Bizu Comentado de Cirurgia Vascular

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Oclusão Arterial Aguda e Fisiopatologia da Isquemia e Reperfusão Respostas

1. Resposta C Com a intenção de determinar os limites da reversibilidade da isquemia e, assim, a melhor opção terapêutica, Rutherford propôs uma classificação clínica da isquemia aguda de membros, conforme demonstrado na Tabela 9.1. O paciente do caso exposto, portanto, seria graduado como IIB, e deveria ser submetido à revascularização imediata.1

Tabela 9.1 Classificação clínica da isquemia proposta por Rutherford Classe

Características

I – Viável

Dor de repouso, ausência de déficit neurológico ou fraqueza muscular, enchimento capilar normal, sinais de Doppler arterial e venoso audíveis, pressão de tornozelo maior que 30mmHg

II – Ameaçado

Quadro reversível com possível salvamento do membro se a terapêutica for rapidamente instituída. Subdividida nas duas categorias a seguir.

IIA – Marginalmente ameaçado

Dor, em geral, descontínua. Pode haver dormência e diminuição da sensibilidade dos artelhos. Ausência frequente de sinal audível no Doppler arterial. Presença desse sinal no venoso.

IIB – Ameaça imediata

Dor isquêmica persistente, perda da sensibilidade dos artelhos, algum grau de paresia ou até paralisia muscular, ausência de sinal audível tanto no Doppler arterial como no venoso

III – Inviável

Anestesia e paralisia muscular, ausência de enchimento capilar, cianose fixa, ausência de sinal audível tanto no Doppler arterial como no venoso

2. Resposta B De maneira geral, em normotermia, os músculos toleram isquemia de até quatro ou seis horas, os nervos permanecem reversíveis até oito horas e a gordura suporta até 13 horas. A pele suporta até 24 horas e o osso até quatro dias de isquemia tecidual.2

3. Resposta C Em cerca de 80% a 90% dos casos de embolia arterial, os êmbolos se originam do coração, principalmente do átrio esquerdo, em decorrência de fibrilação atrial. Mais de 70% desses êmbolos se instalam em artérias que irrigam os membros inferiores, em geral em alguma bifurcação arterial, na maior parte das vezes na bifurcação da artéria femoral comum (Figura 9.3). Menos comumente, os êmbolos podem originar-se de outras artérias em placas de ateroma complicadas, em aneurismas, de vegetações infecciosas cardíacas ou em trombos venosos nos casos de embolia paradoxal nos pacientes com comunicação interatrial.3

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