Conexão Fachesf nº 12

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FACHESF

Revista da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social

ano 4

Nº12

2013

O paradoxo do envelhecimento

// EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

// SEU DINHEIRO

// NO CONSULTÓRIO

Eficiência em primeiro lugar

Descubra o poupador que há em você

Sem idade para ser feliz


Veículos de comunicação Fachesf: As principais fontes de informação e interação com o Participante

Conheça cada veículo no nosso site: www.fachesf.com.br 2


// EDITORIAL

// Novas conexões para a Conexão Fachesf Caro leitor, Quando terminamos de editar este número da revista, o sentimento da equipe da Assessoria de Comunicação Institucional, responsável pela Conexão Fachesf, foi unânime: leveza. A palavra resume o espírito desta edição, pautada em um conteúdo que traz informação, mas prima sobretudo pela sensibilidade, bom humor e um olhar desprendido sobre o mundo, capaz de perceber novos ângulos para coisas que sempre estiveram ali. Foi sob essa aura que convidamos a renomada escritora pernambucana Luzilá Gonçalves a abordar o paradoxo do envelhecimento. O tema coloca a medicina ocidental do lado oposto daqueles que afirmam que é possível ser feliz mesmo diante da ideia de que envelhecer está quase sempre associada a remédios, isolamento e dependência. Com uma visão sagaz e divertida de si mesma e do universo que lhe cerca, Luzilá dá alguns lampejos de como a vida na chamada terceira idade pode e deve ser feliz e prazerosa. Na editoria Seu Dinheiro, você vai aprender a refletir sobre seus hábitos financeiros e conhecer algumas dicas que podem ser úteis para despertar o poupador que há em você. No mundo em que vivemos, onde o consumismo desenfreado parece não ter fim, pensar um pouco antes de abrir a carteira, mais do que um comportamento previdente, é também uma maneira de entender que a vida deve estar além do prazer momentâneo de uma compra qualquer. Isso não significa, no entanto, que gastar é ruim; mas que gastar com qualidade é bem melhor. Para atingir esse equilíbrio, é fundamental apostar em algo que muitas vezes passa despercebido

na correria do nosso dia a dia: o ato de planejar. E planejar não somente o que faremos com nosso dinheiro, mas, sobretudo o que queremos do nosso futuro. Para falar da importância desse hábito, um grupo de gestoras da Fundação viajou pelo Nordeste, a convite da Chesf, levando aos Participantes inscritos no Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA) informações sobre a Fachesf e seus produtos, bem como a reflexão de como é importante agir no presente para conquistar uma aposentadoria tranquila. Esse é o tema da editoria Planejamento e Gestão, que convida você a embarcar nessa viagem e entender um pouco mais do que a Fachesf tem a oferecer nessa fase tão especial na vida de qualquer pessoa. Esta Conexão também traz o relato de uma Participante sobre sua pitoresca entrada na Chesf; um resgate histórico de como o tradicional bolo de rolo pernambucano foi alçado à condição de patrimônio da humanidade e depoimentos emocionantes de quem encontrou, em um cão, a oportunidade de se reinventar e crescer espiritualmente. A exemplo do número anterior, nossa revista também está disponível em versão mobile e pode ser acessada a partir de tablets e smartphones. Mergulhe nesta nova linguagem, descubra os conteúdos extras que preparamos para você, avalie nossa revista e concorra a um iPad Mini, gentimente oferecido pela Águila Comunicação. De modo interativo, dinâmico e leve, você vai ampliar seus conhecimentos enquanto se diverte.

Laura Jane Lima · Editora Geral

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// Conexão Fachesf

Especial Educação Previdenciária

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Pergunte ao Doutor

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Ponto de Vista

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// O paradoxo do envelhecimento

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36 // Contribuição Eficiente

No Consultório

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// Ricardo Lima

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional

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Planejamento e Gestão

[Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Redação] Cristina Ribeiro [Estagiária de Jornalismo] Uiara Aimê

// Descubra o poupador que há em você

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// Você sabe o que é o TOC?

// Sem idade para ser feliz

Seu Dinheiro

// A um passo da aposentadoria

[Colaboraram nesta edição] Naide Nóbrega, nas editorias Planejamento e Gestão, Cultura e Lazer. Larissa Lins, na editoria Foco no Participante. Camila Ribas, na editoria No Consultório. Isabela Barros, na editoria Seu Dinheiro. Sibele Fonseca, na produção. Fotografia: Juanpa Ausin [Comissão de Pauta] Laura Lima, Nathalia Duprat, Jeane Oliveira Wanessa Cysneiros e Anita Telles.

[Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Gráfica Santa Marta [Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br [Revisão de Texto] SOS Texto [Projeto Gráfico] Corisco Design


59 Foco no Participante

Quiz Fachesf

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67 // Uma delícia tipicamente pernambucana

Fachesf-Saúde

46 // Amanhã ninguém sabe

Mundo Animal

// Informação é arma contra o câncer

// A doce experiência de um amor incondicional

[Diagramação] Fátima Finizola [Ilustrações] Estúdio Mama Loba (capa, p. 10-11, 15-21, 31-35, 55-58), Lucas Falcão (p.23-29, 36-44) e Silvino (p. 46-52, 62-66, Hq Martinha) Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente Luiz Ricardo da Câmara Lima Diretor de Adm. e Finanças ·Maria da Salete Cordeiro de Sousa Diretora de Benefícios

*& kd i asq

// Quarta Edição

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// ÍNDICE

Cultura e Lazer

Passatempos

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// Caça-Palavras // Martinha

// EXPEDIENTE * Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br.

FUNDAÇÃO CHESF DE ASSISTÊNCIA E SEGURIDADE SOCIAL

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// Ponto de Vista

“Assessoria jurídica atende ao interesse coletivo dos Participantes”

A

ssessor jurídico da Fachesf, Ricardo Lima acumula anos de experiência no setor, tendo como foco as questões previdenciárias e de saúde. Em uma conversa franca com a revista Conexão Fachesf, o advogado falou sobre o trabalho da assessoria jurídica da Fundação e esclareceu alguns assuntos de bastante relevância, como o contencioso judicial, o cálculo hipotético e o posicionamento da entidade no cumprimento das normas legais e na defesa do patrimônio de todos os seus Participantes.

// Ricardo Lima

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Ricardo Lima é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, com MBA em Direito Empresarial pela PUC/SP, e certificado como Administrador de Fundos de Pensão pelo Instituto de Certificação da Seguridade Social (ICSS/Abrapp). Além disso, é vice-presidente da Comissão de Direito Securitário e Bancário e presidente da Sub-Comissão de Previdência Complementar, ambos da OAB/PE.


Conexão Fachesf > Na sua opinião, qual a importância do Direito para uma sociedade?

A " o eleger viver em sociedade,

Ricardo Lima > Antes de tudo, sei que tratar de justiça, Direito, advogados e afins é um fardo para muitas pessoas, pois esta é uma área muitas vezes associada a aspectos negativos. Contudo, em todos os setores, existem bons e maus aspectos, e penso que o todo não deve ser valorado pela parte. O Direito, ciência que estuda a aplicação das leis na busca da promoção da justiça, é tão importante que seus princípios básicos deveriam integrar os currículos de todos os cursos, como forma de otimizar nossa cidadania.

afastamento da lei do mais

Ao eleger viver em sociedade, o homem pactuou o afastamento da lei do mais forte e elegeu normas comuns a todos, capazes de propiciar a vida em comunidade. Tais normas, às vezes, não são suficientes para que sejam cumpridas de modo voluntário, e é nesse momento que surge o processo, que é a forma que a sociedade elegeu para que duas partes que não chegaram a um consenso dialoguem, através de seus advogados e sob os auspícios de um arbitro, que é o juiz. C.F. > Qual o principal papel da área jurídica de um fundo de pensão e, em particular, da Fachesf? R.L. > Os advogados representam os interesses de seus clientes, dentro dos limites da lei, e buscam fazer prevalecer seu ponto de vista. Podemos dizer, portanto, que o papel de uma assessoria jurídica de uma empresa persegue o mesmo objetivo; ou seja, defender os interesses desta perante à sociedade em geral. Cada organização, em razão de sua natureza jurídica, formatação societária e objetivos institucionais, elege uma linha de atuação que será sustentada pelos seus advogados. Em nosso caso particular, somos uma fundação privada sem fins lucrativos, na forma de Entidade Fechada de Previdência Complementar, e nosso objeto institucional dispõe essencialmente sobre administrar os recursos de previdência e saúde de nossos Participantes. Desta característica institucional, sobressai logo um dos principais aspectos da Fundação. Não temos um "dono", mas sim vários deles, cada qual com sua participação na forma definida no Regulamento dos Planos. Esse aspecto é bastante relevante, pois em uma empresa limitada

o homem pactuou o

forte e elegeu normas comuns a todos, capazes de propiciar a vida em comunidade."

// Ricardo Lima

ou anônima, que conta com a figura do cotista ou acionista majoritário, é a vontade destes que prevalece diante dos demais. No nosso caso, prevalece o desejo da maioria, representada por meio do Conselho Deliberativo – a quem compete editar e alterar as normas que regem a Fachesf e que são executadas pela diretoria executiva e acompanhadas pelo Conselho Fiscal. Atendendo ao interesse da Fundação, a assessoria jurídica da entidade atende ao interesse coletivo dos Participantes, nos limites definidos nas normas. Seu objetivo é assegurar o cumprimento das leis nas relações com a Patrocinadora, Participantes Ativos e Assistidos, Pensionistas, prestadores, fornecedores, estatais e o público em geral, tendo como foco as premissas da impessoalidade, isonomia e eficiência. C.F. > Em um segmento no qual se costuma dizer que o legal nem sempre é o justo, como a Fachesf atua de forma a não prejudicar ou privilegiar qualquer parte, seja a própria Fundação, o Participante ou fornecedor? R.L. > Como dissemos acima, temos vários "donos", mas um patrimônio comum. Assim, cada Participante deve receber da Fundação a contrapartida daquilo que contribuiu e restou definido em regulamento como um direito. O cumprimento do Estatuto e Regulamento, que é o contrato entre as partes, é a única forma de assegurar que não ocorram distorções, pois ali se estipulam todos os direitos e obrigações que são assumidas pelo Participante no momento da adesão, de modo que ele já sabe previamente o que esperar da Fachesf. O mesmo vale para os contratos firmados com prestadores e fornecedores. Quando situações fogem das condições previstas nas normas, acabamos tendo as disputas judiciais, pois não há como a Fundação agir com

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// Ponto de Vista

discricionariedade, tratando seus Participantes ou fornecedores de modo distinto. Neste aspeto, não valoramos ou recriminamos a divergência; mas esperamos que o Poder Judiciário avalie cada caso e se pronuncie. Depois de esgotados os devidos recursos, a parte vencedora alcançará o que lhe foi concedido. C.F. > De que forma essas ações judiciais interferem nos planos de benefício e no patrimônio da Fundação? R.L. > O patrimônio dos planos de uma entidade de previdência complementar é instituído e administrado de forma a ser integralmente revertido em prol dos participantes. Essa distribuição é feita nos termos previstos nos regulamentos e os investimentos são administrados para gerar receita necessária a suprir tais compromissos. Se existe uma demanda judicial, é porque se questionou as normas previstas naqueles regulamentos, o que pode trazer novas obrigações não previstas para os planos. Para enfrentar esses eventuais novos compromissos, realizamos provisões, que são reservas matemáticas destinadas a garantir esses custos adicionais. Deste modo, trabalhamos para assegurar que nosso patrimônio sempre seja suficiente para honrar o compromisso firmado com os Participantes, independentemente das questões judiciais. C.F. > A defesa dos interesses da Fachesf traz algum ônus aos Participantes? R.L. > Em absoluto, até porque esse interesse é comum, já que é dever da Fachesf zelar pelo patrimônio coletivo. Como temos demandas judiciais em todo o Nordeste, temos um escritório terceirizado que as acompanha, escolhido em processo de tomada de preços. Pagamos um valor fixo mensal por processo, independentemente de quantidade de atos praticados; e em razão da escalada de novas ações nos últimos anos, há três anos não ofertamos qualquer reajuste nesse contrato. Quanto aos custos processuais, estes são previstos em Lei. Contudo, é importante esclarecer que os valores relativos aos depósitos recursais de segunda e terceira instâncias são utilizados para amortizar as obrigações da Fachesf em caso de derrota, ou nos são devolvidos, corrigi-

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dos, em caso de vitória, nos termos da Instrução Normativa 03 do Tribunal Superior do Trabalho, de 05 de março de 1993. Sobre multas em nossos recursos, é verdade que fomos multados em 19 ações trabalhistas em um universo de 2.362 processos, totalizando um valor de cerca de R$10 mil porque defendemos a contribuição de 3,08% paga por todos os Assistidos, nos processos em que Participantes pedem para não contribuir para o plano, o que é absolutamente injusto e traria enorme desequilíbrio atuarial e financeiro. Finalmente, os encargos de um processo como atualização, juros, sucumbência, etc. são tratados na provisão, de modo que a Fachesf se prepara para os casos de derrota e se ressarce nos casos de vitória, não havendo prejuízo ao patrimônio dos Participantes. C.F. > Como a área jurídica da Fachesf tem lidado com a questão do cálculo hipotético? R.L. > Desde 2011, oferecemos aos Participantes a hipótese de realizar acordo, mediante o ajuste integral no benefício futuro e o pagamento dos valores retroativos nos percentuais de 55%, 65% e 75% dos valores devidos, a depender da fase do processo. Como explicado acima, as obrigações não previstas em regulamento trazem um novo compromisso e é necessário que existam recursos para honrá-los. Assim, o acordo é proposto dentro dos limites possíveis para a Fundação, sem onerar os demais Participantes. Aos que não optam pelo acordo, o processo segue até a instância final, na qual ocorre o pagamento. Quanto aos recursos, já que existe uma proposta de acordo e pode se perguntar por que ainda assim recorremos, estes se justificam para proteger o patrimônio dos planos. Isso assegura que somente participem do processo as pessoas que efetivamente tenham direito, bem como, ao final, que sejam pagos apenas os valores devidos. C.F. > Qual o impacto das ações judiciais relativas aos Fachesf-Saúde na administração dos planos? R.L. > Tais ações, que normalmente questionam o índice de reajuste por faixa etária aos 59 anos


de idade – reivindicando o direito de pagar o valor da faixa anterior – poderá trazer, a médio/ longo prazo, uma dificuldade na manutenção do plano. O Fachesf-Saúde é como um condomínio: se alguns pagam menos que o necessário, teremos uma cota extra (na forma do percentual de reajuste), que é cobrada dos demais. Se muitos não pagarem o que devem, o condomínio se torna insolvente. É importante lembrar também que o Fachesf-Saúde e o PAP são coisas distintas, não havendo qualquer aporte ou possibilidade de aporte pela Chesf. Somos todos nós, beneficiários do plano, que devemos zelar e manter sua viabilidade, sob pena de perdermos uma importante ferramenta de suporte social, e termos que migrar para planos de mercado, cujo foco não é o cuidado com o usuário, mas sim o lucro dos sócios.

"O Fachesf-Saúde é como um

condomínio: se alguns pagam

menos que o necessário, teremos uma cota extra (na forma do

percentual de reajuste), que é cobrada dos demais." // Ricardo Lima

C.F. > Há alguma forma de os Participantes resolverem suas pendências com a Fachesf sem recorrer a ações judiciais? R.L. > Sim. Acordos sempre são possíveis, desde que não violem as normas e que sejam aprovados pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo, conforme o caso. Adicionalmente, por segurança jurídica de ambas as partes, recomendamos que tais acordos sejam homologados por um juízo arbitral, nos termos da Lei 9.307/96, que é uma forma de conciliação extremamente rápida e barata, sem os ônus de um processo judicial, e cuja sentença tem as mesmas garantias daquelas proferidas por um Juiz. C.F. > Como o Participante pode acionar a área jurídica da Fachesf para atuar em seu favor? R.L. > Não podemos atuar diretamente como advogados do Participante, mas é nosso dever e satisfação atender diariamente as consultas realizadas por nossas ferramentas de atendimento, naquilo que dizem respeito à Fachesf, e dar a todos a melhor orientação possível de forma ética e impessoal, e assegurando que os direitos estabelecidos no Regulamento dos Planos são prerrogativas inalienáveis dos Participantes.

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// Especial

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O paradoxo do

envelhecimento P

assar dos 60 anos de idade costuma ser considerado pela medicina ocidental como sinônimo de ficar doente. Afinal, é nessa época que o corpo humano já não apresenta mais o vigor e a saúde da juventude, abrindo o ciclo das chamadas doenças do envelhecimento. Olhando por esse prisma, ficar velho, portanto, é preparar-se para o pior. Será? Pesquisa realizada por estudiosos na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, ouviu pessoas entre 50 e 99 anos de idade e descobriu que, ao contrário do que se imaginava, os idosos

têm o maior índice de satisfação com a vida. Os cientistas ficaram surpresos com o resultado, ao qual chamaram de “paradoxo do envelhecimento”. Para refletir sobre esse fenômeno, que coloca a medicina em um lado oposto ao que dizem as pessoas que vivem de fato a dita “terceira idade”, a Conexão Fachesf convidou a escritora pernambucana e membro da Academia Pernambucana de Letras, Luzilá Gonçalves Ferreira. Em uma crônica recheada de interessantes referências e lembranças, ela partilha com os leitores a experiência de entender que o corpo não dita o que sente a alma.

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// Especial

// Luzilรก Gonรงalves 12


Muito mais coisas boas do que más por Luzilá Gonçalves

O envelhecer “Daqui a pouco, você vai entrar na melhor fase de sua vida, a velhice”. Essas palavras, dirigidas a Gustave Flaubert, autor de Madame Bovary, foram escritas por Amandine Lucile Aurore Dupin, que o mundo conheceria mais tarde pelo nome de George Sand, a maior escritora francesa do século XIX. Sand tinha, então, mais de 70 anos, continuava a escrever romances disputados pelas editoras e cuidava ela própria do jardim em torno de seu castelo isolado em uma região distante de Paris. Nas noites de outono, sentava-se à grande mesa da cozinha, descascava frutas do pomar, preparava compotas para os amigos parisienses e rabiscava, com caligrafia legível, páginas e páginas de romances, cartas e bilhetes às centenas de amigos que possuía, na França e fora dela. E, pasmem, não perdera o hábito de se banhar nas águas geladas do Indre, o rio das cercanias.

Dias que restam

// Extras

Assista ao video em que a escritora conta a causa que abraçou e que deu novo sentido a sua vida (iOS e Android ou no site www.fachesf.com.br/conexao).

Muitos dos idosos que conheço dariam razão à romancista francesa. Claro, é preciso um mínimo de segurança material – casa e comida assegurados, coisas necessárias a qualquer pessoa em qualquer idade – para que se instalem a alegria de viver, o desejo de algo novo, que os leve a tentar ações nunca antes experimentadas: fazer ginástica, participar de grupos que se encontram regularmente, escutar palestras, dançar, cantar em corais, decididos a viver, do melhor modo possível, os dias que lhes restam.

Para isso, a família contribui, certamente, apoiando esse novo modo de levar a vida, na maioria dos casos, cercando-os de carinho. E nem falemos da tranquilidade de ver os filhos encaminhados, desempenhando sua tarefa de seres humanos conscientes, úteis à comunidade, que desejam ver crescerem os netos. E se não há filhos nem netos, há os amigos: aqueles fiéis, de tempos da infância ou juventude, ou os mais recentes, construídos ao longo dos dias, cujo contato preenche a existência de companheirismo e amor. Com os principais problemas resolvidos, é a ocasião de desfrutar do que a vida oferece de belo e de bom. Tempo para escolher suas ocupações, que incluem trabalho e lazer.

Doenças da velhice Contra esse sentimento de bem-estar e otimismo, entretanto, dois fatores existem que podem envenenar o que poderia ser uma fase de plenitude. O primeiro deles é a opinião da ciência sobre essa chamada “terceira idade” (expressão estranha, afinal, existe uma “segunda idade”?), voltada de modo persistente, sobre o natural desgaste do corpo, acentuando exageradamente a normal diminuição do perfeito funcionamento dos órgãos, insistindo sobre as “doenças da velhice”, como já haviam insistido sobre as “doenças da infância”. Seria a velhice, então, sinônimo de doença? A qualquer pequeno distúrbio surgido no corpo ou na alma do idoso, haja medicamentos, calman-

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// Especial

"Mais importante que acrescentar anos à vida é acrescentar vida aos anos." tes, remédios para dormir, que pesam no bolso e no espírito. Claro, o cuidado com o bom funcionamento dos órgãos é necessário, mas não se deve fazer disso a obsessão que alimenta laboratórios, planos de saúde, despesas exageradas nas farmácias, quando muitas vezes bastaria uma alimentação equilibrada, atividades que dessem ao paciente – paciente mesmo – a sensação de ser útil, ou pelo menos, não ser incômodo. Há ainda que se pensar no carinho da família, nas coisas que aconteciam com nossos ancestrais, quando se deixava a vida acontecer normalmente. Quando não se morria na solidão de uma UTI (nem sempre indispensável), num quarto isolado de hospital, mas no leito costumeiro, cercado pelos cuidados e lágrimas dos parentes, não raro acompanhados pelo conforto da religião. Outros tempos.

O inferno são os outros As estatísticas informam que as pessoas estão vivendo mais. Porém, e aqui estou provocando o leitor, resta saber se essa vida, ou essa morte, possuem a qualidade que se tinha outrora. E aí lembro aquela doutora, Ana Aislan, se não me falha a memória (sinal de velhice?), que se interessava, pesquisava e estudava essas questões e afirmava que mais importante que acrescentar anos à vida é acrescentar vida aos anos.

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O segundo fator que atrapalha o desempenho da “melhor idade” são, paradoxalmente, os outros. Faço aqui uma pausa para reflexão: “melhor idade”? Pois sim, como dizia minha amiga Raquel de Queiroz, que era exemplo de alegria, de interesse pelo que acontecia no país e no mundo, sempre cercada de amigos e que até a última hora entregava ao jornal o artigo semanal, que instruía, edificava, divertia, provocava, os milhares de leitores espalhados pelo Brasil. Voltando ao que dizia, o filosofo Jean Paul Sartre escreveu uma peça de teatro intitulada O inferno são os outros. Ele tinha razão, mas só em parte. Falava da opinião crítica, irônica, demolidora às vezes, dos outros. O olhar dos outros. As perguntas dos outros, as palavras dos outros, cheias de insinuações, segundas intenções às vezes: “você lembra minha mãe” (ou pior, minha avó); “você não mudou nada”; e “esse rapaz ao seu lado, é seu filho?”.

Subindo nos tamancos Há também as expressões de impaciência, de revolta ante a vagarosidade de um idoso, no banco, por exemplo. Uma historieta: há uns meses, estava eu aguardando, sentada em meio a muitos companheiros, numa agência da Caixa Econômica. Éramos todos ditos “preferenciais” e a fila dos não preferenciais seguia lenta. Uma figura do sexo feminino se pôs a reclamar: “Os idosos são chamados rapidamente e a gente, que trabalha, tem de aguardar.” E concluiu, fuzilando-nos com o olhar: “Vocês não têm o que fazer; podem esperar.”. Aí, como dizia meu pai, subi nos meus tamancos. Falei alto e em bom som: “Os idosos aqui já trabalharam

muito mais do que a senhora pode fazer. Os idosos aqui ajudaram a construir o país e continuam ajudando, comprando, pagando impostos; têm todo o direito de ser bem atendidos”. A mulher fez um gesto rude com a cabeça e saiu, danada da vida. E eu, que em geral sou mansa, fiquei rindo por dentro.

Que vitória! “Melhor idade”. Não sei se melhor, mas de qualquer modo, ótima. Tenho coragem de dizer o que quero e como quero, a qualquer pessoa que me incomode e incomode os outros, coisa que não ousaria antes. Posso ficar lendo na rede, por horas, sem cobranças, sem horas marcadas. Tendo sido professora por muitos anos, estou sempre sem aulas a preparar ou exercícios a corrigir; sem reuniões, sem conselhos de classe, sem relatórios, sem justificativas de meu emprego de tempo, sem horários rígidos a cumprir. Posso ir com quiser ao cinema. E pagando metade do ingresso! Se me der na telha, sento sozinha num restaurante e sei que nenhum engraçadinho vai se aproximar, soltar galanteios, abordar, dizer gracinhas. Que vitória! Com o passar dos anos – apesar do espanto, às vezes diante do espelho, quando me digo como Cecília Meireles, “eu não tinha esse rosto de hoje“ e também “em que outro espelho ficou perdida a minha face?” –, como tantas outras pessoas de minha idade, vejo que minhas rugas, como escreveu o querido Mário de Andrade, ”são caminhos por onde a vida passou”. E contabilizo: como toda gente, de um modo geral, a vida me deu muito mais coisas boas do que más. O espelho é até amigo, olha só. Diz que me tornei, finalmente, uma senhora... de melhor idade.


// No Consultório

Sem idade para

ser feliz

O entendimento de que o passar dos anos pode e deve ser encarado com positividade e naturalidade requer disposição e vontade. Nem sempre é fácil. Mas é possível ser feliz, sim, independentemente de qualquer idade. Basta simplificar a vida e, como numa receita de bolo, misturar os ingredientes em proporções equilibradas. Como resultado, você pode ter porções generosas de alegria e muito prazer.

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| INGREDIENTE 1 |

// No Consultório

Mente sã Parece um contrassenso, mas estudos científicos têm comprovado que a chamada “terceira idade” – fase que se inicia a partir dos 60 anos – pode ser a época mais feliz da vida. Cientistas da Universidade de Luxemburgo ouviram mais de 300 pessoas e descobriram que os idosos têm bem menos emoções negativas do que a média da população, além de maior satisfação geral com a vida e, por isso, estão menos sujeitos à depressão. Ainda de acordo com os pesquisadores, quem cultiva pensamentos negativos ou preocupações excessivas tende a se fixar nos problemas, sem tomar atitude alguma. O grupo que menos esquenta a cabeça está acima dos 63 anos de idade. Maria das Mercês, 77 anos, que o diga. Aposentada da Fachesf, ela é uma pessoa que cultiva o alto astral, e abre sempre um sorriso franco para mostrar que é nas pequenas coisas que mora a felicidade. “Gosto muito de pensar positivamente e focar naquilo que é divertido para mim”, conta, explicando que o agora é sempre a parte mais importante do seu dia.

// Alexsandra Maria Siqueira

A " aposentadoria é o melhor momento para realizar sonhos ainda não concretizados e projetos de vida adiados." 16

Além de dar conta de tudo sozinha, Mercês se orgulha de ter a saúde em dia e procurar alegria em tudo o que faz. Seus prazeres estão em assistir a filmes românticos, ler jornais e sair para dançar nas domingueiras, pelo menos uma vez ao mês. Integrante do Bloco da Saudade, famoso no carnaval pernambucano, ela não perde uma festa, estampa felicidade e espalha energia por onde passa. “Meu remédio é dar risada”, brinca.

Encontrar esse caminho, no entato, não é fácil, especialmente após já ter percorrido boa parte da longa e, ao mesmo tempo breve, estrada da vida. A própria Mercês já passou por várias dificuldades, perdeu parentes e precisou se reencontrar. Mas nunca caiu em depressão e sempre reaprendeu a viver. Para ela, o segredo é conhecer seus limites (para não se deixar levar por exageros), buscar qualidade de vida e manter boas amizades. Nada mais importa. A opinião é partilhada por Juraci Felismina, 65 anos. Ao olhar para trás, a Aposentada da Fachesf afirma se sentir uma privilegiada, e diz que pensar de forma positiva pode ser um fator decisivo para uma vida feliz. “Já fui muito pobre. Graças a Deus, tive a oportunidade de entrar na Chesf quando ainda era bem jovem e pude mudar minha história. Cultivar pensamentos positivos é o primeiro passo para estarmos bem, pois nos conecta com a capacidade de esperarmos o melhor de tudo”, acredita Juraci. A geriatra Alexsandra Maria Siqueira Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco, comenta que a expectativa de vida do brasileiro ultrapassa os 74 anos de idade, consequentemente, as pessoas já começaram a perceber a importância de um bom envelhecer. Para ela, a aposentadoria é o melhor momento para realizar sonhos ainda não concretizados e projetos de vida adiados, afinal, são cerca de 30 anos de tempo livre que precisam de planejamento e significado.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o atual objetivo da medicina em relação à terceira idade é aumentar a qualidade de vida. De cada 100 pessoas, uma média de 45 vão chegar aos 80 anos de idade. “Nossa ideia é manter o idoso o mais funcional possível e reduzir o número de anos ruins. Como costumo dizer, a medicina quer acrescentar vida aos anos”, comenta a geriatra Alexsandra Campos. O conceito de felicidade abrange muitas definições, sendo quase todas subjetivas. A principal delas, de acordo com Tereza França, professora de educação física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está relacionada ao fato de se reconhecer útil, ou seja, sentir-se autônomo, participativo e com poder de decisão. Sob tais aspectos, a prática de exercícios físicos aparece como um coadjuvante capaz de estimular essas sensações, visto que se mexer aumenta a socialização e a disposição para fazer algo a mais, seja para si mesmo ou para os outros. “A sociedade é uma expressão de todos esses sentimentos e o metabolismo de cada um reage com a sensação de plenitude e bem-estar”, afirma Tereza França. Tanto Mercês quanto Juraci apostam nesse pensamento e se dedicam a atividades leves, mas recompensadoras, como caminhada e hidroginástica – ambas de baixo impacto e no topo da lista entre as mais escolhidas pela terceira idade. Outras boas opções são as danças, especialmente a de salão, que além de movimentar o corpo ajudam na

socialização, ioga e tai chi chuan, reconhecidas por auxiliar no equilíbrio mental e espiritual. Quem não pratica qualquer exercício físico durante toda a vida, certamente passará pelo momento em que, como se diz no dito popular, a conta chega, seja pela perda natural de massa muscular, seja pela falta de resistência e condicionamento aeróbico – o que leva, como citado anteriormente, à ausência da tão desejada autonomia. Vale salientar, porém, que qualquer atividade deve ser individualizada e considerar as condições de saúde de cada pessoa. Para isso, são essenciais as avaliações geriátrica e funcional. Além disso, pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, devem tomar cuidados redobrados e nunca dispensar a opinião de profissionais especializados.

| INGREDIENTE 2 |

Movimento

// Juraci Felismina 17


| INGREDIENTE 3 |

// No Consultório

Tempo preenchido Se a fase do trabalho pesado acabou e o corpo e mente já não respondem tão bem quanto aos de um adolescente, passados os 60 anos de idade, é preciso reinventar a vida de acordo com o que pode ser feito, afinal, há ainda bastante tempo livre e desejos adormecidos esperando para se tornar reais. Sem pressa ou cobranças. Juraci Felismina lembra que sempre quis trabalhar na área da saúde, apesar de, na maior parte da vida, ter atuado como secretária. O sonho foi realizado depois da aposentadoria, quando soube, pelo rádio, que o Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape) precisava de voluntários. Sem pensar duas vezes, ela aceitou o desafio. Durante quatro horas por semana, aprendeu muito na unidade hospitalar e sentiu-se realizada com a conquista. Para preencher o tempo, Juraci também já foi síndica do prédio

"Vejo-me muito mais novo do que sou, inclusive fisicamente. Não sei ficar parado"

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em que mora e até hoje faz granolas para complementar a renda. “Ocupo a cabeça e o corpo. Periodicamente vou ao centro da cidade comprar ingredientes e aproveito para passear pelas ruas. Considero esse hábito uma terapia. Quando preparo a granola, penso no bem que estou fazendo para quem a encomendou e emprego todo meu carinho e amor”, diz. Realizar sonhos e cultivar hobbies é também o que o Participante Plácido Júnior, 62 anos, que trabalhou cerca de 27 anos na Chesf, tem feito nos últimos tempos. Colecionador de carros, ele tem seis automóveis antigos, entre eles um Puma 1977 e um Fusca 1968. “Rodo a cidade e viajo para lugares próximos para correr com eles. Vejo-me muito mais novo do que sou, inclusive fisicamente. Não sei ficar parado”, diz. Quando perguntando sobre o que espera para o próximo ano, Plácido não titubeia e responde de pronto: “ser feliz”.

// Plácido Júnior


A sensação de bem-estar relacionada ao turismo é inevitável, já que é um dos fenômenos sociais em que há a maior interação entre pessoas. “Trata-se de um deslocamento voluntário, envolto de enorme prazer”, explica a professora Carla Borba, do departamento de Turismo e Hotelaria da UFPE. E tudo é mesmo motivo de diversão, pois até mesmo os contratempos são levados na brincadeira e, muitas vezes, rendem excelentes histórias para contar aos amigos.

Durante as viagens, alguns cuidados são inevitáveis, como alimentação adequada, restrições relacionadas à saúde e acessibilidade. O próprio viajante deve estar ciente do que pode ou não fazer e buscar dados importantes sobre o destino. “É fundamental pesquisar os lugares, aprender a se deslocar, ter sempre mapas e telefones úteis por perto, além de procurar agências de credibilidade e contratar seguro de saúde e assistência de viagem”, finaliza Carla Borba.

Carla Borba conta que, o primeiro passo para quem deseja abraçar as viagens como um hábito é se informar e planejar a programação desejada. “Não adianta chegar às agências procurando roteiros específicos para terceira idade ou tampouco viajar de qualquer maneira. Se a operadora de turismo vir que o idoso tem condições de praticar qualquer atividade, basta apresentar as opções que mais se adequem ao perfil e deixar a escolha com ele”, esclarece.

Apostando nesses quatro ingredientes citados (mente sã, movimento, tempo preenchido e viagens), qualquer pessoa, seja aos 8 ou 80 anos idade, tem nas mãos infinitas possibilidades de tornar a própria vida mais leve e saudável. Não se trata de uma receita infalível, mas um caminho simples para sorrir todos os dias. Não será isso a tal felicidade?

Quando vai a Natal ou Brasília, onde tem familiares, a Participante Maria das Mercês segue sempre por conta própria. Em viagens mais longas, opta por excursões. “Já fui à Europa, visitar a Obra de Maria. Passei por Portugal, França e Espanha. Escolhi ir em grupo, pois acho mais seguro e divertido”, conta. Sem se importar com o que muitos considerariam uma limitação da idade, ela revela que já andou de camelo no Egito e desfilou na Escola de Samba Mangueira, em pleno sambódromo carioca.

| INGREDIENTE 4 |

Viagens

//Maria das Mercês

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entrevista

// No Consultório

que preferem ficar em casa a ter que se expor a um constrangimento pela crítica de outros. A felicidade acontece de formas diferentes de acordo com as fases da vida? De forma alguma. A felicidade é um sentimento particular de cada indivíduo. Encontramos crianças, jovens e adultos tristes e alegres. O idoso, como viveu mais, perdeu mais também. Mas isso não é condição para ser mais ou menos feliz. Ao longo da vida, cada pessoa aprende, ou não, a lidar com suas necessidades e limitações. Muitas vezes achamos que o idoso é infeliz sem ao menos conversarmos com ele. Impomos nossos gostos, tirando sua autonomia. Há um comportamento ideal para o envelhecimento?

A Conexão Fachesf conversou com Mário Agostinho, psicólogo, terapeuta de casal e família, professor da Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI/ PROIDOSO/ PROEXT/ UFPE) e administrador do Núcleo de Atenção ao Idoso (NAI/UFPE). Nesta entrevista, ele conta como a felicidade é uma conquista pessoal e acessível a qualquer pessoa.

Em sua opinião, qual é a maneira mais feliz de encarar a vida? Costumamos pensar que a nossa felicidade depende dos outros, pois nos apegamos a bens materiais e a pessoas que nem sempre nos trazem paz. Ser feliz, entretanto, depende em primeiro lugar do modo como vemos as coisas ao nosso redor e do respeito aos nossos limites e aos dos outros. Já ouvi queixas de diversas pessoas que alegam não sair de casa por falta de dinheiro para gastar com alimentação, por exemplo. Quando lhes questiono por que não levam lanche ou procuram diversões com preços mais acessíveis, elas geralmente respondem

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Em nossa sociedade, ainda pensamos que ser idoso é ser doente, incapaz, infeliz, assexuado, entre outros preconceitos. Em primeiro lugar, precisamos mudar essa visão, pois só assim veremos o idoso não como um velho, mas como uma pessoa com direitos, deveres e vontades. As doenças incapacitantes do ser humano podem ocorrer em qualquer idade. Para ser feliz, tenho que me conhecer, saber dos meus limites e das minhas necessidades e buscar meios para satisfazê-las. Toda mudança gera crise, principalmente quando nos pega de surpresa. Mas viver bem é poder encontrar motivos que nos ajudem na adaptação a essas transformações de forma saudável. A capacidade de lidar com tantas mudanças ao longo da vida e o aprimoramento das defesas às adversidades é chamada pelos estudiosos de resiliência. Após uma certa idade, a ideia de morte torna-se mais presente. É natural ficar triste algumas vezes ou é preciso espantar tal pensamento? A morte é a única certeza que temos. Ao envelhecer, chegamos cada dia mais perto da consumação desse fato. Para muitos idosos,


a ideia de morrer é algo presente: para alguns, pela proximidade etária; para outros, por acreditarem que já cumpriram sua missão, ou ainda, pelo sofrimento físico ou psicológico que estão vivenciando. A morte, o luto e as perdas ocorrem em qualquer idade. A diferença está na forma e nos recursos disponíveis para lidar com essas situações. Quem vive mais, perde mais pessoas queridas; terá, portanto, mais lutos e será também mais vulnerável a determinadas doenças ditas da idade ou outras adquiridas. A tristeza é um sentimento em reação a um fato da vida do indivíduo e é geralmente confundida com um quadro de depressão – uma doença que atinge mais de 15% da população idosa e deve ser imediatamente tratada, pois apresenta muitas variações e precisa de um diagnóstico especializado. Ser feliz, por outro lado, é poder reunir recursos pessoais, materiais e sociais que façam a vida ter significado. Quando tenho metas e sei minha função no mundo, a morte fica em segundo plano. Como a transição entre as fases da vida alteram o humor? A antropologia revela que sociedades, tribos e aglomerados populacionais adotam rituais de passagem, caracterizando a mudança de um estágio da vida da pessoa a outra, como os bailes de debutantes, o ingresso às universidades, o primeiro emprego, a aposentadoria, etc. Nosso humor pode se alterar a qualquer momento. Em algumas ocasiões, estamos tristes, noutras, alegres, agressivas ou apáticas. Isto significa que não é a passagem de uma fase para outra que provoca alteração em nosso humor, mas as circunstâncias que as envolvem e as condições físicas, psicológicas, sociais e espirituais de cada pessoa durante esses momentos. Para alguns indivíduos, ser idoso pode representar uma maior liberdade de ação; para outros, evidencia seu estado atual de dependência.

A psicologia acredita que somos nós os responsáveis pela nossa felicidade. Devemos levantar a cabeça e brigar por ela? Costumamos dizer coisas como “o outro me deixou triste” ou “você me fez ficar com raiva”. Mas quem faz o quê a quem? Os fatores externos, nossas relações interpessoais e o que acontece com o mundo a nossa volta nos influenciam de forma significativa, positiva ou negativamente, mas minha reação a estes acontecimentos depende da forma como os vejo. Somos, sim, responsáveis pela nossa felicidade, mas nem sempre desenvolvemos a capacidade de perceber quando erramos e precisamos mudar nossas atitudes. Devemos estar abertos a críticas, a ouvir o que o outro tem a nos dizer e a buscar ajuda para vivermos melhor e mais felizes.

//DICAS

Gosta de Cinema? Alguns filmes que abordam esse universo e são garantia de boas e leves emoções. Conduzindo Miss Daisy (1989) Alguém tem que ceder (2003) Peixe Grande e suas histórias maravilhosas (2003) Antes de Partir (2007) Simplesmente Complicado (2009) Up - Altas Aventuras (2009)

// Extras

Confira os trailers dos filmes na versão da revista para iOS e Android ou no site www. fachesf.com.br/conexao.

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pergunte ao doutor

// Você sabe o que é TOC ?

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?

!

Doença que afeta 2% a 3% da população, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) costuma se manifestar em torno dos 20 anos de idade e provoca crises frequentes de obsessões e compulsões. Os portadores desse conflito são conhecidos por seguir uma série de rituais diários que complicam sua rotina pessoal e envolvem até mesmo a vida dos familiares. A revista Conexão Fachesf conversou com a psiquiatra Maria do Carmo Vieira da Cunha, que explicou o que é e como se manifesta esse distúrbio.

guardar objetos sem conseguir se desfazer, ou seja, o colecionismo.

1. Transtorno Obsessivo Compulsivo é o mesmo que mania ou compulsão?

Ainda não foi comprovada uma causa específica para o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Existem algumas hipóteses relacionadas aos sistemas neurotransmissores, especificamente a serotonina (substância química que permite que os neurônios passem sinais entre si e para outras células do corpo, o que os torna importantíssimos em nossas funções vitais). No caso da serotonina, sua transmissão, quando não está tão efetiva quando deveria, causa ansiedade. Mas, insisto: não se pode afirmar com certeza que são fatores responsáveis pelo surgimento do distúrbio.

Antes de mais nada, é preciso entender que o TOC é classificado como um dos muitos transtornos de ansiedade. A doença se caracteriza pela presença de obsessões, ou seja, pensamentos, ideias e imagens sem sentido e contra os quais a pessoa não consegue estabelecer um limite. Quem sofre desse problema tem consciência da estranheza do pensamento, mas, na maioria das vezes, não consegue evitá-lo. Essa situação involuntária é chamada de pensamento intrusivo. Podemos dizer, portanto, que as manias e compulsões fazem parte do TOC. 2. Quais são os principais sintomas de quem tem a doença? Entre os principais indícios de TOC estão: sofrer de ansiedade, ficar sem dormir e ter dificuldades para sair de casa. Quando a pessoa se encontra nesse nível, inicia uma sequência de rituais; são as compulsões, chamadas popularmente de manias. Elas são uma maneira encontrada pelo paciente de obter um certo alívio.

4. Como o TOC é diagnosticado? Não há um exame que defina a doença. O diagnóstico ocorre por meio da história clínica do paciente apurada durante a anamnese, isto é, uma entrevista detalhada sobre o comportamento e sintomas que o paciente apresenta, realizada no consultório por um médico psiquiatra. 5. Quais são as causas da doença?

6. Existe cura para a doença? Como é feito o tratamento? É possível estabilizar o TOC, mas não se pode dizer que existe cura. O tratamento passa pela psicoterapia e por medicação, representando uma diferença enorme na qualidade de vida dessas pessoas.

3. Quais são os tipos mais comuns de manifestações do TOC? Os mais frequentes são as compulsões por lavar as mãos, o corpo ou até mesmo objetos, que reflete o medo de contaminação; realizar incontáveis checagens se fechou portas, janelas, gavetas, que estão associadas à dúvida patológica; arrumar objetos sem nunca ficar satisfeito com o resultado, que está ligada à necessidade de simetria e precisão; e

Maria do Carmo Vieira da Cunha é médica psiquiatra, psicanalista e mestre em neurociência pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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// Educação Previdenciária

Eficiência em primeiro lugar

O que todo Participante deve saber para jogar a favor do seu próprio time na hora de formar sua reserva previdenciária 23


// Educação Previdenciária

“Enquanto empregado da Chesf, contribuo regularmente para a previdência oficial e sou Participante da Fachesf. Não costumo perder tempo com cálculos ou pensando sobre aposentadoria, pois sou jovem e tenho bastante tempo pela frente. Acho que faço a coisa certa e estou satisfeito com minhas condições”.

S

e você também pensa dessa forma, que tal refletir sobre as seguintes questões: Quando pretende se aposentar? Que estilo de vida quer ter? Quais serão suas prováveis despesas e receitas daqui a 20 ou 30 anos? Com quanto por mês deseja viver? Quais seus projetos para o futuro? Some-se a essas perguntas, um dado relevante: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2010), apenas 1% dos trabalhadores brasileiros conseguem manter seu padrão de vida após a aposentadoria. Dos demais, 46% dependem de parentes, 28% dependem de caridade e 25% têm que continuar trabalhando. Caso conclua que nada disso tem muita importância, você pode pular para a próxima matéria da Conexão Fachesf. Se, do contrário, deseja entender melhor por que é importante planejar, no presente, sua aposentadoria, siga em frente. Amanhã você pode fazer parte do seleto grupo de pessoas que, por meio de um projeto eficiente, consegue manter ou, até mesmo, melhorar o padrão de vida depois de se desligar do trabalho.

Porco, macaco ou girafa? Você pode fazer parte do seleto grupo de pessoas que consegue manter, ou até mesmo melhorar, o padrão de vida após se desligar do trabalho. 24

Se cada um desses animais do título representasse um perfil previdenciário, você saberia dizer qual seria o seu? Vamos explicar melhor. Se o investimento que você faz para a sua aposentadoria se limita às contribuições pagas de forma compulsória à Previdência Oficial (INSS) e a um percentual mínimo de contribuição à Fachesf, o porco é o


Todo empregado da Chesf e Fachesf pode incrementar o valor de sua aposentadoria, buscando assim uma renda mensal próxima à da época em que estava na ativa. animal que melhor representa seu perfil. Ou seja, você tem poupado apenas o mínimo necessário para ter algum tipo de renda futura, a qual provavelmente não será suficiente para assegurar uma aposentadoria tranquila e confortável. No entanto, se você é daqueles que, além da Previdência Oficial, contribui com um percentual razoável para seu Plano CD, mas não tem o costume de fazer simulações no site da Fachesf, planejar o futuro ou muito menos acompanhar a evolução das cotas do Plano, seu perfil previdenciário identifica-se ao do macaco. Apesar de ter uma consciência acima da média da importância de formação de uma reserva financeira, você ainda precisa perceber que, com um pouco mais de interesse na busca por informações, as chances de garantir um benefício de suplementação mais alto seriam maiores. Por fim, se você, além de fazer as contribuições básicas ao INSS, é uma pessoa que lê sobre educação financeira e previdenciária, está sempre atualizada sobre o que acontece na Fachesf e reajusta periodicamente sua contribuição de modo a mantê-la no nível eficiente, você pode se considerar uma girafa. Isto significa que, assim como o gracioso animal, você consegue enxergar além do que vê a grande maioria e aproveitar para

si o máximo de retorno financeiro que lhe é possível. Agora que já sabe qual o seu perfil, está na hora de refletir se ele condiz com o que você espera do futuro: uma surpresa a ser descoberta apenas quando chegar a hora da sua aposentadoria (inclusive correndo o risco de uma queda no padrão de vida) ou uma fase mais tranquila e com um padrão financeiro parecido com o que tinha na ativa? Para a primeira opção, resta apenas deixar o tempo passar e, em um bom e velho português, “seja lá o que Deus quiser”. Para quem respondeu a segunda alternativa, a Conexão Fachesf explica, a seguir, como a contribuição eficiente pode ser uma grande aliada na conquista do seu equilíbrio financeiro.

trocinadora, por sua vez, decide sua contrapartida em função deste percentual do empregado”, explica a supervisora de cálculo de benefícios supletivos da Fundação, Carla Mirelle Feitosa. Para atingir o nível da eficiência, o Participante deve contribuir, no mínimo, com um percentual que garanta, da Patrocinadora, o máximo retorno possível. Para descobrir qual é este percentual, o Participante deve acessar a área restrita do site da Fachesf e fazer uma simulação. Vale ressaltar ainda que, a cada reajuste salarial, é preciso atualizar esse valor, mantendo-o sempre eficiente. Do contrário, o Participante deixa de garantir os melhores ganhos para a sua aposentadoria.

Contribuição eficiente garante melhores rendimentos Todo empregado da Chesf e Fachesf pode incrementar o valor de sua aposentadoria, com o intuito de garantir uma renda mensal próxima à da época em que estava na ativa. Para isso é necessário realizar contribuições eficientes no Plano CD durante o período em que está trabalhando. Também é válido, sempre que for possível, fazer contribuições voluntárias (extras) ao longo dos anos. “Entendendo melhor como funciona, imaginemos que o Plano CD é uma espécie de conta conjunta do Participante com a Patrocinadora, na qual ele escolhe o valor que quer contribuir. A Pa25


// Educação Previdenciária

"Ouvi dizer que a contrapartida da Patrocinadora poderia ser maior, se eu aumentasse meu percentual de contribuição. Mas tenho preguiça de ficar fazendo simulações e de ler as coisas enviadas pela Fachesf. Não sou de fazer muita conta, não. Acho que a gente tem mais é que se preocupar com o dia de hoje. A única coisa ruim é saber que nunca conseguirei alcançar todos os frutos que estão lá no topo da árvore que, inclusive, parecem ser os melhores. Hummm, será que devo repensar meus hábitos?"

"Meu plano de previdência já está garantido pelo governo: o INSS. Além dele, ainda tenho um dinheirinho para receber da Fachesf. Sendo assim, para que poupar mais? Minha vida está boa assim. O negócio é aproveitar o dia de hoje. Quando chegar mais perto de me aposentar, penso melhor nessas coisas. Ainda faltam tantos anos..."

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Árvore do dinheiro? Não, árvore da eficiência

Os cinco passos da eficiência

"Meu Plano CD é a árvore que comecei a plantar desde que me tornei Participante da Fachesf. Esta árvore cresce e se alimenta através de duas grandes raízes que representam as contribuições feitas por mim e as que são depositadas pela Patrocinadora, formando assim um benefício que será todo meu. Para que ela reserve para mim os melhores frutos ao alto, optei por um percentual de contribuição que assegura o máximo retorno da Patrocinadora."

1

Estar sempre atento às alterações salariais

2

Conferir se o percentual escolhido recebe a contrapartida máxima da Patrocinadora

3

Observar no simulador o valor estimado do Benefício Mensal de Suplementação

4

Deixar o percentual de contribuição sempre maior que o da Patrocinadora

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Realizar contribuições voluntárias sempre que receber um dinheiro extra

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// Educação Previdenciária DEPOIMENTOS

Quem planeja o futuro não sacrifica o presente

Eficiente ou voluntária? As duas João Maia Guedes, está na Chesf há 30 anos e possui o plano CD desde o inicio de 1986. Mas somente em 2001 se deu conta de que precisava planejar sua aposentadoria. "Fiz as simulações e decidi contribuir com 15% para ter um rendimento melhor e, ao mesmo tempo, tirar o máximo de proveito dos depósitos da Patrocinadora”, lembra. Segundo João, além de realizar a contribuição eficiente todo mês, sempre que possível ele usa suas economias para fazer um aporte voluntário, que pode ser a qualquer tempo, com um mínimo de 20% do salário de participação.

// Edivaldo Aguiar

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Ter todas as despesas, desejos de consumo e planos detalhados em uma planilha pode parecer muito chato. Mas, quando isso se torna habitual, Edivaldo Aguiar garante que é um grande ganho. “Desde que comecei a trabalhar na Chesf, aos 19 anos, sempre controlei meu dinheiro, guardando um tanto para a aposentadoria sem faltar nada para as despesas da casa ou pessoais. Criei meus filhos em boas escolas e, pensando no amanhã, fui aumentando meu percentual de contribuição de olho na eficiência do meu plano”, ensina o Participante, que tem orgulho em dizer que é sócio fundador da Fachesf.

baterá à sua porta. Sempre pensei no futuro, sem deixar de aproveitar o presente com consciência e tranquilidade. Acredito que o equilíbrio é a chave de tudo”, explica.

Edivaldo defende a ideia de uma vida sem complexidades para ser feliz. “Não se trata de uma receita. Isso é da minha natureza. Acredito que a gente tem que viver dentro de um padrão financeiro que não nos traga dificuldades. Se a única preocupação na vida de uma pessoa é ter cada vez mais, consumir sem necessidades, certamente chegará o momento em que a infelicidade

“Aprendi a ficar atento às contrapartidas da Patrocinadora. Se, no princípio, tivesse o conhecimento que tenho hoje, certamente já estaria, há muito tempo, com os meus atuais 20%. Felizmente, a Fachesf tem nos dado um grande volume de informação para fazermos as escolhas certas e a segurança de que, aonde você for, ela vai com você”, atesta Edivaldo.

Com os pés no chão, como ele mesmo diz, o Participante iniciou suas contribuições com um percentual de 8%, que na época já era considerado eficiente. Logo passou para 10% e então 12%. O resultado? Quando se desligar da Chesf, em dezembro deste ano, terá um rendimento mensal maior do que o atual ao somar sua suplementação do Plano CD à aposentadoria do INSS.

“Devemos pensar na aposentadoria com muita antecedência. É fundamental termos consciência que o futuro não é algo distante, e que para vivê-lo com tranquilidade, às vezes temos que renunciar a muita coisa e ter cautela nos gastos imediatos”, alega. Segundo ele, enquanto a formação da poupança previdenciária estiver na fase ativa, deve-se ser responsável por ela, consultar periodicamente o resumo de benefícios e o desempenho dos planos. “Somos os principais interessados. Temos que viver alertas”, aconselha o Participante.

// João Maia Guedes


“O brasileiro tem um bom conhecimento sobre educação financeira, mas não aplica o que sabe na prática”, afirma o economista da Serasa Experian, Luís Alberto Rabi Júnior. Essa, segundo ele, foi a principal conclusão da pesquisa que inaugurou, em maio deste ano, o Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor. Alicerçada em três dimensões – conhecimento, atitude e comportamento, no que se refere às finanças pessoais e familiares –, sua primeira edição destacou a negligência da população em relação à aposentadoria. Do universo de respondentes, 48% disseram não fazer nenhum tipo de investimento para quando parar de trabalhar e 42% contribuem exclusivamente para o INSS. Apenas 5% combinam a contribuição à Previdência Social com um plano de previdência privada. Isso porque, a quase metade dos pesquisados imagina que a aposentadoria durará apenas 10 ou 20 anos, acredita que os gastos vão diminuir futuramente e que não há problema em investir sem calcular o real efeito da inflação. Na opinião do economista, o brasileiro precisa mudar seu comportamento, já que detém o

Foto: Divulgação

Brasileiro ainda não planeja o futuro

"Quanto mais você se preocupa com o futuro, mais corretamente gasta no presente." // Luís Alberto Rabi Júnior

conhecimento de como planejar suas finanças. “Quanto mais você se preocupa com o futuro, mais corretamente gasta no presente. Além disso, planejar o futuro é bom para o consumidor e para o país, pois reflete no crédito e na economia como um todo”, explica. Metodologia – A pesquisa inaugural ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal no primeiro trimestre de 2013. O Indicador Serasa Experian de Educação Financeira foi desenvolvido a partir da pesquisa acadêmica do professor doutor Celso Matos, da Unisinos/ Rio Grande do Sul, premiada na terceira edição do Programa de Incentivo à Pesquisa.

Você planeja o seu futuro? Divida a sua experiência com a gente: conexao@fachesf.com.br

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artigo

// Educação Previdenciária

Você conhece os produtos que a Fachesf lhe oferece? Neste Momento em que vários Participantes buscam informações sobre os produtos que a Fachesf lhes oferece – especialmente porque muitos já se encontram em condições de se aposentar –, entendemos ser de bastante utilidade reforçar também aqui, na Conexão Fachesf, alguns dos serviços prestados pela Diretoria de Benefícios. A seguir, destacaremos de forma concisa, para melhor compreensão de todos, como se compõe a estrutura da DB, suas gerências e respectivas responsabilidades. Em primeiro lugar, apresentamos a Central de Relacionamento (BCR), a principal porta de entrada dos Participantes no acesso aos nossos produtos e serviços. Esta é uma área que está em constante intercâmbio com os demais setores da Fundação, buscando respostas para atender às demandas de todos os Ativos, Assistidos e Pensionistas, seja por meio do atendimento presencial, do tele-atendimento, das Agências ou do Fale Conosco, canal disponível no site da Fachesf. A BCR também é responsável pelo Núcleo de Regulação – setor que atende à rede credenciada para liberação de procedimentos a ser realizados pelos nosso – e pela atuação das Assistentes Sociais, profissionais que desempenham o importante papel de orientar os Participantes em situações especiais e dar assistência aos usuários do Fachesf-Saúde em situação de internamento hospitalar.

que trabalha de forma bastante comprometida para cumprir rigorosamente os cronogramas preestabelecidos e divulgados no início de cada ano. A BGM realiza ainda o recadastramento anual de todos os Assistidos, processo que visa atender às recomendações dos órgãos reguladores dos fundos de pensão com o objetivo de evitar o pagamento de benefícios indevidos e, assim, proteger o patrimônio da Fachesf. Dois dos principais produtos da Diretoria de Benefícios, os empréstimos e o Seguro de Vida em Grupo também são geridos pela Gerência de Manutenção de Benefícios. Caro Participante, conhecer a sua Fundação e estar sempre bem informado sobre o que acontece é muito importante para que seus direitos e deveres sejam cumpridos à regra. Para isso, disponibilizamos diferentes canais de comunicação, que estão sempre acessíveis a todos. Lembramos ainda que, a qualquer hora, você pode também ligar para o 0800.281.7533 (para ligações de celular, utilize o número 4020.7533), que estaremos sempre a postos para tirar qualquer dúvida.

A Gerência de Concessão de Benefícios (BGC), por sua vez, atua na gestão do cadastro de todos os Participantes Ativos. São suas atribuições a arrecadação das contribuições, o cálculo e a concessão dos benefícios supletivos e a gestão dos Institutos (Resgate de Reserva, Autopatrocínio, Portabilidade e Benefício Proporcional Diferido). A BGC também responde pelo Posto Prisma, convênio firmado com o Instituto Nacional do Seguro Social, onde o Participante pode requerer sua aposentadoria oficial e realizar uma série de outros serviços relacionados ao INSS. Por fim, temos a Gerência de Manutenção de Benefícios (BGM), área responsável pela folha de pagamento dos Aposentados e Pensionistas, e

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Salete Cordeiro é advogada e diretora de Benefícios da Fachesf.


// Planejamento e GestĂŁo

A um passo da aposentadoria

Chesf e Fachesf ajudam os Participantes a se preparar para uma nova etapa da vida

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// Planejamento e Gestão

O

que o Participante precisa saber antes de se aposentar? Foi com a missão de levar as respostas para essa questão, que um grupo formado por gestoras da Fachesf realizou um ciclo de palestras no Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA) da Chesf. Coordenado pela Divisão de Saúde e Bem-Estar no Trabalho (DABT/ Chesf), o evento teve o objetivo de disseminar, entre os empregados da Companhia, relevantes informações que lhe ajudem a planejar melhor sua vida na aposentadoria. Formado por representantes de diferentes áreas da Fundação – Laura Jane, da Assessoria de Comunicação Institucional, Elizabete Silva, da Gerência Econômico-financeira, Wanessa Cysneiros, da Gerência de Regulação de Planos de Saúde e Carla Mirelle, da Gerência de Concessão de Benefícios –, o grupo viajou a convite da Chesf. No total, foram 11 apresentações, realizadas em oito localidades. Durante a programação do ciclo de palestras, as gestoras ocuparam um

dia inteiro para apresentar cinco módulos relacionados à Fundação: aspectos institucionais, gestão econômico-financeira, saúde, previdência e benefícios assistenciais. Mais de 500 Participantes Ativos estiveram presentes nos encontros, onde puderam ampliar seus conhecimentos e tirar dúvidas sobre os produtos e serviços da Fachesf. Em todas as cidades pelas quais o PPA passou, os resultados foram positivos. Prova disso foram os depoimentos de Participantes que afirmaram sair das palestras mais bem informados e preparados para tomar decisões antes do desligamento da Chesf. “A aposentadoria é uma nova fase, na qual ainda há muito a se produzir e viver. É o momento em que a Fachesf fica mais próxima do Participante, por isso é tão fundamental que ele conheça bem o que tem ao seu dispor e utilize os conhecimentos em educação financeira e previdenciária a seu favor”, comenta Laura Jane de Lima, coordenadora do grupo.

A " aposentadoria é uma nova fase, na qual ainda há muito a se produzir e viver. É o momento em que a Fachesf fica mais próxima do Participante." // Laura Jane Lima // Wanessa Cysneiros, Elizabete Silva, Laura Lima e Carla Mirelle Feitosa

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Segundo o superintendente de Recursos Humanos da Chesf, Armando Barros, a participação da Fundação foi decisiva para a efetiva retirada de dúvidas dos Participantes, pois as pessoas não costumam tomar consciência do que é a aposentadoria; deixam tudo para depois e esperam para tirar suas dúvidas na última hora. “Nossa preocupação é despertá-las para essa nova etapa. O PPA é um programa antigo, que foi recentemente reformulado por consultores reconhecidos e tem sido muito bem avaliado. A presença da Fachesf foi muito importante para que as pessoas pudessem entender todos os aspectos que envolvem a Fundação. Foi extraordinário”, comemorou o superintendente. Para a gerente da DABT, Ana Cristina Menezes, a Fachesf prestou esclarecimentos específicos de grande relevância para o dia a dia do futuro aposenta-

"O PPA é um programa antigo, mas que foi reformulado por consultores reconhecidos e tem sido muito bem avaliado" // Armando Barros

do. “Trazer à tona temas como a saúde financeira da Fundação e as condições do plano de saúde ajudou a transmitir segurança aos empregados. O grupo de gestoras também orientou sobre os mecanismos de recebimento dos benefícios, diante dos questionamentos realizados pelos Participantes. Como resultado, tivemos bastantes elogios e um elevado grau de satisfação de todos”, finalizou Ana Cristina.

// Ana Cristina Menezes

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// Planejamento e Gestão

Você pergunta, a Fachesf responde Durante as palestras do PPA, algumas perguntas foram recorrentes entre os Participantes. Como forma de esclarecer tais questões a todos, de forma ampla, a Conexão Fachesf compilou as questões e preparou um tira-dúvidas que inclui assuntos diversos. Confira a seguir. Caso necessite de mais informações, mande um e-mail para faleconosco@fachesf.com.br.

Quais os possíveis impactos para a Fachesf devido à redução do quadro de pessoal da Chesf (em função do Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário – PIDV)? Quando muitos empregados da Chesf se desligam ao mesmo tempo, são geradas novas aposentadorias. No entanto, todas essas reservas já estão constituídas, não causando nenhum impacto prejudicial aos planos da Fachesf. Quando a Fundação faz seu cálculo atuarial mensal, já considera aquelas pessoas elegíveis, ou seja, o dinheiro necessário para pagar essas aposentadorias já está provisionado. São esses cálculos atuariais que resultam em valores monetários que formam o patrimônio de cada plano. Como ficará a estabilidade da Fundação se muitos Participantes inscritos no PIDV sacarem suas reservas de poupança? Esse novo cenário não traz nenhum prejuízo financeiro para a Fachesf. Pelo contrário, porque 10% da contribuição da Patrocinadora fica no plano. Desde o momento da adesão de cada Participante ao seu plano de beneficio, é registrada atuarialmente e contabilmente uma provisão, contemplando todo o compromisso com o Aposentado, que é vitalício. A concessão de aposentadorias é um movimento normal, programado e esperado pelos planos de benefícios. No entanto, a Fachesf alerta que, antes de optar por sacar a reserva de poupança, o Participante avalie bem se tem condições de administrar suas finanças da mesma forma que a Fundação o faria, por meio

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do trabalho de profissionais da área e empresas especializadas, que vem garantindo rendimentos bastante positivos nas últimas décadas. A suplementação do Plano CD é vitalícia ou depende da disponibilidade da reserva de poupança de cada Participante? Sim, é vitalícia. Na fase de acumulação dos recursos, ou seja, quando o Participante ainda está na ativa, o valor do futuro benefício do Plano CD dependerá das contribuições previdenciárias do Participante e da Patrocinadora. Após o desligamento do empregado da Patrocinadora, estando elegível ao Benefício, o valor determinado torna-se vitalício, sendo corrigido anualmente pelo acumulado do IGPM. Na fase de recebimento do benefício, não existem mais contas individuais, prevalecendo a mutualidade e a solidariedade. O que o Participante do Plano CD deve fazer para alcançar um benefício de aposentadoria compatível ao seu salário da ativa? Antes de mais nada, o Participante deve acompanhar a evolução do seu benefício futuro, corrigindo seu percentual de contribuição, de forma a manter-se sempre no nível adequado às suas expectativas. Para isso, poderá utilizar-se do simulador de contribuição do Plano CD disponível no site da Fachesf. É importante, no entanto, ressaltar que essa deve ser uma prática adotada durante toda sua vida laboral. Quando a adequação de percentual é feita somente próximo à aposentadoria, tais ajustes não são capazes de reverter o tempo perdido. Assim, para conseguir atender suas necessidades, é necessário aportar grandes quantias, uma vez que não houve tempo suficiente para a rentabilização dessas contribuições no plano. No caso de falecimento do Participante, quais os direitos dos dependentes, cônjuge e filhos? À exceção dos associados ao plano BD - Regulamento 001, todos os Participantes estão enquadrados na mesma regra: na falta do titular, o (a)


Pensionista recebe o valor correspondente a 60% do benefício do plano; caso tenha dependentes amparados pelo regulamento, também recebe 10% do valor do benefício por cada um, limitados a 100% do valor do benefício. Quais os critérios para definição dos investimentos feitos pela Fachesf? A Fachesf elabora anualmente uma política de investimentos que passa pela aprovação do Conselho Deliberativo. As decisões são tomadas previamente por um Comitê de Investimentos, composto pela Diretoria Executiva da Fundação, pela gerência de investimentos e pelo atuário da Fachesf. É esse Comitê que faz a gestão de todos os investimentos e aplicações no mercado financeiro, seja em imóveis ou no mercado de capitais, além do acompanhamento da rentabilidade dos empréstimos dos Participantes. Por sua natureza de fundo de pensão, o nível de risco e os critérios para escolha dos investimentos estão sempre atrelados à necessidade dos planos de benefícios, pois este é o objeto maior da entidade, pagar a suplementação aos Participantes, e não especular no mercado financeiro, visando somente à maximização dos retornos. Como funciona o simulador dos planos de aposentadoria da Fachesf? Usar o simulador dos planos é bem fácil. O Participante precisa entrar na área restrita do site da Fachesf e acessar o simulador de Contribuição do Plano CD. Em seguida, basta preencher a idade atual, a idade projetada para aposentadoria, o valor da remuneração bruta (salário de participação) e o valor de sua reserva - disponível para consulta na aba "Informações sobre seus planos de benefícios", na área restrita do Participante. A partir desses dados, o sistema informa qual o percentual de contribuição eficiente e qual será o benefício futuro estimado de acordo com o percentual de contribuição informado.

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// Seu Dinheiro

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Descubra o

poupador que

há em você Você já pensou em economizar dinheiro para realizar desejos e, ao mesmo tempo, garantir seu futuro, mas acha que nunca conseguirá ter sucesso? Pois saiba que consultores de finanças pessoais e especialistas no assunto afirmam que todo mundo é capaz de poupar com eficácia. Para isso, bastar aprender a encarar o próprio orçamento de forma inteligente e criativa, e descobrir seu jeito individual de guardar recursos.

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O

primeiro passo para qualquer pessoa que deseja começar a poupar dinheiro, independentemente de qual seja sua forma utilizada, é identificar quanto ganha, quais seus gastos mensais e as metas que deseja atingir. Autor do livro Família, afeto e finanças, escrito em parceria com sua mulher, a psicóloga Angélica Rodrigues, o consultor financeiro Rogério Olegário explica que é importante iniciar esse processo prevendo o que se deseja do futuro, incluindo não apenas as obrigações que serão assumidas, mas sobretudo os objetivos desejados. “Não tem graça alguma guardar dinheiro por guardar; as metas são o que motivam as pessoas a economizar”, acredita. Esse plano de voo, vale ressaltar, deve ser sempre pessoal e intransferível, e depende do quanto cada um recebe por mês e como vai gastar. “Somando os recursos apurados, é possível descobrir o valor a ser poupado mensalmente e colocar em prática a regra número um nesse campo, que é pagar primeiro a si mesmo e gastar o que sobrar”, afirma Olegário. Para aqueles cuja desculpa para não conseguir poupar é o fato de

"Somando os recursos apurados, será possível descobrir o valor a ser poupado mensalmente e colocar em prática a regra número um nesse campo: pagar primeiro a si mesmo e gastar o que sobrar." // Rogério Olegário

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nunca sobrar dinheiro, a psicanalista e autora do livro As armadilhas do Consumo, Márcia Tolotti, alerta que esse pensamento é um equívoco, pois assim como acontece com um regime alimentar ou com a adoção de uma rotina de exercícios, o ideal é começar já, mesmo que seja necessário abdicar de algo. “Poupar é uma escolha; e quando escolhemos algo, temos que abrir mão de outra coisa”, explica. Um parâmetro médio que pode ser seguido é tentar guardar 10% dos rendimentos recebidos todo mês. Nessa linha, levar adiante a meta de aumentar o saldo bancário deve ser um compromisso. “Tento colocar na cabeça das pessoas que poupar é como assumir um pagamento, uma obrigação. E não simplesmente guardar o que sobrar no mês”, orienta Adriano Fonseca, diretor da ABD Consultoria. Segundo ele, é importante ter sempre em mente que o tempo é o maior dos aliados na obtenção de maiores retornos financeiros e isso requer paciência e disciplina.

Flexibilizar é preciso O orçamento parece apertado demais para começar? Talvez seja o caso de repensar os gastos da casa e substituir alguns produtos e serviços consumidos frequentemente por outros que sejam mais em conta. Para isso, deve-se pesquisar entre as opções disponíveis, fazer cálculos e decidir por aqueles que favoreçam a redução de custos e a economia doméstica. Fazem parte dessa lista itens como alimentação, higiene, energia, telefonia, vestuário e outros.


a renda, mas sim a forma como se planeja, no presente, a vida futura.

"Somos formados por nossas experiências e quanto mais elas forem variadas, mais valor damos ao nosso dinheiro e ao nosso trabalho." // Márcia Tolloti

A escritora e psicanalista lembra que ela mesma agiu dessa forma para conseguir pagar os estudos e alcançar um padrão de vida melhor. “Cheguei a cuidar da balança de um restaurante em troca do almoço. Na época, tinha colegas de escola que sequer me cumprimentavam. Hoje fazem questão de falar comigo, ao me verem dando entrevistas. Dependendo da natureza da atividade, algumas pessoas têm bastante preconceito. Mas não vale a pena sofrer por isso. Meu conselho é: se precisar fazer trabalho extra, faça. Não desperdice dinheiro e aproveite qualquer oportunidade para aprender um pouco mais. Isso nos torna mais fortes e competentes em qualquer área”, afirma. Outro caminho para dar a largada num estilo de vida mais poupador é vender objetos que não têm mais tanta utilidade em casa ou

itens que nem fazem mais o coração bater mais forte, como filmes e objetos de decoração. Uma terceira opção é trocar objetos. Apesar de ser uma prática ainda pouco popular no Brasil, já existem milhares de pessoas em todo o mundo que, em vez de comprar algo que precisam, conseguem realizar bons negócios entre amigos e conhecidos. Além de não gastar grandes quantias de dinheiro em algo que deseja, um “trocador” ainda pode aplicar a quantia que deixou de ser gasta e aumentar sua reserva, explica a psicóloga Angélica Rodrigues.

Poupadores que inspiram

Pesquisando a fundo como a jovem chegara naquele estágio, Olegário descobriu que o desperdício de dinheiro vinha do pagamento de juros do financiamento de um imóvel em um bairro longe do seu trabalho, somado às despesas do financiamento do carro que ela teve de fazer para poder se deslocar com mais facilidade. Segundo Olegário, foi preciso mostrar a ela que, nesse caso, seria mais barato optar por pagar um aluguel em um local mais perto do trabalho e abrir mão do veículo. A estratégia deu certo. “Ela vendeu o imóvel e o carro, pagou as dívidas e começou tudo de novo, gastando menos do que ganhava

Em qualquer lugar ou classe social, não faltam histórias de pessoas que superaram dificuldades no que se refere ao dinheiro. “Nas minhas palestras, cito sempre o exemplo de um catador de papel e plástico que morava nas ruas do ABC Paulista”, lembra Adriano Fonseca. Economizando todos os meses, ele adquiriu casa própria e carro, e hoje paga a faculdade do filho. Isso reforça o pensamento de que não importa a profissão e

Fotos: Divulgação

Se mesmo com um orçamento enxuto, ainda é difícil conseguir guardar algum recurso, talvez seja a hora de aumentar a renda com trabalhos extras. “Somos formados pelas nossas experiências e quanto mais elas forem variadas, mais valor damos ao nosso dinheiro e ao nosso trabalho”, orienta Márcia Tolloti.

Um caso que nunca saiu da de memória do escritor Rogério Olegário ocorreu há alguns anos, quando ele foi procurado por uma mulher que ganhava R$ 8 mil por mês e precisava de uma consultoria financeira, pois estava devendo cerca de R$ 320 mil no mercado. “Mesmo com uma dívida quase 40 vezes maior que seu salário, ainda assim, ela gastava todos os meses R$ 2 mil além de sua renda”, lembra.

// Angélica Rodrigues

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passarmos a vida estudando o cateto da hipotenusa ou se o verbo é transitivo direto, mas não termos nenhuma educação formal para administrar as nossas próprias finanças".

"Nas minhas palestras, cito sempre o exemplo de um catador de papel e plástico que morava nas ruas do ABC Paulista” // Adriano Fonseca

e investindo a diferença”, conta. Passados cinco anos da mudança radical, a jovem conseguiu comprar um automóvel à vista e hoje está quase alcançando, em sua carteira de investimentos, o valor que tinha em dívidas.

Influências que vêm da infância As respostas para as dificuldades de economizar podem estar na infância. E, principalmente, na educação que cada um recebe ou não sobre como lidar com o dinheiro. A avaliação é da coach de Saúde Integrativa Melissa Setubal. Acostumada a conversar sobre o assunto nas consultorias que realiza, ela lembra que "é muito comum

Ainda na opinião da consultora, outra influência a ser considerada diz respeito às “verdades construídas” ao longo do tempo, desde os primeiros anos de vida. Todos os acontecimentos, desde os mais traumáticos até as simples frases soltas dos pais, podem virar verdades absolutas e se tornar a base do comportamento do indivíduo. Dessa forma, se uma criança ouvir da mãe que ganhar dinheiro não é fácil ou que o dinheiro nunca para no bolso, ela pode internalizar esse pensamento e passar a ter atitudes que reproduzam ou sejam o completo oposto dessa ideia. Tais influências, no entanto, podem ser superadas. “E isso começa com o ato de não culpar pai e mãe pelos comportamentos que se adota”, diz Melissa Setubal. “Não foram eles que criaram as crenças que limitam você frente ao dinheiro. Identificar essas crenças e entender as suas origens pode ser o começo dessa desconstrução. Se você criou essa mentalidade, tem o poder de eliminá-la e substituí-la por pensamentos construtivos”.

"Não temos nenhuma educação formal para administrar nossas finanças." // Melissa Setubal

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Pronto para descobrir o poupador que há em você?

Antes de tudo, pare e faça uma reflexão a respeito dos seus gastos, pensando nas despesas que pode cortar . Comece a anotar tudo o que gasta (até um cafezinho!) em uma planilha eletrônica ou caderneta. A cada semana, quinzena ou mês, faça a conta de quanto gastou por tipo de despesa: alimentação, transporte, aluguel, compras e lazer, etc. Converse com amigos e parentes que são bons em economizar e peça dicas. Leia livros sobre finanças pessoais. O orçamento está apertado? Tente vender algo que tem em casa e não usa mais. Utilize um cofrinho para ajudar a lembrar da sua meta. Fique de olho nas compras por impulso: antes de passar no caixa, pergunte a você mesmo se de fato precisa daquele item. Não tenha vergonha de pedir descontos nas lojas. Opte sempre por comprar à vista.

Alguns sites especializados www.brasil.gov.br/sobre/economia/educacao-financeira www.bmfbovespa.com.br www.serasaexperian.com.br/educacaofinanceira/ www.exame.abril.com.br/topicos/educacao-financeira www.comoinvestir.com.br www.vidaedinheiro.gov.br/

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// Seu Dinheiro

TESTE Que tipo de Investidor é você? Um dos mais experientes consultores em finanças pessoais do país, Louis Frankenberg, preparou um questionário detalhado para que você conheça suas próprias características como investidor em potencial. As respostas têm um valor cuidadosamente ponderado, a fim de ajudá-lo a encontrar a melhor situação para o seu caso. Some os pontos no final e verifique qual seu perfil.

1. Como você avalia o total de seus ganhos, incluindo salário e outras rendas?

6. Você acredita que tem as condições necessárias para um dia possuir muitíssimo dinheiro?

( ( ( ( ( ( (

( ) Sim – 1 ( ) Não – 140

) Excelente - 5 ) Muito bom – 15 ) Bom – 30 ) Suficiente – 50 ) Insuficiente – 70 ) Ruim – 140 ) Péssimo – 210

2. Como você avalia os bens que possui atualmente? ( ( ( ( ( (

) Excelentes – 5 ) Muito bons – 15 ) Bons – 30 ) Suficientes – 70 ) Ruins – 140 ) Péssimos – 210

3. De que maneira você avalia seus atuais investimentos financeiros? ( ( ( ( ( ( (

) Excelentes – 5 ) Muito bons – 15 ) Bons – 30 ) Suficientes – 50 ) Insuficientes - 70 ) Ruins – 140 ) Péssimos – 210

4. Como você avalia seu conhecimento sobre fundos de investimentos? ( ( ( ( ( ( (

) Excelente - 5 ) Muito bom – 15 ) Bom – 30 ) Suficiente – 50 ) Insuficiente – 70 ) Ruim – 140 ) Péssimo – 210

5. Você consegue guardar entre 10% e 20% de sua receita líquida (salário menos despesas)? ( ) Sim – 1 ( ) Não, guardo menos – 15 ( ) O valor oscila entre esses dois limites – 45 ( ) Não tenho o hábito de economizar – 140 ( ) Gasto tudo que ganho, poupar não é comigo. Prefiro viver o hoje – 350 42

7. Você tem planos definidos para seu dinheiro e para sua vida. Sabe quanto isso custa e como vai conseguir? ( ) Sim – 5 ( ) Não – 20 8. Como você descreveria sua situação financeira atual? ( ( ( ( ( ( (

) Excelente - 1 ) Muito boa – 10 ) Boa – 24 ) Razoável - 50 ) Insuficiente – 90 ) Ruim – 120 ) Muito ruim – 210

9. Você consegue visualizar a época na qual possa viver unicamente da renda de seus investimentos? ( ) Sim – 1 ( ) Não – 140 10. Você tem ideia de como pensa a respeito de suas relações com o dinheiro? ( ) Sim – 50 ( ) Razoavelmente – 30 ( ) Não, ainda não pensei a respeito – 120 11. Você estaria satisfeito caso os próximos cinco anos fossem iguais aos últimos cinco? ( ) Sim – 50 ( ) Sim, pois avancei muito em meus objetivos –10 ( ) Não – 120 ( ) Não, pois desejo avançar rumo a meu(s) objetivo(s) – 1


12. Qual dos quesitos você usaria para se avaliar em relação às finanças pessoais? ( ) Sou o máximo – 5 ( ) Estou convencido de que estou no caminho certo – 15 ( ) Não levo muito jeito – 210 ( ) Sou um azarado – 140 13. Como você avalia seu conhecimento sobre o mundo financeiro e os negócios em geral? ( ( ( ( ( ( (

) Excelente - 5 ) Muito bom – 15 ) Bom – 30 ) Suficiente – 50 ) Insuficiente – 70 ) Ruim – 140 ) Péssimo – 210

14. Acredita que dinheiro é uma coisa importante na sua vida? ( ( ( ( (

) Não – 210 ) Sim – 5 ) Medianamente importante – 15 ) Muito importante – 15 ) É a coisa mais importante que pode existir – 50

15. Você conhece o básico sobre como investir e põe em prática? ( ) Sim – 5 ( ) Não – 120 ( ) Às vezes – 80 16. A maior parte de seus conhecidos, amigos e familiares é formada por: ( ) Pessoas com patrimônio e renda maiores que os seus – 1 ( ) Pessoas em situação parecida com a sua – 25 ( ) Pessoas com patrimônio e renda menores que os seus – 140 17. Você consulta alguém especializado ou de confiança para ajudá-lo a cuidar de seu dinheiro? ( ) Sim – 1 ( ) Não – 70

18. Qual é o seu conhecimento sobre bolsa de valores e ações? ( ) Excelente - 5 ( ) Muito bom – 15 ( ) Bom – 30 ( ) Suficiente – 50 ( ) Insuficiente – 70 ( ) Ruim – 140 ( ) Péssimo – 210 19. Como você se posiciona em relação a dinheiro, cifras em geral e finanças pessoais? ( ) Negativamente - 140 ( ) Positivamente - 5 ( ) De forma equilibrada - 80 20. O dinheiro em minha vida é: ( ) Uma força revigorante – 1 ( ) Um fator limitante – 140 21. Quanto tempo você pode viver de suas reservas, dentro de seu atual estilo de vida, sem receber nenhum novo rendimento? ( ) Menos de uma semana – 700 ( ) Menos de um mês – 300 ( ) Entre um mês e um ano – 100 ( ) Entre um e cinco anos – 50 ( ) Entre cinco e dez anos – 16 ( ) O resto da vida – 1 22. Como você enxerga sua situação financeira neste momento, depois de ter respondido estas perguntas? ( ) Excelente - 5 ( ) Muito boa – 15 ( ) Boa – 30 ( ) Razoável – 50 ( ) Desconfortável - 70 ( ) Ruim – 140 ( ) Péssimo – 210 23. Como você se sente agora que já respondeu às perguntas anteriormente formuladas? ( ) Excelentemente – 5 ( ) Muito bem – 15 ( ) Bem – 30 ( ) Razoavelmente – 50 ( ) Desconfortavelmente – 70 ( ) Mal – 140 ( ) Péssimo – 210

Escore e diagnóstico 104 pontos

Parabéns! Você alcançou seus objetivos de planejamento financeiro e sua condição não requer nenhum reparo.

De 105 a 800 pontos

Você conseguiu alcançar uma privilegiada situação financeira, mas talvez haja espaço para eventual melhora. Mantendo-se bem atualizado, provavelmente atingirá todos os seus objetivos.

De 800 a 1500 pontos

Nem excelente, nem insuficiente. Há bastante espaço para melhora. Maiores conhecimentos para alcançar seus objetivos não lhe farão mal algum. Se estiver com dúvidas sobre como melhorar seu desempenho financeiro, recorra a um especialista para ajudá-lo no planejamento.

De 1500 a 2500 pontos

Você está navegando em águas revoltas. Uma boa orientação financeira cairia bem. Faça quanto antes uma profunda introspecção e introduza algumas alterações em seus procedimentos quanto à administração financeira e patrimonial em sua vida.

Mais que 2500 pontos

Atenção. Você está em zona minada, com iminente perigo de naufragar. Sua situação é de crise e necessita de profundas alterações para novamente alcançar águas mais tranquilas. Vai precisar de um planejamento financeiro consistente e mudanças radicais em sua vida. Fonte | Angélica Barros e Rogério Olegário

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// Seu Dinheiro

// Depoimentos “Sou um tipo poupador-investidor. Para chegar aonde cheguei, segui um planejamento ao longo de toda minha vida, sem nunca ficar endividado. Quando quero comprar algo, por exemplo, antes guardo dinheiro e pago tudo à vista. Foi assim que adquiri quatro imóveis, que me proporcionam uma renda fixa todos os meses. Procuro me manter informado sobre economia e o mercado de modo a identificar o melhor momento para investir e descobrir as oportunidades adequadas aos meus recursos – afinal, para investir certo, é preciso ser cauteloso e responsável. Sempre envolvi minha família neste processo, pois qualquer decisão impacta na vida de todos, seja para o bem ou mal. Desde pequenos, meus filhos foram instruídos sobre o uso correto do dinheiro. Ainda eram crianças quando passaram a receber mesada para aprender o valor das coisas e saber como e quanto gastar. Hoje vejo que agi corretamente: aos 25 anos, meu filho já está encaminhado profissionalmente e conquistou seu imóvel próprio. Acredito que uma das obrigações dos pais é mostrar a importância de uma vida equilibrada em todos os sentidos. E isso ocorre por meio de uma boa formação, educação financeira, exemplos positivos e participação de toda a família nas decisões mais importantes”.

Almir Borges Falcão Participante

Como você se tornou um poupador? Divida sua experiência com a gente: conexao@fachesf.com.br

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“Nasci em berço de ouro, pois minha mãe foi casada com um fazendeiro muito bem de vida. Quando eles se separaram, sofremos uma mudança radical no padrão a qual estávamos acostumados e passamos por uma fase bastante difícil. Essa experiência foi fundamental para que eu me tornasse uma pessoa consciente em termos financeiros. Consegui comprar alguns imóveis e fazer um bom pé de meia nos tempos em que trabalhei na Chesf. Ao me aposentar, não tive nenhuma surpresa; meu padrão de vida não caiu. O mesmo, entretanto, não aconteceu com diversos amigos da Companhia. Vi gente esbanjar dinheiro e depois ficar sem nada, tendo que trabalhar até o final da vida, pois não tinha como sobreviver sem essa renda. Do meu lado, nunca extrapolei, mas tampouco me privei de nada. Aprendi a não dar um passo maior que minhas pernas e a viver dentro das condições que meus recursos permitiam. Partilhei dessa ideia, inclusive, com minha família. Meu marido e eu sempre sentávamos à mesa com nossos filhos para conversar sobre o que faríamos, o que podíamos ou não comprar. Aos 16 anos, eles já tinham seus cartões de crédito e nunca estouraram o limite. Com o tempo, aprenderam bem os ensinamentos e hoje são equilibrados financeiramente. Considero-me muito feliz com o que conquistei e vivo uma vida sem grandes sufocos. Acho que fiz a coisa certa”.

Sally Torres Aposentada


// Seu Dinheiro

Cada vez mais, a educação financeira tem se confirmado como algo fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida a todos os cidadãos. Apesar disso, a prática ainda não é obrigatória nas grades curriculares das escolas brasileiras. Para driblar esse cenário, é necessário que pais e responsáveis ensinem os jovens, desde cedo, a conduzir seu dinheiro com cuidado e responsabilidade. Como já ressaltamos na edição anterior, agindo assim, a família não contribui somente para que eles aprendam a utilizar bem os recursos, mas ajuda a fortalecer valores e habilidades que são essenciais para a maturidade de todo ser humano. Para começar, vamos falar um pouco sobre como os jovens podem, ainda na adolescência, adotar uma postura de investidores, deixando claro que, apesar de o dinheiro não ser a coisa mais importante da vida, sua má administração pode causar sérios prejuízos. Pensando e comportando-se como um investidor, o jovem deve adotar práticas que contribuam para o alcance do equilíbrio entre o que é preciso consumir hoje e o que pode poupar para consumir/investir amanhã. Sendo assim, vamos juntos agora visualizar uma sequência de ações que podem ajudar nessa caminhada desde o recebimento da primeira mesada até o salário do primeiro emprego. •

Toda renda recebida, seja mesada, bolsa de estágio, ajuda de custo ou outra, de qualquer valor, deve ser suficiente para cobrir as despesas mensais (lanches, passeios, cursos, livros etc.).

Cada pessoa deve ser o primeiro recebedor da sua renda. Ou seja, economizar sempre uma parte do que ganha para o futuro. Uma boa dica é colocar o próprio nome no topo da lista de obrigações do mês, caracterizando que o primeiro compromisso é com a reserva do valor mensal a ser poupado.

Além do fundo de reserva, o jovem pode investir em um plano de previdência, uma vez que a poupança para reserva de emergência não deve ser a única prevenção para o futuro. Pensar e investir em aposentadoria, ainda na juventude, assegura vantagens significativas no momento de receber o benefício, pois a velhice chega mais rápido do que pensamos.

Escrever sobre os próprios sonhos ajuda muito no desenho do plano que cada um tem para

ser realizado, seja com relação ao tempo ou ao dinheiro necessários. Tais desejos devem ser delineados em metas claras e possíveis, perseguidos “grão a grão”. •

Mais do que ouvir conselhos de parentes e conhecidos, ler sobre temas financeiros traz um melhor entendimento sobre como conduzir as finanças pessoais. Por meio da leitura, é possível entender mais sobre o funcionamento de impostos, custo de vida, investimentos, juros, encargos e instrumentos financeiros praticados pelos bancos.

Por último, é preciso ficar atento para não sair da trilha dos planos em troca de sensações temporárias de felicidade. As tentações para gastar todo o dinheiro do mês em uma única roupa ou contratar um cartão de crédito sem necessidade certamente virão. Por isso, a força para se manter na condição de investidor tem que estar relacionada a tudo que se pretende conseguir no futuro, sem deixar de viver o presente, porém de forma equilibrada.

artigo

Como educar um jovem investidor

Sem dúvidas, esse não é um assunto fácil de vivenciar na prática. Mas também não é tão difícil quanto se pensa, e pode, sim, ser inserido na rotina de vida de qualquer pessoa. Conseguir ou não se manter fiel a um planejamento é a diferença entre os que contribuirão para os seus planos desde a juventude e os que consumirão todo o recurso no presente. De que lado você quer estar?

Elizabete Silva é contabilista, especialista em finanças e gerente econômico-financeira da Fachesf.

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// Fachesf-SaĂşde

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Informação é arma contra

o câncer

Prevenção, diagnóstico e tratamento devem ser ancorados no conhecimento

Em 2013, cerca de 520 mil novos casos de câncer surgirão no Brasil. A estatística é do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde que, diante de um número tão expressivo, ressalta a importância de colocar em prática, programas de prevenção orientados a indivíduos e grupos.

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// Fachesf-Saúde

P

ara alcançar eficácia em ações de promoção à saúde é preciso ter em mente que o câncer não é uma doença única, explica Evyo Abreu, oncologista e professor de Hematologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo o médico, os programas de prevenção à patologia devem ser segmentados. Dessa forma, em primeiro lugar, faz-se necessário identificar os diferentes tipos de câncer (mama, próstata, garganta, etc.) e trabalhar cada um de maneira dirigida em relação à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento, uma vez que o único ponto comum entre eles é o próprio conceito da doença – uma desorganização na proliferação das células. Outra questão relevante relacionada à informação e que deve ser considerada pelos gestores dos órgãos e operadoras de saúde diz respeito à desmistificação dos conceitos. “Falta ainda base cien-

"Falta ainda base científica em muitos dados divulgados como grandes descobertas. Isso é perigoso e pode levar a adoção de hábitos inúteis." // Evyo Abreu

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tífica em muitos dados divulgados como grandes descobertas. Isso é perigoso e pode levar a adoção de hábitos inúteis”, pondera Evyo Abreu. “O que se sabe é que o câncer não é causado por um motivo único. Há sempre uma combinação de fatores”, completa. Para atuar com informações e programas eficientes, Evyo Abreu sugere a divisão do público-alvo por grupos de risco, entre eles, os tabagistas, pessoas de pele clara, consumidores frequentes de bebidas alcóolicas e aqueles que possuem histórico de câncer na família. Para cada um desses perfis, existe um rol de doenças mais prováveis, como é o caso dos fumantes, que naturalmente estão propensos a desenvolver o problema no pulmão, bexiga, rim, pâncreas, estômago, esôfago, intestino, boca e língua. A partir da segregação, as ações educativas de prevenção podem


ser planejadas de forma mais específica e assertiva. “É fundamental, para a diminuição da incidência e da mortalidade pela doença, conscientizar as pessoas da importância dos exames de rotina, que são capazes de diagnosticar precocemente a patologia ou até evitar seu surgimento. Cerca de 35% dos tipos de câncer são preveníveis”, explica o médico.

Atenção à alimentação No Brasil, segundo dados do portal do Ministério da Saúde, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares - mama, cólon (intestino grosso) reto, próstata, esôfago e estômago - estão entre as seis primeiras causas de mortalidade pela doença. O órgão recomenda cuidados com uma série de alimentos que, se consumidos regularmente durante longos períodos, podem facilitar o crescimento e a disseminação de uma célula cancerosa. Neste grupo, estão as gorduras presentes nas carnes vermelhas, frituras, maionese, leite integral e derivados, bacon e embutidos. Como forma de prevenção, o Ministério da Saúde recomenda a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Seus nutrientes auxiliam as defesas naturais do corpo a destruírem os carcinógenos, antes que causem sérios danos às células. Esses alimentos podem ainda bloquear ou reverter os estágios iniciais do processo.

// CÂNCER POR SEXO Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados (2012/2013) por sexo, exceto pele não melanoma (Números arredondados para 10 ou múltiplos de 10). LOCALIZAÇÃO PRIMÁRIA

CASOS NOVOS

PERCENTUAL

Mama Colo do útero Cólon e reto Tireoide Traquéia, brônquio e pulmão Estômago Ovário Útero Sistema nervoso central Linfoma não Hodgkin

52.680 17.540 15.960 10.590 10.110 7.420 6.190 4.520 4.450 4.450

27,9% 9,3% 8,4% 5,6% 5,3% 3,9% 3,3% 2,4% 2,4% 2,4%

Próstata Traquéia, brônquio e pulmão Cólon e reto Estômago Cavidade oral Esôfago Bexiga Laringe Linfoma não Hodgkin Sistema nervoso central

60.180 17.210 14.180 12.670 9.990 7.770 6.210 6.110 5.190 4.820

30,8% 8,8% 7,3% 6,5% 5,1% 4% 3,2% 3,2% 2,7% 2,5% Fonte: Inca

// INCIDÊNCIA NA FACHESF Tipos de câncer mais incidentes entre os Participantes do Programa de Oncologia da Fachesf. Mama [113] Próstata [102] Cólon [28] Pulmão [17] Tireoide [16] Linfoma não Hodgkin [12] Pâncreas [8] Laringe [7] Mieloma [7] Ovário [7] Fonte: Fachesf

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// Fachesf-Saúde

Oncologia no foco dos programas assistenciais Fachesf "Em caso de desistência ou baixa participação no tratamento, por exemplo, entramos em contato direto com o beneficiário para convidá-lo a retomar seu tratamento."

// Wanessa Cysneiros

Atenta às estatísticas e preocupada com a qualidade de vida dos Participantes, a Fachesf vem desenvolvendo, desde 2012, ações específicas para pacientes com câncer. A inclusão dos beneficiários no chamado Programa de Oncologia também é alicerçada na informação: há uma busca ativa na base de dados do sistema informatizado da Fundação, além da demanda espontânea daqueles que fazem parte dos planos Fachesf-Saúde e PAP e que já ouviram falar a respeito das atividades do Programa. A gerente de Regulação de Planos de Saúde da Fachesf, Wanessa Cysneiros, conta que tudo começou quando se notou um crescimento significativo na demanda por procedimentos específicos para o tratamento de câncer. Como a Fundação já cumpria a Resolução Normativa nº 211 da Agência Nacional de Saúde (ANS) - que determina a obrigatoriedade da cobertura de quimioterapia oncológica ambulatorial, a qual necessita de acompanhamento de profissionais de saúde, dentro de clínicas especializadas -, a diretoria executiva decidiu oferecer também outros benefícios, que garantissem mais qualidade de vida aos beneficiários portadores da doença. Surgiu então o Programa de Oncologia da Fachesf, que oferece cobertura dos procedimentos relacionados diretamente a cada tipo de câncer, e cujo diferencial é abranger exames de acompanhamento que tenham relação direta

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com a patologia e o medicamento quimioterápico, via oral. Além disso, a Fundação monitora o paciente, incentivando-o a se tratar corretamente e realizar os exames necessários, contatando o próprio beneficiário e/ou seu médico assistente. Desde que o Programa teve início, a Fundação atendeu 353 beneficiários; destes, 326 permanecem em tratamento e/ou acompanhamento.

Gestão baseada em dados A assistente de contas médicas da Gerência de Regulação, Fabiola Coutinho, chama a atenção para as vantagens em relação ao medicamento quimioterápico via oral. A primeira é garantir que o paciente, quando estiver na fase de ingestão da quimioterapia oral, seja medicado em casa, com conforto e livre dos riscos de uma infecção hospitalar. A outra é a economia que permeia os dois lados (beneficiário e Fundação), pois, a quimioterapia oral adquirida diretamente com o fornecedor tem um custo em torno de 35% menor. Segundo Wanessa Cysneiros, o Programa possibilita ao Participante economizar com os exames de acompanhamento, a consulta com especialista e a aquisição do medicamento. ”Para a Fachesf, a economia vai além do que se obtém com a compra direta do medicamento, pois, no instante que controlamos a patologia, conseguimos diminuir


A primeira vantagem da quimioterapia via oral é garantir que o paciente seja medicado em casa, com conforto e livre dos riscos de uma infecção hospitalar.

A " primeira vantagem da quimioterapia via oral é garantir que o paciente seja medicado em casa, com conforto e livre dos riscos de uma infecção hospitalar." // Fabiola Coutinho

o risco de piora do quadro clínico e, consequentemente, a redução das internações”, contabiliza. Durante a utilização desse tipo de medicamento, cabe ao Participante controlar a quantidade dos remédios em seu poder e, uma semana antes do seu fim, comunicar à Fachesf para que possa ser feito um novo pedido, sem interrupção do tratamento. “Nosso trabalho é todo ancorado na informação, seja para a gestão do plano em si, como para o beneficiário ou para o médico. No caso do paciente, para estar informado sobre os cuidados necessários ao sucesso da terapia; o profissional, por sua vez, para tomar as decisões corretas; e a Fachesf, para manter a saúde financeira do programa, viabilizando seu aprimoramento”, pontua, Wanessa Cysneiros.

"Nosso trabalho é ancorado na informação, seja para a gestão do plano em si, como para o beneficiários ou médico."

DIFERENCIAIS Programa de

Oncologia da Fachesf Disponibiliza quimioterapia oral. Monitora todo o tratamento para que seja feito com sucesso e no tempo correto. Tem custos mais baixos que os tratamentos do mercado.

// Wanessa Cysneiros

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// Fachesf-Saúde

Por dentro do Programa de Oncologia Quem pode participar

Cobertura

Beneficiário dos planos Fachesf-Saúde

Como participar

Comparecer à Central de Relacionamento ou a uma Agência da Fachesf, tendo em mãos laudo médico e laudo do exame. Assinar o termo de adesão portando toda a documentação exigida. Importante: para se manter no programa, o beneficiário deve estar adimplente com o seu plano Fachesf-Saúde e fora do período de carência.

Documentos para adesão

Laudo médico do oncologista, contendo nome do beneficiário, data, diagnóstico, assinatura do médico responsável, carimbo/ CRM e especialidade. Laudo do exame que identificou a patologia oncológica, contendo nome do beneficiário, descrição da patologia, breve histórico, tempo previsto para tratamento, data, assinatura do médico responsável, carimbo/CRM. Assinatura do termo de adesão.

Procedimentos relacionados diretamente ao tipo de câncer cadastrado na adesão, desde que aprovados pela auditoria médica da Fachesf. Medicamento quimioterápico genérico via oral.

Compromissos do Participante Cumprir rigorosamente o tratamento. Comparecer à Central de Relacionamento ou Agência da Fachesf para retirar a autorização antes de realizar qualquer exame ou procedimento. Entrar em contato com a Fachesf para esclarecimento de todas as dúvidas relacionadas ao programa. Assinar Termo de Adesão e cumprir com as obrigações constantes no documento. Solicitar novos medicamentos à Gerência de Regulação sempre uma semana antes do fim dos remédios. Informar à Gerência de Regulação quando concluir o tratamento.

Tipos de câncer atualmente em tratamento Amidala Boca Canal anal Cólon Encéfalo Endométrio Esôfago Estômago Glândulas endócrinas Globo ocular Intestino Lábio

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Laringe Leucemia linfoide Leucemia mieloide Linfoma Linfoma células Linfoma de Hodqkin Linfoma não Hodqkin Mama Medula espinhal Mieloma Ovário Pâncreas

Pele Próstata Pulmão Região cervical Região frontal Reto Retroperitônio / Peritônio Rim Timo Tireoide Vesícula


// Depoimentos “Quando soube do diagnóstico, logo procurei a Fachesf. Nessas horas, acho que devemos ser práticos, por isso, minha primeira preocupação foi com os custos do tratamento. Felizmente, neste quesito, afirmo que tudo ocorreu de forma muito tranquila. A assistente social da Fundação me informou sobre o Programa de Oncologia, como aderir e qual sua cobertura. Fui tomada de surpresa e também de muita felicidade naquele momento. Em todos esses meses de tratamento, tenho me sentido bastante amparada. A assistência é muito boa. Até os medicamentos, que me seriam impossíveis de pagar sozinha, recebo gratuitamente. Nestas fases conturbadas da nossa vida, receber um apoio como esse faz toda a diferença.”

Solange Xavier Correia de Oliveira Pensionista

“Iniciei meu tratamento recentemente, quando recebi uma correspondência da Fachesf convidando-me para conhecer um programa assistencial relacionado com minhas necessidades. De imediato, gostei muito da iniciativa. Saber que temos um apoio como este é um conforto e também um avanço. Considero como uma melhoria na qualidade de vida das pessoas que têm o plano. Ainda não sei se precisarei dos medicamentos fornecidos pela Fachesf para quimioterapia oral, mas vejo como algo excelente. São remédios muito caros e tê-los sem custo é mais que uma ajuda; é um fôlego para a família, que também acaba se envolvendo no tratamento.“

Sônia Maria Ferreira de Souza Participante

“Meu primeiro contato com o programa foi por meio da Central de Relacionamento. De lá, fui encaminhado para a Gerência de Regulação. Após a adesão, recebi os medicamentos para a quimioterapia oral. Confesso que fiquei preocupado quando o médico prescreveu a medicação e a Fachesf disse que forneceria tudo sem custo extra para mim. Sempre penso: como assim? De onde virá este custeio? Quando procurei saber, me explicaram que tudo é financiado pelo próprio Fachesf-Saúde e que isso é possível por conta da grande economia de gastos (cerca de 35%), já que a Fundação negocia direto com o fornecedor dos remédios, sem intermediários. Por isso, minha sugestão é que a Fundação preste o máximo possível de informações ao paciente para que ele tenha tranquilidade no tratamento. Hoje afirmo com segurança que este programa é um grande benefício, um conforto para superar este momento.”

Paulo Farias de Oliveira Participante

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// Fachesf-Saúde Produtos & Serviços

artigo

Regulação, auditoria e responsabilidades Toda operadora de planos de saúde utiliza-se de mecanismos de regulação com a finalidade de melhor gerir os planos que administra. Com a Fachesf, essa prática não poderia ser diferente. Além das obrigações legais de controle, exigidas pelos órgãos governamentais, a Fundação utiliza métodos próprios de gestão, a exemplo de autorização prévia, franquia e coparticipação. Tal cuidado é importante, sobretudo porque o Fachesf-Saúde funciona como um condomínio, no qual as despesas são rateadas entre seus beneficiários. Sendo assim, esses mecanismos de regulação inibem a realização de procedimentos indevidos e a utilização de materiais desnecessários e/ou ainda não regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – o que pode causar um significativo impacto no reajuste do plano no ano seguinte. É dentro desse contexto que entra em cena o médico auditor. Diferentemente do que muitos pensam, seu papel não é o de apenas cortar despesas em favor da operadora de saúde, mas avaliar quais os procedimentos e tratamentos indicados para a patologia que acometeu o beneficiário do plano, oferecendo soluções que sejam as ideais para ambas as partes. Sabemos que, a todo instante, surgem no mercado novas técnicas, equipamentos e medicamentos que ainda não evidenciam uma ação efetiva de melhora no quadro clínico dos pacientes que deles fizeram uso. Esses tratamentos não são reconhecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que proíbe às operadoras de darem cobertura a esses tipos de tratamento. É responsabilidade do médico auditor, por exemplo, investigar quando situações desse tipo

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surgem para evitar a autorização de procedimentos de caráter meramente experimental. Além disso, o médico auditor de um plano do tipo autogestão, a exemplo do Fachesf-Saúde, exerce uma função primordial na relação do beneficiário com o credenciado, pois muitas das vezes discute com o médico assistente a razão pela qual está sendo realizado determinado tratamento ou por que foi feito certo pedido de material cirúrgico. Ressaltamos que nosso auditor jamais interfere na conduta do médico assistente, mas age para salvaguardar o bem-estar do paciente, bem como os custos do plano do qual ele, paciente, faz parte. Muitas vezes, nós, enquanto beneficiários, não entendemos essa ação. Porém, precisamos compreender que ela é fundamental para o tipo de serviço que oferecemos, principalmente porque se trata de cuidar de um patrimônio que também é nosso, enquanto Participantes da Fundação.

Wanessa Cysneiros é administradora de empresas e gerente de Regulação de Planos de Saúde da Fachesf.


// Foco no Participante

Amanhã, ninguém sabe Uma história que começa num post-it e termina em final feliz

Prólogo

M

eu nome é Renata Leite. Sou formada em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Desde que iniciei os estudos, meu projeto de vida era focado em ter um emprego fixo, estável, bem remunerado e seguro. Trabalhar numa empresa estatal, portanto, mostrou-se ser o melhor. Assim, aos 20 anos de idade, inscrevi-me no concurso da Chesf.

Dois anos após ter feito a prova, apesar de ter sido aprovada, ainda não havia nenhum sinal de uma possível convocação. O sonho então foi parar em segundo plano. Como precisava correr em busca de novas alternativas profissionais, passei a trabalhar em um centro de compras do Recife (PE). No entanto, num belo dia de primavera, a chegada de um pequeno papel colorido mudou minha vida para sempre.

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// Foco no Participante

Capítulo 2

A revelação

Capítulo 1

A virada

S

empre fui muito caseira. Passava os finais de semana na companhia dos meus pais e parentes próximos. Fazia questão de mantê-los por perto e não planejava nem tão cedo me separar deles. Com apenas 20 e poucos anos de idade, não sabia me virar sozinha e muito menos pretendia mudar essa realidade. Até que, após passados quase quatro anos que havia feito o concurso da Chesf, quando já nem acalentava mais o ardentemente sonho de um emprego estável, um simples post-it atravessou o meu caminho. O fato ocorreu na véspera do meu aniversário de 24 anos. Depois de um longo dia de trabalho, cheguei em casa por volta das 11h da noite e a primeira pessoa que encontrei foi minha avó. Ao me ver, ela foi logo me contando que haviam deixado para mim, na portaria do nosso prédio, um post-it no qual estavam escritos somente o nome de um certo Tiago e um número de telefone.

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Minha avó, curiosa como só ela, ao receber o papel, não se conteve e ligou para o número indicado. Do outro lado da linha, veio a revelação: tratava de uma convocação urgente – e, àquela altura, inusitada – da Chesf para que eu assumisse imediatamente uma vaga em Sobradinho (BA), município localizado a 765 quilômetros do Recife (PE), onde morava naquela época. E agora? O que fazer? Considerando a enorme distância entre as duas cidades, minha avó logo concluiu que eu não toparia morar tão longe da família. Assim, depois de me contar a novidade, deixou uma frase solta no ar. “Se você quiser entrar em contato, o papel é este aqui...” Não hesitei um único segundo. Peguei das suas mãos aquele pequeno post-it e, no dia seguinte, a primeira coisa que fiz, foi discar os números anotados. Ao final da ligação, tudo ficou mais claro. A estranha convocação foi culpa dos Correios, que estavam em greve na época, sem data prevista para acabar. Receosos de que a paralisação atrapalhasse os planos da Companhia, os gestores de RH abriram mão da correspondência e decidiram entrar em contato direto comigo. E o pequeno papel colorido foi tudo o que tiveram na hora de executar a missão. Graças a Deus, não teve vento forte naquele dia, pois bastava uma pequena brisa para ter levado embora a grande oportunidade que mudou todo o meu futuro.


Capítulo 3

A viagem Mal fiquei sabendo do ocorrido, fui informada de que tinha somente algumas horas para reunir toda a documentação e me apresentar na Companhia. Tudo isso no mesmo dia! Entre a convocação, no dia 30 de setembro de 2011, e a minha chegada definitiva em Sobradinho, tive tempo apenas para os preparativos. Além da pressa, havia um clima meio tenso no ar, pois a certeza de que minha família e amigos não caberiam na mala representavam meu maior dilema. Meu pai chegou até a apostar que eu sobreviveria apenas seis meses morando sozinha. No meio desse corre-corre, foi impossível planejar muitos detalhes, muito menos fazer grandes despedidas. Aproveitei cada minuto para conseguir uma casa, comprar os móveis e organizar a bagagem. Confesso que na primeira semana no novo CEP, contei com a indispensável ajuda da minha mãe. Isso, inclusive, foi fundamental para a minha adaptação. Mas quando fiquei enfim sozinha, chegou a hora de assumir as responsabilidades da nova vida. Logo eu, que sabia cozinhar somente o básico! Acredito, porém, que tudo tem um propósito. Hoje, passados 18 meses, não só aprendi a me virar na cozinha, como me tornei especialista em pequenas guloseimas e já me sinto a rainha do petit gateau! Sou eu quem assina o menu dos jantares entre amigos, com destaque para as sobremesas, sempre bastante requisitadas em todos os encontros.

Capítulo 4

A rotina Ao contrário do que pensei antes de assumir a vaga, não precisei estabelecer residência em Sobradinho. Moro em Petrolina (PE). É lá que recebo meus familiares e foi também lá que conheci meu namorado e fiz grandes amigos. O lugar, que a princípio parecia ser o principal obstáculo para o tão desejado emprego, não demorou a se tornar o que chamo de lar. Na Chesf, coordeno e participo de ações ligadas à Assistência Social. Estou integrada à equipe de Terapia Ocupacional e atendo a dependentes químicos, portadores de necessidades especiais e outros casos que requisitem meus serviços, além de acompanhar de perto o trabalho de jovens aprendizes e estagiários da empresa. Somos um grande time.

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// Foco no Participante

Capítulo 5

O futuro

Até onde a memória alcança, não recordo fase alguma da vida na qual eu não tenha me preocupado com o futuro. Sempre fui prevenida, organizada, detalhista e adepta a traçar metas de longo prazo. Lembro bem que, ao participar do treinamento de integração oferecido pela Chesf a funcionários recém-admitidos, tive o primeiro contato com a Fachesf. Naquele momento, decidi, de imediato, tornar-me Participante. Hoje estou plenamente convencida de que manter uma contribuição elevada para o Plano CD é a melhor estratégia, pois isto garantirá o futuro estável pelo qual sempre batalhei. Já estou me preparando para a aposentadoria e recomendo a Fundação de olhos fechados. Minha experiência na Chesf me fez

perceber que muitos funcionários, recém-aposentados pelo INSS, encontravam dificuldades em manter seu padrão econômico de vida. Fazer parte da Fachesf é a garantia de que não terei grandes dores de cabeça quando chegar a idade em que mais precisar de apoio e segurança. Quando olho para trás, vejo que minha história foi uma daquelas desenroladas com a ajuda do destino. Afinal, de greve nos Correios a uma mudança de cidade, muita coisa poderia ter dado errado. No entanto, tudo deu certo e o desfecho foi muito feliz. A quem devo tudo isso? A Deus, a minha família, a algumas pessoas especiais e, principalmente, a um pequeno grande post-it que cruzou o meu caminho e me fez entender que, do amanhã, a gente nunca sabe.

Você tem uma boa história de vida para contar? Escreva para a gente: conexao@fachesf.com.br 58


// Cultura e Lazer

Uma delícia tipicamente pernambucana Por definição, a palavra cultura está relacionada ao conjunto de manifestações de um povo, incluindo nesse vasto conceito suas atividades religiosas, musicais, literárias, teatrais, gastronômicas e tantas outras. São representações que marcam de forma tão intensa a memória de uma gente, que se tornam parte do imaginário e do repertório popular.

Um bom exemplo é o frevo, os festejos juninos, o mangue beat, o carnaval de Olinda, o bloco carnavalesco Galo da Madrugada e a literatura de cordel. Impossível pensar nesse conjunto de ícones sem lembrar imediatamente de Pernambuco e seu povo, seus talentos, imagens e sabores. Nesse conjunto, não poderia ficar de fora o tradicional bolo de rolo, iguaria que ganhou status de Patrimônio Cultural Imaterial, atravessou as fronteiras do Estado e caiu no gosto popular do restante do país.

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// Cultura e Lazer

"Nosso bolo de rolo tem origem em Portugal, numa receita chamada colchão de noiva, que tem uma massa maior, mais parecida com o rocambole mesmo."

// Fernanda Dias

É

muito comum ouvir as pessoas definirem o famoso bolo pernambucano como uma espécie de rocambole. Pesquisadores e estudiosos da gastronomia, entretanto, garantem que, a não ser pelo formato enrolado, o legítimo bolo de rolo nada tem em comum com o rocambole – sobremesa que se fabrica em diversas partes do mundo, feita em uma única lâmina (camada) de massa de pão de ló, recheada com sabores variados, como doce de leite, chocolate ou frutas secas. “Nosso bolo de rolo tem origem em Portugal, numa receita chamada colchão de noiva, que tem uma massa maior, mais parecida ao rocambole mesmo, com recheio de doce de ovos e amêndoas”, explica Fernanda Dias, proprietária da Casa dos Frios, estabelecimento que consolidou a fama da iguaria como marca registrada do povo de Pernambuco.

Fernanda Dias conta que a ideia foi trazida ao Brasil no século XVI, com a vinda da Corte Portuguesa. Como faltavam nas terras brasileiras alguns ingredientes para sua produção, o açúcar e a goiabada foram introduzidos à receita. “Aos poucos, a massa original também foi ficando mais delicada, enrolada em sete finas camadas, até se tornar o grande diferencial do nosso bolo de rolo”, lembra a empresária. Após décadas adoçando informalmente a vida das famílias pernambucanas, em meados dos anos 1970, o doce passou a ser comercializado no Recife pela Casa dos Frios. Fernanda Dias e Dona Ana, empregada do estabelecimento que participou do processo desde o início (falecida recentemente) foram as responsáveis por popularizar o bolo de rolo – até então uma iguaria consumida apenas a partir de receitas caseiras. “Começamos a perceber uma boa demanda para o que produzíamos. De repente, vi que havia 20, 30 batedeiras sendo utilizadas ao mesmo tempo e não foram poucas as noites que viramos para dar conta das encomendas”, lembra a empresária, que já teve a honra de servir a iguaria até para o papa João Paulo II, em sua visita ao Brasil no ano de 1980. Hoje a marca não está mais sozinha nesse mercado; há centenas de produtores comercializando o tradicional bolo de rolo, desde pequenas padarias de bairro aos grandes supermercados. A guloseima já ganhou, inclusive, novos sabores e recheios, como chocolate e doce de leite. Porém, a receita original com goiabada e massa fininha permanece como campeã no imaginário popular e no paladar de quem já provou a deliciosa sobremesa.

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Patrimônio Cultural Imaterial: quem define? Considerado Patrimônio Cultural Imaterial, por meio da Lei Ordinária Nº 379/07 da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, o bolo de rolo foi oficialmente consagrado como ícone da cultura pernambucana no ano de 2007. O título foi mais do que merecido, afinal, todo recifense, ao viajar para outras cidades ou mesmo países, já ouviu o pedido: “Você traz um bolo de rolo, por favor?”. O fato é que o doce, mistura infalível de farinha de trigo, ovos, manteiga, goiaba e açúcar, é mesmo uma preferência popular e merece reverência. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), patrimônio imaterial são as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, grupos ou indivíduos reconhecem como parte integrante de seu repertório cultural; uma espécie de herança intangível transmitida de geração em geração. No Brasil, a defesa desse patrimônio é atribuição da União, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Alguns estados brasileiros, como Pernambuco, concederam a responsabilidade do tombamento ao Poder Legislativo. Por meio da Lei nº 7.970, de 18 de setembro de 1979, assinada pelo então governador Marco Maciel, o Estado conferiu à Fundarpe a responsabilidade pelos estudos técnicos e ao Conselho Estadual de Cultura, a missão de emitir parecer e julgar as propostas. Desde então, a Assembleia Legislativa já registrou diversos bens como Patrimônio Cultural Imaterial, a exemplo da Agremiação Carnavalesca Bloco da Saudade (2009), o Bloco Carnavalesco Galo da Madrugada (2009), o bolo Souza Leão (2008), a cachaça (2008), o Carnaval de Olinda (2009), o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém (2009), a Missa do Vaqueiro (2009), os Papangus de Bezerros (2009) e o São João de Caruaru (2009).

// Extras

Confira o passo a passo da receita do bolo de rolo pelo celular (iOS e Android ou no site www.fachesf. com.br/conexao).

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// Mundo Animal

A doce experiência de um amor

incondicional “Um mundo perfeito seria aquele em que cada cão teria um lar e cada lar teria um cão”. O dito – que infelizmente ainda não se tornou popular (vide à crescente quantidade de animais abandonados nas ruas de todo o mundo) – é o ideal perseguido por aqueles que se intitulam carinhosamente de “cachorreiros” ou de protetores. São pessoas que se deixaram conquistar pelo afeto de um animal e foram além do mero sentimento: fizeram da relação entre homem e bicho uma oportunidade de transformar a própria vida e se tornar alguém melhor. A Conexão Fachesf conta a seguir duas histórias de quem não somente acredita nessa ideia, mas viveu (e vive) a experiência de um amor incondicional; sem preconceitos de raça, cor, gênero ou espécie.

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// Mundo Animal

"O encontro com Benji mudou profundamente a forma como eu percebia os animais."

Da sarjeta para um lar

já cuidava dos cães de nossa casa, alimentando-os e medicando-os quando ficavam doentes.

Enaile Vasconcelos | Participante

Anos mais tarde, saí de Barbalha para estudar e passei por Juazeiro e Caruaru até chegar ao Recife. Foi na capital pernambucana que prestei concurso para a Chesf e tive a felicidade de ser aprovada.

“Fui criada na cidade de Barbalha, interior do Ceará. Minha mãe trabalhava em uma usina na zona rural e nós morávamos em uma vila localizada nas redondezas. Foi lá que aprendi, desde cedo, a conviver com todo tipo de bicho. Minha família adorava animais. Criamos de gatos e cachorros a coelhos e pombos. Tinha somente 10 anos de idade e

Um dia, indo para uma reunião da CIPA, na sede da Companhia, avistei um cachorro muito debilitado deitado no meio do estacionamento, debaixo de um sol escaldante. Morri de pena, mas segui meu caminho. A cena, no entanto, deve ter grudado na minha mente, pois durante todo o encontro, não consegui deixar de pensar nele um só minuto. Ao meu redor, algumas pessoas que também tinham visto o animal, comentavam que ele não poderia ficar ali; que alguém deveria chamar a carrocinha. Carrocinha? Até onde eu sabia, a carrocinha recolhia os animais e encaminhava-os para a eutanásia. Ou seja: morte na certa! Será que ninguém mais sabia disso? Ou sabiam e não se importavam? Chocou-me ainda o fato de ter ouvido coisas como: “é um absurdo haver gente alimentando os cães famintos que rondam por aqui”; “precisam dar um fim neles”.

// Enaile Vasconcelos e Benji

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Como assim? Aquilo não entrava na minha cabeça. Perdi a paciência. E para não perder a razão, saí da reunião e fui atrás do cão. Ainda de longe, pude ver que já havia um grupo de pessoas em sua volta. O cachorrinho estava muito mal. Quase não se mexia. Soube que foi atropelado por um homem em uma bicicleta, que não se deu por satisfeito na primeira vez, voltou e passou por cima dele novamente.


Alguém chamou um veterinário, que deu o diagnóstico: o caso talvez fosse de amputação. Ou operava, ou poderia morrer de infecção generalizada. A tristeza foi geral. Mas logo um grupo se formou para levantar os recursos necessários ao tratamento e lá seguiu o cãozinho seu destino. Nessa hora, já não tinha mais dúvidas de que ficaria com ele. Benji seria seu nome. Durante seu período de recuperação, fiquei ao lado de Benji todo o tempo. Saía correndo do trabalho nos meus horários de almoço só para cuidar dele. Dizem que o amor cura. E é verdade. Benji não somente não precisou ser amputado, como se tornou o mais serelepe dos animais. Continua comigo até hoje e virou parte da minha família – tenho mais dois cães e dois gatos. O encontro com Benji mudou profundamente a forma como eu percebia os animais. Até então, quando via algum bicho em situação crítica na rua, acreditava que alguém apareceria para mudar sua história; como anjos escondidos na multidão. Infelizmente isso não é o que ocorre na maioria dos casos. São milhares de animais sofrendo nas ruas, invisíveis para a grande maioria das pessoas. Depois de Benji, passei a perceber cada cachorro, gato ou cavalo abandonado ou vítima de maus tratos. Comecei a enxergar o descaso, a negligência, a falta de compaixão com seres tão indefesos. Por conta de Benji, meu sofrimento aumentou, pois se tornou muito difícil para mim sentir a impotência diante de um ser que não pediu para estar ali, “manchando a paisagem das ruas”; que não tem

culpa de remexer os lixos nas calçadas por pura fome. Do outro lado, porém, foi Benji quem fez de mim alguém melhor; alguém que se envolveu mais na luta pelos animais sem voz, que vivem entregues à própria sorte. Depois dele, conheci pessoas que pensam parecido, fiz amigos, participei de algumas histórias em que senti de verdade como faz bem fazer o bem. Alguns podem achar que eu salvei Benji, mas hoje sei que foi ele quem me salvou.”

Promessa feita é promessa cumprida Maria Emília Vieira | Aposentada

"A história que vou contar começou há muito tempo. Eu tinha somente 15 anos e morava com minha mãe. Sempre fui apaixonada por bichos. Mas o carinho que eu sentia pela cadela Modávia não tinha medidas. Amava-a acima de tudo e tinha o sonho de que ela fosse minha de verdade. Mas não tinha coragem de dizer isso a minha mãe, pois as duas eram muito apegadas e eu jamais faria qualquer coisa para separá-las. Naquele tempo, fiz um acordo comigo mesma: trabalharia muito e, quando estivesse enfim aposentada, dedicaria meus dias a cuidar de animais de rua – em especial, cadelas vira-latas vítimas de abandono e maus tratos. Era a minha forma de devolver ao mundo o amor que recebi de Modávia. Incondicional, gratuito, real. Entrei na Chesf em 1967. Conforme prometido, batalhei durante toda minha vida laboral e conse-

// Extras

Veja a galeria completa de fotos (iOS e Android ou no site www.fachesf.com.br/ conexao).

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// Mundo Animal

"Foi esse amor, que dei e recebi de volta, que me transformaram em uma pessoas que não era mais eu."

Depois de Gerente, incontáveis animais cruzaram meu caminho. Sou dessas que passam na rua, vêem o bicho, colocam no carro e levam para casa. Dou nome, carinho, cuidados, tratamento veterinário e muito amor. Então espero até aparecer gente do bem e encaminho para adoção (essa é uma hora sempre difícil, porque nunca acho que vão cuidar tão bem quanto eu). Por que faço tudo isso? Não sei. Mas sei que foi esse amor, que dei e recebi de volta, que me transformaram em uma pessoa que não era mais eu. Uma pessoa que gosto muito mais de ser. Alguém menos orgulhosa e mais capaz de perceber que ter razão em tudo não faz de seu ninguém mais feliz. Por eles, cresci espiritualmente. Aprendi a ser gente.

// Maria Emília e seus cães

gui um bom equilíbrio financeiro, que me permitiu comprar um sítio onde comecei a criar meus animais. Foi ao lado deles que vivi incontáveis histórias. Algumas bem tristes; outras, de fazer sorrir a alma ou deixar gente boquiaberta com tamanha ousadia. Uma das primeiras aventuras foi ao lado do cachorro Gerente, que sofria nas mãos de um vizinho sem coração. O pobre do Gerente todos os dias apanhava. Por nada. Apenas por ser cão. Um dia, 66

cansada de vê-lo sofrer, fui lá e peguei-o para mim. Chamaram-me de doida. “Vai roubar o cachorro dos outros?” Não dei nem ouvidos. Falei com o vizinho, que sequer demonstrou sentimento pelo animal. Gerente, coitado, tornou-se um cão apavorado. Tinha medo de tudo quanto era homem. Devia sentir que nunca experimentaria a compaixão. Mas viveu comigo por anos a perder de vista e conheceu de perto o que é ser amado.

Hoje tenho 19 cães que vivem comigo (além de três jabutis); a maioria, como sonhei, são cadelas vira-latas, todas resgatadas de situações de risco. Cada um deles, ao seu modo, faz parte do que entendo por família. Por eles, abro mão de muita coisa; saio pouco, viajo menos ainda. Mas nunca me senti limitada por isso. Estar com eles dá sentido a minha vida. Bicho não abandona, não maltrata, não faz sofrer. Bicho sente quando você está triste. Bicho é companhia. É Deus se mostrando presente.


FACHESF Para testar seus conhecimentos e saber cada vez mais sobre a Fundação e seus Planos de Previdência, leia com atenção as matérias publicadas nesta edição da revista Conexão Fachesf (nº 12) e responda às questões a seguir. 1.Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2010) comprovam que a porcentagem de trabalhadores brasileiros que conseguem manter seu padrão de vida após a aposentadoria é de:

A 50% B 8% C 1% Ativo Aposentado

Lotação Pensionista

D 30% 2. Qual das atitudes abaixo não condiz com uma Contribuição Eficiente?

A Conferir se o percentual escolhido recebe a contrapartida máxima da Patrocinadora.

B Deixar o percentual de contribuição sempre menor que o da Patrocinadora.

C Observar no simulador o valor estimado do benefício mensal de Suplementação.

D Realizar contribuições voluntárias sempre que receber um dinheiro extra.

Deposite este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na Sede da Fundação, ou entregue-o na Agência Fachesf mais próxima. Se preferir, o Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br. Quem responder até o dia 8 de novembro e acertar todas as respostas ganhará um prêmio especial. Boa sorte!

3. De acordo com o consultor financeiro Rogério Olegário, qual o primeiro passo para uma pessoa começar a poupar dinheiro?

A Comprar um moedeiro e começar a juntar todas as moedas que tiver acesso.

B Abrir uma poupança e economizar no mínimo 10% do rendimento mensal.

C Ler livros sobre finanças pessoais. D Identificar quanto ganha, qual o gasto mensal e as metas que deseja atingir.

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FACHESF 4. Com quantos anos uma pessoa costuma manifestar sintomas do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)?

A Na infância. B Em torno dos 20 anos. C Perto dos 40 anos. D Após os 50 anos. 5. A pesquisa que inaugurou o Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor destacou que a porcentagem de brasileiros que combinam a contribuição à previdência social com um plano de previdência privada é de:

A 5% B 12% C 9%

A 700 B 600 C 500 D 200 9. “Eu não tinha esse rosto de hoje” e “ Em que outro espelho ficou perdida a minha face?” são frases de que escritora brasileira?

A Cecília Meirelles B Raquel de Queiroz C Lya Luft D Cora Coralina 10. Nesta 12ª edição da revista Conexão Fachesf, qual a matéria que você mais gostou?

D 27% 6. Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes das Silva, quantos novos casos da doença irão surgir no Brasil em 2013?

A 470 mil B 520 mil C 240 mil D 390 mil 7. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), de cada 100 pessoas, quantas chegarão aos 80 anos de idade?

11. O que você achou desta edição da revista?

A Ótima B Boa C Regular D Ruim Por quê?

A 40 B 60 C 45 D 35 8. O Programa de Preparação para a aposentadoria (PPA) coordenado pela DABT/Chesf contou com cinco módulos relacionados à Fachesf: aspectos institucionais, gestão econômico-financeira, saúde, previdência e benefícios assistenciais. Cerca de quantas pessoas assistiram às apresentações realizadas pela Fundação?

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12. Você quer sugerir algum tema para a próxima edição da Conexão Fachesf?


*& kd i asq // Caça-palavras

Previdência Fechada:

vitalidade e eficiência

Os Fundos de Pensão, a exemplo da Fachesf, estão organizados segundo regime de capitalização, o que lhes confere grande vitalidade e eficiência, se comparados ao regime da Previdência Social, que é o da repartição simples, ou orçamentário. Ou seja, para o participante de um Fundo de Pensão, os recursos garantidores dos seus benefícios são formados durante o período laborativo e, ao se aposentar, toda a massa de recursos estará disponível. Em face da acumulação de poupança, essas entidades possuem uma função econômica relevante entre os investidores. Além da atividade-fim, que é nitidamente social, desempenham importante papel nos mercados imobiliário, de ações e de infra-estrutura no Brasil, estando aptas a muitos outros segmentos econômicos, oferecendo-lhes financiamento de longo prazo. Os Fundos de Pensão brasileiros já adquiriram grande maturidade conceitual e institucional. Têm capacidade potencial para oferecer à totalidade dos trabalhadores do País a proteção efetiva contra as incertezas futuras.

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