Revista Controle & Instrumentação nº265

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uma tarefa simples, têm risco alto, e os custos podem mudar a cada dia. “Por questões de praticidade, as empresas muitas vezes decidem, ao migrar sistemas, que é melhor converter seus softwares e programações para os novos aplicativos, sem verificá-los. No entanto, a migração para novos aplicativos oferece a chance de se livrar dos supérfluos. Essa migração com exclusão do supérfluo economiza custos desnecessários, e permite que você inicie seus novos aplicativos apenas com o conteúdo relevante. De forma imediata, parece ser uma boa ideia e, com certeza, em alguns casos, haverá sucesso, mas você pode estar ‘carregando’ alguns problemas para a plataforma do novo sistema, erros, falta de recursos que a plataforma antiga tinha, etc. Mas, partindo para o novo, certamente, haverá melhoria como um todo”, diz Cassiolato. Vale lembrar que, à medida que a tecnologia digital na automação se acelera, o controle baseado em PC é uma opção para diversas aplicações, e para a implementação bem-sucedida de iniciativas de IIoT e Industrie 4.0. E, ainda, um grande benefício vem, na forma de superior escalabilidade em hardware e software, oferecendo um caminho de migração claro e eficiente, conforme os projetos e necessidades de uma planta mudam com o tempo. Hardware baseado em PC se tornou muito atrativo para as empresas que buscam um ambiente de desenvolvimento e plataforma de controle robusto, flexível e fácil de usar. Os fabricantes oferecem softwares de controle que combinam o hardware, baseado em PC, com diferentes níveis de desempenho, para atender às necessidades individuais de cada aplicação. Além disso, o ambiente de engenharia de automação é integrado às ferramentas da Microsoft, tornando o software muito familiar para a grande maioria dos programadores. Yokogawa

“Vale ressaltar que, neste ambiente, a implantação dos conceitos Industrial Internet of Things e Industrie 4.0 é o próximo passo lógico para estabelecer empresas mais conectadas, e é uma consideração necessária para atualizações e desenvolvimentos futuros. Com um PLC ou outro hardware fechado, adicionar comunicação IoT se torna uma proposta mais difícil e, normalmente, requer a adição de hardware e software de terceiros, para fazer tudo fun-

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cionar. Os sistemas de controle baseados em PCs flexíveis e escaláveis representam uma opção econômica e robusta”, afirma Cassiolato. O executivo da Inovex comenta que, “embora existam diferentes histórias e filosofias, os recursos disponíveis em PLCs, PACs e DCSs os têm tornado, muitas vezes, similares, ao ponto de atender requisitos em que, antes, não se imaginava um invadir o espaço do outro. Penso que, hoje, a escolha de muitos clientes se tem baseado nos recursos disponíveis de integração e escalabilidade, dentro da jornada da indústria 4.0, como, por exemplo, a disponibilidade de OPC UA. E lembre-se que nenhuma migração em sistemas de automação é fácil e barata, mas o uso de padrões, normas e comunicação aberta tem reduzido os desafios nestes projetos. Atualizações amplas podem conter novas funcionalidades ou mudanças significativas na plataforma, que necessitarão de mudanças em outros softwares conectados; em atualizações simples, apenas pequenos ajustes podem ser necessários. A escolha das opções, em geral, é feita em time, mas a maior influência é a do líder do projeto, principalmente se for alguém que será um dos usuários do sistema. Migração de sistemas na área de automação não é muito comum, visto que, uma vez que uma máquina está rodando como deveria, só se fala em substituição quando a tecnologia está obsoleta, ou não tem mais suporte por parte do fabricante. Caso a máquina seja um componente individual e não converse com outro, na mesma fábrica, não ocorrem mais problemas; entretanto, quando se fala em sistemas integrados, pode exigir um pouco mais de esforço, fazer com que o novo sistema converse com outros componentes. É claro que, se existe possibilidade de ganho de produtividade, redução de tempo de parada, entre outros, deve-se considerar a possibilidade de realizar uma migração. Alguns fatos que fazem com que o PC seja uma excelente alternativa são o maior poder de processamento/armazenamento, melhor conectividade, possibilidade de rodar no mesmo hardware outros softwares, além do software puramente de automação. E, lembrando que a programação do PC para a finalidade de automação é feita utilizando as mesmas linguagens que os PLCs de mercado, dessa forma, programadores habituados a fazer software para PLCs não têm dificuldade. O ideal é utilizar o software que oferece as melhores vantagens tecnológicas, embora outros fatores, como preço e familiaridade da equipe, também sejam importantes. O software ideal deve ser decidido por aqueles que vão trabalhar com ele, no dia-a-dia”, argumenta o especialista da Beckhoff . “Migrar sistemas pode ser fácil ou pode ser uma tarefa bem árdua, ou até mesmo inviável, tudo isso depende de como o sistema foi implantado. Para trazer resultados, é preciso integrar sistemas, processos e dados, só que, muitas vezes, as empresas selecionam mal a tecnologia, ou simplesmente implantam um sistema moderno sobre processos e dados obsoletos, e, nesse sentido, a empresa que está implantando o sistema precisa desenvolver muita

Nº 265 | 2021


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