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O que é conflito

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Água

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Para Federico Mayor (1999:2) , atual presidente da UNESCO, não pode haver paz sustentável, sem desenvolvimento sustentável. Não pode haver desenvolvimento sem educação ao longo da vida. Não pode haver desenvolvimento sem democracia, sem uma distribuição mais eqüitativa dos recursos, sem a eliminação das disparidades que separam os países avançados daqueles menos desenvolvidos. Nesta perspectiva a construção da paz exige uma postura ativa. Não pode ser reduzida a uma cidadania passiva, se é possível chamá-la de cidadania, que se limite aos aspectos formais dos ritos democráticos. Construir a paz supõe ação, respeito pelos direitos humanos, luta não violenta contra tudo que desconhece a dignidade humana, afirmação do estado de direito, articulação entre políticas de igualdade e de identidade, entre igualdade social e diferença cultural.

Conflito

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Substantivo masculino 1. profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes. "conflito. de gerações" “O conflito é um processo natural e necessário em toda sociedade humana, é uma das forças motivadoras da mudança social e um elemento criativo essencial nas relações humanas.”( Arenal apud Jares, 1999, 110)

Cuidar do presente significa cuidar também do futuro. A sua escola é a sua vida, nela estão seus amigos, nela você passa grande parte do seu tempo, nela você aprende muito mais que Língua Portuguesa, Matemática e História. Você pode e deve contribuir para melhorar as relações interpessoais e a qualidade de vida dentro da sua escola. Como? Mobilizando-se, não se omitindo, cobrando posturas éticas dos seus colegas e educadores.

Texto complementar

Alunos fazem mediação de conflitos em escola da capital paulista

Mesmo tendo adotado, há 12 anos, um modelo pedagógico inovador, a Escola Municipal Presidente Campos Salles ainda tem de lidar com episódios de violência. Com cerca de mil alunos, o colégio fica em Heliópolis, comunidade da zona sul de São Paulo. Em um desses incidentes, o aluno do 4º ano Felipe Rodrigues presenciou um colega cuspir em uma professora. Como parte de sua responsabilidade, coube ao jovem, de 11 anos, conversar com o agressor. “Olha, pede desculpa à professora. Você

tinha que pensar antes de fazer isso”, contou sobre o tom usado com o estudante indisciplinado. Felipe faz parte da comissão mediadora de sua sala, um grupo de 10 a 15 alunos, eleito pela própria turma para cuidar dos problemas enfrentados ao longo do ano letivo. “Há estudantes que têm dificuldade em matemática. Outros, na educação física. E há estudantes que têm dificuldade nas atitudes”, ressalta a coordenadora pedagógica da escola, Amélia Arrobal Fernandez. As comissões fazem parte do projeto pedagógico adotado pela escola de Ensino Fundamental, que tem como base a integração com a comunidade e a gestão participativa. O modelo é inspirado na portuguesa Escola da Ponte. “Os problemas da escola são os da comunidade. Os problemas da comunidade também são da escola”, diz Amélia. Recentemente, o projeto pedagógico foi aprovado oficialmente pelo Conselho Municipal de Educação de São Paulo. Com a deliberação, foi recomendada a divulgação da proposta para outras escolas da rede de ensino da capital. Após a abordagem, o colega indisciplinado se sentiu mais à vontade para contar a Felipe um pouco de seus problemas pessoais. “Ele até desabafou. Nós conversamos e falamos que o que ele precisasse, nós ajudaríamos. O jeito dele se expressar é bater nas pessoas. O que ele sofre desconta aqui”, diz em referência ao outro jovem, que relatou sofrer agressões do tio alcoólatra. Esse tipo de trabalho, que parte dos estudantes, tende, segundo a coordenadora, a ter resultados mais efetivos que atitudes tomadas diretamente pelos adultos. “Por mais que professores, família e gestores interfiram, eles falam a mesma língua. As coisas têm o mesmo sentido e significado para eles. É diferente ouvir do próprio segmento”, acrescenta Amélia. (...) A resolução de conflitos garante, de acordo com a coordenadora, as condições para que a proposta funcione. “Se não houver uma convivência democrática e respeitosa, não existirá ambiente de estudo e aprendizagem. Porque a convivência é a base de tudo”. Apesar de aumentar a responsabilidade dos jovens, que devem tomar decisões sobre os caminhos a seguir, a proposta também aumenta a sensação de liberdade. “Minha irmã estudava em uma escola estadual. Ela me contava que lá era cheio de grades. Eu ia morrer sufocada. Aqui não tem grades”, comenta Ana Suellen Sousa da Silva, de 14 anos, que fez na escola todo o Ensino Fundamental. Ao atuar ativamente na resolução de conflitos, a professora Valéria Vieira acredita que os alunos também começam a se preparar para os desafios da vida adulta. “Principalmente quando ele entrar para o mercado de trabalho, quando terá que resolver problemas, se relacionar com outras pessoas”.

As mudanças de atitude, no entanto, já podem ser sentidas no cotidiano e nas relações pessoais dos estudantes. “Às vezes, minha mãe chega estressada do trabalho e joga a culpa toda em cima de mim e do meu irmão. Eu chego e digo: ‘Mãe, não é assim que você tem que fazer. Se você está estressada, deve conversar com quem te deixou raivosa. Você não tem que descontar em nós’ ”, conta Felipe sobre como tenta resolver os confl itos dentro da própria casa. (...)

Fonte: Agência Brasil. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/ noticia/2015-12/alunos-fazem-mediacao-de-confl itos-em-escola-da-capital-paulista. Acesso em: 20 abr. 2016.

Proposta de atividade Com base na experiência relatada pelos educadores e alunos da escola Campos Salles, simulem uma situação de violência na sua escola e criem possibilidades de mediação. 1. Imaginem uma situação de violência e escolham pessoas para representarem o papel de “vilão”. 2. Elejam um dos colegas para atuar como mediador do confl ito. 3. O mediador deve propor ações, executá-las com ajuda do educador e comunicar o desfecho aos colegas de turma. Para ajudar, seguem algumas sugestões de simulação e as questões que devem ser respondidas para se alcançar um desfecho positivo. • Quem foi o agente? • Qual foi o motivo? • Como será realizada a ação mediadora? • • Qual é a proposta para solucionar o ocorrido? Trata-se de algo recorrente, que precise de uma ação conjunta de conscientização? • O que se espera como desfecho?

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