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colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE)
Apresentação clínica Estima-se que menos do que 5% dos portadores de pâncreas divisum desenvolvam sintomas pancreáticos, criando controvérsias se a alteração morfológica realmente pode ser causa de pancreatite aguda e crônica.4-6 Apesar da discussão, a maioria dos autores acredita que haja essa relação causal. Tabela 24.1 Principais alterações congênitas do pâncreas ■■ Fusão anômala dos ductos ●● Pâncreas divisum ●● Pâncreas divisum incompleto ●● Segmento dorsal isolado ■■ Alterações de rotação ou migração ●● Pâncreas anular ●● Pâncreas ectópico ●● Papila ectópica ■■ Agenesia ou hipoplasia ■■ Duplicação ductal ■■ Configuração ductal atípica ■■ Anomalia da junção biliopancreática ■■ Malformações císticas
A pancreatite aguda associada ao pâncreas divisum tende a ser moderada, mas podem ocorrer pseudocistos, cálculos ou complicações mais graves.3 Sugere-se, ainda, que o regime de hipertensão intraductal leve a maior risco de lesão por álcool, traumatismo ou fármacos.7 Como a provável fisiopatogenia da lesão pancreática nos portadores de pâncreas divisum é a estenose relativa da papila menor, com relação à quantidade do fluxo pancreático a ser drenado, e não à alteração congênita propriamente dita, tal quadro também é chamado de síndrome do ducto dorsal dominante.8
Diagnóstico O diagnóstico de pâncreas divisum costuma ser feito durante a CPRE em pacientes com sintomas que sugiram alteração biliopancreática. A colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) e a ecoendoscopia têm sido utilizadas com sucesso (Figura 24.6), com ou sem estímulo com secretina.3 Durante a CPRE, existem dois problemas potenciais com relação ao diagnóstico do pâncreas divisum. O primeiro é que apenas o ducto ventral pode ser examinado pela cateterização
Figura 24.1 (A a E) Esquema demonstrando a evolução embriológica para a formação do pâncreas normal e do pâncreas divisum Fonte: adaptada de Fogel et al., 2015.3
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