Gastrostomia Endoscópica Percutânea – Técnicas e Aplicações

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sondas de GEP; em 1991, 77.400; em 1995, 121 mil; e no ano de 2000, 216 mil.8,27,28 No início da década de 2000, eram realizadas ao ano entre 240 mil e 280 mil GEP nos EUA e cerca de 100 mil no Japão.8,10,27,29 A GEP representa, assim, a segunda indicação mais comum para a realização de EDA terapêutica em pacientes hospitalizados nos EUA.10,27

A gastrostomia endoscópica percutânea no Brasil Não há estatísticas sobre o número de GEP realizadas por ano no Brasil nos hospitais públicos e privados. Em relação à produção científica nacional em periódicos indexados, a pesquisa da expressão percutaneous endoscopic gastrostomy e do termo Brazil na base de dados PubMed/MEDLINE resultou 11 trabalhos especificamente sobre a GEP, oriundos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná. Há, ainda, várias publicações em periódicos nacionais e internacionais indexados em plataformas, como LILACS, Scopus e SciELO. Como registro de fato histórico, em agosto de 2005 foi realizado, no Rio de Janeiro, o Simpósio Internacional Comemorativo dos 25 Anos da Gastrostomia Endoscópica Percutânea, evento organizado pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Estadual do Rio de Janeiro (SOBED-RJ) e coordenado pelo Dr. Gilberto Mansur, sendo convidados o Dr. Michael Gauderer (vindo dos EUA) e o Dr. Kiyoshi Hashiba (de São Paulo), os dois médicos responsáveis pelas primeiras descrições de métodos de GEP na literatura (Figura 2).1,2

HISTÓRIA DA GASTROSTOMIA ENDOSCÓPICA PERCUTÂNEA NO INCA No Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o primeiro procedimento de GEP foi realizado pelo Dr. Gilberto Mansur, médico endoscopista da instituição (e atual chefe da Seção de Endoscopia Digestiva), no ano de 1986. O procedimento teve lugar na Sala de Endoscopia, então localizada no centro cirúrgico do hospital. De modo semelhante ao que ocorria em outros serviços públicos de saúde na época, foi utilizado um kit artesanal para a colocação do acesso alimentar, visto que ainda

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Figura 2 Dr. Kiyoshi Hashiba (SP) e Dr. Michael Gauderer (EUA), os médicos pioneiros da técnica, no Simpósio Internacional Comemorativo dos 25 Anos de Criação da Gastrostomia Endoscópica Percutânea, em 2005

não estava disponível no mercado nacional o kit industrializado. Nos primeiros anos que se seguiram à introdução da técnica no INCA, talvez em parte por culpa da utilização de precários kits de sondas artesanais (adaptados a partir de sondas de Foley® modificadas) e em parte por causa do pouco interesse ou aceitação pelos diversos serviços clínicos e cirúrgicos do hospital, a GEP seguiu indicada de maneira tímida e limitada, sendo mais colocada em pacientes neuropatas e em estado terminal, em casos esporádicos uma vez ao ano até meados da década de 1990. De 1996 a 1999, a GEP manteve uma baixa demanda institucional. Foi a partir do princípio da década de 2000 que se deu o avanço da popularização e da disseminação de seu uso no INCA, em razão do início da aquisição regular de kits industrializados de GEP. A disponibilidade dos kits facilitou a realização do procedimento e permitiu um maior número de marcações de GEP, possibilitando grande divulgação do procedimento e aceitação de suas vantagens sobre a SNE e a gastrostomia cirúrgica, em particular pelos serviços de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Oncologia Clínica, Neurocirurgia e Cuidados Paliativos. Nos tempos atuais são realizadas, em média, 150 GEP por ano na Seção de Endoscopia Digestiva do HC I/INCA, com mais de mil procedimentos já contabilizados. A principal população encaminhada para a colocação de GEP é composta por pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço (CCP) (cerca

28/10/2011 17:46:23


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