Conexão Fachesf nº 6

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índice

Ponto de Vista | 6

Salete Cordeiro

Especial | 8

Sonhos de Futuro

Teste | 13

Você sabe tudo sobre previdência? Parte III

Artigo | 15

Antônio Soares

Seu dinheiro | 16

Contas no vermelho. E agora?

Artigo | 19

Maria Elizabete Silva

No consultório | 20

Câncer bucal: tão esquecido quanto perigoso

Artigo | 24

Lúcia Vasconcelos

Pergunte ao doutor | 25

Síndrome do Pânico: muito além do medo comum

Fachesf-Saúde | 26

Um plano, muitas histórias

Educação Previdenciária | 34

Mais transparência com a segregação de ativos

Especial | 37

Conexão com o mercado

Planejamento e Gestão | 41

Suas informações estão seguras?

Foco no participante | 46

“A Chesf foi minha maior realização”

Cultura e Lazer | 50

No coração da Fachesf, vive uma grande obra

Mundo Animal | 53

Unindo forças contra o abandono de animais

Artigo | 57

Synara Rillo

Central de Relacionamento | 58

Martinha em: Conectada na Internet


[expediente]

edit Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional [Editora Geral] Laura Jane Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Fotografia] Acervo Fachesf [Estagiária de Jornalismo] Liliane Paes Barreto [Colaboraram nesta edição] Naide Nóbrega, nas editorias: Seu Dinheiro e Planejamento e Gestão. Gabriela Santana, nas editorias: No Consultório e Mundo Animal. Maria Queiroga, produção, fotografia e textos. [Comissão de Pauta] Laura Lima, Nathalia Duprat, Valcenir Lisboa, Wanessa Cysneiros, Rômulo Siqueira.

[Tiragem] 11 mil exemplares [Redação] Rua do Paissandu, 58 – Boa Vista Recife – PE | CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente Luiz Ricardo da Câmara Lima · Diretor de Adm. e Finanças Maria da Salete Cordeiro de Sousa · Diretora de Benefícios [Projeto Gráfico e Diagramação] Corisco Design [Diagramação] Fátima Finizola [Ilustrações] Damião Santana (p. 8-11, 44), Leandro Lima (p. 13, 16, 20, 23, 2627, 30-31, 34-35), Júlio Raphael Klenker (37-38, 49-50). [Impressão] Gráfica MXM

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br.


torial

4·5

Um ano de grandes resultados

Quando o mês de dezembro chega, é sempre tempo de fazermos um balanço de tudo o que aconteceu durante o ano que passou. Para nós, que fazemos a Conexão Fachesf, podemos dizer que 2010 foi um período muito positivo, pois serviu para a consolidação e o amadurecimento da nossa revista. Nesses 12 meses, pudemos levar até nossos leitores, temas interessantes e atuais, voltados em sua maioria para a formação de uma cultura previdenciária e financeira, tão necessária a nossa realidade e universo.

É com muita alegria, portanto, que partilhamos com você a notícia de que esse esforço foi recentemente coroado com um grande reconhecimento: a Conexão Fachesf recebeu o troféu regional Norte/Nordeste do conceituado Prêmio Aberje 2010, considerado o Oscar da comunicação empresarial no País. Disputada por dezenas de empresas de todo o Brasil, a premiação, oferecida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, prestigia aquelas que apresentam soluções inovadoras em comunicação e contribui de forma efetiva para o desenvolvimento da área.

Já na editoria Educação Previdenciária, discutiremos a questão da segregação dos ativos da Fachesf. Apesar de ser um assunto que carrega muitos aspectos técnicos, é fundamental que os Participantes conheçam um pouco desse processo que diz respeito diretamente à gestão das reservas dos Planos de Benefícios. Na editoria Planejamento e Gestão, a matéria “Suas informações estão seguras?” alerta para a importância da segurança da informação na Fachesf e também em nossas vidas. No que se refere às finanças pessoais, trazemos uma reflexão sobre a importância de estarmos atentos aos gastos e dívidas contraídas e oferecemos uma ajuda para aqueles que querem tirar as contas do vermelho. A revista não acaba por aqui. Também apresentamos a interessante história de vida do nosso Participante Assistido Ernani Gusmão, matérias das editorias de saúde (os perigos do câncer bucal, síndrome do pânico e a importância do FachesfSaúde), mundo animal, cultura e lazer, além dos interessantes artigos especialmente escritos por nossos colunistas.

[Nasce uma ideia, cresce uma parceria] E para fechar 2010 com o mesmo clima, convidamos você a fazer uma breve viagem pela história para entender como se desenvolveu a busca pela felicidade ao longo das décadas. Através da matéria especial “Sonhos de Futuro”, você vai descobrir o que queriam nossos antepassados e o que desejamos nos dias de hoje.

Esperamos que você aproveite tudo e que se sinta cada vez mais bem informado e próximo da sua Fundação.

Boa Leitura! Laura Jane Lima | Editora Geral


“Nosso maior desafio é e sempre será o de atender a todos os Participantes” Entrevistada | Salete Cordeiro Levar os assuntos pertinentes à Fachesf para discussão com todos os Participantes, mantendo a transparência e oferecendo a oportunidade do debate. Esse foi um dos desafios assumidos pela Diretora de Benefícios, Salete Cordeiro – eleita para o cargo com mais de 3.300 votos em maio deste ano – e que tem sido cumprido desde seus primeiros dias de mandato: em poucos meses, ela já visitou dezenas de unidades da Chesf, onde tem realizado palestras e vivenciado na prática a Missão da Fundação. A revista Conexão Fachesf conversou com a atual diretora, que contou como tem sido a experiência no cargo e quais serão seus próximos desafios.

CF | Como foi passar de membro titular do Conselho Deliberativo para a Diretoria de Benefícios? SC | Ter participado do Conselho Deliberativo da Fachesf é um legado que, sem dúvida, está contribuindo para meu trabalho à frente da Diretoria, pois já conhecia os macroprocessos da Fundação e as maiores dificuldades dos Participantes. Não posso esquecer também de computar como fator relevante o fato de ter exercido a advocacia na Chesf ao longo de muitos anos. A experiência profissional que adquiri dentro da esfera jurídica está sendo muito necessária, considerando que a Fachesf, Entidade Fechada de Previdência Complementar, tem todo um regramento jurídico a que se submete, especialmente às Leis Complementares 108/2001 e 109/2001. CF | Dentro dos seus compromissos de campanha, a questão do plano de saúde para os Aposentados foi um tema muito debatido. Como essa questão está sendo conduzida? CF | Qual a sua avaliação desses primeiros meses à frente da Diretoria de Benefícios? SC | Avalio como muito positivos, porque tenho buscado manter o foco no Participante, sem esquecer que a Fachesf precisa ter continuidade para atender à sua finalidade previdenciária. Também procurei dar um retorno imediato às demandas dos Participantes Ativos, Assistidos e Pensionistas, e tive a oportunidade de conhecer melhor a Missão da Fundação, seus processos internos e seus dedicados colaboradores, recebendo muito apoio de todos.

SC | Esse foi um compromisso que assumi com o apoio da Aposchesf e demais Conselheiros eleitos. Continuamos na luta por um plano de saúde para os Aposentados da Chesf e temos dedicado parte de nosso tempo e trabalho a essa causa. Hoje esse objetivo já é partilhado por todas as empresas do Sistema Eletrobrás e, inclusive, conta com um grupo de trabalho, coordenado pelo chefe de gabinete da presidência dessa holding, Mauro Massa, composto de representantes das empresas e dos aposentados – entre eles, o presidente da Aposchesf, José Luiz Britto.


CF | Qual o papel desse grupo de trabalho? SC | Essa equipe é reponsável por elaborar o modelo do plano de saúde que, em breve, será apresentado, de acordo com compromisso assumido na reunião em que estivemos presentes, na Eletrobrás, em julho passado. Continuamos a perseguir esse objetivo, pois sabemos que tem respaldo legal e financeiro, e que o estudo atuarial está em andamento. Faço um apelo a todos os que podem contribuir para a agilização desse processo que nos procurem, pois no nosso dia-a-dia de trabalho, cada vez mais, constatamos que o maior problema do aposentado é arcar com seus custos de saúde.

CF | A senhora tem feito uma série de reuniões com os Participantes Ativos e Aposentados em diversas localidades. Qual o objetivo desses encontros?

cautelar. Essa atitude hoje trará conforto amanhã para o empregado e seus dependentes no momento da sua aposentadoria. Isso porque não se pode esquecer que é um tipo de poupança através da qual o Participante recebe até um real da Patrocinadora por cada real que deposita. É um ótimo negócio financeiro e preventivo. O objetivo da Previdência Complementar é garantir uma reserva financeira para que, juntamente com o benefício da aposentadoria oficial (INSS), resulte em um valor aproximado da remuneração que o empregado recebia enquanto trabalhava. CF | Na sua opinião, o que o Participante deve fazer para acompanhar mais de perto a gestão da Fachesf?

“Continuamos na luta por um plano de saúde para os Aposentados da Chesf e temos dedicado parte de nosso tempo e trabalho a essa causa.”

SC | Visitamos todas as Agências da Fachesf e fizemos apresentações contendo informações dos macroprocessos da Diretoria de Benefícios, seus objetivos e metas. Além disso, falamos sobre um possível Plano Instituidor e o andamento do plano de saúde para os Aposentados, entre outros assuntos de interesse dos Participantes. Nossas visitas alcançaram os Estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, dependências da Sede Chesf, seus anexos, subestações e usinas, sede da Aposchesf (Recife) e suas regionais. Esse é mais um dos compromissos de campanha que estou procurando cumprir: levar os assuntos pertinentes à Fachesf para discussão com todos, mantendo a transparência e oferecendo a oportunidade do debate.

CF | A Diretoria de Benefícios tem destacado com frequência a importância de o Participante do Plano CD procurar, na medida do possível, aumentar o seu percentual de contribuição. Por que isso é tão importante? SC | Contribuir para o Plano de Previdência com o máximo que for possível, eu diria, é uma medida

SC | Entendo que o Participante poderia ler mais sobre a Fundação, buscar informações no Relatório Anual, entrar no site, acompanhar as notícias nos jornais e revista da Fachesf, conhecer o Estatuto da entidade, os regulamentos dos Planos Previdenciários e do FachesfSaúde, além de conversar com os Diretores, Conselheiros titulares e suplentes. E, claro, assistir as nossas palestras!

CF | Quais os principais desafios que a Fundação enfrentará em 2011? SC | A Fachesf está sempre com algum desafio pela frente. Para 2011, antevemos a possível implantação de um Plano Instituidor. Quando dizemos possível, é porque estamos ainda fazendo as análises de viabilidade de mercado, que nos dará um caminho a seguir. O assessor da Diretoria de Benefícios, Antônio Soares, está coordenando um Grupo de Trabalho, composto de representantes de todas as áreas da Fachesf, para estudar essa possibilidade. Lembramos que esse Plano Instituidor faz parte do Planejamento Estratégico da Fundação. Entretanto, o maior desafio é e sempre será o de atender a contento aos Participantes, mantendo o equilíbrio e a perenidade da entidade. Finalizo aqui deixando meu fraterno abraço e agradecendo a todos, mais uma vez, pelo apoio e amizade.

6·7


SONHOS DE

futuro


Uma breve viagem através da busca pela felicidade Na década de 1960, esperava-se que cada brasileiro vivesse em média apenas 54,6 anos. Quando comparado com o início do século XIX, isso parece muito, pois nessa época, um único surto de doença infectocontagiosa chegava a atingir um terço da população dos centros urbanos, causando um grande número de mortes. Essa realidade, porém, ficou para trás: segundo pesquisa divulgada recentemente pelo IBGE, um brasileiro hoje vive em média 73,1 anos. Em 2030, esse número deve superar a barreira dos 80 anos. Estamos vivendo cada vez mais. Isso é um fato. Mas o que desejaremos fazer com tanto tempo? A Conexão Fachesf faz uma breve viagem pela história da humanidade e convida seus leitores para uma reflexão: com o que sonhamos para nosso futuro afinal?


Permanecer vivo. Esse era o principal desafio do homem da pré-história, que passava a maior parte da sua existência lutando contra a fome, as doenças até então desconhecidas e os ataques de animais selvagens. Dependentes da natureza e expostos à toda sorte de fenômenos climáticos, poucos dos nossos ancestrais conseguiam superar a casa dos 30 anos de idade. Com uma alimentação à base de frutos, vegetais, raízes e plantas, passaram-se anos até que descobrissem o consumo de carne. Seus dias restringiam-se a encontrar suprimentos necessários para manter-se vivos e proteger-se das intempéries do mundo primitivo. Embora não tenha deixado registros fieis e completos de seus dias na terra, não é difícil imaginar que o grande desejo do homem selvagem era encontrar um grupo com o qual pudesse sair para caçar e colher alimentos, e uma caverna segura, onde pudesse abrigar-se do frio e manter as feras à distância. Sobreviver significava superar limites e descobrir diferentes maneiras de criar a própria história.

Apesar do avanço da humanidade, as guerras constantes, a baixa qualidade das dietas alimentares e as epidemias, desencadeadas em grande parte pelas péssimas condições de higiene, continuavam restringindo o tempo de vida da população na Idade Média, que mal conseguia chegar à casa dos 30 anos de idade.

Avanço

Com a Revolução Industrial do século XVIII e o domínio das máquinas pelos homens, além da substituição da manufatura (trabalho manual) pela produção em série (trabalho realizado através de aparelhos mais avançados), fincou-se um marco significativo na história mundial, servindo de ponto de partida para uma completa transformação no paradigma social e no cotidiano da população. As cidades cresceram desenfreadamente e a sociedade foi mais claramente dividida entre burgueses e operários: enquanto os primeiros desejavam dominar o mercado criado pelos novos produtos industrializados, os segundos sonhavam em consumir cada vez mais os objetos e utensílios modernos que ajudavam a produzir.

Milhares de anos depois, entretanto, apenas estar vivo não traduzia mais a ideia de felicidade dos homens. Na Idade Média, para ser bem sucedidas, as pessoas precisavam de boas posições sociais. Para isso, era fundamental ter alguma sabedoria e construir uma família capaz de conquistar bens e privilégios.

Diferentemente da Idade Média, quando pouco se evoluiu em relação à expectativa de vida, nessa época, o avanço conquistado pela medicina e o maior acesso às novas tecnologias ajudou a diminuir a mortalidade infantil e aumentar a longevidade dos cidadãos, que passaram a viver em média 70 anos.

Naquela época, subjugar povos inimigos era sinônimo de força, poder e prestígio, ao passo que, aos perdedores, cabia a submissão aos novos senhores. Todos os homens desejavam sair vitoriosos das guerras, enquanto as mulheres aguardavam sua volta. Durante a espera, instruíam seus filhos e procuravam por casamentos de sucesso que elevassem a condição de toda a casa.

De lá até os dias atuais, muitas inovações tomaram conta do universo e transformaram a Terra em espaço de convivência de quase 7 bilhões de habitantes. Além de conseguir um bom emprego, ter uma vida estável e um elevado status social que lhe permita consumir produtos e serviços, o desejo do homem moderno agora é fazer parte de algo, trocar experiências e partilhar de


um sentimento de identidade, de sentir-se integrado e atuante na comunidade que lhe cerca. Se as grandes navegações do século XVI conectaram os países e a globalização econômica que teve início em meados dos anos 1990 conectou as empresas de todos os continentes, a revolução trazida pela internet veio para conectar as pessoas. Hoje somos uma única nação, dividindo sonhos, anseios, dúvidas e aspectos culturais, em tudo o que isso tem de bom e de ruim. Pois, ao mesmo tempo em que conquistamos espaço para compreender um universo que vai além do nosso horizonte particular, também nos tornamos seres humanos cada vez mais individualizados em nossos pequenos grupos: enquanto nossas redes sociais virtuais aumentam a olhos vistos, nossas relações íntimas (a família é um bom exemplo disso) estão cada vez mais restritas. O avanço conquistado pela medicina e uma maior preocupação com a saúde do corpo ajudou a levar a expectativa média de vida da sociedade contemporânea para 73,1 anos. Daqui a apenas duas décadas, esse número ultrapassará os 80 anos. Isso significa que, em 2050, a população mundial com mais de 65 anos vai mais do que dobrar, passando dos atuais 7,6% para 16,2% da população mundial, representando um batalhão de 1 bilhão de pessoas

Sonhos

Viveremos cada vez mais. No entanto, quais serão nossos sonhos no futuro? Atrás do que correremos para preencher o tempo extra que teremos? O que representará ser feliz daqui a quatro ou cinco décadas? Estamos preparados para nos tornar uma geração formada, em grande parte, por pessoas acima dos 65 anos? Para os ambientalistas, a resposta para essas questões poderia estar nos assuntos ligados à re-

lação entre o homem e a natureza, afinal, como habitar em um planeta desgastado e destruído pela própria sociedade? Nessa visão, o grande desejo da humanidade no futuro seria o resgate de uma convivência pacífica e sustentável com o meio ambiente, sem abrir mão das evoluções que a tecnologia permite. Já os defensores dos direitos humanos diriam que a felicidade no futuro seria saber-se parte de um mundo em que as pessoas são respeitadas pelo que são, independentemente de raça, cor, idade, credo, sexo e classe social. Abolir os preconceitos e incentivar a prática do respeito mútuo seria a bandeira a ser erguida pelas pessoas em nome de uma sociedade mais justa e humana. Os entusiastas da educação talvez apostassem no aprendizado como caminho para o estabelecimento de uma cultura universal de paz, segurança e ética. Os cidadãos de todas as regiões do planeta seriam instruídos a conviver pacificamente, estabelecendo-se direitos e deveres igualitários e reais em prol da harmonia entre povos, diferentes ou iguais. Independentemente do que sonhemos para o futuro, enfim, é da reflexão de todas essas questões que poderemos pensar de forma proativa e transformar o tempo que virá em uma época onde seja possível continuar realizando desejos e buscando a felicidade onde quer que ela esteja. Se optarmos apenas por cruzar os braços e esperar que os ventos levem o mundo a uma direção qualquer, estaremos fadados a voltar à préhistória, onde sobreviver era nosso único ideal de vida, lutando diariamente para permanecer de pé em um mundo tão cheio de injustiças, incertezas, incompreensões. Mas esse provavelmente não é o desejo de ninguém. E você, quais os seus sonhos para o futuro?

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Três gerações, três sonhos Maria José Monteiro e Ana Izabel Monteiro simbolizam duas gerações de Participantes da Fachesf com expectativas distintas. Mãe e filha, as duas carregam consigo visões individuais para o mundo de hoje e amanhã, e refletem, na vida real, como o tempo influencia nossos sonhos e projetos. E essa diferença não se encerrará por aqui: Mariana, a terceira geração da família Monteiro já demonstra que, no futuro, carregará consigo outras possibilidades de como ser feliz. Ana Izabel, Mariana e Maria José Monteiro

“Quando ainda muito jovem saí de Palmares, cidade no interior de Pernambuco, para morar no Recife, eu tinha um único sonho: crescer, trabalhar e ter condições de dar uma vida melhor aos familiares que ficaram para trás. Aos 22 anos, porém, quando me tornei mãe, entendi que meus ideais haviam mudado. Meu foco passou a ser a minha filha, e meu maior desejo era garantir que ela tivesse uma boa educação. Naquela época, eu não pensava muito em futuro, aposentadoria ou qualquer coisa do tipo. Vivia somente o presente. Hoje, depois de todos esses anos, vejo como o mundo está diferente. Às vezes tenho um pouco de medo de tanto individualismo, tanta violência. Mas sei que as gerações sempre se adaptam ao seu tempo. Daqui a 20 anos, quero poder continuar ajudando as pessoas do mesmo jeito que faço hoje, por isso penso em ser voluntária em algum projeto social. Acho que é nossa obrigação fazer algo pelo outros. Isso me realiza de verdade. E, quem sabe um dia, também aprenda a tocar violão”.

Maria José Monteiro Participante Ativa | Recife · PE

“Cresci de forma muito independente. Desde cedo, aprendi a ser responsável pelos meus atos e participar das tomadas de decisão da minha família. Como sempre tive a casa cheia de gente, sonhava em ter um espaço só meu, estudar bastante e viajar o mundo. Quando fui mãe, no entanto, chegou a minha vez de perceber que meus ideais também haviam mudado. Hoje desejo uma vida estável, mas que me dê tempo suficiente para curtir minha filha. Quero poder estar sempre por perto e acompanhar seu crescimento. Como somos o tempo inteiro bombardeados pelas informações vindas da mídia, receio que ela cresça valorizando mais o que temos do que aquilo que somos. É um grande desafio. Daqui a 20 anos, sei que terei outros sonhos. Diferentemente da minha mãe, desde sempre aprendi a pensar na importância de planejar a aposentadoria. Quando parar de trabalhar, quero ser independente financeiramente para exercer meus papeis de mulher, mãe, cidadã”.

Ana Izabel Monteiro Participante Ativa | Recife · PE


Você sabe tudo sobre

previdência? PARTE III

Nesta edição, a Conexão Fachesf lança a terceira rodada de perguntas sobre previdência. Todos os Participantes que enviarem seus questionários respondidos concorrerão a prêmios, independentemente da quantidade de acertos, além de receberem em casa as respostas corretas. 1. Como se dá a elegibilidade ao benefício de Aposentadoria Normal no Plano CD? A elegibilidade ocorre quando o Participante cumpre os seguintes requisitos: completa 60 anos de idade, tem cinco anos de contribuição ao Plano e rescinde o contrato com a Patrocinadora. A elegibilidade ocorre quando o Participante cumpre os seguintes requisitos: completa 55 anos de idade, tem cinco anos de contribuição ao Plano e rescinde o contrato com a Patrocinadora. A elegibilidade ocorre quando o Participante cumpre os seguintes requisitos: completa 55 anos de idade, tem dois anos de contribuição ao Plano e rescinde o contrato com a Patrocinadora. Não sei responder. 2. Quando é possível a elegibilidade ao benefício de Aposentadoria Antecipada do Plano CD? Quando são cumpridos os mesmos requisitos da Aposentadoria Normal, com exceção da idade mínima, que é de apenas 50 anos. Quando são cumpridos os mesmos requisitos da Aposentadoria Normal, com exceção da idade mínima, que é de apenas 45 anos.

Responda as questões a seguir, destaque a página e encaminhe-a para a Assessoria de Comunicação Institucional da Fachesf ou Agência mais próxima. Informações: (81) 3412.7509.

Quando são cumpridos os mesmos requisitos da Aposentadoria Normal, com exceção da idade mínima, que é de apenas 51 anos. Não sei responder.

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3. Quais as formas de recebimento do benefício do Plano CD?

6. O Participante pode deduzir do Imposto de Renda as contribuições feitas ao seu Plano de Previdência?

O recebimento será sempre em forma de renda mensal vitalícia e com reversão em pensão. O Participante também poderá receber até 35% do saldo da sua conta, na forma de pagamento único. Nesse caso, o saldo restante será convertido na renda mensal.

Sim, as contribuições podem ser deduzidas até o limite de 12% dos rendimentos tributáveis.

O recebimento será sempre em forma de renda mensal vitalícia e com reversão em pensão. O Participante também poderá receber até 25% do saldo da sua conta, na forma de pagamento único. Nesse caso, o saldo restante será convertido na renda mensal. O recebimento será sempre em forma de renda mensal vitalícia e com reversão em pensão. O Participante também poderá receber até 15% do saldo da sua conta, na forma de pagamento único. Nesse caso, o saldo restante será convertido na renda mensal. Não sei responder.

Sim, as contribuições podem ser deduzidas até o limite de 10% dos rendimentos tributáveis. Não, as contribuições não podem ser deduzidas dos rendimentos tributáveis. Não sei responder. 7. Como é feita a tributação do Plano CD? O Participante deve optar por uma das duas Tabelas de Tributação: a Permanente ou a Regressiva. O Participante deve optar por uma das duas Tabelas de Tributação: a Progressiva ou a Regressiva. O Participante deve optar por uma das duas Tabelas de Tributação: a Básica ou a Completa. Não sei responder.

4. Quando o Participante passa a receber o benefício de renda mensal (aposentadoria) ele continua contribuindo para a Fachesf? Sim, com um percentual de 0,28% do valor do seu benefício, a título de taxa administrativa. Sim, com um percentual de 0,5% do valor do seu benefício, a título de taxa administrativa. Sim, com um percentual de 0,38% do valor do seu benefício, a título de taxa administrativa. Não sei responder.

5. É verdade que a Patrocinadora (Chesf ou Fachesf) deixa de contribuir para a conta do Participante Ativo quando ele atinge determinada idade? Sim, para todos os Participantes que completam 60 anos de idade. Sim, para todos os Participantes que completam 65 anos de idade. Não, a Patrocinadora não interrompe sua contribuição. Não sei responder.

8. Em que momento o Participante deve optar pela Tabela de Tributação Somente no ato de adesão ao Plano CD. No ato de adesão ao Plano CD ou até 90 dias após a data de adesão. No ato de adesão ao Plano CD ou até o último dia do mês posterior ao da adesão. Não sei responder.


Plano de Instituidores Antônio Soares

benefícios do tipo Contribuição Definida, criado para que os membros e dependentes associados a algum tipo de entidade regulamentada e prevista na lei possam usufruir de uma renda mensal quando de suas aposentadorias, com transparência, atendimento diferenciado, baixo custo e segurança. Visa, portanto, obter um melhor rendimento em relação à concorrida rede bancária, que trabalha oferecendo previdência privada aberta com algumas vantagens sobre a mesma.

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A Lei Complementar 109/2001 criou a Previdência Associativa com o objetivo de permitir que conselhos profissionais, cooperativas, sindicatos e entidades de classe passassem a oferecer, a seus associados e dependentes, planos de previdência complementar, conhecidos como Planos Instituidores. Isso poderia ser feito a partir da criação de uma entidade de previdência própria ou mediante um convênio de adesão com um fundo de pensão já existente. Buscando se adaptar a essa nova tendência, que a cada dia ganha mais força dentro das fundações, a Fachesf, através da coordenação da Diretoria de Benefícios, estuda a possibilidade de entrar, no próximo ano, nesse novo nicho de mercado. Atuar na oferta de planos para instituidores é um projeto considerado estratégico para a Fachesf. Além disso, a ação está intimamente ligada ao projeto de Educação Financeira e Previdenciária incentivado pelo Governo Federal, sob a coordenação da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão fiscalizador dos fundos de pensão. Mas, afinal, o que é um Plano Instituidor? O Plano Instituidor nada mais é do que um plano de

Em 2007, a Fachesf teve a iniciativa de incluir, no seu planejamento estratégico, um projeto para implantação de um Plano Instituidor. A Diretoria Executiva formalizou um grupo de trabalho, com representantes de todas as áreas, para tocar esse grande projeto, sempre com a cautela de identificar sua real viabilidade. Para tanto, a Diretoria de Benefícios, contratou uma pesquisa quantitativa para realizar um Estudo de Viabilidade e de Mercado com o objetivo de analisar de forma profunda o potencial para esse tipo de plano. Se as avaliações apontarem para um cenário positivo, os próximos passos serão: a promoção de uma pesquisa qualitativa, junto aos potenciais instituidores, e a elaboração do desenho do plano, contendo a modelagem dos benefícios, para aprovação do Conselho Deliberativo e demais órgãos competentes. Com respaldo nesses estudos e pesquisas, prepararemos um projeto de Captação e Fomento, visando à implantação de um Plano Instituidor que permita à Fachesf alcançar sua expansão rumo à perenidade. Tais trabalhos deverão ter como norte a sustentabilidade do seu negócio, promovendo a integração dos seus interesses com os dos participantes, dos instituidores e da sociedade de forma mais ampla. Você, Participante que reconhece a necessidade da continuidade dos negócios da Fundação, junte-se a nós, oferecendo suas sugestões, ideias e conhecimentos. Voltaremos com novas notícias, em breve, e detalharemos as vantagens desse tipo de Plano.

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vermelho E agora?

CONTAS NO

A pesquisa ouviu 17,8 mil consumidores de todas as capitais brasileiras e oficializa uma realidade muito próxima de todos os cidadãos, pois mesmo aquele que não está endividado tem algum parente, amigo ou conhecido que se encontra nessa difícil situação. Cheque especial, empréstimos, ajudas familiares. Não importa de onde vem a solução na hora do aperto. O fato é que as pessoas usam todos os recursos para pagar suas contas e, posteriormente, esses mesmos credores tornam-se o motivo maior das suas noites insones. O cartão de crédito – sempre ele! – continua sendo o grande vilão. A pesquisa da Confederação indica que a grande maioria das famílias tem neste pequeno documento plástico o seu grande algoz: 72,5% dos endividados devem às operadoras de cartão de crédito, seguido pelos carnês e financiamento de veículos. O mais grave desse cenário é que a grande maioria das pessoas se deixa levar pelo mar de dívidas, jogando o compromisso para o amanhã, sem perceber que pode reverter o quadro, a partir de mudanças de atitude.

autoanálise. “Antes de tudo, é preciso se reconhecer como devedor e entrar em contato direto com os números. Muitas vezes, as pessoas escondem a realidade da família, dos amigos e até de si mesmos, por vergonha ou culpa, e esquecem que é normal estar endividado”, relata. O problema é que a atual geração não foi preparada para isso. As crianças, por exemplo, quase nunca são instruídas para lidar com o dinheiro e perdem uma importante etapa da educação financeira, que as ajudaria a administrar de forma correta seus recursos durante a vida adulta. Diferentemente de países mais desenvolvidos, onde desde cedo se aprende a gerir a própria renda, no Brasil essa questão sempre esteve à margem da sociedade. A professora Cássia d’Aquino, especialista em educação financeira, alerta que esse problema se reflete na forma como as pessoas enxergam suas dívidas. É comum, por exemplo, encontrar devedores que, ao receber um comunicado do Serasa, ignoram a cobrança e encaminham o documento para a gaveta onde, em pouco tempo, acumulam-se contas de bancos, cartões, etc. É nesse momento, entretanto, que o indivíduo precisa ter coragem para encarar a sua situação de frente e ver o grande buraco no qual se meteu. Foto | Divulgação

O aumento da oferta de crédito e as condições econômicas favoráveis do País têm estimulado, cada vez mais, o endividamento do brasileiro, que já chega a 63% da população, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizado em março deste ano.

Atitude

Segundo a contabilista Maria Elizabete da Silva, gerente econômico-financeira da Fachesf, o primeiro passo que todo endividado deve seguir para solucionar seu problema é fazer uma

Cássia d’Aquino

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Para Cássia d’Aquino, é essencial mergulhar nos números, mapear as dívidas e colocar no papel exatamente quanto se deve e a quem se deve. Depois disso, a situação deve ser aberta para a família, de forma serena e clara. “Não dá para equilibrar as contas sem mudar os hábitos. E a família faz parte disso. Deve-se compartilhar o problema com o(a) companheiro(a) e, seguida, com os filhos. Eles não podem ser colocados como cúmplices, mas devem ser informados das reais condições da casa. Em situações como essa, certas renúncias são inevitáveis”, esclarece. O próximo passo para sair do vermelho é estudar as dívidas e decidir o que será sanado de imediato. Deve-se ficar alerta também para não ceder às pressões dos credores, que telefonam exigindo pagamentos e garantias. Manter a calma é a única forma de negociar da forma correta e perceber qual o tipo de conta deve ser pago em primeiro lugar. É importante ainda que o indivíduo que se encontra em apuros financeiros procure entender quais as ferramentas que estão a sua disposição para a negociação das dívidas. Não há melhor pessoa para conversar sobre esse tipo de problema do que o gerente de sua conta bancária. Ele é o profissional que mais conhece a situação econômica dos correntistas e deve ser o primeiro a ser procurado, pois pode ajudar a encontrar a melhor solução.

Negociação

Mas, com tantas dívidas, o que sanar primeiro? Para facilitar a resolução do problema e evitar a sensação difusa de dever a muitas fontes, uma boa dica é concentrar as contas em um único credor. Além disso, é essencial ter em mente que todas as dívidas terão que ser pagas. “Muita gente pensa que pai, mãe, sogro e irmão podem ficar sem receber. Isso não existe. Não é porque o credor é da sua família que vai ficar com furo nas contas em função da sua inadimplência”, ressalta Cássia d’Aquino. Por fim, a gerente econômico-financeira da Fachesf dá uma última dica: “Quer sair do sufoco? Comece reconhecendo qual é o seu verdadeiro status e se você está vivendo uma vida condizente com sua condição financeira. O dinheiro tem que ser um meio e não a razão do seu bem-estar. Essa é a lição mais importante para quem quer viver uma vida financeira tranquila e feliz”.

José Cordeiro Uchôa

Participante Assistido Recife · PE

“Procuro administrar minhas despesas da melhor forma, mas diante de situações que excedem a renda familiar, costumo aderir a empréstimos, geralmente o do INSS ou o da Fachesf, que possuem juros mais baixos. Para mim, essa solução é melhor do que pagar juros de cartão de crédito. Assim tenho condições de bancar os gastos que estão fora do previsto, como consultas de emergência, compra de algum bem ou ajudar meus filhos quando eles precisam. “

as contas

Esverdeando

Está devendo? Faça um mapeamento de todas as suas dívidas.

Tenha em mente, de forma clara, quais são as suas receitas. Compartilhe seu problema com companheiro(a) e filhos. Mantenha a serenidade. Isso é fundamental no momento de negociar com os credores. Na hora de sanar dívidas, não aja por impulso. Do mesmo jeito que foi temporário o momento de gastos, será também temporário o momento de quitação da dívida. O dinheiro pode ser seu amigo ou inimigo. A escolha vai partir da sua administração e da forma como você lida com ele. Tente concentrar suas dívidas numa única fonte.


Controle suas finanças e evite a “ressaca pós-festa” Maria Elizabete Silva

que já tem patrimônio suficiente e, por isso, não há mais a necessidade de continuar mantendo o controle financeiro. Qualquer parte do recurso reservado deve ser destinado de acordo com o plano estabelecido. Você deve estar se perguntando: se é tão simples assim, por que há tantas pessoas com dificuldades financeiras? A resposta mais acertada talvez esteja no contexto psicológico: a pessoa não reconhece onde precisa melhorar e sempre acha que pode adiar o momento de iniciar o controle de suas finanças.

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tabilist Silva · Cceonira da Fachesf te e b za li E a ri Ma -finan onômico gerente

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Nesta edição, vamos abordar tudo o que já escrevemos sobre controle das finanças pessoais com o objetivo de confirmar que, independentemente do modelo utilizado para alcançar ou manter uma boa relação com nossas receitas e despesas, é de fundamental importância entender que a largada depende de uma atitude individual e que não há momento certo para começar a agir. O importante é criar a prática e focar nos resultados esperados. E já que estamos tratando de coisas simples, veja como são básicas as etapas fundamentais para um planejamento financeiro eficiente e eficaz: Registrar receitas e gastos: tenha total conhecimento sobre o destino que é dado às receitas; esse controle deve ser exercitado semanalmente, evitando que os gastos superem as receitas. Definir as metas: estabeleça metas de curto prazo (quitar uma dívida, limitar gastos com presentes, financiar um curso), de médio prazo (uma viagem, compra de casa ou carro) e de longo prazo (investir em previdência privada ou bens que possam garantir mais uma fonte de receita). Formar uma reserva financeira: poupar é fundamental para alcançar os sonhos, pois além de conduzir à realização das metas, a poupança disciplinada é efeito da sobra financeira e confirma que o orçamento está sendo executado de forma efetiva. Manter o melhor resultado: após um bom tempo de reserva financeira, cuidado para não pensar

Nesta época do ano, viveremos um importante momento para iniciar a prática de gerenciar as finanças pessoais ou para redobrar os cuidados e continuar com o orçamento sob controle. Isso porque, durante o período natalino, somos bombardeados por campanhas e comerciais nos estimulando ao consumo típico das festas de final de ano. Todos os “vilões” estarão agindo para nos conduzir a comprar, comprar e comprar. Então, se você ainda não tem o efetivo controle de suas finanças, comece já e evite a “ressaca financeira pós-festas”. Se você já controla seu orçamento familiar, continue vigilante e reforce a segurança dos cheques e cartões. Fique atento ao seguinte: Não se deixe levar pelas tentações. Anote suas reais necessidades, inclusive os presentes para os outros, bem antes de dezembro, e mantenha-se fiel a essa lista. Certas coisas não têm preço. Não há festividade que compense o estresse e o sentimento de culpa por ter acarretado problemas financeiros para você ou sua família logo no início do ano novo. Se for viajar, mantenha os pés no chão e tenha certeza de não extrapolar seu orçamento. É importante entender que nem todos os anos são iguais e por isso nem sempre se pode viajar. Antes de dezembro, viva janeiro. Para passar pelas festas de final de ano com toda paz que você e sua família merecem, experimente preparar o orçamento de janeiro (incluindo matrícula de escola/ faculdade, seguro de veículo, IPVA, IPTU). Dessa forma, você terá melhores condições para delimitar as compras típicas de final de ano. Na próxima edição, vamos continuar essa conversa e falar sobre planejamento financeiro e orçamento pessoal ou familiar com foco em uma melhor qualidade de vida.

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Câncer bucal tão esquecido quanto perigoso O depoimento do Participante Assistido José da Costa Souza Filho é parecido com o de tantas outras pessoas que foram pegas de surpresa por uma doença pouco divulgada no Brasil e no mundo: mesmo sendo um dos órgãos mais importantes do corpo humano, a boca não é lembrada quando se fala de tumores e suas complicações. E talvez seja essa falta de informações que leva o câncer bucal a atingir em média 14 mil brasileiros todos os anos, figurando na lista dos 15 tipos mais frequentes em todo mundo, de acordo com um levantamento realizado pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Patologia

Câncer oral ou bucal é o tumor maligno que atinge os lábios e o interior da boca, incluindo a garganta. As regiões mais afetadas são a língua, principalmente as bordas, a parte interna das bochechas, o palato duro (mais conhecido como céu da boca), o assoalho (região embaixo da língua) e as amígdalas.

Segundo Maria do Carmo Abreu, médica patologista do Hospital do Câncer de Pernambuco e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o câncer oral mais comum se origina na pele que reveste toda a cavidade bucal e é designado de carcinoma escamocelular. Um total de 75% desses cânceres ocorre na região que compreende o assoalho da boca e a área logo abaixo da língua, e a região próxima aos molares. “Essa parte da boca é conhecida como zona de drenagem, pois é lá que se acumulam todos os alimentos e bebidas antes de serem engolidos. O lábio inferior, na sua parte externa, é outro local frequente desse tipo de câncer”, explica a especialista. Os tumores que aparecem nos lábios são mais comuns em pessoas brancas, que geralmente ficam muito tempo expostas ao sol. Os homens acima dos 40 anos também estão situados no grupo de risco. Segundo estimativa do Instituto

Mª do Carmo Abreu

“Apesar de ter uma filha dentista, nunca escutei os seus apelos para realizar consultas odontológicas regulares. Quando finalmente resolvi ir até o seu consultório, aqui em Paulo Afonso (BA), fui surpreendido pela notícia de que havia uma pequena mancha no céu da minha boca e que precisava me submeter a uma biópsia. Como os resultados apresentaram algumas suspeitas, fui para o Recife (PE) refazer o exame e recebi a confirmação de que estava com câncer de boca”.

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“o câncer oral mais comum se origina na pele que reveste toda a cavidade bucal e é designado de carcinoma escamocelular”.


Andrea Witzel

Foto: Divulgação

“O dentista é o profissional que está mais capacitado para o exame bucal e normalmente é o primeiro que o paciente procura quando há uma alteração.”

Nacional de Câncer (INCA), órgão ligado ao Ministério da Saúde, dos 14.120 casos previstos no Brasil para 2010, cerca de 10.330 serão verificados entre os homens e 3.790, entre as mulheres. As dúvidas podem surgir ao se deparar com quadros suspeitos de câncer bucal e nesse momento é importante saber quem pode fazer o diagnóstico mais rapidamente e de forma segura. “O dentista é o profissional que está mais capacitado para o exame bucal e normalmente é o primeiro que o paciente procura quando há uma alteração”, explica a professora da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), Mestre e Doutora em Diagnóstico Bucal, Andréa Witzel. As visitas regulares ao dentista aumentam a chance de identificar os sintomas que realmente apresentam riscos.

Riscos

Maus hábitos como beber e fumar são fatores que intensificam as chances de contrair diversos tipos de doenças. No caso do câncer de boca, essas possibilidades aumentam ainda mais. Para Luiz Roberto de Oliveira, oncologista, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), a combinação desses dois fatores representa um grande risco para seus adeptos. Além disso, pessoas com má higiene oral, que possuem peças dentárias quebradas e próteses mal ajustadas – que causam os chamados microtraumatismos – também estão muito vulneráveis.

Para reconhecer os sintomas da doença, é preciso ficar atento a alguns sinais que podem indicar o surgimento do carcinoma bucal, como caroços, dores, manchas, feridas, endurecimentos e inchaços. As lesões iniciais e pré-malignas costumam não apresentar sintomas claros, o que dificulta o diagnóstico. Luiz Roberto aconselha que o aparecimento de áreas muito brancas ou muito avermelhadas no revestimento interno da boca ou de ferimentos que persistam por mais de três a quatro semanas, doloridos ou não, devem ser considerados suspeitos e merecem ser avaliados por um médico especialista.

Tratamento

Como ocorre na maioria dos tumores malignos, a cura é mais frequente quando o diagnóstico é feito o mais rápido possível. O exame periódico da boca, feito por um profissional de saúde, ao menos uma vez por ano, é a forma mais segura de identificar o problema em tempo hábil. Visitas regulares ao dentista minimizam os riscos, principalmente entre aquelas pessoas expostas aos fatores de risco. “Para prevenir o câncer de lábio deve-se evitar o excesso de exposição solar, principalmente entre o horário das 10h às 15h, além de proteger-se com bonés e chapéus”, explica a médica Maria do Carmo Abreu. A alimentação saudável, rica em frutas e legumes, também é mais um aspecto importante na prevenção dos tumores na boca. Os métodos terapêuticos mais indicados no combate ao câncer de boca são a cirurgia e a radioterapia. Esses tratamentos surtem efeitos bastante positivos, paralelamente ou de forma isolada, dependendo da localização e da gravidade do tumor. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em lesões iniciais, cerca de 80% dos casos diagnosticados são curáveis. Nos estágios mais avançados da doença, quando a cirurgia não é mais possível, a radioterapia e quimioterapia são os procedimentos mais indicados. Depois do tratamento, é importante a reabilitação e o acompanhamento do paciente, visando detectar complicações e recidivas o mais precocemente possível.


José da Costa Souza Filho

Participante Assistido Paulo Afonso · BA

“Sei que tudo poderia ter sido evitado se eu tivesse o hábito de fazer consultas regulares com um dentista. Apesar de ser médico, não percebi que havia algo errado, pois a doença não apresenta sintomas em seu estágio inicial, que foi o meu caso. Como ainda não havia infiltrações, fiz radioterapia por quatro meses, fiquei curado e hoje faço revisões periódicas para ter certeza de que está tudo bem. Também parei de beber e fumar, pois tenho certeza de que essa combinação foi a principal causa da minha doença. Meu conselho para todos, principalmente os fumantes, é que não descuidem dos cuidados com a boca e visitem regularmente um dentista, pois se fala muito em infarto, AVC e câncer de pulmão, mas ninguém alerta sobre os perigos do câncer de boca.”

PASSO·A·PASSO

Auto exame da boca O exame deve ser feito em frente a um espelho e em lugar iluminado. Lave bem a boca e as mãos, e retire as próteses, se usá-las. Toque suavemente com as pontas dos dedos todo o rosto, observando algum sinal na pele que não tenha notado antes. Puxe a parte inferior do lábio para baixo e apalpe-a, observando a existência de alterações na mucosa. Repita a operação com o lábio superior. Com o dedo indicador, afaste a bochecha para examinar sua parte interna. Faça isso dos dois lados. Percorra toda gengiva inferior e superior com a ponta do dedo indicador. Levante a língua para cima, para baixo e para os lados, observando sua coloração e textura. Apalpe suavemente a parte externa do queixo até o pescoço. Abra a boca o máximo possível, incline a cabeça um pouco para trás e observe o céu da boca e o fundo da garganta. Compare os dois lados do pescoço, note se há diferença entre eles, algum tipo de caroço ou áreas enrijecidas. Sinais que devem ser observados: feridas, sangramentos, inchaços, caroços, dentes amolecidos ou quebrados, áreas dormentes, manchas vermelhas ou brancas. Ao perceber qualquer alteração, procure um médico ou dentista imediatamente.

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E agora, o que fazer? Lúcia Vasconcelos sível extrair belas lições de vida quando esse tipo de desafio nos acomete. Eis alguns pontos a serem considerados. É necessário, em primeiro lugar, colocar a razão acima da emoção e ter a humildade de aceitar o fato, pois ele é concreto; não adianta mascarar a situação ou fazer de conta que ela não existe. Encarar a realidade ajuda a diminuir a gravidade dos eventos ruins.

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As estatísticas demonstram um aumento na incidência de câncer nos últimos anos. Por que será que isso vem acontecendo? Analisemos o nosso comportamento atual: não dormimos a quantidade de horas necessárias, não nos alimentamos bem (apesar de comermos demasiadamente), não relaxamos. Enfim, nossa vida é um corre-corre frenético e o nosso corpo é quem padece no final. O câncer nada mais é do que uma desorganização celular. E nossas células estão bagunçadas porque estamos andando na contramão, de olhos e ouvidos fechados aos apelos diários do nosso corpo. Não é raro nos depararmos com jornais, revistas, sites, programas de televisão ou rádio alertando sobre a necessidade de mudança de hábitos. Ainda assim, insistimos em permanecer sedentários, comer gorduras saturadas e açúcares, e viver sob estresse constante, seja no trabalho, no trânsito, no cumprimento de prazos, etc. E tudo isso pode, sim, levar a uma degeneração celular, desencadeando doenças como o câncer. Mas e quando a notícia de um câncer bate a nossa porta ou na de nossos familiares, como reagimos? É comum o desespero, a agonia, a falta de esperança. Nessas horas, entretanto, deve-se desacelerar e manter a calma, pois sempre é pos-

Em seguida, deve-se buscar o apoio da família, deixar as diferenças de lado e dar as mãos na busca do equilibro e do bom senso, dispondo-se todos a aprender juntos a lidar com o problema e criar um ambiente positivo que ajudará substancialmente o portador da doença. Em terceiro lugar, faz-se essencial procurar ajuda de profissionais médicos, ouvindo atentamente quais as opções de tratamento e, se possível, ouvir mais de uma opinião a fim de esclarecer todas as dúvidas e fazer uma escolha consciente. Depois disso, é fundamental dar início a um trabalho mental no sentido de pensar positivamente que haverá uma saída para a resolução do problema, mudando o padrão vibratório de pensamento e fazendo mentalizações diárias de cura, de bemestar e de saúde. Em quinto lugar, devem-se modificar os hábitos de vida: dormir mais cedo, ingerir frutas, verduras e alimentos integrais, reduzir o açúcar e o sal, e beber uma água de boa qualidade. Tudo isso, porém, sem esquecer de relaxar. Parar de pensar na cotação do dólar, no preço do feijão, se vai ou não chover amanhã, se o filho vai passar de ano. Para quem tem câncer, nada mais deve importar, a não ser a saúde. Para isso, vale se entregar ao prazer de respirar profundamente, ouvir uma boa música, ler um bom livro, conversar com pessoas otimistas, viajar com a mente para lugares exuberantes, que trarão a paz e a serenidade necessárias para uma plena recuperação. Enfim, não se deve desistir nunca. E isso se consegue, acima de tudo, através de um mergulho em si mesmo para buscar a força interior que todos nós possuímos e acreditar no próprio potencial, nutrido por Deus, que é superior a tudo isso. A maneira como encararmos os nossos problemas é o que fará toda a diferença para obtermos sucesso.


Síndrome do pânico: muito além do medo comum Reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um grave problema de saúde pública, o Transtorno ou Síndrome do Pânico é um quadro psiquiátrico bastante comum que afeta cerca de 4% da população mundial. Para desmistificar preconceitos e esclarecer dúvidas sobre a doença, a Conexão Fachesf conversou com a psicóloga Jacilene Cansanção. 1. O que é o transtorno de pânico? O transtorno do pânico (TP) é uma enfermidade que se caracteriza pela ocorrência espontânea de um medo forte e súbito, sem uma causa aparente que justifique sua intensidade. Ou seja, a pessoa sente um medo que vem sem aviso e em locais e situações inesperadas, sobre as quais não tem controle, por isso, começa a evitar ambientes como cinema, shopping, festas, viagens. 2. Quais os sintomas físicos de uma crise do pânico? A característica essencial do TP é a sensação de que uma catástrofe eminente pode acontecer. Isso leva o paciente a imaginar que vai morrer ou perder controle de si mesmo. As crises nem sempre são idênticas e podem vir acompanhadas dos seguintes sintomas: palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, sufocamento, dor ou desconforto toráxico, náusea, tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio, parestesias (anestesia ou formigamento), calafrios e ondas de calor. Essas crises podem ocorrer várias vezes em um dia ou espaçadas em meses e até anos. 3. Quais as causas da síndrome? Para a maioria dos pesquisadores, o transtorno do pânico é uma combinação de várias causas. Entre elas, está a desregulação tanto do sistema nervoso central como do periférico. Situações ambientais de estresse físico ou psíquico também podem servir de gatilho para pessoas com predisposição ao TP. Além disso, a genética familiar pode influenciar, pois os estudos mostram que os parentes de 1º grau de pacientes afetados pela TP têm um risco de quatro a oito vezes maior do que os parentes de 1º grau de outros pacientes psiquiátricos. 4. Como agir com pessoas portadoras do transtorno? Sofrer de Pânico não tem nada a ver com personalidade forte ou fraca, ser corajoso ou não. Não adianta

falar para um paciente, na hora da crise, que ele não tenha medo, pois isso é impossível. A recomendação é de permanecer junto da pessoa e oferecer cuidado. Até o diagnóstico, ela sente necessidade de ir à uma emergência pelo medo de morrer ou de ter uma complicação cardíaca. 5. Como é o tratamento para síndrome do pânico? Os pacientes devem ser submetidos à terapêutica farmacológica e psicoterapia. Essa combinação, aliada à medicação apropriada (quando necessário), tem se mostrado eficaz entre quatro e oito semanas. A psicologia, em especial, tem um papel muito importante, pois ajuda o individuo a interpretar o seu mundo e mudar de comportamento com o objetivo de enfrentar as pressões da vida sem entrar em desgaste intenso. 6. Qual o perfil da população atingida? Algumas correntes acreditam que o perfil psicológico mais propenso a sofrer de TP é o das pessoas muito ativas profissionalmente, que costumam assumir uma carga excessiva de trabalho, são exigentes, perfeccionistas, controladoras, possuem alto nível de criatividade e esquecem as necessidades físicas do corpo. 7. Há como se prevenir do transtorno do pânico? De acordo com as causas estudadas até hoje, não existe a possibilidade objetiva de prevenção. Podemos, entretanto, tentar levar uma vida menos agitada para não permitir que situações estressantes venham a ser mais um agravante para desencadear o TP.

Jacilene Cansanção Jacilene Cansanção é psicóloga clínica e hospitalar, além de diretora administrativa da Associação dos Amigos dos Pacientes do Pânico em Recife (Ampare).

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Você tem alguma dúvida sobre questões de saúde? Mande um email para conexao@fachesf.com.br.

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ummuitasplano histórias Ter um bom plano de saúde hoje é o desejo de milhares de cidadãos brasileiros em busca de uma alternativa para um sistema público de saúde no qual sobram descasos e faltam recursos para oferecer um atendimento acessível e de qualidade. Mas com tantas opções disponíveis no mercado, como é possível ter certeza de que se está fazendo a melhor escolha?


Para o meu plano de saúde, eu sou uma pessoa ou somente mais um número no meio de tantos outros? Quando tenho um problema, sei com quem contar na busca de uma solução ou as portas estão sempre fechadas para mim? Os gestores do meu plano buscam as melhores práticas para manter as contas em equilíbrio financeiro e proteger também o meu bolso? Caso não consiga responder essas questões com segurança, o beneficiário deve ficar alerta. Afinal uma empresa que respeita seus beneficiários sabe a importância de reconhecer cada um deles como alguém único, com histórias, sonhos e necessidades específicas, que devem ser ouvidas e respeitadas por todos os seus funcionários, em qualquer lugar que estejam. Outra meta que deve ser perseguida pelas operadoras é a proteção do patrimônio dos seus planos. Frente a um cenário nacional em que os custos de saúde crescem dia após dia, somente através de boas práticas de gestão é possível manter o controle financeiro e evitar futuros prejuízos a todos os beneficiários. Para a Fachesf, é esse conjunto de fatores que permeia todo o seu trabalho, no sentido de oferecer os melhores planos de saúde para o seu públicoalvo. Prova disso é o seu atendimento, que envolve desde a Central de Relacionamento até a presidência da entidade. “Raríssimos planos de saúde do mercado adotam essa postura, em que o usuário, sempre que necessário, é recebido até mesmo pelos diretores, que buscam entender as solicitações do beneficiário e tentam encontrar medidas possíveis que os deixem satisfeitos com a solução de seu caso”, diz o médico Geraldo von Sohsten, superintendente de saúde da Fundação. Foi pensando nisso que a Fachesf estendeu o horário da Central de Relacionamento, que agora fica disponível 24h para atender questões relacionadas à saúde, e oferecer ainda mais segurança para os usuários. Em casos de urgência e emer-

Geraldo von Sohsten

A Fachesf acredita que a única forma de responder a essa questão é fazendo uma autoanálise através de uma série de outras perguntas:

“Raríssimos planos de saúde do mercado adotam essa postura, em que o usuário, sempre que necessário, é recebido até mesmo pelos diretores, que buscam entender as solicitações do beneficiário e tentam encontrar soluções possíveis que os deixem satisfeitos com a solução de seu caso” gência, por exemplo, o beneficiário pode contar, em tempo real, com o suporte de um funcionário da Fundação, que fará o possível para resolver o problema rapidamente e da forma mais confortável para o paciente e sua família. Além disso, a Fachesf conta com a importante atuação dos agentes, que apoiam os Participantes que residem em diversas regiões do País, e das assistentes sociais, Vera Henriques e Carla van der Linden, que visitam diariamente os maiores hospitais do Recife com a finalidade de acompanhar os beneficiários, esclarecendo dúvidas e agilizando processos (veja box na página 30). É importante esclarecer que, assim como todos os demais planos, o Fachesf-Saúde segue as orientações estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e precisa cumprir diversas obrigações. Nem sempre é possível, portanto, responder ao Participante exatamente do modo que ele deseja; mas para que sua satisfação final seja alcançada, a Fundação esgota todos os recursos disponíveis até encontrar o melhor caminho para a situação. Outro grande diferencial do Fachesf-Saúde é sua ampla rede de credenciados. Atualmente o plano conta com mais de três mil credenciados em todo o Brasil e deixa o usuário livre para


procurar os profissionais que desejar, sem encaminhamentos prévios. Nas cidades onde não há unidades credenciadas, a Fundação estabelece convênios de parceria com planos locais, de modo que o atendimento seja assegurado.

Mercado

Essa não é a realidade de diversos planos hoje disponíveis no mercado. Atrativos à primeira vista devido às mensalidades abaixo da média, essas operadoras falham na prestação dos serviços, restringindo o atendimento aos beneficiários para localidades direcionadas e com inúmeras limitações de cobertura. Um quesito que também merece ser detalhado diz respeito à liberação de materiais especiais, que ocorrem em casos de cirurgias, quando o médico credenciado solicita a autorização para uso do paciente. A Fachesf orienta às redes credenciadas que façam esse pedido com uma antecedência de pelo menos sete dias. Tal prazo é necessário para que os custos do procedimento sejam avaliados e o melhor orçamento prevaleça, protegendo assim o patrimônio do plano. Porém, para agilizar o processo e tranquilizar o beneficiário de que sua cirurgia ocorrerá dentro do programado e sem imprevistos, a Fundação tem liberado as solicitações de materiais especiais com apenas dois dias, a partir do momento em que o hospital registra o pedido. Para os usuários que atendem os critérios técnicos exigidos para a assistência domiciliar, a Fachesf avalia a possibilidade de uso do chamado home-care, uma espécie de hospital em casa. Dessa forma, o paciente é assistido por uma equipe terceirizada, como se estivesse internado, sem custos adicionais. Quando o beneficiário em home-care apresenta um quadro de melhora e recebe indicação de alta, a família é instruída a como dar continuidade ao tratamento. Esse processo, conhecido como desmame, é essencial para que o paciente não seja impactado com a saída dos profissionais de forma brusca e sinta-se desamparado. Somem-se a esse serviço os dois programas de educação para a saúde atualmente desenvolvidos pela Fundação: o Programa de Bem com a

A Central de Relacionamento (0800.281.7533) funciona 24h para atender questões relacionadas à saúde e oferecer ainda mais segurança para os usuários. Em casos de urgência e emergência, o beneficiário pode contar, em tempo real, com o suporte de um funcionário da Fundação, que fará o possível para resolver o problema rapidamente e da forma mais confortável para o paciente e sua família. Vida, que orienta pacientes com diabetes e hipertensão a lidar com suas condições e evitar o agravamento das patologias; e o Programa de Gerenciamento de Pacientes Crônicos, que atende, em casa, segundo parâmetros prédefinidos, beneficiários com doenças crônicas, envolvendo inclusive toda a família. Ambos atuam no sentido de oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes e, consequentemente, diminuir os custos do plano. Apesar de não ser obrigada por lei a prestar serviços desse tipo, a Fachesf busca os melhores benefícios para atender bem seus usuários e continuar sendo não somente mais um plano no mercado, mas um plano para o qual cada pessoa é de fato uma pessoa, e não apenas um número de contrato ou uma voz ao telefone.

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Assistentes do Quando precisa ser internado por decorrência de algum problema de saúde, o paciente está quase sempre fragilizado e inseguro. Em momentos como esses, sentir-se bem assistido pelo seu plano de saúde ajuda o beneficiário a passar pela crise com tranquilidade e certeza de que tudo terminará da melhor forma possível. Na Fachesf, uma forma de oferecer esse apoio é através da importante ação das suas assistentes sociais. Atuando juntas na Fundação já há alguns anos, as profissionais Vera Henriques e Carla van der Linden visitam diariamente os maiores hospitais do Recife (PE) – cidade que concentra o maior número de usuários do Fachesf-Saúde –, servindo de elo entre os pacientes internados, o hospital credenciado e a administração do plano. São elas que observam se o beneficiário está sendo bem atendido e o que é possível fazer para agilizar o trâmite de liberação de procedimentos, materiais e exames, por exemplo. Além disso, elas dão assistência aos familiares do paciente e verificam, junto com os auditores da Fundação, se todos os procedimentos estão sendo seguidos conforme a orientação dos gestores da Fachesf.

Esse acompanhamento visa, além de garantir que o plano será utilizado de forma correta, sem prejuízos a seu patrimônio, trazer mais conforto e segurança para os beneficiários que, em um momento de fragilidade, sabem que podem contar de perto com o apoio da Fundação e seus funcionários.

Carla van der Linden e Vera Henriques


Sim, vale a pena Alguns empregados da Chesf e Fachesf que permanecem na ativa têm a falsa impressão de que, para eles, o PAP é suficiente para atender a todas as questões relativas à sua saúde. Essa visão, no entanto, deixa de lado um importante fator que pode provocar um grande abalo financeiro no orçamento familiar: para simples casos de exames e consultas, o PAP de fato atende às expectativas dos beneficiários. Mas existem também as situações em que as despesas com saúde superam a margem do usuário, que precisa pagar grandes quantias, muitas vezes durante um prazo a perder de vista. Considere o seguinte cenário: o usuário apresenta um quadro clínico complicado e, pela necessidade de diversos exames e internações, assume uma despesa de R$ 100 mil. Caso ele não tenha FachesfSaúde, o PAP (Chesf) arcará com 90% desses gastos, totalizando R$ 90 mil. O restante (equivalente a R$ 10 mil) deverá ser pago integralmente pelo beneficiário, uma conta alta e que nem sempre o empregado está preparado financeiramente para pagar. Além disso, as parcelas da dívida comprometem a margem disponível e a utilização do plano para futuros procedimentos. Se tivesse Fachesf-Saúde, esse valor seria totalmente coberto pelo plano, sem custos adicionais para o usuário. Já em relação aos Aposentados e Pensionistas, para saber se o Fachesf-Saúde é a melhor opção, vale fazer o seguinte cálculo: some as mensalidades cobradas por um plano oferecido pelo mercado durante um ano com todas as despesas de saúde acumuladas nesse período (exames, procedimentos extras, gastos com cirurgias, etc.) e divida por 12. Assim você vai ter uma ideia de quanto gastaria mensalmente com sua saúde. Pegue esse valor e compare com a mensalidade do Fachesf-Saúde para sua faixa etária. Se o resultado for igual ou superior ao plano da Fundação, talvez seja a hora de repensar sua escolha e optar pelo Fachesf-Saúde, um plano que oferece mais benefícios do que as opções disponíveis no mercado, tem alcance nacional, uma rede credenciada de qualidade e preza sempre por um atendimento diferenciado e personalizado.

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Carlos Alberto Campe

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Rio de Ja

“Há quatro anos, meu marido, fez uma complicada cirurgia nos rins e o FachesfSaúde nos deu todo apoio possível. Se tivéssemos de fazer tudo por conta própria, não sei como seria, porque foi muito dinheiro. Aqui no Rio de Janeiro (RJ), onde moro, sou muito bem assistida pelo Agente Roberto, que está sempre disponível quando precisamos de ajuda. Não tenho nada do que reclamar, pois mesmo quando tive algum problema com os credenciados, entrei em contato com a Fundação, que resolveu a questão em tempo hábil. Não considero o plano barato, mas pelos benefícios que temos, os bons médicos e o atendimento diferenciado, acho que vale muito a pena. Pago satisfeita”.

Aposentado Recife · PE

“Sou beneficiário do Fachesf-Saúde desde que entrei na Chesf. Utilizava o plano apenas esporadicamente, até ser surpreendido pela doença da minha esposa, que a deixou parcialmente paralisada. Desde então, passei a precisar do Fachesf-Saúde com muito mais frequência e nunca tive qualquer problema. Após a primeira internação da minha esposa, passamos a ser assistidos pelo home-care. Assim que ela apresentou um quadro melhor, houve a liberação da equipe e fomos para Fortaleza (CE), onde ela aprendeu a se tornar o mais independente possível para realizar as pequenas coisas do dia a dia. Considero que o plano hoje está muito melhor; além do excelente atendimento, agora não há mais a necessidade das guias de autorização, o que facilita demais nossa vida. Por todos esses benefícios que temos, acho que pago um preço justo.”


Cleide Maria Vieira Aposentada Recife · PE

Cunha Norma de AzeveDdepo endente

Recife · PE

“Nenhum plano faria o que o FachesfSaúde tem feito por mim e meu marido. Paciente de compressão medular e sem qualquer capacidade de movimentação, ele é atendido em casa por uma equipe do sistema de home-care. Às vezes ele apresenta alguma intercorrência emergencial e precisa ser levado até um hospital. Nessas horas, contamos com total apoio do plano. Quando meu marido precisa ser internado, as assistentes sociais passam para vê-lo e ter certeza de que está tudo bem. Sempre fui bem atendida e sei que posso confiar no plano da Fundação”.

“Já fiz duas cirurgias pelo Fachesf-Saúde e nada tenho a reclamar da assistência que recebi. Sempre fui bem atendida e até hoje nunca vi motivos para procurar alguma alternativa no mercado. Sou daquelas que acreditam que em time que está ganhando não se mexe. Acho que a diferença do Fachesf-Saúde está no atendimento que oferece aos seus beneficiários. Na Fundação, ninguém dificulta os processos e todos os atendentes estão sempre dispostos a ajudar. Hoje tenho o plano Básico somente porque não tenho condições de manter o Especial, mas não tenho dúvidas de que essa seria minha opção se eu pudesse. Só acho uma pena que alguns usuários não usem o plano corretamente e acabem prejudicando o grupo todo. As pessoas precisam pensar que somos um condomínio e dividimos tudo: benefícios e prejuízos também”.


Mais eficiência com a segregação de ativos Quando se torna Participante de um fundo de pensão, a pessoa automaticamente passa a lidar com uma grande quantidade de termos e nomenclaturas que fazem parte da rotina das entidades fechadas de previdência complementar.


De modo a oferecer as melhores condições para Ativos, Assistidos e Pensionistas, o Sistema de Previdência Complementar vem passando por constantes aperfeiçoamentos, trazendo consigo novas nomenclaturas e conceitos. Uma prova disso é a questão da segregação de ativos, tema ultimamente muito debatido nos fundos de pensão de todo o Brasil. No entanto, apesar de ser um assunto que influi diretamente na gestão dos planos de benefícios, seus conceitos e objetivos ainda não são plenamente compreendidos pelos Participantes. Mas, afinal o que isso significa e como pode interferir no patrimônio dos planos administrados pelas entidades?

de modo que a entidade possa ajustar os investimentos de acordo com o perfil de cada plano, sempre observando os requisitos de segurança, rentabilidade e liquidez. Por que é necessário segregar os ativos? Principalmente devido aos aspectos técnicos que dizem respeito a um princípio básico de gestão financeira: a aplicação dos recursos deve ser feita de acordo com as necessidades de utilização de tais recursos. Como as obrigações dos planos são diferentes, os recursos desses planos também devem ser aplicados de forma diferente, principalmente em termos de prazos.

Para entender o conceito de segregação é preciso, antes de tudo, compreender o que são esses ativos. Ativos são o patrimônio da entidade, formado por imóveis, ações, valores a receber referentes aos empréstimos aos Participantes, títulos públicos federais, fundos de investimentos, entre outros. Em segundo lugar, deve-se entender como funciona a gestão dos investimentos de um fundo de pensão, quando os ativos não são segregados por planos de benefícios.

Segundo o gerente de investimentos da Fachesf, Luiz da Penha, pode-se exemplificar essa situação da seguinte forma: em uma família, os recursos do avô são administrados juntamente com os recursos do neto. “Essas pessoas têm expectativas de vidas diferentes e, portanto, necessidades financeiras também diferentes. Para o avô, cinco anos pode ser considerado longo prazo, enquanto para o neto, em termos de previdência, cinco anos é um horizonte muito pequeno”, explica.

Imagine que uma entidade, a exemplo da Fachesf, administra três planos de benefícios: BD, BS e CD, cada um deles com recursos próprios, provenientes das contribuições vertidas pelos Participantes e pela patrocinadora. Para cumprir as obrigações desses planos, ou seja, o pagamento de todos benefícios previdenciários, em curto e longo prazo, a Fundação precisa investir (aplicar) esse dinheiro.

Em uma situação como essa, portanto, a aplicação dos recursos feita conjuntamente perde em eficiência, pois a solidariedade prejudica ambas as partes. Os resultados poderiam ser melhores tanto para o avô quanto para o neto, se as aplicações fossem feitas isoladamente (ativos segregados).

Ainda que os recursos de cada plano sejam individualizados e controlados pela contabilidade, os investimentos não são separados. Dessa forma, todo o dinheiro que a entidade recebe é aplicado como se fosse um único fundo. Os rendimentos desse único fundo são rateados proporcionalmente entre os planos nos seus respectivos patrimônios. Em junho de 2007, o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicou uma resolução dirigida a todas as fundações de previdência complementar, orientando que o patrimônio de cada plano de benefícios fosse administrado de forma independente, observando-se as especificidades de cada modalidade e suas características de obrigações, seja de benefício definido ou contribuição definida. Essa individualização é a chamada segregação real de ativos. Com essa divisão bem definida, busca-se garantir que a gestão desses planos seja realizada da forma mais autônoma e transparente possível,

Fundação

Para a implementação definitiva da segregação real de ativos na Fachesf, prevista para o próximo ano, diversos estudos vem sendo desenvolvidos, através de uma avaliação minuciosa dos três planos administrados pela Fundação. Até o momento, foram levantadas todas as características, recursos e obrigações de cada plano, como forma de subsidiar a correta distribuição do patrimônio.

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A partir dessas análises, a gerência de investimentos da Fachesf, junto com a Diretoria Executiva, o Conselho Deliberativo e o Comitê de Investimentos, estabeleceu quais os parâmetros que serão utilizados na segregação dos ativos dos planos de benefícios BD, BS e CD. Para conhecer todos os detalhes de como será realizada a separação do patrimônio, o Participante deve acessar a área restrita do site da Fundação (www.fachesf.com.br), clicar no link Investimentos e conhecer a apresentação que a gerência de investimentos elaborou especialmente sobre o tema.

Luiz da Penha

Para Luiz da Penha, é importante esclarecer que essa nova distribuição dos ativos não prejudicará os Participantes ou a Patrocinadora. Pelo contrário, com a segregação real dos ativos, os recursos serão aplicados de maneira mais eficiente e, portanto, espera-se haver benefícios para ambas as partes, especialmente para os Participantes do plano CD, cujas cotas têm sua variação dependendo, principalmente, dos resultados dos investimentos.

Por ser um tema novo e ainda de difícil entendimento, o gerente de investimentos da Fachesf, Luiz da Penha, a pedido da Diretoria Executiva da Fachesf, realizou uma série de palestras para os Ativos e Assistidos com o intuito de esclarecer de forma detalhada o que é segregação de ativos por planos de benefícios. Os encontros aconteceram recentemente nas cidades do Recife (PE), Paulo Afonso (BA), Salvador (BA) e Fortaleza. Os Participantes que quiserem aprofundar o conhecimento sobre o assunto devem entrar em contato com a gerência de investimentos da Fundação, que está disponível para prestar todos os esclarecimentos. O contato pode ser feito através do número (81) 3412.7568 ou pelo Hicom/Chesf 629.7568.

Entenda a segregação de ativos na prática Imagine a seguinte situação fictícia: um rebanho de ovelhas (ativos) pertencentes a um único proprietário (esse proprietário era o plano BD antes de junho 2001). Em junho de 2001, houve uma negociação e essas ovelhas passaram a pertencer a mais dois novos proprietários (esses novos proprietários são os planos BS e CD). A partir daí, o rebanho de ovelhas passou a ter três proprietários (planos BD, BS e CD). Ainda em junho de 2001, o rebanho de ovelhas foi avaliado em R$ 10 mil. Pela negociação, cada um dos três proprietários passou a ter uma participação no rebanho, correspondente a 60%, 30% e 10%. Assim, cada um dos três proprietários do rebanho passou a ter o seu patrimônio independente, correspondendo a R$ 6 mil, R$ 3 mil e R$ 1 mil. Desde então, as ovelhas continuaram sendo criadas na mesma fazenda, reproduzindo e aumentando o valor do rebanho e, portanto, os patrimônios dos seus respectivos proprietários. Quando um desses proprietários precisava de dinheiro, pegava uma ou mais ovelhas, vendia-as e assim reduzia a sua participação percentual no rebanho. Da mesma forma, quando um dos proprietários recebia uma determinada quantia em dinheiro, ia ao mercado, comprava mais ovelhas e aumentava a sua participação percentual no rebanho. O fato é que essas participações dos proprietários no valor total do rebanho foram variando ao longo do tempo e os seus respectivos patrimônios, acompanhando essas variações e sendo controlados pelo setor de contabilidade da fazenda. Cada um dos proprietários sabe com precisão qual é o seu patrimônio e a sua participação percentual no rebanho. Porém, nenhuma ovelha pertence individualmente a nenhum proprietário. Nesse exemplo, segregar os ativos significa selecionar três grupos de ovelhas, cada um com valor de mercado (valor de venda) correspondente ao patrimônio de cada proprietário e, a partir daí, marcar cada ovelha com o nome do seu respectivo dono.


especial

Conexão com o mercado Fachesf ganha prêmio de comunicação

Quando foi lançada, em outubro de 2008, a Conexão Fachesf tinha um desafio: funcionar como um canal de comunicação direta com os Participantes para fortalecer a conscientização sobre a importância de uma cultura previdenciária e financeira, e contribuir para assegurar uma vida tranquila no presente e no futuro.

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especial

A premiação, entregue pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e considerada o Oscar da comunicação corporativa no Brasil, indica anualmente as empresas que tiveram destaque no cumprimento de seus objetivos de desenvolver projetos de comunicação eficientes e inovadores. Todas as etapas do Prêmio são auditadas por uma consultoria especializada, no sentido de garantir a transparência de todo o processo.

Editoras Nathalia Duprat e Laura Jane (no centro) recebem troféu do Prêmio Aberje 2010.

Apenas dois anos após o lançamento de sua primeira edição, a revista demonstra que está no caminho certo e já conquistou título de gente grande: a Conexão Fachesf recebeu o troféu Norte/ Nordeste do Prêmio Aberje 2010, concorrendo na categoria Mídia Impressa.

E esse empenho também tem sido reconhecido dentro do segmento dos fundos de pensão, para quem a Conexão Fachesf tornou-se uma referência de veículo de comunicação e foi apresentada como case de sucesso no 18º Encontro Nacional de Comunicação e Fomento, no último mês de setembro, no Rio de Janeiro. Todas essas conquistas só foram possíveis, no entanto, devido à colaboração de todos os leitores, que através de depoimentos, entrevistas, sugestões, elogios e críticas, ajudam a construir diariamente um veículo que tem a cara do Participante da Fachesf. Poder contar com essa parceria é o melhor prêmio que a Fachesf poderia receber.

Desde o seu planejamento, a Conexão Fachesf buscou focar-se no conceito da educomunicação, instruindo os Participantes sobre questões de seu interesse, de modo sempre atraente e interativo. Para tanto, a edição atende sugestões encaminhadas e traz, sempre que possível, depoimentos de diferentes Ativos e Assistidos. A Conexão Fachesf conta ainda com o apoio dos empregados da Fundação, que colaboram desde a construção do conteúdo à distribuição da revista. Além disso, foi montada uma comissão de pauta – formada por representantes de cada diretoria – para atuar junto com a Assessoria de Comunicação Institucional na escolha das matérias de cada edição. Conexão Fachesf é editada pela Assessoria de Comunicação Institucional da Fachesf. Seu projeto gráfico é assinado pela Corisco Design.


Sônia Ferreira

Aposentada

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“A Revista é maravilhosa: bem informativa, fácil de ler e interessante. Os assuntos abordados são sempre bastante instrutivos. Minha editoria favorita é de saúde e as entrevistas. Espero que continue tão boa quanto é.”

Benedito Parente

Ativo

“A revista tem me deixado ciente de todos os acontecimentos significativos que são do interesse dos Participantes. Sempre de forma clara, elegante e simples. Espero que continue nessa mesma direção editorial. Meus parabéns pelos dois anos e pelo prêmio recebido.”

Marilza Barbosa Aposentada

“Gosto muito de ler a revista e tenho todas as edições guardadas. As matérias me ajudam a lidar com a aposentadoria e a equilibrar meu orçamento.”


especial

Maria do Carmo Vieira Barbosa Aposentada

“A Conexão Fachesf é maravilhosa! Não só leio todas, como empresto e dou a outras pessoas, porque faço questão de passar adiante as coisas boas. Parabenizo a Fachesf por esse veículo de comunicação que demonstra a preocupação que a Fundação tem de levar o que há de melhor para seus Participantes.”

Macelo Macedo Ativo

“Gostaria de parabenizar a todos que fazem parte desse maravilhoso trabalho, que foi coroado com o Prêmio Aberje 2010. Isso deixa todos que fazem a Fachesf orgulhosos, pois a revista é um excelente veículo de comunicação que está sempre trazendo informações essenciais para o dia a dia e principalmente para o futuro de todos os participantes.” “A Revista Conexão Fachesf é case de destaque do nosso portfólio. O seu projeto gráfico arrojado valoriza a ilustração editorial como elemento diferencial. O resultado final é fruto de um intenso diálogo entre a Corisco Design e a assessoria de comunicação da Fachesf, que estabelece um canal sempre aberto para a troca de ideias.”

Fátima Finizola

Editora de Arte | Corisco Design


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Suas informações estão seguras? A publicitária Daniela Mago morava sozinha no quarto andar de um edifício no bairro das Graças, no Recife (PE). O paulista Adriano Marques, executivo recém-chegado à cidade, mal havia se mudado para o apartamento ao lado, quando se encontraram no elevador pela primeira vez. A paixão por ela foi imediata e tão intensa que, daquele dia em diante, tudo em que ele pensava era no que faria para conquistar a nova vizinha.


informação no ar. Era o que precisava saber para ter certeza de que suas esperanças não seriam em vão. A dica, que chegou ao acaso, trouxe consigo a lembrança de um filme que ele assistira há muito tempo e deu-lhe uma grande ideia: por que não vasculhar o lixo da publicitária em busca de algo que o ajudasse a conquistá-la? Não demorou para que o executivo descobrisse os sacos em que Adriana descartava tudo o que não lhe servia mais. E lá estava toda a sua intimidade: cascas de laranja, caixas de suco, restos de pizza, embalagens de maquiagem e, olhem só, vestígios de uma fantasia de carnaval! Restos de comida e garrafas de vinho eram frequentes. Com quem ela as tomaria, perguntava-se intrigado Adriano, enquanto mantinha-se firme em sua busca quase diária, sempre com a desculpa pronta de que estava desenvolvendo uma pesquisa sobre reciclagem, para o caso de algum desconfiado aparecer de repente. Entrando cada vez mais fundo na vida pessoal de Daniela, o jovem encontrou inúmeras notas fiscais e comprovantes de cartão de crédito e débito. Descobriu facilmente quais os restaurantes ela frequentava, os bares que ia à noite e até a sua padaria preferida. Nos papeis, Adriano observava os dados com atenção e descobriu até mesmo o horário em que a vizinha costumava parar na sofisticada cafeteria da esquina, quase todos os dias. No início, Adriano inventava desculpas para voltar do trabalho na mesma hora em que Daniela para que pudessem compartilhar, ainda que por poucos segundos, a pequena viagem de elevador que separava o subsolo do quarto andar. Tímido, ele ficava quieto e não arriscava conversas. Em um único momento mais atrevido, Adriano ousou fazer um comentário qualquer sobre o tempo, mas que lhe rendeu de volta apenas um diálogo clichê, típico de quem ainda não se conhece. Infelizmente para ele, o romance tão desejado não dava sinais de que, de fato, poderia ser real. Tudo começou a mudar no dia em que, num desses encontros de elevador, Daniela deixou escapar, falando ao celular com uma amiga, qualquer coisa sobre a vida de solteira. Adriano pescou a

De posse de tudo o que precisava, ele começou a aparecer sorrateiramente em todos os locais em que Daniela deveria estar. Que coincidência!, ela dizia a cada um dos encontros. E foi assim, entre uma esbarrada na padaria e outra na hora do cafezinho, que eles se conheceram, começaram a namorar e, um ano depois, passaram a ocupar um só apartamento no mesmo prédio do bairro das Graças. A história que você acabou de ler é verídica e traz o final feliz típico dos melhores filmes de amor. Esse desfecho, entretanto, poderia ter sido bem diferente caso as informações pessoais de Daniela Mago tivessem ido parar em mãos erradas. Afinal, a partir do momento em que compartilhou, no elevador, conversas privadas ao celular e depositou detalhes do seu


Segurança

Quando se fala em segurança da informação, as pessoas imediatamente associam a questão apenas a assuntos ligados a senhas, internet, vírus, e-mails e sites que realizam transações bancárias. Mas é preciso ficar atento: essas são apenas algumas das muitas áreas que envolvem a segurança dos dados pessoais de alguém. Pense um pouco: quem são as pessoas autorizadas a subir até o seu apartamento? Qual o teor das conversas que você mantém em público, enquanto fala ao telefone celular? Tudo isso é informação jogada ao vento. São dados preciosos que devem ser reservados unicamente para você e suas pessoas de confiança. Segundo o especialista em segurança da informação, Edison Fontes, blindar a própria privacidade diz respeito a um universo muito maior do que apenas a tecnologia da informação. E além da vida pessoal, as pessoas têm de aprender a proteger também as informações das organizações em que trabalham. “Em termos profissionais, isso depende muito do posicionamento da empresa, que deve estabelecer regras (políticas e normas), indicando o que pode, ou não, ser feito”, explica Fontes. Para ele, podem-se citar como exemplos de comportamentos que devem ser adotados no ambiente de trabalho: não conversar assuntos confidenciais da empresa com pessoas não autorizadas, não fornecer senhas para outro colega e não utilizar informações de outros em proveito próprio.

Números

Embora as pessoas, individualmente, não se preocupem com segurança da informação como deveriam, no setor corporativo brasileiro, as notícias são animadoras. De acordo com pesquisa realizada recentemente pela multinacional PricewaterhouseCoopers – que ouviu 7.200 executivos em 130 países, sendo 700 deles brasileiros – o Brasil atinge um bom patamar

de maturidade nessa área, uma vez que quase metade das empresas nacionais já possuem um profissional especialmente dedicado ao setor (Security Officer). Foto | Divulgação

dia a dia em um lixo comum, a publicitária criou um cenário perfeito para que uma perseguição nada romântica fosse possível.

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Edison Fontes

Os índices brasileiros acompanham os números praticados nos Estados Unidos, onde 42% das empresas possuem um gestor de segurança das informações. Segundo a pesquisa, 40% dos executivos entrevistados indicaram que os investimentos na área para este ano foram expressivamente maiores do que em 2009. Para Edison Fontes, o Brasil tem um dos segmentos bancários mais avançados do mundo e isso se deve também ao nível de qualidade e maturidade da segurança nas instituições financeiras. “No entanto, nos demais setores, apesar de uma notável melhora nos últimos anos, ainda é preciso muito investimento em segurança da informação, que pode ser um fator competitivo em um negócio”, alerta o especialista. Outro estudo, realizado pela PGP Corporation em conjunto com a Vontu Company, identificou que 31 companhias que sofreram violações de informação no ano de 2006 tiveram uma perda média de US$ 4,8 milhões. Além disso, 19% dos clientes deixaram de se relacionar com essas companhias e outros 40% afirmaram considerar a possibilidade de deixar de ser clientes. Ou seja: empresas que não se preocupam com a segurança das suas informações podem estar fadadas ao fracasso.


Fachesf protege informações de seus Participantes câmeras fotográficas), evitar o descarte, no lixo comum, de documentos que possam conter informações sigilosas e observar o tipo de e-mail enviado ou recebido durante o horário de trabalho. Fátima Pimentel alerta que, ao usar o correio eletrônico profissional, o funcionário deve ter em mente que não está se portando como pessoa física, mas como um representante da empresa, por isso deve estar consciente do que pode ou não falar.

Educação Fátima Pimentel

O primeiro passo para tornar uma empresa segura é investir em seu patrimônio humano. Afinal, tecnologia é algo que se compra, mas atitude, não. É preciso informar, envolver e sensibilizar os colaboradores para a prática de um comportamento seguro. A opinião é da assessora de Tecnologia da Informação da Fachesf, Fátima Pimentel, responsável pela implantação e coordenação do Programa de Segurança da Informação da Fundação, que teve início em 2009. De acordo com ela, quando investigados os hábitos dos empregados em relação ao assunto, verificou-se que eles já adotavam posturas responsáveis, individualmente e pontualmente. Mas quando se trata de segurança da informação, é preciso deixar de ver a questão como algo meramente pontual e levá-la para o âmbito da coletividade, com padrões, regras e normas. “O empregado precisa saber não apenas o que pode e o que não pode fazer, mas, principalmente, o porquê disso. Lidamos diariamente com informações valiosas de mais de 12 mil Participantes. Por isso, a segurança precisa ser vivenciada em cada momento e em toda a Fundação”, diz Fátima Pimentel. Dentre os comportamentos seguros no mundo corporativo, estão atitudes como: ter cuidado com o uso e transporte de equipamentos da empresa (a exemplo de notebooks, celulares, pendrives e

Dentro do projeto da Fachesf, algumas normas e diretrizes envolvem transformações culturais que precisam de tempo para ser internalizadas. Uma das ações para ajudar nesse processo de mudança foi a publicação do Manual de Segurança da Informação. Através do documento, os empregados passaram a ter a sua disposição, e de forma oficial, quais são as infrações, os cuidados e as atitudes que devem ser tomadas. As novas regras, entretanto, não se restringem ao ambiente da tecnologia. Fátima Pimentel esclarece que, no início da consultoria realizada na Fundação, foi desenvolvido um estudo profundo de como os diversos procedimentos estavam sendo realizados, desde quem tinha acesso ao prédio da Fachesf – e de que forma –, até questões relacionadas com o uso de celulares na empresa, e-mails e transporte de equipamentos corporativos. Somente a partir dessa análise, é que foi gerado um primeiro diagnóstico, peça fundamental para a criação da Política de Segurança da Informação, que proporcionou a construção das linhas mestras do projeto (aprovadas pelo Conselho Deliberativo da entidade) e as posteriores instruções normativas. Em seguida, os empregados participaram de palestras com o consultor Edison Fontes e receberam um exemplar do Manual com indicações sobre as principais atitudes seguras dentro da Fundação. Além disso, todos assinaram um termo de ciência sobre o Plano de Segurança da Informação. Através dessas medidas, a Diretoria Executiva da Fachesf acredita que todos os passos já foram dados para alcançar o melhor e mais adequado processo de segurança que proteja funcionários, Participantes e a própria entidade.


Dicas para proteger a

Anastácio Ramos de Oliveira Participante Assistido Recife · PE

“Acredito que já tenho um comportamento responsável para proteger minhas informações: guardo todos os documentos que possam conter senhas, dados pessoais e bancários, e quando preciso jogá-los fora, rasgo-os em pedaços bem pequenos. Além disso, não repasso minha senha para ninguém e evito até mesmo copiá-las em qualquer lugar para que não sejam descobertas.”

informação Na empresa Acesse apenas informações as quais você está autorizado a conhecer. Não compartilhe senhas com outras pessoas. Ao sair da frente do computador, sempre bloqueie a tela. Não escolha senhas com sequências óbvias como datas de nascimento ou nome de filho. Seja profissional ao enviar e-mail utilizando o endereço da empresa. Somente acesse sites da Internet que a empresa permita.

Carlos Alexandre de Sá Ribeiro Participante Ativo Recife · PE

“Depois de ter um cartão de crédito clonado, redobrei meus cuidados, sobretudo em relação a papeis e comprovantes de movimentações bancárias. Sempre rasgo ou queimo os recibos e não acesso minha conta pela internet de outros computadores que não o meu. Além disso, mantenho o antivírus sempre atualizado, não clico em links inseguros ou suspeitos e não abro e-mails de pessoas que não conheço”.

Não envie mensagens do tipo corrente, mesmo que pareçam interessantes. Conheça os regulamentos de segurança da informação da sua empresa.

Na sua vida pessoal Acesse apenas sites confiáveis; em caso de dúvida, feche a página. Só realize compras em sites de confiança, onde outras pessoas já compraram e que possuam um endereço convencional. Ensine os seus filhos a não falar com estranhos na Internet. Cuidado com o que você e seus filhos colocam em redes como Orkut e Facebook. Não forneça seus dados pessoais em troca de promoções realizadas por lojas, principalmente por telefone. Não clique em links de mensagens de bancos ou órgãos do Governo. Caso receba algum email desse tipo, telefone diretamente para a organização.

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“A Chesf foi minha maior realização como engenheiro.” Aos 92 anos, o Participante Ernani Gusmão passou por inúmeros momentos marcantes em sua trajetória na Chesf, empresa que viu crescer e superar diversas incompreensões ao longo dos anos. Suas lembranças trazem fatos decisivos, contados sob o ponto de vista de quem viveu e participou ativamente da história. A saudade e satisfação pessoal são visíveis no depoimento do engenheiro, que deixou sua marca na construção da Companhia que se tornou uma das gigantes hidrelétricas do País.


“Aos 30 anos de idade, eu trabalhava sem remuneração, como assistente de professor. Engenheiro eletricista formado, precisava de um emprego remunerado para me casar. Foi quando, por acaso, conheci o Dr. Octavio Marcondes Ferraz, numa festa de natal da família da minha noiva, Maria Helena, com quem estou até hoje. Naquela época, posso afirmar que ele estava longe de supor que viria a ser o diretor técnico da Chesf. E, assim como ele, não imaginava o que o futuro reservava para mim. Em 1948, por intermédio do Dr. Octavio Marcondes, fiz contato com o Coronel Berenhauser, com quem tinha trabalhado no departamento de eletricidade da CSN, em Volta Redonda, e fui convidado para trabalhar na diretoria comercial da recém-criada Chesf, tendo sido designado, naquela ocasião, como chefe da seção de compras. Ainda naquele ano, fui ao Nordeste pela primeira vez. A viagem foi impactante, pois não conhecia a Região e principalmente o seu interior: a caatinga e o belíssimo luar do sertão. Foi então que me dei conta das enormes dificuldades a ser vencidas. A cidade de Paulo Afonso (BA), como hoje é conhecida, era formada apenas por algumas casas precárias numa bifurcação de estradas, que chamavam de Forquilha. Só muito depois é que este nome foi mudado para Paulo Afonso, que

era, na verdade, o nome da cachoeira. O abastecimento da região era feito pela feira semanal de Glória, sede do Município, que ficava, aproximadamente, 40 km rio acima. No final de 1948, participei como auxiliar do Coronel Berenhause no estudo de viabilidade de Paulo Afonso. Foi uma época em que aprendi bastante sobre as análises técnico-econômicas, o que me proporcionou, após a inauguração da usina, em 1955, o cargo de assistente responsável pelos estudos e obras, sob supervisão do então presidente da Chesf, Antonio José Alves de Souza, mais conhecido como Dr. Souza. A partir daí, minha responsabilidade aumentou muito e passei a dividir meu tempo entre o Rio de Janeiro, onde morava, e Paulo Afonso. Em minha atuação na Chesf, que durou 28 anos, participei ativamente em momentos decisivos na construção da Companhia, tendo alguns marcado também minha vida pessoal. Um episódio que me recordo com clareza foi a negociação de um empréstimo com o Eximbank, em 1956. O Banco Mundial havia vetado o empréstimo por acreditar que o Brasil não atravessava boa situação econômica, mas através de um estudo de viabilidade feito por mim e enviado ao Eximbank, conseguimos não só provar nossa previsão de crescimento do mercado, como batemos o recorde mundial, mostrando

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conhecer o relatório de um embaixador americano afirmando que o Nordeste não precisava investir em mais geração de energia elétrica, não aprovou a solicitação. Sem o financiamento, muito provavelmente, a Chesf paralisaria as obras, suspendendo operários e causando um grave problema social em Paulo Afonso; além disso, previa-se que, tempos mais tarde, a consequência de tudo seria um racionamento de energia no Nordeste. Por ter estudado profundamente o mercado consumidor, eu estava absolutamente convencido do seu crescimento. Porém, pela lógica dos homens, não havia nada que eu pudesse fazer. Angustiado, fui à Catedral Católica, em Washington, pedir um milagre. E um milagre rápido, pois não dispunha de tempo. No dia seguinte, tive a ideia de procurar o engenheiro chefe do Eximbank, Hank Graves, com o qual havia negociado um empréstimo anteriormente. Expliquei-lhe a situação e, acredito eu, pelo poder do Espírito Santo, alguns dias depois, o State Department dos EUA telefonou para o diretor americano do BID, dizendo-lhe para desconsiderar o relatório do embaixador.

um crescimento de 28% ao ano. Foi uma das muitas incompreensões vencidas pela Chesf. Em fins de 1960, Jânio Quadros foi eleito presidente do Brasil e a diretoria da Chesf sofreu várias modificações. Coube então a mim conduzir as negociações do empréstimo para a ampliação da capacidade de geração de Paulo Afonso com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Em 1962, fui enviado para os Estados Unidos para tentar garantir o dinheiro. Mas a negociação estava fadada a não acontecer devido à falta de apoio do diretor americano do BID que, após

As portas do BID se abriram, o empréstimo estava assegurado e pude enfim voltar para o Brasil de alma leve. Mais tarde, como chefe do Departamento de Planejamento, sob supervisão do então Presidente da Chesf, Amaury Menezes, participei do projeto da PA-III, deduzindo algumas equações e elaborando o primeiro estudo técnico publicado pela Chesf. Tornei-me diretor de planejamento em 1971. Por ser um cargo inexistente até então, tive que organizar a nova diretoria. Criei dois departamentos: um para elaborar projetos básicos, e outro para estudar o mercado consumidor e elaborar planos de expansão das instalações. A partir daí, atuei nos projetos das usinas de Sobradinho, Itaparica, PA-IV e Xingó. Uma curiosidade: Xingó é um pequeno afluente do rio São Francisco. Na fase em que estávamos


Foto: Severino Silva

Relembro que o começo da minha carreira foi difícil. Era complicado dividir o tempo entre o trabalho e as responsabilidades familiares. Mas não me arrependo de nada. Foi minha maior realização como engenheiro. procurando um terreno onde ficaria a nova usina, até então chamada de usina do Canyon, Dr. Afranio de Carvalho dirigiu-me um memorando sugerindo o nome de Xingó. Gostei da sugestão e adotei-o nos projetos. O nome pegou e foi aceito por todos. Aposentei-me em 1976, quando a sede da Chesf foi transferida para o Recife (PE). Por motivos familiares, optei por continuar morando no Rio de Janeiro e dei início a projetos pessoais. Dez anos mais tarde, estive em Paulo Afonso e pude ver um sonho realizado, a PA-IV. Sua localização atual tinha sido um projeto que defendi e que se tornou um motivo de grande satisfação. Relembro que o começo da minha carreira foi difícil; trabalhava muito e ganhava bem pouco. Era complicado dividir o tempo entre o trabalho e as responsabilidades familiares e, em algumas vezes, essa última saiu perdendo. Minha esposa costumava dizer que eu tinha uma amante, e que o nome dela era Chesf. Mas não me arrependo de nada. Foi minha maior realização como engenheiro. Sempre acreditei e defendi o potencial da empresa. Superei, junto com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, inúmeras incompreensões e obstáculos e hoje me orgulho bastante de ter participado ativamente do seu desenvolvimento e contribuído para o progresso do Nordeste.


Fotos: Juanpa Ausín

cultura e lazer

No coração da Fachesf, vive uma grande obra

Um dos bens mais valiosos para o patrimônio artístico do Estado de Pernambuco pertence à sede da Fachesf, no Recife (PE): o primeiro mural pintado pelo artista plástico pernambucano Lula Cardoso Ayres, localizado na Sala dos Conselhos, que leva o nome do artista e onde são tomadas as principais decisões que fazem a base da Fundação.


cultura e lazer

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Datado de 1947, o mural foi pintado quando no prédio ainda funcionava a antiga clínica do Dr. Arthur Moura, grande amigo do artista e quem o incentivou na iniciação da técnica de pintura muralista. A obra precede outros 100 painéis feitos por Lula em todo o Brasil, sendo os principais, os do Antigo Terminal de Passageiros do Aeroporto Internacional dos Guararapes, os da Estação Recife do Metrorec e o do Cinema São Luiz. Na composição da obra, são visíveis as referências do tempo em que Lula viveu na Zona da Mata, entre 1938 e 1944, ajudando a administrar a Usina Cucaú, após a morte do seu pai. Elementos comuns dos costumes daquela região – a senhora de engenho, as mulatas e mestiços, a criação de animais e o verde da natureza, presentes também em outras pinturas de sua autoria – demonstram a sincera admiração do pintor pela cultura local. Segundo Lula Filho, homônimo do pai e fundador do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres, que atualmente passa por reformas administrativas, o painel, de 5,57m x 2,48m, levou cerca de um ano para ser concluído. Durante esse tempo, o pintor desenvolveu inúmeros estudos e rascunhos, e analisou os materiais adequados para a técnica, já que esta era diferente da pintura em tela ao qual estava habituado. O estilo moderno do mural, que secciona a obra entre formas figurativas e traços do abstracionismo cubista, proporciona universalidade ao tema regionalista. Essa foi uma das características assimiladas por Lula Cardoso Ayres ao ter contato com a vanguarda da arte européia no tempo que morou na

França, em meados de 1925, e posteriormente ao frequentar a Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde trocou experiências com artistas como Carlos Chambelland e Cândido Portinari.

Restaurações

Sob os cuidados da Fachesf, a obra passou por duas restaurações. A primeira, em 1988, coordenada pela artista plástica Lúcia Silveira e a segunda, em 2007, pela empresa Grifo Diagnóstico e Preservação de Bens Culturais. Por estar sujeito a variáveis como a estrutura da parede e os elementos que a compõem (tijolos, cimento, ferro, etc.), a pintura mural necessita de cuidados especiais. Pérside Omena, sócia diretora da Grifo, relembra que antes de realizar a restauração, era possível visualizar rachaduras no reboco e desnivelamento em algumas áreas, pontos infestados por fungos e pequenas perdas na camada pictórica. Ao término da restauração, em 2007, a camada pictórica foi retocada, respeitando-se a pintura original, e o painel recebeu uma camada de proteção de verniz vaporizado. Por recomendações da restauradora, foram colocadas películas que filtram os raios UV nas janelas e nos vidros das luminárias da sala, e instalado um rodapé que indica o distanciamento necessário das pessoas em relação ao painel. Atualmente, alguns cuidados extras são tomados para preservação do mural, inclusive a frequente orientação da Central de Serviços da Fachesf aos funcionários e visitantes, como forma de preservar, ao máximo, esse bem cultural da sociedade, que hoje divide espaço com os que fazem parte da Fundação.


cultura e lazer

Um pouco de história Lula Cardoso Ayres nasceu em 1910 e morreu em 1987, no Recife. Admirado por sua autenticidade espontânea, destacou-se nacionalmente como decorador, cenógrafo, ilustrador, desenhista e fotógrafo. Em 2010, ano em que comemoraria seu centenário, o artista tem recebido diversas homenagens da imprensa regional. Artista influente nacionalmente, participou ativamente do movimento artístico carioca, atuando em diversas áreas. Fez cenários vanguardistas para as peças de Procópio Ferreira e atuou em movimentos musicais com Noel Rosa e Vinícius de Morais. Foi ilustrador oficial da revista Paratodos e de obras de autores como Manuel Bandeira e Ascenso Ferreira.

“Esse mural é uma relíquia para Pernambuco. Nele, Lula retrata com verdadeiro conhecimento os elementos humanos e sociais do campo. A obra se destaca pela naturalidade com que o artista capta e representa a energia das pessoas. É possível visualizar semblantes que se repetem em obras posteriores do artista, porém com um caráter mais estilizado”. Fernando Lúcio - Artista Plástico, PHD em Belas Artes pela Universidade Complutense de Madri e professor da UFPE.

Na década de 1930, morou na Zona da Mata pernambucana e manteve contato com a diversidade das manifestações culturais do Estado que a partir daí permaneceram no seu imaginário e nas suas obras. Durante 25 anos, foi professor da Escola de Belas Artes da UFPE e fundou um curso de desenho para crianças. Participou da Bienal de São Paulo de 1951 a 1961, além de ter realizado dezenas de exposições individuais em vários estados. Foi um dos mais importantes fotógrafos e programadores visuais de Pernambuco, tendo desenvolvido também grandes projetos cenográficos para os bailes de carnaval do Recife. Em 2007, ano de comemoração do centenário do Frevo, Lula foi o artista homenageado pela Prefeitura do Recife. Hoje grande parte de sua obra pertence ao acervo do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres e algumas delas podem ser vistas em museus da cidade.

“O painel foi um marco na carreira do meu pai. Não só por ter sido tal obra que despertou nele o interesse pela técnica muralista, mas também, por ter sido sua primeira grande encomenda depois de ter voltado a morar no Recife, o que facilitou sua reinserção no movimento artístico da cidade”. Lula Cardoso Ayres Filho · Diretor fundador do Instituto Lula Cardoso Ayres.


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Animais domesticados como cães e gatos têm o caráter propício para habitar com os humanos e de, certa forma, dependem deles. Mas essa acolhida nem sempre acontece: projeções com base em estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que, somente no Brasil, cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos vivam nas ruas. Para evitar a superpopulação animal e a disseminação de doenças infectocontagiosas, uma antiga recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) instruía as autoridades municipais a recolher os bichos que fossem encontrados vagando nas vias. Após essa captura, o órgão responsável pela apreensão esperava um período de três dias para que o animal fosse resgatado por seu dono ou adotado. Caso isso não acontecesse, o animal detido seria submetido à eutanásia (morte). Essa prática, no entanto, já não é mais indicada como eficaz no controle reprodutivo e de doenças. Em seu 8°Informe Técnico, datado de 1992, a OMS indica a necessidade de revisar as políticas e os processos adotados nesse sentido, passando a criticar expressamente o método de eliminação sistemática de animais, principalmente devido à ineficácia da exterminação. A renovação das populações caninas é muito rápida e a taxa de sobrevivência delas sobrepõe facilmente à taxa de eliminação.

Os animais acompanham os humanos há muito tempo. Sejam como guardiões, caçadores, guias ou amigos, eles estão sempre inseridos no convívio social. No entanto, a harmonia entre bichos e pessoas ainda esbarra em obstáculos como a guarda irresponsável e os diversos problemas que surgem devido ao atual panorama das grandes cidades.

Seguindo essa nova tendência, muitos municípios brasileiros passaram a abolir de sua política de controle animal a prática da eutanásia de cães e gatos. Recentemente, por exemplo, foi aprovada em Pernambuco a Lei 14.139/2010, que proíbe o extermínio de animais sadios pelos órgãos de controle ambiental, canis ou qualquer local do gênero, além de instituir o incentivo à criação de programas que visem ao controle reprodutivo e à promoção de medidas de proteção. A confirmação da lei foi considerada uma grande vitória pelas instituições locais de defesa dos direitos dos animais. A socióloga Simone Sales, membro do Movimento de Defesa Animal de Pernambuco (MDA) e presidente do Movimento de Proteção ao Cão em Risco (MPC), considera a nova lei um grande passo na luta em favor da vida dos


Simone Sales “A aprovação da Lei 14.139/2010 é uma conquista inigualável, a qual não esperávamos que acontecesse tão cedo.”

animais no Estado de Pernambuco. “A aprovação dessa norma é uma conquista inigualável, a qual não esperávamos que acontecesse tão cedo”, diz. Apesar disso, Simone Sales admite que a aprovação da lei é apenas o começo para que as mudanças sejam efetivadas. Ela acredita que, com a extinção da eutanásia, o desenvolvimento de novos trabalhos deve acontecer em conjunto com o Centro de Vigilância Ambiental de Pernambuco (CVA).

ção desordenada e, consequentemente, das doenças. A castração é feita cirurgicamente em cães e gatos, fêmeas ou machos, e o procedimento não interfere significativamente no comportamento dos bichos, além de reduzir a susceptibilidade a uma série de enfermidades, como tumor de mama e doenças reprodutivas. A cirurgia, feita com anestesia geral, é simples, mas deve ser executada apenas por veterinários devidamente habilitados. Algumas universidades federais e centros de controle de zoonoses, em diversas cidades do País, já realizam a esterilização sem custos para pessoas que não podem pagar. O Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de São Paulo vem realizando algumas ações que estão apresentando bons resultados. O Programa Saúde do Animal, que existe desde 2001, abrange projetos de conscientização e educação continuada da população e convênios com entidades de proteção que, entre outubro de 2001 e dezembro de 2005, realizaram mais de 105 mil cirurgias de esterilização em cães e gatos, para proprietários sem recursos.

Além da extinção da eutanásia, alguns outros pontos relativos ao abandono de animais devem ser observados. A saúde pública é um deles. Os cães e gatos, quando não tratados adequadamente, não vacinados e vermifugados, podem transmitir doenças a outras espécies e ao ser humano, as denominadas zoonoses. A disseminação de pulgas, sarna e carrapatos é outra consequência do descontrole populacional e da falta de cuidados.

Caminho

As principais soluções propostas pelos regulamentos que entraram em vigor em algumas cidades do Brasil para prevenir e combater as zoonoses e a superpopulação animal, sem condená-los à morte, são o desenvolvimento de programas e campanhas educacionais para conscientizar a população sobre a posse responsável, a identificação e registro do animal e a esterilização cirúrgica. A esterilização é um dos métodos mais recomendados, pois ajuda no controle da reprodu-

Amaro Souza

Já no Recife, o Centro de Vigilância Ambiental (CVA) conta, desde 2009, com uma clínica veterinária que faz cirurgias de esterilização em cães e gatos de pessoas de baixa renda. Além disso, a entidade passa atualmente por um processo de mudança e aperfeiçoamento na sua política de controle animal. Uma das ações que já começou a ser praticada é o registro e a identificação de animais, o que ajudará a diminuir o abandono, além de facilitar a localização em caso de perda.

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O médico veterinário Amaro Souza, gerente do CVA, ressalta outra questão importante: priorizar campanhas de conscientização e educação. “Muitas vezes recebemos ligações de pessoas que nos chamam para resgatar um animal do qual querem se livrar por algum motivo; ou seja, nem todo mundo tem estrutura para criar um bicho de estimação, o que acaba se tornando um problema ambiental”, explica. A Participante Assistida Mariza Vitorino, que reside em São Paulo, é totalmente favorável às campanhas de educação, dirigidas principalmente aos proprietários dos animais. Para ela, as pessoas precisam ter responsabilidade: ao comprar ou adotar animais de companhia, deve-se estar ciente de que eles precisarão de cuidados e atenção por todo o tempo em que viverem. “É de extrema importância que os órgãos públicos promovam ações educativas a respeito desse assunto para conscientizar a sociedade sobre suas responsabilidades, não só com os animais que estão dentro de casa, mas também com aqueles que moram nas ruas”, afirma Mariza, que atualmente cuida de três cães adotados.

NÃO QUER CÃES

EM CASA? ADOTE UM

CÃOMUNITÁRIO De acordo com a lei aprovada no Recife, o cão comunitário é aquele que estabelece, com uma determinada comunidade, laços de dependência e manutenção, embora não possua responsável único e definido. São os bichos conhecidos da vizinhança, que moram nas ruas e praças. Apesar de não terem responsável único e definido, eles também estão protegidos pelas normas. Portanto, fique atento aos bichinhos do seu bairro e faça sua parte.

Mariza Vitorino · Participante Assistida · São Paulo/SP A questão da adoção também não pode ser esquecida. Diante de tantos animais abandonados que estão em abrigos ou centros de zoonoses à espera de um dono, o número de pessoas que adotam ainda não é suficiente para evitar que muitos morram pelas adversidades de viver nas ruas ou através das eutanásias. É importante lembrar que o equilíbrio na coexistência entre animais e pessoas passa pela junção de forças entre poder público e sociedade civil organizada, bem como pela consciência coletiva e pelo respeito à diversidade dos seres vivos.

Cuidados que podem ser revezados entre a vizinhança: Alimentação do animal Higiene (banhos periódicos) Consultas ao veterinário Esterilização (inclusive cuidados pósoperatórios) Registro do animal


O conto da carrocinha Synara Rillo

Somos a família dele.” Resignado, o rapaz emitiu a certidão de posse responsável para a confecção da medalha que seria anexada a coleira do cão para sua identificação. Certa de ter cumprido seu dever, a menina que amava os animais saiu serena e ainda mais feliz por que o Gibi não correria riscos com a assustadora carrocinha que prendia os cães sem donos. Passados alguns dias, ela retornou à Prefeitura e recebeu das mãos do atendente a medalha com os dados já gravados. E leu, em estado de contentamento: “Gibi de Araújo Rillo. Número da Inscrição: 01”.

nária

ica Veteri

· Méd Synara Rillo

Era uma vez uma menina com 11 anos de idade que vivia em uma pequena cidade no extremo sul do Brasil. O amor genuíno que sentia pelos cães a fazia feliz. Gibi, um cãozinho vira-latas, era seu companheiro de aventuras pelos quintais da casa onde morava. Certo dia, porém, correu na região a notícia alarmante de que o Prefeito Municipal decretou o surgimento de uma carroça, puxada por cavalo, para recolher os cães que perambulavam soltos pelas ruas da cidade. Ao ouvir tal comentário, a menina arregalou seus olhos azuis em espanto e medo. Com o coração acelerado, ela foi perguntar para seus pais o que significava aquilo e se iriam prender o Gibi. Eles pacientemente deram-lhe a explicação dos fatos. No outro dia, a menina foi ao órgão responsável pela saúde pública com o objetivo de solicitar o cadastramento de seu cão e mostrar o atestado de vacinação antirrábica, documento que era exigido para a efetivação do cadastro de posse responsável pelo animal. O rapaz que ali atendia começou a preencher a ficha cadastral: nome, idade, pelagem, proprietário, endereço e situação vacinal, com respectivo registro de um médico veterinário. Quando fez a primeira pergunta, sobre o nome do cão, a menina ingênua e de coração amoroso pelo seu companheirinho animal, não vacilou e disse de peito aberto e sorriso largo: “Gibi de Araújo Rillo”. Surpreso, o atendente do setor riu e comentou: “mas esse é o seu sobrenome!” A menina, então, olhou-o seriamente e respondeu: “E o do meu cão também.

Foi assim que comecei a amar e a entender os animais. Pela via do coração e pelos ensinamentos que recebi dos meus pais, no que se refere ao cumprimento dos deveres sociais em benefício de todos. Hoje apenas deixei para trás a ingenuidade infantil no que diz respeito aos bichos. O amor segue o mesmo, apenas com menos apego para poder exercitar a capacidade da consciência e da técnica profissional, por ter escolhido ser uma “médica de bicho”. E é com essas experiências que procuro lutar pela presença sadia e pela permanência dos cães e gatos como companheiros da humanidade. Todo grupamento social necessita de regras e leis, e essas são mutáveis, conforme crescemos em estrutura ambiental. No meu entender, retrocede o ser humano quando precisa legislar para que ocorra harmonia relacional com os animais, seres puros em essência que contribuem em vários âmbitos para nossa evolução. Se há necessidade de leis para amá-los e protegê-los, é porque o ser humano não tem ainda o amor próprio solidificado. E com ele sedimentado, no âmago de cada um em particular, a sociedade não precisaria se organizar contra ou a favor da eutanásia para os cães e gatos e nem tão pouco seriam os animais agentes efetivos de transmissão de doenças aos seres humanos. É com a pureza, a bondade e a compaixão que devemos olhar para tudo que pulsa vivo em nosso planeta. E se todo menino e menina recebessem exemplos de cidadania da menor e mais segura célula social que é a família, a posse responsável dos cães e gatos teria a via do coração, consciência soberana nos direitos e deveres de cada um. Synara Rillo é Médica Veterinária e autora do livro Cães, donos e dores humanas. Participa do programa de rádio “O outro lado dos animais” (www. radioras.com.br) e mantém um site (www.synararillo.com.br), destinado ao debate sobre animais de companhia.

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Esse é o desejo de todos os funcionários da Fachesf para o próximo ano.



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