Conexão Fachesf nº 14

Page 1

FACHESF

Revista da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social

ano 5

Nº14

2014

Prepare-se

para viver mais

// EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

// SEU DINHEIRO

// NO CONSULTÓRIO

O novo papel dos Participantes

Como contratar o melhor plano de celular

Os benefícios da dança para o corpo e a mente


M DE AI O

PA DE RTI R

A

13

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO Você colabora, sua vida melhora.

Você já ouviu falar em estudo epidemiológico?

Hábitos de vida, prevenção de doenças, cuidados com a saúde: isso faz parte de um estudo epidemiológico.

PARTICIPE! Colabore com o estudo epidemiológico da Fachesf. Você pode melhorar sua vida.

www.fachesf.com 2


// EDITORIAL

// Viver mais, viver melhor Nunca se viveu tanto na história da humanidade. Se na Idade Média, um indivíduo chegava, no máximo, aos 25 anos, hoje se vive em média 68 anos. No Brasil, esse número aumenta para 75, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante dessa nova realidade, é preciso refletir: como se preparar para preencher, com qualidade, esse novo tempo? Essa foi a pergunta que nos levou a investigar, nesta edição da Conexão Fachesf, o que move aqueles que se mantêm em plena atividade física, social e mental depois do que se costuma chamar de meia-idade. E nossa inquietação não parou aí; fomos buscar, na literatura, o que faz a juventude permanecer viva no espírito, ainda que os anos insistam em se acumular nas linhas do corpo. As respostas são muitas, ou nenhuma, já que não há fórmulas ou receitas prontas para dar sentido à vida. Uma coisa que descobrimos, porém, é que a motivação tem que vir de dentro, sem pressa, mas com foco. E dançar, por que não?, pode ser um excelente caminho. Na editoria No Consultório, trazemos os depoimentos de três Participantes adeptos da dança, que contam como descobriram os benefícios que a prática representa para a saúde a para a alma. Além dos aspectos físicos e emocionais, o aumento da expectativa de vida tem mexido também com os fundos de pensão, que estão revendo as estratégias de seus planos previdenciários, e com os Participantes, que passam a ter ainda mais responsabilidade na formação de suas reservas financeiras. Para ajudar a entender esse nova realidade,

entrevistamos a atuária da Fachesf, Natalia Moreira, e o gerente de Investimentos, Luiz da Penha. Ambos explicam por que é importante ficar atento e agir proativamente em busca da suplementação de aposentadoria desejada para o futuro. Nesta edição, convidamos nossos leitores a conhecer ainda dicas e alertas para garantir o uso eficiente do serviço de telefonia celular disponível no Brasil – sem cair em armadilhas que afetam diretamente o bolso do consumidor – e os detalhes do novo sistema de pagamento de benefícios (SPB) implantado na Fachesf. Lembre-se de conferir também o conteúdo exclusivo da revista na versão digital e mobile: vídeos, galeria de fotos e downloads gratuitos de livros são apenas alguns dos atrativos deste número. Tudo que trazemos é pensado para oferecer aos nossos Participantes as melhores práticas do mercado. Foi por essa razão que recebemos, com muita alegria, o convite para apresentar o case da Conexão Fachesf mobile no 5º Encontro de Comunicação e Relacionamento promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Nos próximos dias 8 e 9 de maio, estaremos em Brasília, fazendo o que mais gostamos: falar da Fachesf e sua constante busca por um processo de comunicação moderno, atrativo e dinâmico. Boa leitura, Laura Jane Lima · Editora Geral Nathalia Duprat · Editora Executiva 3


// Conexão Fachesf Seu Dinheiro

28 No Consultório

Educação Previdenciária

12

20

Especial

Pergunte ao Doutor

06

19 // Quem dança os males espanta

// Sonhos não envelhecem

?

!

// Varizes: doença exige tratamento

// Telefone celular: como contratar o melhor plano?

*

Gestão e Planejamento

35

// Mais participação, melhores resultados

// Modernidade e eficiência no pagamento das suplementações

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional

4

[Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Redação] Cristina Ribeiro [Estagiária de Jornalismo] Dayse Brito

[Colaboraram nesta edição] René Ruschel, na editoria Especial; Patrícia Monteiro, na editoria Mundo Animal; Naide Nóbrega, nas editorias No Consultório, Fachesf-Saúde e Cultura e Lazer. Fotografia: Juanpa Ausin [Comissão de Pauta] Laura Lima, Nathalia Duprat, Jeane Oliveira, Wanessa Cysneiros e Anita Telles.

[Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Santa Marta [Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br [Projeto Gráfico] Corisco Design [Diagramação] Fátima Finizola


49 Fachesf-Saúde

Quiz Fachesf

41

59 // Eles também têm direitos

Foco no Participante

37 // De volta ao aconchego

Cultura e Lazer // Sexta Edição

54

// ÍNDICE

Mundo Animal

Passatempos

61

// Paixão pela natureza

// Uma volta pelos mercados públicos

[Ilustrações] Raul Aguiar (capa, p.6-11), Leandro Lima (p. 12-18), Júlio Klenker (p. 20-25, 37-40), Lucas Falcão (p. 28-32), Damião Santana (p.49-53) e Silvino (p. 41-47, Hq Martinha) Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente José Roque Fagundes da Silva Diretor de Adm. e Finanças ·Maria da Salete Cordeiro de Sousa Diretora de Benefícios

// Caça-Palavras // Martinha

// EXPEDIENTE * Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br Edição 14 · Abril de 2014

FUNDAÇÃO CHESF DE ASSISTÊNCIA E SEGURIDADE SOCIAL

www.fachesf.com.br www.facebook.com/fachesf

5


// Especial

6


Sonhos não envelhecem (ou: prepare-se para viver mais)

N

o clássico da literatura infantil, As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, o capitão Lemuel Gulliver chega à ilha de Luggnagg e se depara com uma tribo de imortais, os Struldbruggs. O encontro deixa-o extasiado. “Felizes os que têm o privilégio de não morrer; a quem a ideia da morte não intimida, não enfraquece, não quebra” – anuncia o capitão. Até que um dos habitan-

tes esclarece que longe de serem sábios e serenos, os imortais não passam de um bando de pobres coitados. Descreve-os como sendo “semelhantes aos mortais até os 30 anos, depois caíam pouco a pouco em melancolia, sujeitos a todas enfermidades, fraquezas e misérias da idade, além de maldizer a sorte e se queixar da natureza que lhes recusava a doçura de morrer”.

7


// Especial por René Ruschel A fábula, cruel em sua essência, traduz um estado de vida inerte a que milhões de pessoas podem estar sendo submetidas numa época em que o tema qualidade de vida tem sido exaustivamente debatido. A questão é que o assunto está voltado quase sempre para à longevidade em si e não para a qualidade. Ou seja, fala-se em viver cada vez mais, sem que haja uma reflexão de como viver bem esse tempo. A expectativa de vida tem crescido de forma contínua. No primeiro milênio da Era Cristã, a média de idade era de apenas 25 anos. No período da Revolução Industrial, subiu para pouco mais de 30 anos; e no início do século XX, nos Estados Unidos e nas regiões prósperas da Europa, chegou aos 50. Atualmente, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), já beira aos 68 anos; em 2050, poderá chegar a 76 e, nos países ricos, aos 83 anos. No Brasil, dados do IBGE indicam que a expectativa média é de 75 anos. Não é à toa que o economista e filósofo norte americano, Francis Fukuyama, em seu livro Nosso futuro pós-humano, mostra-se preocupado e cético. Segundo ele, a revolução biotecnológica não basta por si só, afinal, “derrotar a doença para simplesmente prolongar a vida pode não ser uma boa coisa”. Então, afinal, qual a fórmula para que a vida seja longa e com qualidade?

Olhar adiante A médica ginecologista e obstetra Helen Ane Butler Muralha cumpre uma rotina no seu consultório de segunda a quinta-feira. Nada seria diferente de milhares de outros profissionais se esse hábito não se repetisse há exatos 60 anos. Graduada na turma de 1954, aos 85 anos ela ainda se dedica à profissão. “Cada dia é uma construção para o 8

"Viver é aproveitar os momentos da melhor forma, com intensidade, e realizar tudo com muito amor e paixão."

// Helen Ane Butler

dia seguinte. Viver é aproveitar os momentos da melhor forma, com intensidade, e realizar tudo com muito amor e paixão”, afirma. A receita parece simples, mas a prática exige um exercício mental somado à certeza de que é fundamental olhar adiante. “Temos que ter em mente que a chegada de uma rotina pós-fase laborativa, por exemplo, é um marco na vida de todos nós que, cedo ou tarde, vai chegar. Precisamos pensar, ainda na juventude, que chegará um dia em que a vida do jeito que a conhecíamos não mais existirá”, explica a psicóloga Zenilda Machado, especialista em recursos humanos e com passagem por empresas multinacionais. Ambas, médica e psicóloga têm uma opinião em comum: é preciso buscar algo que traga motivação e faça os dias ter sentido. Encontrar esse caminho, no entanto, não é uma tarefa fácil. Enquanto a médica continua em sua rotina profissional, Zenilda viveu a experiência pessoal da aposentadoria. Em 2007, no auge de sua carreira profissional, trocou a vida agitada de executiva para buscar uma realização plena na profissão: pôs em prática muito daquilo que aprendeu e passou a dar aulas a colegas de empresa. “Sempre gostei do que fazia, mas estava exausta, cansada dos dias estressantes. Todos nós temos que nos preparar para esse momento de virada. E não são apenas os problemas emocionais que pesam, mas também os fatos concretos da vida”, defende.


// Helen Ane Butler

9


// Especial

Em busca de sentido Segundo o psicólogo, filósofo, teólogo e professor, Ocir de Paula Andreata, uma realidade que se percebe em nosso mundo é que, para muitos, o estado de inação e desocupação trazido com a aposentadoria (e quanto mais cedo, isso parece pior) gera um sentimento de insignificância e esquecimento, quando então a ansiedade e a inquietação se tornam maior do que no período de trabalho, agravando inclusive o bem-estar geral de saúde. “Aposentar-se traz o sentimento do envelhecer e assim toca-se no inevitável, o sentido da finitude” afirma Andreata.

Assim, era preciso conscientizar os prisioneiros do “porquê” de suas vidas, a fim de que estivessem interiormente à altura do “como” de suas existências para resistirem

Foto: René Ruschel

Uma questão é unânime: a vida só tem sentido – aliás, em qualquer faixa etária – para aqueles que buscam algo que propicie prazer e satisfação. A psicóloga Zenilda Machado é enfática ao afirmar que as pessoas, durante a fase laboral, precisam buscar algo mais que trabalho. “Não faça dele a única fonte de vida”, costuma repetir. Para ela, executivos e gestores que ocupam

cargos de direção são os que mais sofrem após a aposentadoria. “Normalmente essas pessoas têm o seu dia a dia ocupado por afazeres profissionais, sem tempo para o lazer, família e mesmo para si próprio. Quando deixam seus postos, deparam-se com um vazio existencial”. O médico psiquiatra Viktor Frankl, autor, entre outros, do livro Em busca de sentido, narra sua experiência nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Prisioneiro, sentiu na carne as agruras de se ver reduzido à existência mais cruel. Nesse período, observou que as pessoas que conseguiam superar com mais garra as dificuldades, violência, fome, subnutrição, pressão psicológica e tortura emocional eram justamente as que tinham um ideal, uma forte motivação. Frankl lembra que, nesses momentos, vinha a sua mente uma expressão do filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Quem tem por que viver aguenta quase todo como”.

A " posentar-se traz o sentimento de envelhecer e assim toca-se no inevitável, o sentido da finitude." // Ocir de Paula Andreata 10


“Não faça da sua atividade laboral a única fonte de vida." // Zenilda Machado

aos horrores do campo de concentração. Inversamente, aquele que não tinha uma meta diante de si, cuja vida não tinha qualquer conteúdo, perdia completamente o sentido de sua existência além de todo e qualquer sentido para suportar o sofrimento. Essas pessoas, consequentemente, sucumbiam mais cedo. E a expressão típica com que respondiam a toda e qualquer palavra de ânimo era sempre a mesma: não tenho mais nada a esperar. Ainda segundo Frankl, quem não busca um alvo futuro desemboca sua vida numa forma de existência retrospectiva. São aqueles que vivem do passado, da nostalgia, do que um dia aconteceu, e não encontram forças para sonhar. Assim, não conseguem valorizar o presente e muito menos o futuro. Acabam por viver do que restou de suas histórias. Preferem fechar-se a essa realidade, ocupando-se apenas de fatos passados. A vida dessas pessoas se desvanece, torna-se um martírio. Esquecem que pode ser uma situação aparentemente difícil que dá a oportunidade de crescer para além de si mesmo.

O campo de concentração a que se refere Frankl pode ser refletido no dia a dia de cada um de nós. Muitas vezes vivemos nele, mas somos incapazes de perceber sua existência. A busca por um sentido deve ser a motivação primária em nossa vida e não uma racionalização secundária de impulsos instintivos. Viver intensamente a fase derradeira de nossa existência é na verdade a oportunidade única – e última – de realizarmos tudo aquilo que ficou no passado. É essencial, portanto, acreditar, sonhar, encontrar objetivos claros e simples, que nos façam pessoas úteis, melhores e felizes.

// Extras

Faça o download gratuito do e-book As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift: https://bit.ly/2wuLtTO

11


// No Consultรณrio

12


Quem dança os males espanta P

or sobrevivência, como agradecimento ou forma de comunicação, a dança existe desde os rituais pré-históricos, quando era considerada uma porta para o divino. Milênios depois, o ato de dançar continua vivo em todas as sociedades e, de igual forma, por diversas razões. Nenhuma delas, porém, é tão importante quanto a defendida por seus fieis praticantes: a possibilidade de resgatar o autoconhecimento e uma melhor qualidade de vida. O depoimento dos Participantes Ângela, Roque e Arnaldo comprovam, na prática, a verdade por trás dessa teoria.

13


// No Consultório

A Participante da Fachesf Ângela Jucene começou a dançar há dez anos e é testemunha pessoal da revolução que a prática pode proporcionar em quem a adota. Após dois casamentos finalizados, vivendo somente para os filhos, a família e o trabalho, ela percebia a si mesma como uma pessoa caseira e introvertida. “Não conversava com ninguém, porque eu mesma me achava desinteressante. Até que uma colega de trabalho me indicou a dança de salão, dizendo que mudaria minha vida. Duvidei na hora e resisti, mas a dança, cedo ou tarde, viria me procurar novamente”, conta. Apesar da insistência para que conhecesse uma casa de dança no Recife, onde mora, Ângela não aceitava nenhum convite. Foram muitas as ligações para que ela, enfim, cedesse aos apelos da amiga e concordasse em conhecer um espaço profissional na modalidade. “Era uma bela noite de 2004. Cheguei lá e aquilo me encantou de imediato. Sempre gostei de dançar, mas não tinha técnica alguma. Também me faltava o parceiro. Foi quando conheci os personal dancers. Telefonei para um deles e, de repente, vi que eu estava verdadeiramente inserida no universo da dança. Eu ainda nem sabia, mas naquele instante, minha vida começava a mudar.”

"De repente, vi que estava verdadeiramente inserida no universo da dança. Naquele instante, minha vida começava a mudar."

// Ângela Jucene

14

“Naquele instante, minha vida começava a mudar”


“A dança é puro estímulo” “Comecei a dançar ainda jovem, nas festinhas de assustado e quadrilhas juninas do meu bairro. Numa dessas, conheci minha esposa Mônica. Lá se vão 40 anos de amor e muitos passos juntos, intensificados a partir de 2005, quando conhecemos o Clube da Sudene, local que frequentamos até hoje. Todas as quartas-feiras, entramos no salão e deixamos os problemas do lado de fora. No outro dia, acordamos dispostos e cheios de energia”. O depoimento do Participante Arnaldo Araújo resume o espaço que a dança ocupa em sua vida. Recém-aposentado pela Chesf, ele garante que, agora que tem tempo livre de sobra, passou a se dedicar ainda mais à prática: já que não precisa acordar tão cedo, aproveita para dançar até mais tarde e vai ao clube também aos domingos. Como ele encontra energia para manter o pique? A resposta de Arnaldo vem de imediato: “A dança é puro estímulo; é saúde e também amor”, declara.

“Quem dança redescobre a vida” A paixão do Participante Roque Fagundes pela dança começou por um caminho diferente. Professor universitário, ele lembra que frequentava muitas festas de formatura, ocasiões em que era sempre convidado a dançar. “Algumas alunas queriam fazer uma foto com o professor que as acompanhara durante o curso, mas eu só sabia pisar nos pés de todas. Era um caos!”, brinca Roque, atual diretor de Administração e Finanças da Fachesf. Há cerca de dez anos, depois de mais uma fatídica noite de pisadas nos pés das parcerias, ele resolveu

que o vexame seria o último. Tomou coragem e entrou em uma escola de danças. Desde então, não parou mais. “Aprendi que fazer bonito no salão não é somente uma questão social. Dançar é uma atividade lúdica, recreativa e muito saudável. Hoje sei que quem dança redescobre a vida. Comecei aos 48 anos, mas se pudesse voltar no tempo, teria iniciado ainda na adolescência. Os jovens não têm ideia dosbenefícios físicos, mentais e sociais da atividade”, comenta. Acompanhado da esposa, ele frequenta uma casa de dança todos os sábados, além de fazer aulas duas vezes por semana.

15


// No Consultório

A medicina recomenda Manter uma atividade física regular ajuda a melhorar a qualidade de vida. No caso da dança, especificamente, os benefícios repercutem de forma direta na saúde física e mental de quem pratica. “A dança favorece a queima de calorias, atua no controle dos níveis de pressão arterial, previne doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio, melhora o condicionamento físico e exerce um poderoso estímulo cerebral. Isso sem contar na sensação de prazer que proporciona. Em termos de integração social, tem sido utilizada, com ótimos resultados, no tratamento de transtornos de humor e depressão”, comenta o cardiologista do ambulatório da Fachesf, Aydano Pinheiro Júnior. O único alerta aos futuros dançarinos – e a qualquer pessoa sedentária que deseja adotar um novo exercício corporal – é não menosprezar a importância de um check-up antes de começar a atividade. Para Aydano Pinheiro, ainda que a dança seja uma

A " dança favorece a queima de calorias, atua no controle dos níveis de pressão arterial, previne doenças cardiovasculares."

// Aydano Pinheiro Júnior

16

prática acessível a todos, de crianças aos idosos, é fundamental fazer uma avaliação inicial com cardiologista e saber respeitar os limites e sinais do próprio corpo. “Três vezes por semana, alternando com caminhadas, hidroginástica, pilates ou outro esporte de baixo impacto, é uma boa frequência”, diz o médico.

Onde, como e quando dançar? Existem muitas formas de aderir de vez à dança, cada uma específica para um perfil distinto de praticante. Para quem deseja se dedicar à atividade, o importante é descobrir a maneira que lhe é viável e dá mais prazer. Ângela Jucene conta que contrata o personal dancer Osmar Sodré há oito anos e, uma vez por semana, vai a uma casa de dança de salão. É lá que aprende passos novos, pratica o que já sabe e, principalmente, diverte-se muito: “Ter o acompanhamento de um personal não é barato, pois o


contratante paga o cachê, o transporte, a entrada das casas de dança e a consumação. No entanto, para mim, vale cada centavo investido. A dança não tem preço.”

pelo estabelecimento para dançar com os clientes, personal dancers ou outras que também vão de forma solitária escolher um par.

Roque Fagundes preferiu buscar as escolas de dança mais tradicionais. “Acho que, para o homem, o aprendizado é mais difícil. Além de encaixar o passo no ritmo, ele tem que conduzir, o que é uma tarefa complexa. Na escola, você adquire técnica da forma correta. Além disso, é um local onde é possível fazer amigos, inclusive para ir todos juntos às casas especializadas. É uma socialização muito interessante”, comenta.

Dançar é para todos

O casal Mônica e Arnaldo, por sua vez, nunca pisou numa escola de dança e acha que a movimentação espontânea é mais gostosa. “É claro que estamos falando de exceções, mas às vezes as pessoas das escolas chegam a ocupar tanto espaço no salão que prejudicam quem está ali despreocupado, que só quer saber de dançar e ser feliz”, diz Arnaldo, respaldado pelo especialista Gledson Silva, professor de dança de salão, com 16 anos de experiência: “Infelizmente, isso é uma verdade. Nós, professores, temos a obrigação de alertar os nossos alunos de que é preciso ter percepção espacial, respeitar os outros casais no salão. Existem, de fato, duplas que atrapalham um pouco quem está dançando, com seus movimentos elásticos e acrobáticos. O bom mesmo é ver o salão cheio, onde todos se divertem e se respeitam.” As conhecidas casas de dança são locais com música ao vivo, climatização e muito espaço para que os casais executem seus passos. São semelhantes aos bares convencionais, mas com foco direcionado em quem deseja apenas dançar: casais, grupos de amigos, colegas de escolas ou mesmo pessoas desacompanhadas em busca de parceiros de salão, que podem ser profissionais contratados

Algumas pessoas se autolimitam e aprisionam-se no próprio corpo, alerta o professor Gledson Silva, acostumado, em quase duas décadas de carreira, a ouvir depoimentos de gente que se acha velha demais ou despreparada fisicamente para dançar. Para ele, que conta ter sido um exemplo de quem descobriu na dança uma nova invenção de si mesmo, não há barreiras ou impedimentos que devam ser maiores que o desejo de ganhar os salões. “Fui abandonado por meus pais e passei anos perambulando pelas casas de algumas tias. Já passei fome e privações. Minha recuperação social (e emocional) foi conquistada com esforço, dedicação e muitos passos de dança. Por meio da atividade, superei dificuldades socioafetivas, motoras, de saúde e principalmente a sensação de abandono que não cessava”, recorda Gledson. Assim como se viu transformado desde que foi arrebatado de paixão pela dança, Gledson tomou para si a missão de deixar a prática agir no corpo e na mente de outras pessoas. De baixa estatura, mas gigante quando entra no salão, o professor defende que não importa se alguém é magro ou gordo, alto ou baixo; o que vale é se entregar à música e permitir que a sensação de bem-estar acabe com a ideia equivocada de que é preciso ter um padrão específico de dançarino.“Acho incrível ver idosos dançando, de olhos fechados, voltando à juventude; ou adolescentes se encontrando com ritmos dos seus avós; pessoas com deficiências físicas. Absolutamente to-

dos são iguais. Não há limites para a dança.” A faixa etária média das pessoas que procuram as escolas é acima dos 40 anos, em sua maioria mulheres. O público masculino, entretanto, tem crescido, em decorrência de uma divulgação mais intensa na mídia e o consequente aumento de opções de casas especializadas para dança. “Ainda há muita repressão, sobretudo devido à sociedade machista do passado, para a qual rebolar era coisa de mulher. Mas, felizmente, tem sido comum ver programas de TV estimular a dança, levando milhares de homens a descobrir como mexer o corpo em diferentes ritmos pode ser tão bom”, comemora o professor.

// Extras Assista ao vídeo com depoimentos dos Participantes sobre como dançar mudou suas vidas na edição Mobile.

17


// No Consultório

Bom para o corpo, a mente e o coração Não importa o ritmo que você escolha, o que vale é que a dança:

1

Tranquiliza, estimula a concentração e controla a ansiedade.

2

Combate o estresse e a depressão.

3

Equilibra corpo e mente.

4

Promove a socialização, o resgate da liberdade, da autoestima e da autoconfiança.

5

Estimula a memória e a criatividade.

6

Favorece a elasticidade, a força, a boa postura e a resistência física.

7

Promove o autoconhecimento corporal.

8

Previne doenças degenerativas.

9

Trabalha o aparelho cardiorrespiratório.

10

Evita a hipertensão.

11

Favorece a queima de calorias e a tonificação dos músculos.

12

Traz felicidade.

Confira, ao lado, o gasto calórico em 30 minutos de atividade de acordo com o ritmo musical.

18


Dores, fadiga, coceira, cãibras e queimação nas pernas e na planta dos pés: esses são os principais sintomas das varizes, doença crônica que atinge 70% dos brasileiros, segundo Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Em entrevista à Conexão Fachesf, o médico angiologista Eraldo Arraes de Lavour explica o que é a doença e como é possível minimizar seus efeitos. 1. O que são varizes? O termo varizes ou veias varicosas deriva do latim varicosus, que significa dilatado. A definição de varizes, porém, não se refere apenas a veias dilatadas, mas também alongadas, tortuosas. Elas ocorrem com maior frequência nos membros inferiores, podendo surgir também em outros locais como cordão espermático (varicocele), esôfago, parede abdominal e região anorretal (hemorroidas). 2. Quais as principais causas? Para que o sangue possa voltar ao coração, as veias possuem válvulas venosas que impedem seu refluxo. Caso essas pequenas válvulas falhem, o sangue reflui e causa a dilatação das veias. São fatores de influência para o aparecimento de varizes, a genética, a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo. Nas mulheres, mais suscetíveis à doença, entre os principais motivadores estão a gravidez, o uso de pílulas anticoncepcionais e a reposição hormonal. 3. Como é o tratamento? O tratamento das varizes pode ser clínico (medicamentos e meia elástica) ou cirúrgico. A opção por um ou outro depende dos sintomas e da decisão, em conjunto, do médico e do paciente. Uma vez tratadas, as varizes não voltam; o que pode ocorrer é o surgimento de novas veias dilatadas.

?

É importante entender, porém, que esses tratamentos eliminam as varizes existentes, mas não interferem no processo que as causam. 4. O que acontece se o paciente não fizer o tratamento? As complicações podem levar muitos anos para aparecer, surgindo em uma idade mais avançada, quando o tratamento efetivo já não pode mais ser estabelecido. No início da evolução das varizes de membros inferiores, observa-se a sensação de peso ou cansaço no final do dia. As varizes visíveis, de vários tamanhos, vão aparecendo lentamente. O edema começa a aparecer no final do dia, e depois a pigmentação e o eczema se manifestam. Na fase mais avançada, podem ocorrer as tromboflebites e a presença de úlceras e sangramento. 5. Crianças podem ter varizes? É cada vez mais comum o aparecimento em crianças e adolescentes. Isso não é nítido porque as pessoas começam a se tratar apenas quando surgem os principais incômodos, como dores e a preocupação estética. O atual aumento de jovens com varizes é resultado do consumo excessivo de doces, refrigerantes e fast food, que prejudicam a circulação sanguínea, além do sedentarismo, cada dia mais presente nas novas gerações. Por outro lado, a prática exagerada de atividades físicas também merece atenção, pois esportes que exigem sobrecarga muscular devem ser praticados somente sob orientação de profissionais especializados. Eraldo Arraes de Lavor, Angiologista e presidente da Sociedade Pernambucana de Angiologia e Cirurgia Vascular

pergunte ao doutor

Varizes, doença crônica que exige tratamento

!

*

19


// Educação Previdenciária


Mais participação, melhores resultados N

ão é por acaso que no ditado popular “de médico, técnico de futebol e louco, todo mundo tem um pouco” até hoje não foram incluídos os economistas, atuários e especialistas em investimentos. Entender o mercado financeiro e saber como aplicar o dinheiro são situações que ninguém se atreve a encarar somente com a intuição. Quando o impacto pode ser grande no bolso, cautela não faz mal a ninguém. Mas, o Participante pode, sim, fazer sua parte na gestão de seu plano de benefícios. Cuidar do futuro é uma ação permanente no presente que deve ser compartilhada entre os fundos de pensão e seus futuros beneficiários.

21


// Educação Previdenciária

A

gestão do Plano CD da Fachesf é uma das provas mais concretas dessa construção conjunta. A conta final (benefício de renda vitalícia do Participante) resulta de uma equação que envolve a contribuição mensal do beneficiário, a contribuição da Patrocinadora e os resultados dos investimentos nos segmentos de renda fixa, renda variável, imóveis, investimentos estruturados e operações com Participantes (carteira de empréstimos). Para que o objetivo do Plano seja cumprido, é necessária uma revisão permanente dessas condições, de modo a buscar estratégias sempre aderentes à economia brasileira e mundial, ao mercado de capitais, ao setor previdenciário e às condições do Participante. É como uma caixa d’água que, para estar cheia no final do dia, depende de várias torneiras, cada uma colocando sua parte. “Sabemos que é complicado entender esse emaranhado de atividades e intervenções econômicas

"O Participante deve se esforçar para acompanhar de perto a evolução de seu benefício e o que a Fachesf tem feito para aumentar o saldo final."

// Natalia Moreira

22

nos Planos. Mas o Participante deve ter consciência de seu papel proativo e se esforçar para acompanhar de perto a evolução do seu benefício e o que a Fachesf tem feito para aumentar o saldo final”, recomenda Natalia Moreira. Atuária da Fachesf desde setembro de 2010, ela ressalta a necessidade de o futuro beneficiário perceber que, em se tratando de uma formação de reserva individual, cada um deve estar atento às próprias mudanças salariais e manter sua contribuição condizente com o que almeja no futuro. Coletivamente, a Fachesf tem buscado alternativas para responder à instabilidade da economia mundial. “As rentabilidades estão cada vez mais difíceis e essa é a nova realidade dos planos de previdência. Por isso, a Fundação vem dependendo cada vez menos do Ibovespa, cuja composição tem ações de empresas muito vinculadas à política interna. A estratégia tem sido a carteira de renda variável, com alocação de mais recursos em corporações


"Estamos adotando uma expansão para além dos produtos tradicionais, como operações estruturadas e investimentos no exterior." // Luiz da Penha

que pagam bons dividendos em ações de empresas do segmento chamado smallcaps (com grande potencial de crescimento) e naquelas classificadas como empresas de valor”, explica o gerente de Investimentos da Fachesf, Luiz da Penha Soares.

Nova Conta Segundo Luiz da Penha, os fundos de pensão, no Brasil e no mundo, estão sendo forçados a redobrar seus esforços na busca de uma melhor rentabilidade dos investimentos para arcar com o pagamento do benefício por mais tempo, já que as pessoas estão vivendo mais. O Relatório de Projeção da População do Brasil por sexo e idade (período 2000/2060), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto de 2013, mostra que a esperança de

vida para quem nasceu em 2000 era de 69,8 anos; em 2014, passou para 75,1; e quem nascer em 2024 terá uma projeção de 77,6 anos. “Esse novo contexto acarreta em revisões na tábua de mortalidade das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC). Por meio dessa ferramenta, o atuário calcula a expectativa de vida do Participante, determinando o período de recebimento do benefício”, explica Natalia Moreira. As EFPC, que vinham se ajustando a um cenário brasileiro de taxa de juros mais baixas, passaram a conviver com um novo ciclo de elevação dessas taxas, o que prejudicou a rentabilidade dos seus planos de aposentadoria. Com base na antiga realidade, o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) emitiu resolução estabelecendo a redução gradativa da meta atuarial, a partir de 2014, de 6% ao ano + inflação para 4,5% +

inflação, num prazo de seis anos. No entanto, essa decisão está sendo rediscutida no âmbito do CNPC, que criou um grupo de trabalho com a participação das entidades interessadas no tema, dentre elas, a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Diante desse novo quadro, mais do que nunca, o desafio passou a ser compartilhado: os Participantes, segundo Natalia Moreira, terão que refletir e ponderar entre aumentar seus esforços para aumentar os valores de suas contribuições ou assumir uma provável redução do benefício futuro. Do lado da Fachesf, a estratégia tem sido centrada na diversificação dos seus investimentos. “Estamos adotando uma expansão para além dos produtos tradicionais, como operações estruturadas e investimentos no exterior”, finaliza Luiz da Penha. 23


// Educação Previdenciária

Por dentro do novo simulador

Para que o Participante Ativo possa fazer sua parte, focado nos melhores resultados do seu plano, Natalia Moreira indica não um caminho, mas um hábito: utilizar periodicamente o Sistema Simulador do Plano CD, hospedado na área restrita do site www.fachesf.com.br. Sempre que houver mudança no salário de participação – ou ao menos uma vez por ano –, o beneficiário deve simular seu perfil e verificar se sua previsão de benefício futuro continua próxima do desejado. “Trata-se de uma ferramenta primordial para fazer a gestão individual do plano CD. Acompanhamento é a palavra-chave”, realça a atuária. Disponível no site da Fachesf desde 2001, o Sistema foi recentemente renovado e trouxe algumas novidades. A primeira delas é o novo campo Elegibilidade, no qual o Ativo informa a partir de quando terá todos os requisitos para se aposentar, conforme regras do Plano CD. Na simulação, o Participante também pode escolher entre definir a contribuição que pretende fazer ou o valor que deseja receber como benefício.

Passo-a-passo

// Como simular seu benefício no futuro Antes de iniciar sua simulação, acesse a área restrita do site da Fachesf e, em seguida, clique no ícone "Meus Planos de Benefício". Anote as seguintes informações: Data de Elegibilidade, salário e reserva acumulada. Esses dados servirão para preencher corretamente o sistema simulador. 1. No ambiente do simulador, na opção “Tipo de Simulação”, escolha “Benefício”. 2. Preencha sua idade. 3. No campo “Idade Aposentadoria”, informe a idade que deseja se aposentar (você deve ter pelo menos 50 anos de idade e cinco anos de contribuição para o Plano CD).

24

4. Em seguida, preencha os dados que você havia anotado referente à elegibilidade, salário e reserva acumulada. 5. No campo “Valor do benefício”, indique quanto você deseja receber de suplementação de aposentadoria. 6. Para finalizar, clique em “simular”. Baseado nas informações que você concedeu, o sistema calculará qual o percentual de contribuição que você deve adotar para atingir seu objetivo. Caso deseje simular o valor de seu benefício futuro a partir de uma contribuição definida, basta optar pela opção “Contribuição”. O simulador calculará o valor aproximado de sua suplementação.


Ciclo do Plano CD

Entenda como é constituída a sua reserva previdenciária

CONTRIBUIÇÃO DA PATROCINADORA3

CUSTEIO ADMINISTRATIVO1

BENEFÍCIO DE RISCO2

CONTRIBUIÇÃO DO PARTICIPANTE4

CONTA TOTAL DO PARTICIPANTE

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

(1) Recursos repassados pela Patrocinadora e pelos Participantes Ativos e Assistidos do Plano CD, para custeio das despesas administrativas necessárias para execução desse Plano.

do Participante, segundo as regras regulamentares do Plano.

(2) Conta coletiva para pagar benefícios de invalidez e pensão por morte.

(5) Aplicação dos recursos em Renda Fixa (títulos públicos e privados, CDB, fundos e derivativos), Renda Variável (ações, participações, ouro, fundos e derivativos), Imóveis (empreendimentos, aluguéis, fundos e terrenos) e Operações com o Participante (empréstimos).

(3) Além das contribuições de risco e contribuição administrativa, a Patrocinadora faz sua contrapartida à contribuição básica de responsabilidade

(4) Contribuições básica e voluntária do Participante.

25


// Educação Previdenciária

artigo

Sempre juntos: Participantes e Diretoria de Benefícios riedade e irmandade. Ajudei a muitos e a muitos pude confortar. Se não fui além, foi por me faltarem os meios.

Salete Cordeiro é diretora de Benefícios da Fachesf.

Chegamos juntos ao final do mandato que vocês, queridos amigos, delegaram-me pelo voto. Agradeço, mais uma vez, a confiança que me depositaram e digo-lhes que fiz o que estava ao meu alcance, para corresponder às suas expectativas. Neste espaço de artigos da revista Conexão Fachesf – na qual escrevi sobre contribuição eficiente, o porquê de não resgatar a reserva de poupança do fundo previdenciário e tantos outros assuntos de caráter educativo previdenciário –, venho fazer o registro de algumas das ações que desenvolvemos ao longo dos quatro anos em que me dediquei exclusivamente ao ofício abraçado com entusiasmo e coragem para enfrentar os desafios com os quais convivi. Destaco, por considerar da mais alta relevância, a forma como procedemos ao atendimento diário dos Participantes que buscaram na Fachesf, através da Diretora de Benefícios, um esclarecimento, uma solicitação, uma reparação, um auxílio, uma orientação ou até mesmo um ouvido amigo para desaguar suas vicissitudes. Atendi a centenas de pessoas presencialmente e outros tantos por telefone, e ri junto e chorei também; escutei e fui ouvida com o mesmo tom de solida26

A Fachesf tem um contingente de profissionais dedicados que fazem essa grande entidade funcionar com o foco direcionado para os Participantes – que são vocês, que somos nós. Foi colocada na minha mão, pelo desejo da maioria dos Participantes, a batuta para reger várias áreas, com a indispensável colaboração (a quem ora agradeço) das gerências, assessoria, secretaria, supervisões e todo o quadro de colaboradores. Fizemos a regência de todas as atividades (com a colaboração retro mencionada) que se encontravam sob a minha gestão, tais como: folha de pagamento, seguro de vida em grupo, carteira de empréstimos, cálculos de benefícios, suplementações, o Posto Prisma do INSS e a Central de Relacionamento (teleatendimento, atendimento presencial, assistentes sociais e 13 Agências da Fachesf). Tentamos manter afinados nossos processos e ações com respeito ao instrumento que cada empregado lidava. Fizemos dezenas de palestras e apresentações por diversas localidades do país, levando a educação previdenciária como estandarte e dispondo-nos a esclarecer dúvidas e satisfazer as indagações de nossos Participantes. Participamos das Assembleias para o ACT da Chesf, na sua Sede, onde sempre nos pronunciamos em favor dos pleitos dos trabalhadores ativos e registramos as necessidades dos aposentados da Companhia. Ressalto que o Diretor de Benefícios ocupa cadeira no Comitê de Investimento da Fachesf e sobre si recai grande responsabilidade. Também participa da Comissão de Técnica de Seguridade da ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) e frequenta seminários e reuniões. Tudo o que fiz nesses quatro anos em que estive à frente da Diretoria teve como objetivo final servir aos Participantes da Fundação, Ativos e Aposentados, sem descuidar das responsabilidades do cargo e dos interesses da Fachesf.


Demonstramos a seguir os registros do controle estatístico de atendimento realizado no meu mandato (considere-se 10% a mais devido às perdas naturais nos registros, nesse tipo de controle):

2010 | out a dez

Reuniões com Participantes nas Regionais| 24 Atendimento Presencial | 57 Atendimento por telefone | 19

2011

Reuniões com Participantes nas Regionais | 17 Atendimento Presencial | 321 Atendimento Telefone | 147

artigo

// Ações da Gestão

2012

Reuniões com Participantes nas Regionais |15 Atendimento Presencial | 265 Atendimento Telefone | 257

2013

Reuniões com Participantes nas Regionais |11 Atendimento Presencial |185 Atendimento Telefone |96

2014 | Até 14/03

Reuniões com Participantes nas Regionais | 02 Atendimento Presencial | 34 Atendimento Telefone | 61 (considere-se que em cada Regional visitada fizemos palestra na Aposchesf local) Reuniões na Sede da Chesf | 9 (presença também nas Assembleias/ACT)

Ressalto que, onde estivemos, durante todo esse período, defendemos o Projeto do Plano de Saúde (AMAP) para os Aposentados e o Benefício Mínimo. Além disso, ninguém ficou sem resposta de qualquer contato realizado, seja por telefone, cartas ou pelos milhares de e-mails.

Por todo esse esforço realizado com dedicação, espero que estejamos sempre juntos, mesmo quando fisicamente estivermos distantes, lembrando que “somos todos Anjos de uma só asa, e para voarmos precisamos estar abraçados um ao outro”. Meus agradecimentos e meu fraterno abraço.

27


// Seu Dinheiro

28


Telefone Fale Ilimitado celular INTERNET GRÁTIS

FREE

Como contratar o melhor plano?

O

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente que o uso dos telefones celulares no Brasil, no período de 2005 a 2011, teve um aumento recorde de 107,2% entre os cidadãos com mais de dez anos de idade. Como explicar um crescimento tão significante? A resposta pode estar principalmente na conjunção de dois fatores: a popularização cada vez maior dos aparelhos celulares (e suas variadas funções) e as facilidades oferecidas pelas operadoras existentes no mercado. Mas é preciso ter cautela na hora de contratar um serviço: aquelas promoções ditas “imperdíveis” podem representar uma pegadinha para o bolso.

29


// Seu Dinheiro

A

tire a primeira pedra quem nunca se encantou com as diversas ofertas e possibilidades oferecidas pelos funcionários das operadoras de celular – que fazem questão de mostrar aos clientes aparelhos de última tecnologia enquanto falam sobre as regras de cada plano. Por conta desse modelo de persuasão amplamente utilizado em lojas de todo o país, os órgãos de defesa do consumidor e a própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem alertado usuários: contratar um plano de telefonia móvel exige mais do que paciência para aguardar a vez de ser atendido nas lojas lotadas das operadoras; é preciso saber qual será o uso diário do serviço para não ficar no prejuízo no final do mês.

Foto: Divulgação

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), explica que, antes de fechar contrato, o cliente deve entender qual a principal diferença entre uma linha pré-paga e uma pós-paga. Na telefonia pré-paga, a ligação é mais cara, entretanto, não existe cobran-

A " ntes de fechar o contrato, o cliente deve entender qual a principal diferença entre uma linha pré-paga e uma pós-paga." // Maria Inês Dolci 30

ça da taxa de assinatura. É fundamental saber qual o valor da taxa aplicada em cada operadora para avaliar qual das duas modalidades traz mais vantagens. Conhecer os valores dos minutos nos dois tipos de plano – considerando ligações locais e interurbanas para números fixos, para celular da mesma operadora e para outras empresas – é a etapa seguinte no check-list. De posse desse conjunto de informações, o consumidor pode comparar os tipos de plano de forma mais precisa. Vale ficar atento também para as ofertas dos “aparelhos de graça” oferecidos a clientes em potencial de planos pós-pagos. “Parece ser a oportunidade para ter aquele celular tão sonhado. Contudo você 'ganha' o aparelho e seu valor vem embutido na mensalidade do plano”, alerta Maria Inês.

Redes sociais, torpedos ilimitados e ligações de graça Além dos smartphones de última geração, as companhias de telefonia celular têm oferecido uma série de serviços nos planos pós-pago para atrair o consumidor, como ligações gratuitas entre linhas da mesma operadora, mensagens de texto sem limite e acesso à internet. O interessado deve anotar todos os benefícios e facilidades de cada empresa e fazer uma profunda análise de suas reais necessidades, levando em consideração os valores cobrados de todas as opções consultadas e comparando tem por item. Outra


dica é traçar uma espécie de perfil de consumo próprio e da família: quantos minutos de ligação são necessários durante o mês, qual o uso efetivo de internet e chamadas de longa distância, mensagens do tipo SMS, etc. De posse desses dados, o usuário deve ponderar sobre os planos disponíveis no mercado e decidir por aquele que melhor se adeque ao seu perfil. “É importante avaliar, inclusive, o uso desses serviços em conjunto com esposa, marido, filhos e demais pessoas que são envolvidos de alguma forma. Do contrário, o orçamento sempre ficará fora do planejado durante as pesquisas”, recomenda Maria Inês Dolci.

Mais de um chip: ter ou não ter? Antes de sair aproveitando as ditas ofertas imperdíveis bombardeadas na mídia, o consumidor deve analisar ainda com quais pessoas fora do plano ele mantém contato com frequência, pois esse consumo interfere na conta mensal. “A ideia de ter mais de uma linha para diversificar as operadoras, por exemplo, pode estar equivocada. É preciso fazer uma simulação – a partir de uma estimativa de minutos utilizados – e comparar as situações. Colocar na ponta do lápis é a única forma de ter segurança da melhor escolha para o bolso”, detalha a coordenadora da Proteste. A Participante Fátima Gaia concorda: fez as contas e decidiu manter três linhas. Sempre atenta à conta mensal, ela conta que acompanha mês a mês seu com-

Definindo o perfil de consumo Para escolher o plano mais adequado aos seus hábitos e necessidades, é preciso definir o perfil de consumo. A Proteste sugere que, antes de contratar um plano, o usuário responda às seguintes perguntas: Em torno de quantas ligações na mesma cidade faço por mês? E interurbanas? Faço mais ligações em qual horário do dia?

Quantos minutos são suficientes para mim?

Até quantas mensagens de texto (SMS) costumo enviar? E de multimídia (fotos, músicas e vídeos)?

Quanto de internet tenho o hábito de usar no meu celular?

Ligarei mais para pessoas que usam celular e telefone fixo da minha operadora?

Vou precisar ter linhas adicionais no meu plano? Quantas?

31


// Seu Dinheiro

"Mudei de plano porque percebi que meu uso estava mudando. Hoje diversifico as modalidades de pré e pós-pago. Isso me gerou uma boa economia."

// Fátima Gaia

Em caso de emergência

portamento de consumo, promoções e novidades das operadoras. “Já mudei de plano porque percebi que meu uso também estava mudando. Hoje mantenho um chip de uma operadora e outros dois de outra, diversificando para as modalidades de pré e pós-pago. Isso me gerou uma boa economia”, comemora. Antes de alterar seu plano, Fátima verificou entre as pessoas que mais conversava quais as suas operadoras. Dentro da família, fez um plano pós-pago com pacote básico, pois utiliza mais ligações do que mensagens SMS e internet. Mas também comprou um chip pré-pago de outra empresa para poder falar com o filho,

que já usava uma linha há mais tempo. Para manter a frequência da conversa com seus outros contatos mais próximos, ela viu que uma terceira operadora seria necessária no seu aparelho. Já para sua residência, preferiu uma linha fixa, por julgar que a assinatura básica compensa. Para Maria Inês Dolci, Fátima é um exemplo de consumidora consciente, que conhece bem o próprio perfil e o da família. “Quem usa mais ligações do que internet ou outros serviços que as operadoras tentam vender como plus deve ter muita atenção, de modo a não cair no encantamento da venda. E mesmo que opte por um plano que contemple acesso às redes sociais, por exemplo, recomendo aproveitar a wi-fi gratuita oferecida em shoppings, consultórios e estabelecimentos comerciais. Esse serviço se tornou quase um item obrigatório para quem quer atender bem seus clientes”, diz.

32

Para conhecer o número de série do seu celular, pressione os dígitos *#06#. Aparecerá um código de mais de 13 dígitos. Anote e guarde em algum lugar seguro. Se seu celular for roubado, ligue para sua operadora e dê esse código para que possam fazer o bloqueio instantâneo do aparelho, inutilizando seu uso.

Fale com a Fachesf Para entrar em contato com a Fachesf a partir de uma chamada de celular, o Participante deve utilizar o número 4020.7533. Será cobrado apenas o custo de uma ligação local. De telefones fixos, utilize o 0800.281.7533.


Anatel lança medidas para proteger o consumidor Melhorar os serviços prestados pelas operadoras de celular, para que deixem a liderança das listas de queixas nas entidades de defesa do consumidor. Essa é a expectativa da Proteste com o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços Telecomunicações (RGC), que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou para entrar em vigor já no próximo mês de agosto. Para elaborar o Regulamento, a Anatel levou em consideração os principais problemas registrados pelos consumidores na central de atendimento da Agência. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, em 2013, foram mais de 3,1 milhões de reclamações dos consumidores. Na Proteste, Maria Inês Dolci conta que as operadoras ocupam cinco das dez posições mais reclamadas em 2013. “Entre as principais medidas que irão vigorar, está a possibilidade de cancelar contratos diretamente por meio do telefone e da internet, sem ter de passar pelos serviços de callcenter das operadoras”, explica. No entanto, segundo ela, para que as regras “peguem”, a Anatel terá que ser firme na fiscalização. Para auxiliar os usuários a escolherem uma operadora – considerando a imensa lista de queixas relatadas em todo o Brasil –, a Anatel oferece o Portal do Consumidor, que pode ser acessado no endereço: www.anatel.gov.br/consumidor (aba “Dados e Rankings”).

Confira as principais mudanças impostas pelo Regulamento da Anatel Contrato, faturas antigas e históricos de consumo poderão ser consultados na internet mediante senha individual; Os sites das operadoras permitirão acesso a protocolos e gravações do atendimento; Todas as operadoras deverão disponibilizar preços que estão sendo praticados para cada serviço e condições de oferta;

o motivo de uma cobrança, a empresa terá 30 dias para lhe dar uma resposta. Se não responder neste prazo, a prestadora deve automaticamente corrigir a fatura (caso ela ainda não tenha sido paga) ou devolver em dobro o valor questionado (caso a fatura já tenha sido paga);

Consumidores de pacotes (telefonia fixa + banda larga + TV por assinatura) poderão resolver assuntos relativos a qualquer um dos serviços entrando em contato com uma única central de atendimento telefônico;

Todas as recargas de telefonia celular na modalidade de pré-pago terão validade mínima de 30 dias. As operadoras deverão ainda oferecer duas outras opções de prazo de validade de créditos, de 90 e 180 dias. Estas opções devem estar disponíveis tanto nas lojas próprias como em estabelecimentos que estão eletronicamente ligados à rede da operadora;

O cancelamento dos serviços poderá ser feito por meio da internet ou digitando uma opção no menu na central de atendimento telefônico da prestadora;

Antes de formalizar a contratação de qualquer serviço, as operadoras deverão apresentar um sumário com as informações sobre a oferta;

A prestadora será obrigada a retornar a ligação para o consumidor caso a ligação caia durante o atendimento do callcenter;

As operadoras não poderão mais cobrar a assinatura dos serviços antes deserem utilizados pelos consumidores.

Sempre que o consumidor questionar o valor ou

Fonte: www.anatel.gov.br

33


// Seu Dinheiro

Família unida, orçamento equilibrado

artigo

Muitas pessoas iniciaram 2014 com o desejo de ficar longe das dívidas ou de melhor conduzir seu orçamento. Mas quando a questão é impactada pelos comportamentos da família, é preciso ter em mente que o objetivo deve também ser buscado em família. Qualquer que seja a situação financeira da casa, é fundamental repensar uma relação que, se mal administrada, causa sofrimento para todos: o padrão de vida real X o padrão de vida praticado fora das condições. Ou seja, avaliar se há uma tendência de comportamento de consumo que não se encaixa com a realidade da família. Uma boa dica para conseguir se manter dentro dos padrões financeiros reais é eliminar gastos aparentemente bobos, porém relevantes quando totalizados ao final de cada mês. Para tornar mais clara essa abordagem, vamos analisar algumas situações cotidianas e, em seguida, dar sugestões que podem ser úteis para evitar complicações econômicas futuras. 1. Compras realizadas em supermercados de forma desorganizada e fora do padrão real da família causam prejuízos significativos ao longo dos meses e anos. •

• • •

As compras devem ser feitas pela pessoa mais objetiva, evitando aquisição de produtos fora da lista pré-elaborada, que deve conter as reais necessidades para o período; Deve-se eliminar a compra de produtos apenas por estarem em promoção. O cuidado evita desperdícios por motivos de validade vencida; Quem realiza as compras deve estar atualizado quanto aos estabelecimentos e dias em que ocorrem promoções nos preços dos produtos; Duas perguntas básicas devem ser feitas antes de passar algum item do carrinho para o caixa: eu preciso disso? De fato, posso ou devo comprá-lo?

3. Quando não está claro para todos da família quais as suas reais condições e padrão financeiro, os gastos são efetuados fora do controle. •

• •

Os pais não devem ter medo de dizer “não” aos filhos, quando pedem que comprem algo somente porque um amigo tem. Esse momento é uma ótima oportunidade para fortalecer a educação dos jovens e ensiná-los que famílias diferentes têm prioridades diferentes; Os valores dos presentes devem ser proporcionais à condição da família que presenteia; A mesada concedida pelos pais deve ser acompanhada da conscientização de que não se deve gastar tudo de forma imediata. Orientar sobre o uso da mesada para custear algum desejo evitaque os jovens cresçam com a falsa impressão de que dinheiro é sempre fácil.

Hoje, mais do que nunca, temos a certeza que ter uma família unida faz a diferença em todos os campos da vida, inclusive nas finanças pessoais. Saber conduzir os próprios recursos de modo eficiente é a maneira mais inteligente de eliminar os sofrimentos que parecem ser eternos quando se gasta sem controle.

// Extras

Baixe uma planilha exclusiva para controle de finanças pessoais: https://bit.ly/2JM8Bph

2. Realizar refeições constantemente fora de casa representa um gasto relevante. •

• •

A recepção de amigos em casa para comemorar datas ou acontecimentos importantes, além de tornar o evento mais familiar e agradável, evita gastos desnecessários e elevados; Lanches fora de casa precisam ser observados com atenção no sentido de evitar que sejam realizados somente porque já se tornaram hábito; Passeios e idas ao cinema não devem incluir como obrigatoriedade a compra de guloseimas. Elizabete Silva é contabilista, especialista em finanças e gerente econômico-financeira da Fachesf.

34


// Gestão e Planejamento

Mais modernidade e eficiência no pagamento das suplementações

O

ferecer cada vez mais qualidade aos Participantes no atendimento das suas necessidades tem sido um dos desafios diários da Fachesf ao longo dos seus 42 anos anos. Uma das iniciativas bem-sucedidas nesse sentido foi a recente implantação, pela Assessoria de Tecnologia da Informação (ATI) e Gerência de Manutenção de Benefício (BGM), do Sistema de Pagamento de Benefício (SPB), instrumento pelo qual são processadas todas as informações referentes ao pagamento de mais de oito mil suplementações.

A inovação começou a ser testada em 2012, em substituição ao antigo sistema SIAS, cuja maior parte das atividades ainda não era automatizada, o que comprometia a agilidade do processo. Do desejo dos gestores de tornar a atividade mais eficiente, uma nova ferramenta começou a ser desenhada internamente. O foco estava centrado em dois principais pontos:

Arte | Pollyana Navarro

Além de integrar os dados dos Assistidos em um cadastro único – o que permitiu uma melhor intera-

ção entre os setores envolvidos com o pagamento dos benefícios –, o novo SPB vem contribuindo para otimizar a execução dos processos de controle da folha mensal dos Aposentados e Pensionistas, hoje da ordem de mais de 26 milhões de reais.

// Brunno Souza e Mário Jorge, da ATI 35


// Gestão e Planejamento

// Patrícia Silva (centro), supervisora da BGM, e equipe

tornar o processo mais rápido e oferecer mais segurança ao Participante quanto à gestão de suas informações pessoais. Mario Jorge, analista de sistemas da Fachesf, explica que o ponto de partida para a implantação do SPB foi a definição das especificidades necessárias para operar os pagamentos de modo mais eficiente. “A partir de então, optamos por uma linguagem de programação mais moderna com desenvolvimento baseado no conceito de um cadastro único, no qual todos os sistemas se interligam”. Um dos ganhos para dar agilidade na concessão das aposentadorias solicitadas e posterior início dos pagamentos foi a interligação automatizada dos processos das áreas respon36

sáveis por cada etapa, eliminando o retrabalho. Em 2013, o novo sistema de pagamento de benefício demonstrou sua eficiência, na ocasião do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) realizado pela Chesf. Na época, foram cadastrados mais de mil Participantes. “O PIDV mobilizou toda a Fundação, em especial a Diretoria de Benefícios, que montou suas estratégias para atender aos inscritos no Programa, já que a demanda implicaria no aumento dos serviços operacionais, tais como atendimento, concessão e cálculo. Nosso desafio foi cadastrar os novos Assistidos e finalizar o processo, ou seja, dar início ao pagamento dos seus benefícios de suplementação, em tempo hábil”, explica Patrícia Silva,

Com a inovação e a busca constante por melhorias, é possível estar sempre um passo a frente na qualidade dos serviços prestados. supervisora da Gerência de Manutenção de Benefícios (BGM). O esforço deu resultado: a BGM ganhou em qualidade e tempo no desenvolvimento de suas tarefas e regularização das pendências do Participante que solicita a suplementação da Fachesf. Essa é a prova maior de que, com inovação e busca constante por melhorias, é possível estar sempre um passo a frente na qualidade dos serviços prestados aos Participantes.


// Foco no Participante

Paixão pela natureza A

ndar rodeado pela natureza em seu estado mais bruto é um dos maiores prazeres na vida de Abílio Mendonça. Atualmente, o Participante Assistido da Fachesf divide seus dias entre a fazenda onde mora, em Garanhuns (PE), e as muitas viagens que faz em companhia da filha Tatiana, que herdou do pai a paixão pela adrenalina. Das aventuras no céu ao interior da Amazônia, Abílio conta como descobriu um novo estilo de vida após a aposentadoria.

37


// Foco no Participante

C

resci ligado à natureza por influência do meu pai, que era veterinário. Caminhávamos muito juntos e o hábito cultivou em mim o prazer de viver em meio ao ar livre. Talvez isso tenha despertado também um gosto pela aventura, a adrenalina correndo na veia. Quando criança, queria muito ser piloto de aviões. O correr dos dias, entretanto, me levaram para outros caminhos: em 1978, entrei na Chesf, onde permaneci até 1999. Quando me aposentei, resolvi que era hora de, enfim, curtir a vida do jeito que sempre imaginara.

"Gostei do contato com a natureza, da ideia de explorar lugares desconhecidos e meio selvagens."

A primeira vez que desci num rapel foi em uma viagem para a Chapada Diamantina (BA), na companhia de Tatiana, minha filha – bióloga e principal parceira de aventuras. Foi lá que experimentei a sensação de ser livre de verdade, e comecei a enveredar por um tipo de turismo que nada

tem a ver com visitar pontos históricos e apinhados de gente. Gostei de como me senti, do contato com a natureza, da ideia de explorar lugares desconhecidos e meio selvagens. Nossa empreitada seguinte foi desvendar o fundo do oceano. Antes, porém de aprender as técnicas de mergulho, entendemos que era necessário, caso algo acontecesse com um de nós dois, que soubéssemos noções básicas de primeiros socorros. E lá fomos nós, Tati e eu, para um curso de socorrista. Devidamente treinados, fizemos as aulas de mergulho. Mares de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e do arquipélago de Fernando de Noronha logo se tornaram nossos conhecidos. Íamos explorar os navios naufragados, ver a população marinha e simplesmente esquecer o mundo aqui em cima em meio à natureza no seu estado mais puro.

// Ilha de Marajó (PA) 38


mesmo precisou operar a abertura do meu paraquedas. Fiquei frustrado e prometi que não desistiria tão fácil. Queria me testar e provar que eu era capaz.

Fotos cedidas pelo Participante

A partir daquele dia, passei a treinar diariamente os procedimentos necessários. Fazia simulações, contava segundo a segundo o que deveria fazer e em que ordem. Fui para o segundo salto mais confiante. E deu certo: performance 100% correta e a certeza de que nada é impossível quando há vontade de aprender e muito esforço pessoal. Tomei gosto pela coisa e saltei outras vezes em busca da mesma sensação incrível que a queda livre (e adrenalina!) proporciona.

Queda Livre Do mar ao céu, foi somente uma questão de tempo: coloquei na cabeça que queria experimentar o paraquedismo e comecei os preparativos para o primeiro salto. No grande dia – em João Pessoa, na Paraíba –, lembro-me de, a 13 mil pés de altura, ouvir o instrutor me perguntar se eu estava pronto para saltar. “Pronto”, respondi. Coloquei os pés para fora do avião. O coração quase saía pela boca. Sabia que dali em diante, seria tudo comigo. O que não sabia, porém, era que nada aconteceria como o previsto. A queda durou exatos 35 segundos, descendo a uma velocidade de 250km/h. Quando cheguei lá embaixo, o instrutor perguntou-me do que eu recordava. Foi quando entendi que tivera um apagão e ele

A paixão pelo céu, no entanto, não enfraqueceu meu namoro com o oceano; pelo contrário, pois também aprendi a velejar e, em 2001, participei da Regata de Fernando de Noronha. Adoro a paz que sinto quando estou no mar. Um dos meus sonhos é um dia ter um barco e navegar mundo afora, revivendo esse sentimento de liberdade que me faz tão bem.

Paixão pela Amazônia Adoro viajar pelo Brasil, mas não tenho interesse por capitais. Para mim, toda cidade grande é igual, porém os interiores e o campo são sempre surpreendentes. Adoro turismo de aventura, regiões que se sobressaem pelo seu ecossistema. Meu prazer é andar em meio à natureza, contemplar a formação do relevo e da fauna e flora local. As paisagens incríveis de Foz do Iguaçu e os cânions da Serra Gaúcha (que vão muito além do famoso circuito Gramado – Canela – Bento Gonçal-

"Meu prazer é andar em meio à natureza, contemplar a formação do relevo e da fauna e flora local." 39


// Foco no Participante

"O que mais me encanta quando visito qualquer território do mundo é a possibilidade de conhecer pessoas e culturas diferentes da minha." ves), por exemplo, são imagens que não me saem nunca da memória. Minhas andanças pelo país – sempre na companhia da minha filha Tatiana – já me levaram a desbravar, entre tantos outros, lugares como Pantanal (MT), Chapada dos Guimarães (MT), Ilha de Marajó (PA), Alter do Chão (um distrito de Santarém/PA), Cambará do Sul (SC) e, principalmente, a Amazônia (AM), onde eu me sinto verdadeiramente vivo e em conexão com o meio ambiente. Lá tudo me fascina, da vegetação aos acidentes geográficos, dos rios à cultura popular. Já visitei a região diversas vezes e continuo me impactando a cada vez que retorno. Não dá para entender o que a é Amazônia somente em fotografias. É preciso respirar aquele ar para conhecer de verdade um pouco da floresta que é tão brasileira. Quando eu era criança, recordo das aulas de geografia em que eu tinha de decorar o nome do rio Amazonas e seus afluentes, mas não fazia a menor ideia da grandiosida40

// Aparados da Serra

de da natureza que essa parte do Brasil esconde. Sua riqueza e habitat natural de seres incríveis como onças, porcos do mato, sucuris gigantes, jacarés-açu. Sempre que me dá na telha, corro para a Amazônia, onde já fiz muitos amigos. Isso, aliás, é o que mais me encanta quando visito qualquer território do mundo: a possibilidade de conhecer pessoas e culturas diferentes da minha, experimentar o novo. Sempre que viajo, procuro gente com quem possa conversar, trocar impressões, esmiuçar sua arte e suas crenças. Na Amazônia, bom mesmo é viajar como os nativos, nos barcos conhecidos como “regional”, dormindo em redes durante trajetos que atravessam dias e noites. Sem pressa, mas com rumo certo.

Dentro do Mato

Hoje posso dizer que tenho a vida que quero ter. Moro em uma fazenda no município de Guara-

nhuns (PE), onde me refugio do burburinho urbano e sigo meu próprio ritmo. Acredito que tudo isso não foi à toa, mas resultado das escolhas que fiz ao longo do tempo. Quando comecei a trabalhar, por exemplo, já sabia exatamente quando e como iria me aposentar. O equilíbrio que conquistei também foi fruto da escolha de me mantersempre dentro do padrão financeiro que eu tinha. Nunca fiquei devendo cartão ou gastando dinheiro que não era meu. Creio que precisamos somente do que nos é essencial. O melhor da vida é mesmo poder fazer o que se gosta; curtir os dias, não esquentar a cabeça. Cada um ao seu modo. Mesmo que seja como eu, que sou feliz dentro do mato.”

// Extras

Acesse a versão mobile e confira uma galeria de fotos de alguns locais pelos quais Abílio já passou.


// Fachesf-Saúde

De volta ao aconchego O

s móveis, o jogo de cama, a louça conhecida do dia a dia. Uma imagem de Nossa Senhora da Conceição na mesinha do canto, o cheirinho que vinha da cozinha perto do meio-dia. Todas as referências e lembranças da vida da minha mãe estavam espalhadas pela sua casa, impressas em cada canto. Isso garantia a ela muito mais qualidade de vida. São pequenas coisas que, para quem já viveu mais de 90 anos, fazem toda a diferença.

41


// Fachesf-Saúde

O depoimento emocionado de Élcia Falcão, filha de Odete Esteves Moura, aposentada da Fachesf, lembra com detalhes as referências da casa em que a mãe se sentia tão acolhida. Foi lá que a senhorinha de alma de artista viveu seus últimos meses de vida (faleceu em 15 de novembro de 2013) cercada de amor, carinho, atenção dos quatro filhos e, dispondo, sobretudo, de um atendimento de saúde humanizado. As complicações de saúde de Dona Odete começaram depois de uma queda, resultado da instabilidade do seu idoso caminhar. Aos 93 anos, teve de enfrentar uma cirurgia e quatro meses de idas e vindas ao hospital. “Mamãe era uma pessoa muito sensível. Todo aquele vai-e-vem, aquele clima hospitalar, fazia muito mal a ela”, conta Élcia. A solução da família foi optar por um tratamento em casa, mas a experiência também não foi bem-sucedida. “Como não tivemos apoio técnico de profissionais especializados, as infecções adquiridas no período de internamento complicaram e ela teve de voltar para mais dois meses

"Foi uma decisão maravilhosa. Mamãe começou o tratamento em nossa casa e ganhou oito meses de uma nova vida." // Élcia Falcão 42

entre UTI e apartamento, o que a deixou ainda mais fragilizada”. Diante da piora visível no quadro da paciente, que não reagia bem no ambiente hospitalar, o médico que acompanhava dona Odete consultou a Fachesf e sugeriu que ela fosse encaminhada para um atendimento domiciliar, também conhecido como home care. Em casa, ela seria acompanhada de perto por uma equipe de saúde, e sua família receberia todas as orientações necessárias sobre o tratamento e a função do cuidador, que passaria a assisti-la. De imediato, a Fachesf identificou que a paciente tinha o perfil para ser enquadrada em seu Programa de Atenção Domicilar e passou a acompanhá-la de perto. “Foi uma decisão maravilhosa. Em março do ano passado, mamãe começou o tratamento em nossa casa e ganhou oito meses de uma nova vida”, recorda a filha Élcia.

O Programa de Atenção Domiciliar da Fachesf Casos como o de Dona Odete são inúmeros e comprovam que, para um perfil específico de paciente, o tratamento de saúde realizado em casa traz uma série de benefícios, que vão desde a redução de infecções hospitalares, passando pelo conforto de estar na própria residência e poder continuar rodeado de referências tão familiares. Foi dessa constatação que a Fachesf desenvolveu o Programa de Atenção Domiciliar focado nos


// Equipe do Programa de Atenção Domiciliar

beneficiários do Fachesf-Saúde com doenças crônicas, em períodos pós-operatórios ou com outros quadros de internamento hospitalar que permitam a continuidade do acompanhamento clínico no lar do paciente. “É uma espécie de extensão do que seria feito no internamento, com foco no restabelecimento da saúde do beneficiário e, consequentemente, da alta médica. Nos últimos quatro anos, mais de 250 pessoas já foram atendidas em home care”, diz Wanessa Cysneiros, gerente de regulação de planos de saúde da Fundação. Para ser enquadrado no Programa de Atenção Domiciliar da Fachesf, é preciso cumprir rigorosamente uma série de requisitos. Não se admitem, por exemplo, pacientes com quadros de alta

complexidade, que necessitem de um tratamento médico intensivo ou outras questões específicas de saúde. Ele precisa estar internado, mas com um quadro estável, para evitar riscos às suas condições. A estrutura da residência também é analisada e, principalmente, a existência de um cuidador preparado para atendê-lo. Outros pontos também são fundamentais para a admissão do beneficiário. Antes de tudo, o médico assistente do paciente precisa indicar o tratamento. Em seguida, a equipe médica da Fachesf tem que confirmar se a pessoa tem de fato o perfil; e, por fim, o paciente e sua família devem desejar a transferência do hospital para casa. “Esses três requisitos são obrigatórios, embora às vezes o primeiro seja levemente modificado, pois a indicação pode

partir também da nossa equipe e dos próprios parentes. Em ambas as situações, o médico assistente é sempre consultado para avaliar a viabilidade”, esclarece Wanessa Cysneiros.

Em busca da máxima autonomia O perfil para admissão no Programa de Atendimento Domiciliar da Fachesf é marcado, sobretudo, pela pontuação do paciente de acordo com a tabela da Associação Brasileira das Empresas de Medicina Domiciliar (Abemid). “Essa tabela é o instrumento que norteia a indicação de cada indivíduo para a internação. Ela nos in43


// Fachesf-Saúde

A Fundação só mantém o Programa nas cidades em que há empresas da rede credenciada ao FachesfSaúde que tenham alto padrão de qualidade.

dica se o paciente é de baixa, média ou alta complexidade, e qual será a frequência da equipe de saúde em sua casa. Enfermagem, por exemplo, pode ser um atendimento de seis horas ao dia, 12 ou 24. Já a visita médica pode ser quinzenal, semanal ou até mais assídua, a depender do estado de gravidade do paciente”, comenta a médica Alessandra Catão, auditora do programa. A estrutura de aparelhos instalados no domicílio pode ser das mais simples às mais complexas. “Podemos levar do respirador até a cama hospitalar, o oxigênio ou mesmo uma espécie de UTI em casa. A ideia é restabelecer o nível de autonomia máxima para que toda a atenção possa ser assumida pelo cuidador, que é orientado pela equipe de enfermagem do Programa”, diz Alessandra Catão. A partir da identificação do perfil do beneficiado, o atendimento é assumido por uma empresa prestadora de serviço de hospital domiciliar. O Programa disponibiliza então uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, de acordo com as necessidades específicas de cada caso. Embora o serviço seja realizado pela empresa de home care 44

contratada, a Fachesf monitora, acompanha e avalia a assistência de forma sistemática. “A equipe do Programa é maravilhosa. Nossa família cobrava muito da prestadora, mas a equipe técnica da Fachesf cobrava ainda mais, garantindo o melhor serviço para o beneficiário”, comenta Élcia Falcão. Para manter o excelente nível do serviço oferecido, a Fundação só mantém o Programa nas cidades em que há empresas da rede credenciada ao Fachesf-Saúde/ PAP com alto padrão de qualidade. Além disso, vale ressaltar que o atendimento domiciliar não é ininterrupto. “Assim como aconteceria se estivesse no hospital, o paciente em casa também recebe alta. Esse é o nosso objetivo maior, promover a saúde e a cura”, esclarece Wanessa Cysneiros.

Bom para os pacientes, bom para o Fachesf-Saúde Apesar da prática de identificar os pacientes que podem ser tratados em casa e atendê-los em home care ser realizada na Fachesf há pelo menos dez anos, o Programa de Atenção Domiciliar foi formalmente implantado na Fundação em 2010. Desde então, tem registrado pontos positivos não somente para a qualidade de vida dos pacientes atendidos, mas também para o Fachesf-Saúde, pois quando um beneficiário internado em hospital é transferido para casa, a Fundação deixa de pagar diárias e taxas, além de outros itens


Perfil dos pacientes que se enquadram no Programa de Atenção Domiciliar Estar internado em ambiente hospitalar, mas com quadro de saúde estabilizado; Não demandar cuidados médicos intensivos; Ter um médico assistente que faça uma primeira triagem e indique o tratamento em casa; Após a indicação do médico assistente, passar pela análise da equipe médica da Fachesf; Possuir residência com boa estrutura física que se adapte às necessidades do tratamento especial; Contar com um cuidador e o apoio da família.

que oneram muito os planos de saúde. “No conforto de seu lar, o doente recebe o mesmo atendimento de qualidade da equipe de saúde, sem os gastos excessivos cobrados na rede hospitalar credenciada, e com o adicional de estar rodeado de sua família. O ganho é de todos”, defende a gerente de regulação da Fachesf, Wanessa Cysneiros.

"No conforto de seu lar, o paciente recebe o mesmo atendimento da equipe de saúde, sem os gastos excessivos cobrados na rede hospitalar credenciada, e com o adicional de estar rodeado de sua família". Todos os anos, a Fundação realiza um estudo de acompanhamento financeiro nos planos, que mostra na ponta do lápis a redução de gastos que o Programa proporciona. Em 2013 – quando registrou 45 internamentos em home care – houve uma redução média de 76,6% nos custos do plano em relação à internação hospitalar. “Temos cumprido nosso objetivo, que é focar na qualidade de vida do paciente e, em paralelo, investir na segurança e perenidade do Fachesf-Saúde. Estamos bastante satisfeitos com os resultados. O Programa de Atenção Domiciliar tem cuidado dos pacientes de maneira carinhosa e individual, pois faz com que eles se sintam não como pessoas doentes em hospitais, mas como as figuras principais dentro de seus próprios lares, onde recebem cuidados e proteção”, comemora Alessandra Catão. 45


// Fachesf-Saúde

Cuidador, com amor O Guia Prático do Cuidador, manual editado em 2008 pelo Ministério da Saúde, traz em suas primeiras páginas a seguinte definição: “Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se mostra, seus gestos e falas, suas dores e limitações. Percebendo isso, o cuidador tem condições de prestar o cuidado de forma individualizada, a partir de suas ideias, conhecimentos e criatividade, levando em consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada. Esse

// Diógenes e Cleide Sampaio 46

cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada.” O texto resume de forma precisa e eficaz o que se espera de alguém que se propõe a cuidar de outrem, seja um parente, um amigo ou mesmo um cliente, no caso dos cuidadores profissionais. Dentre as muitas características essenciais, o cuidador precisa ter carinho com o paciente e ministrar corretamente os remédios, uma vez uma vez que seu papel pode fazer a diferença entre a vida e a morte de quem está sob os seus cuidados. O Programa de Atenção Domiciliar da Fachesf credita muita importância à figura do cuidador. A sua existência no âmbito domiciliar está entre os requisitos básicos para que um paciente seja aceito. No Programa, o cuidador desempenha um papel fundamental no


restabelecimento do paciente que é transferido do hospital para casa e necessita de atenção redobrada. “Depois da análise da Fachesf de que o beneficiário pode ser tratado em casa, os prestadores credenciados capacitam o cuidador para que ele dê o suporte ao doente no dia a dia. Do mesmo jeito que no hospital precisa ter alguém ‘tomando conta’, em casa há a mesma carência”, lembra a médica Alessandra Catão, reforçando, ainda, que, no caso de cuidador contratado no mercado, a presença efetiva dos familiares ainda assim é necessária. “Não há substituição de um responsável da família. Todos precisam estar juntos nesses cuidados básicos. São três pilares fundamentais: a equipe médica, o cuidador e a família.” Em muitos casos, o cuidador escolhido pela família é um parente, o que reforça ainda mais os laços sanguíneos, numa parceria de amor e troca. Quando adoeceu gravemente, há cerca de quatro anos, o Participante Diógenes Teixeira Sampaio não imaginava que sua irmã, Cleide Sampaio, seria seu maior apoio na luta pela recuperação. De pronto, ela se tornou não somente sua cuidadora, mas uma das figuras mais importantes de sua vida. “Na verdade, nos revezamos entre cunhado, irmão, enfermeiros, além de um profissional contratado, mas eu sempre estive ali do lado, todo o tempo”, diz Cleide. Como acompanhou todo o processo de Diógenes, Cleide Sampaio percebeu o quanto o Programa de Atenção Domiciliar favoreceu o restabelecimento da saúde do irmão. “No início, o quadro dele era terrível. Mas a tempestade passou. E grande parte desse sucesso deveu-se ao tempo de tratamento em casa, onde ele contou com

"O lençol de casa, a comidinha da gente, o convívio familiar. Não dá nem para comparar com aquele clima frio do hospital."

// Cleide Sampaio

a equipe de enfermagem, sempre carinhosa e criteriosa nos cuidados intensivos. Sem falar no lençol de casa, na comidinha da gente, no convívio familiar. São detalhes simples, que só quem passa por isso dá importância. Não dá nem para comparar com aquele clima frio do hospital”, conta Cleide. No último dia 28 de fevereiro, já de alta médica, Diógenes celebrou 55 anos de idade. Para marcar a data, preparou um vídeo para postar nas redes sociais, trazendo as pessoas que mais marcaram sua vida nesse meio século. Num trecho muito especial, ele faz uma referência aos enfermeiros, aos amigos e, sobretudo, à irmã Cleide e seus demais cuidadores. Gente que esteve ao seu lado no período mais difícil da sua trajetória. Pessoas que estavam tecnicamente preparadas para estar ali, mas, principalmente, estavam prontas de coração para cuidar de alguém. 47


// Seu Dinheiro

União para enfrentar desafios

artigo

Além de qualquer outro desejo, a saúde é o bem mais cobiçado por todo ser humano, especialmente por aqueles que a perdem. Quando nos deparamos com o infortúnio de diagnósticos e laudos reveladores de patologias – as quais desencadeiam distúrbios físicos, mentais e emocionais que nos tiram do eixo –, daríamos tudo para recuperar nosso bem-estar. Nessas horas de insegurança e de imprevisibilidade em que a dor nos visita, faz toda a diferença poder contar com um plano de saúde que nos enxerga não somente como um simples número de inscrição, mas como uma pessoa que tem identidade própria e merece ser tratado com dignidade e respeito; alguém que, em instantes de fragilidade, necessita que suas dúvidas sejam esclarecidas e que exista transparência na administração do plano. Ao longo de seus 23 anos de existência, o Fachesf-Saúde tem primado por todos esses aspectos, cujo objetivo maior é a satisfação dos beneficiários, afinal se trata de um plano de autogestão; ou seja, que só tem razão de ser para atender seus usuários. Porém, o fato de ser do tipo autogestão não o isenta de cumprir todas as regras estabelecidas pelo órgão regulador (Agência Nacional de Saúde - ANS), as quais estão ficando cada vez mais desafiadoras. Você sabe por quê? A razão é simples: para administrar de modo eficiente um plano de saúde, é fundamental que haja uma sincronia perfeita entre o cumprimento dos normativos, a satisfação das necessidades dos beneficiários, as parcerias com a rede credenciada e o equilíbrio financeiro do plano. Essa equação, entretanto, não é nada fácil; tampouco existe um único modelo de gestão que valha para todas as empresas. Diante de tantas incertezas, não vejo outro caminho, portanto, a não ser darmos as mãos, operadora e beneficiários, para atingirmos nosso objetivo com total segurança. É preciso que se entenda que o mercado de saúde mudou muito nos últimos anos. Um exemplo disso é a relação entre médicos e pacientes. Reflitam comigo: atualmente quantos de nós têm o privilégio de ser atendido por um profissional com o perfil dos antigos médicos de família, que conheciam a história do paciente e emitiam diagnósticos precisos após a realização de um simples exame clínico? Que inspiravam confiança em suas declarações e não abusavam do recurso de radiações

48

constantes ou análises em máquinas colossais para definir um diagnóstico referente a uma patologia simples? Bons tempos aqueles! Era pouco dinheiro gasto, muita eficiência no atendimento e na precisão diagnóstica, mais saúde e qualidade de vida para os pacientes. O resultado da utilização cada vez mais frequente dessa parafernália de exames (muitas vezes desnecessários) para obtenção de diagnósticos tem elevado os custos dos planos de saúde além da inflação, causando insatisfação por parte dos beneficiários – que alimentam a ideia equivocada de que a operadora de saúde está perdendo o controle (e a noção) dos valores cobrados. É bom que se diga, porém, que, além dos custos serem desproporcionais, existem outros fatores que impactam diretamente nas planilhas financeiras dos planos, a exemplo do modelo de atuação da indústria farmacêutica aliado ao do mercado de órtese, próteses e materiais especiais, que estabelecem negociações nem sempre amistosas. Assim sendo, repito, acreditamos que o melhor caminho é nos irmanarmos, operadora e beneficiário, para que nos tornemos fortes o suficiente para enfrentar o desafio de equilibrar a relação com os demais envolvidos nesse cenário que, em muitíssimas ocasiões, não estão tão preocupados assim com a saúde e o bem-estar do paciente.

Lúcia Vasconcelos é assessora da Superintendência de Saúde da Fachesf


// Mundo Animal

Poucas vezes no Brasil se falou tanto da causa animal. Para os ativistas, ainda há muito caminho a percorrer. Mas um novo panorama da questão já começa a surgir no país.

49


// Mundo Animal

E

m dezembro de 2013, ativistas de grupos de defesa animal invadiram o laboratório de pesquisa do Instituto Royal na cidade de São Roque, interior de São Paulo, para retirar do local 178 cães da raça Beagle que estariam sendo usados em testes de produtos farmacêuticos e cosméticos. O ato despertou a atenção do Brasil inteiro sobre a prática e resultou no fechamento do Instituto e em uma lei estadual que proíbe a utilização de animais para testes de cosméticos e material de limpeza. Além da consequência imediata na legislação local, a polêmica envolvendo os pacatos beagles trouxe uma consequência de peso, dessa vez para todo o país: elevou os protestos da causa a um patamar de evidência em que nunca havia estado até então; discussões sobre os direitos dos bichos tomaram força e entraram de vez para a pauta da imprensa nacional. Mas qual afinal a situação do Brasil em relação a essa luta? O que tem sido feito, quais as conquistas obtidas e que desafios ainda há a se enfrentar? Vários países já estabelecem limites e critérios bem definidos em nome de uma convivência pacífica e digna entre homens e animais. Na União Europeia e em lugares como Índia e Israel, por exemplo, já não é permitida a realização de testes de produtos cosméticos e de limpeza em animais ou mesmo a importação de itens com tais características. No Brasil, porém, essa é uma luta antiga, pois um dos muitos projetos existentes sobre o assunto nunca foi votado na Câmara dos Deputados. Esse, aliás, foi o motivo que levou mais de 200 ativistas a

50

participar do Acampamento pelos Animais, realizado em frente ao Congresso Nacional, em fevereiro deste ano. O objetivo do grupo, formado por gente de diversos estados brasileiros, foi compor comissões de negociação com os lideres partidários e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, para incluir nas pautas de votação da Casa, mais de uma dezena de projetos de defesa animal – alguns com mais de 10 anos parados na tramitação, dentre eles: • Esterilização nacional gratuita de cães e gatos para controle sanitário e de natalidade e proibição de execuções de cães e gatos nos centros de zoonoses do país sem critério de saúde; • Proibição de animais em circos em todo o país. Nove estados, incluindo Pernambuco, já proibiram a prática; • Proibição federal de teste em animais para fins cosméticos e de higiene, e estudos como vivissecção (cortar animais vivos para realizar estudos); • Proibição do aluguel de cães para guarda; • Aumento da pena para maus-tratos/crueldade; • Vacina Nacional Gratuita Contra a Leishmaniose. A jornalista, defensora animal e vice-presidente do Movimento de Defesa Animal de Pernambuco (MDA/PE), Goretti Queiroz, coordenou uma caravana de 25 pessoas durante o encontro, cujo saldo foi a promessa do presidente da Câmara, Henrique Alves, que incluiria quatro projetos em vota-


"Cada governo estadual tende a fazer sua própria legislação, como no caso da proibição de animais em circo, mas ainda há diversas cidades onde os animais são torturados em nome do entretenimento."

// Goretti Queiroz

ção até o final deste ano. “Vão ser votadas ações como esterilização nacional gratuita de cães e gatos, proibição de animais em circos em todo o país, proibição federal de teste em animais para fins cosméticos e de higiene, e alteração do código civil na natureza jurídica dos animais. Como urgência, também solicitamos a votação da CPI dos Maus tratos, que já entrou na pauta duas vezes antes do carnaval de 2014, mas ainda não foi votada ”, explica.

Os abusos começam a ser contidos A Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi proclamada em Assembléia da UNESCO, em Bruxelas, no ano de 1978. No Brasil, a Constituição da Republica já determina ao Poder Público a incumbência de“proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei,

as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (inciso VII)”. De acordo com a Lei Federal 6.938, do ano de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, destaca-se que a defesa da fauna, estende-se inclusive aos animais domésticos e domesticados. Assim fazendo parte do meio ambiente “tendo em vista o seu uso coletivo, deve ser protegido e assegurado, pois se trata de um patrimônio público” conforme previsto em seu artigo 2º, inciso I. Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Campinas e São Paulo (SP) são algumas das localidades que já deram o primeiro passo e criaram órgãos específicos para tentar atender o que determina a Constituição Federal. Segundo Goretti Queiroz, entretanto, é necessário ampliar a ação efetiva para âmbito nacional. “Cada governo estadual tende a fazer sua própria legislação, como no caso da proibição de animais 51


// Mundo Animal

"Já há o entendimento de que sofrimento não é diversão. Temos, cada vez mais, uma nova forma de olhar a dor alheia." atingiu os felinos com tiros de revólver e fuzil. A comoção popular e o horror causados pela perda irreparável do pequeno José Miguel revelaram ao mundo, porém, que ele não era a única vítima; a agressividade dos leões escondia o sofrimento e o sacrifício a que eram submetidos por trás das cortinas.

// Luisa Mell

em circo. Em Pernambuco e em mais oito estados, a lei já existe, mas há ainda diversas cidades em que os animais são torturados em nome do entretenimento. E isso reverbera na seguinte questão: um circo que tem animais passa em Pernambuco e não pode usá-los no palco, mas consegue tê-los em sua trupe e seguir para um Estado vizinho onde a proibição não acontece. É um verdadeiro contrassenso”, afirma. A exemplo dos beagles do Instituto Royal, a exibição na mídia e 52

a pressão social conseguem provocar uma mudança imediata nas leis. No caso dos circos, porém, foi uma tragédia, ocorrida na cidade de Jaboatão dos Guararapes (PE), o estopim para que governantes repensassem a presença dos animais nos picadeiros instalados no Estado. No dia 9 de abril de 2000, um domingo, o garoto José Miguel dos Santos Fonseca Júnior, de apenas seis anos, foi atacado e devorado pelos leões do circo Vostok. Para conter o ataque, a Polícia Militar

A apresentadora de TV e umas das mais conhecidas defensoras da causa animal, Luisa Mell – uma das ativistas a libertar os animais do Instituto Royal – recorda-se do episódio. “Na época, soube que os animais estavam há 72 horas sem comer. Leões não são artistas de circo; não têm o dom de demonstrar atividades artísticas e não deveriam estar ali”, alerta. Segundo Luísa, recente pesquisa popular revelou que 90% das pessoas não querem mais animais em circos. “Já há o entendimento de que sofrimento não é diversão. Temos, cada vez mais, uma nova forma de olhar a dor alheia”, opina a apresentadora. Com quase um milhão de fãs em sua página no Facebook – cujas


postagens chegam a atingir 16 milhões de usuários da rede social –, Luisa Mell é conhecida por levantar várias bandeiras como da adoção responsável e castração. “Temos cerca de 10 milhões de animais abandonados no Brasil. Há anos venho defendendo que o bacana é adotar e castrar esses bichos. É preciso, e acho que as pessoas já estão enxergando isso, entender que o ato de castração é uma questão de saúde pública e de âmbito governamental”, afirma. A defensora cita ainda a necessidade de a população se unir, como aconteceu no acampamento em Brasília, para que as causas sejam votadas: “A questão dos testes e dos rodeios são exemplos de lutas. Neste último caso, a presença dos animais é completamente desnecessária, já que as pessoas que vão às festas podem continuar curtindo, do mesmo jeito, a cerveja, o show e a paquera. Não há porque submeter os bichos a tanta crueldade”.

Direito à vida Para Goretti Queiroz, em linhas gerais, as principais lutas da atualidade têm foco na manutenção da integridade física dos animais e nos recursos necessários para ações que incluem campanhas de vacinação e castração, projetos para o fim da exploração dos circos e carroças puxadas por animais de tração, entre outros.“Precisamos atuar na linha de frente com prefeituras, governo estaduais, Ministério Público, OAB, imprensa e outras instituições, criando mecanismos para que as leis sejam cumpridas e fiscalizadas, e haja investigação de denúncias. Esse é nosso papel enquanto defenso-

res. Outros atuam mais na área de proteção animal com ações mais pontuais de resgates, tratamento, castração, etc.”, explica. Em sua luta pelos animais, Goretti acumula uma série de títulos: é editora e apresentadora do Programa de Rádio Momento Animal, veiculado na internet; presidente da Comissão de Meio Ambiente da Associação de imprensa de PE; membro do Núcleo Legal de Defesa Animal do Ministério Publico de PE; colaboradora da Comissão de Bem Estar Animal da OAB/PE; e é membro voluntário da Environmental Conservation Organization – ECO. O blog Dogmídia (www.dogmidia.blogspot.com) é o canal que a jornalista encontrou para falar sobre animais como uma mídia alternativa, atuando na conscientização, divulgação de temas específicos da causa e promoção de eventos de adoção. Goretti lembra que existem ainda instituições não oficiais, além de muita gente atuando voluntariamente na causa nas ruas, nos bairros, nos becos, de canto a canto do Brasil. “São pessoas que fazem um trabalho efetivo de proteção, em uma quantidade difícil de mensurar, movidas somente pelo amor e compaixão. Utilizam recursos próprios e não possuem bandeiras. Apenas defendem a liberdade das criaturas e o direito à vida digna, seja gente, seja bicho”, emociona-se. Luisa Mell compartilha da opinião da pernambucana: “Sinto que estamos vivendo uma revolução. A população está acordando e exigindo mudanças. O movimento cresceu, principalmente devido à força da internet. A cada dia, mais e mais pessoas têm se juntado à causa”, comemora.

BRASIL ANIMAL EM NÚMEROS

30

MILHÕES

15

MILHÕES

55

MILHÕES

de cães abandonados

de gatos vagando pelas ruas

de domicílios, dos quais, 30 milhões deles possuem animal de estimação

53


// Cultura e Lazer

Uma volta pelos

Fotos: Damiao Santana

mercados públicos Cheiros, cores, sons, sabores. Os mercados públicos de qualquer lugar do mundo são planejados para juntar tudo isso e conquistar seus frequentadores; oferecem as especiarias tão procuradas, cereais em grosso e artesanato. São espaços onde gastronomia, compras e lazer se misturam numa massa democrática que desvela a alma popular de uma cidade.

54


P

resentes na história da humanidade desde a Época Clássica, quando serviam de cenário para o encontro e a troca de mercadorias entre povos fenícios, gregos e romanos, os mercados populares nasceram para reunir os feirantes e ordenar o comércio. Século após século, evoluíram em propósito e formatação, até chegar aos atuais mercados públicos, centros agregadores de produtos e serviços voltados à comunidade. Cravados em edificações que marcam épocas das arquiteturas locais e tornam-se referências para suas cidades, os mercados também agregam identidade cultural e valor urbanístico às paisagens locais, a exemplo do famoso Mercado de São José, o primeiro construído em ferro no Brasil, em 1875, situado no centro antigo do Recife (PE). Em seus emaranhados corredores, diariamente misturam-se vendedores, populares e turistas em busca de autêntica identidade de um povo.

Conhecida por sua ousadia e diversificação, a culinária pernambucana ganha ainda mais força nas mesas de plástico espalhadas pelos diversos mercados públicos da cidade. Os frequentadores defendem que a experiência de trocar o luxo e a sofisticação dos restaurantes renomados pelo tempero da boa (e farta) comida caseira servida nesses locais já faz parte do roteiro turístico recifense. Sarapatel, carne de charque, macaxeira com queijo coalho, buchada, rabada, cozido, mão de vaca, fava, carne de bode e galinha à cabidela são algumas das iguarias servidas nos quiosques e bares. O que atrai a clientela? O prato sai sempre quentinho e acompanhado por uma cerveja gelada no copo americano ou uma dose de cachaça. Tudo por um preço camarada. Os mais tradicionais mercados onde se pode desfrutar dos prazeres gastronômicos pernambucanos são o da Boa Vista, Cordeiro,

Os mercados também agregam identidade cultural e valor urbanístico às paisagens locais, a exemplo do Mercado de São José. Madalena e Encruzilhada, embora todos os demais, sem exceção, ofereçam iguarias de igual forma. As madrugadas no Mercado da Madalena, por exemplo, são intensas e disputadas. Poucos estabelecimentos conseguem reunir, com tamanha democracia, tantas tribos urbanas distintas. O café da manhã é bastante procurado pelos boêmios para repor as energias com mungunzá, cuscuz com bode guisado, o famoso prato de macaxeira com charque ou carne de sol, tapioca e até sarapatel. Tudo isso, imagine só, nas primeiras horas do dia. Coisas do Recife. Coisas de mercado público. 55


// Cultura e Lazer

Mercado

São José

Herdeiro da inspiração europeia do final do século XIX, o Mercado de São José é um dos expoentes da arquitetura em ferro, da qual a parisiense Torre Eiffel é marca registrada. Foi precisamente Louis Léger Vauthier, um engenheiro francês com ampla experiência em acompanhamento e execução de outros projetos em ferro no seu país natal, o responsável por detalhar o projeto encomendado pela Câmara Municipal. Foram necessários mais de dois anos para erguer o prédio de 3.541 m², com quase a totalidade das suas fundições vindas de fora do Brasil. Vauthier teve que enfrentar a problemática de adaptar os modelos de mercado europeu ao clima tropical do Recife, o que gerou um custo adicional de quase cinco milhões de réis e um atraso na inauguração do mercado – aberto ao público oficialmente no dia 7 de setembro de 1875. Na atualidade, São José é um dos núcleos do comércio artesanal pernambucano e coração pulsante do centro da cidade, como afirma o historiador Leonardo Dantas da Silva: “É, sem dúvida, o mais importante de nossos mercados públicos. Presença obrigatória na vida do recifense, como bem descreve Mário Sette nas páginas do romance Seu Candinho da Farmácia (1932), nas quais retrata, com cores vivas, os mais diversos tipos populares ainda hoje nele presentes no seu interior e redondezas.”

56

Mercado

Boa Vista

Tão antigo quanto o de São José, ainda que não se saiba certamente sua data exata de inauguração, o Mercado da Boa Vista tem uma história que vai muito além da atividade comercial: já serviu como Cemitério da Igreja de Santa Cruz, estábulo e até mercado de escravos. O recinto recuperou sua função inicial no século passado e foi reformado nos anos de 1991 e 1994, com o objetivo de facilitar a venda de alimentos em geral. Embora ofereça comércio popular, são seus bares e casas de comidas regionais, o grande atrativo do seu público fiel.


Mercado

Casa Amarela Mercado

Encruzilhada

Assim como o da Madalena, o Mercado de Casa Amarela abriga importante vida boêmia, com bares populares fervilhando 24 horas ao dia em sua área externa. Sua história está ligada à dos trilhos de ferro, já que foi abordo dos saudosos bondes que todos os elementos construtivos chegaram até o bairro, em 1930, para dar forma à sua original estrutura de ferro com telhas francesas.

Mercado

Madalena Na cidade do Recife do final do Século XIX, às margens do Rio Capibaribe, existia uma importante comunidade agrícola e industrial açucareira com várias fazendas e engenhos. Um deles acabou sendo conhecido pelo nome da mulher do proprietário: Dona Madalena. Foi nessa propriedade que surgiu, em 1925, a então feira de frutas e verduras, naquela época ainda longe da fiscalização do Poder Público Municipal. Hoje seu movimento é sobretudo à noite, quando se torna ponto de encontro de boêmios à procura de bebidas e comidas típicas.

Até meados do século XX, o conhecido Mercado da Encruzilhada funcionava numa antiga estação ferroviária desativada. Sem capacidade para abrigar toda atividade humana que nele borbulhava, em 1950 foram inauguradas as novas instalações – um orgulho arquitetônico do gênero e da época. Moderna e elegante, a edificação destaca-se até os dias atuais por sua funcionalidade, que abriga um ordenado e tradicional comércio de bairro. Também possui uma espécie de praça de alimentação, onde os visitantes desfrutam de uma farta culinária que vai desde às comidas típicas pernambucanas ao bacalhau português.

57


// Cultura e Lazer

Recife no Bolso

Para desvendar o universo de cores, traços e paisagens urbanas dos mercados públicos recifenses, um grupo formado pela produtora cultural Cynthia Mahon, o historiador Marcelo Lins, a redatora Maria Adélia de Melo, o fotógrafo Damião Santana e a designer Fátima Finizola reuniu, numa edição caprichosa, imagens e histórias dos mercados da Boa Vista, São José, Madalena, Casa Amarela e Encruzilhada. O livro Mercados do Recife (2007) traduz em palavras e belas fotografias o que se vivencia nesses espaços populares. A obra faz parte do projeto Recife no Bolso, que lançou títulos com o objetivo de provocar nos leitores um mergulho no passado e presente da cidade. “O livro nos leva a um passeio pelos mercados do

58

Recife, num verdadeiro encontro com a alma popular que, nesses ambientes, revela-se na sua consistência mais pura. Sua leitura, muito mais que um deleite, reúne cheiros, sabores, cores, falares, sons e a alegria da boa gente que fez dos nossos mercados o seu ponto de encontro de todas as horas”, comenta o historiador Leonardo Dantas Silva.

// Extras Faça o download do primeiro capítulo do livro “Mercados do Recife”: https://bit.ly/2KacV1b


Acesse o QUIZ através do link: http://www.fachesf.com.br/conexao/c14/quiz/

FACHESF Para testar seus conhecimentos e saber cada vez mais sobre a Fundação e seus Planos de Previdência, leia com atenção as matérias publicadas nesta edição da revista Conexão Fachesf (nº 14) e responda às questões a seguir. 1. De acordo com o Relatório de Projeção da População do Brasil por sexo e idade (IBGE/2013), a expectativa de vida para quem nasceu no Brasil, é de:

A 69,8 B 73,8 Quem responder até o dia 30 de maio e acertar todas as respostas ganhará um prêmio especial. Boa sorte!

C 75,1 D 77,6 2. O Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços Telecomunicações (RGC), aprovado pela Anatel, tem como principal objetivo:

A Diminuir a inadimplência dos planos pós-pago. Ativo Aposentado

Lotação Pensionista

B Melhorar os serviços prestados pelas operadoras de celular.

C Baratear preços de aparelhos celulares. D Equiparar o valor das ligações de linhas pós e pré-paga.

3. Nesta edição da revista Conexão Fachesf, qual a dica de Martinha?

A Baixar a versão mobile da revista Conexão Fachesf.

B Participar das promoções da Fanpage Realize. C Ler a revista Conexão Fachesf por meio do site da Fundação.

Deposite este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na Sede da Fundação, ou entregue-o na Agência Fachesf mais próxima. Se preferir, o Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br.

D Esperar chegar a versão impressa em cada secretaria da Chesf.

4. A psicóloga Zenilda Machado afirma que as pessoas, durante a fase laboral, devem:

59


FACHESF A Trabalhar 12 horas por dia para obter uma aposentadoria confortável.

B Aproveitar os momentos da melhor forma, com intensidade, e realizar tudo com muito amor e paixão.

C Cultivar amizades no ambiente de trabalho. D Buscar algo mais que trabalho e não fazer dele a única fonte de vida.

5. Qual a dica da gerente econômico-financeira da Fachesf, Elizabete Silva, para quem deseja se manter dentro dos seus padrões financeiros?

A Eliminar gastos aparentemente bobos, porém

relevantes quando totalizados ao final de cada mês.

B Demandar cuidados médicos intensivos. C Estar internado em ambiente hospitalar, mas com quadro de saúde estabilizado.

D Ter um médico assistente que faça uma primeira triagem e indique o tratamento em casa.

8. Dores, fadiga, coceira, cãibras e queimação nas pernas e na planta dos pés são os principais sintomas de qual doença crônica, que atinge 70% dos brasileiros?

A Varicela B Varicocele C Artrite D Varizes

B Fazer uma planilha de acompanhamento de gastos diários.

C Solicitar empréstimos com juros baixos. D Só ir uma vez ao supermercado no mês e não comer fora de casa.

6. Os materiais para sua construção vieram de fora do Brasil. / É um expoente da arquitetura em ferronacional. / Oferece farta culinária que vai decomidas pernambucanas ao bacalhau português. / Serviu como Cemitério da Igreja de Santa Cruz./ É ponto de encontro de boêmios./Essas menções fazem referências a quaismercados públicos do Recife, respectivamente?

A Madalena; Boa Vista; Encruzilhada; Casa Amarela; São José

B Madalena; Encruzilhada; Casa Amarela; São José; Boa Vista

C Casa Amarela; São José; Encruzilhada; Boa Vista; Madalena

D Encruzilhada; Casa Amarela; São José; Madalena; Boa Vista

7. Qual das opções abaixo não se encaixa no perfil de pacientes do Programa de Atendimento Domiciliar da Fachesf?

A Possuir residência com boa estrutura física que se adapte às necessidades do tratamento especial.

60

9. “Lá me sinto verdadeiramente vivo e em conexão com o meio ambiente”. A que lugar o Participante Assistido Abílio Mendonça se refere com essa frase?

A Pantanal (MT) B Amazônia (AM) C Ilha de Marajó (PA) D Gramado (RS) 10. Nesta 14ª edição da revista Conexão Fachesf, qual a matéria que você mais gostou?

11. O que você achou desta edição da revista?

A Ótima B Boa C Regular D Ruim Por quê? 12. Quais os temas você gostaria de indicar para a próxima edição da Conexão Fachesf?


*& kd i asq // Caça-palavras

Acesse o caça-palavras através do link: http://www.fachesf.com.br/conexao/c14/cpalavras/

Fachesf:

Missão, Visão e Valores

MISSÃO Contribuir para a qualidade de vida dos Participantes e Beneficiários, administrando e assegurando planos previdenciários e serviços à saúde.

VISÃO Ser reconhecida como referência nacional na concepção e administração de planos de previdência e na prestação de serviços de saúde e assistência social, ampliando o seu mercado de atuação. VALORES Foco no Participante, Ética, Responsabilidade Social, Transparência, Participação, Integração, Solidariedade, Competência, Perenidade e Comprometimento.

F C X K R P A S A U C I R E F E R Ê N C I A R A P L I C W Q

C I D Q A L X W R N I E N U U Q D S B H S B D G C S G S N E

N R S A N W V B O X Z T U D Á D I L X B I X I L A M S F Z T

G F B A T D M N I Z N N P B T C U W A K N K G R P C O R C R

Z U W L F B S F D E T I X S V I A H R S G D V C E O Ç S K A

X H H L B R B S M S M R N T F R W O U H N C M H R H I I U N

V P J W I S H A F D G P Ç I C S P O Q G O H Q M E F D L K S

N M M Q U A L I D A D E F A C R Y B E S N L O U N C M X T P

M V L C I Ú S N I P V B S É H J N N S B A D O O I J R M V A

M G H G D D V I P L J Y A B S I C B I V L G K L D L A Q T R

A A H P A E R Q H R T S L C S T C D C P M X F B A B L P N Ê

E V I F U R I E Ã T K D L M L V I V H R F Z U Z D S X X Q N

G C P M L F V G Ç P U A D U T O J I E E N I A H E E P F P C

L L A V Y I A A C C V J T R V G K P A V Q D S T L D S J E I

Q A R K P B Q A T I Z H B X J C N C O I F C M H E A H P R A

I Ç T B S J X Z N Ç T E U E W S O L I D A R I E D A D E Y G

P N I V I G Ê N A A Á C O U P L E M E Ê T A R O P M O F N N

H A C O W W S J M B E T S E D S D S F N D E Y G M B L O C C

D P I J V K L P B T P T H L M C K A I C D A N B C W R T U Y

N U P Z B E I I L I L P R D P V S L R I I M V G D W X Q A G

C O A L A I R F P R A I A V O X I P E A A S Z I R R L O K B

U P N I F O I C U G N K C L T U S D B I Z Z Ç W P R M Z C H

F J T I F I K D S A O O C M Z E H D L K E N C O E C I V M J

U X E L R G F J M A S C Ã N L É T I C A A N C Ã X Z O S H U

61


62



www.facebook.com/fachesf 64

www.fachesf.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.