Condutas no Comportamento Alimentar

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Organizadores

Luana Friedrich

Nutricionista pela Universidade Franciscana de Santa Maria (Unifra), RS.

Doutoranda em Nutrição pela Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Mestre em Nutrição pela EPM/Unifesp.

Especialista em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Certificação na formação em Avaliação Metabólica com Interpretação Avançada de Exames Laboratoriais pelo Centro de Ensino do Metabolismo Dr. Eric Slywitch, SP. Pós-graduada em Nutrição Clínica com Ênfase em Terapia Nutricional pelo Instituto de Pesquisa, Capacitação e Especialidade (IPCE).

Pós-graduada em Saúde da Família pelo Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão (Ibpex).

Coordenadora de curso de Pós-graduação do IPGS. Docente de cursos de Pós-graduação do IPGS.

Leonardo Domingos Biagio

Nutricionista pela Universidade Nove de Julho, SP. Mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).

Pós-graduado em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Residência Multiprofissional em Saúde Cardiovascular e Aprimoramento de Nutrição em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC).

Nutricionista Clínico no IDPC.

Preceptor e Docente no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Cardiovascular e na Especialização de Nutrição em Saúde Cardiovascular pelo IDPC.

Professor Universitário nos cursos da área da Saúde na Anhanguera Educacional, SP. Docente convidado da Pós-graduação em Comportamento Alimentar pelo IPGS.

Condutas no Comportamento Alimentar

Copyright © 2024 Editora Rubio Ltda.

ISBN 978-65-88340-71-4

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem autorização por escrito da Editora.

Produção

Equipe Rubio

Capa Bruno Sales

Imagem de Capa ©iStock.com/OSTILL

Editoração Eletrônica

Estúdio Castellani

CIP-BRASIL.

CATALOGAÇÃO NA FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

C753

Condutas no comportamento alimentar / organizadores Luana Friedrich, LeonardoDomingos Biagio. – 1. ed. – Rio de Janeiro : Rubio, 2024. 256 p. ; 24 cm.

Inclui bibliografia e índice ISBN 978-65-88340-71-4

1. Nutrição. 2. Aconselhamento em nutrição. 3. Hábitos alimentares. 4. Mudançade hábitos. I. Friedrich, Luana. II. Biagio, Leonardo Domingos.

CDD: 613.2 24-91499

CDU: 613.2

Meri Gleice Rodrigues de Souza – Bibliotecária – CRB-7/6439

Editora Rubio Ltda. Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l. 204 – Centro 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ Telefone: 55(21) 2262-3779

E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br

Impresso no Brasil Printed in Brazil

Colaboradores

Aline Alves de Santana

Nutricionista pela Universidade Nove de Julho (Uninove), SP.

Doutora em Nutrição Experimental pela Universidade de São Paulo (USP).

Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Especialização em Obesidade pela Unifesp. Aprimorada em Nutrição em Cardiologia pelo Hospital Dante Pazzanese, SP.

Docente da Graduação em Nutrição na Uninove. Idealizadora da Nutrição in Foco.

Aline de Piano Ganen

Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Pós-doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Coordenadora do curso de Mestrado Profissional em Nutrição: do Nascimento à Adolescência do Centro Universitário São Camilo, SP.

Docente do Mestrado Profissional em Nutrição e da Graduação de Nutrição do Centro Universitário São Camilo, SP.

Mestre e Doutora em Ciências pela Unifesp.

MBA em Gestão Estratégica em Instituições de Ensino Superior pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Especialização em Práticas Pedagógicas e Inovação na Educação Superior pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Especialização em Adolescência para Equipe Multidisciplinar pela Unifesp.

Carla Simon

Psicóloga pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).

Especialista em Avaliação Psicológica pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP)-SC.

Doutora em Ciências da Saúde pela Unesc.

Eric Slywitch

Médico pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ).

Doutor e Mestre em Ciências da Nutrição pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp).

Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e Nutrição Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen/ SBNPE).

Pós-graduado em Nutrição Clínica pelo Grupo de Nutrição Humana (Ganep) e em Endocrinologia pelo Instituto Superior de Medicina (ISMD).

Diretor e Docente da Formação em Avaliação Metabólica e Nutricional com Interpretação Avançada de Exames Laboratoriais pelo Centro de Ensino do Metabolismo Dr. Eric Slywitch. Diretor do Departamento de Medicina e Nutrição da União Vegetariana Internacional (IVU).

Ex-diretor do Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

Gustavo Padovani do Carmo

Bacharel em Nutrição pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), SP.

Mestrando em Nutrição no Programa de Pósgraduação da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/ Unifesp) – bolsista Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Aprimoramento em Transtornos Alimentares pelo Ambulim, Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-FMUSP).

Especialização em Nutrição Clínica e Atividade Física pela Unifesp.

Especialização em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Igor Trindade

Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Especialista em Transtornos Alimentares pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-FMUSP).

Mestrando em Saúde Coletiva pelo Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP.

Membro da Associação Brasileira de Transtornos

Alimentares (AstralBR).

Voluntário do Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Atenção à Pessoa Trans Professor Roberto Farina (Núcleo TransUnifesp).

João Motarelli

Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Fundador do Instituto Consciência Alimentar e da Formação Profissional em Mindful Eating no Método da Consciência Alimentar.

Pós-graduação em Nutrição Esportiva pela

Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudos na Área da Saúde (Fapes).

Pós-graduação em Mindfulness pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Pós-graduação em Nutrição Esportiva e em Mindfulness

Mestre em Ciências da Saúde pela Unifesp. Coautor do Posicionamento sobre o Tratamento Nutricional do Sobrepeso e Obesidade da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade Síndrome Metabólica (Abeso).

Larissa Vicente Tonacio

Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Nutricionista do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), campus São Paulo.

Mestre em Ciências pelo Programa de Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP).

Especialização em Nutrição Clínica Avançada: Metabologia, Terapêutica Nutricional e Dietoterapia pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

Especialização em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Ensino, Pesquisa e Gestão em Saúde (IPGS).

Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Técnica em Nutrição e Dietética pela Escola Técnica Carlos de Campos, SP.

Mariana Dimitrov Ulian

Nutricionista pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Psicodramatista Clínica pela Escola Paulista de Psicodrama (EPP).

Terapeuta pela Escola Paulista de Psicodrama. Mestre em Ciências pela Unifesp.

Doutora e Pós-doutora pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP).

Pesquisadora do Grupo de Alimentação e Cultura da FSP/USP.

Treinadora de Neurofeedback formada pelo Sistema Internacional Brain-Traine.

Maurício Lopes da Silva Psicólogo pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e Psicanalista.

Especialista em Saúde Mental – residência multiprofissional pela Unesc.

Especialista em Transtornos Alimentares, Psicanálise e Cultura pelo Ensino Superior em Psicologia e Educação (Espe).

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Muriel Hamilton Depin

Nutricionista pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Especializado em Transtornos Alimentares pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Ambulim-IPq-HC-FM-USP).

Natália Guimarães Vignoli

Intuitive Eating Counselor (Trained & Certified by the Original Intuitive Eating Pros: The Original Intuitive Eating Pros: Intuitive Eating) – formação completa em Comer Intuitivo.

Mestre em Nutrição pelo Centro Universitário

São Camilo, SP.

Membro do Grupo Internacional Endangered Bodies – Corpo e Cultura.

Formação em Psicanálise pelo Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP).

Aprimorada e capacitada em Nutrição Clínica e Transtornos Alimentares pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Participação na Equipe de Pesquisa de Transtornos Alimentares em Crianças e Adolescentes no Instituto de Psiquiatria HCFMUSP.

Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Paschoal.

Pós-graduada em Nutrição Materno-infantil pelo Instituto de Metabologia e Nutrologia (IMeN).

Idealizadora da marca Nutrição com Personalidade, com foco em Atendimento Clínico e Assessoria Escolar com Abordagem Comportamental e Intuitive Eating

Paula Louro Silva

Nutricionista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP.

Mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/ USP).

Pedro Henrique Ribeiro

Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Mestre em Ciências pelo Programa de Pósgraduação em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Capacitação em Transtornos Alimentares pelo Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares (Proata) da Unifesp.

Docente na Área de Nutrição em Cursos Técnicos da Escola Técnica Estadual (Etec).

Rafael Santos de Moura

Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).

Especialista em Saúde Mental, Atenção e Reabilitação Psicossocial (Residência Multiprofissional) pela Unesc.

Especialista em Saúde Coletiva (Residência Multiprofissional) pela Unesc.

Profissional de Educação Física da Secretaria Municipal de Criciúma, SC.

Ramiro Fernandez Unsain

Antropólogo e Mestre em Antropologia pela Universidade de Buenos Aires, Argentina. Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Pós-doutor em Nutrição em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP).

Pós-doutor em Medicina Preventiva pela USP. Pesquisador do Grupo de Alimentação e Cultura e do Departamento de Medicina Preventiva da USP.

Roberta Carbonari Muzy

Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo, SP.

Mestre em Nutrição pelo programa Mestrado em Nutrição: do Nascimento à Adolescência, do Centro Universitário São Camilo, SP.

Pós-graduada em Terapia do Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas Gestão e Saúde (IPGS).

Aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Eating Disorders Centre, Austrália.

Aprimorada em Distorção de Imagem e TARE pelo Ambulim da Universidade de São Paulo (USP).

Aprimorada em Liderança e Gestão pelo Memphis Institute (EUA).

Coordenadora de Pós-graduação de Nutrição em Comportamento Alimentar e em Nutrição em Psiquiatria Nutricional da Plenitde Educação. Professora de Nutrição e Gestão Autora do Capítulo Psiquiatria Nutricional , do livro Clínica Psiquiátrica do Hospital das Clínicas da USP (HC-USP).

Autora do Capítulo Abordagem Nutricional no TDAH do livro Psiquiatria do Estilo de Vida.

Proprietária da Clínica Multiprofissional Muzy e do coworking de salas médicas Health2You.

Bacharel em Administração e Marketing pelo Centro Universitário Salesiano.

Rodrigo Daniel Sanches Publicitário.

Docente em cursos de comunicação.

Pós-doutorado em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero (FCL), SP.

Doutor em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP).

Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Rosana Dantas

Nutricionista pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

PhD em Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo (USP) com Pós-doutorado em Neurobiologia pela Universidade Louis Pasteur, França.

Empresária Mentora de Profissionais da Saúde em Neurometabolismo.

Thais de Paula Marques

Mestre em Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Especialista em Materno-infantil (residência multiprofissional) pelo Hospital das Clínicas da UFG (HC-UFG).

Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, a Jesus e Nossa Senhora Aparecida, pelas transformações e realizações em minha vida, sendo esta obra a concretização de uma delas.

Agradeço a Fabio Rubio, pela oportunidade.

Agradeço ao meu colega Leonardo Biagio, pelo aceite em ser autor comigo e por partilhar da importância e dos impactos do comportamento alimentar em nossas vidas e profissões.

Agradeço a todos os colegas que colaboraram com a obra.

Por fim, agradeço ao meu marido, Douglas; aos meus filhos; e às minhas irmãs por todo o incentivo, amor e suporte.

Muito obrigada!

Friedrich

Agradeço imensamente à minha colega Luana Friedrich, pela parceria no desenvolvimento da obra e todo o seu investimento para criarmos um movimento mais gentil e científico dentro do comportamento alimentar.

Também agradeço muito a todos os colaboradores desta obra que aceitaram e se doaram arduamente na escrita.

Gostaria também de destacar a importância da minha família e dos meus amigos na construção desta obra. Obrigado pelo suporte.

Muito obrigado.

Luana

Apresentação

O comportamento alimentar está presente em vários momentos e situações do cotidiano e, assim como nossa vida, ele é dinâmico e sofre influências de diversas áreas. Atualmente, o comer dos indivíduos tem sofrido transformações, sobretudo após a pandemia de Covid-19, e, não à toa, o Brasil é considerado o país com mais quadros de ansiedade do mundo e o quinto com mais depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se reflete enormemente em nosso comer, alterando ou evidenciando um comer disfuncional, em alguns casos.

Há muito tempo que fazer dietas restritivas é compreendido como o único caminho para “comer saudável”. Para rejeitar essa noção antiga e arraigada na sociedade, convém disposição e um forte arcabouço científico para refutá-la. Posicionar-se contra a cultura dominante quem prega “fazer dieta é a única solução” é ato revolucionário e revela que necessitamos de uma prática que se preocupe com mudanças sustentáveis, aliada à ciência e sem iatrogenia. O comer compulsivo, o comer disfuncional, o comer emocional e até os transtornos alimentares ficaram mais evidentes e, portanto, merecem atenção especial, com atuação na prevenção e no tratamento dessas condições. A cultura da dieta colaborou intensamente para esse cenário. Além disso, houve uma redução da nutrição e nutricionistas à dietas, valores

nutricionais, balanças, cálculos e emagrecimento. Como um fenômeno tão vasto, complexo e plural como a alimentação assumiu uma função tão simplista?

Nesse nutricionismo exacerbado, nota-se uma transformação do indivíduo em uma “máquina” e, com isso, ele é percebido como isento de histórias, afetos, pensamentos e sentimentos. Em contrapartida, a humanização representa a valorização dos diferentes indivíduos. É um “abraço” a particularidades, contextos de vida e necessidades que vão além do recorte diagnóstico.

No entanto, para humanizar, precisamos nos arriscar. Precisamos nos aventurar no desconhecido e romper com os modelos e protocolos engessados tradicionais que foram propostos – muitas vezes, constituídos e orientados basicamente pela compreensão biologicista do ser humano.

Este livro traz um olhar atualizado e contemporâneo, contemplando seus impactos em diversas áreas do comportamento alimentar e seus dobramentos em condições diversas, desde a infância e a gestação até situações mais específicas como no vegetarianismo, mídias sociais e moda, entre outros. Não deixe de ler esta obra repleta de informação, reflexões e atualidades sobre este assunto!

Os Organizadores

Prefácio

Em um cenário contemporâneo marcado por aceleradas transformações sociais e nos meios de comunicação, que tornam quem estiver disponível a compartilhar suas experiências sobre corpo e alimentação em influenciadores, um tema tem se destacado no campo da nutrição: o do comportamento alimentar. A tal cenário, soma-se o fato de vivermos em um contexto social no qual a pressão por resultados estéticos “perfeitos”, incluindo uma incessante busca por um corpo não apenas magro, mas definido, sem excessos e marcas, frequentemente afeta a saúde mental das pessoas e sua relação com a alimentação. Em meio a isso tudo, temos o(a)nutricionista. Este(a) profissional pode, por meio de sua postura e sua abordagem de cuidado, contribuir para aumentar ou diminuir essas tensões. Com alguma segurança, posso dizer que muitos dos(as) meus(minhas) colegas de profissão já se viram (ou se veem) na seguinte encruzilhada: ser o(a) profissional da prescrição dietética ou ousar trilhar outro caminho, com outras propostas de cuidado. Por exemplo, o caminho do comportamento alimentar. Eu mesma já estive neste lugar. Gostaria de deixar claro que uma atuação não exclui a outra. Ou seja, se tenho minha atuação mais voltada para o campo do comportamento alimentar, não quer dizer que a prescrição dietética está descartada das minhas possibilidades

de cuidado. Tal escolha de conduta significa que tenho mais elementos para decidir quando um paciente se beneficiará mais de uma estratégia do que de outra.

Dito isso, em geral, o caminho do(a) nutricionista que busca se aproximar da abordagem comportamental costuma ser tortuoso e cheio de dúvidas e inseguranças. A começar por onde encontrar boas referências de estudos. Isso porque, ainda que o tema tenha ganhado muito espaço nos últimos anos, as graduações, em sua maioria, o abordam de maneira insuficiente. Nesse sentido, a obra Condutas no Comportamento Alimentar surge como uma fonte essencial para aqueles que buscam começar sua aproximação com o campo ou continuar se aprofundando nele. Assim, contribui para estimular uma postura de cuidado genuína e implicada entre o(a) profissional e seus pacientes. Os organizadores, Luana Friedrich e Leonardo Biagio, esmeraram-se em compilar no presente livro diversos universos que permeiam a atuação do profissional que trabalha com o comportamento alimentar. Para citar alguns exemplos, destaco as questões biológicas que explicam e embasam as condutas da área, as particularidades das pessoas em diferentes ciclos de vida que vão procurar por cuidado nutricional, as questões de gênero que têm impacto no cuidado em saúde, as diferentes

abordagens que o(a) profissional que trabalha com comportamento alimentar pode lançar mão e os aspectos psicossociais que quem se adentra na área deve se aprofundar. Esta publicação também lança luz sobre temas que versam sobre como diferentes questões contemporâneas afetam o comportamento alimentar, como a influência da mídia e os padrões de beleza. Em especial, a obra aborda de maneira inédita a atuação de nutricionistas em agências de modelos. Sabe-se que a indústria da moda é um ambiente que pode desencadear transtornos de todas as ordens e, dessa forma, a atuação do(a) nutricionista se faz vital. Em suma, o livro é um chamado para que nutricionistas e pessoas interessadas na área entrem em contato com temas que as farão refletir, repensar e se aprofundar. Em um mundo no qual questões de corpo e alimentação afetam cada vez mais a saúde das pessoas, a leitura deste texto se torna uma necessidade. Assim, caro(a) leitor(a), nas próximas páginas,

você pode encontrar conteúdos que serão aliados para sua construção profissional e pessoal. Convido-o(a) a mergulhar na leitura com afinco e permitir ser transformado(a) por ela. Os desafios que perpassam o campo da nutrição são muitos, mas, com obras como esta, eles se tornam, sem dúvida, mais distantes.

Mariana Dimitrov Ulian Nutricionista pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Psicodramatista Clínica pela Escola Paulista de Psicodrama (EPP).

Treinadora de Neurofeedback pelo Sistema Internacional Brain-Traine.

Pós-doutora pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP).

Idealizadora da mentoria “Cuidados ampliados para pessoas que têm o corpo maior: um enfoque na abordagem Health at Every Size”.

Sumário

Capítulo 1 Desenvolvimento do Comportamento Alimentar.................. 1 Gustavo Padovani do Carmo

Capítulo 2 Considerações sobre o Corpo e a Imagem Corporal ............. 15

Maurício Lopes da Silva

Capítulo 3 Controle Neural do Comportamento Alimentar ................... 21

Rosana Dantas

Capítulo 4 Comportamento Alimentar e Imagem Corporal: Escalas e Instrumentos de Mensuração ................................... 25

Leonardo Domingos Biagio

Pedro Henrique Ribeiro

Capítulo 5 Comportamento Alimentar de Gestantes ........................ 39

Paula Louro Silva

Capítulo 6 Comportamento Alimentar na Infância .......................... 43

Paula Louro Silva

Capítulo 7 Comportamento Alimentar em Adolescentes ..................... 49

Aline de Piano Ganen

Natália Guimarães Vignoli

Roberta Carbonari Muzy

Capítulo 8 Comportamento Alimentar do Adulto e do Idoso ................. 69 Gustavo Padovani do Carmo

Capítulo 9 Alergias e Intolerâncias Alimentares e Comportamento Alimentar ... 81

Thais de Paula Marques

Capítulo 10 Comportamento Alimentar e Imagem Corporal após a Cirurgia Bariátrica ..................................................... 87

Mariana Dimitrov Ulian

Ramiro Fernandez Unsain

Capítulo 11 Habilidades de Comunicação e Comunicação Não Violenta ..... 95

Carla Simon

Capítulo 12 Aconselhamento Nutricional .................................... 101

Leonardo Domingos Biagio

Capítulo 13 Grupos de Educação Alimentar e Nutricional com Foco na Mudança de Comportamento ................................... 109

Natália Guimarães Vignoli

Capítulo 14 Comer Intuitivo ................................................ 117

Leonardo Domingos Biagio

Capítulo 15 Mindful Eating: Consciência Alimentar na Prática Clínica ........ 129

João Motarelli

Capítulo 16 Tratamento Nutricional de Transtorno Alimentar ................. 135

Natália Guimarães Vignoli

Pedro Henrique Ribeiro

Capítulo 17 Prevenção de Transtornos Alimentares .......................... 147

Maurício Lopes da Silva

Muriel Hamilton Depin

Capítulo 18 Imagem, Subjetividade e Estética: Impacto das Mídias Sociais no Comportamento Alimentar. . .

Luana Friedrich

Maurício Lopes da Silva

Rodrigo Daniel Sanches

153

Capítulo 19 Transtornos Alimentares em Homens e População LGBTIA+ ..... 161

Muriel Hamilton Depin

Igor Trindade

Capítulo 20 Microbiota, Eixo Intestino-Cérebro e os Diferentes Hábitos Alimentares ................................................... 175

Aline Alves de Santana

Capítulo 21 Crononutrição e Ciclo Circadiano no Comportamento Alimentar .. 187

Gustavo Padovani do Carmo

Capítulo 22 Nutrição do Corpo e da Mente: Explorando as Complexidades do Comportamento Alimentar, do Exercício de Performance e da Vigorexia 193

Rafael Santos de Moura

Capítulo 23 Vegetarianismo e Distúrbios Alimentares 197

Eric Slywitch

Capítulo 24 Health at Every Size e Estigma e Preconceito com o Peso

(Obesidade e Magreza) 209

Mariana Dimitrov Ulian

Ramiro Fernandez Unsain

Capítulo 25 Atuação do Nutricionista na Indústria da Moda e no Comportamento Alimentar 217

Luana Friedrich

Capítulo 26 Epigenética do Comportamento Alimentar ...................... 225

Larissa Vicente Tonacio

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
Índice ......................................................... 235

Comportamento Alimentar de Gestantes

INTRoDUção

O comportamento alimentar, definido como todas as formas de convivência com o alimento (sensação de fome e saciedade, emoções e processos fisiológicos e metabólicos), é aprendido e evolui com o passar dos anos. É também influenciado pelos processos fisiológicos, de amadurecimento e pelos processos de socialização (família, escola, meios de comunicação em massa e grupo do trabalho).1,2

CoNSIDERAçõES FISIoLóGICAS DURANTE A GESTAção

A formação do comportamento alimentar tem início já na gestação e gera mudanças e influências tanto para a mãe quanto para o bebê. A alimentação da mulher antes e durante a gestação é de extrema importância e de grande responsabilidade.2

Assim que a mulher descobre sua gravidez, recomenda-se que ela comece a realizar as consultas de pré-natal, momento em que a gestante recebe orientações sobre alterações fisiológicas, curiosidades, exames e direitos da maternidade.3 A gestação é um período na vida da mulher relativamente curto, por volta de 40 semanas, porém, se mostra um período intenso, com diversas mudanças físicas, hormonais, psicológicas e sociais.2

Os principais hormônios que atuam durante a gestação e suas respectivas funções estão citados na Tabela 5.1.3

Além dos principais hormônios gestacionais, durante a gestação, ocorrem diversas alterações fisiológicas:

ƒ Maiores quantidades de glicose disponíveis para o feto: durante o início da gestação, aumenta a sensibilidade de insulina, o que promove a captação de glicose das reservas adiposas para as demandas energéticas de toda a gravidez. Com o avanço das semanas gestacionais, percebe-se um aumento da produção de hormônios placentários (estrogênio, progesterona, leptina, cortisol, lactogênio placentário e hormônio do crescimento placentário), os quais promovem um estado de resistência à insulina. Assim, a glicose no sangue permanece ligeiramente elevada e é facilmente transportada através da placenta para alimentar o crescimento do feto.4

ƒ Modulação do sistema imunológico: durante a gestação, ocorre aumento na atuação do antígeno leucocitário humano (antígeno HLA-G) que, por meio da ação da progesterona, inibe a função das células NK, das células dendríticas e dos linfócitos T, com o objetivo de evitar que o feto seja visto como corpo estranho pelo organismo materno.5

5
Capítulo

TABELA 5.1 Principais hormônios durante a gestação

Hormônio Função

Gonadotrofina coriônica humana

Progesterona

Estrogênio

Lactogênio placentário humano

Manutenção da gestação

Formação da placenta, relaxamento da musculatura lisa (útero e trato gastrintestinal), deposição de gordura, mamogênese (desenvolvimento da glândula mamária)

Elasticidade do útero e do canal cervical, mamogênese

Liberação de glicogênio, lactogênese (síntese de leite materno)

Durante a gestação, a tireoide torna-se mais ativa, aumentando a secreção de T3 e T4 e a taxa metabólica basal. Ocorre também inibição das secreções de FSH e LH, hormônios que liberam as células sexuais.5

ƒ Rendimento cardíaco: com a aproximação do parto, há a constrição de órgãos abdominais, o que ocasiona a constrição da veia cava inferior e da artéria aorta, fazendo com que haja diminuição do retorno venoso para o coração e, como consequência, redução do débito cardíaco. É comum também que ocorra diminuição da pressão arterial devido ao fato de a progesterona promover relaxamento vascular/muscular. E, por fim, espera-se um aumento da frequência cardíaca (10 a 15bpm) devido ao aumento da quantidade de sangue que circula no período gestacional.6

ƒ Alteração no sistema respiratório: com o crescimento do útero, o diafragma dificulta a respiração, provocando dispneia e fazendo com que a gestante respire de forma mais rápida e mais profunda.7

ƒ Função renal: devido ao aumento do volume plasmático, ocorre o aumento da taxa de filtração glomerular, o que eleva o fluxo e o volume urinário, com dilatação uretral, hiperplasia e hipertrofia do ureter e hipersensibilidade da bexiga e da uretra.8

ƒ Alterações gastrintestinais: durante o início da gestação, é comum ocorrer episódios de náusea, vômitos e azia, pelo fato de haver um aumento elevado nos níveis

de gonadotrofina coriônica humana. É comum também ocorrer relatos de constipação, devido à diminuição do peristaltismo, consequência de uma maior secreção de estrógeno e progesterona, hormônios relacionados ao relaxamento da musculatura lisa intestinal na gravidez.9

ƒ Alterações emocionais: devido à grande oscilação de hormônios (cortisol, progesterona e estrogênio, entre outros), ocorre alteração no funcionamento cognitivo, na velocidade de processamento de estímulos e na capacidade de atenção e concentração. Além disso, os níveis de cortisol e estradiol estão associados negativamente às atividades neurocognitivas, levando, algumas vezes, a tremores, sonolência, fadiga, lentidão psicomotora, alterações do humor e depressão.10

ƒ Alteração do peso corporal: o ganho de peso gestacional compreende todos os produtos da concepção (feto, placenta e fluido amniótico) e dos tecidos maternos (expansão do volume sanguíneo, do fluido extracelular, do útero, das glândulas mamárias e do tecido adiposo). O peso do feto é de, aproximadamente, 2,7kg a 3,6kg; o peso da placenta é, de aproximadamente, 0,9kg a 1,4kg, assim como do líquido amniótico. O peso da expansão do volume sanguíneo é de 1,6kg a 1,8kg; o peso da expansão do líquido extracelular, de 0,9kg a 1,4kg; o peso do crescimento do útero, de 1,4kg a 1,8kg; o peso do volume das mamas,

Condutas no Comportamento Alimentar 40

Comportamento Alimentar em Adolescentes

Aline de Piano Ganen

Natália Guimarães Vignoli

Roberta Carbonari Muzy

INTRoDUção

A adolescência é o período de desenvolvimento que começa na puberdade e termina na idade adulta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a adolescência como a idade entre 10 e 19 anos, e a juventude entre 15 e 24 anos, enquanto os jovens abrangem toda a faixa etária de 10 a 24 anos.1 Já a recente comissão da Lancet sobre a saúde e o bemestar de adolescentes dividiu esse período em três categorias de idade:2

1. Início da adolescência: 10 a 14 anos.

2 Fim da adolescência: 15 a 19 anos

3. Idade adulta jovem: 20 a 24 anos.

A adolescência caracteriza-se por uma fase de rápidas mudanças fisiológicas, sexuais, neurológicas e comportamentais devido a alterações hormonais durante esse período, as quais promovem mudanças consideráveis na composição corporal. Durante a puberdade, a altura e o peso corporal aumentam (50% do peso corporal adulto é adquirido durante a adolescência), a massa óssea e a massa muscular aumentam, o volume sanguíneo expande-se e o coração, o cérebro, os pulmões, o fígado e os rins aumentam em volume e tamanho.3

Essa elevada taxa de crescimento durante a puberdade é inferior à da infância, porém se

mostra maior em duração e, portanto, as necessidades nutricionais totais durante a puberdade podem ser superiores a qualquer outro período da vida.4

Os padrões e comportamentos alimentares são influenciados por muitos fatores durante a adolescência, tais como:

ƒ Influências dos pares.

ƒ Modelos parentais.

ƒ Disponibilidade de alimentos.

ƒ Preferências alimentares.

ƒ Custos.

ƒ Conveniência.

ƒ Crenças pessoais e culturais.

ƒ Meios de comunicação de massa.

ƒ Imagem corporal (IC).

Esses podem ser amplamente classificados como:4

ƒ Fatores pessoais: atitudes, crenças, preferências alimentares, autoeficácia e mudanças biológicas.

ƒ Fatores ambientais: família, amigos, redes de pares, escola, lanchonetes e normas sociais e culturais.

ƒ Fatores macrossistêmicos: disponibilidade de alimentos, produção de alimentos, sistemas de distribuição, mídia de massa e publicidade.

Capítulo 7

ƒ Anemia.

ƒ Desmineralização óssea, entre outras.

O mecanismo fisiológico que explica a associação entre dietas restritivas e a compulsão alimentar refere-se as alterações metabólicas que essa prática proporciona. Ou seja, a elevação do cortisol inibe a secreção diurna da leptina, via redução da sensibilidade insulínica, e o efeito da insulina no metabolismo de glicose no tecido adiposo, provocando o aumento expressivo da fome.27 Diversos estudos corroboram tal mecanismo, mostrando que as dietas restritivas e proibitivas levam ao aumento da massa corporal a longo prazo.21-23

Como já mencionado, a restrição alimentar pode levar a ansiedade e frustração, podendo aumentar o desejo pelo(s) alimento(s)

considerado(s) proibido(s) pelo indivíduo e ocasionando o consumo exagerado e o sentimento de culpa. Em consequência de tais comportamentos, ocorrem o ganho de peso e a insatisfação corporal, o que dá continuidade ao ciclo das dietas restritivas (Figura 7.2).28-30

Assim, evidencia-se a ineficácia das dietas restritivas e práticas alimentares disfuncionais para a redução da massa corporal a longo prazo, bem como o efeito deletério à saúde física e mental do indivíduo. Isso porque não possibilitam mudança de comportamento.28

Vegetarianismo na Adolescência

Outro comportamento que pode ser iniciado durante a adolescência e que merece atenção

Insatisfação corporal

Ansiedade e frustração

Desejo pelo alimento proibido

Condutas no Comportamento Alimentar 52
Ciclo das dietas Restrição Exagero e culpa Ganho de peso FIGURA 7.2 Ciclo das dietas restritivas Fonte: adaptada de Ganen et al., 2022.28

Capítulo

16

Tratamento Nutricional de Transtorno Alimentar

Natália Guimarães Vignoli

Pedro Henrique Ribeiro

INTRoDUção

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, os transtornos alimentares caracterizam-se por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento alimentar que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. Eles são quadros psiquiátricos de etiologia multifatorial.1

TRATAMENTo

O tratamento de adultos com transtornos alimentares deve ser realizado com uma equipe multiprofissional, independentemente de seu diagnóstico (anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar etc.). A conduta alimentar tem como meta principal a recuperação do estado nutricional e a normalização dos padrões alimentares e comportamentais, ao se restabelecer uma relação saudável com a alimentação, com seu peso, seu corpo e a própria imagem corporal.2

Em relação ao estado nutricional, o peso corpóreo é uma das métricas usadas para sua avaliação e seu acompanhamento. Embora o índice de massa corporal (IMC) ainda seja a medida mais usada para tal, convém saber sobre sua limitação quando saímos do âmbito populacional e lidamos com o individual.

Em primeiro lugar, o IMC não nos permite diferenciar a composição corporal individual e, quanto aos fatores que interferem no que seria “o peso natural” do indivíduo, essa medida não nos traz essa informação – sobretudo em pessoas cujo histórico de prática de dietas é vasto. O “peso natural” seria uma forma de ter conhecimento da faixa de peso de cada um –também chamada de set point –, cujo valor é principalmente influenciado por fatores genéticos. O set point tem sido definido como um mecanismo de homeostase corporal em relação à sua faixa de peso saudável, comandada por meio das sinalizações hormonais, enzimáticas e neurais no hipotálamo.

Simplificando o processo, nascemos com um registro de intervalo de peso que seria natural a cada um – definido em sua maior parte geneticamente – e que é cuidadosamente mantido por nosso corpo, muito parecido como os ajustes de nossa temperatura corporal. Sempre que nosso peso corpóreo se afasta desta faixa, como nos casos de emagrecimento por meio de grandes restrições, nosso organismo lança mão de diversos processos hormonais e neurais com o objetivo de avisar ao nosso sistema nervoso central sobre esse desequilíbrio. A partir daí, novas adaptações corporais são realizadas, tais como: aumento da fome, aumento da voracidade alimentar, maior facilidade no acúmulo

TABELA 16.2 Sinais e sintomas para a avaliação bioquímica dos transtornos alimentares

Sintoma Alteração em relação ao valor de referência Manejo

Desnutrição por restrição alimentar

Superior: GH, colesterol total, T3 reverso, creatinina, TGO, TGP, cortisol

Inferior: glicemia, pré-albumina, aldosterona, estradiol, estrogênio, testosterona, fósforo, magnésio

Recuperação do estado nutricional

Uso de laxantes, diuréticos e vômito autoinduzido

Prática de esportes excessiva

Anemia por falta de consumo de alimentos fontes

Inferior: sódio, potássio, magnésio

Inferior: estrogênio, estradiol

Avaliar: hemoglobina, hematócrito, VCM, ferritina, saturação da transferrina, vitamina B12, ácido fólico

Cessar comportamento compensatório e purgativo

Adequar frequência de exercício físico ou suspender

Inclusão de alimentos fontes e avaliar suplementação

GH: hormônio do crescimento (do inglês, growth hormone); TGO: transaminase oxalacética; TGP: transaminase pirúvica; VCM: volume corpuscular médio.

Fonte: adaptada de Lampert et al., 2020.4

de saúde ou falta de acesso à alimentação.11

Para o diagnóstico, considera-se o IMC inferior a 18,5kg/m2 em adultos e o IMC por idade abaixo do percentil 5 para crianças e adolescentes. A perda de peso rápido (p. ex., mais de 20% do peso corporal total em 6 meses) pode substituir a diretriz de baixo peso corporal, contemplando outros requisitos diagnósticos importantes.11

O baixo peso corporal é acompanhado por um padrão persistente de comportamento para evitar chegar ao peso normal/adequado, podendo incluir comportamentos usados para reduzir a ingestão de energia e purgativos, como vômitos autoinduzidos e uso indevido de laxantes, além de comportamento para aumentar o gasto energético, como exercício excessivo, normalmente associado ao medo de ganho de peso.11 O peso baixo ou forma corporal mostra-se fundamental para a autoavaliação do indivíduo ou percebido de maneira imprecisa como normal ou até excessivo.11

Tratamento Nutricional

O foco inicial da terapia nutricional na anorexia nervosa é melhorar com segurança a ingestão calórica, a fim de recuperar o peso corporal.

Para pacientes em tratamento ambulatorial, níveis elevados de cuidados precoces e de forma constante oferecem ganho de peso, com um bom prognóstico.12,13

Conforme o peso vai sendo recuperado com a inclusão de alimentos de maior densidade energética, o foco deve mudar, com mais ingestão de nutrientes e variedade de alimentos. O foco na densidade energética auxilia os pacientes a tolerar o aumento da quantidade de alimentos necessária para atender às recomendações energéticas (Tabela 16.3).14-18 De acordo com a progressão do paciente, a terapia nutricional concentra-se em apoiar uma maior flexibilidade na seleção de alimentos, desafiando os medos relacionados à alimentação.4

O aconselhamento nutricional para comportamentos alimentares desordenados tem o objetivo de restabelecer um estado saudável. No campo dos transtornos alimentares, tal estado é definido como uma alimentação normalizada e comportamentos adequados com a prática de atividade física e saúde mental; e, em pacientes mais jovens, um retorno ao desenvolvimento normal. Cabe ao nutricionista fornecer orientação, apoio e estratégias para o paciente lidar com os comportamentos alimentares e de exercícios relacionados ao transtorno.4

Condutas no Comportamento Alimentar 138

Capítulo

26

Epigenética do Comportamento Alimentar

INTRoDUção

A epigenética é o estudo das moléculas e dos processos que causam modificações na atividade dos genes sem, no entanto, alterar a sequência de nucleotídios que forma a molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) do indivíduo.1-3 Há vários mecanismos epigenéticos que agem mediando as reações frente a estímulos ambientais, podendo contribuir para a formação de vários fenótipos de doenças. Essas alterações podem permanecer ao longo das divisões celulares, o que resulta em características hereditárias. Por outro lado, também podem apresentar plasticidade e se alterar conforme estímulos ambientais.1,4,5

Alguns estudos analisam a relação dessas alterações epigenéticas com características do comportamento alimentar.6-8 O comportamento alimentar pode ser definido como uma série de cognições e sentimentos que impactam significativamente as condutas e ações alimentares. Entretanto, é importante refletir que o comportamento não se resume a uma dimensão condicionada, mas engloba fatores socioculturais, subjetivos e individuais, sendo fruto da interação entre os estados psicológico e fisiológico e o ambiente externo ao qual temos contato.9,10 Por isso, este capítulo tratará de alterações acerca da dimensão biológica e que, justamente por não incluírem

a multidimensionalidade do comportamento alimentar, podem ou não resultar em alterações significativas dos comportamentos do indivíduo.

Uma linha de pesquisa que possui intrínseca relação com os estudos sobre epigenética é a teoria da origem fetal das doenças (DOHaD; do inglês, developmental origins of health and disease), originada por David Barker, na década de 1980, a qual foi a base para os estudos de programação fetal atuais. Segundo a teoria, mães que sofreram problemas durante a gestação podem dar origem a filhos com adaptações celulares que os predispõem a doenças a longo prazo.11 Pesquisas recentes elucidam relações entre eventos estressantes na gestação e no pós-parto e filhos com características epigenéticas associadas ao aumento do risco de surgimento de alterações no comportamento alimentar.6,7,12-14 Assim, reconhecendo a complexidade do comportamento alimentar, esses estudos trazem mais um componente para ser analisado, elucidando a ligação entre fatores ambientais e o modo como os genes são expressos e regulados.

MECANISMoS EPIGENéTICoS: RELAção ENTRE GENéTICA E MEIo AMBIENTE

Os mecanismos epigenéticos consistem em processos cujos fatores ambientais exercem

influências no genoma, podendo ocasionar mudanças na expressão e na regulação gênica posteriores. Desse modo, os genes podem ser expressos, silenciados ou regulados mediante estímulos do meio ambiente.5,15 Comparando esse processo com a luminosidade de uma lâmpada, a regulação gênica é o controle da intensidade de sua luz.4

Existem vários mecanismos epigenéticos, como metilação/desmetilação e do DNA, modificação de histonas (acetilação/desacetilação e fosforilação/desfosforilação) e síntese de ácidos ribonucleicos (RNA) não codificantes (ncRNA), como os microRNA (miRNA).5,15,16 O mecanismo epigenético mais estudado é a metilação do DNA, a qual ocorre quando se adiciona um grupo metil à citosina em regiões genômicas em que esse nucleotídeo é seguido por guanina (ilhas CpG) (Figura 26.1). Realiza-se tal evento com a participação da enzima metil transferase I e, na maior parte dos casos, ele promove o silenciamento gênico e a compactação da cromatina. Isso interrompe a ligação daquela região do DNA com fatores de transcrição e exibe maior afinidade com proteínas de ligação ao metil relacionadas à cessação da expressão gênica.5,15-17

Um caso de metilação de DNA amplamente estudado é a relação entre eventos estressores e a ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). Os insultos durante o período pré-natal

Não metilado

Metilado

e logo após o nascimento causam alterações na expressão dos genes do receptor de glicocorticoide (NR3C1) e da produção da enzima 11 β - hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (HSD11B2). No HPA, os receptores de glicocorticoides ligam-se às moléculas de cortisol, realizando um processo de feedback negativo e diminuindo os níveis de cortisol circulantes. Já a enzima 11-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 atua quebrando as moléculas de cortisol, o que também auxilia na redução sérica desse hormônio. Desse modo, quando há a metilação desses genes, os níveis de cortisol aumentam, o que pode causar alterações no desenvolvimento cerebral, na resposta a eventos estressores e no comportamento alimentar. Neste último item, especificamente, as alterações são resistência à insulina nas células musculares e alteração da produção de leptina e neuropeptídio Y, o que pode ocasionar aumento ou diminuição do apetite.6

O segundo processo mais estudado de alterações epigenéticas envolve as modificações da histona, principal componente proteico da cromatina, que exerce o papel de compactar o DNA no núcleo da célula. Figuradamente, pode-se imaginar que o DNA é uma linha e as histonas são carretéis que têm a função de manter o material genético organizando em um espaço bem menor do que ocuparia se a estrutura de DNA fosse inteiramente aberta.

Expressão gênica

Ilha CpG Gene

Expressão gênica silenciada

Ilha CpG

Região promotora

FIGURA 26.1 Esquema do processo de metilação nas ilhas CpG

Fonte: adaptada de Magalhães-Barbosa et al., 2022.17

Condutas no Comportamento Alimentar 226
Gene

Índice

A

Abordagem(ns)

- centrada na pessoa, 102 - nutricionais, 76

Ácidos biliares, 179

Aconselhamento nutricional, 101

- adesão e resistência ao, 106

- componentes do, 103

- passos práticos para o, 107

Adaptações evolutivas na dieta infantil, 4

Adesão e resistência ao aconselhamento nutricional, 106

Adolescência, 49

Adolescentes, comportamento alimentar em, 49

Adulto e do idoso, comportamento alimentar do, 69

Afeto, 53

Alergia alimentar, 81, 82

- conceito, 81

- diagnóstico, 82

- tratamento, 82

Aliança terapêutica, 103

Alimentação emocional, 27

Alostase, 74

Alteração(ões)

- do peso corporal, 40

- emocionais, 40

- gastrintestinais, 40

- no sistema respiratório, 40

Alternância, 190

Análise da discrepância evolutiva no ambiente moderno, 2

Anorexia nervosa, 61, 136

- e vegetarianismo, 203

- em homens, 165

- tratamento nutricional, 138

Apoteose estética, 154

Aprendizado por observação em ambientes sociais, 9

Aprendizagem observacional, 8

Associação cognitiva, 190

Atenção, 7, 132, 190 - focada, 132

Atitudes alimentares, 104

Atividade(s)

- culinárias participativas, 9 - física, 126, 127

Atuação dos profissionais de saúde, 221

Autocuidado, 121

Autoeficácia, 107

Autoestima, 222

Automonitoramento, 107

Avaliação

- atitudinal da imagem corporal, 32 - clínica dos transtornos alimentares, 137 - crítica de mensagens publicitárias, 12 - dietética para adultos e idosos, 79

- perceptiva da imagem corporal, 32

Aversões alimentares, 4

B

Base científica, 9

Bebês, comportamento alimentar de, 43

Bem-estar mental, 222

BES (Binge Eating Scale), 60

Body Shape Questionnaire (BSQ), 60

Bulimia nervosa, 62

- masculina, 166

- tratamento nutricional, 140

Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE), 60

C

Cálcio, 202

Ciclo

- circadiano, 187, 188, 190

- das dietas restritivas, 52

- do transtorno de compulsão alimentar, 145

Ciência da nutrição, 101

Clínica ampliada e compartilhada, 102

Cognições, 53

Colecistoquinina, 176

Comer

- emocional, 221

- intuitivo, 117, 128

Componentes da imagem corporal, 31

Comportamento alimentar

- alergias e intolerâncias alimentares e, 81

- aspectos do, 51

- comunicação no, 99

- controle

- - homeostático do, 22

- - não homeostático do, 23

- - neural do, 21

- crononutrição e ciclo circadiano no, 187

- de bebês, 43

- de crianças, 45

- de gestantes, 39

- desenvolvimento do, 1

- do adulto e do idoso, 69

- dos filhos, 6

- e gestantes, 41

- e imagem corporal, 25, 35

- - após a cirurgia bariátrica, 87

- eixo microbiota-cérebro e o, 180

- em adolescentes, 49

- epigenética do, 225

- estresse e, 73

- fatores de risco, 51

- fundamentos do, 193

- impacto das mídias sociais no, 153

- indústria da moda e, 217

- influências biológicas e psicológicas, 194

- mudanças ao longo da vida adulta, 69

- na infância, 43

- perspectiva evolutiva do, 1

Composição

- corporal e vegetarianismo, 202

- geral da alimentação e vegetarianismo, 202

Comunicação, 10

- aspectos fisiológicos da, 95

- aspectos funcionais da, 96

- não verbal, 97, 98

- não violenta, 95, 98

- no comportamento alimentar, 99

Condutas nutricionais para modelos, 222

Confiança, 222

- para mudança, 107

Conflitos cognitivos, 190

Conhecimentos, 107

Consciência, 107

- alimentar na prática clínica, 129

Controle

- de curto prazo, 22

- de longo prazo, 22

- homeostático, 22

- não homeostático, 23

- neural do comportamento alimentar, 21

Corpo, 15

- armazém, 17

- e imagem na relação social, 18

- energético, 17

Crianças, comportamento alimentar de, 45

Criatividade, 190

Crononutrição, 187, 191

D

Deficiências nutricionais causadas pelas restrições alimentares, 83

Definir metas, 107

Desalinhamento nas funções cognitivas, 190

Descontrole alimentar, 27

Descrição dietética, 3

Desenvolvimento do comportamento alimentar, 1

Desmistificação de mitos alimentares, 12

Destinatário, 96

Dieta(s)

- baseadas em plantas/vegetarianismo, 77, 181, 198

- com baixo teor de gordura, 77

- DASH, 77

- do Mediterrâneo, 76, 181

- em adultos, 76

- lacto-ovovegetariana, 77

- lactovegetariana, 77

- ocidental, 180

- ou alimentação vegana, 198

- restritivas na adolescência, 51

- saudável na terceira idade, 78

- semivegetariana (flexitariana), 77

- vegana, 77

- vegetariana estrita, 198

Condutas no Comportamento Alimentar 236

Dilema do praticante de dieta, 120

Dimensão do corpo na sociedade contemporânea, 209

Disordered Eating Attitude Scale (DEAS), 60

Distress, 74

Distúrbios alimentares, 197

Diuréticos, 143

Dutch Eating Behavior Questionnaire (DEBQ), 60

EEating Attitudes Test, 60

Eating Beliefs Questionnaire (EBQ-18), 60

Educação

- alimentar, 6, 9

- midiática, 11, 12

Efeito do estresse, 74

Eixo

- intestino-cérebro, 175

- - na regulação do apetite, 176

- microbiota-cérebro, 177

- - e o comportamento alimentar, 180

Emissor, 96

Empatia, 104

Envelhecimento e nutrição, 71

Envolvimento em atividades culinárias participativas, 9

Epigenética

- do comportamento alimentar, 225

- transmitida por gerações, 230

Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, 222

Escala(s)

- de silhuetas de Stunkard et al., 33

- e instrumentos de mensuração, 25

Estabelecimento de rituais alimentares positivos, 10

Estágios de mudança, 105

Estética, 153, 154

- da ausência, 154

- da magreza, 154

- do liso, 154

Estigma

- do peso na adolescência, 56

- e preconceito com o peso, 209

Estímulo

- à autonomia, 9

- estressante, 74

Estratégias

- de adaptação, 222

- de educação alimentar, 9

- nutricionais

- - no eixo microbiota-cérebro, 182

- - para promover saúde na idade adulta e idosa, 76

Estresse

- e escolhas alimentares, 73

- local, 74

- sistêmico, 74

Estressor, 74

Estrogênio, 40

Ética, 199

Eustress, 74

Exercício

- de performance, 193

- físico de alta performance, 194

Expectativas, 222

Exposição contínua a variedade de alimentos, 9

F

Família, 6

Fat talk, 55

Fatores

- biológicos, 4

- biopsicossociais, 5 - culturais, 4 - individuais, 5 - psicossociais e ambientais na alimentação adulta e geriátrica, 73

Fazer as pazes com a comida, 122

Ferro, 201

Flexibilidade cognitiva, 190

Flexitariano, 198

Fome, 121

Formação de hábitos alimentares, 5

Função renal, 40

G

Genética, 225

Gestação, 39

Gestantes, comportamento alimentar, 39, 41

Global Leadership Initiative on Malnutrition (Glim), 78

Gonadotrofina coriônica humana, 40

Grupo(s)

- de consciência alimentar, 112

- de educação alimentar e nutricional, 109 - terapêutico, 110

H

Habilidades

- de comunicação, 95, 105 - terapêuticas, 104

Hábitos alimentares, 50, 175

- da família, 50

- dos adolescentes, 50

237 Índice

Health at every size, 209, 212

Heranças intergeracional e transgeracional, 230

Hipotálamo, 22

Homeostase, 21, 74 - energética, 21

Hormese, 74

Hormônios durante a gestação, 40

I

Imagem, 153

- corporal, 15, 25

- - após a cirurgia bariátrica, 87

- - avaliação atitudinal da, 32

- - avaliação perceptiva da, 32

- - breve histórico da, 30

- - componentes da, 31

- - e comportamento alimentar, 35

- - instrumentos para avaliar a, 32 - e subjetividade, 156

Impactos das mídias, 220

Indústria da moda, 217

Infância, comportamento alimentar na, 43

Informações, 12, 107 - nutricionais, 12

Inibição, 190

Insatisfação corporal, 35, 53

Instrumentos para avaliar a imagem corporal, 32

Intolerância alimentar, 83

L

Lactogênio placentário humano, 40

Lactovegetariano, 197

Laxantes, 143

Literacia alimentar, 11, 12

M

Macrobiótica, 199

Magreza, 209

Mecanismos epigenéticos, 225, 228

Meio ambiente, 200, 225

Meios de comunicação, 10

Melhora da impulsividade, 132

Memória de trabalho, 190

Menopausa e nutrição, 72

Mensagem, 12, 96 - publicitárias, 12

Mentalidade de dieta, 119

Metabolismo, 70, 188 - e necessidades calóricas do adulto e idoso, 70

Metabólitos microbianos, 179

Métodos eficazes para ensinar hábitos saudáveis desde a infância, 9

Microbiota - e cérebro, 180 - intestinal, 175

Mídias sociais, 153

Mindful eating, 129, 130 - ampliação da prática nutricional, 131 - compreensão do mecanismo, 131 - efeitos clínicos do, 131

Mitos alimentares, 12

Modelagem parental, 6, 9 - positiva, 9

Modelo biomédico e hegemonia no campo da saúde, 101

Modo de vida, 3

Modulação do sistema imunológico, 39

Motivação, 7, 105

NNeofobia alimentar, 45

Neurotransmissores, 178

Nutrição - do corpo e da mente, 193 - envelhecimento e, 71 - gentil, 126 - menopausa e, 72

o

Obesidade, 209

Ortorexia nervosa, 204

Ovolactovegetarianos, 197

Ovovegetariano, 198

P

Padrões dietéticos, 180

Pensamento de dieta, 119

Peptídio - semelhante ao glucagon-1, 176 - YY, 176

Perimenopausa, 72

Pescovegetariano, 198

Pessoas LGBTIA+, 167

Plant-based diet, 198

Polipeptídio insulinotrófico dependente de glicose, 176

Polovegetariano, 198

Pós-menopausa, 72

Prebióticos, 182

Preferências alimentares, 4, 84

Pré-menopausa, 72

Pressões, 222

Prevenção

- de recaída, 108 - de transtornos alimentares, 147

Condutas no Comportamento Alimentar 238

Probióticos, 182

Progesterona, 40

Programação fetal, 228

Proteína, 202

Pseudodieta, 120

Psicoterapia em grupo, 109

q

Questionário adaptado de Hay, 60

R

Reconstrução dos corpos, 87

Redução

- da reatividade, 132 - do risco cardiovascular, 72

Reducitariano, 198

Reforço positivo, 9

Regulação

- da atenção, 132 - emocional, 132

Rejeição alimentar, 46

Relação alimentar, 19

Remetente, 96

Rendimento cardíaco, 40

Reprodução, 7

Resposta ao estresse, 74

Restrição

- alimentar, 143

- cognitiva, 27

Retenção, 7

Ritmo circadiano, 189

Rituais alimentares positivos, 10

S

Saciedade, 121

Satisfação, 121

- subjetiva global, 53

Saúde, 200

Semivegetariano, 198

Serotonina, 177, 178

Sincronização alimentar, 188

Sistema de estresse, 74

Situações de risco, 108

Subjetividade, 153

Sustentabilidade, 200

TTensões genéticas na era da superalimentação, 2

Three-factor Eating Questionnaire (TFEQ), 60

Tomada de decisões alimentares, 12

Tradição

- de controle motor, 96

- de sistemas neurais, 96

- psicolinguística, 96

Transtorno(s)

- alimentar(es)

- - breve história da prevenção, 148

- - definição e epidemiologia, 58

- - e instrumentos validados, 59

- - em homens, 161, 162

- - em pessoas LGBTIA+, 161, 167

- - evitativo restritivo, 63

- - intervenções, 150

- - níveis de prevenção, 149

- - prevenção, 147

- - - na prática profissional e nas redes sociais, 151

- - programas de prevenção, 150

- - tratamento, 59

- - - nutricional de, 135

- - visão psicossocial dos fatores de risco, 147

- de compulsão alimentar, 62, 143, 166

- - em homens, 166

- - tratamento nutricional, 143

Tratamento nutricional de transtorno alimentar, 135

V

Variedade de alimentos, 9

Vegano, 198

Vegetarianismo, 52, 197, 199, 201, 203

- cuidados nutricionais, 201

- e distúrbios alimentares, 203

- na adolescência, 52

Vegetariano estrito, 198

Vigorexia, 193, 194, 195

Vitamina B12, 201

Vômito autoinduzido, 143

239 Índice

Não há mais como desatrelar o comportamento alimentar das nossas vidas, muito menos da atuação do nutricionista.

Com essa premissa, a obra Condutas no Comportamento Alimentar é um convite para olharmos para nossas crenças, emoções, condutas e práticas. Neste livro vamos aprofundar nas transformações do comportamento alimentar que perpassam os ciclos importantes do ser humano, como gestação, infância e vida adulta. Além disso, serão abordados assuntos cruciais em nossa sociedade contemporânea, como o impacto das mídias sociais na relação das pessoas com a comida e o corpo. O grande diferencial é a discussão acerca da atuação do nutricionista no mundo da moda, tema inédito e área que necessita de urgente atuação do profi ssional.

Estes e muitos outros temas atuais, relevantes em nível pessoal e profi ssional, devem ser lidos, aprendidos, transformados e praticados por quem tem interesse em um olhar mais gentil, acolhedor e humanizado na sua prática clínica.

9 786588 34071 4
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