Conexão Fachesf nº 11

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FACHESF

Revista da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social

ano 4

Nº11

2013

Do papel às telas portáteis

// PONTO DE VISTA

Entrevista com os presidentes Clayton Paiva e Luciano Lamarque

// EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Aprendendo a ser previdente

// ESPECIAL

A rentabilidade dos Planos de Previdência da Fachesf


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// EDITORIAL

// Novas conexões para a Conexão Fachesf Caro leitor, A primeira revista de cada ano é sempre preparada de forma ainda mais especial. Para nós, que fazemos a Conexão Fachesf, esta edição tem uma dose extra de entusiasmo: será a primeira lançada simultaneamente na versão impressa, na web e em formato mobile. Ou seja, a partir de agora, você poderá ler todas as matérias e artigos também em tablets e em aparelhos de celular do tipo smartphone e ter acesso a um interessante conteúdo extra. A entrada nessas plataformas reforça nosso compromisso de buscar permanentemente novas formas de levar informação com qualidade, criatividade e dinamismo para todos os nossos Participantes e seus familiares, estejam eles onde estiverem. Isso tudo com o suporte da tecnologia digital e a possibilidade de explorar diferentes recursos, como galerias de fotos, jogos, vídeos e infinitas outras alternativas. Aqueles, porém, que preferem continuar lendo a revista no bom e velho exemplar impresso podem ficar tranquilos: nossa proposta não é eliminar o modelo tradicional, mas ampliar as opções de os leitores receberem informações e obterem conhecimentos sobre educação financeira e previdenciária, de forma abrangente e de acordo com o perfil de cada um. Nesta edição, vamos falar sobre esses novos parâmetros da comunicação digital e explicar passo a passo como ler a Conexão Fachesf a partir de smartphones e tablets. Na editoria de saúde, trazemos uma matéria que também co-

loca a internet no foco da questão: as pesquisas realizadas em sites de buscas, como o Google, que têm levado milhares de pessoas a se acharem especialistas nas mais variadas doenças, ignorando as consequências negativas que essa prática pode causar para a saúde. Nas páginas dedicadas à educação previdenciária, nossa reportagem ouviu alguns profissionais da área para entender qual o melhor momento de começar a ensinar às crianças a importância da formação de uma poupança para o futuro. Já na editoria Seu Dinheiro, o alerta vai para aqueles que costumam cair nas tentações do crédito fácil: é preciso ter muito cuidado antes de assumir prestações que podem transformar o orçamento pessoal em uma confusão financeira. Na editoria Especial, o diretor Luiz Ricardo da Câmara Lima faz um balanço da rentabilidade dos Planos de Benefícios da Fachesf nos últimos dez anos. Aproveite ainda uma enriquecedora e divertida reportagem com o artista plástico pernambucano Abelardo da Hora; curiosidades sobre o tatu-bola, mascote da Copa do Mundo de 2014; e uma conversa com o presidente da Fachesf, Clayton Paiva, e o presidente do Conselho Deliberativo da Fundação, Luciano Lamarque, que falam sobre as realizações de 2012 e as perspectivas e desafios da entidade para este ano.

Boa leitura. Laura Jane Lima · Editora Geral

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// Conexão Fachesf Especial Especial

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Seu dinheiro

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Ponto de Vista

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// Do papel às telas portáteis

39 // O ano de 2013 e seus desafios

Educação Previdenciária

No Consultório

16 // Clayton Paiva e Luciano Lamarque

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional [Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Estagiária de Jornalismo] Uiara Aimê

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// Conhecer para prevenir

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// As armadilhas do crédito fácil

// É de pequeno que se aprende a ser previdente

Fachesf-Saúde

// Dr. Google Responde

[Colaboraram nesta edição] Náide Nóbrega, nas editorias: Fachesf-Saúde. Foco no Participante e Cultura e Lazer. Camila Ribas, nas editorias: Educação Previdenciária, Seu Dinheiro e No Consultorio. Nicoly Monteiro, na editoria Mundo Animal. Sibele Fonseca, na produção. Fotografia: Juanpa Ausin. [Comissão de Pauta] Laura Lima, Nathalia Duprat, Jeane Oliveira Wanessa Cysneiros e Anita Telles.

[Tiragem] 10 mil exemplares [Impressão] Gráfica Santa Marta [Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br [Revisão de Texto] Formas Consultoria [Projeto Gráfico] Corisco Design


54 Planejamento e Gestão

Mundo Animal

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63

Produtos & Serviços

// Aquele futuro sobre o qual e eu tanto pensav ensava, ensav enfim, chegou chegou

44 // Reformar para incluir

Cultura e Lazer

// Um b brasileirinho rasileirinho com a bola tod toda a

58 // Posto Prisma: o INSS dentro da Fachesf

// Abelardo: esse cara é da hora

[Diagramação] Fátima Finizola [Ilustrações] Estúdio Mama Loba (p. 16-21, 32-37, 39-42, 48, 53), Lucas Falcão (capa, p.10-14, 23-26, 61-67). Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente Luiz Ricardo da Câmara Lima Diretor de Adm. e Finanças ·Maria da Salete Cordeiro de Sousa Diretora de Benefícios

// ÍNDICE

Foco no Participante

Passatempos

*& kd asq 68

// Caç Caça-Palavras -Palavras // Quiz Fachesf

// EXPEDIENTE * Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br.

FUNDAÇÃO CHESF DE ASSISTÊNCIA E SEGURIDADE SOCIAL

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// Ponto de Vista

Foco na perenidade da Fachesf e no equilíbrio dos Planos

S

e 2012 foi um ano desafiante, com diversas conquistas positivas para a Fachesf, 2013 deverá consolidar novas estratégias de ação, principalmente em relação ao aumento da rentabilidade, desejo de todos os gestores que administram fundos de pensão. Para falar sobre este momento, a Conexão Fachesf traz uma entrevista especial com dois profissionais de grande destaque dentro da Fundação: o atual presidente, Clayton Ferraz de Paiva, e o presidente do Conselho Deliberativo da Fachesf, Luciano Lamarque Barbosa. Neste bate-papo, o presidente Clayton Paiva se mostra satisfeito ao avaliar a atuação da Fundação ao longo dos últimos meses, destacando a consolidação do Programa de Educação Financeira e Previdenciária e a superação da Meta Atuarial dos Planos BD, BS e CD estabelecida para o período (com superávit em todos). Também comenta, entre outras questões, a im-

// Luciano Lamarque e Clayton Paiva

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portância da Fachesf na vida dos Participantes Ativos e Aposentados. Já para o presidente do Conselho Deliberativo Luciano Lamarque, indicado pela Chesf para um mandato que vai até julho de 2016, a Fundação vem a cada dia se firmando como uma entidade estável, com total capacidade de garantir a cobertura das atuais e futuras suplementações dos seus Participantes. Ele também aponta a importância de cada empregado e aposentado acompanhar seu Plano de Benefícios, especialmente no que diz respeito à gestão dos investimentos, devido ao momento de mudança vivido por todo o sistema de previdência complementar brasileiro. Juntos, Clayton e Luciano asseguram que a Fachesf está plenamente capacitada para atender, com tranquilidade e segurança, a todas as demandas e desafios previstos para acontecer em 2013 e nos próximos anos.


Conexão Fachesf > De modo geral, como os senhores classificam o ano de 2012 para a Fachesf e que realizações merecem destaque? Clayton Paiva > Avalio 2012 como um ano bastante positivo em muitos aspectos para a Fachesf. Na gestão interna, destacaria as ações voltadas para o aprimoramento dos processos de trabalho, capacitação técnica dos nossos empregados e desenvolvimento de metodologia para controles internos, entre outras conquistas. Além disso, a consolidação do Programa de Educação Financeira e Previdenciária e o conjunto de intervenções feitas na sede da Fundação para melhorar a acessibilidade dos nossos Participantes e colaboradores receberam atenção especial. No âmbito da gestão contingencial, ressalto o esforço contínuo da Fachesf na busca de justos resultados para as questões judiciais relacionadas aos planos de benefícios, movidas por alguns Participantes Assistidos, que teve resultados bastante satisfatórios para as partes. Luciano Lamarque > Na minha opinião, merecem ser lembrados o profissionalismo e a competência na gestão e capitalização dos recursos financeiros para alcance dos melhores resultados, como pode ser verificado por meio dos resultados dos Planos de Benefícios (CD, BD e BS). Isso reforça a certeza de que, a cada ano, a Fachesf se afirma como uma entidade que detém garantias reais para cobertura das suplementações já concedidas e daquelas que ainda vai conceder. Também quero registrar o pleno atendimento às legislações, fiscalizações e auditorias, meio pelo qual a entidade comprova que conduz suas atividades em conformidade com as boas práticas de gestão e governança. Conexão Fachesf > Quais os aspectos da gestão econômico-financeira tiveram maior relevância durante o ano passado? Clayton Paiva > Superamos em dez pontos percentuais a Meta Atuarial dos Planos de Benefícios (que é a rentabilidade mínima dos investimentos para que a entidade possa honrar seus compromissos atuais e futuros com os Participantes) e obtivemos superávit em todos os Planos de Benefícios. Outros pontos importantes foram a consolidação do processo de segregação de ativos entre os Planos CD, BD e BS e a revisão dos estudos de ALM, com foco no cenário de juros baixos. Além disso, foram

A " valio 2012 como um ano

bastante positivo em muitos aspectos para a Fachesf."

// Clayton Paiva

implementados novos procedimentos e estratégias em Renda Variável e no segmento de Investimentos Estruturados. Luciano Lamarque > Complementando o que Clayton já relacionou, incluo nessa lista a condução de processos importantes junto à Patrocinadora (Chesf), os quais maximizarão os resultados econômicos e financeiros para os Planos de Benefícios, como por exemplo, a compra pela Chesf dos prédios Sede (Bongi) e COS. Conexão Fachesf > Sr. Luciano, como presidente do Conselho Deliberativo da Fachesf indicado pela Patrocinadora, qual a importância da Fachesf para a Chesf? Luciano Lamarque> A Fachesf representa um dos mais importantes instrumentos de recursos humanos da Chesf, pois, por meio da Fundação, a Companhia pode proporcionar um diferencial social aos seus empregados e assegurar uma melhor qualidade de vida quando eles se aposentam. É importante ressaltar que, mesmo depois do desligamento dos funcionários, a Chesf continua agregando valor a vida de cada ex-chesfiano, a exemplo dos compromissos assumidos e honrados ao longo de uma relação de respeito e parceria com a Fachesf. 7


// Ponto de Vista Conexão Fachesf > Invertendo a pergunta, Sr. Clayton, como presidente da Fachesf, como o senhor vê a importância da Chesf para a Fachesf? Clayton Paiva > Hoje podemos afirmar que a relação entre a Fachesf e a Chesf se configura como a mais equilibrada possível. A Fundação faz parte dos melhores interesses sociais e econômicos da Chesf, e esta, no papel de Patrocinadora, assegura a razão de ser da sua Fundação, garantindo a todos os seus empregados a possibilidade de construir um futuro estável e com qualidade de vida, após a perda do vínculo trabalhista. Conexão Fachesf > Na opinião dos senhores, qual a importância da Fachesf para o Participante? Clayton Paiva > Podemos dividir em dois os momentos importantes na relação da Fachesf com seu Participante. O primeiro ocorre ainda durante a fase laborativa, quando o interesse maior do empregado é ter a certeza de que a Fundação tem compromisso e capacidade técnica para gerir seus recursos financeiros com total competência e cumprir sua missão de alcançar a capitalização necessária para garantir os benefícios futuros. Já no segundo momento, quando o Participante Ativo torna-se Assistido, a Fachesf tem a solidez para exercer de fato seu papel, pagando em dia as suplementações, fruto das contribuições efetuadas pelo trabalhador ao longo dos seus anos de atuação na Chesf. Luciano Lamarque > Acredito que a Fachesf contribui decisivamente para uma melhor qualidade de vida dos seus Participantes e dependentes, proporcionando uma maior independência financeira e segurança para o empregado quando chega a época da sua aposentadoria. Nesse período, é muito importante e tranquilizador saber que o recebimento mensal do benefício está garantido. Para tanto, a Fundação conta com uma equipe plenamente capacitada na gestão dos recursos previdenciários. Conexão Fachesf > Na opinião dos senhores, o que representa para o Participante Ativo e Aposentado a solidez da Fachesf? Clayton Paiva > Representa a garantia de que a Fachesf tem competência para conduzir a 8

gestão financeira dos recursos colocados pelos Participantes e pela Patrocinadora, o que possibilita obter os melhores resultados para honrar os compromissos firmados com os Participantes, isto é, sem correr o risco de não pagamento dessas suplementações no futuro. Luciano Lamarque > Por não ter fins lucrativos, a Fachesf tem condições de se posicionar à frente de entidades que operam com previdência aberta, uma vez que todo resultado financeiro líquido obtido é repassado ao Plano e, consequentemente, aos seus associados. Com todo este ambiente de capacitação e bom desempenho obtido, a Fundação tem garantido, ao longo das quatro últimas décadas, a continuidade do seu negócio, que é cumprir com o pagamento de benefícios previdenciários aos seus Aposentados e Pensionistas. Tudo isso com um diferencial importante, que são os baixos custos para tal operação, o que permite a cada associado contribuir para as atividades administrativas da Fachesf da forma mais justa possível. Conexão Fachesf > O Brasil vive atualmente um momento de estabilidade econômica, com inflação sob controle e as taxas de juros mais baixas da sua história. Como essa nova realidade influenciará na rentabilidade dos investimentos da Fachesf? Clayton Paiva > A experiência da Fachesf, adquirida ao longo de 40 anos, fará a diferença e certamente será um fator crítico de sucesso. É importante registrar que a Fundação já conduz seu planejamento financeiro de forma a buscar novas estratégias, tendo como foco a sua perenidade e o equilíbrio financeiro dos seus Planos de Benefícios. Luciano Lamarque > O retorno do investimento em qualquer tipo de ativo depende da taxa de juros praticada no mercado. Com as taxas de juros mais baixas, a tendência é que os investimentos rendam menos. Como exemplo, temos a caderneta de poupança, que já estabeleceu novas regras para os rendimentos, em função da taxa de juros; podemos citar também os títulos de dívida emitidos por empresas, cuja remuneração também foi reduzida nos últimos anos em face da queda da taxa de juros. A Fachesf está consciente do desafio e vem se preparando para esta realidade.


Conexão Fachesf > Essa nova conjuntura afeta somente os recursos capitalizados pelos fundos de pensão? Clayton Paiva > Não; afeta o sistema financeiro de forma ampla e todos os poupadores tendem a sentir os efeitos desta transição. Como o retorno dos investimentos, juntamente com as contribuições dos Participantes e da Patrocinadora, compõem o benefício futuro, a redução na taxa de juros tem reflexo direto nos benefícios. Nos Planos BD e BS da Fachesf, o movimento não provoca alteração no valor do benefício, uma vez que este já é definido com base na média dos últimos 12 salários – porém, poderá levar a uma necessidade de aumento de contribuição, em face da possibilidade de surgirem déficits atuariais. Já no plano CD, taxas menores provocam queda no valor dos benefícios quando de seu cálculo, devido à diminuição do retorno esperado dos investimentos. Luciano Lamarque > Apesar de a redução da taxa de juros propiciar um melhor bem-estar para a sociedade (é um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento e geração de emprego), para a previdência privada, seja fechada ou aberta, essa redução não é benéfica, pois, para manter o mesmo nível de benefício, o trabalhador precisará aumentar o valor da contribuição ou passar a correr mais riscos nos investimentos da sua poupança previdenciária. Diante dessa realidade, cabe à Fachesf montar novas estratégias no sentido de alcançar a rentabilidade necessária. Sob todos esses aspectos e com o objetivo de minimizar os efeitos da redução da taxa de juros sobre as reservas do Plano CD, a Política de Investimentos desse Plano, aprovada pelo Conselho Deliberativo, em 27 de dezembro de 2012, já prevê que a partir de 2013 seja feita uma alocação de recursos em ativos de maior retorno esperado, portanto, de maior risco. Conexão Fachesf >Nesse novo cenário, qual deve ser a atitude do Participante em relação ao seu Plano de Benefício? Clayton Paiva > É importante que o Participante do Plano CD avalie a possibilidade de maximizar suas contribuições e busque se aproximar ou alcançar o benefício esperado no futuro. Aquele Participante com possibilidade

"Acredito que a Fachesf contribui

decisivamente para uma melhor qualidade de vida dos seus

Participantes e dependentes." // Luciano Lamarque

de contribuir mais, principalmente neste período, proporcionará uma melhor performance ao seu patrimônio junto à gestão executada pela Fachesf. Luciano Lamarque > O Participante deve acompanhar seu Plano de Benefícios, especialmente no que diz respeito à gestão dos investimentos, procurar estar bem informado e esclarecer suas dúvidas, sobretudo neste momento de mudança para todo o sistema de previdência complementar. Conexão Fachesf >As perspectivas e expectativas para o futuro são positivas? Clayton Paiva > Com toda certeza, podemos afirmar que a Fachesf se posiciona com uma visão de positivas expectativas, mantendo-se perene em relação ao pagamento dos seus Planos de Benefícios. Luciano Lamarque > Ambas são positivas, sim, e a Fachesf, ao lado da Patrocinadora Chesf, vêm acompanhando os acontecimentos, implementando medidas, realizando ações tempestivas para a segurança e tranquilidade dos seus Participantes. 9


// Especial

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Do papel às

telas portáteis

A entrada da Conexão Fachesf no mundo dos tablets e smartphones

Sempre que uma nova mídia é lançada, começam os comentários de que os velhos formatos logo deixarão de existir. Foi assim com o rádio, quando surgiu a TV, e com as revistas e jornais impressos, quando nos últimos anos começaram a ganhar força as versões desses periódicos para a internet. A verdade, entretanto, é que nenhuma dessas previsões se cumpriu. O que de fato aconteceu foi a criação de novas formas de comunicação para atender às necessidades de consumidores cada vez mais exigentes e com variados perfis.

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// Especial

Atualmente a bola da vez em termos de comunicação digital se traduz em uma única palavra: acessibilidade.

F

oi diante desses novos meios de comunicação, que o rádio ampliou seus horizontes ao lançar versões alternativas de suas programações para a web, trazendo novidades, como os podcasts – programas gravados cujos arquivos podem ser baixados e ouvidos em qualquer aparelho que reproduza mp3. Já os jornais e revistas passaram a incluir, por exemplo, chamadas para conteúdo extra, como galerias de fotos e vídeos em suas versões digitais, como forma de se aproximar de um público muito mais conectado e sedento por explorar todas as possibilidades das tecnologias mais modernas. Atualmente, a bola da vez em termos de comunicação digital se traduz em uma única palavra: acessibilidade. Isso devido aos milhares de aparelhos de celular do tipo smartphones e dos tablets espalhados em todo mundo, sendo utilizados como dispositivos para acessar informações em tempo real, de modo rápido e sem fronteiras de espaço. Um reflexo dessa realidade é o aumento da venda desses aparelhos (de tecnologia mobile) no Brasil. De acordo com a consultoria IDC Brasil, somente no primeiro semestre de 2012, foram vendidos 6,8 milhões de smartphones no país, um crescimento de 77%, quando comparado com o mesmo período de 2011. A previsão da IDC é de que até 2015 os smartphones ocupem 57% do mercado nacional geral de celular (que incluem os aparelhos mais simples). No caso dos tablets, o excelente desempenho se repete: a venda cresceu 188% nos primeiros nove meses de 2012, saltando de 692 mil para 1,99 milhão de unidades

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Mercado

mobile no Brasil ALGUNS NÚMEROS

6.8

MILHÕES

77% 1.99

MILHÃO


vendidas em comparação a 2011 (dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – Abinee). Um dos motivos que estimulou tamanho crescimento foi a oferta de aparelhos de baixo custo, concorrentes dos gigantes Samsung e Apple, esta última detentora da marca iPad, produto precursor no segmento. Antenada com esse cenário – que especialistas das mais diversas áreas consideram um caminho sem volta –, a Fachesf deu mais um passo diferenciado nas estratégias de comunicação com seus Participantes e lança, a partir desta edição, a versão para tablets e celulares do tipo smartphones desta revista Conexão Fachesf. A iniciativa reforça o empenho da Fundação em continuar sendo pioneira no mercado nacional de Previdência Complementar e trazer sempre soluções de comunicação que permitam uma maior aproximação com seus Ativos, Aposentados e Pensionistas.

O interesse pelo formato mobile Laura Jane Lima, assessora de comunicação institucional da Fachesf, explica que o objetivo de investir nessas plataformas é ampliar os canais pelos quais o Participante recebe informações sobre a entidade, onde quer que ele esteja: “Acreditamos que essa é uma forma de democratizar o acesso ao conhecimento e tornar ainda mais interativo e atrativo o conteúdo da revista, por meio de vídeos, galerias de fotos, infográficos animados, jogos, planilhas, etc.”

// Laura Jane Lima

A utilização dos dispositivos mobile para a veiculação de revistas institucionais é uma tendência que tem sido verificada em todo o mundo. Pesquisa realizada recentemente pela Professional Publishers Association (PPA) revelou que os tablets estão revigorando o interesse por revistas, de forma geral, e levando o público a experimentar novas leituras. De acordo com o estudo, cerca de 68% dos usuários de tablets afirmaram ter lido uma revista ou jornal novo que nunca tinham lido antes na versão tradicional impressa. Apesar do crescimento do interesse nesse novo tipo de veiculação, engana-se quem pensa que a tecnologia vai substituir as velhas edições em papel; na pesquisa promovida pela PPA, observou-se que os usuários de tablets, mesmo que se declarem assíduos nas

leituras digitais, desejam poder optar por qual formato consumirão as notícias. Essa necessidade de liberdade de escolha também é verificada no universo de leitores da Conexão Fachesf, pois enquanto a maioria dos Ativos prefere ler a publicação em sua versão eletrônica (atualmente disponível no site da Fundação), os Aposentados e Pensionistas afirmam gostar mais dos exempla-

A " creditamos que essa é uma forma de democratizar o acesso ao conhecimento e tornar ainda mais interativo e atrativo o conteúdo da revista." // Laura Jane Lima 13


// Especial res impressos. “Como temos um público bastante heterogêneo, a revista em papel vai continuar. A versão para tablets e smartphones vem para ampliar opções e permitir que cada Participante escolha a forma que melhor lhe atende”, ressalta Laura Lima.

Novos horizontes para o design A conversão do conteúdo publicado na Conexão Fachesf para o novo formato ficará a cargo da Corisco Design, responsável pelo projeto gráfico e diagramação da revista. Sócio-diretor da empresa, Damião Santana acredita que essa transição é uma excelente oportunidade para brincar com as possibilidades de levar informação de modo inteligente, dinâmico

e interativo: “Nessa conversão do papel para as telas mobile, teremos a chance de inventar (e testar) variados caminhos para levar mensagens aos leitores. Mesmo que o conteúdo editorial seja o mesmo, as apresentações serão diferentes, respeitando as características próprias de cada formato, seja analógico ou digital. Isso é um grande e prazeroso desafio para o trabalho de um designer.” Além da possibilidade de ser lida a qualquer momento, em qualquer lugar do mundo, através de um simples deslizar de dedos, a versão para tablets e smartphones trará um conteúdo extra e exclusivo, focado principalmente em educação financeira e previdenciária. A proposta da Assessoria de Comunicação Institucional da Fundação é fazer com que o Participante possa aprofundar a leitura das matérias e artigos, e ter ainda mais interesse em dividir o

conhecimento adquirido com seus colegas de trabalho e familiares. A entrada da Fachesf nessa plataforma é apenas uma das novidades previstas para 2013. Ainda no primeiro semestre deste ano, a Fundação deverá lançar mais um canal de comunicação, dessa vez no Facebook, rede social que agrega milhares de usuários e tem sido usada cada vez mais para estreitar relações entre as marcas e seus públicos. “Optamos primeiramente por estudar e entender o comportamento do segmento de Previdência Complementar na rede e as necessidades dos nossos Participantes. Com essas informações, vamos elaborar nosso plano de ação; afinal, não basta apenas marcar presença nesse imenso universo das redes sociais, é preciso ter uma estratégia bem definida e capaz de fazer a diferença”, defende Laura Lima.

// Como acessar

Para acessar a revista a partir de um aparelho smartphone ou tablet, basta pesquisar por “Conexão Fachesf” na loja virtual do sistema operacional do seu aparelho (Apple Store ou Google Play) e baixar gratuitamente o aplicativo. Além de conferir todas as edições anteriores, o usuário será atualizado a cada novo número da revista que for publicado.

"Na conversão do papel para as telas mobile, teremos a chance de inventar variados caminhos para levar mensagens aos leitores." // Damião Santana

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// ConexĂŁo Fachesf para Tablet

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// Educação Previdenciária

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É de pequeno que se aprende a ser previdente O hábito de deixar tudo para depois sempre foi característico da cultura brasileira e, em particular, dos mais jovens. Quando se trata de direcionar esforços no presente para garantir uma segurança financeira no futuro, a velha mania de empurrar as decisões com a barriga ganha ainda mais força, já que a ideia de envelhecer parece ser uma realidade muito distante na mente da juventude. O resultado é uma grande quantidade de trabalhadores que veem seu padrão de vida diminuir assim que se aposentam. Porém, nos últimos anos, esse cenário, felizmente, tem passado por mudanças positivas.

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// Educação Previdenciária

P

rova dessa transformação está no aumento da contratação de planos de previdência complementar para menores de 18 anos. Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), de janeiro a agosto de 2012, foi registrado mais de R$ 1,2 bilhão nesse tipo de investimento – um aumento percentual de 14,25%, em relação ao mesmo período de 2011. A maioria dos pais que investe em previdência privada para seus filhos afirma que espera garantir-lhes ao menos um curso superior, o que atualmente equivale, em média, ao custo de um carro popular zero quilômetro. O Participante Paulo Correia faz parte do grupo de pais que se preocupa com o futuro financeiro dos pequenos. Com apenas um mês de vida, sua filha Thaís ainda nem desconfiava, mas já estava começando a assegurar os recursos que lhe permitirão dar seus passos iniciais em uma carreira profissional. Aos 18 anos, ela poderá sacar o dinheiro arrecadado, esteja o pai presente ou não. “Acredito que a previdência privada é uma opção segura. Além disso, é um investimento inferior a muitas das nossas saídas para comer ou beber”, comenta Paulo Correia.

São necessários três pilares básicos no processo de aprendizagem: doar, poupar e gastar. 18

Não basta, porém, apenas guardar dinheiro para os filhos. É preciso, sobretudo, educá-los quanto a importância do uso consciente e do ato de poupar. Cássia D’Aquino, especialista em educação financeira para crianças, acredita que é impossível falar de previdência sem antes educar financeiramente. Ela defende que são necessários três pilares básicos no processo de aprendizagem: doar, poupar e gastar.

// Cássia D'Aquino

A doação se refere a valores básicos de transferência de conhecimento ou bens (como brinquedos que não têm mais uso). Já os outros dois pilares, poupar e gastar, combinam-se perfeitamente: “Jamais se deve guardar todo o dinheiro recebido. Isso seria deixar de lado uma das pernas da educação financeira. É preciso saber acumular, mas também utilizar os recursos para obter algum tipo de prazer”, explica.

Futuros investidores Uma forma de iniciar esse assunto na família é permitir que a criança participe da vida financeira da casa, o que vai fazê-la se sentir importante e ajudar a torná-la responsável pelas coisas que pede para comprar. Muitos adultos evitam o contato dos filhos com notas e moedas, sob alegação de que é “coisa de gente grande”. A ideia é justamente o contrário: aproximar a criança do dinheiro, tirar suas dúvidas e orientá-la da melhor maneira possível em relação a compras, poupanças ou investimentos para o futuro. Paulo Correia conta que, como toda criança é “pidona” por natureza,


uma das primeiras ações que fez para a filha foi comprar-lhe um cofrinho para ser quebrado ao final de um ano. Com o dinheiro poupado, Thaís (hoje com cinco anos de idade) pôde escolher, sob a supervisão dos pais, seu presente de Natal. A prática se tornou uma tradição na família e vem ensinando à garota suas primeiras noções sobre a importância do cuidado com o dinheiro. “No meu aniversário, quando percebeu que a mãe estava se organizando para comprar um presente, ela se solidarizou e ofereceu R$ 0,25, pois queria participar”, relembra. A contribuição parece irrisória, mas para uma criança, que não tem muita referência em termos de valores, é uma demonstração de que ela se predispõe a ser colaborativa e consciente, noções sempre incentivadas pelos pais dentro de casa. De acordo com Cássia D’Aquino, no caso das micro ou nanopoupanças, como os cofrinhos mantidos por Thaís, o acúmulo deve ser feito de real em

real (ou até menos), e ter objetivos curtos, que sejam próximos da realidade da criança. Mesmo juntando pouco, é possível, por exemplo, comprar figurinhas ou gibis com a quantia guardada. Vale salientar que, em muitas situações, o que é importante para os filhos nem sempre o é para os pais. Se a criança gosta de gastar com coisas miúdas, como tiaras coloridas ou carrinhos, é interessante deixá-la à vontade para escolher o que é melhor para ela naquele momento, pois mesmo que pareçam itens insignificantes, trata-se de um aprendizado que está relacionado ao poder de decisão e de compra. Outra dica da especialista é fugir do porquinho que não é aberto nunca. A criança deve ter sempre acesso ao montante acumulado e poder contar o quanto falta para atingir seu objetivo. Essa prática funciona como um estímulo à manutenção do planejamento até a obtenção do último centavo esperado.

"O que é importante para os filhos nem sempre o é para os pais. É interessante deixá-la à vontade para escolher o que é melhor para ela." // Cássia D'Aquino

Se a pequena Thaís será uma criança consumista ou não, só o futuro poderá dizer. Mas um caminho para sua conscientização já foi plantado dentro de casa. “A única coisa que podemos deixar de valor para ela é educação, por isso apostamos na previdência (que garantirá seus estudos) e nos ensinamentos sobre como lidar com o dinheiro, que a está tornando uma menina financeiramente responsável”, declara o pai. Do mesmo lado desse time, está o Participante João Paulo Araújo e seus dois filhos, Thales, de quatro anos, e Evellin, de oito. Desde que as crianças nasceram, ele investe na previdência privada para garantir o futuro da dupla. “Aprendi com meus pais que, em se tratando de aposentadoria, não se pode confiar em manter o mesmo padrão de vida apenas com o benefício do INSS. Isso me fez despertar desde cedo para a necessidade de pensar nessa questão. Mesmo sendo um investimento ainda pequeno, que não compromete nosso orçamento familiar, nos deixa mais seguros para o dia de amanhã”, acredita João Paulo. Em casa, o Participante e sua esposa não se esquecem de ensinar aos filhos a pensar no tempo presente e no ato de poupar. O resultado mostra que a família está no

// Paulo Correia 19


// Educação Previdenciária

A " prendi com meus pais que, em se tratando de aposentadoria, não se pode confiar em manter o mesmo padrão de vida apenas com o benefício do INSS."

// João Paulo Araújo

caminho certo: Evellin, que recebe uma mesada simbólica dos pais, já demonstra ser bem consciente com o que gasta e está longe de ser uma criança com perfil consumista. Ponto para a família.

Os Primeiros passos para a Previdência Privada Qual é a hora certa de começar a pensar (e investir) em previdência para as crianças? Para o professor e coordenador do curso de Ciências Atuariais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Josenildo dos Santos, é preciso ter em mente o que se pretende alcançar antes de sair em busca das inúmeras opções disponíveis no mercado. A maioria dos adultos que investe em previdência privada para os filhos não pensa de imediato na questão da aposentadoria, uma vez que essa ideia ainda é algo muito distante da realidade presente dos pequenos; a meta principal é quase sempre garantir a universidade dos futuros jovens. Mas outros objetivos também são apontados, em geral, relacionados ao consumo de alto valor, como compra de carro, casa ou viagens universitárias.

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// João Paulo Araújo com seus filhos Evellin e Thales.

Antes, porém, de decidir pela previdência privada que será contratada, Josenildo dos Santos adverte que os pais devem analisar todos os detalhes dos planos, dando atenção especial para o quesito da segurança. Para evitar problemas, vale seguir algumas orientações básicas: avaliar as garantias de cada plano, estudar minuciosamente o contrato e considerar apenas instituições financeiras de referência.

// Josenildo dos Santos

Uma boa forma de avaliar as melhores alternativas do mercado é ir de banco em banco, conversar com cada gerente e cotar a mesma situação em diferentes épocas. A prática de realizar simulações de cenários financeiros também é fundamental para validar a decisão final e calcular se o investimento cabe no orçamento familiar. O Participante Paulo Correia conta que leu vários contratos, observando os detalhes de cada um deles, até optar pela proposta de um banco que, caso ele faleça, garantirá o pagamento de todas as mensalidades restantes e a previdência da sua filha de cinco anos – aspecto que ele considera fundamental. São diferenciais como este que, somados a outras vantagens, distinguem um contrato seguro dos demais e pode ser um ponto a favor na hora de assegurar o futuro financeiro das crianças.


// Dicas

para os pais

1

Trace objetivos e prazos.

2

Defina o quanto você pode investir.

3

Pesquise os planos existentes no mercado, de acordo com seu interesse.

4

Busque instituições financeiras seguras.

5

Preste atenção aos mínimos detalhes do contrato.

6

Converse com vários gerentes, em diferentes épocas do mês.

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Realize simulações de cenários financeiros, para calcular se o investimento cabe no seu orçamento.

Dicas de Leitura para as crianças A nossa mascote Benvinda está com dicas caprichadas para os pais que querem começar a conscientizar seus pequenos sobre como poupar. Acesse o conteúdo extra na versão mobile ou no site da Fachesf e aproveite!

Ganhei um dinheirinho Autora: Cássia D’Aquino Editora Moderna Leitura recomendada para crianças a partir de sete anos de idade

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artigo

// Educação Previdenciária

Por que não resgatar a Reserva de Poupança? Entre outros motivos, vale destacar que a suplementação concedida pela Fachesf será um reforço importante na manutenção, sustentabilidade e qualidade de vida no período de aposentadoria do Participante, além de se constituir também num meio de proteção da família, uma vez que é vitalício o benefício dos Planos da Fachesf. Ou seja, significa dizer que lhe será garantido até o fim de sua vida ou de seus beneficiários, quando for o caso. Essa modalidade (pensão), inclusive, não está mais sendo oferecida pelo mercado aberto, em face de um componente a que chamam de “risco da longevidade”. O fato é que nós, os humanos, graças a Deus, à Ciência e à Tecnologia, estamos vivendo mais. Um exemplo concreto dessa longevidade é o cadastro de Assistidos da Fachesf que registrava 713 Participantes suplementados na faixa entre 80 e 101 anos de idade, até dezembro de 2012. Por essa e outras razões, é fundamental que você faça bem os seus cálculos e projeções, com relação a sua idade e a de seus beneficiários, e reveja seus objetivos pós-emprego, considerando que a expectativa de uma vida longa já é uma realidade para muitos. É preciso também que pondere sobre o valor da suplementação que lhe será assegurada pela Fachesf e avalie o risco que qualquer aplicação financeira corre em relação às garantias oferecidas pela Fundação, antes de tomar qualquer decisão. Se considerarmos a desvalorização da moeda ao longo do tempo, em outra aplicação, a sua Reserva ficaria com o valor insignificante, quando comparada à suplementação paga pela Fachesf, posto ser esta corrigida anualmente por índices oficiais. A experiência de 40 anos da Fundação tem mostrado que a maioria dos ex-Participantes que resgataram as suas Reservas de Poupança no passado está arrependida e, infelizmente, é tarde para voltar atrás. Além disso, ao resgatar a Reserva de Poupança Previdenciária incidirá o Imposto de Renda. Também, por força de Regulamento, 10% do saldo das contribuições feitas pela Patrocinadora (para os Participantes dos Planos BS e CD) fica retido na Fachesf. Já no Plano BD, 001 e 002, o Participante só pode resgatar a sua própria contribuição. Incidem, ainda, descontos como saldo devedor de empréstimo e resíduos de dívidas com saúde, quando houver. Esse tipo de informação sobre todas as perdas que acarreta o resgate da Reserva da Poupança Previdenciária deve ser

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levado em conta por todo o Participante que esteja atraído por uma alternativa dessa natureza. Acrescentamos que, até a data da rescisão de seu contrato de trabalho com a Patrocinadora, é possível manter sua contribuição eficiente (aquela que lhe possibilita chegar com menos perdas no momento da suplementação) e, mais ainda, você poderá fazer aportes financeiros para incrementar sua Reserva de Poupança no momento do seu desligamento da Chesf (aumentando, consequentemente, o valor da sua suplementação vitalícia). A Diretoria de Benefícios se dispõe a informar e conscientizar os Participantes, pessoalmente, no tocante à importância da manutenção de seu benefício previdenciário, demonstrando as vantagens de se ter um plano de previdência e seu retorno no futuro. Se você, Participante da Fachesf, tem dúvidas ou necessita de informações, entre em contato com nossa Central de Relacionamento, antes de fazer opção pelo resgate de sua Reserva de Poupança. Teremos todo prazer em atendê-lo. O papel da Fundação é o de aconselhamento e orientação para que você continue sendo um Participante previdente e, com o que acumulou durante toda fase laboral vinculado à Chesf, possa vir a ter uma aposentadoria tranquila e com estabilidade financeira.

Salete Cordeiro é advogada e diretora de Benefícios da Fachesf.


// Seu Dinheiro

As armadilhas do crédito fácil Liberação de dinheiro sem burocracia, compras divididas a perder de vista e a boa e velha ansiedade para gastar. Tudo isso, somado a uma sociedade que dá mais importância ao que se tem do que ao que se é, pode resultar em uma grande confusão financeira, fruto das armadilhas do crédito fácil e de um consumo cada vez mais desequilibrado.

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// Seu Dinheiro

N

o jogo do mercado, são várias as maneiras de ver o dinheiro sumir do bolso: empréstimo consignado, cartão de crédito, carnê, uso do cheque especial, financiamentos diversos. Em comum, essas opções têm o uso do crédito e um acúmulo de juros e parcelas muitas vezes a perder de vista. São essas prestações fixas – que geralmente começam com a famosa pergunta “divide em quantas vezes?” – as maiores responsáveis pelo endividamento de grande parte da população. Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em dezembro de 2012, revelou que pelo menos 41% da população brasileira tem dívidas. Desse total, 42% afirmou estar no limite de comprometimento do orçamento familiar, enquanto 38% admitiu ter prestações em atraso. Dos que se consideraram endividados, cerca de 55% informaram ter acumulado mais dívidas em comparação a dezembro de 2011. De acordo com Tatiane Almeida, professora de economia da Uni-

"Um dos fatores que mais contribui para o aumento das dívidas e, consequentemente, da inadimplência, é a falta de conhecimento de como lidar com o crédito." // Tatiane Almeida

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versidade Federal de Pernambuco (UFPE), um dos fatores que mais contribui para o aumento das dívidas e, consequentemente, da inadimplência, é a falta de conhecimento de como lidar com o crédito, principalmente quando se tem acesso fácil a tantas opções sendo ofertadas pela mídia. Esse cenário é resultado, entre outros fatores, da estabilidade financeira da economia brasileira, que tornou interessante para os bancos o empréstimo de dinheiro e, para as pessoas, gerou mais chances de adquirir os bens que desejam. O problema do acesso livre ao crédito, entretanto, não é sua existência em si, mas seu mau uso, decorrente de uma falta de controle que cada vez mais se configura como uma característica cultural do povo brasileiro. “Reforça esse hábito o fato de, aqui no país, as pessoas acreditarem que não se ganha nada ao ser um bom pagador, já que não existem privilégios para quem quita suas contas em dia. Isso termina gerando um incentivo para a velha mania de empurrar as coisas com a barriga e deixar tudo para depois.


Já o mau pagador, no máximo, corre o risco de ficar com o nome sujo”, explica Tatiane Almeida.

"Não concordo em assumir uma despesa por algo que vai me descontrair por três dias e deixar uma dor de cabeça por cinco meses."

O endividamento se agrava porque muitos trabalhadores ainda insistem em gastar mais do que ganham e esquecem que, para manter o equilíbrio financeiro, o único caminho é listar todas as contas na ponta do lápis e não permitir que as despesas ultrapassem as receitas. Além disso, é preciso ter em mente a importância da manutenção de uma margem extra para as eventualidades e até mesmo para cobrir os juros cobrados em caso de contratação de crédito. Para quem já está amontoado em dívidas, o primeiro passo deve ser colocar tudo no papel, negociar a dívida com os bancos e diluir o que falta nos meses seguintes, dando prioridade às contas que têm juros mais altos. E jamais fazer novas dívidas. Pode demorar um pouco, mas, com organização, é possível retomar o rumo.

Crédito controlado Um bom exemplo de quem controla de modo eficiente seu dinheiro é o Participante da Fachesf, Renê Bolivar. Profissional da área de contabilidade, ele defende com unhas e dentes uma organização financeira adequada dentro de casa com o menor uso de crédito possível: “Crédito é dinheiro emprestado. Assim como alugamos carros, imóveis e outros bens físicos, trata-se de um aluguel de dinheiro, que será devolvido com o acréscimo de juros”, esclarece. Assim que casou, o Participante estipulou uma meta anual de 25% de economia da renda fami-

// Renê Bolivar

fazemos agora”, alerta.

liar, superada com facilidade. Em 2012, com a aquisição de um imóvel, seu objetivo era não ter uma dívida maior que 10% de sua remuneração anual. Para segurar o déficit, ele precisou usar as reservas que juntou ao longo da vida e garante que valeu a pena, afinal, são para investimentos dessa natureza, acredita, que as economias servem. Outro ponto que o Participante considera fundamental é ter atitude. Para ele, se não dá para viajar no momento, não dá e ponto final. “Não concordo em assumir uma despesa por algo que vai me descontrair por três dias e deixar uma dor de cabeça por cinco meses. Nessas situações, busco uma diversão mais barata que não comprometa meu orçamento familiar. As pessoas aqui no Brasil costumam pensar somente no hoje e se esquecem de que o amanhã é resultado do que

Renê Bolivar conta que aprendeu com a mãe a controlar sua vida financeira, comportamento que vem transmitindo também para sua filha, de apenas dois anos. No dia a dia, a família aposta em algumas estratégias para otimizar o orçamento doméstico e utilizar o crédito somente quando necessário ou vantajoso. Nas compras de supermercado, por exemplo, primeiro são utilizados os tickets de alimentação. Para as demais aquisições, ele avalia se há mais benefícios no pagamento em dinheiro ou cartão. Segundo o Participante, uma das vantagens do cartão de crédito é a segurança. Quando não quer andar com muito dinheiro na rua, a escolha vai pelo cartão. Além dessa questão, ele acredita que os cartões possibilitam acompanhar melhor os gastos por meio das faturas recebidas mensalmente. Mas recomenda muita atenção na hora do seu uso e, principalmente, do pagamento: “Nunca pago apenas o limite mínimo. É impressionante o efeito de alavancagem que os juros são capazes de provocar nas aquisições que fazemos.” A tomada de decisões como estas e a definição de metas são uma grande aliada para evitar as compras por impulso e o uso desnecessário do crédito fácil. 25


// Seu Dinheiro

10 dicas para um consumo consciente 1 2

Não aumente o limite do cartão de crédito sem necessidade.

3

Pague os cartões e contas nos dias de vencimento. Assim, você evita acumular dívida, tem acesso ao crédito e não paga juros.

4

Em casos extremos, entre em contato diretamente com a operadora do cartão para negociar a dívida.

5

Não empurre suas dívidas com a barriga. Resolva-as hoje.

6

Se a situação está apertada, concentre-se em quitar dívidas sem procurar fazer novas aquisições.

7

Mantenha as contas fixas nos 70% da sua renda. Deixe os 30% restantes para emergências e situações esporádicas.

8

Coloque tudo no papel: entradas e saídas. Junte todas as notinhas para fazer o balanço no final do mês.

9

Tenha metas definidas.

10

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Tenha, no máximo, dois cartões de crédito. Isso lhe ajudará a manter o controle das contas.

Evite pagamentos muito parcelados. Se você não é bom de memória e de organização, vai terminar se perdendo.


// Seu Dinheiro

Quando é hora de optar pelos financiamentos

Qual é o momento adequado para realizar financiamentos e que cuidados tomar? Na aquisição de qualquer crédito, o momento adequado é sempre aquele no qual o orçamento familiar pode acomodar as prestações e o indivíduo prefere antecipar a aquisição do bem, em vez de juntar o dinheiro e realizar a compra no futuro. Além disso, o tomador deve ter consciência dos custos financeiros da antecipação daquele gasto, que, no Brasil, têm sido muito altos. A procura por taxas menores em vários bancos é válida, mas é preciso ponderar outros fatores, como comodidade e reciprocidade. No caso de imóveis, a parte financiada pelas construtoras geralmente inclui parcelas intercaladas, as quais o tomador deve definir, previamente, de onde virá os recursos para pagá-las. O financiamento serve somente para bens de alto valor? Não. No entanto, para os bens de alto valor é mais difícil dispor do montante necessário. No caso de imóveis para a própria moradia, deixar de pagar aluguel é um incentivo adicional para realizar o financiamento.

sem os riscos de desemprego dos trabalhadores ativos, suas taxas podem ser menores. Vale a pena pagar a mais por essas antecipações?

entrevista

O financiamento e o crédito consignado fazem parte do dia a dia do cidadão brasileiro e estão cada vez mais presentes no orçamento familiar. Pensando em tais aspectos, a reportagem da revista Conexão Fachesf conversou com o economista Fernando de Aquino, presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco, para esclarecer as principais dúvidas dos Participantes.

Primeiro, é preciso entender por que se paga mais. É de amplo conhecimento que as taxas de juros no Brasil são altas. Suas causas é que são mal entendidas. Podemos identificar duas principais. A primeira é que ela serve para manter a estabilidade da economia: para compatibilizar o crescimento dos gastos com o crescimento da capacidade produtiva. A segunda é que as pessoas físicas e jurídicas têm aceitado pagar altas taxas de juros para antecipar recursos, pela grande necessidade e/ou por um padrão de comportamento mais consumista. Dito isso, saliento que somente cada indivíduo é que deve decidir se vale a pena ou não antecipar determinado gasto para o qual não possua recursos disponíveis. O crédito é mais positivo ou negativo para a sociedade? O uso do crédito é extremamente positivo para a sociedade. Os gastos com investimentos produtivos, que aumentam a capacidade produtiva da economia, seriam muito menores sem o crédito, o que reduziria drasticamente o crescimento do PIB, podendo levar até ao encolhimento da economia. Mesmo para os gastos com consumo, o crédito permite que as pessoas escolham o momento em que vão comprar e até que adquiram bens de um valor que, sem o crédito, talvez nunca conseguissem.

E o crédito consignado, como funciona? Crédito consignado é aquele em que as prestações já vêm descontadas na folha de pagamento do tomador. Como uma parcela da taxa de juros cobrada é para os que pagam o empréstimo compensar os que não pagam, a consignação, ao reduzir esse risco, possibilita a cobrança de taxas de juros menores. Essa modalidade não é só para os aposentados, mas para todos os que recebem por folha de pagamento. Entretanto, como os aposentados do INSS têm rendimento garantido,

// Economista Fernando de Aquino

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// Seu Dinheiro

artigo

Pais conscientes, filhos equilibrados Durante este ano de 2013, vamos manter nossa série sobre finanças pessoais, incluindo questões que abrangem o público infanto-juvenil. Esse tema merece muita atenção, pois diz respeito aos hábitos futuros daqueles que representam a continuidade da família. É importante destacar que inicio essa conversa consciente do grande desafio que é a educação financeira para crianças e jovens, pois, se no mundo dos adultos, o ato de mudar comportamento e executar instrumentos para melhor administração do dinheiro é algo difícil, fazer tal compreensão chegar ao universo dos pequenos requer ainda mais esforço. Sem dúvidas, o primeiro ensinamento está nos exemplos transmitidos pelos adultos em sua relação diária com o dinheiro. É dentro do lar que os jovens devem aprender que tudo que se consome custa um determinado valor e que não se pode comprar todos os sonhos materiais. É muito importante, porém, não associar a limitação de recursos a um fato ruim, pois é fundamental que a criança entenda que, independentemente da situação financeira da família, haverá sempre a necessidade de se fazer escolhas pelo que é necessário e não somente pelo que se quer.

deve começar mostrando que, a partir de então, será necessário pensar sobre o que será consumido, pois o dinheiro será limitado. Acredito muito na prática da mesada como um exercício da educação financeira para o despertar de uma consciência para o ato de investir. Uma criança ou adolescente que recebe determinado valor, por exemplo, pode ser desafiado a não gastar tudo com o objetivo de acumular o restante em um cofrinho que será, posteriormente, transferido para uma conta-poupança em um banco. O desafio pode ganhar ainda mais estímulo se, a cada montante poupado, houver uma contrapartida dos pais ou responsáveis no momento do depósito. Desde cedo, portanto, a criança deve ter a clareza de que o dinheiro que chega às suas mãos tem uma finalidade e é muito importante cuidar dele, poupando o que sobra para o futuro. Ao agir desse modo, os adultos contribuem para que os pequenos aprendam não apenas a utilizar bem o que recebem, mas para agregar valores e habilidades que serão essenciais na formação da maturidade de jovens cidadãos.

É bem verdade que atualmente algumas escolas estão abordando esse tema. Mas a missão da família em educar as crianças sobre uma boa relação com os recursos financeiros não deve ser transferida. Além disso, quanto mais cedo os pequenos obtiverem o correto ensinamento sobre finanças, mais preparados estarão para conduzir sua vida adulta sem problemas financeiros. A partir da transmissão dos aspectos básicos sobre finanças (empregando-se sempre a linguagem infantil), é importante que a criança tenha sua própria vivência e acumule experiências no trato com o dinheiro. A mesada é um bom elemento para esse aprendizado, desde que a criança seja ensinada sobre o que isso significa e como pode ser sua utilização. Para isso, o adulto

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Elizabete Silva é contabilista, especialista em finanças e gerente econômico-financeira da Fachesf.


// Especial

O ano de 2013 e seus desafios // Luiz Ricardo da Câmara Lima

Como será o ano de 2013 para o mercado financeiro e quais os principais desafios? "A resposta é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Na verdade, lidar com a incerteza é, como sempre, o maior dos desafios. Quem vem acompanhando o comportamento do mercado financeiro ao longo da última década verificou as mudanças que aconteceram no final de 2002, decorrentes da eleição do Presidente Lula. Naquela ocasião, como muitos esperavam, o calote da dívida pública brasileira, uma das consequências disso foi que a cotação do dólar atingiu a marca de R$ 3,95. Porém, quando afinal nada aconteceu de catastrófico, a moeda americana voltou para a casa dos R$ 2,88 e passamos a viver um momento de tranquilidade nacional. Nesse mesmo período, o mundo experimentou uma era de prosperidade, com a China comandando o crescimento mundial e o Brasil "surfando" nesta onda. A euforia durou até 2007. No ano seguinte, com a forte queda da economia americana, a Bolsa de Valores no Brasil também foi

afetada diretamente, caindo do patamar de 73.516 pontos, em maio, para 31.250 pontos, em novembro de 2008. Na época, muitos acreditaram que haveria uma repetição da famosa quebra da Bolsa de Nova York, ocorrida em 1929. Felizmente, não houve nenhum desastre maior. Não demorou muito e, já em 2009, o Brasil conseguiu se recuperar. A nossa Bovespa teve um rendimento de 82,66%, atingindo 69.349 pontos, no mês de dezembro daquele mesmo ano. De 2010 até hoje, estamos vivenciando tempos de estabilidade”.

negócio. Essas medidas contribuíram significativamente para a obtenção dos resultados positivos registrados pela Fundação. Por tudo isso, podemos afirmar que a Fachesf é uma entidade sólida e solvente. Todos os que fazem a Fundação trabalham com dedicação e profissionalismo para que os nossos Participantes tenham a tranquilidade e a certeza de que a Fachesf permanecerá cumprindo com seus compromissos e objetivos por muitos e muitos anos."

E a Fachesf, como se comportou nesse período? "A Fundação, sempre atenta e com o foco no futuro e na sua perenidade, tratou de capacitar sua área de investimentos para lidar com esses novos tempos da maneira mais eficiente possível. Com o suporte de uma equipe interna habilitada tecnicamente, executamos uma série de ações estratégicas, a exemplo da diversificação da nossa Carteira de Ativos e do aumento do número de parceiros externos, o que possibilitou uma troca de conhecimentos e experiências, algo fundamental nesse tipo de

// Diretor de Administração e Finanças

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// Especial

Nos últimos dez anos os investimentos dos Planos de Benefícios administrados pela Fachesf renderam 466,7%. Nesse mesmo período, a Meta Atuarial (IGP-M + 6% ao ano) foi de 237,36% e a Caderneta de Poupança rendeu apenas 116,64%. [Gráfico 1]

Investimentos da Fachesf em 2012 têm ótimos resultados Considerando apenas o ano de 2012, a rentabilidade das Cotas do Plano CD atingiu o expressivo valor de 25,65%, superando sua Meta Atuarial, que foi de 14,28%, em 10,25%. Com esse resultado positivo, foi possível obter superávit em todos os Planos de aposentadoria (BD, BS e CD). [Tabela 1] Ou seja, o saldo da Reserva de Poupança de cada Participante do Plano CD, existente em janeiro de 2012, foi multiplicado por 1,2565, em dezembro de 2012. Poucos investimentos no mercado financeiro e de capitais apresentaram desempenho tão relavante.

Rentabilidade das cotas do Plano CD X Rentabilidade da Poupança Devido aos excelentes resultados dos investimentos no período de junho de 2001 a dezembro de 2012, o valor da Cota do Plano CD passou de R$ 1,00, para R$ 6,59, o que representa uma rentabilidade 30

// Gráfico 1 Meta Atuarial X Rentabilidade X Poupança CONSOLIDADO

500

466,70

450 400 Rentabilidade (%)

Histórico de Resultados

350 300 250

237,36

200 150

116,64

100 50 0 2003

2004

2005

2006

Rentabilidade acumulada

2007

2008

2009

2010

Meta Atuarial (IGP-M +6% a.a.)

2011

2012

Poupança

// Tabela 1

Rentabilidade Acumulada | 2012 Rentabilidade total consolidada dos Planos da Fachesf

25,65%

Meta Atuarial (IGP-M + 6% ao ano)

14,28%

// Economista Fernando de Aquino

Ibovespa

7,4%

Caderneta de Poupança

6,58%

de 559%. Na prática, isso significa que, para cada R$ 1,00 colocado no Plano CD em junho de 2001, o Participante desse Plano passou a ter R$ 6,59, em dezembro de 2012. Esse mesmo R$ 1,00 colocado na Caderneta de Poupança no mesmo período passou a valer apenas R$ 2,44. [Gráfico 2]

Desempenho da Fachesf supera Planos Abertos No mercado de previdência aberta, estão disponíveis os conheci-

dos planos de previdência PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), facilmente acessíveis nos grandes Bancos. Ao ingressar em um desses planos, a pessoa faz a escolha do tipo de plano, se PGBL ou VGBL, e também do nível de risco, representado pelo percentual do patrimônio do plano que é aplicado em Renda Variável (Bolsa de Valores). O Plano CD da Fachesf tem aproximadamente 12% do seu patrimônio em Renda Variável – posição de dezembro de 2012.


// Gráfico 2

R$

Evolução das cotas do Plano CD X Rentabilidade da Poupança

7,00

6,59

6,50 6,00 5,50 5,00 4,50 4,00 3,50 3,00

2,44

2,50 2,00 1,50

Plano CD

Jun/12

Dez/12

Jun/11

Dez/11

Jun/10

Dez/10

Jun/09

Dez/09

Jun/08

Dez/08

Jun/07

Dez/07

Jun/06

Dez/06

Jun/05

Dez/05

Jun/04

Dez/04

Jun/03

Dez/03

Jun/02

Dez/02

Jun/01

Dez/01

1,00

Glossário

Poupança

Meta Atuarial

// Tabela 2

Fachesf x Previdência Aberta Planos de Previdência

Rentabilidade Média dos últimos 12 meses (%) 31/12/2011

31/12/2012

Previdência Balanceados

6,68

7,00

Fachesf

9,10

25,65

Entidades abertas | categoria de risco: (até 15% em ações)

(Rentabilidade das cotas do Plano CD)

Fonte: ANBIMA/FGI

Portanto, a comparação da rentabilidade do Plano CD pode ser feita com outros planos abertos (disponíveis no mercado) que tenham esse percetual em renda variável. Feita essa comparação (Tabela 2), verifica-se que a rentabilidade do Plano CD da Fachesf supera consistentemente a média das rentabilidades dos planos de previdência PGBL e VGBL, publicadas pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), principalmente no ano de 2012.

// Extras

Acesse conteúdo extra na versão mobile ou no site da Fachesf e aproveite!

Rentabilidade mínima que deve ser obtida na aplicação dos investimentos dos fundos de pensão, com o objetivo de garantir o pagamento dos benefícios dos Participantes ao longo do tempo. Atualmente a Fachesf trabalha com a Meta Atuaria de IGP-M + 6% ao ano.

Superávit

Resultado positivo obtido da diferença entre o patrimônio líquido e os compromissos totais existentes nos planos CD, BD e BS. Quando o plano de benefícios está com superávit significa que possui mais recursos financeiros do que seria necessário para saldar todos os benefícios, atuais e futuros, oferecidos aos seus Participantes. A apuração dos resultados dos planos de benefícios seja positiva (superávit) ou negativa (déficit), é decorrente da gestão dos recursos financeiros e do cálculo dos compromissos futuros com o pagamento de benefícios. No caso de Superávit, os ganhos são acumulados na forma de reserva de contingência – a ser usada para eventuais necessidades, como cobrir déficits.

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// No Consultório

Sentir uma dor aqui e acolá, em geral, tem sido o suficiente para que muitas pessoas entrem na internet e saiam em busca de qualquer informação que lhes ajude a entender o que está errado com o próprio organismo. Afinal, para o bem ou para o mal, os curiosos de plantão sabem que no mundo virtual encontrarão alguém que já passou pelos mesmos problemas e tem o diagnóstico preciso para seu caso. Sem consulta médica, sem fila, sem espera. Ou seja, nada melhor para quem vive na correria e anseia por respostas em tempo real. Mas será mesmo que dá para confiar no poderoso Dr. Google para esse fim?

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// No Consultório

O

surgimento desse cenário no mundo contemporâneo se deve à facilidade do acesso à tecnologia e, claro, à internet. Com a democratização da informação, tornou-se possível não somente ler jornais, revistas, notícias e curiosidades vindas dos mais diversos cantos do planeta, como também contribuir para a inesgotável geração de conteúdo. De acordo com o Ibope, já existem mais de 94,2 milhões de internautas no Brasil, considerado hoje o quinto país mais conectado do mundo. Desses usuários, cerca de 50,7 milhões afirmam acessar regularmente a internet. Checar perfis nas redes sociais e fazer buscas no Google são apontadas como as principais razões para navegar. Somente em 2012, o poderoso site americano registrou nada menos que 1,2 trilhão de pesquisas realizadas, segundo dados da 12ª edição do Google Zeitgeist – projeto do Google que, ao final de cada ano, revela os assuntos mais buscados. O tema saúde sempre foi bastante popular no universo virtual. Para comprovar, basta digitar uma doença qualquer no Google e, em poucos segundos, será listada uma imensa quantidade de páginas destinadas a discutir e tirar

"Todo medicamento tem efeitos colaterais, por isso, é fundamental tomar diversos cuidados no sentido de evitar uma ingestão equivocada de drogas." // Arquimedes Melo

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dúvidas sobre a patologia, muitas delas sem qualquer ligação com universidades, hospitais ou mesmo profissionais da medicina. São simplesmente grupos de pessoas que se reúnem em fóruns, blogs e comunidades e dedicam-se a falar sobre diagnósticos, sintomas e tratamentos a partir de suas próprias experiências. Essa prática, porém, tem levantado uma grande discussão sobre até que ponto o acesso a tal gama de informações traz de positivo para a saúde coletiva.

Consequências da automedicação Antes de tudo, é preciso esclarecer que a busca pelo conhecimento não representa um problema em si. A questão está nas atitudes que o hábito desperta e que, essas sim, podem trazer graves consequências. A principal delas diz respeito à automedicação, comportamento cada vez mais comum e capaz de causar sérios danos ao corpo. Doutor em toxicologia e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Arquimedes Melo explica que todo medicamento tem efeitos colaterais, a depender da dose e da situação clínica do paciente, por isso, é fundamental tomar diversos cuidados no sentido de evitar uma ingestão equivocada de drogas. Apenas no Brasil, cerca de 20 mil pessoas morrem todos os anos por conta da automedicação, de acordo com a Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). Além das reações adversas graves, a automedicação


"Se o paciente chega com uma ideia de diagnóstico errado, cabe ao médico trazer à luz o conhecimento, demonstrando com delicadeza sua real situação." // Helena Carneiro Leão

também é a principal causa de intoxicações, passando a frente de produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos estragados. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em média 18% das mortes por envenenamento se devem à automedicação e 23% dos casos de intoxicação infantil estão ligados à ingestão acidental de remédios armazenados de forma incorreta. Os vilões são os medicamentos mais simples, como analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Os analgésicos são ainda culpados por um alto índice de mortes por overdose acidental. Para quem costuma tomar indiscriminadamente remédios para dor, aqui vai um alerta: cuidado com a tolerância ao medicamento, pois o corpo pode se acostumar com medicamentos usados de modo constante e acabar necessitando de doses mais altas, comprometendo fígado e rins, a depender da droga utilizada. Sob todos esses aspectos, profissionais da medicina são unânimes ao afirmar os perigos da automedicação, uma vez que cada pessoa se comporta de uma maneira diferente, conforme seu histórico clínico, e os sintomas que parecem ser iguais podem ter origens

bem diferentes. Além disso, vale salientar que, ao se automedicar, o paciente dificulta a identificação do seu diagnóstico correto. Uma simples dor de cabeça, por exemplo, pode ser o indício de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), quadro muito mais grave e que implica cuidados médicos extremamente delicados. Ao pesquisar sintomas de patologias e definir remédios e dosagens sem orientação profissional, muitos internautas também ignoram que estão correndo outro risco: usar simultaneamente substâncias que não podem ser administradas juntas.

Visão integrada “O ser humano não é uma máquina. A saúde merece uma visão integrada e não apenas a cura dos sintomas”, reforça o toxicologista Arquimedes Melo. Para o profissional, medicamento não é milagre e nem sempre resolve tudo, apenas adia algo que deve ser enfrentado com um tratamento mais profundo. “Ingestão de bastante líquido, descanso, alimentação adequada e uma vida equilibrada, por si só, já ajudam a prevenir e até mesmo curar diversas doenças”, defende.

O pensamento é compartilhado por Helena Carneiro Leão, especialista em reumatologia, médica do trabalho e presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Ela acredita ser essencial enxergar o paciente como um ser biográfico, considerando inclusive as informações que ele já internalizou sobre si mesmo. “Se o paciente chega com uma ideia de diagnóstico errado, cabe ao médico trazer à luz o conhecimento, demonstrando com delicadeza sua real situação. Quando o diagnóstico vem abafado por conta de automedicação, nosso papel é redobrar o cuidado com um atendimento humanizado, pois até a forma de lidar com esse indivíduo pode ser fundamental para o sucesso do seu tratamento, ainda que este tenha começado de forma errada, devido à utilização de medicamentos baseados em sites duvidosos”, diz a médica.

O outro lado O hábito de procurar na internet respostas para questões de saúde também tem seus aspectos positivos. Um médico, por cansaço ou desconhecimento, é passível de cometer erros, como, por exemplo, trocar a posologia na hora de passar a receita ou recomendar alguma droga à qual o paciente seja alérgico. Nessas horas, “quem é bem informado tem mais discernimento para fazer os questionamentos adequados e minimizar os males causados por esse tipo de desatenção, que pode ocorrer com qualquer profissional”, comenta Arquimedes Melo. Uma dica para os curiosos que adoram vasculhar a internet em busca de informações médicas é dar prioridade às revistas científi35


// No Consultório

"Sempre que chegava um exame novo do laboratório, corríamos para o Google para investigar os resultados. Foi assim que aprendemos a entender os variados aspectos da doença." // Mário Correia

cas – que trazem artigos e pesquisas acadêmicas – e sempre checar quem está por trás das entrevistas sobre saúde. Mas é preciso ficar de olhos bem abertos, pois, muitas vezes, são as próprias indústrias farmacêuticas que financiam as pesquisas, adverte o toxicologista. Para o Participante da Fachesf, Mário Correia, a internet foi fundamental na recuperação da saúde de sua esposa, a empresária Ana Paula Correia. Acometida de um câncer de mama em 2006, eles caíram na rede em busca de conhecimento e descobriram que havia diversas opções alternativas, além do tratamento químico convencio-

// Mário Correia e Ana Paula

nal: “Nossa ansiedade era muito grande, por isso, sempre que chegava um exame novo do laboratório, corríamos para o Google para investigar os resultados. Foi assim que aprendemos a entender os variados aspectos da doença”. O casal conta que passava horas pesquisando sobre a doen-

ça, lendo depoimentos de outras pessoas e procurando remédios alternativos. “Mas nunca fizemos qualquer loucura por conta do que víamos na internet, pois tínhamos medo de prejudicar o tratamento dela. Sempre tirávamos todas as dúvidas das leituras com o médico e seguíamos suas recomendações”, diz Mário Correia. Outro exemplo positivo de quem sabe usar a rede virtual a seu favor é o Participante Ricardo Alcântara. Pesquisador confesso de assuntos de saúde, ele afirma ter bastante atenção para não se deixar levar por produtos que se dizem milagrosos: “Acho a área de saúde muito interessante, por isso, leio bastante as notícias e novidades disponíveis na rede. Mas não abro mão de esclarecer com um médico se a indicação que descobri na rede é correta para meu caso. Esse profissional, sim, é uma fonte de informação que considero ser de confiança.”

// Ricardo Alcântara

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// No Consultório

// Higiene Mental

H

oje é cada vez mais comum as pessoas se autodiagnosticarem com estresse, bipolaridade, síndrome do pânico, estafa ou outras doenças mentais. No entanto, a adoção de termos como estes requer muita cautela, afinal, tratam-se de estados emocionais afetados que precisam de acompanhamento de uma equipe de saúde, formada por clínico, psiquiatra e psicólogo.

// Cláudia Danielle Leite

Os mais ansiosos, no entanto, em vez de procurarem ajuda especializada, partem para a adoção, por conta própria, de medicamentos para dormir ou relaxar, descobertos por meio de buscas virtuais. Nessa categoria, são encontrados desde alternativas fitoterápicas a remédios de tarja preta vendidos ilegalmente e cuja utilização sem acompanhamento terapêutico pode ter efeitos graves, como intoxicação ou agravamento do quadro, além de outros efeitos colaterais. “Nessa nova lógica de vida, temos, por exemplo, inúmeras donas de casa e trabalhadores de-

pendentes de drogas para dormir; gente que toma antidepressivos por conta própria ou analgésicos para dores de cabeça que parecem nunca passar, e não percebem os males que estão trazendo para a própria saúde”, adverte a psicóloga Cláudia Danielle Leite, professora da Universidade de Pernambuco (UPE) e mestra em Ciências da Saúde. Para diagnosticar corretamente um paciente e reestabelecer sua saúde mental, é fundamental que o processo seja conduzido por um especialista da área, que vai orientar o indivíduo não somente em relação aos medicamentos indicados ao seu caso mas ao tratamento terapêutico de forma completa. “As pessoas precisam ter muito cuidado com os modismos que veem, principalmente quando a fonte de referência é a internet. A saúde não pode ser desvinculada de uma visão integrada, que contemple o lado físico e o emocional. Por isso, vale a máxima popular: a diferença entre o remédio e o veneno é somente a dose”, finaliza Cláudia Leite.

Automedicação:

onde pedir ajuda

Em caso de envenenamento acidental ou ingestão de medicamentos indevidos, qualquer pessoa pode ligar gratuitamente para o número 0800.014.8110 (Centro de Assistência Toxicológica - Ceatox-SP), que funciona 24h e atende todo o Brasil. O Ceatox-PE atende no 0800.722.6001. A Anvisa também mantém um número central para informações sobre intoxicação: 0800.642.9782.

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?

pergunte ao doutor

// A degeneração macular e os riscos à visão Observar certas manifestações nos olhos pode ajudar a evitar diversos problemas oculares, entre eles a degeneração macular, doença que acomete 30 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo quase 3 milhões somente no Brasil. Para explicar o que é a patologia, como ocorre sua prevenção e qual o tratamento, a Conexão Fachesf conversou com a oftalmologista Telma Tabosa Florêncio. O que é degeneração macular e quais são os seus tipos? A degeneração macular é uma alteração na retina que afeta a mácula, responsável pela visão central. Existem dois tipos da doença: a seca, forma clássica que afeta de 80% a 90% dos pacientes, e a exudativa, que tem complicações devido ao crescimento anormal de vasos na mácula, provocando hemorragias, vazamento de líquido e, numa fase avançada, cicatrizes fibrosas que levam à perda da visão central e cegueira. Esta última acontece em torno de 10% dos pacientes. Quais são os principais sintomas da doença? A pessoa vê as imagens distorcidas, borradas ou com uma mancha escura no campo de visão central, o que muitas vezes causa a impressão de que a lente dos óculos está suja. Ao olhar para alguém, por exemplo, o paciente pode não conseguir distinguir as feições do rosto, uma das situações bem características da doença. Quais são os fatores de risco? Os principais fatores de risco são a hereditariedade e a idade – pessoas a partir dos 50 anos estão mais predispostas à doença que, nesse caso, é chamada de degeneração macular relacionada à idade. Sabemos ainda que a doença é mais frequente em mulheres, fumantes, trabalhadores cujas atividades são expostas à luz solar e indivíduos de olhos mais claros (verdes e azuis). Como é o tratamento da degeneração macular? O tratamento da doença do tipo exudativa envolve a aplicação de uma medicação chamada Lucentis (Ranibizumabe) dentro do olho afetado. O procedimento é realizado em bloco cirúrgico com 38

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anestesia local e deve ser repetido pelo menos uma vez durante três meses. A partir de então, fica a critério médico definir quantas reaplicações serão necessárias. Já para a forma seca ainda não existe tratamento e nossa atuação se restringe a evitar sua evolução com a utilização de vitaminas via oral (A, C, E, Zinco e Luteína), que funcionam como protetores da retina. Alimentos como tomate, morango e pimentão vermelho, vegetais de uma forma geral e castanhas também são bons para o funcionamento da mácula e ajudam a proteger a retina. É possível recuperar a visão através do tratamento? Ainda não existem técnicas que façam a visão voltar ao que era antes da doença, mas quanto mais cedo for diagnosticada e tiver início o tratamento, melhor a chance de estabilizar seu processo evolutivo. Na prática, observamos que muitos pacientes apresentam ganhos de visão, mas, ainda sim, permanece uma limitação no campo visual central, porque a alteração cicatriza, deixando um tipo de mancha que atrapalha a visão. O que é a Tela de Amsler? Tela de Amsler é um teste que pode ser feito em casa, através de um papel quadriculado, para a detecção de distorção ou borramento da visão central, sinal característico da doença numa fase inicial. Com a Tela de Amsler, a pessoa pode realizar uma pré-avaliação e, caso identifique algo irregular, procurar um médico oftalmologista para avaliar o quadro.

Telma Tabosa Florêncio é oftalmologista, especialista em Retina Clínica e Cirúrgica, preceptora e professora da Fundação Altino Ventura.

Para conhecer a Tela de Amsler, acesse o conteúdo extra na versão mobile ou no site da Fachesf.

*


// Fachesf-Saúde

Conhecer para prevenir

Por que os estudos epidemiológicos são uma importante ferramenta na gestão da saúde? Seja para efetivar políticas públicas, divulgar campanhas educativas ou realizar ações promocionais, a melhor forma de obter resultados satisfatórios é conhecer bem o público para o qual tais ações se destinam; ou seja, ter o perfil exato das pessoas que serão atingidas nos diferentes diálogos antes de traçar planos e estratégias que atendam a necessidades específicas.

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// Fachesf-Saúde

F

oi a crença nessa premissa que levou a Fachesf a estabelecer como meta para 2013 um estudo com os beneficiários dos seus planos de saúde para identificar, dos menores aos maiores detalhes, como se comportam todos os grupos de usuários. Conhecido como estudo epidemiológico, esse tipo de análise permitirá à Fundação desenhar um diagnóstico preciso de suas atuais condições e direcionar recursos para programas de medicina preventiva. Além de ser uma tendência não apenas no Brasil, mas em diversos países do mundo, os programas de saúde são uma recomendação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para as operadoras de saúde que desejam obter um bom Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS). “Ações como estas são maneiras de utilizar os recursos de forma mais eficiente, pois evitam o agra-

vamento de diversas patologias e, consequentemente, o uso do plano”, afirma o médico Geraldo von Sohsten, superintendente de Saúde da Fachesf (PSS), área que coordena o projeto. No estudo, serão pesquisados detalhes como: a que conjunto de riscos as pessoas estão expostas, o local geográfico e o ambiente em que estão inseridas, além de outros detalhes que possam interferir em sua saúde, no presente ou futuro. “De posse dessas informações, poderemos apontar iniciativas específicas para evitar doenças ou mesmo estimular práticas saudáveis que ajudem a mudar os hábitos e a vida desses usuários, partindo dos mais simples aos mais graves diagnósticos”, diz Geraldo von Sohsten. A gerente de Regulação de Planos de Saúde da Fachesf, Wanessa Cysneiros, afirma que a Fundação vem há algum tempo

A " ções como estas são maneiras de utilizar os recursos de forma mais eficiente, pois evitam o agravamento de diversas patologias." // Geraldo von Sohsten

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// Superintendente e gestoras da PSS: Geraldo, Sandra, Lúcia, e Wanessa.


A função da epidemiologia é investigar o processo saúde-doença numa comunidade, mostrar onde estão os problemas e como eles se desenvolvem. se preocupando com essas questões. Um exemplo disso é o Programa de Bem com a Vida, que já contribuiu para a melhoria da qualidade de vida de cerca de 200 pessoas no Recife (PE) e em Paulo Afonso (BA). Doutora em ciências e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Fiocruz-PE, Eduarda Pessoa Cesse destaca a importância do estudo epidemiológico na busca de caminhos para a saúde coletiva. “Ninguém está completamente saudável numa sociedade como a nossa, onde se vive correndo, alimentando-se mal, em meio ao estresse urbano, à violência, entre outras características do mundo globalizado”, alerta. É nesse ponto que entra a epidemiologia, cuja função é investigar o processo saúde-doença numa comunidade, mostrar onde estão os problemas e como eles se desenvolvem. Tendo consciência dessa realidade, os gestores de saúde podem focar seus esforços na prevenção de determinadas patologias no grupo estudado. “Para isso, no entanto, precisamos mudar o paradigma e sair de uma concentração na cura das doenças para a promoção da saúde em primeiro lugar”, defende Eduarda Cesse.

Epidemiologia x epidemia x endemia

Qual é a relação entre elas? Quando se fala em epidemiologia, muita gente confunde com epidemia e endemia, conceitos que têm a ver com as variações na ocorrência das doenças na comunidade. A endemia refere-se às doenças habitualmente presentes entre os membros de um determinado grupo, a exemplo da esquistossomose, da doença de Chagas ou da leishmaniose, doenças endêmicas na região Nordeste. Já as epidemias são patologias que incidem em um intervalo de tempo, marcado por um começo e por um fim; esse período pode abranger poucas horas, alguns dias ou estender-se por anos ou décadas, a exemplo da dengue, da cólera e da Aids. Apesar de esses termos serem originalmente usados para a observação de doenças transmissíveis, na atualidade também têm sido utilizados para males como obesidade e diabetes, consideradas epidemias mundiais, ou agravos como a violência urbana no Brasil, por exemplo.

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entrevista

// Fachesf-Saúde

Um bate-papo sobre epidemiologia Com larga experiência na área de saúde pública, especialmente em saúde coletiva – e forte atuação nos temas de epidemiologia, vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis e crônicas não transmissíveis, envelhecimento populacional e avaliação em saúde –, Eduarda Cesse conversou com a reportagem da Conexão Fachesf e esclarece o que é epidemiologia sob a luz da ciência e outros temas afins. O que é epidemiologia? É uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que a diferencia da clínica, que tem por objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais. Conceitualmente, a epidemiologia analisa a distribuição populacional e os fatos determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.

Quais são os pontos fundamentais de pesquisa para um estudo epidemiológico eficiente? O diagnóstico de saúde de uma população busca identificar seus problemas e as necessidades para uma posterior definição de prioridades. Desse modo, o primeiro passo é determinar o que se quer saber sobre o grupo a ser analisado: informações sociodemográficas, hábitos de vida, problemas de saúde, acesso ao sistema de cuidados, satisfação com a atenção recebida, entre outros aspectos. O que se pode esperar a partir dos resultados do estudo epidemiológico que será realizado na Fachesf? O grande resultado é o conhecimento das necessidades dos usuários dos planos de saúde da Fundação e com isso a possibilidade de oferecer uma melhor atenção às suas necessidades, incentivar medidas de promoção à saúde e contribuir para o fortalecimento de uma população mais saudável.

De que forma os estudos epidemiológicos são aplicados nas políticas públicas? A epidemiologia constitui o mais abrangente campo de conhecimento humano na área da saúde. Essa abrangência lhe é conferida pela macrovisão dos fenômenos vitais em termos coletivos, pois questiona os determinantes do processo saúde-doença, discute problemas relacionados com o planejamento e adequação dos serviços de saúde e informa à gestão, responsável pelas políticas públicas.

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// Eduarda Cesse · Doutora em Ciências e especialista em saúde pública


// Fachesf-Saúde

Um gestor, independentemente do ramo em que atua, tem – entre suas diversas atribuições – que estar focado na relação custo-benefício dos produtos ou serviços que administra. Com a gestão em saúde, esse aspecto não é diferente; temos que nos manter sempre alertas na redução das despesas, a fim de não inviabilizarmos o plano de saúde oferecido ao beneficiário, sem, no entanto, comprometer a qualidade dos serviços prestados.

profissional. Esse plus de cobertura que o plano passou a oferecer é chamado Programa de Oncologia.

Nesse sentido, a criação de alternativas que ajudem, em médio e longo prazos, a diminuir as despesas, bem como que atendam às necessidades dos beneficiários, no que tange a uma melhor qualidade de vida, deve ser permanentemente perseguida.

Todos os beneficiários do Fachesf-Saúde (Básico, Padrão e Especial) têm direito à assistência oferecida pelo Programa de Oncologia, desde que estejam em dia com suas obrigações financeiras, já tenham cumprido carência e apresentem laudo do médico oncologista e resultado do exame histopatológico (para fins de análise da equipe médica da Fachesf). Também é necessária a assinatura de um termo de adesão.

Em janeiro de 2010, a Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão governamental que regula e fiscaliza as operadoras de saúde, publicou a Resolução Normativa nº211, determinou a obrigatoriedade da cobertura de quimioterapia oncológica ambulatorial, mesmo para planos de segmentação hospitalar (como é o caso do Fachesf-Saúde Básico e Padrão). A Resolução incluiu ainda a cobertura de medicamentos para tratamento de câncer e os medicamentos prescritos para controle de efeitos adversos relacionados ao tratamento, desde que sejam administrados dentro de um estabelecimento de saúde e sob intervenção/supervisão direta de profissionais de saúde. Tendo como foco a melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários, o Fachesf-Saúde foi além dessas exigências legais e passou também a dar cobertura integral aos exames de acompanhamento, realizados ambulatorialmente, relacionados à patologia, assim como aos medicamentos quimioterápicos de uso oral que não necessitam da intervenção

A iniciativa tem se mostrado de grande valia, já que permite aos beneficiários portadores de neoplasia maligna (câncer) ter maior controle sobre a doença e acompanhar a evolução do seu tratamento, fato que influencia positivamente nas perspectivas de cura e na qualidade de vida.

artigo

Os benefícios do Programa de Oncologia

Caso deseje conhecer melhor como funciona o Programa, o Participante deve entrar em contato com a Central de Relacionamento da Fachesf.

Wanessa Cysneiros é administradora de empresas e gerente de Regulação de Planos de Saúde da Fachesf.

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// Produtos & Serviços

Posto Prisma: o INSS dentro da Fachesf

P

roporcionar cada vez mais conforto e comodidade aos Participantes quando do atendimento das suas demandas tem sido um dos desafios diários da Fachesf ao longo dos anos. Uma das iniciativas mais bem-sucedidas nesse sentido foi uma parceria entre a Chesf, a Fachesf e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), firmada em 1991, para a consolidação de um convênio entre as três entidades, de modo a agilizar as solicitações de aposentadoria, pensão e auxílio-doença dos Participantes.

"Procuramos auxiliar e dirimir todas as dúvidas do Participante, mostrando-lhe seus direitos e obrigações, para que evite possíveis perdas financeiras."

Selado o acordo, a Fundação treinou uma equipe exclusiva e passou a intermediar os processos diretamente com o INSS, eliminando muitas barreiras no andamento dos requerimentos. Cinco anos depois, em 25 de abril 1996, a Fachesf deu um passo além e concretizou a instalação, na sua sede (Recife/PE), de uma unidade totalmente integrada ao Instituto. Da contagem de tempo de contribuição à revisão dos benefícios, o Posto Prisma, como é conhecido, além de antecipar o pagamento dos benefícios, tem capacidade para desenvolver internamente quase todos os serviços realizados pelo INSS, sem a necessidade de agendamento prévio e com o mínimo de burocracia. Para agilizar o andamento dos processos, o Posto recebe, semanalmente, a visita de um concessor do INSS, que analisa os processos e, caso esteja tudo regulamentado e documentado, tem autonomia para finalizar o processo de modo rápido e seguro. 44

//Josefa de Andrade (Zita) Supervisora do Posto Prisma


Posto

PRISMA ALGUNS NÚMEROS [JAN A DEZ 2012]

200

Pedidos de contagem do tempo de contribuição

//Equipe Posto Prisma: Sara, Adriana, Cinara e Zita.

Eficiência e controle Segundo Josefa de Andrade (Zita), supervisora do Posto Prisma – unidade integrada à Gerência de Concessão de Benefícios (BGC) da Fundação –, quando um Participante procura os serviços da área, a equipe está preparada para realizar uma auditoria interna dos processos, prestar orientações sobre documentos e aspectos da legislação previdenciária e acompanhar o caso até sua conclusão. “Procuramos auxiliar e dirimir todas as dúvidas do Participante, mostrando-lhe seus direitos e obrigações, para que ele evite possíveis perdas financeiras. Além disso, acompanhamos de perto o seu processo junto ao INSS”, explica Zita. No caso de concessão de aposentadoria, por exemplo, o Participante é informado quanto ao momento da elegibilidade e a

melhor data, de forma a otimizar o valor do seu benefício, procedimento que o INSS ainda não faz. Por ser uma atividade que envolve minuciosos detalhes legais, é fundamental que toda a equipe do Posto Prisma conheça bem a legislação previdenciária e as regras do INSS, e tenha capacidade analítica para avaliar cada caso de forma única. “Também é preciso ter um bom raciocínio matemático, pois são muitos os cálculos realizados, bastante atenção e paciência. Mas, no final, os resultados são sempre compensadores. O próprio Instituto reconhece nosso trabalho e elogia a organização e a qualidade do serviço prestado pela Fachesf”, diz a supervisora. Para ter acesso aos serviços do Posto Prisma (veja relação dos principais processos na página seguinte), o Participante deve entrar em contato com a Central de Relacionamento ou uma das Agências da Fundação.

178

Entradas de processos de aposentadoria

57

Solicitações de pagamento de pensão

50

solicitações de processos de auxílio-doença

1016

processos encaminhados ao INSS, via Posto Prisma

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Posto Prisma da Fachesf Contagem de tempo de contribuição e simulação da renda mensal inicial É aconselhável que antes de o Participante solicitar a sua aposentadoria faça um pedido de contagem do seu tempo de contribuição e, ao ter o retorno quanto ao tempo apurado e à previsão da renda mensal inicial, decida pelo encerramento do processo ou pela concessão da aposentadoria.

PRINCIPAIS PROCESSOS CONDUZIDOS Recurso à JRPS e ao CRPS Caso o segurado não concorde com o indeferimento do seu pedido de aposentadoria, revisão, isenção do Imposto de Renda, etc., a Fachesf orienta e conduz o caso à Junta de Recursos da Previdência Social (JRPS) e acompanha o processo até o final. Quando o recurso é negado pela JRPS, pode-se recorrer ainda ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS).

Isenção do Imposto de Renda na fonte

Entrada de aposentadoria Seja por Tempo de Contribuição, Especial, Idade ou Invalidez, a Fachesf orienta o Participante sobre os documentos necessários, realiza a contagem do tempo de contribuição, encaminha as exigências legais e acompanha o processo, no INSS, até sua conclusão.

A Fachesf auxilia os Participantes portadores de moléstias profissionais (elencadas em lei) a solicitarem a isenção do Imposto de Renda na fonte, encaminhando e acompanhando o processo no INSS.

Auxílio-doença Pensão por morte Quando da morte do segurado (natural ou por acidente de trabalho), a Fachesf orienta os dependentes sobre os procedimentos legais e acompanha o processo no INSS até o devido pagamento do benefício.

Revisão Para os Aposentados que desejam requerer a revisão dos seus benefícios, a Fachesf instrui o processo, encaminha-o ao INSS e acompanha seu andamento.

Ressarcimento INSS (fechamento) A Fachesf controla e acompanha mensalmente os valores dos benefícios de aposentadoria, pensão e auxílio-doença ressarcidos pelo INSS e processa o devido repasse aos segurados e beneficiários.

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Caso o segurado fique incapacitado para o seu trabalho, por motivo de doença ou acidente de qualquer natureza, a Fachesf auxilia no requerimento e agendamento da perícia médica do INSS, orienta sobre a documentação e acompanha o andamento do processo até o respectivo pagamento.

Pagamento de resíduo A Fachesf acompanha e cobra do INSS os pagamentos devidos aos ex-segurados falecidos, de direito dos(as) respectivos(as) pensionistas.

Revisão de Tempo de Vinculação Previdenciária (TVP) Mediante solicitação do Participante, a Fachesf realiza uma auditoria em seu processo, a fim de verificar se cabe ou não a revisão do TVP, e acompanha o caso até sua conclusão, alterando, ou não, a informação cadastral, o que poderá influenciar no recálculo da reserva de poupança.


// Produtos & Serviços

// Depoimentos “Dei entrada na minha aposentadoria, mas soube que meu processo ficaria algum tempo parado por questões internas do INSS. Como conhecia o trabalho do Posto Prisma, resolvi procurar os serviços da área. Lá fui atendido pessoalmente por Zita, que me prestou todos os esclarecimentos e tomou as medidas necessárias para dar andamento ao meu caso, que foi prontamente atendido pelo Instituto. Acho fundamental a existência do Posto, pois é muito bom termos acesso direto a pessoas que realmente entendem dos trâmites legais e têm compromisso e responsabilidade com os Participantes.”

Chermont Rodrigues Barros Participante

“Quando meu marido faleceu, procurei a Assistência Social da Fachesf para dar entrada no benefício de pensão e nem sabia da existência de um posto do INSS dentro da Fundação. Lá fui orientada sobre tudo o que deveria fazer e quais documentos precisaria providenciar para que meu processo fosse regularizado. Resolvidas todas as pendências, já no mês seguinte passei a receber o benefício. O atendimento foi excelente e tudo funcionou da melhor forma possível. Em um momento de muita fragilidade emocional, sentir que eu estava sendo bem atendida e acolhida por todos foi reconfortante.”

Maria Salomé Cabral de Barros Pensionista

“Da primeira vez que tentei dar entrada na aposentadoria, não tive muito sucesso. Vendo minha dificuldade, um amigo me aconselhou a entrar em contato com a Fachesf. Liguei para a Central de Relacionamento, consegui uma entrevista com a supervisora do Posto Prisma e detalhei todo o meu caso. Enviei novamente a documentação e fiquei aguardando o resultado. A resposta não poderia ter vindo em um dia melhor: era meu aniversário quando recebi um telefonema e a notícia de que minha aposentadoria havia sido concedida. Que felicidade! Posso avaliar o serviço como excelente e sou muito grata a toda equipe.”

Zenilda Lúcia Silva Participante

47


// Planejamento e GestĂŁo

48


Reformar para

incluir

Nenhuma pessoa é igual à outra. Nessa ciranda da diversidade, não faz nenhum sentido criar espaços sociais urbanos, sejam públicos ou privados, que excluam pessoas por conta de aspectos isolados. Este foi o princípio que deu surgimento ao chamado desenho universal, um conceito desenvolvido por arquitetos americanos, na década de 1960, com o objetivo de definir projetos de ambientes que possam ser utilizados por todos.

49


// Planejamento e Gestão

A

proposta de um desenho universal, que se tornou consenso em vários países, ganhou força no Brasil em 1985, quando foi oficialmente instituída a norma ABNT NBR 9050, que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliários e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. Na prática, isso significa que qualquer local de uso coletivo deve dispor de acessibilidade total, sem segregações para aqueles que possuem necessidades especiais devido à sua estatura, idade, habilidade ou mobilidade, como idosos, pessoas com deficiência, gestantes, etc. Na Fachesf, a preocupação com as condições de acesso à sua sede, no Recife (PE), teve início em 2009, quando foi lançado o

"O primeiro passo para a efetiva implantação do eixo de acessibilidade foi a contratação de uma consultoria especializada na criação e adaptação de espaços acessíveis." // Sueli Cunha

50

Programa de Valorização à Diversidade Humana. Além dos eixos denominados de Sensibilização e Empregabilidade (leia histórico na página 52), o conjunto de ações incluiu um tópico específico sobre a acessibilidade das suas instalações, considerando todas as mudanças necessárias para tornar o prédio, ao mesmo tempo, seguro e acessível a todos. Segundo Sueli Cunha, gerente da Central de Serviços (FCS), área responsável pela manutenção predial da Fachesf, o primeiro passo para a efetiva implantação do eixo de acessibilidade foi a contratação de uma consultoria especializada na criação e adaptação de espaços acessíveis. De posse das plantas do prédio, a empresa deu início a um estudo de campo para analisar todas as áreas do edifício e suas barreiras físicas e arquitetônicas, e, a partir de então, propor as soluções necessárias. Definido o projeto, a fase seguinte envolveu uma tomada de preços no mercado para elaboração de um orçamento condizente com a realidade da Fundação. “Apesar de sermos uma instituição privada, temos como procedimento padrão a realização de tomada de preços para contratação de serviços. Na ocasião, criamos uma comissão ad hoc para analisar as propostas recebidas, sendo observados os aspectos técnicos, legais, fiscais, econômico-financeiros e de aderência às especificações do projeto. As principais premissas do grupo foram garantir a melhor relação custo-benefício das obras e o menor impacto possível às atividades diárias da Fachesf”, diz Sueli Cunha. Ao final do processo foi contratada uma empresa do ramo da constru-


"Seria ótimo se as empresas e moradores da vizinhança também se sensibilizassem e promovessem melhorias como estas."

diminuiu a quantidade de veículos que entrava no pátio apenas para deixar passageiros.

// Carlos Falcão

ção civil. A reforma teve início no segundo semestre de 2012.

Mais segurança para todos A fiscalização da execução do projeto e o monitoramento do controle orçamentário ficaram sob a responsabilidade da consultoria contratada com a coordenação da FCS. Carlos Falcão, arquiteto e sócio da empresa, explica que todas as modificações realizadas obedecem aos critérios da norma ABNT NBR 9050. “Definimos uma rota acessível que integra a sede como um todo e permite às pessoas, desde seu primeiro ponto de contato com o prédio, circularem com mais velocidade e segurança pelas principais áreas, incluindo-se aqui os indivíduos cuja mobilidade é reduzida, como gestantes, idosos e pessoas com deficiência”, diz Carlos Falcão. Além dessa rota acessível com piso tátil – específico para a prevenção de possíveis acidentes –, constaram do projeto a instalação de dois elevadores (ainda em fase de obras), troca das portas internas de todas as salas, para permitir a circulação de cadeiras de rodas, demarcação mais visível do estacionamento com vagas prefe-

renciais e uma completa renovação da entrada principal (detalhes na página 53). Na nova portaria, foi construída uma rampa de acesso que permite o rápido embarque e desembarque dos visitantes. Essa mudança favorece, sobretudo, aqueles que chegam à Fundação de táxi ou de carona e agora podem descer dos veículos em segurança e não mais na rua, contribuindo, inclusive, para agilizar o fluxo de entrada e saída do estacionamento, uma vez que

A mudança realizada na guarita principal também reforçou a segurança dos Participantes e empregados da Fachesf, pois deu à equipe da vigilância, responsável pelo acesso ao prédio, uma maior visibilidade para monitorar os arredores da entidade. Além disso, alguns obstáculos que impediam os profissionais de terem uma visão panorâmica da região foram retirados e a luminosidade da área foi aumentada. O arquiteto Carlos Falcão acredita que todas essas mudanças beneficiam não somente o público ligado à Fachesf, mas toda a comunidade que circula pela Rua do Paissandu, que agora conta com um bom trecho de calçada mais segura e acessível: “Seria ótimo se as empresas e moradores da vizinhança também se sensibilizassem e pro-

//Detalhe da rota acessível 51


// Planejamento e Gestão

movessem melhorias como estas, ajudando a transformar o Recife em um espaço mais democrático e de fácil circulação para todas as pessoas, independentemente de suas limitações de mobilidade. Tenho esperanças de que isso um dia seja real. Quem sabe?” A gestora Sueli Cunha apoia o discurso e defende que a preocupação, ainda que de forma tímida, tem caminhado para se tornar um movimento universal, no sentido de tentar levar a todos o direito à circulação sem riscos à sua integridade física. “Todo cidadão deve ter sua mobilidade facilitada, seja ele uma pessoa com deficiência, gestante ou idoso (este último, o maior público da nossa Fundação). Buscamos fazer a nossa parte e temos total convicção de que esse projeto – que representa também um investimento na valoriza-

Os três eixos da valorização à diversidade O Programa de Valorização à Diversidade Humana da Fachesf teve início em maio de 2009 a partir de uma determinação do Conselho Deliberativo, segundo a qual a Fundação deveria se adequar à Lei nº 8.213/1991; conhecida como Lei de Cotas, a regra define uma quantidade mínima de pessoas com alguma deficiência em empresas com mais de 100 empregados – no caso da Fachesf, o equivalente a 2% do corpo funcional. Para a lei, a deficiência é considerada quando ocorre a perda ou anormalidade da estrutura ou de sua função psicológica ou fisiológica.

52

ção do patrimônio da Fachesf – é um ato de cidadania e respeito com nossos empregados, Participantes, parceiros e visitantes”, finaliza.

// Portas adaptadas para fluxo de cadeira de rodas

Antes de contratar os novos empregados, entretanto, era preciso que a Fundação sensibilizasse seus funcionários para receber os colegas de trabalho e adequasse sua estrutura física às necessidades de todos. Juntas, essas ações integraram os eixos de Empregabilidade, Sensibilização e Acessibilidade. Dois anos após a implantação do programa, a assessora de Recursos Humanos, Viviane Duque, comemora a continuidade das ações e o fato de a Fachesf ter ido além do que dita a legislação. “Hoje nosso quadro conta com 3% de pessoas com deficiência e já existe um banco de candidatos formado para novas inserções”. Todos os empregados que entram na Fundação participam de um momento de integração em que recebem uma cartilha sobre o programa, con-

ceitos e dicas. Outro grande avanço foi a disponibilização aos Participantes dos principais materiais institucionais da entidade (Estatuto, Código de Ética, Regulamento do Plano CD, etc.) em linguagem braile. O site da Fachesf também foi modificado e recebeu os recursos tecnológicos necessários para ser acessado por pessoas com deficiência. “O eixo da Acessibilidade, que reformou toda a nossa sede para transformá-la em um espaço mais inclusivo e democrático, conclui esse ciclo que começou há três anos e traz grandes benefícios a todos aqueles que, de alguma forma, fazem parte do universo da Fundação. Sejam os empregados, Participantes, parceiros ou visitantes, queremos que todos se sintam seguros e confortáveis aqui e consigam circular sem qualquer dificuldade”, conclui Viviane Duque.


Inovaçõ çõe es na sede da Fundação Estacionamento

caminho acessível que leva o visitante, desde sua entrada (portaria), às principais áreas da Fachesf, passando pelos blocos A, B e C, estacionamento, agência bancária e ambulatório. Todo o piso é tátil para garantir a segurança de pessoas com deficiência visual e as dimensões são apropriadas para a circulação de cadeirantes.

Elevadores

com instalação prevista para o primeiro semestre de 2013, os dois elevadores facilitarão a circulação das pessoas com dificuldades de locomoção entre os andares do edifício.

Figura meramente ilustrativa

Todas as vagas receberam melhor demarcação, com destaque para as de uso preferencial. Além disso, seguindo determinação da Lei Municipal nº 17.751/2001, o estacionamento passou a contar com uma vaga próxima ao banco, permanente e exclusiva para carro-forte.

Rota acessível

Fachada Principal

Construção de uma nova portaria que permite uma visão panorâmica da rua e amplia o raio de observação da equipe de vigilância. Na entrada, foi instalada uma baia de acesso para rápido embarque e desembarque de passageiros, e trocada toda a calçada da rua por um material ecologicamente correto e mais apropriado à prevenção de acidentes dos Participantes e transeuntes.

Portas

Todas as áreas da Fundação tiveram suas portas adaptadas para permitir a passagem confortável de cadeiras de rodas.

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// Foco no Participante

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“Aquele futuro sobre o qual eu tanto pensava, enfim, chegou”. Álvaro Torres Santos

Chesfiano há 37 anos, Álvaro Torres Santos é o que se pode chamar de exemplo de Participante. Preocupado desde cedo com a qualidade de vida que garantiria para seu futuro, o engenheiro eletricista conta à Conexão Fachesf como aprendeu, com o pai, a importância de ser previdente, e como vem repassando o ensinamento aos filhos e netos. Acompanhe um pouco da história do Participante, que hoje se aproxima da aposentadoria de forma serena e confortável.

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// Foco no Participante

A previdência e eu

T

erminei o curso de engenharia elétrica no ano de 1974, depois de já haver obtido a formação técnica em eletrotécnica. Em 1976, eu estava licenciado da Celpe e trabalhando como sócio de uma empresa privada na manutenção de usinas de açúcar. Foi quando um amigo me convidou para participar de uma seleção de currículos na Chesf – que ainda não exigia concursos públicos para a admissão dos seus funcionários –, na qual ingressei no dia 12 de abril de 1976. Logo que entrei na Companhia, comecei a trabalhar com linhas de transmissão de alta tensão, redes de distribuição e subestações. Essa foi uma etapa profissional muito importante na minha carreira, pois representava a continuidade de um trabalho na minha área de formação, na qual eu já vinha atuando na iniciativa privada. Apesar de sempre ter ouvido do meu pai, desde o tempo em que eu era somente um garoto, a importância de poupar no presente para garantir meu futuro, confesso que não aderi de imediato à Fachesf. O motivo? Não fazia muito tempo, eu havia passado por uma experiência malsucedida que me deixou péssimas impressões.

"Sempre batalhei para mostrar a minha família que é a custo de um pouco de sacrifício que se pode manter uma boa reserva para qualquer emergência e, sobretudo, para os tempos de aposentadoria." // Álvaro Torres Santos 56

Tudo aconteceu quando decidi me associar ao plano de Aposentadoria e Pensão dos Professores Militares (APM), para o qual contribuí por longos 12 anos. Tinha certeza de que estava fazendo a escolha certa até descobrir, de repente, que o plano havia falido, deixando os contribuintes sem nenhum retorno financeiro.

A escolha certa Abalado com as perdas e a frustração dessa escolha negativa, optei por não entrar na Fachesf quando me tornei um chesfiano. Hoje, vejo o quanto aquela foi uma escolha infeliz, pois justo eu, que sempre havia dado tanto valor à formação de uma poupança que garantisse minha aposentadoria, estava pela primeira vez descoberto.


À medida que os anos foram passando, porém, comecei a acompanhar de perto as ações e notícias da Fundação. Estudei melhor os benefícios dos planos, tirei algumas dúvidas e cheguei à conclusão de que podia confiar na Fachesf. Fiz a adesão há 12 anos e, durante todo esse tempo, nunca duvidei de que a Fundação era sólida o suficiente para garantir o futuro da minha família e a minha tranquilidade financeira, quando chegasse a hora de parar de trabalhar. Na época da adesão, tive que optar por um valor de contribuição tão alto quanto permitia o meu orçamento familiar, inclusive com desconto em todas as minhas vantagens salariais (13º, periculosidade, PLR, dentre outras). Não era o cenário ideal, mas foi a forma que encontrei para recuperar o tempo perdido. Além disso, comecei a fazer outros investimentos em poupança, renda fixa, CDB DI, etc. Hoje, faço questão de acompanhar de perto os números da Fundação e de acessar todos os seus canais de comunicação. Isso me permite ver a seriedade com que a Fachesf trata dos interesses de seus Participantes, o que me dá a certeza de que fiz a opção correta, embora tardia.

O futuro chegou Aquele futuro sobre o qual eu tanto pensava, enfim chegou, pois estou a um passo de optar pela minha aposentadoria. Ainda tenho muita disposição e força de vontade, e poderia atuar por mais alguns anos, contribuindo com o meu trabalho para o fortalecimento da Chesf. Porém, tenho também todo o conforto de saber que, caso encerre minhas atividades, terei mais tempo para me dedicar ao convívio com meus filhos e netos, mantendo praticamente o mesmo padrão de vida que tenho hoje na ativa, pois o meu plano garantirá uma renda mensal extra bem maior do que a que receberei do INSS. A decisão sobre a aposentadoria ainda não está tomada, mas uma coisa é certa: contar com a Fachesf tem feito toda a diferença para que eu possa escolher meus caminhos com serenidade e equilíbrio.

Lições para a vida Desde a infância, a previdência sempre foi um assunto bastante discutido na minha casa. Meu pai orientava todos nós sobre a importância de enxergar o amanhã, sendo previdente nos dias de hoje. Era uma época na qual inexistiam planos de previdência complementar e a única opção era o Instituto Nacional Seguro Social (INSS), para o qual ele contribuía regularmente, preocupado com o nosso futuro. De lá para cá, cresci, tornei-me adulto, tive quatro filhos e cinco netos, e nunca esqueci as lições que aprendi em casa. Sempre busquei ensinar a todos da minha família a importância do dinheiro; a não gastarem tudo o que recebem sem pensar no dia que virá. Além disso, penso que a segurança financeira também passa por um bom planejamento. Em nosso caso, ele é baseado na renda mensal e, portanto, só consumimos dentro do que o orçamento permite (sem avançar nas reservas). Nisso se enquadram inclusive, nosso lazer, que não pode ficar de fora. Sempre batalhei para mostrar a minha família que é a custo de um pouco de sacrifício que se pode manter uma boa reserva para qualquer emergência e, sobretudo, para os tempos de aposentadoria. Felizmente, com o importante apoio da minha esposa, nossos filhos demonstraram interesse na experiência que buscamos repassar e, hoje, seguem o mesmo caminho. Aos profissionais mais novos, deixo uma mensagem de otimismo e muita confiança. Espero que tomem a decisão certa desde o início, e acreditem que a Fachesf é uma instituição sólida, com muito respaldo financeiro e patrimônio estabelecido. Leiam, informem-se e procurem conhecer os detalhes do seu plano de previdência. Isso é fundamental. E, também, nunca esqueçam: o tempo passa tão depressa que, muitas vezes, a gente nem se dá conta. Assim, quanto mais cedo começarmos a nos preparar para o futuro, melhor será. 57


// Cultura e Lazer


O que dizer de alguém que chega aos 88 anos em plena lucidez, cheio de projetos, planos e sonhos? E se, além disso, a pessoa traz leveza, talento, brilho nos olhos e muita paixão pela vida e pelo trabalho? Assim pode ser definido o pernambucano Abelardo da Hora, considerado o maior escultor expressionista vivo do Brasil.

Abelardo: esse cara é da hora

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// Cultura e Lazer

N

ascido dentro da Usina Tiúma, em São Lourenço da Mata, interior do Estado de Pernambuco, Abelardo da Hora recebeu, no último mês de novembro, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural diretamente das mãos de Dilma Rousseff. Na ocasião, a presidente da República declarou que os condecorados são pessoas que ajudam o povo a entender os símbolos, sentidos, dramas, utopias e necessidades da nação; são aqueles que permitem que a vida seja vista de vários prismas e participam ativamente do processo de construção da identidade cultural brasileira que é, ao mesmo tempo, diversificada e singular, universal e única.

Imagem: iAH / Documentação

Não foi à toa que Abelardo recebeu tamanha honra. Escultor, pintor, desenhista, gravurista e ceramista, ele tem na arte, desde a década de 1940, sua maior forma de expressão, seja para gritar a indignação pelas diferenças sociais e sofrimento do povo brasileiro, seja para desfilar seu encantamento pelas mulheres ou sua paixão pela cultura popular e pelos costumes pernambucanos.

A principal galeria de arte de Abelardo da Hora é a cidade do Recife, que conta com suas obras espalhadas pelas praças, parques e edificações. 60

Embora tenha peças expostas por grandes museus e cidades do mundo – na Europa, Ásia, América do Norte e diversos países da América do Sul –, a principal galeria de arte de Abelardo é mesmo a cidade do Recife, que conta com suas obras espalhadas pelas praças, parques e edificações (ver quadro na página 62).

O recanto do artista Abelardo da Hora mora no centro do Recife, numa bela casa onde abriga centenas de obras. O lugar

é um verdadeiro templo de arte e talento, ao qual somente privilegiados têm acesso. Sempre está em companhia de pessoas que lhe ajudam no dia a dia e de algum dos seus sete filhos. Com um humor de criança, exala alegria, fruto, segundo ele próprio, do que sente pela vida. “Não paro nunca. Tenho trabalhado demais. O segredo de chegar aos 88 anos assim é exatamente este: amor pelo trabalho e pela vida”, comenta, ressaltando sua alegria em ver no Brasil de hoje uma democracia de homens livres. “Fui um lutador político. Hoje vejo um país que deu um pulo espetacular, saiu das trevas, da burrice e da estupidez. Sempre lutei pela liberdade completa e mantive a esperança de ver o Brasil como é hoje.” O trabalho de Abelardo da Hora segue de forma incansável. Questionado sobre como se sente sabendo que é uma referência de talento e garra, produzindo em larga escala, ele não hesita: “Sinto uma obrigação me impelindo a trabalhar cada vez mais e abraçar todo mundo. Sou um apaixonado por tudo isso. O povo fala em ‘fim do mundo pra lá, fim do mundo pra cá’. Mas o mundo só acaba para quem morreu ou perdeu a vitalidade.” Para aqueles que acham que já é tarde para fazer planos e pensar no futuro, o artista pernambucano manda um recado: “Chegar aos 90 anos de idade vai ser mais um começo. Quero fazer uma turnê de exposição pela Europa, passando pela Itália, Espanha, França e outros países. Também quero ver construído aqui mesmo no nosso instituto, uma universidade de arte, na qual vou dar aulas e repassar tudo o que eu sei aos jovens alunos.”


"Não paro nunca. Tenho trabalhado demais. O segredo de chegar aos 88 anos assim é exatamente este: amor pelo trabalho e pela vida." // Abelardo da Hora

Criado para marcar seus 80 anos, o Instituto Abelardo da Hora já possui um bom terreno que foi adquirido pela família e hoje abriga muitas das obras do grande mestre, numa espécie de galpão ao ar livre. Os amantes da sua arte continuam na luta por patrocínio para viabilizar a construção da sede e montar o que poderá vir a ser um belo museu, além de um centro de estudos. Seria, sem dú-

vida, uma ode a esse artista baixinho e tão gigante, tão completo e tão único, que representa, sem pudores, a criatividade, a alegria e a força do povo brasileiro.

O social, as mulheres e a cultura As esculturas e desenhos de Abelardo da Hora podem ser divididos em três vertentes: a primeira é a temática social, que faz um alerta para o descaso com os menos favorecidos, a fome e as desigualdades. A segunda é a cultura popular, retratando as raízes de forma intensa, principalmente através dos seus ritmos musicais e sincretismo religioso. A terceira envolve as mulheres em suas muitas facetas, numa

explosão de sensualidade e erotismo emanados do corpo feminino. Para o artista, a mulher está no centro de tudo. “Sem ela não existiria vida, não existiria mundo, não existiria nada. Essas curvas sempre inspiraram meu trabalho. Gosto muito quando meus bisnetos me visitam e repousam no corpo dessas mulheres gigantes”, diverte-se, sentado em uma de suas voluptuosas obras, com seios à mostra, esculpida em muitas toneladas de concreto.

Memória viva Citado pelo grande sociólogo Gilberto Freyre como o “mestre, mestríssimo”, Abelardo da Hora está muito além das precisas e eficazes mãos que tem; o artista é memória 61


// Cultura e Lazer

viva de tudo o que viu e ouviu. Aos 88 anos de idade, conta fatos passados há muito tempo com detalhes, numa lucidez difícil de encontrar até mesmo na juventude. Entre uma década e outra de história, envolve o espectador, que se rende, como se contemplasse as curvas da Nega Fulô, uma das mais belas peças de sua autoria. De estatura miúda, ele cresce a cada ‘causo’ contado, a cada palavra, a cada sorriso. Reconstroi instantes de quando morou na Usina São João da Várzea e onde se descobriu como artista. Foi nessa época, inclusive, que deu as primeiras aulas de arte para o renomado artista plástico pernambucano Francisco Brennand. “A partir dessa nossa convivência, ele desistiu de ser advogado e avisou ao pai que queria ser artista para ficar trabalhando na cerâmica comigo”, recorda. É com o mesmo encanto que Abelardo fala também sobre seu mágico encontro com Margarida Lucena, com quem dividiu 61 anos de vida conjugal até dois anos atrás, quando ela faleceu, deixando sete filhos, 19 netos e 10 bisnetos. Ao citar os tempos difíceis da ditadura militar, lembra que foi preso cerca de 70 vezes e “escapou por pouco”, em função da arte, dos amigos e dos milhares de planos que tinha para o próprio futuro.

Onde apreciar algumas das grandes obras de

Abelardo da Hora // Centro da cidade Próximo ao Forte das Cinco Pontas Monumento ao Maracatu

Rua da Aurora Monumento ao Frevo

Parque 13 de Maio 'Os Violeiros' e 'O Vendedor de Caldo de Cana'

// Boa Viagem

Parque Dona Lindu Monumento aos Retirantes

// Derby

Praça Euclides da Cunha 'O Sertanejo'

// Extras

Quer assistir a um vídeo exclusivo gravado com Abelardo da Hora durante a entrevista para esta matéria? Acesse o conteúdo extra na versão mobile ou no site da Fachesf e aproveite!

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// Dois Irmãos

Horto de Dois Irmãos 'O Vendedor de Pirulitos'


// Mundo Animal

Um brasileirinho com a bola toda Desde que foi escolhido para ser a mascote oficial da Copa do Mundo de 2014, o tatu-bola ganhou lugar de destaque na imensa e rica fauna brasileira. Mas, apesar da fama repentina, esse simpático animalzinho, tipicamente brasileiro e de hábitos bem peculiares, ainda corre sério risco de extinção.

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A

té ganhar o centro das atenções da mídia, pouca gente sabia que o tatu-bola – nome popular para o Tolypeutes tricinctus – pertence ao único bioma do mundo que é exclusivamente brasileiro, a Caatinga. Medindo no máximo 50 cm e com um peso médio de 1,2 kg, esse simpático animalzinho é o menor entre os tatus e pode ser encontrado também na parte mais seca do cerrado. Ao contrário dos outros representantes de sua espécie, o tatu-bola não tem a habilidade de cavar tocas para se esconder. Por isso, quando se depara com algum tipo de perigo ou ameaça, ele se enrola em uma carapaça articulada, formada por tecido ósseo, e assume a aparência de uma pequena bola, podendo permanecer nesse estado por mais de uma hora. Foi dessa peculiaridade, que lhe permite se defender de seus principais predadores, como a onça, que teve origem o seu nome popular. A alimentação do tatu-bola inclui cupins, formigas, areia e material vegetal. Entre as 11 espécies de tatu encontradas no Brasil, o tatu-bola é a única que não ocorre em nenhum outro local. Não se sabe ao certo seu tempo de vida, pois ainda não existem estudos mais precisos sobre os hábitos desse animal.

Conhecido por seu comportamento dócil o tatubola pode ser facilmente capturado, tornando-se uma presa fácil.

Risco de extinção Apesar de ter despertado a atenção de todo o mundo nos últimos meses, o tatu-bola é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente como um dos animais brasileiros em risco de extinção, sendo classificado na escala de risco na categoria “em perigo”. Segundo a zoóloga Maria Adélia Oliveira, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), essa situação teve início quando o Sertão começou a ser colonizado e o homem passou a praticar a caça predatória da espécie para consumo. Conhecido por seu comportamento dócil, sem garras para se proteger e contando apenas com a carapaça como defesa, o tatu-bola pode ser

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// Mundo Animal facilmente capturado, tornando-se uma presa fácil. Sua taxa de reprodução baixa (apenas um ou dois filhotes por ninhada) e a incapacidade de se reproduzir em cativeiro contribuíram para o agravamento do cenário. Soma-se a isso o fato de a própria caatinga arbórea, habitat natural do tatu-bola, também estar em processo de extinção por decorrência do desmatamento que vem reduzindo a área que contém essa vegetação. “Em todas as minhas visitas à Caatinga, nunca vi um exemplar sequer do tatu-bola”, conta Maria Adélia Oliveira.

Foto: Divulgação Ong Associação Caatinga

Se nada for feito, em menos de 50 anos, a espécie estará completamente extinta. A previsão é de Rodrigo Castro, secretário executivo da ONG Associação Caatinga, instituição que figura entre as entidades envolvidas na preservação da espécie. A recente visibilidade do animal fortaleceu essa luta e abriu espaço para o desenvolvimento de um projeto

de preservação que inclui ações de pesquisa, educação ambiental e a produção de um documentário, ainda em fase inicial, com o intuito de informar às pessoas sobre os riscos a que o tatu-bola está exposto. O projeto conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério dos Esportes, além de organizações internacionais, como a International Union for Conservation of Nature (IUCN), maior entidade de preservação de espécies do mundo. De acordo com Rodrigo Castro, a meta é tirar o tatu-bola da lista dos animais que correm risco de extinção nos próximos 10 anos.

Sucesso entre as crianças Fuleco. Este foi o nome eleito para batizar o simpático tatu-bola adotado como mascote brasileira para a Copa do Mundo

// Maria Adélia Oliveira

Conhecido por seu comportamento dócil o tatu-bola pode ser facilmente capturado, tornando-se uma presa fácil. de Futebol de 2014 e a Copa das Confederações de 2013. Escolhido por meio de uma votação na internet que durou três meses, o apelido – que significa a mistura das palavras ‘futebol’ e ‘ecologia’ – teve o voto de mais de 1,7 milhão de pessoas no Brasil e derrubou seus concorrentes, Zuzeco e Amijubi. Além de incentivar os segmentos comerciais e ajudar nas estratégias de marketing, a utilização de uma mascote em eventos esportivos representa a parte lúdica da competição. Para chegar até a versão final de Fuleco, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) e o Comitê Organizador Local (COL) realizaram um longo processo de concorrência que envolveu seis agências brasileiras, responsáveis pela criação de 47 propostas. Todas levaram em 65


conta fatores como representação do Brasil, propriedade intelectual e viabilidade da mascote enquanto personagem viva. A lista final, reduzida para seis personagens, foi avaliada novamente por meio de uma pesquisa conduzida junto ao grupo-alvo primário da mascote oficial, formado por crianças com idades entre 5 e 12 anos. O tatu-bola se destacou em todas etapas e foi o grande escolhido. O projeto que traz o tatu-bola como inspiração para a mascote veio da ONG Associação Caatinga. O secretário executivo da instituição, Rodrigo Castro, conta que a ideia foi apresentada para a FIFA em fevereiro de 2012 e, desde então, diversas campanhas de incentivo foram feitas na internet e nas ruas. Para ele, a recente visibilidade está sendo fundamental para a sobrevivência do animal, que corre sérios riscos de extinção: “Muita gente tem uma impressão errada da Caatinga e não sabe da riqueza de sua fauna e flora. Acreditamos que, por meio dessa divulgação do tatu-bola, possamos direcionar esforços para mudar esse cenário.” De acordo com o Departamento de Imprensa da FIFA, está entre os objetivos da instituição a utilização desses eventos internacionais como plataforma para disseminar a importância do meio ambiente e da ecologia. Fuleco já começou, portanto, a cumprir seu papel e promete viajar o mundo, não somente para torcer pela seleção brasileira e pelo esporte, mas para ajudar a preservar a natureza e sua própria espécie.

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O tatu Nome popular:

Tatu-bola ou tatu-bola-da-catinga

Nome científico:

Tolypeutes tricinctus

Família:

Dasypodidae

Gênero:

Tolypeutes

Habitat:

Caatinga arbórea

Hábito:

Noturno

Tamanho:

30 a 50 cm

Peso:

Cerca de 1,2 kg

Alimentação:

insetos, areia e material vegetal

Ninhada:

Um filhote e, mais raramente, dois


// Mundo Animal

Carapaça com segmentos anterior e posterior ligados por 3 cintas flexíveis.

Anatomia do tatu-bola Olfato bastante desenvolvido.

Focinho alongado, adaptado ao tipo de alimentação, permitindo o acesso a formigueiros, buracos e etc.

Pelos sensoriais, principalmente na área do ventre.

Pata com três dedos e garras para remover areia e casca de árvore.

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*& kd i asq // Caça-palavras

Previdência Complementar Fechada:

importante conquista do trabalhador

Nos últimos anos, o segmento operado pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPCs, a exemplo da Fachesf, vem se consolidando como um dos mais importantes mecanismos de complementação de rendimento do cidadão brasileiro. Esse fato se deve principalmente às rígidas normas que regulam o Setor, que cobram gestões cada vez mais eficientes e responsáveis por parte dos Fundos de Pensão e seus dirigentes, e a uma maior estabilização da economia, que deu mais condições à população de planejar seus orçamentos mensais e investir no futuro. Além de ser uma garantia de o trabalhador poder contar com uma renda adicional a da Previdência Oficial (hoje limitado ao teto máximo de R$ 4.159), por ocasião da sua aposentadoria, a previdência complementar fechada é um importante instrumento da política de recursos humanos para o empregador, afinal, ao participar do custeio de planos de previdência, as organizações reforçam sua preocupação com o futuro dos trabalhadores e sua qualidade de vida.

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FACHESF Para testar seus conhecimentos e saber cada vez mais sobre a Fundação e seus Planos de Previdência, leia com atenção as matérias publicadas nesta edição da revista Conexão Fachesf (Nº 11) e responda as questões a seguir.

Depois, coloque este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na Sede da Fundação, ou entregue-o na Agência Fachesf mais próxima. Se preferir, o Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br. Quem responder até o dia 05 de abril e acertar todas as respostas ganhará um prêmio especial. Boa sorte! 1. Como o Participante faz para ter acesso à Conexão Fachesf pelo seu celular (tipo smartphone) ou tablet?

A Pesquisar por “Conexão Fachesf” na loja virtual do sistema operacional do seu aparelho (Apple Store ou Google Play) e baixar gratuitamente o aplicativo.

B Entrar na área restrita do site da Fachesf e preencher um formulário de cadastro.

C Ligar para a Central de Relacionamento da Fachesf e solicitar uma senha de acesso.

D Enviar e-mail para o “Fale Conosco” solicitando um código de acesso.

2. Segundo a especialista Cássia D’Aquino, quais os três pilares básicos no processo de aprendizagem sobre educação financeira para crianças?

A Doar, gastar e brincar. Ativo Aposentado

Lotação Pensionista

B Doar, poupar e gastar. C Poupar, gastar e investir. D Doar, guardar e dar. 3. Na editoria Ponto de Vista, os entrevistados comentam, entre outros temas, que apesar de a redução da taxa de juros propiciar um melhor bem-estar para a sociedade, no caso da previdência privada, seja fechada ou aberta, essa redução não é benéfica. Por que isso acontece?

A Porque para manter o mesmo nível de benefí-

cio, o trabalhador precisará aumentar o valor da contribuição, ou passar a correr mais riscos nos investimentos da sua poupança previdenciária.

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FACHESF B Porque para manter o mesmo nível de benefício, o trabalhador deve optar em correr menos riscos nos investimentos da sua poupança previdenciária.

C Porque para manter o mesmo nível de benefício,

o trabalhador deve apenas realizar esporadicamente contribuições voluntárias.

D Nenhuma das alternativas acima.

tema

D Dizer que problema financeiro é coisa de adulto 8. Cerca de quantas pessoas morrem no Brasil todos os anos por conta da automedicação, de acordo com a Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma)?

4. Para Tatiane Almeida, professora de economia da UFPE, um dos fatores que mais contribui para o aumento das dívidas e, consequentemente, da inadimplência, é:

C 20 mil pessoas

A O agravamento da crise econômica mundial.

D 22 mil pessoas

B A quantidade de trabalhadores sem carteira assinada.

C A falta de conhecimento de como lidar com o crédito.

D As poucas opções e facilidades de crédito disponíveis no mercado.

5. Em que ano foi publicada a Resolução CGPC Nº 13, que estabelece princípios, regras e práticas de Governança? A 2008 B 2010 C 2004 D 2006 6. A rentabilidade acumulada em 2012 dos Planos Fachesf, Ibovespa e Poupança, foi, respectivamente:

A 15 mil pessoas B 19 mil pessoas

9. Quando foi lançado o Programa de Valorização à Diversidade Humana da Fachesf?

A 1972 B 1985 C 2005 D 2009 10. Nessa 11ª edição da revista Conexão Fachesf, qual a matéria que você mais gostou?

11. O que você achou desta edição da revista?

B 25,65%, 14,28% e 6,55%

A Ótima B Boa

C 25,65%, 7,4% e 6,58%

C Regular

D 14,28%, 25,65% e 7,79%

D Ruim

A 26,58%, 7,8% e 5,58%

7. De acordo com o artigo “Pais conscientes, filhos equilibrados”, que elemento pode ser trabalhado com a criança, mostrando seu significado e utilização, sobre educação financeira?

B A Estipular o pagamento de uma mesada para a C criança

B Mostrar que administrar dinheiro é uma tarefa D fácil

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C Colocar a criança numa escola que aborde o

Por quê?


Habitat para a Humanidade, juntamente com parceiros e comunidades, desenvolve projetos de promoção à moradia adequada para pessoas em situação de vulnerabilidade, em uma perspectiva integral, articulando outras ações, como geração de renda, educação e saúde. Habitat para a Humanidade faz parte da rede internacional Habitat for Humanity, organização fundada nos EUA em 1976, presente em mais de 80 países e que promoveu mais de 500.000 moradias ao redor do mundo. No Brasil desde 1992, Habitat para a Humanidade vem trabalhando pela promoção da moradia como direito humano, fundamental para a vida e desenvolvimento das pessoas e de comunidades.

Colabore com nossos projetos e ajude a transformar vidas. Acesse: www.habitatbrasil.org.br 71


Agora a

chegou no seu tablet! Para acessar, basta pesquisar por “Conexão Fachesf” na loja virtual* do seu smartphone ou tablet e baixar gratuitamente o aplicativo.

*Apple Store ou Google Play

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