Conexão Fachesf nº 21

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45 Anos

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Da fundação aos dias atuais

Ponto de Vista

Planejamento & Gestão

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Foco no Participante

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Mundo Animal

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Cultura & Lazer

É possível ser milionário

Educação Previdenciária

Dieta sem lactose e glúten é saudável?

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Tesouro Direto: Muito além da poupança

Especial

No Consultório

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Entrevista com Helder Falcão

Seu Dinheiro

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As gerações que desafiam a aposentadoria

De volta a 1972

“Família é o meu maior patrimônio”

Agora é a vez dos gatos

O voo perene da Asa Branca

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Expediente

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional Produção

[Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Redação] Maria Eduarda Andrade [Produção e fotos] Dayse Brito [Estagiária de Letras] Joseane Ramos

Colaboraram nesta edição

Aline Matheus (No Consultório); Isabela Barros (Seu Dinheiro); Mariana Mesquita (Cultura e Lazer); Patrícia Monteiro (Mundo Animal); René Ruschel (Educação Previdenciária)

Comissão de Pauta

Laura Lima, Nathalia Duprat, Jeane Oliveira, Wanessa Cysneiros, Anita Telles e Isabel Tavares. [Ilustrações] Júlio Klenker (capa, p. 39-43), Freepik - adaptado por Corisco Design (p.22-25), Silvino (p. 14-20, 26-30), Roger Vieira (p. 32-37), Débora Horiuchi (P. 48-53), Leandro Lima (p. 55-58). [Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Santa Marta [Projeto Gráfico] Corisco Design

[Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 3412.7509

Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br

Helder Rocha Falcão Presidente Luiz da Penha Souza da Silva Diretor de Administração e Finanças Raimundo Jorge de Sousa Santos Diretor de Benefícios

Edição 21 /Maio.2017

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Em uma palavra: crescemos

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ma das melhores coisas da maturidade é a capacidade de olhar para si mesmo e ter coragem para mudar. Sem medo do julgamento alheio e com a serenidade de quem não tem pressa para chegar a lugar algum. Em outras palavras, pode-se dizer que o tempo é um agente poderoso para trazer sabedoria. Em 2017, a Fachesf comemora seu 45º aniversário. Ao longo de todas essas décadas foram incontáveis as histórias vividas, as conquistas alcançadas e os desafios superados. Algumas dificuldades também fizeram (e fazem) parte dessa bagagem, mas foi a partir delas que saímos do conforto e encontramos soluções que nos ajudaram a evoluir. Hoje podemos afirmar com orgulho: crescemos. Somos a primeira entidade de previdência complementar do nordeste e estamos entre as 20 maiores do Brasil. E tudo isso é fruto do trabalho de gente que não se contenta em permanecer no mesmo lugar; que busca caminhos alternativos para ganhar novos espaços sem per-

der o foco do que realmente importa, que é oferecer serviços de excelência em previdência e saúde a todos os Participantes e beneficiários. Esta edição da Conexão Fachesf é um ensaio que pretende contar um pouco dessa trajetória. Nosso ponto de partida foi uma viagem até o longínquo ano de 1972, quando a Fachesf nasceu e o planejamento para aposentadoria era somente a ideia de alguns desbravadores que já sentiam o peso do futuro bater à porta do presente – e tiveram a ousadia de sonhar. Fizemos uma pesquisa para resgatar o que acontecia no Brasil e no mundo da época e como a Fundação evoluiu no seu primeiro ano de vida. Também conversamos com três Participantes que viveram essa fase e contam como é hoje sua relação com a entidade que ajudaram a construir. Na editoria Educação Previdenciária, especialistas explicam como as gerações vêm mudando suas perspectivas sobre o trabalho e o que isso impacta no conceito (e na preparação) de aposentadoria. Ainda nesse tema, inves-

tigamos como diversos países lidam com a previdência e a diversidade de visões e formatos que o segmento permite. Na editoria Ponto de Vista, batemos um papo com o presidente Helder Falcão. De modo franco e aberto, ele falou sobre sua chegada à Fachesf e os desafios da entidade para os próximos anos. Além dessas matérias, trazemos artigos e reportagens variadas. Todos, de alguma forma, passam pelo (tantas vezes) incompreendido conceito de tempo que, apesar de temido por muitos, pode ser inspirador para quem se permite encará-lo de frente – e um grande aliado quando entendemos que ele (o tempo), apesar de nunca parar ou esperar por nós, diariamente nos permite recomeçar quantas vezes for preciso. Talvez seja este o maior e mais simples mistério da vida. Ou como diria o escritor José Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”. Laura Lima Editora Geral

Nathalia Duprat Editora Executiva

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45 anos

Participantes que entraram na Fachesf desde sua criação contam como viam a Fundação no passado e como veem a entidade hoje, 45 anos depois.

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Carlos Murilo Quando entrei na Chesf, no dia 8 de março de 1972, já havia movimentações para a criação da Fachesf. Imediatamente aderi à Fundação que acabava de nascer e da qual me orgulho em dizer que sou um dos sócios-fundadores. Hoje vejo o quanto foi extraordinária a ideia daquele pessoal que trabalhava na sede da Chesf, então no Rio de Janeiro (RJ), de criar seu próprio fundo de pensão. A previdência complementar é uma iniciativa vito-

riosa no Brasil e no mundo inteiro e faz, de fato, a diferença na vida de muita gente. O que nós, Participantes da previdência complementar, desejamos é que nossa Fundação seja bem administrada e garanta o pagamento do benefício do último Assistido até o final de sua vida. A Fachesf tem cumprido bem sua missão nesses 45 anos e certamente vai continuar trilhando um caminho de sucesso ainda por muito tempo.

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45 anos

Caio Márcio Na época da criação da Fachesf, nem todo mundo acreditava que ali existia um bom negócio. Nem de longe havia unanimidade entre o pessoal da Chesf daqueles idos de 1972 de que a ideia de um fundo de pensão traria retornos positivos aos associados. Eu, porém, era da turma que acreditava no projeto e abracei a Fundação desde o início. Anos se passaram e nunca me arrependi. Na hora de contribuir para a previdência, às vezes era difícil ver o desconto no salário e continuar firme. Mas hoje colho os frutos da persistência. Dei entrada na aposentadoria

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em 1993. Desde então, recebo meu benefício regularmente, mês a mês, e poucas vezes precisei ir à Fachesf resolver algo. Tem coisa melhor do que isso? Entrei na Chesf em 1967. Passei 26 anos na Companhia, sempre na subestação do Bongi. Vi a sede ser construída e fui muito feliz ali. Sei que é clichê dizer, mas aquele tempo passou bem rápido. Sinto saudades dessa época. Por outro lado, gosto bastante de como vivo hoje. Continuo trabalhando, agora no ramo de varejo, e tenho um cotidiano bastante movimentado. É a vida que segue.


Mônica Oliveira Entrei na Chesf em 1956. Eu era bem nova, tinha somente 19 anos. Sempre fui apaixonada pela Companhia e era do time que vestia a camisa da empresa. Naquela época, todas as mulheres trabalhavam na área administrativa ou como secretárias. Eu amava meus colegas de trabalho, a chefia, e me senti muito querida. No total, foram 29 anos e meio de trabalho. Apesar de estar aposentada há 30 anos, ainda me sinto chesfiana e tenho saudade daquele tempo e das pessoas que dividiam o dia a dia comigo.

Em 1972, quando a Fachesf foi criada, o que a gente sabia era que a Fundação ajudaria na suplementação da aposentadoria de quem saísse. Não existia essa coisa de plano CD, BD. Tampouco havia plano de saúde, do qual hoje sou beneficiária. Em 45 anos, a Fachesf cresceu muito; está bastante difundida. É uma beleza entrar na sede e ver a evolução que a entidade teve durante todo esse tempo.

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Ponto de Vista

“A Fachesf tem expertise para fazer boas escolhas” ENTREVISTADO

O

engenheiro eletricista Helder Rocha Falcão trabalhou na Chesf por 30 anos. Apesar da formação, não se limitou à área de engenharia da Companhia, tendo passado por diversos setores, onde acumulou diferentes experiências e conhecimento. Em sua trajetória, atuou como assessor do Departamento de Serviços Gerais – DSG (1997), adjunto da Diretoria Administrativa (1997-2003), assessor do Departamento de administração de recursos Humanos e Benefícios – DAH (2003-2009) e gerente da Divisão

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Helder Falcão

de Administração de Recursos Humanos e Benefícios – DABE (20102011). Em 2014, assumiu a diretoria de Administração, cargo que ocupou até setembro de 2016. Em novembro do mesmo ano, foi indicado à presidência da Fachesf, entidade com quem já mantinha uma antiga relação por sua atuação nos Conselhos Fiscal e Deliberativo. Nesta edição da Conexão Fachesf, Helder fala sobre seu papel na gestão da Fundação, os desafios que serão enfrentados e os planos da entidade para manter-se sólida, eficiente e perene.


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Ponto de Vista Conexão Fachesf. Como gestor na área de Recursos Humanos e posteriormente Diretor de Administração da Chesf, o senhor manteve por longo tempo um relacionamento próximo com a Fachesf. Ao assumir a presidência da Fundação, como vê a entidade sob essa nova perspectiva?

de nossa missão. Se formos fazer uma analogia, somos como uma orquestra: cada setor atua como um instrumento musical e todos juntos são responsáveis pela harmonia da música. Tal qual um maestro, cabe ao dirigente reger o grupo e conduzir a evolução da melodia.

Helder Falcão. Se antes eu estava do outro lado do balcão, apenas solicitando demandas à Fachesf, hoje enxergo questões que antes talvez não conseguisse, pois meu conhecimento vinha do ponto de vista da Patrocinadora. Quando cheguei à Fundação, tive uma visão muito positiva da entidade e compreendi melhor seus processos de forma ampla. Isso me dá respaldo para atuar de modo mais direto em diversos projetos e contribuir para a gestão da Fachesf. Não tenho dúvidas de que, com a equipe que temos, vamos avançar muito mais, tanto na parte de previdência quanto na assistência à saúde.

Conexão Fachesf. No último dia 10 de abril, a Fachesf comemorou 45 anos de existência. Na sua visão, do que a entidade precisa para manter sua vitalidade, solidez e perenidade?

Conexão Fachesf. Suas experiências profissionais na Chesf são um facilitador para sua gestão na Fundação?

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Confira a entrevista completa feita com exclusividade para a Conexão Fachesf: www.bit.ly/2HFuTH8

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Helder Falcão. Nos 30 anos em que atuei na Chesf, passei por diversos departamentos dentro da Companhia. A soma dessas experiências foi enriquecedora, pois me ajudou a entender que uma empresa é orgânica, ou seja, funciona a partir de processos que se interligam em busca do mesmo objetivo. Quando vim para a Fachesf, trouxe essa bagagem comigo. Precisamos todos compreender nosso papel dentro da Fundação e saber como podemos colaborar para o resultado final. A Fachesf vem assimilando isso muito bem; seus processos não são segmentados e cada área tem a exata noção do trabalho que realiza para cumprimento

Helder Falcão. Num primeiro momento, vamos retomar nosso Planejamento Estratégico focado em cinco ou seis vertentes que entendemos ser cruciais não somente para o crescimento da Fachesf mas como para sua rentabilidade, sustentabilidade e perenidade. A partir da efetivação das ações que serão definidas como estratégicas, vamos acompanhar de perto cada passo. Nosso objetivo principal é buscar a eficiência operacional da Fundação, ou seja, controlar despesas e receitas e honrar nossos compromissos atuariais. Nesse sentido, podemos já adiantar duas vertentes que serão analisadas a fundo: a ampliação da Fachesf para planos instituidores e multipatrocínio (o que nos traria novos Participantes e mais receita) e a separação dos negócios de saúde e previdência da Fundação. Vamos compor um grupo multissetorial para estudar essas questões e somente a partir de uma análise técnica criteriosa dos prós e contras vamos tomar qualquer decisão. Uma vantagem a nosso favor é o fato de outras fundações já terem trilhado esses caminhos e servirem como fontes de experiência. Além disso, temos uma credibilidade muito boa no mercado e isso é nosso melhor patrimônio.


Conexão Fachesf. No cenário atual de crise econômica do Brasil, quais os principais desafios para os fundos de pensão do país e, em especial, para a Fachesf? Helder Falcão. É importante ressaltar que o governo vem reduzindo fortemente as taxas de juros (Copom) – para o final deste ano, já se fala em um índice de 8%, contra 14,25% de 2016. Bater a meta atuarial com um cenário de taxas praticadas no passado não era muito difícil, pois tínhamos a maior parte dos investimentos em renda fixa, o que nos garantia o mínimo retorno esperado sem grande esforço. Com a taxa de juros em queda, porém, para assegurar os resultados desejados precisaremos correr riscos maiores. Hoje tem se falado muito em investimentos estruturantes, ou seja, empreendimentos, pois é um tipo de segmento que movimenta a economia do país. Acredito que a Fachesf tem expertise para fazer boas escolhas no mercado e apostar

em bons papeis, mas aprimorar nossa capacidade de seleção deve ser um desafio constante. Conexão Fachesf. A reforma na previdência poderá impactar de alguma forma a Fachesf enquanto entidade de previdência complementar? Helder Falcão. A reforma pode representar uma grande oportunidade para os fundos de pensão, pois as pessoas deverão começar a perceber a importância de uma previdência complementar, abrindo o mercado em que podemos atuar. O brasileiro ainda poupa pouco – e se consideramos a intenção previdenciária, menos ainda. Isso nos dá um amplo campo por onde percorrer. Conexão Fachesf. Que importância o senhor atribui aos programas de educação financeira e previdenciária para o planejamento da aposentadoria no futuro?

Helder Falcão. Como dito anteriormente, o Brasil é um país que poupa pouco e não tem a cultura de olhar para o futuro. Precisamos desenvolver essa consciência em toda a sociedade. Por isso, programas de educação financeira e previdenciária são tão importantes. A I Semana de Previdência e Saúde, que realizamos no ano passado, na sede da Chesf, foi bastante enriquecedora nesse sentido. No evento, batemos muito, por exemplo, na tecla da contribuição eficiente. Muitos Participantes não entendem ainda que ficar dois pontos percentuais abaixo desse índice ao longo de toda sua vida laboral pode causar um impacto relevante em sua aposentadoria futura. Depois da Semana, de tudo o que foi dito e discutido, muita gente aumentou seu percentual de contribuição do Plano CD. Mas o Participante não pode somente esperar que a Fundação vá até ele e leve informações. Ele precisa buscar informações, ler, acompanhar a Fachesf de perto. A educação é sempre uma via de mão dupla. Conexão Fachesf. Como o Participante pode contribuir para o fortalecimento da Fundação e a preservação do patrimônio que, afinal, pertence a todos? Helder Falcão. É fundamental que o Participante se aproxime da Fachesf e esteja sempre atento, fiscalizando o patrimônio que pertence a todos. Seja numa guia de saúde errada emitida por algum prestador, um custo desnecessário, ou qualquer outra situação que implique prejuízo para a Fundação, é seu papel comunicar e contestar para que o problema não persista. Além disso, é importante estar atualizado sobre o que acontece na Fachesf, questionar, tirar dúvidas. Temos diversos canais de comunicação e atendimento à disposição e estamos sempre de portas abertas para todos os Participantes.

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Tesouro Direto: muito além da

poupança

Se você acredita que investir no Tesouro Direto é coisa para quem tem muito dinheiro ou é expert em finanças, esqueça essa ideia. Afinal, comprar títulos do governo é uma opção de investimento menos complicada do que você imagina.

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Seu Dinheiro

O

assunto está nas manchetes dos cadernos de economia dos jornais, nas chamadas dos sites, nos noticiários da TV, nos programas de rádio e nas prateleiras dos setores de finanças pessoais das livrarias. Difícil você não ter ouvido falar, nesse último ano, de Tesouro Direto, aplicação financeira que ganha cada vez mais adeptos no Brasil.

o governo e recebe juros por isso. “O Tesouro Nacional garante as operações com os títulos, o que aumenta muito a segurança do investimento, já que o investidor só não recebe o que foi acordado se o governo não honrar o compromisso”, explica o analista de Investimentos em Renda Variável da Fachesf, Marcos Joaquim Barbosa.

Para ter uma ideia, o volume de investimentos na área bateu recorde em janeiro de 2017, chegando a R$ 2,47 bilhões, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional. As explicações para o sucesso desse tipo de operação são simples: segurança, fácil acesso e rentabilidade acima da poupança. Para os especialistas, não faltam motivos para acreditar que sim, vale à pena considerar a modalidade na próxima vez em que for aplicar o seu dinheiro.

Seria, portanto, uma modalidade de investimentos sem qualquer risco? Não, pois não existe investimento totalmente seguro. É preciso entender, porém, onde reside o risco. No caso do Tesouro Direto, o risco está na possibilidade de o governo não cumprir o que foi acordado com o título. “No entanto, a probabilidade disso acontecer é bastante baixa”, defende Marcos Barbosa.

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que permite que qualquer pessoa possa comprar títulos da dívida federal pela internet. Em outras palavras, o investidor compra um papel (um título) o qual demonstra que ele emprestou dinheiro para

O Tesouro Nacional garante as operações com os títulos, o que aumenta muito a segurança do investimento.

Tesouro Direto x Caderneta de Poupança

Marcos Joaquim Barbosa Analista de Investimentos 16 ·

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Outro atrativo desse tipo de investimento está na possibilidade dos baixos valores iniciais de investimento. É possível aplicar a partir de apenas R$ 30. Além disso, é um processo bastante simples: basta ter uma conta bancária e solicitar uma senha em uma instituição cadastrada para operar junto ao programa. A movimentação é feita pela internet, no site do programa ou no da instituição escolhida. Para descobrir que instituições são essas é só consultar o site do programa: http://www.tesouro. fazenda.gov.br.

De acordo com a responsável pela área de Captação e Novos Clientes da corretora Rico, Caroline Guedes, uma vantagem importante do Tesouro Direto está no fato de o Tesouro


Fotos: divulgação

Nacional honrar 100% do montante investido em caso de quebra do banco ou da instituição financeira. “Com a poupança, o chamado Fundo Garantidor de Crédito garante os recursos até um limite de R$ 250 mil em investimentos para situações parecidas. É por isso que os títulos públicos têm risco baixo”, explica. O educador financeiro Marcos Silvestre é um expert em matéria de comparar a opção pela compra de títulos com a boa e velha caderneta. Investidor do Tesouro há mais de dez anos, ele incentiva a modalidade desde antes dela começar a ser mais divulgada entre os brasileiros: “A poupança é muito conhecida, prática e acessível. São qualidades inegáveis que todo investidor, especialmente o de pequeno porte, deve perseguir. Mas há um problema: sua rentabilidade é instável ao longo dos anos e, nos melhores momentos, acaba sendo pequena se comparada à rentabilidade oferecida pelo Tesouro Direto” . O especialista dá um exemplo de por que o Tesouro é uma alternativa que ele acredita ser bastante rentável: “Digamos que você receba R$ 10 mil

Caroline Guedes Corretora de Investimentos

A rentabilidade da poupança é instável ao longo dos anos.

Marcos Silvestre Especialista em Investimentos e queira aplicá-los pensando na sua aposentadoria. Na poupança, após 15 anos, você terá R$ 11 mil corrigidos monetariamente para valores da época, contando que haverá inflação acumulada no período e deixando apenas a rentabilidade obtida, no caso, de 10%. Já aplicando no Tesouro, esse valor seria próximo de R$ 16 mil, também corrigidos, com um ganho líquido real de 60% ou seis vezes mais que a rentabilidade da caderneta. Por que, então, não trocar de investimento? É muito difícil juntar dinheiro. Nossos recursos merecem atenção.” Uma vez feita a opção pelo Tesouro e concluído o cadastro na instituição financeira escolhida, é hora de comprar, pela internet, os títulos. Mas como escolher entre tantas opções com prazos tão variados e taxas pré ou pós-fixadas? Em primeiro lugar, isso depende dos objetivos do investidor e de quando se pretende usar o dinheiro aplicado: se daqui a cinco ou 30 anos, por exemplo. Via de regra, títulos com resgate mais distante tendem a render mais. É muito comum ver prazos como 2050, por exemplo, entre os 2017

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Seu Dinheiro títulos ofertados. Não se assuste: se você não tem pressa de usar o dinheiro, pode ser uma boa. Lembrando que você pode usar o montante investido

antes; basta vender os títulos. A movimentação é diária. Tudo é feito pela internet como no site de uma loja virtual com “carrinho de compras”.

Para investir

As principais opções de títulos disponíveis são:

Tesouro Prefixado

Papéis com rentabilidade prefixada, que já informam a taxa de rentabilidade bruta. São bons para quem acredita que os juros nominais vão continuar baixando no Brasil, uma aposta de muitos analistas.

Tesouro Selic

Papéis com rentabilidade pós-fixada, que pagam, em termos de rentabilidade bruta, o que der a taxa Selic acumulada no período entre a compra e a data de vencimento. São indicados para quem acha que há um limite para os juros básicos baixarem.

Tesouro IPCA

Papéis indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com uma parte adicional fixa. São uma alternativa para proteger o dinheiro da ameaça do desgaste do poder de compra.

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Confira um vídeo do Tesouro Nacional sobre como investir em Tesouro Direto: www.bit.ly/2rBpUjt

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Outra informação importante: no Tesouro Direto há cobrança de Imposto de Renda, sendo a alíquota regressiva. Assim, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menos IR o investidor vai pagar. Se o montante ficar guar-

dado por seis meses, a alíquota será de 22,5%, baixando para 20% entre seis meses e um ano. Passando disso, mas antes de completar dois anos, a taxa é de 17,5%. Depois de dois anos, o percentual será de 15%.


Passo a passo para investir no

Tesouro Direto 1 2

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Escolha uma instituição financeira autorizada pelo Tesouro Nacional no site: http://www.tesouro.fazenda.gov.br. Concluído o cadastro, habilite sua senha e compre os títulos diretamente no site do Tesouro ou no site da instituição financeira escolhida. Antes de escolher, pesquise as taxas envolvidas numa situação ou na outra. O serviço de atendimento da sua corretora ou banco deve estar a postos para tirar todas as suas dúvidas: telefone, mande e-mail e peça orientação. Muitas dúvidas surgem nessa etapa, por mais simples que seja investir no Tesouro. Diante dos títulos, é só clicar em cima daqueles que o interessam, como numa loja virtual. Para escolher, considere os seus objetivos para o montante aplicado, pensando principalmente em quando você pretende resgatar o valor economizado. Na dúvida, leia sobre o assunto, peça dicas aos amigos e converse com os analistas do seu banco ou corretora. Se possível, faça um mix de títulos variados. O site do Tesouro, mais uma vez, será uma boa fonte de informação: http://www. tesouro.fazenda.gov.br Uma dica interessante, dentro do site do Tesouro,ésimulararentabilidadedostítulos com a calculadora oferecida pelo sistema: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/ tesouro-direto-calculadora

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Seu Dinheiro

Depoimentos Gilberto Morais Participante Recife/PE

“Opero com Tesouro Direto desde 2005. Na minha opinião, a mais importante justificativa para quem opta pelo TD é o tripé segurança, liquidez e rentabilidade acima da poupança. Considero esse o tipo de investimento ideal para quem não quer assumir riscos altos e se preocupa com a qualidade de vida que terá no futuro. Além disso, é válido como uma constituição de reserva para casos de emergência, pois ter um suporte financeiro de fácil acesso pode nos ajudar a sair de determinadas situações.”

André Craveiro Participante Recife/PE

“Em 2015, quando decidi comprar um apartamento, comecei a estudar algumas opções de investimento que me fizessem alcançar meu objetivo. Depois de várias simulações pela internet, entendi que meu perfil é de alguém precavido e conservador. Assim, de imediato descartei a possibilidade de aplicar na bolsa de valores e me interessei em entender melhor o Tesouro Direto. Para mim, esse era um tipo de investimento inseguro e que só considerava o longo prazo. Não demorei a mudar de pensamento. Fiz a opção por papeis com vencimento de dois anos e posso dizer que foi o melhor retorno que poderia ter tido. Acredito que as pessoas em geral não compreendem bem o Tesouro Direto, por isso é preciso estudar antes de tomar qualquer decisão.”

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Artigo

Seu Dinheiro A importância de compartilhar conhecimento

É

fato que, nesses últimos anos, o debate sobre finanças pessoais tem conquistado um espaço cada vez maior na vida de todos nós por diversos motivos e circunstâncias. Nesse tempo, alguns conceitos e premissas já se estabeleceram no senso comum e hoje são replicados por milhares de pessoas. Para manter o controle sobre nossas finanças, temos de entender a real diferença entre ter e ser, entre supérfluo e necessário e entre consumir e poupar. Temos ainda claro entendimento de que a busca pela independência financeira tem início no ato de investir para o futuro. Todo esse saber, porém, não vale muito se não estiver acompanhado do fazer, ou seja, de uma ação real de planejamento, controle e investimento financeiro. E vou além: o conhecimento também precisa ser compartilhado, principalmente com os mais jovens que estão sob nossa responsabilidade, seja em nossa família, ambiente de trabalho ou círculos sociais. Dividir experiências com os mais novos sobre consciência e independência financeiras é, sem dúvida, um legado com partículas de eternidade, pois pode influenciar positivamente na sua qualidade de vida e felicidade futura. É preciso deixar claro, no entanto, que orientar uma pessoa sobre como melhor ela deve conduzir uma boa relação com o dinheiro não significa intrometer-se na vida do outro, mas, sim, apontar caminhos que evitem situações desagradáveis e estimular para que o dinheiro seja utilizado como meio pra obter rendimentos.

Elizabete Silva Gerente econômicofinanceira da Fachesf

Entre muitos temas sobre administração de recursos financeiros, destacamos a seguir alguns que podem servir como boas

orientações de uma geração para outra: • Relação com o dinheiro: o controle constante das finanças é fundamental para que gastos nunca ultrapassem receitas. • Os vilões das finanças pessoais: quando mal utilizados, recursos como cartões de crédito, cheque especial, empréstimos e promoções/ofertas de produtos e serviços tornam-se perigosos e podem causar desperdício de muito dinheiro. • O status social e os sonhos: a condição social de cada pessoa está diretamente relacionada à sua capacidade financeira e não ao que gostaria de ter. Todos os sonhos têm seu tempo e esse pode ser de curto, médio ou longo prazos. • Investimentos: conhecer as diversas alternativas de investimentos e suas expectativas de rentabilidade é o primeiro passo para a formação de uma reserva, seja para emergências, previdências ou projetos. Por isso, as aplicações financeiras efetivadas pelos pais quando os filhos ainda são crianças tornam-se um dos maiores ensinamentos sobre gestão financeira com foco no futuro. A ação de compartilhar “saberes” e “fazeres” é um círculo virtuoso no qual todos aprendem a relacionarem-se com o dinheiro: quem ensina e quem aprende. Para os mais jovens, esse tipo de conhecimento pode ser o melhor dos ensinamentos para que eles desenvolvam bons hábitos na condução dos seus recursos. E uma geração que lida com dinheiro de forma mais equilibrada certamente será uma geração que valoriza o consumo consciente e está mais bem preparada para lidar com as incertezas do futuro.

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Especial

É possível ser

milionário Por Luiz da Penha,

Diretor de Administração e Finanças da Fachesf

Algumas pessoas sonham em um dia fazer uma reserva financeira e até tornarem-se milionárias e conseguem realizar esse sonho. Outras acham esse sonho impossível e nem tentam, muitas vezes até tendo orçamento disponível, talvez porque não tenham conhecimento dessa possibilidade e por falta de educação financeira.

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O

objetivo deste texto é mostrar a importância do tempo e da taxa de juros na formação de uma reserva financeira de longo prazo e assim tentar sensibilizar as pessoas a fazerem as suas reservas para aposentadoria. Especialmente alguns jovens não dão muita importância para esse tema e estão sempre adiando a decisão de formarem a sua reserva para uma previdência complementar achando que a velhice ainda vai demorar muito tempo, sem saber que o tempo é um aliado fundamental nessa questão. Estima-se que existem hoje no Brasil cerca de 500 mil trabalhadores que não participam dos planos de previdência complementar oferecidos pelas empresas nas quais trabalham. No âmbito do funcionalismo público, tem sido manchete nos jornais a baixa taxa de adesão ao Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal – Funpresp, o que fez com que o governo aprovasse a adesão automática para novos servidores. Felizmente, isso não acontece com os empregados da Chesf e da própria Fachesf, que aderiram em massa aos pla-

nos de previdência administrados pela Fachesf. E o que levaria um empregado a não aderir a um plano de previdência patrocinado por sua empregadora? A única resposta para essa questão só pode ser falta de informação sobre os benefícios: ao aderir ao plano de previdência, o primeiro benefício direto dá-se na formação da reserva de poupança, uma vez que a empresa participa financeiramente com uma contribuição mensal, em geral igual ou muito próxima do valor da contribuição feita pelo empregado. Assim, o simples fato do empregado contribuir faz com que a sua aplicação dobre de valor sem nenhum esforço ou risco adicional, fazendo com que o seu investimento seja valorizado em torno 100% em apenas um dia. Além disso, existem os demais benefícios previstos nos regulamentos de cada plano. Uma vez tomada a decisão de participar do plano de previdência, outra decisão não menos importante é definir o valor da contribuição mensal. Como dito anteriormente, a empresa participa mensalmente obedecendo a relação de aproximadamente 1:1, ou seja, para cada real

Gráfico 1 · Maximize a contribuição Resultado de R$500,00 e R$250,00 aplicados mensalmente a 6% ao ano R$800.000,00

Bene cio: R$4.358,59

R$700.000,00 R$600.000,00 R$500.000,00 R$400.000,00 R$300.000,00 R$200.000,00

Bene cio: R$2.179,29

R$100.000,00 R$0,00

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IDADE (ANOS)

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R$250,00 por mês

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Especial

Mobile

Para simulações mais precisas com cálculos atuariais e levando em conta os seus dados pessoais, acesse a área restrita do site da Fachesf e use o simulador.

de contribuição feita pelo empregado, a empresa contribui com outro real. Porém, essa paridade é obedecida até determinado valor, de acordo com o regulamento do plano. O valor da contribuição colocada pelo empregado que maximiza a contribuição da empresa é denominado de contribuição eficiente. Como estamos falando de um investimento que rende 100% em apenas um dia, sem nenhum risco ou esforço adicional, todo sacrifício deve ser feito para maximizar o valor da contribuição e atingir o nível eficiente. Apesar da taxa de adesão aos planos da Fachesf ser bastante elevada, no que diz respeito à contribuição eficiente, algum sacrifício ainda precisa ser feito pelos empregados da Chesf e da Fachesf. Apenas 61% dos Participantes do plano CD da Fachesf praticam essa contribuição. As três variáveis que influenciam diretamente na formação da reserva financeira são: (i) o valor aportado; (ii) a taxa de juros e (iii) o tempo durante o qual o valor permanece na conta sendo remunerado pela taxa de juros. O gráfico 1 mostra duas simulações de reserva financeira seguidas do consu-

mo do valor acumulado, ambas a uma taxa de juros real de 6% ao ano. Para uma aplicação mensal de R$ 500, o valor acumulado após 35 anos é aproximadamente R$ 700 mil e corresponde a quase 2 vezes o valor acumulado para uma aplicação de R$ 250. Verifica-se também que para um tempo de consumo dessa reserva de 25 anos, o valor do benefício é aproximadamente o dobro (R$ 4.358,59 e R$ 2.179,29). Imagine que, mesmo contribuindo com apenas R$ 250, a pessoa começou a sua reserva financeira aos 20 anos em vez de iniciar aos 30 anos como mostrado no gráfico anterior. O gráfico 2 mostra que o efeito de antecipar 10 anos é de praticamente dobrar o valor do benefício. Além do valor da contribuição, o tempo e a taxa de juros são dois importantes aliados para quem deseja formar uma reserva financeira. Imagine alguém que resolve investir R$ 115,00 todo mês a uma taxa de juros real de 6% ao ano. O resultado desse investimento cresce exponencialmente e após 65 anos ultrapassa 1 milhão de reais. Mais de 90% do valor acumulado vem do rendimento decorrente da taxa de juros.

Gráfico 2 · Comece cedo a sua poupança Resultado de R$250,00 aplicados mensalmente a 6% ao ano R$700.000,00 R$600.000,00 R$500.000,00 R$400.000,00 R$300.000,00 R$200.000,00

Bene cio: R$4.160,56 Contribuição: R$ 250,00

Bene cio: R$2.179,29 Contribuição: R$250,00

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vez de R$ 115,00 são aplicados R$ 200,00, o alvo de R$ 1 milhão é atingido em torno dos 55 anos. Os gráficos abaixo ilustram essa situação.

O capital investido e acumulado em todo esse período é de apenas R$ 89.700,00 (65x12x115,00). O resto para atingir R$ 1 milhão vem dos rendimentos. Se em

Gráfico 3.1 · É possível ser milionário Resultado de R$115,00 aplicados mensalmente a 6% ao ano R$1.200.000,00 R$1.000.000,00 R$800.000,00 R$600.000,00 R$400.000,00 R$200.000,00 R$0,00

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Gráfico 3.2 · É possível ser milionário Resultado de R$200,00 aplicados mensalmente a 6% ao ano R$1.800.000,00 R$1.600.000,00 R$1.400.000,00 R$1.200.000,00 R$1.000.000,00 R$800.000,00 R$600.000,00 R$400.000,00 R$200.000,00 R$0,00

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Finalmente, diante de tudo que foi apresentado até aqui, ficam as seguintes lições: • •

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Valor do depósito acumulado

Maximize o valor da sua contribuição ao plano de previdência; Quando se tratar de fazer a sua

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reserva financeira, tenha pressa, comece cedo; É possível, sim, ser milionário.

Essas dicas também valem para aqueles que esperam um filho ou um neto e querem torná-los milionários. 2017

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Educação Previdenciária

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As gerações que desafiam a

aposentadoria

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Educação Previdenciária

C

arlos Dionelli, graduado em Administração de Empresas em 2001, engrossa as estatísticas das chamadas gerações Z e Y. Ao deixar a universidade, seu sonho era o mesmo de milhões de jovens que saem à cata do sucesso profissional: trabalhar em uma grande empresa e crescer rapidamente na carreira. Desde então, circulou por oito organizações dos mais diversos segmentos – uma média de uma a cada dois anos. Dionelli faz parte de uma geração que não viveu as agruras da inflação nem do desemprego. Porém, pouco mais de uma década e meia depois, ele começa a rever seus conceitos. Executivo de uma grande empresa nacional, ele dá-se ao luxo de dizer que até hoje não sabe o que é procurar trabalho. “Todas minhas mudanças vieram de convites. Era a fase do pleno emprego, em que cada profissional era disputado a peso de ouro”, afirma. Agora, do outro lado do balcão, ele experimenta e vive uma nova realidade. Mergulhado em uma crise política e econômica, o Brasil não é mais o mesmo de 15 anos atrás. A taxa de desemprego saltou de menos de

As novas tecnologias, a agilidade na informação e um mundo sem fronteiras fazem parte do cotidiano da geração millennial. 28 ·

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Rômulo Machado Headhunter

5% para quase 12%. Os jovens profissionais, no entanto, parecem não entender o que se passa. A maioria continua não querendo fazer carreiras sólidas em empresas e preferem crescer utilizando as passagens profissionais como trampolins. “Mas a realidade atual é diferente. A cada mudança, podem dar um passo atrás em vez de seguir adiante”, acredita um já mais experiente Dionelli. Uma pesquisa realizada no ano passado pela empresa americana de desenvolvimento executivo Future Workplace confirma esse cenário. Segundo o estudo, os jovens atualmente esperam passar por 15 a 20 empresas, em média, durante a carreira. O lado bom disso é que esses profissionais podem conhecer diferentes filosofias e culturas organizacionais. O lado ruim é que tal estratégia é arriscada e não permite a formação de uma carreira sólida.

E o futuro? Rômulo Machado, engenheiro mecânico graduado pela Universidade Federal de Uberlândia (MG), é diretor de uma multinacional de Recursos Humanos. Sua longa experiência como headhunter e no aconselhamento de profissionais em transição de carreira demonstra que as pessoas da geração millennial (como são chamados os nascidos a partir de 1980 e que compõem as chamadas gerações Z e Y) têm mais perfil empreendedor e são movidas por desafios e não pela segurança de um emprego com carteira assinada. “As novas tecnologias, a agilidade na informação e um mundo sem fronteiras fazem parte do cotidiano dessa nova geração, que não precisou aprender isso tudo, simplesmente nasceu com esse DNA; são


imediatistas e não pensam no futuro. Aliás, a palavra aposentadoria não existe em seu dicionário”, explica. Machado confessou que, ao ser consultado para a entrevista a Conexão Fachesf, recorreu aos colegas de trabalho para saber quantos tinham um plano de previdência complementar. A decepção foi constatar que menos de 10% deles estavam incluídos em sua estatística. “Naquela mesma noite, em casa, perguntei aos meus filhos sobre o futuro. Nenhum deles tem a menor preocupação com o tema”, revela. Sidnei Oliveira, consultor de carreiras e autor de livros sobre o assunto, é mais radical em suas ponderações. Para ele, o que se vê hoje é uma convergência de acontecimentos que ultrapassam as evoluções tecnológicas, tão visíveis em nosso dia a dia. A maior e mais significativa mudança está no aumento da expectativa de vida das pessoas. Considerada uma grande conquista social, a ampliação da vida alterou de modo significativo a realidade. O aspecto positivo disso é que todos se consideram jovens por muito mais tempo, mas, por outro lado, há consequências que precisam ser analisadas. “Nesse momento, discutimos questões que deverão provocar profundas alterações no sistema de previdência brasileiro, o que nos obriga a tomar decisões que acontecerão daqui a 50 anos”, defende Sidnei Oliveira. Esse processo pode parecer estranho para aqueles que não imaginavam viver por tanto tempo e agora descobrem que seus planos de vida mostraram-se furados. Até o final do século XX, as pessoas planejavam suas vidas para ter carreiras de 35 anos de

trabalho com carteira assinada e gozar a aposentadoria a partir dos 53 anos. Essa realidade mostra-se hoje impossível. O plano, segundo Oliveira, só funcionava quando a expectativa de vida era de aproximadamente 65 anos e os jovens ingressavam no mercado de trabalho já contribuindo para a previdência antes dos 20 anos de idade. Quando se olha para os dias atuais, a situação fica ainda mais complexa, afinal, as novas gerações agem e pensam de forma totalmente oposta às anteriores. A trajetória profissional agora será de 70 anos ou mais. “O mais assustador é que, apesar desse quadro, ainda vemos jovens indiferentes e omissos, aguardando novos acontecimentos para uma tomada de posição; agem como quem espera um cenário ideal para entrar no jogo”, alerta.

Transformações da Previdência O governo brasileiro discute atualmente uma profunda reforma no sistema de previdência. No entanto, tais mudanças, que preveem uma diminuição nos benefícios concedidos, não significam aumento na receita. Ou seja, não garante que os futuros assistidos terão uma aposentadoria melhor remunerada. Um dos motivos é o novo modelo de relação de trabalho que se incorporou ao mercado: o chamado PJ (Pessoa Jurídica). “A terceirização é uma realidade forte e fará com que uma imensa massa de trabalhadores não tenha mais carteira assinada. Isso deve provocar uma grande mudança no sistema”, explica Renato Follador, presidente do Fundo Paraná de Previdência Multipatrocinada. 2017

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Especial Fotos: divulgação

A terceirização é uma realidade forte e fará com que uma imensa massa de trabalhadores não tenha mais carteira assinada. Esse novo modelo, segundo Follador, irá provocar o que ele chama de “futuro sombrio” à previdência oficial e abre um grande espaço para a previdência privada, tanto aberta como fechada: “Se hoje os benefícios do INSS são insuficientes para manter uma vida digna aos aposentados, no futuro, essas condições tenderão a piorar. Para minimizar a situação, não há outra alternativa além da previdência privada. Caberá a cada um construir seu próprio projeto de vida”, diz. E esse mercado é gigantesco. Para uma população de 205 milhões de brasileiros, cerca de 17 milhões – sendo 14 milhões na previdência aberta e 3 milhões na fechada – investem em suas aposentadorias futuras. Mas essa abertura também vai exigir dos fundos de pensão uma nova postura. Dois pontos, de acordo com Follador, são essenciais nesse processo: 1) A adesão ao modelo de multipatrocínio (ou seja, as fundações possuírem planos de diferentes patrocinadoras); 2) Existência de uma política de comunicação que consiga transmitir de forma clara e objetiva os benefícios da previdência complementar. “Sem essas medidas, as entidades correm o risco de serem engolidas pelo mercado”, sinaliza. 30 ·

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Renato Follador Fundo Paraná de Previdência

O multipatrocínio é importante porque a renovação da massa de empregados por si só não será suficientemente veloz para manter os aposentados atuais. “Essa falta de reposição atinge em cheio as instituições. Não tenho dúvidas de que os fundos que não aderirem à gestão de multipatrocínio estão fadados à extinção no médio e longo prazo”. Por outro lado, a reforma da previdência vai propiciar uma oferta de quase 100 milhões de trabalhadores que, uma vez conscientes e convencidos da nova realidade, serão clientes em potencial a esse reposicionamento de mercado. “A previ-

dência fechada precisa estar atenta a isso, preparar-se para um embate com o mercado, ou seja, os bancos. Só conseguiremos melhorar se mudarmos nossa postura”, diz Follador. O segundo ponto fundamental diz respeito às políticas de comunicação. O sistema lida com uma linguagem hermética, demasiadamente técnica, no entanto precisa atingir o cliente em potencial, hoje mais aberto a esse tipo de pauta. Follador cita seu próprio exemplo: há cinco anos foi convidado por uma rádio a participar como comentarista de um espaço diário dedicado à educação previdenciária. Já são mais de 3.000 programas gravados e o retorno tem sido excelente tanto do público comum quanto da própria mídia. Recentemente ele esteve no programa Pânico, da rádio Jovem Pan, em São Paulo. Apesar do foco irreverente do canal, ele falou sobre a falta de interesse dos jovens pela aposentadoria e recebeu mais de 130 mil mensagens de todo o Brasil. Isso prova o quanto o tema gera interesse e precisa ser difundido cada vez mais. Após mais de 30 anos atuando no segmento de previdência complementar, Follador acredita que é chegado o momento de uma grande virada. “Sou um crítico do sistema, pois acho que continuamos olhando para o próprio umbigo sem percebermos as mudanças que acontecem a nossa volta” afirmou. Para ele é preciso assumir uma postura proativa e deixarmos de ser meramente reativos. “Temos pela frente um grande desafio, mas só avançaremos se mudarmos as nossas concepções e o modus operandi que tem estagnado o sistema”, concluiu.


Previdência

Muito além do pagamento de benefícios

Jeane Oliveira Gerência de Manutenção de Benefícios da Fachesf

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Gerência de Manutenção de Benefícios (BGM) é um dos setores vinculados à Diretoria de Benefícios da Fachesf que tem sob sua responsabilidade a implantação, a manutenção e o pagamento de benefícios como aposentadorias, pensões por morte e alimentícias e suplementação do INSS de aposentados e pensionistas vinculados ao Posto Prisma da Fundação. No entanto, a missão da área vai muito além disso. É sobre nosso trabalho que queremos falar neste artigo e mostrar o que acontece nos bastidores da Fachesf para proporcionar os melhores serviços aos Participantes da Fachesf e preservar o Patrimônio que é de todos nós. Como ferramenta de gestão, a BGM utiliza um sistema próprio de folha de pagamento, desenhado para atender as especificidades do nosso ramo de atuação e cumprir todas as legislações vigentes. Também fica sob nossas atribuições o processo de Recadastramento Anual de Aposentados e Pensionistas. Desde sua implantação, em 2009, essa ferramenta tem garantido à Fachesf um controle mais eficiente nos pagamentos de aposentadorias e pensões, minimizando casos de não conformidade e ajudando a manter um banco de dados cadastrais mais próximo da realidade – algo fundamental para uma boa comunicação entre a Fundação e seus Participantes. A Fachesf, como fonte pagadora de benefícios, tem ainda a respon-

sabilidade legal de enviar à Receita Federal informações sobre esses recursos e fornecer os informes de rendimentos anuais aos seus Participantes para declaração do Imposto de Renda. A BGM realiza a gestão desse processo e também responde pela análise e processamento das solicitações de Isenção de IR por portadores de moléstia grave que incide sobre o beneficio complementar pago pela Fundação. A BGM também atua na carteira de empréstimos ao Participante, Seguro de Vida em Grupo e Reembolso Educacional/Creche, que é um benefício específico para os empregados que estão na Ativa e seus dependentes. Nosso papel é garantir que esses processos sejam realizados de forma segura e transparente de modo a trazer total satisfação dos nossos públicos. Para isso, contamos com uma equipe engajada que acredita no conhecimento como um caminho para buscar inovações que nos mantenham atualizados com as práticas de excelência no mercado. Lidar diariamente com previdência complementar e benefícios assistencias no Brasil significa administrar sonhos, expectativas e o futuro de muitas famílias. A Fachesf abraçou essa missão há 45 anos e desde então o maior desafio – da BGM e de toda a Fundação – é pensar de forma criativa para fazer o que já fazemos de modo ainda melhor, mais produtivo e objetivo.

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No Consultório

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Dieta sem lactose e glúten é mais saudável? “Glúten provoca desconforto abdominal”. “O organismo humano não foi feito para digerir lactose”. “Alimentos sem lactose e glúten são mais saudáveis”. Quem não ouviu algo parecido nos últimos meses, seja na mídia, em rodas de amigos ou redes sociais? É tudo mito ou verdade? A Conexão Fachesf conversou com especialistas para desvendar essas questões que tomaram conta do universo fitness moderno.

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No Consultório

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ntes de entrar na polêmica propriamente dita é preciso entender o que são glúten e a lactose. O primeiro é uma proteína presente em cereais como trigo, cevada e centeio. Na prática, pode ser encontrada em pães, biscoitos, macarrão e até na cerveja; são alimentos ricos em carboidratos e com alto índice glicêmico que, consumidos em excesso, aumentam o risco de ganho de peso. Já a lactose é o açúcar presente no leite e seus derivados como iogurte e queijo – vale destacar que o leite materno também é rico em lactose. De acordo com Michela Marmo, gastroenterologista e preceptora do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), o corpo humano produz uma enzima chamada lactase, que ajuda na quebra da lactose. “Com o passar do tempo, porém, em algumas pessoas geneticamente determinadas, essa produção vai diminuindo e há uma dificuldade para digestão da lactose”, explica. Nesses casos, não é preciso excluir itens que contenham lactose do cardápio, mas dosar a quantidade inFoto: Alcione Ferreira

Não há indicação de retirar o leite totalmente da dieta, pois é uma fonte importante de cálcio. Michela Marmo Gastroenterologista 34 ·

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gerida de acordo com a produção da lactase no organismo. “Cada indivíduo tem um nível de tolerância. Não há indicação de retirar o leite totalmente da dieta, pois é uma fonte importante de cálcio. Nas crianças, também é fonte de calorias. A saída é a moderação”, afirma Michela Marmo. Segundo ela, por outro lado, a exclusão total da lactose é indicada para quem tem alergia à substância, pois, ao entrar em contato com a lactose, o indivíduo apresenta sintomas como dor abdominal, distensão, diarreia e desconforto. Em relação ao glúten, a especialista só recomenda sua retirada do cardápio a quem é diagnosticado com doença celíaca, ou seja, quem é intolerante a esse tipo de proteína. A doença celíaca – patologia que atinge cerca de 1% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial de Gastroenterologia – é geralmente diagnosticada em bebês por volta de um ano, quando outros alimentos são introduzidos na alimentação, mas também pode ser descoberta na fase adulta. Nas duas situações, exames laboratoriais são decisivos para o diagnóstico. Há, porém, diversas pessoas que se intitulam intolerantes ao glúten sem sequer consultar um médico, pois acreditam que o trigo seria responsável por sintomas como desconforto e distensões abdominais. Assim, tiram a proteína radicalmente do prato sem o acompanhamento de um profissional especializado. “Não existe uma posição radical para a retirada do glúten da alimentação sem diagnóstico clínico. E, mesmo nos casos de doença celíaca, o paciente não deve fazer essa exclusão por conta própria sob o risco de ficar desnutri-


Foto: Alcione Ferreira

Tudo na vida tem que ter moderação. Nem excluir nem exagerar.

Amanda Guimarães Nutricionista

do ou apresentar outras complicações”, alerta a gastroenterologista.

Em busca do corpo perfeito Para o médico nutrólogo Homero Rabelo Pena, preceptor do Hospital Barão de Lucena (PE), a busca por alimentos glúten free e lactose free por pessoas sem indicação clínica ou que pratiquem dieta vegetariana é um modismo impulsionado por profissionais que prometem perda de peso rápida e silhuetas esculturais. As celebridades enquadradas em um estereótipo de “beleza fitness”, expostas 24h na mídia, também reforçam a impressão de que a ausência desses itens na alimentação seria sinônimo de corpo perfeito. O nutrólogo elenca vários benefícios da lactose, que ele considera uma

importante fonte de cálcio. “Com o passar dos anos, é verdade que a produção da lactase diminui no corpo e pode dar vez a síndromes de absorção. Mesmo assim, considero um erro banir radicalmente a lactose da alimentação”, defende. Já o glúten, segundo o especialista, não tem a mesma importância que a lactose. Entretanto, a maior parte das massas consumidas atualmente contêm carboidratos que são importantes. “Muitas pessoas substituem os alimentos com glúten por produtos com mais fibras, porém mais caros. Quem não pode comprar esses alimentos pode se prejudicar. Na hora que se restringe o glúten e não se segue uma substituição correta, corre-se o risco de eliminar também carboidratos que são fonte de energia para o cérebro e coração. Para esses órgãos funcionarem, será preciso 2017

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No Consultório então retirar energia da proteína que, por sua vez, fará falta para os músculos. O resultado pode ser um indivíduo com menos massa muscular”, analisa. A nutricionista e mestra em saúde da Criança e do Adolescente, Amanda Guimarães, também não considera a lactose e o glúten inimigos da saúde. Segundo ela, existem linhas de pesquisa que defendem o consumo dos dois componentes e outras que condenam, sob a alegação de que ambos não forneceriam nutrientes essenciais para a alimentação, especialmente para os adultos. Na avaliação, retirar totalmente a lactose pode aumentar as chances de desenvolvimento de uma futura intolerância à substância. A análise parte do princípio de que, na infância, o leite é a base da alimentação. Como consequência, o corpo produz grandes quantidades de lactase. Na fase adulta, outros alimentos passam a fazer parte das refeições e o corpo tende a reduzir a produção da lactase. Logo, a exclusão total aumentaria a chance de uma intolerância com o decorrer dos anos. A nutricionista também destaca que a lactose é o principal carboidrato do leite materno e é fundamental para o desenvolvimento neurológico dos bebês e para a produção das bactérias boas para o intestino. “Tudo na vida tem que ter moderação. Nem excluir, nem exagerar. Cada caso é um caso. É preciso respeitar a individualidade de cada pessoa. Não devemos tratar glúten e lactose como vilões ou mocinhos. São apenas alimentos”, conclui.

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Com a palavra,

os leitores

Leyvson Cézar do Nascimento Participante

“Nos primeiros quinze dias de vida de Nero, meu filho, percebemos que havia algo estranho, pois ele apresentava choros muito frequentes e sem explicação. Depois de algumas idas ao pediatra, sempre ouvíamos que crianças choravam mesmo e que não havia nada errado. Mas começamos a identificar ocasiões em que, após a amamentação, ele gritava em desespero. Consultamos uma nova profissional, que solicitou à minha esposa total restrição de leite e derivados. Em paralelo, alguns exames foram feitos e Nero foi diagnosticado como intolerante à lactose, o que lhe causava refluxo e problemas intestinais. Fizemos todo o tratamento e ele ficou bem, mas, até hoje, aos três anos de idade, ainda tem dificuldade de se alimentar, talvez por lembrar do sofrimento que passou”.


E os vegetarianos? Foto: Alcione Ferreira

Há, porém, uma enorme quantidade de pessoas em todo o mundo que, por seguirem uma dieta vegetariana, optam por não consumirem leite e derivados. Mais do que uma restrição motivada pela busca de um corpo perfeito, a decisão considera o bem-estar dos animais e a não necessidade desse tipo de alimento para os humanos. A nutricionista Nana Barros, especialista em alimentação vegetariana e membra da Sociedade Brasileira Vegetariana (SBV), concorda que, até os dois anos de idade, os seres humanos têm capacidade plena de produzir a lactase. No entanto, em sua avaliação, esse consumo deve se restringir ao leite materno. “Não temos necessidade de complementar a alimentação com leite de outros animais. Isso é uma questão social. Leite é uma necessidade até dois anos. Depois é só um costume”, defende. Sobre a corrente que defende o consumo de leite como sendo a principal fonte de cálcio, a nutricionista apresenta opções de origem vegetal igualmente capazes de prover o nutriente para o corpo: tofu (queijo feito à base de soja), sementes de gergelim, feijão branco e vegetais verde-escuros. “Sou a prova de que é possível fazer essas substituições. Pratico atividade física, e a alimentação vegana contempla todas as minhas necessidades. Como profissional, respeito as necessidades de cada paciente e sua opção de vida”, explica. Nana Barros Nutricionista

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Pergunte ao Doutor

Você sabe o que é o AVC? Os índices impressionam: o Acidente Vascular Cerebral ou AVC, como é mais conhecido, é atualmente a causa da morte de mais de 100 mil brasileiros por ano, segundo o Ministério da Saúde. No mundo, esse número chega a seis milhões de pessoas. Conheça um pouco mais sobre essa doença e as sequelas que ela pode trazer para o organismo.

1. O que é o AVC? AVC é a sigla para Acidente Vascular Cerebral. É um evento geralmente súbito, que pode ocorrer a qualquer hora do dia, durante atividade física e mesmo durante o sono e dá-se quando há um entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro. Suas consequências podem ser pequenas, severas, temporárias ou até permanentes. 2. Qual a diferença entre o AVC isquêmico e o hemorrágico? O AVC isquêmico ocorre quando há ruptura de um vaso cerebral. Já o hemorrágico se dá quando existe sangramento em algum ponto do sistema nervoso. A diferenciação dos sintomas de ambos, porém, é muito difícil, pois são bem parecidos na instalação, e a distinção só pode ser feita após tomografia ou ressonância. 3. Quais os fatores de risco que ocasionam o AVC? Existem fatores que são modificáveis pelos hábitos de vida (hipertensão, diabetes, alterações do colesterol ou do triglicerídeo, tabagismo, sedentarismo e obesidade) e outros não modificáveis como idade,

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por exemplo. Um paciente idoso tem risco maior de ter um AVC do que um jovem, ainda que este também seja passível de ter a doença. 4. Quais são os primeiros sintomas do AVC? Os sintomas mais comuns são: alteração da força muscular ou formigamento principalmente dos braços, pernas ou de um lado do corpo, assimetria facial, dificuldade na fala ou na compreensão, perdas súbitas da visão, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos. É importante que, se esses sinais foram identificados, o paciente direcione-se logo a um atendimento de emergência, porque muitas pessoas ficam aguardando melhorar e perdem o chamado “tempo de ouro” para o tratamento ou possível reversão do AVC. 5. Qual o tratamento para AVC? O tratamento preventivo não tem segredos; tratase do velho controle da pressão arterial, diabetes, peso e glicose associado a hábitos saudáveis e boa alimentação. Uma vez instalado o AVC do tipo isquêmico, existe uma medicação que pode ser feita nas primeiras horas; em caso de AVC hemorrágico, pode ser necessário um cateterismo ou a drenagem cirúrgica do hematoma.

Eduardo Melo Neurologista, médico de residência de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFPE e do Hospital Universitário Oswaldo Cruz.


Planejamento & Gestão

Há 45 anos, na Rua Marquês do Paraná, centro do Rio de Janeiro, a Fachesf abria as portas para receber seus primeiros Participantes. Naquele ano, mais de seis mil trabalhadores aderiam ao recém-criado fundo de pensão dos empregados da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco e davam

início a um projeto de preparação para a aposentadoria. Mas o que acontecia no Brasil e no mundo naquele ano de 1972? A Conexão Fachesf resgatou os principais marcos da época que, de alguma forma, misturam-se à própria história da Fundação. Mergulhe com a gente nessa viagem pelo tempo.

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Planejamento & Gestão

Uma sobrecarga no sistema elétrico provocou um incêndio de grandes proporções no edifício Andraus, na avenida São João, centro de São Paulo. Além de 16 mortos, o incidente deixou mais de 300 feridos e provocou grande comoção no país.

É lançado, nos Estados Unidos, o primeiro videogame do mundo, o Magnavox Odyssey. Apesar de não reproduzir sons foi um grande sucesso: somente nos primeiros seis meses foram vendidas mais de 100 unidades do console.

No dia 19, acontece a primeira transmissão pública de TV em cores no Brasil. O evento escolhido foi a tradicional Festa da Uva, no Rio Grande do Sul. No dia 25, uma reunião presidida pelo contra-almirante Edir Dias de Carvalho Rocha, então presidente da Chesf, autoriza a criação de uma entidade de caráter assistencial e social para assegurar a suplementação das aposentadorias concedidas pelo Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) aos empregados da Companhia.

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História da

Fachesf


Estreia, na TV Globo, a novela Selva de Pedra. Com Francisco Cuoco e Regina Duarte nos papeis principais, o folhetim foi um dos campões de audiência da TV brasileira.

Cinco homens são presos tentando instalar aparelhos de escuta na sede nacional do Partido Democrata americano, em Washington. É o início do caso Watergate, que, em 1974, levaria à renúncia do presidente Nixon.

É lançada a canção Águas de março, de Tom Jobim, no compacto Disco de Bolso, o Tom de Jobim e o Tal de João Bosco. Dois anos depois, a música faria ainda mais sucesso na voz de Elis Regina.

Fachesf abre inscrições para “mantenedores e beneficiários”. De 26 de junho a 29 de setembro, um total de 6.704 chesfianos aderiram à Fundação.

Luciano Pereira da Silva é indicado à presidência da Fachesf. Ele ficou no cargo até seu falecimento, em outubro do mesmo ano, quando assumiu Aramis Marengo C. de Mendonça.

Dia oficial de assinatura da escritura pública de constituição da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social – Fachesf.

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Planejamento & Gestão

A 20ª edição dos Jogos Olímpicos é realizada na cidade alemã de Munique. O evento ficou marcado por um ataque terrorista do grupo radical Setembro Negro que vitimou 11 atletas israelitas e chocou o mundo inteiro.

Estreia, no Brasil, o filme O poderoso chefão, de Francis Ford Coppola. A saga do mafioso Don Corleone ganhou as telas de cinema de todo o mundo e virou uma trilogia de grande sucesso.

O piloto Emerson Fittipaldi vence o GP da Itália e torna-se o primeiro brasileiro a vencer o Campeonato Mundial de Fórmula 1 com duas provas de antecedência.

Estudantes da USP lançam o primeiro computador brasileiro, que ficou conhecido como Patinho Feio.

História da 42 ·

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Fachesf


O Voo Fuerza Aérea Uruguaya 571, com 40 passageiros e 5 tripulantes, sai de Montevidéu com destino a Santiago do Chile e cai na Cordilheira dos Andes. Os 16 sobreviventes do acidente são resgatados após 72 dias. O acidente virou livro, filme e documentário.

Após 17 anos de exílio, voltava à Argentina o ex-presidente Juan Domingo Perón.

No dia 7 é lançada a Apollo 17, última nave a levar homens à lua. 24 de Setembro - O jornal brasileiro O Estado de S. Paulo publica notícia sobre a Guerrilha do Araguaia, burlando a censura do Regime Militar

É realizada a primeira reunião da Diretoria Executiva da Fachesf. Fachesf realiza um concurso para escolha da logomarca que seria adotada pela Fundação. O vencedor foi Alvimar Gonçalves Filho, lotado na Diretoria Técnica.

São criadas as primeiras agências regionais da Fachesf, nas cidades de Paulo Afonso (BA), Recife (PE) e Salvador (BA), além das subagências de Natal (RN), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL) e Aracaju (SE).

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Artigo

Fachesf-Saúde

Estratégias para uma rede credenciada de qualidade

O

s dois maiores patrimônios das empresas que atuam na saúde suplementar são sua carteira de clientes e a rede credenciada de atendimento. Neste artigo, é sobre esse segundo grupo que vou abordar como forma de mostrar sua importância para o Fachesf-Saúde e seus beneficiários. A rede credenciada é o conjunto de profissionais e estabelecimentos de saúde, incluindo médicos, consultórios, laboratórios, clínicas e hospitais, indicados pela operadora do plano de saúde para atendimento aos beneficiários. Sua ligação dá-se por um contrato formal de prestação de serviços, regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A formatação de uma rede baseia-se em vários critérios, sendo os mais importantes a capacitação técnica e o índice de suficiência da rede credenciada (ISR), ou seja, a necessidade de profissionais para atendimento, de acordo com o número de beneficiários de determinada região. O tipo de rede varia em função da segmentação do mercado de saúde suplementar, podendo ser: verticalizadas (próprias da operadora), cooperadas (cooperativas de serviços médicos) e credenciadas, que são as mais frequentes. Existem ainda empresas que formam redes de atendimento para terceirizar às operadoras. Vamos nos deter na rede credenciada propriamente dita.

Sílvio Cherpak Superintendente de Saúde da Fachesf

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Como as empresas de autogestão possuem uma boa reputação no mercado, são vistas como entidades sérias e que buscam o bem-estar dos seus beneficiários, tornase interessante, do ponto de vista da gestão, manter uma rede credenciada própria sem a intermediação de terceiros. Uma das grandes vantagens desse modelo é a possi-

bilidade de estabelecer contato direto com profissionais médicos, laboratórios, clínicas e hospitais, o que torna a relação mais próxima e transparente. Além disso, em alguns casos, principalmente em localidades descentralizadas, é possível estabelecer tabelas de valores diferenciados, negociadas pelo volume de atendimentos. Essa prática, conhecida como “Referenciamento Médico”, é uma estratégia de parceria que possibilita a redução nos custos do plano de saúde sem, no entanto, comprometer a qualidade dos serviços oferecidos aos beneficiários. Conhecedora dos resultados positivos que uma rede credenciada própria pode trazer, em meados de 2016, por solicitação da Patrocinadora, A Fachesf criou um grupo de trabalho, formado por empregados Chesf e Fachesf, com o objetivo de substituir paulatinamente o convênio mantido com a Unimed em algumas cidades do Nordeste por uma rede própria da Fundação. Alguns resultados práticos já podem ser observados como a formatação de uma rede apta para atendimento nas cidades de Aracaju (SE), Maceió (AL), Petrolina (PE) e parcialmente em Natal (RN). Em paralelo está sendo desenvolvido um trabalho intensivo para credenciamento em todas as localidades onde existam beneficiários, de acordo com as regras da ANS. Para fazer frente a todas essas demandas, a Superintendência de Saúde da Fachesf conta com uma Gerência de Regulação, área responsável pela gestão e relacionamento com toda a rede credenciada. Nossa meta é continuar buscando soluções para atender bem, com qualidade, profissionalismo e custos adequados todos os nossos beneficiários, que são o nosso principal patrimônio.


Foco no Participante

“Família é o meu maior patrimônio” Antônio Sérgio de Araújo está na Chesf há 36 anos. Casado e pai apaixonado de duas filhas, ele conta à Conexão Fachesf como divide a rotina da área de Gerenciamento de Projetos da Companhia com um trabalho voluntário focado na formação de pais cada vez mais conscientes de seus papéis de educar famílias para uma vida equilibrada em sociedade.

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Foco no Participante

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ntrei na Chesf aos 18 anos de idade. Tinha acabado de concluir a Escola Técnica Federal, em Pernambuco, e comecei minha história na Companhia como operador de subestação. Logo depois, fui transferido para o Centro de Operações e passei a ser operador de sistema. Estudei engenharia de software e, dentro dessa área, optei por me especializar em automação de sistemas elétricos. Estou na Chesf há 36 anos. Foi a única empresa que assinou minha carteira profissional e onde encontrei uma porta sempre aberta para oportunidades de crescimento. Um lugar em que consegui expandir meu conhecimento e alcançar uma enorme satisfação profissional e pessoal. Com todas as especializações que pude participar durante minha carreira, naturalmente me voltei para área de treinamento. Hoje eu sou gestor de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, setor que tem me permitido conhecer parte do mundo em busca de pesquisa e conhecimentos. O retorno disso tem sido incrível e motivador. Conseguimos fazer grandes projetos que hoje são patenteados e comercializados pela Chesf; que rendem dividendos para a empresa e dos quais muito me orgulho de ter participado. Sempre acreditei que, na vida profissional, você precisa fazer algo que deixe uma marca, um legado para as futuras gerações. E não falo somente do produto final, mas da experiência. O que me motiva muito a continuar na Companhia é a possibilidade de compartilhar conhecimento com outras pessoas. Tenho uma imensa satisfação de sentir que os mais

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jovens olham para a gente sabendo que é possível crescer não só no trabalho, mas sobretudo como pessoa. Parte disso devo a um desejo que sempre tive de me aprofundar no lado mais humano da sociedade. Apesar de ter um perfil muito voltado para as ciências exatas, meu primeiro curso superior foi em Psicologia. Gostei tanto da formação que logo depois fiz uma pós-graduação em Psicologia Organizacional. O curso traz benefícios extraordinários para quem o faz. É uma viagem interna, um movimento de introspecção. Você descobre técnicas sobre o conhecimento da mente humana e passa a se conhecer melhor. Também fiz alguns cursos em Neurociência Cognitiva e me interesso muito pela área do aprendizado. Isso tem sido espetacular na minha vida porque me ajuda a tentar melhorar o relacionamento com as pessoas com quem convivo. Ação Social Talvez tenha sido esse interesse o que levou a procurar uma atuação fora da Chesf; alguma atividade em que eu pudesse ser útil para o mundo de alguma forma. Assim, há 15 anos, abracei a causa voluntária da Escola de Pais do Brasil, uma organização de origem francesa focada na formação de adultos motivados a educar crianças para uma sociedade melhor. De imediato, eu me identifiquei com a proposta do projeto, por entender que a família é algo no qual a gente precisa investir muito; é onde, de fato, a civilidade começa e se desenvolve. O papel da Escola de Pais é preparar pais e mães para educação de seus


filhos e filhas, com o objetivo principal de formar cidadãos. É uma ação social que impacta diretamente a infância e, por consequência, no futuro da sociedade. A causa me toca muito profundamente porque a minha família é o maior patrimônio que construí na vida. É meu porto seguro, meu esteio. Com o tempo fui me envolvendo cada vez mais com as atividades da Escola e recentemente passei a ser representante nacional da organização no Brasil. Conseguimos expandir a ação do projeto em Pernambuco por meio de um convênio com Juizados Criminais no Recife. Agora, os pais condenados por maus-tratos que recebem penas alternativas de trabalhos comunitários são obrigados a frequentar um curso na Escola de Pais. O programa dura sete semanas e tem conteúdo voltado para uma ação prática no relacionamento entre pais e filhos. Temos tido um resultado de ressocialização familiar muito bom.

Fazer parte desse projeto me ajudou a conhecer as fases de desenvolvimento da criança; a entender por que os pequenos se comportam de modos diferentes de acordo com as faixas etárias e o que isso significa. Muitas vezes, sinais interpretados como rebeldia são apenas sentimentos sendo despertados de acordo com as emoções e descobertas da vida. Alguns pais, por não entenderem esses momentos, punem os filhos por mau comportamento. Nós, adultos, precisamos aprender a lidar com isso. Estudar essas questões me ajudou muito na educação das minhas duas filhas, que têm personalidades completamente diferentes. Precisamos, acima de tudo, compreender as características de cada um e respeitar cada etapa do desenvolvimento.

também na vida pessoal. Afinal, somos seres dinâmicos em constante aprendizado. Em relação ao meu futuro, espero continuar na Chesf, a maior empresa do Nordeste; uma organização com um trabalho social espetacular, que congrega profissionais de alta qualidade e que é muito importante para a sociedade. Apesar de gostar muito do que eu faço, já comecei a vislumbrar minha aposentadoria. Certamente vou me envolver em mais atividades voluntárias como a Escola de Pais e pretendo atender em consultório como psicólogo. Mas meu expediente certamente será somente de terça a quinta-feira, porque, na minha ideia de aposentadoria, sempre haverá fim de semana que comece no início da sexta e dure até a segunda.

E o futuro? Sempre gostei muito de inovação, de buscar entender como podemos melhorar em termos profissionais e

Foto: Arquivo Pessoal

Sempre gostei muito de inovação, de buscar entender como podemos melhorar em termos profissionais e também na vida pessoal.

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Mundo Animal

Agora é a vez dos

gatos

De preteridos aos cães como animais de estimação a adorados pela internet: nunca os bichanos estiveram tão em evidência nos lares e no coração das pessoas.

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té certo tempo, o personagem Garfield – o gato fofo que odeia segunda-feira e adora lasanha – era um dos poucos exemplos de felinos admirados em todo o mundo. Afinal, apesar de reverenciados por sua beleza (não é à toa que a palavra gato virou sinônimo de homem ou mulher bonita), sempre houve certo preconceito com os bichanos, acusados de não serem bons animais de estimação. Frios, calculistas e traiçoeiros eram apenas algumas das características negativas atribuídas a eles. De alguns poucos anos para cá, porém, algo mudou. Se antes eram vistos como pouco confiáveis para ocupar o posto de animal da casa ou trazedores de má sorte, no caso dos gatos de pelagem preta, hoje os bichanos têm despertado o interesse e a paixão de milhares de pessoas.

menos isso é o que pensa a verdadeira legião dos chamados Cat Lovers, os amantes de gatinhos, que não se cansa de compartilhar imagens dos bichos e engrossa a lista de consumidores de guarda-chuvas a canecas temáticas. E na vida real? Será, entretanto, que esse boom na moda, nas mídias sociais e na indústria se refletiu também em aumento no número desses animais nos lares da população? Para Susan Yamamoto, fundadora da ONG Adote Um Gatinho (AUG) – considerada a maior do Brasil em número de resgates e doações de gatos, abrigando cerca de 400 animais na região da Grande São Paulo – a resposta é sim.

Prova disso é a presença cada vez mais marcante de felinos em produtos da indústria, da moda e do entretenimento. Somente em 2016, grifes famosas apresentaram estampas recheadas de imagens de gatos como grande aposta para o inverno seguinte: eles invadiram suéteres, blusas, saias, casacos, calças e acessórios de marcas como a inglesa Stella McCartney, a italiana Gucci, as badaladas Loewe, MSGM, N° 21 e até as criações de Karl Lagerfeld para a brasileira Riachuelo.

A defensora acredita que esse crescimento se deve a vários fatores. Um deles diz respeito à nova configuração social nas grandes cidades. “Em São Paulo, por exemplo, o processo de verticalização da cidade não para de acontecer. Como as pessoas moram em apartamentos menores e trabalham muito, é mais viável pensar na convivência com gatos, que demandam menos tempo, espaço e cuidados que com cães, considerados quase sempre como a primeira opção de animal de estimação. Por isso, a procura pelos felinos tem aumentado. Recebemos e doamos entre 70 e 90 gatos por mês”, conta.

Na internet, eles ganharam ainda mais espaço. Quem tiver curiosidade de pesquisar perfis de gatos no Youtube, por exemplo, vai se deparar com quase um milhão de vídeos de “gatos fazendo gatice” – ou seja, sendo fofos, engraçados, curiosos e extremamente inteligentes. Pelo

A opinião é compartilhada por Roseana Diniz, professora do curso de Medicina Veterinária na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e pósdoutora em comportamento animal com ênfase em felinos pela Universidade da Pensilvânia (EUA): “Além de vivermos mais em apartamentos, 2017

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Mundo Animal o tempo para dedicação aos pets é cada vez mais escasso devido a atividades profissionais. Quem melhor se adapta a esse cenário é o gato, um bicho independente e que exige menos atenção. Além disso, são bons companheiros, brincam, pedem carinho e interagem com crianças”, comenta. Para Susan Yamamoto, porém, diferente do que acontece com os cães – considerados naturalmente os melhores amigos do homem – é preciso ter uma experiência real com os felinos para interessar-se por eles. E quando isso acontece, a paixão é avassaladora. “As redes sociais mostram isso e contribuem para o fenômeno dos cat lovers”, opina. Quem são eles? Diante desse crescimento de interesse pelos gatos, valem, então, as perguntas: quem são de verdade esses felinos que tanto dividem opiniões? Qual a razão de serem tachados como distantes e traidores durante tanto tempo? Os felinos podem ser tão bons companheiros quanto os cachorros? Para início de conversa, existem cerca de 250 raças de gatos domésticos no mundo, sendo as mais conhecidas Abissínio, Angorá, Gato de Bengala, Pelo Curto Brasileiro, Himalaio, Maine Coon, Persa, Sagrado da Birmânia e Siamês. Levantamento feito em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), mostrou que o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo, sendo 22,1 milhões de felinos e 52,2 milhões de cachorros. 50 ·

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Quanto ao convívio com os gatos e à fama de serem traiçoeiros, frios e interesseiros, este julgamento vem do senso comum, que ignora o comportamento social dos felinos, cuja estrutura é matriarcal e fraternal, ao contrário dos caninos, que é patriarcal. Ou seja, no ambiente selvagem, as fêmeas felinas dominam, cuidam das suas crias e ajudam-se, enquanto os machos só são recebidos na época da procriação. Quando os filhotes machos começam a apresentar seu comportamento sexual, também são expulsos do grupo feminino. Essa hierarquia das fêmeas, entretanto, é mais horizontal e variável. Os gatos são, assim, animais independentes, inclusive para satisfazer suas necessidades básicas como defecar, urinar, comer e higienizarse. “Se eles ficam por perto dos humanos, é por uma relação fraternal e não de dependência. Quando chamamos um gato, por exemplo, antes de vir até nós, ele avalia se isso vale à pena. Não é uma questão de frieza, mas de troca energética. Já o cachorro vai de modo mais automático porque entende que o humano sabe o que é melhor para ele”, explica Rosana Diniz. Por dentro da psicologia felina A fama de interesseiro também persegue os gatos há gerações. Uma das razões apontadas seria o fato de o animal nem sempre acompanhar seus tutores em mudanças de residência. A acusação, porém, tem origem na falta de conhecimento das características felinas e sua organização social. Gatos gostam de silêncio e locais tranquilos e guiam-se por algo que está além do ambiente: a constelação e o céu do local onde


Foto: Alcione Ferreira

vivem. Sendo assim, é importante dar um prazo de sete dias para que o bichano adapte-se. “É injusto e limitado definir o animal como interesseiro. Mudanças mexem com seu aspecto psicológico e enxergá-lo como um cachorro pequeno é não reconhecer sua essência. São seres sociais muito diferentes”, esclarece a veterinária.

Se eles ficam por perto dos humanos, é por uma relação fraternal e não de dependência.

O psicológico dos felinos é, inclusive, um fator que merece ser mais bem compreendido. Apesar de pacatos, calmos e observadores, eles têm muita predisposição ao estresse, que é ocasionado por qualquer coisa que saia do padrão de sua rotina. Novos moradores na casa, alteração na posição de móveis, itens estranhos aos quais não tenham acesso para cheirar ou ver, morte ou doença de integrantes da família são fatores que podem desencadear o problema. Alguns animais, quando afastados do tutor por muito tempo, chegam a arrancar os próprios pelos, mutilaremse e adquirirem dermatite psicogênica. Além disso, podem arranhar e morder sem motivo. Quando não conseguem drenar o estresse, entram no quadro depressivo. Ao perceber esses sinais, o tutor deve levá-lo ao veterinário. “O tratamento depende do que levou o gato a esse quadro, sejam alterações emocionais, presença de ectoparasitas, alérgicos etc. Para diferenciar se é doença ou fator psicogênico, apenas o profissional está habilitado”, explica Rosana Diniz. O segredo, então, para ter sempre por perto um gato saudável, esperto e cheio de charme é só um: garantir-lhe cuidado, atenção e respeito ao seu jeito peculiar de relacionarse. Se ele quiser um chamego no

Rosana Diniz | Veterinária colo do parceiro humano, aceitará a companhia de bom grado e movido apenas por bem-estar e prazer. E podem apostar: ninguém vai julgar quem não resistir a esses encantos e bombar a internet de cliques e vídeos cheios de amor. 2017

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Mundo Animal

O que você não sabia sobre

Gatos não conseguem enxergar a menos de 75cm de distância. Levam a boca à comida, confiando somente no olfato.

Apesar da clássica imagem do gato bebendo leite, esse é um alimento não recomendável, pois muitos animais possuem intolerância à lactose.

Gatos possuem mais ossos do que o ser humano: 250 contra 206, dependendo do número de dedos e do tamanho da cauda, que detém 10% dos ossos.

Seus bigodes auxiliam na orientação espacial e tato, tornando o animal capaz de detectar variações nas correntes de ar e descobrir obstruções sem nem mesmo vê-las. Esses pelos alcançam a mesma largura do corpo do bicho, o que lhe permite julgar se cabe em determinados espaços.

Gatos são animais carnívoros. No ambiente selvagem, devoram a presa inteira, incluindo pele, órgãos internos e ossos. Sua exigência em relação à comida conferiu-lhes a alcunha de gourmets. Costumam rejeitar o alimento se este não estiver limpo, na temperatura correta e em boas condições.

O olfato dos gatos domésticos é bem mais ativo que o dos humanos, pois eles possuem 15 milhões a mais de células olfativas.

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A cauda do gato faz parte da sua linguagem corporal. Quando alta/flutuante, representa excitação, defesa ou ameaça. Se estiver reta para cima, expressa confidência e prazer. Abaixada entre as pernas significa medo. Quando os gatos a sacodem para cima e para baixo, estão insatisfeitos; se a sacodem para os lados, demonstram irritabilidade e podem agredir.

Depoimento

Renato Oliveira da Silva Participante

Alguns alimentos não podem ser consumidos sob hipótese alguma por gatos, a exemplo do chocolate, que possui uma substância chamada teobromina, incapaz de ser metabolizada pelo animal.

A língua dos gatos é adaptada para autolimpeza e para arrancar a carne dos ossos de suas presas. Desde que vivam em um ambiente limpo, eles nunca precisarão tomar banho. Isso depende, entretanto, de outros fatores como acesso livre à rua, presença de pulgas ou doenças de pele.

Gatos só têm até três cores, que podem se apresentar com diluição. Exemplo: amarelo e amarelo diluído (creme), preto e preto diluído (cinza), marrom e marrom diluído (bege). Gatos tricolores são sempre fêmeas (menos de 1% são machos e, quando isso acontece, é decorrência de uma anomalia cromossômica).

“Desde pequeno sou apaixonado por gatos. Os bichanos sempre foram minha primeira opção de animais domésticos. Quando fiquei adulto e fui morar sozinho, eles se tornaram os meus companheiros. Hoje tenho quatro gatos: Cotoco (11 anos), Magrelinha (10 anos), Brad (9 anos) e Galego (6 anos). A primeira foi resgatada dentro de um motor de carro. Magrela e Brad são filhos dela. Já tinha castrado todos e decidido que não adotaria mais nenhum quando uma vizinha chegou com Galego, dizendo que não podia mais ficar com ele. Baixei a guarda e ele entrou também para a família. Algumas pessoas dizem o contrário, mas gatos são muito apegados aos seus donos. Eles são, sim, mais independentes e possuem um comportamento diferente dos cachorros, mas convivem muito bem com as pessoas. Para mim, que tenho uma vida corrida, eles são mais fáceis de criar e dão menos trabalho em termos de cuidados e higiene”.

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Jurídico

Oba, o dono sou eu

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uando sou convidado a escrever artigos para a revista Conexão Fachesf, sempre me alegro, pois tenho a oportunidade de conversar como Participante e não como advogado. Creio que essa condição, inerente aos nossos funcionários, diretores e conselheiros, é uma distinção maravilhosa, pois ao contrário do que ocorre em outros lugares, onde as relações entre gestores, empregados e beneficiários se limitam, muitas vezes, a um rigor formal ou contratual, nesse laboratório incrível que é a autogestão associativa, colhemos os resultados de nossas próprias convicções e possibilidades. Sabemos do momento delicado da economia. Milhões de pessoas convivem com o desemprego, a carência na saúde, o desamparo previdenciário. Nossos problemas são de outra ordem, também econômica, mas essencialmente fruto de nossas escolhas. Não convivemos com o desemprego, pois o vínculo com a Chesf assegurou salários como contrapartida de nossos esforços. Nossa carência em saúde é muitas vezes menor que a do brasileiro médio, pois contamos com o PAP na fase laboral e o Fachesf-Saúde na aposentadoria, para prestar o melhor atendimento que conseguirmos construir. E temos nossos planos de previdência, que complementam a previdência oficial dentro daquilo que planejamos e contribuímos ao longo da vida.

Ricardo Lima Assessor Jurídico da Fachesf

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E por que estou escrevendo sobre isso? De tanto ouvir nas rodas sociais reclamações sobre como a crise tem afetado a vida das pessoas, cabe-nos lembrar que somos donos de nossa própria história, assim como nossa Fundação é produto de nossa construção coletiva e de nossas opções.

Não importa de onde você veio, credo, cor, condição social. Você batalhou para entrar na Chesf, lutou suas batalhas, conquistou promoções, fez amigos e talvez até uns inimigos, mas nada lhe foi dado, tudo conquistado. Você fez escolhas, construiu patrimônio, constituiu família, criou filhos, casou e descasou, e como disse Raul Seixas, “tentou outra vez”. Então, apesar das eventuais limitações que o tempo impõe a todos nós, e das dores que a vida nos manda, por que dar ouvidos a essa voz interior que de tempos em tempos sussurra em nossos ouvidos que não podemos mais, que somos incapazes, que nossa hora passou? Existe um provérbio, atribuído aos índios Cherokee, em que um avô conta para seu neto que dentro dele vivem dois lobos em conflito: um deles é bom, mas o outro é mau. Quando o garoto lhe pergunta qual dos dois vence, o avô sorri e responde: aquele que eu alimento. Portanto, amigo, não espere, não lamente, não fique lambendo feridas. Procure dentro de você a coragem, o otimismo e a determinação que te impulsionaram ao longo da vida. Asseguro-lhes que todos ainda estão lá. Talvez um pouco enferrujados, com saudade de aventuras, mas ficarão maravilhados em reencontrar você. Acorde de manhã, tome um bom banho, cante uma canção, capriche no perfume. E quando aquela pessoa no espelho olhar pra você de um jeito meio estranho e quiser vir com uma conversa triste, olhe-o no fundo dos olhos, bata no peito, abra um sorriso e lembre a ele quem manda.


Cultura & Lazer

O voo perene da

Asa Branca Há 70 anos ainda não existia televisão no Brasil e a distância entre o sertão nordestino e o resto do mundo era quase intransponível. Mas alguns valentes enfrentavam o percurso como um passarinho amarronzado da família dos columbídeos, em busca de melhores condições de sobrevivência e, por que não?, sucesso profissional. Esse era o caso de Luiz Gonzaga e de Humberto Teixeira, que se encontraram no Rio de Janeiro (RJ) e, sem saber que estavam compondo uma espécie de hino para toda uma região, criaram e gravaram Asa Branca, música que permanece viva na cultura brasileira tantas décadas depois. 2017

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Cultura & Lazer

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Apesar do dia 3 de março de 1947 ser comemorado por admiradores de todo o país, a verdade é que a história de Asa Branca é mais longa. Começou ainda na infância do pernambucano Luiz, nascido em 1912, e do cearense Humberto, que veio ao mundo em 1915, no auge de umas maiores secas já registradas no Brasil. Os olhos e ouvidos dos dois meninos certamente catalogaram muita miséria e riqueza, antes de cada um deles se mudar para o Rio da Janeiro (RJ), então capital federal. Tanto Humberto, advogado e descendente de família de posses, como Luiz, filho de pequenos agricultores e ex-corneteiro do Exército, eram músicos talentosos. Luiz, que já trabalhava na noite carioca desde 1939 e alternava suas apresentações em cabarés e shows de calouros, buscava um parceiro capaz de traduzir os ritmos de sua terra em novas composições. Quando foi apresentado a Humberto, que paralelamente à carreira jurídica compunha sambas e marchinhas, deu-se a liga. Asa Branca foi criada em 1945 junto com outras composições como No Meu Pé de Serra, Juazeiro e Baião. Nenhum dos dois autores poderia imaginar que a canção iria se tornar uma das músicas mais gravadas do Brasil, com mais de 500 registros. Na verdade, naquele longínquo princípio de março, quando a dupla adentrou os estúdios da RCA Victor para gravar com o Conjunto Regional do Canhoto, a toada parecia tão estranha que um dos músicos chegou a zombar, chamando-a de “música para cego pedir esmola” e percorrendo a sala, de chapéu na mão.

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Após ser gravada, Asa Branca levaria mais dois meses para tornar-se conhecida do público, pois o lançamento do disquinho de 78 rpm só viria a acontecer em maio. Depois de estourar no rádio, a música acabou levando Gonzaga para as telas do cinema. Ele interpretou Asa Branca no filme O mundo é um pandeiro. E a canção decolou de vez. Hino do Nordeste continua igual Asa Branca conta a história da diáspora nordestina, e o faz de forma afetiva, mostrando o sertão não apenas como lugar de penúria. A letra explicita a maestria de Humberto Teixeira na poesia popular oral e também na literatura erudita. E se tanto a melodia como a voz dolente de Luiz Gonzaga soavam estranhas aos ouvidos sudestinos da época, traziam em si tanta originalidade e vanguardismo que acabaram influenciando várias gerações futuras. “Estamos comemorando a história de um divisor de águas na música popular brasileira”, resume o pesquisador Paulo Vanderley Tomaz, criador do site Luiz Lua Gonzaga e um dos maiores colecionadores de informações e objetos relacionados ao Rei do Baião. Para ele, a canção se tornou especial porque fala direto ao coração das pessoas, com versos que retratam a saudade e, ao mesmo tempo, sinalizam a esperança. “Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira conseguiram a proeza de combinar uma melodia pra cima e uma letra triste, nostálgica, mas com muita poesia”, descreve. “Eles colocaram o sertão nordestino no mapa do Brasil”.


Fotos: divulgação

Ao longo de sua trajetória, Asa Branca influenciou diversos movimentos musicais.

Gonzaga, Zé Dantas e Humberto Teixeira “Asa Branca é um fator de união nacional”, concorda o cineasta Breno Silveira, diretor do filme Gonzaga, de pai pra filho (2012) e admirador confesso da composição. “De certa forma, ela é a primeira música a trazer em si todas as nossas mazelas e faz isso com uma força absurda. Asa Branca fez pelo Brasil, politicamente, mais do que vários atos do governo”, aponta. Ele acredita que a canção representa muito da alma nordestina e de tudo que o brasileiro enxerga sobre a região. “É uma música que está fazendo 70 anos e poucas coisas resistem ao tempo dessa forma. A arte, quando é realmente forte, permanece. Asa Branca vive por sua beleza e por tudo o que diz”. A força da mensagem de Asa Branca também é destacada pelo coordenador do grupo de pesquisa em Mídia e Música Popular Massiva da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Jeder Janotti. “Em vez de romantizar Asa Branca é preciso enxergar sua potência. Além de ser uma grande composição, é uma peça fundamental para a construção de nossa ideia de brasilidade e para que se possa discutir as contradições que nos formam”, explica o comunicólogo. “Há quem diga que a produção de Gonzaga era pura, autêntica ou que era uma mera fabricação da indústria fonográfica. Não gosto da dicotomia acerca dessa canção ou sobre o próprio Luiz Gonzaga. Eles são maiores que isso”, avalia. Ao longo de sua trajetória, Asa Branca influenciou diversos movimentos musicais e foi regravada por intérpretes como Maria Bethânia, Nelson Gonçalves, Raul Seixas, Lenine, Caetano Veloso, Tom Zé, David Byrne, Chitãozinho e Xororó, 2017

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Cultura & Lazer

Estamos comemorando a história de um divisor de águas na música popular brasileira. Gilberto Gil, Lulu Santos e Elis Regina. Também já ganhou regravações em diversos idiomas ao redor do mundo. Ainda hoje, povoa o imaginário social e aparece nos livros de história, geografia e literatura, além de ser uma das primeiras lições para qualquer criança brasileira que queira aprender flauta doce ou sanfona. Neste exato momento, aqui nesta esquina ou lá no Japão, alguém se emociona com a beleza singela de seu voo e com a capacidade da arte de extrair alegria da aridez.

Asa Branca

Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira Quando olhei a terra ardendo Igual fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornalha Nem um pé de plantação Por falta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Por farta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Até mesmo a asa branca Bateu asas do sertão Depois eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Depois eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe, muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Pra mim voltar pro meu sertão Espero a chuva cair de novo Pra mim voltar pro meu sertão

Mobile

Acesse o link para ver Luiz Gonzaga cantando Asa Branca acompanhado por Fagner, Sivuca e Guadalupe. www.goo.gl/KB1mJy 58 ·

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Quando o verde dos teus olhos Se espalhar na plantação Eu te asseguro não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração Eu te asseguro não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração


#FebreAmarela

FEBRE AMARELA

/minsaude /minsaude /MinSaudeBR

Informação pra todos, vacina pra quem precisa.

Fique atento às orientações para a vacinação contra a Febre Amarela. INDICAÇÃO:

ESQUEMA:

6 meses a 9 meses de idade incompletos

A vacina está indicada somente em situações de emergência epidemiológica ou viagem para área de risco.

9 meses até antes de completar 5 anos

1 dose aos 9 meses de idade. 1 dose de reforço aos 4 anos*. *Se a criança não foi vacinada aos 9 meses, deve tomar a vacina e o reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

A PARTIR DOS 5 ANOS Que receberam 2 doses da vacina Que receberam uma dose única da vacina

Que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação

60 anos e mais (nunca vacinada ou sem comprovante de vacinação)

Estão imunizados e não precisam mais se vacinar.

Deve tomar o reforço ainda que sejam adultos.

Administrar a 1ª dose da vacina

+

1 dose de reforço após 10 anos

Apenas após avaliação médica.

Gestantes

A vacinação é contraindicada. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o beneficiário/risco da vacinação.

Lactantes com crianças com até 6 meses de idade

A vacinação é contraindicada até a criança completar 6 meses de idade. Caso a mãe tenha que se vacinar, ela terá que, antes de receber a vacina, estocar leite para o período de 28 dias após a vacinação. Se não tiver leite suficiente, buscar o banco de leite.

Viajantes

• Viagens internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional. • Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de 1ª vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação.

Para mais informações, procure uma unidade de saúde ou acesse saude.gov.br/febreamarela 2017

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