Revista Controle & Instrumentação nº283

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Sumário

Talking About

Cover Page 28 De robôs a cachorros mecânicos, a

O futuro está em movimento

automação móvel se populariza em ambientes industriais

A Pandemia acelerou o movimento de transações virtuais, adoção de tecnologias digitais, e a monitoração/atuação e mesmo o trabalho remotos. Mesmo trabalhar remotamente não é mais exclusividade dos nômades digitais – ainda que as janelas se abram para paisagens diferentes. A incerteza econômica, os modelos de trabalho híbridos e flexíveis, as atitudes em relação ao trabalho, as tecnologias e ferramentas ... tudo está mudando. Mas, se o home office não é mais uma unanimidade – muitas empresas querem aboli-lo, por ‘n’ motivos –, as possibilidades da monitoração e atuação remotos nos processos industriais só tendem a aumentar. E, quando se diz aqui ‘industriais’, incluam-se o agronegócio e a logística (interna e externa).

Special

Uma descoberta de levantamento recente da McKinsey é a de que as categorias profissionais que envolvem presença física tendem a ter maior adesão à automação. Isso porque, durante a Pandemia, foi preciso reduzir o número de pessoas trabalhando juntas e, ainda assim, continuar atendendo as demandas. As empresas que não estavam pensando em automatizar e digitalizar se viram em dificuldades, perdendo espaço para as que já estavam avançando nesse processo, e já adentrando o mundo da Inteligência Artificial – os early adopters saíram na frente, e 56% dos participantes que não tinham implementado tecnologias da Indústria 4.0 antes da Pandemia se viram limitados em sua capacidade de resposta, diante da falta de tecnologias digitais para apoiá-los.

16 50 anos da Yokogawa América do Sul

37 Seções Permanentes 08 News 10 Market 15 Flash 24 Energies 36 Case 41 Cast

A matéria de capa desta edição traz uma conversa com quem vem implantando ‘tecnologias móveis’ em diversos setores – eles estão mais próximos do nosso dia-a-dia do que se poderia supor. Vale conferir o que Komatsu, Delphi, Yara, Adama, Grupo ICL, M. Dias Branco e VW têm a dizer sobre isso. A edição traz um pouco das notícias sobre os negócios e o mercado, complementando nossas conversas diárias nas mídias sociais, e semanais pelas newsletters.

Próxima Edição –

Visibilidade, monitoramento e prevenção de ataques cibernéticos

Boa leitura O editor

C&I Instrumentação Controle &

www.controleinstrumentacao.com.br ISSN 0101-0794

www.editoravalete.com.br facebook.com/controleinstrumentacao

www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br

Colaboraram, com informações e imagens, as assessorias de imprensa

NESTA EDIÇÃO

ENDEREÇO Rua Siria, 90 Pq. São Jorge São Paulo - SP CEP: 03086-040 Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838

DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS publicidade@editoravalete.com.br FINANCEIRO financeiro@editoravalete.com.br REDAÇÃO redacao@editoravalete.com.br

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Capa: criação sobre foto VW

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www.controleinstrumentacao.com.br/calendario PEOPLE A Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – nomeou o empresário Lucas Mota, CEO da ME Energia, como o novo coordenador estadual da entidade no Espírito Santo. O executivo assume com a missão de ampliar a colaboração regional no desenvolvimento de políticas públicas, programas e incentivos na área de energia solar, incluindo tecnologias sinérgicas de armazenamento de energia elétrica, e hidrogênio verde. A proposta com o novo coordenador é também promover o crescimento econômico e sustentável no estado, a partir da expansão da fonte solar no território capixaba: segundo dados da Absolar, o Espírito Santo possui mais de 42 mil conexões operacionais de tecnologia fotovoltaica em telhados e pequenos terrenos, espalhadas por 78 municípios, ou seja, 100% da região. Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Espírito Santo a atração de cerca de R$ 2,6 bilhões em investimentos, geração de mais de 15,7 mil empregos, e a arrecadação de mais de R$ 613 milhões aos cofres públicos. Conforme mapeamento da entidade, os capixabas estão entre os quinze estados brasileiros com maior potência instalada de energia solar para a geração própria. O estado possui 525,7 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Para Lucas Mota, o estado possui um enorme potencial de desenvolvimento social, econômico e ambiental, a partir da fonte solar e tecnologias sinérgicas. “Com a implementação de boas políticas públicas e incentivos, o Espírito Santo pode, em

A Kimberly-Clark anunciou Claudio Vilardo como novo presidente da operação no Brasil. Há 24 anos na companhia, o executivo possui ampla experiência no setor e passa a liderar o negócio no país. Anteriormente, Cláudio ocupava a posição de diretor sênior de Excelência Comercial e Transformação para a América Latina, e agora, estando à frente do negócio localmente, continuará contribuindo para que as marcas Huggies, Intimus e Plenitud se mantenham no topo das categorias em que competem. “Ao longo dessas duas décadas e meia na Kimberly-Clark, posso dizer que a palavra “transformação” vem guiando meus passos dentro da companhia. Assumi diversos desafios em minha trajetória, desde momentos difíceis, como a Pandemia, até a criação de novos projetos e vivências no exterior. Dessa forma, me sinto preparado para essa nova fase, e pronto para liderar o negócio brasileiro, que é um dos principais mercados da companhia, a partir do nosso propósito de cuidado e investimentos contínuos em inovação e tecnologia”, comenta Vilardo. Cláudio possui quase 30 anos de experiência em Vendas, Trade Marketing e Excelência Executiva. É formado em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), possui MBA em Administração e Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e mestrado em Administração de Empresas (FIA).

“Temos e lutar com vontade para que o país tenha uma indústria forte, máquinas potentes, modernas e tecnologia, e o resultado veremos lá na frente”, afirmou o presidente eleito, Adriano Machado Meireles, durante seu discur-

so na cerimônia de posse da diretoria da Câmara Setorial de Projetos e Equipamentos Pesados, realizada na sede da Abimaq, em São Paulo. José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, afirmou a importância das posses das câmaras da entidade, que é onde começa o contato com o chão-de-fábrica. “A Abimaq tem trabalhado para melhorar a competitividade das empresas, e o principal tema da entidade é a melhoria do ambiente de negócios e das reformas, por isso, todos os diretores-executivos estão à disposição, para ajudar a atingir o objetivo da CSPEP para os próximos anos”, completou Velloso.

pouco tempo, assumir posição cada vez maior de liderança no País, com mais geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, comenta.

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Steps Na sequência, Wagner Setti, presidente da Câmara no quinquênio de 2018-2023, recebeu uma homenagem da diretoria da Abimaq, e agradeceu aos departamentos da entidade por estarem aliados ao que a CSPEP busca, dentro das atividades. “Eu agradeço toda a oportunidade, foram cinco anos bastante ricos, tentamos fazer o máximo possível, dentro de um período de Pandemia que acabou trazendo uma certa dificuldade, mas estamos todos aqui tocando as nossas vidas e fortalecendo os nossos negócios”, reforçou Wagner. @Divulgação

dos principais desafios dos próximos anos: o IntegraTietê. “O programa Novo Rio Pinheiros foi um gigante piloto, reduzindo enormemente a carga orgânica no Rio, e está sendo usado como exemplo do que vamos implantar no rio Tietê. Vamos usar o mesmo conceito de contrato de performance, infraestrutura e suporte social”, completou. Em segundo lugar, na categoria ESG, o programa Água Legal, da Sabesp, está sendo ampliado para mais 245 mil moradores, de 93 comunidades na Região Metropolitana. Reconhecido pela Rede Brasil Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto regulariza ligações de água em áreas de alta vulnerabilidade social, onde os moradores são abastecidos de modo precário por tubulações improvisadas e sujeitas à contaminação. Já beneficiou mais de 680 mil pessoas, desde 2016. “O Água Legal nos ajuda a construir um futuro melhor e mais desenvolvido com a universalização do saneamento básico”, concluiu Salcedo. O Programa Ensinando a Pescar conquistou o terceiro lugar na categoria Comunidade. Trata-se de cursos gratuitos de instalações hidráulicas, entre outros, que ajudam a recolocar pessoas no mercado de trabalho. @Divulgação

A Sabesp conquistou três prêmios no GRI Infra Awards 2023. A Companhia subiu no pódio duas vezes, quando o tema foi ESG, conquistando 1º e 2º lugares. Na categoria Comunidade, a Sabesp levou a terceira posição. O GRI Club é um ecossistema formado por tomadores de decisão de empresas que investem e operam no mercado imobiliário, na infraestrutura e no agronegócio, e premia os empreendimentos que mais se destacaram em cada segmento, bem como os projetos de maior impacto social, mais aderentes às práticas ESG, e as empresas responsáveis pela transação do ano. Neste sentido, alinhada com as práticas ESG, a Sabesp foi reconhecida em primeiro lugar pelo programa Novo Rio Pinheiros e, em segundo lugar, pelo programa Água Legal. O diretor-presidente André Salcedo recebeu os troféus, agradeceu ao GRI, e parabenizou as empresas do setor de infraestrutura, pelo importante papel que desempenham para o desenvolvimento socioambiental e econômico do País. “A Sabesp completa 50 anos, e a gente quer, cada vez mais, mostrar a importância que as pessoas têm na nossa vida. É para melhorar a saúde e a qualidade de vida dessas pessoas, que a gente se esforça em ações sustentáveis, com foco na economia circular, no uso racional da água e na universalização do saneamento”, afirmou Salcedo. Vencedor da noite na categoria ESG, o Novo Rio Pinheiros inovou na gestão de contratos por resultados, soluções de engenharia, e alcançou resultados importantes na bacia, onde estão 2 milhões de pessoas. A iniciativa, agora, vai nortear um

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A Ultracargo ganhou o GRI Infra Awards 2023 na categoria Mulheres – Equidade de Gênero. Entre tantas iniciativas que a empresa desenvolve, voltadas para o público feminino, o destaque foi para um projeto em parceria com a Rede Mulher Empreendedora e o Grupo Ultra, em que uniram forças com Ipiranga e Ultragaz: o Programa de Capacitação de Mulheres. Este projeto visa a fomentar a geração de renda e o empreendedorismo, e contou com vagas distribuídas entre as comunidades que ficam próximas a quatro de nossos terminais portuários nas cidades de Barcarena/PA, Santos/SP e Cubatão/SP, São Luís/MA e Candeias/BA. A Ultracargo foi representada na cerimônia pelo Diretor de Operações e Engenharia, Leopoldo José Gimenes, e pela Diretora de RH, Sustentabilidade e Comunicação, Patricia G. O Grupo Ultra foi representado pela Coordenadora de Impacto Social, Natalia Zanotti.

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Scania investe R$ 65,7 milhões em centro logístico A Scania vai investir R$ 65,7 milhões para ampliação de seu centro logístico de peças de reposição, localizado em Vinhedo, São Paulo. A iniciativa visa a aumentar o número de mercados atendidos a partir do Brasil, além de melhorar a eficiência dos processos e fluxos, e preparar o armazém para receber itens relacionados a novos produtos, como, por exemplo, os veículos elétricos. “Hoje, somos responsáveis por abastecer 180 pontos de atendimento no país, somados aos destinos internacionais da Bélgica, África do Sul, América Central e sete Unidades de Negócio da Scania na América do Sul. Com este aporte, estamos nos preparando para o futuro, com foco sempre na garantia da disponibilidade para os clientes”, conta Paulo Moraes, Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Scania para a América Latina. O investimento acontece no mesmo ano em que o centro logístico completa uma década de sua chegada à cidade, de onde, pelo ar, mar ou terra – seja para o norte do Brasil, países vizinhos ou do outro lado do Pacífico –, escoa diariamente mais de 42 mil peças para distribuição e/ou armazenamento visando à reposição pós-venda. No espaço atual, ficam disponíveis cerca de 40 mil itens e, com a ampliação em 50% da sua capacidade física, passará, de 15.000 m2, para 22.500 m2. Essa é a única unidade de negócio de logística e de reposição de peças da Scania no mundo, com estrutura semelhante à sua matriz logística, que fica na Bélgica. “O veículo precisa estar sempre operante e com disponibilidade. O que não pode acontecer ao nosso cliente é faltar peça. A maior lucratividade para ele é não parar”, destacou o executivo, complementando que, a cada introdução de novo produto, amplia-se esse desafio de ter itens à disposição. “Esta atividade recebe cada vez mais foco estratégico, pelas oportunidades de ganhos em eficiência que ela pode trazer”, completou. Ganhos, aliás, que a tecnologia já permite. É o caso do acompanhamento de dados coletados dos caminhões em tempo real, e que tornam possível os serviços de manutenção programados, garantindo uma redução do tempo de parada do caminhão de até 30%. Por tradição, o negócio de peças de reposição olha pelo retrovisor, conferindo a demanda do passado para planejar o futuro. Mas, com os dados, se consegue antecipar esta necessidade, trabalhar com previsibilidade, e garantir maior qualidade e eficiência na distribuição das peças para os clientes. Fator preponderante da importância do centro logístico para o dia-a-dia da operação das concessionárias, é que 60% do estoque da rede é programado com o uso

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de inteligência artificial. O DSM Scania (sistema global de gestão de estoque de peças das concessionárias) aprende qual o perfil de consumo da Casa Scania, com base no histórico dos clientes da região, e tipos de aplicação comuns de transporte, e faz a reposição automática das peças, eliminando processos manuais e propiciando um maior ganho de escala. É um trabalho integrado entre todos os sistemas operacionais da empresa. Além de melhor experiência ao cliente, a partir dessa ampliação do centro logístico de Vinhedo, abre-se a oportunidade de atender novos mercados, como o México, ainda em estudo. E, também, será possível incorporar a eletrificação, para que a unidade de negócios esteja adaptada, e assim contribua com a estratégia global da Scania – que projeta, até 2030, ter os modelos eletrificados, representando mais da metade do seu volume de vendas de veículos novos. O Centro Logístico utiliza o monitoramento de rota pensando no melhor modal (aéreo, rodoviário ou marítimo) nos deslocamentos para distribuição de peças, visando à redução de CO2; tem um laboratório que trabalha em soluções inovadoras e de digitalização (LAB LPC), projeto em parceria com profissionais especializados em digitalização da Scania, cujo objetivo é compartilhar insights, e colaborar para a transformação de dados em insumos, para os negócios ou para a otimização das operações; usa empilhadeiras elétricas movidas a íon-lítio, aumentando a produtividade com segurança, e proporcionando mais ergonomia aos operadores; eliminou, em 2022, o uso de Gás GLP; e adota a remanufatura de peças usadas, que voltam e passam por um processo de triagem. Se aprovadas, são reformadas e retornam ao mercado com a mesma qualidade Scania. Tudo pensado para contribuir com a sustentabilidade do negócio, desde a redução de resíduos até a reciclagem de paletes e embalagens.

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ABB e Imperial College colaboram na captura de carbono para apoiar a futura força de trabalho A ABB e o Imperial College London assinaram um contrato de 10 anos, para continuar sua parceria tecnológica de captura de carbono. A única instalação de ensino desse tipo no mundo utiliza mais de 250 instrumentos e sensores, para medir e transmitir dados para um sistema de controle distribuído, replicando condições operacionais realistas. Uma planta piloto dedicada à captura de carbono continuará a treinar a força de trabalho com emissões líquidas zero, e os engenheiros e cientistas do futuro, depois que a ABB e o Imperial College London assinaram um contrato de 10 anos para estender sua parceria de sucesso. A planta é a única do gênero em uma instituição acadêmica no mundo. Mais de 4.500 estudantes tiveram experiência prática com as soluções tecnológicas da ABB na fábrica, desde sua inauguração em 2012, no Imperial College, que é uma das dez melhores universidades do mundo, com reputação de excelência em ciência e engenharia . Com o acordo, a ABB pretende capacitar os estudantes de hoje com as habilidades necessárias para executar os processos industriais de amanhã, demonstrando como a tecnologia mais recente pode ajudar a otimizar o desempenho da planta, e gerenciar com segurança situações de emergência em aplicações da vida real. A colaboração entre a ABB e o Imperial College dá à universidade acesso a algumas das mais avançadas tecnologias de controle e instrumentação, disponíveis em qualquer fabricante. “Alargar a parceria com o Imperial College nos permite oferecer aos estudantes formação prática para prepará-los para uma carreira na indústria”, disse Simon Wynne, gerente geral para indústrias de Energia da ABB Reino Unido e Irlanda. “Um relatório da EngineeringUK diz que, para o Reino Unido cumprir as metas de emissões até 2050, é necessário que haja uma força de trabalho, com a formação STEM adequada, pronta para responder ao desafio da transição energética.” A planta, que está distribuída em quatro andares, utiliza o ABB Ability System 800xA, para controle distribuído de processos, e mais de 250 instrumentos, medindo temperatura, pressão, dióxido de carbono e vazão. O sistema 800xA controla e coordena automaticamente todos os aspectos do processo da planta, que são então visualizados em monitores na Sala de Controle da ABB, onde os alunos podem monitorar e intervir, se necessário. A verificação Ability da ABB,

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para dispositivos de medição, e a nova plataforma de verificação e monitoramento de condição AbilitySmartMaster também estão sendo usadas para equipar os alunos com as habilidades necessárias para otimizar o desempenho do instrumento, por meio de manutenção preditiva. “Quando iniciamos a parceria com a ABB, o objetivo era incentivar mais pessoas a ingressar e permanecer na engenharia química”, disse o Dr. Colin Hale, professor sênior do Imperial College London. “Uma das maneiras de fazer isso foi montar essa planta de captura de carbono, para que pudéssemos motivar os alunos a seguirem os tópicos ambientais que aprenderam anteriormente. A ABB compartilha esta visão coletiva.” “Durante meu tempo na planta piloto de captura de carbono, participei ativamente da operação do processo, adquirindo uma compreensão mais profunda do desenvolvimento e da aplicação da tecnologia”, disse Yiheng Shao, estudante do quarto ano do Imperial College London. “Esta experiência também reforçou a minha confiança no papel da captura de carbono na consecução das metas líquidas zero.” De acordo com um relatório da S&P Global, a captura e armazenamento de carbono (CCS) pode ajudar a descarbonizar a indústria, reduzir as emissões, e atingir zero emissões líquidas, enquanto o Global CCS Institute afirma que, em 2022, houve um aumento de 44% no número de instalações CCS, em todo o mundo, em comparação com o ano anterior. Para permitir a expansão do mercado comercial de CCS, a ABB está implementando soluções tecnológicas para reduzir os custos de capital e de investimento operacional, e o risco de integração em operações novas e existentes. Em março de 2023, a ABB uniu forças com a Pace CCS, com sede em Londres, para tornar mais acessível a captura, transporte e armazenamento de emissões industriais de dióxido de carbono. A chave para isso é usar a tecnologia digital Twin, para fornecer uma réplica virtual de @Divulgação um processo real para testar cenários e fornecer provas de conceito. No início deste ano, o Governo do Reino Unido delineou a sua política Powering Up Britain. Esta série de compromissos de zero emissões líquidas, incluindo 20 mil milhões de libras em financiamento, para desbloquear investimento privado e empregos na CCS, visa a proporcionar um sistema energético com fontes de energia mais limpas e mais acessíveis.

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Market

Cenibra realiza testes com alternativas sustentáveis de mobilidade A Cenibra deu início a testes com veículos elétricos e híbridos, como parte de sua estratégia de descarbonização. A Empresa está investindo em formas de mobilidade sustentável, para que o deslocamento de pessoas e mercadorias esteja alinhado com aspectos ambientais, econômicos e sociais. A iniciativa está de acordo com os compromissos ambientais do recémlançado Plano Estratégico, o BioSustentação, que também estabelece ações de longo prazo para as dimensões social, de governança, econômica e de inovação. Os veículos elétricos e híbridos podem trazer inúmeros benefícios, incluindo redução das emissões de gases de efeito estufa, aprimoramento da eficiência

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energética, economia em manutenção, redução de custos por quilômetro rodado, e atenuação de ruídos. Além do teste com o veículo elétrico, a Cenibra tem planos futuros para continuar sua jornada de descarbonização. Um Grupo de Trabalho de Descarbonização dos Transportes e Equipamentos foi criado, para explorar tecnologias e inovações relacionadas ao

transporte da Empresa. Um dos modelos em teste é o Chevrolet Bolt EV, 100% elétrico. O veículo está sendo avaliado em diferentes aplicações, como transporte de funcionários, cargas leves e médias, dentre outras. O outro é o Corolla Híbrido, da Toyota, já adquirido pela Cenibra.

LabRetail desenvolve solução que garante eficiência de 20% na linha de produção A LabRetail, empresa voltada à criação de projetos de soluções tecnológicas para o varejo e para a indústria automotiva, desenvolveu recentemente um produto para a Mercedes-Benz, que garantiu eficiência de 20% na linha de produção de caminhões, além de redução de mais de 15% no estoque de peças. Trata-se de um dispositivo wireless que se comunica com os sistemas internos da linha de produção, e ajuda na gestão do estoque. “Por meio de uma parceria técnica com a Intel, a LabRetail foi indicada para desenvolver um dispositivo simples, compacto e com capacidade de enviar e receber dados, via comunicação wireless. Ele é intuitivo: uma caixa resistente com dois botões metálicos para acionamento pelos funcionários da linha de produção solicitarem a reposição de estoque de peças e materiais. Após o pressionamento, o dispositivo se comunica com os sistemas [internos] e retorna com um sinal visual colorido para o funcionário. Vermelho, sem peças no estoque; verde, peça em estoque; amarelo, em análise”, explica Sérgio Silvestre, sócio fundador e CEO da LabRetail. “Na prática, a solução ajuda a reduzir os estoques de peças e insumos na linha de produção, porque com ela os funcionários só solicitam peças quando necessário”, explica Silvestre. “Assim, o conceito de ‘just in time’ foi implemen-

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tado para os itens controlados pelos dispositivos da LabRetail.” O "just in time" é um conceito que vem da área administrativa, uma metodologia que evita estoque parado e desperdício de matéria-prima. Ele busca constantemente a precisão da cadeia de produção, pois, quando aplicado, significa que serão gerados pedidos suficientes apenas para suprir a demanda real da empresa: nunca antes, nem depois – no tempo certo – o que também garante melhoria na produtividade, aumento da eficiência e corte de gastos. Sérgio explica que, para que a solução fosse encontrada, a LabRetail esteve presente nas instalações da Mercedes-Benz por inúmeras vezes, presencialmente. “Acreditamos que estar junto ao cliente, conversando, testando e fazendo as alterações no projeto é a melhor forma de criar uma solução em conjunto. Durante a Pandemia, muitas atividades foram realizadas remotamente, mas, mesmo neste período, a LabRetail não parou. Foi durante a Pandemia que desenvolvemos a versão aprovada pela Mercedes-Benz no Brasil, e homologada pela Mercedes-Benz da Alemanha. Essa é a versão escolhida para ser implantada em larga escala”, diz. Até agora, a tecnologia já possui homologação da ANATEL, assim como da Mercedes-Benz na Alemanha. O produto vem sendo preparado para ser implementado em outras fábricas, tanto no Brasil como no exterior.

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Market Soluções Customizadas em Medição de Fluidos

Medidor Mássico Coriólis

Vantagens: · Melhor relação de custo x benefício do mercado · Tecnologia avançada de medição e linearidade até 0,15% · Otimiza e facilita processos de solução

O Medidor de Vazão Mássico Coriolis – AXIOM MMF é um equipamento de nova geração destinado à medição de vazão P£VVLFD YD]¥R YROXP«WULFD GHQVLGDGH H WHPSHUDWXUD GH ȵXLGRV em processos industriais.

Preset Eletrônico O Computador de Vazão AXIOM MFC é voltado para controlar e medir o processo de carregamento e descarregamento de FRPEXVW¯YHLV HP RSHUD©·HV GH WUDQVIHU¬QFLD GH FXVWµGLD 'HVWD forma, o AXIOM MFC comporta-se como um predeterminador (preset), computador de vazão e PLC.

Turbina MTF O Medidor de vazão tipo Turbina MTF da Metroval consiste HVVHQFLDOPHQWH GH XP URWRU GH DOWD SUHFLV¥R TXH JLUD HP XP HL[R montado concentricamente no interior de um trecho de tubo ȵDQJHDGR RX FDUUHWHO 2 ȵXLGR D VHU PHGLGR DR DWUDYHVVDU R WXER gera uma rotação ao rotor que passa a girar a uma velocidade angular proporcional à vazão. As palhetas do Rotor ao atravessar o campo de um Sensor Magnético inserido no corpo da turbina geram uma voltagem pulsada na bobina do Sensor Magnético. Cada pulso representa um volume discreto de forma que o número total de pulsos gerados em determinado período de tempo representam o volume total medido pela Turbina.

Válvula VCDM $ Y£OYXOD GH FRQWUROH GLJLWDO GD 0HWURYDO JDUDQWH HȴFL¬QFLD H DOWR desempenho no controle de vazão em processos de carregamento e descarregamento de combustíveis em tanques ȴ[RV RX PµYHLV WDLV FRPR FDPLQK·HV YDJ·HV EDUFD©DV H QDYLRV Instalada a jusante do medidor de vazão nos sistemas de PHGL©¥R D 9&'0 WHP UHFXUVRV TXH SHUPLWHP D HVVDV RSHUD©·HV XPD H[HFX©¥R HP EDL[D YD]¥R QR LQ¯FLR H QR ȴP GR SURFHVVR DR mesmo tempo que reduz os efeitos de picos de pressão na linha, TXH V¥R FRQVHTX¬QFLD GDV YDULD©·HV GH YD]¥R

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Market

Líderes globais decidem eliminar lâmpadas fluorescentes Representantes de 147 países, entre eles o Brasil, concordaram em eliminar gradualmente a iluminação fluorescente, de forma global e completa, até o final do ano de 2027. A decisão foi tomada na Quinta Conferência das Partes da Convenção de Minamata sobre Mercúrio (COP5), em Genebra, Suíça. As lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, uma potente neurotoxina. A decisão acelerará a adoção global de LEDs, pondo fim à indústria de iluminação fluorescente, com a exceção limitada de usos especiais, como algumas aplicações de transporte. As lâmpadas LED são, em média, 40% mais eficientes que as fluorescentes. As decisões da COP-5 abordaram principalmente as lâmpadas fluorescentes tubulares (LFTs), o maior contribuinte para a poluição por mercúrio na iluminação no mundo, presente em escritórios, lojas e outros ambientes comerciais e instituições. As LFTs também são uma importante fonte de emissões de CO2, relacionadas ao consumo de eletricidade gerada por combustíveis fósseis. As decisões fecham o ciclo dos esforços contínuos para interromper a fabricação, exportação e importação de mercúrio na iluminação em todo o mundo. Os avanços desta COP complementam as decisões da COP-4 de Minamata, realizada em março de 2022, de eliminar gradualmente as lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs), com potência menor ou igual a 30 watts, lâmpadas comumente encontradas em residências, até o fim de 2025. Agora, na COP-5, foi aprovado o banimento, até o fim de 2026, das lâmpadas fluorescentes compactas de potência acima de 30 watts. O grupo de especialistas em eficiência de aparelhos da CLASP estima que a transição completa para LEDs, até o fim de 2027, trará os seguintes benefícios para o planeta (cumulativamente a partir das datas de eliminação gradual, até 2050): evitar 2,7 gigatoneladas de emissões de CO2; eliminar 158 toneladas de poluição por mercúrio, tanto das próprias lâmpadas, quanto das emissões evitadas de mercúrio de usinas a carvão; economizar US$ 1,13 trilhão nas contas de luz. “Essa decisão certamente vai acelerar as revisões necessárias na regulação brasileira, para oferecer aos consumidores lâmpadas mais eficientes e de maior qualidade. Além disso, se soubermos aproveitar a oportunidade, o Brasil pode assumir a liderança entre os países em desenvolvimento, antecipando o cumprimento das metas. Isso é perfeitamente possível, pois, o mercado brasileiro de iluminação LED está avançando bem, embora esse avanço precise ser feito com maior qualidade”, analisa o coordenador da Rede Kigali e diretor executivo do IEI Brasil, Rodolfo Gomes. A iluminação fluorescente contém mercúrio, um pro-

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duto químico tóxico, que ameaça a saúde das pessoas (danos cerebrais, renais, cardiovasculares e imunológicos, por exemplo) e do planeta. A maioria das fluorescentes é descartada inadequadamente no lixo comum. Lâmpadas quebradas poluem a terra e a água, e aumentam os riscos à saúde em populações vulneráveis, como crianças, pessoas grávidas e trabalhadores do lixo. Propostas para eliminar gradualmente as fluorescentes na COP4 e COP5 foram apresentadas por representantes da África. “A decisão de eliminar gradualmente a iluminação fluorescente à base de mercúrio trará benefícios sem precedentes, no combate à tripla crise planetária das mudanças climáticas, poluição do ar e perda de biodiversidade. Tais ações não teriam sido possíveis sem o espírito de cooperação demonstrado pelas Partes nesta COP5 de Minamata”, disse David Kapindula, presidente da COP3 de Minamata, e especialista da Região da África. As lâmpadas LED pagam-se rapidamente com a economia de energia. Uma análise global recente indica que os períodos de retorno para alternativas de LED para lâmpadas tubulares estão melhorando, de uma média de 6,3 meses, em 2022, para 2,4 meses, em 2023. “A comunidade de iluminação sem mercúrio se uniu para alcançar um feito significativo na luta contra os produtos adicionados de mercúrio. Acabar com toda a poluição por mercúrio relacionada à iluminação trará amplos benefícios para nossas comunidades, ecossistemas e para as gerações futuras. Parabenizamos os governos e temos o prazer de nos juntar a eles para dizer ‘Adeus às Fluorescentes’”, disse Elena Lymberidi-Settimo, co-coordenadora internacional do Grupo de Trabalho Mercúrio Zero. As vendas e taxas de fabricação de LED estão aumentando ano a ano, enquanto a fabricação e as vendas de fluorescentes despencam. Exceto por alguns componentes especializados, as LEDs podem ser fabricadas e montadas em qualquer lugar, ao contrário das fluorescentes, que são produzidas apenas por algumas empresas em poucos países. A transição para o LED tem potencial para impulsionar o crescimento econômico local, especialmente em países de baixa e média renda, devido à acessibilidade e disponibilidade das lâmpadas, e ao aumento dos empregos de energia limpa.

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Market

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kg

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Movimento 6D

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Velocidades de até 2 m/s

Transporte de produto individual

Layout de sistema livre

www.beckhoff.com/xplanar O XPlanar permite novos graus de liberdade no manuseio do produto: os movers que levitam sobre as placas individualmente organizadas em pistas livremente programáveis. Transporte individual 2D em até 2 m/s Processamento com até 6 graus de liberdade Transporte e processamento em um sistema Livre de desgaste, higiênico e fácil de limpar Arranjo livre de placas, permitindo o layout personalizado da máquina Controle de múltiplos movers, permitindo o manuseio paralelo e individual do produto Totalmente integrado ao poderoso sistema de controle Beckhoff baseado em PC (TwinCAT, PLC IEC 61131, Movimento, Medição, Aprendizado de Máquina, Vision, Comunicação, HMI) Para uso em todas as indústrias: montagem, alimentícia, farmacêutica, laboratórios, entretenimento, …

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Market

Pesquisa levantou desafios da manufatura brasileira @Divulgação

A Cogtive, em parceria com a Leanstart realizaram uma pesquisa para lançar luz sobre as principais questões que norteiam a manufatura brasileira, entrevistando quase uma centena de grandes indústrias de variados setores, gerando um panorama rico e representativo do cenário industrial do país.

Em plena Era da Indústria 4.0, onde digitalização e integração de sistemas se tornaram a norma em muitos setores produtivos globais, a pesquisa constatou que mais da metade das indústrias brasileiras ainda se apoia em processos tradicionais, como planilhas e acompanhamentos manuais, para monitorar seu desempenho – o que não apenas

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reflete a resistência à mudança, mas também destaca as oportunidades perdidas, em termos de eficiência e competitividade. O levantamento mostrou que 69% das organizações se baseia em análises de mercado, previsão de demanda e capacidades produtivas. Embora essa abordagem seja robusta e alinhada com práticas de mercado, é importante questionar como essas análises são conduzidas. Acompanhar o desempenho da produção em tempo real é crucial para qualquer indústria que busca otimização e eficiência. No entanto, 38,60% das indústrias ainda confiam em relatórios manuais ou planilhas para essa tarefa; 32,8% por meio de sistemas de monitoramento em tempo real; 14,6% usam painéis de controle atualizados periodicamente; 14% não têm monitoramento do desempenho Em artigo recente publicado pela McKinsey, indústrias de manufatura possuem, em média, algo em torno de 30% de capacidade produtiva oculta, devido a paradas inesperadas, baixa performance e má alocação da mão-de-obra. Essa capacidade oculta é a capacidade produtiva, que nem mesmo os líderes industriais são capazes de identificar, caso não possuam tecnologias que sejam capazes de tornar seus processos mais eficazes. A transformação digital deixa de ser um diferencial, e passa a ser obrigatória para a sobrevivência de negócios que envolvem manufatura.

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Flash

zoom - xx a xx

Expo ISA Vale A Expo Isa Vale Section – Automation & Innovation 2023, que este ano aconteceu no Campus da Unifatea, teve a participação de autoridades, empresários, estudantes e técnicos relacionados com inovação e tecnologia da região do Vale do Paraíba/SP. Na conversa de abertura, compuseram a mesa o VicePrefeito Humberto Ballerini, precedido pelo Presidente da Câmara Municipal, Dr. Fábio Longuinho; pela Reitora da Unifatea, Irmã Célia Regina Querido; pelo Presidente da ISA Seção Vale do Paraíba, Nilson Rana; pelo Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Willians Gomes; pela Vice-Reitora do Unifatea, Irmã Zenilde Fontes; pela Gerente Regional do Sebrae, Ariane Canellas; pelo Diretor da EELUSP, Silvio Silvério, representando as demais universidades; pelo Presidente da Biemme, Eduardo Saddemi, e o Advogado da Yakult, Dr. Paulo Aoki, representando as indústrias de Lorena; e pelo Diretor ISA, Jeremias Rodrigues, representando o grupo de empresários Desenvolve Vale.

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Em paralelo ao seminário – com 18 palestras –, a exposição trouxe 60 empresas, que mostraram as tecnologias necessárias para o dia-a-dia das empresas do Vale. “Esta é a 5ª edição do evento e na Expo ISA, nosso foco principal é a indústria, seus líderes e equipes de colaboradores, que, a partir das contribuições do evento, poderão aplicar a otimização de projetos e processos em seus negócios”, explica Nilson Carlos Rana, presidente da Isa Seção Vale do Paraíba 2023/2024. A V Expo ISA Vale Section Automation Innovation 2023 recebeu 3.000 inscritos, e aconteceu com apoio da Prefeitura de Lorena, através do Prefeito Sylvio Ballerini e do Secretário de Desenvolvimento Willians Gomes, no Campus da Unifatea Lorena e apoio da mesma, contou ainda com o apoio de várias entidades: SEBRAE, SENAI, ABIMAQ, ABINEE , ABVE , IQA, PIT, SENAC , CIAL, CIESP e todas as universidades da região (Unifatea, USP , UNESP, UNISAL , Serra Dourada , Fatec, todos os Colégios Técnicos), além dos expositores.

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! Special

@Divulgação

Sede da Yokogaw a

em Barueri, São

Paulo, com mais de 8.000m 2

50 ANOS DA YOKOGAWA NA AMÉRICA DO SUL

O

s últimos 50 anos foram de muito êxito para os negócios da Yokogawa na América do Sul, multinacional japonesa fornecedora de soluções de automação industrial, com sede em Barueri, em São Paulo. “Quando Quando nós oferecemos um produto Yokogawa, o fazemos com tranquilidade e a certeza de estar vendendo a melhor tecnologia, de altíssima qualidade, com suporte seguro”, guro ”, afirma Marco Figueira Figueira,, presidente e CEO da Yokogawa América do Sul, subsidiária que está completando 50 anos este ano. A Yokogawa começou a trabalhar com a indústria brasileira durante o boom de investimentos dos anos 1960, que se intensificou quando, em 1973, para dar maior suporte local e garantir o acesso aos instrumentos e automação, foi fundada a Yokogawa Elétrica do Brasil, uma das primeiras unidades da empresa fora do Japão. Em 1979, a Yokogawa estabeleceu parcerias com empresas locais e, em 1982, com a Lei de Informática, en-

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Marco Figueira, Figueira, presidente e CEO da Yokogawa América do Sul controu na Ecil P&D um parceiro para seu SDCD. Com o fim da reserva de mercado, em 1992, nascia a Yokogawa América do Sul – que comprou a Ecil P&D e, em 1995, incorporou a Yokogawa Elétrica, e centralizou as operações, que cresceram e passaram a oferecer mais serviços e soluções, com a criação da Yokogawa Service, em 2000.

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Special !

Um ponto que eu gostaria de destacar aconteceu em 1993, quando a Yokogawa começou a trabalhar efetivamente a venda de instrumentos no Brasil, e posteriormente expandir para outros países da América do Sul, através de filiais no Chile, Argentina, Peru e Colômbia, que desde então coordenam a distribuição para

O Presidente Global da Yokogawa, Hitoshi Nara, cumprimentou a Yokogawa América do Sul na comemoração pelas Bodas de Ouro

Importantes clientes de diversos segmentos da indústria estiveram presentes no evento de celebração, em novembro.

outras áreas. Até esse momento, só tínhamos distribuidores de instrumentos; isso foi uma virada, e foi quando eu comecei na Yokogawa; quando nós apresentávamos as características dos produtos, a durabilidade, a precisão, a tecnologia e os protocolos de comunicação. Tudo para que os nossos clientes aproveitassem ao máximo as

informações de medição, até porque, naquela época, não era como hoje, quando tudo são dados. Foi desafiador, porque tivemos de enfrentar empresas que já existiam no mercado, inclusive algumas com fabricação local. Uma longa jornada de conquistas”, lembra Marco Figueira.

Nesse mesmo período, a Yokogawa decidiu ter fabricação local de transmissores de pressão. A ampliação dessa fábrica ajudou na redução de algumas condições de prazo de entrega e atendimento a normas locais, como certificação pelo Inmetro e outras tropicalizações, com padrões especiais de pintura, por exemplo. Também permitiu trabalhar com alguns parceiros locais em alguns equipamentos.

Alinhada à sustentabilidade, com nova estrutura global de unidades de negócios

Os tsurus foram tema dos 50 anos, simbolizando a longevidade e prosperidade da empresa Controle & Instrumentação

Em 2021, a Yokogawa reestruturou globalmente sua estrutura de negócios em quatro unidades – Energia e Sustentabilidade, Materiais, Y-Products e Life – para alcançar seus três objetivos de sustentabilidade: atingir emissões líquidas zero, fazer a transição para uma economia circular e garantir o bem-estar de todos até 2050, tornando o mundo um lugar melhor para as gerações futuras, e vem investindo no desenvolvimento de soluções para cuidados com meio ambiente, com a água, consumo de energia e redução de emissões. Por este motivo, a empresa está investindo cada vez mais na divisão Life; está adaptando os produtos da divisão às condições e normas locais; afinal, é um mercado novo na América do Sul para a Yokogawa, e o responsável por essa divisão no Brasil é o Gerente de Negócios Eduardo Ishikawa.

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! Special

A Yokogawa está agregando ao seu time profissionais com um perfil diferente para atender os mercados de Life, como biotecnologistas e farmacêuticos, profissionais que conhecem os setores e podem entender melhor as demandas específicas, e assim, oferecer a melhor solução. Com a tendência da redução do uso dos combustíveis fósseis, a Yokogawa está direcionando investimentos para as áreas da vida, farmacêuticas e alimentícias, e minha expectativa é de crescer cada vez mais nesses setores, e atuar cada vez mais nesse processo de agregar valor aos negócios dos nossos clientes. É uma mudança de mindset, disse Eduardo Ishikawa”.

Eduardo Ishikawa Ishikawa,, Gerente de Negócios de Life da Yokogawa A unidade de negócios de Energia e Sustentabilidade, liderada pelo Gerente de Negócios Lineu Sampaio Lobo, agrupa os setores de óleo & gás (upstream, midleastream, downstream), petroquímica, energia – power GTD, renováveis e saneamento.

O grande diferencial é que agora os segmentos de mercado têm especialistas pensando neles, não apenas nos produtos que eles utilizam. Na minha primeira passagem pela Yokogawa, minha função era pensar apenas em sistemas; hoje, eu tenho de olhar o mercado, como a parte de sistemas, instrumentação, software e serviços se integram. Tenho 22 anos de Yokogawa, com um hiato de 13 anos, e posso dizer que a empresa que eu encontrei agora é muito diferente, mais voltada para solução. A Yokogawa está respondendo às demandas que existem hoje, está mais célere em desenvolvimento, e lidera em tecnologias importantes, como OPAS, porque ela detecta a tendência e volta esforços para responder a isso”, comenta Lineu.

Na linha de oferecer soluções, e não apenas pro-

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As indústrias alimentícia, farmacêutica e de saneamento são áreas onde a Yokogawa tem muito a oferecer, como o analisador de partículas FlowCam, que analisa dezenas de milhares de partículas por minuto, rapidamente. A área de Life possui também em seu portfólio de soluções o LIMS – Laboratory Information Management System – e fez recentemente uma venda para o setor de papel & celulose, a primeira da divisão fora do Japão. Alguns outros produtos estão cumprindo procedimentos de certificação, incluindo o equipamento desenvolvido pela Yokogawa para o desenvolvimento da vacina da Covid; é um mercado mais sensível e normatizado.

Lineu Sampaio Lobo, Gerente de Negócios de Energia e Suustentabilidade da Yokogawa dutos aos seus clientes, a Yokogawa adquiriu, em 2016, a KBC – empresa reconhecida mundialmente, com foco em consultoria para o downstream – o que já lhe rendeu vários projetos para redução de emissão, gestão de energia, otimização de processos, etc. A Yokogawa promove a tecnologia e consultorias da KBC e oferece o ERTO, software de otimização e gerenciamento de energia, em tempo real, para indústria de óleo & gás, petroquímica. Esse software informa ao operador o que ele deve fazer, para reduzir e otimizar o consumo de energia, e depois, atua no DCS, sem a necessidade de intervenção do operador. De maneira geral, a Yokogawa percebe que o mundo está olhando para o meio ambiente – há uma meta coletiva a ser atingida. Muitos países ainda têm dependência forte de óleo & gás, mas numa tendência de substituição. E a Yokogawa, que tem tecnologias para energias renováveis, vem atuando muito forte em açúcar e álcool, energias eólica e solar. A unidade de negócios de Materiais – onde se concentram os segmentos mais relacionados a commodities, como siderurgia, papel e celulose, indústria química, vidro, logística, madeira e mineração– está a cargo do Gerente de Negócios André Medeiros.

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Special !

Muitas vezes, o cliente traça um plano para fazer sua transformação digital, mas não vê algumas coisas primárias, que são necessárias ser resolvidas antes, pois serão base para se alcançar a digitalização necessária. Ajudar os nossos clientes nessa jornada está diretamente relacionado aos valores da Yokogawa, do respeito pelo cliente.”

A Yokogawa entendeu que precisava, dentro dos seus valores, ir além, acelerar alguns processos. Crescer organicamente não daria a competitividade necessária, nem facilitaria a interrelação entre as divisões, como acontece através da KBC, ou da dinamarquesa Dublix

André Medeiros Medeiros,, Gerente de Negócios de Materiais da Yokogawa

– que tem soluções de software e equipamentos para waste to energy e renováveis –, ou da PXiSe, também voltada para a área de renováveis e microgrid. São empresas que atendem setores muito distintos, que podem servir-se das soluções cada vez mais abrangentes da Yokogawa. Para o Gerente Geral de Negócios de Y-Products, Luiz Henrique Pereira da Silva,

A Yokogawa possui total domínio da aplicação de instrumentação industrial no mundo, em diversos tipos de mercados, isto aliado à altíssima qualidade de seu produto, recentemente vem agregando ao seu portfólio, através de aquisições, empresas de sistemas de análise de gases, empresas de software, empresas de produtos dedicados a biotecnologia, e com a excelente inter-relação das áreas de automação e instrumentação, e depois de toda a equipe acabar crescendo e aprendendo muito, trazendo soluções completas aos clientes, inclusive novas formas de atuação de mercado em diferentes culturas organizacionais".

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Flowcam, Flowcam, Solução de Análise de Partículas por Imagem da Yokogawa

Luiz Henrique Pereira da Silva, Gerente Geral de Negócios de Y-Products

As diferentes culturas e os diferentes tipos de produtos das empresas adquiridas agregados a maturidade da Yokogawa oferecem novas visões, e enriquecem as soluções ofertadas, como levar tecnologias da área de Life por exemplo, para os segmentos de papel & celulose, siderurgia e petróleo & gás, não somente para instrumentação do dia a dia, mas agregando valor com soluções inovadoras como os mais novos sistemas de detecção/segurança de temperatura for fibra ótica – DTSX. “A alocação das tecnologias vindas das aquisições juntamente com o trabalho multidisciplinar e multidepartamental das várias áreas da Yokogawa gerou uma oportunidade única em ofertar aos clientes soluções de controle de processo, segurança operacional e desenvolvimento. Mesmo um produto inovador, como o novo Sushi Sensor, hoje é vendido não somente como produto, mas também como serviço; onde podemos entregar ao cliente dados na nuvem, analise de dados, registros que melhoram a produtividade, segurança, disponibilidade e a performance da planta”, conta Luiz Henrique.

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! Special A Yokogawa tem um legado impressionante, basta olhar a base instalada de seus sistemas e instrumentação. E clientes muito fiéis. Quando você pensa num instrumento Yokogawa, tem a certeza de que ele traz embutida muita dedicação. É fruto de muito tempo, dedicado a identificar as características das demandas para resolvê-las, e entregar a solução.

O CI Server, por exemplo, é uma plataforma para integrar dados e operação, já pensada para compartilhar dados em nuvem, que apesar de ser da área de automação, agrega valor as soluções de instrumentação, trabalhando em conjunto com o DTSX, Sushi Sensor e toda gama de produtos. É bom destacar a globalização e diversificação da Yokogawa nos últimos 20 anos, olhando para novos mercados, soluções, diferentes protocolos, compreender e de atender as necessidades de nossos clientes baseado nos pilares de sustentabilidade, atingir emissões líquidas zero, garantir o bem-estar e a qualidade de vida para todos e fazer a Transição para Economia Circular”, conta Luiz Henrique.

Soluções que agregam valor para a indústria de processos O as-a-service derivou do antigo try e do demo – que agora é denominado de POC – proof of concept. O as-aservice, desde o primeiro momento, é apenas a entrega de dados, e depende do modelo de negócio – empresas mais orientadas a CAPEX preferem comprar e gerenciar a solução; outros segmentos são orientados a OPEX, onde a Yokogawa entra com toda a infraestrutura necessária, e entrega os dados. Algumas vezes, o cliente tem dificuldade de aprovar um CAPEX, mas pode fazer um OPEX. O as-a-service resolve um grande problema, quando o cliente quer e precisa, mas não tem orçamento... ele reduz o CAPEX, e viabiliza o negócio. E esse conceito pode ser aplicado a software ou hardware. No caso do Sushi Sensor, solução sem fio para IOT Industrial, o que a Yokogawa oferece é o equipment-as-aservice, que inclui hardware, software e serviço, através de um contrato-guarda-chuva. Outra vantagem do equipmentas-a-service é que ele não entra como um ativo do cliente!

Cassius Barros, Gerente de Aplicação e Solução

Se eu tivesse de destacar uma tecnologia da Yokogawa que me encantou e me encanta até hoje, seria a tecnologia de transdutores livre de conversores analógicos, o sensor de silício ressonante. Sou apaixonado por essa tecnologia, uma vez que ela demonstra a capacidade de superar desafios impostos pelo tradicional, buscar respostas onde a tecnologia atual não entrega soluções. A Yokogawa baseou o sensor em um fenômeno natural que, apesar da grande carga de tecnologia para produzir a pastilha de silício, entrega ao mercado uma

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solução de altíssima segurança, estabilidade e longevidade operacional. A capacidade de Co inovar e trabalhar em um fundamento natural de resistência do cristal, criou uma solução única no mercado, a frente do seu tempo. Com o passar dos anos, a implementação de modernos algoritmos de diagnósticos, e a compensação dinâmica de interferências permite ao usuário entender as campanhas operacionais, predizer momentos de falhas e de forma online obter índices de saúde do conjunto transdutor. É um bom exemplo de Controle & Instrumentação


Special ! como a Yokogawa busca entender as dinâmicas, e responder com tecnologia. Essa tecnologia foi a primeira que me chamou a atenção, e, hoje, o que me faz brilhar os olhos são as possibilidades da tecnologia LoRaWan e serviços em nuvem” conta Cassius Barros, Gerente de Aplicação e Solução.

Hoje, pode-se ter um Sushi Sensor, enviando informações para a nuvem e, ao invés de o cliente ter uma rede de sensores de milhares de dólares, pode ter uma assinatura do serviço que fornece toda a informação. Isso amplia a possibilidade de médias e pequenas empresas trabalharem com essa tecnologia, e adentrarem o mundo da digitalização – seja para acompanhar produtos em trânsito, para monitorar ativos de produção ou gerenciar e otimizar o consumo de energia. Essa é uma camada de controle exposta a intervalos de tempo maiores, e submetida à lógica da Inteligência Artificial da Yokogawa que, munida dos parâmetros ótimos de trabalho, percebe quando há desvios e indica ações necessárias.

DTSX, sensor de temperatura de fibra óptica, e Sushi Sensor, solução sem fio para IoT industrial

E em questões de aplicações que impulsionam segurança e negócios, existe o DTSX, por exemplo, que mede a distribuição de temperatura ao longo do comprimento de um cabo de fibra óptica, usando a própria fibra como elemento sensor – emite um pulso laser (Função Raman), e uma vez sensibilizada ela retorna a temperatura pela atenuação do pulso luminoso, com isso sabe-se qual a temperatura ao longo de quilômetros de fibra. É um item que serve para cálculo

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! Special de prêmio de seguro, uma vez que é possível monitorar de forma efetiva ativos mecânicos. Essa capacidade da Yokogawa pensar sem caixa me prendeu e faz com que eu me encante ainda com as tecnologias que ela propõe” afirma Cassius que, com seu time de engenheiros e especialistas, presta suporte técnico à área comercial da Yokogawa". Cassius também é responsável pela recém-criada divisão de Inteligência Artificial e negócios disruptivos, dentro da filosofia que o Japão definiu, de se trabalhar duas vertentes – tradicional on-premise e IA em nuvem – que, juntas, possam disponibilizar a melhor solução, novos modelos de negócios com cobrança recorrente. Entregando soluções a todos segmentos de mercados, respostas efetivas a geração, comunicação, hospedagem, curadoria de dados e por fim estatísticas e informações (atuais e futuras). E a IA permite reconhecer padrões – agora sem necessidade de licenças de softwares e horas de engenharia. A Yokogawa oferece o SIZCA – o algoritmo capaz de fazer reconhecimento de padrões, é o core da IA, é ele que roda nos dashboards, quem tem os modelos matemáticos. O SIZCA está sendo alimentado e desenvolvido desde 2015, e foi lançado em 2021, não coincidentemente no meio da pandemia. Hoje, ele alimenta os gêmeos digitais – que antes alimentavam o SIZCA.

A IA não veio para substituir tarefas humanas, mas para ajudar a tomar as melhores decisões. E, para tirar o ser humano de áreas de risco, os sensores são a melhor solução. É o futuro, porque a partir daí, se modela e entende ao ponto de otimizar o processo, tirando o máximo de cada equipamento mecânico/ativo, diminuindo Hazop, entendendo os cenários críticos, etc.... A Yokogawa, aos 50, tem o vigor de um jovem em termos de desenvolvimento tecnológico, tem a sapiência de um ancião, em termos de praticar as melhores técnicas, e uma vontade tremenda de apresentar novas soluções e tecnologias para superar desafios. Ela calca seu negócio na superação; seus 50 anos refletem a experiencia para dirigir os caminhos da tecnologia e garantir o melhor uso dos recursos”, afirma Cassius.

E ainda, para facilitar a monitoração dos processos de maneira remota, a Yokogawa oferece o MSS, uma solução de manutenção, que faz análises da condição do hardware, da instalação dos sistemas de controle, de como está o desempenho de uma CPU, como está a saúde de um cartão, e não apenas para sistemas Yokogawa, mas também para outras marcas, reduzindo custos de OPEX, e exposição de pessoal. Essa ferramenta possibilita ainda atualizações de antivírus remotamente: uma vez

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que a Yokogawa homologa os patches no Japão, os antivírus são atualizados em horas, em toda a base instalada contratada da Yokogawa – a análise de cybersegurança é feita por técnicos Yokogawa do Brasil e do exterior, e os clientes recebem reportes semanais, mostrando a saúde do sistema como um todo. Esse serviço monitora, analisa e prevê desgastes, mau-desempenho ou falha de instalação que possa trazer um dano e, através do histórico dessas informações, a manutenção pode antecipar movimentos de forma planejada. As indústrias querem que suas paradas sejam as mais curtas possíveis e, se elas puderem, de forma antecipada, saber o que realmente precisa ser feito, melhor. A Yokogawa sempre falou de controle e segurança, e agora oferta com mais ênfase o acompanhamento e a prevenção, a manutenção baseada em dados e analytics. A nova estrutura tornou mais fácil entender e oferecer os diversos modelos para o cliente usar as tecnologias disponíveis.

Ampliação das linhas de produção local Recentemente, a Yokogawa investiu para produzir medidores de vazão eletromagnéticos, para atender alguns mercados específicos e área de saneamento e, para 2024, deve produzir, localmente também, seus transmissores de temperatura. Dessa forma, a empresa ficará com três linhas de produção no Brasil, para atender a América do Sul. Alguns componentes são importados do Japão, e algumas peças são de fornecedores locais.

50 anos rumo às operações autônomas A Yokogawa América do Sul está comemorando 50 anos de história com um extenso portfólio de soluções e tecnologias inovadoras em medição e controle para a indústria, visando um futuro brilhante rumo as operações autônomas. A empresa está focada em expandir seus negócios nos setores farmacêutico e de alimentos e bebidas com novas soluções e dobrar as vendas na região até o ano fiscal de 2026. De acordo com o presidente e CEO, Marco Figueira, nos últimos anos foi possível observar novas tendências de mercado de acordo com cada segmento e o aumento significativo nas buscas por novas soluções. Em um modo

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Special ! geral, soluções tecnológicas que visam a transformação digital e manufatura inteligente, incluindo inteligência artificial, serviços remotos e em nuvem, robótica, sensores inteligentes e cibersegurança tiveram um aumento na procura entre os principais clientes, principalmente para projetos de novas plantas industriais. A busca por serviços de consultoria, dos quais a Yokogawa passou a entregar para o mercado após a aquisição da KBC, também passou a fazer parte dessa tendência de mercado por novas soluções. Para atender as indústrias diante desse cenário, a Yokogawa continuará abordando atividades focadas na inovação com a aplicação eficaz de tecnologias digitais, possibilitando a transição para operações autônomas.

"Os japoneses vêm e fazem auditorias frequentes; quando estão impossibilitados de vir, fazem auditoria por vídeo – estão sempre buscando melhorias. Todo o esquema da linha e o jeito de trabalhar são replicados do que se faz no Japão. E nossa equipe é a mais bem treinada, tem uma carga altíssima de treinamento, tanto de linha, quanto de procedimento e aculturamento da empresa. Isso é exigido pela matriz – treinamentos obrigatórios e os extras, alguns bem específicos para a produção. Cada parte de cada produto é rastreável, porque o conceito dessa linha é one peace flow; cada parafuso de um produto Yokogawa é rastreável. Os racks de análise e testes das linhas estão interligados com a matriz, no Japão; esses racks caem, se as especificações de temperatura e umidade da sala estiverem fora dos padrões – a matriz é avisada e cobra a resolução disso. Esses racks é que emitem o QIC, a certidão de cada instrumento Yokogawa. Cada operador verifica o trabalho do anterior, e só segue se estiver correto. Nunca sai um

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Marco Figueira, Figueira, presidente e CEO da Yokogawa América do Sul

“O que permanece é o desejo de bem-estar para todos, viabilizada pela tradição que caminha junto com a inovação. Nossa história é uma prova de que isso é possível. E não estamos sozinhos nisso. Por isso desejamos a todos sorte, longevidade e prosperidade,” finaliza Marco Figueira.

produto fora dos padrões de uma linha de produção Yokogawa. Todos os produtos Yokogawa, montados em qualquer parte do mundo, seguem esse mesmo conceito, passam pelos mesmos processos, e são rastreáveis ao nível de componente. O prazo de entrega dos produtos fabricados no Brasil é de 24 horas, e muitos produtos normalmente importados estão com prazos mais curtos ainda, por conta da Pandemia, quando se precisou aumentar os estoques por segurança, para manter o service level. Sempre trabalhei com alemães, mas, trabalhando com japoneses, eu vejo que o nível de cuidado dos japoneses com tudo, não só com os produtos, mas também com as métricas, os procedimentos, as normas, práticas e pessoas, é inigualável. O cliente vê o nome Yokogawa, pode comprar de olhos fechados. O objetivo é ter o melhor produto, fazer o melhor atendimento". Eric Hodama Hodama, Gerente de Produto da Yokogawa

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Energies

Cepetro/Unicamp vai desenvolver sistema para rastrear baterias A Unicamp e a TotalEnergies firmaram parceria para desenvolvimento de pesquisas na área de energia solar e baterias no valor de R$ 22,9 milhões. O acordo foi assinado pelo reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, e pela diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da TotalEnergies, Isabel Waclawek. Com duração de três anos, a cooperação prevê a execução de seis projetos, a construção de uma usina de geração de energia elétrica por placas fotovoltaicas, a reforma de laboratórios de pesquisa e a contratação de 33 bolsistas de doutorado, pós-doutorado e iniciação científica. Envolverá, ainda, a atuação de 14 professores e pesquisadores. Os projetos são: Modelagem avançada e monitoramento de usinas fotovoltaicas com "gêmeos digitais"; Pesquisa de métodos e desenvolvimento de dispositivo para detecção e interrupção de falha de arco elétrico CC em sistemas fotovoltaicos; Monitoramento de desempenho, detecção de anomalias e análise de LCOE em usinas fotovoltaicas; Confiabilidade de inversores fotovoltaicos: modelagem termoelétrica, avaliação de danos e previsão de falhas; Pesquisa e desenvolvimento de metodologias de teste, avaliação e classificação de inversores fotovoltaicos; Plataforma blockchain para o passaporte digital de baterias, e sua respectiva contribuição para desvendar mecanismos de envelhecimento durante a primeira vida, e suas consequências no segundo uso. Este último, um “passaporte” digital de baterias é um sistema de rastreamento desses dispositivos, que mapeará o ciclo de vida completo deles, da extração do minério, utilizado em sua fabricação, até o reuso, reciclagem e eventual descarte. “Queremos entender as baterias, desde o berço até o descarte ou reciclagem; é como se você colocasse um chip nelas, em todas as etapas pelas quais passam, para mapear os processos e saber o quanto elas emitem de CO2, quanta energia elétrica e água foram utilizadas, e quem são os responsáveis por fazer a reciclagem delas”, diz o prof. Hudson Zanin, coordenador do projeto no CEPETRO, que é docente na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp. Assim, o sistema abrangerá toda a cadeia produtiva. Desde a extração do minério, o transporte de caminhão ou trem, navio, a produção propriamente dita – em geral, na China – e a sua volta e uso nos países. “Após a fabricação das células, elas terão vários donos, como importador, fabricante de veículos ou eletrônico, até chegar no consumidor. É preciso saber quem vai cuidar da reciclagem das mesmas. Quem de fato é o dono da bateria, entre o fabricante e o usuário final. É preciso regulamentar.” O pesquisador explica que o grupo pretende desenvolver uma plataforma online com a tecnologia blockchain, na qual diversas empresas estarão conectadas em uma mesma cadeia de dados. “Nenhuma empresa que fabrica bateria quer dar informação para outras; os dados serão criptografados, pois, a informação é uma coisa extremamente valiosa, e é preciso tramitar essas informações de maneira que os donos desses dados fiquem protegidos”, ressalta Zanin, explicando os motivos para o uso dessa tecnologia.

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@Divulgação/Unicamp

O sistema valerá para qualquer bateria, independentemente da tecnologia utilizada para a sua fabricação ou de sua finalidade – seja para veículos elétricos, celulares ou para a indústria. As informações sobre a vida útil do dispositivo, como por exemplo a forma com a qual ele foi utilizado ao longo do tempo, ajudarão também a desenvolver modelos preditivos, para prever o estado de saúde das baterias e melhores estratégias para o carregamento e descarregamento, classificação, avaliação do nível de risco, e otimizações para um segundo uso. “Trata-se de um projeto sobre dados. Com informações sobre carga e descarga, sobre o estado de carga e saúde dessa bateria, e sobre como ela está sendo ciclada, em função das correntes e temperaturas. Com isso, você pode prever quanto tempo ela vai durar”, afirma o pesquisador da Unicamp. Diferentes condições e formas de uso podem alterar significativamente a eficiência e a duração de uma bateria. “Do ponto de vista comercial, isso faz uma grande diferença nos modelos de negócio. Não é apenas questão ambiental”, diz Zanin. Para desenvolver a plataforma, os pesquisadores criarão modelos a partir de dados públicos, disponibilizados em milhares de artigos científicos sobre, por exemplo, testes de diferentes baterias de carros. Com o pré-tratamento de dados e um modelo preditivo da saúde das baterias, a ideia é que as informações possam ser acessadas online. De acordo com o coordenador do projeto, a plataforma será interessante para a indústria de baterias, para fabricantes de automóveis, para os governos, e para o meio ambiente, uma vez que favorece a reciclagem e traz mais transparência ao processo. “Hoje não se sabe quem são os donos das baterias e elas vão parar no lixão. E o problema é que o volume de baterias ainda vai aumentar muito, nos próximos anos”, afirma. “O projeto vai contribuir para essa conscientização. Ajudará a fazer um mapeamento e um melhor uso desses dispositivos.” Segundo Zanin, o Brasil poderá seguir os passos da União Europeia na regulamentação das baterias. Em junho, o Parlamento Europeu aprovou medidas para fortalecer as regras de sustentabilidade na fabricação, uso e descarte de baterias, sejam elas portáteis, de veículos elétricos ou industriais, estabelecendo exigências, metas e obrigações para fabricantes. Haverá níveis mínimos obrigatórios de metais reciclados na composição de novas baterias – inicialmente elas terão de ter 16% do cobalto reciclado, 6% do lítio e 6% de níquel. As baterias também terão de ter uma documentação sobre o conteúdo reciclado presente na sua composição. Algumas metas são estabelecidas, já para 2025 e 2027. “Ao regulamentar, se cria um arcabouço regulatório do setor. Quem quiser participar desse ambiente tem de seguir essas regras, e colocar o mínimo de informações dentro dessas futuras plataformas. O Brasil precisa ter essa tecnologia também, para não precisar comprar depois”, afirma Zanin. “Se houver uma regulamentação no país, não precisaremos pagar por isso depois; haverá uma solução também local.”

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Primeiro barco de laboratório MME e Eletrobras juntas movido a hidrogênio do na expansão de transporte mundo chega à costa brasileira aquaviário em Minas Gerais @Divulgação

@Divulgação/MME

O Energy Observer chega à costa brasileira, com parada em Fortaleza/CE, entre os dias 16 e 24 de novembro. Esta será sua primeira visita à América Latina, uma oportunidade para destacar o plano de transição energética do Brasil, uma vez que o país é o maior consumidor de energia da região, e o 3º maior produtor mundial de energia renovável. Como primeiro barco autônomo em energia e embaixador francês para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Energy Observer explora soluções concretas, e desenvolve tecnologias para acelerar as transições ecológicas. O hidrogênio renovável é a pedra angular da cadeia energética do barco, e é produzido a bordo, por meio da eletrólise da água do mar, permitindo que fosse armazenado o excesso de toda energia, proveniente de fontes renováveis, desde o início da odisseia. Isso também contribuiu para que o barco pudesse navegar de forma totalmente autônoma, durante 6 anos. O hidrogênio está no centro da parceria da Air Liquide com o Energy Observer desde 2017. A experiência da Air Liquide em toda a cadeia de valor do hidrogênio, combinada com as inovações testadas pelo Energy Observer, ajudam a acelerar o desenvolvimento de soluções baseadas em hidrogênio, e as suas aplicações em grande escala, em particular no setor marítimo. Aumentar a consciencialização sobre o tema é fundamental para construir uma economia do hidrogênio. A Air Liquide e o Energy Observer estão profundamente empenhados em contribuir para aumentar a consciencialização sobre a transição energética na sociedade em geral. Atores industriais, institucionais e acadêmicos, bem como escolas e universidades, terão a oportunidade de visitar o barco, e trocar ideias sobre o tema da descarbonização. “Como orgulhosa parceira do Energy Observer, a Air Liquide tem o prazer de dar as boas-vindas ao Energy Observer na sua histórica primeira visita à América Latina. Nossa presença estabelecida no Brasil, abrangendo desde gases industriais até iniciativas de energia renovável, reflete nosso compromisso em promover um futuro mais seguro e responsável no país. A chegada do Energy Observer significa um momento crucial na nossa jornada partilhada, em direção a um futuro sustentável para as comunidades, daqui e de toda a região,” disse Albert Correa, CEO da Air Liquide para América Latina.

A Eletrobras assinou, em Brasília, contrato para a elaboração de estudos de viabilidade técnica, econômica, ambiental e jurídica, para estruturação de modelo de expansão, exploração, operação e manutenção de prestação de serviços de travessia por embarcações, nos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas e Mascarenhas de Moraes, ambas de responsabilidade da subsidiária Eletrobras Furnas, e localizadas em Minas Gerais. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, participaram da cerimônia de assinatura. “Quero agradecer publicamente a dedicação, o trabalho e a resposta rápida da Eletrobras nessa iniciativa. Agradeço o pronto atendimento da empresa, e registro aqui a expectativa de que possamos, juntos, contribuir com o sistema de geração de energia limpa e renovável, com transmissão segura, dando uma demonstração de que o país já é o grande líder da transição energética no mundo”, afirmou, em seu discurso, o ministro Alexandre Silveira. O presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, ressaltou a responsabilidade da companhia, em relação às comunidades que influencia. Ele lembrou que a empresa já atua no fornecimento das balsas no lago de Furnas, vai manter a contribuição de R$ 230 milhões, por ano, no fundo regional, e buscar melhorias significativas. “Após o processo de privatização, coube à Eletrobras a capitalização dos fundos regionais. Um desses fundos tem como objetivo um investimento importante no lago de Furnas. Agora, estamos fazendo a contratação de uma consultoria, para fazer um estudo buscando uma solução definitiva para a exploração desse serviço”, explicou o presidente da Eletrobras. Ele lembrou que essa é uma preocupação do ministro, e também uma prioridade para a companhia. “Conte com a Eletrobras, ministro, para essa e tantas outras iniciativas que expressem nossa responsabilidade e atuação social, nosso compromisso com o meio ambiente, e todos os cuidados que uma empresa do tamanho da Eletrobras precisa ter, em relação às comunidades onde ela opera os seus ativos, influenciando a vida das pessoas”.

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Acelen, Perfin Infra e Illian investem em geração solar na Bahia A Acelen, através da Refinaria de Mataripe S.A., o Perfin Discovery Mercury Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, fundo de investimento, sob gestão da Perfin Infra Administração de Recursos Ltda. e da Illian Energias Renováveis S.A., do Grupo Electra, anunciam a acordaram investimento em um empreendimento de geração de energia solar no estado da Bahia. A Acelen celebrou também contrato de longo prazo, para compra de energia incentivada na modalidade de autoprodução, incluindo créditos de carbono gerados pela futura usina. O empreendimento está inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, e consiste em uma usina com capacidade instalada de 161 MWp. A usina será construída no município de João Dourado, situado à região do Semiárido baiano. Além da geração de energia renovável e limpa, a implementação do projeto também contribuirá para o desenvolvimento socioeconômico da região, com a criação de cerca de 500 empregos diretos e indiretos, durante a construção, e cerca de 30 empregos diretos e indiretos, após o início da operação comercial no primeiro trimestre de 2025. “O projeto representa mais um passo em direção à transição energética, reafirmando um de seus principais objetivos, por meio de investimento em novos projetos de energia renovável no Nordeste. Combinado com outras iniciativas de eficiência energética em implantação na refinaria, contribuirá para a redução do índice de carbono e componente fóssil, dos resultados e da matriz energética da Acelen”, afirma Luiz de Mendonça, CEO da Acelen.

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“Para a Perfin Infra, é um marco importante, pois, fortalece nossa contribuição para o estado da Bahia, e confirma nosso compromisso com a transição energética”, afirma Daniel Shinohara, sócio de investimentos da Perfin Infra. “Para a Illian, o acordo significa o atingimento da maturidade desta nova empresa empreendedora, 100% brasileira, focada no desenvolvimento e investimento em projetos de geração renováveis centralizados, contribuindo para o crescimento econômico sustentável do país”, afirma o CEO Sérgio Brandão. O fechamento da transação está condicionado ao cumprimento de condições precedentes usuais para projetos desta natureza.

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China domina cadeia global Apagão de energia: ser datade fornecimento de energia driven não é mais opcional No último dia 15 de agosto, o Brasil solar por mais 10 anos vivenciou um apagão de energia em quase @Divulgação

Segundo pesquisa da Wood Mackenzie, a China ainda deve dominar a cadeia de abastecimento global de energia solar, durante grande parte da próxima década, à medida que os países correm para as suas transições energéticas limpas: ela será responsável por mais de 80% da capacidade global de produção de energia solar, até 2026. E também disponibilizará mais de um terawatt de capacidade de wafer solar, células e painéis, até 2024, o suficiente para atender à demanda global anual, até 2032. As conclusões do relatório estão em acordo com o que os executivos do setor de energia têm afirmado: a China estabeleceu uma liderança esmagadora na produção de painéis solares. A China produzirá ainda quase 95% do polissilício mundial e dos lingotes e wafers mais abaixo na cadeia de valor solar. A capacidade da China em energia solar se deve em grande parte ao seu extenso investimento no setor – o governo chinês investiu mais de US$ 130 bilhões nessa indústria solar apenas este ano, segundo a Wood Mackenzie. Um relatório anterior da IEA observou que o enorme de investimento chinês fez com que a tecnologia solar fotovoltaica se tornasse a forma mais barata de gerar energia em muitas partes do mundo. O relatório também mostra a Índia como a segunda maior região de produção de módulos solares até 2025 – crescimento ligado ao esquema de incentivos vinculados à produção do governo, que entrou em vigor em 2020. EUA e Índia anunciaram planos de capacidade de módulo de mais de 200 gigawatts, desde 2022, para atingir suas metas de energia limpa, lembra o da Wood Mackenzie, que aponta que, “apesar das fortes iniciativas governamentais para desenvolver a produção local em mercados estrangeiros, a China ainda dominará a cadeia global de fornecimento solar e continuará a ampliar a disparidade tecnológica e de custos com os concorrentes”. O relatório Wood Mackenzie também observou que os fabricantes estrangeiros ainda não são tão competitivos, em termos de custos, em comparação com a China: um módulo fabricado na China é 50% mais barato que um produzido na Europa, e 65% mais barato que nos EUA. Muito porque a agressiva expansão da capacidade chinesa – tanto para exportação quanto para instalação interna (que deve atingir 150 GW este ano ) – forçou a queda dos preços dos painéis solares com a indústria solar, absorvendo uma queda de 26% nos preços este ano, de acordo com a S&P Global.

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todos os estados. Desde o incidente, o ONS – Operador Nacional do Sistema – iniciou as investigações para apurar a causa, e prestar os devidos esclarecimentos. Segundo o primeiro informe, os geradores não enviaram informações acuradas Neylson Crepalde é sobre o desempenho dos equipamentos ao CTO (Chief Technology órgão. Logo após o apagão, alguns dados Officer) da A3Data precisaram ser reenviados, o que levou o ONS a identificar inconsistências críticas, que teriam comprometido o planejamento e a operação do sistema. E, o mais curioso neste ocorrido foi resgatar na memória o outro apagão registrado na história do País, ocorrido em 2001. Este mesmo "fenômeno", que levou ao racionamento intensivo de energia entre a população, também teve como uma de suas causas a existência de dados incorretos, o que foge da essência do bom funcionamento do setor elétrico. Mas, não é de hoje a discussão sobre a necessidade de ancorar a operação do negócio em dados. Isso significa que, pelos menos, há 20 anos, a possibilidade de as empresas se tornarem data-driven é apresentada por consultorias como um grande diferencial competitivo, além de ser a garantia de “sair na frente”, em uma esfera volátil e dinâmica. De lá para cá, diversas empresas investiram na maturidade de dados, construindo arquiteturas, implementando fluxos de tratamento e consumo das informações, empoderando os analistas de negócio a tomarem decisões melhores e mais eficientes. Além disso, essa estruturação do ambiente de dados foi acompanhada por um grande esforço de automatização de diversos processos de dados, inclusive da infraestrutura, quando a empresa já está trabalhando em nuvem. Entretanto, um fenômeno é notável, nesse cenário: o que antes era tido como um diferencial, algo opcional para aumentar a competitividade, está se tornando absolutamente mandatório. O mercado impõe uma condução do negócio cada vez mais rápida e eficiente, com janelas de decisão curtíssimas, bem como uma baixa tolerância ao erro. Além disso, num estágio de maturidade, cuja operação da empresa esteja, de fato, ancorada em dados, a qualidade e a disponibilidade de serviços se tornam fatores críticos. O caso do apagão foi emblemático, pois pôde ilustrar como as informações incorretas impactam drasticamente uma operação. E isso, infelizmente, não é uma exclusividade do setor de energia, mas de qualquer área da economia. Além de prejudicar enormemente a operação, incidentes como esse podem ferir seriamente a reputação de uma empresa, colocando em risco sua perenidade e permanência no mercado. A boa e velha (porém, nunca desatualizada) discussão sobre a importância de ser data-driven, se reforça com eventos como esse, e mostra que trabalhar com dados seguros e confiáveis não é mais uma opção.

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De robôs a cachorros mecânicos, a

automação

móvel se populariza em

ambientes industriais

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pisódios marcantes e críticos, a exemplo de mudanças climáticas, Pandemia e guerras, entre outros, de certa forma, estimulam e aceleram o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias, principalmente em atividades repetitivas, ou que gerem algum risco para o ser humano. Os benefícios envolvem, desde a redução do tráfego de pessoas por áreas de risco, a otimização de custos, ganhos em eficiência e produtividade e a ampliação dos níveis de segurança; até o aperfeiçoamento dos profissionais de operação, que passam a tomar decisões em resposta a alertas e a situações não programadas. Esses desenvolvimentos envolvem integração de robôs e automação móvel, com aplicação de tecnologias controladas remotamente, veículos autônomos, drones, e demais instrumentos e equipamentos, que coletam dados em tempo real, e executam atividades como monitoramento, transporte e movimentação de materiais e inspeção de equipamentos e máquinas, com reflexos positivos nos indicadores de eficiência, flexibilidade e segurança, no ambiente industrial. Luiz Eduardo Rubião – sócio líder do time de Indústria 4.0 da Deloitte Brasil – cita, entre os expoentes, robôs que “executam tarefas associadas à maior eficiência e à maior segurança da indústria. Podemos ter, por exemplo, drones que fazem a observação de chamas de tochas e a inspeção de vasos de pressão. Mas, não é só isso, podemos hoje pensar em ter uma frota de veículos autônomos e robôs de diferentes tipos, que podem executar suas tarefas e ainda ser acionados para a execução de algumas tarefas emergenciais, em um caso de acidente, por exemplo”.

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Luiz Eduardo Rubião – sócio líder do time de Indústria 4.0 da Deloitte Brasil

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Cover Page Os veículos autônomos são lembrados por Rubião como alternativa à “utilização de seres humanos em tarefas que podem trazer algum risco para o próprio operador do veículo, ou para terceiros. Também pode reduzir o tráfego de pessoas por áreas de risco”. Listando os drones entre as tecnologias “de grande aceitação no mercado, de impacto significativo e de custo relativamente baixo”, o consultor da Deloitte adiciona o crescente uso de “cachorrinhos mecânicos que fazem a vigilância móvel de sites”. A difusão dessas tecnologias – e consequente redução dos preços – vem facilitando o acesso às empresas. No entanto, deve ser dada atenção à implantação de um centro de operações integradas desses equipamentos e veículos, com o fim de minorar o que Rubião define como “angústias e frustações” de clientes que, na busca pelo desenvolvimento, fazem investimentos preocupados com o real potencial “de sucesso de cada tecnologia e com a forma pela qual poderão testar e, depois, em caso de sucesso, escalar a aplicação, para que possa ser adotada em diversas outras áreas e sites”, resume. E ele alerta: “Se as aplicações de robôs e veículos autônomos forem crescendo de forma aleatória ou até um pouco caótica, é difícil imaginar como será a gestão de todos esses itens em uma fábrica. O fato é que, hoje, grandes empresas de automação estão oferecendo sistemas de controles de robôs e veículos autônomos, buscando também usar um protocolo padronizado de comunicação entre os diferentes tipos de equipamentos. No caso de robôs e veículos autônomos, acho que as grandes respostas virão dos primeiros testes a serem feitos”. A complexidade desses sistemas está diretamente vinculada à inclusão de exceções às regras, dificultando a criação e a implantação. Importante também destacar que a operação desses sistemas exige acompanhamento permanente, devido à possibilidade de comportamentos indevidos, principalmente nas primeiras semanas de implantação, inclusive devido às modificações nos processos. Tradicional usuário de robôs e sistemas de mobilidade em suas plantas industriais, o setor automotivo conta com processos altamente tecnológicos de Indústria 4.0, que envolvem robotização em todas as etapas da produção de um veículo. No caso da Volkswagen do Brasil, como informa Fabrício Valério – gerente executivo de Planejamento de Manufatura da Volkswagen do Brasil e Região América do Sul –, as soluções estão presentes em todas as unidades da empresa neste país. Esses sistemas – para ele – são mais aderentes a processos estáveis e condições controladas. “A unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo/SP, que é a primeira fábrica da Volkswagen fora da Alemanha,

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por exemplo, é um complexo industrial completo, com centro de pesquisa, planejamento e desenvolvimento de novos produtos, com a mais alta tecnologia e inovação”, explica Valério, frisando que “a mobilidade na indústria é a capacidade de lidar com informações em tempo real, onde quer que estejamos. Quando uma decisão precisa ser tomada, basta acessar uma plataforma e consultar dados, executar tarefas, enviar solicitações, e assim por diante. A assertividade das decisões depende diretamente da qualidade das informações coletadas e de sua disponibilidade, além de protocolos para garantir a integridade do sistema. Na Volkswagen do Brasil, trabalhamos com sistemas de dados altamente tecnológicos, garantindo a troca de informações em tempo real e de forma segura, contribuindo com a produtividade e eficiência do ambiente produtivo”. No âmbito industrial, essa integração, para o gerente da Volkswagen, inicia sua jornada nas informações que “deixaram o papel, sendo transferidas para o ambiente digital. Os dados são gerados diretamente dos equipamentos, e interpretados por meio de processos robotizados, utilizando as melhores práticas e protocolos certificados. Esses robôs preparam os relatórios, disparam e-mails e sinalizam os profissionais envolvidos no processo na hora certa, com as informações atualizadas”. A robotização e a automação industrial são fundamentais para a geração de dados de qualidade em tempo real. Esses dados – afirma Carlos Correa – coordenador de Engenharia de Manufatura da Delphi Aftermarket, marca do conglomerado Phinia – se transformam em informações para tomada de decisão e, como consequência, tornam a empresa em cada vez mais eficiente e competitiva, uma vez que agregam a processos produtivos de alto volume, realizados no chão-de-fábrica, movimentos precisos, repetitivos, com ciclos bem rápidos, inviáveis ao ser humano. Fornecedora de soluções com especificações de equipamento original, incluindo sistemas de combustível a gasolina, sistemas de combustível diesel, soluções de manutenção, gerenciamento de motores e eletrônica de veículos, apoiados por equipamentos de diagnóstico e teste de nível OE, treinamento e informações técnicas, a Delphi utiliza robôs com auxílio de sistema de visão para detecção das características críticas, dimensionais ou qualitativas, como presença ou ausência de componentes em processos de controle de qualidade, com ganhos de produtividade atingindo ciclos produtivos de 6 segundos, inviável para o ser humano. Outra aplicação robótica usual nessa indústria é a solda laser, pois, “o robô faz o cordão de solda de forma precisa e segura. Atualmente, estamos implementando ro-

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bôs em processos de montagem para fazer o carregamento e o descarregamento de peças de um processo a outro, de forma precisa e rápida”, informa Correa. A presença em suas unidades de diversos recursos tecnológicos de automação dos processos que envolvem a produção de seus fertilizantes garante à Yara Brasil mais segurança à operação, celeridade e precisão na produção dos insumos agrícolas. Cesar Augusto Jurinic, gerente de Manutenção do Complexo de Rio Grande/RS, comenta que a unidade de produção da linha YaraVita, localizada em Sumaré/SP, “opera com automatização em quase 100% de todos os processos, sendo que, na unidade misturadora, as máquinas atuam de forma automatizada, na mistura e no envase do produto, com mínima interferência humana”. Já o Complexo Industrial da Yara, em Rio Grande – assegura Jurinic – “é o maior e mais moderno parque de produção, mistura e expedição de fertilizantes da América Latina. A automação de muitos processos na unidade trouxe mais agilidade e produtividade, além de melhorar o atendimento ao cliente e o aprimoramento dos controles de qualidade e, acima de tudo, garantiu o desenvolvimento das pessoas, que tiveram a oportunidade de viver programas de qualificação, aperfeiçoando suas habilidades, e fazendo com que o complexo se tornasse referência na indústria 4.0”. A área mais robotizada da Yara envolve as máquinas de ensaque de fertilizantes em sacos de 50 kg, composta pela integração de três máquinas de fornecedores diferentes, mas que se comunicam entre si através de I/O e rede Ethernet, mantendo a sincronização para garantir um processo contínuo e de qualidade. Elas recebem os fertilizantes a granel e realizam os processos de ensaque, check de peso, paletização, strech e carregamento do caminhão, de forma 100% robotizada, com intervenção humana apenas para abastecimento dos insumos (paletes, bobinas de filmes, bobinas de ensaque). Outro destaque se reporta ao sistema de ponte-rolante das unidades de mistura, onde há a operação de máquinas complexas, e a automação elimina riscos aos colaboradores, melhora os controles de segurança e qualidade, e otimiza processos. Outro destaque, no complexo gaúcho, é a solução empregada para agilização do recebimento da matéria prima que chega por navio. Trata-se de um píer, onde a carga é descarregada em esteiras instaladas ao longo de 14 km em

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todo o complexo, e que levam os insumos para as linhas de produção. Jurinic fala, ainda, sobre a existência nessa unidade de um “software logístico, desenvolvido especificamente para nossa necessidade, e utilizado para cadastrar, agendar e monitorar todo o fluxo e o tempo de permanência do caminhão no parque industrial, desde a chegada até a saída com a carga”. Em Rio Grande, “a integração envolve diversas plataformas, como ERP, DCS e máquinas, e permite, através de CFTV e tags RFID dos caminhões que estão dentro do complexo industrial, o acompanhamento on-line de todos os dados da ordem de carregamento, ponto de carregamento, tipo de produto e cliente, garantindo a rastreabilidade de processos de expedição”, constata o gerente de Manutenção desse complexo industrial. Um bom projeto de robotização, com periféricos (berços onde o robô irá pegar e colocar peças, esteiras, etc.) bem dimensionados e precisos, agregam produtividade e qualidade ao produto, ampliando a competitividade, certifica Correa, levando ainda em consideração a relação entre qualidade do produto, tipo de processo, e segurança: “Um exemplo de utilização de robôs são processos de solda laser. Os robôs são extremamente precisos, chegando sempre na posição correta determinada, e podem estar expostos a alta temperatura, que para um humano seria demasiada.” O estudo de viabilidade e o planejamento adequado são essenciais, para que o sistema seja robusto e eficiente. Soluções devem ser viáveis técnica e economicamente. Para isso, é necessário contar com bons profissionais, especificando, integrando e operando o sistema de robotização. E este último ponto é um dos gargalos no processo.

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Cover Page O caso da Adama comprova a necessidade de um planejamento cuidadoso. Anderson José Tonel – engenheiro de Automação e Controle dessa fabricante de soluções em herbicidas, inseticidas, fungicidas e biossoluções – comenta que os investimentos em robótica e automação se iniciaram há mais de dez anos, envolvendo as áreas de Produção, Processos, Engenharia e TI, sob a liderança da equipe de automação do site. “O ponto de partida foi a visão de futuro, em que se percebeu que a automação seria um grande vetor de diferenciação no mercado. Planos diretores foram elaborados, gerenciados e revisados, ao longo desta última década, sempre com o olhar nas últimas tendências de mercado. Para evoluir, mais importante do que criar e executar as ações de um plano diretor, é estar aberto a possíveis revisões, devido à velocidade das mudanças tecnológicas”. No ICL Group Ltd., a integração também foi paulatina. Como explica Roberto Okuda – engenheiro Elétrico e de Instrumentação dessa indústria química multinacional, que desenvolve, produz e comercializa fertilizantes, metais e outros produtos químicos para fins especiais – “em uma indústria de processo químico, a integração começa com a instalação de um sistema de controle centralizado, que possua recursos para controlar os equipamentos de processo, e enviar dados para o historiador de dados. Em uma indústria voltada para linhas de embalagem, o início é a instalação de máquinas automáticas e robôs. A evolução depende também de ter uma equipe de colaboradores qualificados em automação, e é preciso investir em treinamentos, para preparar o pessoal operacional, técnico e de engenharia”. Okuda utiliza a fábrica da ICL em São José dos Cam-

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pos/SP para materializar sua opinião. Lá, tudo começou em 2000, com a instalação do SDCD Delta-V, para automação das áreas de processo químico das áreas de produção 4, 5 e 8. Em 2010, foi instalado o sistema historiador de dados – PIMS Exaquantum – e, em 2013, ocorreu “a automação das linhas de embalagem, com a instalação de dois robôs para paletização de sacarias. Desde 2020, estamos trabalhando focados na implementação do programa Global de Excelência Operacional, com ações voltadas à capacitação e à melhoria de experiência de nossas pessoas, consequentemente melhorando nossas operações. Todas as iniciativas de automatização de nossas rotinas trouxeram ganhos significativos de capacidade e eficiência, em nossas operações”. Neste caso específico, o engenheiro Elétrico e de Instrumentação da ICL cita a integração de todos os equipamentos da linha de produção com um desafio, pois, todos devem trabalhar “de maneira uniforme e sem falhas. Se uma máquina da linha de produção não funcionar bem, a linha de produção inteira é prejudicada. A escolha correta do desempenho de cada máquina é importante, porque uma máquina que não produza conforme o esperado vai limitar a produção da linha inteira, mesmo que o robô tenha capacidade para atender à demanda”. Ao entender a robotização e a mobilidade como caminhos sem volta nas empresas do mundo moderno, se reconhecem as ferramentas da Indústria 4.0, que envolvem robotização, mais eficiência, produtividade e confiabilidade aos processos, como vantagens competitivas importantes para a sustentabilidade do negócio. No caso específico da Volkswagen, como detalhado por Valério, o desenvolvimento da robotização segue duas formas: “uma delas envolve processos corporativos, nos quais a robotização toma uma dimensão interdisciplinar, e exige critérios e protocolos elevados; seu desenvolvimento é restrito e gerenciado por departamentos estratégicos da empresa. A outra forma é relacionada a processos setorizados, nos quais os próprios operadores são estimulados a desenvolver automação, usando ferramentas disponibilizadas pelo grupo. Nos encontros semanais on-line, com participantes de todas as fábricas da Volkswagen no mundo, compartilhamos as melhores práticas”. Fundamentado em sua experiência, Valério elenca a necessi-

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dade de aplicação gradativa e de forma assertiva, tanto dos robôs, quanto da digitalização dos dados. O trabalho “com foco na evolução contínua desses processos”, e a convicção na inexistência de uma regra que se aplique a todas as indústrias, são aspectos frisados pelo executivo, assim como a necessidade decorrente do contato com essas tecnologias, que se torna uma prática positiva na empresa, pois, desperta “necessidades e soluções aplicáveis a outros processos”. Nesse contexto, ao envolver as pessoas nesses desenvolvimentos – preconiza Valério – surgem novas demandas, retroalimentando o sistema, o que comprova que o fundamental é “a forma de atingir a maior quantidade de processos e pessoas, multiplicando as melhorias provenientes dessa ação”. Estar aberto à inovação, investir em treinamentos, capacitar os envolvidos (incluindo operação e mantenedores), é fundamental na visão do engenheiro de Automação e Controle da Adama, do mesmo modo que implementar um sistema de conectividade que absorva as necessidades planejadas, pois, a não adequação da infraestrutura pode inviabilizar a sequência das ações ligadas à robotização e à mobilidade industrial. A Pandemia e a crise derivada da guerra entre Rússia e Ucrânia “aceleraram os processos de digitalização. Em questão de dias, tivemos de viabilizar as nossas atividades profissionais de forma remota, e permitir que os dados estivessem disponíveis em plataformas digitais, acessadas tanto pelos colaboradores que estavam trabalhando presencialmente no processo produtivo, depois que retomamos a produção, seguindo protocolos rígidos de saúde e segurança, como pelos que seguiam trabalhando em casa, por conta da Pandemia. Tudo isso, garantindo a segurança das redes. Dessa forma, a robotização, aliada à digitalização, trouxe a mobilidade necessária para a indústria enfrentar esses desafios”, admite o gerente executivo de Planejamento de Manufatura da Volkswagen do Brasil e Região América do Sul. Também na Adama, a Pandemia estimulou o encontro de soluções que favorecessem o trabalho remoto, e a continuidade dos projetos e operações, redundando em investimentos em cibersegurança para monitoramento de ameaças, controles rigorosos de permissões de acesso, além de sessões de monitoramento ao vivo, e gravações para garantir a integridade e segurança das operações. Além disso, foram estabelecidos mecanismos para o en-

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vio seguro de informações das fábricas por meio da web, garantindo que os dados fossem transmitidos de maneira protegida e confidencial. Já para a ICL, a crise sanitária global “mostrou o quão robusto é o nosso sistema, que permite acessar os dados de chão-de-fábrica remotamente por qualquer lugar que possa conectar um computador, e acessar a rede ICL. Os sistemas automatizados funcionaram perfeitamente, exigindo a mínima presença de pessoal qualificado nas fábricas. A maioria do pessoal pode trabalhar remotamente, mantendo a rotina de fábrica. A fábrica de São José dos Campos quebrou recordes de produção durante a Pandemia e no início da guerra entre Rússia e Ucrânia”, confirma Okuda. Luciano Arantes, gerente de Contas Corporativas da Komatsu, reforça o conceito de atuação remota com a aplicação de caminhões autônomos, assim como trator de esteira e escavadeira teleoperados que levam a mobilidade e a robotização a áreas remotas, de difícil acesso, removendo as pessoas da área de risco, e deixando o ambiente mais seguro, inclusive porque a área central de controle dos caminhões “pode ficar fora do ambiente de mina, seja mina a céu aberto ou subterrânea. Desse modo, se reduzem os gastos de transporte e circulação de pessoas na área de mina, mesmo nas trocas de turnos, que passam a ser realizadas na área onde fica a cabine remota da operação”, minimizando a exposição dos operadores e dos recursos dentro da área de mina, e até favorecendo a reintegração de “funcionários que estavam afastados por alguma limitação na operação convencional”. Arantes mostra um novo olhar sobre o processo de robotização e mobilidade de plantas minerárias. Segundo ele, “apesar de os projetos de caminhões autônomos e de teleoperação parecerem ser projetos de tecnologias, na verdade, são projetos de pessoas. Portanto, a gestão de mudança com treinamentos de pessoas é o primeiro passo para a integração da tecnologia na evolução”. Esse também é o principal gargalo alinhado Luciano Arantes,

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Cover Page pois a implantação exige adaptação “à mudança, a uma nova forma de trabalho, ao preparo da área para receber a nova tecnologia e entender as limitações. A tecnologia não aceita ‘o jeitinho’. Ou estruturamos o ambiente de aplicação da forma correta, para potencializar o melhor, ou teremos o pior da tecnologia”. Claro, os resultados devem ser mensuráveis. Um ponto observado por Tonel envolve o retorno das iniciativas: “Nem todas as vezes é possível obter retorno de investimento de forma imediata (menos do que um ano), dependendo da aplicação específica, da tecnologia utilizada e do ambiente de implantação. Alguns ganhos são imediatos, tais como eficiência operacional, redução de erros operacionais, flexibilidade, segurança, entre outros pontos, assim como diminuição da burocracia e ganhos de agilidade ao negócio”. Por sua vez, Correa garante que “um bom projeto de robotização deve pagar-se em dois ou três anos, para um projeto de produção em série de cinco a seis anos”. A variedade de atividades robotizadas na ICL potencializa os ganhos. “Robôs móveis podem transportar câmeras e sensores para inspeção de tanques e equipamentos em locais de difícil acesso. Os Autonomous Guided Vehicle (AVG) transportam paletes e produtos nos armazéns, em outras fábricas da ICL. A mobilidade permite coletar e analisar dados em tempo real, como, por exemplo, variáveis de processo de vazão, temperatura, pressão, etc. A análise da vibração e da temperatura de máquinas permitem à manutenção compreender melhor os processos, e favorece que os equipamentos sejam analisados e estudados com a aplicação de várias técnicas, como análise estatística, análises por softwares usando inteligência artificial, etc.”, enumera Okuda, sinalizando, como ganhos imediatos, o equacionamento de problemas que permite aumento de produção, otimização de processo, redução de perdas, de paradas de produção e de quebras de equipamentos, etc. O retorno de investimento é diretamente dependente do processo de fabricação. O engenheiro da ICL apresenta um caso ocorrido recentemente, envolvendo a produção de um novo produto, viabilizada pela automação de um reator, com o controle sendo realizado quase que totalmente pelo SDCD. Outro exemplo envolve a instalação de robôs de paletização, que “possibilitou o aumento de produção, de 30 toneladas diárias, para 50 toneladas diárias, porque a parte que limitava bastante a produção era a paletização manual de sacarias de 25 kg. Um outro tipo de robô que tem ganhado bastante atenção, e cuja instalação tem aumentado, é o robô colaborativo (Cobot), que pode trabalhar ao lado do operador, auxiliando-o nas tarefas que exigem levantamento de cargas e inspeção por

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câmeras”, afirma e reconhece: “O investimento pode ter retorno em menos de cinco anos, dependendo da área”. Opinião semelhante é a de Carlos Simões, gerente Corporativo de Digitalização Industrial da M. Dias Branco. Ele relaciona o payback ideal para o investimento em mobilidade robótica a vários fatores, como o custo inicial, os benefícios esperados e a indústria. Normalmente, espera-se que ocorra em um período que varia de um a cinco anos, mas isso pode ser mais curto ou mais longo, dependendo das circunstâncias. “Os motivos envolvem, entre outros fatores, o custo inicial elevado: o investimento inicial na aquisição de robôs móveis, sensores e tecnologia associada pode ser significativo, o que pode ser um obstáculo para algumas empresas, especialmente as de menor porte; integração complexa de sistemas de mobilidade robótica com infraestrutura existente, como sistemas de automação industrial e sistemas de gerenciamento, pode ser complexa, e requer expertise em engenharia; conformidade regulatória, uma vez que, em muitos setores industriais, existem regulamentações rigorosas que precisam ser seguidas, e a implementação de robôs móveis, podem exigir conformidade com essas regulamentações; e escalabilidade, pois, à medida que a operação cresce, a escalabilidade dos sistemas de mobilidade robótica pode ser um desafio, uma vez que pode exigir aquisição de mais robôs e infraestrutura adicional”, anuncia Simões. Ganhos imediatos computados pela Yara Brasil, principalmente no complexo Rio Grande, compreendem aumento de produtividade, como consequência do automatismo e do monitoramento dos caminhões; ganhos em segurança e diminuição de risco de furtos de carga, por conta de sistemas de biometria, OCRs e controles de acessos limitados apenas ao produto determinado para carregamento; redução de erros humanos, e melhor alinhamento e produtividade entre as equipes. A redução do tempo de espera do caminhoneiro na fila é definida por Jurinic como “bastante impactante, colaborando assim com nosso comprometimento nos prazos de entrega e satisfação do cliente”, que recomenda a cada indústria discriminar “os gargalos de sua unidade produtiva, e entender quais procedimentos podem ser automatizados para iniciar esta integração e evoluir nos processos”. Soma, ainda, parâmetros de qualidade da carga, e a facilidade na descarga do produto na lavoura, pois, já chega paletizada ao cliente. “Acreditamos que a automação só acontece e prospera porque há por trás de cada processo uma equipe competente e qualificada para que cada etapa seja concluída com excelência, e temos a transferência de conhecimento um legado humano muito presente na companhia”, detalha Jurinic.

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Usinagem precisa de peças com robô CNC

Stefan Ziegler, Editorial Management PR, Beckhoff Automation

Alguns afirmam que materiais duros não podem ser usinados com precisão por robôs de braços articulados – mas a fabricação de ferramentas provará que estão errados. Daniel Distler e Andreas Bauer usam TwinCAT CNC, e controle baseado em PC da Beckhoff, para implementar células robóticas para usinagem precisa de componentes – incluindo blocos sólidos de carboneto de silício e ferro fundido cinzento.

© Beckhoff

© Beckhoff

Os dois gerentes da divisão de robótica da Toolcraft, Andreas Bauer (Engenharia) e Daniel Distler (Vendas e Recursos Humanos), juntamente com Alexander Klos, da filial da Beckhoff em Nuremberg (da esquerda para a direita)

A operação e o planejamento do caminho são realizados em código G, assim como o CNC de 5 eixos, e visualizados em um painel de controle multi-touch CP3921 específico do cliente A Toolcraft entende exatamente o que a indústria de processamento precisa, quais processos e tecnologias funcionam na prática, e quais não. Isso ocorre porque a Toolcraft, não apenas fabrica em nome dos clientes usando suas 60 máquinas CNC, mas também projeta, planeja e constrói sistemas de produção, prontos para uso, para empresas de diversos setores. Fundada em 1989, como fabricante terceirizada, a empresa gradualmente adicionou mais competências em diversas tecnologias de fabricação, incluindo moldagem por injeção e fabricação de moldes, em 2005, e tecnologias de fabricação aditiva, em 2011. Em 2015, a robótica

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se tornou a mais nova divisão de tecnologia da Toolcraft. “Não importa em qual tecnologia atuamos, queremos sempre ter o expertise necessário para oferecer soluções completas”, explica Daniel Distler, gerente da divisão de robótica, com foco em vendas e recursos humanos. A gama estende-se, desde dispositivos simples, até sistemas complexos, com integração em sistemas existentes nas instalações do cliente. “Conectar máquinas com nova tecnologia a controladores existentes nas instalações do cliente final, nem sempre é o método mais fácil, mas funciona, quando você usa tecnologia de controle flexível”, disse Andreas Bauer, gerente da divisão de robótica com foco em engenharia, na Toolcraft.

Uma plataforma de automação para cada aplicação É por isso que Andreas Bauer e Daniel Distler confiam no controle baseado em PC, inclusive nas células de produção com robôs de fresagem de 7 eixos, para usinagem de componentes em nível CNC. “O TwinCAT CNC foi o primeiro controlador com uma interface integrada ao controlador do robô Stäubli (TwinCAT Robotics uniVAL PLC, TF5130). Este pacote

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O controle e monitoramento completos do protótipo são executados em um PC embarcado CX2040 (canto inferior esquerdo) com CPU Intel Core i7 e quatro núcleos de processador tecnológico nos facilitou em muitas coisas na implementação do projeto”, recorda Andreas Bauer. Usando a célula de usinagem projetada pela Toolcraft, um usuário, agora, fresa estruturas de base para produção de wafer, a partir de grandes blocos de carboneto de silício e ferro fundido cinzento. “A Toolcraft já estava usando nosso CNC TwinCAT neste caso”, acrescenta Alexander Klos, de Vendas, no escritório da Beckhoff, em Nuremberg. Inicialmente, o cliente ainda usinava os blocos com máquinas CNC convencionais de 5 eixos. Mas, a fresagem do material duro produz poeira ultrafina, que penetra em todas as juntas, guias lineares e rolamentos, causando enormes problemas em pouco tempo. As máquinas CNC rapidamente se desgastaram e exigiram uma grande revisão. “Sabíamos que com o TwinCAT CNC poderíamos alcançar a precisão necessária de 2/10 mm, em uma área de usinagem de até 1 m³, bem como vedar os robôs Stäubli e aplicar sobrepressão”, enfatiza Daniel Distler. Este conhecimento provém de vários projetos, nos quais, por exemplo, os robôs foram completamente desmontados e selados, de forma a continuarem a funcionar de forma fiável, mesmo em profundidades de água de até 20 m.

Robô CNC de última geração O potencial dos robôs no processamento de peças é enorme, mas, onde deveria estar o foco? “Pensamos muito sobre onde queríamos chegar com o fresamento robótico e, claro, como chegar lá”,

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explica Daniel Distler. O objetivo não era apenas aumentar ainda mais a qualidade da usinagem, e elevá-la a um novo nível, mas também garantir que não houvesse alterações para os usuários na criação dos programas de usinagem. No início do projeto, em 2018, todos os componentes de uma célula de usinagem foram examinados de acordo com a “melhor abordagem”: robô, mesa rotativa, trocador de ferramentas, fuso de fresamento e, claro, a tecnologia de controle. Andreas Bauer : “Com base em nossa experiência nos últimos oito anos, conhecemos exatamente os pontos fortes e fracos das diversas cinemáticas e designs.” Essa experiência foi aplicada em colaboração com um fornecedor de robôs para desenvolver cinemática que aumenta a rigidez, a resistência à poeira/água, a carga útil e o alcance. O resultado é a configuração atual de uma célula de usinagem com um robô CNC de última geração, baseado em nova cinemática. “Na nova geração, a Toolcraft também utiliza Servo acionamentos e servomotores da Beckhoff, além do TwinCAT CNC”, acrescenta Alexander Klos. O robô foi equipado com engrenagens de rolamento duplo em todos os eixos, e codificadores nos lados de acionamento e saída. Além disso, a montagem do fuso foi modificada. A base da tecnologia de controle do robô fresador é formada pelo poderoso PC Embarcado CX2040, em combinação com o Painel de Controle CNC multitoque CP3921-1502-0010, que é conectado ao PC embarcado via CP-Link 4, com apenas um cabo Ethernet (CAT.6A). O sistema é complementado

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Case pelos servomotores AM8000 e pelo sistema servo multieixo AX8000, bem como pelo CNC TwinCAT. Outros efeitos colaterais positivos do novo design incluem os conjuntos internos de mangueiras, que simplificam o manuseio. Além disso, não é necessário nenhum controlador de robô separado, liberando espaço no gabinete de controle, e reduzindo a complexidade do projeto. © Toolcraft

importantes do PC – controle baseado – abertura e flexibilidade. Por exemplo, foi possível integrar, sem problemas, os encoders do lado do acionamento e do lado da saída dos eixos do robô nos blocos funcionais de software dos controladores de eixo. E, com o portfólio integrado da Beckhoff, que vai desde CNC até Servo acionamentos e motores, a Toolcraft se beneficia de opções de otimização completamente diferentes. “O acesso direto a todos os parâmetros e configurações do processo desempenhou um papel importante na melhoria da precisão”, diz Andreas Bauer. Por exemplo, a histerese baixa, mas ainda detectável, da engrenagem foi ainda compensada através dos encoders do lado de saída e algoritmos de controle apropriados. Mesmo quando são aplicadas forças elevadas, por exemplo, durante a fresagem sólida ou dependendo da posição do ponto central da ferramenta (TCP) na área de trabalho, os eixos são rastreados com velocidade e precisão. “E a integração dos ciclos de medição e calibração garante propriedades consistentes”, acrescenta Daniel Distler. A Toolcraft também mantém flexibilidade na escolha de sistemas de feedback, e no uso de outras tecnologias: os servodrives suportam muitas interfaces de encoder, e opções adicionais estão disponíveis. “Estamos sempre pensando no futuro, e considerando a integração de sistemas de câmeras para detectar e carregar componentes automaticamente”, diz Andreas Bauer.

Pós-processadores e transformação de coordenadas incluídas

O sistema servo multieixo AX8000, em combinação com o Servo Drive AX5000 (canto inferior esquerdo), controla o fuso de alto desempenho e os servo drives instalados nos eixos do robô CNC

Conversão simples da tecnologia de acionamento “Embora a criação de ferramentas tenha começado com TwinCAT CNC e TwinCAT Robotics uniVAL PLC, foi rapidamente possível mudar para outro tipo de robô, com mecânica e cinemática diferentes, e nossa tecnologia de acionamento e servo acionamento”, diz Alexander Klos, apontando duas propriedades

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É muito importante que as empresas de manufatura tenham uma cadeia de processos funcional, desde o desenho CAD, até o programa de usinagem. Como diz Daniel Distler: “Nossa abordagem é eliminar o medo dos usuários, de operar e programar os robôs, ao mesmo tempo que proporciona mais liberdade na usinagem.” O controle baseado em PC também ajuda nessa área: pós-processadores e transformação de coordenadas são executados no PC incorporado, em paralelo com o controle de trajetória do robô CNC. Os programas de usinagem podem, portanto, ser programados em G-Code normalmente e gerados a partir dos programas CAD/ CAM usuais. Daniel Distler explica: “Queremos que o robô funcione perfeitamente com o software CAM do usuário.” A Toolcraft também possui uma plataforma de controle flexível para essa finalidade, na forma de controle baseado em PC.

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Intelie anuncia universidade corporativa A Intelie, uma marca by Viasat, que promove inteligência operacional por meio da análise de dados em tempo real, combinada com tecnologia de satélites, anuncia a Intelie University, iniciativa para apoiar o desenvolvimento de colaboradores e a construção de jornadas de aprendizagem que impulsionam o desempenho e os resultados para o negócio. A Intelie University tem como objetivo oferecer treinamento de alta qualidade nas áreas de Experiência do Cliente, produtos e tecnologias. Esse compromisso com o aperfeiçoamento das habilidades essenciais dos colaboradores é parte fundamental da estratégia da empresa. Também há gerenciamento de conhecimento interno e externo, incluindo a administração de licenças Alura, para preparar os funcionários, para o presente e o futuro da empresa. “A Intelie University se dedica à capacitação dos colaboradores, por meio do alinhamento dos valores da em-

presa com os dos stakeholders, incluindo parceiros, clientes e fornecedores. Nossa universidade corporativa oferece uma variedade de recursos, desde biblioteca e videoteca virtuais, até webséries, podcasts, fórum de aprendizagem e recursos de comunicação. Isso inclui avaliações de conhecimento com certificados e transmissões ao vivo, para garantir que os profissionais estejam sempre atualizados e capacitados”, afirma Fábio Brasil, gerente de treinamentos da Viasat, Intelie. A equipe da Intelie University e da NPI trabalha em estreita colaboração com as unidades de negócios da empresa, para mapear e projetar o conteúdo. “Isso inclui a criação de indicadores para medir a prontidão de produtos e treinamentos, tanto para clientes quanto para áreas internas, demonstrando o foco na capacitação de suas equipes para liderar o mercado de inteligência operacional”, acrescenta Fábio.

Aprimoramentos à IA para simplificar a visibilidade da cadeia de suprimentos A project44 anunciou aprimoramentos significativos em sua plataforma Movement, com o objetivo de simplificar a visibilidade multimodal, e ajudar os clientes a maximizarem a qualidade dos dados das transportadoras. Com isso, a solução passa a oferecer maior valor comercial, ao simplificar alguns dos cenários mais complexos que as transportadoras e prestadores de serviços logísticos (LSPs) enfrentam atualmente. “Embora muitos fornecedores ofereçam visibilidade modal básica, os embarcadores que adotam essas soluções ainda enfrentam pontos cegos, onerosos à medida que as remessas transitam entre modais e transportadoras. A má qualidade dos dados dos parceiros de transporte apenas agrava o problema, resultando em centenas de bilhões de dólares em custos evitáveis na cadeia de suprimentos”, afirma Jett McCandless, fundador e CEO da project44. “Soluções de ponta baseadas em machine learning (aprendizado de máquina) são capazes de fornecer os insights refinados que as organizações precisam, para fazer com que sua cadeia de suprimentos passe de um centro de custo para uma vantagem competitiva.” Os embarcadores e os prestadores de serviços logísticos enfrentam problemas em obter visibilidade das remessas entre modais e transportadoras, o que leva a um gerenciamento reativo de exceções e à incapacidade de planejar com eficiência. Os novos recursos da project44 abordam esses desa-

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fios, conectando os clientes a todas as transportadoras e intermediários, proporcionando visibilidade de remessa incomparável de porta a porta, conectada a pedidos com granularidade, em nível de item de linha e SKU. Com esse inventário robusto de visibilidade em movimento, os expedidores podem reduzir esforços manuais, enquanto otimizam os níveis de estoque, diminuem custos com taxas e evitam expedições desnecessárias. Por definição, o frete aéreo é sensível ao tempo, mas a visibilidade tem sido historicamente difícil de acompanhar, porque as remessas se movem e mudam de mãos rapidamente; a visibilidade aérea ampliada da project44 dá os recursos de rastreamento em tempo real necessários para uma ótima experiência do cliente. Os embarcadores e LSPs também podem ter dificuldades para maximizar o valor do seu investimento em visibilidade, devido a dados imprecisos das transportadoras. A project44 desenvolveu soluções baseadas em aprendizado de máquina, para lidar com a má qualidade dos dados, incluindo tecnologias que resolvem problemas automaticamente, sem intervenção manual, e painéis que prescrevem correções específicas, quando a intervenção é necessária. Juntas, essas soluções estão melhorando a qualidade dos dados da operadora em grande escala, ao mesmo tempo em que eliminam horas de esforço manual.

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Inteligência Artificial, análise do campo magnético e drones levam mais segurança e confiabilidade à logística de químicos e combustíveis Utilizar a inovação e tecnologia para aumentar a segurança tem trazido importantes ganhos para a indústria. Na Ultracargo, empresa de soluções logísticas integradas e líder em terminais independentes de granéis líquidos do país, automação, inteligência artificial, monitoramento acústico do campo magnético e drones têm garantido mais segurança e eficiência às operações, além de otimização do uso de recursos. Uma das inovações implementadas pela Ultracargo envolve a instalação de sensores nas bombas de carregamento, para medir qualquer indício de vibração excessiva, aumento de temperatura ou outro comportamento inadequado, que possa indicar uma provável parada no funcionamento do equipamento. Os dados coletados são enviados para uma plataforma de monitoramento online, que utiliza Inteligência Artificial para fazer análises e disparar alertas em tempo real via e-mail, WhatsApp e aplicativo. Para que a instalação dos sensores fosse possível em ambiente inflamável, foram desenvolvidos sensores antiexplosão, uma tecnologia diferenciada no segmento. Os primeiros sensores foram instalados no Terminal de Itaqui, em São Luís/MA. Atualmente, já são 50 equipamentos em funcionamento, em terminais da Ultracargo, por todo o Brasil. A expectativa agora é instalar a tecnologia em outros equipamentos, como compressores, unidades de recuperação de calor, caldeiras e plataformas de carregamento. “Além de nos fornecer dados, a Inteligência Artificial também sugere um direcionamento de como utilizar essas informações. Assim, conseguimos ter uma maior visibilidade do que precisamos fazer no curto e médio prazo, para que uma eventual ocorrência não ocorra”, explica Leopoldo Gimenes, Diretor Executivo de Operações e Engenharia da Ultracargo. Outra tecnologia que está sendo implementada é a inspeção de tubulações subterrâneas. No terminal de Aratu, na Bahia, a Ultracargo está testando o Método de Memória Mag-

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@Divulgação

nética (MMM), sistema capaz de identificar a interferência do campo magnético da Terra nas tubulações. Dessa forma, quando a tubulação se encontra íntegra, essa interferência apresenta um determinado padrão, que é alterado, caso haja pontos de corrosão. A inspeção é realizada sem a necessidade de escavação. Com isso, a empresa pode programar, com precisão, intervenções pontuais, diminuindo custo e tempo indisponível da tubulação. A estimativa é de que o sistema pode contribuir para uma economia de mais de R$ 500 mil, nesse processo. “Quanto mais cedo detectamos alterações em nossos sistemas e estruturas, melhor é o planejamento das intervenções necessárias para manutenção; com isso, contamos com mais confiabilidade desses ativos e mais segurança. Cada vez mais, trabalhamos para aprimorar as técnicas diagnósticas, para que a tecnologia consiga mostrar-nos aquilo que não seria facilmente detectável, usando os nossos cinco sentidos”, complementa Leopoldo. O uso de drones em inspeções é mais uma solução que tem proporcionado segurança e economia, já que substitui o trabalho em altura necessário para verificação de corrosões nos tanques. No terminal de Santos, onde o projeto começou, são 117 tanques, que são regularmente inspecionados para identificação de possíveis pontos de corrosão. Com o uso de drone, é possível obter imagens em alta resolução, e realizar em 30 minutos uma inspeção com auxílio de software para identificação de desgaste na estrutura. Além do ganho de tempo, já que não é necessário montar andaimes, os colaboradores não ficam expostos aos riscos do trabalho em altura. Com essa tecnologia, além dos ganhos em segurança e em agilidade da inspeção, a empresa estima uma economia de R$ 1 milhão ao ano.

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Cast C&I_283 - 01 Com o sistema de transporte linear XTS, a Beckhoff oferece uma solução de acionamento comprovada, na qual os movers acionados magneticamente se movem ao longo de um percurso de módulos de motor, totalmente integrados. Um PC industrial com software de automação TwinCAT permite o controle independente dos movers, com perfis de movimento individuais. Isto resulta em muitos benefícios relacionados ao sistema: o sistema de transporte está pronto para operação, imediatamente após a montagem, pois, a eletrônica de potência e a medição de deslocamento estão incluídas nos módulos do motor XTS, e os motores são completamente passivos. Devido às diferentes geometrias dos módulos do motor, tanto caminhos abertos quanto fechados podem ser criados, e a área ocupada pela máquina pode ser reduzida por layouts de trilhos individuais. O XTS não apenas substitui as correias transportadoras convencionais, mas também permite um design inovador de toda a máquina. Com os perfis de movimento flexíveis, processos simples a altamente complexos podem ser realizados, e todo o processo de fabricação pode ser otimizado. Com isso, o XTS aumenta a produtividade da máquina. Com perfis de movimento individuais para cada produto, o XTS possibilita conceitos de máquinas que são muito superiores às máquinas anteriores com um fluxo de produto rígido, podendo atingir uma taxa de produção mais alta, através de velocidades variáveis do produto. Cada mover pode ser controlado independentemente, e com mobilidade livre para o transporte individual de produtos no trajeto. A dinâmica pode mudar a qualquer momento em tempo real, de acordo com a necessidade. Se

necessário, os movimentadores podem ser sincronizados com sequências de processos externos ou outros movers. Os motores individuais são mapeados como servo-eixos “comuns”, com todas as funções padrões de controle de movimento, como flying saw, acoplamnento eletrônico e cam plate. As melhorias funcionais no TwinCAT atendem aos requisitos típicos do XTS, como acumulação automática, limitação de força e collision avoidance. Todas essas e outras funções de motion, específicas da aplicação, podem ser facilmente implementadas sem uma alta complexidade na engenharia. Soluções alternativas abrem potenciais de inovação. Os potenciais de inovação do XTS não estão de forma alguma limitados a sequências de movimentos altamente complexas. Na verdade, o sistema oferece opções de adaptação escaláveis, em relação aos requisitos da aplicação, por exemplo, em relação à geometria, ao número de movers e ao escopo funcional. Isso começa com aplicações simples, como o movimento puramente linear de um motor e a extensão por um segundo motor, para criar um movimento XY. Com o fechamento da geometria modular, composta por módulos de motor e trilhos guia, é criado um sistema linear sem fim com qualquer posição de instalação. As possibilidades de aplicação podem ser aumentadas ainda mais, através da combinação de vários sistemas XTS, do uso de blocos funcionais TwinCAT abrangentes e da integração da robótica. Se tudo isso for usado consistentemente em conjunto com o Condition Monitoring, e a programação orientada a objetos, o resultado é uma máquina ou módulo de produção altamente inteligente, no espírito da Indústria 4.0.

C&I_283 - 02 A DEWALT lançou o Nível a Laser Rotativo 20V 600m – DW079LGB. Desenvolvido especificamente para auxiliar profissionais em medições precisas, o equipamento oferece autonomia e praticidade nas obras. Ideal para transferência de pontos a 90°, ou para o posicionamento do nivelador usando um ponto de referência no alto, o Nível a Laser Rotativo é um dos itens essenciais para medir e garantir aplicações niveladas em obras e reformas. O lançamento conta com um feixe verde, que oferece alta visibilidade e precisão para longas distâncias, além de um adap-

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tador de suporte e um tripé de 5/8”. Com um indicador de nível de bateria, o produto é compatível com as linhas de bateria 20V Max* e Flexvolt, da DEWALT, e oferece uma maior versatilidade para o profissional que já possui outras ferramentas da marca. O Nível a Laser Rotativo vem acompanhado em um kit com controle remoto, detector a laser, óculos verdes, placa-alvo, suporte de parede, tripé e maleta. Sua velocidade de rotação: 150, 300, 600, 1.200 RPM; Tempo de auto nivelamento: ≤ 5s; Peso: 13,55 kg; Amplitude de auto nivelamento: ± 4°

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Cast C&I_283 - 03 Por que o VPT10 é ideal para medições de vazão? A medição de vazão responde à raiz quadrada da medição de pressão; quanto maior a precisão na medição da pressão, menores serão os erros na medição da vazão. O VPT10 é um transmissor de pressão com sensor capacitivo microprocessado, de alto desempenho, e que garante a minimização do erro de medição de vazão, do início ao fim da faixa de medição, o que normalmente não acontece com outros transmissores do mercado, que possuem erros maiores na taxa de transferência no início do intervalo. O VPT10 possui leitura digital com compensação de pressão e temperatura integrada, tempo de resposta de 50 ms, e totalização com persistência; HART 7/4-mA e Profibus-PA; sensor Capacitivo Microprocessado; ele é robusto; possui alta Precisão (±0,025%, ±0,05% e ±0,075% mode-

los); alta rangeabilidade; alta estabilidade (sem desvio zero) e garantia vitalícia. O VAP10 é um conversor analógico, que permite que até 3 canais de entrada com sinais 4-20 mA (ou 0-20 mA), ou 0-5 V possam ser convertidos para Profibus-PA. O usuário pode configurar cada canal para funcionar com corrente ou tensão, o que garante grande versatilidade de aplicações ao VAP10. Pode ser configurado através de ferramentas disponíveis no mercado, baseadas em EDDL e DTM, ou localmente, usando uma chave magnética – a biblioteca DTM para os equipamentos ProfibusPA pode ser encontrada na descrição do produto VCI10-UP, no diretório Interfaces. Além disso, o VPT10 também está disponível na série Neuron: a primeira série de dispositivos de campo de inteligência artificial do setor.

C&I_283 - 04 A Presys oferece uma família de estações transportáveis, compactas, digitais e de fácil operação, que possibilita testar e calibrar diversos tipos de válvulas de segurança e alívio, com conexões de ½” a 10″, e pressões de até 14.500 psig (1.000 bar); e dispõe de um sistema de aquisição único, que permite a detecção automática das pressões de abertura (POP) e de fechamento da válvula (RESET). As Estações de PSV da Presys se comunicam com o software de calibração Isoplan-5 para emissão de certificados de calibração e relatórios de teste. Com versões para testes de válvulas que trabalham com gases ou líquidos. E versão Híbrida, com circuitos de operação pneumático e hidráulico independentes. As estações têm indicador digital que possibilita a configuração da unidade de engenharia de acordo com o data-sheet da válvula em teste. Unidades disponíveis: psi, bar, MPa, KPa, kgf/cm², g/cm². São de fácil instalação e prontas para uso; podem operar com N2 ou ar comprimido, água ou óleo. Estação Digital de Calibração: trabalha com 1.000 psig (70 bar); 3.000 psig (210 bar); 5.000 psig (350 bar); 14.500 psig (1.000 bar) e outras pressões sob consulta. Podem ser utilizadas válvulas roscadas de até 2”, e flangeadas até 10”. Sistema de medição digital de pressão com alta exa-

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tidão; Aquisição automática do valor do “POP”, e cálculo do valor do “BLOW DOWN”; sistema contador de bolhas manual com flanges adaptadores, de acordo com API-527; painel de controle de fácil operação, com ajuste fino das pressões e reguladoras de precisão; sistema de fixação manual com até 4 presilhas; redundância das indicações das pressões com manômetros; bloco manifold para medição da pressão por padrão externo, com conexão rápida, sem uso de ferramentas. As estações têm baixa perda de carga e possuem opcionais, como o Software de Calibração Isoplan PSV-5; treinamento operacional da estação; circuito com medição de baixa pressão para testes de válvulas piloto operadas; bomba hidráulica interna, acionada por ar; montagem split com mesa de comando e mesa de testes separadas; e montagem em skid. A PSV Station, da Presys, poderá ser fornecida opcionalmente montada em contêiner, com instalação e treinamento no local sob pedido. Os produtos Presys são desenvolvidos dentro de um contexto tecnológico, combinando alta qualidade e confiabilidade, em um processo de aprimoramento contínuo. Presente na maior parte das regiões do mundo, a Presys oferece a solução certa para as suas necessidades de aplicação ou calibração, sempre beneficiando o cliente com seu suporte técnico completo.

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Cast /prompt: homem pronto para dispor de tecnologia para revolucionar a indústria do aço.

Escaneie para saber mais dessa história e sobre como podemos cocriar soluções de Inteligência Artificial para o seu negócio.

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