Conexão Fachesf nº 3

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índice

Ponto de Vista | 6

José Antonio Muniz Lopes

Educação Previdenciária | 8

Enfrentando a aposentadoria sem crise

Artigo | 13

Rogério Cardoso

Seu dinheiro | 14

Descarte: um hábito que pesa no bolso e no meio ambiente

Artigo | 18

Maria Elizabete Silva

Teste | 19

Em casa, você pratica sustentabilidade?

No consultório | 22

De olho na balança - Diabetes

Pergunte ao doutor | 28

Falando sobre a gripe

Foco no participante | 29

A saga de Euclides Ribeiro

Especial | 32

Eficiência sem preconceito

Fachesf-Saúde | 34

Auditoria Médica

Artigo | 37

Geraldo von Sohsten

Central de Relacionamento | 38

Recadastramento

Mundo Animal | 40

Companhia na saúde e na doença

Artigo | 43

Synara Rillo

Cultura e Lazer | 44

Parque Belvedere


[expediente]

edit Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional [Editora Geral] Laura Jane Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Fotografia] Acervo Fachesf [Estagiária de Jornalismo] Gabriela Santana [Colaboraram nesta edição] Milena Santos, com as matérias: Descarte, De olho na Balança, Eficiência sem Preconceito e Auditoria Médica. Naide Nóbrega, com a matéria: Enfrentando a aposentadoria sem crise. Rakel Azevedo, assistente de produção, fotografia e textos [Comissão de Pauta] Laura Lima, Nathalia Duprat, Valcenir Lisboa, Wanessa Cysneiros, Rômulo Siqueira.

[Tiragem] 11 mil exemplares [Redação] Rua do Paissandu, 58 – Boa Vista Recife – PE | CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente Luiz Ricardo da Câmara Lima · Diretor de Adm. e Finanças Robstaine Alves Saraiva · Diretor de Benefícios [Projeto Gráfico e Diagramação] Corisco Design [Ilustrações] Damião Santana (p. 8, 9, 34), Eugênio Lima (p.40), Fátima Finizola (p. 19, 21) e Leandro Lima (p. 14, 16, 22, 24). [Impressão] Gráfica Santa Marta

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br.


orial

Muitas felicidades, muitos anos de vida... No próximo mês, a nossa Conexão Fachesf completa o seu primeiro aniversário. Muitos motivos existem para comemorarmos, afinal, o lançamento da revista em setembro de 2008 marcou um novo momento no relacionamento da Fundação com os seus Participantes. Hoje, podemos dizer que a Fachesf mantém um canal moderno e dinâmico de comunicação, voltado principalmente para a consolidação de uma cultura própria que privilegia a educação financeira e previdenciária.

Ao longo desse primeiro ano, procuramos explorar os assuntos sugeridos pelos próprios leitores. Além disso, também buscamos enriquecer as matérias com depoimentos e experiências dos nossos Participantes. Essa é a linha editorial que desde o início adotamos, tudo para tornar a revista ainda mais interativa e identificada com você. Outro ponto importante que merece destaque é o espaço reservado, em todas as nossas edições, para divulgar anúncios de interesse público. No primeiro número, incentivamos a doação de medula óssea, no segundo, a doação de órgãos e agora, nessa edição, estamos apoiando o importante trabalho que vem sendo desenvolvido pela AACD – Associação de Assistência à Criança com Deficiência (ver anúncio na 2ª capa). Esse tipo de ação, amplamente incentivada por nossa Diretoria Executiva, vem reforçar um dos dez Valores vivenciados pela Fachesf, que é a Responsabilidade Social.

de caráter específico, também terá sempre um artigo assinado pelo superintendente de saúde Geraldo von Sohsten. O primeiro assunto que abordaremos explica o funcionamento da atividade de auditoria médica e a sua importância para a gestão do Fachesf-Saúde. Também merecem destaques a matéria de capa, sobre a necessidade do empregado se preparar com antecedência para a chegada da sua tão sonhada aposentadoria, na seção Educação Previdenciária, e a entrevista com o engenheiro José Antonio Muniz Lopes, que dirigiu a Chesf nos anos de 1992 e 1993 e atualmente é o presidente da Eletrobrás, na seção Ponto de Vista. Além de vários outros assuntos interessantes, distribuídos ao longo de toda a publicação, você conhecerá a curiosa e emocionante saga do Participante Assistido Euclides Ribeiro, na seção Foco no Participante e conferir, na seção No Consultório, como o controle do peso pode melhorar a vida dos diabéticos. A matéria ainda traz três depoimentos de Participantes que fazem parte do Programa de Bem com a Vida.

[Nasce uma ideia, cresce uma parceria]

E quanto a essa edição, que novidades estamos trazendo? Bem, como todo bom aniversário, reservamos um presente para o nosso leitor, que é a inclusão da seção “Fachesf-Saúde”. O objetivo é oferecer ainda mais informações sobre o Plano, atendendo assim a um antigo desejo dos nossos beneficiários. A nova seção, além de uma matéria

Como é possível perceber, caprichamos ainda mais na elaboração dessa edição. Tudo para que você fique bem informado e cada vez mais integrado a sua Fundação. Afinal, no aniversário da revista Conexão Fachesf, o melhor presente, com certeza, é a parceria que estamos construindo com você, caro leitor.

Vida longa à Conexão. Um brinde a todos e boa leitura! Laura Jane Lima | Editora Geral

4·5


Foto: Jorge Coelho

ponto de vista

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Reestruturação do Sistema Eletrobrás Entrevistado | José Antonio Muniz Lopes

Nos últimos meses, o engenheiro José Antonio Muniz Lopes, presidente da Eletrobrás, realizou várias reuniões com dirigentes, empregados e lideranças sindicais das empresas que compõem o Sistema Eletrobrás. O objetivo desses encontros foi detalhar o projeto de construção da Nova Eletrobrás, alternativa estratégica do Governo Federal para fortalecer e levar a empresa a atuar de forma integrada, através da elaboração de um novo modelo organizacional e mercadológico, capaz de ampliar sua atuação não somente no país, como no exterior. Diante de tantas transformações e desafios, muitos empregados e aposentados têm questionado e procurado entender como essas mudanças poderão afetar os planos de previdência e de saúde, geridos pelos fundos de pensão das subsidiárias do Sistema Eletrobrás. Para comentar especificamente sobre essa questão, a revista Conexão Fachesf conversou com o presidente José Antonio.


JA. | O processo de transformação pelo qual a Eletrobrás está passando, com foco na integração, na rentabilidade e na competitividade, fortalece o Sistema como um todo e, consequentemente, cada uma das suas empresas. As empresas fortalecidas geram fundações de assistência e seguridade social mais fortes. CF. Uma das discussões que tem despertado maior interesse dos participantes dos fundos de pensão do Sistema Eletrobrás é a questão dos benefícios assistenciais, principalmente no que diz respeito à saúde. Há a perspectiva da Chesf passar a contribuir diretamente para o Plano Fachesf-Saúde dos seus aposentados?

sua evolução. Desde a posse como presidente da Eletrobrás, estão entre as minhas principais preocupações os benefícios assistenciais na área de saúde para os aposentados e pensionistas do Sistema Eletrobrás. Para esse trabalho, devido à sua importância, designei o chefe do Gabinete da Presidência da empresa, Mauro Massa. CF. No caso específico da Chesf, existe a possibilidade de futuramente haver algum tipo de participação da Companhia no custeio do plano de saúde dos aposentados e pensionistas da Fachesf. Como o senhor vê essa questão?

“O processo de transformação pelo qual a Eletrobrás está passando, com foco na integração, na rentabilidade e na competitividade, fortalece o Sistema como um todo e, consequentemente, cada uma das suas empresas.”

JA. Essa é uma das questões que está sendo analisada no processo de desenvolvimento de políticas de gestão integrada de pessoas, um dos projetos do Plano de Transformação do Sistema Eletrobrás.

CF. Os custos crescentes de saúde com os aposentados/pensionistas, ainda que bem administrados, estão afetando negativamente os planos de saúde geridos pelos fundos de pensão. A Eletrobrás já acenou para a importância do problema. O que de concreto já foi definido até o momento? JA. Foi contratado um jurista de renome que está concluindo um parecer sobre a possibilidade da Eletrobrás estender aos aposentados e pensionistas o atendimento médico-hospitalar que é concedido aos empregados ativos. A consulta busca esclarecer questões jurídicas, contábeis, financeiras e administrativas relativas ao tema. Estou envolvido há muitos anos com o setor elétrico brasileiro e sei da relevância daqueles que contribuem e contribuíram para a

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JA. Essa possibilidade está sendo analisada pelo jurista contratado. Assim que o seu parecer estiver concluído, vamos convocar as empresas do Sistema Eletrobrás para debater e encontrar a melhor solução para cada caso. CF. Para finalizar, que mensagem o senhor gostaria de deixar para os Participantes da Fachesf?

JA. O presidente Lula estabeleceu como expectativa para o futuro da Eletrobrás torná-la uma megaempresa respeitada no mercado internacional, que ocupe lugar de destaque no setor elétrico. Para alcançar esse objetivo, estamos trabalhando no fortalecimento das empresas do Sistema Eletrobrás, e, como conseqüência, de suas fundações de assistência e seguridade social.

Foto: Jorge Coelho

CF | Quais serão as principais consequências para as entidades de previdência complementar, a exemplo da Fachesf, após a reestruturação do Sistema Eletrobrás?


educação previdenciária

Enfrentando a

aposentadoria

sem crise


De certa forma, podemos definir a vida como uma sucessão de momentos preparatórios para as próximas etapas.

Antes do bebê nascer, toda uma preparação é providenciada pelos seus pais: enxoval, quarto, berço, plano de saúde e muitos outros pequenos e grandes detalhes. Tudo é rigorosamente pensado. Na infância, o indivíduo é preparado para os riscos que a vida pode oferecer. Na adolescência, chega o momento de se preparar para o vestibular e, logo em seguida, para os desafios da universidade e da carreira profissional.


Mas, o tempo passa depressa e, de repente, chegam os quarenta anos. E rapidinho, os cinquenta. E os sessenta. Depois de um largo período de dedicação profissional, o cidadão começa a trilhar o caminho para a aposentadoria. São as estações da vida e suas mudanças constantes. São os encaminhamentos naturais do tempo a conduzir para uma nova fase. E agora? É chegada a hora de recomeçar a vida de uma outra forma, longe da empresa e do trabalho aos quais tantos anos foram dedicados. É justamente nesse momento que muitos chegam à difícil conclusão de que não se prepararam devidamente; que, diante de tantas outras prioridades e compromissos, essa tarefa foi esquecida. O planejamento financeiro até que de certa forma foi feito, através de um plano de previdência complementar ou da formação de uma reserva, fruto de algum tipo de investimento. Mas, isso não é tudo. Muitas vezes, fica a pergunta martelando na cabeça: o que vou fazer com todas as horas que antes eram dedicadas ao trabalho? É necessário estar preparado para esse momento, da mesma forma como se é preparado para os desafios de crescer e amadurecer. Chegar ao momento de pendurar as chuteiras e abandonar o cotidiano da empresa, sentindo-se ainda absolutamente útil, cheio de experiência e em pleno vigor, pode parecer confuso e contraditório para muitos profissionais. Segundo a psicóloga clínica Rosaly Almeida, em 75% dos casos, as pessoas não conseguem manter o mesmo padrão de satisfação e autoestima

Leda Galindo em recente viagem pela Grécia

Rosaly Almeida

educação previdenciária

“Sempre atendo pacientes com sintomas depressivos em função de um desligamento para o qual não foram preparados.” que tinham antes da aposentadoria. “Sempre atendo pacientes com sintomas depressivos em função de um desligamento para o qual não foram preparados. Eles sentem falta das relações profissionais e, sobretudo, afetivas que desenvolveram no ambiente em que trabalhavam. Passam a ter uma imagem equivocada da aposentadoria e não aproveitam a nova fase que poderia ser uma das melhores de suas vidas. Para eles, aposentar-se é uma forma de o mundo corporativo ignorar o seu valor e a sua capacidade. A perspectiva e a vivência dessa etapa são quase sempre geradoras de transtornos e crises, quando deveria ser um momento para encontrar novas e grandes oportunidades”, alerta Rosaly. A psicóloga lembra que o pós-aposentadoria é um período muito proveitoso, quando as obrigações laborais são optativas e há maior tempo para se dedicar à saúde e ao lazer, assim como fez a Participante Assistida Leda Maria Galindo, que trabalhou durante 23 anos na Chesf e está desligada da Companhia há dezesseis. “Tive a preocupação de me preparar um bom tempo antes, tanto na questão financeira, como na administração do meu tempo e do uso das minhas habilidades. Logo que me aposentei, comecei um curso de espanhol intensivo e um trabalho voluntário, que preencheram completamente os meus dias. A partir daí, estudei outros idiomas, passei a cuidar mais da saúde, praticando exercícios físicos regulares, e estabeleci uma meta de fazer uma grande viagem por ano. Agora em agosto, por exemplo, estou indo à Rússia e países vizinhos”, afirma.


Os benefícios do PPA Pensando em minimizar essas dificuldades, capazes de tirar o sono de muitos profissionais próximos do final de carreira, é crescente o número de organizações que desenvolvem programas de preparação para a aposentadoria, mais conhecidos como PPAs.

Antônio Varejão

Recentemente, a Superintendência de Recursos Humanos da Chesf, através do Programa Prosseguir, reativou a realização do seu PPA, instituído pela primeira vez na Companhia em 1994. O Programa tem o objetivo de preparar o empregado para as mudanças que virão após o seu desligamento, ao tempo que também possibilita a Chesf a retenção dos conhecimentos do profissional que se desliga. “Com o empregado que se aposenta, vão as habilidades e os conhecimentos que ele tem. A empresa deve estar preparada para repor essa perda de alguma forma, dentro do corpo funcional”, diz o Superintendente de Recursos Humanos, Antônio Varejão de Godoy.

“Com o empregado que se aposenta, vão as habilidades e os conhecimentos que ele tem. A empresa deve estar preparada para repor essa perda de alguma forma, dentro do corpo funcional.” O PPA é dividido em módulos e prepara o empregado para o futuro. “Tentamos orientá-lo em termos psicológico, de saúde e econômicofinanceiro, com enfoque para possibilidades de investimentos e orçamento familiar. Ele deve estar apto para esse novo momento, estudando a melhor forma de utilizar o seu tempo e como vai se relacionar socialmente nesse novo cenário. Estamos satisfeitos, pois o nível de adesão esse ano superou as nossas expectativas”, afirma Varejão.

José Mário

Participante | Recife

“Confesso que fiquei meio apavorado com a ideia de parar, após 37 anos de dedicação integral à empresa.”

O Participante José Mário, que se aposentará em maio de 2010, conta que não foi fácil logo que pensou em se desligar da Chesf. “Confesso que fiquei meio apavorado com a ideia de parar, após 37 anos de dedicação integral à empresa”. No caso dele, o Programa de Preparação para a Aposentadoria foi fundamental. “Participei do meu primeiro PPA em 2003, quando as coisas ainda estavam muito confusas para mim. Depois, com a ajuda dos eventos do Programa, comecei a repensar aspectos relativos ao lazer, à vida profissional, ao meu desenvolvimento pessoal, à qualidade de vida e aos meus negócios. Compreendi, então, que a aposentadoria não é o fim da minha vida, muito pelo contrário. Hoje estou tranquilo, cheio de planos e até ansioso para realizar tudo o que planejei”, garante.

A participação da Fachesf A Fundação, que lida diariamente com seus aposentados, é parte fundamental no desenvolvimento do PPA da Chesf, inclusive sendo responsável por dois módulos, referentes à previdência e à saúde. “A Fachesf tem concedido toda a prioridade ao Programa por considerar o PPA uma ação de grande importância realizada pela Companhia, devido à valorização que confere aos participantes, tenho me envolvido diretamente na apresentação do Módulo de Previdência”, declara o diretor de Benefícios, Robstaine Saraiva. Após os encontros, a equipe da Fachesf fica à disposição para analisar e orientar os casos individuais. “Temos recebido muitas pessoas interessadas em maiores esclarecimentos. Esse tipo de envolvimento demonstra que a cada dia aumenta o in-

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Robstaine Saraiva

educação previdenciária

“A Fachesf tem concedido toda a prioridade ao Programa por considerar o PPA uma ação de grande importância realizada pela Companhia.”

rança econômico-financeira. Já a Chesf, através do Programa, nos orienta a seguir os passos corretos. Durante esses últimos anos, passei a investir no mercado de ações e me preparei para exercer outros tipos de atividades. A Companhia me proporcionou pós-graduação, cursos de idiomas e muitos outros benefícios. Agora quero trabalhar como voluntário e repassar esse conteúdo a outras pessoas. O PPA chega no momento certo para ajudar a gente. Não vou parar, enquanto me sentir útil e tiver capacidade de sonhar e realizar. Quero viajar muito com a minha esposa e aproveitar a vida de outra forma”, planeja o Participante, cheio de alto astral e brilho nos olhos.

teresse dos Participantes em aprofundar os seus conhecimentos sobre a Fundação. Isso é muito bom”, conclui Robstaine. O Participante José Amando Torres, 32 anos de Chesf, agendou a sua aposentadoria para 28 de fevereiro de 2011. Ele já participou de seis PPAs que, segundo afirma, fizeram toda a diferença na sua preparação para a nova etapa de vida. “Antes de tudo, ficamos mais tranquilos porque contamos com a Fachesf, que representa um apoio singular para o aposentado. Ela é a nossa segu-

José Amando Torres Participante | Recife

“Antes de tudo, ficamos mais tranquilos porque contamos com a Fachesf, que representa um apoio singular para o aposentado.”

“A velocidade do tempo é infinita, e só quando olhamos para o passado, é que temos consciência disso. O tempo ilude quem se aplica ao momento presente, de tal modo é insensível à passagem do seu curso vertiginoso. Queres saber o por quê? Porque todo o tempo passado se acumula num mesmo lugar; todo o passado é contemplado em bloco, forma uma totalidade; todo ele se precipita no mesmo abismo. De resto, não é possível delimitar grandes intervalos nesta nossa vida tão breve. A existência humana é um ponto, é menos que um ponto. Só por troça é que a natureza deu a tão diminuta existência a aparência de uma grande duração, dividindo-a em infância, em adolescência, em juventude, em período de transição da juventude à velhice, finalmente em velhice. Tantos períodos num tão exíguo espaço de tempo! (...) Por isso mesmo me causa indignação ver como as pessoas gastam em futilidades a maior parte de uma vida que, mesmo despendida com a maior parcimônia, não seria bastante para as coisas essenciais”. Séneca, in ‘Cartas a Lucílio’


artigo

Resgate da poupança: uma boa opção? Rogério Cardoso

E finalmente temos o Autopatrocínio. Com ele, o Participante desligado pode permanecer no plano, pagando as suas contribuições e a parte da Patrocinadora. Como foi dito anteriormente, o Resgate da Poupança é o mais polêmico. Por onde andamos, temos percebido que o assunto monopoliza as conversas com os Participantes. Acreditamos que isso acontece porque esse Instituto, por disponibilizar determinada quantia em dinheiro quase que de imediato, é alvo da cobiça do Participante, ansioso por realizar seus sonhos de consumo. Não é o mais recomendável do ponto de vista previdenciário, uma vez que cessam com ele todas as obrigações da Fundação com o Participante e sua família. ente

civil e ger

heiro oso · Engen chesf Rogério Card de Benefícios da Fa ssão de Conce

Criados pela Lei Complementar 109/2001 e regulamentados em 2003, os chamados Institutos proporcionaram um grande salto de qualidade para a previdência privada brasileira. É através deles que o Participante, ao se desligar da empresa em que trabalha ou da entidade da qual é associado, pode preservar os direitos acumulados no seu plano previdenciário. O Resgate da Poupança, por exemplo, permite ao Participante sacar dos fundos do seu plano tudo aquilo que ele contribuiu, de forma corrigida. Alguns regulamentos, tais como os dos Planos CD e BS administrados pela Fachesf, permitem que parte das contribuições da patrocinadora também seja sacada. Esse Instituto, além de ser o mais conhecido, também é o mais polêmico, como explicaremos mais adiante. A Portabilidade flexibiliza o uso das reservas acumuladas ou de parte dela em outro plano de previdência complementar, seja ele patrocinado por empresas, entidades associativas ou mesmo bancos. Isto é, o Participante pode, se o desejar, migrar suas reservas para outro plano sem interromper seu projeto previdenciário. Já o Benefício Proporcional Diferido permite adiar o recebimento do benefício para a data da elegibilidade ao benefício pleno daquele Participante que ainda não cumpriu as condições regulamentares para auferi-lo, na data do desligamento da Patrocinadora, sem que esse necessite continuar contribuindo. Esse Instituto é ótimo para aqueles que têm dificuldades financeiras de se manter no Plano.

A Fachesf tem se esmerado para convencer a todos de que o saque não é uma boa opção. Palestras, folders, notas explicativas e até mesmo conversas individuais com o próprio Diretor de Benefícios, Robstaine Saraiva, são meios utilizados para o desenvolvimento da consciência previdenciária, tentando reforçar a importância do bom uso das reservas na conversão de uma renda mensal vitalícia. Geralmente o Participante acredita que pode usar o montante dos recursos bem melhor do que a Fundação. Mesmo que isso seja verdade – e já temos realmente exemplos de bom aproveitamento –, duas coisas, no entanto, servem de advertência: a preocupação quanto ao negócio escolhido para aplicação do dinheiro e o fato de que a nova ocupação praticamente obriga o empregado a trabalhar para o resto de sua vida, não tendo a oportunidade do merecido descanso após a aposentadoria. Cabe ainda esclarecermos que ao longo dessa discussão foi criado o mito de que a Fachesf lucra com a permanência da Reserva, sendo essa a principal razão para que a entidade realize um rigoroso processo de convencimento ao Participante para que ele desista do resgate. Não é verdade. Primeiro porque a Fundação não tem um patrimônio próprio, apenas administra os Planos dos seus associados; e segundo, porque, para a Fachesf, o saque seria vantajoso, uma vez que os Regulamentos limitam o valor da Reserva de Poupança que pode ser resgatado, deixando no Plano a quantia não sacada. Assim, a Fachesf vai ao encontro da sua Missão no momento em que contribui para a qualidade de vida dos Participantes e Beneficiários, administrando e assegurando planos previdenciários e serviços à saúde de forma sólida e transparente.

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Descarte um hábito que pesa no bolso

e no meio ambiente Apenas nos primeiros quatro meses de 2009, as vendas varejistas de equipamentos de informática acumularam um aumento de 18,1%, resultado bem acima do comércio em geral (4,5%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Quando considerados os últimos cinco anos, entre 2004 e 2008, o mesmo segmento alcançou um crescimento médio de 280%. A expansão também pode ser verificada no comércio de telefones celulares: de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil fechou o mês de março com 153,6 milhões de aparelhos registrados, ultrapassando pela primeira vez a marca de oito celulares para cada grupo de dez brasileiros e atingindo quase o número de habitantes do País, hoje formado por 191 milhões de pessoas (IBGE). O ótimo desempenho das vendas de equipamentos de informática e aparelhos celulares pode ser creditado aos constantes avanços tecnológicos, que permitem tanto a introdução de novos produtos como o barateamento dos mesmos, e às facilidades de pagamento. Atualmente, duas das principais instituições bancárias do país financiam a compra de computadores populares de até R$ 1,2 mil, num prazo de 24 meses, com juros de 2% ao mês. Com tantas oportunidades a perder de vista, quem nunca se viu tentado a comprar um celular de última linha só por causa de um novo recurso e crédito fácil? Porém, antes que essa atitude vire um hábito, é preciso estar atento a alguns fatores.


um. Outros dez anos mais, e o aparelho agora é oferecido muitas vezes de graça pelas operadoras. O mesmo se aplica a diversos outros produtos tecnológicos, como computadores, TV’s e players de música.

De acordo com o cientista social e psicopedagogo, Evandro Prestes Guerreiro, doutor e mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o ciclo de inovação tecnológica é cada vez menor em relação à escala de preço, que, por sua vez, é inversamente proporcional ao tempo de cada tecnologia. Isso significa que a tecnologia lançada há mais tempo, mantendo as propriedades de aplicabilidade – que a maioria dos consumidores não chega a usar 10% da potencialidade – possui um preço duas vezes mais barato do que um equipamento que acaba de ser lançado no mercado. No caso brasileiro, pode-se observar esse tipo de comportamento pelos valores das televisões de LCD e HD, bem como dos notebooks, que têm caído vertiginosamente ano após ano. Para Fernando Mendonça Dias, Ph.D em economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor do Instituto Datamétrica, se, por um lado, as inovações têm um efeito positivo (o barateamento), existe também um efeito negativo (no orçamento doméstico), que é a necessidade de atualização do consumidor, ansioso para se encaixar em novos padrões. Ou seja, embora o produto fique mais barato, acaba-se tendo de comprar algo que não se compraria antes. Um exemplo disso são os serviços móveis de comunicação: há 20 anos, era preciso gastar uma fortuna em um celular via satélite, uma lajota com uma antena, mas quase ninguém usava. Dez anos depois, um aparelho celular já custava em torno de um salário mínimo e todo trabalhador passou a ser candidato a ter

Para não ceder ao impulso de adquirir um modelo mais sofisticado e acabar se endividando, o cidadão deve, portanto, questionar se a troca é baseada em um motivo válido. “Se o seu celular pesa 500 gramas e você tem de andar com um carregador enorme na bolsa porque a bateria só dura um dia, então há uma boa razão. Mas não há a necessidade, por outro lado, de comprar um aparelho de TV 60 polegadas com full HD apenas para assistir novelas, quando há um outro, em pleno funcionamento”, diferenciou Fernando Mendonça.

Mídia

Tirando a necessidade real da reposição, o indivíduo costuma atualizar seus equipamentos em resposta a impulsos de consumo ou para poder usufruir de novos serviços. Geralmente as campanhas de marketing enfatizam a importância dessas diferentes funcionalidades (que logo despertam o interesse dos consumidores), mesmo que, em sua grande maioria, sejam inúteis ou inacessíveis. De acordo com vários especialistas em informática, a vida útil de um computador de mesa (desktop), para o usuário comum, é de três anos, um a mais do que a de um notebook; antes desse período, portanto, não são necessárias atualizações, indicadas apenas para quando os equipamentos estiverem depreciados, obsoletos ou com dificuldades de armazenar dados. Assim, nada de correr o risco de ficar deslumbrado pela tecnologia e, para satisfazer algum capricho, acabar fazendo sacrifícios além das próprias posses – o que pode caracterizar uma condição de consumo tecnológico compulsivo. Tal dependência resulta no que se denomina de ciclo da neurose tecnológica, condição na qual o cidadão não consegue se libertar do estágio de deslumbre tecnológico e sedução pelo novo, uma vez que o fato de possuir um equipamento de última geração significa status e sentimento


de poder diante do outro. O jovem está mais exposto a esse tipo de fenômeno comportamental. E para livrar-se de tal estado de espírito é fundamental a ajuda de um profissional da área psicológica. Nos Estados Unidos, por exemplo, a cada ano aumentam os casos de psicólogos atendendo jovens e adolescentes com perfil de consumo tecnológico compulsivo. Muitos deles, levados pela impossibilidade financeira de possuir um aparelho celular de última geração, acabam desenvolvendo quadro de depressão e, o mais grave, recorrendo a artifícios ilícitos para possuir o que deseja compulsivamente. Quanto maior o avanço tecnológico, maior a demanda de consumo e maior a quantidade de equipamentos obsoletos, portanto, mais lixo se produz. A solução que as organizações de sustentabilidade do planeta têm sugerido é a educação para um consumo consciente, que instrua o cidadão a consumir apenas o necessário e a substituir seu equipamento quando realmente for preciso, controlando a ansiedade de consumo, a dependência tecnológica e o descarte desnecessário de materiais na natureza.

Poluição

O engenheiro civil e especialista em resíduos sólidos, Bertrand Sampaio de Alencar, sócio-fundador da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan), acredita que os resíduos eletroeletrônicos, de uma forma geral, possuem elementos químicos com grande capacidade de poluição e, o que é pior, de risco à saúde humana, animal e vegetal. Computadores, ele alega, possuem na sua composição, por exemplo, metais pesados que podem entrar na cadeia alimentar e causar problemas neurológicos ou mesmo câncer. São utilizados na sua fabricação, plásticos (cerca de 40%), metais (em torno de 37%), dispositivos eletrônicos (5%), borrachas (1%) e 17% de outros materiais. Deste total, cerca de 94% pode ser reciclado. Produtos como o plástico podem levar de 100 a 200 anos, ou até mais tempo, para se degradar. Mas o principal problema, é que as indústrias de software e hardware praticamente obrigam as pessoas a descartarem os microcomputadores com pouco mais de dois anos, quando esses po-

Antonio Jurupitan

64 Anos Aposentado | Recife

“Sempre sou muito cauteloso quando compro alguma coisa, busco pesquisar e refletir antes de decidir se adquiro ou não um bem. Os produtos sofrem um desgaste natural, mas acredito que enquanto não traz prejuízos deve ser utilizado, considero importante investir nos bens necessários, como alimentação e saúde, sem priorizar bens materiais. Na verdade, a durabilidade do que compramos depende de como você utiliza, com cuidado e manutenção, dependendo do que seja, pode até ultrapassar o tempo normal de uso. Os equipamentos que utilizo como: celular, televisão, computador, não são dos mais modernos, mas atendem as minhas necessidades perfeitamente, é isso que acho essencial. O importante é consumir pensando no futuro, não adianta você acompanhar as tendências tecnológicas e acabar se endividando, gastar mais do que pode, eu sempre economizei, e consigo assim, ter uma reserva de dinheiro para alguma urgência, essa é a minha postura com relação ao consumo.”

deriam durar a vida inteira com a simples substituição de um chip e outras pequenas peças. Segundo o ambientalista, já foram consumidos cerca de 33% de todos os recursos naturais existentes e ajudaria bastante se o Brasil tivesse uma legislação forte que restringisse a produção de descartáveis, pois o planeta tem limites. E esses não estão muito longe de serem atingidos.

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Orçamento familiar negativo: o que fazer? Maria Elizabete Silva

das dívidas. Durante o encontro, os presentes deverão ser estimulados a propor ações que colaborem para a solução do problema. Caso se constate que a situação é gravíssima, os cartões de crédito devem ser imediatamente cancelados, bem como retirado o cheque especial, evitando assim o pagamento de anuidade, encargos e juros sobre juros. Algumas instituições financeiras e administradoras de cartão não realizam tais operações quando há dívidas, porém, é possível por meio de ação judicial.

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tabilist Silva · Cceonira da Fachesf te e b za li E a ri Ma -finan onômico gerente

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Nossa conversa nesta edição seguirá considerando os resultados e situações constatados após a implantação de um instrumento de controle do orçamento doméstico. Partindo do princípio que sua família já conhece a situação financeira em que está enquadrada, vamos analisar quais as atitudes necessárias em caso de resultado orçamentário negativo, ou seja, quando a despesa é maior que os rendimentos. As famílias que se enquadram nessa condição geralmente utilizam o limite do cheque especial, pagam apenas o valor mínimo do cartão de crédito, não conseguem quitar as parcelas de financiamentos e comprometem grande parte da renda com empréstimos, muitas vezes para quitar outros. O quadro se agrava ainda mais se os recursos já não são suficientes para o pagamento das contas principais, como mensalidade de colégio, financiamento de veículo, condomínio, água, luz e telefone. Com esse perfil, os conflitos e discussões em casa são cada vez mais frequentes. A angústia passa a ter voz alta no convívio familiar, tornando o problema cada vez mais difícil de ser solucionado. Mas, com calma e serenidade é possível mobilizar todos para que os esforços sejam canalizados em ações que sanem a crise financeira doméstica. Nessa hora, é importante que a pessoa indicada para o acompanhamento do orçamento exerça sua liderança e evite que a intranquilidade ocupe o lugar da consciência. O primeiro passo a ser dado é convocar os membros da família para uma conversa e apresentar uma lista

Quando a família “perde” seus cartões, parece que tudo vai piorar e não há mais saída. Mas não se deve deixar levar por esse sentimento, pois estar sem as linhas de crédito, ou mesmo ter o nome com restrição no comércio acabam sendo fatores que contribuem para a solução do problema, uma vez que também são anuladas as possibilidade de consumo à crédito, propiciando melhores condições para uma arrumação nas finanças. Considerando que a família está quitando apenas suas contas básicas, é possível que haja sobra de recursos. Esses deverão ser somados para servir de parâmetro às negociações que se iniciarão com os credores. Nessa etapa, é importante não se precipitar, pois se foram vários meses ou até anos para se chegar à crise financeira, não será do dia para a noite que todas serão quitadas. Deve-se, portanto, voltar aos credores quantas vezes for preciso até que se consiga um justo desconto ou um parcelamento que se encaixe no orçamento. Caso a família receba algum recurso além do rendimento mensal, deve utilizá-lo completamente na quitação das dívidas, sem esquecer, entretanto, do processo de negociação. Durante essa fase, a família estará vivendo um momento delicado, devido à redução substancial de compras e contratações. Trata-se, porém, de uma etapa muito valiosa para experiência de todos e que deve ser aproveitada para mudanças nos hábitos de vida e consumo dos membros da casa. Adotar novas atitudes é fundamental para que, após a quitação de todos os débitos, as dívidas não voltem a se acumular. Antes de assumir qualquer compromisso, deve-se consultar o orçamento, verificar a suficiência financeira para o respectivo desembolso e decidir se o momento é propício para o gasto. Acredito que acompanhando o orçamento desse modo a família sentirá de imediato um grande crescimento em sua qualidade de vida. Na próxima edição, continuaremos conversando sobre dicas para melhor gerir nossas finanças pessoais.


teste

Em casa, você pratica

sustentabilidade? Na correria do dia-a-dia, muitas pessoas se esquecem de refletir sobre os próprios hábitos que podem ter impactos danosos para o meio ambiente. Faça o teste e descubra até que ponto você contribui para a construção de um mundo melhor para todos.

1. Qual o seu conhecimento e interesse sobre o tema “sustentabilidade”? Interesso-me muito sobre esses assuntos e procuro sempre me atualizar. Conheço um pouco, mas tenho dúvidas do que seja. Já ouvi falar, mas não tenho interesse sobre o assunto. Não faço a menor ideia do que seja. 2. Analisando seus hábitos, você acredita que contribui para a preservação ambiental? Sim, pois pratico algumas ações: reutilizo papéis na impressão, evito utilizar sacolas plásticas, economizo água e energia, reciclo o lixo doméstico, etc. Apesar de ter conhecimento suficiente sobre como agir, admito que ainda faço pouco. Não me preocupo muito com causas ambientais, pois considero isso uma função dos governos ou de pessoas engajadas em ONGs. Nunca me preocupo em relacionar meus hábitos com as causas ambientais.

3. Para você, o que significa desenvolvimento sustentável? É o modelo de desenvolvimento que se baseia em três pilares: ambiente-ecologia, economia e sociedade, com ênfase na perenidade das gerações futuras. É fazer doações para quem precisa (instituições e pessoas). É apenas um termo da moda, amplamente utilizado pelos governos e áreas de marketing. Não sei responder.

4. O que você entende sobre consumo consciente? Consumir somente produtos e serviços de empresas socialmente responsáveis, na quantidade necessária e evitando o desperdício. Diminuir o consumo compulsivo e fazer pesquisa de preços. É o ato de evitar consumir produtos prejudiciais à saúde e à natureza. Não sei responder.

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teste

5. Na hora das compras, o que você mais leva em consideração: Procuro considerar preço e qualidade dos produtos ou serviços, além de escolher sempre aqueles que venham em embalagens recicláveis e respeitem critérios ambientais e sociais. Presto atenção no rótulo dos produtos, mas nem sempre escolho opções ecologicamente corretas. Presto atenção somente no preço, pois quanto mais barato, melhor. Compro tudo o que tenho vontade, sem levar muito em conta preço, a marca ou a origem dos produtos. 6. Na hora de adquirir um aparelho eletrodoméstico, você fica atento à eficiência energética do produto (identificado pelo Selo Procel de consumo de energia)? Sim, isso é determinante nas minhas escolhas. Apenas quando lembro. Não costumo levar em consideração a eficiência energética na hora da compra. Não, pois sempre compro os eletrodomésticos que estiverem mais baratos.

8. Quando está no banho, você: Fica embaixo do chuveiro apenas o tempo suficiente para fazer a higiene do corpo. Demora somente quando está muito cansado para relaxar um pouco. Às vezes perde a noção do tempo, principalmente quando está preocupado ou distraído. Adora demorar embaixo de uma ducha de água quente.

9. Na sua casa, na hora de lavar os pratos ou escovar os dentes, o que normalmente acontece: Tenho a preocupação de sempre economizar água, deixando a torneira aberta apenas o tempo necessário. Quando consigo lembrar, evito o desperdício de água, fechando as torneiras e procurando ser rápido. Geralmente deixo a torneira aberta o tempo todo, pois acredito que ajuda a terminar a tarefa mais rapidamente. Não presto atenção na quantidade de água que consumo.

10. Você separa o lixo domiciliar para reciclagem? 7. Você deixa lâmpadas, aparelhos de som, computadores ou televisão ligados quando não estão sendo utilizados? Não. Sempre desligo ou deixo em stand by. Na maioria das vezes, sim. Mas quando lembro, desligo. Sim, mas somente quando sei que vou voltar ao local em poucos minutos. Não presto atenção nesses detalhes

Sim, faço coleta seletiva e encaminho para reciclagem tudo que for possível. Não, porque não sei para onde mandar o lixo. Não, porque acho que daria muito trabalho e não tenho tempo para isso. Não, porque acho desnecessário.


se você assinalou mais vezes a letra

A

Parabéns, você pratica sustentabilidade como uma filosofia de vida. Suas atitudes no dia-a-dia demonstram uma preocupação com as pessoas e o meio ambiente, contribuindo para que as gerações futuras tenham a possibilidade de usufruir dos avanços tecnológicos sem prejudicar a natureza.

se você assinalou mais vezes a letra

B

se você assinalou mais vezes a letra

C

se você assinalou mais vezes a letra

D

Você está no caminho certo: mudou alguns hábitos e tomou decisões mais equilibradas, tentando minimizar os impactos das suas escolhas na natureza. Talvez seja hora de avançar um pouco mais e adotar diferentes práticas, como um consumo mais consciente de produtos e recursos naturais.

Vale a pena reavaliar as atitudes do seu cotidiano. Começar adotando alguns pequenos gestos pode levá-lo a um estilo de vida mais consciente, que traga menos impactos à natureza. Sempre é tempo de mudar seus hábitos. O futuro do Planeta depende do comportamento que cada um de nós temos hoje.

Pelo visto, respeitar o meio ambiente e ter uma vida mais saudável não faz parte dos seus planos. Porém, lembre-se que as nossas ações do presente têm degradado cada vez mais rápido o meio ambiente, e atitudes como as suas aceleram ainda mais esse processo, comprometendo o futuro das próximas gerações. Pense nisso.

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a ç n a l a a b n o h l De o no consultório

s o c i t é b a i d s o d a d i v a ar r o h l e m e pod o s e p o d le o r t n o c o Como


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Esta matéria foi sugerida pelo Participante Valdy Benigno Santos (Recife-PE). Mande também sua sugestão ou crítica para conexao@fachesf.com.br.

Caracterizada pelo aumento do nível de glicose no sangue, o diabetes é uma doença que afeta hoje cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com o médico Ney Cavalcanti – professor de endocrinologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE) e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes – acredita-se que o número de casos deve duplicar em cerca de 15 anos.

Inovação

Uma das novidades no tratamento da doença que vem sendo debatida em todo o mundo é a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como cirurgia de redução do estômago. Além de combater o excesso de peso, alguns estudiosos defendem que o procedimento é capaz de curar cerca de 80% dos diabéticos considerados grandes obesos, ou seja, pacientes com Índice de Massa Corporal (relação peso x altura) acima de 35 kg/m².

A razão? As pessoas estão vivendo por mais tempo e cada vez com um maior excesso de peso. E, o mais preocupante, de forma sedentária, o que gera resistência à produção de insulina – hormônio secretado pelo pâncreas que transporta a glicose do sangue até as células para produzir energia. Qualquer alteração na produção desse hormônio pode levar à hiperglicemia, causadora da doença.

Segundo o médico Ney Cavalcanti, a obesidade, que também é considerada uma doença, gera resistência à produção de insulina pelo pâncreas, o que acaba resultando no aumento do nível de glicose no sangue (hiperglicemia) e, consequentemente, levando o paciente a desenvolver a patologia. Na condição de diabético, portanto, além de o organismo ter dificuldade em metabolizar o açúcar que é consumido, o fígado, por sua vez, passa a produzir açúcar exageradamente, levando a um rápido sobrepeso.

Apenas no Brasil, o último censo de diabetes, realizado em 1990, apontou que 7,5% da população entre 30 e 60 anos da idade era portadora da doença, dos quais a metade desconhecia a própria condição. De fato, o diabetes é uma doença com poucos sintomas e com forte componente hereditário, daí a importância dos exames periódicos específicos para a detecção da patologia, cujo tratamento faz com que os níveis de glicose do diabético fiquem próximos aos dos indivíduos com taxas normais.

A cirurgia bariátrica consiste basicamente em reduzir o estômago do paciente para que ele passe a comer bem menos e, com isso, perca peso. Mas não é só isso. A segunda vantagem defendida por diversos especialistas é que o alimento deixa de passar por uma parte do intestino onde existe uma maior absorção dos açúcares, minimizando a ação do diabetes. Da mesma forma, a cirurgia alteraria ainda os hormônios gastrointestinais, acarretando numa grande diminuição do apetite e no estímulo do pâncreas para a produção de insulina.


no consultório

Cristiane Modesto “O controle da alimentação deve ser mantido de forma rigorosa, não apenas no período pós-operatório, mas por toda a vida.”

A cirurgia de redução de estômago está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2001. Para a médica Cristiane Modesto, endocrinologista e clínica geral, a cirurgia bariátrica deve ser vista com cautela. Apesar dos bons resultados obtidos com diversos pacientes, o procedimento não deve ser encarado como um mero tratamento, ou mesmo um milagre para a cura do diabetes. “É importante deixar claro que, com a perda de peso, em decorrência da operação, o paciente tem uma redução significativa de suas taxas, o que de fato é excelente para o diabético, mas o controle da alimentação deve ser mantido de forma rigorosa, não apenas no período pós-operatório, mas por toda a vida”, enfatizou. Cabe explicar também que esse tipo de intervenção ainda é alvo de muitos estudos e dúvidas, especialmente no que se refere aos seus efeitos a longo prazo. E antes de ser considerada indicada para determinado caso, o paciente deve obrigatoriamente passar por uma avaliação completa realizada por uma equipe multidisciplinar de profissionais da área médica, envolvendo endocrinologista, cardiologista, psicólogo, clínico e nutricionista, que lhe explique todos os detalhes da cirurgia e da mudança de vida que ela vem a acarretar.

Alternativas

Já o portador de diabetes do tipo 2, isto é, aquele cujo pâncreas não produz insulina suficiente e que não se enquadra na categoria de grandes obesos, as principais novidades no tratamento da doença são duas drogas recém-chegadas no mercado

que atuam no hormônio GLP1, produzido pelo intestino e responsável por estimular a secreção pancreática de insulina. Um desses tratamentos consiste na administração de uma substância similar ao GLP1, com o intuito de estimular a secreção de insulina. O outro remédio faz a ação do mesmo hormônio ficar mais forte e duradoura. Segundo o médico Ney Cavalcanti, esses remédios não são mais potentes do que as antigas drogas para o controle do diabetes; seu diferencial é que há uma esperança de que eles possam restaurar as células betas pancreáticas, produtoras de insulina. “Isso já ficou demonstrado em animais, mas, como estão sendo ministrados em seres humanos há apenas três anos, pouco se sabe sobre a sua real eficácia”, advertiu. Os novos medicamentos, no entanto, ainda não estão disponíveis no SUS, devido ao seu alto custo (cerca de R$ 300 mensais).

Ney Cavalcanti “Os novos remédios não são mais potentes do que as antigas drogas para o controle de diabetes; seu diferencial é que há uma esperança que eles possam restaurar as células beta pancreáticas.”


Qualidade de vida começa com prevenção Há três anos, a constatação de um alto índice de diabéticos entre os beneficiários do Fachesf-Saúde também despertou a Fundação para o problema. A doença – que além de comprometer a qualidade de vida dos pacientes, gerava altos custos para o Plano – precisava receber uma atenção especial. A solução logo ganhou nome: De Bem com a Vida, um programa de prevenção, com o objetivo principal de monitorar os pacientes diabéticos e oferecer-lhes todo o suporte necessário na convivência com a doença de forma equilibrada e saudável.

Paulo Afonso (BA), com uma média de idade em torno de 60 anos, sendo a maioria constituída por aposentados. E esse número deve aumentar. De acordo com a enfermeira e coordenadora do Programa, Adriana Gabriel de Oliveira, a meta é chegar ao final de 2009 com 150 Participantes Assistidos pelo programa. Nesse mesmo prazo, a perspectiva é a inserção do De Bem com a Vida também no Ambulatório de Boa Esperança (PI).

Requisitos

Coordenado pela Superintendência de Saúde (PSS), o De Bem com a Vida realiza um trabalho essencialmente preventivo, no sentido de buscar evitar complicações futuras para os portadores da doença, como derrame (Acidente Vascular Cerebral), infarto, mutilações e insuficiência renal, dentre outros agravamentos.

Para participar do Programa é imprescindível ser beneficiário do Fachesf-Saúde ou empregado Chesf e ter um quadro associativo de diabetes e hipertensão, duas patologias com estreita relação entre si. “Essas doenças são as que mais levam o paciente a óbito e também as que mais dão prejuízo aos planos de saúde”, explicou Lúcia Vasconcelos, assessora técnica da PSS.

Desde que foi implantado, em 2006, até hoje, a iniciativa conta com cerca de 110 beneficiários do Fachesf-Saúde residentes no Recife (PE) e em

Para reverter essa situação, portanto, a equipe do De Bem com a Vida trabalha com foco na estabilização da pressão arterial e no controle glicêmico

Ginásio Geraldão: manhã de atividades físicas e interação

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no consultório

São João De Bem com a Vida 2009

do paciente, de modo a evitar a necessidade de internações de emergência ou mesmo atendimentos de urgência, que implicam em altos custos para o Fachesf-Saúde. No Recife, o acompanhamento dos Participantes é feito por uma equipe multidisciplinar do Ambulatório Paissandu, composta por três médicos (um cardiologista e dois endocrinologistas), uma enfermeira, uma nutricionista, uma psicóloga e dois técnicos de enfermagem. O trabalho começa por meio de consulta com a equipe de enfermagem que avalia se o beneficiário atende aos requisitos necessários para ingressar no Programa. Em seguida, através de uma entrevista individual, é levantado todo o histórico das duas patologias (diabetes e hipertensão) do paciente e são requisitados exames de rotina, como glicose, hemograma, sumário de urina e colesterol, todos pagos pelo Programa. Ao ser aceito, o beneficiário recebe acompanhamento de saúde periódico, assiste mensalmente a palestras educativas e

participa de atividades físicas e festas comemorativas, como o São João de Bem com a Vida. O Programa também distribui gratuitamente medicamentos padronizados para hipertensão e diabetes receitados. Destacando que o foco do De Bem com a Vida não é curativo e sim voltado para promoção e prevenção da saúde, Adriana Gabriel revelou que pesquisas anuais de opinião feitas com os beneficiários apontam para uma melhoria nos seus hábitos de vida: “Muitos pacientes relatam que aprenderam a aceitar a própria doença e suas limitações, além de se sentirem mais motivados. A maioria está com a pressão e o nível de açúcar controlados, em virtude da ingestão regular dos medicamentos e da realização de atividades físicas”. Numa perfeita sintonia com as exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS), o Programa completa seu trabalho orientando os familiares dos pacientes acerca das particularidades de cada patologia e mostrando que qualidade de vida também é uma questão de decisão.


Histórias de quem está de bem com a vida Ivalda Barroso Soares

61 Anos Pensionista | Recife

“Estou há um ano e meio no De Bem com a Vida. Antes de participar do Programa, eu sabia que tinha problemas de saúde, mas não recebia um acompanhamento médico adequado. Quando ingressei no grupo, estava muito debilitada por causa do diabetes e pesava somente 57kg. Com a orientação e a paciência dos profissionais do Programa, enfrentei esse problema e consegui estabilizar minhas taxas. Aprendi a esquecer alguns outros problemas e pensar um pouco mais em mim. Hoje participo de todas as atividades do De Bem com a Vida e me sinto mais disposta e feliz. Descobri o quanto é bom cuidar da minha saúde.”

Jorge Galdêncio da Paz

61 Anos Aposentado | Recife

“Descobri o diabetes há mais ou menos um ano, quando estava fazendo curativos no ambulatório da Fachesf. Como o ferimento estava demorando muito a cicatrizar, tive que fazer o teste e descobri que minha glicose estava alterada. A partir de então, fiz outros exames e fui encaminhado para o De Bem com a Vida. Eu, que sempre gostei de beber e fumar, a partir do momento em que comecei a participar do Programa, aprendi a controlar minhas taxas e percebi que tinha chegado o momento de mu-

dar meu estilo de vida. No início, tive um pouco de dificuldades para me adaptar, mas graças a Deus e aos profissionais da Fundação, abandonei o cigarro e a bebida. Agora mantenho hábitos mais saudáveis, faço atividades físicas e cuido da minha saúde. Meus familiares e amigos já notam a minha mudança e afirmam que, de fato, hoje estou infinitamente melhor.”

Rita Helena Rios de Albuquerque 68 Anos Pensionista | Recife

“Antes de fazer parte do De Bem com a Vida, eu já frequentava um outro grupo para acompanhamento de diabéticos, mas não tinha disciplina, faltava as atividades e não cumpria as orientações médicas. Apesar de saber que precisava me cuidar, não levava a sério. Foi somente quando entrei no Programa da Fachesf que passei a me interessar de verdade sobre minha doença. Lá me senti mais acolhida e hoje faço questão de participar das palestras, das terapias com a psicóloga, das consultas médicas e demais atividades. Aprendi muito com o grupo e posso dizer que sei me cuidar. Apesar de já frequentar turmas de hidroginástica há seis anos, eu não entendia o quanto a prática contribuía para a melhoria da minha qualidade de vida. Através do Programa, entendi que me exercitar é fundamental e hoje só perco as aulas quando tenho alguma atividade física agendada com a Fachesf. Atualmente minhas taxas estão controladas e tenho uma alimentação saudável. Estou realmente de bem com vida e assim pretendo permanecer, pois adquiri bem estar e uma disposição que há tempos não sentia.”

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pergunte ao doutor

Falando sobre a gripe Diante dos inúmeros casos da chamada gripe A (H1N1) em todo o mundo, muitas pessoas passaram a questionar a respeito da doença. Afinal, quais os sintomas? Como as pessoas são afetadas? Para esclarecer essas e outras questões, a Conexão Fachesf ouviu a médica infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen. 1. Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)? Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina,tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas, procurar um serviço de saúde. É importante estar atento que, na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e que em quase 100% há uma evolução benigna e com cura. O que também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que evoluem para o óbito após contraírem o vírus em todo o mundo é muito pequeno. 2. O que fazer em caso de surgimento de sintomas da gripe Influenza A (H1N1)? Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar um serviço de saúde, para uma avaliação diagnóstica e terapêutica. Nos casos quando houver um agravamento dos sintomas ou quando houver condições de riscos, os pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência. Os fatores de riscos para o agravamento da gripe A (H1N1) são: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer e em tratamento para AIDS), assim como também pessoas com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme. 3. Uma gripe pode ser agravada devido a outros problemas de saúde preexistentes? Quando atinge pessoas imunodeprimidas (de baixa imunidade), por exemplo, pode resultar em infecções respiratórias, pneumonia e, inclusive, morte. Porém, é possível que a gripe seja evitada através de uma alimentação saudável, ingestão de bastante líquidos e

economia de energia, respeitando o tempo de sono. Também é importante lavar as mãos com frequência e evitar seu contato com os olhos, nariz e boca, além de manter o ar ambiente sempre em circulação. 4. Quais os perigos da automedicação em casos de gripe? O perigo é o mesmo para qualquer situação de doença: mascarar e adiar um diagnóstico correto, induzindo o surgimento de reações adversas e interações medicamentosas. Se houver associação de medicamentos, além de alergias, pode levar à morte. E no caso atual do H1N1, o uso de medicamentos antivirais também pode levar a resistência do vírus, tornando-o inativo, o que seria péssimo, por ser, atualmente, a única alternativa disponível no tratamento desse tipo de gripe. 5. Quais os critérios de utilização para o Tamiflu® (Oseltamivir) no tratamento da gripe Influenza A (H1N1)? Esse medicamento é utilizado apenas em pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, e nas pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave. Os demais pacientes, serão tratados de acordo com indicação médica. É importante lembrar, também, que todas as pessoas com riscos para agravamento requerem avaliação médica e monitoramento clínico constante. 6. Como eu posso me prevenir da doença? Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão; evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

Sylvia Lemos Sylvia Lemos Hinrichsen é médica infectologista, professora da Universidade de Pernambuco (UPE) e Coordenadora do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência em Infectologia do Hospital das Clínicas/UFPE.


foco no participante

A saga de Euclides Ribeiro

Lutas, dificuldades e glória A vida de Euclides Ribeiro, cheia de causos e reviravoltas, é uma dessas histórias que logo imaginamos que daria um belo livro. E foi exatamente o que aconteceu. Aos 89 anos, o paraibano radicado em Paulo Afonso reuniu suas lembranças e escreveu Euclides Ribeiro – Histórias de uma vida de lutas, dificuldades e glória. A Conexão Fachesf ouviu o depoimento do Participante, aposentado pela Chesf desde 1991, e divide com seus leitores as memórias de um homem que aprendeu o ABC catando algodão na roça e construiu um patrimônio de grandes emoções.

“Nasci no dia 24 de abril de 1920, na cidade de São José de Piranhas, Estado da Paraíba. Sou filho de José Ribeiro Campo e Ana Tavares Ribeiro, sertanejos de origem humilde e analfabeta, que muito me orgulham por seu passado brilhante e honrado. Tive uma infância difícil. Devido às condições precárias de nossa família, não pude frequentar um colégio. Enfrentei trabalhos pesados demais para a minha pouca idade, mas com força de vontade e empenho, consegui um emprego numa loja de tecidos e, aos 21 anos, já havia conquistado um lugar de respeito na elite da minha cidade. Até que o inesperado aconteceu. Um ato precipitado, que até hoje procuro não recordar, desfez tudo o que eu tinha construído e me deixou como única opção fugir de São José de Piranhas, com a ajuda de alguns familiares, meu primo Aurélio Cavalcante e meu padrinho Capitão Manoel Arruda. Foi assim que cheguei ao município de Areias (PB), em 1942, para trabalhar na Usina Santa Maria, em um depósito de combustível e pesagem de cana. Era uma jornada árdua e de muitas res-

ponsabilidades, que eu aguentava com muito sacrifício e trabalho duro. Seis anos depois de minha chegada, quando faturei e entreguei o último saco de açúcar, senti que tinha chegado ao meu limite. Esgotado pelo excesso de tanto esforço, fiz uma correspondência comunicando meu aviso prévio. Após 29 dias, Seu Nabuco, o gerente da Usina, mandou me chamar para negociar a minha permanência. Aceitei o acordo e continuei na Santa Maria, agora com permissão para plantar cana e recebendo gratificação na venda de aguardente e álcool. Foi uma grande fase de minha vida! Só no primeiro ano, o dinheiro que juntei dava para comprar cinco caminhões 0km. Mas, como alegria de pobre dura pouco, uma briga entre os donos da propriedade tirou Seu Nabuco da gerência. E a confusão não tardou a me atingir também. Mais uma vez, amarguei o prejuízo e fui obrigado a largar tudo o que havia conquistado, indo embora da cidade. Depois de algumas rápidas passagens por Limoeiro (PE), João Pessoa (PB) e Penedo (AL), subi o Rio São Francisco e cheguei em Piranhas (AL). E foi lá que, ainda sem saber,

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foco no participante

meu destino mudaria para sempre. Tive a sorte de encontrar o engenheiro Ênio, que estava fazendo um estudo do rio São Francisco para a Chesf. Pedi uma carona a ele e cheguei no povoado de Barra (BA).

Desafio

A chegada à Bahia me botou na cama. Passei oito dias doente e muito abatido. Tentei uma colocação na Chesf — então em plena atividade naquela região — mas fui secamente recebido pelo engenheiro responsável pelas contratações. Acabei indo trabalhar como um “guarda da malária”, onde fazia dedetizações com bomba nas costas no acampamento da Companhia. Já trabalhando há quatro meses na Malária, num dia como outro qualquer, um soldado de polícia me chama e diz: “O senhor, um homem competente trabalhando na Malária?! A Chesf está precisando de almoxarife, o salário é de dois contos de réis. Vá fazer uma tentativa, homem!”. Apesar de frustrado com a investida anterior, resolvi seguir o conselho e procurei o Sr. Moacir, chefe do almoxarifado daquela época, a quem contei minhas

experiências com o comércio. Ele gostou da minha espontaneidade e fez a seguinte proposta: o cargo de auxiliar de conferente de almoxarifado, pelo salário de 800 mil réis. Ficar naquele emprego significava um prejuízo de 200 mil réis na minha renda mensal, pois a Malária pagava um conto de réis. Eu não podia aceitar. Até que ele, muito francamente, falou: “Quem resolve é você. Mas aqui quem faz o salário é o servidor”. A afirmação me deixou confiante e eu entrei para a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. Era 4 de fevereiro de 1949. Daquele dia em diante, graças ao meu Deus, o grande arquiteto do universo, trilhei uma longa e ascendente trajetória na Chesf, durante exatos 43 anos, dois meses e 29 dias. De auxiliar de conferente, passei a conferente, almoxarife, oficial administrativo e técnico de contabilidade. Tive ainda a honra de exercer cargos comissionados na Seção de Recebimento, Almoxarifado e Serviço de Material de Paulo Afonso, cidade onde resido até hoje. Nunca faltei um dia de expediente ou solicitei aumento de salário. Era sempre o primeiro a chegar ao serviço e o último a sair.


Guardo comigo lembranças gratificantes do que vivi na Chesf. Lá, assisti o início de todas as obras e estava presente quando o Velho Chico foi dominado pela primeira vez; vi o enchimento da barragem de Paulo Afonso I e participei de perto do recebimento dos equipamentos das usinas e linhas de transmissão. Tenho um grande débito com essa grandiosa Companhia, onde me tornei o que hoje sou.

grau, foi a realização de um antigo sonho de infância, acalentado entre tantas lágrimas e suor. Hoje, com quase 90 anos, sinto-me um homem inteiramente realizado. Tenho um grande débito com a honrosa Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, o qual jamais terei condições de resgatar. Também sou sócio-fundador da Fachesf e, desde 1992, tornei-me suplementado da Fundação, que tanto respeito e acredito, pelo cumprimento fiel de seus compromissos.

“Guardo comigo lembranças gratificantes do que vivi na Chesf. Lá assisti o início de todas as obras e estava presente quando o Velho Chico foi dominado pela primeira vez”

Na Chesf, eu me casei e constituí uma família maravilhosa. Tenho quatro filhos formados, que muito me orgulham: uma psicóloga, uma médica e dois engenheiros eletricistas. Também foi lá que, aos 50 anos de idade, consegui um título universitário de Administrador de Empresas, reconhecido pelo Ministério do Trabalho e pelo Conselho Federal de Técnicos de Administração. Para mim, que cheguei à Companhia tendo apenas o primeiro

Sei que estou perto de partir, por isso resolvi deixar registrada a minha história. E finalizo aqui lembrando algo que aprendi há muito tempo, através da sabedoria de Sabino Nogueira, meu professor primário, que me ajudou a chegar onde cheguei: nunca pronunciar as frases “não sei”, “não posso” e “não tenho tempo”. Essa é a lição que levarei por toda a vida.

Com emoção e alegria, Euclides revive a sua história.

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especial

Eficiência sem preconceito

Em um mundo onde 10% da população total possui algum tipo de deficiência (segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde), a sociedade ainda tem muito a evoluir para proporcionar a todos condições iguais, inclusive no que diz respeito ao mercado de trabalho. membro do Comitê de Responsabilidade Social da Chesf, que ficará responsável pelo apoio nas avaliações das propostas da Integrarte e acompanhamento dos trabalhos a serem contratados pela Fundação.

Viviane, Manoel e Amanda (Integrarte): esforço conjunto

penas no Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas apresentam deficiência – seja física, auditiva, visual, intelectual ou múltipla –, das quais somente 2%, o equivalente a 320 mil cidadãos, está empregado com carteira assinada. A grande maioria, um universo de 9,6 milhões de trabalhadores, ainda se encontra a espera de uma oportunidade. Nos últimos anos, no entanto, diversos segmentos sociais e governamentais têm trabalhado para modificar essa realidade nacional. A Fachesf também começa a fazer parte desse grande movimento de inclusão, através do Programa de Valorização à Diversidade Humana, implantado recentemente por sua Assessoria de Recursos Humanos (ARH). O projeto tem a parceria da ONG Integrarte Centro Pró-Integração, Cidadania e Arte, e conta com a assessoria técnica de Manuel Aguiar,

A implantação do Programa foi uma recomendação do Conselho Deliberativo da Fachesf, no sentido de atualizar o processo de recrutamento e seleção de profissionais e estagiários com deficiência, no cumprimento legal das normas do País. “Mas, além de procurar se adequar à legislação, a Fachesf está dando um grande passo na defesa dos direitos humanos, da cidadania e da diversidade”, afirmou Manuel Aguiar. Segundo Viviane Duque, assessora de Recursos Humanos da Fundação, a equipe de consultores está mapeando as funções constantes no Plano de Cargos e Salários para verificar a conformidade entre as especificidades de deficiência existentes em relação aos perfis dos cargos. Todas as plantas físicas do prédio-sede também já foram entregues aos consultores para que seja realizado um levantamento da acessibilidade física e ambiental do edifício. “Essa análise é essencial, pois o Programa não prevê a admissão de profissionais com deficiência sem que existam as condições mínimas de acessibilidade aos postos de trabalho que poderão ser ocupados”, explicou Viviane. Finalizado esse diagnóstico – previsto para o fim de setembro – o próximo passo será a abertura de um processo seletivo para o preenchimento das vagas identificadas e a contratação das empresas que ficarão encarregadas pelas adaptações na estrutura física da Fundação.


Preconceito

O desconhecimento sobre importantes questões relativas às pessoas com deficiência ainda é uma das principais causas do preconceito e da discriminação. A informação é fundamental para que sejam vencidas essas barreiras e ajudem a mudar tal visão. Sob esses aspectos, a Fachesf está desenvolvendo uma série de atividades voltadas à sensibilização dos seus empregados, estagiários e prestadores de serviço, de modo a possibilitar uma natural recepção e convivência com os futuros colegas de trabalho. Para Manuel Aguiar, o maior obstáculo em relação às pessoas com deficiência são as próprias atitudes do homem, e iniciativas dessa natureza são essenciais, pois ensinam a enxergar as diferenças como algo natural da condição de todos os seres humanos, deixando de lado a visão meramente assistencialista e preconceituosa. O Programa já foi apresentado a todos os funcionários da Fachesf e em breve serão iniciadas as oficinas de sensibilização para discutir todos os aspectos conceituais e legais relativos à questão. Em seguida, a ARH promoverá diversos encontros, nos quais serão realizadas dinâmicas e simulações de futuras situações do dia-a-dia. A expectativa da Diretoria Executiva é a de que, até o final deste ano, os novos colegas de trabalho já estejam completamente integrados à rotina da Fundação, exercendo suas atividades com autonomia, eficiência e igualdade de oportunidades.

“Devemos respeitar as pessoas exatamente como elas são. A construção de uma sociedade inclusiva passa necessariamente pelo respeito, reconhecimento e valorização à diversidade humana”. Durante muito tempo se convencionou chamar esse grupo de pessoas de excepcionais. O termo, no entanto, não é mais utilizado, uma vez que transmite uma visão negativa e denota incapacidade ou inadequação à sociedade. A pessoa não é deficiente; ela tem uma deficiência. Movimentos mundiais, incluindo os do Brasil, resolveram tal questão, mudando formalmente o termo para pessoas com deficiência. A expressão faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembléia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil, em julho de 2008, quando ganhou força de lei e passou a fazer parte da Constituição. Fonte: Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida do Município de São Paulo.

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Pessoa com Deficiência

Vale destacar, entretanto, que a acessibilidade não se limitará às instalações da sede da Fachesf e prevê ainda inovações no site, nas mídias impressas e na tecnologia de informática (software e hardware), dentre outras. Também será disponibilizada a tecnologia assistiva, ou seja, todos os outros recursos necessários para o desempenho das atividades dos profissionais com deficiência. Afora isso, objetivando a melhoria constante dos padrões de atendimento aos Participantes e públicos diversos, serão consideradas condições de acessibilidade também para gestantes, idosos e demais usuários com dificuldade de locomoção.


fachesf-saúde

a c i d é M a i r o t i ud custos é essencial Acontrolar


A Fachesf, através da sua Superintendência de Saúde (PSS), tem investido intensivamente em processos estruturados de auditoria, principalmente depois da implantação do Núcleo de Regulação e ampliação das coberturas contratuais do Fachesf-Saúde. O trabalho tem como objetivo central promover a utilização racional do Plano, de acordo com contratos e normas determinados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Seu foco principal tem sido evitar desperdícios financeiros e fiscalizar os atendimentos realizados por toda a rede credenciada, sem, no entanto, comprometer a qualidade dos serviços de saúde. Segundo o gerente de regulação da Fachesf (SGR), o médico Reginaldo Goiana Novaes, a auditoria em um plano de saúde consiste na análise crítica e sistemática da qualidade da assistência médica prestada aos beneficiários, através de perícias, exame de contas de serviços ou procedimentos realizados pela rede credenciada. Porém, ao contrário da visão policialesca que muitos ainda associam à auditoria, a atividade pode trazer mais vantagens do que se imagina: a demonstração da lisura e eficiência dos processos de atendimento e sua respectiva cobrança. “Um dado que atesta a importância desse tipo de revisão nas cobranças hospitalares, é o fato de termos conseguido, no ano de 2008, uma redução de 11% nos valores cobrados por hospitais de grande porte do Recife”, destacou Reginaldo Novaes.

Etapas

O trabalho de auditoria que é feito pelo Núcleo de Regulação existente na Central de Relacionamento, tem início na pré-autorização do procedimento que foi solicitado pelo médico. O obje-

tivo é confirmar a elegibilidade do beneficiário, bem como o conteúdo de todo o procedimento, de acordo com as Resoluções da Agência Reguladora de Saúde – ANS. O Núcleo de Regulação mantém médicos auditores para esclarecer as dúvidas técnicas, quando do teleatendimento. Além disso, quando necessário entra em contato com os beneficiários e credenciados. A autorização do procedimento é feita através de uma senha, ficando tudo registrado para análise no momento do recebimento da fatura dos serviços. Em casos como cirurgias plásticas, é necessário que o beneficiário compareça a Central de Relacionamento, onde é realizada uma perícia para identificar se a intervenção será corretiva ou estética. Em se tratando de operações de alto custo, para as quais é imprescindível o uso de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), cabe à auditoria examinar a quantidade solicitada pelo hospital, o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a compatibilidade do preço cobrado com o praticado no mercado. A auditoria in loco também é outra atividade de regulação de um plano de saúde. O trabalho consiste em visitas aos hospitais para acompanhamento dos casos de prorrogação da internação e de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), situações que exigem análise do prontuário e da previsão de alta, além de contato com o médico assistente. Cada etapa de uma auditoria tem suas especificidades, todas voltadas a um único propósito: evitar desperdícios por meio de cobranças abusivas que prejudicariam a saúde financeira do Plano. Desse modo, após a liberação do paciente, as cobranças hospitalares são auditadas, no sentido de verificar se os preços cobrados estão compatíveis com as tabelas praticadas nacionalmente pelo mercado ou com as negociadas pelas prestadoras.

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fachesf-saúde

Autogestão

em

saúde

Criado em 1991 e formado atualmente por um universo médio de 31 mil usuários, o FachesfSaúde é um plano de autogestão, sem fins lucrativos, destinado aos Participantes da Fachesf e seus dependentes. Segundo definição da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), a autogestão é o modelo pelo qual a própria empresa patrocina parte da despesa e administra o programa de assistência à saúde dos seus beneficiários, reduzindo os gastos decorrentes com a intermediação das operadoras de planos de saúde do mercado. Levantamento do Gremes*, realizado no ano de 2007, aponta que a autogestão é a modalidade que oferece maior qualidade, maior abrangência e menores custos, uma vez que as mensalidades são todas revertidas para pagar as despesas do plano, sem haver qualquer preocupação com o lucro ou com investimentos em publicidade e propaganda. No Brasil, cerca de 300 organizações adotam o modelo de autogestão em saúde, beneficiando, aproximadamente, 9,7 milhões de pessoas, o equivalente a 24,25% do setor de saúde suplementar. (*) O Gremes - Grupo de Empresas de Autogestão em Saúde - é uma entidade filiada a Unidas, que congrega 23 operadoras de planos de autogestão no Estado de Pernambuco, presidida atualmente pelo médico Reginaldo Novaes, também gerente de regulação da Fachesf.


artigo

A importância do auditor médico para o Fachesf-Saúde Geraldo von Sohsten

Temos ouvido reclamações de pacientes alegando que entram nos hospitais e não veem o auditor. Informamos que esse fato é previsto em várias situações, principalmente quando se trata de procedimentos médicos que estão numa faixa de custo previamente esperado, não havendo, portanto, risco de superfaturamento, pois os mesmos limitam-se ao que foi autorizado.

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Em reuniões realizadas recentemente com os beneficiários do Fachesf-Saúde verificamos, entre outros assuntos, alguns questionamentos sobre a atuação da nossa Auditoria Médica. Muitos beneficiários apontam que é necessária uma mudança urgente nos processos, de modo a melhorar o desempenho do Plano. O que poucos sabem, entretanto, é que a auditoria realizada permanentemente pela Fundação tem alcançado resultados positivos expressivos. Somente no ano de 2008, por exemplo, conseguimos reduzir em 32% os custos das próteses, órteses e materiais especiais utilizados no Fachesf-Saúde, trazendo uma economia de R$ 2,3 milhões para o Plano. Já com a auditoria relativa aos processos administrativos, conseguimos uma redução de 3%, o equivalente a R$ 3,2 milhões. Durante os internamentos realizados através do Fachesf-Saúde, mantemos auditores médicos na maioria dos hospitais de grande movimento e com incidência de internamentos de altos custos, onde existe necessidade de maior atenção quanto ao uso da tecnologia médica que poderá ser disponibilizada aos pacientes.

A atuação dos auditores “in loco” torna-se necessária levando-se em consideração algumas premissas, como a complexidade da doença, a tecnologia disponível no hospital e a demanda de utilização. Por esses motivos, concentra-se, no Recife, uma Auditoria Hospitalar mais presente, reforçada pelo fato de a região corresponder a 70% do total das despesas do Fachesf-Saúde. Ainda assim, mantemos também auditorias hospitalares em Salvador, Teresina e Fortaleza. Para o fechamento do ciclo de acompanhamento, realizamos auditorias pós-eventos que se caracterizam pela entrada da conta e respectiva fatura dos prestadores; ou seja, comparamos tudo o que foi realizado com aquilo que de fato autorizamos. Para se ter uma ideia, nesse processo são examinados cerca de 45 mil guias por mês, provenientes de todas as regionais. Finalizando, esclarecemos que a atuação do auditor médico é regida nos conceitos éticos, não podendo o mesmo modificar qualquer orientação do médico assistente e sim, juntamente com o mesmo, discutir sobre qual a melhor condição a ser disponibilizada para o paciente, evitando-se condutas inadequadas. Diante de tudo isso, podemos dizer que a participação do auditor é de suma importância porque atua como moderador e fiscalizador dos resultados, auxiliando a Fundação a operar sempre com custos justos e adequados para cada tipo de atendimento.

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Recadastramento

Proteção ao patrimônio do Participante

Assim como acontece com a Previdência Oficial, a Fachesf deu início, em janeiro deste ano, ao recadastramento de todos os seus Aposentados e Pensionistas. A medida, que acontecerá anualmente, é uma estratégia voltada ao aprimoramento da qualidade das informações registradas e faz parte dos processos de melhoria da gestão da Fundação. O Recadastramento, além de cumprir a uma recomendação da Secretaria de Previdência

Complementar – SPC, possibilita um gerenciamento mais eficaz do pagamento das suplementações evitando casos de não conformidade. Pois pode acontecer, por exemplo, de algum Assistido vir a falecer e a Fundação não ser comunicada pela família ou pessoas próximas, que continuam a receber os benefícios de forma indevida e acabam trazendo prejuízo para os planos previdenciários. “Nosso maior objetivo é preservar o patrimônio da Fachesf, que é, na verdade, de todos os seus Participantes, e projetar de forma mais precisa a saúde financeira dos nossos Planos”, explicou Sebastião Gomes, gerente de Manutenção de Benefícios (BGM).

O aposentado João Joaquim fazendo seu recadastramento


Procedimento

Todos os Aposentados e Pensionistas passaram a receber, cerca de um mês antes de seus aniversários, uma correspondência convocando para o Recadastramento. No período indicado no documento, o Participante deverá se dirigir à Central de Relacionamento, na sede da Fundação, ou a uma das Agências, e apresentar os documentos necessários (veja quadro abaixo). Na ocasião, será recolhida sua impressão digital e uma foto atual, além de atualizados dados como endereço, telefone e e-mail, que facilitarão a comunicação com a Fachesf, sempre que necessário. “O Recadastramento é rápido e simples. Achei muito válida essa preocupação da Fundação em manter nossas informações sempre corretas”, aprovou o Aposentado João Joaquim da Silva (Recife-PE). Já o Participante Francisco de Brito Soares, residente em Paulo Afonso (BA), considerou a iniciativa muito importante. “Todos os aposentados devem fazer a sua parte, comparecendo na data marcada”. Ressaltou o Sr. Francisco. É importante destacar ainda que o Assistido que não realizar o recadastramento poderá ter seu benefício suspenso, até que a convocação seja atendida. Antes de adotar tal medida, no entanto, a Fachesf esgotará todas as formas de contato com o Participante, até ter total certeza de que esse foi devidamente informado do processo. Caso o pagamento seja de fato interrompido, a liberação ocorrerá imediatamente após a atualização dos dados.

RECADASTRAMENTO documentos necessários

Francisco de Brito

Aposentado | Paulo Afonso

“Todos os aposentados devem fazer a sua parte, comparecendo na data marcada” O Aposentado ou Pensionista que, por motivo de saúde, não tiver condições de se dirigir à sede da Fundação ou a uma das Agências deve entrar em contato com a Central de Relacionamento e agendar a visita de uma equipe da Fachesf, que irá até o local e realizará o procedimento. Já os Participantes que, na época da convocação, estiverem internados em sistema de Home Care (hospital residência) podem se considerar automaticamente recadastrados, uma vez que suas informações são atualizadas através da área de saúde da Fundação. Para aqueles que moram fora da região metropolitana do Recife, ou em localidade distantes de uma das Agências Fachesf, a Diretoria de Benefícios está estudando um formato mais cômodo para a realização do recadastramento, através das agências do Banco do Brasil. Tão logo se consolide essa alternativa, todos os Participantes serão devidamente informados.

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Companhia

na saúde e na doença

Quem tem bichos de estimação em casa garante: eles trazem alegria, bem-estar e são ótimas companhias. Por isso, não é raro encontrar pessoas que adotam os animais como verdadeiros membros da família.

Mas tanta afinidade está indo além do simples convívio e vem trazendo benefícios à saúde de muita gente. Estudos mostram que a relação entre homens e animais pode ajudar no tratamento de várias doenças. Os resultados de uma recente pesquisa desenvolvida pela University of New England, na Austrália, indicaram que as pessoas que convivem com animais têm menos chances de apresentar problemas psiquiátricos. Outro interessante dado do estudo, apontou que entre os hipertensos pesquisados, aqueles que criavam algum bicho de estimação tiveram uma melhoria considerável na qualidade de vida, após um período de apenas seis meses.

A terapia Assistida por Animais (TAA) – também conhecida como Pet Terapia ou Zooterapia – surgiu em 1792, na Inglaterra, e desde então vem ganhando adeptos em todo o mundo. No Brasil, a precursora do uso de animais no auxílio ao tratamento de doenças foi a psiquiatra Nise da Silveira, na década de 1950. Hoje a TAA está cada vez mais presente em clínicas e hospitais, com resultados que estão fazendo os mais céticos admitirem sua eficácia. Mas de que forma a TAA pode ser útil no combate aos males que nos afetam? Simples: o segredo está na interação do animal com o ser humano durante um tratamento de saúde. Os momentos passados ao lado do bicho fazem com que nosso organismo passe a liberar mais dopamina e serotonina, substâncias que acalmam e dão a sensação de felicidade, propiciando uma série de benefícios para o corpo e a mente. De acordo com a psicóloga Maria Padilha, presidente da Associação Amigos Defensores dos Animais e do Meio Ambiente (AADAMA), tanto o convívio momentâneo quanto o contínuo, trazem bons


Os melhores terapeutas Maria Padilha “A relação dos humanos com animais de estimação é sempre positiva, pois eles nos oferecem um amor incondicional e desinteressado.” resultados à saúde: “A relação dos humanos com animais de estimação é sempre positiva, pois eles nos oferecem um amor incondicional e desinteressado”, explicou. E não são poucos os problemas físicos e mentais que podem ser atenuados pela TAA. A redução do estresse e da ansiedade provocada pelo tratamento diminui a pressão arterial, ocasionando uma melhora nos quadros de insuficiência cardíaca. O mesmo acontece em casos de depressão em idosos, pois o contato com os animais ajuda a elevar a autoestima e a socialização do paciente. Crianças autistas ou com problemas de aprendizagem também apresentam progresso quando submetidas à terapia; são observados, por exemplo, importantes avanços na concentração, comunicação e expressão do afeto. Segundo a Terapeuta Ocupacional Andréa Souza, que desenvolve um trabalho experimental de Terapia com Animais na pediatria do Hospital Barão de Lucena, no Recife (PE), a técnica traz bons resultados ainda no desenvolvimento de algumas crianças com dificuldades nos movimentos. “Coordenação motora, força, equilíbrio e resistência podem ser trabalhados na terapia. Os animais estimulam as crianças e elas se sentem mais à vontade para fazer os exercícios”, acrescentou a terapeuta. O projeto de TAA oferecido pela instituição é pioneiro entre os hospitais da cidade. Realizada desde fevereiro deste ano, a iniciativa leva cães adestrados pelo Kennel Clube do Recife para interagir com as crianças. Os resultados têm sido animadores. Lá os animais proporcionam uma dose de prazer à rotina quase sempre dolorosa e cansativa dos pequenos pacientes. Segundo Andréa Souza, algumas crianças que já não respondiam ao tratamento tradicional apresentaram importantes avanços. “E isso é muito gratificante”, finalizou.

Animais domésticos como cães e gatos são os mais recomendados para a terapia, devido à sua adaptação ao convívio com seres humanos. No entanto, isso não restringe o uso de outros bichos na TAA. Desde que não ofereçam qualquer tipo de perigo ao paciente, podem ser envolvidos cavalos, pássaros, hamsters, peixes, coelhos, tartarugas e até golfinhos. Em caso de tratamento de depressão, no entanto, os bichos precisam estimular a comunicação e a sociabilidade do paciente. E para isso, os cães continuam assumindo o título de melhor amigo do homem. Mas como nem todas as raças têm o mesmo temperamento, a prática prioriza algumas características essenciais nos bichos: eles devem ser dóceis, disciplinados e simpáticos inclusive aos estranhos, para que não aconteçam situações inesperadas, detalhou Maria Padilha. Já a terapia com cavalos é considerada a mais completa porque estimula o movimento em todo corpo e, paralelamente, ajuda no aspecto psicológico. Também intitulada de equoterapia, a técnica tem sido bastante utilizada em vários países e é indicada para auxiliar no tratamento de doenças que afetam o desenvolvimento dos músculos e articulações, como a paralisia cerebral. O contato com o cavalo estimula a movimentação dos doentes, aumentando o tônus muscular e melhorando o equilíbrio. No entanto, é importante lembrar que para a TAA com qualquer espécie ser bem-sucedida, alguns cuidados são necessários: higiene e saúde dos bichos, vacinas em dia e acompanhamento de profissionais especializados e habilitados para coordenar o tratamento. Quem tem o seu bichinho de estimação em casa também deve ficar atento à saúde do animal e procurar um veterinário para visitas anuais, ou em qualquer suspeita de anormalidade. E tal cuidado deve existir não apenas para proteger os próprios donos, mas também para garantir uma vida saudável a quem tem tanto amor a oferecer. Sem pedir nada em troca.

Andréa Souza “Os animais estimulam as crianças e elas se sentem mais à vontade para fazer os exercícios.”

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mundo animal

Confira os benefícios comprovados do contato com animais domésticos: Visitas terapêuticas com cachorros melhoram as funções cardíaca e pulmonar, diminuindo a pressão sanguínea, impedindo a liberação de hormônios prejudiciais e atenuando a ansiedade de pacientes cardíacos internados; A terapia assistida com animais pode reduzir eficazmente a solidão de pacientes mantidos por longos períodos em aparelhos; Idosos que têm cachorros vão menos ao médico do que aqueles que não os possuem; Donos de animais de estimação têm taxas de colesterol, triglicérides e pressão arterial mais baixos; A companhia de animais de estimação (sobretudo cachorros) ajuda crianças a lidarem melhor com casos de doenças graves e morte entre seus familiares; Donos de animais de estimação têm menos medo de serem vítimas de crimes quando saem para caminhar com seus cachorros ou dividem a casa com eles; Animais de estimação ajudam a diminuir o estresse diário, a solidão e o isolamento; A autoestima das crianças aumenta quando elas possuem um animal de estimação. (Fonte: Delta Society | organização internacional sem fins lucrativos que promove a capacidade dos animais de ajudarem na recuperação de pessoas doentes).

Prática da TAA no pátio do Hospital Barão de Lucena


artigo

Respeito aos cães e gatos e menos antropormofização* Synara Rillo

que os animais não possuem – somos responsáveis por todo os nossos atos, até mesmo os atos que geram em nós o sofrimento. Em grande parte o sofrimento é auto imposto; podemos sofrer menos e amar mais. Cabe a nós, seres conscientes, fazer essa escolha de viver bem e provocar atitudes que oportunizem um bem viver ao todo, ou gerar sofrimento a nós mesmos e com isso emanar desequilíbrio ao universo e ao social do homem.

nária

ica Veteri

· Méd Synara Rillo

Nesse século em que chegamos com alto valor de desenvolvimento das potencialidades humanas precisamos colocar um olhar de respeito a todas as espécies que convivem planetariamente conosco; aquelas criaturas que fazem parte de um ecossistema em comum. Com isso, temos que ter consciência de que há um código de relacionamento mútuo entre o meio ambiente e os seres vivos que deve estar em perfeita harmonia e equilíbrio pelas vias geológicas, atmosféricas, meteorológicas e biológicas. Isso é caracterizado como biogeocenose. Hoje, mais do que nunca, devemos ter olhos atentos a esses conceitos de bem-estar dos seres sencientes como um todo. E devemos começar por nós, através do auto-respeito e da auto-estima, situações emocionais que nos darão sustentáculos para sermos indivíduos íntegros nesse ecossistema que vai exigir o equilíbrio. Nossa sociedade está acelerada demais no processo evolutivo e isso redunda em sentimentos e emoções também mais fugazes, podendo ocasionar distúrbios afetivos de várias faixas e amplitudes nos seres humanos. Hoje a doença sentimental mais abordada e discutida é a depressão - considerada como o grande mal do século XXI . O ser humano sofre por vários motivos porque é um encadeamento de vidas onde visa evoluir, crescer, para se transformar um dia num SER INTEGRAL. Com essas capacidades nos tornamos seres com senso de responsabilidade, frente ao ecossistema do qual fazemos parte. Se temos capacidade de consciência - o

Essa responsabilidade, que começa no pessoal e se alarga ao social do ser humano, deve ser estendida de forma coerente aos animais que partilham à vida e o dia a dia conosco. Animais precisam de equilíbrio emocional e isso nós podemos ofertar através de nossa compreensão de que, em primeiro lugar, são seres vivos que sentem e percebem a vida por canais de recepção (neurológico e instintivo) bem distintos dos nossos em suas ações e reações; depois desse entendimento, podemos ofertar o respeito a cada espécie conforme suas características particulares de interagirem interespécies. Já que meu trabalho se direciona mais aos cães e gatos, peço a todos que os têm como companheiros de jornada que coloquem sob eles olhos de respeito e não façam projeções sentimentais que possam descaracterizá-los em suas essências de bicho. Isso é o respeito. Isso é o amor incondicional que devemos dar a eles. Mas, não vamos exigir nada em troca, vamos vê-los e senti-los como bichos que são! Dessa forma, creio que eles viverão harmonicamente e seus donos serão mais serenos, porque a presença dos animais traz benefícios imensuráveis ao nosso bem-estar e ao nosso equilíbrio, como seres que amamos pela via sentimental, fazendo com que tenhamos empatia e compreensão aos que diferem de nós em capacidade e potenciais de vida. Empatia e respeito aos cães e gatos nos dias de hoje e menos antropormofização a eles. Respeito aos pássaros, aos cavalos, aos bois, às ovelhas, aos leões, aos tigres, às focas, aos lobos marinhos, às baleias, aos golfinhos, às formigas, às abelhas e todos os outros animais que vierem à mente de vocês que estão lendo esse artigo. Respeito à natureza mãe soberana de todos nós!

Synara Rillo é autora do livro Cães, donos e dores humanas, participa do programa de rádio O outro lado dos animais (radioras.com.br) e mantém um site (www.synararillo.com.br), destinado ao debate sobre animais de companhia.

(*) Antropormofização = atribuição de características humanas a outros seres e coisas.

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cultura e lazer

Parque Belvedere

Antônio Galdino*

Onde mora o coração da Chesf Pessoas

No miolo da terra, um verdadeiro formigueiro humano formado por centenas de trabalhadores davam os últimos retoques para a usina começar a funcionar. E foi no dia 15 de janeiro de 1955 que o descerramento da placa pelo então presidente da República, João Café Filho, marcou, enfim, a inauguração da Usina Paulo Afonso I, apenas seis anos depois do início de suas obras.

Criada em 1948, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf iniciou, no ano seguinte, as obras de construção da Barragem Delmiro Gouveia e da Usina Paulo Afonso I. Naquela época, milhares de trabalhadores, entre os quais técnicos e engenheiros vindos do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e de outras cidades do Nordeste começavam a tornar realidade o sonho do cearense Delmiro Augusto da Cruz Gouveia de oferecer energia elétrica em abundância para toda a Região. Foram anos de trabalho pesado até que, em 1954, todos puderam comemorar com justificada euforia o fechamento do Rio São Francisco, um feito histórico da engenharia brasileira, projeto do engenheiro Otávio Marcondes Ferraz, Diretor Técnico da Chesf. Depois de desviado o Velho Chico, concluídas as obras de construção da barragem e erguidas as grandes comportas, a água começou enfim a ser represada.

A energia ali gerada chegava ao Recife e a Salvador e começava a se espalhar pelo Nordeste, gerando desenvolvimento e melhorando a qualidade de vida dos sertanejos e dos moradores do litoral. E sem perder tempo, a Chesf já começava o trabalho para a construção da segunda usina. Em 1958, no início do paredão da Barragem Delmiro Gouveia (que tem 4,5km e vai do lado baiano, no Obelisco, ao lado alagoano, na Vila Zebu), os operários chesfianos resolveram prestar uma homenagem aos primeiros diretores da Chesf, construindo o Monumento ao 1º Decênio da hidrelétrica do São Francisco, localizado no Parque Belvedere. Foi assim erguida uma estrutura de pedras trabalhadas com 10m de comprimento, 3m de altura e 40cm de largura, onde foi gravada uma mensagem, uma frase, encimada por medalhões com as fotos dos primeiros diretores, destacando, em quatro palavras, a gratidão dos operários pela existência da Chesf e a dedicação de trabalhadores e diretores para a concretização do sonho de Delmiro Gouveia: “A fé, a tenacidade, o sacrifício e a união tornaram realidade o anseio de várias gerações - Ao presidente e diretores da Chesf, uma homenagem dos que colaboraram na obra de Paulo Afonso - 15-03-48 – 15-03-58.” No extremo da parede, foi erguido um busto em bronze (esculpido por De Marchis, em 1957) do primeiro presidente da Chesf, o engenheiro An-



cultura e lazer

tônio Alves de Souza, muito querido pelos operários e pela comunidade pauloafonsina, chamado por todos de Dr. Souza. Porém, três anos depois da criação desse monumento, o homenageado morreu de enfarte em Paulo Afonso. Apesar dos apelos da Câmara de Vereadores do município, que desejava que o corpo fosse sepultado na cidade, a família decidiu levá-lo para o Rio de Janeiro. Mas permitiu, no entanto, que o seu coração fosse enterrado ao pé do seu busto, no Parque Belvedere. E como uma forma de imortalizar a relação de amor entre os chesfianos e seu primeiro presidente, os funcionários da Companhia construíram ali um canteiro em formato de coração e afixaram uma placa com a frase: O coração que o matou é a sua permanência na paisagem a que deu vida. Conhecido hoje como Jardim dos Namorados, o Belvedere ocupa uma área de 28.583m2 repleta de grandes árvores, amplos espaços gramados, um lago e uma visão privilegiada da barragem e das comportas dos braços Principal, Quebra, Taquari e Capuxu, que fecham o rio. Também é possível apreciar do local as imensas tomadas de

água que alimentam os geradores instalados nas entranhas da terra, a apenas 80m das usinas Paulo Afonso I, II e III. Atração turística de todos que visitam a cidade, o Parque abriga ainda o Obelisco, marco inicial da barragem Delmiro Gouveia, e o Lago do Capuxu, ao lado da guarita de acesso às usinas, ponto inicial do roteiro de visitação ao Complexo Hidrelétrico da Chesf. O monumento erguido em 1958, bem como os jardins do Belvedere, considerado um patrimônio da cidade, hoje é mantido pela Prefeitura Municipal, que estuda um projeto com diversas melhorias para a área. Uma das ações, já em funcionamento, foi a instalação de internet wi-fi gratuita, em qualquer ponto do Parque. Agora um dos principais cartões-postais de Paulo Afonso definitivamente já é parte do mundo. Essa matéria foi uma sugestão dos Participantes Evandro Ferreira Sobral (Guadalupe-PI) e Paulo da Costa Ramos (Recife-PE) que expressaram o desejo de ler mais sobre pontos históricos das regionais da Fachesf. *Antônio Galdino | jornalista e Participante Assistido (Paulo Afonso/BA).




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