Revista Controle & Instrumentação nº285

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Instrumentação, Elétrica, Controle de Processos, Automação Industrial, Predial e Metrologia

Ano 26–nº 285–2024–www.controleinstrumentacao.com.br

Tecnologias elevam a confiabilidade de todos os processos

Muito mais que apenas softwares

A confiabilidade de um processo industrial se refere à capacidade de seu ecossistema de funcionar sob determinadas condições, por um período de tempo especificado – ou seja, para considerar um processo produtivo ou uma linha, ou um equipamento confiável, ele deve operar como planejado sem falhas, mesmo sob condições estressantes. É um segmento que vem experimentando um significativo crescimento, devido à implantação de estratégias de manutenção baseadas em risco

Muito mais que um software de gerenciamento de ativos, as indústrias cada vez mais buscam adotar novas tecnologias, para otimizar eficiência operacional e reduzir custos, tecnologias como análise preditiva, inteligência artificial, computação em nuvem, Internet das Coisas, entre outras. A Data Bridge Market Research relata que o mercado global de gestão de confiabilidade de ativos, que foi de US$ 14.993,54 milhões, em 2023, e deve chegar a US$ 32.374,47 milhões, até 2031. Já o mercado de equipamentos para áreas perigosas foi avaliado em US$ 12,9 bilhões, em 2022, devendo chegar a US$ 23,320 bilhões, até 2032, segundo a Market Research Future. A expansão das regulamentações de segurança industrial e a crescente demanda por soluções de iluminação com baixos custos e alta produção de luz são grandes impulsionadores desse mercado. E nessa conta não entram os cuidados com treinamento e pessoal, o que pode se tornar o ponto fraco de uma boa estratégia, que inclui mais que um software geral; agrega em pontos críticos da planta análises pontuais e ferramentas, como classificação de áreas perigosas e análise de vibração – tecnologia poderosa, que pode garantir a produção de maneira segura até a possibilidade de uma parada. E isso tudo está entrando no escopo do que machine learning e Inteligência Artificial podem fazer. Mais fácil falar que fazer.

E é sobre confiabilidade, RH e tecnologias que trata a matéria de capa desta edição, que traz ainda o noticiário que completa a cobertura do período, feita diariamente pelas nossas mídias sociais e semanalmente pelas duas newsletters que você, leitor, recebe sem ônus.

Esta edição foi construída enquanto ainda se realizava o G20 Summit, que mostrou que, em um mundo cada vez mais interconectado, as tecnologias precisam incorporar elementos como justiça, democracia, resiliência e sustentabilidade, para serem aplicados não apenas na produção, mas dia a dia pelas pessoas. E que ninguém se engane: a indústria – como bem propagou a CNI em bela campanha recentemente – está em tudo; e você leitor, também faz parte disso. E a C&I é também corresponsável, na medida em que mostra os melhores caminhos da tecnologia.

Boa leitura

C I &I

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Controle&InstrumentaçãoNº285|2024
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Áreas classificadas – Base da seguranca e da confiabilidade 28 Cuidados Ex Cover Page
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Market 13 Energies
Special 32 Cast Colaboraram com informações e imagens, as assessorias de imprensa 30
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Mudanças na Toyota e Daihatsu

Em 13 de fevereiro, a Toyota Motor e a Daihatsu Motor anunciaram conjuntamente uma nova estrutura de liderança, que fará com que Masahiro Inoue – que atualmente lidera as operações da Toyota na América Latina e no Caribe – assuma como próximo presidente da Daihatsu, a partir de 1º de março. O atual vice-presidente, Hiromasa Hoshika, será acompanhado pelo vice-presidente da Toyota Motor Kyushu, Masanori Kuwata, que anteriormente também liderou os recursos humanos da Toyota. Keiko Yanagi, vice-diretora do Grupo de Promoção do Cliente Primeiro da Toyota, também foi nomeada como diretora. O atual presidente Sunao Matsubayashi e o presidente Soichiro Okudaira renunciarão a seus cargos.

O presidente da Toyota, Koji Sato, apresentou o novo presidente Inoue, dizendo que “há muitos anos ele vem trabalhando na reforma estrutural dos negócios da Toyota na América Latina, incluindo um renovado sistema de

gestão regional, envolvendo Brasil e Argentina. Apesar das muitas decisões difíceis que teve de tomar, ele é um líder que avançou nas reformas por meio do diálogo com os membros da linha de frente. Utilizando essa experiência, ele liderará a revitalização da Daihatsu como responsável pela gestão no local.”

Reconstruindo após irregularidades na certificação, a Daihatsu voltará às suas raízes como uma “empresa de mobilidade centrada em veículos compactos”. Para garantir que não seja sobrecarregada além de suas capacidades, a empresa concentrará as operações em miniveículos, e mudará seus negócios no exterior para planejamento, desenvolvimento e produção terceirizados da Toyota.

A Daihatsu também está se retirando da CJPT – Comercial Japan Partnership Technologies (fundada pela Toyota, Hino e Isuzu, em abril de 2021, com Suzuki e Daihatsu se juntando em julho de 2021, para priorizar seus esforços para evitar que esses problemas se repitam; parceria que adota tecnologias no transporte e busca uma sociedade neutra em carbono).

Projeto BIP lança mapa de conformidade das instalações

O Projeto BIP – Building Installation Perfomance –, que é coordenado pela Abrinstal – Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações – está lançando o mapa da conformidade das instalações prediais. O trabalho é resultado de um estudo minucioso da situação regulatória, envolvendo especificações e estruturas de avaliação da conformidade dos itens considerados críticos nas instalações dos sistemas prediais (gás, hidráulica e elétrica).

O estudo mapeou os elementoschave do processo, que são: materiais, mão-de-obra, serviços e as instalações, em relação à conformidade para estabelecimento de uma instalação conforme e segura. E abordou os principais materiais utilizados nas instalações de sis-

temas prediais, considerados como críticos; a avaliação de controle sobre perfis profissionais de mão-de-obra; as condições e requisitos de projeto e execução das instalações, com foco nos serviços realizados. Também foram analisados os mecanismos de controle e avaliação das instalações dos principais serviços prediais.

O mapa de conformidade das instalações identificou as principais especificações técnicas existentes para cada um dos elementos (materiais, mão-de-obra, serviços e as instalações), normalmente associadas à Normas Técnicas Nacionais (ABNT) ou internacionais (ISO, IEC, etc), e quais os programas de avaliação da conformidade associados existem no Brasil, e se tais programas são de caráter voluntário ou compulsório.

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BNDES

e GFANZ anunciam intenção de construir plataforma para acelerar descarbonização

O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – e a GFANZ – Glasgow Financial Alliance for Net Zero – assinaram, em São Paulo, cartas de interesse para desenvolver soluções que ampliem o financiamento em projetos de descarbonização da economia brasileira. A GFANZ é uma entidade que reúne instituições financeiras empenhadas na transição da economia global para emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050. A parceria vai unir a expertise do BNDES, maior financiador de energia renovável do mundo e maior estruturador de projetos de infraestrutura do país, à rede da GFANZ, que agrega 675 instituições financeiras em 50 países, sendo especialista em mobilização de capital para transição climática.

O documento foi assinado durante as reuniões prévias da Trilha de Finanças do G20, pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e pelo copresidente da GFANZ e enviado especial da ONU para Ação Climática e Finanças, Mark Carney

A iniciativa deve reunir, em um único ambiente, os principais projetos brasileiros que podem receber financiamento. O objetivo da plataforma é mobilizar o financiamento climático nacional e, principalmente, internacional, para promover a agenda de crescimento verde do Brasil, e permitir que o país cumpra as metas do Acordo

de Paris. “Estamos estudando novas possibilidades de acelerar a reindustrialização verde do Brasil, e a parceria com GFANZ pode ajudar ainda mais o país a atrair investimentos internacionais”, avalia Mercadante.

A plataforma a ser criada vai ajudar a desenvolver soluções para gerar empregos sustentáveis, ampliar o investimento em tecnologias de baixo carbono, e desenvolver as economias sustentáveis do Brasil que protegem a natureza e a biodiversidade.

“Esta iniciativa faz parte da estratégia do BNDES de mobilizar o capital do banco com recursos privados das mais variadas fontes, para as diversas rotas tecnológicas disponíveis para a transição energética do Brasil, como geração renovável, biocombustíveis e soluções baseadas na natureza”, explica a diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias

Com energia renovável abundante e recursos naturais, o Brasil está bem-posicionado para lançar projetos de descarbonização, estabelecendo o país como um grande produtor global de produção industrial verde. Segundo Carney, “o compromisso histórico do Brasil e sua atuação de destaque em inovação fizeram do país um líder global em clima. A renovação de suas ambições cria uma oportunidade única de acelerar um crescimento inclusivo, forte e sustentável. A plataforma irá apoiar os dados, planejamento e investimento de que essa transição ambiciosa e fundamental necessita.”

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Lenovo é case de sucesso do Programa Compromisso SP

Carbono Zero

A Lenovo, líder global no fornecimento de tecnologia inteligente, foi reconhecida como case de sucesso do Programa Compromisso SP Carbono Zero, liderado pelo Governo de São Paulo, que busca engajar organizações no Estado a reduzirem suas emissões de carbono até 2050, alinhado à campanha Race to Zero, da ONU.

A Lenovo está comprometida em alcançar net-zero até 2050, com metas validadas pelo Science Based Target Initiative, e pretende, até o final do ano fiscal 2025/26, remover um milhão de toneladas de emissões de gases de efeito estufa da sua cadeia de suprimentos. Esse selo demonstra o compromisso da companhia por sua dedicação na redução das emissões de carbono, e na implementação de boas práticas empresariais sustentáveis.

“Este reconhecimento reforça o comprometimento da Lenovo e que estamos no caminho certo em nossa jornada de descarbonização, na busca de um futuro melhor para todos. O selo não apenas valida as boas práticas que investimos até agora, mas também inspira que continuemos avançando em direção a um futuro mais verde e responsável”, comenta Alice Damasceno, Diretora de Cidadania Corporativa e Comunicação ESG para América Latina da Lenovo. O programa é conduzido pela Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL) do Estado de São Paulo, que incen-

tiva as empresas a apresentarem inventários de emissões, ou cases de sucesso, e a estabelecerem metas de descarbonização voluntárias para 2030, 2040 e 2050. O foco é em temas diretamente relacionados à mitigação de emissões e aumento das remoções de gases de efeito estufa da atmosfera. As estratégias para a redução de carbono incluem a adoção de práticas mais sustentáveis e eficientes em termos energéticos, o uso de fontes de energia renovável, o aumento da eficiência energética, o reflorestamento, a promoção de tecnologias limpas e a implementação de políticas que incentivem práticas ambientalmente responsáveis.

Lamesa inaugura fábrica em Poços de Caldas

A fabricante de cabos e fios elétricos Lamesa inaugurou sua primeira unidade fabril em Minas Gerais, na cidade de Poços de Caldas, no Sul do Estado. Os investimentos ultrapassam os R$ 200 milhões, e a previsão é de criar, inicialmente, 200 empregos diretos e indiretos.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Franco Martins, a Prefeitura cedeu um terreno de 120 mil m2 no distrito industrial – na Rua Ciro Machado de Moraes, n° 1000, no Distrito Industrial II–, em troca do aporte. De acordo com a Lamesa, foram 20 mil m² de área construída na primeira fase do projeto, e já estão em andamento os trabalhos de terraplanagem para expansão da fábrica.

Além de ser a primeira no Estado, essa será a segunda unidade da fabricante de cabos e fios elétricos no Brasil – a outra fica em São João da Boa Vista, em São Paulo. A sede da empresa no interior paulista dispõe de uma área total de 40 mil m², com 25 mil m² construídos.

“Esta nova fábrica representa um marco significativo em nosso setor de fios e cabos de cobre e alumínio. Estamos entusiasmados com o potencial dessa nova instalação, para impulsionar a inovação, atender as necessidades dos clientes do segmento, e também criar valor sustentável para todas as partes interessadas”, disse o fundador e presidente da Lamesa, Flávio Augusto do Canto (terceiro da direita para a esquerda na foto).

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Nenhum desenvolvimento nas últimas décadas teve um impacto tão grande nas nossas vidas como as crescentes oportunidades de registro, armazenamento, processamento e troca de dados. A SAMSON valendo-se das novas tecnologias também investiu em novos serviços, soluções e sistemas, visando sobretudo melhora na eficiência e aumento na confiabilidade.

A SAMSON está assumindo o desafio da digitalização. Estamos trabalhando para nos tornarmos a primeira escolha em válvulas inteligentes, processos de produção flexíveis e aplicações desafiadoras.

Estamos perfeitamente preparados para atingir o nosso objetivo. Na SAMSON, o know-how do pessoal em válvulas, atuadores e posicionadores, bem como o conhecimento dos processos dos clientes são reunidos. A SAMSON conta com mais de 100 anos de experiência em engenharia de válvulas e acumulou o know-how necessário para analisar dados e tirar as conclusões corretas.

No decursoda transformação digital na SAMSON, a nova plataforma SAM DIGITAL está em constante desenvolvimento para melhorar a nossa gama de produtos e fornecer aos usuários verdadeiro valor agregado. A plataforma SAM DIGITAL contém todas as soluções digitais da SAMSON, bem como produtos necessários para conectividade.

Dentre as soluções, destacamos duas, a solução SAM VALVE MANAGEMENT que tem por objetivo centralizar a gestão dos diagnósticos extraídos dos posicionadores de válvulas, e a solução SAM GUARD, que tem como principal objetivo o monitoramento preditivo em indústrias, transformando dados de séries temporais de processos em poderosos indicadores preditivos.

Em ambosos casos, aplicamos a Inteligência Artificial, unida à Inteligência Humana, trazendo o conceito de HCAI (Human Centered Artificial Intelligence)

Quer conhecer mais sobre nossos produtos e serviços? Entre em contato conosco.

samsonbrasil.com.br

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Usinas de geração de energia a partir de resíduos

A Aker Carbon Capture recebeu um estudo de um desenvolvedor europeu para avaliar a viabilidade da integração da captura de carbono em múltiplas instalações de biomassa e de transformação de resíduos em energia. As quatro plantas iniciais serão baseadas no Just Catch modular da Aker Carbon Capture, que permite sinergias entre os projetos, realização mais rápida, e risco geral reduzido.

“Estamos entusiasmados por trabalhar nesta iniciativa líder de captura de carbono. Acreditamos que nosso Just Catch configurável, que facilita unidades de captura de carbono produzidas em série, proporcionará benefícios de custo e entrega. Ao atender às necessidades específicas de nossos clientes, pretendemos contribuir para a realização bem-sucedida de seus projetos CCUS”, disse Jon Christopher Knudsen, Diretor Comercial da Aker Carbon Capture.

níveis de 1990, como meta recomendada para 2040. Para alcançar uma redução das emissões líquidas de GEE de 90%, as emissões de GEE da UE em 2040 deverão ser inferiores a 850 MtCO2-eq., e as remoções de carbono deverão atingir até 400 MtCO2, uma grande parte das quais terá de ser BECCS.

Este prêmio enfatiza a posição de liderança da Aker Carbon Capture no mercado europeu, com tecnologia comprovada, produtos modularizados e padronizados, e um grande portfólio de projetos. A Comissão Europeia apresentou recentemente uma proposta de redução líquida de emissões de GEE de 90%, em comparação com os

Aker Carbon Capture está entregando atualmente sete plantas de captura de carbono. Na Holanda, a Aker Carbon Capture está nos estágios finais de entrega do Just Catch 100 na instalação de transformação de resíduos em energia em Twence. Para a fábrica de cimento da Heidelberg Materials, em Brevik, Noruega, a Aker Carbon Capture está entregando uma planta de captura de carbono com capacidade de 400.000 toneladas por ano. A empresa também está entregando cinco unidades Just Catch 100 às instalações de bioenergia da Ørsted na Dinamarca, com uma capacidade total projetada de captura de 500.000 toneladas de CO2 por ano. Esses projetos emblemáticos contribuem para a missão da Aker Carbon Capture, de produzir unidades de captura de carbono em série para o mercado de emissores de médio porte.

Renovigi entre as 10 maiores fabricantes do mercado brasileiro de inversores solares

Relacionada entre as 10 maiores fabricantes de inversores de energia solar no Brasil em 2023, a Renovigi ficou em 9ª colocação, entre 67 fornecedores do setor, no ranking anual de market share, elaborado pela ePowerBay.

O levantamento de 2023 da empresa de inteligência de mercado, especializada em energia renovável, listou as principais fabricantes de inversores que lideraram a participação no mercado brasileiro de geração distribuída (GD).

No ranking, foi considerada a participação de mercado de 67 fornecedores em 2023. E, mesmo diante do cenário desafiador que o setor atravessou no decorrer do ano, 20 fabricantes apresentaram boa performance, e lideraram o market share, correspondendo ao fornecimento de quase 80% dos sistemas de energia solar em operação.

Ao avaliar a menção, o Gerente Geral Executivo da Renovigi, Guilherme Costa, acredita na importância da presença da Renovigi em pesquisas como essa. Segundo ele, “mostra o quanto a marca é relevante no mercado. Especialmente porque,

dentre tantos players relevantes, a Renovigi se destaca por ser uma marca nacional, com 12 anos de história – uma das mais antigas do setor. Por termos um suporte-técnico diferenciado, continuamos sendo uma marca muito bem lembrada e avaliada no setor fotovoltaico", destaca Costa, que complementa, ao dizer que a fabricante inicia 2024 com mais força: com uma estrutura mais robusta e, principalmente, com o negócio mais sustentável – como exige a longa garantia do solar.

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Tecnologia ajuda ENEOS no transporte de Hidrogênio Líquido

A Honeywell anunciou que a ENEOS, empresa de energia do Japão, usará tecnologia da companhia para desenvolver o primeiro projeto de transportador de hidrogênio orgânico líquido (LOHC) em escala comercial do mundo.

Inovadora, a solução permite o transporte de hidrogênio limpo a longas distâncias, contribuindo para atender as demandas de uso do combustível e os requisitos de segurança em diversos setores, aproveitando também os ativos e infraestruturas de refinação existentes. Esse projeto da Honeywell está alinhado com as três megatendências estratégicas da companhia: automação, o futuro da aviação e transição energética.

“Além de funcionar como um transporte de longa distância mais econômico, o nosso transportador de Hidrogénio Orgânico Líquido fornece um método de correspondência mais eficiente entre a oferta e a procura internacional do combustível, que permite que desempenhe um papel crucial no mix energético, à medida que avançamos em direção a economias de baixo carbono,” disse José Fernandes, Presidente da Honeywell para a América Latina e vice-presidente da área de Soluções de Energia e Sustentabilidade (ESS). “Ao fornecer soluções para ajudar a superar os desafios do transporte de hidrogênio, a Honeywell apoia a ENEOS na transição para um futuro movido a hidrogênio.”

Em um dos vários projetos de transporte de hidrogênio nos quais a Honeywell e a ENEOS colaboram.

Na solução Honeywell LOHC, o gás hidrogênio é combinado quimicamente por meio do processo de Hidrogenação de Tolueno Honeywell em metilciclohexano (MCH)

– um transportador líquido conveniente – compatível com a infraestrutura existente. O combustível nestes locais será exportado – da mesma forma que os produtos petroquímicos – para a ENEOS, no Japão, na forma de MCH. Uma vez no destino, o hidrogênio será recuperado pelo processo de Desidrogenação Honeywell MCH, e liberado para uso, enquanto o tolueno poderá ser devolvido para ciclos adicionais.

Espera-se que o hidrogênio desempenhe um papel crítico na redução da emissão de gases com efeito estufa. Em condições normais, é um gás inflamável de baixa densidade, e não pode ser transportado de forma eficiente ou segura. As soluções atuais disponíveis para o transporte de hidrogênio incluem a sua liquefação e a utilização de transportadores químicos, como a amônia, cada um dos quais requer infraestruturas adicionais para produzi-lo e transportá-lo.

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@Divulgação

Lazer Sport adota Xcelerator no desenvolvimento da tecnologia KinetiCore para capacete de ciclismo seguro e sustentável

A Siemens Digital Industries Software anunciou que a Lazer Sport NV, uma das principais fabricantes de capacetes de ciclismo da Europa, adotou o portfólio de softwares industriais Siemens Xcelerator para ajudar a levar ao mercado sua nova tecnologia KinetiCore de proteção contra forças rotacionais.

“A Lazer Sport é líder em inovação de capacetes de ciclismo desde 1919, desde simples bonés de couro nas estradas da Bélgica, até nossos capacetes elegantes, seguros e disponíveis globalmente. Combinamos paixão, desempenho e alegria de pilotar. Nossa motivação para inovar redefiniu a proteção do capacete com a tecnologia KinetiCore. Com a KinetiCore implementada em 20 modelos até ao final de 2024, estes capacetes oferecem melhorias no design e maior segurança para todos os ciclistas. Nosso foco está em aumentar o desempenho, utilizar materiais ecológicos, e promover a produção autossuficiente. Enquanto continuamos crescendo em mais mercados e categorias de produtos, mantemos a segurança como nossa prioridade. Porém, o nosso compromisso com a sustentabilidade se alinha às necessidades em evolução da indústria da bicicleta. No centro do nosso processo de desenvolvimento e inovação, está o portfólio Siemens Xcelerator”, disse Bastiaan Van Asch, da engenharia de produto da Lazer Sport NV.

A tecnologia KinetiCore é resultado da busca de uma década da Lazer Sport por tecnologias novas e superiores. A Lazer Sport criou a KinetiCore para fornecer proteção aos ciclistas de estrada ou off-road contra impactos diretos e forças rotacionais. Os blocos de espuma EPS de design exclusivo, chamados de áreas de deformação controlada, deformam-se com o impacto, e absorvem a energia que, de

outra forma, atingiria o cérebro do ciclista. A tecnologia KinetiCore garante capacetes até 23% mais leves, e eficiência de resfriamento 12% melhor, com aberturas de ventilação inovadoras, que canalizam o ar frio para a parte traseira do capacete e expelem o ar quente, aumentando o conforto do piloto e a experiência geral. Além disso, utiliza menos plástico que os modelos comparáveis anteriores, reforçando o compromisso da Lazer Sport com a redução do impacto ambiental. A Lazer Sport usa o software NX da Siemens na engenharia e fabricação de produtos, além do software Simcenter 3D na simulação e verificação digital. O desenvolvimento da tecnologia KinetiCore envolveu várias alterações no projeto e simulações. A escolha do portfólio Siemens Xcelerator foi devida à sua ampla variedade de aplicações e capacidade de conectar perfeitamente o projeto em 3D à impressão em 3D, para prototipagem e simulação digital – isso permite criar e simular projetos mais complexos para os capacetes e moldes. Os arquivos CAD 3D criados no NX também podem ser facilmente abertos no Simcenter, para modificações e operações adicionais sem problemas de compatibilidade. Essa abordagem simplificada ajuda a verificar o desempenho da tecnologia KinetiCore, evitando alterações de alto custo no molde após a produção.

A Lazer Sport também está usando o aplicativo Teamcenter Share, fornecido no portfólio Siemens Xcelerator as a Service, para otimizar a colaboração interna e com fornecedores. Como um serviço na nuvem, o Teamcenter Share é um ambiente controlado, seguro e de fácil acesso, que permite à Lazer Sport compartilhar facilmente dados de projeto e engenharia.

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@ Lazer Sport NV

Proposta de reestruturação

da

CCEE entra em Consulta Pública

Edital do segundo Leilão de Transmissão de 2024 entra em consulta Pública

O aperfeiçoamento da regulamentação relativa à governança da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – será submetida à Consulta Pública (CP 005/2024), por decisão da diretoria colegiada da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. A partir da reestruturação da CCEE, constante no Decreto 11.835/2023, a proposta prevê alterações em resoluções da Aneel e novas versões dos módulos 11 e 13 das Regras de Comercialização e Submódulos 1.3 e 1.7 dos Procedimentos de Comercialização.

O aprimoramento estabelece mudanças na estrutura de comando da CCEE. A Câmara passará a ser constituída de Assembleia Geral, Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria. Ainda são previstas as regras para a composição e funcionamento de cada instância.

Como incentivo à equidade de gênero, o texto em Consulta Pública da Aneel propõe que duas das oito vagas do Conselho de Administração devem ser ocupadas por mulheres, assim como uma profissional do sexo feminino, em pelo menos uma das seis vagas da Diretoria.

Haverá modificações na forma de representação perante a CEEE, e foi criada a categoria de consumo como agente da Câmara e substituição da classe dos agentes consumidores livres pela classe dos agentes varejistas.

Também serão alterados os custos decorrentes da contratação de energia de reserva e da contratação de reserva de capacidade. Para energia de reserva, será incorporada a remuneração da CCEE pela gestão do Encargo de Energia de Reserva e da Conta de Energia de Reserva. No caso de contratação de reserva de capacidade, a remuneração da Câmara será pela gestão do Encargo de Potência para Reserva de Capacidade e da Conta de Potência para Reserva de Capacidade.

Pela proposta, haverá o aumento das atribuições da CCEE, segundo o Decreto, que estabelece atuação em sistemas de certificação de energia e prestação de serviços, inclusive para não integrantes da Câmara. Ainda define os itens que devem ser incluídos na proposta orçamentária; a forma de cobrança de emolumentos; e ressarcimento e rateio dos custos. Essas alterações estão detalhadas nas minutas do Módulo 20 – Votos e Contribuições das Regras e do Submódulo 1.3 – Votos e Contribuições dos Procedimentos de Comercialização.

A Aneel vai receber contribuições ao tema no período entre 29 de fevereiro e 18 de março, através do e-mail cp005_2024@aneel.gov.br

Em reunião pública de diretoria, a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – decidiu abrir Consulta Pública nº 04/2024, para apresentar a minuta de edital do Leilão nº 02/2024, que irá licitar cinco lotes de linhas de transmissão, no total de 848 quilômetros, e 1.750 megavolt-ampères (MVA) em novas transformações. O certame está previsto para 27 de setembro.

A expectativa de investimentos é de R$ 4,06 bilhões, com geração de 10.800 empregos para as obras e a manutenção dos empreendimentos. Os lotes abrangem sete estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O lote 1, que irá se localizar entre Santa Catarina e Paraná, representa em torno de 75% dos investimentos estimados em relação a todos os lotes do leilão. Para estimular a competividade, o lote foi dividido em dois sublotes distintos, 1A e 1B. Haverá possibilidade de contratação do Lote 1 integral (sublotes 1A e 1B em conjunto), ou cada sublote separadamente (1A ou 1B). Porém, o sublote 1B possui relação de condicionamento com o sublote 1A. Assim, caso o sublote 1A não seja contratado, o sublote 1B não será apregoado.

O texto do edital do Leilão 02/2024 e demais documentos estão disponíveis em www.gov.br/aneel/ pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/consultas-publicas, e os interessados podem enviar sugestões pelo e-mail cp004_2024@aneel.gov.br. O período de contribuições irá até 08 de abril. Um workshop para resolução das dúvidas dos interessados será realizado em formato online no dia 05 de abril.

O leilão será o segundo de transmissão de 2024. O primeiro (Leilão nº 1/2024) será realizado no dia 28 de março, com a oferta de 15 lotes, totalizando 6.464 km de linhas de transmissão novas, além de seccionamentos, e 9.200 MVA em capacidade de transformação de subestações. Estão previstos investimentos totais de R$ 18,2 bilhões.

Energies Controle&InstrumentaçãoNº285|2024
Eletrobras recebe licença para operação em teste no

Parque Eólico Coxilha Negra

A Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – liberou o início da operação em teste, a partir de 30 de janeiro, de sete unidades geradoras da Usina Eólica Coxilha Negra 2 (UG6 a UG12). O projeto da Eletrobras CGT Eletrosul no município de Sant’Ana do Livramento, no Rio Grande do Sul, tem investimento superior a R$ 2 bilhões, e é o maior empreendimento de geração eólica da companhia atualmente em execução.

O início da operação em teste dos primeiros aerogeradores acontece na primeira quinzena de fevereiro, após aprovação da intervenção para testes pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Cada aerogerador do projeto possui capacidade instalada de 4,2 MW, totalizando 29,4 MW.

Maior empresa de energia da América Latina e uma das maiores do mundo, com grande foco em transmissão e energias renováveis, a Eletrobras segue avançando na estratégia de expansão da geração, a partir de fontes limpas, alinhada ao compromisso de net zero até 2030.

O Parque Eólico Coxilha Negra tem capacidade instalada de 302,4 MW, integrando três conjuntos de usinas, que totalizarão 72 aerogeradores: Coxilha Negra 2, Coxilha Negra 3 e Coxilha Negra 4. As obras de implantação seguem avançando e, atualmente, nove aerogeradores já foram montados. A subsidiária Eletrobras CGT Eletrosul prossegue com a instalação das estruturas, que vão integrar o conjunto de 24 unidades geradoras da Usina Eólica Coxilha Negra 2.

Ao todo, já foram concretadas mais de 50 bases para receber as estruturas dos aerogeradores, nos três conjuntos de usinas do Parque Eólico Coxilha Negra. Os componentes dos aerogeradores (rotor, gerador e nacele) são produzidos em Jaraguá do Sul/SC, pela fabricante WEG, e transportados por via terrestre até Sant’Ana do Livramento. No Ceará, são produzidas as pás, pela Aeris, com transporte marítimo a partir do Porto do Pecém, até o Porto de Rio Grande, seguindo viagem terrestre até o parque eólico.

A implantação do sistema de transmissão também está em estágio avançado. No dia 28 de janeiro, após liberação

do ONS, ocorreu a energização do primeiro transformador da Subestação Coxilha Negra 2, e da ampliação na Subestação Livramento 3 (Sant’Ana Transmissora), interligadas por 31 km de linha de transmissão de 230 kV da Eletrobras CGT Eletrosul, Livramento 3 – Coxilha Negra 02. Também evoluem as obras da Subestação Coxilha Negra 3, que atenderá exclusivamente a Usina Eólica Coxilha Negra 4.

Durante os diversos estágios das obras, estima-se a criação de 1.300 empregos diretos. Neste momento, as diferentes frentes de trabalho contam com a mobilização em campo de aproximadamente mil profissionais, contratados pelas empresas prestadoras de serviços.

Alinhado com a Política de Responsabilidade Social da Eletrobras, o processo de contratação de mão-de-obra é conduzido pelas empresas prestadoras de serviços, e prioriza a seleção de profissionais dos municípios da região, por meio de parcerias com centros locais de empregabilidade. Atualmente, cerca de 530 trabalhadores são oriundos de municípios do Rio Grande do Sul. Para atender demandas específicas, por tempo determinado, e que exigem qualificação especializada, as empresas prestadoras de serviços contam com quadro técnico próprio flutuante, ou realizam recrutamento externo para preenchimento pontual de vagas temporárias, de acordo com a evolução das obras. Em consonância com a construção do empreendimento, estão sendo implementados 17 programas com ações de responsabilidade ambiental e social, incluindo atividades voltadas à preservação e monitoramento do bioma, educação ambiental para as comunidades locais, entre outros.

Energies NºControle&Instrumentação 285|2024
Aerogeradores do parque eólico de Coxilha Negra, em Sant’Ana do Livramento.

INB economizará mais de R$ 9 milhões com energia

elétrica na Fábrica de

A atual gestão da INB – Indústrias Nucleares do Brasil – está investindo em ações voltadas à economicidade. Neste contexto, visando a reduzir os gastos com aquisição de energia elétrica para a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) em Resende, no Sul do estado, a INB migrou para o Ambiente de Contratação Livre (ACL). Com isso, a previsão de economia com energia elétrica para este ano é da ordem de R$ 9,2 milhões.

Combustível

De acordo com o presidente da INB, Adauto Seixas, a atuação no Livre Mercado já proporcionou uma economia de cerca de R$ 11,3 milhões para a empresa, nos últimos dois anos. Mas, a expectativa de economia com energia elétrica para os próximos anos é ainda maior. Isso porque, como o período de chuvas de 2023 foi maior e mais intenso do que o esperado, a queda no valor da energia foi de 89%.

Nuclear em Resende

“Portanto, a compra de energia elétrica para 2024 e 2025 ocorreu no momento certo, pois, o valor estava em queda. Neste contexto, a previsão é economizar cerca de R$ 9,2 milhões em 2024, e mais 8,5 milhões em 2025. Sendo assim, alcançaremos uma economia de aproximadamente R$ 30 milhões, em 4 anos”, detalhou Adauto Seixas.

Até abril de 2022, o consumo de energia era feito através do Mercado Regulado, também conhecido como Ambiente de Contratação Regulada (ACR), onde os consumidores compram energia diretamente do concessionário local. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como Mercado Livre de Energia, os consumidores têm a liberdade de escolher o fornecedor de energia, e negociar as condições de fornecimento em contratos de curto ou longo prazo.

Primeira usina nuclear de quarta geração do mundo

O primeiro projeto de usina nuclear do mundo equipado com tecnologia de energia nuclear de quarta geração – projeto de demonstração do módulo de leito de cascalhos do reator refrigerado a gás de alta temperatura Shidaowan (HTR-PM), com a Shanghai Electric sendo um dos principais fornecedores de equipamentos – entrou em operação comercial, após finalizar com sucesso 168 horas de testes, confirmando que todos os sistemas satisfizeram às funções de design. Este marco coloca a China na vanguarda da inovação em energia nuclear, à medida que continua explorando fontes de energia seguras, confiáveis e sustentáveis, para facilitar seu pico de carbono e alvo de neutralidade.

Ao gerar energia por conversão de energia nuclear, térmica, mecânica e elétrica, o reator refrigerado a gás de alta temperatura (HTGR) é elogiado por sua segurança e versatilidade inerentes, mantendo o imenso potencial para aplicações comerciais, como solução energética alternativa às fontes de energia com base em combustíveis fósseis.

Com sua construção iniciada em 2012, o Shidaowan HTRPM é um dos 16 principais projetos científicos e tecnológicos da China que se equipara ao programa de exploração lunar daquele país, e ao desenvolvimento do sistema de navegação por satélite BeiDou.

A Shanghai Electric, um dos principais participantes do projeto, forneceu equipamentos, incluindo recipientes de pressão do reator, componentes internos de núcleo metálico, mecanismos de acionamento da haste de controle, sistemas de desligamento, turbinas, ventiladores primários de hélio e compressores de hélio. A finalização da usina marca a conclusão

de um esforço de uma década, liderado pelos principais provedores de soluções energéticas da China, para vencer desafios em um empenho para desenvolver soluções auto inovadoras na vanguarda da tecnologia de energia nuclear. O índice de nacionalização do projeto é alto: 93,4% dos equipamentos utilizados no reator são fabricados por empresas chinesas. Os recipientes de pressão do reator, projetados sob medida pela Shanghai Electric para o projeto, possuem tamanhos maiores e estruturas mais complexas, comparados a seus equivalentes no mercado, quebrando recordes do setor em altura e peso. Os componentes internos de núcleo metálico fabricados para o projeto são os maiores componentes internos de núcleo metálico com paredes finas do mundo, uma conquista inovadora que preenche uma lacuna no mercado chinês. Aproveitando seus 20 anos de experiência, a empresa desenvolveu o primeiro ventilador primário de hélio com rolamentos eletromagnéticos de alta temperatura, alta pressão e alta potência do mundo.

O HTGR está pronto para dar forma ao futuro do desenvolvimento mundial da energia nuclear com seus recursos de segurança excepcionais. Ele garante que o reator se mantenha seguro mesmo no caso de falha de todos os sistemas de refrigeração, prevenindo o derretimento do núcleo e a fuga de material radioativo, sem qualquer intervenção. Em um passo significativo para a segurança da energia nuclear e a inovação da tecnologia nuclear da China, o lançamento bem-sucedido do projeto de demonstração impulsiona em grande medida a capacidade chinesa de liderar o setor mundial de energia nuclear, ao abrir caminho para avanços futuros na geração de energia sustentável e segura.

Energies Controle&InstrumentaçãoNº285|2024

Por que o EaaS – Equipamento como Serviço ainda não decolou

De acordo com o último Relatório de Mercado sobre EaaS, o mercado total de equipamento como serviço (EaaS) atingiu US$ 21,2 bilhões. Mas, apesar do otimismo inicial, a adoção do EaaS tem sido mais lenta do que o previsto nos últimos quatro anos, com menos de 1% das vendas de equipamentos em 2023 a serem executadas ao abrigo de contratos EaaS.

https://iot-analytics.com/oem-servitization-strategies-equipment-as-a-service/

Embora a adoção generalizada ainda não tenha ocorrido, existem bolsões de sucesso como, por exemplo, na indústria de iluminação e robótica, com pesquisas mostrando interesse contínuo dos OEM no modelo, e uma crença de que os clientes estarão dispostos a aceitar esse modelo.

Por que isso importa para os OEMs? Compreender por que o modelo funciona para eles, e não para outros, pode ajudar a esclarecer a estratégia futura de um OEM. E, para os potenciais compradores de EaaS, que têm na flexibilidade um paradigma fundamental para a fábrica do futuro, o EaaS pode apoiar a busca por essa flexibilidade, uma vez que não vincula os fabricantes a equipamentos específicos e caros, e pode ajudar a manter os custos relativos à demanda.

Em 2020, a IoT Analytics questionou se o mundo estava testemunhando o início da década dos resultados da máquina, onde os ativos não são adquiridos como despesas de capital (CapEx), mas, em vez disso, são pagos com base nos resultados como despesas operacionais (OpEx). A mudança de CapEx para OpEx ajuda as empresas com acesso limitado a equipamentos de acesso de capital sem um grande investimento inicial, e os ativos com utilização imprevisível poderiam ser mais rentáveis, uma vez que as empresas pagariam apenas por aquilo que utilizam.

Esta mudança pode ser vista como uma evolução natural da economia mais ampla de assinaturas, que tem visto grandes avanços nos serviços ao cliente, como música, vídeo, e até mesmo tinta para impressoras domésticas. A economia de assinaturas entrou até mesmo no mundo empresarial, com o software como serviço (SaaS) como principal exemplo.

Naquela época, uma inovação de fonte de receita para esta abordagem transacional – cunhada como equipamento como serviço, ou EaaS – parecia estar ganhando força na adoção, de acordo com o relatório de 2020 da IoT Analytics sobre o mercado de EaaS.

A visão da IoT Analytics em 2024 mostra que, embora pareça que estamos na década da economia de resultados de software empresarial, especificamente software como serviço (SaaS), impulsionada em parte pela Pandemia e pelo surgimento dos mercados de software B2B e os sistemas de pagamento por uso, o modelo as-a-service não se estendeu para grande parte dos equipamentos físicos, como máquinas e outros dispositivos.

De acordo com estimativas da IoT Analytics, a adoção de modelos as-a-service é inferior a 1% – o que significa que menos de 1% das vendas de equipamentos em 2023 (máquinas, eletrônicos, equipamentos elétricos,

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analista sênior da IoT Analytics, parte da equipe de IoT industrial, Supply Chain, Software Industrial e digitalização de OEMs industriais

etc.) foram alcançadas com contratos EaaS.

É necessário afirmar que a investigação encontrou várias empresas que duplicaram a aposta no conceito de EaaS, e outras parecem estar avançando na implementação.

O relatório de mercado de EaaS de 2024, entre outras coisas, investiga os fatores que limitaram o crescimento do mercado, e destaca os setores que desfrutaram de taxas de adoção de EaaS mais altas.

Destaque-se que EaaS requer infraestrutura digital por parte dos clientes, gestão de faturamento recorrente, recursos de financiamento e educação suficiente do cliente (por exemplo, compreender o valor de mudar de CapEx para OpEx, levando a mais resiliência). Muitos OEMs já têm sido lentos na adoção de inovações de menor sofisticação em fontes de receitas (como a venda de software e serviços digitais), uma vez que os fluxos de receitas relacionados não têm sido suficientemente significativos para os resultados da empresa. Tentar avançar para o nível de sofisticação do EaaS dificilmente interessaria às empresas que enfrentam esta luta.

Um estudo de maio de 2023 da empresa de serviços automotivos Cox Automotive, com sede nos EUA, sugere que as montadoras podem enfrentar desafios na adoção de recursos do tipo assinatura ou “recursos sob demanda”. Embora 41% dos entrevistados tenham indicado interesse no modelo, 58% acham a abordagem cara, e há preocupações com a privacidade e a segurança dos dados. Há também um potencial disruptor na década a Inteligência Artificial, que começou a permitir que as empresas confiassem mais nos seus próprios recursos para manutenção, um ponto de venda significativo do EaaS. Se as empresas puderem aproveitar a IA para operações in-

ternas, o argumento de venda do EaaS pode tornar-se discutível nesse aspecto. Ainda há um longo caminho a percorrer, antes de competir diretamente com a proposta de valor EaaS, porém o impacto potencial da IA não pode ser ignorado.

Mas projetos-farol de EaaS continuam a surgir, com lançamentos recentes notáveis da Carrier, Mitsubishi e outros. E à medida que esses projetos mostrem sucesso demonstrável, outros provavelmente começarão a adotar um modelo EaaS. Além disso, a pesquisa descobriu que a sustentabilidade foi um fator determinante para a consideração e adoção do EaaS. Em 2020, a Mitsubishi introduziu o seu modelo de utilização para aluguel de elevadores, onde a Mitsubishi irá desmontar elevadores no final dos seus ciclos de utilização, e reutilizá-los noutro local, sempre que possível. Se o elevador estiver no fim do seu ciclo de vida, a Mitsubishi recicla os componentes para serem novamente utilizados.

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Tecnologias elevam a confiabilidade de todos os processos

Equipes de confiabilidade utilizam princípios e metodologias de engenharia para produzir, de forma mais confiável, ao menor custo. Um dos benefícios mais importantes dessa engenharia é que se descobrem, antecipadamente, possíveis problemas de confiabilidade, o que aumenta a segurança, melhora a qualidade, e reduz perdas.

A confiabilidade pode ser entendida então como uma prática que lida com probabilidades, com os riscos sendo definidos por porcentagens e estatísticas sobre os níveis aceitáveis de risco. Mas, toda essa rotina pode ser otimizada com novas ferramentas, e muitas empresas vêm investindo em tecnologias digitais e disruptivas, para aumentar a competitividade e a produtividade: Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) se combinam a outras tecnologias, e destacam devido à evolução de sensores, processadores, softwares e demais componentes de soluções de monitoramento.

A IIoT alimenta o Big Data em tempo real com dados sobre o estado de cada máquina ou equipamento, captados por sensores de monitoramento independentes, que enviam o material para a nuvem, onde são seguramente armazenados. Após coletados, para sinalizar caminhos à gestão operacional, prever otimizações que reduzam o custo operacional e gerar ganhos em produtividade, e até favorecer a validação de modelos de simulação, calibrar gêmeos ou sombras digitais, os dados necessitam ser analisados para retornarem aos gestores com orientações e alertas diversos.

Agregam-se ainda, robôs autônomos, sistemas de simulação via testes e experimentos no computador, a integração de sistemas – do chão-de-fábrica à camada ERP com compartilhamento de informações entre os diferentes níveis, reduzindo a necessidade de redundância de dados – capaz de permitir que sistemas especializados para funções específicas funcionem coordenadamente.

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Sensores, câmeras de segurança, e demais componentes, que promovem a digitalização dos processos também possibilitam startup e manutenção remotas, e permitem que a análise dos dados coletados se reverta em aprendizado da máquina (machine learning). Em paralelo, a realidade aumentada favorece treinamentos e logística interna, enquanto a manufatura aditiva reduz o desperdício de matéria-prima e a fabricação de protótipos e de pequenos lotes, assim como peças com geometria complexa, transformando projetos digitais em objetos físicos. Nessa tapeçaria de dados, informações e análises, tecidas com instrumentos e softwares diversos – temática que não se esgota, até por ser evolutiva –, a Inteligência Artificial (IA) é uma realidade inquestionável.

“Não é apenas um conceito futurista; ela está aqui e fará a diferença! Com toda esta transformação digital exponencial que estamos vendo, são impressionantes as inovações que redefinem novas relações de interação entre homens e máquinas e/ou equipamentos. Muito ainda há por vir, com os avanços da inteligência artificial (IA), pois, esses avanços vão moldando o presente, e encaminhando para um futuro repleto de possibilidades de uso na indústria; um novo mundo, fascinante de recursos e oportunidades entre o potencial quase ilimitado da tecnologia e a essência da experiência humana”, declara Cesar Cassiolato – presidente & CEO da Vivace Process Instruments.

qualidade percebida e que acrescenta valor ao cliente. Tornar a manutenção mais fácil, mais prática e menos custosa, garantindo a confiabilidade operacional, e facilitando expansões seguras, também podem ser atendidas pela IA, assegura Cassiolato, ao afirmar que “o uso destes recursos dos equipamentos, combinados com a comunicação digital em protocolo aberto e softwares de gerenciamento, permite ao usuário diagnósticos remotos, que extrapolam as gerações de alarmes e permitem a manutenção preventiva, preditiva e proativa. Tudo isto contribuindo para a diminuição de paradas não programadas, e aumentando sensivelmente a confiabilidade e disponibilidade da planta”.

@Reprodução

Atualmente, 60% das manutenções têm caráter corretivo; 33%, caráter preventivo; 6%, caráter preditivo; e somente 1%, caráter proativo. E ainda, em mais de 60% das idas ao campo não se consegue detectar problemas nos equipamentos. Este cenário está mudando, graças à utilização de autodiagnoses nos equipamentos de campo, combinados com as ferramentas de gerenciamento, então, a tendência é de que a porcentagem de manutenção preditiva e proativa aumentem, e que as idas ao campo só aconteçam com real necessidade, e sejam mais produtivas, porque mais embasadas em dados. Isso sugere a implantação de equipamentos de campo, que colaborem com esta nova perspectiva operacional no gerenciamento de informações de uma planta, com a disponibilidade de auto diagnoses, facilitando a operação e a manutenção – antecipando problemas e situações, garantindo maior segurança operacional e das equipes de trabalho, além de ampliar a vida útil de todos os ativos da planta.

Empresas que adotaram a digitalização de processos aumentaram a sua produtividade em até 30%, o que mostra uma grande vantagem competitiva e, sem contar o ganho de eficiência, obtiveram melhoria de qualidade, redução de prazos e priorização de tarefas, assim como aumento da segurança operacional e, até mesmo, da experiência do cliente – a

“Ao analisar padrões de dados complexos, a IA aumenta a eficácia geral dos equipamentos, o que impacta diretamente nos resultados financeiros”, reforça Cassiolato, comentando a contribuição da IA a funções específicas no gerenciamento de ativos, muito além da previsão e da prevenção de falhas, com base em dados históricos e em tempo real, o que permite às indústrias alterações nas estratégias de manutenção reativas para proativas.

Mas, é necessário ter o controle sobre os dados que estão sendo usados para garantir que a IA forneça informações

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reais e confiáveis. Dados descentralizados, isolados em vários departamentos, locais e formatos, inacessíveis, incompletos ou inconsistentes, são desafio a ser vencido. É preciso investir em ferramentas ou plataformas robustas de integração de dados, que forneçam integrações prontas para uso, para garantir fácil acesso, e simplificar a transição para um repositório centralizado. Esse cenário torna-se ainda mais complexo, quando se operam sistemas legados que abrigam dados e processos críticos de ativos exigidos pelos modelos de IA, e que não são facilmente compatíveis com tecnologias digitais ou IA – neste caso, a orientação é de adoção de uma abordagem em camadas para integrar IA em suas operações.

dos ativos e das pessoas; e rastreamento das entregas em tempo real, possibilitando aos clientes acompanhamento em tempo real do status do pedido.

Na esteira dos benefícios proporcionados pela digitalização industrial, cresce a necessidade de confiabilidade nos processos e de segurança de pessoas, ativos e meio ambiente. Entre os caminhos está, por exemplo, a Nota Técnica n° 10, aprovada em 25 de janeiro de 2024 pela ANP – Diretoria da Agência Nacional do Petróleo –, relacionada à segurança operacional no setor de petróleo e gás natural, com foco em Engenharia de Fatores Humanos, e com o objetivo de reforçar a importância de as empresas que atuam em exploração e produção de petróleo e gás utilizarem as melhores práticas internacionais do setor.

A adoção de normas como essas – que definem que as instalações devem estar adequadas às capacidades físicas e cognitivas dos trabalhadores que as operam – minimiza possíveis acidentes de processo, que podem ser evitados pelo simples ajuste ergonométrico, como manter a altura de válvulas compatível com a dos trabalhadores. A nota apresenta, desde normas sobre interfaces humanas-máquinas (HMI), até referências ao cálculo de quantidade mínima de trabalhadores para a operação segura de uma instalação, passando pela metodologia mais adequada para análise de risco de tarefas.

Mesmo com todos os benefícios apresentados pela IA e demais tecnologias citadas pelos entrevistados, a tecnologia ainda é pouco aplicada. As indústrias ainda patinam na aplicação de tecnologias disruptivas, ainda que tenham a certeza de que elas serão utilizadas. Essa certeza cresce, na medida em que mesmo práticas tradicionais importantes e críticas ainda sofram com não conformidades, como a classificação de áreas perigosas, por exemplo, que atualmente busca apoio em softwares, mas que deve em breve fazer uso de ferramentas de IA, machine & deep learning – que permitem que um conjunto de dados seja treinado.

“ Ainda não temos experiência de IA no Sistema de Gestão Integrado, no momento, mas com a incrível evolução da Inteligência Artificial é muito provável que teremos essa tecnologia em breve aqui, na Açotubo ”, prevê Miriam Barbaroto Silva – gerente Executiva de Recursos Humanos, Jurídico e Responsabilidade Social da Açotubo, secundada por Fernandes, que destaca o fato de que “ nosso CEO, Bruno Bassi, é um entusiasta em motivar o time Açotubo na utilização de novas tecnologias. No entanto, a utilização da IA na indústria ainda é muito recente, existe uma infinidade de aplicações a serem descobertas em breve, e a equipe da Açotubo, como de qualquer empresa, está atenta a esta nova demanda, e busca saber mais sobre a tecnologia, pois, acreditamos que o principal gargalo neste momento seria o entendimento de como a IA contribui para melhoria de processos na indústria, e também não há uma noção clara do custo e do conhecimento necessário para sua implantação ”.

“Implementamos uma abordagem proativa em relação à conformidade, por meio das ferramentas de gestão de qualidade, com destaque ao Sistema de Gestão Integrado (SGI – Sistema de Gestão Integrada) e ao Kaizen (time de melhoria contínua)”, resume Miriam Silva. Essa caminhada também acontece no setor de Autopeças: seguindo as normativas do INMETRO, a fabricante de autopeças Volda conquistou e mantém o selo GPTW há quatro anos, e monitora as pessoas via tecnologia de pesquisa metodológica, informa sua coordenadora de Recursos Humanos, Jeane Ruchdeschel Silva , enquanto, para a tecnologia física, como o objetivo é a segurança, a empresa faz uso de câmeras internas, tendo o cuidado de preservar a privacidade dos colaboradores.

Na Volda, a IA integra um software para gestão de pessoas e busca de profissionais no mercado, relata a coordenadora, alegando que a tecnologia de IA ainda não se aplica à prevenção de riscos de acidentes, por exemplo, “ pois temos um número bem reduzido de eventos, além de baixa gravidade ”.

O Grupo Açotubo, por exemplo, na operação, segundo Luiz Carlos Fernandes diretor de Operações Industriais do Grupo Açotubo – são utilizados dois modelos de IoT: monitoramento on-line da frota de veículos, objetivando a segurança

O caminho para as condições ótimas está sendo trilhado, e a confiabilidade em diversos contextos está acumulando dados e procedimentos vinculados aos acontecimentos e experiências que certamente serão usados pelas futuras ferramentas de IA, para avaliar se um modelo foi capaz de satisfazer as análises de risco e garantir a confiabilidade. Podemos considerar que, usando ou não as disruptivas tecnologias, estamos todos alimentando os futuros modelos.

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Áreas classificadas – Base da cadas segurança e da confiabilidade

Engenheiro eletricista, com mestrado em proteção de sistemas elétricos de potência; Consultor sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas; Organizador do Livro “O ciclo total de vida das instalações em atmosferas explosivas”;

Coordenador da Comissão de Estudo CE 003.065.001 – Medição, controle e automação para a indústria de processo; Membro de Grupos de Trabalho dos Comitês Técnicos TC 31 (Equipment for explosive atmospheres) e TC 95 (Measuring relays and protection equipment) da IEC e Condecorado com o prêmio internacional de reconhecimento IEC 1906 Award

Áreas classificadas é o mesmo que atmosferas explosivas?

Os dois termos técnicos são relacionados aos riscos de ocorrência de fontes de ignição em locais onde pode haver a existência de atmosferas explosivas, formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.

O termo “atmosfera explosiva” significa a mistura, com o oxigênio do ar, de uma mistura formada por gases inflamáveis (como a gasolina ou hidrogênio, por exemplo), ou por poeiras combustíveis (como a soja ou o polietileno, por exemplo), dentro de seus limites de explosividade, a qual, caso entre em contato com uma fonte de ignição (uma centelha elétrica ou uma faísca mecânica, por exemplo), provoca um processo de combustão de alta energia (explosão).

O termo “área classificada” significa locais em que uma “atmosfera explosiva”, contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, está presente ou onde é provável que esteja presente.

Em função dos elevados riscos de explosão existentes nestas “áreas classificadas”, são requeridos uma série de ações de segurança, de forma que estes locais possam ser considerados “seguros”, como, por exemplo, a aplicação de procedimentos de trabalho específicos sobre projeto, montagem, inspeção, manutenção e recuperação de equipamentos e instalações “Ex”. Nestas áreas, é também requerido, em muitos países, que os equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicação, elétricos e mecânicos tenham sido submetidos a processos de avaliação da conformidade e ensaios laboratoriais, de forma a obterem os respectivos certificados de conformidade.

Existe a Norma Técnica ABNT NBR IEC 60050-426 (Vocabulário eletrotécnico internacional - Parte 426: Atmosferas explosivas), elaborada por Comissão de Estudo do Subcomitê SCB 003.031 (Atmosferas explosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade), lançada originalmente em 2002, e que se encontra atualmente na terceira edição, publicada em 2022, que apresenta o vocabulário técnico aplicável sobre equipamentos e instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex”.

O processo de classificação de áreas envolve uma avaliação de risco, na qual são consideradas as probabilidades da presença de atmosferas explosivas, formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, associadas com características dos equipamentos de processo existentes em cada tipo de indústria (química, petroquímica, petróleo, farmacêutica, manufatura). Envolve também avaliar as características dos locais das instalações, como por exemplo a ventilação, diluição e dispersão de atmosferas explosivas, que possam estar presente no ambiente.

A classificação de áreas pode ser também entendida como sendo um método de análise de risco e de classificação das Zonas

de instalações, em que uma atmosfera explosiva de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis possa estar presente. A elaboração da documentação da classificação de áreas consiste na determinação das zonas de áreas classificadas, como por exemplo Zonas 0, 1, 2 para gases inflamáveis, ou Zonas 20, 21 ou 22 para poeiras combustíveis, bem como de grupos, como por exemplo Grupo I (Minas subterrâneas de carvão), Grupos IIA, IIB, IIC (gases inflamáveis) ou Grupos IIIA, IIIB ou IIIC (poeiras combustíveis). São determinadas também a classe de temperatura de gases inflamáveis (T1 a T6), a temperatura de ignição de poeiras combustíveis, bem como a extensão destas zonas ao redor das respectivas fontes de liberação.

Exemplo de desenho simplificado de classificação de áreas contendo gases inflamáveis

Exemplo de desenho simplificado de classificação de áreas contendo poeiras combustíveis

A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 6007910-1, publicada inicialmente em 2006 (como Norma ABNT NBR IEC 60079-10), e atualmente em sua terceira edição (2022), é apli-

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cável, de forma abrangente, à classificação de áreas de instalações contendo gases inflamáveis. Esta norma tem como intenção servir como base para a classificação de qualquer tipo de instalação industrial, considerando as características gerais dos equipamentos de processo existentes, das fontes potenciais de liberação de atmosferas explosivas, dos níveis de ventilação e diluição das instalações e das características de dispersão de gases, vapores e névoas inflamáveis.

São relacionados em um Anexo desta Norma ABNT NBR IEC 60079-10-1, normas “nacionais” e Práticas Recomendadas, elaboradas por diversos países e instituições sobre procedimentos de classificação de áreas, bem como códigos industriais relacionados com este assunto, que são mundialmente utilizados por diversos países e empresas, como por exemplo:

IP 15 - Model code of safe practice for the petroleum industry, Part 15: Area Classification Code for Petroleum Installations Handling Flammable Liquids;

IGEM/SR/25 - Hazardous area classification of natural gas installations;

API RP 505 - Recommended Practice for Classification of Locations for Electrical Installations at Petroleum Facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2;

NFPA 59A - Standard for the Production, Storage, and Handling of Liquefied Natural Gas;

NFPA 497 - Recommended Practice for the Classification of Flammable Liquids, Gases, or Vapours and of Hazardous (Classified) Locations for Electrical Installations in Chemical Process Areas;

TRBS 2152 - Technischen Regeln f r Betriebssicherheitsverordnung - Technical Rules for Plant Safety Provisions.

Exemplo de desenho de classificação de áreas de FPSO, com base no API RP 505 A Norma Técnica Brasileira ABNT NBR 14639 (Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Posto revendedor veicular (serviços) e ponto de abastecimento – Instalações elétricas), por exemplo, apresenta figuras de referência específicas para a classificação de áreas em postos de serviços, contendo líquidos inflamáveis, tais como, derivados do petróleo (gasolina e óleo diesel), álcool e outros combustíveis automotivos.

Exemplo de figura de referência de classificação de áreas em postos de serviços. Fonte: Norma ABNT NBR 14639

Como exemplo de norma sobre classificação de áreas específica para um determinado tipo de instalação, pode ser citada a IGEM SR 25 (Hazardous area classification of natural gas installations / Institution of Gas Engineers and Managers), é aplicável especificamente para instalações que operam com gás natural. Aquela norma apresenta diversas figuras de referência “típicas” para a determinação das extensões de áreas classificadas ao redor de fontes de liberação “típicas” para este tipo de instalações, como, por exemplo, manifolds, gaxetas de válvulas, reguladores de pressão, conexões roscadas e flanges.

Exemplo de figura de referência “típica” para a determinação de extensão de área classificada ao redor de fontes de liberação “típicas” para instalações que operam com gás natural

Existem também normas técnicas que são aplicáveis à classificação de áreas contendo poeiras combustíveis, como por exemplo a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-2 (Atmosferas explosivas - Parte 10-2: Classificação de áreas - Atmosferas de poeiras combustíveis), na qual são apresentados os procedimentos de classificação de áreas, nas quais atmosferas de poeiras combustíveis, nas formas de nuvens e de camadas estejam presentes, de forma a permitir uma adequada avaliação das fontes de ignição que possam estar presentes. Sobre classificação de áreas contendo poeiras combustíveis, existe também a Prática Recomendada NFPA RP 499 (Recommended Practice for the Classification of Combustible Dusts and of Classified Locations for Electrical Installations in Chemical Process Areas), publicada pela NFPA (National Fire Protection Association).

Exemplo de figura de referência “típica” para classificação de tanque de armazenamento de líquido inflamável, com teto fixo, compatível com fontes de risco de volume de magnitude elevada, para vapores mais pesados que o ar, em ambiente com ventilação adequada, e altas taxas de enchimento diário.

Fonte: Norma Petrobras N-2918

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Exemplo de figura de referência “típica” para classificação de áreas para pátio de manuseio de coque, em ambiente fechado, com sistema de dispersão de água.

Fonte: Norma Petrobras N-2918

A sinalização de segurança em áreas classificadas é importante

A instalação de placas de sinalização de segurança em áreas classificadas é destinada a alertar as pessoas. Sob o ponto vista “normativo”, a padronização de placas de sinalização de segurança em áreas classificadas é apresentada nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas ABNT NBR IEC 60079-14 (Instalações elétricas terrestres “Ex”) e ABNT NBR IEC 61892-7 (Instalações elétricas marítimas “Ex”).

Na figura a seguir, é apresentado um exemplo de placa de sinalização de segurança de áreas classificadas, com base nos requisitos indicados nas Normas Técnicas brasileiras adotadas

ABNT NBR IEC 60079-14 e ABNT NBR IEC 61892-7

Sob o ponto de vista legal, a Norma Regulamentadora NR37 (Segurança e saúde em plataformas de petróleo), por exemplo, especifica que as áreas classificadas devem possuir “sinalização de segurança, visível e legível, indicando os locais de proibição da presença de fontes de ignição”. Existem também empresas multinacionais, que operam instalações em atmosferas explosivas em diversos países do mundo, que adotam placas de sinalização de segurança de áreas classificadas utilizando este padrão normativo, acrescido de instruções práticas de segurança, nos idiomas aplicáveis para cada instalação, de forma a conscientizar as pessoas que executam serviços em áreas classificadas sobre os riscos existentes.

Impacto de uma classificação de áreas incorreta na segurança e confiabilidade das instalações “Ex”

Existem diversos tipos de “erros” ou “incorreções” que podem ser introduzidos na documentação de classificação de áreas, dentre os quais podem ser citados, dentre outros, erro na avaliação dos equipamentos de processo, erros na avaliação dos produtos inflamáveis ou combustíveis presentes no processo, erros na avaliação das condições de processo, erros na avaliação da características de ventilação e diluição presentes nos ambientes, erros nos grupos de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, erros nas classes de temperatura e nas temperaturas de ignição dos produtos processados, e erros na determinação das extensões das áreas classificadas ao redor das fontes de liberação.

Há um tipo de incorreção que faz com que se instalem equipamentos “Ex” em locais nos quais não haveria esta necessidade; este tipo de incorreção apresenta o risco da “banalização” da classificação de áreas e cria uma “normalização de desvios”.

A classificação insuficiente, ou aquém das extensões indicadas nas normas técnicas ou práticas recomendadas aplicáveis, coloca o risco de instalação inadequada de equipamentos sem certificação “Ex” em áreas que deveriam ter sido consideradas como sendo áreas classificadas; os equipamentos sem certificação “Ex” podem representar riscos de indevidas fontes de ignição, o que pode causar explosões e acidentes com consequências catastróficas.

Existem também classificações de áreas com grupos ou classes de temperatura incorretas, o que pode levar à especificação de equipamentos “Ex” inadequados para o local, como, por exemplo, equipamentos “Ex” certificados para o Grupo IIA ou IIB, indevidamente instalados em áreas que deveriam ter sido classificadas para o Grupo IIC, ou ainda equipamentos “Ex” certificados com classe de temperatura T3, indevidamente instalados em áreas classificadas que deveriam ser sido classificadas como classe T4.

Requisitos para profissionais envolvidos na classificação de áreas, instalação, inspeção e manutenção de instalações “Ex”

Para trabalhar em áreas classificadas, é requerido que os profissionais envolvidos com serviços de campo nesses áreas

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possuam as devidas qualificações, experiências, treinamentos e competências pessoais “Ex”. Muitas empresas, que são proprietárias de instalações em áreas classificadas, exigem, contratualmente, que estes profissionais tenham obtido a certificação de suas competências pessoais “Ex”, como forma de obter a devida confiança de que os serviços em áreas classificadas serão executados de forma correta, atendendo os requisitos técnicos aplicáveis da ABNT.

De acordo com o sistema internacional de certificação de competências pessoais “Ex” do IECEx, existe uma Unidade de Competências Pessoais específica para os serviços de classificação de áreas, que é a Ex 002 (Execução de classificação de áreas). Existem muitas centenas de profissionais com certificação Ex 002 em diversos países do mundo, incluindo diversos profissionais com esta certificação no Brasil.

Para profissionais envolvidos com classificação de áreas contendo poeiras combustíveis, a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-2 apresenta a Seção 4.3 (Competências Pessoais). Para profissionais envolvidos com classificação de áreas contendo gases inflamáveis, a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-10-1 apresenta a Seção 4.6 (Competências pessoais).

Por sua vez, a Norma Petrobras N-2918 (Atmosferas explosivas – Classificação de áreas), por exemplo, que é uma norma “pública”, apresenta requisitos sobre competências pessoais envolvidos com classificação de áreas, em sua Seção 5.2 Equipe Multidisciplinar para a Classificação de Áreas.

Deve ser ainda “ desmistificado ” que somente profissionais que tenham obtido mestrado ou doutorado possam executar serviços de documentação de classificação de áreas. Técnicos ou engenheiros, por exemplo, que tenham graduação áreas de química, processo, segurança industrial, mecânica, caldeiraria, tubulação, inspeção de equipamentos, dentre outras especialidades, podem executar este tipo de serviço, desde que tenham as devidas experiências e conhecimentos.

Existem no Brasil cursos disponíveis que tratam especificamente de requisitos de classificação de áreas contendo gases inflamáveis e poeiras combustíveis. Estes treinamentos podem também ser solicitados de Empresas especializadas. Neste assunto, os quais podem ser ministrados por Entidades, Organismos de Certificação ou Associações envolvidas com o tema “Atmosferas Explosivas”.

Além dos treinamentos disponíveis sobre este assunto, os profissionais envolvidos com os serviços de classificação de áreas devem também ganhar as devidas experiências e conhecimentos trabalhando em Empresas de Engenharia, em contato com outros profissionais experientes neste tipo de serviços.

As inspeções iniciais devem ser feitas após o comissionamento dos equipamentos “Ex”, e antes de sua energização final e colocação em operação, tendo como base as listas de verificação especificadas na Norma ABNT NBR IEC 60079-17.

As inspeções INICIAIS devem ser feitas de forma a verificar todas as características dos equipamentos, incluindo a verificação das conexões internas, o que implica a abertura dos equipamentos para inspeção detalhada. Estes serviços devem ser feitos para cada um dos equipamentos “Ex” existentes, que podem ser da ordem de milhares ou centenas de milhares, dependendo do porte da instalação “Ex”, os serviços de inspeções PERIÓDICAS podem ser considerados como sendo um dos mais IMPORTANTES em áreas classificadas, com o objetivo de manter a continuidade da CONFIANÇA da segurança proporcionada pelos equipamentos e pelas instalações “Ex”.

Atividades que fazem parte do ciclo total de vida das instalações em atmosferas explosivas

Os equipamentos “Ex” são considerados SEGUROS para serem novamente instalados em áreas classificadas, caso tenham sido submetidos a reparo ou recuperação, sempre que estes serviços tenham sido executados de acordo com os requisitos especificados na Norma ABNT NBR IEC 60079-19 e nas Normas da Série ABNT NBR IEC 60079, relacionadas com os tipos de proteção “Ex” aplicáveis ao equipamento “Ex” reparado (tais como Ex “i”, Ex “eb” ou Ex “ec” ou Ex “tb” ou Ex “pzc”). De acordo com a Norma ABNT NBR IEC 60079-19, devem ser fixadas nos invólucros dos equipamentos “Ex” as devidas PLAQUETAS COMPLEMENTARES DE MARCAÇÃO de reparo ou recuperação.

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Sob o ponto de vista de segurança industrial, pode ser verificado que somente a certificação dos equipamentos “Ex” não é suficiente para garantir a segurança das instalações em atmosferas explosivas, nem das pessoas que nelas trabalham. Fazendo-se uma analogia com uma “corrente”, onde a resistência do conjunto é determinada pelo seu elo mais fraco, a segurança de instalações elétricas, de instrumentação ou mecânicas em atmosferas explosivas depende também da correta realização dos serviços de projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos, dos quais depende também a devida competência dos executantes e pessoas responsáveis pela execução destas atividades “Ex”.

Sob o ponto de vista de segurança das instalações industriais “Ex” e das pessoas que nelas trabalham, bem como da preservação da vida e do meio ambiente, ao longo do ciclo total de vida das instalações “Ex”, a Norma ABNT NBR IEC 60079-17 pode ser considerada como sendo a Norma “Ex” mais importante. Isto se deve ao fato de a aplicação adequada e periódica desta Norma assegurar que as instalações industriais em atmosferas explosivas estejam sempre de acordo com os requisitos de proteção proporcionados pelos equipamentos “Ex”, bem como estejam adequados em termos dos agentes agressivos presentes no ambiente industrial, tais como poeira, sujeira, salinidade, ataques químicos corrosivos e instalações marítimas.

Como um dos principais problemas que podem ser verificados nas instalações de equipamentos elétricos, eletrônicos, de instrumentação, de automação, de telecomunicações e mecânicos “Ex” está a falta de implantação de um sistema de inspeções “Ex”. Já se encontram disponíveis no Brasil sistemas de certificação de competências pessoais para profissionais “Ex”

Existe em operação, desde 2010, no âmbito internacional, o sistema de certificação de competências pessoais “Ex” do IECEx. Este sistema é baseado em onze unidades de competências pessoais “Ex”, relacionadas a seguir:

Unidade Ex 000: Conhecimentos e percepções básicas para adentrar em uma instalação contendo áreas classificadas;

Unidade Ex 001: Aplicação dos princípios básicos de segurança em atmosferas explosivas;

Unidade Ex 002: Execução de classificação de áreas;

Unidade Ex 003: Instalação de equipamentos com tipos de proteção “Ex” e respectivos sistemas de fiação;

Unidade Ex 004: Manutenção de equipamentos em atmosferas explosivas;

Unidade Ex 005: Reparo e revisão de equipamentos com tipos de proteção “Ex”;

Unidade Ex 006: Testes de equipamentos e instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas;

Unidade Ex 007: Execução de inspeções visuais e apuradas de equipamentos e instalações em, ou associadas a atmosferas explosivas;

Unidade Ex 008: Execução de inspeções detalhadas de equi-

pamentos ou instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas;

Unidade Ex 009: Projeto de instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas;

Unidade Ex 010: Execução de inspeções de auditoria ou de avaliação das instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas;

Unidade Ex 011: Conhecimentos básicos para a segurança de sistemas com hidrogênio.

Até o presente momento já foram certificados, dentro do sistema IECEx, cerca de 200 profissionais “Ex” registrados no Brasil. As certificações de acordo com as Unidades de Competências Ex não definem a função de uma pessoa, mas somente as atividades para as quais a pessoa demonstrou ser competente.

Principais tendências tecnológicas aplicáveis a sistemas de controle, instrumentação e automação “Ex”

Nas áreas particulares relacionadas com sistemas de instrumentação, automação e controle em áreas classificadas, uma das novas “ revoluções anunciadas ” que se encontra em fase de implantação são os sistemas com base no “ novo padrão ” Ethernet APL ( Advanced Physical Layer ) / 2-WISE ( TwoWire intrinsically safe Ethernet ), de acordo com a ABNT IEC TS 60079-47: Ethernet APL ( Advanced Physical Layer ) permite a utilização de circuitos de campo com grandes distâncias, com tipo de proteção por segurança intrínseca, com capacidade de comunicação e fonte de alimentação de força, por meio de cabos com dois fios (2-WISE). O padrão APL é uma extensão lógica do padrão Ethernet, que proporciona os atributos e características requeridas para a operação segura e confiável para os dispositivos de campo de uma indústria de processo.

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Transmissores “Ex” em área classificada contendo atmosferas explosivas formadas por gases inflamáveis, incorporando o padrão Ethernet APL / 2-WISE, de acordo com os requisitos da ABNT IEC TS 60079-47

As características do padrão APL incluem o atendimento aos requisitos para proteção de equipamentos, dispositivos e circuitos para instalações em áreas classificadas, contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis. A ABNT IEC TS 60079-47 define a proteção por segurança intrínseca para todos os níveis de ZONAS e EPL para os Grupos I, II e III, incluindo simples procedimentos de verificação, por parte dos usuários, dos parâmetros de entidade de segurança intrínseca, sem a necessidade de cálculos complexos

Exemplo de uma topologia de sistema de controle de processo (DCS) e Sistema Instrumentado de Segurança (SIS) contendo segmentos do tipo tronco (trunk) no padrão Ethernet APL / Ex “e” (com tipo de proteção por segurança aumentada), 2-WISE Field Switches em Zona 2 e circuitos de derivação (spurs) com padrão Ethernet APL / 2-WISE em Zonas 1 ou Zona 2. Sensores dos instrumentos 2-WISE em Zona 0

Marco regulatório global “Ex”

A Organização das Nações Unidas (ONU) tem trabalhado em estreita cooperação com a IEC e com IECEx, de forma a desenvolver um modelo de legislação comum na área de equipamentos e instalações em ambientes com áreas classificadas. Em função desta cooperação, a ONU tem apoiado e incentivado a aplicação dos requisitos de certificação de competências pessoais, oficinas de serviços de reparos e de equipamentos “Ex”

do IECEx na legislação de cada país.

Qualquer dos países membros que ainda não possuam programas de legislação no setor de atmosferas explosivas podem utilizar o modelo elaborado e proposto pela ONU, como base para a sua legislação local. Em países que já possuam tais programas, estes podem considerar a convergência regulatória mundial gradual dos modelos existentes para o novo modelo internacional proposto. De acordo com a ONU, a existência de diferentes requisitos legais em diferentes países pode, por si só, representar um risco, uma vez que trabalhadores que se deslocam de um local para outro podem possuir familiaridade

insuficiente com os requisitos locais de segurança. De forma a fornecer a base para uma regulação comum, foi elaborado pela ONU, em 2011, juntamente com o IECEx, um documento do tipo CRO (Objetivos de Regulamentos Comuns), intitulado “Marco Regulatório Comum para equipamentos utilizados em ambientes de atmosferas explosivas”. Este documento é baseado na abordagem do ciclo total de vida das instalações, o que requer a execução correta de diversas atividades envolvidas, incluindo projeto, classificação de área, seleção, instalação, inspeção, manutenção e reparos dos equipamentos “Ex”.

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Cuidados Ex

“No Brasil, não há um curso formal para classificação de áreas, e o resultado é que uma grande parte das empresas não possui um estudo de classificação de áreas confiável, pois, contrataram empresas sem a capacitação requerida, e cujos estudos não protegem contra os riscos dos processos existentes nas plantas industriais, colocando vidas e patrimônio em risco!

Alguns defendem a “certificação pessoal” como a solução de todos os problemas, mas, aqui temos um agravante: só há uma empresa no mundo que faz “certificação pessoal em classificação de áreas”. Então, estamos em um terreno muito perigoso.

É bom fixar: áreas classificadas não é o mesmo que áreas de atmosferas explosivas. Infelizmente, muitos incorre neste equívoco conceitual. Uma área é dita classificada quando nela há a possibilidade de ser formada uma atmosfera explosiva em seu interior. Quando ocorrerá a materialização da possibilidade? Não se sabe; pode ser amanhã, pode ser nunca. Então, não é “área de”, mas, “área sujeita a”. Na dúvida do “quando ocorrerá”, o projeto da instalação deverá considerar esta possibilidade, garantindo a todo momento a segurança dos equipamentos e das pessoas.

Uma atmosfera explosiva se forma quando a concentração de gás inflamável (ou de pó combustível), ultrapassa o valor denominado ‘limite inferior de explosividade’ (LIE), também conhecido como ‘limite inferior de inflamabilidade’ (LII). Porém, uma vez identificada a possibilidade, a possível nuvem que se formará com a concentração

acima do LIE deverá ser delimitada. Exemplo: suponhamos que uma garrafa de 2 litros, sem tampa, cheia com gasolina, seja colocada sobre uma mesa em uma sala de 100 m3, que tem uma janela e uma porta. Os vapores inflamáveis emanados da garrafa caracterizarão a sala como área classificada? Provavelmente, não, pois o volume da sala é muito grande, em comparação à quantidade de vapores inflamáveis liberados da garrafa. Porém, ao redor da boca da garrafa poderá ser atingido o LIE dos vapores de gasolina, e pela definição, aquela região poderá ser considerada uma “área classificada”. Neste exemplo, caberá ao responsável pelo estudo decidir se tais dimensões serão incluídas nos documentos, ou, se considerar seu tamanho pequeno em relação ao volume da sala, ele poderá deixála como uma região de dimensões desprezíveis.

O estudo de classificação de áreas consiste em determinar até que distância da fonte de emissão (neste caso, a boca da garrafa), a atmosfera poderá apresentar-se em concentração acima do respectivo LIE. E, para determinar esta distância, é necessário utilizar um modelo matemático, que considere todas as características do cenário provável.

O estudo, nos 3 casos, segue as mesmas diretrizes, que podemos resumir como as mais relevantes: identificação do produto; das situações em que ele poderá ser liberado no ambiente; das condições ambientais mais desfavoráveis, e das características dos procedimentos operacionais existentes.

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Estellito Rangel Jr., Consultor em sistemas industriais, instalações em áreas classificadas e segurança em eletricidade

As ‘normas’ não são as mesmas, mas já encontrei em auditorias o uso de uma ‘norma’ em uma instalação onde ela não se aplicava... Há uma grande confusão sobre as ‘normas’ aplicáveis nestes estudos. Por exemplo, a API RP 505 é chamada erroneamente de ‘norma’, mas é na verdade – como diz seu nome – uma ‘prática recomendada’, que é um tipo de documento técnico que não estabelece requisitos; apenas descreve algumas das opções ‘conhecidas’ para cada caso. Mas, como apenas é ilustrativo, induz o leitor que não tem a capacitação requerida que a classificação de área se resume a copiar os exemplos lá mostrados, em toda e qualquer planta industrial. Isto acarretou um passivo enorme nas empresas, que hoje possuem classificações de áreas completamente distorcidas da realidade. A API RP-505 não especifica sequer os produtos inflamáveis presentes nos processos lá ilustrados, pois, ela ressalta que é responsabilidade do profissional responsável, e não daquele documento, o estudo de classificação específico da planta industrial.

E temos a IEC 60079-10-1, que só se tornou um documento volumoso, com diversas equações, após o “convite” do Maintenance Team ao HSE inglês para integrar o grupo que elabora a norma. O fato de a IEC 60079-10-1 ter sido emitida pela IEC tem levado à equivocada interpretação de que classificação de áreas seja tarefa para os engenheiros eletricistas; na verdade, apenas quem conhece os processos e os fenômenos envolvidos poderá cuidar das avaliações para classificar áreas.

Um ponto a destacar é a sinalização. Ela é muito importante, uma vez que, na área industrial, comumente temos gases incolores, e nem sempre a avaliação de sua concentração pode ser avaliada pelo cheiro, pois, a sensibilidade varia, de pessoa para pessoa. Desta forma, uma sinalização, destacando as informações do estudo de classificação de áreas, é fundamental para a segurança de trabalhadores e visitantes da planta industrial.

O que notamos nas auditorias é que muitas empresas “criam” suas placas de sinalização, com textos inadequados. Por exemplo, “não fumar” é apenas um dos cuidados em uma área classificada, de modo que é necessária uma placa com informações objetivas e devidamente acompanhada dos treinamentos das pessoas. A função da placa é alertar os trabalhadores treinados; ela

não tem condições, nem objetiva, substituir treinamentos. Uma vez que cada país tem seus procedimentos de sinalização, a norma IEC não definiu um modelo. A sinalização para áreas classificadas precisa informar ao trabalhador os dados importantes para a segurança, extraídos do estudo de classificação de áreas: a zona, a classe de temperatura permitida aos equipamentos que pretendam ser usados na área, o grupo do gás inflamável, e o número do desenho de classificação de áreas, onde informações sobre a localização e o volume da provável atmosfera explosiva estarão mostrados. As diretrizes ISO (International Organization for Standardization) não defendem o uso de textos nas placas, porque a função da placa é alertar; elas precisam despertar a atenção quando os olhos do trabalhador baterem nelas, não necessitando que sejam lidas de cima a baixo.

Este tem sido um erro muito comum nas empresas auditadas: placas com textos em português – onde visitantes estrangeiros não conseguem lê-los. Também deve ser ressaltado que não basta colocar placas na planta; o treinamento para trabalhadores e visitantes deve mostrar o significado delas, e o que deve ser feito, ao se avistar uma.

Isso é fundamental, porque a classificação de áreas está fundamentalmente ligada à segurança, pois, apenas equipamentos especiais poderão ser instalados na região, que tenham sido ensaiados e certificados como seguros, sem atuarem como fontes de ignição, o que causaria uma explosão. Além disso, os procedimentos de serviços e a liberação de trabalho nestas áreas classificadas devem ser elaborados com cuidado, e serem respeitados por todos.

Uma classificação errada pode tanto ter permitido equipamentos sem a segurança requerida e mais frágeis, quanto ter exigido equipamentos mais robustos, com maior peso e dificuldade de manutenção. Nos dois casos, podem ocorrer intervenções de manutenção mais frequentes, o que pode impactar na continuidade operacional, e por conseguinte, na confiabilidade da planta industrial.

E isso impacta também em quem vai fazer as vistorias, onde o risco vai depender das atividades a desempenhar: caso use dispositivos que não atendam à classificação correta da área, poderá correr o risco de eles atuarem como fonte de ignição, e neste caso, com potencial de provocarem ferimentos graves. Cabe ressaltar que há algumas propagandas nas redes sociais, de empresas que prometem ‘reduzir’ as áreas classificadas; porém, isto só é factível se o estudo existente foi feito com premissas exageradas, ou se os processos atuais forem modificados, para que a formação de atmosferas explosivas venha a ser limitada. E, se for possível fazer tal ‘redução’, ela precisará estar devidamente justificada e documentada”.

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Web Summit Qatar

O Web Summit, um dos maiores encontros tecnológicos do mundo, aconteceu em Doha, capital do Qatar, reuniu mais de 15 mil visitantes de 118 países, e quase 380 acadêmicos, empreendedores e profissionais técnicos, que trocaram ideias sobre vários temas, como IA, condução autônoma, energias renováveis, exploração espacial, moedas digitais, segurança cibernética e capital de risco. O evento foi uma plataforma para mais de mil startups e 401 investidores institucionais interagirem.

O primeiro-ministro do Qatar, HE Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, anunciou que o fundo soberano do Estado do Golfo investiria US$ 1bilhão em fundos de capital de risco internacionais e regionais. Nomeado ‘Fundo

dos Fundos’, o programa visa a promover a inovação, atraindo os principais fundos de capital de risco e empreendedores internacionais, tanto para o Qatar como para toda a região do Golfo.

“O Qatar é o cenário perfeito para a Web Summit, com os seus compromissos com o avanço tecnológico e a sua vibrante comunidade de pensadores e criadores”, disse Al Thani na conferência.

O Primeiro-Ministro também acredita que deve haver uma dimensão moral neste novo fundo, procurando melhorar os padrões de vida e abrir o acesso a pessoas anteriormente ignoradas ou tecnologicamente e economicamente desfavorecidas, em toda a região: “A inovação não é um fim, mas um meio para um fim. Que o nosso objetivo seja garantir que a tecnologia seja partilhada com todos e utilizada com sabedoria, melhorando a vida das pessoas em todo o mundo”, concluiu o Primeiro-Ministro.

Mulheres na tecnologia – 37 % dos participantes e 30 % dos palestrantes são mulheres –; uma em cada três startups participantes tem uma mulher na equipe fundadora. O Women in Tech Lounge recebeu organizações como Mulheres do Qatar e Techmakers Women, e milhares de mulheres da área de tecnologia de todo o mundo.

O Web Summit organiza grandes eventos de tecnologia pelo mundo, conectando pessoas e ideias em Web Summits, em Lisboa, na América do Norte, na Ásia e no Rio de Janeiro.

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Consultoria estratégica e tecnologia fortalecem agenda ESG

A agenda ESG é uma das principais e mais importantes pautas debatidas atualmente em todo o mercado. E foi pensando no fortalecimento e amadurecimento dessa agenda que o Grupo ReciclaBR, empresa de reciclagem de metais não ferrosos do Brasil, contratou os serviços da TOTVS Consulting: o grupo deseja estabelecer processos e modelos de governança mais bem estruturados, além de um planejamento tático para incrementar a atuação nos três pilares (ambiental, governança e social), alinhados com os requisitos da Certificação ASI (Aluminium Stewardship Initiative) – principal do setor.

NIST lança versão 2.0 do Landmark Cybersecurity Framework

“Sabemos da importância da agenda ESG, e queremos avançar cada vez mais nas ações que temos, por isso buscamos por um parceiro que demonstrasse conhecimento no mapeamento e na implementação de ações que enriquecessem nossas atividades. A TOTVS Consulting se destacou neste quesito, uma vez que também já tínhamos contato com a tecnologia da companhia”, destaca Fábio Mazzini, CEO do Grupo ReciclaBR.

Presente em todo território nacional, o Grupo ReciclaBR possui quatro fábricas industriais e 23 centros de coleta, sendo responsável por processar e retornar para a economia 35% da sucata de alumínio no país. Dentro da sua operação, a companhia já possui sistemas para a contenção de resíduos, evitando emissões na atmosfera, e uma das plantas de reciclagem, localizada em Itaquaquecetuba/SP, conta com reservatório para reaproveitamento de água pluvial, além de ser certificada pela ISSO 14001.

Na atual fase do projeto, a TOTVS Consulting identificou e elaborou um mapa de calor com os gaps do grupo, e quais itens são críticos e prioritários para iniciar o plano de ação, apresentando para a diretoria os próximos passos. O mapeamento dos gaps foi baseado em uma metodologia específica da TOTVS, ancorada nos principais frameworks de sustentabilidade global e nos requisitos da certificação ASI, criando uma agenda de melhoria em processos internos, que envolvem todas as áreas da companhia e seus stakeholders. Além disto, o mapeamento apontou a melhor usabilidade para tecnologias existentes, e um roadmap de novas soluções digitais, com o objetivo de obter maior rastreabilidade para toda a operação e governança dos processos da empresa.

“Esta etapa é uma importante ferramenta para preparar a ReciclaBR para um grande passo na direção de uma agenda ESG estratégica e relevante, em linha com a essência do seu negócio, que envolve a sustentabilidade como valor agregado ao negócio de reciclagem em toda a sua cadeia”, descreve Marco Cafasso, diretor-executivo da TOTVS.

O NIST – National Institute of Standards and Technology – atualizou o amplamente utilizado Cybersecurity Framework (CSF), seu documento de orientação para reduzir o risco de segurança cibernética. A nova edição 2.0 foi projetada para todos os públicos, setores da indústria e tipos de organizações, desde as menores escolas e organizações sem fins lucrativos, até as maiores agências e corporações – independentemente de seu grau de sofisticação em segurança cibernética.

Em resposta aos inúmeros comentários recebidos sobre a versão preliminar, o NIST expandiu a orientação principal do CSF e desenvolveu recursos relacionados para ajudar os usuários a tirarem o máximo proveito da estrutura.

“O CSF tem sido uma ferramenta vital para muitas organizações, ajudando-as a antecipar e lidar com ameaças de segurança cibernética”, disse a subsecretária de Comércio para Padrões e Tecnologia e diretora do NIST, Laurie E. Locascio. “O CSF 2.0, que se baseia em versões anteriores, não é apenas um documento. Trata-se de um conjunto de recursos que podem ser personalizados, e usados individualmente ou em combinação ao longo do tempo, à medida que as necessidades de segurança cibernética de uma organização mudam e suas capacidades evoluem.”

O CSF 2.0, que apoia a implementação da Estratégia Nacional de Cibersegurança dos EUA, tem um escopo expandido que vai além da proteção de infraestruturas críticas, como hospitais e usinas de energia, para todas as organizações, em qualquer setor. Também tem um novo foco em governança, que engloba como as organizações tomam e executam decisões informadas sobre a estratégia de segurança cibernética. O componente de governança do CSF enfatiza que a segurança cibernética é uma importante fonte de risco empresarial que os líderes seniores devem considerar ao lado de outros, como finanças e reputação.

O LCR é amplamente utilizado internacionalmente; as versões 1.1 e 1.0 foram traduzidas para 13 idiomas, e o NIST espera que o CSF 2.0 também seja traduzido por voluntários em todo o mundo. Essas traduções serão adicionadas ao portfólio em expansão de recursos do QCA do NIST. Nos últimos 11 anos, o trabalho do NIST com a International Organization for Standardization (ISO), em conjunto com a International Electrotechnical Commission (IEC), ajudou a alinhar vários documentos de cibersegurança. Os recursos ISO/IEC agora permitem que as organizações criem estruturas de segurança cibernética e organizem controles, usando as funções do CSF. O NIST planeja continuar trabalhando com a ISO/IEC, para continuar esse alinhamento internacional.

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A JM400, da Nova Smar, é uma caixa de junção especialmente projetada para facilitar conexões em Foundation fieldbus, Profibus, HART e 4-20 mA. A classificação IP66/68W de sua carcaça, associada a prensa-cabos apropriados, protege as conexões elétricas da poeira, da água, óleo e da condensação. Ela pode ser usada em ambientes internos ou externos, e pode resistir às condições ambientais mais severas. Seu design permite acesso fácil aos terminais, sem o uso de ferramentas especiais. Os terminais são do tipo gêmeos, nas quatro extremidades. Eles podem ser usados como dispositivo de entrada e saída do barramento, de acordo com a conveniência da aplicação, mantendo separados os fios, que devem ser desligados em caso de manutenção do instrumento. Este arranjo torna possível desligar um só dispositivo, sem quebrar a continuidade de todo o segmento. E ainda permite conexão fácil e segura em Fieldbus (Foundation Fieldbus e Profibus), HART e na instrumentação convencional 4-20 mA;

É ideal para ligações de sensores, atuadores e equipamentos de medição, em áreas classificadas ou não; facilita a manutenção, prevenindo curtoscircuitos no barramento; permite a desconexão de equipamentos sem a interrupção da continuidade do barramento; reduz os custos de cabeamento, assim como minimiza custos do projeto do sistema de controle de processos; reduz o tempo de start-up, e simplifica a manutenção. Reduz o tempo de paradas; tem carcaça à prova de tempo, o que previne que água, óleo ou sujeiras cheguem até as conexões elétricas; possui 4 entradas/saídas, que podem ser usadas convenientemente de acordo com a aplicação; é de fácil acomodação interna para o terminador de barramento.

A Heliotek, companhia que desenvolve soluções para otimizar e garantir eficiência energética no aquecimento de água, anunciou o lançamento da linha de coletores solares 2024, com três produtos principais: Elite, MC3000 e MC1500, todos desenvolvidos no Brasil.

O Elite, coletor mais eficiente do mercado, de acordo com o Inmetro, tem como principal diferencial a sua tecnologia, que gera mais energia por metro quadrado, demandando menos coletores nas áreas de obras, o que otimiza os custos com energia elétrica. O resultado do sucesso da captação e retenção de calor do coletor Elite se dá por meio da combinação das tecnologias que aliam o revestimento seletivo, 10 tubos, e excelente isolamento, o que o torna altamente eficiente.

Todos os produtos da linha são totalmente alinhados a diretrizes sustentáveis, com materiais recicláveis e certificação ISO 14000. Durante o desenvolvimento, a equipe se preocupou em elevar os padrões de design dos produtos e alcançar o acabamento premium, uma necessidade relatada por arquitetos. Na linha, é possível encontrar produtos compostos por vidro solar prismático e baixo teor de ferro temperado, que, além da elegância, promovem maior absorção de energia, aumentando a eficiência e a vida útil, já que não sofrem com a oxidação, e isto garante longa durabilidade.

Os novos coletores também são projetados com isolamento especial, que impede a dissipação de calor e assegura uma retenção térmica aprimorada – essa tecnologia minimiza as perdas de calor, aumentando ainda mais a eficiência.

O destaque do desenvolvimento da linha está na engenharia nacional: após dois anos de pesquisa e desenvolvimento, com foco principal em entregar alta performance aliada a redução de custos, foi lançada a linha com coletores que superam os internacionais alemães, com criação própria da engenharia nacional. Isto deve ser evidenciado, uma vez que reforça o caráter inovador da engenharia brasileira.

Os lançamentos são direcionados para engenheiros, arquitetos, projetistas e empresas do segmento da construção e aquecimento de água, que atuam em grandes obras, mas também estão disponíveis para o consumidor final em mais de 450 pontos de venda espalhados pelo Brasil.

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C&I_285 - 01
C&I_285 - 02

C&I_285

Os Terminais de Rede Óptica (ONTs) e Unidades de Rede Óptica (ONUs) da Huawei têm fonte de alimentação eficiente Power over Ethernet Plus Plus (PoE++), acesso de serviço integrado de alta largura de banda 2.5/10G, proteção de alta disponibilidade tipo B/C, e autenticação de segurança 802.1X — atendendo aos requisitos de acesso de alta qualidade.

Com recursos aprimorados de índice de entrega de mídia (eMDI), diagnóstico de qualidade de vídeo de protocolo de Internet (IP), simulação de rede local com fio (WLAN)/protocolo ponto a ponto sobre Ethernet (PPPoE)/protocolo de configuração dinâmica de host (DHCP), detecção rápida de ONTs não autorizados e operações e manutenção (O&M) remotas, os requisitos de manutenção no local são reduzidos ao mínimo.

O portfólio da Huawei inclui o OptiXstarW626E-10

C&I_285

– tipo GPON e Wi-Fi 6, oferecendo acesso de banda ultra larga, alto desempenho e ampla cobertura aos usuários; o alto desempenho de encaminhamento garante uma experiência de usuário consistente para serviços de voz, dados e vídeo de alta definição (HD) –, OptiXstar P815E-G-E – suporta portas 4*XGE e 24*GE, proporcionando experiências empresariais de alta qualidade –; suporta PoE++; transmite energia, enquanto transmite dados através de cabos Ethernet, o que efetivamente resolve problemas de fornecimento de energia para terminais, como pontos de acesso (APs) internos –, OptiXstar P815 EX-E – que opera na faixa de temperatura de -40 °C a +55 °C, tem proteção de serviço tipo B/Tipo C, autenticação 802.1x, Firewall, Anti ataques DoS/ARP e outros recursos de segurança, gerenciamento centralizado no eSight, e configuração automática de serviços.

A Stäubli lançou um novo portfólio de acessórios de teste MC4, que permite medições em instalações fotovoltaicas com níveis de tensão de sistema de até 1500 V DC. Esses cabos de teste são certificados de acordo com o padrão harmonizado de teste e medição, de acordo com UL e IEC 61010-031. O conector MC4 incluído é equipado com um terminal de crimpagem banhado a ouro, para medições precisas e altos ciclos de acoplamento.

A oferta inclui cabos de teste MC4 certificados e conectores de teste MC4 certificados para automontagem. Os cabos de teste fornecem abas de travamento, para serem acionadas durante o processo de acoplamento. Os conec-

tores de teste MC4 estão disponíveis com ou sem abas de travamento.

O uso pretendido é normalmente a conexão temporária do dispositivo de medição ao lado CC do sistema fotovoltaico, para que a corrente e a tensão possam ser medidas e testadas.

A linha é certificada para teste e medição padrão UL e IEC 61010-031; seus conectores MC4 vêm com terminais de crimpagem banhados a ouro, para medições precisas e altos ciclos de acoplamento em uso a longo prazo, e estão disponíveis com ou sem abas de travamento; podem ser montados com fio de cobre com seções transversais de 2,5 mm 2/14 AWG, 4 mm 2/12 AWG, 10 AWG e 8 AWG.

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A Emerson apresentou a nova geração de Smart Switches e Safety Switches DeltaV, projetados com foco no aumento da segurança e na melhoria do desempenho nos ambientes hostis atuais.

Os novos Smart Switches reduzem o custo de componentes comerciais prontos para uso com software e recursos específicos DeltaV, projetados para garantir uma integração mais fácil e prontidão plug-and-play na rede de controle de área (ACN) DeltaV, nas redes de segurança e em outras redes externas à ACN.

Os Smart Switches DeltaV não exigem nenhuma configuração especial para funcionar em redes DeltaV, e são pré-configurados para detectar ataques man-in-the-middle. Os recursos avançados de fácil acesso do DeltaV Network Device Command Center ajudam a garantir que os Smart Switches da rede sejam configurados de forma consistente e segura. Unidades centrais de processamento (CPU) mais potentes proporcionam melhor desempenho, e circuitos integrados específicos para switches fornecem novos recursos, como buffers de rede aprimorados, para melhor utilização da CPU e arquitetura sem bloqueio, o que permite maior disponibilidade do sistema DeltaV.

Os alertas e diagnósticos de rede são informados automaticamente às estações de trabalho DeltaV, e o aplicativo DeltaV Network Device Command Center oferece a interface para diagnosticar e solucionar problemas de rede. Todos são integrados sem a necessidade de aplicativos de terceiros para o monitoramento da rede.

A Belden lançou seu switch gerenciado Hirschmann BXP (BOBCAT eXtreme Performance). Esta extensão da comprovada família de switches BOBCAT, da Hirschmann, uma marca da Belden, oferece um design compacto, flexibilidade e interoperabilidade aprimoradas, e velocidades de até 10 gigabits por segundo (Gbps), para atender às necessidades dinâmicas das aplicações de material rodante ferroviário.

À medida que os construtores e operadores procuram conectar mais equipamentos – incluindo câmeras de alta velocidade com uso intensivo de dados e dispositivos de internet – eles precisam de um backbone de rede forte para fornecer tempo de atividade contínuo e transmissão de dados precisa. Com sua poderosa combinação de recursos, incluindo uma área compacta, alta contagem de portas, até 10 Gigabit Ethernet (GE), Power over Ethernet (PoE++), e protocolos com alta disponibilidade de redundância contínua (HSR) e protocolo de redundância paralela (PRP), o robusto BXP pode resistir a ambientes agressivos em trens em movimento.

O switch gerenciado BOBCAT oferece benefícios poderosos, tais como alta densidade de portas, incluindo variantes de 20 e 28 portas, para conectar mais dispositivos de rede; largura de banda e velocidade robustas, com até 6x 10 portas GE, prontas para expansão no futuro; e PoE ++ até 120 W, para atender às altas demandas de energia dos dispositivos integrados.

A BXP agrega valor por meio de configuração simplificada, baseada na web, opções flexíveis de configuração de switch de Camada 2 ou Camada 3 e segurança avançada, por meio do Sistema Operacional Hirschmann (HiOS). Com sua combinação de alta contagem de portas, PoE++ e baixos requisitos de manutenção, a BXP também oferece baixo custo total de propriedade.

O interruptor gerenciado BXP atende os padrões essenciais de material rodante ferroviário, como as normas europeias EN 50155, EN 50121 e EN 45545, para choque, temperatura de operação, interferência eletromagnética, vibração, resistência ao fogo e outras condições. A BXP obteve várias certificações internacionais e da indústria – incluindo Conformité Européenne (CE), International Electrotechnical Commission (IEC) e Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals (REACH).

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