Jornal da Brotero nº 6 - dezembro 2011

Escola Sec

undรกria d e

Avelar Bro tero :: nยบ6 Dezembro de

2011

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 1

Editorial ::

“ Índice :: 3

Homenagem Actividades

4

Gincana Rock in Rio Dia Int. da Filosofia CineEco Dia Int. pela Eliminação da Violência contra as mulheres Ecomoda

5

6

A Brotero no séc. XXI 8 9 10

Uma escola para o futuro A dimensão formadora da escola no séc. XXI Cr3at!ng

Crónica 11

Crise

Dep. De Línguas 12 13 14 15

Efemérides O Novo Acordo Ortográfico Halloween I hear the world crying

Opinião 16 17 18 19

Basta Eu Protesto!

As Vozes e as Nozes Nêsperas (Anuário)

Memórias 20 21

Pedro Dória Nazareth Mestre Valentim Azevedo

Visitas de estudo 22 23 24

Viagem com História, Cultura e Arte Uma visita inolvidável Cheste—Valência

Roteiro Pedagógico 25

Uma viagem a Itália

AC de Filosofia 26

Provérbios Pensamentos filosóficos

Outras culturas 27

Receitas com tradição moldava

28 29

SPO Brotero Cultura e lazer Poemas, pensamentos, adivinhas, humor, etc.

32

Design de Moda

Dezembro de 2011 António Marques (Coordenador) Aires Diniz, Artur Costa , Emília Melo, Hélia Marques, Isabel Sá e Pedro Falcão. jornaldabrotero@esab.pt Ilustração da capa: Artur Costa Montagem de diversos PixelArt’s do atelier Eboy sobre Infografia da Escola de Duarte Pereira e José Simões (alunos do 12º2B, 2010-11)

2 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

A

A Brotero do séc. XXI a Brotero do futuro deve estar atenta às idiossincrasias dos alunos que recebe e planear a sua ação educativa a partir dessa realidade.”

Comissão Internacional sobre Educação para o séc. XXI, coordenada por Jacques Delors, no dealbar do novo milénio, publicou um relatório “Educação: Um Tesouro a Descobrir”, onde propõe os quatros pilares fundamentais e estruturantes da formação integral do aluno e que a escola Brotero do futuro não pode esquecer.

Apesar de conhecidos e constarem dos nossos documentos pedagógicos, vale a pena relembrá-los, dado que devem continuar a presidir e a iluminar a nossa ação pedagógica.

1º - Aprender a conhecer. Neste domínio, o aluno precisa de adquirir conhecimentos e ferramentas que lhe permitam desenvolver o raciocínio lógico e o desabrochar de processos cognitivos. Neste despertar de potencialidades, é fundamental uma excelente relação pedagógica docente/discente, em que este se motive e empenhe para que, autonomamente, se lance na aventura do conhecimento e da investigação científica.

2º - Aprender a fazer. Como é referido nos nossos critérios gerais de avaliação, o “Saber” e o “Saber Fazer” são realidades indissociáveis. Há, necessariamente, uma dialética da ação e do conhecimento, da teoria e da prática. Trata-se, segundo o relatório citado, da formação técnico-profissional do aluno, destacando-se, no séc. XXI, a aprendizagem das Tecnologias da Informação e Comunicação como meio privilegiado para a seleção da informação vastíssima que nos chega a cada segundo que passa.

3º - Aprender a viver com os outros. Este é o domínio das atitudes e valores que requer dos educadores um trabalho atento e redobrado, pois exige o combate ao conflito, ao preconceito, à intolerância, ao bullying, à indisciplina, à xenofobia e ao racismo. É fundamental, neste processo, em primeiro lugar,

o conhecimento do outro, no complexo mundo multicultural em que vivemos. O objetivo primordial deste saber é o respeito pelo outro, aprendendo a conhecer a diversidade cultural e a construir relações interpessoais cada vez mais sólidas e humanas.

4º - Aprender a ser. Este domínio, na dialética intrínseca a todo o processo educativo, deverá ser o culminar dos três saberes anteriores direcionado para o desenvolvimento individual. Munindo o indivíduo de saberes, atitudes e valores, a escola contribui e educa para a autonomia e para formação integral do aluno, “orientada para os valores de justiça, democracia, sabedoria, tolerância e dignidade humana, a fim de formar cidadãos íntegros, leais, verdadeiros, empenhados e solidários”. (Cf. Projeto Educativo da Escola) A Brotero do séc. XXI não pode descurar esta formação da pessoa humana, e “a essência da escola são as pessoas”, como escreve o Engº João Sá no artigo “Uma escola para o futuro”.

A essência do ser humano também não mudou, por isso, a Brotero do futuro deve estar atenta às idiossincrasias dos alunos que recebe e planear a sua ação educativa a partir dessa realidade, aliás, como sempre fez.

Desde a primeira turma que começou a lecionar na primeira sala de aulas, o refeitório do mosteiro se Santa Cruz, com um único professor, António Augusto Gonçalves, até ao atual corpo docente a lecionar nas atuais salas equipadas com os modernos quadros interativos e multimédia e a escrever, pela primeira vez no presente ano letivo, o sumário das aulas no livro de ponto eletrónico.

O Director José Armando Saraiva

:: Homenagem Ao Diretor do Jornal da Brotero (JB), Dr. José Armando Saraiva As palavras são, manifestamente, insuficientes, quando os sentimentos surgem sem “filtros”. Um simples “Obrigado” seria, assim, menos que nada.

Neste sentido, no momento da sua aposentação, não quis esta equipa deixar de recordar e agradecer o apoio incondicional que o seu diretor deu ao JB: desde a iniciativa de o criar (há cerca de 3 anos), até à pronta colaboração com os seus enriquecedores editoriais, passando, evidentemente, pela indispensável ajuda logística.

A dedicação e o empenho que mostrou dar a este (então) projeto e a esta equipa, incentivaram-na a continuar. De facto, se um jornal só “resiste” se houver a colaboração dos elementos da comunidade educativa, a verdade é que sem o apoio do seu diretor também poderá “desaparecer”. Contudo, felizmente, temos tido as colaborações e o apoio de que necessitamos. Por isso ainda “vivemos” e estamos agora a escrever para o nº 6. É, por isso, também graças ao Dr. José Armando Saraiva que o JB é hoje aquilo que é: um meio de divulgação do muito que se vai fazendo e refletindo na Brotero.

Fica, então, aqui a humilde e simbólica homenagem, tão justa quanto merecida, ao nosso diretor, a quem sinceramente desejamos saúde para poder “abraçar” outros projetos… nomeadamente o de uma colaboração regular, em rubrica própria, neste seu jornal. Fica o desafio.

A Equipa Redatorial

Ao nosso ex-coordenador, Aires Antunes Diniz O nosso coordenador aposentou-se. Nada que nos preocupe. De facto, conhecendo nós a sua irreverência, o seu gosto pelas pesquisas, pelo trabalho científico, pela escrita e pela divulgação do que (com gosto) escreve, pelas participações em colóquios (e acontecimentos afins), mas, acima de tudo, pela dedicação à Brotero, sabemos que será, apenas, um “Até logo”. Neste sentido, e tal como no teatro (quando ainda havia essa “figura”), ele passará a ser o nosso “ponto”.

As suas características pessoais, humanas, tornam-no insubstituível. Temos, no entanto, que continuar a “caminhar”, embora lembrando-nos sempre do que nos ensinou e do que tem para nos dizer…como já o faz neste número 6.

Para ti, Aires, um abraço, firme, convicto.

A Equipa Redatorial

Fernando Castro (1955 – 2011) Fundador da “PROMUNDO”

D

esapareceste na plenitude da alma, (in)corpórea, mas eterna, digna, superior à mesquinhez da cobardia sigilosa, encorpada, esta, de frustrações envelhecidas, ávidas de insaciáveis pobres vaidades, de egoísmos e de invejas, descontraídas, descansadas e maquiavelicamente autoconfiantes na absorção da miserável condição humana.

Não permitiste que o marasmo apodrecesse no esgoto da incompetência, engasgando-se com o seu próprio fel. Deste vida a quem te fará viver pela recordação dolorosa da tua ausência. Viverás, agora, como antes – na discrição positiva da sombra, e darás luz aos que continuam a necessitar da tua bondade e sabedoria, da tua genuína entrega eficazmente simples.

Esquecer-te-ás, agora, dos inúteis seres insensatos, dos parasitas da honestidade intelectual. Já não verás os podres desumanos habitantes de corpos cadavéricos, que nada são, mas que ainda “saltitam”, os alegres imbecis, pois de gravitantes satélites interesseiros, medrosos sem vida, este mundo é feito: de ilusões irremediavelmente tardias, clinicamente assistidas… indecentes seres provocantes, desculpabilizando-se pela sua crónica frigidez/ausência de humanidade.

Deste-nos a vontade de esperar, de “ir” e tentar fazer como tu: lutar contra a mórbida verdade triste da ausência, da solidão e do abandono a que os outros estão condenados. Deixaste-nos a herança da esperança, pois sabias que só se saborearia a certeza justa da justeza da justiça, quando se ouvissem os gritantes ecos verdadeiros da fugaz felicidade alheia. Fizeste, assim, esquecer: a rude imensidão da cegueira interesseira, olvidando o odor podre das entranhas dos que de altruísmo nada sabem; os (simultaneamente ausentes e serôdios) calculistas sôfregos aproveitadores de necessidades; as ruins raízes estéreis de (reais) sentimentos inexistentes; as orquestrações doentias, paulatina e supostamente pensadas, apadrinhadas pela ausência cobarde de consciência; as imberbes sabedorias estúpidas, habilmente conquistadas com físicas eternas ausências de pureza.

E “cá” ficámos nós, os infelizes, os tristes iludidos pela vida egoísta que, teimosamente, insistimos em querer ter…. até que surja um “adeus” inesperado.

António Marques

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 3

Actividades ::

Brotero associa-se à Gincana Rock in Rio através do projeto Escola Eletrão

A

escola Brotero está, pelo terceiro ano consecutivo, inscrita no projeto Escola Eletrão, que este ano se associa à Gincana Rock in Rio. Por isso, tem de realizar mais tarefas que nos anos anteriores, mas também se habilita a mais prémios.

Assim, para além da campanha de recolha de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), já habitual na nossa escola, que decorrerá de janeiro a março, esta terá de se envolver em mais cinco tarefas propostas.

O projeto teve início no mês de novembro, com a recolha de resíduos de embalagens do

ecoponto amarelo, durante um mês e com a venda de pulseiras, por um mundo melhor, até 30 de dezembro (tarefa que teve a colaboração dos alunos do curso profissional de Técnico Auxiliar de Saúde). As restantes tarefas, que se prolongam até ao mês de março, consistem na medição do consumo energético e de água da escola, durante todo o período que compreende o projecto, e, ainda, na “Gincana Online”, tarefa individual para os alunos que se inscreveram voluntariamente.

Este ano, a equipa da coordenação pediu ajuda à Associação de Pais e à Associação de

Estudantes, que se disponibilizaram para ajudar. Espera-se também que toda a comunidade escolar possa contribuir com a sua participação nas tarefas do projeto que ainda estão a decorrer, nomeadamente na redução de gastos energéticos e de consumo de água.

Para mais esclarecimentos, sugere-se a consulta do regulamente no sítio na internet http://www.escolaelectrao.pt.

A Coordenação do Projeto: Andreia Santos, Teresa Fonseca e Filomena Silva

17 de Novembro de 2011

Dia Internacional da Filosofia

Na

quinta-feira, dia 17 de Novembro de 2011, realizou-se na Escola Secundária de Avelar Brotero, um evento comemorativo, o Dia Internacional da Filosofia. Onde os alunos das turmas envolvidas, com a ajuda das Professoras, Ana Paula Silva e Ana Paula Quaresma, de filosofia, distribuíram cartazes filosóficos e afixaram marcadores, com imagens e frases filosóficas. Uma das turmas do 10ºano envolvidas nas actividades, fez uns bolos bem caseirinhos, que ven-

4 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

deram à comunidade escolar (Fatias com frases filosóficas), cujas receitas reverterão para a ProMundo. Depois de um breve “trabalho de casa” os alunos recolheram frases de vários autores e escreveram-nas em pequenos papéis que, depois de prontos, foram amarrados a balões coloridos. Com a colaboração de todos, por volta da 13:30h da tarde, uma grande concentração de alunos e professores se gerou no pátio, e deu a largada dos balões. Através desta simbólica largada de balões podemos observar um bonito

efeito no céu, e esperámos nós, que muitas tenham sido as pessoas que encontraram os nossos balões e leram as nossas frases! Mas o dia Internacional da Filosofia ainda não acabou, as Professoras dinamizadoras das actividades passaram um filme para os alunos do 11ºano, durante o período da manhã – “Million Dollar Baby”, na Biblioteca, e já durante a tarde passaram o filme “ O Rapaz do Pijama às Riscas” aos alunos do 10ºano, no auditório.

Margarida Campos, 10º1D

:: Actividades

Um trabalho apresentado pela aluna Kaylin Margolis, do 11º1A (2010/2011), na sequência do visionamento do documentário The Rising Wave, integrado no conteúdo programático “The World Around Us” da disciplina de Inglês.

The Rising Wave: Shweta Kishore e Yask Desai (Índia) 65’ It is a beautifully made documentary on the significance of water in India. It is beautiful, but brutal. It depicts a reality very different from the one we know. There, water has a deep spiritual and functional significance. The Rising Wave explores both these aspects; water worshipped as a sacred common while also being essential for generating livelihood.

Shweta Kishore and Yask Desai take us to a complete different level of priority: as we know it, money matters most, and there it’s the access to water that really counts.

It shows how big industries (specifically Coca Cola) privatize water and with that desolate whole villages and force people to face starvation. “If you take away the water,

you take away the whole livelihood of the people”, a villager stated.

The documentary tells the story of a rural community that is forced to relocate due to the construction of a dam which leads to its total submergence.

What impressed me most was the demonstration organized by a group of local widows who got together and refused to leave their homes until the water reached their knees.

The Rising Wave is the story of the people, the story of how the government takes away the natural right to water and forces villagers to pay for it.

It is 65 minutes long and the fact that it is spoken in an Indian native language makes it more real and poignant.

The subtitles are in English to help make this tragedy known to the world. The slow

rhythm and the repetitive interviews in this documentary make it less interesting, but totally worth watching nonetheless.

Kaylin Margolis

Dia Internacional pela

C

Eliminação da Violência Contra as Mulheres

omo tem vindo a acontecer nos últimos anos, a nossa escola, através de uma colaboração entre o Gabinete do Aluno e a Equipa de Proximidade e de Apoio à Vítima da PSP de Coimbra, assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres com uma exposição guiada na biblioteca e, no próprio dia 25 de novembro, com uma sessão dinamizada pelo Chefe Manuel Jesus. Estiveram presentes as turmas 10º2C, 11º1F e 12º1F, que participaram ativamente, colocando perguntas e dúvidas. Note-se, ainda, que a exposição foi visitada por todas as turmas do 10º Ano, no âmbito da disciplina de Formação Cívica.

Gabinete do Aluno

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 5

Actividades :: Projeto EcoModa – o sucesso de 2011

2012, um novo sucesso!

O

Projeto EcoModa Brotero 2011 apresentou um conjunto de atividades diversificadas, organizadas de forma cronológica e desenvolvidas com a comunidade escolar, durante o ano letivo anterior, no espaço escolar e fora dele. As atividades tiveram um caráter colaborativo e integrado, porque reforçaram a partilha inter e transdisciplinar de todos os intervenientes da Comunidade Educativa, visando uma troca de aprendizagens indispensáveis para o desenvolvimento intelectual, social e afetivo dos alunos, numa perspetiva solidária e inclusiva.

A participação de professores, funcionários, alunos e encarregados de educação foi notória, quer com as peças e acessórios que doaram para serem transformados, quer com a sua ajuda preciosa, no dia do primeiro desfile solidário. De salientar e elogiar a participação ativa dos alunos de multimédia, Hugo Ramos, 12º PM; Francisco Ramos, 11º PM; Rúben Alves, 12º PM; Guilherme Patriarca, 12º PM; e André Antunes, 11º PM, no âmbito

6 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

da fotografia e vídeo dos dois desfiles e no ensaio geral.

Todas as atividades estiveram em conformidade com as áreas disciplinares existentes na escola e pretenderam dar operacionalidade a múltiplos objetivos. Valorizaram a escola enquanto pólo de culturalização e de educação para a cidadania; reforçaram a ligação entre a escola e a comunidade/sociedade; e educaram para o empreendedorismo, a autoconfiança, a sociabilidade e a responsabilidade. De destacar o Workshop de acessórios de moda, dinamizado pela designer Carolina Mota, no seu ateliê, que as criadoras frequentaram com entusiasmo. Os desfiles promoveram não só a inclusão, pois tiveram a participação de um aluno surdo, mas também o desenvolvimento das aprendizagens e dos valores dos alunos; valorizaram ainda a integração das atividades escolares na sociedade contemporânea alargada e fomentaram a curiosidade com vista a desenvolver a criatividade e a sensibilidade estética. Destaca-se

a sessão com a estilista Sónia Pratas a quem foi feita uma entrevista, redigida na aula de Português, aquando do estudo dos textos dos media. Esta atividade permitiu, por sua vez, desenvolver o domínio da Língua Portuguesa,

:: Actividades

com ênfase na utilização multifuncional da leitura e da escrita e nas práticas de expressão verbal interativa em contextos definidos; contribuiu também para o reforço da identidade local, nacional e global (língua, história e cultura); assim como alargou o âmbito das parcerias estratégicas com entidades locais, regionais e nacionais, públicas e privadas, com a publicação de dois artigos no Jornal As Beiras, com um protocolo com a Câmara Mu-

nicipal de Coimbra, com a participação da Direção Regional de Educação do Centro (DREC), tendo estado presente a responsável pelas escolas, Dr.ª Fátima Crisóstomo, com a colaboração da agência LM Lisbon e ainda com a participação do grupo de dança jazz, do Centro Norton de Matos e do Colégio S. José, aquando do primeiro desfile de moda.

Também o Continente do Coimbra Shopping, a Dancake e o Mr. Pizza, da Praça da República, tiveram uma colaboração importante. Salienta-se ainda a colaboração dos elementos que integraram o júri do concurso, nomeadamente os professores da escola Isabel Pião e Antonino Neves; da gerente das lojas Bublles e Rosa&Chocolate, Cristina Portugal, e a designer Carolina Mota.

Trata-se de um projeto solidário que apoiou monetariamente a Promundo, nomeadamente a Guiné-Bissau, com a venda de separadores feitos pelos alunos jovens criadores, ao longo do ano e no momento da realização dos desfiles de moda, um no dia 30 de abril, na escola, e outro no dia 28 de maio, no Parque Verde. O projeto conseguiu, assim, apoio monetário, para a compra de três máquinas

de costura, com vista à criação de um ateliê de costura, na Guiné-Bissau. Donativos vários (vestuário, acessórios, etc.) foram ainda encaminhados para esse mesmo país.

Este é, pois, o testemunho do resultado de todo o trabalho desenvolvido no ano passado.

Ana Amaral

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 7

:: A Brotero no séc XXI

“If you want to learn new things, you should try reading old books” Richard Cytowic

Uma escola para o futuro

A

ssistimos a momentos conturbados: o passado é posto em causa, o presente é estranho e o futuro incerto. Mas olhemos com serenidade. Não é a primeira vez que acontece. Como todos os momentos, é único. Mas talvez este seja inigualável. É por isso que acredito ser este um grande momento, diferente: de crise, de inquietação, de mudanças profundas nos pilares da nossa sociedade e, por isso, de oportunidade. A Escola, e a Brotero enquanto escola, não pode ignorar a realidade - esta como qualquer outra. Falo assim do mundo antes de falar da Escola: é que a Escola está no mundo e o mundo precisa da Escola. O conhecimento que temos do mundo é essencial para viver, para bem viver.

E esse é o papel da Escola: preparar para a vida, cuidar de bem viver e cuidar de viver bem.

Neste texto, com este título, poderia falar de tecnologia, das últimas inovações e dos desenvolvimentos que se adivinham. Seria interessante, talvez até fascinante, se a prosa ajudasse. Mas fiz outra escolha. Escolhi não me focar na espuma dos dias, que muitas vezes nos move e também conta, escolhi antes concentrar-me no que me parece ser a 8 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

essência. E a essência da Escola está nas pessoas. Está, por isso, também na liberdade, na coerência e no rigor. Está no valor do conhecimento e do saber. Está no valor da cultura: nas humanidades, nas ciências, nas artes e também nas tecnologias. Está no Humanismo e na Humanidade.

Sabemos, hoje, que Descartes se enganou, o que apenas abona a seu favor e ajuda a enriquecer a sua obra, tornando-o, numa perspectiva histórica, mais humano. Mesmo se a razão não existe sem emoção, conhecer o seu pensamento é de valor inestimável. É um exemplo, de um pensador racionalista do séc.

XVII que a história trouxe até aos nossos dias, de um amante do conhecimento e da verdade, que nos servirá de inspiração. É um dos gigantes que nos leva aos ombros. Como Descartes, a escola também se engana. E ainda bem. O erro é saudável, se constituir o caminho para o acerto, para a verdade, renunciando aos caprichos e às ilusões. Uma escola para o futuro é, também, uma escola que erra, é uma escola cautelosa mas sem medo de errar. É uma escola que lê, que escreve e que pensa… bem. Seja na lousa, no livro de papel, no computador, no tablet ou

no que se seguir. Uma escola para o futuro é um espaço inclusivo, multidimensional e complexo que não pode ser simplificado nem reduzido a modelos padronizados. Esta escola é a Brotero do século XXI: uma escola do presente, com referências no passado e de olhos no futuro. É, acima de tudo, uma escola de valores.

A Brotero do século XXI alarga horizontes, abre possíveis, prepara para a vida, sabendo que preparar já é viver. É uma escola que estabelece o equilíbrio entre a tradição e a mudança que o futuro implica e exige. É uma ponte sólida, mas em construção permanente, entre o passado e o futuro. É a escola que “adota” o novo acordo ortográfico sem renunciar o anterior. É a escola que aproveita o livro de ponto electrónico e as vantagens da tecnologia sem esquecer o legado do papel. É a escola que integra o passado no presente para construir um futuro [melhor].

João Sá

(Por vontade expressa do autor, este texto não foi redigido segundo o Novo Acordo Ortográfico)

:: A Brotero no séc XXI A dimensão formadora da Escola

no século XXI “(A Escola) Deve ter igualmente responsabilidades ao nível da formação cívica e da formação do caráter dos seus discentes.

É

o caráter das pessoas que determina o modo como se estabelecem, na sociedade e também no interior da escola, as relações humanas.

Deste modo, o ideal é que as relações interpessoais sejam relações de interdependência e de compromisso face ao “outro”.

A Escola, como instituição cultural de teor humanista, tem uma inegável importância no desenvolvimento de competências técnicas e de conhecimentos científicos e humanísticos.

Deve ter igualmente responsabilidades ao nível da formação cívica e da formação do caráter dos seus discentes. As interações humanas que se estabelecem nas escolas devem ser compreendidas no contexto das relações da sociedade em geral e no das relações humanas que se estabelecem no seio das famílias. É, por isso, importante que a Escola tenha consciência de que se deve organizar tendo como uma das suas finalidades prioritárias repensar a reestruturação das relações sociais e humanas no seu interior e a mudança de mentalidades. Não são as aprendizagens em geral que contribuem para a formação do caráter, mas tão só para o desenvolvimento intelectual e físico – caso da Educação Física. Aprender os conteúdos da Matemática, da Física e Química, da Biologia ou de qualquer outra disciplina não forma verdadeiramente o caráter de alguém, mas apenas preenche o intelecto de conhecimentos e confere ao indivíduo competências técnicas, gerais e específicas. Só com uma orientação adequada, em termos de valores éticos e num contexto de relações genuinamente humanas, se pode formar o caráter de cada um, enquanto ser humano, ser racional e ser ético, isto é, enquanto dotado de um “ethos”.

Daí a importância de disciplinas como Formação Cívica (a ser lecionada na nossa escola pela primeira vez este ano) no sentido de formar cidadãos responsáveis e autónomos, mas igualmente íntegros de caráter. Também

É, por isso, importante que a Escola tenha consciência de que se deve organizar tendo como uma das suas finalidades prioritárias repensar a reestruturação das relações sociais e humanas no seu interior e a mudança de mentalidades.” a disciplina de Filosofia pode, e deve, promover esses objectivos, com a sua atividade formadora. A existência de mais debates sobre temas éticos e deontológicos seria extremamente útil no meio escolar, permitindo integrar os alunos, de forma eticamente responsável, na sociedade. Tratar o “outro”, o seu semelhante, como igual, um ”tu-comoeu”, a quem conferimos a dignidade de pessoa e não tratamos com desprezo ou indiferença, é um imperativo ético e deve ser um ideal fundamental que a Escola tem de promover de forma incondicional, principalmente porque o meio escolar reflete o meio social em geral, onde cada vez mais predomina a concorrência, muitas das vezes desleal, e uma competitividade feroz. Cada um quer ser melhor do que o outro e ter mais oportunidades de realização pessoal, de sucesso e de poder e, assim, não se coíbe de, sem escrúpulos, “passar por cima” dos outros para satisfazer unicamente os seus desejos e interesses pessoais, não cumprindo nem tendo consciência das regras mais elementares de cidadania e de humanidade. A hipocrisia, o individualismo egoísta, o oportunismo cego, os direitos subjetivos, o hedonismo e o utilitarismo são característicos dos nossos dias e também da escola, manifestando-se clara e despudoradamente. Essas atitudes devem ser excluídas da convivência social e escolar e é a própria Escola, com a sua finalidade formadora, que tem o dever de contribuir para isso, complementando a educação informal da família.

Sabemos que a Escola é um reflexo da sociedade em que se insere. Mas ela própria deve querer inverter este estigma e transformar-se em renovadora da mentalidade social e propulsionadora de valores humanos fundamentais e universais, como a solidariedade, a verdade, o bem, a justiça, a tolerância, a honestidade, a integridade moral e, fundamentalmente, a honra. Estes valores parecem desajustados nas sociedades atuais, mas é pela sua reimplantação que a Escola deve afirmar-se enquanto instituição voltada para o futuro, em pleno século XXI. Essa deve ser a sua tarefa: incutir nos seus alunos o reconhecimento de que o “outro” é um valor, de que o “outro” tem uma dignidade própria. A dimensão formadora da Escola deve orientar-se no sentido de consciencializar os seus alunos de que o “eu”, perante o “outro”, não pode ser indiferente, como o pode ser face aos objetos materiais. Em suma, educar para a formação do caráter no contexto da sociedade atual, em que predomina uma crise de valores, sempre em conjunto com a educação familiar: eis um dos desafios que se colocam à Escola em pleno século XXI. O contributo da Escola, nesse sentido, poderá ser muito útil à sociedade humana futura. É claro que esta tarefa é inútil se partirmos do princípio de que o caráter é, em exclusivo, determinado geneticamente e não pela educação. É, também, na própria Escola que o problema deve ser debatido.

Pedro Falcão

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 9

A Brotero no séc XXI ::

O

concurso de criatividade, Cr3at!ng, aberto a todos os alunos do 3º ciclo e do ensino secundário, é uma iniciativa de um grupo de professores da Escola Secundária de Avelar Brotero, em Coimbra.

Trata-se de um concurso nacional cujo objetivo é estimular a sensibilidade, a criatividade e a capacidade de execução de projetos, constituindo uma oportunidade para potenciar e divulgar talentos. De tema livre, o concurso organiza-se em quatro categorias: animação, aplicações para dispositivos móveis, fotografia e vídeo. Apresenta-se, assim, como um desafio de interesse escolar, educativo, tecnológico, científico e artístico, através do qual os participantes poderão aplicar conhecimentos, demonstrar capacidades e competências e desenvolver aptidões.

Serão premiados os três primeiros classificados em cada categoria, com uma máquina fotográfica, telemóveis e outros prémios.

ano letivo (2010/2011). A ideia surgiu a partir da dinâmica que se criou entre um grupo de colegas, das conversas que íamos mantendo acerca das nossas aulas e das atividades que desenvolvemos com os alunos.

Definimos, nessa altura, o enquadramento geral, o nome e os objetivos que pretendíamos atingir.

2. É um projeto que preveem manter, isto é, estão previstas novas edições? Se sim, quando? Anualmente? É esse o nosso objetivo. Estreámos o concurso Cr3at!ng este ano, mas ambicionamos darlhe continuidade com uma periodicidade anual. Esta edição tem agora início, mas planeamos já algumas inovações para a próxima realização.

3. Quem são os mentores do projeto? E quem o está a organizar?

O concurso Cr3at!ng conta com o apoio do Ministério da Educação, através da DGIDC Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, o que permitirá a sua divulgação por todas as escolas do país.

Mais informação sobre o concurso no website http://creating.brotero.pt/

Publicamos aqui a entrevista dada ao P3 (Público), acerca do concurso e que foi publicada no passado dia 9 de Dezembro.

1. Esta é a primeira edição do concurso?

Sim, esta é primeira edição. Começámos a idealizar este concurso no final do passado

10 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

O berço do concurso Cr3at!ng é a Escola Secundária de Avelar Brotero, em Coimbra, e os organizadores são um grupo de 5 professores das áreas curriculares de Artes e de Informática. Nos últimos anos temos estado envolvidos na formação de alunos do ensino secundário, em cursos profissionais de Informática e de Multimédia, mas também de outros cursos, e sentimos necessidade de criar fatores de motivação para que os alunos se sintam estimulados a aplicar e a desenvolver os saberes e as competências que adquirem. Achamos que a escola deve ser/estar aberta ao mundo e que o mundo deve entrar na escola, sem comprometer com isso o rigor e o fator de proteção que esta confere. Em paralelo com outras iniciativas, este concurso foi uma das formas que encontrámos para perseguir esse objetivo.

4. Os estudantes podem participar até dia 31 de Março. Quando e onde vão ser divulgados os resultados? E como (apresentações orais, powerpoints, etc)?

Tal como consta no regulamento, disponível no web site, os resultados serão divulgados até ao dia 10 de Junho de 2012. Serão publicados no website oficial (http:// creating.brotero.pt/) e na página do concurso no Facebook (http://www.facebook.com/ ConcursoCr3ating). Realizar-se-á ainda uma sessão de encerramento e de entrega de prémios, cuja data contamos divulgar durante os próximos dias. Planeamos ainda, durante esse dia, promover um conjunto de atividades onde se incluirão workshops temáticos (fotografia, edição de imagem, edição de vídeo, etc.).

5. Haverá algum prémio para os vencedores? Só haverá um vencedor por categoria?

Serão premiados os três primeiros classificados em cada categoria. Entre os prémios contam-se uma máquina fotográfica, telemóveis e sistemas cloogy para monitorização e controlo remoto de consumos energéticos. A lista de prémios não está, no entanto, fechada.

6. Qual foi o capital investido?

O principal capital investido foi, e é, tempo, dedicação e trabalho da organização. Contamos também com o apoio de vários patrocinadores, sem os quais não seria possível ambicionar uma realização como esta.

Os organizadores: Ana Seco, Artur Costa, Gonçalo Carnaz, João Leal e João Sá

::

Por

mais incrível que pareça, não sou a primeira pessoa a enfrentar a atual situação financeira com esta perspetiva menos demolidora. Para além do negativismo, para além da aura negra que a palavra transporta, há sempre forma de, como se costuma dizer, “dar a volta à situação”. O título que sugestivamente dei a esta crónica não é da minha autoria, mas desejava profundamente que qualquer cidadão comum o pudesse ter idealizado. Passo a explicar: É manhã. Escapam-se por entre o ranger da portada da minha memória (e do meu quarto também) pequenos farrapos de nevoeiro adormecido. Lentamente amanhece e a réstia de bruma que, esquecida na noite, se perdeu sobre a cidade, suavemente se desvanece, descortinando o cenário (não tão gélido como o que atualmente enfrentamos) agitado e abafado por números e outonos estivais.

Penso que é quarta-feira. No meu pensamento vibram rebeldes e pequenas recordações de um retângulo luminoso povoado de personagens estranhas e incompreensíveis. Umas gritam, outras aplaudem, outras limitam-se a ditar ordens e instruções. Cortes, cortes, cortes... Eis o nome em que muitos pensariam para novo apelido do nosso primeiroministro.

Apesar de a notícia de mais cortes nos subsídios de Natal e de férias ser algo esperado, e anteriormente preparado, naquele dia

sentia-o flutuante, mas preso, pairando no ar. Era como se a bruma o retivesse na atmosfera e no pensamento, como se o sol o devolvesse das nuvens e o intensificasse. E este é apenas o primeiro passo para criar o “monstro”. Quem foi alvo de corte da tesoura pode ainda agradecer. Significa que, pelo menos, tem algo que pode ser reduzido. Mas exatamente nesse dia alguém me confidenciou que o seu pai fora despedido. Nessa família não se sofre do corte, sofre-se do rasgão.

Emprego, despedimento, salário, corte, contas, aumento, decrescimento. A pouco e pouco, a bola de neve já criada cresce e incomoda, flutua pesadamente, evapora-se sem se esvair na atmosfera quente de um outono que se esqueceu de que o verão já se devia ter retirado.

Pessimismo. Dor. Sofrimento. Incerteza.

Futuro.

Crie!

Como? Sim! Não é uma gralha. E muito menos é um passatempo de “caça ao intruso”.

Apesar de todas as contrariedades e sofrimentos que a Crise nos pode trazer, não podemos, nem devemos, simplesmente parar.

Apenas uma pausa para refletir e observar.

Para escutar o silêncio e com ele conversar.

Nunca simplesmente estacar. Parar e estagnar é desistir sem sequer tentar. Como todos os sobressaltos que na nossa vida atravessamos, uma crise económica (e não só) pode

:: Crónica

ser um pretexto para avançar. Mais! Deve ser um pretexto para avançar!

Dificuldades monetárias? Invente (lembrame as nossas turmas do 11º ano imaginando e projetando mil e uma atividades para diminuir os custos de uma viagem a Londres.

Dinâmicos e criativos).

Perdeu o emprego? Não pare. Crie! Por muito pouco que possa angariar, é uma atitude positiva que está a tomar. Não só por si mas por todos.

Ouvi recentemente numa aula, um professor referir: “Como podemos contribuir para combater esta Crise? Fazer bem cada coisa, no momento presente, cada um na sua realidade.” Que um engenheiro seja um bom engenheiro, um político, um bom político, um estudante, um bom estudante... Deixemos de olhar para nós próprios: o bem de todos é o bem de cada um.

As adversidades espreitam? Não desista! É necessário lutar e perseverar! No final, quem não desistiu caminha confiante e feliz.

Confiante?

Não desistiu. Não culpou os outros sem fazer a sua parte.

Tentou, sobreviveu e agora enfrenta o futuro de cabeça erguida.

Mas, feliz também?

Sim! Atitude positiva! O bem de todos é o bem de cada um.

Inês Morgado, 11º 2A

Colabora com o teu jornal!

Envia-nos os teus textos, poemas, pensamentos, fotos, desenhos, Bandas desenhadas...

Para: jornaldabrotero@gmail.com Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 11

Dep. de Línguas :: ALGUMAS EFEMÉRIDES

PORTUGUESAS

26 de Setembro

19 de Outubro

O primeiro satélite português, PoSat I, foi lançado para o espaço a 26 de Setembro de 1993

A 19 de Outubro de 1941 morreu, em Lisboa, Carlos Malheiro Dias, importante prosador do século XX.

27 de Setembro 1 de Setembro

António Lobo Antunes nasceu a 1 de Setembro de 1942, em Lisboa e é um dos escritores mais reconhecidos internacionalmente.

3 de Setembro

Neste dia, em 1759, D. José I (conhecido pelo cognome O Reformador) procedeu à abolição da Companhia de Jesus.

04 de Setembro

O poeta Raul de Carvalho (1920-1984) nasceu a 4 de Setembro, no Alvito (Alentejo).

Entre os seus livros mais representativos, contam-se Mesa da Solidão e A Aliança, ambos vindos a lume na década de 50 do século XX. A sua obra poética encontra-se reunida em volume publicado pela Editorial Caminho.

O escritor Ramalho Ortigão faleceu em 1915, autor de O Mistério da Estrada de. Sintra, elaborado em parceria com Eça de Queirós.

Machado de Assis, escritor brasileiro, faleceu a 29 de Setembro de 1908.

Em 1957, nasceu o poeta Luís Miguel Nava.

O seu primeiro livro, Películas, publicado em 1979, recebeu o Prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores. Vulcão, de 1994, foi o seu último livro.

30 de Setembro

No dia 30 de Setembro de 1916 morreu na Figueira da Foz o pintor António Ramalho (1858-1916). Pertenceu à geração naturalista e distinguiu-se essencialmente como retratista.

3 de Outubro

Xanana Gusmão, líder da resistência timorense durante a ocupação indonésia, foi libertado da prisão a 7 de Setembro de 1999.

Nasceu, em 1733, o intendente Pina Manique, fundador da Casa Pia de Lisboa.

5 de Outubro

No dia 10 de Setembro de 1740 nasceu Nicolau Tolentino (1740-1811). Poeta predominantemente satírico, a sua obra situa-se num período de transição do arcadismo para o pré -romantismo.

A implantação da República Portuguesa ocorreu a 5 de Outubro de 1910.

6 de Outubro

Amália Rodrigues, fadista reconhecida internacionalmente, faleceu a 6 de Outubro de 1999, em Lisboa.

8 de Outubro

Em 1998, José Saramago foi agraciado com o prémio Nobel da Literatura.

15 de Setembro

Em 1765 nasceu o poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, conhecido pelo pseudónimo de Elmano Sadino.

16 de Setembro

12 de Outubro

Em 1986 morreu o poeta Ruy Cinatti, nascido em Londres, cuja ascendência era portuguesa e italiana.

A 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, nasceu a escritora Agustina Bessa-Luís. No mesmo dia e no ano de 1911, nasceu o escritor Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém.

17 de Setembro

A 17 de Setembro de 1768 faleceu Manuel da Maia, reconstrutor de Lisboa após o terramoto de 1755.

O poeta António Ramos Rosa nasceu a 17 de Outubro de 1924. No mesmo dia do ano de 1917, nasceu o camilianista Alexandre Cabral.

22 de Setembro

18 de Outubro

12 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

28 de Outubro

A 28 de Outubro de 1920 nasceu a poetisa Natércia Freire.

30 de Outubro

Morreu, em 1929, um dos mais importantes dirigentes republicanos: António José de Almeida.

31 de Outubro

D. Leonor de Almeida, a poetisa Marquesa de Alorna, nasceu em Lisboa a 31 de Outubro de 1750.

A 1 de Novembro de 1902 nasceu Saul Dias, pintor e poeta, pseudónimo de Júlio Maria dos Reis Pereira, irmão de José Régio.

2 de Novembro

Nasceu, em 1919, o professor e escritor Jorge de Sena.

10 de Novembro

Em 1913 nasceu o resistente antifascista Álvaro Cunhal, político que durante muitos anos foi Secretário-Geral do Partido Comunista Português.

11 de Novembro

António Maria Lisboa, um dos representantes do surrealismo português, faleceu a 11 de Novembro de 1902.

15 de Outubro

O pintor António Carneiro (1872-1930) nasceu no dia 16 de Setembro de 1872, em Amarante. Professor da Academia Portuense de Belas-Artes, desde 1911, o seu nome ficou também ligado à revista “Águia”, de que foi diretor artístico.

Portugal tornou-se membro do Conselho da Europa a 22 de Setembro de 1976.

Organização instituída pelo Tratado de Londres, em 1949, tem atualmente 47 Estados membros.

27 de Outubro

Graciliano Ramos, escritor brasileiro, nasceu a 27 de Outubro de 1892.

1 de Novembro

10 de Setembro

11 de Setembro

Morreu, em 1998, o escritor José Cardoso Pires, autor de O Delfim, obra que serviu de base ao filme do mesmo nome de Fernando Lopes.

29 de Setembro

7 de Setembro

Faleceu, em 1891, o escritor Antero de Quental, vítima de doença do foro psiquiátrico que o levou ao suicídio.

26 de Outubro

13 de Novembro

Morreu o Infante D. Henrique, em 1460, na vila de Sagres.

14 de Novembro

Júlio Dinis, escritor, nasceu a 14 de Novembro de 1839, no Porto.

17 de Outubro

Por decisão do tribunal do Santo Ofício da Inquisição, António José da Silva foi queimado num auto de fé, acusado de atividades judaizantes, em 1739.

16 de Novembro

José Saramago, escritor e Prémio Nobel da Literatura em 1998, nasceu a 16 de Novembro de 1922 na aldeia ribatejana de Azinhaga.

17 de Novembro

A 17 de Novembro de 1917 nasceu o escritor Romeu Correia. No mesmo dia do ano de 1993, faleceu o escritor Mário Dionísio.

:: Português 19 de Novembro

30 de Novembro

19 de Dezembro

Américo Tomás, ex-presidente da República, nasceu a 19 de Novembro de 1894.

Em 1935, em Lisboa, morreu Fernando Pessoa, poeta igualmente conhecido pelos seus principais heterónimos: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores nasceu o professor e escritor Vitorino Nemésio, em 1901.

20 de Novembro

Em 1911 nasceu o maestro e compositor Armando Tavares Belo.

23 de Novembro

O poeta Herberto Hélder nasceu a 23 de Novembro de1930. D. Francisco Manuel de Melo, escritor de família nobre, nasceu no mesmo dia do ano de 1608.

24 de Novembro

A 24 de Novembro de 1906 nasceu o escritor António Gedeão, pseudónimo de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, cuja poesia evidencia a simbiose perfeita entre a ciência e a literatura.

25 de Novembro

O escritor Eça de Queirós, famoso autor de Os Maias, nasceu a 25 de Novembro de 1845. Ramalho Ortigão nasceu no mesmo dia do ano de 1836.

27 de Novembro

A 27 de Novembro de 1826 nasceu no Porto o poeta Soares de Passos.

1 de Dezembro

Em 1640 ocorreu a restauração da independência de Portugal. O governo espanhol deu lugar ao rei D. João IV. 2 de Dezembro

23 de Dezembro

A 2 de Dezembro de 1940 nasceu Sanches Osório, elemento ativo da revolução de Abril.

Em Lisboa, em 1734, nasceu Filinto Elísio, um dos mais importantes poetas do Neoclassicismo português.

9 de Dezembro

Almeida Garrett faleceu a 9 de Dezembro de 1854, em Lisboa. Poeta e prosador, deu também um importante contributo para a renovação do teatro em Portugal.

27 de Dezembro

O escultor Lagoa Henriques nasceu a 27 de Dezembro de 1923, em Lisboa 29 de Dezembro

Em 1956, em Lisboa, foi inaugurado o Metro, uma rede subterrânea de transporte coletivo.

11 de Dezembro

Neste dia, em 1908, nascia o realizador de cinema Manoel de Oliveira.

14 de Dezembro

29 de Novembro

O escritor neorrealista Alves Redol faleceu neste dia em 1969

Tal

como aconteceu em 1911, aquando da implementação do Acordo Ortográfico, um século depois, a polémica repete-se.

Recuando no tempo…

«Quando se começou a escrever a língua portuguesa, a tendência foi para que as palavras representassem foneticamente os sons.

Mas na segunda metade do século XVI, numa altura em que o português sentia a necessidade de se afirmar perante o castelhano, tentou-se legitimar a língua dando-lhe um cariz mais latino e optando por uma ortografia mais etimológica (a partir da origem das palavras)». Foi nessa altura que se publicou a Ortografia da Língua Portugueza. «Era o tempo em que "é" se escrevia "he", "plurais" eram "pluraes", "podem" tinha acento no "o", e "bom" era "bõ"» 1.

No entanto, a polémica entre ortografia etimológica e fonética manteve-se ao longo dos séculos. E foi assim que se chegou ao Acordo Ortográfico de 1911. À época, uns defenderam a sua implementação.

De facto, Carolina Michaelis de Vasconcelos, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho,

22 de Dezembro

José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, faleceu a 22 de Dezembro de 1969, em Vila do Conde, vítima de ataque cardíaco.

A 14 de Dezembro de 1952, em Amarante, faleceu Teixeira de Pascoaes, defensor do Saudosismo como estética literária.

http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/ efemerides.html, disponível em 4/10/2011.

António Marques

O Novo Acordo Ortográfico Aniceto dos Reis Gonçalves Viana, José Joaquim Nunes, Gonçalves Ribeiro defenderam que o acordo ortográfico de 1911, de cariz fonético e, por isso, mais simples, poderia ajudar os que sentiam mais dificuldades no uso de uma ortografia etimológica 2.

No entanto, outros houve, nomeadamente grandes escritores, que se opuseram à sua implementação.

Por exemplo, Alexandre Fontes estranhava o aspeto das palavras: «Imaginem esta palavra phase, escripta assim: fase. Não nos parece uma palavra, parece-nos um esqueleto» 3.

Já Teixeira Pascoaes se referia à estética e sonoridade: «Na palavra lagryma, [...] a forma da y é lacrymal; estabelece [...] a harmonia entre a sua expressão graphica ou plastica e a sua expressão psychologica; substituindo-lhe o y pelo i é offender as regras da Esthetica. Na palavra abysmo, é a forma do y que lhe dá profundidade, escuridão, mysterio... Escrevel-a com i latino é fechar a boca do abysmo, é transformal-o numa superficie banal» 4.

Finalmente, Fernando Pessoa declarava o

seu patriotismo à língua portuguesa: «Minha patria é a lingua portugueza. […] odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa propria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ipsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse» 5.

Um século depois, a polémica repete-se!

Já pensou se a língua se mantivesse inalterada?

1 in http://jornal.publico.clix.pt/noticia/30-12-2009, disponível em 03-12-2011.

2 in blogs.estadao.com.br/arquivo, disponível em 03-122011.

3 Fontes, Alexandre, A Questão Orthographica, in pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortográfico_de_1911, disponível em 03-12-2011.

4 PASCOAIS, Teixeira de, A Águia, in pt.wikipedia.org/ wiki/Acordo_Ortográfico_de_1911, disponível em 03-122011.

5 SOARES, Bernardo, (1982) - Livro do Desassossego, Lisboa, Ática.

Emília Melo Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 13

Dep. de Línguas ::

HALLOWEEN CREATIVE WRITING CONTEST No âmbito do Plano Anual de Atividades, realizou-se, de 24 de Outubro a 4 de novembro um concurso de escrita criativa em inglês, subordinado ao tema "Halloween", promovido e organizado pelo Núcleo de Estágio de Inglês.

Deste concurso, resultou um vencedor inequívoco – Andrey Solovov, aluno, nº2 do 12º1E, com o conto "Fatigue". O Núceo de Estágio de Inglês decidiu também conceder uma menção honrosa ao conto da aluna Beatriz Nunes, nº3, do 121E, pela qualidade do trabalho apresentado.

Aos alunos supra- citados, os nossos parabéns.

Segue a publicação dos contos vencedores.

MS

FATIGUE He opened the door and stumbled into his room. Poured himself into the chair, and just stared at nothing. It had been an exhausting week and there was still much to do ahead.

There were too many people depending on the same individual. If this continued, he would just stop caring. He needed rest. And not the run-of-the-mill 4 to 7 hours of sleep, no. He needed the real thing. An indefinite and irrelevant amount of hours of slumber, safe in the knowledge that oversleeping is impossible. The problem was that prior to being given the chance to do so, he would have to hold on. There was still an entire Friday morning and afternoon to survive.

Luckily, this Thursday was over. His tasks for today were completed. He could for a while try to relax, ignore the headache and not contemplate the irrationally brutal day awaiting him tomorrow. Only he couldn't: his phone vibrated. A message from an unknown number was received. And unlike what one would expect, it wasn't, in fact, an ad. It was a text message, saying “You look tired.”. He probably could have reasoned that it was a particularly weird ad, but he instead decided to reply with “Who am I talking to?”. There was no patience left in him for this kind of thing. Either the unknown party would reveal its identity, or the conversation would end.

A little later, a response came along, reverting back to the original topic. “You need rest. The proper kind...”, it said. His whole brain screamed in agony for a second. It was one of those headaches. Subtle in the morning, monstrous by night. He supposed that the unknown sender might have not gotten the idea yet, so he made it as clear as possible: “Stop wasteing my enrgy and tell me who you are” he replied, with no intention of correcting the typos.

“Do you really believe that if I state a name and a description they're necessarily true?”

14 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

said the next message. A rather sudden shift from a strange but probably friendly tone to an evidently threatening one. The kid became confused. He thought for a moment and wrote back “What are you implying?”. One realization he was coming to by now was that whatever turn the conversation would take from that point, it would not be a pleasant one. He still was in a dire need of sleep, but his mind would have to be put at rest first.

The reply that came next brought along more questions than it answered: “I mean that we're almost complete strangers. I know very little about you and you know even less about me, and what I do know about you, I'd rather I didn't”.

He decided to start asking the stranger some questions that had been bothering him ever since the conversation had started. This random person might have simply guessed that he was tired on this particular Thursday, but there was something definitely wrong about the way the statement was made. Still, first things first. He opted for “How did you get my number?”, to which the stranger answered “You told it to me”. Just like that, what could have been genuinely disturbing made a turn for the downright ridiculous and silly. He decided to go along with it, though, just out of curiosity. “I don't remember giving my phone number to any complete strangers”, he said, to which he received the even cheesier response of “Yeah, you wouldn't”.

A premise that had potential for quite a scare was developing into a clearly childish attempt at horror. Not all that well thought out either, apparently. He pitied whoever was making this prank and made a message that is easy to reply to. A simple yes or no question: “Alright, so you're saying that you hypnotized me into giving you my phone number, and then made me forget what happened?”. The answer he got, “Yes”, only further cemented his theory. Now that that

was sorted out, his fatigue started to get the better of him again. He said “Like you pointed out earlier, I'm tired. It was nice talking to you, stranger.” and went to brush his teeth.

Just before leaving the room, it came to him. He went back and closed the blinds. A little later, in the bathroom, he blankly observed the mirror and wondered what kind of person would be so bored as to get his number from somewhere and then send him messages while looking into his window. Was it a stalker? Would these incidents reoccur constantly from now on? The stranger then sent another message. It said “I can still see you.

You're in the bathroom, staring at the mirror”.

He knew every inch of the bathroom, but had to check once more. There were no windows. He checked for cracks, and found nothing. That left only one logical conclusion, but what could be the reasoning behind it? It didn't make sense. Out of desperation, he asked “Where are your cameras hidden?”.

The stranger was clearly not sane, so maybe he or she would answer the question. And an answer did come along. It was “How should I know? You hid them”.

This had to be an illusion from a lack of sleep or something. What was happening was no longer logical or possible. He was a very busy person. He simply wouldn't have had the time to stop whatever he was doing to meticulously install cameras, connect them all and make them send the signal somewhere else. He wouldn't even know the procedure for doing so! And the things one would find out from surveilling another at random intervals. Something would have to be done.

He ran for a magazine stash. Along the way he received another message: “I guess you have been assuming that your recent tiredness is due to stress and lack of sleep.

Well, installing the cameras implied using the long intervals of time when you were not

:: Inglês busy. To be inconspicuous, you know. I probably ended up ruining your REM sleep quite a few times because of that, so there you have the reason why you're a burnt out wreck right now :) ”.

Back in the room, with a bunch of magazines, he began frenziedly tearing out the pages. After a few seconds of this, he grabbed the phone again and asked the bad crazy person “What are you trying to do?”, to which he got the response “I'm just having some fun! The night shift is long and boring, and I don't like to think that I majored in Psychology for nothing.”.

He put the phone in his pocket and began pasting the magazine pages onto the walls. I sent him a final message, saying “You shouldn't talk so loud while you think”. I don't know what he did afterwards.

Soundproof the walls, maybe? It's always worth seeing the reactions of people when they discover they're being watched. I guess I'm done taunting this kid for today, though.

I never even got to know his name or anything. These screens were intended for watching over the mall, and not people's homes. But, then again, I think I also got someone else's number recently as well. I think her name was Sarah or something...

Andrey Solovov, nº2,12º1E

SHE HELD THE GUN TO HER HEAD She held the gun to her head. This was it. This was the end of everything: of her life, of her hopes, of the pain and sorrow that were deemed to be who she was. It was the 31st of October. One year, exactly, had passed since that day, the day part of her had died, the human part of her. A tear rolled down her face as she started to remember…

Halloween was her favorite day of the year.

Bad people dressed up like fairies and princesses, in an effort to be better; ugly girls dressed like bunnies and cats, so that the boys would look at them; and good girls dressed like vampires and monsters, so that they could give vent to the ugliness in them. Halloween was about being someone else, and she desperately needed that.

While walking to a friend’s party, she noticed that the big, abandoned house was occupied.

Even though she thought it was a stupid idea, something about that house made her stop.

The decision of entering wasn’t hard, the actual act of doing it, however, was. After half an hour searching she found an open window and was, finally, able to get in.

Suddenly, she was face to face with a girl; an incredibly beautiful and strange girl. With long hair, dark as the night; deep, green eyes, cold; and ragged clothes.

“I was waiting for you”, she said.

“What? For me? Why? Who are you?”

“I’m an Angel, and soon, you will join me.”

“What kind of angel? Why would I join you?”

“Dark angels are those who lost their wings.

Those who wished harm on others, those who felt alone in the dark, like you. I came to get you, to reveal your fate. I’ve been watching you for a while now”, the girl came up to her and gave her a necklace with a purple stone attached to one end.

“The way you stare at the wall, waiting for time to ebb away; the way you avoid personal conversations; the way you wave people off and say “I’m ok” with a big fake smile. I’m offering you an exit, a way out. A life without loneliness or grief. You have potential, you’re beautiful and smart. Do you want to become someone else forever? What’s that saying? “Everybody

dies, but not everybody lives”. If you come with me, you will never die or be sad again. You will have control of your fate. However, you will have to cut all human connections.”

The girl came up to her and stared at her brown eyes. She felt chilled to the bone.

“I… I want to. Take me with you! Turn me into someone else, please! For years now, she had yearned for this moment: to be able to say out loud how miserable she was “Don’t leave me here, tell me what to do!”

“Ok then”, the girl replied, with a demonic smile on her face. “Wait a year. Next Halloween, exactly at midnight, kill yourself!”

“Kill myself?! But … How do I know this is going to work? She asked terrified.

“You don’t. It’s called faith.”

After that, everything changed. Every time her life seemed to make no sense, she thought of the girl, and the promises she had made and how wonderful it would be to be immortal.

Without realizing it, she ended up cutting all ties with friends and family, isolating herself from everyone. On the 30th October she decided to try since she had nothing to lose. The next day, at midnight, she took her brother’s gun, climbed to the roof, took one last look at the stars, grabbed the purple stone and closed her eyes.

She held the gun to her head and pulled the trigger. This was it. This was the beginning of everything: of immortality, the fulfillment of her dreams, of the uniqueness and glory that were hers. It was the 31st of October; exactly one year had passed since that day, the day when part of her was born, the best part of her. A smile formed on her face as she started to forget…

Beatriz Nunes, nº4, 12º1E

I hear the world crying I hear th e w o r ld cr y ing in a d eep s i l en c e , A silence f ull of p a in , a g o n y a n d m i s e ry I hear th e w o r ld s cr eam in g but no o n e h ea rs it Wh ile we wa lk in to a wor ld o f tr aged y I hear th e wor ld sobb ing W e ’r e g e tt ing l e ss a nd l e s s , Unt il we have noth in g W e k e ep wal k ing i nto a m e ss I hear th e wor ld dyin g Wh en som e g et mor e and mo r e B ut I wan t to h ea r th e w o r ld f i ght ing A nd s tart a c i v i l wa r

David Fernandes, Francisco Silva, Helena Santos, Jorge Sousa e Maurizio Crocci 11º1A

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 15

Opinião ::

Basta!

“Basta!”

, dizem os que protestam, aqueles que se sentem injustiçados ou aqueles que por vezes são manipulados para fazerem parte de grupo.

“Basta!”, dizem eles.

“Basta!”, digo eu!

“Basta” deste mundo monótono, sem mudança passível de realização.

Basta de crianças a morrerem de fome,

basta de tristezas, basta de confrontos, basta de um mundo cruel e frio. Basta de injustiças: os ricos riem, ingratos comem, almas mortais vivem; os pobres choram, gratos sofrem, almas imortais morrem.

Um mundo contradito, cheio de injustiças, de desordem que se esconde por detrás desta “organizada” sociedade.

São maneiras de estar ou de ser, são falsidades incumbidas no interior negro de alguns

seres. É um mundo feio, mas parece cheio de alegria. Eu chamo-lhe esperança.

Esperança de mudança, esperança de viver, esperança daqueles que ainda acreditam.

Eu digo “Basta!”.

Ana Rita Alves Barreto - 2011 (11º1B)

EU Protesto!

Há

simplesmente certas coisas que me transcendem e que me fazem (re) pensar todas as atitudes que tenho no quotidiano. Existe tanta coisa que eu gostaria de alterar com as minhas próprias mãos, mas isso não é possível e, como tal, tento concentrar-me na realidade e procuro mudar pequenos pedacinhos do meu dia. Há tanta pergunta sem resposta que me revolta por dentro, como por exemplo: por que razão deixamos passar as injustiças no dia a dia?

Vejo tantas vezes aquelas situações que acontecem mesmo ao nosso lado, aquelas que, se quisermos, talvez consigamos mudar… “os mais fracos sofrem, os poderosos riem”. Nunca consegui perceber de que se riem. Rebaixam os outros, tratam-nos mal e para quê? Para se sentirem melhor com eles próprios? Para mostrar que são heróis? Pena que os supostos heróis destas injustiças não se apercebam de que são eles os mais fracos desta história. São os mais fracos de espírito.

Precisam de ver os outros mal e infelizes, 16 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

para se sentirem alguém. Como é que isto é possível? Como é que há pessoas tão curtas de mentalidade? Uma ofensa, por mais pequena que seja, será sempre uma ofensa.

Será sempre algo que magoa alguém, que debilita uma pessoa, que a torna infeliz e, por isso, nunca deveria ser pronunciada.

Mas talvez pior do que aqueles que a cometem, são os que ficam impávidos e serenos a observar tudo o que se passa, quais espectadores a assistir um filme. Para esses, deveria ser relembrado que aquilo que se passa e que está bem diante dos seus olhos, não é ficção. É bem real e palpável, deixa marcas e consequências na vida de uma pessoa. Cabe-nos a nós não sermos espectadores da nossa própria vida e muito menos da vida dos outros. Cabe-nos a nós ajudar a mudar aquilo que pode ser mudado. Concentremonos nos pequenos aspetos da nossa vida,

porque são as pequenas coisas que exigem de nós maior atenção.

Está na altura de dizer BASTA. Chega de sermos passivos connosco próprios e com os outros!

Maria Francisca Batista – 11º1B

:: Opinião

AS VOZES E AS NOZES Há

algum tempo, e clarifico, há cerca de dois anos, tenho vindo a ouvir queixas dos alunos relativamente à qualidade da comida servida na cantina. Ora, como diz o ditado popular, muitas vezes, “as vozes são mais do que as nozes”, considerei que este género de queixume, por parte dos alunos, poderia ser mais um capricho mimado de quem só gosta da “comida da mamã” ou, simplesmente, um reflexo da típica atitude adolescente de se queixar de tudo e de todos.

Contudo, não sendo pessoa de me deixar tentar pelo estereótipo anteriormente descrito, decidi pôr-me em campo e verificar, com os meus próprios olhos e papilas gustativas, se esta onda de contestação geral tinha algum fundamento, pois considerei atípico todos dizerem mal da comida da cantina.

Numa certa semana, por imperativos de trabalho relacionado com a minha direção de turma, tive de ficar duas tardes na escola, pelo que me socorri da cantina para almoçar.

As surpresas não foram muitas. Num dos dias, a sopa sabia a puré instantâneo e o prato que supostamente seria de arroz de peixe com coentros foi substituído literalmente por uma papada de batata com vestígio de peixe e vegetais. Cheguei a encontrar um quadrado de cenoura no prato, e isto não é anedota. No dia seguinte, veio o mesmo género de sopa, desta vez salgadíssima, seguida de um pastelão de peixe insípido (julgo que para contrabalançar o elevado nível de sódio do prato anterior) acompanhado de arroz manifestamente cru. Com certeza, estarão os caros leitores a questionar a qualidade e credibilidade do meu “estudo” e a minha competência para o fazer.

Em primeiro lugar, poderia dizer que descendo de uma família matriarcal, na qual as mulheres (e alguns homens) receberam o delicioso condão de serem cozinheiras “de mão cheia”. Relembro a minha avó materna, mãe de dez, que do pouco fazia muito. Era

convidada a cozinhar nas bodas da aldeia porque só ela sabia guisar o carneiro, que vinha em travessas a fumegar e a rescender de molho, ladeado de batata cozida. E não havia matança de porco que prescindisse da sua presença, pois ela confecionava o belo do sarrabulho da Gândara como ninguém. A prole foi numerosa, e muitos filhos e netos enveredaram pela restauração. Não foi o meu caso, mas a herança do gosto pela cozinha e o palato aguçado não os posso negar, e os amigos assim o confirmam.

Bem, e em segundo lugar, conheço já um largo número de cantinas escolares, desde o planalto transmontano, passando pela beira interior profunda, chegando finalmente à beira litoral e, efetivamente, o padrão repete -se. As escolas com cantinas concessionadas (independentemente da empresa) têm um padrão e as escolas com cozinheiras próprias têm outro. Nas primeiras, por exemplo, a sopa sabe toda à mesma base, que sei, de fonte segura, não ser feita de batata, cenoura, cebola e outros vegetais, como teria de ser. Os pratos principais vêm semiconfecionados e teem, irremediavelmente, o mesmo sabor sensaborão, passando o paradoxo.

Depois, temos as escolas com cozinheiras próprias, das quais guardo as melhores recordações, pois, mesmo distantes da minha área de residência, traziam-me o conforto da comida caseira e o amor posto em cada prato confecionado. Recordo a Escola Secundária de Maceira (passo a publicidade) que, a este nível, julgo ser das melhores por onde passei.

Nos dias de sopa de peixe, havia pãozinho torrado a acompanhar e, nos de caldo verde, não faltava a broa. Confecionavam, entre outros, um bacalhau espiritual absolutamente divino e um fantástico prato regional de rojões com castanhas, acrescendo o facto de haver sempre verduras cruas ou cozidas à escolha. Bem, e o arroz doce aproximava-se perigosamente do da minha mãe.

Geográfica e cronologicamente mais próximo, recordo o tempo em que almocei na Escola Secundária Infanta D. Maria durante as obras de requalificação da Brotero. Estavam lá as nossas cozinheiras e a comida era muito boa: sopas a saber a caseiro, pratos de carne e peixe apetitosos e muito bem confecionados, e ainda um “buffet” de saladas primorosamente apresentado, a fazer inveja a muitos outros que vemos em centros comerciais.

Quando a Parque Escolar terminou os seus trabalhos, julguei que, com aquelas cozinheiras, com as fantásticas novas instalações da cozinha, que tive oportunidade de conhecer de perto, a comunidade escolar disporia de um ótimo serviço de cantina. Lamentavelmente, isso não sucedeu. É caso para dizer que “dá Deus as nozes a quem não tem dentes”. Acresce ainda o facto de estarmos em crise. Todos sabemos que muitos dos nossos alunos tomam a única refeição “decente” do dia dentro do espaço escolar e é “isto” que temos para oferecer? Considero que, se a escola optasse por manter a cantina a funcionar com a “prata da casa” melhoraria, e muito, a qualidade da comida da cantina. Além disso, seria uma mais-valia para os produtores locais que, ao fornecerem a cantina com produtos da região, trariam mais qualidade às refeições e dinamizariam as economias nacional e regional…

Depois de redigir este artigo, pensei em ilustrá-lo com uma fotografia, tirada na escola, dum amontoado de tabuleiros com pratos cheios de comida intragável e, por isso, intocada. Mas era uma visão demasiado deprimente e negativa. Prefiro entregar-me à força das palavras e à esperança que nunca perco, pois espero dias melhores no futuro. Porque os alunos merecem melhor. Porque os professores e funcionários merecem melhor. Porque a Brotero merece melhor.

Mónica Sebastião

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 17

Opinião ::

Nêsperas Rifão Quotidiano Uma nêspera estava na cama deitada muito calada a ver o que acontecia

Vi

a Eunice, pela primeira vez, sentada no corredor, completamente

alheada ao que a rodeava. Estava a ler.

Como sempre acontece quando vejo outras pessoas com livros na mão, abrandei o passo em ritmo de cinco minutos de intervalo, torci o pescoço num ângulo à beira do impossível e espreitei o título: “O Segundo Sexo”. Parei mesmo e perguntei-lhe se era leitura para alguma disciplina. “Filosofia,

chegou a velha e disse olha uma nêspera e zás comeu-a

talvez?”. Não era. Tinha ouvido falar da Simone de Beauvoir e encontrara o livro na biblioteca da escola. “Estás a gostar?”.

“Muito!”. “Gostas de ler?”. “Muito!”. Mais um estereótipo sobre “os jovens” e a leitura blá, blá, blá, pela borda fora, mais uma estória para contar à mesa do jantar.

é o que acontece às nêsperas que ficam deitadas caladas a esperar o que acontece Eunice Silva, Nêsperas, 2011 18 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

Mário Henrique Leiria, in Novos Contos do Gin, 1974

Nunca mais perdi de vista a Eunice. Muito tímida, retribuía, meio contrafeita, o meu sorriso de orelha a orelha, sempre que com ela me cruzava, cúmplice naquele gosto pelos livros, pelo cheiro deles, pelas palavras e os jogos delas, pelos mundos que explicam, desbravam ou inventam.

No ano passado foi minha aluna. Era o meu primeiro 12ºAno, no privilégio imenso de uma nova vida profissional depois dos cinquenta. Turma pequena, cabia nela toda

:: Breve a diversidade da escola e ainda mais, muito

anjinho, entretém-te, que eles são inteli-

mais… Turma de Artes, quase todas as

gentes, eles ajudam, eles emprestam, eles

coisas “inglesas” foram, também, pretexto

decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás

para outros riscos, literais e outros.

de construir barcos para a Polónia ou cabe-

Numa sexta-feira, dia de “Poetry à la

ças de alfinete para a Suécia, se hás de

weekend”, em que podíamos levar poemas

plantar tomate para o Canadá ou eucalip-

ou canções em inglês ou português, para

tos para o Japão, descansa que eles tratam

posterior trabalho de tradução, resolvi

disso, se hás de comer bacalhau só nos

passar-lhes um clip de vídeo com o Mário

anos bissextos ou hás de beber vinho sinté-

Viegas a dizer, como, de facto, só ele sabia

tico de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não

dizer, o “Refrão Quotidiano” do Mário Hen-

penses em mais nada […] Deixa-te de polí-

rique Leiria. Mal o declamador começa

ticas que a tua política é o trabalho, traba-

aquele “Uuuumaaaa nêêêspeeeeraaa…”,

lhinho, porreirinho da Silva, e salve-se

desata a turma numa forte e canora garga-

quem puder que a vida é curta …”*

lhada, daquelas que saltam lá bem de den-

Num tempo de ataques sucessivos aos

tro do peito. Irritada, calo o Mário Viegas e

direitos das pessoas e, em última análise, à

calo a turma, perguntando (parvamente,

própria democracia, num tempo de insidio-

eu sei, mas ele há dias assim…) qual era a

sa formatação de pensamento único, é fácil

piada. Diz alguém: “Ah! É que o professor

tornarmo-nos nêsperas. Mas, não esque-

Valdemar anda sempre com a nêspera na

çam: acabaremos comid@s. No dia 24 de

boca!” Sabem, claro, de que momentos da

novembro, entre outras coisas, vou-me

sala de aula aqui falo: “Como? O quê?

lembrar, da Eunice, do Valdemar e das ra-

Quem? Quando? Onde?”. As perguntas

parigas e rapazes do 12º 2C. Depois, con-

atropelam-se na cabeça e enrodilham-se na

victamente, vou/vamos à luta.

língua. A turma, magnânima, explica: “O professor Valdemar, volta e meia, recita-

* José Mário Branco, FMI, 1979

nos este poema. E, já agora, a propósito!”.

Ouvido o “Rifão Quotidiano”, lançada a semente, algumas alunas puseram em prática o que já se tornou um dogma da novilíngua educativa – a interdisciplinaridade.

Palavra horrível, impossível de dizer de uma vez só, usada e abusada. Mas que, às vezes, acontece.

Desse empenho surgiram trabalhos plásticos em que se destaca “Nêsperas”. A Eunice pegou na máquina fotográfica, foi para a rua, captou momentos, atenta e certeira, sempre fiel ao texto sobre que trabalhava: aí estão, as nêsperas, sentadinhas, caladinhas, bem comportadinhas.

Sem levantar nem os olhos, nem a voz, esperam. Esperam pelo fim da manhã, o fim da tarde, o fim de semana, o fim do mês, o fim dos dias. Tal como as suas sementes e folhas que contêm uma pequena quantidade de glicósidos cianogénicos que

Helena Dias Loureiro

Anuário de Finalistas 2011/2012

À

semelhança do trabalho efetuado no ano letivo passado, vimos informar que iremos proceder à elaboração do Anuário de Finalistas 2011/2012, pensado a partir do Projeto Educativo da escola, e que terá como objetivos principais: 1 - Valorizar a cultura do esforço, empenhamento e avaliação; 2 - Consciencializar para a relevância do saber.

Informamos, ainda, que iremos solicitar a autorização dos encarregados de educação para que possamos recolher dos respetivos educandos uma fotografia, em conjunto com os colegas da turma a que pertence e com o respectivo director de turma.

Mais informamos que esta fotografia de turma constará no anuário, bem como as fotografias das restantes turmas de 12º ano.

Para tal, solicitaremos o preenchimento, por parte dos encarregados de educação, de um destacável, que deverá ser devidamente preenchido e assinado.

produzem cianeto quando digeridas, também estas nêsperas se envenenam com esta “apagada e vil tristeza”, contaminando, ainda que inadvertidamente, quem as rodeia. Ouvem-nas? “Entretém-te meu

Os dinamizadores: António Marques, Artur Costa, Graça Alves, Maria Emília Melo e Sónia Freitas

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 19

Memórias ::

Professor de Química

Pedro Dória Nazareth Um pioneiro da Educação para a Saúde

Foi

o acaso que me conduziu por caminhos desconhecidos e me fez encontrar a seguinte notícia: «Pedro Dória Nazareth, professor auxiliar da escola industrial “Brotero”, em Coimbra – sessenta dias de licença com vencimento, para ir ao estrangeiro, tendo já pago os respectivos emolumentos».

Vi logo que se tratava de um investigador e numa pesquisa na Internet confirmei-o, ao encontrar no trabalho de Eduardo Manuel Santos Carneiro de 2002 -“Alimentação em Portugal - Subsídios para o seu estudo” Universidade Portucalense, Porto, uma referência ao seu estudo: «ALIMENTAÇÃO EM PORTUGAL - Subsídios para o seu Estudo/Factos Históricos», de onde transcreveu uma descrição da alimentação típica de um jornaleiro agrícola, no início do século XX, no concelho de Vila Nova de Famalicão: «A ração diária d' um adulto - média. Em géneros: Pão de milho, legumes secos, legumes verdes, batatas, peixe salgado, azeite ou gordura de porco, carne de porco (esta última só quando comem na casa do patrão)». E esta população diz-nos: «é na sua maioria uma população robusta e resistente não abusando do álcool. Se trabalham a seco, o que é raríssimo entre os jornaleiros, tomam sempre três refeições, sendo a primeira às 8 horas da manhã e a última à noite, compostas de uma grande malga de caldo de legumes e pão de milho, a segunda ao meio dia, é constituída pelo mesmo caldo e pão de milho e mais um pouco de bacalhau ou duas sardinhas. Quando comem por conta do patrão, de Inverno 20 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

tomam as mesmas três refeições mas acrescentando à primeira, sardinhas ou bacalhau e batatas ensopadas, e na segunda comem o bacalhau acompanhado de arroz ou batatas, e duas a três vezes na semana carne de porco.

Nestas circunstâncias têm ainda no Verão mais duas refeições, à pega às dez horas da manhã e à merenda às cinco horas, constituídas por pão e vinho».

Mais tarde, no I Congresso Pedagógico da Instrução Primária e Popular, realizado em Abril de 1908, como professor de Higiene na Escola Industrial de Marquês de Pombal em Lisboa, conta: «nas escolas industriais, numa das quais, em 1901, eu comecei, pela primeira vez em tais estabelecimentos, a fazer, por iniciativa própria e sem nenhuma remuneração, um curso de higiene, ministram-se hoje, em algumas delas, noções dessa ciência, graças a uma disposição, introduzida na última reforma, que permite que nas escolas industriais onde houver professor idóneo este possa reger, cumulativamente com a cadeira que lhe pertença, outra de higiene, mediante pequena retribuição». Estava com certeza a referir-se à sua experiência como professor na Brotero.

E em 1936, António de Almeida Garrett, professor de Medicina na Universidade do Porto, ao retomar o estudo dos nossos Hábitos Alimentares, reconheceu o seu trabalho como pioneiro, e escreveu: «merece destaque, pela extensão a toda a população agrícola do continente português, o que Pedro Dória Nazareth publicou no Boletim da Assistência Nacional aos tuberculosos, de 1906 a

1910, e no qual indicou os géneros alimentícios de consumo habitual em cada região, as quantidades desses géneros consumidas diariamente por um trabalhador do campo, o valor calórico de uma ração, e o número de refeições em que se divide. As informações que colhi sobre o regímen alimentar da população agrícola do norte, aproximam-se das exaradas nesse trabalho».

Por estes indícios, trata-se de alguém que merece destaque na história da pedagogia portuguesa e, por maioria de razão, na história da nossa Escola.

Aires Antunes Diniz

Diário do Governo, ano 1900, n.º 172, sexta-feira, 3 de Agosto de 1900, pág. 2149, coluna 1.

In http://jn.sapo.pt/blogs/ eduardomanuelsantoscarneiro/default.aspx, acesso em 18 de Junho de 2010.

Pedro Dória Nazareth - Estudo sobre a alimentação das classes trabalhadoras no continente de Portugal, in Tuberculose "Boletim da Assistência Nacional aos Tuberculosos, Lisboa, nº 4, 1907.

Idem, Ibidem.

Pedro Dória Nazareth - O estudo da higiene no ensino primário e normal, relatório apresentado ao Congresso Pedagógico de Instrução Primária e Popular promovido Liga Nacional Instrução, em 1908, Coimbra, 1908.

ALMEIDA GARRETT, António de - Hábitos Alimentares..., in Portugal Médico, vol.XX, nº 10, Porto, 1936, pp.430.

:: Memórias

Mestre Valentim de Azevedo Homem da Arte da Pedra e… de Negócios

V

alentim de Azevedo é um antigo aluno da Brotero, nascido a 1 de janeiro de 1920, na Maternidade Daniel de Matos. Ele corrige a sua certidão de nascimento, pois nela consta que nasceu no dia 2. Inicialmente viveu na Rua Direita e, ainda menino, foi para a Calçada do Gato, mas cedo voltou à Rua Direita, fazendo a sua Instrução Primária na Escola de Santa Cruz, agora desaparecida para dar lugar à Rua João de Ruão, uma transversal à Rua da Sofia, perto da Igreja da Graça.

Em 1933 matriculou-se na Brotero, escola que frequentou durante cinco anos e mais um, esclarece, que foi o ano de estágio. Foi aluno de Francisco António dos Santos, a Desenho Ornamental, e de Manuel Rodrigues, a Desenho Geral. Acrescenta que foi aluno do arquiteto Silva Pinto, um homem de baixa estatura, frisa, a Desenho Profissional. Refere também Daniel Rodrigues, que fez os trabalhos em ferro do Palácio da Justiça, enquanto o arquiteto Silva Pinto ia dirigindo a sua construção. Sublinha que a maioria dos seus colegas desistiu de estudar, sendo ele um resistente.

Quando lhe perguntei se tinha tido outras disciplinas respondeu que apenas tinha tido o ensino do Desenho como base da aprendizagem da arte que, quase só, aplicou à pedra de Ançã. Ainda procurou trabalhar o ferro e a madeira, mas logo preferiu trabalhar a pedra.

Explica, então, que desde miúdo ia para a Conchada trabalhar na oficina de Francisco António dos Santos, seu professor na Brotero. Aproveitava para, em vez de ir ao futebol, apurar a sua técnica com o cinzel, a goiva e a palheta, um cinzel mais delicado, explicando que tinha muitas vezes de aguçar. Mas, durante a nossa conversa, acabou por dizer que tinha jogado futebol no Ases Unidos, nas reservas do União de Coimbra, no Olivais e, ainda, no Santa Cruz.

Montou a sua oficina com pouco mais de vinte anos, e em 1950, por indicação de mes-

tre Veiga, foi chamado por Bissaya Barreto para realizar em pedra os moldes que este tinha trazido em gesso, da Exposição do Mundo Português em 1940. Bissaya Barreto, era uma personagem poderosa do Estado Novo, que tinha tido alguns percalços pois os vários profissionais que tinham sido contactados para realizar este trabalho tinham falhado.

Foi então que surgiu Valentim de Azevedo, que finalmente levou a tarefa a bom termo, como podemos ver no Portugal dos Pequenitos. Valentim de Azevedo tinha, assim, um certo ascendente sobre Bissaya impondo, por vezes, a sua vontade, pois sabia que fora imprescindível na realização deste seu sonho.

Além disso, refere que tinha independência em relação a ele, uma vez que possuía uma oficina na Conchada desde 1940, já com vários empregados. Assim, trabalhou para Bissaya durante cerca de 12 anos, de 1950 a 1962, num regime livre, que o tornava independente do prócere do Estado Novo. Refere com orgulho.

Também trabalhou na Casa da Criança Rainha Santa Isabel, sita no Portugal dos Pequenitos, e para o Palácio de S. Marcos, para onde fez muitos balaústres, mostrando simpatia para com Duarte Nuno e para com o seu filho Manuel. Trabalhou ainda para o Instituto Maternal Bissaya Barreto, onde tem muitas obras espalhadas pelos seus jardins, nomeadamente, a Senhora do Leite, diversos anjos e bancos.

Entre os artistas que conheceu refere Lourenço Chaves de Almeida, o ferreiro, mas não consegue recordar o nome do professor de madeiras, que julgo ser o mestre José Paulo.

Recorda ainda os colegas, tanto da Escola Primária como da Brotero, em particular António Costa e outros, com quem conviveu até ir para o lar de idosos onde vive atualmente.

Dos colegas da profissão refere José Pompeu Aroso, da firma Forjarte, e Gurgo, um serralheiro. Lembra também o médico Antunes de

Azevedo, que tinha consultório à frente da Igreja de Santa Cruz.

Finalmente, recorda com orgulho que a empresa que fundou na Conchada em 1942, e que foi em 1962 para o Loreto, onde esteve 40 anos, está desde 2002 no Parque Industrial de Taveiro, sendo agora gerida por um filho, é a firma comercial Mármores Valentim de Azevedo. Aí, guarda alguns dos seus melhores trabalhos, orgulhando-se disso como artista que procurou sempre a perfeição, destruindo sistematicamente os trabalhos que considerava imperfeitos. Assim, ganhou o prestígio profissional de que se orgulha e que o envaidece, naturalmente.

Aires Antunes Diniz

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 21

Visitas de estudo ::

Viagens com História,

Cultura e Arte

As

visitas de estudo são atividades curriculares que visam o enriquecimento do processo de ensino aprendizagem e constituem, por isso, uma estratégia através da qual se pretende desenvolver/ complementar conteúdos de diferentes áreas curriculares disciplinares, aperfeiçoar a capacidade de observação e fomentar o gosto pelo estudo e pela investigação, ao mesmo tempo que levamos cada um dos alunos a interessar-se pela preservação do património cultural e a valorizar e apreciar a identidade cultural do nosso país e/ou outros.

Neste sentido, no âmbito da disciplina de História da Cultura e das Artes, realizaramse, no ano letivo transato, várias saídas de campo na nossa cidade (fazendo percursos a pé com os alunos), cujo programa incidiu particularmente sobre o período do séc. XVII ao séc. XX. Estas saídas contemplaram, nomeadamente, visitas à Biblioteca Joanina, à Capela da Universidade, ao Museu da Cidade, ao Museu da Ciência, entre muitos outros espaços e monumentos que são marcos na história portuguesa, bem como são o orgulho da nossa cidade e referência do nosso grandioso património. Também se realizou uma visita à Oficina Municipal do Teatro para assistir a um espetáculo da atualidade e, posteriormente, fazer uma análise comparativa entre este espetáculo e a corte do reinado de Luís XIV! Com o objetivo de tornar a História da Cultura e das Artes uma disciplina motivadora e interessante para os alunos que, com frequência, a designam de “enfadonha”, surgiu a ideia de levar os alunos para fora do espaço da sala de aula, a qual se concretizou também ao longo do ano letivo com a realização de uma visita de estudo à capital, fazendo um percurso pela Baixa Pombalina, para compreender o seu plano urbanístico, apreciando os magníficos edifícios da reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755. Aproveitou-se 22 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

igualmente para visitar a Casa das Histórias e conhecer o edifício da autoria do Arquiteto Souto de Moura, bem como para apreciar e analisar as espantosas obras da artista plástica Paula Rego. Mas a mais impressionante viagem realizou-se a Roma, numa aventura pela história da arte para descobrir in loco todo o magnífico esplendor de uma cidade que deixou as mais diversificadas marcas no tempo, com testemunhos de grande diversidade e valor histórico mundial a que o programa da própria disciplina tanto faz referência.

Neste ano letivo pretende-se repetir algumas destas visitas e implementar outras atividades que enriqueçam os nossos alunos e os motivem para a aceitação da disciplina como uma oportunidade para a aprendizagem e conhecimento pessoais, cultivando o sentido crítico e a interdisciplinaridade. No dia 3 de novembro realizou-se a primeira saída de campo com algumas turmas ao Paço das Escolas, para visitar novamente a Biblioteca Joanina e outros locais de interesse. Brevemente, está previsto o itinerário “Coimbra Barroco e Neoclássico”, sem deixar escapar a passagem pelo importante edifício português do séc. XVIII, o “Laboratório Chimico”. E, se mesmo ao lado se encontra a exposição temporária integrada nas comemorações do centenário da faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, “Da Cartografia do Poder aos Itinerários do Saber” é uma excelente oportunidade para ver algumas obras de 18 autores contemporâneos. No dia 11 de no-

vembro, visitámos o Museu Nacional de Soares dos Reis para apreciar as obras do Romantismo e Naturalismo em Portugal. Pela tarde passámos por Espinho, para assistir ao programa do Cinanima - Festival Internacional de Cinema de Animação, isto porque, e para terminar, é preciso cultivar a ideia de que a História da Cultura e das Artes não se debruça apenas sobre o estudo do passado, mas pretende simultaneamente ser uma disciplina vasta de atrativos, aberta ao presente, caminhando para o futuro... que mais tarde se tornará História!

Professora Carmo Almeida (Fotografias da visita de estudo a Roma, março 2010)

:: Visitas de estudo

História e ficção no convento de Mafra –

uma visita inolvidável Os

dias 17 e 18 de novembro, para os alunos de todos os cursos do 12.º Ano, foram preenchidos com aulas bem diferentes das habituais: pelas 7H00M partiram para Mafra os autocarros que levaram os discentes e vários dos seus professores em visita ao monumento que deu origem ao romance de Saramago Memorial do Convento.

Esta visita teve como objetivos essenciais sensibilizar para uma melhor perceção e interiorização das ideias do romance e motivar

para a sua leitura analítica e crítica.

Uma vez chegados ao destino, formaram-se grupos de cerca de vinte alunos distribuídos pelos professores dinamizadores da visita e acompanhantes, tendo cada grupo seguido para a visita às dependências do convento que fazem parte do percurso temático Memorial do Convento.

Enquanto estes grupos visitaram o convento, outra parte dos alunos assistiu ao espetáculo teatral, que tem por objeto a obra de Saramago que suscitou a visita. O espetáculo foi apresentado pela “Éter Produção Cultural”. Assim, os alunos que assistiram à dramatização de manhã visitaram o convento à tarde e vice-versa.

Alunos e professores tiveram oportunidade de conhecer o monumento que foi mandado construir por D. João V, no século XVIII, em cumprimento de um voto para obter sucessão. É o edifício mais importante do barroco português, construído em pedra lioz da região de Pero Pinheiro e Sintra, ocupando uma área de cerca de quatro mil metros quadrados, com mil e duzentas divisões, mais de quatro mil e setecentas portas e janelas, cento e cinquenta e seis escadarias e vinte e nove pátios e saguões. Para esta grandiosa obra, o monarca encomendou obras de escultura e pintura de grandes mestres italianos e portugueses e ainda dois carrilhões com os seus relógios, que constituem o maior conjunto histórico do mundo. Aí se encontra, também, uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, verdadeira síntese do saber enciclopédico do século XVIII. Para dar conta da parte do acervo que se liga ao romance de

Saramago, fazendo ao mesmo tempo um resumo dos pontos mais importantes do referido romance, contámos com vários guias que expuseram tudo o que era importante conhecer acerca da obra e do edifício, de forma cuidada, clara, eficiente e, alguns, segundo comentários de alunos e professores, usando oportunas notas humorísticas para melhor passarem a mensagem sobre tão grandioso monumento e sobre tão bem urdido romance.

No que à dramatização de Memorial do Convento diz respeito, os alunos puderam observar dois grupos de personagens que se opõem, sendo eles a classe opressora, representada pela aristocracia e alto clero, e os oprimidos, o povo. Em relação ao primeiro grupo, salienta-se a atuação do Rei, enquanto no segundo, além de Baltasar e Blimunda, se incluem o padre Bartolomeu de Gusmão, perseguido pelo Tribunal da Inquisição, pela modernidade do seu espírito científico, e Domenico Scarlatti que, pela liberdade de espírito e pelo poder subversivo da sua música, é uma figura incómoda para o Poder. As personagens históricas convivem com as fictícias, conduzindo à fusão entre realidade e ficção, tendo os atores conseguido dar muito bem esta dimensão do romance.

Foi uma visita muito proveitosa, porquanto os alunos ficaram desde logo com a noção das temáticas da obra de Saramago que é objeto de estudo no 12.º Ano, para além de que puderam contemplar e conhecer a história deste importante monumento do património artístico e cultural português.

Ana Sebastião Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 23

Visitas de estudo :: Projeto Comenius Parcerias Multilaterais

CHESTE - VALÊNCIA N

o âmbito do projeto Comenius, na semana de 17 a 23 de outubro, os alunos Ricardo Coelho, Pedro Valente, Ana Carolina, Joana Machado e Joana Paiva, da turma 11º 2A, acompanhados pelas professoras Anabela Carvalho e Cristina Sousa, participaram no intercâmbio com alunos da cidade de Cheste.

A estadia nesta cidade espanhola teve dois momentos: nos cinco primeiros dias, os alunos ficaram hospedados no colégio interno de Cheste e, nos dois últimos, cada um ficou com as respetivas famílias de acolhimento.

Alunos e professores da escola de acolhimento (I.E.S. de Cheste, uma escola para atletas de alta competição) tinham diversas atividades programadas, tais como: aulas de artes visuais e de educação física; jogos de conhecimento do colégio; treinos desportivos; momentos de convívio e visitas à cidade.

Este intercâmbio permitiu o estabelecimento de grandes amizades com alunos de outras nacionalidades, o conhecimento de algumas zonas da cidade de Valência e das localidades onde cada família de acolhimento

residia, bem como a divulgação da cultura dos diversos países que o integram (objetivo deste projeto).

Foi uma experiência única e enriquecedora!

Joana Paiva, 11º2A

Já vamos no nº6! Perdeste algum?

Visita a versão on-line em PDF. Podes consultá-los todos, imprimir ou descarregar em www.brotero.com (ou através do link directo: http://issuu.com/esab125)

24 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

:: Roteiro Pedagógico

Uma viagem de estudo

a Itália Quando

descobri que uma parte do espólio centenário da Brotero tinha sido delapidada com a intervenção desastrada da “Parque Escolar”, irritei-me com a minha impotência para o impedir. No entanto, um convite para participar no 14th International Symposium of School Life and School History Collections, em 2 julho de 2011, em Brixen, acalmou-me e deu-me alguma esperança. Isso deu-me ensejo a uma investigação sobre a Brotero e sobre o papel dos museus na história das escolas.

Parti no início de julho para Itália. Quando cheguei ao aeroporto Marco Polo, senti-me como se tivesse aportado a um lugar desconhecido, pois a moça que me atendeu no posto de Turismo mostrou desconhecer Brixen. Mas lá lhe disse que também se chamava Bressanone. Então, ela foi capaz de me vender um bilhete de comboio e lá parti rumo ao desconhecido Tirol, terra de gente partisan, orgulhosa da sua Cultura Ladin, tendo como símbolo uma montanha de dolomite e um património histórico com que afirmam a sua identidade.

Vi então como a história do Século XX tinha trazido à Itália uma parcela de território cheia de paisagens fabulosas e de uma cultura marcante, bem germânica, e, ainda, que por ali tinha passado o elefante de que nos fala Saramago. Fiz a minha intervenção e fui feliz. Mais ainda: descobri como por toda a parte há museus escolares, donde trouxe panfletos de museus de quase todo o mundo,

que se enquadram numa perspetiva de pedagogia ativa na formação de professores e alunos. Ganhei com isso conhecimento do que se faz em cada um dos locais ali representados (Europa, Brasil e Austrália) para conservar a memória do que foi o processo educativo. Desses lugares, trouxe, na minha bagagem, informação pedagógica, enquadrada na informação turística, sendo cada museu um ponto de atração de turistas. Melhor ainda, ganhei amigos. Com parte deles, viajei na terra Ladin, tendo como ponto de referência as Montanhas de Dolomite que nos acompanharam ao longo do nosso percurso. No dia seguinte, vi o Museu Diocesano de Brixen e fiquei maravilhado com a sua organização.

Fiquei ciente de que a formação/preservação do museu da Brotero pode ser parte de uma rede de museus escolares nacionais e internacionais, quebrando assim o marasmo e a inconsciência coletiva em relação ao que representa nos vários passos na nossa história educativa. De facto, a História da Escola Brotero explica o progresso de Coimbra e do País ao longo de 127 anos.

Com esta ideia bem clara, parti para Veneza para realizar outro sonho, estudar um economista agora desconhecido: Giacomo Luzzatti.

E, através dele, acabei por descobrir todo um tempo em que nós competimos com esta terra e a vencemos através dos descobrimentos, mas não soubemos aproveitar esta riqueza. De facto, sabiamente, os venezianos vivem agora do património cultural acumulado ao longo de séculos, atraindo turistas que lhe

trazem riqueza e animam as suas ruas. Aí se vende muita fruta, viabilizando dessa forma a agricultura italiana, enquanto os portugueses deixaram desvairadamente morrer a sua.

Com o meu estudo de Giacomo Luzzatti, acabei por descobrir que a crise económica é o remédio para a crise financeira, criada pela loucura dos que comandam a finança.

Cansado do calor de Veneza, parti para Turim, onde estive escassas horas para descobrir a avenida António Gramsci e a luta política dos italianos que, assinalada nas ruas, deu um novo futuro à Humanidade. Havia nela como em toda a Itália uma aposta clara na Cultura, expressa nas ruas e até na publicidade coletiva de várias lojas de livros e de mapas antigos. Só o tempo escasso me impediu de as visitar a todas.

Infelizmente, notava-se no semblante dos habitantes como a crise os estava a corroer.

De facto, todos sabemos como a austeridade com que se “combate” a crise destrói muita riqueza.

Felizmente, todos queremos que este ciclo infernal seja quebrado!

Para o conseguir, é imprescindível preservar o património cultural de cada povo, para juntos reconstruirmos a necessária cultura global que nos permita viver num mundo cada vez melhor.

E construir o Museu da Brotero é a nossa forma de participar neste movimento global para reencontrar a racionalidade, por agora, perdida.

Aires Antunes Diniz Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 25

AC de Filosofia :: Pensamentos

filosóficos

- «As injúrias são as razões dos que não têm razão».

Jean- Jacques Rousseau

Provérbios 1.- Para o prudente, uma palavra é suficiente.

2.- Parar de aprender, é esquecer o que se sabe.

3.- Pecado confessado é meio perdoado.

4.- Quem a si teme, nada mais tem a temer.

5.- Quem não confia, não é de confiar.

6.- Quem não é para comer, não é para trabalhar.

7.- Quem murmura, a muito se aventura.

8.- Quem não se aventurou, não perdeu nem ganhou.

9.- Sabedor é quem não quer subir muito alto, nem descer demasiado.

10.- Se não fazes o que queres, ao menos faz o que puderes.

Seleção de Pedro Falcão

26 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

- «Os homens não conhecem o que conhecem os deuses. O que, às vezes, os homens consideram uma grande desgraça, nada mais é que um verdadeiro bem para o seu aperfeiçoamento moral».

Sócrates - «Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência».

K. Marx - «A verdadeira riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades».

Epicuro - «O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença».

Madre Teresa de Calcutá - «O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflecte».

Aristóteles - «O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer».

Einstein - «O que sabemos é uma gota de água, o que ignoramos é um oceano».

Isaac Newton - «Não sei qual é o segredo do sucesso, mas o do fracasso é tentar agradar a todos».

Bill Costy

Seleção de Pedro Falcão

«A guerra é um massacre entre gente que não se conhece, para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram».

(Paul Valéry) «A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano».

(João Paulo II) «Reflete, adivinha; mas conserva a língua por detrás dos dentes».

(Tolstoi) «A justiça defende-se com a razão, e não com as armas. Não se perde nada com a paz, e pode perder-se tudo com a guerra».

(Papa João XXIII, 1881 - 1963) «Mesmo que toda a sociedade se baseie na intolerância, todo o progresso assenta na tolerância».

(Bernard Shaw) «Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a glória».

(Cícero) «Aborrecimento entrou no mundo pela mão da preguiça».

(Jean de La Bruyère) Os bons vi sempre passar/ No mundo graves tormentos;/ E para mais me espantar/ Os maus vi sempre nadar/ Em mar de contentamentos».

(Luís de Camões) «A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro».

(Albert Einstein) «Não tentes ser bem-sucedido, tenta antes ser um homem de valor».

(Albert Einstein) «Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos».

(Pitágoras) «O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz».

(Aristóteles) «Tudo vale a pena quando a alma não é pequena».

(Fernando Pessoa) «Se queres prever o futuro, estuda o passado».

(Confúcio)

Seleção de Hélia Marques

:: Outras culturas

Receitas com tradição moldava Após 40 dias de jejum, chega a tão desejada ceia de Natal.

passagem de ano e de todos os santos desta época.

Esta é uma refeição composta por uma grande variedade de pratos, ricos em alimentos tradicionais, e cuja preparação exige um ritual especial, dependendo da região do país.

Os pratos são, principalmente, de porco, e começam a ser preparados a 20 de Dezembro, dia de Santo Inácio.

Este é o dia de matar o porco e preparar as carnes que farão parte da ementa dos feriados do Natal, da

Na mesa de Natal são obrigatórios: Sarmalele (arroz com carne picada enrolado em folhas de couve previamente cozinhadas); C a r n a t i i (chouriços e enchidos caseiros de carne do porco sacrificado); Poba (espécie de enchido de orelha, língua, cachaço, etc.); Piftia de porc (patas e outras partes do porco temperadas e cozinhadas em água, arrefecidas e, depois, espera-se que endureçam e ganhem uma textura gelatinosa); Muraturile (tomates e legu-

Piftie de porc

Cozonaci

umplutura (recheio)

- 1 ½ kg picioare sau cap de porc ( pernas ou cabeça de porco) - 1 ceapa (uma cebola) - 2 morcovi (duas cenouras) - 1 patrunjel (salsa q.b.)

- 1 telina (aipo q.b.)

- 2 foi de dafin (duas folhas de louro) - 3-4 boabe de ienibahar ( pimenta preta) - 3-4 catei de usturoi (dentes de alho ) - sare (sal)

aluat (massa)

150 g miez nuca (miolo de noz) 150 g zahar (açúcar) 1-2 oua (ovos) 1 esenta rom (essência de rum)

1kg faina (farinha) 400 ml lapte (leite) 200-300 g zahar (açúcar) 4-6 oua (ovos) 70 g drojdie (fermento) 200 g margarina (margarina) 50 ml ulei (óleo) 1 esenta rom (essência de rum) coaja lamaie (raspa de limão) 1 plic zahar vanilat (baunilha) 1/2 lingurita sare (sal)

mes, por vezes também melancia, que se deixam a marinar em salmoura durante meses); Icrele de peste (ovas de peixe); Friptura la cuptor (carne de porco assada no forno em recipiente de barro, idêntico à chanfana de porco); Faguri (mel de abelhas fresco, para adoçar a mesa); Cozonaci (o doce mais típico do natal, e que apresenta variantes de zona para zona).

Andrei Sandutã, nº 2, 12º PMI 1

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 27

SPO Brotero ::

Os Serviços de

Psicologia e Orientação A

Escola Brotero foi uma das primeiras escolas públicas, a nível nacional, a oferecer serviços de psicologia.

Ao longo de quase três décadas, este serviço acolheu vários psicólogos e estagiários de psicologia que foram deixando a sua marca, o seu valioso contributo.

O Serviço de Psicologia e Orientação propõe-se responder às necessidades da comunidade educativa, enfrentando os enormes desafios e as complexidades da sociedade atual, em colaboração estreita com todos os agentes educativos.

A sinalização das situações é feita na sua maioria por diretores de turma e professores, mas também pela direção da escola, por funcionários e por pais ou encarregados de educação. Dado que esta escola é secundária, há também vários pedidos feitos diretamente pelos alunos, que têm consciência das suas necessidades e procuram apoio.

Este serviço tem um Plano Anual de Atividades, adequado ao Projeto Educativo da Escola, de acordo com o previsto no DecretoLei 190/91 de 17 de maio, que define as grandes áreas de intervenção em contexto escolar.

Desenvolvimento Psicopedagógico – esta área pretende intervir no sentido de promover o sucesso escolar, tentando identificar dificuldades e necessidades que estão na base de problemas de aprendizagem. A intervenção visa consciencializar os alunos para a importância da escola enquanto espaço privilegiado de construção do conhecimento e desenvolvimento da personalidade, valorizando as aprendizagens como o caminho para uma realização futura. A intervenção visa explorar os estilos de aprendizagem, promover a organização e o desenvolvimento de competências para o estudo adequadas ao estilo pessoal, o treino para o trabalho autónomo e a motivação. No âmbito do apoio psicopedagógico encontram-se ainda os programas de controlo de ansiedade face à avaliação, bem como o acompanhamento de 28 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

alguns dos alunos com necessidades educativas especiais.

Desenvolvimento Interpessoal – neste domínio pretende-se valorizar a importância que o contexto escolar, juntamente com o familiar, tem no desenvolvimento global dos jovens. De referir a necessidade de desenvolver a capacidade de relacionamento, as aptidões sociais, a assertividade, a autoconfiança e a autoestima, assumindo a necessidade de intervir preventivamente com vista à educação para a saúde física e psicológica. Em colaboração com o Conselho Pedagógico da Escola e com a Direção tem sido dada especial atenção à violência escolar / bullying / indisciplina. Actualmente integramos o Projecto Violência e Escola, que envolve escolas de Coimbra e diversos serviços da comunidade, tais como o Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Centros de Saúde, entre outros.

Neste domínio, o serviço tem-se articulado com o Gabinete do Aluno da Escola que, ao longo dos anos, tem vindo a desempenhar um papel relevante na prevenção de comportamentos de risco dos nossos jovens e na promoção da educação para a saúde.

Desenvolvimento Vocacional – esta área pretende contribuir para a tomada de decisão que se exige após o final dos estudos secundários. O desenvolvimento vocacional integra -se no desenvolvimento global do indivíduo e o trabalho que se desenvolve promove a exploração dos motivos das escolhas, a reflexão sobre os fundamentos das decisões vocacionais, a consolidação dos projetos pessoais, bem como o desenvolvimento de competências necessárias à integração no mundo do trabalho. Para concretizar estes objetivos são oferecidos aos alunos dos 11º e 12º anos de escolaridade programas de orientação escolar e profissional, que incluem a resposta a testes psicológicos e outras atividades, que visam melhorar e aprofundar o conhecimento sobre o acesso ao ensino superior e sobre o

mundo das profissões. Nesta área de intervenção contamos com a colaboração de instituições de ensino superior da nossa cidade, nomeadamente a Universidade de Coimbra e o Instituto Politécnico de Coimbra, bem como de instituições de outras cidades, a fim de proporcionar aos alunos uma informação de qualidade que contribua para escolhas adequadas e consistentes.

Prevenção do Abandono Escolar e Intervenção em Situações de Absentismo – Hoje, a escola confronta-se com uma população com dificuldades de aprendizagem, insucesso escolar, por vezes com algum desinteresse pelos percursos escolares escolhidos, o que se traduz em risco de abandono precoce.

Tentamos, em conjunto com os diretores de turma, professores e famílias, desenvolver ações que previnam o abandono, evitando que os jovens cheguem ao mercado de trabalho sem uma certificação profissional. Estas ações passam, frequentemente, pela necessidade de questionar as escolhas feitas e reestruturar os percursos escolares escolhidos, bem como pela intervenção ao nível do desenvolvimento de competências autónomas para o estudo.

Desenvolvendo ações nos diversos contextos da realidade, a nossa intervenção, numa perspectiva sistémica e inclusiva, pretende contribuir para o sucesso educativo dos nossos jovens, considerando os aspectos cognitivos, afetivos e socioculturais do seu desenvolvimento, com vista a uma efetiva igualdade de oportunidades.

Esta é a vocação destes serviços, mas a concretização dos seus objetivos não seria possível sem a colaboração institucional que caracteriza a escola de ontem, mas também a de hoje, e, estamos certos, a de amanhã.

Coimbra 14 de Março de 2010

A psicóloga Ana Bela Alfaro Cardoso

:: Cultura e lazer ANOS CURIOSOS

DA ERA CRISTÃ

C

ircula na INTERNET a curiosidade matemática da capicua obtida pela soma do ano de nascimento com a idade que perfazem, neste ano de 2011, todos os nascidos no século XX. É o caso do autor que, nascido em 55 e próximo da idade de 56 anos, obterá 111 na soma destas duas parcelas. O mesmo acontecerá com todos os membros da nossa comunidade educativa. Na era cristã o mesmo fenómeno já ocorreu em todos os séculos, pelo que somos os protagonistas da 20ª ocorrência desta curiosidade. Outro exemplo é o do Marquês de Pombal que, em 1711, ao completar 12 anos obteria também 111 na soma com 99, a parcela retirada da sua data de nascimento (1699). A fórmula para estes

Manias e Superstições 1.- Adquire a mania saudável de forrares o livro que andas a ler. Assim, ninguém saberá quais os teus gostos literários.

2.-Os pequenos chifres de marfim são amuletos da sorte. Leva um quando compareceres à entrevista para um emprego.

3.- Não digas «nunca mais farei» tal coisa. Basta que o digas para que sejas

anos curiosos é Ac=100SN+11 em que SN é o século de nascimento.

Na tentativa de encontrar capicuas com quatro uns, lembrei-me das crianças nascidas em 1999, atualmente com 12 anos, e suficientemente sortudas para atingirem a idade do homem mais idoso da atualidade que é de 112 anos. Estes terão atravessado duas passagens de século e uma de milénio; considerarão 999 como data de nascimento e, ao acrescentarem a idade de 112 anos, obterão a capicua 1111. O mesmo poderá ter acontecido com os velhinhos de 112 anos no longínquo ano de 1111.

Após esta análise casuística e a identificação das variáveis, passei à generalização, deduzindo a fórmula para os anos auspiciosos da era cristã: Ac= 1000M+10Ps+10Ps-1+100 em que M é o milénio cujo fim foi atravessado e Ps é o nº de passagens de século vivi-

das. NOTA: Ps só pode tomar os valores 1 ou 2.

ADENDA- O leitor poderá comprovar a validade da fórmula na tabela de aplicação da figura em que incluo o próximo ano curioso:

obrigado a fazê-la. Não falha.

4.- Lembra-te: se cortares o cabelo numa sexta-feira, a tradição diz que te aparecerá um ou outro cabelo branco.

Ou talvez muitos.

5.- Dizem que andar com um pequeno íman atrai a atenção da pessoa amada.

Já alguma vez experimentaste?

6.- Queres que a sorte se agarre à tua cautela de lotaria? Então, não olhes para ela nem lhe toques até andar à roda.

7.- Derramar vinho sobre a mesa é mau presságio. Para esconjurá-lo, os muitos

supersticiosos tocam a nódoa com os dedos e benzem-se.

8.- Na noite de Fim de Ano invoca a boa sorte para o ano que começa, deitando o teu anel na taça de champagne. A seguir, bebe. Garantem que é infalível.

9.- Há lugares onde não deixam as crianças exporem-se à luz da Lua, na crença de que a sua influência possa acarretar desgraças ou falta de saúde.

10.- Se dás de comer aos peixes e eles rejeitam a tua comida, é um mau presságio. Toca na madeira.

M 1 1 2 2 3

PS 1 2 1 2 1

Ac 1011 1111 2011 2111 3011

José Manuel Antunes Diniz (Artigo publicado na Revista nº33, “Leia S.F.F”, da E.S.F. Franco, Funchal) Note-se que o Marquês de Pombal nasceu no século XVII

Seleção de Pedro Falcão

És tu, somos nós, é Brotero A partir de dia 12 de Dezembro

Não percas!

tv.brotero.pt Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 29

Cultura e lazer ::

Regresso Esvazio-me de mim Para me encher dos outros

ESCOLA VELHA ESCOLA NOVA

E as vozes que escuto e sinto

Eu não quero esquecer A minha velha escolinha Mais pequena, mais afável Mas muito, muito mais minha

Na imensidão do sonho

Foi nela que eu aprendi Tudo aquilo que hoje sei É pouco, podia ser mais Mas mostra quanto a amei

Demoram-se os olhares aflitos

Rouquidão

Fatigam-se as vozes

Apanhar erva de ganabelha e secá-la à sombra. Ferve-se com água, gargarejase, deitando-se fora em seguida.

São passos cansados de esperar

Medicina

Repercutem-se os sons

Popular

Nos meus ouvidos

Há perguntas sem resposta Constipação

A nova é mais elegante Vistosa e aperaltada Pode ser tudo melhor Mas não me diz quase nada

Silêncios esmagados

Paredes todas de branco Tristes e desabitadas Vidraças de alto a baixo Cortinas dependuradas

Para me vestir de mim

Escola velha saudosa Escola nova agora Escola velha amorosa Escola nova vai-te embora

Mª Helena Pratas

Ferve-se alecrim com vinho, bebendo depois essa mistura.

Reclusões sem culpa E eu dispo-me dos outros

Estômago Apanhar flor de borragem e secá-la à sombra. Fazer chá e bebê-lo.

Inchaços Graça Alves

Apanhar malvas e secá-las à sombra.

Ferver as malvas, colocando depois essa mistura por cima da parte inchada.

Fígado Apanhar flor de carqueja e secá-la à sombra. Fazer um chá e bebê-lo.

Reumático Apanhar alfavaca ou funcho e secar à sombra. Ferver e beber.

Nervos e más disposições Apanhar erva-cidreira e secá-la à sombra. Fazer um chá e bebê-lo.

Recolha: Isabel Craveiro (assistente operacional da ESAB)

30 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

:: Cultura e lazer Adivinhas Portuguesas A.-Tenho uma casa com doze damas, Cada dama tem quatro quartos, Todas elas usam meias E nenhuma tem sapatos.

Um lavrador entrou na mercearia da aldeia e pediu presunto. Quando lho deram, cheirou - o e disse: - Este presunto não está bom.

-Ora essa, está bom, sim senhor – disse o merceeiro. Pois fique sabendo que acabámos de o curar na semana passada.

-Acabaram de o curar? Pois então teve uma recaída.

Na rua: -Minha senhora, dê-me uma esmolinha… Tenho fome.

-E porque não trabalha?

-Eu… Eu já experimentei isso, mas ainda me abre mais o apetite.

Dois homens estavam na taberna a beber cerveja.

-Porque é que bebes cerveja com uma palhinha? – perguntou um deles.

-É que eu prometi à minha mulher nunca mais pôr a boca num copo.

-Ora siga o meu conselho! Adquira algumas ações da Companhia Geral dos Ascensores…

-Para quê? Isso não tem nada de estável… Se os ascensores sobem, também descem!

Uma mulher telefonou para uma agência de viagens e perguntou: -Podem dizer-me o tempo que demora uma viagem entre Paris e Londres?

-Um minuto, minha senhora, disse o empregado.

Satisfeita, a senhora desligou.

Recolha: Isabel Craveiro (assistente operacional da ESAB)

D.- Ave sou e não voo, Tenho lã, não sou carneiro; Nestas duas palavras Disse o meu nome inteiro.

E.- Doze mortos estendidos, Os cinco vivos lhes dão; Os mortos soltam gemidos E os vivos calados estão.

F.- Que semelhança há entre um forno e uma sapataria?

8—Um matrimónio de dois namorados que De dia estão juntos e à noite apartados.

9—Entrei na casinha, Meti na ranhura, Encostei a carinha, O resto foi faladura.

10 - O que é que nasce a socos e morre à dentada?

Recolha: Isabel Craveiro

Seleção de Pedro Falcão

Adivinhe quem quiser 1 - Qual é, qual é o marco do meio do mundo, Que tem tanta distância de si para o alto, Como de si para o mundo?

2—Só me gasto sem comer Senão de nada valia; Sirvo pobre e sirvo rico E a mais alta fidalguia.

3—Uma capelinha vermelha Sem porta nem telha.

4—O que é que Fazem todos Ao mesmo tempo: Velhos, novos e crianças?

Soluções:

O professor diz ao garoto: -Diga-me uma palavra começada por “d”.

-Ontem.

-Ontem? Mas essa palavra não começa por “d”.

-Ora essa! Ontem foi domingo

C.- O que é, que é nome de homem, nome de mulher e nome de flor?

7—Qual é o melhor companheiro E o pior inimigo?

A.- relógio B.- A panela de ferrro C.- rosa D.- avelã E.- guitarra F.- um forno assa patos e numa sapataria há sapatos

-Diga-me, minha senhora, na sua opinião qual foi o maior inventor deste século?

-O meu marido…

-Como?

-Se soubesse as coisas que ele inventa quando vem para casa de madrugada!!!

B.- O que é, que é Que tem boca e não fala, Pernas e não anda, Asas e não voa?

6—Composto de sete letras Só três sílabas tem, Às direitas e às avessas A mesma coisa se há de ler, Melhor é dá-los que senti-los Porque talvez façam doer.

1—Umbigo 2—Faca 3—Coração 4—Envelhecer 5—Vento 6—Sopapos 7—Fogo 8—Colchetes 9—Telefone 10—Pão

Humor

5—Que coisa é Que assobia sem boca E corre sem pés, Te bate na cara E tu não a vês?

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 31

Design de Moda :: Artes ::

A

Escola Secundária de Avelar Brotero, com uma história de mais de 125 anos, integra desde 2008, na oferta formativa, o Curso Profissional de Técnico de Design de Moda da área de formação do Design e da Família profissional do Têxtil, Vestuário e Calçado.

Em 2011, chegou ao fim o primeiro ciclo deste curso, altura em que foram formados os primeiros Técnicos de Design de Moda pela Avelar Brotero, preparados para abraçar os desafios do mercado de trabalho e prontos para demonstrar as competências adquiridas.

As fotografias aqui apresentadas fazem parte do projeto - Catálogo de Moda – desenvolvido no âmbito da disciplina de Organização de Coleções e Marketing do 12º ano.

O projeto final consistiu na realização de sessões fotográficas sobre as propostas de coleções desenvolvidas pelos alunos no âmbito das suas PAP's - Provas de Aptidão Profissional.

Este trabalho teve como objetivos dar a conhecer aos alunos alguns dos processos e equipamentos utilizados no lançamento de uma coleção, compreender a importância do trabalho de equipa em contexto organizacional, promover a iniciativa em novos projetos, consolidar hábitos de trabalho em grupo e sensibilizar para a necessidade de orçamentar e planificar uma promoção.

Deste modo, promoveu-se uma formação de índole académica, através de uma abordagem prática, sempre com a perspetiva profissional no horizonte, tendo em vista a transição para o mundo do trabalho, em estreita ligação com as empresas.

Agradecemos a todos os intervenientes, em especial à empresa “Ifree – produção audiovisual e web, Lda” e ao cabeleireiro “Vaganuance”, sem os quais a realização deste trabalho não teria sido possível.

Ana Seco

Nota da redação: os textos que acompanham estas imagens não estão escritos de acordo com a nova grafia, uma vez que foram redigidos antes da opção editorial do Jornal da Brotero.

32 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 33

Design de Moda ::

34 Jornal da Brotero Dezembro de 2011

Dezembro de 2011 Jornal da Brotero 35

36 Jornal da Brotero Dezembro de 2011