Conexão Fachesf nº 22

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Aposentadoria ao redor do mundo Entenda como funciona o sistema de previdência de diversos países

Ponto de vista Uma entrevista com o diretor Luiz da Penha

No Consultório Os benefícios da meditação para o corpo e a mente

Seu Dinheiro Internet: uma aliada da educação financeira 2017

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Especial

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A aposentadoria ao redor do mundo

Ponto de Vista

Foco no Participante

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Deixou Saudade

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Mundo Animal

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Passatempos

As armadilhas do resgate da reserva

No Consultório

Por que os planos de saúde aumentam?

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Como a Internet pode ajudar o seu bolso

Educação Previdenciária

Fachesf-Saúde

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Entrevista com Luiz da Penha

Seu Dinheiro

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Meditação: saúde para o corpo e a mente

Sob os cuidados de Amparo

Rubro-negro da cabeças aos pés

A vida por trás das grades

Quiz , Caça-palavras e Martinha

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Expediente

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional Produção

[Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Redação] Maria Eduarda Andrade [Produção e fotos] Dayse Brito [Estagiária de Jornalismo] Giselle Cahú

Comissão de Pauta

Laura Lima, Nathalia Duprat, Jeane Oliveira, Wanessa Cysneiros, Anita Telles e Isabel Tavares.

Colaboraram nesta edição

Mariana Mesquita (No Consultório); Rene Ruschel (Fachesf-Saúde); Naide Nóbrega (Especial e Seu Dinheiro); Giselle Cahú, estagiária de jornalismo (Mundo Animal).

[Ilustrações] Raul Souza (capa, p. 06-11), Roger Vieira (p. 16-23), Silvino (p. 25-30), Leandro Lima (p. 32-39), Morgan Manginelli (p. 41-44, 50-53, 54-57). [Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Provisual [Projeto Gráfico] Corisco Design

[Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 3412.7509

Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br

Helder Rocha Falcão Presidente Luiz da Penha Souza da Silva Diretor de Administração e Finanças Raimundo Jorge de Sousa Santos Diretor de Benefícios Edição 22 /Dezembro.2017

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Feliz ano novo

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e pudéssemos costurar as matérias desta edição da Conexão Fachesf e criar uma grande e colorida colcha de retalhos feitas de palavras e sentidos, nenhum outro fio condutor seria melhor do que o verbo em si. Explicamos: o verbo enquanto ação, gesto, algo que se move em direção a algum lugar (ainda que seja para dentro de nós mesmos) e com a intenção de transformar o que está ao redor. Nas páginas a seguir, quatro verbos constroem juntos histórias que aparentemente não se conectam, mas quando vistas sob tal perspectiva ganham um contorno que ressignifica a essência humana: planejar, respirar, amparar, libertar. Talvez você esteja se perguntando “o que isso tem a ver com você, Participante da Fachesf, ou como isso pode fazer diferença nos seus projetos para o presente e para o futuro?”

A resposta? Porque precisamos aprender a planejar o amanhã, a aposentadoria, o controle do orçamento do início ao fim do mês. Aprender a respirar profundamente e fazer da meditação uma aliada do corpo e da mente. Aprender a amparar as pessoas que nos cercam e dar a mão a quem precisa de ajuda. Aprender a libertar o mundo de práticas de exploração que produzem sofrimento e dor. Aprender a (sobre) viver em paz e com a certeza de que a felicidade passa pelo exercício diário da gratidão. É sobre isso que, direta ou indiretamente, falam as matérias, reportagens, artigos e depoimentos desta edição; do desejo de uma busca incessante e incansável por um ponto claro de equilíbrio de onde seja possível vivenciar o bem-estar em plenitude. Afinal, não é esse o desejo universal de

cada indivíduo, ainda que variem seus anseios, prioridades e valores? Estamos caminhando para o fim de mais um ano, tempo em que ciclos se fecham e se renovam, abrindo portas para novas empreitadas e sonhos. Que estejamos todos, portanto, conscientes do momento e abertos a olhar para frente não sem medo (essencial para controlar riscos e alturas), mas também com esperança e disposição para tomar as rédeas dos nossos verbos particulares e sermos protagonistas disso que chamamos de vida. Feliz ano novo que se aproxima.

Laura Lima Editora Geral

Nathalia Duprat Editora Executiva

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Especial

Participantes que entraram na Fachesf desde sua criação contam como viam a Fundação no passado e como veem a entidade hoje, 45 anos depois.

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A aposentadoria ao redor do

mundo

Você sabe como funciona o sistema de previdência em outras partes do mundo? Como os trabalhadores se preparam para a aposentadoria? A Conexão Fachesf mergulhou no sistema de diversos países para entender as diferenças e semelhanças na forma como o benefício é oferecido. No bloco das Américas, Canadá, Chile e Estados Unidos vivenciam realidades diversas entre si. Já nos países mais avançados da Europa, o aumento na expectativa de vida da população tem sido motivo de reflexões e debates para tentar nortear futuros pilares que garantam uma aposentadoria tranquila para os trabalhadores.

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Especial

Canadá O sistema do Canadá se baseia no CPP (Canada Pension Plan), um plano de previdência administrado pelo governo. A idade mínima para se aposentar no país é de 65 anos e o benefício varia de acordo com o valor e o tempo que o cidadão contribuiu, sendo a taxa descontada diretamente de seu salário mensal. Além disso, também existem dois modelos possíveis de previdência privada: a Tax-Free Savings Account (TFSA) e o Registered Retirement Saving Plan (RRSP). De acordo com o Statistcs Canada, cerca de 60% de toda a população maior de idade tem algum tipo de investimento programado para a velhice. Para aderir a um dos planos de previdência privada, o contribuinte precisa ter mais de 18 anos.

Estados Unidos Nos Estados Unidos, o governo oferece serviços básicos limitados e transfere ao setor privado e aos indivíduos a cobertura dos serviços sociais. A idade mínima para a aposentadoria, que era de 65 anos em 2014, subirá gradativamente para 67 até 2022. A elegibilidade para o benefício depende do número de anos de contribuição, sendo necessário o mínimo de 10 anos. Segundo dados da Administração de Seguridade Social, é possível antecipar a aposentadoria para 62 anos (com recebimento do valor parcial) ou adiar até os 70 anos (com acréscimo no benefício). Há pesquisas que indicam 8·

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um grande aumento da população idosa no país até 2036, o que tem feito o governo incentivar ainda mais o investimento em planos de previdência privada. Historicamente, os Estados Unidos sempre tiveram uma forte cultura da poupança privada e do planejamento para a aposentadoria. Porém, esse cenário vem mudado. Os jovens, antes acostumados a poupar para o futuro pós-laboral desde que entravam no mercado de trabalho, agora têm de arcar com um peso importante: a dívida contraída para custear os estudos universitários num momento em que o mercado de trabalho também não tem oferecido grandes oportunidades.

Chile O sistema de previdência chileno é baseado na poupança e capitalização individuais. No país, os cidadãos são donos das suas economias e cabe a eles a responsabilidade de preocupar-se com a sua aposentadoria, mesmo que o estado continue garantindo a pensão mínima para a população de baixa renda. Os trabalhadores contribuem obrigatoriamente com, ao menos, 10% do salário, por no mínimo 20 anos, e os autônomos o fazem de forma voluntária. Cada indivíduo pode escolher administradoras privadas para gerenciar sua reserva de poupança e decidir a modalidade de pagamento. No momento de se aposentar, o valor da renda é calculado com base na poupança individual.


Austrália A Austrália tem um sistema de capitalização individual igual ao do Chile, mas com variações que garantem melhores pensões. Os empregadores cotizam 9% do salário dos empregados e esse montante se soma aos aportes voluntários dos beneficiários e às contribuições a um fundo concedido pelo estado. O governo garante que os benefícios dos aposentados não sejam menores que os que receberiam pelo sistema estatal anterior ao atual, também conhecido como Super. As pensões mínimas são de 1.000 dólares mensais. Uma curiosidade é que o governo premia os empregados de baixa renda que são afiliados a um fundo de pensão com um dólar a cada dólar aportado pelo participante (até o limite de U$ 1.000 por pessoa).

Alemanha Em 2004, os alemães introduziram em seu sistema de seguridade social o fator sustentabilidade. A medida teve como objetivo ajustar as pensões públicas para gerar um equilíbrio entre as taxas de participantes ativos e o número de assistidos, além de reforçar o sistema de previdência complementar privada. A partir de então, o governo passou a obrigar as empresas e seus trabalhadores a destinarem 4% da sua cotização para um fundo privado. As companhias alemãs oferecem até cinco tipos de planos de pensão. Há desde opções em que os empregadores se comprometem a pagar benefícios sob seu próprio gerencia-

mento até os planos que funcionam como forma de seguro direto para o trabalhador. A idade para a aposentadoria é de 65 anos e dois meses, com mínimo de cinco anos de contribuição. Até 2022, esse patamar será elevado para 67 anos.

Dinamarca O sistema de aposentadoria da Dinamarca, considerado por especialista como um dos melhores do mundo, combina benefícios pagos pelo Estado com sistemas de previdência obrigatórios entre empresas e funcionários. No país, não há tempo mínimo de contribuição, mas o valor do benefício leva em conta os anos de pagamento no mercado de trabalho. Entre os anos de 2024 e 2027, a idade mínima migrará de 65 anos para 67 anos de idade ao ritmo de seis meses por ano. Embora viva num país onde o sistema de previdência complementar funciona, o dinamarquês demonstra pouca educação financeira. Pesquisas recentes evidenciaram que um número considerável de poupadores não sabe sequer que tipo de plano de aposentadoria possui.

Espanha O sistema previdenciário espanhol é garantido apenas pelas cotizações dos contribuintes, mas há discussões sobre uma eventual futura obrigatoriedade de um segundo pilar que garanta as pensões dos atuais contribuintes. O ano de 2016 foi o quinto consecutivo no qual os 2017

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Especial fundos de pensão da Espanha registraram aumento em seu volume de ativos, o que levou o patrimônio desses produtos financeiros a uma economia de cerca de 107 milhões de euros ao final do exercício – foram 2,2% a mais que no ano anterior, uma máxima considerada histórica. O país aprovou recentemente aumento da idade mínima, que passou de 65 para 67 anos, com a alteração sendo feita entre 2013 e 2027. Em 2017, é possível se aposentar aos 65 tendo cumprido 36 anos e 3 meses de contribuição.

França Todos os trabalhadores franceses beneficiam-se de um regime de aposentadoria complementar obrigatória. Esse montante se junta à aposentadoria de base e constitui uma aposentadoria global. Todos os meses, os assalariados e os empregadores são obrigados a depositar as cotizações salariais e patronais nas caixas de aposentadoria complementar que são a Arrco, para trabalhadores em geral, e a Agirc, para trabalhadores com níveis salariais mais altos. Há ainda uma terceira Caixa, a Ircantec, voltada aos empregados do serviço público e membros do governo. Em 2010, a França realizou uma reforma no sistema de previdência, que incorporou, em 2017, idade mínima entre 60 e 62 anos, dependendo do ano de nascimento do contribuinte. No entanto, nesses casos, o valor do benefício é parcial. Para obter o valor integral, a idade 10 ·

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mínima passará de 65 para 67 até o ano de 2022.

Holanda O desenvolvido sistema de aposentadoria holandês garante uma boa segurança para que o cidadão usufrua sua velhice com qualidade de vida. Embora exista um sistema público que assegura aposentadoria mínima de 1.500 euros (salário básico holandês), o maior peso está na previdência complementar com vínculo empregatício e livre portabilidade, que hoje representa 58,9% dos benefícios. Além disso, 92% dos trabalhadores estão cobertos por algum plano privado. Atualmente, a aposentadoria começa a ser concedida aos 65 anos. No entanto, em função de ajustes do governo para se ajustar à expectativa de vida atual do holandês, a partir de 2021, o benefício só será concedido aos 67 anos.

Portugal O cidadão português conta, principalmente, com a previdência pública. O segundo pilar existente é fruto de contratações coletivas ou acordos com trabalhadores de determinadas empresas/setores, mas ainda com pouca expressão nacional. Em sua grande maioria, são fundos fechados, regulados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, órgão ligado ao governo federal. A idade mínima para aposentadoria no país é 66 anos com no mínimo 15


de contribuição. No entanto, indivíduos acima de 65 anos que permanecem trabalhando têm diminuição da contribuição previdenciária.

Suécia Nos anos 1990, a Suécia passou por uma profunda reforma na seguridade social e transformou seu sistema de previdência. Além da proteção social, o novo formato ganhou um pilar de previdência complementar com a instituição de contas individuais para as quais cada trabalhador destina, de maneira obrigatória, cerca de 18% do seu salário anual. Essa verba que se acumula nas contas públicas é investida em planos privados de aposentadoria para os trabalhadores, que podem escolher onde alocar sua conta individual. Cerca de 60% dos trabalhadores preferem que sua reserva seja destinada ao fundo administrado pelo estado, no qual eles não decidem os investimentos que são feitos – papel desempenhado pelos próprios gestores públicos. A média de pensão na Suécia é de 1.000 dólares.

Suíça O sistema previdenciário da Suíça possui três pilares: 1) Fundo de pensão estatal; 2) Fundos de pensão profissionais e seguro contra acidentes; 3) Planos privados. O fundo estatal é formado por três tipos de seguros: o Seguro de Velhice e Previdência, o Seguro Invalidez e o Seguro Desemprego, sendo os dois primeiros obrigatórios para todos os residentes no país. Já os planos

de pensões profissionais e seguro contra acidentes engloba, automaticamente, empregados com renda anual entre 25 mil e 75 mil francos suíços – o que corresponde, aproximadamente, a 70% dos trabalhadores do país. O terceiro pilar (fundos privados) envolve uma decisão particular que os cidadãos podem tomar para ajudar a completar o restante dos rendimentos não cobertos pelos dois primeiros pilares. Esse sistema é protegido por lei e muitas vezes oferece vantagens fiscais.

Japão Em 2004, a previdência pública japonesa passou por uma grande reforma e a indexação à inflação foi introduzida para permitir ao sistema de aposentadoria a adaptação às constantes oscilações econômicas do país. Atualmente, o maior fundo de pensão do mundo é japonês: o Fundo de Investimento de Pensão do Governo Japonês (Government Pension Investment Fund – GPIF), que acumulava, em 2013, cerca de 1,2 trilhão de dólares. A idade mínima para a aposentadoria, tanto para homens como para mulheres, é de 65 anos, e o tempo de contribuição é de 40 anos. O desenvolvimento demográfico do Japão é um grande desafio para a previdência, pois o país tem um dos mais rápidos envelhecimentos populacionais (a expectativa de vida é de 83,6 anos) e já é considerada a sociedade mais idosa do mundo. 2017

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Ponto de Vista

“Temos boas expectativas e também grandes desafios” ENTREVISTADO

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Luiz da Penha

urante 16 anos, Luiz da Penha Souza da Silva respondeu pela Gerência de Investimentos da Fachesf. Em sua gestão, a Fundação teve um excelente desempenho em seus resultados e conquistou grandes avanços na área. Em dezembro de 2016, o engenheiro eletricista assumiu um novo desafio: passou a ocupar o cargo de Diretor de Administração e Finanças da Fachesf. Luiz da Penha é o primeiro funcionário do quadro próprio da entidade a receber esse convite. Nesta entrevista para a

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Conexão Fachesf, ele conta como tem sido essa experiência, fala dos cenários presente e futuro da Previdência Complementar e comenta a evolução da Fachesf nos últimos 45 anos. Luiz da Penha é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande, possui especializações em Engenharia de Sistemas Elétricos de Potência, Finanças Empresariais e é mestre em Economia na área de Investimentos & Empresas, além de ter outas formações complementares no segmento de fundos de pensão.


Conexão Fachesf. O senhor é o primeiro diretor da Fachesf que veio do quadro de empregados da Fundação. Como tem sido essa experiência? Luiz da Penha. A experiência tem sido boa e desafiadora. O empregado que se torna diretor em qualquer empresa provavelmente já passou por cargos gerenciais e tem um certo conhecimento da empresa, pelo menos em suas áreas de atuação. Esse foi o meu caso na Fachesf. Fui assessor de diretoria e gerente nas áreas econômicofinanceira e de investimentos. Nesses setores, as coisas fluem com facilidade, os processos são conhecidos e as melhorias podem ser implementadas com mais facilidade. A novidade dentro da minha diretoria foi assumir a parte administrativa, que toma um bom tempo, mas nada que não possa ser tocado com a agilidade que o trabalho

requer. Para isso, contamos com os gerentes e assessoria, que respondem pelo dia a dia das áreas. O papel do diretor é orientá-los e buscar as condições necessárias para execução dos processos. É como se você estivesse dirigindo em uma estrada à noite: tem que saber a hora de baixar o farol e a hora de acionar a luz alta. Qualquer descuido nessas situações pode ser fatal. O desafio maior se encontra nas decisões em colegiado, que envolvem discussões em novas áreas, como saúde e benefícios. Quando você é empregado, existe a ideia de que a “diretoria poderia resolver e não resolve”. E agora? Sou diretor e a bola está comigo. A verdade é que concluímos que nem tudo é tão fácil de ser resolvido. Diversas variáveis precisam ser consideradas. Mas estamos vencendo etapas. Espero que outros empregados também possam trilhar esse caminho.

CF. Como é a rotina do diretor de Administração e Finanças de uma entidade de Previdência Complementar? LP. A rotina é bem dinâmica, pois o diretor tem de estar focado no todo. A preocupação principal é com o cumprimento da nossa missão de pagar benefícios até o último Participante ou dependente. Por isso, devemos ter foco na estratégia sem esquecer o lado operacional. Existem ainda as questões administrativas, que podem parecer menos importantes, mas que precisam ser tratadas e resolvidas. O dia a dia envolve reuniões, viagens, eventos institucionais e muito trabalho. O relacionamento com o mercado financeiro também é algo intenso e as solicitações de visitas e encontros para apresentação de produtos são frequentes. Procuramos atender dentro das nossas possibilidades de agenda,

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Ponto de Vista investimentos. Haverá uma grande inovação nessa área.

mas nem sempre é possível, então priorizamos o que é mais importante. O volume de informações cresce a cada dia e precisamos selecionar o que é relevante para a Fundação. CF. A instabilidade do cenário econômico do Brasil tem afetado diversos segmentos do país. O que mudou para os fundos de pensão? LP. Os ciclos econômicos fazem parte do cenário e são acontecimentos normais em economia. A instabilidade, ainda que não desejada, é algo que acontece no Brasil e no mundo e temos de estar preparados para conviver com ela. Nos últimos 20 anos, a Fachesf assistiu a várias crises do mercado financeiro. Ainda que essas crises tenham afetado os resultados da Fundação, umas mais outras menos, no acumulado, ainda temos um desempenho bastante positivo. Muita coisa mudou, mas as maiores mudanças ainda estão por vir. E não estou falando de desenvolvimento tecnológico ou da evolução dos meios de comunicação. Refiro-me às transformações no processo de seleção de ativos, na realocação dos investimentos, na atividade dos analistas de

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A Fachesf, assim como os demais fundos de pensão no Brasil, tem uma elevada alocação em títulos públicos federais, que até então pagavam taxas de juros suficientes para superar as metas atuariais. Atualmente a taxa Selic, que é a taxa de juros básica da economia, está 7% ao ano. Se considerarmos uma inflação de 4,5% ao ano, restam 3%. Nossa meta atuarial é de 5,5%. Ou seja: título público não paga mais a conta. Temos de buscar outras alternativas de investimentos. Já estamos há algum tempo nos preparando para essa nova realidade e temos buscado a diversificação de ativos por meio de investimentos em participações, investimentos no exterior, entre outros. Isso é o que fazem os fundos de pensão no mundo inteiro, onde não há a segurança de títulos públicos com elevadas taxas de juros. O desafio é grande, mas vamos superá-lo.

fronteiras e passou também a investir no exterior. Isso é muito importante para a diversificação dos riscos. A regulamentação e a fiscalização estão mais exigentes e complexas; alguns vezes, até restritivas, chegando a dificultar a obtenção de melhores resultados. No entanto, reconhecemos a necessidade de uma regulação forte, dada a importância de proteção do patrimônio dos Participantes. As Entidades Fechadas de Previdência Complementar, assim como a Fachesf, já têm o seu código de autoregulação internamente. Para gerir os R$ 6,5 bilhões atuais, mantemos a mesma quantidade de pessoas na área de investimentos – o que significa que ganhamos em produtividade. A equipe acompanhou o desenvolvimento do mercado financeiro e evoluiu tecnicamente. Hoje o grupo é composto por analistas certificados na área de investimentos, todos com Pós graduação e alguns com mestrado.

CF. No ano do 45º aniversário da Fachesf, como o senhor vê a evolução da gestão financeira ao longo do tempo?

CF. Quais são as oportunidades de crescimento e expectativas da Fundação a curto, médio e longo prazo?

LP. A Fachesf evoluiu muito em todos os aspectos. De 2001 para cá, quando houve a implantação do Plano CD, nosso patrimônio saiu de pouco mais de R$ 600 milhões para em torno de R$ 6,5 bilhões. A gestão dos investimentos se sofisticou e hoje se fala mais em gestão dos riscos. A alocação dos recursos é feita com atenção às necessidades do passivo atuarial. É o que chamamos de casamento de ativos e passivos que, como todo casamento, não é perfeito e tem de ser bem administrado. Não basta, porém, ter patrimônio suficiente. Precisamos da liquidez necessária para o pagamento dos benefícios ao longo do tempo. A Fundação ultrapassou as

LP. Temos boas expectativas e também grandes desafios, tanto na área de previdência como de saúde, que são as duas grandes frentes de negócios da Fachesf. Como falei anteriormente, a Fundação administra um patrimônio consolidado em torno de R$ 6,5 bilhões em seus três planos previdenciários (BD, BS e CD) e de saúde (Fachesf-Saúde e Fachesf Saúde Mais – PIDV e PAE). Os Planos BD e BS são fechados para a entrada de novos Participantes e, portanto, tenderão a ser extintos em longo prazo. Esse fato não representa uma ameaça nem traz nenhum prejuízo, pois faz parte da regra de


um plano de previdência privada constituído em regime capitalização: primeiro vem a acumulação dos recursos decorrente das contribuições dos Participantes e da Patrocinadora e, em seguida, o consumo desses recursos quando se espera que sejam suficientes para pagamento dos benefícios até o último beneficiário. É diferente do regime de caixa em que a contribuição do empregado da ativa serve para pagar o benefício do aposentado, a exemplo do INSS. Ao longo dos últimos anos, tem havido uma redução no quadro de pessoal da Chesf e não há expectativa de reversão desse cenário. Portanto, se nada fosse feito, a Fachesf tenderia a ficar apenas com o Plano CD e sem perspectiva de crescimento enquanto instituição. Diante desse cenário, a Diretoria Executiva, com apoio do Conselho Deliberativo e da Patrocinadora Chesf, estabeleceu como prioridade no Planejamento Estratégico a expansão das áreas de negócios em previdência e saúde. Estamos em fase avançada de discussão para implantação de um plano de previdência que tem uma entidade de classe como instituidora. Nosso próximo passo é buscar também novas patrocinadoras na iniciativa privada. O Estatuto da Fundação, inclusive, já está atualizado para essa realidade. Na área de saúde, os estudos também já estão avançados para permitir a entrada de novos beneficiários e assim oxigenar a massa e assegurar mais perenidade ao Plano. CF. Como o senhor avalia a importância da educação financeira e previdenciária dos Participantes da Fundação? LP. A Educação Financeira e Previdenciária é um tema que tem ganhado uma crescente importância não

somente para os Participantes da Fachesf, mas para o público de forma geral. Os recursos financeiros, especialmente para o trabalhador assalariado, são cada vez mais limitados e assim precisam ser administrados da melhor forma possível. No Brasil e no mundo, a boa notícia do aumento da expectativa de vida das pessoas passou a demandar mais sacrifícios para o acúmulo de recursos que atenda às necessidades de uma aposentadoria digna. Os benefícios pagos pela Previdência Oficial do Brasil para quem está no mercado formal de trabalho não são suficientes para a manutenção do seu padrão de vida; além disso, encontra-se ameaçada pelo elevado valor do déficit, o que requer uma reforma que implicará em aumento da idade de aposentadoria dentre outras restrições. Assim fica cada vez mais evidente a necessidade do trabalhador cuidar da sua previdência privada.

No caso dos Participantes do Plano CD da Fachesf, isso significa buscar uma contribuição sempre eficiente. E quanto mais cedo a pessoa começa a poupar (o ideal é que seja ainda na adolescência), maior será o volume de recursos acumulado. O tempo é um forte aliado nessa conta dos juros acumulados que formam uma poupança de longo prazo. Para isso, precisamos ter consciência do verdadeiro sentido da poupança, que é deixar de gastar no presente aquilo será imprescindível no futuro. E uso o termo “imprescindível” porque também temos de viver o presente. Temos necessidades básicas, entre elas o lazer. Esse é, portanto, o desafio: poupar o suficiente; nem mais nem menos. E isso se faz com as práticas de Educação Financeira e Previdenciária que devem começar em casa, sendo ensinada pelos pais na infância e continuada na escola. Coisa para as próximas gerações.

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Seu Dinheiro

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Como a

Internet

pode ajudar

o seu bolso Contar com o apoio dos serviços oferecidos na internet já faz parte da rotina de milhares de pessoas em todo o mundo. Os adeptos garantem: o hábito pode fazer uma grande diferença nas contas no fim do mês.

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Seu Dinheiro

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uase todos os dias, a Participante Arlane Tavares da Silva, secretária da Superintendência de Manutenção da Chesf/SOM, consulta o site do seu banco para conferir as movimentações financeiras, gastos e previsões para o mês corrente. Ela também utiliza com frequência o aplicativo Previdência Fachesf e acompanha de perto o extrato do seu plano de previdência. E não é só: Arlane é usuária assídua de cursos online grátis e está sempre em busca de descontos e oportunidades disponíveis na rede que lhe ajudem a economizar tempo e dinheiro. Arlane não está sozinha. Milhares de pessoas em todo o mundo fazem da tecnologia uma importante aliada para controlar despesas e diminuir o impacto no bolso. Segundo Juliana Basto Diniz, diretora geral da Unidade Acadêmica de Educação à Distância e Tecnologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o aproveitamento das ferramentas online para gastar menos e poupar mais é um caminho sem volta e está alinhado ao que acontece em todos os setores da sociedade atual. “Por meio de blogs, sites, aplicativos e mídias sociais, a internet abriu as portas para novas possibilidades e trouxe soluções para a palma da mão dos usuários nos celulares e tablets. De Foto: arquivo pessoal

Por meio de blogs, sites, aplicativos e mídias sociais, a internet abriu as portas para novas possibilidades e trouxe soluções para a palma da mão dos usuários. Juliana Diniz Diretora Geral EAD-UFRPE 18 ·

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Foto: arquivo pessoal

Arlane Tavares Participante Fachesf uma forma ou de outra, isso chegaria ao controle financeiro”, explica. Hoje em dia, por exemplo, é possível falar com alguém em qualquer parte do mundo sem gastar quantias enormes de dinheiro. Tudo facilitado pela rede de dados e uma infinidade de aplicativos e programas que executam a operação de forma rápida e simples. Há 15 anos, essa realidade pareceria cena de algum filme futurista. A mesma lógica vale para sites de compras coletivas, empresas da web que oferecem pacotes turísticos diretamente com os prestadores de serviços locais e portais de alugueis de imóveis por temporada a preços bem mais em conta que os hotéis e pousadas tradicionais. “Há quem diga que o negócio do futuro é a venda de serviços. Na minha opinião, esse já é o negócio do presente. Empresas e organizações oferecem, dentre outros, serviços de transporte, saúde e educação, e, na maioria das vezes, não precisam nem investir em infraestrutura física e atendimento presencial a clientes, mas em softwares, equipe de colaboradores online e data center. Quem ganha com isso é o consumidor, que poupa tempo e dinheiro sem sair de casa ou do trabalho. Para a saúde


financeira da família, isso não tem preço”, diz Juliana Diniz.

Participo de promoções de empresas aéreas, faço avaliações em sites de reservas de hotéis para ganhar pontos de milhagem e outros recursos.

A tecnologia a favor do bolso Outro Participante que utiliza a internet como parceira da saúde financeira é Emmanuel Dantas, engenheiro eletricista do Núcleo de Operação da Divisão Regional de Manutenção da Transmissão de Milagres/DORFM. Ele utiliza regularmente o aplicativo do seu banco para acompanhar suas contas e controlar melhor o uso de seus recursos. “Antigamente, o sistema servia apenas para realizar transações financeiras. Hoje, porém, o app permite identificar perfis de consumo e mapear despesas com alimentação, transporte, moradia e comunicação. Com isso, todos os gastos são separados por categorias, o que me dá a possibilidade de gerar relatórios gráficos e mostrar como meu dinheiro é gasto”, diz o engenheiro. O Participante Diogo Miranda, contador do Departamento de Tesouraria da Chesf/DFET, engrossa o cordão dos que utilizam a internet para otimizar suas finanças, principalmente no que se refere a compras e viagens. “Participo de promoções de empresas aéreas, faço avaliações em sites de reservas

Emmanuel Dantas Participante Fachesf

Diogo Miranda Participante Fachesf de hotéis para ganhar pontos de milhagem e outros recursos. Já viajei bastante pagando apenas a taxa de embarque”, conta. Diogo também acessa diariamente páginas que fornecem informações sobre investimento e, antes de qualquer aquisição (mesmo em lojas físicas), consulta sites de comparação de preços. “Uma boa dica é utilizar aplicativos de busca de passagens aéreas que acompanham os preços de destinos de interesse do usuário e emitem alertas quando surgem preços mais baixos. Essa é uma boa maneira de viajar mais gastando menos”, compartilha. Apesar das excelentes oportunidades que se pode encontrar na rede, prudência é fundamental para não cair em armadilhas digitais. “Há infinitas e imperdíveis possibilidades de descontos nas ferramentas online. Porém, se não houver cautela, isso pode ser um revés para a saúde financeira, uma vez que a pessoa começa a comprar coisas que não precisa pelo simples fato de estar em promoção. É necessário ter um bom controle pessoal para evitar que essa chuva de ofertas não vire uma tempestade de descontrole financeiro”, alerta o chesfiano Emmanuel Dantas. O cuidado não para por aí: antes de tomar a decisão de fechar qualquer negócio online, o usuário 2017

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Seu Dinheiro deve pesquisar a confiabilidade do site e ler com atenção as avaliações de pessoas que tiveram a mesma experiência de compra.

Educação financeira online A consultora Ana Claudia Leoni, que atua na área financeira há mais de 20 anos e é conselheira da Associação Brasileira de Educação Financeira (AEFBrasil), diz que a economia online vai além das oportunidades de consumo e lembra do poder da educação financeira gratuita disponível na internet: “Há muitas formas de ajudar as finanças pessoais utilizando a internet e uma das principais é a educação, que fomenta os bons hábitos”. Nessa seara, o usuário pode encontrar infinitas possibilidades. Há uma gama enorme de aplicativos, sites e perfis nas mídias sociais que produzem conteúdo de qualidade, a exemplo da página Realize – Fachesf (ver página ao lado). O Participante João Liberato é um exemplo de usuário que vai além dos descontos disponíveis nas compras virtuais. Aos 77 anos, o aposentado explora diversas possibilidades de recursos digitais, todos focados em tentar aumentar a renda que possui. Foto: divulgação

Há muitas formas de ajudar as finanças pessoais utilizando a internet e uma das principais é a educação, que fomenta os bons hábitos. Ana Cláudia Leoni Consultora 20 ·

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João Liberato Participante Fachesf “O dinheiro já está tão curto, que você tem que dar um jeito inteligente para que chegue ao final do mês”, diz. Para lhe auxiliar nessa tarefa, João Liberato utiliza o aplicativo do seu banco para smartphone, acompanha diariamente seu extrato e realiza transferências sem precisar se deslocar até a agência. Ele também monitora investimentos por meio de um app financeiro específico e visita com frequência a fanpage da Fachesf para receber informações sobre como agir de forma consciente financeiramente. A internet pode, enfim, ser uma grande aliada no cuidado dos recursos, porém, o mais importante disso tudo é a forma como cada um encara sua vida financeira e o que faz para realizar os planos projetados para o presente e o futuro. “Ferramentas são apenas ferramentas. A atitude é o que faz a diferença”, conclui Ana Claudia Leoni. Ou, como se diz nas redes sociais: #Fica_a_dica.


As ferramentas online

da Fundação

Site da Fachesf Plataforma completa para informação dos seus Participantes. No portal, é possível fazer simulações do Plano CD e INSS, solicitar reembolsos de educação, acompanhar extrato dos planos de previdência, acessar dados dos planos de saúde, pesquisar rede credenciada de médicos, abrir chamados na Ouvidoria etc. O Participante também pode ler notícias e matérias em todos os canais eletrônicos de comunicação e entrar em contato com a Fundação pelo Fale Conosco. Acesse: www.fachesf.com.br TV Fachesf Plataforma de TV corporativa, exibe vídeos sobre educação financeira e previdenciária, entrevistas, histórias e depoimentos de Participantes, bastidores e outros temas de interesse dos Participantes. Pode ser acessada no site da Fachesf ou no canal da Fundação no Youtube. Aplicativos de Previdência e Saúde O aplicativo Previdência Fachesf dispõe de consultas ao contracheque (exclusivo para Assistidos), extrato dos planos de previdência, posição de empréstimo,

calendários, evolução das cotas do Plano CD, notícias e vídeos da TV Fachesf. O Participante também pode acessar o app exclusivo da Conexão Fachesf para ler a edição atual da revista e as anteriores. Já o aplicativo de Saúde oferece busca pela rede credenciada com geolocalização, informações sobre os planos e arquivo de receitas médicas. Todos os dispositivos são gratuitos e estão disponíveis para iOS e Android. Realize Fachesf – Facebook Com o advento das mídias sociais, a Fundação foi uma das pioneiras no segmento dos Fundos de Pensão e lançou, em dezembro de 2013, a fanpage Realize. A página traz uma nova forma de falar sobre finanças, previdência, economia, sustentabilidade e planejamento para o futuro. De forma lúdica e simples, oferece dicas, sugestões e alertas diários para quem curte refletir sobre essas questões. Acesse: www.facebook.com/fachesf.

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Seu Dinheiro

Clique e

economize Controle de contas, gastos e orçamentos

Confira algumas plataformas digitais gratuitas que te ajudam a gastar menos

GuiaBolso

Utilizado por mais de 5 milhões de pessoas no mundo, o aplicativo ajuda a controlar finanças e planejar despesas. Também possibilita rastrear a situação legal do CPF, criar orçamentos e acompanhar suas realizações.

Money Pro

O aplicativo permite programar pagamentos, planejar o orçamento e controlar as contas a vencer. Funciona tanto para finanças pessoais como para uso empresarial.

Minhas Economias

Aplicativo web ou mobile que proporciona ao usuário recursos para organizar contas pessoais e planejar orçamentos. Também é possível listar despesas por categorias ou utilizar o Gerenciador de Sonhos, que dá uma mãozinha na tarefa de poupar.

Viagens

Booking & tripadvisor

Pioneiras no mercado turístico, as duas empresas ajudam a encontrar opções mais econômicas nos destinos de viagem (hospedagem, passagens aéreas e pacotes). Também é válido analisar as avaliações dos hóspedes nos dois aplicativos e evitar o famoso barato que sai caro. Disponível em páginas na web e em formato de aplicativo.

Airbnb

A plataforma nasceu em 2008, quando dois designers da Califórnia (EUA) que tinham espaço extra em casa hospedaram viajantes que estavam à procura de um lugar para ficar. Hoje, milhões de anfitriões em todo o mundo criam diariamente novas contas gratuitas no Airbnb onde anunciam desde quartos ou pequenos apartamentos até mansões e castelos. O custo para o usuário costuma ser baixo, uma vez que não existe a dispendiosa estrutura da hotelaria.

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Viagens

Skyscanner

O app permite comparar tarifas das companhias aéreas que operam no trecho desejado. Ao clicar no voo mais conveniente, o usuário é encaminhado para o site da companhia aérea ou agência de viagens selecionada. Também possibilita conferir preços de hotéis e aluguel de carros.

Lista de compras/Softlist * Shopping/Lista de compras

Esses dois aplicativos já contam com mais de 100 mil usuários cada um. Pelo Softlist, o usuário adiciona produtos à lista de compras, preços e quantidade necessária para o consumo do mês e, em seguida, visualiza uma lista de tudo o que foi comprado e os valores. Já o ShoppingList soma o valor dos produtos, de maneira que, antes de chegar ao caixa, você já sabe quanto vai gastar. Para isso, é preciso digitar o preço ou baixar uma extensão que faz a leitura do código de barras.

Comunicação

Whatsapp, Skype , Telegram, Messenger e Facebook

Todos esses aplicativos são gratuitos e permitem, além de troca de mensagens instantâneas, chamadas de áudio e vídeo para qualquer lugar do mundo utilizando rede de dados (3G) ou wi-fi.

Outras Dicas

Cursos online

Desde cursos de idiomas aos de graduação e pós-graduação, a oferta educativa online e gratuita (ou a um custo simbólico) é enorme. Com paciência, persistência e muita atenção, o internauta pode encontrar opções em diversas áreas do conhecimento.

Sites de desconto

O costume norte-americano de cupons de desconto tomou conta do mundo. Hoje é possível encontrar sites que oferecem descontos imperdíveis em diversos tipos de serviços ou produtos. Mas não vale comprar só pelo desconto, ok? Adquira aquilo que realmente precisa e pode pagar.

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Artigo

Seu Dinheiro

Faça da internet uma aliada das suas finanças

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a vida moderna contemporânea, duas coisas parecem estar em evidência no momento: o uso de ferramentas tecnológicas (vide o uso de celulares e tablets em qualquer tempo e lugar) e a necessidade de controlar as finanças pessoais. Ambas têm forte impacto em nossas vidas – principalmente pelos aspectos sociais, familiares e profissionais que envolvem – e devem ser objeto de reflexão de todos os indivíduos. Minha proposta nesta edição, portanto, é juntar esses dois pilares e abordar qual seria uma boa utilização dos recursos tecnológicos em conjunto com algumas boas práticas de gestão das finanças pessoais. Sabemos que cuidar dos nossos recursos deve ser uma tarefa diária, pois temos que estar sempre atentos em evitar gastos desnecessários, comprar somente após uma boa tomada de preços, não perder prazos de pagamento, realizar um investimento ou aplicação financeira mais rentável, adquirir ou vender um bem na hora certa. Ter tudo isso em mente e ainda lidar com as outras obrigações cotidianas leva tempo. Por isso, muitas vezes não conseguimos parar e refletir sobre essas questões.

Elizabete Silva Gerente econômicofinanceira da Fachesf

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É nesse ponto que entram os mais diversos aplicativos tecnológicos que estão à disposição por meio de computadores, smartphones e tablets. Esses recursos, capazes de proporcionar controle e agilidade no acompanhamento das finanças pessoais, estão cada vez mais acessíveis e fáceis de

serem utilizados mesmo por quem não tem muito contato com tecnologia. E o que é melhor: há inúmeras opções gratuitas para download. Os aplicativos voltados às finanças pessoais possibilitam aos usuários organizar, de forma prática, entrada e saída de recursos, pagamentos, investimentos etc. Mas não é só. Há uma série de outras funções que podem ser muito úteis para manter as contas em dia e aproveitar as melhores oportunidades disponíveis no mercado: • • • • • •

Consulta e comparação de preço de produtos e serviços; Cálculo da melhor alternativa de abastecimento para carros do tipo flex; Contratação de serviços e compra de produtos e bens (novos e usados); Agendamento de compromissos de pagamentos com avisos automáticos; Acesso ao Banco correntista para realização das principais transações bancárias; Buscas de passagens aéreas e hospedagem por preços mais em conta.

Como podemos ver, a parceria entre tecnologia e administração das finanças pessoais pode funcionar como um grande aliado na redução de despesas e de tempo com deslocamentos (ao banco, por exemplo). Uma outra vantagem é que cada pessoa formata seu ambiente de controle financeiro de forma individualizada, acionando o que é do seu interesse. Se você ainda não é adepto desse hábito, que tal experimentar? Mãos ao teclado e até a próxima edição.


Educação Previdenciária

As armadilhas do resgate

da reserva

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Educação Previdenciária

A

aposentadoria marca o início de um novo ciclo de vida. Com o fim do vínculo empregatício, as opções do que fazer com o tempo – esse bem sobre o qual não se tem nenhuma garantia – passam a ser incontáveis. Porém, se por um lado a fase traz mais liberdade de escolha e a possibilidade de gozar o privilégio do ócio, algo raro para os profissionais assoberbados de compromissos, por outro traz desafios diferentes e uma maior necessidade de equilibrar as contas para manter o mesmo padrão de vida. Daí a importância de que a entrada nesse processo ocorra mediante muito planejamento e inesgotáveis reflexões. É nesse contexto que entra a previdência complementar fechada. Após uma vida dedicada ao trabalho, chega o momento de transformar a reserva de poupança em uma renda mensal que complemente a aposentadoria recebida pelo INSS. Essa reserva é resultado de uma ação conjunta, ou seja, do somatório das contribuições do Participante e da Patrocinadora. Para alguns Participantes, entretanto, o desligamento da Patrocinadora abre espaço para planos

É um benefício que se estende também para a família do Participante, portanto não deveria jamais ser resgatado.

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Rogério Cardozo Gerente de Concessão de Benefícios da Fachesf

não tão previdentes. Como existe a possibilidade de opção pelo resgate de reserva previdenciária – total ou parcial até 25% –, algumas pessoas abrem mão do benefício vitalício, resgatam o investimento feito durante décadas e, do dia para a noite, descobrem-se donas de uma considerável quantia em suas contas bancárias. Mas como lidar com essa situação sem comprometer um patrimônio duramente construído? Segundo Rogério Cardozo, gerente de Concessão de Benefícios da Fachesf, a função dessa reserva acumulada é bastante específica e deveria ser encarada com fins previdenciários e não como mero investimento. Além disso, “é um benefício que se estende também para a família do Participante, portanto não deveria jamais ser resgatado”, comenta. Segurança e Aposentadoria Rita Pinheiro, gerente da Central de Relacionamento da Fachesf, tem 25 anos de experiência no atendimento a Ativos e Assistidos e já viu de perto muitas histórias negativas de quem resgatou a reserva. “Eu diria que, em 90% desses casos, os Participantes colocaram a perder anos de economia em negócios que deram errado ou em investimentos que não trouxeram o retorno esperado. Isso é triste porque, uma vez tomada a decisão, não se pode voltar atrás”, pondera. Esse é o caso do ex-Participante José Eugênio de Alcântara. Aos 64 anos de idade, ele se arrepende de ter optado pelo resgate em 1998, quando se aposentou da Chesf. Na época, sua decisão foi motivada pelo interesse na compra de um imóvel


em Paulo Afonso (BA), cidade onde mora. Com o dinheiro que recebeu, José Eugênio comprou e reformou a casa e adquiriu também um veículo. Passou a viver unicamente com o benefício do INSS. O que ele não esperava, porém, eram os problemas de saúde que viriam com o tempo: complicações causadas pela hipertensão afetaram sua visão e, sem assistência médica adequada, perdeu a capacidade de enxergar de ambos os olhos. “Hoje faria tudo diferente. Jamais resgataria minha reserva e perderia o vínculo com a Fachesf. Naquele tempo, só pensei no presente e ignorei o futuro. Se pudesse voltar, agora teria condições melhores de cuidar da minha saúde”, desabafa. Quando decidem sacar o dinheiro e seguir a vida com investimentos independentes, alguns Participantes ignoram que, se mal administrados, os recursos podem rapidamente se esgotar. Por se tratar de um patrimônio construído por anos a fio, é fundamental buscar correr o menor risco – algo minimizado pelos Par-

Rita Pinheiro Gerente da Central de Relacionamento da Fachesf ticipantes que optam pelo benefício vitalício, uma vez que cabe à Fachesf administrar essas questões. “A Fundação é uma rede de apoio e de proteção sólida ao Participante, especialmente para os que estão em idade avançada. Com o aumento da longevidade, tem sido cada vez mais importante investir na Previdência Complementar e ter a segurança de não ficar desamparado numa época em que se caminha para a fragilidade da saúde. Essa é a missão da Fachesf, que vem sendo cumprida com êxito há 45 anos”, diz Rogério Cardozo.

José Eugênio Ex-Participante da Fachesf 2017

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Educação Previdenciária

Depoimento

Por uma escolha vitalícia

Foto: arquivo pessoal

“Passei a vida inteira acostumado com o salário garantido no fim do mês. Na época do meu desligamento, recebi propostas tentadoras de bancos que prometiam administrar meus recursos de forma mais eficiente do que a Fachesf. Fiquei bastante balançado. Mas antes de tomar uma decisão, ponderei diversas questões.

Aos 45 anos de idade, Paulo Gomes Araújo decidiu embarcar numa grande mudança de vida rumo à Austrália. Engenheiro eletricista na Chesf desde 1985, ele decidiu, com a esposa Silvana, viver a experiência de criar os filhos adolescentes num país com mais igualdade social. Deram entrada nos papéis e passaram por todas as etapas lentamente. Ele não tinha muita fé no processo até que, um dia, os passaportes carimbados com vistos de residentes chegaram pelos correios. Para que o projeto familiar acontecesse, Paulo tirou uma licença sem vencimento e encarou a burocracia australiana para validar seu diploma. No meio tempo, foi aceito para uma vaga de mestrado no novo país. Quando fez 50 anos, ele viu que já não fazia mais sentido voltar ao Brasil; a esposa estava bem colocada no mercado de trabalho e os filhos se sentiam adaptados e inseridos no sistema de educação australiano. Em 2009, depois de quase 28 anos de Chesf, ele optou pelo desligamento da Companhia e viveu o dilema do que fazer nessa nova etapa de vida: resgatar a reserva previdenciária ou solicitar o benefício vitalício? Confira ao lado o depoimento de Paulo e seu processo de tomada de decisão.

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A primeira coisa que fiz foi conversar com pessoas mais experientes, colegas que já tinham passado por esse momento antes. Refleti sobre o que seria a primeira diferença entre deixar os recursos sob os cuidados da Fachesf ou confiar nos bancos: enquanto a Fundação é uma organização sem fins lucrativos, que defende o interesse do Participante, o objetivo principal dos bancos é gerar o maior lucro possível para eles mesmos. Também conversei com um amigo investidor que passava noites em claro pesquisando como aplicar seu dinheiro. Pude ver que o mercado de investimentos é um campo vulnerável que requer conhecimentos específicos. Rapidamente percebi que não tenho perfil para investidor e que não saberia gerenciar meus recursos caso optasse pelo resgate da reserva previdenciária. Dinheiro escapa rápido entre os dedos. A publicidade e o estilo de vida atual nos empurram para um consumo desenfreado. Se não houver controle, quando você se dá conta, as reservas somem. Preferi, portanto, não me arriscar. Decidi que meu investimento no Plano CD serviria para prover minha sobrevivência até o final da vida. Escolhi a garantia de que a torneira continuaria pingando.”


Mitos do Resgate de Reserva

Conheça os principais mitos sobre o resgate da reserva de poupança previdenciária

1. A Fachesf faz propaganda contra o saque porque isso é prejudicial para a entidade. A Fachesf não se prejudica com o saque de reservas previdenciárias. O papel da Fundação é administrar um patrimônio que pertence aos Participantes. Por ser uma entidade sem fins lucrativos, toda a rentabilidade dos investimentos é revertida para os planos de previdência. Ao realizar o saque da reserva previdenciária e optar pelo desligamento da Fundação, 10% do valor total da reserva da Patrocinadora fica retido nos Planos CD e BS, enquanto a Fachesf deixa de ter o compromisso de pagamento vitalício da aposentadoria do ex-Participante. O Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fundação não pode ser confundido com propaganda. Como fundo de pensão, a principal missão da Fachesf é contribuir para a qualidade de vida de seus Participantes e evitar que esses coloquem em risco sua vida financeira durante a terceira idade.

2. Sou controlado, sei gerir o meu dinheiro. Conhece o ditado “dinheiro na mão é vendaval”? Ele não ficou popular à toa. No caso da previdência, a reserva é construída com o objetivo de garantir tranquilidade financeira na época de maior vulnerabilidade humana, a velhice. Ao realizar o resgate e ter acesso a uma quantia grande de dinheiro de uma única vez, o Participante pode colocar seu patrimônio em risco. Um exemplo corriqueiro é a tentação de ajudar familiares ou investir em empreendimentos que não dão certo, decisões que podem consumir, da noite para o dia, um patrimônio constituído em anos de trabalho. 3. Não é tão difícil investir no mercado financeiro. Aplicar recursos no mercado de investimentos é uma atividade que requer estudos, conhecimento e experiência. A Fachesf conta com especialistas capacitados que se atualizam com frequência

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Educação Previdenciária

para gerir o patrimônio dos Participantes, encarando os desafios apresentados diariamente pelo mercado financeiro. Todas as decisões de investimento da Fundação são tomadas depois de analisadas em diversas instâncias e atendem restrições e legislação dos órgãos reguladores. 4. Aplicando meus recursos em bancos, conseguirei melhores retornos financeiros. O Participante não divide os ganhos de rendimento das aplicações com a Fundação. Toda a rentabilidade conseguida por meio dos investimentos dos recursos é revertida para as contas dos Planos CD e BS. No caso dos bancos, os correntistas recebem um percentual das aplicações e parte do que for obtido em rendimentos é revertido para os próprios bancos. É importante lembrar que no momento do resgate, o Participante tem uma dedução de imposto de renda que varia até 27,5% do valor total da reserva previdenciária. 5. Vou montar o meu próprio negócio e ficar rico Se mal planejado e administrado, o sonho do próprio negócio pode vi-

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rar um pesadelo da vida real. Com a instabilidade econômica e os desafios de empreender no Brasil, o cotidiano de empresários pode ser muito duro, especialmente para quem passou a vida acostumado à segurança do emprego fixo. Além disso, empreender não é algo que se aprende do dia para a noite. Existem tentativas, erros e acertos no caminho. Cabe, portanto, a reflexão: você está disposto a investir sua reserva previdenciária numa ideia de negócio? 6. Ao ser dono do meu próprio negócio, finalmente terei independência financeira. Independência financeira é poder usufruir, sem mais esforços, dos rendimentos de uma poupança acumulada ao longo de muitos anos de trabalho; é fazer com que o dinheiro, pelo qual você tanto trabalhou, agora trabalhe para você. Montar um próprio negócio durante a aposentadoria pode significar uma volta à situação vivida no início de carreira, quando era necessário investir tempo, dinheiro e energia num propósito que traz sustento financeiro.


Artigo

Previdência

Sistema de Previdência Complementar reverencia a lei 6.435/1977

A

sociedade mudou, a economia também. A relação dos empregos continua em eterna evolução e, com isso, o sistema de Previdência Complementar vem ganhando cada vez mais espaço na formação da economia brasileira enquanto mecanismo de proteção social ao contribuinte. Nas duas últimas décadas, em meio às reformas previdenciárias, os trabalhadores brasileiros começaram a planejar melhor seu futuro ao perceberem que os valores pagos pelo Regime Geral de Previdência Social não seriam suficientes para manter, na aposentadoria, o mesmo padrão de vida do período laboral. Com o crescimento econômico em evidência nos anos 1970 – acima da média dos anos 1960 –, o país se viu diante do entendimento de que o Estado teria participação majoritária em seus capitais acionários, atuando na infraestrutura do Brasil em grande parte das empresas que foram criadas nessa década. Como forma de atrair bons profissionais da iniciativa privada para essas empresas, foram adotados diversos benefícios, entre eles o da complementação das aposentadorias. Para administrar os planos, surgiram os Fundos de Pensão.

Raimundo Jorge Diretor de Benefícios da Fachesf

Houve então uma mobilização da sociedade civil e dos poderes Legislativo e Executivo para criação, aprovação e sanção da lei, que recebeu o número 6.435 – publicado no Diário Oficial da União no dia 15 de julho de

1977. Na época, não existia no Brasil uma legislação específica para regular o segmento, então se tornou urgente à criação de uma norma. A Lei 6.435 foi importantíssima para alavancar o sistema de Previdência Complementar brasileiro ao lhe dar o impulso e a base legal que o setor necessitava. Trouxe a esperada segurança jurídica aos contratos previdenciários. Mais uma vez, a presença forte do Estado foi importantíssima como fiscalizador para a citada lei, tendo como principal foco as reservas garantidoras dos benefícios e a criação de critérios para as entidades abertas e fechadas. Estabeleceu regras para a distribuição de superávit e pagamentos de déficits, normatizou o Regime Repressivo, criou o limite etário para a elegibilidade ao benefício, o teto de para o Salário de Participação sobre o qual incidem as contribuições, criou o Instituto do Autopatrocínio e respeitou o direito adquirido dos participantes que aderiram aos planos antes da sanção da lei. Em 2001, procurando modernizar e deixar mais completa a Lei criada em 1977, que já estava ficando obsoleta, o Estado interferiu mais uma vez no sistema previdenciário complementar, criando as Leis Complementares 108 e 109, atualmente em vigor. Aproveitamos para parabenizar a lei 6.435, tão importante para a sociedade e que sempre será lembrada e reverenciada por todos que fazem parte do Sistema de Previdência Complementar.

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No Consultório

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Meditação

Saúde para o corpo e a mente Para quem acredita que meditação é uma prática esotérica distante da realidade e obrigatoriamente ligada a uma religião, talvez seja a hora de repensar essas crenças. Cada vez mais, o ato de meditar vem sendo encarado como um meio de trazer mais saúde e equilíbrio para o dia-a-dia de pessoas de todas as idades.

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No Consultório

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usência de concentração e de foco, depressão e falta de ânimo, ansiedade, hipertensão, compulsão alimentar, drogadição, irritabilidade, agressividade, insônia e síndrome do pânico. Esses são apenas alguns dos chamados males da vida moderna que podem ser combatidos por meio da meditação – de forma associada a outros tratamentos e sem efeito colateral.

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Secretaria Municipal de Saúde do Recife e fornece terapias gratuitas à população. “Meditar é uma prática de higiene e treinamento mental e emocional cujos benefícios já vêm sendo cientificamente comprovado em todo o mundo e incorporados no cotidiano das pessoas e até mesmo nos ambientes de trabalho, tal qual a ginástica laboral”, explica.

Quem endossa essa ideia é o médico de família Júlio Lins, pesquisador do tema há mais de 15 anos. Segundo ele, o ato de meditar por apenas cinco minutos, três vezes ao dia, traz benefícios ao corpo e à mente que se consolidam e ampliam após dois meses de prática. “Gosto de fazer uma analogia da meditação com o gesto de escovar os dentes ou praticar exercícios físicos. Todos são hábitos que só foram incorporados em larga escala nos últimos anos e após muita conscientização”, aponta Júlio.

Apesar do aumento no interesse pela meditação no Brasil, o país ainda tem muito a evoluir nesse quesito, uma vez que a prática, tão comum no Oriente, ainda é vista como algo acessível apenas à elite intelectual e financeira. A opinião é do psicólogo e psicanalista Antônio Guinho. Em 2015, ele coordenou a implantação do Núcleo de Meditação Terapêutica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE), voltado para reduzir os níveis de estresse dos estudantes de medicina e capacitá-los a utilizar técnicas meditativas com seus futuros pacientes.

O médico coordena turmas de meditação no Centro Integrado de Saúde (CIS), unidade que funciona por meio de uma parceria entre a

Meditar é uma prática de higiene e treinamento mental e emocional.

Júlio Lins Médico 34 ·

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Preocupado em tornar acessível o hábito que exercita desde os anos 1970, Antônio Guinho promove cursos gratuitos para profissionais de saúde e educação que possam funcionar como multiplicadores em comunidades de baixa renda. Para ele, a meditação ajuda as pessoas a se condicionar e se livrar do que é prejudicial em suas vidas, e pode ser realizada de maneira laica e científica. “A porta de entrada se dá pelo controle da respiração. A gente centra em exercícios extremamente simples de atenção concentrada na respiração, na sensação, no sentir, nas


Fotos: Alcione Ferreira

A porta de entrada da meditação se dá pelo controle da respiração.

Antonio Guinho Terapeuta várias funções mentais”, descreve, destacando que a prática se torna fundamental num momento de crise, estresse e depressão como a que vive o mundo moderno. Sensação física de paz e tranquilidade Meditar, de certa forma, faz parte da natureza humana, pois sentar, respirar e libertar os pensamentos são necessidades intrínsecas a todo indivíduo. Porém, quando uma pessoa medita de maneira regular e consciente, passa a aprimorar habilidades como foco, atenção e criatividade e vai aos poucos provocando alterações em estruturas cerebrais importantes – como o córtex (usado para atividades ligadas ao pensamento abstrato) e o hipocampo (ligado à memória), que chegam a aumentar de volume e densidade durante a prática.

A meditação também mexe com a parte do sistema neurológico que responde às situações de estresse, ajudando-o a regular a liberação de substâncias que, em excesso, podem ser tóxicas ao organismo. Orlando Pimenta, 73 anos, aposentado da Fachesf, é adepto da prática. Todas as terças-feiras, ele participa de uma sessão de meditação em um centro budista do Recife. O hábito teve início depois de um infarto. “Por causa da doença, entrei num estado de paranoia mental e corria para a emergência cardíaca sempre que sentia algo estranho. Foi quando, por acaso, li sobre meditação numa revista e decidi experimentar”, lembra. O aposentado resolveu procurar um grupo de meditação e logo se encontrou nos benefícios que a prática desencadeia no corpo e na 2017

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No Consultório Foto: Alcione Ferreira

Orlando Pimenta Aposentado ponder a essa beleza”, diz. A experiência positiva lhe fez tão bem que virou hábito há mais de dez anos.

Quando o pensamento negativo chega, você aprende a deixar ele ir embora.

mente. “Meditar traz uma sensação física de paz e tranquilidade e ensina a selecionar os pensamentos. Quando o pensamento negativo chega, você aprende a deixar ele ir embora; não se apega. Olhe ao seu redor e perceba: tudo é criação do homem. Mas toda criação começa na mente. Se você consegue pensar coisas positivas e bonitas, a realidade ao seu redor vai corres36 ·

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Pratique e tudo virá Muitas pessoas utilizam o YouTube e outras redes sociais, bem como aplicativos específicos de smartphone, para obter informações e ter suporte à distância na prática da meditação. Tanto Antônio Guinho como Júlio Lins têm canais abertos com vídeos sobre o tema e recomendam o acesso como uma forma de introdução. Foi assim que a Participante Flávia Gama Soares, engenheira eletricista aposentada pela Chesf, acabou incorporando a prática regular da meditação em sua vida. De forma autodidata, ela faz meditação guiada sozinha, em casa, de manhã e à noite.


Flávia Soares Aposentada Flávia começou a meditar há apenas três meses. Parece pouco, mas foi um divisor de águas, pois a ajudou a controlar a ansiedade e a encontrar respostas mais claras diante de problemas a resolver. “A meditação me auxiliou a consolidar um processo de transformação iniciado no fim de 2016, quando exames mostraram que minha mãe e eu apresentávamos tumores no trato digestivo (hoje operados com sucesso). O impacto foi tão grande que acarretou uma radical mudança em minha vida. Na época, eu tinha parado com qualquer atividade física, me alimentava mal, consumia muitos refrigerantes e embutidos, estava acima do peso e enfrentava estresse de trabalho e problemas financeiros. Enfim, estava tudo errado. Hoje acredito que a doença serviu como um sinal de

alerta para identificar o que eu precisava mudar”, conta. E a transformação não parou por aí. Flávia diz que mudou seus conceitos sobre diversas questões e descobriu que o estresse não resolve nada. Também aprendeu que ter paz é essencial para encontrar as próprias soluções e fazer outras pessoas felizes. O caminho para trazer isso para a própria rotina, ela ensina, está na disciplina e regularidade: “Meditar é exercitar o espírito. Precisa ser encarado como uma rotina de exercícios. Além disso, desenvolvi a prática da gratidão, algo que eu já tinha dentro de mim, mas que a meditação me ajudou a exercer. Aprendi a encontrar equilíbrio para enxergar o mundo de forma mais leve”, fala a Participante. Em outras palavras, como diz Pattabhi Jois, famoso mestre de Yoga, pratique e tudo virá. 2017

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No Consultório

10 passos para

começar a meditar Sente-se em uma posição confortável para você. Pode ser no chão ou em uma cadeira, o importante é que a coluna esteja ereta e sem tensão.

Fique ciente do espaço e sons ao seu redor, mas busque se concentrar somente em você e no momento presente. Meditar não é sinônimo de pensar em nada, mas fixar o pensamento somente na respiração e na própria consciência.

Feche os olhos e relaxe o corpo, soltando uma parte de cada vez. Comece pelos pés, tornozelos e pernas, subindo em direção às mãos, braços e tronco. Por fim, relaxe o rosto e os olhos.

Faça ciclos completos de inspiração e expiração, respirando plena e conscientemente. Não force o ritmo da respiração e tente sentir o ar fluindo no diafragma, garganta, peito e barriga. Se lhe ajudar, estabeleça um mantra (pode ser um som, palavra ou frase) para ser repetido durante a prática. Algumas pessoas adotam mantras para se manterem focadas e atentos.

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Ao sentir a mente se acalmar, pensamentos podem surgir. Reconheça-os, ponha-os de lado e volte a se concentrar na sua respiração ou mantra.

Comece com tempos curtos (5 a 10 minutos por dia). Um despertador em volume baixo pode soar ao final da meditação. Quando a prática se tornar mais confortável, aumente o tempo.

Ao encerrar o ciclo de meditação, volte lentamente a mexer seus dedos das mãos e pés, pernas e braços. Abra os olhos e reflita sobre como está se sentindo. No começo, pode parecer difícil, mas com o tempo, a meditação vai se tornando mais fácil e prazerosa. Não desista ou conclua que não é algo para você. A prática leva à perfeição.

O melhor da meditação é que a prática é democrática, não custa nada e pode ser incorporada na vida de qualquer pessoa, em qualquer tempo e lugar. Seja em casa, no carro ou ônibus, por cinco minutos ou duas horas, o que importa é a entrega de cada um, sua disciplina e a regularidade. Que tal começar já?

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Pergunte ao Doutor

Você sabe o que é melanoma? Assimetria, bordas irregulares, cor variável, diâmetro e evolução das manchas são alguns sinais sugestivos de melanoma, doença que representa 3% das neoplasias malignas de pele no Brasil e é um dos mais graves tipos de tumor devido à sua alta possibilidade de metástase. A Conexão Fachesf conversou com o oncologista Luiz Alberto Mattos para entender o que é o melanoma e como se prevenir do mal.

1. O que é melanoma cutâneo? O melanoma é um tipo de tumor maligno que ocorre principalmente na pele, sobretudo em áreas de maior exposição solar (radiação ultravioleta). É uma doença de elevada agressividade, mas curável se diagnosticada precocemente. 2. Quais são os principais fatores de riscos? A principal causa é a exposição solar de radiação ultravioleta. A presença de nevos (lesão de coloração escurecida na pele cuja biópsia revela nevos atípico) também funciona como fator de risco. Outros possíveis fatores são: história prévia de melanoma no próprio paciente, transmissão hereditária de mutações e alterações no DNA da célula que são herdadas de pais para os filhos. Indivíduos com história de imunodepressão apresentam risco mais elevado que a população geral. 3. Quais os sintomas do melanoma? Os sinais iniciais de uma lesão suspeita de melanoma são bordas irregulares, assimétricas, de coloração variada e diâmetro acima de 6mm com aparecimento recente ou desenvolvimento de novas lesões. Se o paciente não for diagnosticado e tratado em fase precoce, as células do câncer podem invadir a pele para camadas mais profundas e ganhar a circulação sanguínea. Nesse caso, pode ocorrer

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disseminação para outros órgãos (fígado, pulmão, cérebro e linfonodos) e surgirem outros sintomas decorrentes desse comprometimento. 4. Qual a diferença entre câncer de pele e melanoma? Melanoma é um tipo de câncer de pele, porém existem outros como carcinoma basocelular ou carcinoma escamoso, que têm comportamento distinto. 5. Existem tipos diferentes de melanoma cutâneo? Sim, há quatro tipos. O superficial apresenta-se como uma lesão de coloração ora mais escura ora mais clara dentro da própria lesão e tem bordas irregulares. O melanoma nodular é o segundo mais frequente e se mostra como uma lesão pigmentada com nódulos ou papulas (espécie de verruga) de cor rósea ou branca e bordas simétricas com tamanho acima de 2mm. Já o tipo lentiginoso aparece em áreas danificadas pelo sol, crônicas, em idosos, e tem evolução mais lenta, respondendo por 10% a 15% dos casos. Finalmente há o tipo acral, mais comum em indivíduos de pele escura e que acomete a palma das mãos, planta dos pés, abaixo ou sobre as unhas. 6. Que especialistas podem diagnosticar o melanoma? Médicos de qualquer especialidade ao se depararem com um paciente que apresente lesão de pele com características acima mencionadas devem encaminhá-lo a um dermatologista para que seja solicitada uma biópsia.

Luiz Alberto Mattos Oncologista clínico e chefe da Unidade de Oncologia e Hematologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco


Fachesf-Saúde

Por que os planos de saúde

aumentam? Apesar dos custos crescentes, o Fachesf Saúde tem sido uma garantia de qualidade no atendimento médico-hospitalar.

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Fachesf-Saúde

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ue a saúde é um desejo universal, ninguém duvida. E quando os serviços públicos disponíveis à população são ineficientes e insuficientes, a questão se torna uma preocupação ainda mais latente. Pesquisa realizada em 2015 pelo Ibope Inteligência – a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Complementar (IESS) – comprova essa teoria: os planos de saúde foram apontados como o terceiro maior desejo dos brasileiros, perdendo apenas para os itens educação e casa própria. “Ainda hoje, dois anos após o estudo, acredito que os resultados seriam semelhantes”, afirmou Luiz Fernando Vendramini, atuário e consultor do segmento de saúde suplementar. Além da garantia no atendimento médico-hospitalar, outro item que preocupa os beneficiários (no Brasil, mais de 48 milhões de pessoas utilizam planos de saúde suplementar) é o aumento nos preços praticados pelas operadoras. De acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), os gastos do segmento crescem em ritmo mais acelerado que o da inflação geral e chegam ao usuário final em forma de aumentos progressivos nas mensalidades. Na série histórica entre 2008 e 2016, por exemplo, enquanto a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 72,5%, as despesas na saúde suplementar cresceram 179,3%. Mas afinal, qual é a lógica desses reajustes? Uma série de variáveis contribui para a disparada de preços: incremento de novas tecnologias nos setores de medicamentos; exames e materiais;

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inclusão de novos procedimentos nos planos de saúde por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula as operadoras; e aumento da expectativa de vida nacional. Somam-se ainda a esses fatores os reajustes de contratos e valores de tabelas dos prestadores de serviços. Na saúde, diferentemente da maioria de outros segmentos, a diminuição dos custos não resulta do crescimento da demanda ou produção – a chamada economia de escala. O que ocorre é exatamente o contrário: quanto mais o beneficiário usa os serviços, mais crescem as despesas. Essa é a razão pela qual os planos cobram mensalidades mais caras de pessoas idosas, que realizam um número maior de procedimentos complementares. O aumento da longevidade, portanto, exige atenção e cuidados. Pois, se por um lado o círculo virtuoso permite que a as pessoas vivam mais, por outro exige investimentos cada vez mais crescentes. Assim, os custos – e consequentemente os preços – de um plano de saúde estão diretamente relacionados à combinação entre preço do serviço e quantidade realizada. Segundo Luiz Fernando Vendramini, um exemplo ilustrativo para entender esse processo é o aumento dos gastos a partir da inclusão de novas tecnologias. No passado, os médicos usavam o raio-X. Depois, surgiu a ressonância magnética; a seguir, veio a tomografia computadorizada. Apesar de toda essa evolução, o raio-X continua sendo utilizado. “Não houve uma substituição de equipamentos que possibilitasse a eliminação de


Foto: divulgação

Luiz Fernando Vendramini Atuário e consultor

antigos procedimentos. Na prática, o que existe hoje é uma somatória, uma complementação de dispositivos em busca de melhores resultados. E tudo isso, infelizmente, tem custos”. Outro fator que tem impacto direto nos custos finais é a alteração do rol de Procedimentos e Eventos em Saúde exigidos pela ANS. Trata-se de uma lista de exames, cirurgias e outros serviços que obrigatoriamente deverão ser cobertos pelas operadoras de planos de saúde, e que aumenta com frequência, sem que haja reajuste imediato nas mensalidades. E o Fachesf-Saúde? Os planos administrados pela Fachesf têm uma série de vantagens que os sobrepõem aos planos tradicionais do mercado. A principal delas é que o custo médio das mensalidades está entre 35% e 40% a menos do que qualquer operadora. Por se tratar de um plano de autogestão, que não visa lucro e nem despesas com publicidade ou vendas, a quase totalidade das contribuições mensais – exceto uma pequena parcela reser-

Na prática, o que existe hoje é uma somatória, uma complementação de dispositivos em busca de melhores resultados.

vada ao custeio administrativo – são destinadas a cobertura dos gastos com assistência à saúde. Para o superintendente de Saúde da Fachesf, Silvio Cherpak, uma das principais dificuldades enfrentadas pelos planos de autogestão é o chamado envelhecimento da massa. Paradoxalmente, esse fator é justamente o que torna o plano Fachesf Saúde mais atrativo aos seus beneficiários. A quase totalidade das operadoras dificultam a contratação de seus serviços por pessoas com idade acima de 59 anos. Em alguns casos, as exigências e restrições no atendimento são enormes e os preços exorbitantes. Cherpak explica que, no mercado de saúde suplementar, as seguradoras possuem, no máximo, 12% de sua massa com idade superior a 59 anos. “As empresas de autogestão oscilam, em média, entre 28 e 30%. Na Fachesf, nosso plano possui 36% dos beneficiários nessa faixa etária”, detalha. Apesar de todos os esforços no aprimoramento dos processos de gestão, o cenário futuro sinaliza que o crescimento dos custos será cons2017

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Fachesf-Saúde

Algumas ações foram implementas neste ano e já apresentam resultados positivos nos indicadores de desempenho.

Sílvio Chepak Superintendente de Saúde da Fachesf tante e contínuo. Por essa razão, aprimorar o controle de gastos deve ser um exercício de aperfeiçoamento permanente. Dentre algumas medidas e projetos planejados pela área de saúde da Fachesf, Silvio Cherpak cita os ajustes de auditorias médicas em regiões especificas, a atenção no fornecimento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), negociações de medicamentos de alto custo e adoção de protocolos clínicos. “Algumas ações foram implementas neste ano e já apresentam resultados positivos nos indicadores de desempenho”, conta. Outra medida em andamento na Fachesf é o investimento em atividades de medicina preventiva. Isso engloba adoção de programas internos que incentivem mudança de padrões de vida com exercícios e alimentação balanceada, busca por 44 ·

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hábitos saudáveis e campanhas de conscientização que resultam em melhoria da qualidade de vida. Um exemplo é o Programa de Bem com a Vida, que atende beneficiários com diabetes e hipertensão. Os pacientes são acompanhados de perto por uma equipe multidisciplinar, fazem consultas periódicas e recebem medicamentos e orientações para manter a saúde sob controle. A responsabilidade do plano Fachesf-Saúde com os beneficiários é enorme. Daí a importância do aprimoramento nos processos de gestão, na formação de reservas financeiras e na administração dos custos. “Todas essas medidas visam dar garantia e tranquilidade aos beneficiários. Mas, para tanto, é preciso que haja um esforço coletivo de gestores e beneficiários” afirma o superintendente. Ao trilharmos esse caminho, todos saem ganhando.


Artigo

Fachesf-Saúde

O desafio de reduzir custos com saúde

A

ssim como no Brasil, em diversos outros países o mercado de saúde suplementar vem sofrendo cada vez mais impactos nos custos – o que faz subir os preços das mensalidades dos planos e restringe o acesso à assistência privada. Desde os anos 1980, esses números vêm aumentando sensivelmente. Isso é reflexo sobretudo do envelhecimento populacional, do desperdício de materiais e da incorporação de novas tecnologias médicas. No Brasil, nos últimos quatro anos, a Variação dos Custos Médico-hospitalar (VCMH) elevou-se em torno de 91%, enquanto a inflação oficial registrou uma variação de 32%. Na Fachesf, o custo médico-hospitalar entre 2015 e 2016 subiu 32%. O aumento acendeu um sinal de alerta na Fundação, pois levou a uma redução das garantias necessárias à solvência do plano e, por conseguinte, sua perenidade.

Silvio Cherpak Superintendente de Saúde da Fachesf

A partir de novembro de 2016, várias ações de gestão foram implementadas no Fachesf-Saúde com o objetivo de corrigir o desvio dos custos. Como exemplo, podemos citar: implementação de auditoria médica em cidades específicas devido ao alto custo registrado nessas localidades; seguimento rigoroso do rol de eventos e procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); esclarecimento aos beneficiários quanto à utilização de liminares judiciais e notificações à ANS.

Esse último ponto tem merecido atenção especial, pois, quando um beneficiário é contemplado com liminar para realizar procedimento não coberto pelas normas da ANS ou Anvisa, o custo é rateado por todos à época do reajuste anual. Se, após o julgamento do mérito da liminar, a Fachesf saia vencedora, as despesas do procedimento são cobradas em sua totalidade do beneficiário que impetrou a ação. Outras ações implantadas para correção de rota envolveram a readequação das faixas etárias e a substituição do contrato com a Unimed por rede credenciada da Fachesf-Saúde e dos contratos de reciprocidade com outras empresas do nosso segmento (iniciativa realizada em parceria com a Patrocinadora). Como resultado, o custo médico-hospitalar, nos primeiros seis meses de 2017, aumentou apenas 1,65% em relação a 2016, enquanto no mesmo período, o custo do contrato com a Unimed elevouse 1,56% (apenas a título de informação, o contrato com a Unimed subiu 51% entre 2015 e 2016). A medida gerou a recuperação de R$ 7 milhões em garantias para ANS – dos R$ 10 milhões que o plano havia perdido durante o ano de 2016. O que aprendemos com isso? Aprendemos que, com o apoio da Diretoria Executiva, uma gestão rigorosa e, sobretudo, a colaboração dos beneficiários, o Fachesf-Saúde ganha solidez e diminui os riscos que comprometem sua continuidade.

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Foco no Participante

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Sob os cuidados de Amparo Amparo. Que nome poderia cair melhor em alguém cuja maior alegria é ajudar o próximo? Com 37 anos de atuação na Chesf, é assim que a Participante Maria do Amparo Santana se tornou conhecida na regional de Teresina (PI). Dona de um sorriso fácil e um coração gigante a oferecer, ela está sempre a postos para cuidar de quem está por perto. E longe também.

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Foco no Participante

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asci na cidade de Floriano, distante 242 km de Teresina (PI). Sou filha da família Santana. Acho que é deles que herdei a facilidade de lidar com gente, de olhar para os desprovidos e tentar fazer alguma coisa. Meus pais eram assim e desde menina aprendi que é preciso se doar. Pode ser rico, pobre. Não vejo cor, raça, religião, partido político; bateu na minha porta, eu tento ajudar. Muitas vezes, nem é com dinheiro, mas com afeto e palavras acolhedoras. Quando posso fazer isso por alguém, sinto que ganho mais do que a pessoa que está do outro lado. Em Teresina, todo mundo me conhece. Não digo isso por orgulho ou vaidade, porque não busco mérito por nada. O que sinto é uma grande honra de saber que meus colegas confiam em mim e sempre que podem tentam colaborar. Recebo muitas doações para organizar e repassar adiante. No meu condomínio, por exemplo, saio pelos apartamentos recolhendo eletrodomésticos, Foto: Arquivo Pessoal

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roupas, mantimentos. Junto tudo e destino a quem estiver necessitando mais no momento. Quando isso acontece, ganho o dia. Trabalho na Chesf desde 1980 e já passei por diversos setores. Porém, foi na área de Responsabilidade Social, de 2011 a 2013, que vivi a fantástica experiência de conviver com os menos favorecidos. Na época, fui convidada a atuar no Programa Luz para Todos do Governo Federal, que tinha o objetivo de levar luz elétrica para todas as zonas rurais do Brasil, principalmente no Nordeste. Eu participava da equipe que ia até as cidades impactadas para falar do Programa e dos benefícios da energia elétrica. Lidávamos com pessoas muito, muito pobres. A maioria vivia desacreditada de que a luz chegaria, por causa das inúmeras promessas que tinham sido feitas sem sucesso. Mas quando viam que era real, promoviam 24 horas de festas e comemoração. Que felicidade fazer parte


daquilo! Que alegria poder ver lavradores, idosos, gente simples de verdade ver a luz pela primeira vez.

a direita, devolvo com a esquerda. É assim que funciona a lei do amor.

Lembro de uma comunidade quilombola em que as pessoas nunca tinham visto sequer um carro; o brilho nos olhos deles de saber que teriam geladeira, que poderiam agir de forma mais autossustentável na agricultura. Os jovens queriam ter progresso, estudar, melhorar de vida. Porque luz é isso. Luz é vida. Eu me sentia uma privilegiada por poder, de alguma forma, ajudar.

Adoro estar cercada de gente. Nos fins de semana, minha alegria é juntar os vizinhos e amigos ao redor da mesa. Sem organização ou planejamento. Basta chegar um daqui, outro dali, e o feijão dá para todo mundo. Tenho a felicidade de dizer que sou amada. Adoro sorrir, gargalhar, contar piadas. Gosto do que me faz ser leve: ler, ir ao cinema, passear no shopping.

Sou voluntária de algumas instituições de Teresina como o Abrigo São Lucas, o Lar de Maria e a Fazenda da Paz. Em todos, faço o que posso. De cada um, saio sempre grata. Já passei por inúmeras situações difíceis na vida e tive a sorte de contar com o apoio de muita gente. Há uns anos, enfrentei um sério problema com minha filha e recebi apoio de vários lados. Por isso, sinto que tenho que retribuir isso de alguma fora. Gosto de dizer que se ganho algo bom com

Amo tanto meu futuro que me considero bastante previdente. Sou planejada financeiramente e busco viver de forma simples e equilibrada. Se Deus permitir, quando me aposentar, pretendo me dedicar mais intensamente à ONG Fazenda da Paz, que lida com dependentes químicos. Por isso, já estou pensando em fazer o Enem e cursar Psicologia. Espero ter a sorte de continuar devolvendo ao mundo tudo de incrível que recebo. Tem forma melhor de viver?”

Amo tanto meu futuro que me considero bastante previdente. Sou planejada financeiramente e busco viver de forma simples e equilibrada.

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Deixou Saudade

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Rubro-negro da cabeça aos pés Aos 61 anos de idade, Edevaldo Tadeu Matias, considera-se sensível e grato pela vida. Nascido em Petrolândia, município localizado nas margens do Rio São Francisco, sertão de Pernambuco, ele é um dos Participantes da Fachesf que se desligou da Chesf no Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) em 2013. Após 37 anos de serviço, Tadeu, como é mais conhecido, deu início a um novo ciclo e ganhou tempo para viver sua grande paixão pelo Flamengo, time que carrega no peito e também no nome. Saiba por onde anda e o que tem feito Tadeu Flamengo, o Participante que se veste de vermelho e preto pelas ruas de Teresina (PI) e deixou saudade entre os colegas com quem conviveu na Chesf.

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Deixou Saudade

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trajetória de Edevaldo Tadeu na Chesf teve início em 1978, na cidade de Paulo Afonso (BA). Após um período na região, voltou para Petrolândia, sua terra de origem, que começava a assistir à construção da barragem de Itaparica. Em 1984, ele seguiu para o Recife (PE), onde se tornou líder sindical. Na época, a participação em uma greve que durou 32 dias lhe rendeu uma suspensão de dois anos e seis meses da Chesf. Passadas as turbulências políticas, o chesfiano reassumiu seu posto e, em 1992, se mudou de vez para Teresina (PI), onde mora até hoje.

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Tadeu ficou na Companhia até 2013, quando se inscreveu no Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV). Tinha 55 anos de idade e se sentia preparado para sair. “Conversei com meus quatro filhos sobre a importância do trabalho para atingir a aposentadoria e senti que era a hora certa. Nunca me arrependi da escolha. Sempre que alguma colega vinha me questionar se deveria se aposentar, eu dizia o mesmo: não pense no dinheiro; pense no seu bem-estar”, conta. A mudança de fase fez bem a Tadeu. Como havia se planejado para o des-


ligamento, adaptou-se rapidamente à nova rotina. “No meu primeiro dia como aposentado, acordei e fui ouvir música, arrumar a casa, colocar algumas coisas no lugar. Quem me conhece sabe que nunca fui apegado a bens materiais. Meu prazer está no modo como vivo hoje: canto, assisto a filmes, faço exercícios, caminho. Brinco que bato Teresina inteira umas três vezes por semana. Trabalhei para isso”, relata.

Minas Gerais e todo o Nordeste. Eu ia para todo lugar atrás do Flamengo. Só no antigo Maracanã, assisti a 67 jogos”, conta. Tadeu também fez algumas loucuras. No título mundial de 1981, mandou costurar uma saia vermelha e preta para ir de Petrolândia a Paulo Afonso a pé caso o Flamengo se consagrasse campeão. Dito e feito: quando o clube ganhou o campeonato, ele correu das 8h às 16h para celebrar a conquista.

Paixão pelo time do coração

“Sou doido por mim”

A aposentadoria também deu a Tadeu mais tempo para curtir aquela que é sua grande paixão e que o fez ficar conhecido por onde passa: o Clube de Regatas Flamengo. O amor pelo time de futebol carioca começou aos 11 anos de idade, em Petrolândia, num dia de Fla x Flu. Ele assistia ao jogo com outras crianças e resolveu, por brincadeira, declarar-se rubro-negro. Tadeu ainda não fazia ideia de que a escolha meio inocente se transformaria em algo que carregaria para sempre no coração.

Um ano depois de “mudar de nome” – registrado também nos filhos e neto –, veio uma nova ideia. Dessa vez, ainda mais radical. Tadeu adotou as cores vermelho e preto como oficiais do seu armário e excluiu todas as outras tonalidades. Até hoje é assim que ele se veste da cabeça aos pés.

Em 1978, ele viu o clube jogar de perto pela primeira vez. No mesmo ano, fez uma cotinha e foi para o Rio de Janeiro (RJ). Em meio a mais de 200 mil torcedores que acompanhavam o Mengão enfrentar o Palmeiras, tomou uma decisão: daquele dia em diante, passaria a se apresentar como Tadeu Flamengo. A história logo pegou. “Edevaldo Tadeu, pouca gente sabe quem é. Mas se alguém perguntar por Tadeu Flamengo, na Chesf ou em Teresina, todo mundo conhece”, brinca. A paixão pelo time levou o aposentado a viajar pelo Brasil para ver o time jogar. “Rio de Janeiro, São Paulo,

Meu prazer está no modo como vivo hoje: canto, assisto filmes, faço exercícios, caminho.

Por onde Tadeu Flamengo passa, a excentricidade desperta a curiosidade das pessoas. Ele diz que foi muito procurado pela mídia local para dar entrevista, mas sempre se esquivou dos convites porque não nasceu “para ser famoso”. Sua missão é ser flamenguista e ponto final. Porém, enganase quem acha que ele é do tipo de torcedor que mata e morre pelo time. Para Tadeu, futebol é alegria. Não adianta nem tentar brigar porque ele não entra na onda. Por outro lado, se o assunto é amor, o peso pelo Flamengo conta. Solteiro há 20 anos, Tadeu até já acabou um casamento por conta do time e hoje só se relaciona com mulheres que entendem sua paixão. Disso, ele não abre mão: “Não permito que ninguém queira mudar quem sou, porque é assim que sou feliz. Gosto da vida que tenho e sou doidinho por mim”. 2017

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Mundo Animal

A vida por trás das

grades

Considerada sinônimo de diversão por muitas gerações, a exploração de animais para entretenimento humano tem sido cada vez mais questionada na sociedade contemporânea.

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udesse eu, fecharia todos os zoológicos do mundo. Pudesse eu, proibiria a utilização de animais nos espetáculos de circo. Não devo ser o único a pensar assim, mas arrisco o protesto, a indignação, a ira da maioria a quem encanta ver animais atrás das grades ou em espaços onde mal podem mover-se como lhes pede a natureza”, escreveu o falecido escritor português José Saramago em seu blog no dia 20 de fevereiro de 2009. Saramago não é o único a pensar assim. Apesar de serem vistos como um ambiente favorável à diversão em família, muitos zoológicos foram fechados depois de denúncias de maus-tratos. Um exemplo recente é o zoológico de Buenos Aires, encerrado em 2016, após 140 anos de funcionamento, como consequência de múltiplas representações judiciais contra o mau estado dos animais confinados. Seguindo a recomendação da Comissão para a Transformação do Zoológico de Buenos Aires, o local está alterando sua estrutura para reabrir como um modelo de eco parque. Em entrevista para o jornal El País, Gerardo Biglia, advogado da ONG SinZoo, uma das organizações que lutam pelo fechamento do zoo, afirmou que “o mais importante é romper com o modelo de cativeiro e de exibição”, pois, “um zoológico transmite uma mensagem perversa, sobretudo porque se volta para um público infantil ao qual dizemos que enjaular um ser vivo para o nosso deleite é válido”. Para a bióloga Maria Adélia Borstelmann, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o confinamento animal para fins de entretenimento – que posteriormente deu início aos primeiros zoológicos – teve origem na época medie-

val, gerado pelo interesse ao exótico. Como sinal de status, os nobres mantinham um espaço particular com diversos animais, inclusive tigres e ursos. No Brasil, os portugueses da realeza colonizadora recebiam, dos nativos, animais da fauna (como preguiças e tamanduás) coletados do ambiente natural em que viviam. Além do entretenimento Mestre em Ecologia e Doutoranda em Etnobiologia e Conservação da Natureza, a bióloga Marilian Boachá estuda como os zoológicos influenciam a percepção das pessoas em relação aos animais. Durante sua pesquisa, ela observou como a modificação das culturas impactou no modo como as pessoas tratavam os animais, seja para alimentação, transporte, símbolo de status social, estreitamento de laços entre governantes de grandes civilizações, dentre outros. Esses usos resultaram no atual modo de funcionamento dos zoológicos, sustentados por quatro pilares: Entretenimento, Educação, Pesquisa e Conservação. Para Marilian, apesar de os direitos dos animais já terem avançado bastante, seu bem-estar ainda não é priorizado. “O bem-estar deveria ser implantado formalmente em todos os zoos como um quinto

O confinamento animal para fins de entretenimento teve origem na época medieval, gerado pelo interesse ao exótico. Maria Adélia Professora UFRPE 2017

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Mundo Animal Fotos: Alcione Ferreira

O bem-estar deveria ser implantado formalmente em todos os zoos como um quinto pilar.

isolados do contato humano, não se pode afirmar que eles estão na melhor, visto que deveriam viver em seu ambiente natural; principalmente no que diz respeito às espécies de grande tamanho e alta capacidade cognitiva, como o leão, o urso e o chipanzé, que são os que mais sofrem com o encarceramento. Turismo de exploração animal

Marilan Boachá Bióloga pilar. Um zoológico que mostre boas práticas de convívio com os bichos e ajude a imergir os visitantes em um local ‘parecido’ com a natureza pode aumentar a biofilia, ou seja, o intuito de conservação pelos animais. Isso tornaria as pessoas mais sensíveis às questões ambientais e dispostas a atitudes sustentáveis”, defende. Contudo, como lembra Maria Adélia Borstelmann, apesar da adaptação dos zoológicos às necessidades dos animais e a construção de recintos

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Além dos zoológicos, diversos outros tipos de atrações exploram os animais para entretenimento e turismo. É o caso de aquários, parques com exibição de show de animais aquáticos (o Sea World, na Disney é o mais famoso), circos, passeios em camelos e elefantes, charretes, encantamento de cobras, nado com golfinhos etc. Uma pesquisa publicada em 2015 pela universidade de Oxford aponta que atrações não-zoológicas chegam a receber mais de quatro milhões de turistas todos os anos. O estudo avaliou os impactos da indústria do turismo com animais silvestres em ter-


mos globais e identificou 48 tipos de atrações que utilizam os bichos para lazer, o que significa centenas de instituições individuais. Segundo os pesquisadores, a maior parte dos animais envolvidos foi obtida de forma ilegal. É compreensível o desejo das pessoas de terem contato mais próximo com os animais. Entretanto, seres humanos e animais silvestres selvagens fazem parte de naturezas distintas e há um limite que deve ser respeitado. O hábito de fazer as famosas selfies para as redes sociais, por exemplo, tem provocado efeitos devastadores para os bichos. Volta e meia, a mídia traz relatos de animais que morreram nas mãos de turistas ávidos por um clique para o Facebook. A ONG World Animal Protection publicou recentemente um relatório e

lançou uma campanha para acabar com essa prática. Segundo a organização, desde 2014 até hoje foi registrado um aumento de 292% no número de selfies com animais selvagens no Instagram. Esse tipo de experiência só é possível com uma mudança forçada no comportamento dos bichos que inclui, em muitos causos, maus tratos, substâncias para dopar os bichos e adestramentos cruéis. A maioria das pessoas que participa desses tipos de entretenimento desconhece o que se passa nos bastidores e o que as espécies sofreram para estar ali. Portanto, antes de entrar em um desses locais, cabe uma pergunta pessoal: o animal está feliz longe de seus iguais e sem, como disse Saramago, mover-se como lhes pede a natureza? Fica a reflexão.

Um zoológico transmite uma mensagem perversa, sobretudo porque se volta para um público infantil.

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Mundo Animal

Documentários

que valem a reflexão

Zoo De Frederick Wiseman, o filme acompanha o dia a dia de um zoológico em Miami, na Flórida. Com um enfoque nos animais enjaulados e na equipe dedicada a mantê-los saudáveis, apresenta informações mais que suficientes para mostrar a realidade do zoo. O documentário apresenta uma série de situações interessantes que acontecem ocultas aos visitantes como a manutenção do lugar e os aspectos financeiros e éticos.

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Silvestre não é pet! Produzido pela Sociedade Zoófila Educativa de São Paulo (SozedSP), organização que se unificou ao Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA), traz uma narrativa elaborada sob o ponto de vista da vida dos animais e questiona o direito de se manter animais silvestres como pets em pleno século XXI.

Blackfish O polêmico documentário narra a história de Tilikum, uma das baleias assassinas do Sea World que realizava performances para o público. Em 2010, a treinadora Dawn Brancheau foi atacada pela baleia durante uma apresentação. O filme revela o tratamento cruel que os animais recebem no cativeiro, a situação de perigo dos treinadores e as pressões da multibilionária indústria dos parques aquáticos.


Passatempos

Quiz DATA PARA ENVIO DO QUIZ: 19 de janeiro

Acesse o QUIZ através do link: http://www.fachesf.com.br/conexao/c20/quiz/

1) Que teoria sobre os principais desejos dos brasileiros foi comprovada em uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência em 2015, a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Complementar (IESS)? O maior desejo dos brasileiros são os planos de saúde O terceiro maior desejo dos brasileiros são os planos de saúde Ter acesso à educação é o terceiro maior desejo dos brasileiros, atrás apenas de casa própria e plano de saúde Nenhuma das alternativas 2) Sobre melanoma, assinale a alternativa verdadeira:

Deposite este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na Sede da Fundação, ou entregue-o na Agência Fachesf mais próxima. Se preferir, o Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br.

Manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram são sinal de câncer ou melanoma Somente regiões expostas ao sol podem ser afetadas Estações mais frias como outono e inverno também oferecem riscos de melanoma É uma doença incurável 3) Quais dos itens abaixo não fazem parte dos pilares que sustentam o funcionamento dos zoológicos: Entretenimento Educação Bem-estar Pesquisa

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Passatempos

Quiz 4) Que frase costumava ser dita por Pattabhi Jois, famoso mestre de Yoga? Concentre-se no sentir Pratique e tudo virá Meditar é exercitar o espírito Foco, força e fé 5) Quando se aposentar, a Participante Amparo Santana deseja fazer um curso de graduação para auxiliá-la em suas ações sociais. O que ela pretende estudar? Serviço Social Pedagogia Psicologia Filosofia 6) Quando o Plano CD foi implementado, a Fachesf tinha um patrimônio de cerca de R$ 600 milhões. Que ano foi este e quanto é o patrimônio atual? 2001 e R$ 6,5 bilhões 2001 e R$ 5,5 bilhões 2002 e R$ 7,6 bilhões 1991 e R$ 6,5 bilhões

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7) Que dica o Participante Diogo Miranda, contador do Departamento de Tesouraria da Chesf/DFET, sugere para quem quer viajar gastando menos? Ter um bom controle pessoal para evitar que uma chuva de ofertas vire aquisições de passagens que não serão utilizadas Utilizar ferramentas online para ajudar a ter bons hábitos nas finanças e saber a hora certa de viajar sem desfalcar a poupança Utilizar aplicativos de busca de passagens aéreas que acompanham os preços de destinos de interesse do usuário e emitem alertas quando surgem preços mais baixos Nenhuma das alternativas. 8) O sistema previdenciário da Suíça possui três pilares: o fundo de pensão estatal, os fundos de pensão profissionais e seguro contra acidentes e os planos privados. Dentre os três seguros que formam o Fundo Estatal, quais deles são obrigatórios? Seguro de Velhice e Previdência Seguro Invalidez e o Seguro Desemprego Seguro de Velhice e Seguro Desemprego Aposentadoria Especial


Passatempos

Caça-palavras Características da

Previdência Associativa

(Planos de Instituidores) Acesse o caça-palavras através do link: http://fachesf.com.br/conexao/c22/cpalavras/

Os sindicatos, cooperativas, associações, órgãos de classe e outras entidades de caráter classista, profissional e setorial podem criar sua própria entidade de previdência complementar ou criar planos de benefícios em entidades já existentes (Planos de Instituidores), para atender aos interesses de pessoas que buscam melhores benefícios previdenciários e segurança no futuro. Hoje, a previdência associativa é uma realidade que faz parte do dia a dia do trabalhador brasileiro. Na medida em que mais entidades criam planos, aumenta ainda mais o número de pessoas com acesso à previdência complementar fechada, a qual é uma das formas mais vantajosas de o trabalhador proteger o seu futuro. As principais características dos planos da Previdência Associativa determinadas pela legislação são: os planos deverão ser oferecidos na modalidade de Contribuição Definida; as entidades de previdência criadas por instituidores deverão terceirizar a gestão dos recursos do plano de benefícios e o patrimônio do plano deve ser completamente segregado do patrimônio do instituidor e também do patrimônio da entidade terceirizada responsável pela gestão dos recursos.

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Martinha

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O I M Ê R P l N/NE

iona Aberje · Reg

L

VISUA O I D U A A I D Í M

Pelo terceiro ano, a Fachesf conquistou o Prêmio Aberje de Comunicação Empresarial. A Fundação foi a vencedora da região Norte-Nordeste na categoria Mídia Audiovisual, uma das mais relevantes da premiação. Esse resultado só foi possível porque o Participante é o protagonista de nossas produções audiovisuais. A Fundação dedica a conquista a todos que dividem conosco suas histórias de vida e nos ajudam a fazer da TV Fachesf uma referência.

2017

O prêmio Aberje é nosso.

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