homem do Nordeste reúne acervos que narram sobre a pluralidade das culturas negras, indígenas e brancas desde nossas origens até hoje e são suporte para exposições etnográficas, exposições de arte e ações educativas. No Muhne é possível encontrar objetos indígenas, materiais utilizados em construções rurais no século XVII e XIX e obras do grande Mestre Vitalino e de outros ceramistas como Severino de Tracunhaém e Zé Rodrigues. No acervo, há ainda registros históricos do maracatu de Dona Santa, itens da cultura popular e uma valiosa coleção de açucareiros, louças brasonadas, medalhas holandesas e várias outras peças que documentam a história do açúcar e do Nordeste.

Comprometido com uma museologia social, as exposições são acompanhadas por atividades educativas, debates, seminários e outras ações focadas em contribuir para o reconhecimento da diversidade cultural e a possibilidade de superação das desigualdades sociais. Além disso, o Museu do Homem do Nordeste também desenvolve estudos, pesquisa, preservação e divulgação do patrimônio sociocultural do homem nordestino.

Serviço:

Endereço: Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte, Recife - PE, 52061-540 Telefone: 81 3073.6340 Horário: Terça a sexta, das 8h30 às 17h; sábados e domingos, das 13h às 17h Site: www.fundaj.gov.br Entrada gratuita.

Entrada do Museu do Homem do Nordeste. 2019

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Mundo Animal

O incansável trabalho das minhocas Há quem tenha nojo ou medo delas – o que não se justifica, afinal são seres inofensivos e até bastante higiênicos. Minhocas não enxergam, não ouvem, não mordem, não fazem barulho, mas sua existência, por incrível que pareça, tem grande impacto na natureza e na vida dos seres humanos. Se você não tinha ideia disso, agora é sua chance de descobrir por que esses seres aparentemente estranhos são tão especiais.

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A

s minhocas surgiram na Terra há cerca de 500 milhões de anos e têm quase tantas utilidades quanto a variedade de suas espécies: até hoje foram cerca de 500 tipos classificados por cientistas. Algumas são gigantescas como a Megascolides australis, que pode alcançar dois metros de comprimento e ser ouvida na superfície enquanto escava seus túneis; outras não se limitam a cavoucar a terra, caso da europeia Lumbricus terrestris, que consegue furar até concreto, causando prejuízo em construções e barragens. Consideradas vermes anelídeos, as minhocas têm o corpo dividido em forma de anéis. Dependendo da espécie, chegam a viver 16 anos, mas a média é apenas quatro. São seres hermafroditas (ao mesmo tempo, macho e fêmea), mas a maioria precisa de um par para poder procriar. Geralmente, as minhocas estão prontas para se reproduzir a partir dos seis meses de vida e, a cada dois meses, a população de um criatório tem capacidade de se duplicar. Se não fossem tão benéficas à natureza, seriam consideradas, portanto, uma praga.

toneladas de solo, a cada mil metros quadrados. Ao mesmo tempo em que “limpam” o ambiente, constroem canais e galerias no solo que ajudam a evitar encharcamento, compactamento e erosão, e criam passagens para facilitar o tráfego do ar, da água e das raízes das plantas. Esse “trabalho” é essencial para a agricultura, uma vez que as minhocas influenciam tanto nas características físicas, químicas e biológicas do solo, que muitas vezes dispensam o uso de fertilizantes artificiais. Na natureza, a formação de húmus (matéria orgânica depositada no solo, resultante da decomposição de animais e plantas mortas) é demorada, mas com a ajuda desses bichinhos, o processo se acelera. Pesquisas mostram que a minhoca devolve à terra cinco vezes e meia mais azoto, duas vezes mais cálcio, duas vezes e meia mais magnésio, sete vezes mais fósforo e onze vezes mais potássio do que havia originalmente no solo com o qual se alimentou. Outra contribuição das minhocas ao ecossistema é o fato de serem consideradas excelentes indicadores da qualidade do meio ambiente, pois sua presença, abundância e diversidade estão relacionadas às boas condições ambientais, enquanto sua ausência pode indicar danos ou contaminação do habitat. Existem minhocas no mundo inteiro, com exceção dos desertos, áreas glaciais e terrenos muito quentes ou ácidos.

Mas, afinal, qual o papel desses bichinhos na natureza? Minhocas se alimentam de diversos tipos de vegetação e restos de organismos de animais mortos, “limpando” o ambiente. Elas preferem comer as partes moles das folhas e os resíduos mais ricos em nitrogênio e cálcio. Durante esse processo, ingerem solo, aproveitam todos os nutrientes e depois eliminam essa terra processada fertilizada.

Criação de minhocas

Cerca de 60% do que a minhoca come volta ao meio ambiente. É assim que chegam a reciclar, ao ano, até cinco

Apesar de ter seus benefícios conhecidos há milhares de anos – no Egito Antigo eram consideradas sagradas 2019

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Mundo Animal Foto: Alcione Ferreira

Restos de frutas, verduras e folhas são reaproveitadas e recebem a ação das minhocas no processo de compostagem.

As minhocas são consideradas excelentes indicadores da qualidade do meio ambiente, pois sua presença, abundância e diversidade estão relacionadas às boas condições ambientais, enquanto sua ausência pode indicar danos ou contaminação do habitat.

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e protegidas por lei –, as minhocas só passaram a ser criadas com finalidade prioritariamente agrária após a década de 1940, nos Estados Unidos, quando Thomas Barret começou a criar os bichinhos em cativeiro. A técnica chegou ao Brasil em 1983 pelas mãos de Lino Morganti, que trouxe exemplares da Itália para instalar em uma propriedade em Itu, no interior de São Paulo. “Só uma espécie, a Eisenia fetida, mais conhecida como Vermelha da Califórnia, aclimatou-se bem ao cativeiro”, explica Fátima Gonçalves, chefe do setor de Gestão Ambiental do Centro de Abastecimento de Logística de Pernambuco (Ceasa-PE) e especialista em aproveitamento de resíduos orgânicos. Ex-pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Fátima é a maior autoridade no assunto em

Pernambuco e vem estudando as minhocas há quase 30 anos, dando consultoria sobre minhocas e minhocários. Ela rememora que houve um boom na criação de minhocas a partir dos anos 1990, e isso também chegou a Pernambuco, onde vêm sendo comercializados tanto o húmus como os próprios bichinhos. Se você ficou curioso para saber mais sobre o assunto, uma dica é procurar o IPA. O Instituto oferece cursos gratuitos sobre criação de minhocas por meio do programa Horta em Todo Canto, que inclui aulas teóricas e práticas de cultivo. “Ensinamos a criar utilizando depósitos caseiros, como caixa d’água, e também a construir um minhocário mais profissional”, diz Fátima. No IPA, são doadas pequenas amostras que possibilitam que os participantes do curso possam dar o pontapé inicial em sua própria criação.


Vamos criar minhocas?

Criar minhocas para ter húmus natural em casa é algo muito simples. Veja abaixo as dicas de como fazer seu próprio minhocário:

Onde criar? Uma pequena composteira pode ser instalada num balde com tampa ou numa caixa d’água comum no quintal, varanda ou até na cozinha. É importante que o criatório fique num espaço sombreado, silencioso e ventilado, protegido da luz e de animais como pássaros e insetos.

Do que se alimentam? As minhocas comem restos de alimentos como frutas, verduras cruas e borra de café. Deve-se evitar carne, peixe e marisco; alimentos cozidos ou fritos; temperados com vinagre, azeite e óleo; e comidas cítricas (como laranja e limão). Já alface e coentro são afrodisíacos para elas.

Quanto comem? Cada minhoca pesa cerca de um grama. São vorazes, chegando a comer de duas a três vezes o próprio peso a cada dia. Então, para calcular a quantidade certa, se no minhocário vivem 50 bichinhos, o máximo que se pode colocar de comida é 150g de lixo orgânico – e só repor quando notar que o alimento já está acabando.

Faça certo O grande segredo de um minhocário bem sucedido é controlar a umidade (para que a minhoca, que respira através da pele, não morra afogada) e a quantidade de comida (se for excessiva, pode fermentar e aumentar muito a temperatura).

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Mundo Animal

Curiosidades 02 01

Minhocas também vêm sendo usadas em alguns países para transformar o excremento dos esgotos em adubo: ao contrário das fezes humanas, as da minhoca não têm cheiro.

As minhocas ajudam a preservar a memória das civilizações humanas porque, em seu movimento no solo, acabam enterrando os objetos que encontram como moedas e outras peças. O cientista Charles Darwin agradeceu aos pequenos vermes, em 1881, no livro A formação do solo pela ação das minhocas.

03 Os bichinhos servem de base para a produção de remédios. Cientistas japoneses conseguiram isolar uma enzima, a lumbroquinase, que está sendo testada no tratamento do câncer de próstata e é retirada da minhoca Lumbricus rubellus.

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Por serem bioacumuladores de metais pesados, as minhocas são utilizadas em algumas indústrias para filtrar cromo, cobre e outros resíduos, evitando que sejam liberados para o meio ambiente.

Minhocas podem servir de alimento (e têm sido incluídas em cardápios na França, na China e até no Brasil). Na China, a sopa de minhoca é uma comida popular, servida tanto em feirinhas típicas como em restaurantes chiques.

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Passatempos

Quiz Acesse o QUIZ neste link: www.fachesf.com.br/conexao/c25/quiz/

DATA PARA ENVIO DO QUIZ: 20 de maio

1) Em qual destes museus é possível ver cartas trocadas entre os pintores Portinari e Giacometti? Museu da Abolição Sinagoga Kahal Zur Israel Museu Murillo La Greca Museu do Homem do Nordeste 2) Segundo dados da OMS (2017), quantas pessoas sofrem de depressão em todo o mundo? Mais de 300 milhões Mais de 11 milhões Mais de 300 mil Cerca de 150 milhões 3) Quais os quatro institutos possíveis aos Participantes que se desligam da Patrocinadora?

Deposite este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na Sede da Fundação, ou entregue-o na Agência Fachesf mais próxima. Se preferir, o Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br.

Benefício Proporcional Diferido, Portabilidade, Resgate de Reserva e Investimento do Saldo Benefício Proporcional Diferido, Portabilidade, Resgate de Reserva e Autopatrocínio Benefício Proporcional Indireto, Portabilidade, Resgate de Reserva e Autopatrocínio Benefício Proporcional Complementar, Portabilidade, Resgate de Reserva e Autopatrocínio

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Passatempos

Quiz 4) A troca de lâmpadas de LED em dois cômodos da casa, contemplando 13 pontos de iluminação, pode gerar uma economia de: Até R$ 8.000 por ano Até R$ 80 por ano Até R$ 1.800 por ano Até R$ 800 por ano 5) Qual o objetivo do Clube Realize Mais? Incentivar o consumo Promover integração entre os Participantes Proporcionar aos Participantes acesso a condições especiais, como preços mais competitivos e promoções exclusivas Nenhuma das alternativas 6) Quem escreveu o livro A formação do solo pela ação das minhocas, no qual agradeceu às minhocas por sua atuação para o planeta?

8) Segundo Elizabete Silva, cuidar das finanças é, acima de tudo, um: Comportamento diário Compromisso com a Fachesf Comportamento essencial Gesto pessoal 9) Nessa 25º edição da revista Conexão Fachesf, qual a matéria que você mais gostou?

10) O que você achou desta edição da revista? Ótima Boa Regular Ruim Por quê?

Machado de Assis Charles Darwin Manoel de Barros Stephen Hawking 7) Qual o curso de mestrado realizado pelo Participante Marcello Pedrosa, em paralelo à sua atuação na área de Tecnologia da Fachesf? Tecnologia da Comunicação Medição em Governança Eficiente Tecnologia da Medição Ágil Medição em Governança Ágil

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11) Quais temas você gostaria de indicar para a próxima edição?


Passatempos

Caça-palavras Acesse o caça-palavras neste link: www.fachesf.com.br/conexao/c25/cpalavras/

Realize Mais:

um clube de descontos e benefícios O Clube Realize Mais é uma plataforma 100% DIGITAL pela qual os Partipantes e seus beneficiários podem obter DESCONTOS e outras VANTAGENS de forma rápida e direta. A utilização é simples e não exige muito conhecimento em TECNOLOGIA. Basta um acesso à internet para navegar nas mais de 300 opções de lojas online e físicas espalhadas pela região metropolitana do RECIFE (PE), cidade que concentra o maior número de PARTICIPANTES. Os serviços e produtos disponibilizados no CLUBE estão distribuídos nas seguintes CATEGORIAS: Alimentação, Bem-estar e Beleza, SAÚDE, Compras, EDUCAÇÃO, Entretenimento, ESPORTES, Infanto-Juvenil, Pets, SERVIÇOS, Viagem e Turismo. Para começar a usar o Realize Mais, basta baixar o APLICATIVO, preencher um CADASTRO e se preparar para fechar bons NEGÓCIOS.

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