Conexão Fachesf nº 23

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Revista da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social

ano 10

N 23 2018

aposentadoria num país de cigarras A

Como as decisões do presente impactam no equilíbrio financeiro do futuro

Especial O encontro de gerações entre avós e netos

Seu Dinheiro Minimalismo: consumir menos para viver melhor

No Consultório Os benefícios da corrida para o corpo e a mente



Especial

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No Consultório

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Planejamento & Gestão

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Foco no Participante

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Passatempos

Avós e netos: um encontro de gerações

Ponto de Vista

Um olhar para o futuro da Fachesf

Seu Dinheiro

Consumir menos para viver melhor

Educação Previdenciária

A aposentadoria num país de cigarras

Correndo em direção à saúde

Quanto tempo dura cinco anos?

Memórias de um pioneiro

Quiz , Caça-palavras e Martinha

2017

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Expediente

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional Produção

[Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Redação] Maria Eduarda Andrade [Produção] Dayse Brito [Estagiária de Jornalismo] Giselle Cahú

Comissão de Pauta

Laura Lima, Nathalia Duprat, Jeane Oliveira, Wanessa Cysneiros, Anita Telles e Isabel Tavares.

Colaboraram nesta edição

Mariana Mesquita (No Consultório) Mariana Dantas (Especial) Olívia Mindêlo (Seu Dinheiro).

[Ilustrações] Clarissa Cabral (p. 06-13), Silvino (p. 18-23), Roger Vieira (capa, p. 26-31), Morgan Manginelli (p. 33-39), Corisco Design (p. 41-43) [Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Provisual [Projeto Gráfico] Corisco Design

[Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 3412.7509

Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br

Helder Rocha Falcão Presidente Luiz da Penha Souza da Silva Diretor de Administração e Finanças Raimundo Jorge de Sousa Santos Diretor de Benefícios Edição 23 /Março.2018

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A maratona da vida

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conta sempre chega. Você colhe o que semeia. Quem planta chuva colhe tempestade. O futuro começa agora. Você certamente já leu ou ouviu alguma dessas frases. São apenas alguns dos muitos ditados populares que atestam o poder do presente para construir o que ainda virá. Ação e reação, hoje e amanhã. Em outras palavras: o que fazemos do nosso tempo é o que nos define como indivíduos e como cidadãos. Nesta edição da Conexão Fachesf, o tempo é, mais uma vez, nosso convidado especial. Todas as matérias e artigos da revista, de uma forma ou de outra, mostram como essa esfera universal que coloca as pessoas sob a mesma redoma – sem distinção de cor, raça, sexo, gênero, classe social ou intelectual – é o fio condutor da humanidade; o senhor onipresente que dá a cada indivíduo a oportunidade de fazer escolhas e criar a própria história. No que diz respeito à previdência, por exemplo, o tempo é fator fundamental para a concretização de

um projeto de vida que inclua uma aposentadoria financeiramente confortável. Essa preparação não se consolida do dia para a noite e requer uma série de decisões que permeiam toda a fase laboral do trabalhador. No Brasil, entretanto, a maioria dos cidadãos ainda ignora esse planejamento de longo prazo: seis em cada dez brasileiros não poupam para o futuro. Em nossa matéria de capa, conversamos com especialistas de dentro e fora da Fachesf para alertar os Participantes da Fundação sobre a importância de fazer contas e traçar metas reais que possam assegurar uma aposentadoria confortável. Nesse contexto, entender o conceito de contribuição eficiente (e suficiente) pode fazer uma grande diferença na hora de, enfim, encerrar o vínculo empregatício depois de anos de muito trabalho. A lógica do tempo também vale para a conquista de boas condições de saúde física e mental. O corpo e a alma cobram, com juros,

a conta de tudo o que se viveu. Daí o porquê de nos mantermos vigilantes com o que é capaz de nos trazer bem-estar, sejam experiências sensoriais, construções de memórias ou trocas de afeto. Tudo isso está presente nas páginas a seguir, quando falamos de minimalismo, dos benefícios do convívio entre avós e netos, dos ganhos de quem adota a corrida de rua como estratégia para ser mais saudável e feliz. Segundo o médico gerontologista Alexandre Kalache, a humanidade passa por uma revolução da longevidade. Um bebê que nasce hoje no Brasil tem expectativa de vida de quase 75 anos. Para os nascidos em 1945, era de apenas 43 anos. “Quando se vivia até os 50 ou 60 anos, a vida era uma corrida de cem metros. Hoje é uma maratona”, diz o especialista. Como você quer cruzar essa linha de chegada? Boa leitura, Laura Lima Editora Geral

Nathalia Duprat Editora Executiva

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Especial

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Avós e netos: um encontro de gerações De um lado, a sabedoria de quem já viveu muitos anos. Do outro, a juventude dos que ainda têm um mundo inteiro pela frente. Entre ambos, um elo de amor que se fortalece no convívio e na troca de experiências. Essa é a síntese de uma relação que envolve avós e netos, cujo resultado é sempre do tipo ganha-ganha: os mais novos recebem dos mais velhos a garantia de um porto-seguro, enquanto esses adquirem dos mais jovens a disposição que lhes falta devido às limitações inerentes da idade.

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Especial

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participante Socorro Fernandes, 60 anos, é exemplo dos benefícios proporcionados por esse encontro de gerações. Avó de Maria Clara, 8 anos, e Maria Cecília, 11 meses, ela diz que as netas são suas fontes de rejuvenescimento. “Quando avistei, através do vidro do berçário, a minha neta que acabara de nascer, minha vida ganhou novo sentido”, afirma Socorro, que hoje dedica a maior parte do seu tempo livre às meninas, principalmente à mais velha, sua companheira de diversão e brincadeiras. “Fazemos de piqueniques a castelos de areia. No Carnaval, escolhemos o tema, compramos o material e produzimos nossas fantasias. As meninas me fazem voltar a ser criança e, ao mesmo tempo, encarar novos desafios.”, conta

No Carnaval, escolhemos o tema, compramos o material e produzimos nossas fantasias. As meninas me fazem voltar a ser criança e, ao mesmo tempo, encarar novos desafios. Socorro Fernandes Participante

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Socorro. Em 2018, um dos seus objetivos é aprender a andar de bicicleta para passear com as netas. Em contrapartida, Maria Clara auxilia a avó em seu trabalho voluntário como contadora de histórias no Hospital de Pediatria Helena Moura, no Recife (PE). É ela quem primeiro ouve os novos contos, avalia o conteúdo e aprova ou não o livro. “Maria Clara é uma menina sincera; quando acha ruim, diz sem titubear”, confessa a avó, que atua como relações públicas na Superintendência de Relações Institucionais da Chesf.

Os cinco pilares do bem-estar De acordo com o geriatra Eduardo Figueiredo, chefe do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas,


os benefícios desse tipo de relação não é mera suposição. Ele explica que são cinco os cinco pilares fundamentais que resultam em uma longevidade com bem-estar: ter espiritualidade, praticar atividade física, buscar uma alimentação saudável, permanecer ativo e cultivar laços familiares. “O suporte da família é fundamental. Segundo estudos, idosos que recebem afeto são menos depressivos. Essa sensação de bem-estar, geralmente ligada aos netos, pode até influenciar de forma positiva na recuperação de doenças e no efeito de medicações”, afirma. James S. Bates, professor da Universidade da Dakota do Sul (EUA) e PhD em desenvolvimento humano e estudos familiares, realizou uma pesquisa em 2012 sobre como a relação afetiva entre avôs e ne-

Foto: Alcione Ferreira

O suporte da família é fundamental. Segundo estudos, idosos que recebem afeto são menos depressivos

Eduardo Figueiredo Geriatra | Hospital das Clínicas Foto: Giselle Cahú

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Especial

Acredito que esse amor pelos netos é igual ao amor por um filho, mas com a vantagem de não ter a responsabilidade das decisões. Por isso, o sentimento é mais leve. Gildásio Batista de Souza Participante

tos interfere na saúde mental dos homens. O pesquisador entrevistou, individualmente, 341 homens e seus netos, o que resultou na divisão de grupos com base na frequência de contato, nível de compromisso e participação em atividades compartilhadas. Cerca de um terço dos avôs cultivavam uma relação bastante intensa, mais da metade mantinha um bom grau de convívio e 16% não possuíam envolvimento afetivo com os netos. Esse último grupo apresentou mais sintomas depressivos do que os demais. A convivência entre avôs e netos, segundo James Bates, também tem 10 ·

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Foto: Maria Eduarda Andrade

efeito positivo na vida das crianças devido ao amor, apoio e ensinamentos que recebem, contribuindo diretamente para o desenvolvimento de sua identidade, caráter e princípios éticos. Muitos avôs inspiram seus netos e são responsáveis pela formação da parte mais leve de suas lembranças afetivas: comidas, cheiros, brincadeiras e momentos de alegria que ficam na lembrança dos jovens muitas vezes nascem na infância e são fruto desse convívio. Conhecido como “o vovô da Fachesf”, por conta das inúmeras cenas de carinho protagonizadas com os netos na sede da Fachesf, onde vai com

frequência, o aposentado Gildásio Batista de Souza é um grande protagonista na construção das memórias de Mateus, 8 anos, e Rafael, 3 anos. Ele participa ativamente da rotina dos meninos, faz diversas programações infantis e busca-os na escola duas vezes por semana para que eles almocem “a comida da vovó”. A distância entre as faixas etárias não impede que o trio se embale em aventuras e brinque livre em praças e parques, sem moderação na diversão. “Estamos sempre juntos. Eles adoram pula-pula e carrinhos de bate-bate. Acredito que esse amor pelos netos é igual ao amor por um 2018

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Especial

filho, mas com a vantagem de não ter a responsabilidade das decisões. Por isso, o sentimento é mais leve”, diz Gildásio. O neto Mateus concorda. Para ele, a única diferença é que “os avós te tratam melhor e com mais paciência”.

Construção da identidade Segundo a psicóloga Paula Barros, doutora em psicologia clínica e professora da Universidade Católica de Pernambuco, os avós têm papel importante na transmissão simbólica dos valores da família. “Toda criança adora ouvir histórias do passado e descobrir como eram seus pais na infância, o que gostavam de fazer e quais eram suas brincadeiras preferidas. Adoram passar horas folheando o álbum de fotografia para tentar perceber traços parecidos com o pai ou a mãe. E a função de eternizar essas memórias é dos avós, que assim colaboram para a construção da identidade e subjetividade da criança”, explica. 12 ·

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Do outro lado, perceber o brilho nos olhos dos pequenos a cada uma dessas descobertas provoca nos avós uma sensação de renovação. Essa troca singular acontece em geral com o surgimento da chamada crise da terceira idade, quando os idosos começam a sentir algumas limitações. A presença dos netos, portanto, pode trazer vitalidade e dar outro sentido a essa fase da vida. A Participante Cleonice Novaes da Silva, 81 anos, já estava aposentada quando Bruno nasceu. Por isso, teve mais tempo para se dedicar ao neto. A relação dos dois, construída Foto: Alcione Ferreira

Paula Barros Psicóloga e professora | UNICAP

em base sólida e regada de amor, tornou-se ainda mais forte depois que a avó se divorciou. “Ela não gostava de dormir sozinha. Então eu pegava minha bicicleta e ia para sua casa todas as noites. Guardo na memória nossas conversas dessa época. Escolhi, inclusive, ser enfermeiro, a mesma profissão que a dela, porque ficava fascinado com suas histórias do trabalho”, conta Bruno, 24 anos. Para Cleonice, seus quatro netos são presentes especiais de Deus. Bruno, o mais velho, é seu grande companheiro. “Ele cuida de mim e me leva para passear, ao médico e aonde eu quiser”, diz. Já para os netos, a avó simboliza uma vida de lutas e conquistas, motivo de orgulho para todos. Desbravadora, a aposentada saiu de Floresta, sertão pernambucano, aos 22 anos de idade, em busca de uma vida melhor. Chegou sozinha em Paulo Afonso, na Bahia, conseguiu emprego, formou uma família e hoje inspira os mais jovens com as escolhas que fez ao longo de décadas.


Foto: Alcione Ferreira

A Participante Cleonice Novaes da Silva e seu neto Bruno Novaes

Os novos avós Segundo a psicóloga Paula Barros, até os avós que já faleceram podem ganhar lugar especial na memória afetiva da criança se os pais repassarem seus ensinamentos e relembrarem acontecimentos marcantes. “Esse avô ou avó pode ter um valor significativo na vida do neto por meio das lembranças dos familiares. Essa também é uma forma de a criança começar a compreender a finitude humana”, defende. Ela explica ainda que o aumento na expectativa e na qualidade de vida resultou no surgimento de vários perfis de avós: há os aposentados que possuem mais tempo e disposição física para ficar com as crianças, há aqueles que ainda trabalham – e em alguns casos até colaboram em termos financeiros na criação dos netos – e há os que moram longe da família. Independentemente do perfil e da distância, porém, a ligação afetiva com os netos sempre será forte desde que esse envolvimento seja incentivado. O resultado é garantido: amor e benefícios para as duas gerações. 2018

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Ponto de Vista

Um olhar para o futuro da Fachesf ENTREVISTADOS

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Beth Freire e Valdemar Freitas

esde 2014, a administradora Beth Freire e o engenheiro eletricista Valdemar Freitas estão envolvidos com a gestão e as tomadas de decisão da Fachesf. Eleita pelos Participantes, ela preside o Conselho Fiscal, enquanto ele, indicado pela Patrocinadora Chesf, é presidente do Conselho Deliberativo. Ambos se despedem de seus mandatos em maio deste ano. Em entrevista à Conexão Fachesf, os conselheiros compartilham suas experiências nos processos de governança da Fundação e apontam os principais desafios da entidade para os próximos meses.

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Foto: Maria Eduarda Andrade

1) De modo geral, como os senhores classificam o ano de 2017 para a Fachesf e que realizações merecem destaques? Bete Freire: A Fachesf é uma entidade que a cada ano consegue obter resultados importantes para a continuidade da gestão dos seus planos. Em 2017, eu pontuaria as seguintes conquistas: 1) Rentabilidade dos investimentos; 2) Execução do orçamento geral; 3) Programa de redução e otimização das despesas administrativas; 4) Resultados dos planos de saúde; 5) Criação de uma área de controles internos. Também merece destaque o trabalho das áreas voltado ao atendimento dos empregados que aderiam ao Plano de Aposentadoria Extraordinária da Chesf (PAE), inclusive com a oferta de um plano de saúde específico.

Valdemar Freitas: A Fachesf teve um desempenho excepcional em 2017 com os rendimentos dos investimentos praticamente dobrando a meta atuarial. Isso significa que a massa de recursos dos Participantes teve um excelente ganho real. Porém, mais importante do que isso foram as ações tomadas pela administração de modo a assegurar eficiência na gestão e, consequentemente, melhores resultados futuros para a Fundação. Dentre essas iniciativas, eu destacaria o programa de eficientização de custos e o esforço de buscar fazer mais com menos; ou seja, apresentar melhores resultados com custos de administração menores.

dação. Outro ponto significativo foi a evolução na gestão da Superintendência de Saúde, que vem possibilitando um melhor atendimento, com custos decrescentes e consequentes reajustes menores para os Participantes. Não poderia deixar de falar também da retomada do Planejamento Estratégico da Fachesf, algo tão necessário para o futuro no médio e longo prazos.

Ressalto ainda a implantação do segmento de gestão de riscos e controles internos, importante para garantir a conformidade dos processos da Fun-

Bete Freire: Isso é algo muito importante, pois garante mais segurança aos negócios relativos à previdência e saúde. Por lidar

2) Que avaliações fazem sobre a evolução dos processos de regulação e supervisão praticados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos últimos anos?

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Ponto de Vista com recursos de terceiros, as entidades administradoras devem ser muito fiscalizadas e seguir normas claras e efetivas. A evolução desses processos de regulação trouxe um modelo mais eficiente de fiscalização que é a supervisão baseada em risco. Esse foco no risco, e não mais somente nos processos, permite que, no escopo da fiscalização, caibam temas como governança e modelo de gestão, que agregam mais valor ao ambiente fiscalizado e trazem mais segurança para participantes e patrocinadores. Valdemar Freitas: A Previc instalou, a partir de 2015, um processo de fiscalização permanente na Fachesf. Durante esse período, inúmeros pontos foram registrados como lacunas de gestão, de controles dos riscos e de conformidades. A partir disso, a Diretoria Executiva e os Conselhos Deliberativos e Fiscal estabe-

leceram juntos um plano de ação para adequar os processos da Fundação às melhores práticas de mercado. Como consequência, no final do ano passado, a Previc reconheceu, em reunião, a evolução inequívoca da Fachesf. Os órgãos reguladores devem ser encarados como parceiros na segurança e melhoria do desempenho das entidades de previdência. 3) Qual a importância dos processos de auditorias interna e externa na Fachesf? Como esse trabalho pode agregar positivamente para a Fundação? Bete Freire: Esses são processos importantíssimos, não somente pelo exame que realizam, mas porque exploram assuntos e questões que tornam mais evidentes as ações necessárias à Fundação. Os processos de auditoria, além de trazer tranquilidade aos

Participantes e à Patrocinadora, são vitais para o Conselho Fiscal, tendo em vista, a responsabilidade que nós, conselheiros, temos de fiscalizar e garantir o correto cumprimento das normas e procedimentos definidos para execução interna. Valdemar Freitas: Sejam internos ou externos, os processos de auditoria devem ser encarados como oportunidades para melhorias de resultados. Um dos pontos relevantes destacados pela Previc foi a ausência de auditoria interna na Fachesf ao longo dos anos. Com o entendimento de que uma auditoria interna se constitui em boa prática de gestão, o Conselho Deliberativo e a Diretoria Executiva definiram a contratação de uma consultoria independente para avaliar os processos de gestão da Fundação. Ao final, seis processos foram auditados e algumas Foto: Alcione Ferreira

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não conformidades foram identificadas. Atualmente estamos na fase de elaboração de um plano de ação que, em breve, será apresentado. 4) O Brasil vive um momento de instabilidade econômica. Nesse cenário de incertezas, qual deve ser a atitude do Participante em relação ao seu Plano de Previdência? Bete Freire: Acredito que o Participante deve se informar cada vez mais sobre seus planos de benefícios e acompanhar de perto os resultados obtidos. Além disso, é fundamental contribuir mais para sua poupança previdenciária e ter muita consciência e cuidado em suas tomadas de decisão, principalmente no que diz respeito ao resgate da reserva. Como beneficiário do plano de saúde, o Participante deve buscar não atrasar suas mensalidades e atuar como um fiscal permanente de suas contas médicas, colaborando para que a Fundação não pague além do devido nos procedimentos executados por meio da rede credenciada. Valdemar Freitas: O Participante deve estar focado em poupar cada vez mais para usufruir de uma vida futura mais cômoda e adequada. Portanto, quanto mais contribuir para seu plano de benefício – em paralelo ao aporte correspondente da Patrocinadora – melhor será o resultado na construção de sua reserva previdenciária. O Participante deve confiar na competência e seriedade da Fundação para administrar seus recursos financeiros. 5) Quais os maiores desafios da Fachesf para os próximos anos? Bete Freire: Como a Fachesf é uma entidade que atua fortemente na capitalização dos

recursos dos planos, o desafio será alcançar a rentabilidade estabelecida como referência. Outro desafio é o equilíbrio econômico-financeiro dos planos de saúde para atingir uma margem de segurança financeira maior. Também teremos que racionalizar os recursos administrativos e ao mesmo tempo ampliar controles, maximizar a qualidade dos processos, manter os profissionais capacitados e ampliar tecnologias. Valdemar Freitas: Acreditando que o Brasil voltará a crescer, com taxas de juros e inflação mais baixas, o desafio dos investimentos para atingir as metas atuariais serão imensos. Teremos de correr mais riscos e ser mais arrojados nesse campo, acostumados que estamos aos rendimentos confortáveis dos títulos públicos. Outro desafio será a segregação da gestão da previdência e da saúde; são mundos distintos e que, na minha opinião, precisam ser administrados separadamente. Também temos de nos preparar para a abertura da Fundação para o multipatrocínio. A Fachesf está entre os vinte maiores patrimônios em fundos de pensão do país; não pode depender somente da Chesf. Isso também vale para os planos de saúde. Esses desafios serão grandes e precisam ser enfrentados agora. Com visão de futuro, planejamento, método e ação. 6) Os senhores estão concluindo seus mandatos como presidentes dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Como avaliam a experiência?

investimento (André Stefano), jurídico (Ricardo Lima) e saúde (Sílvio Cherpak). Quero registrar que os resultados alcançados pelo Conselho Fiscal contaram com o trabalho, dedicação e profissionalismo dos conselheiros Denilson Veronese, Alexandre de Oliveira e Murilo Gondim, e de todos os dirigentes, que executaram suas responsabilidades com ética e zelo. Reconheço o compromisso de todos que fazem da Fachesf uma entidade cada vez mais forte, ocupando hoje a 19ª posição como Entidade Fechada de Previdência Complementar. A todos, meu muito obrigada. Em especial aos Participantes que continuam confiando no meu trabalho. Valdemar Freitas: Primeiramente, quero agradecer a indicação e a confiança depositada em mim pela diretoria da Chesf. Ao longo desses quatro anos, aprendi bastante sobre o mundo previdenciário e de saúde. Pude também, a partir dos conhecimentos adquiridos na Patrocinadora, contribuir para o avanço de gestão da Fundação. Sem dúvidas, foi uma experiência marcante, pessoal e profissionalmente. Tenho a certeza de que se cada Participante se interessasse mais em conhecer a Fachesf, apostaria mais fichas na Fundação e, assim, formaríamos uma corrente ainda mais forte e exitosa. Desejo aos novos conselheiros que assumirão a partir de junho, muita dedicação, foco e persistência na melhoria continua da gestão dessa grande entidade.

Bete Freire: Para mim, esses foram anos de trabalhos intensos, efetivos e de muito aprendizado junto aos profissionais das áreas de atuária (Natalia Moreira), controladoria (Maria Elizabete Silva),

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Consumir menos para viver melhor Trabalhar exaustivamente para comprar uma infinidade de coisas que não trazem satisfação – e geram lixo – não está dando certo nem para a sociedade, nem para o planeta. Esse pensamento tem sido evidenciado e defendido por milhares de pessoas em todo o mundo, que vêm buscando alternativas para diminuir o consumo, principalmente de “novidades” que muito em breve se tornarão obsoletas.

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Seu Dinheiro

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preocupação com o excesso universal de consumo não é de agora. Há dez anos, a animação História das coisas (Story of stuff) ganhou o mundo por fazer um alerta aos usuários da internet sobre uma questão urgente: “Estamos exaurindo nossos recursos, estamos usando coisas demais! Nas últimas três décadas [desde os anos 1970-1980], um terço dos recursos naturais do planeta já foi consumido. Desapareceu. Estamos estragando este lugar tão rapidamente, que estamos deteriorando a capacidade de ter gente morando aqui”. A fala da ambientalista norte-americana Annie Leonard no vídeo, visto até hoje por milhões de pessoas no YouTube, traduz, de forma didática, o funcionamento de um sistema de produção de bens e consumo claramente em vias de colapso. Nesse cenário, um dos conceitos que vem ganhando força é o minimalismo, visto também como parte dos movimentos daqueles que têm buscado adotar um estilo de vida pautado pelo consumo consciente. Seu propósito é levar adiante a máxima do “menos é mais”, ou seja, estimular as pessoas a repensar o que de fato é necessário e reduzir a quantidade de suas posses. Para os minimalistas, a vida é mais importante do que os bens materiais. Por essa razão, o excesso de coisas precisa ser invertido. A lógica é: ter menos objetos para viver melhor, aproveitando o tempo com qualidade. Mais do que simplesmente eliminar inutilidades excessivas, e com isso também mudar a relação com o dinheiro, os seguidores do minimalismo propõem a substituição das coisas (e da vida dedicada a elas) por mais tempo, mais paixão, mais experiências, mais crescimento, mais contribuição e contentamento.

Mobile

Assista ao vídeo “A história das coisas”: https://youtu.be/xaglF9jhZLs 20 ·

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Na prática, isso significa ter atitudes que prezem por uma vida melhor e, consequentemente, pelas outras vidas do

planeta. Não significa deixar de consumir completamente, o que seria impossível no mundo atual, mas ter uma atitude simples: pensar antes de comprar e no que comprar, como sugere Fred Ulisses Maranhão (ver depoimento na página seguinte), analista de sistemas da Chesf. Esse raciocínio nos leva justamente ao consumo consciente, que pode estar não apenas no “ter menos”, mas no poluir menos e no acumular menos. Significa fazer escolhas, não seguir impulsos. Isso também reverbera na economia e no uso inteligente do dinheiro, é claro, mas principalmente em benefícios pessoais e coletivos mais valiosos do que cifrões. Significa não adquirir aquilo que não vai usar; não comprar roupas e objetos muito baratos que normalmente são fruto de trabalho escravo; comprar produtos locais; reduzir consumo de embalagens; comprar/trocar coisas usadas; e, adotar animais abandonados em vez de comprá-los, para citar alguns exemplos práticos.

Que vida queremos? “É interessante essa procura por novas histórias de vida, mais coletivas, menos individualistas. Tem que experimentar no cotidiano, não esperar uma ‘revolução’ acontecer. A grande questão é: que vida queremos?”, afirma Maria Eduarda Rocha, socióloga e docente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Focada nos estudos sobre consumo, ela diz que esse questionamento acompanha a história da modernidade e é preciso apenas ter cuidado com as idealizações e as críticas conservadoras ao consumo, pois os objetos têm um papel significativo na vida e não dá para ser tão romântico. “O grande problema é a descartabilidade, tor-


nando inviáveis os recursos naturais”, pontua a socióloga. Com relação ao lixo, é preciso pensar sobre o óbvio: não existe essa de “jogar fora”. Onde fica o fora? Do planeta, certamente não é. O consumo excessivo é a mola do descarte. Afinal, como mostra o filme Histórias das coisas, está tudo interligado. Transformar os hábitos não é uma questão individual apenas; é um dever da existência hoje, para garantir, inclusive, a sobrevivência dos que ainda estão por vir. A ideia de consumo consciente pode dar, de início, a sensação de uma forte barreira a ser ultrapassada; mudar dá trabalho. Por isso, tanta gente resiste. Principalmente por se tratar de uma sociedade que prega a abundância, o ter muito, o produzir muito, em um meio onde tudo parece estar ao alcance. Mas se gasta tempo e energia nisso, o que gera estresse e, em diversos casos, uma série de problemas de saúde. Seja como for, é preciso estar atento: como um mundo dito racional se

Minimalismo na mídia “Eu tinha muitas coisas, como a maioria das pessoas. Quando eu comecei a me desapegar, comecei a me sentir mais livre, mais feliz, mais leve”. A frase é do norte-americano Josh Fields Millburn em Minimalismo: um documentário sobre as coisas que importam (Netflix, 2016). Ele e o amigo de longa data Ryan Millburn são defensores da ideia e já ajudaram mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo a viver de uma forma menos consumista.

Foto: Alcione Ferreira

Maria Eduarda Rocha Socióloga e docente | UFPE pauta por um mecanismo insustentável? Qual a escolha mais adequada em nome de uma vida de qualidade e mais justa no lugar onde todos (con) vivem? O minimalismo se encaixa como solução? Como pensar o Brasil hoje, por exemplo, onde pessoas que não tiveram tanto e ainda querem ter? Isso depende de cada um e da realidade de cada lugar. Mas refletir sobre o que e como se consome é uma tarefa da qual ninguém poderá fugir neste século XXI.

Ryan e Josh – assim como parece ser boa parte da população dos Estados Unidos – encontravam-se infelizes com o trabalho e a vida que levavam, apesar do excelente salário. Não havia motivo aparente para tanta insatisfação. Até que um dia, Josh perde a mãe e vê o casamento de seis anos chegar ao fim. Em seguida, a crise bate à porta de Ryan. Para os dois, havia uma saída: trocar a lógica das metas a serem batidas pela lógica da vida com propósito. Afinal, o que está em jogo é a felicidade plena, não a paliativa, movida pelo consumo a qualquer preço.

É interessante essa procura por novas histórias de vida, mais coletivas, menos individualistas. Tem que experimentar no cotidiano, não esperar uma ‘revolução’ acontecer. A grande questão é: que vida queremos?

Os amigos transformaram a ideia no conceito de minimalismo (tomado emprestado do movimento artístico dos anos 1950-1960) e espalharam o pensamento não apenas no documentário, mas em um site (theminimalists.com), palestras e livros. Além deles, outros minimalistas estão divulgando a causa, como Francine Jay, no livro Menos é mais – Guia minimalista para organizar e simplificar sua vida (Fontanar, 2016). E há ainda sites e projetos nessa direção, Project 333, que chama os usuários ao desafio de usar 33 peças de vestir (incluindo acessórios e sapatos) durante três meses.

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Seu Dinheiro

Dez práticas conscientes

para consumir melhor

1. Pense antes de comprar, agindo segundo escolhas e valores, não pelos impulsos.

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2. Organize sua casa e seu guarda-roupa. Isso ajuda a dar um destino ao que não usa, refletir sobre o que importa e eliminar a bagunça.

3. Desapegue dos objetos e cacarecos que não fazem falta em sua vida.

4. Observe o prazer do comprar x prazer de jogar lixo fora. O que você ganha com isso? Quem ganha (ou perde) com isso? Observe seu lixo. Isso diz muito sobre quem você é.

6. Separe o lixo orgânico do lixo seco (reciclável) e dê destinos criativos e inteligentes a eles. Restos de frutas e verduras são ótimos adubos para as plantas.

5. Procure comprar somente o que vai usar. E pergunte: “Isso é mesmo necessário?”. Eis um questionamento básico para os dias de hoje.

7. Adote o consumo compartilhado: divida, troque, compre ou venda coisas usadas ou de uso comum.

8. Não tenha coisas para esnobar ou parecer o que não é. Evite trocar de carro, celular e guarda-roupa a cada estação. Tente usar menos carro e mais bicicleta e outros transportes alternativos.

9. Todo consumo gera custos ambientais e sociais. Pense nisso ao adquirir qualquer bem, como roupa feita de trabalho escravo ou alimentos com excesso de agrotóxicos. Lembre-se: você não está sozinho no mundo.

10. Ame mais pessoas do que coisas. Trabalhe para o mundo: para ser, não para ter. Isso traz mais satisfação individual e coletiva.

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Seu Dinheiro

Depoimento Fred Ulisses Maranhão Participante

“Não é uma busca pelo não-consumo total, mas por um consumo consciente.” Foto: Alcione Ferreira

Nosso carro é de um modelo bem simples e não sentimos necessidade de ter outro, algo comum em muitas famílias. Com nosso exemplo, conseguimos, inclusive, influenciar amigos a se desfazer do segundo veículo e adotar a bicicleta alguns dias na semana. As pessoas veem o que você faz e percebem que é possível viver de outro modo. Com a bicicleta, mudei minha relação com o Recife. Passei a sentir que preciso da cidade e a cidade precisa de mim. Desenvolvi uma vontade maior de cuidar do espaço urbano e ajudar a tornar o lugar mais agradável para todos. Hoje faço um pequeno serviço voluntário: comprei uma tesoura de jardinagem e podo os galhos baixos das árvores que atrapalham ciclistas e pedestres. Outra coisa que busco fazer é promover um intercâmbio de coisas usadas, seja vendendo, emprestando ou presenteando amigos. A gente costuma ter vergonha de dar a conhecidos itens que não usamos mais. Qual o problema nisso? É saudável fazer os objetos circular e, com isso, produzir menos lixo.

“Há um mal-entendido quando você começa a falar sobre consumo consciente e minimalismo, porque parece que você está buscando viver sem consumir nada. Não é isso. O problema existe quando a gente adquire coisas que vão ter pouco uso ou que sequer sabemos quando utilizaremos. Dizem que o ato de comprar é prazeroso, não o objeto comprado em si. É aqui que deve entrar a consciência, porque esse hábito pode se comportar como um vício: causa prazer, mas tem um lado negativo que traz dependência. Não me considero exemplo de minimalismo ou de consumo consciente, mas me esforço para pensar antes de comprar algo. Lá em casa, a gente quase só usa bicicleta. Moro no bairro das Graças (Recife/PE) e pedalo todos os dia até a Chesf, no Bongi. Minha esposa também aderiu à ideia e meu filho, hoje com 19 anos, desde os 13 pediu para ir de bicicleta ao colégio.

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É assim que vejo o consumo consciente: se comprou tem de usar. Minha família adquiriu um terreno em um condomínio ecológico no município de Paudalho e, ainda que nossa casa não esteja pronta, já usufruímos do espaço. Nos fins de semana, vamos para lá num esquema de acampamento. Fizemos uma pequena plantação no local, a qual adubamos com resíduos orgânicos. Para ajudar, comecei a passar pelas salas dos colegas para coletar cascas de bananas que sobravam dos lanches. Depois eles tiveram a iniciativa de juntar tudo e colocar em potes de achocolatado furados em cima (para o gás metano sair). O resultado disso é adubo orgânico da melhor qualidade que vai direto para as mais de 40 árvores frutíferas do terreno. Pensar no lixo que descartamos é importante para a sustentabilidade do mundo. Precisamos buscar a felicidade em outra coisa que não seja comprar, comprar, comprar. Isso é uma armadilha. Quem adquire um carro apenas para exibi-lo socialmente tem um retorno de prazer ínfimo. Já quem compra para se deslocar até a praia de Porto de Galinhas/Maracaipe (PE) e passar o dia surfando tem uma experiência de felicidade mais duradoura. Essa é a grande diferença de consumo.”


Artigo

Seu Dinheiro

O equilíbrio de uma vida sem excessos

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iver em equilíbrio é o desejo de grande parte da humanidade. E isso não é diferente em relação à administração do dinheiro. Todos nós queremos uma vida financeira estável, sem grandes complicações e que nos permita realizar nossos sonhos e os daqueles que amamos. Por isso, hoje se fala tanto na tal inteligência financeira. Para alguns, ter essa habilidade significa consumir abaixo do básico necessário e poupar o máximo possível. O conceito, no entanto, vai muito além disso; trata-se do comportamento do indivíduo diante dos recursos: suas emoções, autodisciplina, escolhas e clareza de objetivos. Em resumo, a pessoa inteligente financeiramente manda no dinheiro, não o contrário. Observar o próprio consumo é a melhor forma de avaliar nossa inteligência financeira. Saber o que, onde, como e quando comprar algo é fundamental para valorizarmos nossos recursos. Porém precisamos ter também a real noção do que não comprar. Independentemente de ser um produto em promoção, da moda, raro ou qualquer outro diferencial, sua aquisição só valerá a pena se tiver alguma utilidade real.

Elizabete Silva Gerente econômicofinanceira da Fachesf

Sem perceber, compramos itens em maior quantidade do que precisamos ou objetos que já temos em casa. Agimos motivados por questões passageiras que nos levam a perder três boas oportunidades: 1) De utilizar aquele dinhei-

ro para pagar outras contas; 2) De evitar aumentar o valor da fatura do cartão de crédito; 3) De guardar o recurso para consumi-lo com algo que de fato tenha sentido para nós. Nosso dinheiro merece respeito. Por isso, devemos estar atentos para que nosso consumo não se transforme em arrependimento ou coisas acumuladas em excesso. Seguem alguns exemplos de fatos muito presentes no cotidiano e que provocam desequilíbrio entre gastos e a utilidade do que se compra: •

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Comprar roupas pensando na próxima estação climática e perceber depois que aquelas peças não eram essenciais. Comprar livros e revistas mesmo sem ter tempo para ler. Comprar ingredientes para usar somente em ocasiões especiais, mas que acabam desperdiçados pela validade vencida. Comprar louças e talheres para tirar do armário apenas quando receber visitas que nunca vêm.

Diariamente enfrentamos desafios de diversas complexidades. Por isso, precisamos simplificar o que for possível. Compras conscientes utilizam o recurso de forma racional e suprem o indivíduo não apenas momentaneamente. É nessa condição que está o equilíbrio desejado por tanta gente. Mas é preciso deixar claro que uma vida simples, sem excessos, não é o mesmo que uma vida de privações. Significa estar rodeado somente daquilo que é relevante e significativo, seja isso o que for.

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Educação Previdenciária

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A aposentadoria

num país de cigarras Como o aumento na expectativa de vida e a falta de hábito de poupar estão formando uma geração de brasileiros sem perspectiva de um futuro estável.

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Educação Previdenciária

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egurança e liberdade são os dois pilares para uma vida satisfatória, recompensadora e relativamente feliz. A afirmação é do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Segundo o pensador, é impossível ter uma vida digna na ausência de uma dessas esferas, que coexistem quase sempre em desequilíbrio. “Ninguém, na história e no planeta, há encontrado a fórmula mágica da mistura perfeita entre segurança e liberdade. Não há solução para esse dilema: sempre haverá muito de uma e muito pouco de outra. E, mesmo assim, você nunca irá parar de procurar a mina de ouro do equilíbrio entre as duas coisas”, sentencia Bauman. A cigarra e a formiga, personagens da fábula atribuída ao escritor grego Esopo, são exemplos clássicos dessa falta de equidade citada pelo sociólogo: enquanto a cigarra inconsequente só quer saber de cantar e dançar, sem demonstrar preocupação com o amanhã, a formiga precavida dedica a vida ao trabalho, não se permitindo momentos de diversão. Nessa balança de extremos, o quanto de cigarra e formiga existe em você e nos seus projetos de futuro? A aposentadoria é a etapa em que as consequências do estilo de vida de cada um ficam mais evidentes. Na velhice, a conta inevitavelmente chega; o corpo e o bolso apresentam, com juros, a fatura do comportamento adotado por anos. A lógica vale tanto para com os cuidados com alimentação e prática de exercícios físicos quanto para a poupança feita com parte do salário focada numa aposentadoria tranquila. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2050, cerca de dois

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bilhões de pessoas terão 60 anos de idade ou mais. No Brasil, os idosos serão 31% da população. Em palestra para o programa de TV Café Filosófico, o médico gerontologista Alexandre Kalache afirma que a humanidade vive uma revolução da longevidade. “Um bebê que nasce hoje no país tem expectativa de vida de quase 75 anos. Para os nascidos em 1945, a expectativa era de apenas 43 anos. Esse aumento é um fato a se comemorar, mas é também um desafio social se levarmos em conta os problemas estruturais do Brasil. Quando se vivia até os 50 ou 60 anos, a vida era uma corrida de cem metros. Hoje é uma maratona”, comenta o especialista.

A maratona do envelhecimento Para se chegar bem ao final dessa maratona, não há outro caminho senão a formação de uma reserva previdenciária. Um futuro estável em termos financeiros, além de fundamental para uma velhice digna, evita estresse e contribui para o bem-estar mental. Mas essa construção não se dá por meio de mágica. É preciso planejar. A prática, no entanto, não é comum no Brasil. Segundo recente levantamento realizado pelo Banco Mundial em 143 países, apenas quatro em cada cem brasileiros poupam para a aposentadoria. Para o economista Jocildo Fernandes Bezerra, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), essa falta de consciência previdenciária nacional reflete uma característica cultural típica de países subdesenvolvidos, baseada no gasto, no desperdício e na ostentação. “Vivemos a mania do ‘desfrute agora e pague depois’. Bas-


Foto: Maria Eduarda Andrade

Christian Aggensteiner Diretor de Orientação Técnica e Normas | Previc

ta ver a quantidade de pessoas parcelando compras em 10 vezes sem juros. Tal hábito sustenta um padrão de vida focado no consumo irresponsável e gera pessoas endividadas e inadimplentes. Esse ciclo é um grande entrave ao desenvolvimento pessoal, familiar, e no final das contas, do próprio país”, avalia o especialista. Nessa terra de cigarras, a maioria da população idosa conta apenas com a aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com as possíveis mudanças no Sistema, a previsão é de que o benefício oficial encolha cada vez mais e que o trabalhador precise passar muitos mais anos em atividade para ter direito ao benefício. No entanto, para quem possui um plano fechado de previdência complementar, hoje cerca de três milhões de brasileiros, esse impacto pode ser minimizado por meio da constituição de uma reserva previdenciária individual, que funciona como um investimento de longo prazo que o trabalhador faz para cobrir essa lacuna deixada pelo INSS.

Christian Aggensteiner Catunda, diretor de Orientação Técnica e Normas da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), defende que os trabalhadores que têm a possibilidade de aderir a uma Entidade Fechada de Previdência Complementar (EFPC) não deveriam desperdiçar a oportunidade. “Esses Participantes não constroem suas aposentadorias sozinhos, pois contam com a contrapartida das suas Patrocinadoras. Qual é outro investimento capaz de assegurar, logo de início, um retorno de 100% para quem realiza a contribuição paritária?”, questiona Christian. Uma outra grande vantagem dos fundos de pensão, de acordo com ele, é a proteção dos beneficiários para casos de morte e invalidez.

A força da Contribuição Eficiente Na Fachesf, o valor do benefício vitalício concedido aos Assistidos é proporcional ao tempo de contribuição e ao montante poupado durante sua vida laboral. Max Mendes, supervisor de cálculo de benefícios da Fundação, explica que o percentual de contribuição deve ser definido a partir de uma análise criteriosa. “Antes de tudo, o Participante precisa fazer uma simulação a partir da data estimada de sua aposentadoria e do valor mensal que pretende contribuir, considerando como deseja viver no futuro. Quanto mais cedo ele despertar para a necessidade desse planejamento, melhor serão os resultados. Deixar para pensar nisso nos anos que antecedem a aposentadoria é um desastre”, alerta o supervisor. Um caminho para otimizar a formação da reserva previdenciária é praticar a chamada Contribuição Eficiente, ou seja, contribuir com um percentual do 2018

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Educação Previdenciária

Mobile

Confira o vídeo de Max Mendes sobre contribuição: https://youtu.be/JyUcC6z0708

salário que garante receber a maior contrapartida possível da Patrocinadora. Mas apesar de todas as campanhas educativas realizadas pela Fachesf nos últimos anos, um levantamento de dezembro de 2017 apontou que 50% dos Participantes do Plano CD estão abaixo desse índice. “É angustiante ver tanta gente abrir mão dessa oportunidade e, literalmente, jogar dinheiro no lixo”, diz Max Mendes.

ideia. Aos 34 anos, ela faz parte dos 36% de Participantes que poupam acima da Contribuição Eficiente. A maturidade previdenciária, porém, não ocorreu de repente; surgiu quando começou a ver colegas em processo de desligamento fazer contas para saber como se aposentariam e ganhou força com a maternidade: junto à primeira filha, veio também o primeiro aumento considerável na contribuição ao Plano CD.

O supervisor faz ainda um alerta: mesmo sendo fundamental para a construção da aposentadoria, a Contribuição Eficiente pode não ser suficiente para manter o padrão de vida ao qual o Participante está acostumado. O cálculo ideal é aquele em que o benefício previsto pela Fachesf somado ao do INSS seja próximo ou igual ao salário da ativa.

“A responsabilidade despertou em mim o desejo de mais segurança para minha família. Optei então por priorizar a previdência e me adaptar a um orçamento mensal mais enxuto. Se fosse esperar a ocasião de uma renda mais folgada, continuaria empurrando a questão com a barriga. Subi o percentual de contribuição ao Plano CD para 12% e tudo se encaixou”, relata a mãe de Ana Beatriz, de quatro anos, e de Henrique, de dois meses.

Maturidade previdenciária A administradora Silvia Fragoso é um exemplo de quem já internalizou essa

Comportamentos individuais como os de Sílvia fortalecem a importância do hábito de poupar para o futuro. E vai além: contribui para o próprio equi-

Silvia Fragoso Participante 30 ·

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Fotos: Alcione Ferreira

Guilherme Albuquerque Participante líbrio da economia nacional. Essa é a opinião do economista Jocildo Bezerra. Para ele, “os fundos de pensão investem em diversos setores de infraestrutura. O dinheiro do participante, portanto, ajuda a impulsionar o desenvolvimento social e financeiro como um todo”.

Colhendo o que plantou Investir na previdência foi uma decisão tomada pelo engenheiro Guilherme Albuquerque ainda no início de sua carreira. Durante seus 38 anos de trabalho na Chesf, ele buscou estar acima do coeficiente de Contribuição Eficiente, garantindo a maior contrapartida possível da Patrocinadora em sua reserva. “Eu sabia que havia meses de picos salariais. Então mantinha o percentual maior para não correr o risco de abrir mão da Contribuição Eficiente. Além disso, acompanhava de perto os extratos dos Planos e usava o simulador para estimar o benefício futuro”, relata. No ano passado, o Participante aderiu ao Programa de Aposentadoria

Extraordinária da Chesf (PAE). Hoje, aos 67 anos, ele colhe o que plantou: conseguiu manter uma renda equivalente ao seu salário da ativa sem mudanças no padrão de vida. Aposentado há pouco mais de cinco meses, Guilherme fala sobre os desafios da nova fase: “Durante 40 anos, eu me senti morando na Chesf e passeando em casa. Da noite para o dia, perdi o que ocupava 80% do meu tempo útil. Esse processo de adaptação é difícil. E se houver dificuldades financeiras nessa equação, a vida pode virar um inferno. Trabalhei duro para que isso não acontecesse comigo”. Num país em que grande parte dos trabalhadores ignora o planejamento para a aposentadoria, os depoimentos dos Participantes Guilherme e Sílvia se sobressaem. Os frutos já colhidos por ele e as sementes plantadas por ela mostram que construir algo real no tempo presente pode ser o caminho mais sólido para chegar ao meio termo entre a cigarra e a formiga e encontrar o equilíbrio tão sonhado por todos. 2018

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Artigo

Previdência

Foco na satisfação dos Participantes

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moções positivas transmitidas pelos empregados de uma empresa têm o poder de gerar satisfação em seu público-alvo. Essa construção se consolida em obter que nossos líderes promovam uma gestão humanizada, que visa, dentre outras ações, manter o bom convívio entre as pessoas e possibilitar o alcance de melhores resultados organizacionais. A percepção de satisfação ou insatisfação ocorrerá de modo individual e será influenciada pela seletividade de cada um, sendo a melhor forma de conseguir essa satisfação estando junto do público-alvo, interagindo e estabelecendo um relacionamento de transparência e confiança. Com foco em desempenhar um papel diferenciado e voltado à melhoria dos serviços prestados e à satisfação dos Participantes Ativos, Assistidos e seus beneficiários, estamos construindo – gestores, agentes e empregados desta Diretoria de Benefícios –, o projeto “A Fachesf mais perto de você”. A constante busca pela excelência no atendimento, o aperfeiçoamento nos benefícios assistenciais e o repasse de informações e orientações sobre planos previdenciários foram alguns dos objetivos alcançados até então.

Raimundo Jorge Diretor de Benefícios da Fachesf

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Para nos ajudar nesse desafio, investimos em treinamento pessoal, aquisição de sistemas informatizados de gestão, desenvolvimento de plataformas (Arrecadação, Empréstimos, Recadastramento) e capacitação do quadro funcional. Esse esforço teve como foco motivar, oxigenar e esti-

mular a criatividade de todos em uma gestão mais participativa, investindo no acolhimento de ideias e projetos inovadores para a Fundação. Em resumo: mostrar que podemos fazer melhor nosso trabalho diário. Como resultado, conseguimos das equipes da Diretoria de Benefícios, com apoio dos gestores e colaboradores, elevar o nível de atendimento prestado pela Fachesf aos seus Participantes e beneficiários. Para exemplificar em números, o teleatendimento subiu de 75% para 95% a média de ligações atendidas. Também reforçamos o envio de informações personalizadas aos Participantes Ativos, chamando atenção para a importância da definição ideal do percentual contributivo. As lacunas que ainda dificultam a entrega de um atendimento mais humanizado estão sendo preenchidas com a customização de processos e rotinas de trabalho que nos permitam alcançar maior agilidade nas soluções dos problemas apresentados pelos Participantes. Por fim, entendo que, para trazer “A Fachesf mais perto de você”, é necessário muita entrega de todos os colaboradores e vontade de se colocar sempre do outro lado: o do Participante. Desse modo, conseguiremos administrar conflitos e divergências existentes, atingir o propósito de garantir um futuro perene para Fundação e contribuir para a qualidade de vida de Ativos e Assistidos.


No Consultório

Correndo em direção

à saúde

Quem é adepto do hábito de correr garante: a atividade é uma das mais democráticas que existe, pois não exige grandes recursos financeiros, horários marcados ou espaços específicos. Saúde em dia e orientações adequadas são os requisitos básicos para colocar o pé na rua e colher os benefícios da corrida para o corpo e para a mente.

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No Consultório

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iversos aspectos positivos podem ser vivenciados por quem pratica corrida. A modalidade fortalece os músculos, melhora o condicionamento cardiorrespiratório, ajuda a equilibrar o peso corporal e inunda o organismo com endorfinas, trazendo sensação de bem-estar, maior controle do sono e menos ansiedade. Do ponto de vista financeiro, também é considerada uma atividade democrática, pois não depende de grandes investimentos ou equipamentos e pode ser realizada ao ar livre. Diante de tantos benefícios, cada vez mais pessoas têm aderido ao esporte. Porém, para correr não basta calçar um par de tênis e ir para a rua: se a pessoa não estiver preparada pode desenvolver lesões articulares (especialmente no joelho, tornozelo e quadril) ou, pior ainda, agravar problemas cardíacos pré-existentes, como anomalias e insuficiências coronarianas. O cardiologista e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Marcos Aurélio de Vasconcelos Lima, explica que nem todo mundo pode aderir ao esporte, especialmente sem orientação. “E o pior exemplo é de quem nunca fez nada e de repente inventa de Foto: Alcione Ferreira

A corrida pode ser um caminho excelente e rápido para perder a gordura abdominal.

Marcos Aurélio Lima Cardiologista 34 ·

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sair correndo sem atentar para o risco de desenvolver problemas cardíacos e lesões ortopédicas como tendinite e fraturas por estresse”, alerta. Por dez anos, o especialista se dedicou a estudar a cardiologia desportiva na Escola de Educação Física da UPE. Ele defende que, com orientação adequada, a corrida ajuda a melhorar o condicionamento físico de pessoas saudáveis, notadamente adultos jovens. Marcos Aurélio recomenda que potenciais iniciantes na prática passem por um check-up cardiológico e ortopédico, e, caso liberados, comecem devagar, intervalando corrida com caminhadas e sem esquecer de fazer um trabalho paralelo de fortalecimento da musculatura. A ideia é reforçada pelo treinador de corrida Deco Nonato. Preparador físico há 17 anos, ele destaca que o trabalho muscular e o alongamento devem ser realizados para evitar que a repetição de movimentos durante a corrida resulte em lesões por esforço repetitivo. “Quem tem boa saúde pode correr em qualquer idade e usufruir disso, pois a corrida é uma das atividades aeróbicas mais eficazes e fáceis de fazer. Mas esses cuidados prévios são fundamentais”, afirma. Os sedentários que estão acima do peso, devem começar devagar, talvez com caminhadas e exercício na esteira. “Quem é obeso, em geral, não deve correr, mas se o sobrepeso é moderado, a corrida pode ser um caminho excelente e rápido para perder a gordura abdominal”, aponta o cardiologista Marcos Aurélio. Além de usar tênis e roupas apropriados, é consenso a ideia de que o corredor deve aprender a sentir os limites de seu próprio corpo, reconhecendo sinais de fadiga e não


ignorando possíveis dores, afinal uma corrida perfeita é aquela que não resulta em lesões ou cansaço excessivo.

Impacto nos joelhos? Na contramão daqueles que temem a corrida por causa do impacto que pode causar nos joelhos, o cirurgião-ortopedista Giovannini César Figueiredo, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), desmistifica a ideia. Segundo ele, a atividade só é prejudicial se for realizada de forma intempestiva e mal orientada. No entanto, o ortopedista frisa que cada pessoa tem seu biotipo e que alguns são mais favoráveis a esse tipo

de prática. “Corrida não é sinônimo de maratona (prova de 42 km); correr distâncias menores, num ritmo de trote, já traz muitos ganhos à saúde de forma mais fácil, acessível e com menos riscos”, aponta. O médico, ele próprio adepto das corridas, conta que adotou a prática ao se perceber obeso, diabético e hipertenso após duas décadas de sedentarismo. “Depois que comecei a correr, reduzi meu peso, afastei a diabetes e controlei a hipertensão. Isso me trouxe benefícios inclusive no trabalho, pois me faltava agilidade e eu vivia cansado”, comenta. Aos 54 anos e correndo de forma sistemática desde 2013, o médico já participou de diversas corridas no Brasil e no exterior, tendo inclusive Foto: arquivo pessoal

Giovannini César Figueiredo Cirurgião-ortopedista 2018

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No Consultório participado de maratonas em Berlim, Chicago e Nova York.

Participantes corredores Muitos Participantes da Fachesf vêm aderindo à corrida de rua e usufruindo de mais vigor em seu dia a dia. Um exemplo é a engenheira cartógrafa Valéria Carazzai, que atua no departamento de Geotecnologias da Chesf, no Recife (PE). Ela, que sempre foi atleta, começou a correr há cerca de oito anos para acompanhar o marido Fábio e dois amigos. A paixão foi imediata e dura até hoje. Valéria realiza quatro treinos semanais e complementa a prática com pi-

lates e musculação. Graças à corrida, ela perdeu peso e passou a se sentir mais disposta e cheia de energia. Os filhos Luca, de 15 anos, e Gabriel, de 11 anos, também acompanham os pais na atividade. “As pessoas acham que correr é um exercício solitário, mas a corrida nos trouxe, inclusive, novas possibilidades de convívio social. Adoramos participar de eventos desportivos no Recife e fora daqui. Para mim, correr virou desculpa para viajar”, brinca Valéria, que já esteve nas maratonas de Santiago do Chile, Amsterdam e Berlim, e planeja ir a Boston em 2019. O amor pela corrida também arrebatou o aposentado Darlan Antônio Ribeiro: mais da metade de sua vida foi Foto: arquivo pessoal

As pessoas acham que correr é um exercício solitário, mas a corrida nos trouxe, inclusive, novas possibilidades de convívio social.

Valéria Carazzai Participante 36 ·

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Foto: arquivo pessoal

Correr me traz bem estar, socialização e alegria. É um estilo de vida.

Darlan Antônio Ribeiro Participante dedicada a correr. O Participante aderiu ao esporte em 1983, aos 36 anos. “Naquela época, jamais imaginaria que as corridas de rua alcançariam tamanha popularidade”, diz. Hoje, aos 70 anos de idade, ele continua na ativa e já levou vários membros da família a incorporar o hábito. Darlan recorda sua primeira prova de rua: “Era um percurso de 5 km. Logo após a largada, por receio de ser o último, corri em um ritmo acima de meus limites. Com pouco mais de 2 km, já estava ofegante e esgotado. Na chegada, fui direto para o balão de oxigênio. Enquanto o médico me socorria, fiquei deitado no chão com

as pernas para cima, junto de minha esposa ‘quase viúva’ e cercado por curiosos. Quando consegui falar algo, só repetia: ‘nunca mais corro!’ Porém, passados alguns dias, eu já estava de volta”, ri o aposentado. Com orgulho dos seus feitos de corredor, Darlan exibe na parede da sala as medalhas conquistadas nas mais de 200 provas das quais participou dentro e fora do Brasil. Graças à prática, ele mantém a pressão e a glicose controladas mesmo depois de ter sido diagnosticado com diabetes do tipo 2. “Correr me traz qualidade de vida, socialização e alegria. É um estilo de vida”, resume. 2018

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No Consultório Grupos incentivam prática Foto: Alcione Ferreira

Deco Nonato Preparador físico

Além dos benefícios físicos que a corrida de rua oferece, sua prática regular pode criar oportunidades de conhecer lugares diferentes e estreitar o contato com a natureza. O exercício também é uma boa forma de fazer novas amizades. Para isso, uma dica é procurar uma assessoria esportiva e usufruir não somente das orientações técnicas do esporte, mas da companhia de outros corredores. Esses grupos se organizam em academias, parques e por meio das redes sociais. “A maioria das atividades aeróbicas tendem a se tornar monótonas com o tempo. Aderir a um grupo ajuda muito na manutenção da motivação”, observa o preparador físico Deco Nonato.

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1) É um dos melhores exercícios para o coração A corrida eleva a frequência cardíaca. Isso fortalece o músculo do coração e prolonga sua capacidade de bombear sangue. Além disso, ajuda a manter a pressão arterial em uma faixa normal.


Benefícios da corrida de rua 2) Melhora o humor Durante a prática, o corpo libera substâncias conhecidas como endorfina e endocanabinoides, que atuam na sensação de bem-estar e protegem o organismo contra ansiedade e depressão.

3) Emagrece Correr regularmente, ainda que de forma leve (acima do ritmo de uma caminhada normal), queima calorias tanto durante como após o exercício devido ao excesso de consumo de oxigênio.

4) Regula o apetite É comum terminar um treino sem vontade de comer, pois o exercício tem o chamado efeito anorexígeno. Cientistas acreditam que os neurotransmissores produzidos durante a corrida inibem a ação de substâncias que enviam o sinal de fome ao cérebro.

5) Promove adaptações ortopédicas As articulações, tendões, ossos e ligamentos ficam mais fortes, fazendo com que gradativamente diminuam o risco de torções, fraturas e problemas como a osteoporose.

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Pergunte ao Doutor

Mobile Quer saber mais sobre herpes-zóster? Confira: https://bit.ly/2EC64dd

Você sabe o que é herpes? Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, pelo menos 85% da população brasileira tem o tipo 1 do vírus do herpes. No mundo, a doença atinge 67% da população com menos de 50 anos – ou cerca de 3,7 bilhões de pessoas (dados da Organização Mundial de Saúde). Para entender melhor o que é herpes, a Conexão Fachesf conversou com o infectologista Paulo Sérgio Ramos. 1. O que é herpes? O herpes simples pertence a uma família de vírus cuja principal característica é o mecanismo de latência indeterminada. Isso significa que um indivíduo infectado pode não apresentar manifestações clínicas e, dependendo de diversos fatores, o vírus é reativado uma ou mais vezes ao longo da vida. 2. Existem diferentes tipos de herpes? Sim. A família herpes é composta por oito vírus, sendo os mais conhecidos os vírus simples do tipo I (herpes-labial), tipo II (genital), varicela-zoster (catapora e herpes-zóster) e Epstein-Barr (mononucleose infecciosa ou Doença do Beijo). A maioria deles não tem graves consequências em pessoas com imunidade normal, mas podem se apresentar de forma severa nos pacientes imunodeprimidos (que têm o sistema imunológico enfraquecido). 3. Quando a doença se manifesta? Os vírus do tipo I e II costumam se manifestar com mais frequência em situações de estresse físico e/ou emocional devido a um processo de desregulação imunológica temporária. Podem aparecer em indivíduos no período pós-operatório, durante episódios febris, uso de medicamentos que suprimam a imunidade, gestação e períodos de ansiedade ou humor deprimido.

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4. Quais são os primeiros sintomas? Algumas pessoas apresentam pródromos, ou seja, antes do aparecimento das lesões vesiculares, há dormência ou queimação em lábios ou mucosa genital, às vezes associada à dor de cabeça e fadiga. Em seguida, surgem pequenas vesículas enfileiradas sobre uma área de mucosa avermelhada acompanhadas de ardor ou queimor. O curso natural da lesão, sem medicamentos, vai de cinco a sete dias até a cura espontânea. Em pacientes imunodeprimidos, pode durar mais de 14 dias até a melhora. 5. Como é o tratamento da herpes? O tratamento visa o controle dos sintomas com uso de analgésicos e antivirais tópicos, embora melhor efetividade na história natural da doença seja por meio da prescrição médica de antivirais por via oral. Contudo, não há cura para o herpes devido ao mecanismo de latência desse vírus. 6. Como se prevenir da doença? A prevenção envolve medidas higiênicas de ordem geral. Crianças devem evitar utilizar copos e talheres de pessoas sem que tenham sido higienizadas. Além disso, a vacina varicela nas crianças e o uso de preservativos nas atividades sexuais são imprescindíveis. Portadores de herpes oral e/ou genital devem ser conscientizados para o risco de transmissão dos vírus quando apresentarem lesões ativas. Foto: Alcione Ferreira

Paulo Sérgio Ramos Infectologista, professor adjunto de Doenças Infecciosas da Universidade Federal de Pernambuco, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital das Clínicas (UFPE) e pesquisador da Fiocruz.


Planejamento & Gestão

Quanto tempo dura

cinco anos? Em seu 45º aniversário, a Fachesf convidou seus colaboradores a refletir sobre o tempo e a importância de misturar passado e presente na construção de um futuro de equilíbrio e plenitude.

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Planejamento & Gestão

C

omo definir o tempo, essa esfera implacável da vida que abarca todos os seres em um único guarda-chuva? Que não faz distinção entre as pessoas, não acelera, não pede passagem ou abrigo? Tempo que não negocia, não segrega, não desvia dos próprios trilhos, mas que se deixa sentir em diferentes ritmos a depender de quem o toma pelas mãos? Atrás do tempo, poeira e luz. À sua frente, possibilidades que apontam para o infinito. Mas é no instante do já que as coisas acontecem. Apenas hoje é possível girar a roda da vida e misturar passado, presente e futuro em um caleidoscópio de memórias, atos e sonhos. O trecho acima, uma reflexão sobre o tempo e suas diferentes esferas, foi o ponto de partida da Assessoria de Comunicação da Fachesf para encerrar o ano de 2017 com um desafio: mergulhar em suas memórias e traduzir, em imagens, a traje-

Nosso objetivo era mostrar a evolução da Fundação ao longo dessas décadas e reconhecer a dedicação e o trabalho dos empregados, dirigentes e Participantes que acreditaram e acreditam na missão da Fachesf. 42 ·

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tória da Fundação do início aos dias atuais; selecionar fotografias em papel ou digitais, coloridas ou preto e branco, que trouxessem as lembranças das pessoas por trás das histórias da entidade, hoje presente na vida de milhares de famílias. Da curadoria desses registros, nasceu a exposição fotográfica Fachesf: 45 anos de histórias, lançada em dezembro passado para celebrar o 45º aniversário da Fundação. Quase 200 fotos de diferentes épocas entraram na exibição, montada ao ar livre, no pátio interno da sede da Fachesf, no Recife (PE). “Nosso objetivo era mostrar a evolução da Fundação ao longo dessas décadas e reconhecer a dedicação e o trabalho dos empregados, dirigentes e Participantes que acreditaram e acreditam na missão da Fachesf”, explica Laura Lima, assessora de Comunicação da entidade.

Laura Lima Assessora de Comunicação da Fachesf


Fotos: Alcione Ferreira

Uma coisa é certa: somos e seremos protagonistas de tudo o que virá. Parece um clichê, e é mesmo, mas nosso futuro começa agora. Helder Rocha Falcão Presidente da Fachesf

A Diretoria Executiva da Fachesf plantando a cápsula do tempo

Cápsula do tempo No dia do lançamento da exposição, a Diretoria Executiva convocou os colaboradores da Fundação para plantarem juntos, ao pé de um Ipê Amarelo, uma cápsula do tempo com os desejos de cada um para os próximos cinco anos. Em 2022, quando a Fachesf celebrará seu cinquentenário, a cápsula será aberta e todos poderão refletir sobre presente, passado e futuro, e analisar a própria vida nesse intervalo. Afinal, quanto tempo dura cinco anos?

“A partir de agora, teremos a chance de cultivar esses sonhos, regá-los com carinho e observar sua evolução. O que iremos colher será resultado desse cuidado somado às escolhas que faremos. Não temos controle exato do que vai acontecer, porque essa é a dinâmica da vida. Mas uma coisa é certa: somos e seremos protagonistas de tudo o que virá. Parece um clichê, e é mesmo, mas nosso futuro começa agora”, disse Helder Rocha Falcão, presidente da Fachesf, no instante em que a cápsula foi plantada. 2018

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Planejamento & Gestão Placa sinalizando a cápsula do tempo.

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No lançamento da exposição, empregados da Fachesf conferem os registros de 45 anos de trabalho.

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Pátio interno da sede da Fachesf, onde foi instalada a exposição fotográfica. 46 ·

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Fachesf e você: 45 anos de histórias Contar histórias é uma das mais primitivas formas da comunicação humana. Quando registra experiências e compartilha memórias, a humanidade cresce socialmente e desenvolve a capacidade de ressignificar o presente (e o futuro) e transformar o mundo. Em mais de quatro décadas de existência, a Fachesf colecionou internamente uma série de boas histórias. Todas foram vividas por

gente que enxerga a Fundação não apenas como um trabalho, mas um espaço de convívio, amizade, descobertas, erros, aprendizado, respeito e também amor. Para celebrar essa troca diária e contínua, a Assessoria de Comunicação lançou um desafio aos empregados da Fachesf: partilhar lembranças de suas experiências vividas nos 45 anos de existência da entidade. O

resultado dessa entrega se transformou num livro recheado de recordações inesquecíveis que mostram a importância da Fachesf para quem tem o privilégio de vivê-la do lado de dentro. São 45 passagens que trazem implícitas a mensagem de que respeitar o que ficou para trás e mirar o que está adiante talvez seja o único modo de construir o tempo presente – o único no qual se pode verdadeiramente mudar algo. Foto: Maria Eduarda Andrade

Funcionários seguram o livreto dos 45 anos de história da Fundação, no lançamento da exposição.

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Foco no Participante

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Fotos: Maria Eduarda Andrade

Memórias de um pioneiro Registros autobiográficos do Participante que viu a Chesf se erguer aos pés do Rio São Francisco. A relação de Francisco de Souza com a Chesf teve início ainda em sua infância, quando viu seu pai, mestre de obras, atuar na construção da primeira usina na cidade de Paulo Afonso (BA). Dos tempos de menino à vida adulta, ele viveu inúmeras histórias e conheceu muita gente. Para reunir essas experiências, escreveu o livro Memórias de um pioneiro, no qual relata uma época significativa da Companhia e relembra sua trajetória de engenheiro dedicado a aposentado bem-sucedido. Confira, a seguir, trechos da publicação editados pela Conexão Fachesf.

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Foco no Participante

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ra segunda-feira, 16 de fevereiro de 1948. A Cachoeira de Paulo Afonso roncava com todo seu esplendor, produzindo um véu translúcido dentro do canyon do rio São Francisco, na divisa entre os Estados de Alagoas e Bahia. Naquele dia, Cícero de Souza, meu pai, pisou pela primeira vez o solo quente e empoeirado de Forquilha, berço da cidade de Paulo Afonso (BA). Seu objetivo era falar com Saboia, um engenheiro conhecido dele, sobre as perspectivas de trabalho na região. A conversa com Saboia foi bem-sucedida e meu pai recebeu uma missão: viajaria pelo interior do Nordeste para arregimentar operários para a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que estava sendo constituída pelo Governo Federal. Assim, em julho de 1948, saímos do Recife (PE) e fomos morar em Forquilha, numa casa edificada nas proximidades do local onde a igreja de São Francisco seria construída. Quando fiz sete anos, meu pai começou a me levar aos seus locais de trabalho. Nas andanças pelas obras, o que mais me impressionava era a prática dos pedreiros ao nivelar os alicerces das edificações com emprego de uma mangueira fina transparente, cheia de água. Ao perceber esse interesse, meu pai passou a dizer que, quando eu crescesse, seria mestre de obra igual a ele. Minha mãe discordava; seu sonho era que eu tivesse uma atividade de escritório e não precisasse mudar tanto de um lugar para outro. Já eu, sem nunca ter frequentado uma escola, queria mesmo ser engenheiro.

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Dedicação aos estudos Por conta da profissão de meu pai, mudamos algumas vezes de cidade. Passamos um pequeno período em Boqueirão (PB) e outro em Serrinha (PE). Em meados de 1956, voltamos para Paulo Afonso. Em 1961, minha família foi morar em Taguatinga, cidade satélite de Brasília. No ano seguinte, fomos para João Pessoa (PB), cidade onde pude enfim me dedicar aos estudos. Estava com 16 anos e ainda não havia concluído o segundo ano do curso ginasial. Para recuperar o tempo perdido, fiz supletivo. Em agosto de 1967, terminei o científico no Colégio Estadual do Recife e, no final do ano, passei no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No dia 12 de julho de 1972, recebi o diploma do curso de Engenharia Química. O êxito alcançado naqueles anos de estudo foi fundamental para a melhoria de minha condição de vida. Porém, foi também um período de tristeza, pois perdi meus pais. Se estivessem vivos, sei que teriam orgulho de ver um filho de origem humilde transformar um sonho em realidade.

Atuação como engenheiro Recém-formado, tive aquela que considero uma das minhas maiores oportunidades: ser contratado para assumir, como engenheiro, o comando do laboratório de concreto da Chesf, ficando com a missão de reestruturá-lo para controlar a qualidade da construção da usina Apolônio Sales.


Durante a construção da usina PA-IV, meu trabalho foi ampliado e passei a realizar atividades que eram próprias da engenharia civil. Para preencher essa lacuna, decidi fazer uma graduação na área. Em 1978, fui ao Recife e entrei no curso da Escola Politécnica como portador de diploma. Viajava duas vezes por semana para assistir às aulas. Após três anos, tornei-me

engenheiro civil e incorporei em minhas tarefas trabalhos de fiscalização e execução direta de obras. A partir de 1987, assumi o comando da divisão de obras com a missão de concluir o acabamento da usina PA-IV e administrar o Centro Tecnológico, que eu havia implantado com equipe própria. No desempenho desses serviços, ficou também,

Posso dizer que tenho uma vida tranquila. Recebo uma aposentadoria que equivale ao salário que eu tinha na ativa. 2018

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Foco no Participante sob minha direção, o laboratório fotográfico e um acervo de mais de 36 mil negativos históricos de Paulo Afonso. Fiz um amplo trabalho de restauração do material que, tempos depois, foi cedido para instalação do Memorial Chesf.

Empreendimentos com apoio da Fachesf Dei entrada no processo de aposentadoria da Chesf em 1994. Meu plano era fazer uma pós-graduação e continuar atuando em instituições de ensino superior. Porém, depois de concluir o mestrado em engenharia de produção pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), resolvi me tornar empresário. De início, entrei no setor hoteleiro. Fiz uma reforma na casa onde morava na época, em João Pessoa, e transformei-a numa pousada com 23 apartamentos. A maior parte da obra foi executada com dinheiro de empréstimos consignados da Fachesf. Assim que o investimento começou a ter retorno, consegui aos poucos amortizar as dívidas. Após três anos, as obrigações com os pagamentos estavam liquidadas.

Mobile

1. Confira o depoimento em vídeo do Participante: https://youtu.be/Au_fq1qR1I4

2. Acesse e leia o primeiro capítulo do livro: https://bit.ly/2X7i0La

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O conhecimento adquirido com a administração da pousada me levou a estruturar outra empresa: uma padaria com lanchonete, restaurante e loja de conveniência. Os equipamentos foram financiados pelo Banco do Nordeste e a mercadoria, adquirida via empréstimos da Fachesf. O empreendimento prosperou e, em quatro anos, quitei o que devia. A gestão dos negócios hoje é de responsabilidade

dos meus três filhos, que têm formação superior e foram treinados para exercerem suas atividades sem minha interferência. Alguns colegas da minha época, que se desligaram da Fundação para empreender, arrependeram-se da escolha. Acredito que, mesmo tendo sucesso em suas empresas, perceberam que se tornaram escravos do trabalho; poderiam agora estar usufruindo da condição de aposentado com uma renda fixa vitalícia, mas precisam ficar à frente dos negócios porque não têm outra fonte de renda. Posso dizer que tenho uma vida tranquila. Recebo uma aposentadoria que equivale ao salário que eu tinha na ativa, ergui meus empreendimentos sem resgatar minha poupança da Fachesf e estou montando o terceiro para que cada filho tenha um negócio próprio. Além do mestrado, fiz doutorado em engenharia de produção e escrevi um livro sobre planejamento estratégico. Viajo quando quero e tive tempo de publicar estas memórias, contando as histórias que vivi desde o dia em que cheguei para morar no povoado de Forquilha e de onde saí para me tornar engenheiro, chesfiano e empreendedor.


Passatempos

Quiz Acesse o QUIZ através do link: http://www.fachesf.com.br/conexao/c23/quiz/

Deposite este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na Sede da Fundação, ou entregue-o na Agência Fachesf mais próxima. Se preferir, o Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br. DATA PARA ENVIO DO QUIZ: 30 de abril

1) Segundo a matéria “Consumir menos para viver melhor”, para os minimalistas: É melhor jogar fora do que acumular. Transformar os hábitos é uma questão apenas individual. As experiências são importantes do que os bens materiais. Nenhuma das respostas. 2) Qual foi o objetivo da exposição fotográfica Fachesf: 45 anos de histórias? Mostrar a evolução da Fundação ao longo das décadas e reconhecer a dedicação de todos que acreditaram e acreditam na missão da Fachesf. Registrar a passagem de diversas pessoas que compuseram e compõem a Fachesf. Reconhecer a evolução da Fundação ao longo das décadas. Todas as respostas acima. 3) Como Maria Clara auxilia a avó em seu trabalho voluntário como contadora de histórias no Hospital de Pediatria Helena Moura, no Recife (PE)? Ela avalia e aprova o conteúdo dos livros. Ela também lê as histórias no Hospital. Ela empresta seus livros para a avó ler no Hospital. Nenhuma das respostas.

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Passatempos

Quiz 4) Segundo Alexandre Kalache, a humanidade vive uma revolução da longevidade. O que isso significa?

7) Que fato cotidiano abaixo provoca desequilíbrio financeiro, mas não foi citado no artigo “O equilíbrio de uma vida sem excessos”?

As pessoas estão planejando melhor o que fazer na aposentadoria. O aumento significativo da expectativa de vida. A capacidade de alguns idosos de 60 anos de correr maratonas. Nenhuma das respostas.

Comprar louças e talheres para tirar do armário apenas quando receber visitas que nunca vêm. Comprar ingredientes para usar somente em ocasiões especiais mas que acabam desperdiçados pela validade vencida. Comprar livros e revistas mesmo sem ter tempo para ler. Pagar um plano de academia de ginástica, mas não ter tempo para se exercitar.

5) O que é o mecanismo de latência indeterminada da Herpes? O indivíduo não infectado pode não apresentar manifestações clínicas, mas o vírus pode se manifestar. Um indivíduo infectado só pode ter o vírus ativo uma vez, mas pode passar a vida com manifestações clínicas. Um indivíduo infectado pode não apresentar manifestações clínicas, mas o vírus pode ser reativado uma ou mais vezes ao longo da vida. Nenhuma das respostas. 6) Segundo o cardiologista e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Marcos Aurélio de Vasconcelos Lima, quem pode aderir à corrida de rua? Qualquer pessoa pode aderir ao esporte. Qualquer pessoa pode aderir ao esporte, mas é melhor que tenha orientação prévia. Mesmo com orientação, nem todo mundo pode aderir ao esporte. Nenhuma das respostas.

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8) Qual foi o objetivo do programa de eficientização de recursos implantando pela Fachesf em 2017? Apresentar melhores resultados com custos de administração menores. Diminuir os custos de energia na Sede e nas agências da Fundação. Reduzir demandas e despesas de forma geral. Aumentar os resultados de investimentos da Fachesf. 9. Nesta 23ª edição da Conexão Fachesf, que editoria você mais gostou? 10. O que você achou desta revista? Ótima Boa Regular Ruim

11. Por quê?

12. Que temas você gostaria de sugerir para a próxima edição?


Passatempos

Caça-palavras Fundos de Pensão

garantem renda

complementar Acesse o caça-palavras através do link: http://www.fachesf.com.br/conexao/c23/cpalavras/

O valor máximo de aposentadoria do INSS pago atualmente é de R$ 5.645,00. Na prática, os trabalhadores que recebem acima do teto da previdência social ao se aposentarem têm seus rendimentos reduzidos. Ou seja, quanto maior a renda do trabalhador em atividade, maior será o a perda dos seus rendimentos na aposentadoria. Para garantir tranquilidade nessa nova fase da vida, é importante manter uma renda ao menos aproximada da que se tinha enquanto trabalhador da ativa. Uma forma de minimizar esse impacto negativo no poder aquisitivo é ter um plano de previdência complementar. É exatamente para possibilitar um benefício adicional que os Fundos de Pensão existem. A aposentadoria do INSS somada a este benefício busca proporcionar ao trabalhador aposentado um padrão de renda próximo ao que tinha quando estava em atividade.

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Martinha

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