Conexão Fachesf nº 10

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FACHESF

Revista da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social

ano 4

Nº10

2012

// PONTO DE VISTA

Presidente da Chesf fala sobre parceria com a Fundação // SEU DINHEIRO

O sonho da casa própria é possível // ESPECIAL

Boas histórias para contar

Previdência sem

preconceito


. s e s a f s a i r á v m e A vida t

s.

dela a m u a d a mpanha c

co

a o n a l P u e Os

Variação de preço por idade Desde 2004, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu limites para a variação de preço por faixa etária. Essa variação abrange os planos de saúde privados. Por isso, a cada 4 anos, além do reajuste anual, também há um reajuste anual, também já um reajuste por idade nova do beneficiário.

Fique atento. Essa informação é importante para você.

Faixas etárias 0 a 18 anos 18 a 23 anos 24 a 28 anos 29 a 33 anos 34 a 38 anos 39 a 43 anos 44 a 48 anos 49 a 53 anos 54 a 58 anos 59 anos ou mais

ANS - Nº 31723-3 RN Nº 16 - 05/11/02 MS

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// EDITORIAL

// Nova cara, o mesmo estilo Caro leitor, É com muito entusiasmo e alegria que trazemos até você a décima edição da Conexão Fachesf. Quatro anos após seu lançamento (outubro de 2008), hoje podemos dizer que a revista chegou para mostrar que é possível, sim, falar de educação previdenciária, saúde e finanças de forma criativa, atraente e capaz de despertar o interesse dos nossos leitores. Prova disso foi o quiz lançado sobre a edição especial em homenagem aos 40 anos da Fundação, em abril deste ano. No total, mais de 400 Participantes responderam espontaneamente à enquete e deixaram incontáveis elogios sobre a qualidade técnica e editorial da revista, a beleza do layout e o conhecimento adquirido por meio dos depoimentos dos especialistas que já estamparam as páginas da Conexão. Para comemorar essa conquista e celebrar a abertura de um novo ciclo da revista (que venham as próximas dez edições!), trazemos até você um projeto gráfico totalmente renovado, recheado de fotografias, ilustrações e infográficos explicativos. Na matéria de capa desta edição, a Conexão Fachesf quebra mais um tabu no seu segmento e traz uma reportagem especial sobre como a previdência nacional lida com os direitos dos homoafetivos. Entenda o que dizem as leis que equiparam os direitos dos casais heterossexuais e homossexuais, e o que o cidadão deve fazer para ter acesso a todos os seus direitos.

Nas páginas dedicadas à saúde, procuramos desmistificar o que são os alimentos funcionais, conhecidos há milhares de anos pelas culturas orientais, e que cada vez mais têm feito parte também do cardápio de centenas de brasileiros. Além disso, conversamos com um dermatologista para explicar o que é a psoríase, doença de pele que afeta cerca de 2% da população nacional, mas ainda pouco divulgada no Brasil. Na editoria “Seu dinheiro”, para ajudar aqueles que estão decididos a adquirir sua primeira casa própria, nossa reportagem entrevistou especialistas da área, que dão dicas práticas e fazem uma série de observações que devem ser avaliadas antes da compra, para evitar grandes traumas no orçamento familiar. Você vai conferir ainda os benefícios do parto normal para as mães e os bebês, depoimentos emocionantes em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, e tudo sobre a equoterapia, prática que utiliza cavalos para auxiliar no tratamento de diversas doenças. Ah! Prepare-se também para dar boas-vindas à nova mascote do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf. Tudo isso com uma cara nova, mas sem perder a leveza e a clareza dos textos, nossa busca principal desde o primeiro número da revista. Boa leitura. Laura Jane Lima · Editora Geral

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// Conexão Fachesf Educação Previdenciária

Seu Dinheiro

08

24

No Consultório

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Ponto de Vista

06

// Um mergulho na história da previdência

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VENDE-SE

// Casa própria: muito além de um sonho

Quiz Fachesf Fachesf-Saúde

15 // João Bosco de Almeida

Revista Conexão Fachesf Editada pela Assessoria de Comunicação Institucional [Editora Geral] Laura Jane de Lima [Editora Executiva e Textos] Nathalia Duprat [Estagiário de Jornalismo] Uiara Aimê

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// Boas histórias para contar

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// Em função do bem-estar

// Conexão Fachesf é dez

Especial

// Caminho natural para a vida

[Colaboraram nesta edição] Náide Nóbrega, nas editorias: Mundo Animal, e Fachesf-Saúde. Camila Ribas, nas editorias: No Consultorio e Seu Dinheiro. Luiza Tiné, na editoria: Cultura e Lazer. Sibele Fonseca, na produção. Fotografia: Juanpa Ausin e Ruth Ricardo (na editoria Especial). [Comissão de Pauta] Laura Lima, Nathalia Duprat, Valcenir Lisboa, Wanessa Cysneiros e Anita Telles.

[Tiragem] 11 mil exemplares [Impressão] Provisual Gráfica [Redação] Rua do Paissandu, 58 Boa Vista, Recife – PE CEP: 50070-210 Telefone: (81) 3412.7508 / 7509 [E-mail] conexao@fachesf.com.br [Projeto Gráfico] Corisco Design [Diagramação] Fátima Finizola


54 Planejamento e Gestão

Mundo Animal

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Central de Relacionamento

// Uma lição de empenho e dedicação

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Cultura e Lazer // Benvinda: ela veio para ficar

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// Qualidade de vida que vem a galope

// Credibilidade e cortesia no atendimento // Luiz, velho lua, Gonzagão

[Ilustrações] Estúdio Mama Loba (p. 8-12, 15, 17-22, 24-31, 58-64), Damião Santana (44-48, 65-68), Marcos Lima (p.49-23, 56) e Laerte Silvino (40-42, 71. Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social | Fachesf Clayton Ferraz de Paiva · Presidente Luiz Ricardo da Câmara Lima · Diretor de Adm. e Finanças ·Maria da Salete Cordeiro de Sousa · Diretora de Benefícios

// ÍNDICE

Foco no Participante

Passatempos

*& kd i asq 70

// Caça-Palavras // Martinha

// EXPEDIENTE * Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Conexão Fachesf. ** O Participante Ativo que quiser receber sua revista em casa, deve solicitar através do e-mail conexao@fachesf.com.br.

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// Ponto de Vista

A Relação entre a Chesf e a Fachesf é de soma de esforços.” Natural da cidade de Princesa Isabel, na Paraíba, João Bosco de Almeida assumiu a presidência da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) em dezembro de 2011, depois de uma bem-sucedida carreira na empresa. Engenheiro eletricista com especialização em ciência política, atuou ainda como secretário de Recursos Hídricos e Energéticos do Estado de Pernambuco, entre outros cargos de relevância. Para esta edição da Conexão Fachesf, João Bosco concedeu uma entrevista exclusiva à revista, na qual fala sobre a parceria entre a Chesf e a Fachesf e a importância da previdência complementar para os chesfianos.

Conexão Fachesf > Entre os fatos e avanços registrados na trajetória da Fachesf nesses 40 anos, quais o senhor destacaria como os mais significativos? João Bosco > A trajetória da Fachesf ao longo desses 40 anos é repleta de marcos importantes. A Fundação tem procurado sistematicamente aperfeiçoar seus processos e buscar o melhor para os Participantes Ativos e Assistidos. Citamos como exemplos: a criação do Regulamento 002, que deu a oportunidade de os Participantes optarem por um plano mais justo e garantiu uma suplementação maior que a do regulamento inicial; a eleição, em 1987, de membro da diretoria pelo voto direto dos Participantes, antes mesmo que isso fosse uma obrigação legal; a transição muito bem estudada e executada para as regras que dispuseram sobre a paridade, com a criação dos planos BD, BS e CD, destacando aqui o respeito aos direitos dos que já estavam aposentados; as eleições diretas para membros do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal, sempre em clima de democracia; e o excepcional entrosamento e busca de objetivos comuns com a patrocinadora Chesf, que resultaram e resultam na garantia de maior tranquilidade para os Ativos e Assistidos. Na área assistencial, destaca-se o advento do Fachesf-Saúde, atendendo a dezenas de milhares de Participantes e seus dependentes. Conexão Fachesf > Os fundos de pensão têm se mostrado uma importante ferramenta de recursos humanos das patrocinadoras, seja no sentido de proteger o trabalhador e a sua família, de ser um atrativo a mais para a retenção de talentos ou de incentivar a constituição de poupança de longo prazo. Na sua opinião, a Fundação tem cumprido esses objetivos? JB > Os fundos de pensão são de importância fundamental do ponto de vista social, pois

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proporcionam aos empregados a oportunidade de ter, após sua aposentadoria, um padrão de vida mais próximo daquele que tinham durante o período de atividade. Do ponto de vista empresarial, também é importante, pois traz para a organização um nível de tranquilidade e de clima organizacional muito mais propício para o desenvolvimento das atividades necessárias ao cumprimento dos objetivos da empresa. As entidades de previdência fechada são ainda responsáveis por uma parcela considerável da poupança interna, e seus recursos são indispensáveis para o investimento em atividades produtivas essenciais para o desenvolvimento sustentável do nosso país. A Fachesf tem exercido continuamente esse papel, com zelo e competência, e os números do seu patrimônio (na verdade, patrimônio dos chesfianos), que hoje ultrapassa R$ 5 bilhões, são uma prova cabal dessa atuação. Conexão Fachesf > Apesar de terem gestões independentes, a Chesf é corresponsável pelo êxito e perenidade da Fachesf. Nesse sentido, qual é a melhor maneira de as duas entidades somarem esforços na defesa dos objetivos estratégicos da Fundação? JB > A relação entre a Chesf e a Fachesf, como já disse, é de total entrosamento e de soma de esforços. Os objetivos da Fundação também fazem parte dos objetivos da Chesf. A manutenção do diálogo, a corresponsabilidade administrativa e a execução das ações com competência e absoluta lisura garantirão a perenidade da nossa Fundação. Conexão Fachesf > Qual é a importância do recente trabalho de educação financeira e previdenciária que a Fachesf passou a desenvolver, e como a Chesf, na condição de Patrocinadora, pode contribuir para o fortalecimento de um programa dessa natureza? JB > O aumento do nível de consciência previdenciária dos chesfianos é objetivo comum da Chesf e da Fachesf. As recentes ações de caráter educativo da Fundação se revestiram de amplo sucesso, mas é preciso investir ainda mais nesse tema. Vislumbro aqui a possibilidade de intensificar a parceria entre as instituições patrocinadora e patrocinada

O aumento do nível de consciência previdenciária dos chesfianos é objetivo comum da Chesf e da Fachesf.

no campo da educação previdenciária, introduzindo o tema entre aqueles abordados pelo nosso Plano de Educação Corporativa, claro que com a ajuda imprescindível da Fachesf. O tema pode ser abordado de várias formas, tais como palestras, cursos, vídeos na internet e intranet, artigos e comunicações corporativas, de modo a esclarecer ainda mais os empregados sobre a importância da formação dessa poupança que garantirá uma melhor qualidade de vida no futuro. Conexão Fachesf > Na opinião do senhor, quais são os principais desafios que a Fundação terá de enfrentar nos próximos anos? JB > Os desafios são inúmeros, mas destaco aquele que hoje está continuamente presente na mente dos administradores de recursos dos fundos de pensão: a economia mundial mostra-se cada vez mais globalizada e sensível, e a meta atuarial cada vez mais difícil de ser batida. A meu ver, a solução passa por um gerenciamento de riscos cada vez mais profissional na avaliação dos investimentos das fundações. É importante, também, estar atento às decisões governamentais acerca da renovação das concessões, que, em maior ou menor grau, poderão afetar a Fundação. Conexão Fachesf > Que mensagem o senhor deixa para os Participantes da Fachesf? JB > A mensagem é de certeza na consecução perene dos objetivos da Fachesf. A Chesf se fortalece com o fortalecimento da Fundação. Para os Suplementados, como eu, deixo minha plena confiança no equilíbrio atuarial dos planos; para os Ativos, deixo a convicção de que os aportes são os melhores investimentos para uma aposentadoria mais tranquila; e, para os chesfianos que ainda não são Participantes, deixo a sugestão: procurem a Fachesf. 7


// Educação Previdenciária

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Previdência

sem preconceitos Direitos previdenciários valem para todos os casais, independentemente do sexo

“Diferentemente do casamento ou da própria união estável, a família não se define como simples instituto ou figura de direito em sentido meramente objetivo. Essas duas objetivas figuras de direito que são o casamento civil e a união estável é que se distinguem mutuamente, mas o resultado a que chegam é idêntico: uma nova família, ou, se se prefere, uma nova entidade familiar, seja a constituída por pares homoafetivos, seja a formada por casais heteroafetivos.”

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// Educação Previdenciária

Para conseguir fazer valer seus direitos previdenciários, os casais homossexuais tinham que percorrer um longo caminho na justiça.

F

oi com esta afirmação que o ministro Ayres Britto abriu as votações e declarou-se favorável ao julgamento realizado pelo Superior Tribunal Federal (STF) que discutia o reconhecimento da união estável entre homossexuais. Era o dia 5 de maio de 2011 e o longo debate estava apenas iniciando. Acompanhado por olhos atentos em todo o território nacional, por meio das redes sociais e da cobertura pela imprensa, o resultado do julgamento poderia mudar a história de milhões de pessoas em todo o Brasil. Relator da ação, o ministro Ayres Britto defendeu a ideia de que, perante a lei e a sociedade, os casais do mesmo sexo deveriam ser percebidos como uma nova entidade familiar e, por consequência, possuir os mesmos direitos garantidos aos casais formados por homem e mulher. Sua opinião foi repetida pelos nove ministros que votaram depois dele. Por unanimidade de dez votos a zero, o julgamento que durou mais de 11 horas e só terminou no dia seguinte, declarou como legítima a entidade familiar formada por cidadãos homoafetivos, garantindo-lhes direitos como herança, inscrição do(a) companheiro(a) em planos de saúde, pensão alimentícia, entre outros. A decisão ficou marcada como uma importante vitória na luta dos homossexuais brasileiros por mais igualdade entre todos e trouxe maior respaldo jurídico à Portaria MPS nº 513, de 9 de dezembro de 2010, do Ministério da Previdência Social. A Portaria estabeleceu que, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), os dispositivos que tratam de dependentes para fins previ-

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Homossexuais e previdência ALGUNS NÚMEROS

60mil número de brasileiros que declararam viver com cônjuges do mesmo sexo (Censo 2010)

1.822

número de pensões de casais homossexuais já estão ativas no INSS

10x0

placar da votação que reconheceu como legítima a união homoafetiva no STF


Foto: Nicolas Gomes

denciários devem ser interpretados de forma a abranger a união estável entre pessoas do mesmo sexo, a partir de um despacho da Advocacia-Geral da União (AGU). Na prática, isso significava que, a partir daquela data, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teria que conceder administrativamente a companheiros do mesmo sexo os direitos a pensão por morte e auxílio-reclusão, equiparando-se à proteção que já era dirigida às famílias formadas por casais heterossexuais. Desde o ano 2001, os benefícios vinham sendo pagos pelo INSS, mas somente por força de uma liminar judicial concedida em Ação Judicial Pública. Ou seja, para conseguir fazer valer seus direitos previdenciários, os casais homossexuais eram obrigados a percorrer um longo caminho na justiça. O diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social Rogério Nagamine, explica que a postura do Ministério é garantir proteção social para os segurados e seus dependentes e seria um absurdo não garantir a proteção, nesses casos, por motivo de discriminação. “O próprio Ministério da Previdência Social vem, inclusive, buscando disseminar a informação de que a concessão desse direito agora se dá por via administrativa, e não mais jurídica, como no passado”, esclarece. Segundo levantamento feito pelo INSS, foi identificado, até novembro de 2011, um total de 1.822 pensões ativas para dependentes homoafetivos no Brasil. Apesar de ser um número ainda tímido – provável reflexo da discriminação que ainda existe na sociedade –, representa que a discussão vai continuar e ainda há muito a ser feito.

// Rogério Nagamine

Para Rogério Nagamine, há registro de vários países, como Holanda, Bélgica e outros, que estão à frente do Brasil e já contam com uma legislação mais avançada que reconhece de forma explícita os mesmos direitos dos casais heterossexuais para os casais do mesmo sexo, não apenas no tocante à legislação previdenciária, mas de uma forma geral, reconhecendo a união legalmente. “A própria corte de justiça europeia decidiu, em 2011, equiparar o direito à pensão para casais homossexuais ao direito dos casais de sexo oposto, tratando-se de um importante marco legal no reconhecimento de direitos. Contudo, ainda há muitos países que, embora tenham no seu normativo legal o combate à discriminação, não evoluem para uma legislação que explicitamente garanta os direitos dos homossexuais”, alerta Nagamine.

O Brasil, ao menos, já deu seu primeiro passo, com a portaria do Ministério da Previdência, Social que ganhou um importante reforço no ano passado, com o reconhecimento da união estável homoafetiva pelo STF, garantindo um direito legal aos mais de 60 mil casais que declaram conviver com cônjuges do mesmo sexo no País (Censo 2010).

“A postura do ministério é garantir proteção social para os segurados e seus dependentes e seria um absurdo não garantir a proteção, nesses casos, por discriminação.” 11


// Educação Previdenciária

Documentação Exigida União Estável do mesmo sexo

Os documentos solicitados pelo INSS para declaração de união estável entre casais do mesmo sexo são os mesmos fixados pelo Código Civil para parceiros heterossexuais: declaração de Imposto de Renda do segurado, com o beneficiário na condição de dependente; certidão de disposições testamentárias (testamento); declaração especial feita perante tabelião (declaração de concubinato); ou conta bancária conjunta. Além de um desses documentos, o INSS aceita as seguintes declarações:

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1 2

Prova de mesmo domicílio; Procuração ou fiança reciprocamente outorgada;

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Registro em associação de qualquer natureza, em que conste o interessado como dependente do segurado;

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Anotação constante de ficha ou livro de registro de empregado;

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Apólice de seguro na qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;

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Ficha de tratamento em instituição de assistência médica na qual conste o segurado como responsável;

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Escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome do dependente ou quaisquer outros documentos que levem à convicção do fato a comprovar.


E a Fachesf?

O

reconhecimento da união homoafetiva para fins previdenciários começou a ser discutido na Fachesf em meados de 2008. Já naquele ano, a Fundação entendia que se tratava de um direito legítimo dos seus Participantes e deu início a um debate entre gestores, diretores e conselheiros para propor uma alteração no texto dos regulamentos dos planos previdenciários que permitisse a inclusão como dependentes de companheiros do mesmo sexo. Com a aprovação do Conselho Deliberativo, os novos regulamentos seguiram os trâmites legais para validação pela Patrocinadora Chesf e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

No entanto, em 2011, com o reconhecimento pelo STF da união homoafetiva, a Fachesf entendeu que não era mais necessário esperar a mudança dos regulamentos dos planos e automaticamente estendeu para cônjuges homoafetivos as mesmas regras válidas para cônjuges heterossexuais. “A Fundação tem o dever de oferecer proteção previdenciária para todos os seus Participantes, independentemente da opção sexual. Não esperamos nenhuma determinação para começar a fazer valer esse direito legítimo”, explica Rogério Cardozo, gerente de Concessão de Benefícios da Fachesf. Vale destacar que, desde julho de 2010, após a aprovação do Conselho Deliberativo do Fachesf-Saúde, a Fundação já autorizava a inclusão de companheiros do mesmo sexo como dependentes no plano de saúde.

// Fazendo história “Se algo acontecer comigo, procure a Fachesf”. A frase foi repetida várias vezes pelo companheiro de Sandro José Silva de Brito, durante as quase duas décadas que viveram juntos. Enfermeiro aposentado da Chesf desde 1990 e Participante Assistido da Fundação, quando ele faleceu, em 2010, vítima de um infarto fulminante, a lei que reconhecia o direito de previdência para casais homossexuais ainda não havia sido declarada. Sandro seguiu o conselho do companheiro e entrou em contato com a Fachesf. Naquele ano, ainda estavam em discussão os estudos para a mudança nos Regulamentos dos Planos, que passariam a reconhecer parceiros do mesmo sexo como dependentes. Em dezembro de 2010, com a decisão do Ministério da Previdência Social, Sandro deu entrada na solicitação formal de sua inclusão como pensionista do companheiro e teve todos os seus direitos respeitados. Em maio de 2011, após o reconhecimento da união homoafetiva pelo STF, foi a vez da Fachesf: a entidade regularizou sua situação e providenciou o pagamento de todos os benefícios retroativos. Seu processo tornou-se um marco para a história da Fundação e Sandro, o primeiro pensionista homoafetivo da entidade. Sem qualquer receio de buscar seus direitos, Sandro acredita que as pessoas ainda preferem abrir mão dos próprios direitos por medo de preconceito ou vergonha. “Não entendo porque isso ainda acontece. Acho que só se deve ter vergonha de prejudicar o próximo e mais nada”, desabafa.

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artigo

// Educação Previdenciária

O seguro morreu de velho Você tem seguro de vida? Se ainda não tem, leia este artigo com atenção e conheça mais sobre esse importante benefício. Quem sabe você não muda de ideia? Se você já é um segurado, continue lendo para obter mais informações. Comecemos analisando a finalidade do Seguro de Vida em Grupo, partindo da premissa de que ele se destina a amparar financeiramente e oferecer segurança e proteção às pessoas que você ama (beneficiários) – lembrando que os beneficiários do seguro são de sua livre escolha e indicação, independentemente da relação de parentesco. Além disso, e não menos importante, em caso de invalidez por acidente, você receberá uma indenização que ajudará a diminuir os transtornos e a melhorar sua qualidade de vida nesse novo momento. Feito esse raciocínio preliminar, gostaria também de destacar um outro aspecto muito importante: o pagamento do prêmio (mensalidade) do Seguro de Vida em Grupo tem a participação da Chesf ou da Fachesf, para os empregados ativos, o que torna o seguro muito mais barato, quando comparado com os demais oferecidos no mercado. Mesmo para os aposentados, que já não contam mais com essa participação, ainda assim é vantajoso, uma vez que eles permanecem fazendo parte de uma apólice coletiva, o que torna a mensalidade mais atrativa.

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Morte Natural; Morte Acidental (neste caso, o valor da indenização será em dobro); Invalidez Total ou Parcial por Acidente; Seguro Cônjuge Automático; Seguro Filho Automático; Auxílio Funeral (translado, funeral completo, sepultamento ou cremação).

Você ainda poderá optar por fazer o Seguro Cônjuge, que o indenizará por Morte Natural, Acidental e por Invalidez Total ou Parcial por Acidente do seu cônjuge, bem como pelo Seguro de Acidente Pessoal. Para começar a ter direito ao Seguro de Vida em Grupo administrado pela Fachesf, basta comparecer à sede da Fundação ou a uma de suas Agências, preencher o cartão de adesão e garantir bem mais tranquilidade para você e sua família. Se você é empregado da Chesf ou da Fachesf, procure saber qual é o percentual de participação de sua patrocinadora e passe a usufruir de todas essas vantagens. O que você ainda está esperando? Lembre-se, caro Participante, “o seguro morreu de velho”.

Além disso, os Participantes Ativos e Assistidos têm a praticidade de descontar a mensalidade diretamente no seu contracheque, podendo usufruir de toda a estrutura da Fundação para resolver qualquer assunto administrativo ligado ao seguro de vida. Pois bem, após esse elenco de vantagens e facilidades, vejamos agora em que situações o seguro indeniza você e/ou os seus beneficiários:

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Salete Cordeiro é diretora de Benefícios da Fachesf.


Conexão Fachesf é dez

FACHESF Dando continuidade à série de jogos de perguntas e respostas iniciadas no início desse ano, a Conexão Fachesf traz a segunda parte do Quiz Fachesf. O objetivo da ação é estimular os Participantes a conhecer cada vez mais a Fundação, seus Planos de Previdência e veículos de comunicação – a exemplo desta revista, que chega a sua edição número 10.

Para participar da segunda rodada do Quiz, leia com atenção as matérias desta edição e responda às questões. Em seguida, basta depositar este formulário na urna localizada na Central de Relacionamento, na sede da Fundação, ou entregá-lo na Agência Fachesf mais próxima até o dia 26 de outubro. O Quiz também pode ser respondido online, no site www.fachesf.com.br. Se você acertar todas as respostas, ganhará um prêmio especial. Boa sorte!

Ativo Aposentado

Lotação Pensionista

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FACHESF 1. Em que ano, o Ministério da Previdência Oficial lançou uma Portaria determinando que, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, os dispositivos que tratam de dependentes para fins previdenciários deviam ser interpretados de forma a abranger a união estável entre pessoas do mesmo sexo?

A 2001 B 2008 C 2010 D 2011 2. Qual a data que é comemorado o Dia do Participante da Fachesf?

A 24 de janeiro B 10 de abril C 3 de setembro D 13 de setembro 3. De acordo com levantamento realizado pelo Fachesf-Saúde, qual a porcentagem de partos normais cobertos pelo Plano que foram realizados no ano de 2011?

A 11% B 14% C 27% D 89% 4. Quem foi o primeiro agente da Fundação em Paulo Afonso (FAPA)?

6. Como é chamada a nova mascote do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf?

A Benevida B Benvinda C Boavinda D Aparecida 7. Apenas um seleto grupo de fundações, dentre elas a Fachesf, conseguiu a aprovação pela Previc do programa de Educação Financeira e Previdenciária. Quantas foram?

A 66 B 41 C 52 D 60 8. Dos itens abaixo, qual deles não está de acordo com os alertas contidos no artigo Seu Dinheiro?

A Atualizar o orçamento periodicamente é uma excelente maneira de manter as finanças em ordem

B Os limites de crédito disponíveis devem estar adequados a nossa realidade

C Dinheiro foi feito para gastar sem restrições D Não basta apenas cuidar dos rendimentos e gastos; é preciso ter a visão completa do nosso perfil financeiro

9. Nessa 10ª edição da revista Conexão Fachesf, qual a matéria que você mais gostou?

A Leônidas Marinho B Gilberto Gomes de Oliveira C Eurício Francisco da Silva D João Bosco Ferreira Gomes 5. Qual a doença que afeta 2% da população brasileira?

A Psoríase B Diabetes C Lupus D Gastrite

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10. O que você achou desta edição da revista?

A Ótima B Boa C Regular D Ruim Por quê?


// No Consultório

Em função do bem-estar Como os alimentos funcionais ajudam a trazer saúde para a mesa e disposição para o corpo

A sabedoria oriental é surpreendente, perpassa fronteiras e, por mais que alguns adeptos nem saibam explicar exatamente seus fundamentos, a realidade é que, para cada grupo de pessoas com olhos puxadinhos do lado de lá, há diversos cientistas do lado de cá comprovando os benefícios de suas práticas milenares e incentivando uma grande quantidade de usuários a adotar novos hábitos para melhorar sua qualidade de vida. 17


// No Consultório

E

sse é o caso da alimentação funcional que, apesar da origem japonesa, dia após dia, conquista mais espaço na cozinha dos brasileiros. Trata-se de um tipo de alimentação difundido a partir dos anos 1980 e que, segundo contam os especialistas, é capaz de, por si só, reduzir o risco de doenças crônicas e aumentar o índice de benefícios fisiológicos. “São várias as propriedades dos alimentos funcionais, as quais incluem, com relevância, a redução do risco de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, obesidade, osteoporose e outras doenças.” A explicação é de Silvana Salgado, professora de nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutora na área. Segundo ela, esses alimentos fazem parte de uma rotina de alimentação diária que proporciona um incremento no condicionamento fisiológico de quem a segue. Uma das propriedades mais procuradas pelos adeptos da alimenta-

As propriedades dos dos alimentos funcionais incluem a redução do risco de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, obesidade, osteoporose e outras doenças. // Silvana Salgado

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ção funcional tem um dos porquês mais buscados por quem já passou da casa dos 40: a desaceleração do envelhecimento. Ou seja, existe sim como prevenir o envelhecimento precoce e manter o corpo em pleno funcionamento por mais tempo. Para isso, é preciso colocar no cardápio diário alguns produtos de fácil acesso, como alecrim, cacau, uvas, brócolis, entre outros (veja tabela na página 21), e repensar o estilo de vida adotado. Afinal, como diz a máxima popular: “você é aquilo que come”.

Exemplos Não somente pela aparência jovem e leve, mas também pela energia que demonstra, a Participante Heloísa Nóbrega não aparenta os seus 58 anos de idade. Praticante da alimentação funcional, ela tem disposição de sobra e regras bem claras quando o assunto é comer corretamente. “É preciso investir na saúde, com alimentação adequada e atividades


“É preciso investir na saúde com alimentação adequada e atividades físicas, pois esse cuidado previne doenças e faz bem tanto para o corpo quanto para a mente”. // Heloísa Nóbrega

usar para controlar essa taxa. Tenho me sentido leve e com ótima disposição”, revela.

físicas, pois esse cuidado previne diversas doenças e faz bem tanto para o corpo quanto para a mente”, comenta. Heloísa caminha na praia, faz academia, anda de bicicleta e pratica body balance e pilates. Segundo ela, seu estilo de vida – que pode e deve ser incorporado aos hábitos do cotidiano de quem quer viver mais e melhor – é herança dos seus pais, que deram um espetáculo de vida com base em uma alimentação responsável. “Eles se preocupavam muito com isso e ambos morreram após os 90 anos de idade, sem nunca precisar usar o plano de saúde. Conseguir esse feito é o resultado de um estilo de vida saudável”, comemora Heloísa, que também segue os mesmos passos, sem apresentar problemas de saúde e com diversas medalhas no peito, resultados das vitórias que conquistou graças à sua disciplina. A maior delas é ser capaz de correr cerca de cinco quilômetros e ainda fazer o percurso de volta pedalando.

A Participante Walderez Carvalho, secretária executiva da Chesf, também sempre foi uma curiosa do assunto. Interessadíssima em temas ligados à saúde, preocupa-se em estar bem informada para poder se alimentar corretamente e assume essa prática quase como uma postura diante da vida. Por isso, tudo o que considera importante para deixar suas taxas em dia, ela leva para a cozinha e incrementa as receitas domésticas com opções funcionais, deixando de lado produtos danosos ao organismo, como gorduras e açúcares. “Não sei mais o que é um problema de estômago ou intestino e credito tudo isso à minha alimentação, que é bastante regrada”, comenta Walderez. Sua única queixa é uma taxa de colesterol alta, fruto de origem genética. Ainda assim, ela consegue driblar esse tropeço do DNA com a ingestão regular de linhaça e folhas verdes. “Foi a leitura que me proporcionou entender o que devo

Para ela, além dos ganhos físicos que obteve, uma de suas grandes conquistas foi poder mudar os hábitos do filho, que, se antes a criticava pela alimentação saudável, agora é o primeiro a pedir os tais alimentos integrais, desidratados ou naturais para comer.

A solução A constipação intestinal é um dos temas mais frequentes na mídia especializada em saúde e bem-estar. Basta ir até uma banca de revistas e folhear algumas páginas para encontrar produtos que se dizem milagrosos na resolução desse mal que afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Mas será que, com uma alimentação correta, não seria possível reverter essa questão? A resposta pode estar na linhaça marrom e dourada, e no consumo de bastante água e fibras. Heloísa Nóbrega conta que não apresenta esse problema, pois aposta em iogurtes com granola “da mais pura” todos os dias, durante seus lanches, sem deixar de lado as frutas e verduras. 19


// No Consultório

A nutrição funcional indica hortaliças e frutas das cores verde-escuro, amarela e vermelha como as mais importantes. A nutricionista Silvana Salgado aprovou o hábito e acrescentou que os laticínios probióticos provenientes da indústria alimentícia também são bastante confiáveis. “Ingerir 80 ml desse tipo de item por dia é suficiente para equilibrar o intestino e evitar os problemas, mas exceder a ingestão de culturas de bactérias pode causar diarreia”, alerta.

Variedade De modo geral, sempre vale apostar no bom e velho conselho da vovó: fibras e vitaminas consumidas diariamente ajudam no funcionamento adequado do organismo. A nutrição funcional indica hortaliças e frutas das cores verde-escuro, amarela e vermelha como as mais importantes. No cardápio, a indicação é investir em pratos sempre coloridos, incluindo, sempre que possível, alimentos como brócolis, cenoura, abóbora, tomate, pimentão, goiaba vermelha, mamão, pitanga, acerola e uva. Entretanto, não adianta olhar para a tabela de alimentos funcionais e

simplesmente se empanturrar de itens conhecidos como milagrosos, como chá-verde, por exemplo. A dieta deve ser equilibrada e conter todos os nutrientes necessários para o dia a dia, ou seja, não dá para ingerir apenas os alimentos funcionais; é preciso que as refeições contenham sempre carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas e minerais. “Os alimentos funcionais têm compostos bioativos de natureza química variada, por isso, quem os consome deve manter uma alimentação equilibrada em todos os nutrientes, pois os compostos bioativos mencionados não garantem o equilíbrio da alimentação por si só; são de uso mais pontual”, explica Silvana Salgado. Portanto, a dica é apostar nos alimentos funcionais como complementos naturais, com a mesma rotina de quem usa medicamentos diariamente. Pode ser um pouco difícil no começo, mas os benefícios para a saúde geral e a disposição adquirida para manter um ritmo intenso, condizente com a vida moderna, garantem que vale a pena a mudança dos hábitos alimentares. Com um pouquinho de tempo para pesquisar novas receitas e criatividade para usar alimentos funcionais na rotina diária, é possível obter uma excelente variedade de ingredientes no prato, unindo saúde e sabor.

Alecrim PROPRIEDADE

Antioxidante QUANTIDADE

De 3 a 4 xícaras de chá/dia ou de 10 a 20 gotas de óleo essencial

Alho PROPRIEDADE

Hipotensor, antiinflamatória, redutor de colesterol e triglicerídeo QUANTIDADE

De 600 a 900 mg de alho/dia ou um dente de alho fresco cru

Aveia PROPRIEDADE

Hipocolesterolêmica QUANTIDADE

60 g de farinha de aveia ou 40 g de farelo de aveia

Cacau PROPRIEDADE

Antioxidante QUANTIDADE

-

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TABELA

Chá-verde PROPRIEDADE

Antioxidante QUANTIDADE

Alimentos Funcionais

6 ou 7 xícaras de chá/dia

Gengibre PROPRIEDADE

Anti-inflamatório, antibacteria antibacteriano, antinauseante QUANTIDADE

15 g por dia de gengibre cru ou 40 g de gengibre cozido

Orégano PROPRIEDADE

Antimicrobiano e antioxidante QUANTIDADE

-

Linhaça

Soja

PROPRIEDADE

Antioxidante, reduz sintomas da menopausa (fogachos)

Variedades marrom e dourada Redutor de triglicerídeo, previne a constipação intestinal

PROPRIEDADE

QUANTIDADE

40 g por dia

25 g da proteína da soja ou 60 g para aliviar fogachos

Oleaginosas

Tomate

QUANTIDADE

nozes, avelã, castanha do pará, castanha de caju, macadâmia e pistache. PROPRIEDADE

Antioxidantes, redutores de triglicerídeo QUANTIDADE

30 a 60 g por dia

PROPRIEDADE

Antioxidante – previne o câncer de próstata, mama e pulmão QUANTIDADE

35 mg por dia de licopeno (2 tomates ou 1 concha de molho tomate).

Uva e Vinho PROPRIEDADE

Antioxidante QUANTIDADE

De 200 a 400 ml de suco de uva ou 200 ml de vinho tinto

Vegetais Crucíferos

(brócolis, couve-flor, couve, repolho, nabo) PROPRIEDADE

Antioxidante – prevenção de câncer em geral QUANTIDADE

Meia xícara de chá por dia

Laticínios Probióticos PROPRIEDADE

Equilíbrio da microbiota intestinal QUANTIDADE

80 ml por dia

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// No Consultório

entrevista | Vivianne Padilha

Probióticos x Prebióticos

Há diversos tipos de alimento funcional. Um dos mais famosos, que estampa capas de revistas de saúde há alguns anos, é o que contém elementos probióticos. Quem está antenado com as pesquisas na área também já escutou falar dos alimentos simbióticos, que nada mais são do que a união entre os prebióticos e os probióticos. A revista Conexão Fachesf conversou com a professora do curso de nutrição da UFPE e doutoranda na área de ciência dos alimentos do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFPE, Vivianne Padilha, sobre as propriedades desses alimentos e a forma como eles atuam em nosso organismo.

CF > Quais são as propriedades específicas dos probióticos e como eles atuam em nosso organismo? VP > Os probióticos são microrganismos vivos da nossa flora intestinal normal, ou seja, são as bactérias presentes normalmente no nosso intestino e que têm a função de auxiliar seu funcionamento e nos proteger de bactérias que possam nos fazer mal. Quando administrados em quantidades adequadas, trazem diversos benefícios à saúde. Os objetivos dos alimentos enriquecidos com probióticos são auxiliar a proliferação dessas bactérias benéficas para regular o trânsito intestinal e nos proteger de possíveis infecções. Eles são muito usados em iogurtes e leites fermentados, a exemplo dos lactobacilos e das bifidobactérias, que podem colaborar na digestão da lactose em indivíduos com intolerância, reduzir a constipação e a diarreia, ajudar na resistência a infecções por salmonela, aliviar a síndrome do intestino irritável, estimular o sistema imunológico e a produção de vitamina B, reduzir a concentração de amônia e colesterol no sangue e, também, auxiliar o restabelecimento do corpo após qualquer tratamento com antibióticos. CF > E os prebióticos, como atuam? VP > Os prebióticos são alguns tipos de fibras que servem como substrato para fermentação dos probióticos no trato gastrointestinal, auxiliando o crescimento

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dos probióticos. Além de melhorar o funcionamento do intestino e diminuir os riscos de infecções, os prebióticos também podem diminuir a absorção de gorduras pelo intestino, diminuindo assim o colesterol total. Também aumentam a absorção de minerais como cálcio, ferro, zinco e magnésio e aliviam a constipação. CF > Onde é possível encontrar os prebióticos? VP > No trigo, cebola, alho, alho-poró, almeirão, chicória, banana e yacon (tubérculo andino já comercializado no Brasil). Também estão presentes nas frutas cítricas, maçã, cenoura, farelo de aveia, soja, lentilha e ervilha. Tanto os probióticos quanto os prebióticos devem ser ingeridos diariamente. CF > Há contraindicações? VP > Todos os indivíduos podem e devem consumir alimentos simbióticos, ou seja, prebióticos e probióticos juntos. No entanto, podem ocorrer alguns efeitos adversos, como diarreia, quando não são fermentados pelo organismo. Quando fermentados pela microbiota endógena, os prebióticos aumentam a produção de gás, resultando em flatulência, cólica, inchaço e distensão abdominal. Nesse caso, basta parar ou diminuir a quantidade ingerida. Os probióticos sozinhos, por outro lado, não apresentam esses inconvenientes mencionados e têm sido efetivos na prevenção e no alívio de diversos episódios clínicos.


Doença de pele que afeta cerca de 2% da população brasileira, mas ainda pouco conhecida pela maioria das pessoas, a psoríase traz problemas não só estéticos, mas de autoestima, para os que convivem com ela. Para explicar os principais sintomas e tratamentos dessa patologia, a Conexão Fachesf entrevistou Luiz Gonzaga de Castro, pesquisador e professor de dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O que é a psoríase e como ela é diagnosticada? A psoríase é uma doença da pele que se caracteriza por áreas avermelhadas com escamas e que pode atingir algumas articulações. Não é contagiosa. Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, dispensando exames laboratoriais. Quais são as principais causas dessa doença? Sua causa ou etiologia é desconhecida. O que se identifica são fatores desencadeantes ou agravantes, como genéticos, infecciosos, traumáticos, alguns medicamentos, alcoolismo, obesidade, alterações do perfil lipídico do sangue, tabagismo, depressão, insônia e, principalmente, ansiedade ou estresse. A psoríase atinge de forma específica alguma faixa etária, etnia ou gênero? Não. Trata-se de uma doença universal, que pode atingir todas as raças, ocorrendo igualmente em ambos os sexos. É identificada em todas as faixas etárias, sendo mais frequente na terceira e quarta décadas da vida. Quais são os principais sintomas da doença? Há uma diferença entre sinais e sintomas. Sintomas são as queixas dos pacientes e, no caso da psoríase, são em sua maioria discretos, como moderado prurido (coceira) ou ardor. Contudo, eles variam de paciente para paciente e podem ser intensos. Já os sinais são aqueles detectados no exame médico, ou seja, o eritema (vermelhidão), a escamação (casquinhas) e a infiltração da pele (espessamento).

?

Quais são os principais tratamentos disponíveis para esse problema? O tratamento da psoríase é baseado num tripé de linhas terapêuticas (orientações, medicamentos e hidratantes), além de uma atitude mental positiva. Os doentes que entendem isso têm muito mais chances de obter uma resposta terapêutica mais eficaz. Atualmente, estamos utilizando um hidratante à base de babosa, mamão e andiroba que tem tido resultados interessantes. Contudo, é importante frisar que os medicamentos são apenas uma parte do tratamento; nenhum caso da doença apresenta melhora ou cura somente com produtos químicos. O tratamento começa no primeiro contato com o paciente, quando transmitimos o mais importante da consulta médica: o saber ouvir, o devolver a esperança e as orientações gerais. Na consulta, exponho um perfil psicológico dos pacientes, com base nos mais de 30 anos de atendimento a portadores de psoríase e no fato de também ser portador da doença. Além dos danos estéticos causados pela doença, muitos pacientes relatam sofrer com o preconceito. Um acompanhamento psicológico é importante? De fato, a psoríase é uma doença que desperta preconceito, sendo geradora de rejeição e isolamento social. Na maioria das vezes, não há necessidade de acompanhamento psicológico, devendo o dermatologista cumprir o papel de estimular os pacientes e atenuar esse comportamento. No entanto, alguns doentes mais severos necessitam do apoio de psicólogos ou psiquiatras.

pergunte ao doutor

// Você sabe o que é psoríase?

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Luiz Gonzaga de Castro é professor de dermatologia da UFPE e doutor em dermatologia pela Universidade de São Paulo (USP).

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// Seu Dinheiro

VENDE-SE

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Casa própria:

muito além de um sonho A história é um tanto quanto estereotipada, mas continua se repetindo ao longo dos anos: duas pessoas apaixonam-se e começam a alimentar o desejo de ter um cantinho para chamar de seu. Os sonhos vão desde casas confortáveis, com cercas brancas e jardim colorido, a simples casas no bairro em que a família sempre morou. Não importa. O que vale mesmo é que o imóvel tenha o desejado carimbo da casa própria.

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// Seu Dinheiro

O

conto de fadas, porém, choca-se com a difícil realidade do dia a dia. Afinal, na maioria dos casos, é preciso ter muita organização, planejamento, paciência e uma boa dose de recursos financeiros para comprar um imóvel. Mas como começar a concretizar esse sonho? Que documentos providenciar? Financiar é um bom negócio? Para responder a essas e outras dúvidas, a Conexão Fachesf conversou com diversos especialistas da área, que deram dicas práticas para quem quer entender como funciona o mercado imobiliário.

Comprar ou Alugar? Uma dúvida bastante comum entre aqueles que não dispõem de um volume maior de dinheiro refere-se ao que vale mais a pena: comprar ou alugar um imóvel? Para Eduardo Moura, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), a aquisição de um imóvel, seja para morar ou para investir, sempre é um bom negócio. Os economistas consideram que, mesmo com o mercado aquecido e os preços altos, o re-

“Hoje, existem várias linhas de crédito, para financiamento e, em muitos casos, o valor da prestação é menor que o valor do aluguel.” // Eduardo Moura

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torno é garantido, uma vez que é praticamente impossível o consumidor ter prejuízo em termos de desvalorização. Fernando de Aquino, presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE), acredita que é sempre mais favorável para o comprador negociar em mercados menos aquecidos. No entanto, mesmo em estados como Pernambuco, em que o segmento deve permanecer em alta pelos próximos dois ou três anos, não é tão difícil fazer a aquisição de um imóvel como há alguns anos. “Hoje, existem várias linhas de crédito para financiamento e, em muitos casos, o valor da prestação é menor que o valor do aluguel. São realmente ótimas condições”, complementa Eduardo Moura.

O início de tudo Com a decisão de compra já tomada, o primeiro passo é avaliar o próprio orçamento e estipular o valor médio que será investido na nova casa ou apartamento. Quando já se tem uma noção do quanto é possível pagar e o que se quer, é a hora de fazer a pesquisa de preços, sem esquecer que os gastos não incluem apenas o valor do imóvel em si, mas também diversas outras despesas relativas à compra de um imóvel (transferência de nome, em caso de imóvel usado, documentação, juros, taxas da prefeitura, etc.). É importante, também, reservar uma sobra para reformas, móveis e outras necessidades que venham a ocorrer. Fernando de Aquino alerta para a importância de simular a situação do orçamento familiar a partir da compra do imóvel escolhido, pois


condições de pagamento. A maioria das pessoas que está iniciando uma vida a dois, ou mesmo sozinho, ainda não possui recursos suficientes para adquirir um imóvel à vista. Por essa razão, muitos recorrem ao financiamento. Antes de decidir, porém, é preciso fazer uma ampla pesquisa entre as instituições financeiras, uma vez que as diferenças entre as taxas cobradas podem ser significativas no valor final.

“É importante simular a situação do orçamento familiar a partir da compra do imóvel escolhido, pois muitos gastos serão alterados”.

// Fernando de Aquino

muitos gastos serão alterados, tais como IPTU e transporte. Até despesas com energia elétrica e supermercado podem sofrer alterações significativas. Dessa forma, vale prestar atenção na seguinte dica: antes de fechar o negócio, certifique-se de que o bairro escolhido tem um custo de vida condizente com sua renda, pois até mesmo o valor de despesas de padaria e quitanda na região pode afetar os custos mensais. Além da localização, há outras variáveis que influenciam na escolha do imóvel e devem ser analisadas, como a qualidade da construção e o valor do condomínio, em caso de apartamentos. Eduardo Moura enfatiza que, ao fazer uma pesquisa, se deve comparar produtos equivalentes e ficar atento não apenas ao preço do metro quadrado, mas a todas as opções que são oferecidas, como tamanho do imóvel, quantidade de vagas na garagem, infraestrutura, área de lazer, etc. É importante listar quais são as prioridades da família e focar naquelas que trarão mais benefícios. Caso haja a previsão de pagamento de parcelas intercaladas, estas também devem ser consideradas no orçamento familiar para evitar surpresas futuras. Como essas prestações são mais elevadas, a cobrança é feita semestralmente para imóveis em construção.

É preciso ficar atento: a prática é uma alternativa para conceder um prazo mais dilatado para a família levantar o recurso, mas é também uma maneira de o vendedor atrair o comprador com prestações mensais menores. Isso pode se tornar uma arapuca se os pagamentos não forem bem programados pelo comprador.

Fechando negócio Uma vez definido o imóvel ideal e iniciado o processo de compra, é hora de avaliar quais as melhores

Apesar de ser uma alternativa bastante viável, a opção pelo financiamento, na prática, é um pouco desgastante, pois inclui muitas etapas, documentos e visitas ao banco escolhido. Nessa hora, vale contar com a ajuda de um consultor especializado, que oriente sobre os trâmites legais e facilite o andamento do processo. “No geral, se o imóvel puder ser vendido, o vendedor estiver autorizado para o negócio e o comprador comprovar que tem condições jurídicas e financeiras de adquirir o bem, o negócio é concretizado sem grandes problemas”, explica Fernando de Aquino.

Lar doce lar

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// Seu Dinheiro

“Creio que o financiamento foi a parte mais difícil; a burocracia para a liberação dos papéis torna tudo muito desgastante.”

Antes de fechar o contrato, uma dica é solicitar que um advogado analise a documentação do imóvel e do vendedor, e, em caso de aprovação, elabore um contrato preliminar (uma promessa de compra e venda), para garantir o negócio jurídico em questão. Em seguida, será iniciado o processo de escrituração definitiva do bem em nome do comprador, com o respectivo registro no Cartório de Registro de Imóveis, único ato que garante a transferência da propriedade do imóvel negociado, com a exigência de diversos requisitos.

“Foram muitos fins de semana de pesquisa até encontrar um imóvel dentro dos padrões que tínhamos condições de arcar.” // Janaína Vieira

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lar, que tem jardim, espaço de sobra para seu cão e uma área de lazer para toda a família.

// Marluce Lima

Valorização imobiliária em alta

A Participante Marluce Lima queria se livrar do aluguel e decidiu comprar seu próprio imóvel. Para isso, guardou o dinheiro das férias, vendeu alguns bens e foi em busca de uma boa oportunidade. Com paciência e planejamento, encontrou o lugar que desejava e deu entrada no financiamento. “Creio que foi a parte mais difícil de tudo. A burocracia para a liberação dos papéis torna tudo desgastante”, desabafa. O esforço, no entanto, foi válido. Após algumas pequenas reformas, Marluce está satisfeita com o novo

A Participante Janaína Vieira também pode se dizer orgulhosa por já ter seu cantinho no mundo, mas a conquista não foi fácil. Antes de concretizar o negócio, ela conta que foi preciso muito planejamento, organização financeira e pé no chão. “Foram muitos fins de semana de pesquisa até encontrar um imóvel dentro dos padrões que tínhamos condições de arcar. Mas valeu a pena, pois acredito que não adianta almejar algo se não houver metas definidas, principalmente quando se trata de um bem de alto valor”, diz.


Apesar de toda a dificuldade ao longo do processo da compra, Janaína considera que a busca pela casa própria foi tarefa recompensadora, pois hoje ela tem a segurança de um lugar próprio para criar seus filhos e construir uma família com seu marido. Além disso, a valorização do seu imóvel, poucos meses depois, já ultrapassou a casa dos R$ 100 mil. O excelente ganho é resultado de um mercado em franco crescimento e que tem uma demanda altíssima por parte dos consumidores. “Somente em relação aos dois últimos anos, houve no Recife (PE) um aumento médio de 20% no preço do metro quadrado”, conta Eduardo Moura. Atualmente, o valor médio do metro quadrado na cidade é de R$ 4,5 mil, podendo chegar a R$ 11 mil, dependendo do bairro. Vale salientar que, por ano, são vendidas oficialmente cerca de sete mil unidades imobiliárias no Grande Recife. Em um mercado que tem acumulado grandes lucros nos últimos anos, foi grande o surgimento de pessoas interessadas em fazer parte desse boom. Infelizmente, o segmento também atraiu gente disposta a tirar vantagem de quem não conhece seus direitos. Janaína lembra que quase caiu em um golpe: somente após realizar a negociação e assinar o contrato, resolveu pesquisar o passado do antigo morador do imóvel. Para sua surpresa, encontrou processos de apropriação indébita e estelionato na Vara Criminal. Por sorte, o imóvel estava no nome da construtora e ela não teve qualquer problema, mas o final poderia ter sido outro. Nesse caso, portanto, quanto mais informações, mais seguro ficará o comprador ao final do processo.

// Da Cohab para o sítio em Bonança Quem olha o Participante Josias Sabino caminhando pelos corredores da Chesf e distribuindo as frutas colhidas em seu sítio não faz ideia das dificuldades que ele enfrentou até conquistar sua própria residência. Irmão, como é mais conhecido, viveu durante 13 anos em um terreno invadido no bairro do Curado (Recife-PE) com sua mulher e dois filhos. Sua história só começou a mudar após a visita que fez a um irmão no povoado de Bonança (Moreno-PE). Foi lá que Josias percebeu que comprar um lugar para construir estava dentro do seu orçamento e tomou a decisão: tornou-se o proprietário de dois terrenos de 27 x 50 m, que lhe custaram um cheque de R$ 1.800 e outro pré-datado de R$ 200. Dois anos depois, quando a família enfim se mudou para Bonança, deu início às obras da futura casa. “Meus filhos também ajudaram; iam passando os tijolos para o pedreiro. Nunca vou esquecer essa cena”, lembra-se. Hoje, a casa de Josias tem primeiro andar, varanda, sala, quarto com suíte e área de serviço, entre outros cômodos projetados para o conforto da família. Um verdadeiro castelo, com extensos pomares, que, por 15 anos, têm dado frutos como cocos, cajás, seriguelas, mangas, jaboticabas e acerolas, que são distribuídos entre os amigos da Chesf. Um motivo e tanto de orgulho, que Josias credita ser resultado de muito trabalho e esforço.

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// Seu Dinheiro

Na Caixa

Uma das principais instituições financeiras para o financiamento de imóveis no Brasil, a Caixa Econômica Federal tira algumas dúvidas frequentes sobre o que é preciso para concretizar o sonho da casa própria.

2. Qual a documentação necessária em um financiamento? Para o comprador (original e cópia dos cônjuges e/ou de todos aqueles que compõem a renda familiar e participarão do financiamento): RG, CPF, comprovante de residência, certidão de registro civil (nascimento ou casamento), comprovante de rendimentos, pacto antenupcial nos casamentos com regime de bens diferente da comunhão parcial e separação obrigatória, cópia da última declaração do Imposto de Renda ou Declaração de Isenção. Para o imóvel: certidão atualizada de inteiro teor da matrícula do Cartório de Registro de Imóveis em que o imóvel está escriturado, contendo registro atual, ações reais e pessoais reipersecutórias, e quaisquer outros ônus incidentes sobre o imóvel; comprovantes de pagamento do foro e laudêmio, quando se tratar de imóvel foreiro; IPTU; documentos comprobatórios de que o imóvel não foi objeto de compra e venda com uso do FGTS nos últimos três anos, no caso de uso dos recursos da conta vinculada do FGTS.

1. Que tipo de imóvel posso financiar pela CAIXA? Imóvel pronto (novo ou usado), construção individual ou imóvel na planta. Pode financiar, ainda, aquisição de lote urbanizado (terreno), bem como reforma/conclusão e ampliação. Os imóveis têm de ser regulares, ou seja, devidamente matriculados no Cartório de Registro de Imóveis.

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Para o(s) vendedor(es): em caso de vendedor pessoa física/cônjuge, original e cópia de: RG, CPF e comprovante de estado civil (nascimento ou casamento); pacto antenupcial nos casamentos com regime de bens diferente da comunhão parcial e separação obrigatória. Em caso de vendedor pessoa jurídica/ representante legal: carteira de identidade ou outro documento oficial de identificação, CPF, contrato social e alterações; estatuto social e ata de eleição da última diretoria publicada no Diário Oficial, no caso de sociedade anônima; documento de constituição de firma individual e alterações; certidão simplificada da Junta Comercial.


3. Quais são as recomendações da CAIXA na hora de escolher o imóvel? A CAIXA recomenda que o comprador: verifique se as contas do imóvel estão em dia; solicite os comprovantes de IPTU, contas de água e luz, e, se for apartamento, confira se o condomínio está em dia; observe as instalações hidráulicas de imóveis novos e usados; abra as torneiras e teste a descarga dos vasos sanitários; abra e feche todas as portas e janelas, para assegurar-se de que estão funcionando bem; preste atenção na vizinhança e observe se não há muito barulho por perto durante o dia ou à noite; e verifique se o imóvel recebe sol durante a manhã.

4. Quem pode ter linha de crédito na CAIXA? Toda pessoa que é brasileira, naturalizada ou, se estrangeira, detentora de visto permanente no País e que apresente: idoneidade cadastral, capacidade civil e de pagamento, e a documentação exigida em regularidade.

5. Quem não tem carteira assinada pode financiar um imóvel pela CAIXA? Sim, basta apresentar dados que comprovem que existe uma renda/capacidade de pagamento, a exemplo de: movimentação de conta bancária; contrato de aluguel; Imposto de Renda; e comprovante de recolhimento de Imposto Sobre Serviços (ISS) de qualquer natureza.

6. Quem já tem imóvel próprio pode financiar outro? Depende. O cliente não pode ter outro financiamento com recursos do FGTS se for proprietário de qualquer imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação e, no caso de o imóvel ser quitado, se ele se localizar na mesma cidade ou região metropolitana/limítrofe em que o proponente trabalha ou mora.

7. Se a minha renda variar, a prestação vai ser reajustada? Não. Uma vez tomado o financiamento, a parcela apresenta evolução de conformidade com as cláusulas contratuais, ou seja, sistema de amortização, periodicidade de correção monetária, valor do seguro e taxa de administração, quando esta for prevista.

8. Quanto posso usar da minha renda familiar para fazer um financiamento? Até 30% da renda bruta ou o valor máximo da capacidade de pagamento apurado na avaliação de risco. Dependendo da estabilidade macroeconômica, a prestação pode ser maior que a renda familiar, uma vez que é previsto em contrato o reajuste do saldo devedor pelo índice de correção monetária da poupança.

* Informações concedidas pela Assessoria de Imprensa da CAIXA/Pernambuco.

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// Seu Dinheiro

artigo

É hora de ampliar o controle Nesta edição, vamos falar sobre os cuidados que devemos ter diante de um ambiente macroeconômico de redução de juros, considerando os limites de crédito que estão à nossa disposição e os gastos aparentemente preventivos e urgentes. Esses pontos de alerta são fundamentais para evitarmos prejuízos significativos na administração do nosso dinheiro e para termos sempre a consciência de que, muitas vezes, utilizamos uma espécie de autoconvencimento que nos leva a cair em armadilhas que podem ser bastante prejudiciais ao nosso orçamento pessoal. Chegar à conclusão de que o dinheiro oriundo de tanto esforço saiu de nossos bolsos por conta de impulsos para bancar satisfações momentâneas deixa-nos com a sensação de que não somos capazes de cuidar das nossas próprias finanças. Por isso, é essencial permanecermos atentos. O dinheiro, como qualquer coisa que conquistamos com muita dedicação, merece atenção e respeito na sua utilização. Ter uma boa relação com suas finanças é contribuir para a própria tranquilidade com vistas ao presente e, principalmente, ao futuro. Todos nós estamos vivenciando o movimento de redução de juros e cada um preocupa-se com as ameaças que esse fato traz. O momento requer que tanto as pessoas que têm uma situação financeira superavitária quanto as que estão em dificuldade revejam seus orçamentos e avaliem seus planos de investimento ou de quitação de dívidas, pois, não será possível conduzir as finanças com os planos traçados anteriormente. Muita coisa muda o tempo inteiro; surgem aspectos que exigem um novo direcionamento. Para ter pleno controle sobre as próprias finanças, não basta cuidar somente dos rendimentos e gastos; é essencial cuidar também do ambiente econômico-financeiro individual, isto é, precisamos ter uma visão completa sobre nosso perfil financeiro e isso inclui cuidar também do que está à nossa disposição, pois os limites de crédito (cheque especial, empréstimos pré-aprovados, cartões de crédito, entre outros) devem estar sempre adequados à nossa realidade.

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Esses limites, em muitos casos, fazem com que não tenhamos que esperar para comprar algo, uma vez que podemos efetuar tal compra e pagar posteriormente. O problema de utilizar o crédito dessa forma é esquecer que fatos imprevistos podem ocorrer, e os limites já estarem comprometidos. É preciso entender, portanto, que os recursos ofertados por instituições financeiras não podem ser utilizados como mais uma renda, pois devem estar disponíveis para utilização com inteligência financeira ou para socorrer alguma necessidade não prevista e urgente de verdade. A prática de atualizar o orçamento periodicamente, considerando a elaboração de uma lista de necessidades para cada período (semana, quinzena, mês), é um excelente modo de conseguir manter as finanças em ordem. Diante de tudo o que foi dito, fica claro que o controle das finanças pessoais é fundamental, porém é muito importante ampliar os cuidados e adotar ações inteligentes para manter ou alcançar uma boa relação com o dinheiro, considerando tudo o que está ao nosso redor. Até a próxima edição!

Elizabete Silva é contabilista, especialista em finanças e gerente econômico-financeira da Fachesf.


// Fachesf-Saúde

Caminho natural para a vida

Os benefícios do parto normal para mães e bebês

“Foi uma sensação indescritível. Eu me vi na situação que já havia vivenciado tantas vezes do lado oposto. Tudo o que tinha aprendido estava sendo colocado em prática, ali, por meio de mim mesma. Meu filho estava pronto. Ele queria nascer e escolheu seu momento. Num esforço conjunto, nós nos encontramos. Trocamos olhares, sentimos nossos cheiros e nos acalentamos. Naquele momento, fui feliz como nunca. Eu era, por fim, uma mulher realizada.”

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// Fachesf-Saúde

O

depoimento da Participante Elaine Rangel sobre o nascimento do seu primeiro filho, Rafael, reflete tudo o que ela aprendeu durante os dez anos em que atuou como enfermeira do centro obstétrico do Hospital das Clínicas, no Recife. Foi lá que ela aprendeu a importância do parto normal para mães e bebês, e de onde saiu decidida sobre a forma como gostaria de parir. Apesar de a opinião de Elaine ser partilhada por uma boa parcela das mulheres brasileiras – sobretudo aquelas que já passaram pela experiência –, os números oficiais da saúde pública indicam o contrário: cada vez mais, diminuem os casos de parto normal no Brasil. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que no País são realizados cerca de três milhões de partos por ano, sendo uma média de 52% cesarianos. No Sistema

“Ele queria nascer e escolheu seu momento. Num esforço conjunto, nós nos encontramos.”

// Elaine Rangel, mãe de Rafael

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Único de Saúde (SUS), o percentual de partos por via cirúrgica é de 37%, enquanto, na saúde privada, esse índice alcança 82%. Esse cenário tem preocupado as autoridades, pois segundo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 15% do total de partos deveria ser cesariano. Esse índice abrangeria os casos em que um parto normal colocaria em risco a vida da mãe ou do bebê; nas demais situações, o mais indicado seria o caminho natural do parto normal, que traz inúmeros benefícios para as mães e seus bebês. A disparidade entre a quantidade de partos normais e as cirurgias cesarianas no Brasil também está sendo discutida pela Fachesf. Recente levantamento realizado na Fundação indicou que os números do Fachesf-Saúde são ainda mais impactantes que a média nacional: em 2011, quase 89% dos partos cobertos pelo plano foram do tipo cesariano.


Brasil

“A meta da Fachesf é conseguir reverter o atual quadro. Ou seja, temos um longo caminho a percorrer”.

O parto no

// Wanessa Cysneiros

Diante desse quadro – e a partir do que estabelece a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), baseada em considerações da OMS –, a Fachesf está iniciando um processo de disseminação, entre suas Participantes das vantagens do parto normal e dos riscos da cesariana na falta de indicação precisa. Segundo a gerente de Regulação da Fachesf, Wanessa Cysneiros, “a meta é conseguir reverter o atual quadro. Ou seja, ainda temos um longo caminho a percorrer”, afirma.

Razão Mas por que as brasileiras têm rejeitado o parto normal? O que isso pode trazer de consequência para elas e para seus filhos? Para o obstetra Elias Melo, professor de obstetrícia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e presidente da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (SOGOPE), criou-se uma cultura do parto cesáreo entre as pessoas de nível social mais elevado, que acabou sendo disseminada para as outras classes. Muitos esquecem, porém, que a cesariana é um procedimento que tem todos os riscos de uma cirurgia de médio porte, como embolia, trombose, infecções e um risco aumentado de morte e sequelas. “Pode haver, por exemplo, lesões de bexiga, intestino,

aderência e dor crônica. Enquanto isso, o parto normal é muito mais fisiológico. O organismo feminino foi preparado ao longo do tempo para dar à luz dessa maneira”, esclarece o médico. Segundo os profissionais da área de saúde, a opção pelo parto normal deve ser tomada não apenas em função da segurança e dos benefícios que proporciona à mulher, mas também pelo bem-estar e saúde da criança que vem ao mundo. Dados da ANS indicam que, entre os potenciais riscos associados à cesariana desnecessária, está a prematuridade, reconhecida como um dos principais determinantes da morbimortalidade infantil. A indução do trabalho de parto para as cesarianas vem respondendo por parcelas crescentes dos casos de partos prematuros, apresentando um crescimento importante nos últimos 20 anos. Além disso, na cesariana, existe um maior risco de morbidade respiratória. Fetos com 37 a 38 semanas de gestação, quando comparados a fetos de 39 a 40 semanas, possuem 120 vezes mais chances de necessitar de suporte ventilatório. O nascimento antes das 39 semanas, portanto, deve ser realizado somente por fortes razões médicas.

3milhões Número de partos por ano no Brasil

52%

Percentual total de partos cesárea

37%

Percentual de partos cesária realizados pelo SUS

82%

Percentual de partos cesária realizados pela Saúde Privada

15%

Percentual de partos cesária recomendado pela OMS

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// Fachesf-Saúde

“É importante nos conscientizarmos que o corpo da mulher está totalmente preparado para o parto normal.”

“Podemos fazer analgesia no trabalho de parto normal e a paciente não sentirá dor. A cesariana, pelo contrário, é sempre dolorosa no pós-operatório e a recuperação é bem mais lenta. Isso sem falar que a mortalidade é dez vezes maior na cesariana. É importante nos conscientizarmos de que o corpo da mulher está totalmente preparado para o parto normal”, conclui.

// Elias Melo

Benefícios A Participante Ana Glória Ferreira – que hoje atua como enfermeira do trabalho na DABT (Chesf), mas que durante muitos anos trabalhou no centro cirúrgico do Hospital de Paulo Afonso – lembra que, na década de 1980, não havia neonatologista na unidade e era ela e o anestesista que proporcionavam os primeiros cuidados aos recém-nascidos. A experiência adquirida durante esse tempo deu-lhes provas concretas de que, no parto normal, os riscos são menores para a mãe e o bebê, e transformou-lhe em uma defensora “de carteirinha” da prática. Ana Glória explica que bebês de parto normal nascem mais espertos, pois, na cesariana, eles precisam ser mais estimulados. “Quando acontece de maneira natural, a criança está totalmente pronta. O próprio trabalho de parto ajuda na maturidade pulmonar e ele nasce com uma respiração que não precisa de estí-

“Quando o parto acontece de maneira natural, a criança está totalmente pronta.” // Ana Glória Ferreira

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mulos. Além disso, em no máximo 45 dias, a mulher estará biologicamente pronta para ser mãe outra vez. Na cesárea, são dois anos para que esse útero volte, definitivamente, ao estado anterior da gestação”, diz. De acordo com o obstetra Elias Melo, o parto cesariano só deve ser realizado mediante indicação médica. “São impedimentos comuns: bebê sentado (pélvico), macrossômico (acima dos 4 kg), sofrimento fetal agudo ou quando o feto não consegue descer pela bacia materna após uma prova de trabalho de parto. Do contrário, sempre tentamos convencer a paciente de que o normal é o parto vaginal, não o cesáreo”. Se o medo da futura mamãe é sentir as famosas dores do parto, o médico tranquiliza a gestante.

Decisão A Participante Socorro Diniz, mãe de dois filhos, optou pelo parto normal por duas vezes e se orgulha disso. Ela tinha apenas 18 anos quando engravidou pela primeira vez, mas já tinha certeza de que não optaria pela cesariana. “Comecei a sentir as contrações às 2h da manhã. Na época, morava em Itaperoá, interior da Paraíba, e decidi pegar a estrada rumo a Campina Grande, que oferecia mais estrutura para o parto. Foram 120 km de viagem, sem qualquer problema”, diz. Às 5h, Caroline nasceu. Socorro descreve como mágica a emoção de pegar o bebê no peito, sentindo-se consciente. “O médico conversou comigo o tempo todo, dizendo o que ia fazer a cada passo. Trabalhei a questão da respiração, que também é muito importante. A dor é totalmente suportável; é como uma cólica menstrual intensa. Não há por que ter medo”, relembra. Caroline nasceu no dia do aniversário de Socorro. Para ela, a filha escolheu essa data e nasceu como um grande presente de Deus. Apenas 11 meses depois, veio Igor, também por parto normal. A boa experiência vivida no parto pela Participante Elaine Rangel


bom parto normal Dez dicas para um

“O médico conversou comigo o tempo todo, dizendo o que ia fazer a cada passo. Trabalhei a respiração, que também é muito importante.”

// Socorro Diniz

deu-lhe ânimo para começar a planejar seu segundo filho. “Queremos um irmão ou irmã para Rafael. Se possível, também de parto normal. A recuperação é muito rápida. De imediato, a mãe já caminha, alimenta-se, tem mais autonomia e não tem pontos. Já o bebê, quando passa pelo canal vaginal, recebe massagens naturais, que favorecem suas áreas muscular e respiratória. Indico a todas as mães. Percam o medo e sigam adiante. O mais importante é a decisão. Quando se está seguro do que quer, tudo flui de forma natural”, afirma.

Pelo médico Elias Melo

1

Conscientizar-se de que seu corpo está totalmente preparado para o parto normal.

2 3 4

Não se desesperar com as primeiras dores.

5

Ter em mente que o momento da expulsão do bebê é aquele em que é realmente necessário fazer força.

6

Pedir analgesia, a partir do momento que achar necessário.

7

Fazer nesse momento um plano de parto com o obstetra, detalhando o local do parto, quem vai acompanhar e tudo o que gostaria de fazer nesse momento.

8

Assistir a vídeos de partos humanizados e de cesarianas.

9

Fazer exercícios de fortalecimento do períneo com fisioterapeuta habilitado.

10

Conversar com mães que tiveram partos normais.

Caminhar; isso facilita bastante a descida do bebê. Garantir, se possível, a presença do(a) companheiro(a). Esse apoio é fundamental.

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// Fachesf-Saúde

// Plano garante cobertura completa do

pré-natal

Em conformidade com a determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Fachesf-Saúde concede cobertura para o pré-natal das gestantes, sejam titulares ou dependentes no plano. Para usufruir desse direito, basta que a gestante dirija-se à Fundação ou uma de suas agências regionais e apresente o exame Beta HCG e laudo médico, constando previsão para o parto.

// Esperando a vida

chegar

Aos 31 anos, a Participante Paula Carolina Cavalcante Silva está grávida do seu primeiro filho, que deve nascer no final de novembro. Para ela, não há qualquer sombra de dúvidas: se tudo correr bem, a criança nascerá via parto vaginal. “Vejo isso tudo como um processo natural. Não é apenas o fato de parir; é a maternidade em si. Em uma cesariana, a gente sempre se pergunta: será que estou pronta? Meu filho está pronto? No parto natural, é uma escolha do bebê, que nasce quando tem que ser. Essa é uma referência muito maior”, acredita. Paula tem o exemplo dentro de casa. Sua mãe teve dois filhos, ambos via parto normal, sem qualquer complicação. Desses momentos, só restam saudades da barriga, da hora de ver o bebê pela primeira vez e dos primeiros contatos, ainda na sala de parto. “Acho que esse é o fechamento de um ciclo, em que o bebê determina o momento em que virá. É uma dádiva que a mulher tem e que se completa naquele instante. Essa é a hora, esse é o dia.”

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A cobertura dos procedimentos realizados no pré-natal ocorre em conformidade com o protocolo médico utilizado para acompanhamento de pacientes gestantes, o qual inclui, por exemplo, exames de ultrassonografia obstétrica, hemograma, consultas de acompanhamento realizada pelo obstetra, entre outros. Para conhecer todos os detalhes da cobertura, a gestante deve consultar a Central de Relacionamento da Fachesf (0800.281.7533).


// Fachesf-Saúde

Um plano de saúde, assim como diversos outros tipos de serviço, possui uma infinidade de regras e condições, determinadas e respaldadas por órgãos reguladores, que fiscalizam tudo o que é realizado pelas empresas. Uma dessas regras diz respeito à mudança de faixa etária nos planos de saúde, tema que ainda deixa dúvidas. Neste artigo, tentaremos esclarecer nuances desse tema, de modo a alcançar o entendimento do maior número possível de beneficiários.

ários, a tábua de mortalidade adotada, os estudos atuariais dos planos e diversos outros fatores.

Antes de tudo, é preciso explicar que a chamada mudança de faixa etária ocorre sempre que o beneficiário do plano ou um de seus dependentes muda de uma determinada faixa de idade para outra, elevando assim o valor da mensalidade paga à operadora de saúde. Por que isso acontece?

Para assegurar que os beneficiários saibam antecipadamente o percentual de reajuste decorrente da mudança de faixa etária e não sejam pegos de surpresa, a Gerência de Planos de Saúde da Fachesf envia uma correspondência, com um mês de antecedência, para todos os beneficiários que terão as suas mensalidades reajustadas, informando o valor da mensalidade a ser pago após o reajuste. Além disso, é fundamental que os usuários acompanhem atentamente as informações referentes ao seu plano de saúde no site da Fundação ou nos demais canais de comunicação da entidade. Quando conhece o regulamento, seus direitos e obrigações, o beneficiário pode utilizar o serviço da melhor maneira possível e organizar-se financeiramente sem comprometer o orçamento familiar com custos inesperados.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – órgão máximo na regulação e fiscalização dos planos de saúde de todo o Brasil –, essa divisão dos usuários por faixas etárias obedece à Resolução Normativa 63/2003 e existe para padronizar as práticas de todas as operadoras e evitar que as empresas adotem critérios diferentes a cada mudança de idade dos beneficiários. Em outras palavras, é uma forma de impedir que cada uma desenhe sua própria tabela de faixas, criando intervalos muito próximos para justificar aumentos frequentes na mensalidade dos planos. São dez as faixas etárias determinadas pela ANS (confira na segunda capa desta revista).

No caso do Fachesf-Saúde, os cálculos para definição do reajuste por faixa etária são realizados por um profissional especializado, que toma como base a avaliação atuarial dos planos, de modo a garantir um preço justo para ambas as partes – ou seja, sem visar a lucros, mas sem comprometer o equilíbrio financeiro do plano.

artigo

Mudança de faixa etária: entenda o que isso implica no seu plano de saúde

Apesar de orientar as operadoras de saúde a respeito das idades que devem ser respeitadas nas faixas etárias de cada mensalidade, a ANS não estipula quanto deve ser o reajuste percentual por mudança de faixa, porém estabelece os seguintes critérios: •

o valor fixado para a última faixa etária não poderá ser superior a seis vezes o valor da primeira faixa etária;

a variação acumulada entre a sétima e décima faixas não poderá ser superior à variação acumulada entre a primeira e sétima faixas.

Para realizar esse cálculo, cada empresa deve considerar individualmente o perfil de seus usu-

Geraldo von Sohsten é superintendente de Saúde da Fachesf

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// Especial · Dia do Participante

Boas histórias para contar Todo mundo tem uma boa história para contar. Quando a mente e o coração permitem o acesso àquelas recordações especiais que cada um guarda para si – se de alegria, tristeza, superação, conquista, medo, incerteza ou realização, não importa –, o que era lembrança tem a chance de ser revisitado e partilhado com outras pessoas. É assim que a humanidade, ao longo dos séculos, tem passado adiante seus conhecimentos, ajudando a construir o presente e o futuro das gerações seguintes.

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P

Composto de uma compilação dos melhores contos enviados para a Promoção “Fachesf: 40 anos de história”, realizada no último mês de fevereiro, o livro agora também passa a fazer parte da trajetória da Fundação, iniciada em 10 de abril de 1972, e traz à luz os sentimentos e pensamentos daqueles que são os protagonistas da entidade. Enfim, para cada ano de existência da Fachesf, momentos inesquecíveis vividos por um dos seus Participantes. Como forma de ampliar o alcance de tantas e tão boas histórias, a Assessoria de Comunicação Institucional da Fundação, optou por incluir encartado no formato impresso do livro, um CD com todos os textos narrados também em versão em áudio (MP3). A iniciativa faz parte do trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos anos na entidade para permitir a acessibilidade a todos.

Lançamento em grande estilo Como se fosse ontem foi lançado especialmente no Dia do Participante da Fachesf, 3 de setembro, em um coquetel realizado na sede

Fotos: Ruth Ricardo

ara a Fachesf, uma maneira de fazer parte desse movimento e contribuir para que experiências pessoais ganhassem um pouco dessa preciosa magia, que somente a literatura é capaz de proporcionar, foi procurando conhecer um pouco dos principais fatos que marcaram a memória de alguns dos seus Participantes. Desse desejo, nasceu o livro Como se fosse ontem: histórias de vida dos Participantes nos 40 anos da Fachesf.

//O projeto gráfico do livro ‘Como se fosse ontem’ foi desenvolvido pela Corisco Design em parceria com o ilustrador Laerte Silvino.

da Fundação, no Recife. Na ocasião, estiveram presentes, além de autores, Participantes, Conselheiros da Fachesf e convidados especiais. O evento contou com a interpretação de quatro das histórias do livro, contadas pelo ator e jornalista Ismael Holanda. “Foi uma enorme emoção atuar em cima de histórias reais, tendo os próprios autores na plateia. Isso nunca tinha acontecido em minha carreira e foi um momento incrível”, comentou Ismael. A noite foi aberta pela assessora de comunicação da Fachesf, Laura Jane de Lima, que apresentou o projeto e falou um pouco da sua construção, desde a coleta das histórias e processo seletivo, entre os mais de 100 textos enviados, ao passo a passo da edição, para que todo o trabalho resultasse no livro que chegava às mãos dos cerca de 200 presentes. Após a abertura, o Participante Luiz Carlos Loreto, em nome de todos os autores

do livro, agradeceu a iniciativa da Fachesf: “Estou muito feliz e emocionado. As nossas histórias, quando compartilhadas, fazem a gente crescer de novo. Foi uma grande oportunidade que vocês proporcionaram a todos nós e só temos a agradecer por isso”.

“Foi uma emoção enorme atuar em cima de histórias reais, tendo os próprios autores na plateia”.

// Ismael Holanda

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// Especial · Dia do Participante

Os autores

“As nossas histórias, quando compartilhadas, fazem a gente crescer de novo”.

// Luiz Carlos Loreto

Acostumada a acompanhar publicações de diversas naturezas, a escritora e imortal Luzilá Gonçalves - membro da Academia Pernambucana de Letras, destacou o pioneirismo da Fundação em resgatar cultura e memória, através de histórias de vida. “É uma alegria muito grande ver que a Chesf e a Fachesf se interessam pela vida cultural dos seus colaboradores. Não são todas as empresas que investem num projeto como esse. O livro ficou lindo. É agradável de ler, de folhear, bem diagramado, os desenhos bem feitos. É uma grande vitória para a Fachesf e para os escritores. Que este seja só começo. Daqui a um tempo, quem sabe, teremos romances”, sugeriu. Já o presidente Clayton Paiva, representando a Diretoria Executiva da Fundação, aproveitou a oportunidade para falar da importância do livro dentre todas as ações comemorativas aos 40 anos da entidade. “A vida da humanidade é formada de histórias. Nesse aniversário, a gente buscou o envolvimento das pessoas, bem como conhecer o que elas tinham a revelar aos grupos sociais que sempre pertenceram: Chesf e Fachesf. Isso foi muito bom, muito rico”, concluiu com entusiasmo. 42

“Sou o autor do texto Sonhando com Cosme e Damião, que conta a chegada da minha filha. Eu não escrevi essa história. Ela foi escrita pela vida. Estou na Chesf há pouco tempo e me surpreendi. Jamais poderia imaginar que a Fachesf pudesse fazer um evento desse, convidar a gente para escrever um pouquinho da nossa história”, Alfredo Sampson. “Admiro muito a criatividade da Fachesf em realizar um evento como esse, com esse nível, com essa qualidade. Atitudes assim valorizam ainda mais o Participante”, Ana Izabel Monteiro. “Parabenizo toda a Diretoria da Fachesf, que está resgatando as histórias que a gente passou e a vida da gente dentro da Chesf”, Antônio Mendonça. “Estar aqui é a realização de um sonho que sempre tive de repassar a minha vivência para as pessoas. Já tenho diversos capítulos prontos para o meu livro, que conta toda a minha trajetória na luta contra o câncer. Agora, mais que nunca, estou decidida a levar essa ideia adiante”, Edineide Bezerra. “É uma emoção bem diferente estar aqui. A gente se sente meio tema de novela. É como se, de uma hora para outra, tivéssemos virado peça de teatro. Eu não sou um escritor. Sou um empregado da Chesf que escreve. Mas, é incrível como vocês me fizeram pensar que sou um escritor mesmo. Sinto-me um homem melhor com essa experiência”, Luiz Carlos Loreto. “Estou lisonjeado por estar aqui no meio de tanta gente alegre, satisfeita. A edição do livro foi uma iniciativa louvável”, Sérgio Alcântara. “Foi uma ação muito boa da Assessoria de Comunicação da Fachesf, muito inteligente, que incentivou bastante os Participantes. Às vezes a gente tem histórias tão bonitas e elas ficam guardadas, as pessoas ficam no anonimato. Esse trabalho foi muito bom para descobrir o que as pessoas têm e sentem”, Silvio de Carvalho.


// Dia do Participante da Fachesf

T

odo dia 3 de setembro a Fachesf recebe as visitas mais importantes do ano: Participantes, devidamente representados por um expressivo grupo de ativos e aposentados, sorteados de diversas partes do país. A ideia é proporcionar a essas pessoas uma imersão no cotidiano da entidade, visitando todos os setores, para que se possa ter uma ideia da grandiosidade da Fundação e, sobretudo, da sua alma, através de uma boa conversa com quem a constrói, dia a dia, ano a ano. Todos os empregados da Fachesf se preparam, com muito carinho, para receber os ilustres convidados. O dia começa com uma apresentação geral sobre a Fundação, realizada pela Assessoria de Comunicação Institucional e segue com um tour por todas as áreas. A Diretoria da Fachesf também participa da abertura do evento e, em seguida, também recebe os convidados em suas salas. Este ano, a atividade aconteceu no período da tarde, sendo finalizada com um coquetel, onde também foi lançado o livro Como se fosse ontem: histórias de vida dos Participantes nos 40 anos da Fachesf. Os convidados também receberam brindes institucionais, além de muito carinho, como reforça a Participante da cidade de Paulo Afonso (BA), Ana Lucia Magalhães.

// Edvaldo Ramos

“Participei da promoção através do site da Fachesf e fiquei muito feliz quando fui sorteada e soube que viria ao Recife. Mas, eu tinha bem menos expectativa. Imaginei que fosse apenas uma visita, um evento apenas institucional. Foi tudo surpreendente, desde a recepção em cada setor, ao carinho com que eles se prepararam para nos receber, os brindes... Enfim, o dia superou todas as minhas expectativas. Como diz um bom baiano, foi massa”. O Participante Edvaldo Ramos também saiu encantado com o que viu. “Eu quase não aceitei o convite, porque minha esposa não quis vir, mas agora estou muito feliz por estar aqui. Gostei muito, participei de tudo, tirei dúvidas, foi maravilhoso. Hoje tenho esperança e confiança na Fundação. Sei que teremos um futuro tranquilo”.

“Foi tudo surpreendente, desde a recepção em cada setor ao carinho com que eles se prepararam para nos receber”.

// Ana Lúcia Magalhães

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// Central de Relacionamento

Credibilidade e cortesia no atendimento A evolução da Agência da Fachesf em Paulo Afonso Desde o dia 15 de março de 1948, quando o Governo Federal criou a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), a cidade baiana de Paulo Afonso passou por profundas transformações. Foi lá que a Chesf lançou as bases de sua primeira usina, elevando a região a uma das grandes potências energéticas do Brasil.

S

egundo o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Afonso possui, hoje, mais de 100 mil habitantes; desse total, pelo menos oito mil pessoas, entre empregados da Chesf, Aposentados, Pensionistas e seus beneficiários, estão ligadas diretamente à Fachesf. Depois do Recife, Paulo Afonso é a localidade com o maior número de Participantes da Fundação. Quando a Fachesf foi criada, em 1972, Paulo Afonso vivia um período intenso de obras para construção das usinas, não demorando para que os empregados da Chesf daque-

“As pessoas gostam de vir até aqui, conversar, contar as novidades e tirar dúvidas; isso é a prova da credibilidade que conquistamos ao longo desses anos.”

// Leônidas Marinho

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// Central de Relacionamento

A agência passou por uma longa evolução e se transformou num importante canal de relacionamento entre a Fundação e seus participantes. // Leônidas Marinho

la localidade se inscrevessem na Fundação. Apesar de, naquela época, a maioria dos trabalhadores ainda não ter despertado para a importância da previdenciária complementar, muitos queriam ter acesso aos empréstimos e outros benefícios oferecidos, o que gerou uma grande demanda de atendimento. Para atender a esse público, a Fachesf instalou na cidade uma agência regional, a FAPA, ainda mantida administrativamente pela Chesf, que cedeu o espaço onde funcionaria o escritório e convocou o empregado Gilberto Gomes de Oliveira, para ser o primeiro agente da Fundação em Paulo Afonso (leia seu emocionante depoimento de vida na página 54). Em um tempo em que poucos sabiam do que se tratava um fundo de pensão e sua importância para uma aposentadoria tranquila, o funcionamento da FAPA não contava com muita estrutura e organização. O que havia era uma grande força de vontade para atender aos Participantes, solucionar seus problemas e, mais adiante, administrar as tarefas relativas ao Plano de Assistência Patronal (PAP), que ficou sob gestão da Fachesf. Desde então, foram muitas as transformações vividas, não somente pela Chesf e pela Fachesf,

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//Agência Fachesf de Paulo Afonso · FAPA

mas também pela própria FAPA. Um grande impacto viria a acontecer em 1990, quando a Fundação conquistou sua autonomia administrativa e assumiu suas despesas de custeio e pessoal, passando a manter seu próprio quadro de empregados – hoje formado por um agente, duas funcionárias e dois estagiários. Leônidas Marinho, atual agente da Fachesf, conta que, de lá para cá, a agência passou por uma longa evolução em seus padrões de atendimento, deixando de ser um escritório fazedor de tarefas para se transformar num importante canal de relacionamento entre a Fundação e seus Participantes. “Quando cheguei, em 1994, não havia ainda tanta tecnologia e a facilidade de comunicação que existe hoje, principalmente depois da internet. O jeito era arregaçar as mangas e encontrar soluções que facilitassem o atendimento

ao Participante, fornecendo-lhe informações com transparência e em tempo ágil”, lembra. Com o passar dos anos, a utilização de equipamentos mais modernos e, sobretudo, o investimento em treinamento da equipe, otimizaram o serviço prestado pela agência, que atende diariamente a mais de cem Participantes. Nos períodos em que está aberta a solicitação para reembolsos (educação, saúde, medicamentos, óculos, etc.), esse fluxo quase triplica. Atualmente, os reembolsos representam 80% da demanda da FAPA. Ainda que os empregados da Chesf possam dar entrada aos processos pela internet ou encaminhando os documentos via malote interno, a maioria ainda prefere se dirigir ao atendimento presencial e solicitar o serviço pessoalmente. “Acredito que isso acontece porque as


pessoas ainda preferem o olho no olho. Gostam de vir até aqui, conversar, contar as novidades e tirar dúvidas. Além disso, é a prova da credibilidade que conquistamos ao longo desses anos”, explica Leônidas Marinho. Para ele, os funcionários da Fachesf que lidam diretamente com os Participantes precisam ter um perfil adequado à função: ser atencioso, educado e tolerante, conhecer a fundo os produtos e serviços da Fundação e ter agilidade para solucionar problemas e pendências, para um público que é bastante informado e exigente. A criação da Central de Relacionamento, em 2006, desafogou boa parte do fluxo operacional das regionais da Fachesf e trouxe inúmeras facilidades para o Participante, eliminando muitas vezes a necessidade de comparecer na Agência. Ainda assim, o hábito de entrar em contato direto com a FAPA permanece até hoje. Leônidas acredita que esse aspecto é positivo, pois reforça a maturidade alcançada no atendimento e provoca uma maior aproximação entre a Fundação e seus Participantes, fator essencial para a consolidação da consciência previdenciária. “Se, antigamente, as pessoas ainda não tinham muita noção da importância de uma preparação para a aposentadoria, hoje elas não só reconhecem esse valor, como assumem uma postura mais ativa na busca por informações. Estando mais próximos, podemos agir de forma mais eficiente como formadores de opinião e agentes de mudança”, explica.

De dentro para fora “Os Participantes Ativos, hoje, estão muito atentos às questões previdenciárias e buscam ficar sempre atualizados sobre as notícias da Fachesf de forma geral. Já os nossos Aposentados procuram mais informações sobre benefícios e empréstimos. Como é um público dividido, com características bastante distintas, precisamos compreender as necessidades de cada lado e responder às suas expectativas. Isso requer de nós treinamentos permanentes e o exercício constante da empatia, colocando-nos sempre no lugar do outro. O volume de trabalho é grande, mas atuar aqui em Paulo Afonso, para mim, é motivo de muito orgulho.”

“Por conta do perfil do público de Paulo Afonso, aqui somos um pouco de tudo: atendentes, psicólogos, consultores. Isso faz com que acabemos por criar laços de amizade com muitos Participantes, dos quais conheço a maior parte pelo nome e até mesmo sua matrícula! Adoro lidar com pessoas e acho muito gratificante estar presente e ter a possibilidade de oferecer ajuda. Também é nosso papel atuar como multiplicadores de informação, esclarecendo os direitos e deveres dos Ativos e Assistidos, e conscientizando a todos sobre a importância da previdência para o futuro de cada um.”

Katiane Mendes

Trabalha na FAPA há 19 anos

Sílvia Márcia

Trabalha na FAPA há 19 anos

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// Central de Relacionamento

De fora para dentro “A agência da Fachesf em Paulo Afonso é um porto seguro bem administrado, cuja equipe nos atende com sabedoria e respeito, informando e tirando as nossas dúvidas.” Pedro Correia Souza Aposentado/BA

“Na FAPA, temos um atendimento muito atencioso e cordial. Todos estão bem preparados para atender as nossas solicitações. Até a localização é privilegiada, no centro da administração da Chesf em Paulo Afonso.” Ney Fabrício da Silva Participante/BA

“O atendimento e a receptividade na FAPA são muito bons; realizado com excelência, informação e clareza no atendimento presencial e telefônico.” Rosalina Dantas Pereira Participante/BA

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// Planejamento e Gestão

Benvinda

Ela veio pra ficar Ela é simpática, bem-humorada, inteligente, sensível e sabe tudo sobre previdência e finanças. Assim é Benvinda, a nova mascote do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf. A partir do Ciclo 2012, ela vai estar presente nas ações que serão realizadas para despertar e desenvolver a consciência financeira e previdenciária dos Participantes da Fundação e seus familiares.

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// Planejamento e Gestão

E

stratégia bastante utilizada pelos profissionais de comunicação de todo o mundo, as mascotes atuam como porta-vozes e mediadoras entre as empresas e seus públicos, e passam a fazer parte do imaginário que media essa relação. Ou seja, de forma leve e divertida, os personagens criam um laço maior entre quem comunica e quem recebe a mensagem, facilitando a todos o acesso e o entendimento da informação. No caso da Fachesf, por ser uma entidade que pela própria natureza do seu negócio lida muitas vezes com termos e conceitos complexos – relacionados com legislação, previdência, finanças, atuária, governança e tributação –, a adoção de uma mascote ajuda a tornar a comunicação mais fluente e facilita o entendimento das informações que precisam ser repassadas. Quando o Participante compreende o que lhe é informado, passa a valorizar a importância de acompanhar atentamente tudo o que acontece na Fundação, no seu plano de benefício, seus direitos e deveres, e torna-se capaz de tomar decisões mais acertadas para contribuir proativamente para uma melhor condição financeira no futuro de sua família. Além disso, a presença de um elemento lúdico, como uma mascote, vai trazer novas perspectivas sobre previdência e finanças e fortalecer também a aproximação com os dependentes dos Participantes da Fachesf. “Com criatividade e leveza, Benvinda vem para mostrar que a preparação financeira e previdenciária para o futuro pode e deve iniciar ainda na infância”, explica Laura Jane de Lima, assessora de Comunicação Institucional e coordenadora do Grupo de Trabalho

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(GT) criado para elaborar e executar o Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf

Conquista O GT existe desde 2010 e, além da Assessoria de Comunicação Institucional, é formado por representantes das áreas que atuam estrategicamente nos assuntos relacionados à previdência e finanças: Assessoria de Recursos Humanos, Gerência Econômico-Financeira, Gerência de Concessão de Benefícios, Gerência de Investimentos e Central de Relacionamento. Em 2012, o grupo comemorou, pelo segundo ano consecutivo, a aprovação, pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf, entre um seleto grupo de apenas 66 fundos de pensão do Brasil que mantêm programas formais de educação. A conquista reforça o empenho da Fundação em consolidar nos seus Participantes a importância de ser previdente, em nome de um futuro confortável financeiramente. Vale ressaltar ainda que a aprovação do Programa liberou a Fachesf da obrigatoriedade da distribuição individual do Relatório Anual impresso, reduzindo os altos custos com impressão e envio via Correios. “Os recursos que eram destinados para a produção de um material de conteúdo extremamente técnico foram redirecionados para as ações do Programa, que trazem muito mais retorno e, de fato, colaboram para que nossos Participantes adquiram conhecimentos reais sobre


previdência e finanças”, defende Laura Jane. Para a elaboração do Ciclo 2012 do Programa, a Fachesf realizou uma pesquisa, que contou com a colaboração espontânea de quase 500 Participantes. Todas as sugestões foram analisadas pelo GT e algumas já foram incorporadoras às ações deste ano, como a inclusão de palestras específicas sobre finanças pessoais. A primeira delas, inclusive, foi realizada no dia 2 de agosto na sede da Chesf, no Recife. Apresentada pela especialista em finanças e contabilista Elizabete Silva, a palestra “Finanças Pessoais: tudo o que você sempre quis saber mas não tinha a quem perguntar” reuniu cerca de 250 pessoas, que receberam dicas importantes sobre orçamento familiar, investimentos, previdência e outros assuntos, além de uma planilha especial (de autoria do Participante Paulo Maciel) para o controle orçamentário doméstico. Devido ao grande sucesso do encontro – que obteve excelente avaliação dos Participantes que estiveram presentes –, a palestra será realizada também em outras localidades, a começar pela cidade de Paulo Afonso, na segunda quinzena de outubro.

A chegada de

Benvinda

Antes de assumir oficialmente seu papel de porta-voz do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf, a nova mascote foi apresentada em primeira mão aos funcionários e colaboradores da Fundação. Durante o evento, todos foram convidados a encarar o desafio de encontrar um nome que tivesse a cara da simpática girafa e representasse a essência do Programa. O vencedor foi o colaborador Antônio Pereira, da equipe terceirizada de Serviços Gerais (Soll). Para ele, Benvinda é a mensageira de boas notícias; por isso, é bem recebida onde e quando chega. Será dela a responsabilidade de levar aos Participantes a importância de conhecer melhor as próprias finanças e aprender a poupar para garantir um futuro tranquilo e confortável.

//Processo de criação da Benvinda pela Corisco Design

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// Planejamento e Gestão

Por que uma

girafa? // Destaque na multidão Em seu habitat natural, a África Central, a girafa é o mais alto dos animais e o segundo maior animal terrestre (só perde para o elefante africano). Por sua estatura – uma girafa adulta mede cerca de 5 a 6 m, desde o chão até a cabeça –, consegue se sobressair no meio dos demais e alcançar sempre os melhores frutos das árvores. Essa filosofia é a mesma perseguida pela Fachesf em seus 40 anos de existência: ser referência no seu segmento e conseguir desenvolver as melhores estratégias para levar aos seus Participantes a importância de uma consciência previdenciária.

// Olhar sempre adiante Devido ao seu pescoço alongado, a girafa tem uma visão mais ampla da floresta. Dona de uma curiosa disposição, fica sempre atenta aos perigos e consegue enxergar seus predadores antes mesmo que eles se aproximem. Essa é também a atuação do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf, ao avaliar permanentemente o momento atual do Brasil e do mundo, trazendo sempre soluções inteligentes e produtos de qualidade para os seus Participantes.

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// Espírito de equipe A visão aguçada da girafa garantiu-lhe, ao longo do tempo, o papel de sentinela em seus grupos. Quando pressente alguma ameaça, ela faz movimentos sonoros com a cauda para avisar os outros animais e sai da zona de perigo correndo com pisadas firmes. O espírito de equipe também é adotado pela Fachesf, que busca sempre antecipar riscos e oportunidades futuras, permitindo que os Participantes atuem proativamente na construção de uma aposentadoria segura e confortável.

// Sensibilidade e força Apesar de sua aparência frágil, a girafa possui grande capacidade de correr a passos longos e rápidos. Tais características correspondem à constante busca do Programa de Educação Financeira e Previdenciária da Fachesf, que, com sensibilidade, mas muito pé no chão, trabalha para conscientizar os Participantes de que eles também são responsáveis pela Fundação e seus planos de benefícios, e que, por isso, é fundamental estarem sempre bem informados e atualizados.

// Design perfeito Ao comer as folhas e frutos dos galhos mais altos, a girafa realiza uma poda nas árvores, evitando que elas cubram o sol e façam muita sombra no solo – o que acabaria por matar a grama, alimento necessário aos animais da savana africana. Ou seja, a girafa atua na sustentabilidade do planeta e ajuda, assim, a manter o equilíbrio ecológico entre as espécies, uma tradução mais que perfeita do conceito de perenidade que todo fundo de pensão, a exemplo da Fachesf, busca durante toda a sua existência.

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// Foco no Participante

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Uma lição de empenho e dedicação

A história do Participante que assumiu a missão de levar educação e conhecimento a crianças e jovens de Paulo Afonso

Aos 83 anos de idade, o Participante Gilberto Gomes de Oliveira fez da sua vida uma trajetória de dedicação a diversas causas: sua família, o trabalho realizado durante 35 anos na Chesf, a consolidação da Agência da Fachesf em Paulo Afonso e a educação de centenas de jovens e crianças, desde a instalação de uma pequena escola para a comunidade carente da Vila Poty, à ousada iniciativa de fundar uma faculdade. Com a mente fervilhando de lembranças e histórias, ele conta à Conexão Fachesf os caminhos que escolheu para tornar-se o homem feliz e realizado, que conseguiu ir muito além de tudo o que poderia ter sonhado.

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// Foco no Participante

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asci no dia 24 de novembro de 1927, filho de Luiz Gonzaga da Oliveira e Maria Gomes de Oliveira. Fui o terceiro de uma família de 12 irmãos. Morávamos todos na Fazenda Várzea das Caraíbas, município de Floresta, Estado de Pernambuco, onde permaneci até os 13 anos de idade. Era um garoto como outro qualquer, que ia à escola primária e, nas horas vagas, auxiliava minha família nas atividades agropecuárias, cuidando de ovelhas. Quando fiz 14 anos, meus pais resolveram deixar a fazenda e ir para o centro da cidade de Floresta, a fim de termos acesso a melhores estudos. Três anos depois, em julho de 1945, fui convidado por Dona Geni Delgado, proprietária de uma casa comercial bastante conceituada na época, para trabalhar em seu estabelecimento. Eu ainda era menor de idade e aquele seria meu primeiro emprego. Passei a frequentar a escola no período noturno e assumi a função de auxiliar de comércio. Permaneci ao lado de Dona Geni pelos seis anos seguintes. Ali adquiri experiência, obtive confiança em mim mesmo e aprendi a ser gente grande. Mas chegou o dia em que precisei dar um passo maior: pedi desligamento do trabalho, organizei minhas coisas e parti para a promissora cidade de Paulo Afonso, na Bahia, onde havia muitas oportunidades de emprego na recém-criada Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. Cheguei a Paulo Afonso no ápice da construção da primeira usina da Chesf. Já era um homem casado e decidimos que esperaria até me firmar na empresa para

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mandar buscar minha esposa. Logo participei de um processo de seleção de pessoal e consegui ser aprovado para auxiliar administrativo. Era fevereiro de 1951. Apenas quatro meses depois da minha admissão, resolvi me inscrever em um novo processo seletivo interno e novamente tive uma boa colocação. A partir dali, seria longa a minha caminhada de dedicação na Chesf. Infelizmente minha esposa não chegou a acompanhar essa trajetória, falecendo pouco tempo depois que cheguei à cidade. Somente anos mais tarde, eu me casaria novamente. Dessa vez, com Vilminha, a mulher que há 48 anos está ao meu lado e é um alicerce para toda a nossa família. Foi com o apoio de Vilminha que encarei um dos maiores desafios da minha vida: com alguns colegas da comunidade evangélica da cidade, ajudei a fundar, em julho de 1964, o Ginásio Sete de Setembro, um projeto que começou timidamente e, sem que nós imaginássemos, ocuparia um importante espaço na vida de muitas crianças e adolescentes.

Iniciativa O início de tudo foi em meados de 1955. Nessa época, Paulo Afonso era apenas um povoado chamado Vila Poty e somente havia escola na área do acampamento da Chesf. Durante os primeiros anos das obras, não havia problemas de vagas para alunos e a matrícula era livre para quem desejasse. No entanto, com o crescimento da demanda escolar, a empresa teve de restringir o acesso às aulas somente aos dependentes dos seus funcionários.


A medida, apesar de necessária, gerou um certo pânico na população da Vila Poty que não tinha vínculo com a Chesf, pois não havia escolas públicas disponíveis à comunidade, uma vez que Paulo Afonso ainda era apenas um distrito da cidade de Glória (BA) – essa situação só mudaria em 1958, com a sua emancipação política. Em meio a esse clamor, muitas famílias aflitas me procuravam, por meio da igreja, pedindo nossa mediação para obter vagas nas escolas da Chesf, o que era impossível naquele momento. Esgotadas as tentativas, eu e o Pastor João Cartonilho nos articulamos e decidimos partir para a instalação de uma escola de pequeno porte, que atendesse, ainda que de forma limitada, a algumas famílias da região. Assim entramos em ação: eu, cuidando do projeto pedagógico; ele, procurando uma casa ou salão em que pudéssemos improvisar salas de aula. Conseguido o espaço, nasceu a Escola Evangélica Antônio Balbino, uma unidade de nível primário gratuita, com capacidade para 120 alunos, divididos em dois turnos. A inauguração foi realizada em 11 de abril de 1955, sendo a escola pioneira da Vila Poty. Sensível à nossa iniciativa, o então presidente da Chesf, Antônio José Alves de Souza, autorizou uma contribuição mensal da empresa no valor de 2.500 cruzeiros.

Responsabilidade Apesar dessa atividade paralela, nunca negligenciei minhas obrigações na Companhia. O reconhecimento dessa dedicação e a busca constante por um desempenho excelente nos meus serviços me

levaram à chefia do setor de Apropriação de Custos, onde permaneci por 22 anos. Em 1972, porém, minha vida mudou de rumo mais uma vez. Nesse ano, foi criada a Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social (Fachesf). A novidade causou um grande burburinho entre os funcionários e muitos queriam saber do que se tratava o novo negócio. Foi no meio disso tudo que recebi o inesperado convite do administrador regional da Chesf em Paulo Afonso para assumir a coordenação da agência da Fachesf na cidade (FAPA). Eu teria que tomar todas as providências para organizar as atividades do escritório e operacionalizá-las de acordo com as normais estatutárias e o regulamento do plano de benefícios. Era um desafio e tanto! Aceitei a proposta e dei início imediato ao trabalho. Permaneci na Fachesf por 13 anos. Com a segurança que teria da suplementação do meu plano de benefícios, em dezembro de 1985, após 35 longos anos de serviços prestados à Chesf, resolvi que era chegada a hora de gozar minha aposentadoria e deixar a Companhia que havia sido minha melhor escola de qualificação profissional; uma empresa organizada e vencedora de infinitos desafios. Foi lá que tive a honra de dar minha modesta contribuição à monumental obra de redenção do Nordeste brasileiro e da qual saí com a convicção do dever cumprido.

Aposentadoria Quando finalmente estava aposentado, passei a me dedicar exclusivamente as minhas tarefas

“Com o mesmo empenho e esforço que dediquei toda a minha vida para a Chesf, entrei de cabeça no novo projeto”. // Gilberto Gomes de Oliveira

na escola que, desde 1964, já havia se tornado o Ginásio Sete de Setembro, ainda de caráter filantrópico, e contava com dezenas de alunos. Alguns anos depois, com meus filhos Jacson e Gilberto Sérgio, decidi encarar mais um desafio e criar uma faculdade em Paulo Afonso. Aprontamos todos os papéis e documentos, demos entrada nos trâmites legais do Ministério da Educação e fundamos, em 2002, a Faculdade Sete de Setembro. Com o mesmo empenho e esforço que dediquei toda a minha vida para a Chesf, entrei de cabeça no novo projeto. Hoje, nossa instituição, oferece cursos de Administração, Turismo, Letras, Sistemas de Informação, Direito, Enfermagem e Educação Física. Tudo isso nos custou muito trabalho e algum sacrifício pessoal, mas nos sentimos felizes por termos a chance de prestar um serviço à população de Paulo Afonso e arredores, levando educação e conhecimento. Nada disso, entretanto, teria sido possível não fossem minha trajetória na Chesf e as tantas escolhas que fiz no caminho que trilhei. Hoje, aos 83 anos, apesar da saúde debilitada e da falta do vigor físico que tinha quando cheguei a Paulo Afonso, continuo dando o melhor de mim no trabalho e nas causas que abracei. Quero permanecer ativo até onde puder e não penso em parar tão cedo. 57


// Cultura e Lazer


Luiz, Velho Lua, Gonzagão Os cem anos de história do Rei do Baião

O ano de 2012 ainda nem tinha começado quando as homenagens ao centenário de Luiz Gonzaga já surgiam por todo o Brasil. O pontapé nacional veio com a escola de samba carioca Unidos da Tijuca, que divulgou oficialmente o samba-enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na avenida para coroar o rei Luiz do Sertão, em outubro de 2011, marcando o início de uma série de comemorações que viriam a ser feitas para celebrar a vida e a obra de um dos maiores e mais completos artistas do Nordeste.

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// Cultura e Lazer

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uiz Gonzaga surgiu na cena musical brasileira quando a maioria das pessoas ainda nem conhecia o xote, o xaxado e o baião. Filho de Ana Batista de Jesus e Seu Januário, o Velho Lua, como viria a ser conhecido, nasceu no dia 13 de setembro, em uma pequena fazenda na Serra do Araripe, município de Exu, sertão pernambucano. Foi na pequena e pacata cidade do interior que o cantor aprendeu a tocar sanfona com seu pai e a tirar do cotidiano inspirações para suas canções, que ressaltavam o povo nordestino, suas tristezas, pobrezas, injustiças, alegrias, festas típicas e cultura. Pouca gente sabe, mas, antes de adentrar no mundo da música, o artista ingressou no exército na cidade do Crato, no Ceará, servindo como soldado por nove anos. Durante esse tempo, viajou por diversos estados do Brasil, mas foi em Juiz de Fora, Minas Gerais, quando conheceu outro soldado que também tocava sanfona, que seu talento despertou. Em 1939, Luiz Gonzaga resolveu se entregar à musicalidade e foi morar no Rio de Janeiro – naquela época , ainda a capital do país.

Luiz Gonzaga surgiu na cena musical brasileira quando a maioria das pessoas ainda nem conhecia o xote, o xaxado e o baião. 60

Gonzaga começou a tocar na noite da cidade e, após dois anos, apresentou-se no programa de auditório de Ary Barroso, no qual conseguiu seu primeiro contrato com uma gravadora, tendo lançado mais de 50 músicas instrumentais. A primeira canção gravada como cantor e compositor foi Dança, Mariquinha, em abril de 1945. Desde então, a obra do futuro Rei do Baião só fez crescer e se tornar conhecida no mundo inteiro. Ao todo, foram 45 discos gravados, entre 1956 e 1989, e centenas de músicas que fizeram história em todo o País.

Amizade Pai de dois filhos (Rosinha e Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, que também seguiu os seus passos na música), o sanfoneiro voltou a Exu, após vários anos morando em terras cariocas e afastado da família – o reencontro com o pai é narrado na música Respeita Januário. Apesar de já ser então um famoso músico, Gonzaga nunca deixou de voltar à terra natal para visitar parentes e amigos queridos. Foi em uma dessas viagens que conheceu uma conterrânea, Margarida Parente. “Apesar de ele já conhecer meu pai desde a infância, só fomos apresentados quando ele já era conhecido, em um evento da escola Ginásio Padre Medeiros, que ele não perdia por nada”, conta a sertaneja. Eram meados da década de 1970 quando a amizade começou. Segundo Dona Margarida, apesar de bastante assediado, Gonzaga andava nas ruas de Exu como um cidadão qualquer e gostava de sentar na praça e conversar com as pessoas, principalmente as mais antigas. Ia com frequência à cidade, apesar de morar longe. Quando começaram as construções do Parque Aza Branca, o número de suas viagens ao sertão aumentou ainda mais. Dona Margarida revela que o Velho Lua era uma pessoa modesta e não gostava de muitos elogios. “Ele ficava danado da vida. Dizia que não aguentava tanta adulação”, lembra sorrindo. Quando o assunto, no entanto, muda para as composições que Gonzaga deixou, ela não poupa adjetivos: acredita que a música dele representa


“Fico feliz em ver as crianças de hoje que crescem ouvindo Luiz Gonzaga, sabendo quem ele foi e o que ele representou para Pernambuco.” // Margarida Parente

a vida de um sertanejo simples e lutador, que deixa transparecer o poder e a sabedoria que essas pessoas têm. Emocionada, ela relata um dos vários momentos marcantes que viveu na presença de Luiz Gonzaga: “Certa vez, perguntaram de onde ele tirava tantas letras lindas para suas canções e ele respondeu que não tinha nada de extraordinário, que tirava das histórias do seu povo, do dia a dia, do que ele ouvia nas calçadas. Foi uma das coisas mais bonitas que ele me disse!”

Raízes Luiz Gonzaga amava o povo de Exu e sempre fez questão de deixar isso claro. A cidade, em contrapartida, preparou-se para receber a grande festa do seu centenário: desde o começo do ano, tudo por lá respira o sanfoneiro. Sua vida e obra estão estampadas nas ruas, lojas, praças, eventos e, até mesmo, na casa das pessoas. Por ter tanto apreço pelo município onde nasceu, um dos maiores

sonhos do artista era que a paz na política se estabelecesse no local. “Em parceria com Gonzaguinha, ele compôs Prece por um Exu novo, que falava das questões políticas da nossa cidade, onde havia muita briga entre as famílias. Antes de gravar, ele passou na minha casa e pediu que eu escutasse primeiro. Fiquei muito emocionada”, comenta Dona Margarida, para quem o Velho Lua costumava pedir conselhos. Foi com a amiga que ele conversou sobre o convite que recebeu para ser deputado federal – proposta que de imediato recusou, por não querer misturar politicagem com a sua música. “Ele era uma pessoa muito sensível, amiga e de uma mente extraordinária, além de tranquilo, gentil e cavalheiro. Uma referência para todos nós. Fico feliz em ver as crianças de hoje que crescem ouvindo Luiz Gonzaga, sabendo quem ele foi e o que ele representou para Pernambuco”, finaliza Dona Margarida, garantindo que de Seu Luiz, tanto o amigo quanto o artista, só guarda boas lembranças. 61


// Cultura e Lazer

Recordações nordestinas: Gonzaga nas telonas esquecimento, por conta da onda de bossa nova e rock que estava invadindo o Brasil. Foi João o grande responsável por fazê-la voltar ao topo. Juntos, lançaram, em 1984, o álbum Danado de bom, que chegou a vender um 1,6 milhão de cópias, faturando dois discos de ouro e um de platina, fato até então inédito na carreira do sanfoneiro.

Entrando no clima das comemorações do centenário do Rei do Baião, a cineasta pernambucana Deby Brennand resolveu homenagear o artista de uma forma diferente: levar às telas do cinema a história de João Silva, o maior parceiro musical que Gonzaga teve. O longa-metragem Recordações nordestinas narra a trajetória dos dois compositores e deve ser lançado no início de 2013. Deby conheceu João Silva em 2007 e conta que, durante as gravações, encantou-se com sua personalidade simples e a relação que ele tinha com o Velho Lua. “A amizade dos dois era muito intensa e eles também discutiam muito, como dois grandes amigos que sempre brigam”, comenta a cineasta, chamada carinhosamente por João de “meuzamô”. Os artistas, apesar de serem ambos pernambucanos (João é natural de Arcoverde), conheceram-se no Rio de Janeiro, onde foram tentar a vida por meio da música. Na década de 1980, a música de Gonzaga passou por uma fase ruim e quase caiu no 62

Hoje, aos 72 anos e morando no bairro de Boa Viagem, no Recife, João Silva lembra que, naquela época, tinha prometido ao Velho Lua que lhe daria de volta o topo das paradas de sucesso. “Ele foi embora para Exu e estava decidido a não voltar mais. Mas o presidente da época, o Jango [João Goulart], que gostava muito da música nordestina, me pediu pessoalmente que trouxesse Gonzaga de volta. Como eu tinha acabado de lançar o Trio Nordestino e estava no auge do sucesso, fui chamado para produzir o próximo álbum dele, o que, para mim, foi um privilégio. Eu disse a ele desde o começo que o disco de ouro seria nosso”, relata o produtor, com orgulho dos bons frutos que o trabalho produziu. A parceria entre eles foi uma das mais expressivas de todo o legado musical de Gonzaga e dela nasceram grandes sucessos como Nem se despediu de mim, Não deixe a tanga voar, Sanfoninha choradeira, Pagode russo e dezenas de outras canções. Para João, Gonzaga foi o irmão que ele não teve. Saudoso e bem-humorado, ele conta: “Quando começávamos a produzir o disco, era tudo tranquilo. Saíamos juntos para tomar café, chope, tudo às mil maravilhas. Mas eram só seis meses de paz, porque, assim que o disco saía, começava o bate-boca. Eu dizia que o disco era bom e ele rebatia, defendendo que só era bom porque estava na voz dele. Ele era teimoso que só! Era Luiz, né?”


// JoĂŁo Silva 63


// Cultura e Lazer

A relação dos dois ia muito além da música e beirava a intimidade de irmãos. Nas recordações de João, por várias vezes, Gonzaga brigava com as namoradas e ia até a sua casa na madrugada, pedir para que ele tentasse ligar para elas e ajudasse-o a fazer as pazes. Todos os anos, antes de gravar um novo disco, a dupla viajava até Exu para ensaiar. João Silva lembra que passeavam pela feira, onde Gonzaga parava para falar com as pessoas, e voltavam para a fazenda no Araripe com sacolas cheias de banana, laranja e chuchu. Segundo o produtor, às vezes ele se comportava como o dono do sertão. “Acho que ele aprendeu isso com Lampião”, brinca. Uma das preocupações do Velho Lua era não cobrar cachês altos. Enquanto alguns artistas pediam quase 50 mil cruzeiros por show, Luiz Gonzaga negociou apenas dois mil para uma apresentação no Piauí. Seu objetivo era disponibilizar ingressos baratos para que o povo fosse em massa vê-lo tocar. Após o falecimento do parceiro, João não visitou mais Exu com a mesma frequência. Ele define o amigo como uma das figuras mais humanas que já conheceu. “Gonzagão gostava de ajudar as pessoas quando podia e até quando não podia. Ele escutava muito e até tinha medo da sociedade. Vivia dizendo para Gonzaguinha ter cuidado com o povão” revela. O samba enredo de 2012 da escola de samba Unidos da Tijuca, na opinião de João Silva, foi o pontapé inicial para que o Sul do País despertasse para a importância do centenário, pois foi a partir dele que os sulistas começaram a valorizar a obra de Luiz Gonzaga, que, no começo da carreira, sofreu bastante humilhação nessa região do Brasil. Em dezembro deste ano, João voltará a Exu para participar da grande festa do centenário e do lançamento do filme Gonzaga de pai para filho, do diretor Breno Silveira (o mesmo de Dois Filhos de Francisco), que vai contar a história do Rei do Baião com o filho Gonzaguinha. Ao ser convidado para esta entrevista, fez questão de deixar clara sua satisfação em participar. “Quando falo dele, é como se eu voltasse a ser criança”, finaliza, lembrando-se do grande amigo e parceiro musical. 64

Fachesf homenageia centenário de Gonzaga A Fachesf também não deixou de prestar a sua homenagem ao centenário do grande mestre Luiz Gonzaga. Neste ano tão especial, quando celebra seu 40º aniversário, a Fundação lançou em seu site uma promoção convidando os Participantes a contar histórias que marcaram suas vidas. Os autores dos 40 melhores textos foram contemplados com uma camiseta personalizada do centenário de Gonzagão. Essa foi uma forma carinhosa que a Fachesf encontrou para comemorar as duas ocasiões, cada uma com a sua importância A camiseta, inclusive, já faz parte do acervo do Memorial Luiz Gonzaga, que fica no Pátio de São Pedro, no centro do Recife.


// Mundo Animal

Qualidade de vida que vem a galope

Conheรงa a equoterapia, prรกtica que auxilia no tratamento de diversas doenรงas, tendo o cavalo como principal aliado

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// Mundo Animal Que tal um tratamento terapêutico longe dos consultórios, realizado em um visual privilegiado e com um cavalo atuando como coterapeuta? Essa é a proposta da equoterapia, prática legitimada no Brasil em 1989, a partir da criação da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), que utiliza o cavalo numa abordagem interdisciplinar, atendendo a um tripé básico: saúde, educação e equitação, com foco no desenvolvimento psicossocial de pessoas com necessidades especiais.

N

a equoterapia, o cavalo atua como um agente promotor de ganhos físicos e psíquicos para pacientes portadores de indicações variadas, como neuropatias (epilepsia, por exemplo), poliomielite, AVC, mal de Parkinson, distúrbios comportamentais e emocionais, como ansiedade, insônia e estresse, sequelas de acidentes e complicações neonatais (como paralisia cerebral). A atividade também é recomendada para casos de dislexia, problemas de postura, artrite reumatoide, artrose, má formação da coluna e dificuldade de socialização em crianças e adolescentes. Normalmente a prática é indicada por médico, pelas escolas ou por demanda espontânea, mas em todas as situações são necessários pareceres médicos (de neurologista e ortopedista, principalmente) que excluam qualquer impedimento do tratamento, além de uma anamnese realizada pela equipe de terapeutas. Na avaliação, um fisioterapeuta analisa detalhadamente a patologia, selecionando que tratamento será mais adequado. Durante as sessões, os praticantes são acompanhados, ainda, por equitadores, psicólogos, terapeutas ocupacionais e educadores físicos.

Musculatura A atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento de força muscular, relaxamento, conscientização corporal, aperfeiçoamento da coordenação motora e equilíbrio. O convívio direto com o animal, desde os primeiros contatos, até o ato de montar e seu manuseio, também ajuda a desenvolver no praticante distintas formas de socialização. “Um cadeirante, por exemplo, sai da posição de ser cuidado para ser cuidador do animal. Isso é muito importante para a sua autoestima e autoconfiança”, diz a psicóloga Amélia Granja, uma das coordenadoras do Núcleo de Equoterapia do Caxangá Golf & Country Club. O espaço foi criado em 1999 e hoje atende a cerca de 60 pessoas, a partir dos dois anos de idade. “Já tivemos praticante de 90 anos que conseguiu ótimos resultados”, diz. 66


A fisioterapeuta Taciana Padilha Sougey, que trabalha no Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Pernambuco e dedica-se à prática desde 1997, complementa que, na maioria dos casos, os ganhos físicos observados com mais rapidez estão relacionados ao equilíbrio, coordenação motora e tônus muscular. “Durante a atividade, o cavalo faz com que o praticante se sinta poderoso e capaz de superar suas dificuldades. Nesse momento, homem e animal se tornam um só ser”, defende. Some-se a essa ideia uma curiosidade da natureza que poucos conhecem: a marcha do cavalo é equivalente à marcha humana; por isso, quando uma pessoa monta no animal, mesmo que já tenha perdido o movimento das próprias pernas, seu cérebro registra a informação e transforma homem e cavalo em um poderoso centauro.

em cada 100 mil –, tem caráter degenerativo e fica localizada no cerebelo, que envia mensagens equivocadas para o restante do corpo. Após alguns tratamentos convencionais, Jucá, como é conhecido, foi orientado a tentar a equoterapia. Depois de cinco anos de prática, o Participante comemora resultados graduais e visíveis. “Tenho registrado melhorias, por exemplo, no equilíbrio e no andar. No dia seguinte à sessão, a gente sente uma melhora imediata”, comenta Jucá, que associa a atividade à fisioterapia e hidroginástica, além de tentar tratamentos alternativos, como a recente viagem que fez a um hospital ayurvédico na Índia. “Mas, o que eu mais gosto, sem comparações, é a equoterapia”, afirma. Ana Cardoso, fisioterapeuta que acompanha o engenheiro há um

ano, aponta que, além da evolução no equilíbrio, houve uma progressão na postura em pé e também na fala, em função dos trabalhos associados com uma fonoaudióloga. A reportagem da Conexão Fachesf acompanhou uma sessão de equoterapia do Participante no Caxangá Golf & Country Club e sua evolução é de fato impressionante. No dorso do animal, ele assume uma postura ereta, de total controle e entrosamento com sua parceira, a bela égua Flick. “Tenho com ela uma sensação de equilíbrio e segurança. Nunca me sinto sozinho ou desprotegido”, emociona-se Jucá. O depoimento comprova que, além dos resultados físicos, a equoterapia reflete-se na fisionomia do praticante, no carinho com o animal e nas feições de paz, tranquilidade e serenidade que transmite.

Exemplo Há 11 anos, durante uma consulta ao neurologista, o Participante José Ronaldo Jucá, engenheiro da Divisão de Meio Ambiente da Geração da Chesf, recebeu o diagnóstico de um problema genético denominado ataxia espinocerebelar. A doença, considerada muito rara – afeta, em média, apenas cinco pessoas

A atividade contribui para o desenvolvimento de força muscular, relaxamento, conscientização corporal, aperfeiçoamento da coordenação motora e equilíbrio.

//José Ronaldo Jucá

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// Mundo Animal

//Jucá e a equipe do Núcleo de Equoterapia

Os programas básicos da equoterapia

A

equoterapia pode ser dividida em quatro programas: Hipoteria, Educação/ Reeducação, Pré-Esportivo e Prática Esportiva Paraequestre. O praticante é sempre direcionado àquela que mais se adeque as suas necessidades, a partir da primeira avaliação da equipe quanto suas condições físicas e/ou psicoemocionais. O primeiro programa, a Hipoteria, tem intenções especificamente terapêuticas, utilizando técnicas que visam, principalmente, à reabilitação física e/ou mental do praticante. É indicado para quem não possui autonomia, seja física e/ou psicoemocional, para estar sozinha no cavalo. O terapeuta auxilia o praticante como carona. O segundo programa - Educação/Reeducação - tem fins educacionais e/ou sociais e envolve a aplicação de técnicas pedagógicas aliadas às terapêuticas. Nesse caso, o prati-

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cante já possui certa autonomia postural e/ ou psicoemocional, embora não esteja apto a controlar o animal sozinho. Os terapeutas acompanham o paciente, aplicando condutas e técnicas a partir do solo. No programa Pré-Esportivo, o praticante inicia o domínio da atividade equestre, sendo uma preparação para sua inclusão no esporte propriamente dito. Já o quarto e último programa, denominado Prática Esportiva Paraequestre, tem o objetivo de preparar o praticante para campeonatos em sua categoria, como as Paraolimpíadas, na modalidade de adestramento. O Brasil possui 280 centros de equoterapia afiliados à ANDE-BRASIL. No Recife, são três centros, sendo um deles o Caxangá Golf & Country Club (81 3426.0834). Mais informações podem ser encontradas no site www.equoterapia.org.br.


// Mundo Animal

Desde quando nos organizamos como entidades sociais, os animais de determinadas espécies possuem amplas finalidades junto ao ser humano. São secularmente vistos por seu potencial de colaboração, que transcende o fato de poderem servir de alimento ao homem, um dos vários benefícios que possuem junto a nós (não temos como negar esse fato), embora estejamos caminhando socialmente para que eles sejam libertados dessa função.

motivo de projeções mal elaboradas nas pessoas que recebem esse tipo de ajuda, principalmente de animais que são usados como compensadores das nossas disfunções de ordem emocional (cães e gatos, por exemplo). Nesses casos, muitos são elevados à categoria de ser humano, recebendo de volta um sentimento distorcido de amor, que pode redundar nessas espécies em desordens comportamentais das mais variadas.

Especificamente no que se refere aos benefícios dentro das ciências médicas, a espécie equina, desde a época de Hipócrates (350 a.C) é reconhecida por suas características que podem ajudar as pessoas na recuperação de alguns males físicos de ordem motora. Sua característica anatômica – o dorso tem capacidade de movimento tridimensional e direcional e faz movimentos para cima, para baixo, para frente, para trás, esquerda e direita – assemelha-se ao andar humano, ajudando na recuperação do equilíbrio, do tônus e da força muscular. Como consequência, contribui também na estimulação da sensibilidade tátil, visual e auditiva, dos órgãos internos, entre outros pontos.

Além desses desvios de comportamento a que ficam sujeitos, os animais também acabam deixando de ser benfeitores na verdadeira acepção do termo, pois essas projeções negativas e erradas que tendemos a fazer geram no ser humano uma das dores mais devastadoras que se pode experimentar: o apego.

E não é apenas essa espécie que pode agir como coterapeuta nas ciências médicas. Hoje em dia, todo animal que tem a capacidade de interação e integração com o homem é passível de colaborar para um equilíbrio das suas funções vitais e emocionais. Isso ocorre porque eles trazem uma base instintiva similar à nossa, fazendo com que possamos nos identificar com suas ações e reações, embora o desdobramento delas não seja compatível com o autocontrole natural e racionalizado que podemos ter.

artigo

Bicho-terapeuta

Todos os seres vivos existem para formar uma cadeia de paz e harmonia, um oferecendo ao outro o melhor de seus potencias como espécie, mas não podemos esquecer que o bem maior para todos os seres é a liberdade de expressão conforme suas naturezas. Bichos-terapeutas, sim, mas com cautela e respeito a essa nobre função que estão desempenhando.

O que precisamos compreender é que os animais, quando usados como colaboradores para o nosso bem-estar, passam por um condicionamento especializado para que possam interagir de maneira adequada com nossas necessidades e deficiências, sejam físicas ou emocionais. Ou seja, nenhum animal doa-se por compaixão. É importante que haja essa clareza para não corrermos o risco de valorização equivocada dessas espécies, o que percebo ser um forte

Synara Rillo é Médica Veterinária e autora do livro Cães, donos e dores humanas. Mantém um site (www.synararillo.com.br), destinado ao debate sobre animais de companhia.

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*& kd i asq // Caça-palavras

As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), mais conhecidas como fundos de pensão, são instituições sem fins lucrativos que mantêm planos de previdência coletivos. São permitidas exclusivamente aos empregados de uma empresa e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, denominados patrocinadores; e aos associados ou membros de entidades de caráter profissional, classista ou setorial, denominados instituidores, na modalidade de Previdência Associativa.

A fiscalização das EFPC é feita pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc e regulada pela Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), do Ministério da Previdência Social.

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F C X K F P A L A I C O S A I C N Ê D I V E R P P L I C W S

C I D Q C L X W R N I E O U U Q D S X S S B D G C S G S N E

N R P A S W V B O X Z T E D A D I L O B I X I L A M S F Z R

G F B A J D M N I Z N N K B T C U D T K N K G R N C O R C O

Z U W L T B S F D E T I C S V I A H H S G D V C G O Ç S F D

X H H L M R B S M S M R V T F I W O K H S C M H A H I I U I

Previdência Complementar Fechada:

conceitos básicos

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Fachesf hรก 40 anos cuidando do seu futuro. desde 1972

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