Ciências da Saúde & Espiritualidade – Um Diálogo Essencial para o Cuidado
ORGANIZADORES
Anelise Fonseca
Médica Geriatra com área de atuação em Cuidados Paliativos pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)/Associação Médica Brasileira (AMB).
Doutora em Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Regional Rio de Janeiro (SBGG-RJ) – 2022-2025.
Bruno Oliveira
Doutor em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Mestre em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB)/Instituto Metodista Bennett (Bennett).
Licenciado em Filosofia pela Universidade Candido Mendes (Ucam).
Capelão Titular do Instituto Nacional de Câncer (Inca) – Hospital do Câncer IV (HC-IV) –Unidade de Cuidados Paliativos – e do PLACI – Hospital de Transição (Cuidados Extensivos).
Membro do Conselho do Instituto Ana Michelle Soares (IAMS), SP.
Ciências da Saúde e Espiritualidade: um Diálogo Essencial para o Cuidado
Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem autorização por escrito da Editora.
Produção
Equipe Rubio
Diagramação
Paulo Teixeira
Capa e Imagem de Capa
Bruno Sales
C511
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ)
Ciências da saúde e espiritualidade: um diálogo essencial para o cuidado/organizadores
Anelise Fonseca, Bruno Oliveira. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Rubio, 2025. 424 p.; 24 cm.
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-65-88340-98-1
1. Religião e ciência. 2. Espiritualidade. 3. Saúde. 4. Cura pela fé. I. Fonseca, Anelise. II. Oliveira, Bruno.
CDD: 615.852 25-100506.0
CDU: 615.852
Meri Gleice Rodrigues de Souza – Bibliotecária - CRB-7/6439
Editora Rubio Ltda.
Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l. 204 – Castelo 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: 55(21) 2262-3779
E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Colaboradores
Agnes Alencar
Historiadora, Teóloga e Doutoranda em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Pesquisadora no Instituto de Estudos da Religião (Iser).
Pastora do Colegiado da Igreja Batista do Caminho.
Produtora do EBDcast.
Alcio Braz
Médico Psiquiatra pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Psicanalista e Antropólogo pela UFRJ. Monge Zen Budista e Coordenador do Templo Zen Eininji, RJ.
Alexandre Marques Cabral
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mestre e Doutor em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Graduado e Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRio).
Doutor em Ciências da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Professor Associado dos Departamentos de Filosofia da Uerj e Colégio Pedro II, RJ.
Ana Caroline Cabral Cristino
Doutora em Ciências das Religiões pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Ana Clara de Andrade Patrício
Mestre em Ciências das Religiões pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Ana Cláudia Santos Chazan
Médica de Família e Comunidade.
Mestre em Endocrinologia e Metabologia pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Doutora em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Professora Adjunta do Departamento de Medicina de Família e Comunidade da FCM/ Uerj, na qual atua como educadora na Graduação, no Internato, na Especialização em Cuidados Paliativos e no Mestrado Profissional em Saúde da Família.
Amplia a sua prática Docente Assistencial com Antroposofia e Pranic Healing. Membro do Núcleo Executivo de Humanização do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e do Grupo de Trabalho sobre Espiritualidade da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem).
Ana Paula Bambace
Graduada em Psicologia pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Especialista em Fenomenologia Decolonial e Clínica Ampliada pelo Núcleo de Clínica
Ampliada Fenomenológica Existencial (Nucafe).
Cofundadora do Coletivo Loucura Artesanal. Colaboradora na Organização e na Gestão do Ponto Benedito – Economia Solidária e Cultura.
Toca a Casa das Palhas, terreiro de umbanda fundo de quintal, em conjunto com mãe Luiza de Oxossi.
Ana Paula Menezes Bragança dos Santos
Assistente Social pela Universidade Veiga de Almeida (UVA).
Doutoranda e Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Sergio Arouca (Ensp)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Pós-graduada em Mediação de Conflitos com Ênfase em Família pela Universidade Candido Mendes (Ucam).
Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Cuidados Paliativos (GEPCP) do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade
Cultural do Grupo Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman (DIHS) da Ensp/Fiocruz.
Pesquisadora Colaboradora do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade
Social do DIHS/Ensp/Fiocruz.
Antônio Marcos Tosoli Gomes
Graduado em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (Eean) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Pós-doutor em Enfermagem pelo Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Mestre em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Uerj.
Professor Titular da área de Enfermagem em Doenças Contagiosas do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgico e do Programa
de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Uerj.
Bianca Magnelli Mangiavacchi
Mestre e Doutora em Biociências e Biotecnologia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf).
Carla Cristina Gonçalves
Graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação (PPG) da Uerj, com ênfase em Estudos Relacionados às Representações Sociais de Saúde e Doença para os Adeptos de Religiões de Matriz Africana.
Especialista em Modalidade de Residência em Enfermagem pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da Uerj e em Clínica Médica e Sexologia Humana pela Universidade Candido Mendes (Ucam).
Experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Nefrologia, atuando em Hemodiálise e Transplante Renal.
Célia Martins Cortez
Bacharel e Licenciatura em Física pelo Instituto de Física Armando Dias Tavares da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Graduada em Medicina pela Fundação TécnicoEducacional Souza Marques.
Doutora em Ciência pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).
Mestre em Biociências Nucleares pelo Instituto de Biologia Roberto Ancântara Gomes (Ibrag) da Uerj.
Programa de Pós-graduação em Psiquiatria pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Programa de Pós-graduação em Hipniatria pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
Cristine Monteiro Mattar
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Professora do Programa de Pós-graduação (PPG) em Psicologia e Estudos da Subjetividade da UFF.
Doutora em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Pós-doutorado em Filosofia pela Universidade de Évora, Portugal.
Débora Bastos
Médica Geriatria pelo Hospital Naval Marcilio dias, RJ.
Dilson Silva
Bacharel e Licenciado em Biologia pela Universidade Veiga de Almeida (UVA).
Mestre e Doutor em Biologia pelo Instituto de Biologia Roberto Ancântara Gomes (Ibrag) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Pós-doutorado em Biologia Molecular pela Universidade de São Paulo campus de São Carlos.
Visiting Research Fellow, in Dpt Biochemistry, The Open University, UK.
Douglas William
Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
Especialista em Educação Empreendedora pela UFSJ.
Membro do Grupo de Pesquisa Estudos em Teoria da Religião (Eter) do Programa de Pósgraduação da UFJF.
Edson Fernando de Almeida
Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Pós-doutorado em Teologia pelo L’Istituto di Studi Ecumenici S. Bernardino, Veneza, Itália.
Professor do Departamento de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Presidente da Sociedade Internacional Rubem Alves (SIRA).
Pastor Emérito da Igreja Cristã de Ipanema, RJ.
Eric Vinícius Ávila-Pires
Graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Doutorando e Mestre em Saúde pelo Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Especialista em Preceptoria de Medicina de Família e Comunidade pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Coordenador do Grupo de Trabalho (GT) em Saúde e Espiritualidade da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).
Médico de Família e Comunidade pelo Hospital Metropolitano Odilon Behrens, BH.
Ernani Costa Mendes
Doutor em Ciências da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp)/ Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Coordenador dos cursos de Especialização de Cuidados Paliativos com Ênfase na Atenção Primária à Saúde e Direitos Humanos, Relações Étnico-raciais e Saúde do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural do Grupo Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman (DIHS) da Ensp/Fiocruz.
Fisioterapeuta do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Fabiana Faria Franco
Graduada em Biologia pela Fundação
Educacional de Machado (FEM), MG. Doutoranda em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas).
Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Integrante do Grupo de Pesquisa Religião e Cultura do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da PUC-Minas.
Professora de Educação Religiosa no Ensino Fundamental II da Rede Municipal de Poços de Caldas, MG.
Assistente Espiritual na Equipe de Cuidados Paliativos da Santa Casa de Poços de Caldas, MG.
Formação Avançada em Cuidado Espiritual pelo Instituto de Espiritualidade e Saúde.
Master of Business Administration (MBA) em Estratégia de Empresas e Negócios pela Faculdade Pitágoras.
Especialização em Farmacologia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Felipe Moraes Toledo Pereira
Graduado em Medicina e Residência Médica em Clínica Médica pela Escola Paulista de Medicina (EPM) – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Residência Médica em Oncologia Clínica pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Bacharel em Teologia pelo Centro Universitário Claretiano.
Flávio Niemeyer-Guimarães
Founder and Chief Practices & Alliances Officer – Radix Engineering and Software.
Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Master of Business Administration (MBA) em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV), SP.
Docente e Colaborador voluntário da Fundação Logosófica.
Frei Isidoro Mazzarolo
Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Mestre em Exegese do Antigo Testamento pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
Doutor em Textos Seletos dos Evangelhos Sinóticos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Pós-doutor pela École Biblique et Archéologique Française de Jerusalém, Israel.
Guilherme Gonçalves de Brito
Graduado e Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Possui experiência em Pesquisas Desenvolvidas na área de Gênero e Sexualidade, pelo Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro (IMS) da Uerj; em Filosofia Antiga (Os Mitos de Platão e a Condição Humana) por meio de incentivo inicial do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) da Uerj, e, posteriormente, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e no Laboratório de Educação em Filosofia.
Mestrando em Ética e Filosofia Política pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia da Uerj, desenvolvendo sua pesquisa com base na filosofia do Culto Tradicional Yorubá a IfáOrunmilá.
Guilherme Kenzzo Akamine
Médico Psiquiatra e Psicogeriatra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Pós-graduado em Medicina Paliativa pelo Hospital Sírio-Libanês.
Médico Assistente Colaborador do Programa Terceira Idade (PROTER) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HC-FMUSP).
Henrique Cal
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Doutor em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Henrique Gonçalves Ribeiro
Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Pós-graduado em Medicina Paliativa pelo Instituto Paliar.
Médico Assistente Colaborador do Núcleo Técnico Científico de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Membro das Câmaras Técnicas de Psiquiatria e de Cuidados Paliativos do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
João Andrade Sales
Médico Clínico Geral e Paliativista no Instituto Nacional de Câncer (Inca) IV e do Hospital Samaritano, RJ.
Mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Doutor em Bioética e Ética Aplicada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Presidente do Comitê de Bioética Complexo Américas, RJ.
João Jorge Cabral Nogueira
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Petrópolis (Unifase).
Pós-graduado em Homeopatia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Diretor do Espaço Terapêutico Flor do AmanheSer de Medicina Integral.
Formação Holística de Base pela Universidade Internacional Holística da Paz (Unipaz), em Síntese Transacional e Ecologia do Ser com Roberto Crema, Reitor da Unipaz – Brasília.
Ex-presidente da Associação Panamericana e Caribenha de Hipnose Terapêutica (APCHT), da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH).
Sócio-fundador e Ex-presidente da Associação de Hipnose Médica do Estado do Rio de Janeiro (Sohimerj).
Membro Clínico do Colégio Internacional dos Terapeutas (CIT).
Joice Aline Klein
Teóloga e Mestranda pela Faculdades Escola
Superior de Teologia (EST).
Especialista em Tanatologia pela Rede Nacional de Tanatologia.
Formação em Doula pelo Instituto Amortecer. Capelã Hospitalar Titular do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Karolina dos Santos
Doutora em Ciências da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Pesquisadora na área de Islã e o Conceito de Jihad.
Laiane Dias
Médica Geriatra com atuação na área de Medicina Paliativa pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)/Associação
Médica Brasileira (AMB).
Mestre e Doutora em Bioética pela Universidade de Lisboa, Portugal.
Márcio de Jagun
Graduado em Direito pela Universidade Candido Mendes (Ucam).
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj).
Doutor em Filosofia pela Uerj.
Pós-doutor em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Pós-doutor em Metafísica pela Uerj.
Professor de Cultura e Idioma Ioruba pelo Programa de Línguas Estrangeiras Modernas (Prolem) Universidade Federa Fluminense (UFF).
Professor de Filosofia Ioruba do Programa de Pós-graduação em Educação (ProPed) da Uerj.
Membro Titular da Cadeira 41 da Academia
Pan-americana de Letras e Artes.
Advogado atuante nas pautas de Direitos Humanos.
Ex-coordenador da Diversidade Religiosa do Município do Rio de Janeiro.
Ex-superintendente Estadual de Promoção da Liberdade Religiosa.
Márcio Niemeyer-Guimarães
Professor do curso de Graduação em Medicina do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) e da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
Doutor em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Mestre em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mestre em Cuidados Paliativos pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), RJ. Docente e Colaborador Voluntário da Fundação Logosófica.
Maria de Lourdes Medeiros Ferreira de Matos
Graduada em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá (Unesa) campus Campos dos Goytacazes.
Mestre em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
Doutoranda em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória, ES.
Maria Luiza M. de Melo Paiva
Maria Luiza é travesti.
Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Mãe de Santo.
Especialista em Semiótica Psicanalítica pela Clínica da Cultura da Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão (Cogeae) da PUC-SP.
Fenomenologia Decolonial e Núcleo de Clínica
Ampliada Fenomenológica Existencial (Nucafe).
Toca a Casa das Palhas, juntamente com a Mãe Aninha de Oxum, e se dedica nos estudos e nas práticas às intersecções entre saúde, corpo e cultura.
Mary Rute Gomes Esperandio
Graduada em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
Professora Adjunta no Programa de Pós-graduação em Teologia e no Programa de Pósgraduação em Bioética da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Pós-doutorado em Psicologia da Religião pela Indiana University South Bend, em South Bend, USA.
Pós-doutorado em Cuidados Paliativos na University of Humanistic Studies (UHS), in Utrecht, Holanda.
Mestre e Doutora em Teologia pela Escola Superior de Teologia.
Pesquisadora na temática da Espiritualidade e Saúde desde 2009.
Matheus Jardim
Graduando em Teologia pela Faculdade Católica Paulista, com cursos de aperfeiçoamento em Cuidado Espiritual no contexto dos Cuidados Paliativos pela Casa do Cuidar e também do Instituto de Espiritualidade e Saúde.
Assistente Espiritual no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Mônica Guarnieri Machado
Pediatra com especialização em Adolescência pelo Instituto da Criança e do Adolescente (ICr) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Bacharel em Teologia pelo Centro Universitário Assunção (Unifai)/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Docente das Disciplinas de Espiritualidade e Tanatologia; Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina Santa Marcelina, SP.
Olandim de Sousa Sueth
Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI), ES. Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário ETEP, SP.
Especialista em Direito Administrativo pela Universidade Candido Mendes (Ucam), RJ. Especialista em Metodologia do Ensino em Filosofia e Sociologia pela Ucam, RJ
Especialista em Gestão Escolar pela Faculdade Dynamus de Campinas (Fadyc), SP.
Pâmella Campos
Educadora e Historiadora pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
Graduada em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória.
Mestranda em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Fundadora da Escola de Fé e Crítica, integra o Núcleo de Estudos Evangélicos, Poder e Política na América Latina (NEPPAL).
Paulo Afonso Dimas Rios Ciruffo
Mestre e Doutor em Ciências Médicas Dentárias pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Mestre em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval.
Doutorado em Ciências Odontológicas na Universidade de Seattle, EUA.
Membro Emérito das Academias Brasileira de Medicina Militar (ABMM) e de Odontologia Militar (Abomi).
Membro Titular da Academia Brasileira de Odontologia (AcBO).
Membro Titular da Academia Nacional de Farmácia (ANF).
Presidente da Seção de Odontologia da ABMM.
Raphael Cruz
Médico Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)/Associação
Médica Brasileira (AMB).
Coordenador da Equipe de Geriatria do Hospital Naval Marcilio Dias, RJ.
Rawy Chagas Ramos
Mestrando em Filosofia Política pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Mestre em Direito Canônico pelo Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro (PISDC).
Especialista em Aconselhamento e Psicologia
Pastoral pela Faculdade Serra Geral (FSG).
Especialista em Docência em Teologia pela Faculdade Dom Alberto (Grupo Faveni).
Especialista em Docência do Ensino Superior pelo Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU).
Especialista em Docência e Gestão da Educação a Distância pela Faculdade Focus.
Especialista em Psicanálise Clínica pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo (Fameesp).
Graduado em Teologia pela Escola Teológica da Congregação Beneditina do Brasil.
Bacharel em Teologia pela Faculdade Dehoniana.
Formação em Psicanálise Clínica pelo Instituto Superah e pelo Centro de Estudos de Terapia e Psicanálise (Cetep).
Terapeuta Holístico pelo Instituto Brasileiro de Terapias Holísticas (Ibrath).
Parapsicólogo pelo Centro Latino-Americano de Parapsicologia (Clap).
Membro do Conselho Internacional de Psicanálise e Terapias Integrativas (Conipt).
Capelão do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), RJ.
Renato Soleiman Franco Graduado em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), SP.
Residência Médica na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Título de Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Mestre em Tecnologias em Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Foi bolsista do Programa Ciências sem Fronteiras – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Portugal.
Professor da Escola de Medicina e no Mestrado em Bioética da PUC-PR.
Coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Roberto Esporcatte
Professor Titular de Cardiologia e da Disciplina de Espiritualidade e Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCM-Uerj).
Diretor Científico do Departamento de Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (Demca) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Roberto Pereira Miguel Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Doutor em Ciências (Saúde Coletiva) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Capelão no Moffitt Cancer Center, em Tampa/ Flórida, EUA.
Capelão Certificado pela Association of Professional Chaplains, EUA.
Robson Antônio da Silva Gonçalves
Psicólogo e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Thiago Antonio Avellar de Aquino
Doutor em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Professor do Departamento de Ciências das Religiões da UFPB.
Tiago Pugliese Branco
Médico Geriatra e Medicina Paliativista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)/Associação Médica Brasileira (AMB).
Valdemar Figueiredo Filho
Editor do Instituto Mosaico.
Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) da Universidade Candido Mendes (Ucam) e em
Teologia pela Ponticífia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Valéria El Horr
Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Mestre em Bioética pelo Programa de Pósgraduação em Bioética da PUC-PR.
Doutoranda em Teologia pelo Programa de Pós-graduação em Teologia da PUC-PR, no qual pesquisa a relação entre espiritualidade e saúde, com ênfase nas práticas meditativas de compaixão e autocompaixão como instrumentos de cuidado espiritual no campo dos Cuidados Paliativos.
Master of Business Administration (MBA) em Neurociência Psicologia Positiva e Mindfulness pela PUC-PR.
Waldemar Falcão
Astrólogo profissional desde 1987.
Colaborou na Fundação do Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro (Sinarj).
Membro Fundador do Sinarj e da Organização
Não Governamental (ONG) Central Nacional de Astrologia (CNA).
Apresentação
O tema “Espiritualidade na Saúde” está presente em todas as áreas do conhecimento do profissional da saúde, direta ou indiretamente nos dias de hoje: seja na área científica, com publicações relevantes metodologicamente, com números significativamente maiores a cada dia, seja no senso comum (sociocultural) do nosso país. O fato é que essa temática ganha cada vez mais um espaço de relevância, permeando a rotina clínica de todos os profissionais de saúde.
Somos um país laico, mesmo com a população brasileira afirmar ser majoritariamente cristã (87%), de acordo com pesquisas realizados e divulgada (https://www.bbc.com/portuguese/articles/c29r21r69j8o), com a maior parte católico-romana (64,4%), nos deparamos com uma diversidade de crenças e expressões da religiosidade e espiritualidade no cuidar, o que hoje se denomina uma bricolagem religiosa. Há, portanto, atualmente, uma mistura de crença, fé e valores diante do sagrado que o profissional de saúde não pode desconsiderar. No campo científico, o destaque na Espiritualidade na Saúde é evidenciado diante do crescimento impressionante das publicações nos últimos 10 anos. Em uma pesquisa no Pubmed com as palavras “Health” and
“Spirituality” (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.go v/?term=Health+and+Spirituality), no dia 24 de maio de 2025, foram detectados 20.620 resultados, sem usar filtro algum de busca. No Brasil, no campo da educação em saúde, são vários livros dedicados ao tema, inclusive com organizadores médicos de distintas especialidades, tais como oncologistas, cardiologistas, geriatras, cujo foco se dá na abordagem prática assistencial da Espiritualidade na saúde. Contudo, ainda carecemos, nessa área, de livros técnicos que abarquem o diálogo com os marcos conceituais religiosos, as características filosóficas das principais religiões e mais, referencias agregam aspectos humanísticos, aqueles que se referem aos elementos que valorizam a dignidade e o potencial da pessoa cuidada, enfatizando a importância da experiência humana, na busca por seu bem-estar considerando esse ser humano no centro de todas as questões do cuidado à sua saúde, buscando a promoção do que é mais importante para ele. Este livro se propõe a dialogar com esses aspectos, porque a abordagem da espiritualidade é muito importante para detectar o que pode impactar até na tomada de decisão limítrofe em relação à saúde, como medidas terapêuticas para doenças avançadas, ou
sem perspectiva de cura e até na morte. Esta obra se diferencia também pelas experiências práticas de autores de destaque nas suas respectivas áreas de atuação, dentre elas na geriatria, na psiquiatria, na neurologia, na pediatria, na oncologia, na cardiologia, com relatos de casos reais e como eles realizaram a abordagem. A nossa intenção foi dividir com você, leitor, aspectos práticos que possam complementar os instrumentos já existentes, como os inventários já validados.
Quando se estuda “Espiritualidade na Saúde”, os desfechos apresentados são os mais variados possíveis, entre os quais: qual papel da espiritualidade, satisfação com a vida, enfrentamento da doença, controle de sintomas, menor uso de medicações, depressão, ansiedade, luto, qualidade de vida. Ferramentas de abordagens também não faltam, como: Fé ou Crenças, Importância e Influência, Comunidade e Ação no tratamento (FICA), Spiritual WellBeing Scale (SPIRIT), ENESE, DUREL ou uma simples pergunta de triagem. São várias as linhas de pesquisa com evidências científicas de diferentes métodos que mostram como a inserção do tema Espiritualidade na Saúde é de grande importância para o cuidado das pessoas. Dois dos maiores desafios estão na inserção cotidiana do tema na prática do profissional de saúde e no “como” fazer essa abordagem; e mais, quais as bases teóricas que auxiliam na formação de métodos para essa abordagem. Para quem assume sua fé em forma de ritos e crenças preestabelecidas, como nas religiões, pode ser que seja mais fácil, mas e para ateus, agnósticos, aqueles que assumem (ou não) suas conexões com o sagrado sem denominar uma prática religiosa?
No campo da educação, além dos acervos bibliográficos, nossa percepção enquanto profissionais que estudam e atuam nessa área, é que há um aumento de simpósios, palestras, workshops, cursos de capacitação e congressos sobre Espiritualidade na Saúde e com diferentes abordagens: religiosa, neurocientífica, ética, prática assistencial e nas variadas
especialidades, como Psicologia, Fisioterapia, Cardiologia, Anestesiologia, Neurologia, Cuidados Paliativos, Oncologia, Psiquiatria, refletindo que existem profissionais da área da saúde que anseiam em conhecer, aprofundar e disseminar esse conhecimento para auxiliar no cuidado da pessoa. O tema é de tamanha evidência que o Conselho Federal de Medicina (CFM), seguindo outros conselhos, como os conselhos médicos do Rio de Janeiro e do Paraná (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro [Cremerj] e Conselho Regional de Medicina do Paraná [CRM-PR]), criou, em abril de 2025, a Câmara Técnica de espiritualidade do CFM. Logo, a questão hoje não é mais separar ciência e espiritualidade e, sim, unificar, trazer essa discussão de forma madura e como implantar, cultivar e desenvolver a cultura dessa temática na linha de cuidados de qualquer pessoa, de uma forma sistematizada, metodologicamente replicável, respeitosa e que agregue valor positivo na condição de saúde global da pessoa. Cabe dizer que a espiritualidade está inserida na pauta dos diálogos rotineiros da nossa sociedade. Por meio dos meios de comunicação e mídias sociais, tais como rádio, televisão, jornais e revistas além das virtuais, diariamente há notícias e discussões sobre o tema, sob os mais variados aspectos, o que favorece o ganho de espaço. O tema ganha notoriedade na vida cotidiana da nossa população, quando os grandes veículos de comunicação apresentam. Quem não se recorda da novela A Viagem que até hoje é sucesso nas reprises? E no cinema, com filmes premiados, como Nosso Lar, Chico Xavier e Conclave. Peças teatrais, shows, literatura, todas as artes que expressam algo sobre espiritualidade e religiosidade se destacam no público em geral.
O que trazemos nesta obra são assuntos que permeiam a espiritualidade, complementando o conhecimento prévio, na pretensão de fomentar a curiosidade do profissional de saúde e ampliar a sua capacidade de abordar essa dimensão de uma forma mais profunda.
Nossa ousadia é propor ao profissional que faça reflexões a partir da leitura dos capítulos aqui presentes e que se questione na tentativa de suprir os espaços existentes ainda pouco explorados. Quando pensamos na construção desta obra, nosso desejo era contribuir para inserção de áreas, por exemplo Antropologia, Sociologia, Psicologia, Filosofia das religiões e Ética, cuja importância é atemporal e que contribuem indubitável e profundamente para um cuidado adequado.
Ainda, neste livro, seja desmistificando conceitos, inserindo distintas religiões, o laicismo, o ateísmo e outros aspectos da espiritualidade, como misticismo, neurociência, racismo e astrologia (algo que muitos não consideram nem ciência), assumimos uma obra com características técnicas, mas com um formato de escrita compreensível, abandonando termos muito particulares do assunto; a obra está comprometida com as referências disponíveis sim, mas dando crédito aos autores em razão da vasta experiência dos eleitos. Assim, valorizamos o que é sagrado para cada um, o que é a fé e suas diferentes expressões, que particularidades a pessoa cuidada apresenta nesse campo, estimulando o entendimento de como as pessoas cultivam suas conexões e o que fazem para desenvolver a resiliência diante de uma situação de desequilíbrio de sua saúde. Acreditamos que a Espiritualidade na Saúde não significa mais “do que se trata esse tema” e, sim, “como fazer para abordar essa dimensão” no processo de cuidado assistencial. Essa pergunta deveria estar em todos os modelos de cuidado e os profissionais de saúde deveriam perseguir. Além disso, esta obra tem a ousadia de ser o início ou a continuidade da autorreflexão do profissional, como ele “enxerga” a própria espiritualidade, procurando sua essência e sua coerência interna, em especial, diante de momentos de crise, quando há períodos mais difíceis no trabalho ou na vida pessoal. Essa busca pelo autoconhecimento pode ser o início das medidas de prevenção e intervenção contra burnout e sofrimento moral.
Com a pandemia viral que enfrentamos há cinco anos, o tema Espiritualidade na Saúde passou de latente, ou “não prioritário” e talvez restrito, para um amplo debate, essencialmente quando se pergunta à pessoa: “o que é Mais Importante para você nesse momento?”
Em decorrência das terríveis consequências na pandemia do Covid-19, não apenas pela alta letalidade viral, mas também pela intensidade de mudanças provocadas na saúde mental das pessoas, o sofrimento existencial, a ruptura das crenças, o isolamento físico, as dúvidas de foro íntimo e, mais, a necessidade da busca de resposta, da busca pelo bem-estar e equilíbrio emocional, contribuíram para que o campo da espiritualidade humana ganhasse mais espaço e força.
Concluímos esta apresentação celebrando a parceria. A organização de uma obra a quatro mãos, com amigos, não é uma tarefa árdua. Distribuímos papéis e responsabilidades, definimos tempo e, dessa forma, o produto é entregue no tempo combinado. Todavia, não apenas organizamos, mas elegemos profissionais de destaque em suas áreas para complementar este audacioso livro. Confessamos que não contávamos com impensáveis dificuldades, tais quais assumir a escrita de temas específicos, o que nos exigiu pesquisas que nos surpreenderam pela riqueza, mas também pela escassez de referências técnicas; as trocas de autores por impedimentos de saúde; as trocas temáticas que nos entristeceram, porém compreensíveis pelos limites de uma obra, que mesmo ousada, tem a aspiração de cumprir as exigências acadêmicas e ser reconhecida por isso. Após definir nossos limites – de conteúdo, prazos e relações humanas – temos a certeza que você irá se surpreender com esta primeira edição. Você, leitor, terá a oportunidade de se aprofundar na temática da Espiritualidade na Saúde, nas quatro partes desta obra, em vários aspectos do cuidado. Logo de início se depara com o prefácio do Dr. Alexandre Ernesto Silva, um presente de amigo para amigos. Na Parte I, apresentamos as interseções entre os aspectos
das ciências da saúde com outras disciplinas das ciências humanas; na Parte II, as principais religiões e seus ritos de cuidados à saúde até a morte; e, por fim, na Parte III, o trabalho prático, com a triagem, a equipe e os casos clínicos; acrescentamos, ainda, discussões com essa temática na graduação, o racismo e a população LGBTQIA+; e por fim, na parte IV, os anexos, local esse onde foram incluídos temas relevantes e autores de destaque em suas áreas, contudo em formatos distintos de um capítulo de livro. Além disso, foram
feitas pontuações de alguns assuntos pertinentes que não puderam ser melhor explorados nas sessões anteriores dessa obra.
Portanto, nós, organizadores, desejamos a você, leitor, um mergulho nas diversas facetas da espiritualidade e da religiosidade, estimulando sua motivação e constância nos estudos e na prática do tema e, mais, assumindo que o campo não está esgotado, confessando nosso entusiasmo e ânimo para a próxima edição.
Os Organizadores
Prefácio
Há encontros que não se dão por acaso. Este livro é um desses encontros raros entre saberes, histórias, ciências e espiritualidades. É uma obra que ousa atravessar muros e silêncios, criando pontes entre campos do conhecimento que, por muito tempo, caminharam em paralelo, mas raramente se tocaram com profundidade.
A proposta de di á logo entre as ci ê ncias da saúde e da religião não é tarefa fácil. A secularização do cuidado e a fragmentação do saber produziram, ao longo do tempo, distanciamentos que custaram caro à integralidade da atenção às pessoas. Contudo, esta obra se insere num movimento contemporâneo que tenta recuperar uma visão mais ampla do ser humano: um ser feito de corpo, mente, vínculos, cultura, história e, sim, espiritualidade.
A espiritualidade, muitas vezes relegada ao campo da intimidade ou tratada como um “acessório” do cuidado, reaparece aqui como fundamento. Cuidar, afinal, é reconhecer o outro em sua inteireza – e isso inclui suas crenças, seus sentidos mais profundos, sua forma de atravessar a dor e encontrar sentido na experiência de viver (e de morrer). É
impossível prestar um cuidado genuinamente humano se não reconhecemos a potência que há na fé, na dúvida, na transcendência, no sagrado, nas práticas espirituais que sustentam tantas pessoas em momentos de vulnerabilidade e vulneração.
Quando falamos de espiritualidade, não nos referimos apenas às doutrinas religiosas organizadas, mas a uma dimensão da existência que diz respeito ao que nos move, ao que nos dá sentido, ao que nos liga ao outro e ao mistério da vida aos nossos SAGRADOS. Para alguns, essa ligação se expressa em comunidades de fé; para outros, em práticas solitárias, em gestos cotidianos, em trabalhos voluntários ou até mesmo na contemplação silenciosa do mundo. O importante é que esse aspecto do humano precisa ser reconhecido e acolhido – especialmente nos contextos de dor, doença e sofrimento.
Ler estas páginas é encontrar um mosaico de olhares. S ã o abordagens hist ó ricas, psicol ó gicas, é ticas, filos ó ficas, culturais, neurocientíficas e teológicas que não apenas iluminam o tema da espiritualidade nos contextos de cuidado, mas o reconhecem como
elemento vital na escuta, no acompanhamento e no acolhimento das pessoas em seus momentos mais desafiadores.
A potência deste trabalho também está em sua pluralidade: dialoga com diferentes tradições religiosas, crenças populares, espiritualidades laicas e perspectivas críticas sobre o ateísmo e o agnosticismo. Reconhece a importância de práticas e cosmovisões que, muitas vezes, foram invisibilizadas, como as espiritualidades de matriz africana, dos povos originários e da população LGBTQIA+. Isso não é apenas um acerto acadêmico, mas um compromisso ético com a dignidade de todas as vidas.
Profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e todos aqueles que se dedicam ao cuidado – precisam, cada vez mais, conhecer essas múltiplas expressões da fé e da espiritualidade. Não para se tornarem especialistas em religiões, mas para saberem respeitar, acolher e caminhar ao lado. A escuta espiritual exige abertura, humildade e disposição para o encontro. Reconhecer uma oração silenciosa, uma saudação sagrada, um gesto de fé pode ser tão importante quanto aplicar um protocolo clínico. Porque é nesse campo do invisível que, muitas vezes, se sustentam as forças que movem o cuidado.
O cuidado espiritual nasce do íntimo, do mais profundo da alma humana. Mas ele não é um processo solit á rio. Ele é , sobretudo, comunitário. É sustentado por vínculos, redes de apoio, memórias partilhadas e práticas coletivas. Cuidar da espiritualidade de alguém é, muitas vezes, colocar-se como ponte entre essa pessoa e aquilo que lhe dá esperança, seja uma tradição religiosa, uma lembrança, uma canção, uma bênção ou até mesmo o silêncio respeitoso.
É por isso que o cuidado espiritual é também político: ele denuncia o abandono, a exclusão, o racismo religioso, o preconceito de classe e todas as formas de silenciamento das espiritualidades periféricas. A espiritualidade vivida nas margens é, frequentemente, mais poten-
te que qualquer discurso institucional. E ela nos ensina, todos os dias, que não há cuidado possível sem comunidade.
Essa dimensão comunitária do cuidado espiritual está viva em experiências concretas que se desenvolvem nas periferias do Brasil. Uma delas é a Favela Compassiva, rede comunitária de cuidados paliativos que atua na Rocinha e no Vidigal, no Rio de Janeiro. Ali, o cuidado com a espiritualidade não é terceirizado nem protocolado. Ele emerge da escuta profunda, da presença respeitosa e da construção de vínculos com base na compaixão. Ali se reza, se ora, se canta, se silencia. Ali se reconhece o direito de cada um viver, e morrer, de acordo com sua fé, seus valores, sua trajetória. Porque o cuidado, quando é genuíno, reconhece a espiritualidade não como acessório, mas como essência.
Essa experiência expressa um modelo de cuidado espiritual construído com seriedade técnica, compromisso ético e profunda escuta comunitária. Na Favela Compassiva da Rocinha e do Vidigal, moradores voluntários, profissionais da saúde voluntários e lideranças locais e apoiadores se articulam como uma rede viva, que cultiva uma espiritualidade encarnada no cotidiano e alimentada pela solidariedade. Trata-se de um cuidado que não se limita aos gestos simbólicos, porém se concretiza na presença atenta, no acolhimento respeitoso e na escuta comprometida com o alívio do sofrimento, a COMPAIXÃO. Essa prática, além de promover o bem-estar espiritual de quem recebe, transforma também quem cuida, porque, ao cuidarmos da alma do outro, acessamos o que há de mais humano e sagrado em nós. É um cuidado que pulsa no território e que, ao emergir no coletivo, mostra que a espiritualidade compartilhada pode ser instrumento potente de transformação social do meio.
Esta obra é mais do que uma coletânea de textos: é um chamado à escuta ampliada e à prática do cuidado com alma, com técnica e
com respeito às diferenças. Ela nos provoca a pensar para além das técnicas, a considerar o cuidado como um gesto radicalmente humano. E nos convida a atravessar fronteiras não apenas entre as disciplinas, mas entre nossos próprios modos de ver o mundo e nos relacionar com o outro.
Que este livro encontre morada nos corações e nas práticas de quem cuida. E que ele ajude a reencantar a arte do cuidado, não como um ato de poder, mas como uma partilha de sentido. Que ele inspire novos encontros entre ciência e fé, entre técnica e presença, entre corpo e espírito. Porque cuidar é, antes de tudo, reconhecer o sagrado que habita em cada vida.
Alexandre Ernesto Silva
Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal), MG. Mestre e Doutor na Temática dos Cuidados Paliativos, respectivamente, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com Período Sanduíche na Universidade Católica Portuguesa – Lisboa, Portugal. Especialista em Saúde Mental e Gestão Hospitalar pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Pós-doutorando em Enfermagem na Temática das Comunidades Compassivas pela UFMG. Professor Adjunto IV nos cursos de Enfermagem e Medicina da UFSJ. Fundador e Líder do Projeto Comunidades Compassivas no Brasil, especificamente nas comunidades da Rocinha e Vidigal, RJ. Coordenador da Pós-graduação Lato Sensu em Cuidados Paliativos da UFSJ. Membro e Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Cuidados Paliativos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Membro da Câmara Técnica em Cuidados Paliativos no Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) e do Grupo de Trabalho em Atenção Domiciliar do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Consultor Técnico na Coordenação Geral da Atenção Domiciliar (CGadom) no Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), da Secretaria de Atenção Especializada (SAES), no Ministério da Saúde.
Sistema de Crenças
9 Religião, Vulnerabilidade Humana e Saúde: Origens e Impactos Históricos
Bruno Oliveira
10
Catolicismo e suas Crenças: o Encanto da Espiritualidade Católica no Cuidado Integral em Saúde
Rawy Chagas Ramos
11
Islã e Saúde: Espiritualidade, Práticas e Bem-estar
Karolina dos Santos
12 Saúde e Espiritualidade Segundo os Iorubas
Márcio de Jagun
13 Bases de um Cuidar Espiritual para Adeptos do Omolokô
Sousa Sueth
Bianca Magnelli Mangiavacchi
Espiritualidade e sua Importância na Medicina e no Ensino da Saúde
Paulo Afonso Dimas Rios Ciruffo Anelise Fonseca
Tiago Pugliese Branco
Ernani Costa Mendes Ana Paula Menezes Bragança dos Santos
Kenzzo Akamine Henrique Gonçalves Ribeiro
Anexos
I
II
Espiritualidade: Aspectos Culturais e Povos Originários .
Anelise Fonseca Bruno Oliveira
Espiritualidade e Religiosidade como Estratégias de Enfrentamento do Câncer de Mama Feminino: Revisão Sistemática da Literatura
Ana Clara de Andrade Patrício Ana Caroline Cabral Cristino
Thiago Antonio Avellar de Aquino
III Judaísmo
Anelise Fonseca Bruno Oliveira
IV Testemunhas de Jeová: Aspectos Religiosos e Implicações para o Cuidado em Saúde
Bruno Oliveira
V Mística e Espiritualidade: o Papel da Física Quântica
Frei Isidoro Mazzarolo
VI
Astrologia e Espiritualidade
Waldemar Falcão
VII Cristianismo, Protestantismo e Saúde: Crenças, Práticas e a Visão da Morte
Bruno Oliveira
VIII
Espiritualidade na Saúde e as Teias da Confiança
Edson Fernando de Almeida Índice
Marco Teórico
1
Aspectos Históricos da Espiritualidade
João Jorge Cabral Nogueira Paulo Afonso Dimas Rios Ciruffo
Anelise Fonseca
Introdução
A espiritualidade está na essência da alma humana pela busca do infinito, mas as religiões têm datas de suas fundações. Enquanto a espiritualidade se apresenta como uma característica individual, se a formos expressar por meio de uma religião ela passa a ser coletiva, pois a religião vai apresentar doutrina, ritos, ética ou moral e uma comunidade.
Wilges (1993)1 nos fala que entre as formas de religião temos:1
Teísmo: com um Deus criador do mundo e uma ordem sobrenatural.
Deísmo: um Deus sem atributos, não intervém na criação nem há revelação sobrenatural.
Monoteísmo: há um só Deus.
Politeísmo: há vários deuses.
Panteísmo: onde tudo é Deus.
Animismo: por trás dos objetos sensíveis há uma alma, psique ou espírito.
*Nota dos organizadores: esta parte da obra, denominada a origem do diálogo entre a espiritualidade e as ciências da saúde e da religião, é a união de dois capítulos, em virtude dos conteúdos que complementam um ao outro. Em uma primeira parte, uma abordagem da espiritualidade e o diálogo com a saúde, e na segunda parte, uma breve história cronológica, sempre que possível, da origem das religiões.
Magismo: crença em um poder oculto, impessoal, que o mago pode colocá-lo à sua disposição (p. ex., magia branca do bem e magia negra do mal).
Manismo: culto às almas dos defuntos.
Totemismo: há um parentesco do clã com um animal sagrado que vai ser o totem do clã.
Antes da abordagem histórica da espiritualidade cabe-se fazer uma pesquisa profunda, histórica e filosófica do tema em atinência, bem como correlacionar os períodos históricos com a evolução natural desse relevante estudo. A espiritualidade inicialmente está relacionada com as atividades religiosas, as quais estão envolvidas na tendência natural para os sentimentos religiosos e as coisas sagradas.
A espiritualidade, com base em Puchalski et al. (2014),2 pode ser definida como uma “propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de um sentido de conexão com algo maior que si próprio”, que pode ou não estar ligada a uma vivência religiosa.2
Segundo diversas confissões religiosas, a espiritualidade traduz o modo de viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da sua relação com o transcenden-
em um estágio evolutivo diferente ou pelo esquecimento salutar das vidas passadas acreditam não existir vida após esta vida.
Para eles, apenas o tempo, ou mesmo a volta definitiva ao mundo espiritual, os levará ao entendimento do que foi esquecido. Até o desenlace pode ser mais turbulento, pois apegados a essas ideias materialistas podem demorar muito para ter a consciência de onde se encontram. É um verdadeiro alento saber e entender que não estamos sós, que a vida continua e que se formos merecedores nos encontraremos em “sonho” com quem estimamos.
A espiritualidade colabora para a melhora da saúde graças a vários fatores. Há um melhor estado psicológico (por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor) e, consequentemente, melhor estratégia para lidar com problemas e redução do estresse. Isto gera equilíbrio das funções orgânicas controladas pelo sistema nervoso, como a produção de hormônios e a imunidade.
A espiritualidade pode ser, hoje, uma ascese no mundo do consumo. Uma ascese que pode ser discutida em ambientes seculares e sob parâmetros seculares, sem que espiritualidades religiosas sejam, de alguma forma, agredidas. A polaridade entre uma espiritualidade ateia e uma espiritualidade religiosa deixa de ser relevante.
Os caminhos tradicionais em direção à transformação espiritual podiam ser incluídos em três categorias: o “caminho do faquir”, que se centra no domínio do corpo físico; o “caminho do monge”, baseado na fé e no sentimento religioso; e o “caminho do iogue”, que se concentra no desenvolvimento da mente. Um monge tem que se tornar um iogue e um faquir.32
Gurdjieff (1866-1949), místico russocaucasiano, apresentou um ensinamento do “Quarto Caminho”, em que pretendia trabalhar os três aspectos ao mesmo tempo. Viajou para Grécia, Egito, Ásia Central, montanhas do Hindu Kush e Tibete, por 20 anos, à busca de conhecimentos tradicionais que ele denominou “ciência antiga”. Define a essência como o que é seu e a personalidade, o que não é
seu, o que você adquiriu do exterior. Ensinou a lei fundamental do Universo, que é a lei das três forças que determina a unidade e a diversidade através do Uno verso. A primeira força é ativa ou positiva, a segunda é passiva ou negativa e a terceira é neutra. O conceito de unidade das três forças no Absoluto forma a base de muitas religiões, como a Trindade do cristianismo, Pai, Filho e Espírito Santo, e a Trimúrti de Brahma, Vishnu e Shiva no hinduísmo. A segunda lei fundamental do Universo é a lei das oitavas chamada de lei do sete: sete notas musicais (o oitavo compasso repete a primeira nota).
Para ele, o Eneagrama é o movimento perpétuo, a pedra filosofal da alquimia. Se o conhecemos hoje é porque nos anos 1960, Óscar Ichazo, um psicólogo boliviano que fundou a Escola de Arica, no Chile, criou o Eneagrama das Personalidades. Voltemos rapidamente às origens, Alexandre, o Grande, Imperador da Macedônia, tinha um império que ia do Egito à Índia, da Grécia à Pérsia, integrando as culturas dos Egípcios, dos Persas, dos Sumérios, dos Babilônios, dos Gregos, dos Celtas, dos Judeus e dos Indus. Alexandre funda Alexandria, em 331 a.C., para reunir os sábios de todas essas culturas do império. O símbolo do Eneagrama surge aí nesse caldeirão de culturas. Ele era usado para explicar o movimento dos astros no firmamento, o movimento de Júpiter e Saturno e as fases da Lua. A partir do século IV d.C., por influência dos monges do cristianismo, passa a ser usado para explicar a alma humana, os movimentos dos estados emocionais. O círculo, no Eneagrama, representa a Lei do UM, que nos ensina que tudo é um, uno, a realidade inteira é uma só coisa. Reflete a crença num Deus único, lembra que todos somos um e cada um de nós é uma realidade inteira (holograma). A Lei do Três, na figura do triângulo, representa a trindade em várias culturas espirituais e na ciência. Na física atômica: prótons, elétrons e nêutrons; na eletricidade: positivo, negativo e neutro; na filosofia: tese, antítese e síntese; na psicologia: ego, id e superego. A Lei do Sete ou lei das oitavas, representada
5
Aspectos da Ciência da Religião
Fabiana Faria Franco
“[...] nossa tarefa, como cientista da religião, é reconstruir pontes que possibilitem um diálogo integrador e transdisciplinar das ciências com a vida.” Gomes (2007)
Introdução
Os profissionais da área de saúde, com suas diversas formações e especialidades, estão sempre prontos para cuidar de seus pacientes, oferecer suporte aos familiares e colaborar com os membros de suas equipes multidisciplinares. Ao pensarmos nesses profissionais, imediatamente visualizamos médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais e dentistas, todos empenhados em assegurar o melhor atendimento àqueles que necessitam de cuidados com a saúde. A necessidade de promover bem-estar e qualidade de vida em todas as dimensões dos pacientes tem ganhado destaque, projetando novos horizontes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) “[...] reconhece que a dimensão espiritual tem um papel importantíssimo na motivação das pessoas em todos os aspectos de sua vida [...]” e convida todos os seus Estados-membros
“[...] a incluírem em suas políticas nacionais de saúde uma dimensão espiritual, conforme seus padrões sociais e culturais” (p. 35).1 Esse convite estabelece um diálogo entre saúde, religião e espiritualidade, buscando a melhor forma de colaborar com o cuidado integral dos pacientes.
Ao promover esse diálogo, expandimos os cuidados de um modelo biomédico para um modelo biopsicossocial-espiritual, que inclui a assistência à dimensão espiritual dos pacientes. Essa demanda por cuidado espiritual abre espaço para a inclusão de mais um profissional nas equipes multidisciplinares da saúde: o cientista da religião. Embora essa informação possa parecer nova para muitos, já existem, mesmo que em números não tão expressivos, cientistas da religião atuando em equipes multidisciplinares na área da saúde. A atuação do cientista da religião abrange diversos campos, desde a pesquisa acadêmica até a intervenção prática em contextos de saúde. Esse profissional é capaz de dialogar com diferentes tradições religiosas, compreender as nuances das crenças e práticas, além de oferecer suporte ético e imparcial a indivíduos e comunidades, exercendo seu “[...] ateísmo metodológico” ou “agnosticismo metodológico”. Comprometido com
TABELA 5.1 Estado da arte da produção científica em saúde – Programas de Pós-graduação em Ciências da Religião (PPGCR) brasileiros
Descritor “Saúde”
Acervo: banco de dissertações e teses dos PPGCR no Brasil
PUC: Pontifícia Universidade Católica; Umesp: Universidade Metodista de São Paulo; UFJF: Universidade Federal de Juiz de Fora; Unicap: Universidade Católica de Pernambuco; FUV: Faculdade Unida de Vitória; UFS: Universidade Federal de Sergipe. Fonte: elaborada pela autora com base em um banco de dissertações e teses dos PPGCR brasileiros, 2025.
A pesquisa revela aumento significativo na produção científica sobre saúde nos PPGCR brasileiros. Essa expansão se manifesta em estudos que exibem dados e análises sólidas, explorando o complexo tema da saúde e espiritualidade no cenário brasileiro, conhecido por sua rica diversidade e pluralidade religiosa.
Em 2018, Stern & Costa10 lançaram Ciência da Religião Aplicada: Ensaios pela Autonomia e Aplicação Profissional, um livro que busca consolidar e expandir a atuação da Ciência da Religião aplicada no Brasil. O livro em questão originou-se do Seminário de Ciência da Religião Aplicada (Semcrea), realizado na PUC-SP desde 2017. Seu objetivo principal é estimular discussões e reflexões que destaquem o valor da Ciência da Religião no contexto social.*
*Para Tostes (2021),11 a Ciência da Religião reúne informações que permitem analisar o fenômeno religioso em sua amplitude, considerando sua presença tanto no passado quanto no presente da sociedade contemporânea. Leva-se em consideração que a diversidade religiosa é uma característica marcante da sociedade brasileira, de influências multiculturais e étnicas ao longo de sua história.
Destacamos o texto de Mariani & Costa (2017),12 que discutem o papel do cientista da religião atuando na atenção primária. Um diferencial, perto de um número bem maior de trabalhos relacionados aos cuidados paliativos.
Outro texto que merece destaque é o de Clarissa de Franco e Valéria Rocha, que apresenta estratégias de saúde pública para lidar com a morte. Ressalta a função do cientista da religião em projetos que apoiam pessoas enlutadas e na prevenção de suicídios relacionados à complexidade sociocultural da morte. Encerramos nossos destaques do livro Ciência da Religião Aplicada: Ensaios pela Autonomia e Aplicação Profissional com o trabalho de Fábio Stern, que, em seu ensaio, critica a falta de definição de espiritualidade nas formações da saúde, propondo uma medicina integrativa que inclua o cientista da religião. A Figura 5.1 apresenta a atuação dos cientistas da religião na atenção primária à saúde.13
Os autores supracitados evidenciam a relevância do cientista da religião no contexto
Sistema de Crenças
Capítulo 14
Espiritualidade na Saúde –Ifá-Orunmilá
Ifádémiládé – Guilherme Gonçalves de Brito
Introdução
A relação entre espiritualidade e saúde ultrapassa as fronteiras da religião e Medicina ocidentais, manifestando-se em práticas ancestrais que integram corpo, mente e espírito. No contexto das tradições africanas, o culto a Ifá-Orunmilá se destaca como um sistema de conhecimento que nos orienta para o equilíbrio e a harmonia entre diferentes dimensões da existência.
Para que possamos adentrar de modo mais contextualizado nesta seara, é interessante que, antes, alarguemos nossos conceitos já cotidianamente estabelecidos do que seria espiritualidade e do que seria saúde. Pode ser óbvio dizer que uma pessoa é ou está saudável quando não é ou está doente. Apesar de esta ideia não estar totalmente equivocada, o conceito de saúde pode ser um pouco mais amplo que isto, que esta condição de possuir ou não uma enfermidade/doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.*
*Preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde. Disponível em: www.who.int. Acesso em: 29 de junho de 2025.
No entanto, é possível um completo bemestar em todos estes quesitos? Veremos em breve que, ao menos para o povo Ioruba, temos esta possibilidade. Dentro de uma prática espiritual absolutamente costurada à própria vida, é possível entender, com os Iorubas e seu culto aos Orixás, a saúde para além do que chamaremos aqui de Medicina Ocidental e sua medicalização desenfreada, de sua cartilha de exames, doenças e tratamentos de doenças –que embora definida pela própria OMS e reiterada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2000, como muito mais ampla, sabemos muito bem de seus limites de alcance na prática.
A visão integral de saúde do povo Ioruba
Em uma conversa sobre o assunto com a artista da dança e geocoreógrafa Tais Almeida, que também tem, em sua formação, o curso técnico em Vigilância em Saúde pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), falamos do quanto se faz necessário que se pense a saúde não como um trabalho pontual e imediato na ponta do sistema, mas exata-
mente ao contrário, integral e integrado com o indivíduo desde sempre. Não somente uma relação de cura que parte do pressuposto de uma doença, de algo a ser curado, extirpado porque já estabelecido. Uma noção de saúde enquanto bem-estar integral (e sua área técnica – sanitarismo – nos elucida) se associa e se expande a outros fatores que não apenas direta e materialmente o corpo do indivíduo. A espiritualidade e as questões sociais, econômicas e culturais fazem parte dessa concepção de saúde mais alargada:
Garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
Tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.*
O ponto importante de entendermos saúde nesta abertura mais ampla de significações é que a sua interlocução com a espiritualidade, ao se tratar do povo Ioruba, dentro do culto tradicional e, mais precisamente, do culto a Ifá-Orunmilá,** já nos exemplifica e explica a concepção de espiritualidade que buscamos trazer.
A espiritualidade é a teia não “na qual”, mas a própria teia-vida-existência Iorubana. A existência do mundo invisível, dos já-idos, dos ancestrais e deuses em relação direta de influências com o mundo visível, material, é inegável. “O Ioruba acredita que a personali-
*Brasil. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Diário Oficial da União, 20 de setembro de 1990. Art. 3o, parágrafo único.
**Ifá-Orunmilá, Ifá ou Orunmilá são três formas de nos referenciarmos ao mesmo deus. Ifá, especificamente, também é o nome de seu oráculo, sendo mais comumente utilizado quando queremos nos referir a ele. A fim de evidenciar tais diferenças didaticamente, alguns autores se referem a Ifá como o oráculo e a Orunmilá como a divindade. Não é o caso deste texto, que compreende os três nomes para o deus e se refere ao seu recurso divinatório como “oráculo”.
dade humana tem dois elementos principais – físico e espiritual” (p. 5).1
Não entraremos aqui em tentativas de demonstrar ou explicar o porquê desta certeza. Nos ateremos às consequências desta crença-prática para o que estamos defendendo de saúde enquanto praticantes de tal culto.
Ifá-Orunmilá: destino, sabedoria e axé como fundamentos do cuidado
Segundo fontes orais de nossa tradição familiar espiritual,*** o culto a Ifá remonta há mais de 10 mil anos. Mas podemos dizer e, enquanto tradição oral dizemos, que desde que o ser humano existe, existe o culto a Ifá-Orunmilá.
O culto a Ifá está dentro do que chamamos culto tradicional Ioruba, que também apreende o culto a outros orixás e que, por sua vez, encontra-se dentro do chamado Ìsèse Làgbà, conjunto de práticas culturais, sociais, políticas, religiosas, gastronômicas e tudo o que compõe o povo Ioruba, conforme demonstrado na Figura 14.1.
A prática do culto a Ifá é uma prática que nos orienta – e não ordena ou obriga – a cuidar de nossos objetos sagrados, nossos assentamentos, nossas restrições e zelos com a ritualística passada aos iniciados se pretendemos
***Bàbálórìsà Adesiná Síkírù Sàlámì (Bàbá King). Família Oduduwa. Abéòkúta, Estado de Ògún. Nigéria.
Ifá-Orunmilá Culto tradicional Ioruba Ìe Làgbà sès
FIGURA 14.1 Imagem explicativa da relação entre o culto Ifá-Orunmilá, culto tradicional Ioruba e Ìsèse Làgbà
Aspectos Práticos da Assistência Espiritual
20 Da Capelania Hospitalar ao Assistente Espiritual: Aspectos Históricos
21 Espiritualidade e sua Importância na Medicina e no Ensino da Saúde
22 Triagem e Identificação da Necessidade de Encaminhamento ao Assistente Espiritual
25 O Serviço de Capelania Hospitalar e a Equipe Multidisciplinar: uma Abordagem Integrada no Cuidado em Saúde
26 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Oncologia
27 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Medicina Intensiva
28 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Cardiologia
29 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Geriatria
30 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual nos Cuidados Paliativos
31 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Psiquiatria
32 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Pediatria e Hebiatria
33 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Medicina de Família e Comunidade
34 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual na Neurologia
35 Aspectos Práticos da Abordagem Espiritual em Clínica Médica: a Logosofia e os Recursos para Formação Humana
Capítulo 22
Triagem e Identificação da Necessidade de Encaminhamento ao Assistente Espiritual
Tiago Pugliese Branco
Introdução
A avaliação espiritual pelo profissional de saúde é fundamental para a oferta de um modelo de atendimento centrado no paciente, que contemple todas suas particularidades, nas diferentes dimensões.1 Esta avaliação pode ser feita por meio de uma ferramenta de triagem ou pela anamnese espiritual propriamente.2 Uma das barreiras para esta prática é o receio do profissional em identificar demanda complexa, com a qual não tem experiência ou conhecimento para manejo.3 Isso pode ser mitigado com a presença de um profissional especializado em questões religiosas e espirituais. Infelizmente, muitos serviços não contam com este profissional inserido na equipe de saúde. O objetivo deste capítulo é apresentar a abordagem da espiritualidade na saúde que possa ser feita por qualquer profissional, e mais, quais fatores identificam a necessidade de solicitar uma visita do assistente espiritual, como o especialista na área do sofrimento existencial.
Abordagem espiritual
A abordagem espiritual precisa ser estruturada e organizada, de forma que os pacientes
tenham suas necessidades atendidas. A ideia deste capítulo é sugerir uma maneira de padronizar a abordagem espiritual/religiosa, integrando-a ao encaminhamento a um assistente espiritual ou capelão. Existem dados de literatura que mostram um maior acionamento da assistência espiritual especializada quando a equipe de saúde aplica, de forma rotineira, a avaliação espiritual/religiosa.4
A literatura mais recente recomenda que o capelão seja inserido na equipe de saúde,5 e não seja apenas um profissional voluntário que presta assistência quando chamado, sem participar das discussões multidisciplinares e sem integrar um plano de cuidado individualizado. O suporte espiritual não pode ser de exclusiva responsabilidade da comunidade na qual o paciente tem origem. Este suporte pode ser oferecido pela comunidade, que deve ter sua entrada facilitada pela equipe de saúde, porém o assistente espiritual é o responsável pela interlocução entre família/comunidade e equipe de saúde, alinhando crenças e valores ao plano de cuidados definido com base na condição de saúde do indivíduo, em especial diante de uma situação mais complexa de sofrimento espiritual.
TABELA 22.3 HOPE
H: fontes de esperança
“Quais suas fontes de esperança, força, conforto e paz?”
“O que o mantém/te dá forças nos momentos difíceis?”
O: organização religiosa “Você faz parte de alguma comunidade religiosa?”
P: práticas pessoais
E: efeitos no cuidado médico e tratamentos no final da vida
“Isso o ajuda? Como?”
“Você tem alguma crença espiritual pessoal?”
“Quais aspectos de sua espiritualidade ou práticas espirituais que mais o ajudam?”
“A sua condição atual afeta sua capacidade de realizar coisas que o auxiliam espiritualmente?”
“Existe algo que posso fazer como seu médico para ajudá-lo a buscar recursos que o auxiliam no campo da espiritualidade?”
“Existe alguma prática específica ou restrição que devo saber para oferecer cuidados médicos a você?”
“Como suas crenças afetam o tipo de tratamento que devo oferecer a você nos próximos dias/semanas/meses?” (paciente em final de vida)
Fonte: adaptada de Anandarajah & Hight, 2001.10
TABELA 22.4 FAITH
Faith (fé/crenças espirituais)“Você tem alguma fé, religião ou crença espiritual?”
“O que dá sentido à sua vida?”
“O que ajuda você a lidar com momentos de estresse ou doença?”
Application (utilização)
Important/Influence (influência/ importância) da fé na vida, doença e decisões médicas
Talk/Terminal events planning (conversa/planejamento de eventos de fim de vida)
Help (ajuda)
“De que maneira você utiliza sua fé no seu cotidiano?”
“Você faz parte de alguma comunidade ou igreja?”
“Você tem hábito de rezar ou meditar?”
“Como sua fé ou crença influencia sua vida? Ela é importante para você?”
“Como sua fé ou crença influencia você neste momento de doença?
Houve alguma mudança de atitude ou comportamento?”
“A doença influenciou sua fé?”
“Suas crenças influenciam ou afetam suas decisões relacionadas à sua saúde? Há algo que eu deva saber sobre isso?”
“Você tem alguém em quem confia para conversar sobre questões religiosas ou espirituais?”
“Você tem algum pedido específico em caso de uma condição de saúde mais grave/crítica?”
“Existe alguma maneira com a qual eu ou algum membro da equipe de saúde possamos ajudá-lo?”
“Você precisa de alguma ajuda em suas orações?”
“Você gostaria de conversar com um capelão?”
“Você gostaria de conversar sobre questões espirituais ou sua crença com seu médico?”
Fonte: adaptada de Neely & Minford, 2009.11
Lucchetti et al. (2013),9 sugerem que o instrumento a ser adotado deve passar por avaliação individualizada, que considera a realidade do profissional, tempo disponível, perfil de paciente e cenário.9
Quando encaminhar ao assistente espiritual/capelão?
O critério de encaminhamento a um assistente espiritual ou capelão vai depender da dis-
Anexos
I Espiritualidade: Aspectos Culturais e Povos Originários
II Espiritualidade e Religiosidade como Estratégias de Enfrentamento do Câncer de Mama Feminino: Revisão Sistemática da Literatura
III Judaísmo
IV Testemunhas de Jeová: Aspectos Religiosos e Implicações para o Cuidado em Saúde
V Mística e Espiritualidade: o Papel da Física Quântica
VI
VII Cristianismo, Protestantismo e Saúde: Crenças, Práticas e a Visão da Morte
VIII Espiritualidade na Saúde e as Teias da Confiança
Anexo III Judaísmo
Anelise Fonseca Bruno Oliveira
Introdução
O judaísmo é uma das religiões monoteístas mais antigas do mundo, com mais de três mil anos de história. Suas bases estão na Torá, livro sagrado que formalmente dá início a religião e sua filosofia. A Torá é considerada o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte da Torá: Gênesis. Êxodo.
Levítico. Números.
Deuteronômio, chamado de Pentateuco entre os cristãos.
O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros:
1. Mishnah.
2. Targumin.
3. Midrashim.
4. Comentários.
O judaísmo é mais do que apenas uma religião – é também uma cultura, um povo e uma tradição espiritual que une milhões de judeus ao redor do mundo. Sua origem histórica data de cerca de 1.800 anos a.C., com Abraão sendo considerado o pai do povo judeu.
Seu neto, Jacó, também conhecido como Israel, foi pai de 12 filhos, que são considerados as 12 tribos de Israel. Outra figura importante no judaísmo é Moisés. Considerado profeta e legislador, a quem a tradição atribui a Torá, que contêm a narrativa da criação, a história dos patriarcas, a saída do Egito e as leis fundamentais de Israel. Moisés representa a síntese entre revelação divina e responsabilidade humana – uma liderança baseada no diálogo com Deus e no compromisso com a justiça e a liberdade.
Um dado histórico fundamental da religião judaica com a liderança de Moisés foi o Êxodo do Egito. Ele foi quem libertou os judeus da escravidão egípcia, com a intervenção direta de Deus, “abrindo e atravessando o mar vermelho”. Depois disso, ele recebe os “Dez Mandamentos” no Monte Sinai, estabelecendo um pacto entre Deus e o povo de Israel, tornando o povo judeu “nação santa” e mais, formando a base da vida religiosa, civil e moral do judaísmo tradicional, abrangendo desde rituais (sacrifícios, pureza) até preceitos éticos. Por fim, Moises é considerado também um intercessor, mediador e juiz, pois atuou como porta-voz entre Deus e o povo, auxiliou na administração das inúmeras famílias e de forma
não é o objetivo final. Assim, deve-se agir com justiça, bondade e cumprir os mandamentos durante a vida.
Sobre o Mundo Vindouro: o judaísmo acredita em uma forma de vida após a morte, chamada Olam Habá (Mundo Vindouro); a forma exata desse mundo não é claramente descrita, variando entre interpretações místicas (como a Cabalá) e filosóficas.
Ressurreição e reencarnação: a maioria dos judeus ortodoxos acredita na ressurreição dos mortos no tempo messiânico.
Luto é valorizado, não é negado; pelo contrário, sentir tristeza é legítimo e necessário e, por tal, as práticas de luto são vistas como meios de honrar quem morreu e ajudar os vivos a processar a perda.
A morte não é um castigo, mas um ciclo da vida criado por Deus e, por isso, há de se viver com significado enquanto se pode.
Alguns ritos mortuários importantes
Cuidados antes da morte:
y Família sempre presente ao lado da pessoa que está em processo de morte.
y Não se realiza nada que possa apressar a morte, pois a vida é sagrada até o último instante.
y Assim que a pessoa morre, seus olhos são fechados, o corpo é colocado no chão, coberto, e velas são acesas ao lado dele. Como sinal de respeito, o corpo nunca é deixado sozinho até que seja enterrado. Preparação do corpo: y O corpo é tratado com grande respeito. Importante saber que há um ritual de” purificação” – um banho cuidadoso é feito no próprio cemitério israelita, em um local reservado, com água pura, realizado por um grupo especial – em que oram pedindo perdão por possíveis pecados cometidos pela pessoa que morreu.
y O corpo é vestido com roupas simples brancas, pois simboliza a neutralidade, a pureza espiritual e a igualdade na morte.
y O caixão, se usado, é simples e de madeira, sem adornos metálicos, apenas com a Estrela de Davi na parte superior e as iniciais da pessoa morta, como forma de simbolizar a humildade perante Deus.
y Para manter nos presentes uma boa memória da despedida, os caixões não possuem vidro na tampa superior.
Sepultamento:
y O enterro deve ocorrer o mais breve possível, idealmente dentro de 24h, pois eles creem que a alma não consegue descansar até ser sepultada.
y Os membros da família e os amigos carregam o caixão até a sepultura.
y A cremação geralmente não é permitida, já que na ótica judaica, a alma requer um período para se desvincular integralmente do corpo, exigindo respeito à decomposição natural.
y Homens presentes jogam três pás de terra sobre o caixão como ato simbólico de sepultamento.
y Após a conclusão da cerimônia fúnebre, um estilete é utilizado para fazer um corte vertical na roupa dos familiares, representando a dor da perda em seus corações. O corte é realizado no lado esquerdo, como forma de expressar que essa é considerada a pior dor que alguém pode enfrentar, no caso de morte dos pais.
Na fase de luto, há três etapas muito bem definidas: a primeira semana após o enterro, quando os familiares ficam em casa; os 30 dias após o enterro, em que os enlutados retomam algumas atividades; e os 11 meses seguintes, para pais falecidos, quando o luto completo dura 11 meses, e os filhos rezam diariamente uma oração específica.
Após um ano da morte, é comum realizar uma cerimônia na qual pedras memoriais são colocadas sobre o túmulo com diversas interpretações; elas representam a memória dos mortos e, assim, nunca serão esquecidos.
Índice
A
Abandono por Deus e pelos outros, 228
Abordagem
- ao paciente por profissionais de saúde, 187, 188
- espiritual, 223, 257, 299, 303, 307, 323, 325
- - em clínica médica, 333
- - na cardiologia, 271
- - na geriatria, 281
- - na medicina
- - - de família e comunidade, 315
- - - intensiva, 265
- - na neurologia, 323
- - na oncologia, 257
- - na pediatria e hebiatria, 307
- - na psiquiatria, 299
- - no manejo de transtornos psiquiátricos, 303
- - nos cuidados paliativos, 289
- familiar com base na resiliência, 317
- integrada no cuidado em saúde, 249
- integral ao paciente ateu ou agnóstico, 191
- interprofissional, 268
- neurológica e cognitiva, 324
- prática da espiritualidade da pessoa, 49
- psicossocial, 325
Acesso ao prontuário do paciente, 252
Acolhimento humano-espiritual e pastoral, 109
Admiração, 91
Adolescência, 310
Agnosticismo, 187, 190
Ajudadoras, 81, 82
Alegria, 91
Amor (apego), 91
Análise das causas, 143
Anamnese espiritual, 224, 260
- em oncologia, 260
Ancestralidade, 128, 129, 148, 149, 345
- viva, 345
Angústia, 174
Animismo, 3
Ansiedade, 300
Antigo Testamento, 76 Apoio
- emocional, 142 - institucional, 229
Arquétipo, 335
Aspectos
- culturais
- - da espiritualidade, 344
- - do cuidado, 274
- - e povos originários, 343 - espirituais do cuidado, 274
- históricos da espiritualidade, 3 - psicossociais do cuidado, 274
- religiosos impactando decisões de tratamento, 253
Conhecimento(s)
- científico, 7
- logosóficos na assistência espiritual, 339
Consentimento informado, 46
Consolador prometido, 168
Contestação ao sistema de crenças, 228
Continuidade da vida, 150
Coping, 349
Cosmopercepção, 125
Cosmovisão, 125, 344
- relacional, 345
Crença(s), 80
- religiosas com impacto na saúde, 364
Criadores da experiência e da doutrina, 4
Crise(s)
- acidentais ou paranormativas, 318
- existencial em pacientes sem afiliação religiosa, 254
- vitais ou normativas, 318
Cristianismo, 12, 385
Cronologia, 128
Cuidado(s)
- de quem cuida, 27
- espiritual, 19, 27, 205, 249, 251, 255, 259
- - e suas metas, 259
- - equipe multidisciplinar no, 249
- - especializado, 251
- - especificamente religioso, 251
- - geral, 251
- integral, 255
- paliativos, 289
- - na tradição católica, 111
- - princípios e prática de, 274
- pastoral, 205
- terminal e luto, 274
Culpa ou vergonha, 228
Culto memorial ou celebração da vida, 387
Cultura(s)
- da desconfiança, 391
- Ioruba, 125
- pré-colombianas, 9
D
Darma, 173, 174, 176
Decisões de tratamento, 45
Deísmo, 3
Depressão, 300
Desejo explícito de apoio, 328
Desenvolvimento de soluções, 143
Desequilíbrio energético, 130
Desespero e desesperança, 228
Desfechos relevantes, 271
Devoção moderna, 4
Diagnósticos espirituais, 228, 261
Diário de reflexão, 143
Dificuldade na reconciliação com a espiritualidade, 254
Dimensão psicossocial e espiritual, 323
Disponibilidade no encontro, 21
Diversidade espiritual LGBTQIAPN+, 242
Doença(s)
- arterial coronariana, 275
- cardiovasculares, 274
- mental, conceito Ioruba de, 132
- no Antigo Testamento, 76
Dor, 75
- e controle de sintomas, 274
- espiritual, 21
- no Antigo Testamento, 76
Doutrina espírita, 167
E
Ecos de fé, 75
Educação
- contínua, 142
- das equipes, 252
Elementos éticos na abordagem clínica da espiritualidade, 41, 44
Emoções positivas, 91
Empatia, 43
Encaminhamento de pacientes, 253
Enfrentamento, 349, 365 - do luto, 365
Engajamento dos profissionais de saúde, 229
Ensino
- da espiritualidade, 210 - da saúde, 209
- médico, 213
Equilíbrio energético, 130
Equipe multidisciplinar, 249
Escuta empática, 43
Esfera
- objetiva, 8
- subjetiva, 8
Espaço
- de cura, 107, 245
- interior, 21, 22
Especialista em espiritualidade no cuidado hospitalar, 251
Esperança, 91, 111, 113, 387
- cristã, 111, 387
Espiritismo, 163, 169
Espírito, 64
Espiritualidade, 3-5
- abordagem prática da, 49 - aspectos históricos da, 3 - astrologia e, 377 - avaliação da, 48 - avanços da neurociência no campo da, 92 - católica, 108, 113 - coletiva versus individual, 344 - como dimensão essencial dos cuidados em saúde, 200
- como espaço de cura e resistência, 245 - como filosofia intensiva da carne, 70 - conceito, 63, 68 - concepções acerca de Deus, 216 - configuração teológica da, 4 - conhecimento científico e, 7, 14 - cristã, mulheres e saúde, 81 - da resiliência, 370
- depender de sua conversão, 8
- e aspectos culturais, 343
- e ateísmo e agnosticismo, 187
- e centros de pesquisa, 212
- e ensino da saúde, 209
- e incentivo aos estudantes para o autocuidado, 218
- e medicina, 209
- e neurociência, 87, 88
- e planejamento antecipado de cuidados, 48
- e população LGBTQIAPN+, 241, 243, 246
- - no Brasil, 243
- e povos originários, 344
- e racismo, 231
- e saúde, 5
- e sociologia e saúde, 31
- e sofrimento, 284, 344
- - existencial, 284
- e teologia, 9
- elementos éticos na abordagem clínica da, 41, 44
- em agnósticos e ateus, 189
- ética e, 41
- evolução dentro do conhecimento humano, 87
- filosofia e, 63
- - contemporânea e, 68
- laica, 179, 180
- - fundamentos da, 182
- matrizes cristãs da, 64
- na adolescência, 310
- na formação da identidade da criança e do adolescente, 308
- na prática geriátrica, 285
- na psiquiatria, 300
- na saúde, 389
- - e bem-estar, 36
- - e teias da confiança, 393
- não ser natural ao sujeito, 8
- neurologia e medicina em geral, 329
- no ensino médico, 213
- resultar na sua iluminação, 8
Estado alterado de consciência, 92
Estratégias de enfrentamento do câncer de mama feminino, 347
- de resolução de problemas espirituais, 143 - de triagem, 224 - FAITH, 226 - FICA, 225, 301 - HOPE, 226, 302 - SPIRIT, 225 - SRPB, 302
Filosofar histórico, 6
Filosofia, 7, 63, 68
- contemporânea e espiritualidade, 68
- e espiritualidade, 63
Física
- clássica, 368 - quântica, 367, 368, 371
Fontes de significado, 23
Formação de redes, 370
G
Geriatria, 281
Gratidão, 91
Grécia antiga, 15
H
Habilidades psicossociais, 43
Hebiatria, 307
Hinduísmo, 12
Hipertensão arterial sistêmica, 275
Hipofrontalidade, 92
História
- e diversidade espiritual LGBTQIAPN+, 242
- espiritual, 143
Humanização do ensino, 217
IIdentificação do problema, 143
Ifá-Orunmilá, 145, 146
Igrejas, 80
Impacto na saúde mental, 328
Implementação, 143
Incentivo aos estudantes para o autocuidado, 218
Informações do paciente, 143
Instituições religiosas
- desenvolvimento das, 102
- estruturação social, 102
Instrumentos de avaliação da espiritualidade na prática psiquiátrica, 301
Insuficiência cardíaca, 276
Integração de práticas espirituais, 142
Integralidade da vida, 344
Interdisciplinaridade, 113
Interseção dos temas ética, bioética e espiritualidade, 42 Intervenções espirituais, 143 Invasão dos espíritos, 163 Iorubas, 125, 126 - conceito
- - de doença mental, 132 - - de saúde entre os, 128 - escolhas feitas antes do nascimento e durante a vida, 129 - espiritualidade e busca existencial, 134 - saúde e corpos humanos, 133 - visão integral de saúde, 145 Islã, 122 - e saúde, 117, 119 Islamismo, 14 Isolamento, 228, 328 - religioso, 328
J Jesus, 78 Judaísmo, 11, 357, 358 Júpiter, 378
Justiça no acesso à saúde e proteção aos vulneráveis, 42
L
Linguagem religiosa, 344 Liturgia, 107 Livro de Jó, 78 Logosofia, 333, 336, 337, 339 Luta religiosa/espiritual, 228 Luto e perda, 228
M
Magismo, 3
Manismo, 3
Marginalizados, 78 Matrizes cristãs da espiritualidade, 64 Mecanismos de adoecimento, 272 Mediadores, 271 Medicina - científica moderna, 32 - de família e comunidade, 315 - e espiritualidade, 209 - intensiva, 265 Meditação, 174, 274 - guiada, 143 Método clínico centrado na pessoa, 315 Mindfulness, 26 Missa de exéquias, 109 Mística e espiritualidade, 367 Modelo - biomédico, 200 - de capelania profissional, 205 - paroquial de capelania hospitalar, 198 Monoteísmo, 3
Morte - na tradição católica, 111 - no protestantismo, 387 - significado da, 48
Movimento de educação pastoral clínica, 198
Mundo interno, 333
N
Não maleficência, 45
Naturalidade, 127 Natureza, 150
Necessidade(s) - de encaminhamento ao assistente espiritual, 223 - espirituais, 143
Participação - comunitária, 387 - nas reuniões de equipes multidisciplinares, 252
Pedagogia de Jesus, 372, 373
Pediatria, 307
Peixes, 380
Pensamento espiritual, 4
Pentecostalismo, 386 Perdão, 91
Perspectiva judaica diz sobre a morte, 359
Pesquisa com seres humanos, 42
Pilares da cultura Ioruba, 125
Planejamento antecipado de cuidados, 46 - questões espirituais no, 48
Plano de treinamento das equipes, 229
Poder do pensamento e força da fé, 373
Politeísmo, 3
População LGBTQIAPN+, 241, 245 - conflitos e desafios, 244
Povos originários, 343
Práticas que fortalecem a presença compassiva, 26
Preferências de cuidados, 48, 49
Preocupação(ões) - existenciais, 228 - sobre a relação com a divindade, 228
Preparação, 224
Presença, 19, 21, 26, 43, 229 - compassiva, 26 - de profissional especializado e integrado à equipe de saúde, 229
Pretos-velhos, 154
Prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares, 274
Previsões, 382
Princípios bioéticos, 44
Processamento de dados, 91
Processo de luto e perdas, 253
Profissionais de saúde, 31
Progressões (ou direções) secundárias, 382
Protestantismo, 385, 386
- contemporâneo, 386
- histórico, 385
Protocolo assistencial definido, 229
Psicologia, 19, 246
- e LGBTQIAPN+, 246
Psiquiatria, 299 - considerações éticas, 303
Q
Qualidade de vida, 287
RRacismo, 231, 233 - religioso, 233
Raiva de Deus ou de outros, 228
Reconciliação, 228
Reconhecimento da humanidade comum, 26
Recursos - espirituais, 143 - para formação humana, 333
Reencontro do conhecimento e da espiritualidade, 14
Relação com a equipe de saúde e sofrimento moral, 47
Religião(ões), 20, 99 - como resposta à vulnerabilidade, 100 - da Grécia e Roma antiga, 15 - nas práticas de saúde impactos históricos da, 104 - primitivas, 9
Religiosidade, 20, 37, 190, 242, 307, 349
- e população LGBTQIAPN+ no Brasil, 243 - inclusiva, 78
Reprodução assistida, 42
Requisição do próprio paciente ou de familiares, 254
Resiliência, 43, 317
Resistência, 245
Respeito
- à autonomia, 46
- à diversidade de crenças nos cuidados de saúde, 189
Ritos mortuários
- católicos, 108
- na cultura Ioruba, 150
- nas testemunhas de Jeová, 365 - no judaísmo, 360 - no protestantismo, 387
Ritual(is)
- como vivência espiritual, 345
- e símbolos, 344
Rizoma, 149 Roma antiga, 15
S
Sabedoria, 174, 335
- universal, 335 Saber teológico, 368
Sacramento de cura-consolo, 108
Sagitário, 379
Sangue, 150
Saúde, 31, 36, 99 - conceito
- - entre os Iorubas, 128
- - multidimensional de, 38
- e espiritualidade segundo os Iorubas, 125 - mental, 131
Secularização, 102
Seiva das plantas, 150
Sentido, 19
- de vida, 187
- - e crenças religiosas, 23 - - em agnósticos e ateus, 189 Serviço de capelania hospitalar, 249
Significado da vida, 307
Simplicidade litúrgica, 387
Sistema de crenças, 317 Sociologia, 31, 34
- da medicina, 34
Sofrimento, 23 - espiritual, 253, 254
- - e o círculo do silêncio, 254
- - intenso, 253 - moral, 47
- na tradição católica, 111 - no Antigo Testamento, 76
Suicídio, 300
Superstição, 80
Suporte emocional e espiritual, 45
TTeias da confiança, 389
Teísmo, 3
Template de plano de cuidados espirituais, 143
Temporalidade, 127 Tendência ao reducionismo, 201 Teologia, 4, 9, 84 - monástica, 4 Teoria
- das possibilidades, 372 - do desenvolvimento da fé, 309 Terceira revelação, 168
Território como sagrado, 345
Testemunhas de Jeová, 363
Tomada de decisão, 287 Totemismo, 3
Tradição(ões)
- católica, 107 - devocionais, 175
- mistas, 176 - não devocionais, 176
Transcendência, 99, 307 Transgressão do tempo, 128 Trânsitos planetários, 383 Transplantes de órgãos, 42 Transtorno(s)
- alimentares, 300 - bipolar, 300 - de estresse pós-traumático, 300 - obsessivo-compulsivo, 300 - por uso de substâncias, 300 - psicótico, 300 - psiquiátricos, 303 Tratadistas e compiladores, 4 Tríade de Frankl, 217 Triagem e identificação da necessidade de encaminhamento ao assistente espiritual, 223 Tuberculose, 33
U
Umbandas, 153
Unção dos enfermos, 108
V
Vaticínios religiosos, 32
Vida
- interior, 64 - significado da, 48 Vontade de sentido, 23 Vulnerabilidade, 99, 100
X
Xamanismo, 9 Xintoísmo, 11 Z
Zoroastrismo, 11
Ciências da Saúde & Espiritualidade – Um Diálogo Essencial para o Cuidado se insere em um movimento contemporâneo que tenta recuperar uma visão mais ampla do ser humano: um ser feito de corpo, mente, vínculos, cultura, história e, sim, espiritualidade.
A obra é dividida em quatro partes e apresenta abordagens históricas, psicológicas, éticas, filosóficas, culturais, neurocientíficas e teológicas, que não apenas iluminam o tema da espiritualidade nos contextos de cuidado, mas o reconhecem como elemento vital na escuta, no acompanhamento e no acolhimento das pessoas em seus momentos mais desafiadores. Na Parte I, são apresentadas as interseções entre os aspectos das ciências da saúde com outras disciplinas das ciências humanas; na Parte II, as principais religiões e seus ritos de cuidados à saúde até a morte; na Parte III, o trabalho prático, com a triagem, a equipe e os casos clínicos; acrescentamos, ainda, discussões com essa temática na graduação, o racismo e a população LGBTQIA+; e por fim, na parte IV, os anexos, nos quais foram incluídos temas relevantes e autores de destaque em suas áreas.
Mais do que uma coletânea de textos, este livro é um chamado à escuta ampliada e à prática do cuidado com alma e com respeito às diferenças, e que nos provoca a pensar para além das técnicas, a considerar o cuidado como um gesto radicalmente humano e nos convida a atravessar fronteiras não apenas entre as disciplinas, mas entre nossos próprios modos de ver o mundo e nos relacionar com o outro.