Revista Controle & Instrumentação nº286

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Instrumentação, Elétrica, Controle de Processos, Automação Industrial, Predial e Metrologia

Ano 26–nº 28–2024–www.controleinstrumentacao.com.br 6

MercadoivreLEdenergia –ocê ainda vai estar nele v denergia
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Talking About

Energia para escolher

O Mercado Livre de Energia já propiciou, em valores atualizados, ganhos acumulados superiores a R$ 339 bilhões, aos consumidores que têm autorização para participar desse ambiente competitivo de contratação.

Migrar para o Mercado Livre de Energia envolve etapas que exigem conhecimento – não é algo que se possa fazer sozinho, é preciso contar com a ajuda de especialistas, e negociar com cuidado o contrato de fornecimento de energia elétrica, para obter economias significativas e melhorar a eficiência energética de seu negócio, se você faz parte do grupo A, independentemente da demanda contratada – o que atinge pequenas e médias empresas, como mercados, padarias, açougues, centros comerciais... demanda também a adequação do sistema de medição.

Nesse ambiente livre, os consumidores escolhem de quem vão comprar – aumentando a competitividade, o que ajuda a manter os preços mais baixos, e a eficiência das comercializadoras. Sem dúvida, a principal vantagem é que se pode economizar até 35% na conta de energia. Poder planejar os gastos com energia é outro atrativo, já que os preços são pré-definidos em contrato. Mas nada disso se faz, e não se tira o máximo de benefício da mudança, sem tecnologia – de automação, de informação e mesmo das disruptivas Inteligência Artificial e Deep Learning. E independentemente do tipo de consumidor, e de quanto você vai consumir, a migração pede a adequação do medidor de energia, para atender às exigências dos reguladores: ONS –Operador Nacional do Sistema Elétrico – e CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O ponto de medição é instalado após a elaboração de um diagrama unifilar de conexão da subestação da unidade com a rede básica – o que pede um projeto específico do sistema de medição e comunicação, onde é feito o levantamento físico e elétrico das instalações. Então, o sistema de medição e faturamento passa pela instalação e comissionamento, e teste do funcionamento dos equipamentos – painel, medidor, chave de aferição, nobreak, cabos de ligação e roteador. E um relatório de comissionamento é enviado aos órgãos competentes, para garantir a conformidade do processo com as normas vigentes. Esta edição traz um pouco do que está acontecendo nesse mercado.

A limitação de espaço aqui, dada pelo fato de a revista ser impressa, não ocorre nos meios digitais... por isso, esta edição traz também um complemento de tudo aquilo que diariamente levamos até você, através das nossas redes sociais, e semanalmente pelas nossas duas newsletters.

Boa leitura

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MERCADO LIVRE DE ENERGIA

– você ainda vai estar nele

Próxima Edição

– Próxima edição: Alimentos e Bebidas / Temperatura e Pressão

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Sumário
Capa: foto de arquivo Seções Permanentes 04 News 11 Market 15 Energies 24 Special 37 Cast Colaboraram com informações e imagens, as assessorias de imprensa 34

Câmara Britânica de Comércio tem troca na Presidência e descarbonização como prioridade

A Britcham – Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, que há 108 anos promove as relações comerciais entre Brasil e Reino Unido, está com novo presidente: Fabio Caldas, executivo que acumula experiência nos dois países depois de atuar em Londres pela Shell, e de ser diretor de Relações Exteriores para América Latina da multinacional petrolífera britânica, além de participar ativamente há décadas da diretoria da Britcham.

Fabio Caldas será o sucessor de Ana Paula Vitelli, primeira mulher a comandar a instituição, que, em sua gestão de quatro anos (dois mandatos), deu impulso ao crescimento e à renovação da Câmara, e ajudou a estreitar relações com os governos brasileiro e britânico.

O novo presidente da Britcham considera que assume o cargo em um momento importante das relações entre os dois países. Além de ressaltar a importância do comércio bilateral, que somou 10,4 bilhões de libras no período de 12 meses, até o final do 3º trimestre de 2023, Fabio Caldas avalia que o intercâmbio entre as duas partes passa por um momento especial, também no que diz respeito ao debate sobre tributos e à discussão global sobre sustentabilidade.

“Pretendo aprofundar a proximidade com o governo britânico, assim como com associados que temos hoje e os novos que virão, especialmente nos temas de tributação

e sustentabilidade, que envolve descarbonização e transição energética”, afirma.

A Britcham participa ativamente do debate sobre a descarbonização industrial, e promove discussões deste e outro temas de interesse da sociedade, que reúnem empresários, investidores e representantes dos poderes públicos: promoveu 88 eventos, presenciais e virtuais, em 2023. Para realizar com êxito esse amplo trabalho, a Britcham conta com 13 comitês, que contemplam os seguintes setores: Agronegócio; Capital Humano e Educação; Comércio e Investimentos Internacionais; Defesa e Segurança; Economia e Finanças; Energia; Infraestrutura; Legal, Tributário & Regulatório; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Mineração; Saúde; Riscos & Seguros; Tecnologia.

Ana Paula Vitelli, que passa a fazer parte do Conselho da instituição, considera que a Britcham acumula resultados positivos em suas tarefas, também pela coragem de ousar. “A partir de 2020, de fato, a Britcham se renovou. E está muito mais forte e relevante. Novos associados, novos serviços, novas abordagens, novos comitês, novas lideranças, novos eventos, muitas atividades, e exposição relevante, além de importantes parcerias e cooperações, em especial com o governo Britânico no Brasil, por meio da Embaixada e dos consulados”, ressalta.

Nova liderança da FMC no Brasil

Em mais um passo em direção a um relacionamento cada vez mais próximo com clientes e parceiros de negócio, a FMC, empresa de ciências para agricultura, anunciou Sinara Ferreira, como Diretora de Negócios da companhia no Brasil. Graduada em administração de empresas pela Universidade de Cuiabá (UNIC), ela possui extensão acadêmica em Gestão Empresarial do Agronegócio pela Fundação Dom Cabral. Nascida em uma família de agricultores, ela está na FMC há 23 anos, e ocupou cargos nas áreas de crédito, vendas e comercial.

“A Sinara representa nossos valores de integridade e de proximidade com clientes. No momento em que nos preparamos para a introdução de uma gama de novos produtos, temos total confiança que a liderança dela impri-

mirá o ritmo adequado para que a FMC continue a oferecer o melhor serviço e experiência possíveis aos nossos clientes”, destaca Ronaldo Pereira, vice-presidente executivo e presidente da FMC Américas.

“ Assumo a liderança da FMC Brasil, ciente das oportunidades, dos aprendizados e das vitórias que, juntos, teremos. A FMC tem muitos lançamentos de tecnologias e inovações para os próximos anos, incluindo ingredientes ativos inéditos, novos produtos biológicos e aplicações para agricultura de precisão. Além disso, temos como foco deixar os negócios mais simples e ágeis, e aproximar nossa equipe e empresa ainda mais das cooperativas, distribuidores e produtores ”, diz Sinara Ferreira, nova diretora de Negócios da FMC Brasil.

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Decisão final de investimento: fase 2 terá US$ 100mi para quase dobrar produção

A Sigma Lithium anunciou que o conselho de administração da empresa tomou a decisão para duplicar a produção de lítio, das atuais 270.000 t/ano, para 520.000 t/ano, e aprovou o início da construção de uma segunda linha de sua Planta Greentech, com Capex de US$ 100 milhões.

O objetivo é aumentar a capacidade anual total de lítio da empresa em 270.000 toneladas, para 520.000 toneladas, em 2025.

A empresa também iniciará a mobilização para a construção, no local, de aproximadamente 180 trabalhadores, e equipamentos de construção para iniciar a terraplenagem, fundação e instalação de infraestrutura de sua planta de produção de separação de meios densos. A empresa citou os itens críticos de longo prazo necessários para o projeto, e começou a planejar pedidos dos respectivos fornecedores para garantir cronogramas de fabricação.

A conclusão desta etapa das obras civis de construção (terraplenagem e canais de drenagem da planta de concreto e obras civis) está prevista para ser concluída em aproximadamente seis meses, pela Promon Engenharia Ltda., que, segundo a Sigma, “construiu com sucesso a Fase 1 da planta e a entregou dentro do prazo e do orçamento”.

A empresa identificou aproximadamente 35 itens críticos de longo prazo, necessários para o projeto, e planeja começar a encomendá-los aos respectivos fornecedores, fazendo depósitos para garantir cronogramas de fabricação, e o cronograma total de construção e comissionamento da Fase 2 da planta deverá ser de aproximadamente 10 meses. Com as obras de terraplenagem iniciadas em abril, a companhia espera que a construção e montagem em plano acelerado tenham início no quarto trimestre de 2024.

A Fase 2 foi projetada para produzir até 250.000 toneladas por ano de concentrado de lítio de alta pureza, com 5,5% de grau químico, equivalente a aproximadamente 34.000 toneladas por ano de carbonato de lítio equivalente.

A copresidente e CEO da empresa, Ana Cabral, afirmou que 2023 marcou um ano incrível para a Sigma Lithium e o culminar de quase uma década de trabalho árduo da equipe da Sigma Lithium. “A empresa tem o prazer de anunciar que concluiu seu primeiro ano de produção com EBITDA ajustado em dinheiro e lucro operacional em dinheiro positivos, apesar do declínio acentuado nos preços do lítio, durante 2023. Isso é uma prova de nossa disciplina financeira no gerenciamento de custos de produção. Independentemente

do mercado, a Sigma Lithium é um produtor de baixo custo de um produto superior, com “valor em uso” mensurável, que traz economia de custos para seus clientes. É um marco tremendo para a Sigma Lithium iniciar a construção da planta industrial de Fase 2. Comprovamos as capacidades de nossas equipes técnicas e de projeto altamente experientes, para avançar significativamente as operações da Sigma Lithium. Nossa equipe trabalhou incansavelmente este ano em várias frentes, incluindo engenharia detalhada e pré-construção, ao mesmo tempo que abordamos o comissionamento bemsucedido e o aumento da planta Greentech da Fase 1 para a capacidade de projeto em escala total. Após a conclusão da engenharia e projeto front-end e do licenciamento ambiental, pudemos citar o Capex FEL-3, em linha com nossas estimativas FEL-2 em nosso estudo de pré-viabilidade. Essa capacidade de entregar simultaneamente em muitas frentes é a marca registrada de nossas equipes na Sigma.”

Ao avançar o cronograma de construção da Fase 2 conforme planejado, a Sigma Lithium está em posição de gerar fluxo de caixa e, ao mesmo tempo, fornecer grandes quantidades de concentrado de lítio de grau químico de baixo custo, em um momento crítico de fornecimento para o mercado de lítio e a indústria de baterias, com foco na obtenção de preços paridade entre EVs e carros ICE, reduzindo os custos de produção. “A demanda dos clientes foi além das quantidades produzidas pela Fase 1, conforme indicado pela `premiumização’ de nosso lítio. A alta qualidade de nossos produtos de lítio oferece grandes vantagens comerciais, devido à sua alta pureza , baixos teores de ferro e alcalinos, e granulometria grossa. No atual ambiente de preços, a Companhia está na posição perfeita para ganhar participação de mercado, criando valor para nossos acionistas e, como resultado de nosso perfil de produção consistente, máxima flexibilidade comercial, resultante de disponibilidade gratuita e modelo operacional de baixo custo”, concluiu Ana.

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U$1.8 trilhão de oportunidades de negócio

A indústria espacial está cada vez mais próxima, com cada semana trazendo notícias de um grande desenvolvimento, em algum lugar – seja um teste de um novo sistema de foguetes, o lançamento de um satélite inovador, ou uma missão de exploração robótica na Lua.

A McKinsey, em conjunto com WEF – World Economic Forum – elaboraram um documento sobre as oportunidades de negócios que uma ‘economia espacial’ pode trazer. “Estimamos que a economia espacial global valerá US$ 1,8 trilhão, até 2035 (considerando a inflação), ante US$ 630 bilhões, em 2023. Esse número inclui, tanto aplicativos de backbone – como aqueles para satélites e serviços, como televisão aberta ou GPS –, quanto o que chamamos de aplicativos de alcance – cuja tecnologia espacial ajuda empresas de todos os setores a gerar receitas. O Uber, e não apenas ele, usa a combinação de sinais de satélite e chips dentro de smartphones, para conectar motoristas e passageiros, e fornecer direções em todas as cidades”, comentam os pesquisadores que elaboraram o documento – Jeremy Jurgens, Managing Director do World Economic Forum, e Ryan Brukardt, Senior Partner da McKinsey & Company.

Essas inovações estão proporcionando maiores benefícios, para um conjunto mais diversificado de partes interessadas do que nunca, incluindo empresas em setores que vão, de alimentos e bebidas, a transporte. Eles também podem ajudar a resolver alguns dos maiores desafios do mundo, como as mudanças climáticas.

O relatório lança uma luz sobre os importantes desenvolvimentos que moldarão a indústria espacial, e as indústrias adjacentes a ela. O relatório traz ainda importantes notas de rodapé, chamando a atenção para pontos, como as atuais tendências do mercado no aproveitamento de tecnologias espaciais para aprimorar a realidade virtual e aumentada (VR/AR), utilizando imagens de satélite e posicionamento, criando ambientes virtuais imersivos, e com a possibilidade de sobrepor a isso conteúdo aumentado, em locais do mundo real. Sugestões que contrapõem a realidade, sem perder força: embora a adoção de VR/AR tenha sido mais lenta do que o previsto, qualquer aumento na curva de adoção poderia aumentar a relevância das tecnologias baseadas no espaço, e abrir novas oportunidades.

Em 2023, os aplicativos de backbone representaram US$ 330 bilhões, ou pouco mais de 50%, da economia espacial global, enquanto os aplicativos de alcance representaram US$ 300 bilhões. A taxa de crescimento anual esperada para aplicações de backbone e alcance é o dobro da taxa projetada de crescimento do PIB na próxima década. Para efeito de comparação, as estimativas de valor para o espaço são semelhantes às dos semicondutores (estimadas em US$ 600 bilhões, em 2021, com crescimento anual de 6% a 8%, até a década de 2030), e cerca de metade da projeção para a indústria global de pagamentos (estimada em US$ 3,2 trilhões em receitas, até 2027).

Os motores de crescimento para a economia espacial incluem a necessidade de maior conectividade via satélite, maior demanda por serviços de posicionamento e navegação em telefones celulares, e maior demanda por insights alimentados por IA e aprendizado de máquina.

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WEF_Space_2024.pdf (weforum.org) @Divulgação

Inauguração Centro de Excelência para Clientes da Endress+Hauser em Belo Horizonte

Há duas décadas, a Endress+Hauser, empresa já consolidada no mercado internacional, iniciou sua trajetória no Brasil. Hoje, além de sua forte presença na América Latina, e com fábrica no Brasil, a empresa suíça inaugurou o Centro de Excelência para Clientes (CEC) em Belo Horizonte.

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O centro de excelência para clientes é um espaço designado a receber clientes para poder demonstrar e ter contato com as tecnologias, e assim conhecer de perto o que há de mais moderno e inovador no mercado.

No CEC é possível estar em contato com tecnologias de instrumentos de controle e processos de toda a linha da Endress+Hauser. No evento de inauguração, os gerentes de contas locais, como Carlos Almeida, tiveram a oportunidade de demostrar os equipamentos e estiveram recebendo os clientes.

A escolha por Belo Horizonte se deve ao fato de a cidade representar a segunda maior região em volume de negócios para a Endress+Hauser. Além disso, a empresa planeja inaugurar outra unidade em Salvador (BA) ainda este ano, como parte de seu movimento de expansão e investimento na América Latina.

Foto: Acervo Pessoal

"É um espaço tecnológico, que possibilita o aprendizado, com muitos instrumentos que não temos acesso em nosso dia a dia, mas que tivemos a oportunidade de ter acesso, como Coriolis, Analisadores de proteína, entre outros. A visita foi muito produtiva, e sabemos que em breve podemos contar com esse espaço para treinamentos organizados e demais atividades para instrumentação."

João Freitas, Engenheiro de Controle e Automação da Herculano Mineração

“O Centro de Excelência para Cliente é um espaço que foi idealizado em 2022 e que tomou formas neste ano. É gratificante vê-lo nascer e crescer. O projeto completo é ampliar para outros estados do Brasil. e o próximo já tem local definido – Salvador.”

Karen Baio, Gerente Regional na E+H idealizadora idealizadora do projeto de investimento

Foto: Acervo Pessoal

Foto: Acervo Pessoal

“Esta iniciativa da Endress+Hauser, investindo no Centro de Excelência para os Clientes, terá um grande impacto, porque os técnicos, engenheiros e projetistas poderão visitar o espaço para conhecer as tecnologias mais eficazes e inovadoras para otimizar seus processos de produção. Também será um espaço importante para discussão de soluções, apresentações e treinamento; dentro de um polo de inovação tecnológica, próximo da UFMG. A iniciativa é única e inovadora entre os fabricantes de instrumentos de medição e automação que, com certeza, motivará outros a investir em iniciativas similares que se reverterão em benefícios para todos.”

Blas Gonzalez, gerente de conta da E+H
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Foto: Guilherme Santos

Mitsubishi comunica descontinuação de linha

A Mitsubishi informa que, após cuidadosa avaliação do portfólio, tomou a decisão de descontinuar algumas CPUs da série MELSEC-Q e, também, a bateria para backup de memória do FX2NC e FX2N-20GM. Algumas partes dos produtos estão obsoletas, e a empresa terá dificuldade em manter seu sistema de produção.

Por entender que a notícia pode causar impacto na operação de seus clientes, a Mitsubishi oferece, desde já, todo o suporte necessário durante a transição.

A descontinuação finaliza em outubro de 2026, e atinge alguns módulos de CPU da série MELSEC-Q, modelos: Q03UDCPU, Q03UDECPU, Q04UDHCPU, Q04UDEHCPU, Q06UDHCPU, Q06UDEHCPU, Q10UDHCPU, Q10UDEHCPU, Q13UDHCPU, Q13UDEHCPU, Q20UDHCPU, Q20UDEHCPU, Q26UDHCPU, Q26UDEHCPU

A Mitsubishi aceita pedidos relacionados aos produtos até 30 de agosto de 2026. O período de suporte para reparos vai até 31 de outubro de 2033 (sete anos após a descontinuação da produção). A empresa pode reco-

mendar modelos para substituição.

A descontinuação da produção da bateria para backup de memória do FX2NC, modelos FX2NC-32BL, acontece em 31 de outubro de 2025, mas aceita novos pedidos até 31 de julho de 2025 – não serão aceitos pedidos após essa data, e a Mitsubishi vai interromper a produção quando os pedidos aceitos forem concluídos. Destaque para o fato de que o suporte de reparo e a solução de problemas para este produto não continuarão após a descontinuação da produção, porque o produto é uma peça com vida útil limitada.

Pesquisadores do Instituto Mauá de Tecnologia participam do EnVision, projeto que vai investigar Vênus @DivulgaçãoEnVision

O projeto EnVision é uma missão liderada pela Agência Espacial Europeia (ESA), em parceria com a NASA, cujo objetivo é investigar a atmosfera, a superfície e o interior de Vênus, além de auxiliar na resposta a algumas perguntas-chave a respeito do planeta, como: Vênus possui oceanos? Há evidências de água remanescente de períodos passados dentro de rochas antigas presentes na sua superfície? A missão possui caráter de cooperação internacional, e conta com a participação de países, como Alemanha, França, Bélgica, Itália e Estados Unidos.

instrumentos aeroespaciais utilizado no desenvolvimento do PLATO, ao VenSpec suite, proporcionando uma ferramenta de simulação para o desenvolvimento de hardware e software das equipes europeias no projeto EnVision”, explica. Cada nação tem a responsabilidade de desenvolver algum sistema ou instrumento que fará parte do satélite de 2,5 toneladas, previsto para ser lançado em 2030, e chegar a Vênus 15 meses depois, em meados de 2031.

Nesse contexto, os pesquisadores do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), representados pelo Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados (NSEE), participam na missão EnVision por meio de uma parceria com a Agência Espacial Alemã (DLR). Dos vários instrumentos presentes na sonda, há um grupo de três espectrômetros ópticos, chamado VenSpec suite, desenvolvido pela agência alemã, como explica o professor Vanderlei Cunha Parro, um dos pesquisadores envolvidos no projeto.

“O trabalho conjunto das duas instituições é de longa data, e o sucesso da cooperação na missão do satélite PLATO, que deve entrar em órbita em 2026, gerou uma nova sinergia, e impulsionou a iniciativa conjunta de modificar o SimuCam, um simulador de

Como afirmam os professores envolvidos, a participação do IMT num projeto como esse comprova a qualidade e competência de cientistas e engenheiros brasileiros.

“Cooperar com instituições internacionais de renome, como a ESA e a DLR, contribui significativamente para o desenvolvimento de ciência e tecnologia no Brasil. Isso segue o padrão internacional de constante cooperação em projetos aeroespaciais, além de envolver uma importante transferência de conhecimento e tecnologia, que capacitam cada vez mais os profissionais e instituições brasileiros”, complementa o professor Rodrigo de Marca França, que também atua com o projeto no Instituto.

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Audiência Pública discute mudanças na Lei do Bem

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado debateu, no dia 19/03/24, as alterações propostas no projeto de Lei 2838/20, que visa a modificar a Lei 11.196/05, conhecida como Lei do Bem.

A Anpei – Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras –, através de sua presidente Marcela Flores, marcou presença para discutir as alterações, os impactos que poderão ser gerados, e aproveitamos a oportunidade para ressaltar dados relacionados à eficácia do mecanismo, e as oportunidades de melhorias na Lei.

O projeto 2838/20, de autoria do Senador Izalci Lucas, que sugere mudanças na Lei, está tramitando na CAE, por isso, a importância de discutir com a sociedade as alterações propostas, bem como os impactos que por ela serão ou poderão ser gerados.

Implementada em 2005, a Lei do Bem desempenha um papel fundamental, ao estimular investimentos priva-

dos em P&D no Brasil, impulsionando áreas estratégicas da economia, como tecnologia da informação, biotecnologia e energia renovável, com um total de R$ 205 bilhões já alavancados.

Na Comissão, a presidente da Anpei defendeu que o governo deve atuar como agente reconhecedor da importância desses incentivos, promover uma legislação eficaz, proporcionando segurança jurídica aos investidores, e incentivando empresas a realizarem mais inovações tecnológicas no país. Da mesma forma, deve aprimorar a divulgação e alinhar os objetivos da política de incentivo à inovação, com metas nacionais de desenvolvimento, como proposto pela Nova Indústria Brasil (NIB), por exemplo. Embora competitiva, a legislação brasileira carece de atualização e aperfeiçoamento, como evidenciado ao compará-la com sistemas de incentivo de outros países, como França e Estados Unidos, que oferecem prazos mais longos, e maior segurança jurídica ao setor produtivo.

Lactec e Parque Tecnológico Itaipu Paraguai assinam convênio de cooperação

O Lactec, um dos maiores centros de pesquisa, tecnologia e inovação do Brasil, recebeu a visita da comitiva do Parque Tecnológico Itaipu Paraguai (PTI-PY), para a assinatura de um Convênio de Cooperação Internacional, que visa a fortalecer o ecossistema de inovação em energia no país vizinho, marcando um importante passo, rumo ao avanço tecnológico da região.

O objetivo principal das visitas foi explorar oportunidades de colaboração para a realização de consultorias técnicas especializadas, testes, ensaios, entre outros serviços envolvendo o setor, além de fornecer suporte técnico à Administración Nacional de Eletricidad (ANDE).

Durante as reuniões e visitas, o presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna, os diretores Carlos Eduardo Ribas e Kátia Peroni, juntamente com toda a equipe de alta tensão do Lactec, recepcionaram a comitiva.

Na opinião de Vianna, as discussões evidenciam o comprometimento das duas instituições em promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico na área de energia. “A cooperação é o caminho mais eficiente para o avanço tecnológico, especialmente entre nações vizinhas e entida-

des historicamente ligadas, como acontece neste cenário”, avaliou.

O encontro do PTI-PY com a equipe do Lactec foi um momento de estreitamento de laços e colaboração entre as instituições. Entre os visitantes, estavam Carolina Villasanti, Diretora Técnica do PTI Paraguai, Frankz Peter Lindstrom, Chefe de Laboratório do PTI Paraguai, Oswaldo Martinez, da Superintendência de Manutenção de Transformadores da Itaipu, Mírian Medina, Chefe de Departamento de Normatização da ANDE, e Hugo Yedros, do Departamento de Manutenção da ANDE.

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Pesquisa de Intenção de Investimento em 2024

A FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – divulgou a Pesquisa de Intenção de Investimento em 2024, realizada com 403 empresas industriais, de 31 de janeiro a 08 de março de 2024. Os resultados revelam uma melhora na intenção de investir das empresas: 57% das empresas industriais pretendem investir neste ano, mais do que 43% das empresas que pretendiam investir no ano passado. Além disso, as empresas devem ampliar o investimento em relação ao faturamento, de 4,4%, em 2023, para 5,1%, em 2024.

dos os portes; em segundo lugar, a desoneração do ICMS dos investimentos, especialmente para médias e grandes empresas.

Em todos os portes, a proporção de empresas que pretende investir em 2024 é maior do que em 2023: 78% das grandes, 60% das médias e 43% das pequenas empresas pretendem investir em 2024. E todos os portes de empresas pretendem ampliar o investimento em relação ao faturamento em 2024, sendo que o aumento do investimento total em relação ao faturamento decorre principalmente do crescimento do investimento em máquinas, equipamentos e instalações.

Os recursos dos investimentos serão provenientes prioritariamente de fontes próprias. Há, contudo, expectativa de reduzir a parcela de recursos próprios, e praticamente triplicar a parcela dos investimentos com recursos provenientes de linhas com recursos públicos, como BNDES, em máquinas e equipamentos, inovação e P&D.

A pesquisa mostrou que as principais necessidades de investimento das pequenas e médias empresas são a substituição de máquinas e equipamentos obsoletos, seguida por inovação em processos e reformas nas instalações, em sintonia com seu principal objetivo do investimento, que é o aumento da produtividade. Já entre as grandes empresas, predomina a estratégia de expansão de mercado, corroborada pelas principais necessidades apontadas por elas de aumentar a planta industrial, inovar em processos, e adquirir máquinas e equipamentos para ampliação da capacidade.

Os principais limitantes ao investimento das grandes empresas são a elevada carga tributária e a baixa taxa de crescimento da economia; para as pequenas empresas, porém, a dificuldade de acesso a linhas do BNDES pelo sistema bancário é tão relevante quanto a carga tributária. Em consequência, as pequenas empresas são as que mais esperam mudanças no BNDES, como fatores que contribuiriam para os investimentos, especialmente redução do custo de financiamento das linhas do BNDES e desburocratização do acesso ao financiamento.

No geral, poderiam contribuir para o investimento, a ampliação dos incentivos fiscais para investimentos em to-

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Desafios do Brasil na geração de energia eólica offshore

Grandes turbinas de energia eólicas já fazem parte da paisagem da região Nordeste do Brasil: a partir da força do vento, essas estruturas geram energia elétrica, e podem gerar ainda mais, caso sejam construídas em alto mar.

Um estudo de 2023 da CNI – Confederação Nacional Indústria –, intitulado “Oportunidades e desafios para geração eólica offshore no Brasil e a produção de hidrogênio de baixo carbono” mostrou as dificuldades para o desenvolvimento de projetos dessa natureza, e trouxe um mapeamento das regiões com as melhores oportunidades para exploração das eólicas offshore Bom destacar que, de acordo com o estudo, o Brasil já tem cadeias maduras de suprimentos nos setores relacionados à energia eólica onshore (em terra), petróleo e gás, e experiência para alavancar a produção offshore. Esse mesmo estudo mostrou que as eólicas offshore podem fazer o Brasil aumentar em 3,6 vezes a capacidade total de produção de energia elétrica, alcançando o patamar de 700 GW, e turbinar a descarbonização da economia.

“O conhecimento desenvolvido sobre energias renováveis, a extensa costa e a localização privilegiada para acessar os mercados com as maiores demandas para importação do hidrogênio podem colocar o Brasil como um forte competidor na geração de energia eólica offshore”, defende a CNI.

Em janeiro de 2022, foi publicado o decreto 10.946, que trata da cessão do uso de espaços físicos e o aproveitamento dos recursos em águas, para o desenvolvimento da energia eólica offshore No entanto, não foi suficiente, na avaliação da CNI, para trazer segurança jurídica aos negócios.

No evento Brazil Offshore Wind Summit, que aconteceu no Rio de Janeiro, governos federal e estaduais, Abeeólica – Associação Brasileira de Energia Eólica –, empresas nacionais e estrangeiras que desenvolvem projetos offshore, a Plataforma de Ação pelo Clima da ONU, e especialistas discutiram formas para que o país avance nessa agenda. Há consenso em alguns desafios a serem superados, como o ambiente regulatório, a regulamentação dos parâmetros para a seleção de áreas destinadas aos projetos de geração eólica offshore, mão-de-obra qualificada e incentivos financeiros.

Durante o evento, o diretor-executivo de transição energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, disse que

a empresa vai instalar dois projetos-piloto até 2029, para testar a geração eólica offshore na costa do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro, como parte das iniciativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

No fim do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou o marco legal das eólicas offshore (PL 11247/2018). O projeto de lei, que ainda precisa ser analisado pelo Senado, permite a outorga das áreas offshore por meio de autorização ou concessão do governo federal. @Abeeólica

Embora o marco legal do setor ainda necessite da aprovação do Senado, Barral disse que alguns debates, como os critérios para seleção de áreas e aspectos de planejamento, como transmissão e infraestrutura portuária, já podem ser adiantados.

Para a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, o anúncio da Petrobras sobre os projetos-piloto no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro “vai ajudar muito no processo da regulamentação. Ter uma empresa do governo do nosso lado, caminhando na mesma direção, traz o que chamo de efeito catalisador, para que a gente ajuste toda essa legislação necessária.”

A Diretora Executiva da ABIHV, Fernanda Delgado, participou do painel “Hub de Hidrogênio Verde: Avanço na Produção Brasileira” – que teve moderação da Diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética, Heloísa Borges –, juntamente com a CEO e Fundadora da CELA Clean Energy Latin America, Camila Ramos; do Co-Fundador, Presidente do Conselho e Presidente Brasil da Atlas Agro, Knut Karlsen; da Gerente de Negócios Industriais do Complexo do Pecém, Alessandra Grangeiro; da Diretora Executiva Adjunta, Entrada no Mercado e Desenvolvimento de Negócios da Câmara Brasil-Alemanha RJ, Loana von Gaevernitz Lima

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@AgênciaBrasil/PauloPinto

O Relatório do Global Wind Energy Council (GWEC), conselho global de energia eólica, apontou que os projetos instalados em alto mar acrescentaram 8,8 GW em nova capacidade, em 2022; o Conselho prevê, ainda, que mais de 380 GW de capacidade eólica offshore sejam adicionados nos próximos dez anos, o que demandará investimentos de até US$ 1 trilhão. No Brasil, segundo levantamento do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –, de janeiro de 2024, havia, junto ao órgão, 96 pedidos de licenciamento de projetos de eólica offshore, que somam 234,2 GW.

Frente a esse desafio, a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Clima do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social –, Luciana Costa, afirmou que a instituição vem trabalhando em algumas frentes, para auxiliar no financiamento do setor.

“Uma das vantagens é que o setor conta com empresas muito robustas da área de energia, e óleo e gás, o que traz maior confiabilidade, na hora da concessão de crédito”.

Elbia Gannoum reforçou que o Brasil vai necessariamente desenvolver uma indústria nacional de eólica offsho-

re, pelas características da atividade, que tem equipamentos de porte gigantes, que trazem desafios logísticos, se não forem fabricados perto do local de instalação.

O Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis, sediado no Rio Grande do Norte, e principal referência do Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –, no Brasil, em educação profissional para as indústrias de energia e gás, informou que investirá quase R$ 500 mil na formação de profissionais na área de eletromobilidade, e nas primeiras investidas em segurança do trabalho voltadas à qualificação nos futuros parques eólicos offshore.

Sob a óptica ambiental, o coordenador de Licenciamento Ambiental de Dutos e Sistemas de Transmissão de Energia do Ibama, Felipe Nabuco, apontou que, desde 2019, os servidores do órgão têm sido capacitados para trabalharem com essa nova tecnologia.

Apesar disso, ele contou que o Ibama ainda não tem servidores suficientes e estrutura, para analisar todos os projetos de exploração de energia em alto mar que chegam ao órgão. De acordo com ele, é fundamental que o quadro de funcionários seja recomposto.

Augen contrata ex-superintendente da ANA e planeja expansão

Felipe Tavares é o mais novo membro do conselho da Augen, startup gaúcha que digitaliza infraestruturas de tratamento de água, esgoto e poços artesianos. Atualmente, o profissional também exerce o cargo de economista-chefe da CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Entre 2002 e 2023, foi superintendente de estudos hídricos e socioeconômicos da ANA – Agência Nacional de Águas –, tendo criado a coordenação de mudanças climáticas na agência. Antes da agência de águas, também em Brasília, foi Diretor de Privatiza-

ções do Ministério da Economia, tendo trabalhado em diversos projetos de concessão e privatização do Brasil.

Mestre em Economia, formado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), é especialista em microeconomia aplicada, regulação econômica e métodos quantitativos. Desde 2022, também leciona na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-Rio), como professor de teoria econômica aplicada a mercados regulados, com foco em regulação tarifária.

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Falta de isolamento elétrico no Brasil reflete negligência com a segurança

Carlos Rubim e Edson Martinho, respectivamente Gerente Regional de Produtos na Fluke do Brasil, e CEO da Abracopel e Coordenador Pedagógico na Fluke Academy, acreditam que os testes de isolamento elétrico ainda precisam ser aperfeiçoados no país.

Recentemente, o Brasil foi palco de um trágico acidente elétrico: João Vinícius Ferreira Simões, jovem de 25 anos, recebeu uma descarga elétrica em um festival de música no Rio de Janeiro, e veio a óbito. Esse acidente, resultado de uma aproximação a um food truck eletrizado, traz à tona o problema da falta de isolamento adequado em instalações elétricas no país, bem como o não cumprimento das normas de segurança estabelecidas, posicionado toda a sociedade em risco.

Medidas de precaução e conscientização

Tendo em vista este cenário de precariedade das instalações elétricas no Brasil, existem cuidados a serem adotados pela população, para evitar acidentes. Isto inclui não tocar em partes metálicas expostas, seguir as recomendações de fabricantes de produtos de uso comum – principalmente aqueles que conduzem calor, como secadores e micro-ondas – e ter, ainda, um cuidado redobrado em dias de chuva.

Além disso, se faz necessário cultivar uma maior conscientização sobre a gravidade dos riscos elétricos, que podem causar danos irreversíveis à vida, e também aos eletrodomésticos. Nesse sentido, os profissionais da área elétrica têm grande responsabilidade na propagação da cultura da segurança, ao propor e efetivamente realizar análises de risco de ambientes energizados, no desempenho de suas funções.

Para tanto, o uso de equipamentos específicos, como multímetros, alicates amperímetros, testadores de isolamento elétrico, sem contar na implementação de um sistema de aterramento eficaz, são essenciais para assegurar mais segurança a todos os que de alguma forma tiverem acesso a esse sistema energizado.

O trabalho, por sua vez, deve ser norteado pela norma NBR 5410, que estabelece diretrizes específicas para instalações elétricas de baixa tensão, que operam entre 50V e 1000V em corrente alternada, observado em residências, escritórios e estabelecimentos comerciais, além de atender às necessidades dos festivais.

A norma tem por objetivo garantir a segurança e o funcionamento adequado das instalações, reduzindo o risco de acidentes, uma vez que detalha procedimentos, desde o projeto, até a execução e manutenção, enfatizando a importância do isolamento elétrico adequado, da proteção contra choques elétricos e outros riscos associados.

A prevenção é o elemento-chave

Em suma, é importante que todos deem a devida importância à segurança elétrica, reconhecendo a necessidade de prevenção. Profissionais, autoridades e cidadãos devem trabalhar juntos, para promover ambientes mais seguros e livres dos perigos de instalações elétricas inadequadas.

Desta forma, construir este diálogo sobre segurança elétrica não é apenas um dever técnico, mas também um compromisso com a preservação de vidas. Que a memória destes acidentes sirva como um constante lembrete da urgência e da importância de repercutir esse tema.

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Estado de SP é líder na geração própria de energia solar no país

São Paulo é protagonista na produção de energia solar entre os estados brasileiros, registrando maior potência instalada de energia fotovoltaica na geração própria em telhados, pequenos negócios e terrenos. Segundo recente mapeamento da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica –, a região possui mais de 3,8 gigawatts em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

O estado possui mais de 396 mil conexões operacionais, espalhadas por 645 municípios, ou 100% dos municípios paulistas. Atualmente, são mais de 468 mil consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica.

Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou a São Paulo a atração de mais de R$ 19 bilhões em investimentos, geração de mais de 114 mil empregos, e a arrecadação de mais de R$ 4,6 bilhões aos cofres públicos.

Para Pedro Drumond, coordenador estadual da Absolar em São Paulo, o avanço da energia solar no país é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil, e ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do país, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrên-

cia de bandeira vermelha na conta de luz da população.

“O estado de São Paulo é atualmente um importante centro de desenvolvimento da energia solar. A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados, e colaboração no combate às mudanças climáticas”, comenta.

Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade e protagonismo internacional do Brasil, alivia o orçamento das famílias, e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros.

“A fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento do país. Em especial, temos uma imensa oportunidade de uso da tecnologia em programas sociais, como casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, na universalização do acesso à energia elétrica pelo programa Luz para Todos, bem como no seu uso em prédios públicos, como escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques, entre outros, ajudando a reduzir os gastos dos governos com energia elétrica, para que tenham mais recursos para investir em saúde, educação, segurança pública e outras prioridades da sociedade brasileira”, conclui Sauaia.

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Transpetro inaugura primeira usina solar a suprir integralmente uma planta industrial do Sistema Petrobras

A Transpetro inaugurou, no Terminal de Guarulhos, em São Paulo, a primeira usina solar fotovoltaica capaz de abastecer 100% uma planta industrial do Sistema Petrobras. O projeto pioneiro é parte dos investimentos da companhia em transição energética e descarbonização em suas áreas de negócio.

“Queremos nos manter no grupo de empresas que lidera as mudanças da matriz energética brasileira, oferecendo soluções sustentáveis, e que tragam resultados sólidos de descarbonização. Por isso, estamos investindo em ações que contribuam para o fomento de uma economia de baixo carbono. Temos um compromisso com as pessoas e o meio ambiente, e esse projeto faz parte disso”, afirmou o presidente da companhia, Sérgio Bacci, durante cerimônia realizada no terminal.

A usina tem 2.000 kW de potência de trabalho, o que representa o consumo equivalente de cerca de 600 residências. A planta produzirá energia suficiente para atender as operações do Terminal de Guarulhos, os dutos de entrega de derivados para as companhias distribuidoras de combustíveis e de querosene de aviação para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, além da Baguar – Base de Carregamento Rodoviário de Guarulhos.

Operando no sistema de compensação de energia elétrica, a usina solar reduzirá em

84% a conta de energia do terminal, já no primeiro mês. A economia anual prevista é de aproximadamente R$ 1,8 milhão. O investimento da Transpetro na planta foi de R$ 12 milhões.

A planta solar vai evitar a emissão de 246 toneladas por ano de gases causadores do efeito estufa na unidade.

“Para além dos aspectos financeiros, o projeto demonstra que estamos fazendo a gestão do negócio com foco na geração de valor e ampliação do nosso impacto positivo na sociedade. Estamos comprometidos com a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis, de modo a acelerar a redução das emissões de gases de efeito estufa nos nossos negócios”, afirmou o diretor de Dutos e Terminais, Márcio Guimarães, à esquerda na foto.

Além da usina solar fotovoltaica, o Terminal de Guarulhos tem projetos para a captação de águas pluviais, para utilização como água de serviço; a instalação de um sistema de recuperação de vapor (URV) na Baguar, e projetos sociais com as comunidades vizinhas. Juntas, essas iniciativas elevam o ativo ao patamar de “terminal sustentável”, nos requisitos de ASG (Ambiental, Social e Governança) e novas tecnologias.

“O Terminal de Guarulhos é uma das unidades de referência da Transpetro para estudos e implantação de iniciativas disruptivas em sustentabilidade e novas tecnologias. A partir dos trabalhos bem-sucedidos que desenvolvemos nesses ativos, os desdobramos em outros terminais”, explicou a gerente executiva de Operação de Dutos e Terminais Sul, São Paulo e Centro-Oeste, Keurrie Cipriano.

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Leilão contemplou mais de 6 mil km de transmissão

O segundo maior leilão realizado pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica –, com investimentos da ordem de R$ 18,2 bilhões, foi realizado (28/03) na sede da B3, em São Paulo, com deságio médio de 40,78% – o que representa uma economia para o consumidor final da ordem de R$ 30,1 bilhões.

Os quinze lotes negociados contemplam 6.464 km de linhas de transmissão e subestações, com capacidade de transformação de 9.200 MVA, localizados nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O prazo para operação comercial dos empreendimentos varia de 36 a 72 meses, para concessões por 30 anos, contados a partir da celebração dos contratos.

O Diretor-Geral da Aneel, Sandoval Feitosa, enfatizou que a transição, integração, energia renovável e limpa, segurança e confiança permearam todo o processo de elaboração e realização do leilão. Destacou, ainda, que confia no cumprimento dos contratos por parte dos empreendedores, a fim de que seja alcançado o objetivo de prover energia com segurança para o consumidor final. “Todos os participantes que venceram têm um grande histórico de bons serviços prestados, o que, associado a uma fiscalização diligente por parte da Aneel, contribuirá para entrega das obras dentro do prazo previsto. Em 2024, alcançamos a marca história de geração de 200 GW, e precisamos de transmissão para escoar toda essa produção. Por essa razão, o cumprimento dos contratos é essencial”, finalizou.

dos 15 lotes disponibilizados: o banco BTG, representado pelo Fundo de Investimento Warehouse, que arrematou três projetos (R$ 6,5 bilhões); a Eletrobras, através da Eletronorte, ficou com quatro empreendimentos (R$ 5,5 bilhões); e a portuguesa EDP, que em três empreendimentos deve investir R$ 3 bilhões no Brasil.

Enquanto essas grandes empresas focaram em projetos estratégicos para a conexão do sistema nacional, as menores buscaram os que reforçam a rede básica.

O Grupo Interalli – que atua nas áreas de logística, terminais portuários, agronegócios, automóveis, óleo e gás natural e energia – arrematou o Lote 11, do 1º Leilão de Transmissão de Energia Elétrica 1/2024, que contemplou empreendimentos em 14 estados da Federação, em 15 lotes ofertados.

A Diretora Relatora do certame, Agnes da Costa, destacou que o modelo dos leilões vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos, e que, em 2024, completa 25 anos de realização dos certames. “O rigor técnico dos editais garante maior segurança para que os empreendimentos sejam de fato implantados. A competitividade também é muito importante, e leva a resultados expressivos, como o deságio de 40,78% verificado hoje. Por esses motivos, considero o certame um sucesso, e não escondo a satisfação em ver que os leilões, ao longo desses 25 anos, contribuíram para o desenvolvimento do país”, finalizou.

Do total de investimentos previstos, três empresas assumiram a maior parte (83%) – 10

Promovido pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica –, na sede da Bolsa de Valores, em São Paulo, os 15 lotes de empreendimentos totalizam 6.464 km de linhas de transmissão, e subestações com capacidade de transformação de 9.200 MVA, localizados nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O grupo Interalli integra os Consórcios PARANÁ IV, que também é formado pelas empresas: Enermais Energia – especializada na integração de soluções para implantação de ativos de geração e transmissão de Energia Elétrica –, Mega Energy e AMG Participações – que também já atuam no mercado de energia. O consórcio ofertou uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 20,4 milhões pelo Lote 11, o que representa um

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deságio de 42,42% sobre o valor de referência inicial de R$ 35.429.526,11.

O lote 11 tem como objetivo a construção de 75 km de Linhas de Transmissão no Mato Grosso do Sul, com 74,8 km, para a LT 230 kV Inocência – Ilha Solteira 2, C4, CS, bem como a Subestação (SE) Anastácio de 230/138 quilovolt (kV), com a substituição dos autotransformadores trifásicos TF1 e TF2 230/138 kV de 75 MVA, por duas novas unidades 230/138 kV de 100 MVA, e um novo pátio 138 kV. No período de 48 meses, serão investidos R$ 221.704.919,90.

Mercado solar em 2024

O Brasil já instalou 2 GW de energia solar este ano, considerando sistemas de geração distribuída e usinas de grande porte, equivalente a 17% de toda a capacidade do país, de acordo com a Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

“Os sistemas de pequeno porte ainda lideram, segundo a Absolar. Os números comprovam um segmento promissor, mas que de forma prática ainda confunde bastante quem não está inserido no setor. Na ponta, os três principais questionamentos sempre são: custo x benefício, durabilidade e tecnologias recentes”, explica Junior Helte, CEO do Grupo HLT.

Dados do relatório Global Market Outlook for Solar Power 2023-2027, publicado pela SolarPower Europe, apontam que, até 2027, o segmento deve crescer mais 2,3 terawatts.

À frente de empresas de geração distribuída, produção de sistemas fotovoltaicos e acessórios de instalação – HELTE, INIMEX e Ângulo –, o CEO explica três movimentos recentes e importantes, que podem e devem ser considerados quando o assunto é geração de energia solar: tecnologia HJT, para eficiência e melhoria no coeficiente de temperatura; inversores híbridos, tornando a geração solar cada vez mais independente, e redução dos valores das baterias, disponibilizando menor custo de armazenagem. “Eficiência e armazenagem estão entre as principais lacunas do setor, até então com custos elevados. Contudo, de 2023 em diante, está ocorrendo uma redução drástica no custo das baterias, sendo de 29% no ano passado, atingindo 35% no primeiro trimestre de 2024”, aponta o executivo.

As instalações de transmissão objeto desse Leilão fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI), e alcançam investimentos da ordem de R$ 18,2 bilhões, com perspectiva de geração de aproximadamente 35.000 empregos, durante a construção dos empreendimentos. O prazo para operação comercial dos empreendimentos varia de 36 a 72 meses, para concessões por 30 anos, contados a partir da celebração dos contratos. A previsão para assinatura dos contratos de concessão é 28/06/24, e espera-se que, durante a construção dos empreendimentos, se gerem 35 mil empregos.

A tecnologia HJT, com eficiência superior a 23%, é a protagonista da vez, de acordo com Junior Helte. “Além da eficiência, que é um grande diferencial no mercado, tem coeficientes de baixa temperatura, funcionando bem em temperaturas altas, com menos perdas. É uma tecnologia inovadora, até mesmo quando consideramos o mercado mundial. Antes vista apenas em grandes usinas, agora irá compensar também para geração distribuída”, antecipa.

Os inversores são peças-chave que transformam a energia elétrica gerada pelos painéis solares, de corrente contínua (CC), em corrente alternada (CA), permitindo assim seu uso em diversos ambientes: residenciais, comerciais, industriais, etc. No caso dos híbridos, que devem destacar-se ainda mais daqui em diante, eles permitem, não apenas a conexão à rede de distribuição e a outras fontes de geração, mas também a um banco de baterias, que irá prometer ainda mais economia e sustentabilidade, no uso da energia solar. “É uma tecnologia necessária, principalmente para a utilização em locais que sofrem com altas quedas de energia. Ela oferece a flexibilidade de poder estar conectada à rede elétrica; no entanto, pode utilizar outras formas de geração, sem injetar energia à rede externa. Também permite utilizar o sistema de armazenagem, como o banco de baterias, conferindo autonomia”, diz Junior Helte. No Brasil, a demanda por sistemas de armazenamento de energia solar tem crescido exponencialmente, devido à mudança da legislação, buscando alternativas, tanto ao aumento do valor da energia, quanto permitindo a independência do crescente aumento da taxa de distribuição. Os sistemas de armazenamento permitem o uso da energia solar, mesmo em momentos sem geração, como à noite, ou em dias nublados, além de promoverem a independência das redes de transmissão locais. As baterias convencionais mais vendidas são as estacionárias, seladas de chumbo ácido, e com destaque para as íon de lítio, por sua segurança, adaptação e qualidade de pequenos a grandes sistemas.

“As baterias de íon de lítio, impulsionadas pelo desenvolvimento da indústria de veículos elétricos, são as mais eficientes para armazenamento de energia, destacando-se por sua vida útil, segurança, baixa manutenção, design e garantia. Além dessas, existem as baterias de fluxo e as de sódio-níquel-cloreto (ou bateria de sal fundido), que ainda estão em fase experimental, mas prometem ser alternativas viáveis no futuro, pelo baixo custo e acessibilidade”, finaliza o CEO do Grupo HLT.

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"Match" tecnológico entre AQTech e Macnica DHW eleva

confiabilidade e amplia vida útil de ativos de energia

Mais do que fornecedor e cliente, a combinação gerada por soluções de duas multinacionais está ajudando a mitigar uma dor importante do setor energético: automatizar o diagnóstico de manutenção e o prognóstico da vida útil de geradores de energia elétrica. Essa é uma contribuição valiosa, para um segmento que continua avançando em transformação digital, e envolve o controle de ativos bilionários nos mercados de geração hídrica e eólica. Porém, para realizar essa tarefa de Edge Computing, o equipamento criado deve ser confiável, robusto e capaz de processar um alto volume de informações, de forma independente.

melhorando a confiabilidade da energia produzida”, explica Tiago.

É justamente esse objetivo que possibilitou a colaboração e inovação tecnológica da AQTech Power Prognostics, multinacional brasileira especialista em monitoramento remoto e tecnologias preditivas, capazes de mitigar falhas em turbinas hidrelétricas e aerogeradores, com a Macnica DHW – operação na América do Sul do Grupo japonês Macnica Inc., maior distribuidor de semicondutores do Japão, e o 5º maior do mundo. Ambas as empresas possuem operação no Brasil, com base no Polo Tecnológico de Florianópolis/SC.

A conexão entre as empresas envolve o desenvolvimento da plataforma VibraOne, uma das tecnologias nacionais pioneiras na realização de monitoramento remoto e, em tempo real, das unidades geradoras de energia elétrica. O software, desenvolvido pela AQTech, detecta falhas e registra condições operacionais adversas nas turbinas, permitindo a validação constante do funcionamento e performance de máquinas em hidrelétricas ou em parques eólicos. Hoje, a plataforma já está instalada em usinas da América Latina, e também está sendo expandida para os mercados europeu e asiático.

Acontece que esses equipamentos costumam ficar em locais muitas vezes isolados, distantes ou de difícil acesso, dentro das centrais de geração de energia. É nesse contexto que a Macnica DHW se torna imprescindível para o sucesso desses sistemas tecnológicos. A companhia possui vasta experiência na criação de dispositivos para aplicação em locais com condições severas de trabalho, e dispositivos de alta performance e segurança. Além disso, reúne amplo conhecimento do time no desenvolvimento de equipamentos que exigem aprovação em processos de certificação com ensaios de tipo (EMI, ESD, temperatura, vibração).

“Contamos com excelente relacionamento com as fabricantes, agilizando todo o suporte ao cliente, e temos expertise no desenvolvimento de projetos eletrônicos para a área de geração e distribuição de energia, industrial, médica, segurança, pesquisa e computação de alta performance (HPC). Esses atributos fazem com que nossa entrega de valor no segmento de energia seja fortalecida”, destaca Clodoaldo Labritz, gerente de Componentes na Macnica DHW.

“Uma das nossas principais soluções, o VibraOne gera dados e informações, que viabilizam adotar políticas de manutenção preditiva, para melhorar a gestão e a vida útil desses ativos. As máquinas, quando estão paradas, não geram energia, e trazem prejuízos operacionais e financeiros gigantescos. Ou seja, além de apontar a necessidade de análise ou troca de componentes, nossa tecnologia possibilita uma tomada de decisão mais rápida sobre as rotinas de O&M”, afirma Tiago Matsuo, Diretor de Desenvolvimento na AQTech.

Os impactos da inovação para as usinas incluem redução de custos, aumento da produtividade e lucratividade de negócios do setor elétrico. “Isso ocorre porque o VibraOne – nas versões hydro e wind – consegue compilar informações sensíveis dos equipamentos, como níveis de vibração, qualidade do óleo, acústica e temperatura, para detecção precoce de anomalias, prevenindo falhas severas, e

No caso do VibraOne, a Macnica desenvolve o esquema elétrico e PCB da placa base de aquisição de dados analógicos, e todo o código RTL de interface com os periféricos da placa base e do módulo Borax. A empresa também faz uma customização do sistema operacional Linux Linaro, para rodar no ARM da FPGA Intel SoC, especificamente para a plataforma, com pacotes e device drivers customizados. O FPGA (Field Programmable Gate Array) é a nomenclatura de um circuito integrado e passível de ser configurado por software, para implementar circuitos digitais, a exemplo de processador, controle e decodificador.

“O módulo Borax acelera muito o desenvolvimento de projetos eletrônicos com FPGAs, otimizando recursos e tempo de testes. Além disso, a bagagem de conhecimento em condicionamento de sinais, e implementações em descrição de hardware utilizando FPGA Intel, foram essenciais para que o produto fosse rapidamente para o mercado”, explica.

Conforme a Macnica, a FPGA presente no módulo Borax do VibraOne executa o controle do condicionamento e digitalização dos sinais dos sensores de vibração, tensão e corrente, utilizando recursos de lógica programável. Ela ainda disponibiliza para o software Linux rodando no processador ARM, embarcado no mesmo chip FPGA-SoC, entregando assim uma inovação potente e eficaz, que gera maior confiabilidade de geração de energia.

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RCGI estuda tecnologias para integrar parques eólicos offshore à rede elétrica do país

Qual a melhor tecnologia para se levar a energia elétrica que será produzida nos futuros parques eólicos offshore na costa do Brasil para o continente? E qual a forma mais adequada de abastecer com eletricidade as plataformas de óleo e gás instaladas em águas brasileiras? Um mesmo projeto do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) começou a investigar essas duas questões, no âmbito de um programa novo, financiado pela empresa de multienergia TotalEnergies.

Vinte pesquisadores – entre docentes, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e graduandos – trabalharão ao longo de três anos, na criação de ferramentas capazes de auxiliar a escolha da tecnologia mais adequada para a transmissão de energia em cada caso.

“O projeto tem dois objetivos distintos, que compartilham um elemento comum: a transmissão de energia pelo mar. O primeiro envolve trazer energia para a costa, a partir dos parques eólicos offshore. O outro vai levar energia da costa para as plataformas de exploração de óleo e gás”, afirma o engenheiro eletricista Renato Machado Monaro, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), e coordenador do projeto “Investigação das tecnologias de transmissão offshore na costa brasileira aplicadas na exploração de óleo e gás e na integração de fazendas eólicas (TransBRcoast)”.

“As duas vertentes têm características diversas. Os parques eólicos offshore serão construídos perto da costa; os projetos preveem distâncias de até 20, 30 quilômetros da praia, boa parte deles ainda na plataforma continental, onde a lâmina d´água é mais rasa. Já as plataformas de petróleo são instaladas onde está o óleo”, explica o pesquisador. Ele acrescenta que as plataformas brasileiras com estrutura para exploração de petróleo e gás estão situadas em média a 148 km de distância, com a mais distante chegando a 300 km da costa, na bacia de Santos, em águas profundas ou ultra profundas. A energia consumida nessas plataformas vem do gás do próprio poço de exploração. Ou seja, elas funcionam hoje como um sistema isolado, mas a ideia é descarbonizar o máximo possível a extração do óleo.

jamos uma sociedade com bem menos petróleo, mas não acho que ele vá desaparecer.”

O apoio da TotalEnergies ao projeto do RCGI está inserido em uma série de investimentos da Companhia dedicados à pesquisa e desenvolvimento.

No contexto das mudanças climáticas, empresas e países têm trabalhado com um período de transição energética, onde há uma descarbonização gradual das atividades. “Com a eletrificação das plataformas, diminuímos a nossa dependência de petróleo, emitiremos menos CO2 nessa exploração”, diz Monaro. “Talvez, no nosso tempo de vida, nós ve-

“Acreditamos no valor do conhecimento gerado pelas universidades, e queremos ser atores na aproximação da indústria com o meio acadêmico. E estamos entusiasmados com esta parceria, porque enxergamos a importância do trabalho em P&D para o protagonismo da TotalEnergies na transição energética. Atualmente, cerca de 50% dos projetos da TotalEnergies em PD&I no Brasil estão voltados ao segmento de novas energias e redução de emissões.”, diz Isabel Waclawek, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da TotalEnergies no país. Em uma primeira etapa do projeto, os pesquisadores fazem um levantamento dos limites tecnológicos, dos custos dos sistemas e materiais já utilizados em outros países, como cabos de transmissão, transformadores, conversores, entre outros, e perspectivas futuras. Além disso, investigam a capacidade de geração dos parques eólicos planejados, e o quanto deverão produzir de energia, além de avaliar a quantidade de energia consumida pelas atuais plataformas. “Em boa medida, o que se tem de saber para o sistema de transmissão é o quanto de energia será transmitido e a que distância”, conta Monaro. O relatório final do projeto será entregue à ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – e será público.

No caso do petróleo brasileiro, além da distância, os pesquisadores ainda levarão em conta as adversidades trazidas pela profundidade da lâmina d´água nos locais em

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que são feitas as explorações. “O grande desafio será encontrar a tecnologia mais barata e confiável. Se os sistemas de transmissão são muito caros ou inadequados para a condição do empreendimento, retira-se a atratividade daquele investimento”, afirma o pesquisador. Tanto para conectar um parque eólico offshore à costa, como para integrar a rede às plataformas, serão investigadas três tecnologias. “Cada uma delas tem as suas particularidades e os seus custos. A partir de algumas distâncias, uma tecnologia começa a prevalecer sobre a outra”, diz o coordenador do projeto do RCGI.

A transmissão em alta tensão em corrente alternada (HVAC, High Voltage Alternating Current), em frequência convencional (50/60 Hz), corresponde à configuração de maior maturidade tecnológica, segundo os pesquisadores. A distância máxima de transmissão, porém, limita-se a cerca de 50 km da costa.

Uma alternativa está na redução da frequência, que diminui as perdas de transmissão de energia e, consequentemente, amplia a potência transferida. Conhecida como LFAC (Low Frequency Alternating Current), essa tecnologia consiste na transmissão em corrente alternada em alta ten-

são com um terço da frequência convencional (16,67/20 Hz). Nesse caso, é preciso instalar na costa um conversor de potência do tipo CA/CA, a fim de alterar a frequência de transmissão antes de conectar o sistema offshore à rede elétrica em terra. Apesar de os estudos na literatura técnica apontarem a tecnologia LFAC como adequada à transmissão em distâncias intermediárias (entre 30 km e 75 km), na prática, ela só foi aplicada até hoje em sistemas ferroviários na Europa, alerta a equipe do RCGI.

Muitos dos desafios técnicos associados às perdas de transmissão também podem ser superados com a utilização de corrente contínua. Neste caso, a tecnologia HVDC (High Voltage Direct Current) – que é a transmissão em corrente contínua de alta tensão – destaca-se, ao poder ser aplicada em projetos de longa distância. No contexto das aplicações offshore, uma rede HVDC demandaria a instalação de estações conversoras de potência CA/CC terrestre e marítima, elevando os custos. “Para cada uma dessas três tecnologias, há toda uma discussão sobre disponibilidade de equipamento, custo e limites tecnológicos”, conclui Monaro. “Claro que não é um estudo que traz resultados definitivos, mas começa a investigação e traz vetores de avaliação.”

Lemon leva energia limpa e economia para mais três regiões

A Lemon Energia, uma climatech que usa tecnologia e dados para conectar geradores de energia limpa a pequenos e médios empreendedores, inicia o ano com expansão de suas operações para mais três praças: 27 cidades atendidas pela CPFL Piratininga (interior e litoral de São Paulo), e todos os municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na área abrangida pela Energisa. Com isso, a startup tem capacidade de absorver mais 3,5 mil clientes, e chega a um total de 9 regiões do Brasil.

Em 2023, a startup dobrou sua base de clientes, para 10 mil, e projeta acelerar o ritmo neste ano, e atingir 30 mil pequenos negócios associados a seu serviço, tecnicamente conhecido como geração compartilhada. A Lemon tem negociações em andamento com outras usinas solares das três novas regiões, para poder atender mais clientes ao longo de 2024.

de distribuição da Energisa. Na região, a startup fez parcerias com quatros usinas solares, que possuem capacidade de atender até 2 mil novos clientes.

De modo semelhante, a startup, que possui operações no interior de São Paulo desde o ano passado, para quem está na rede da CPFL Paulista, agora está disponível para a CPFL Piratininga, nas proximidades de Sorocaba, Jundiaí e Indaiatuba, incluindo também a cidade de Santos, no litoral paulista. Ao todo, cerca de 800 paulistas poderão aderir ao serviço da startup.

A abertura de novas praças segue a estratégia de expansão nacional da Lemon, na oferta de economia de até 20% nos gastos com energia para pequenos negócios, que passam a ser conectados a uma fonte mais sustentável de energia, geralmente de fonte solar. Desde 2019, os clientes da startup já economizaram R$ 15 milhões.

Lemon já atua na região de Mato Grosso do Sul, para clientes conectados à Elektro, e agora chega a todo o Estado, ao acrescentar mais 74 municípios atendidos pela rede

Em Mato Grosso, atendido integralmente também pela Energisa, são três usinas, que podem receber até 800 clientes no total.

O serviço da Lemon é a única maneira de acessar energia solar sem realizar investimento e cuidar da manutenção de placas. Na prática, o que a startup oferece é uma espécie de “aluguel” de um pedaço de uma usina de energia sustentável, próxima ao local de consumo.

Após a adesão, cada cliente segue pagando a conta à distribuidora, mas apenas com as taxas e encargos para o uso da rede. E passa a receber uma nova conta, da Lemon, correspondente ao consumo da nova energia. Neste modelo, o consumidor chega a economizar até 20% todo mês, a depender da região.

Energies 22 NºControle&Instrumentação 286|2024
@Divulgação

SCADA Ovation Green

ajuda os produtores de energia elétrica no mercado de energia sustentável

A Emerson combinou sua ampla experiência em geração com suas capacidades em energia renovável, no seu portfólio Ovation Green , para ajudar empresas de geração de energia a atender às necessidades de seus clientes, na transição para a geração e o armazenamento de energia verde. Ao unificar o software e tecnologia da recém-adquirida Mita-Teknik , com sua plataforma original de automação Ovation, a Emerson criou uma nova extensão de sua arquitetura de controle para geração renovável.

Turbinas eólicas, módulos solares, baterias de íon de lítio, eletrolisadores de hidrogênio e hidrelétricas usam uma ampla variedade de softwares e tecnologias de automação, e o número de tecnologias aplicadas a estas se multiplica, aumentando a curva de aprendizagem e adicionando complexidade às operações, enquanto soluções de diferentes provedores demandam integração adicional. Embora alguns sistemas existentes possam fornecer camadas de conectividade entre ativos muito específicos, o portfólio Ovation Green oferece um único conjunto de Software e soluções, que suportam diferentes tecnologias em um sistema padronizado e intuitivo.

O acesso ao histórico completo de dados dos equipamentos, em tempo real, permite aos proprietários e operadores uma maior visibilidade e controle de todos os ativos renováveis, em toda a frota da empresa. As tecnologias Ovation Green dão acesso seguro e padronizado aos dados, independentemente do fabricante do equipamento ou do tipo de sistema.

O SCADA da Emerson permite inteligência efetiva de uma plataforma unificada, para impulsionar decisões mais rápidas e informações mais seguras para aumentar a disponibilidade e produção, enquanto reduz riscos de operação e custos de manutenção.

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Controle&InstrumentaçãoNº286
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@Divulgação

Europa testará gêmeos digitais em 11 países

Lançado em janeiro, o projeto TwinEU foca na criação do conceito de um gêmeo digital paneuropeu do sistema elétrico. Para isso, o TwinEU propõe desenvolver um ecossistema de gêmeos digitais adaptáveis, abrangendo três camadas diferentes, uma infraestrutura de partilhamento de dados e modelos, baseada no espaço de dados, e uma bancada de serviços onde as aplicações/serviços, dados armazenados e recursos computacionais estarão disponíveis, para acesso de terceiros.

Isso vai ser testado em demonstradores com foco na geminação digital, para casos de utilização em resiliência da rede ciberfísica, gestão da rede, operação e monitorização, previsão, e rede e mercado ideais, e planeamento inteligente da rede coordenada.

Participantes da primeira reunião do TwinEU, que aconteceu em janeiro deste ano

No piloto da Península Ibérica, o TwinEU vai usar uma série de gêmeos digitais e um quadro comum, para a interação entre eles, orientado para aumentar a segurança e a resiliência de todo o sistema energético, desde a geração, transmissão, distribuição e mercados de energia dos consumidores finais.

Na região da Grécia e Chipre, através de um modelo integrado de otimização do mercado de equilíbrio, a demonstração buscará cenários que permitam a interligação de gêmeos digitais entre o continente e Creta, bem como com o sistema energético insular de Chipre.

A demonstração na Hungria desenvolverá um monitoramento de temperatura de condutor de rede neural artificial, baseado em gêmeos digitais para linhas de transmissão, um algoritmo de co-otimização, com ampacidade dinâmica, produtos intradiários e uma plataforma de leilão de mercado para leilão, de capacidade de transmissão dentro do período do dia seguinte/intradiário, e permitir uma utilização mais eficiente da capacidade da rede, especialmente em nível transfronteiriço.

O principal objetivo do projeto-piloto da Bulgária é o ambiente para os operadores da rede, que permitirá, aos intervenientes no mercado de energia de baixa tensão (prossumidores, carregadores de veículos elétricos, etc.), uma participação não discriminatória no processo de prestação de serviços para a operação do sistema.

Na Alemanha, as atividades focam na monitorização e planejamento da rede e flexibilidade ponta a ponta para gestão de congestionamento, com um gêmeo digital baseado numa solução existente que gere um terço dos sistemas alemães, ampliado por Interface, para fornecer melhor visibilidade dos recursos disponíveis.

O piloto italiano acontece em dois locais. Na Sardenha,

uma cópia digital do sistema energético da ilha será atualizada através de um gêmeo digital, para fornecer, em tempo real, o estado dos componentes físicos do sistema energético, em cenários altamente renováveis. A segunda localização é uma parte da rede metropolitana de Roma, na qual serão testados diferentes casos de utilização, como a auto qualificação para flexibilidade.

Na Eslovênia, o principal foco do estudo é atualizar a operação da rede existente e o processo de gestão da estabilidade, com base no aumento da observabilidade e controlabilidade do sistema. Isso inclui o desenvolvimento de um novo serviço de resposta de frequência rápida e de ferramentas de avaliação de segurança, estáticas e dinâmicas, em tempo real.

“Sala de controle do futuro” da TU Delft, onde acontecerão as simulações holandesas e francesas.

O projeto na região dos Países Baixos-França foca em benefícios mútuos e ferramentas, para antecipar e prevenir/mitigar fenômenos de instabilidade, sob elevada penetração de energias renováveis e condições topológicas/operacionais de rede fracas. Inclui o desenvolvimento da sala de controle do futuro.

O projeto como um todo deve absorver três anos no consórcio de 77 membros, e será coordenado pela alemã Fraunhofer-Gesellschaft.

Special 24 ! NºControle&Instrumentação 286|2024
@ TwinEU
@TWinEUProject @ TU Delft
Automação aberta pode economizar
52% em relação ao SDCD

Durante o ARC Forum deste ano, discutiu-se sobre os dispositivos OPAS em teste, um guia de adoção em elaboração, e os custos do ciclo de vida de sistemas que utilizam OPAS – que seriam metade daqueles de um sistema de controle distribuído, ao longo de 25 anos.

Seis especialistas discutiram os benefícios da automação de processos abertos, OPAS: da esquerda para a direita, Robert Tulalian, gerente do programa global de convergência IT-OT, Global Shell Solutions; Don Bartusiak, presidente da Collaborative Systems Integration; Brad Mozisek, gerente de programa do centro de excelência Wood OPA; David Campain, gerente global de sistemas de controle de processo da FLSmidth; Renato Pacheco Silva, diretor-presidente da Aimirim; e Dave DeBari, líder da ExxonMobil, líder do programa de automação openplus.

Em comparação com o DCS 1, Wood calculou uma economia de 47%, para um custo de propriedade de 25 anos, usando o sistema OPA

Em uma sessão do ARC Industrial Forum deste ano, chamada “Managing industrial edge”, Harry Forbes, diretor de pesquisa do ARC Advisory Group, disse que a próxima geração de automação de processos é melhor com processos de desenvolvimento de padrões, incluindo padrões abertos de automação de processos, níveis mais altos de colaboração, TI relevante para automação industrial e convergência TI/OT. Forbes disse ainda que as empresas estão adotando controladores industriais virtualizados, o que pode ajudar a automação aberta de processos.

Uma demonstração da ExxonMobil mostrou como um bloco de função da Aimirim, usando controle preditivo (MPC, feedforward para rejeição de distúrbios), em vez de controle PID, resultou em uma diminuição significativa no desvio padrão para controle de pressão e controle de fluxo. Renato Pacheco Silva, CEO da Aimirim, participou dos debates e conta um pouco mais sobre o OPAS.

O OPAS é uma proposta de arquitetura aberta, capaz de integrar dados de campo, com sistemas e softwares, e que tem uma interoperabilidade de vendors/integradores, ou seja, que não está travada em um único vendor. O OPAS desenhou a arquitetura, baseado em um service bus. A Aimirim entende que pode haver uma arquitetura ainda mais moderna, para criar aplicações de forma simplificada, envolvendo IoT e sistemas cyber físicos. E, embora ele seja cabeado, não é uma simples volta aos fios.”

Um dos focos das discussões no Forum da ARC foi a oposição OPAS / DCS. Segundo o CEO da Aimirim, não existe uma oposição entre OPAS e DCSs. “Na verdade, o que acontece é que deve surgir uma nova geração de controladores, baseados em placas base mais genéricas, mais parecidas com um PC industrial, ao contrário dos hardwares dedicados dos DCSs e PLCs. Neste sentido, o OPAS oferece uma arquitetura inicial, padrão agnóstica quanto ao hardware utilizado. Uma arquitetura onde o software não esteja diretamente vinculado ao hardware”, pontua Renato.

“Nós entendemos que a virtualização dos controladores acontece quando a indústria passa a operar muito baseada em software, e esse software está dentro de máquinas virtuais. Isso facilita o fluxo de desenvolvimento das aplicações. Estaríamos olhando para os controladores de uma fábrica, mais como um servidor de DCSs virtuais, fácil de ser gerenciado e mantido”, acrescenta Felipe Adriano da Silva Gonçalves, CTO da Aimirim.

Destaque-se que o OPAS traz um conceito, e esse conceito exige que você tenha uma infraestrutura de TI integrada com OT. “Mas, se a empresa não tem essa integração, pode fazê-la no momento em que decide usar a arquitetura do OPAS. Depende do ponto de vista. Se um profissional ou uma empresa atuam mais na arquitetura em si, então entendemos que é necessário um especialista para entender essa arquitetura, e comissionar da maneira correta, para atingir os objetivos propostos pela arquitetura”.

Special ! 25 Controle&InstrumentaçãoNº286|2024
@Mark T. Hoske/ControlEngineering

MERCADO LIVRE LIVRE DE ENERGIA

– você ainda vai estar nele

CoverPage 26 NºControle&Instrumentação 286|2024

Osetor elétrico brasileiro possui uma estrutura verticalizada, formada por diferentes segmentos – geração, transmissão, distribuição e comercialização – para garantir o abastecimento contínuo e eficiente, entregando energia elétrica de qualidade. Diferentes sistemas energéticos estruturam o mercado brasileiro de energia.

A principal fonte geradora de energia elétrica do país é proveniente do sistema hídrico, recurso que se está tornando escasso, devido ao aumento da demanda, mudanças climáticas que alteraram os regime de chuvas, e modificações do padrão de consumo, requerendo novas posições, como descentralização do sistema de geração, na digitali-

27 Controle&InstrumentaçãoNº286|2024

zação, na sua descarbonização com fontes renováveis de energia. Essas mudanças vêm promovendo a expansão do mercado de energia, principalmente em relação ao ACL – Ambiente de Contratação Livre.

Lembrando que o setor elétrico brasileiro conta com dois ambientes de comercialização, o Ambiente de Contratação Regulada – ACR e o Ambiente de Contratação Livre – ACL. E é a Abraceel que explica: que o primeiro contempla a maior parcela da população, é formado pelos consumidores cativos, que compram a energia das distribuidoras; ACL, também conhecido como Mercado Livre de Energia, é um ambiente onde os consumidores podem negociar livremente a energia elétrica com os fornecedores, escolhendo produtos e serviços mais aderentes às demandas individuais de cada um.

Rodrigo Ferreira, presidente executivo da Abraceel – Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia –, explica que, no Mercado Livre de Energia, os consumidores podem escolher qual fornecedor preferem, entre centenas de empresas, habilitadas para prestar o serviço de comercialização de energia elétrica, negociando preços, prazos e diversas condições específicas, inclusive a forma de pagamento e a fonte de geração da energia elétrica que consomem; no Mercado Livre de Energia, ou Ambiente de Contratação Livre (ACL), compradores e vendedores celebram contratos de comercialização de energia elétrica, com condições livremente negociadas entre ambos.

A distribuidora de energia elétrica tem o papel de levar a energia gerada nas

usinas até o consumidor, literalmente distribuindo energia. Ou seja, o seu papel é fornecer serviços de “rede”, tais como os postes da rua, a leitura do medidor, etc. Porém, no mercado regulado, a distribuidora acumula, além dos serviços de rede, o papel de fornecedora de energia para a maioria dos consumidores. Isso significa que, além de distribuir a energia fisicamente, ela também é responsável pela compra dessa energia comercialmente.

Esses dois mundos, “físico” e “contratual”, são separados. Por isso, no mercado livre de energia, a distribuidora permanece oferecendo o serviço de rede, mas você pode comprar energia de qualquer fornecedor. No mercado livre, centenas de empresas disputam os clientes em um ambiente competitivo. No mercado regulado, uma única empresa distribuidora opera de forma monopolista em determinada área, comprando energia elétrica em leilões organizados pelo governo federal, e a repassando para os consumidores, a preços regulados pela agência reguladora do setor elétrico, a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica.

Atualmente, graças à Portaria 50/2022, todos os consumidores de energia, em média e alta tensão, caso desejem, podem escolher o fornecedor de eletricidade. Nesse grupo, há 202 mil consumidores de energia. Essa mudança agora beneficia, adicionalmente, os consumidores de alta tensão, que têm demanda menor que 500 kW. Antes da Portaria 50/2022, somente os consumidores do Grupo A, com demanda maior que 500 kW, podiam migrar para o mercado livre de energia. Dados atualiza-

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@CCEE
Figura 2: Mapa do Sistema de Transmissão - Horizonte 2024 ONS2017a @ Acervo/State Grid Brazil Holding

dos da Aneel mostram que 16.791 empresas já informaram às distribuidoras que vão migrar para o mercado livre de energia elétrica, em 2024 e 2025. Desse total, quase 15.878 unidades consumidoras (94%) são consumidores de menor porte, com demanda menor de 500 kW, beneficiadas pela Portaria 50/2022.

Todas as fontes de energia podem ser comercializadas no Mercado Livre de Energia – lembrando que a energia elétrica que é transportada no SIN – Sistema Interligado Nacional é a mesma, para os ambientes livre e regulado. O Brasil possui 8.514.876 Km² de extensão territorial e cinco regiões, todas conectadas ao SIN.

Mas, o que leva uma empresa participar do ambiente de contratação livre de energia, comprar ou gerar sua própria energia? No Ambiente de Contratação Livre (ACL), regulamentado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), os consumidores habilitados têm a liberdade de escolher o fornecedor de energia elétrica, de qualquer parte do país, negociar contratos bilaterais de compra e venda de energia elétrica, de curto, médio ou longo prazo, com condições livremente negociadas para o fornecimento de energia, incluindo preço, prazo de fornecimento, quantidade de energia, condições de pagamento, taxas de reajuste, etc.

“Identificamos uma excelente oportunidade para a State Grid migrar para o Mercado Livre, com segurança e baixo risco, e que nos permite adquirir a energia elétrica que utilizamos de empresas geradoras ou comercializadoras, como alternativa ao mercado regulado tradicional. Desta forma, foi possível negociar livremente as condições contratuais, viabilizando a economia de ao menos 30% em eletricidade em nossas unidades, a partir de 2024 e nos anos seguintes”, detalha Jorge Bauer, VicePresidente de Operação e Manutenção da State Grid Brazil Holding (SGBH).

missas, buscando maior economia, menor risco, garantindo segurança operacional às instalações, tendo em vista a transição energética, além do atendimento às condicionantes legais e regulatórias. Com as recentes mudanças regulatórias e a expansão do Mercado Livre de Energia, a transmissora State Grid Brazil Holding (SGBH) aderiu às novas regras como cliente consumidor. Em contrato recentemente assinado, a SGBH passou a utilizar energia fornecida pela CPFL, para operação em 13 subestações pelo país, e no prédio-sede, no Centro do Rio de Janeiro. Os contratos firmados pelo prazo de cinco anos com a CPFL – que faz parte do grupo State Grid Corporation of China – incluem a adaptação do sistema de medição, executado pela companhia paulista. Cabe ressaltar que a adequação do Sistema de Medição e Faturamento (SMF) foi um dos pontos-chave para a escolha do novo fornecedor.

“Somente energia proveniente de fontes renováveis será fornecida. Outra exigência relevante levada em consideração foi a possibilidade de aquisição de energia de fontes renováveis, como eólica, solar e biomassa, em mais um passo dado pela State Grid Brazil Holding, seguindo critérios ESG, de acordo com a responsabilidade ambiental da State Grid, e alinhada ao plano global de transição energética,” frisa Jorge Bauer, que acrescenta que, nesse processo de implantação, estão sendo feitas as adequações necessárias junto às distribuidoras, e que a State Grid Brazil Holding segue acompanhando permanentemente a dinâmica da regulação, à procura de novas oportunidades.

Jorge conta que o processo de concorrência, conduzido pela SGBH para a escolha do fornecedor, envolveu consulta a seis fornecedores, considerando algumas pre-

A State Grid Brazil Holding (SGBH) é uma empresa brasileira, parte do grupo State Grid Corporation of China, e atua no setor de transmissão de energia elétrica desde 2010, já tendo investido mais de R$ 30 bilhões no país. A empresa possui 24 concessionárias, utiliza tecnologia de ponta, e está sempre comprometida com altos padrões de segurança e respeito ao meio ambiente. Com sete regionais e 30 bases de manutenção, a SGBH opera mais de 16 mil km de linhas de transmissão, passando por 13 estados no país, equivalente a 10% de toda a malha elétrica brasileira, o que torna a companhia uma das maiores no Brasil, no setor. Entre seus principais empreendimentos, estão as linhas de transmissão da Usina de Belo Monte, que escoam energia do Norte ao Sudeste do Brasil. São as maiores linhas de transmissão do mundo, que utilizam a tecnologia de ± 800 kV UATCC.

Com o objetivo de atender ao planejamento estratégico e se tornar autossuficiente, saindo do orçamento fiscal da União, iniciou vários movimentos de redução de custos, e o principal deles foi com relação ao insumo de energia elétrica que, à época, chegava a um dispêndio de R$ 14 milhões /ano, ocupando mais de 50% do orçamento de despesas correntes da Diretoria do Combustível Nuclear – DCN.

29 Controle&InstrumentaçãoNº286|2024

“Após alguns estudos, feitos pela equipe técnica de manutenção elétrica da Superintendência do Combustível da INB, área responsável pela gestão do insumo, identificamos que a forma mais rápida de atingirmos este objetivo, de forma sustentável e com menor risco, seria a migração da INB para o Ambiente de Contratação Livre – ACL, conhecido comercialmente como Mercado Livre de Energia. Neste momento, a única forma de gerarmos energia para consumo próprio seria a utilização da energia fotovoltaica (energia solar), mas a migração do Ambiente de Contratação Regulada – ACR para o Livre mostrava-se mais vantajosa, pela redução financeira no curto prazo, haja vista sermos uma estatal. Como a INB Resende tem a maior demanda de energia elétrica – pois o sítio tem várias unidades fabris para os processos de enriquecimento isotópico de urânio, reconversão e produção de pastilhas e dos elementos combustíveis para as usinas de Angra 1 e

2 –, teríamos de começar por ela. E a mesma equipe, com a experiência adquirida, estuda a migração na Unidade de Caetité/BA, porém, nesta Unidade, existem peculiaridades que Resende não possui, inclusive pela demanda ser bem menor. A ideia da atual diretoria é seguir fazendo a migração, onde julgar que seja necessário, e economicamente viável. A diretoria também determinou que seguíssemos com o processo de instalação de uma Usina Fotovoltaica, para reduzirmos a compra de energia no ACL em até 30%, pois, devido às obrigações legais, só conseguiremos fazer essa instalação como autoprodutor. Atualmente, levando-se em consideração apenas o ACL, a redução de gastos com energia elétrica na INB, no período de 2022 a 2025, será na ordem de R$ 30 milhões”, conta Marcelo Pinheiro Sobral, Superintendente de produção de combustível nuclear.

A escolha do fornecedor no caso da INB, como estatal, acontece por licitação, aproveitando os momentos de redução dos custos de energia elétrica – normalmente em períodos chuvosos, devido à matriz brasileira ser predominantemente hidráulica. E aquele que oferecer o menor preço do Kwh é o vencedor do certame, então, não há propriamente uma escolha de fornecedor. “Com este procedimento licitatório prévio, nem sempre conseguimos comprar na condição ótima de preço, pois, esses preços variam com muita frequência, por isso, a nossa licitação sempre abrange 2 a 3 anos. Estamos submetidos à Lei 13.303/16 (Lei das Estatais), adotando regras que tornem esta aquisição mais célere”, pondera Marcelo.

Ranking das 10 maiores comercializadoras em Compra e Venda

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@China Daily/Divulgação
@Metrum @ePowerBay

Marcelo ressalta que todo o processo de adequação para instalação dos medidores é feito pela INB, ainda que o sistema de medição e equipamentos sejam instalados pela concessionária de energia elétrica. “Dentro do cenário de migração, esta etapa é uma das últimas, antes de começarmos a consumir no ACL”.

Desde 1º de janeiro deste ano, todos os consumidores de energia, em média e alta tensão, podem migrar para o Mercado Livre de Energia, mas, no processo de migração do mercado cativo para o livre, há algumas etapas que precisam ser cumpridas. O consumidor precisa informar à distribuidora que decidiu migrar para o mercado livre, e isso deve ser feito em um prazo de, no mínimo, seis meses antes do término de seu contrato de fornecimento com ela. Como o cumprimento das etapas de migração envolve termos, processos e conceitos específicos, relacionados ao setor elétrico, é prudente contar com a orientação de uma comercializadora para auxiliar o processo. No site da Abraceel, se encontra uma lista com várias comercializadoras, que podem orientar sobre a migração e os mercados. A Portaria 50/2022, do MME, obriga que os consumidores de energia em média e alta tensão, com carga individual menor que 500 kW, devem ser representados na CCEE por um agente varejista. “Para uma garantia de fornecimento, é muito importante que sejamos associados no CCEE – Câmara de Comércio de Energia Elétrica –, para não ficarmos descobertos, quando houver falha de fornecimento do fornecedor contratado”, comenta Marcelo.

André Felber, diretor técnico e co-fundador da ePowerBay, plataforma que conecta compradores, investidores e serviços do setor de energia, conta que uma parte das informações é publicada pela CCEE mensalmente, nos relatórios infomercado. “A CCEE torna pública a contabilização de geração, compra, venda e consumo de energia. Bem como encargos, MRE, GSF, Proinfa, CDE, etc. A CCEE publica mensalmente as informações de contabilização do mercado de energia, via relatórios em pdf e excel. Já a equipe da ePowerBay se baseia nos dados de contabilização, e produz relatórios bem completos, englobando

dados referentes a comercializadoras, varejistas, consumidores livres e especiais, mercado de média e alta tensão, enfim, todo o movimento do Mercado Livre de Energia. Nós atuamos no mercado de energia, fornecendo informações estruturadas em nossa plataforma. Coletamos dados na base da CCEE/ANEEL/EPE/ONS/MME e outros órgãos públicos. Em relação ao Mercado Livre de Energia, os dados vêm da CCEE, Receita Federal e Distribuidoras de energia”.

O agente varejista pode ser um comercializador ou um gerador, e ele fica responsável por representar consumidores de energia junto à CCEE – uma entidade do setor elétrico, que contabiliza quanto cada agente comprou e vendeu, gerou e consumiu. A CCEE faz as contas dos mundos “físico” e “contratual” da energia elétrica, que precisam bater certinho. Com o objetivo de facilitar a vida dos consumidores, que querem migrar para o Mercado Livre de Energia, o agente varejista representa o consumidor na CCEE, e fica responsável por tudo o que acontece lá dentro. São diversas normas, prazos e detalhes técnicos, que o consumidor não vai precisar se preocupar. O comercializador varejista tem a responsabilidade de fazer a compra da energia para o consumidor, a gestão do uso e a intermediação, entre o consumidor e a CCEE. “Portabilidade da conta de luz é um termo emprestado do mercado de telecomunicações para esclarecer que o consumidor, no Mercado Livre de Energia, pode mudar de fornecedor de energia, da mesma forma que troca de fornecedor de telecomunicações. Não há necessidade de nenhum instrumento adicional”, explica Rodrigo Ferreira.

O preço da energia no Mercado Livre de Energia está sujeito à livre competição, entre centenas de comercializadoras e geradores, o que tende a reduzir o custo ao consumidor. O preço final ao consumidor vai depender de uma série de fatores, como região, fonte da energia, porte e flexibilidades, entre outros. Há fatores que precisam ser compreendidos, para entender a diferença entre a tarifa do mercado regulado e os preços do mercado

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@Metrum

livre de energia.

A tarifa no mercado regulado costuma ser mais cara do que no Mercado Livre de Energia, por diversos motivos, como a contratação de térmicas, indexação de longo prazo, reservas de mercado, decisões políticas sobre o custo da energia ou expansão da geração, mas também riscos indevidamente alocados ao consumidor, como o risco hidrológico, por exemplo. A indexação de longo prazo, por exemplo, é um dos fatores que torna a energia mais cara no mercado regulado.

“A contratação de energia no mercado regulado, indexada à inflação, por 30 anos, tornou o preço da energia muito mais caro ao consumidor regulado. A energia das hidrelétricas estruturantes do Rio Madeira, que foi contratada a um preço barato, hoje, carregando a atualização da inflação, está a um preço muito acima dos preços do Mercado Livre de Energia. Esse modelo de contratação de longo prazo, suportado pelas distribuidoras em nome dos consumidores, que viabilizou a expansão da geração, e quase dobrou a expansão da geração, atualmente não é mais necessário. Isso porque o Mercado Livre de Energia já é indutor da expansão da oferta de geração de energia elétrica, e porque resulta em uma conta de energia cada vez mais cara, por causa da indexação à inflação. A indexação é perversa para o mercado. No Mercado Livre de Energia, os contatos têm prazos menores, de um a sete anos, por exemplo, de tal forma que há mais competição pela venda da energia existente, o que força preços para baixo” explica Rodrigo da Abraceel.

operação entre 2023 e 2029, 92% estão sendo destinados ao Mercado Livre de Energia. As fontes de energia solar e eólica seguem como as preferidas nos novos projetos para expandir a capacidade de geração elétrica brasileira. Do total de 129,5 GW de geração centralizada, com previsão de entrar em operação até 2029, 93% são provenientes de usinas solares e eólicas – um crescimento de 11 pontos percentuais, em relação ao ano anterior”.

Outro exemplo está nos riscos indevidamente alocados no consumidor, onde o exemplo mais conhecido é o da MP 579, que tirou do gerador o risco hidrológico, e o repassou ao consumidor. Mas, o consumidor não tem risco de gerenciar isso, ao contrário do gerador. Mais um exemplo está na energia de Itaipu, cujos investimentos já foram amortizados, e o consumidor deveria sentir os reflexos disso, na forma de redução mais acentuada dos preços dessa energia. Se houvesse apenas o Mercado Livre de Energia, não haveria outra possibilidade, senão Itaipu oferecer energia competitiva. Como existe o mercado regulado, estuda-se a manutenção do preço alto dessa energia, para fazer frente a investimentos socioambientais no estado do Paraná e no Paraguai.

Rodrigo lembra que o Mercado Livre de Energia é um ambiente de comercialização de energia elétrica, enquanto o impacto ambiental está localizado nos segmentos responsáveis principalmente pela produção e transporte de energia elétrica. “Vale ressaltar que a lógica que o Mercado Livre de Energia vem imprimindo no setor elétrico se fortalece, ano após ano, concentrando a expansão de energia renovável e limpa. Do total de 129,5 GW de energia elétrica centralizada já outorgada, com previsão de

“Comprar energia sustentável vai depender muito da demanda que a empresa ou a Unidade está associada. No caso da INB Resende, comprar energia de fontes sustentáveis não era vantajoso economicamente, mesmo com a redução de 100% das tarifas do TUSD (Tarifa única do Sistema de Distribuição), que nada mais é do que os custos sobre a linha de transmissão, zeradas e reguladas pelo ACR, independente da migração para o ACL. Estudos preliminares na Unidade da INB em Caetité/BA mostraram-se resultados mais vantajosos do que na INB Resende”, comenta Marcelo. Sobre energias renováveis e transição energética – tema caro para a sociedade, tanto quanto para as indústrias – o coordenador de conteúdo de Petróleo, Gás e Naval da Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Montera, ainda que o gás faça parte da escolha de um consumidor de energia, o Mercado de Gás é diferente do Mercado Livre de Energia. “O mercado de gás natural tem semelhanças com o Mercado Livre de Energia, permitindo que grandes consumidores escolham seus fornecedores, mas envolve regulações mais complexas, principalmente relacionadas ao transporte e distribuição. A entrega do gás natural para o consumidor final passa pelo uso da rede de alta pressão de transporte, assim como a conexão final ao consumidor, através de redes de distribuição de gás natural canalizado. O gás natural é regulado pela ANP, a qual possui regulamento específico sobre a qualidade do gás, havendo, também, regulação para garantir a miscibilidade do gás natural de fontes fósseis, como o de origem renovável – chamado biometano. E o gás natural se integra ao SIN – Sistema Interligado Nacional – unicamente através da geração de energia elétrica em usinas termelétricas, que utilizam este gás como combustível. Em geral, consumidores de gás natural não utilizam o SIN para obter o gás, pois, este apenas faz a gestão da energia elétrica”.

O Mercado Livre de Energia é uma realidade que se expande, e deve alcançar toda a indústria, assim que possível, porque o movimento necessário de modernização das instalações industriais vem sendo acompanhado por uma melhoria na questão da eficiência energética. Nesse contexto, Mercado Livre de Energia e eficiência energética são temas interligados: um atuando na redução do preço do kWh, e outro na redução da quantidade de energia comprada.

“Na indústria, a eficiência energética se refere à ado-

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ção de diferentes estratégias e medidas para otimizar o consumo de energia. Ao fazê-lo, a indústria está mais perto de obter uma vantagem competitiva, porque é necessário menos energia em seus processos, e ela é, naturalmente, mais eficiente. Essas modificações garantem melhorias notáveis, tanto em performance quanto na produtividade, ao mesmo tempo que resulta em reduções de custos e numa utilização mais eficiente dos recursos energéticos. O que torna essa transição ainda mais interessante é o fato dela não só trazer vantagens para diversas indústrias, mas também ter um impacto positivo na sociedade em geral, como a economia gerada e a proteção ambiental. É a busca da eficiência energética, que envolve responsabilidade social e sustentabilidade. Vale comentar ainda que uma grande parcela de energia é desperdiçada por maus hábitos”, comenta César Cassiolato, Presidente & CEO da Vivace Process Instruments Ltda .

e consequentemente, o controle do consumo de energia com inteligência.

No Mercado Livre de Energia, a IA desempenha um papel fundamental para a otimização do consumo, além de ajudar a tomar decisões mais assertivas, e fazer otimizações em alta performance.

E o que pode ser o catalisador para que esse cenário se realize a um ritmo mais acelerado? A Indústria 4.0 pode ser uma agente acelerador, porque ela representa a indústria cada vez mais eficiente, conectada e orientada por dados.

As empresas têm a liberdade de selecionar suas fontes de energia, por meio do Mercado Livre de Energia, permitindo uma transição mais adaptável e econômica para fontes renováveis. Isto, não só leva à redução de custos a longo prazo, mas também garante que as indústrias se alinhem com as expectativas de sustentabilidade da Indústria 4.0.

Esse modelo traz consigo diversos desafios e oportunidades, especialmente no contexto da crescente demanda por eficiência e sustentabilidade: a indústria brasileira é responsável por uma grande parcela do consumo de energia no Brasil.

As facilidades e recursos que a indústria 4.0 proporciona oferecem diversas possibilidades para que uma maior eficiência no uso da energia elétrica seja controlada. Por exemplo, existem vários equipamentos com Internet das Coisas (IoT) e sistemas de monitoramento que, em conjunto com o uso de inteligência artificial (IA) e aprendizagem de máquina, tornam-se soluções poderosas utilizadas para o controle e acionamento de cargas

Cassiolato aponta que, ao combinar inteligência artificial e aprendizado de máquinas, é possível criar soluções adaptativas e personalizadas, que contribuem significativamente para a redução do consumo de energia elétrica, e para a promoção de práticas mais sustentáveis. Alguns pontos interessantes na gestão e otimização do consumo de energia elétrica, que trazem diversos benefícios significativos para a redução do consumo e eficiência energética, incluem análise preditiva – algoritmos de aprendizado de máquinas podem analisar dados históricos de consumo de energia e prever padrões futuros, o que permite que as empresas antecipem picos de demanda, e ajustem seus processos para otimizar o uso de energia, evitando desperdícios; otimização de sistemas – a IA pode ser usada para otimizar o funcionamento de sistemas complexos, como redes elétricas inteligentes, minimizando perdas durante o transporte e melhorando a estabilidade do sistema; gestão de cargas – sistemas baseados em IA podem otimizar a distribuição de cargas, identificando momentos de menor demanda, e ajustando automaticamente o fornecimento de energia, contribuindo para a redução de custos e evitando a sobrecarga desnecessária; manutenção preditiva – algoritmos de aprendizado de máquinas podem monitorar o desempenho de equipamentos elétricos em tempo real, o que permite a detecção precoce de falhas potenciais, possibilitando a manutenção preditiva, e evitando interrupções não programadas; eficiência em edifícios inteligentes – IA otimizando o uso de energia, ajustando automaticamente a iluminação, ventilação e sistemas de climatização, com base nas condições ambientais e padrões de ocupação; integração de energias renováveis – facilitando a integração eficiente, e prevendo a disponibilidade dessas fontes, e ajustar a produção e consumo de energia de acordo; feedback em tempo real – os sistemas de IA podem fornecer feedback em tempo real sobre o consumo de energia, permitindo que os usuários ajustem seus hábitos de uso, e tomem decisões informadas para reduzir o consumo. Na automação de processos industriais, a IA pode otimizar a produção de maneira a consumir menos energia, a automação baseada em aprendizado de máquinas pode ajustar automaticamente os parâmetros de produção, para minimizar o consumo energético, sem comprometer a eficiência, e dispositivos automatizados podem ser programados para operar de maneira mais eficiente, em termos de energia, ajustando-se às condições ideais de desempenho.

Com todos os desafios deste novo mercado e suas características, a concorrência e a inovação no setor conduzirão a indústria energética a um outro patamar.

33 Controle&InstrumentaçãoNº286|2024

Validando soluções 5G para módulos automotivos

A Quectel Wireless Solutions, fornecedora global de soluções de IoT, e a Rohde & Schwarz validaram com sucesso o inovador módulo 5G eCall, da Quectel, parte da série AG56xN de módulos automotivos. Para o teste, foi utilizado o testador de comunicação de rádio de banda larga R&S CMX500.

O eCall, sistema automático de chamadas de emergência para veículos vendidos na União Europeia, foi introduzido em 2015, e tem sido um requisito obrigatório para todos os automóveis novos na UE, desde 2018. Os sistemas eCall utilizam atualmente redes celulares comutadas por circuito 2G/3G. Como estas redes serão descontinuadas em apenas alguns anos, os sistemas de chamadas de emergência (sistemas e infraestruturas nos veículos) serão adaptados às mais recentes redes celulares 4G/5G, com comutação por pacotes.

A iniciativa da Comissão Europeia para atualizar as normas e a legislação do eCall para fazer a transição do eCall para redes 4G e 5G está em curso: a indústria automotiva precisará de soluções de teste NGeCall para fornecer módulos eCall que incluam as novas funções NGeCall. Nos próximos anos, espera-se que um próximo padrão chinês de eCall também exija redes celulares com comutação por pacotes 4G/5G.

“Estamos muito satisfeitos pela Rohde & Schwarz validar a série AG56xN de módulos automotivos com a próxima geração de recursos eCall . Isso estabelece uma nova referência para o futuro do transporte inteligente”, comentou Norbert Muhrer, presidente e CSO da Quectel Wireless Solutions.

Com capacidades de computação de até 15K DMIPS, e taxa de transferência SGMII/RGMII atingindo 2,5 Gbps, esses módulos são projetados para atender aos requisitos de alto desempenho. Além disso, obtiveram certificações eCall/NG e eCall, ressaltando sua confiabilidade e segurança para aplicações automotivas. Os módulos da série AG56xN também são compatíveis com módulos Wi-Fi e Bluetooth de nível automotivo, oferecendo uma combinação comprovada, que aprimora as soluções de conectividade 1/3 para a indústria automotiva e muito mais.

O teste confirmou o estabelecimento bem-sucedido de uma chamada de emergência 5G entre o módulo Quectel e o PSAP. A transmissão do Conjunto Mínimo de Dados (MSD) foi alcançada com sucesso, sem qualquer perda de dados, e a posição GNSS simulada foi transmitida com precisão. Além disso, a comunicação por voz foi estabelecida com qualidade de áudio nítida.

Para acelerar a implantação desta tecnologia, a cooperação entre empresas do setor torna-se cada vez mais importante. A cooperação entre Rohde & Schwarz e Quectel ajuda a validar mutuamente suas soluções, reduzindo esforços, e acelerando o tempo de lançamento no mercado para os clientes mútuos.

Juergen Meyer, vicepresidente do segmento de mercado automotivo da Rohde & Schwarz, afirma: “Este é um marco importante na implementação do sistema eCall de próxima geração, que terá um impacto significativo na segurança rodoviária. Com nosso equipamento de teste e o módulo 5G eCall da Quectel, estabelecemos com sucesso um processo completo de eCall, e verificamos esse novo recurso importante. Estamos muito gratos à Quectel por esta excelente colaboração, que proporciona um importante ponto de verificação, a partir do qual a indústria automotiva pode prosseguir, com maior velocidade e confiança”. A configuração de teste foi mostrada no Mobile World Congress em Barcelona.

34 NºControle&Instrumentação 286|2024 @Divulgação
IA

possibilita uso

inteligente da rede de energia para aproveitar potencial das fontes renováveis

Tecnologia de inteligência artificial, com base no modelo preditivo, vai permitir definir a melhor matriz energética para o momento, conforme a necessidade, por meio do uso em conjunto de solar, eólica, hidrogênio verde, baterias, entre outras.

O mundo precisa de investimento anual de US$ 4,1 trilhões em tecnologias de transição para baixo carbono, o que viabilizará essa infraestrutura em larga escala, de acordo com o G20, o grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana.

“Está claro, considerando esse valor, que teremos dificuldades de construir toda essa infraestrutura para a transição energética, no tempo urgente necessário mencionado pela COP28”, diz Thierry Mortier, líder global de Digital e Inovação para Energia e Recursos Naturais, da EY. “A alternativa é investir em uma rede inteligente de energia, a smart grid, comandada por sistemas robustos de inteligência artificial, que farão com que as diversas fontes de energia conversem entre si para otimizar ao máximo a utilização de cada uma delas. Essa orquestração da rede elétrica é complexa para o ser humano, e só pode ser realizada pela IA”.

Na avaliação de Ana Domingues, líder global de IA e GenAI da EY para Energia e Recursos Naturais, não há transição para as energias renováveis sem o suporte da IA. “Há uma série de variáveis que precisam ser consideradas, para que o mercado de energia renovável seja impulsionado, o que se dará somente se houver lucro por parte das empresas envolvidas. É preciso, por exemplo, prever os preços de energia, as condições diárias do tempo e de viabilidade de produção de cada fonte de energia, a fim de que seja possível decidir se e quando produzir a energia solar, a eólica, a proveniente do hidrogênio verde, sem deixar de lado o armazenamento inteligente dessa energia, por meio de baterias de longa duração”. Ana explica que são tantos dados envolvidos nesse processo que somente uma ferramenta de IA consegue considerá-los ao mesmo tempo, com a agilidade necessária para fornecer insights que permitam a essas empresas ser lucrativas, viabilizando assim a transição energética.

Ainda segundo a executiva, é preciso primeiro entender os diferentes cenários de descarbonização do mundo, para que seja possível elaborar um plano de investimento de longo prazo em energias renováveis. Na Europa, por exemplo, o caminho é longo para a construção da infraestrutura de energia renovável – há poucos painéis solares fotovoltaicos usados pelos consumidores em suas casas e comércios, como existem em abundância em outros países, como o Brasil. “A primeira dificuldade no continente europeu é a mão-de-obra, porque não há engenheiros suficientes para isso. Sendo assim, para aproveitar esses profissionais em nú-

mero insuficiente, o uso da IA generativa traz a oportunidade de poupar o tempo de trabalho deles, já que dedicam praticamente metade do expediente na busca de informações técnicas e na elaboração de relatórios. Se eles fizerem esse trabalho rapidamente com o auxílio da IA, poderão usar esse tempo para tarefas técnicas, voltadas para a transição energética”.

Outro aspecto relevante da utilização da IA está relacionado com o sistema de energia. A adoção das energias alternativas vai transformar a rede, que ficará sob pressão, exigindo soluções para expandi-la, especialmente em relação à flexibilidade, que é a capacidade de o sistema se adaptar à demanda de energia de forma constante, sendo, portanto, suficientemente flexível para suprir o que a demanda exige, em um dado momento. Pode haver um pico, por exemplo, que precisa ser suportado em segundos pelo sistema – para que não haja falta de energia.

“Os sistemas de IA podem auxiliar a prever esse comportamento da rede, acionando as fontes de energia mais preparadas naquele momento – inclusive as renováveis – para atender a essa elevação da demanda”, afirma Victor Guelman, sócio-líder de Markets e Business Development da EY Brasil. Na Europa, os requisitos de exigência de flexibilidade vão aumentar dez vezes, até 2050, de acordo com as previsões do estudo “If every energy transition is different, which course will accelerate yours?”, da EY.

Por fim, os problemas da cadeia de suprimentos e os atrasos nas licenças estão dificultando a construção e instalação de novos ativos de energia renovável. “Na Europa, mas não apenas lá, a conexão das infraestruturas na rede elétrica é difícil, e pode levar anos para que seja plenamente efetuada. Não podemos esperar todo esse tempo para a transição energética, motivo pelo qual precisamos fazer mais, com aquilo que já temos, e a IA pode ajudar nisso”, diz Ana.

Em todo o mundo, os desenvolvedores de infraestrutura de energia renovável estão sendo informados de que devem esperar alguns anos nos Estados Unidos, e até 15 anos no Reino Unido, antes de poderem conectar-se à rede. O problema é conhecido como “fila de interconexão” e representa um gargalo na transição energética. Nos EUA, pelo menos 1.350 GW de capacidade eólica e solar e 680 GW de armazenamento aguardam para serem conectados à rede – o suficiente para dobrar o fornecimento de eletricidade do país. No Reino Unido, cerca de 25% dos pedidos aprovados em 2022 receberam ofertas de datas de ligação para 2030 ou mais, de acordo com o regulador Ofgem (Office of Gas and Electricity Markets). Situação semelhante é observada na Espanha e na Itália.

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@imagem gerada através de IACopilot @AgênciaEY

Oracle é líder no continente com mais nuvem de alto desempenho

No Oracle CloudWorld Tour Brasil, a empresa compartilhou com mais de mil e quinhentos clientes e, em 2023, se consolidou como o provedor de nuvem de hiperescala com maior presença na América Latina, com sete regiões de nuvem, duas localizadas no Brasil, duas no México, duas no Chile e uma na Colômbia.

Esse rápido crescimento é resultado do aumento da demanda por seus serviços em nuvem, o que permitiu que as receitas de seus negócios de infraestrutura e aplicativos, como serviço, crescessem 25% em todo o mundo, durante o último trimestre de seu ano fiscal. Especialmente na América Latina, os serviços em nuvem já respondem por mais de 80% da receita da empresa.

Este ano, por exemplo, o Oracle Database@Azure fica disponível no Brasil, permitindo que os serviços de banco de dados Oracle executados na OCI sejam implantados diretamente nos datacenters da Microsoft Azure. Essa parceria permite que os clientes brasileiros desfrutem de todas as vantagens de desempenho, escalabilidade e disponibilidade de carga de trabalho do Banco de Dados Oracle, combinadas com os melhores serviços do Azure, como o Serviço Azure OpenAI para aplicativos de IA generativos.

tecnológico e econômico.

“Na Oracle, temos atualmente mais de 8.000 empresas líderes na região, como Globo, Banco do Brasil, Unimed, TIM, e muitas outras que usam nossos serviços de nuvem para melhorar sua operação, seja infraestrutura ou aplicativos. Nosso crescimento tem sido vertiginoso, e acreditamos que, com a incorporação da IA Generativa em nossos serviços, vamos decolar ainda mais”, acrescentou Meisler.

O evento também abordou em profundidade os anúncios mais recentes da empresa, que vão, desde novas colaborações com outros gigantes da tecnologia, até novas soluções e produtos.

“Estamos orgulhosos de ter alcançado esse patamar de presença na América Latina. Os investimentos que fizemos nos últimos anos permitem que organizações de todos os tamanhos aproveitem a escalabilidade, flexibilidade, soberania de dados, baixa latência e benefícios de custo de nossa nuvem reconhecida globalmente”, disse Luiz Meisler, vice-presidente executivo da Oracle América Latina. “Na verdade, no ano passado, fomos nomeados Líderes no Quadrante Mágico do Gartner® de 2023 para Serviços Estratégicos de Plataforma em Nuvem. Acreditamos que esse reconhecimento demonstra ainda mais o crescimento da Oracle nesta categoria-chave, e coloca a OCI no quadrante de líderes, ao lado de três outros fornecedores globais de nuvem de hiperescala.”

De acordo com o último relatório da consultoria FTI, estimase que os serviços de nuvem gerarão, em média, mais de 8,6 milhões de empregos, entre 2023 e 2038, na região, e representará um PIB de US$ 195,1 milhões, impulsionando o desenvolvimento

A Oracle e a NVIDIA anunciaram a expansão de sua colaboração para fornecer soluções soberanas de IA para clientes em todo o mundo. A nuvem distribuída, a infraestrutura de IA e os serviços de IA generativa da Oracle, combinados com o software de processamento acelerado e a IA generativa da NVIDIA, estão permitindo que governos e empresas implantem fábricas de IA. As ofertas combinadas podem ser implantadas por meio da nuvem pública ou no data center de um cliente em locais específicos, com controles operacionais flexíveis.

A versão do Oracle Java 22 introduz novos recursos e melhorias na linguagem de programação e plataforma Java. Os desenvolvedores agora podem desfrutar de milhares de aprimoramentos de desempenho, estabilidade e segurança que lhes permitirão aumentar a produtividade e impulsionar a inovação e o crescimento em suas organizações. Isso inclui melhorias na linguagem Java, suas APIs e desempenho, e as ferramentas incluídas no JDK.

A Oracle também anunciou a disponibilidade de seu Banco de Dados Autônomo Distribuído Globalmente, que permite que as organizações implantem um único banco de dados em vários data centers e regiões, sem comprometer a segurança, o desempenho ou a governança das informações – a distribuição global desse banco de dados autônomo fornece alta resiliência, e acesso de baixa latência, garantindo a soberania dos dados e a conformidade com regulamentos específicos sobre localização de dados.

Crescem Data Centers no Brasil e empresas visam a novas oportunidades

De acordo com estudo do Brazil Data Center Report, houve um crescimento de 628% no mercado de data centers no Brasil, durante o período de 2013 a 2023. Além disso, atualmente, o estado de São Paulo recebe a maior parte das infraestruturas do setor, sendo apontado como um dos cinco mercados em ascensão mundial. Na América Latina, o país é o líder, com 40% dos investimentos. Só na capital paulista, 39 MW estão em operação, enquanto outros 33 MW estão em construção, e há ainda outros 30 MW planejados para implantação.

2024. Estamos também desenvolvendo a entrada em novos mercados na América Latina”, conta Marcos Paraíso, VicePresidente da Modular.

Marcos ainda afirma que a alta demanda do mercado possibilitou expandir a cobertura da empresa para outras geografias: EUA e Europa estão dentro do planejamento que será desenvolvido neste ano, e a empresa já desenvolve projetos em países, como México, Colômbia e Chile além do Brasil.

A Modular, empresa especializada no desenvolvimento e produção de Data Centers Modulares, viu forte demanda do mercado, e compartilha projeção para 2024: “Aumentou em mais de 130% a demanda pelos nossos módulos compactos préfabricados, em um ano. Além disso, no segmento de colocation, antecipamos um crescimento de até 24MW em contratos, em

“Hoje, temos uma planta de, aproximadamente, 42.000m², em Santana de Parnaíba/SP para atender o mercado da América Latina, e temos a ambição de nos tornar um dos principais fornecedores mundiais de soluções modulares. Nossa ambição é tornar a construção de Data Centers de forma modular no padrão do mercado nos próximos anos, em âmbito mundial, e acreditamos que, mesmo sendo um sonho grande, isso está ao nosso alcance.”, complementa o vice-presidente.

36 NºControle&Instrumentação 286|2024

Os componentes de polímero impressos em 3D poderão resistir a temperaturas muito mais altas no futuro – no compartimento do motor de um carro, por exemplo. Enquanto os materiais de impressão SLS disponíveis comercialmente ameaçam se deformar a mais de 80°C, o novo material em pó iglidur i230 da igus pode suportar uma temperatura de aplicação de longo prazo de 110°C. Além disso, ele não contém PTFE, e é cerca de 80% mais resistente ao desgaste do que o PA12 clássico. Cada vez mais projetistas estão recorrendo às impressoras 3D, para produzir componentes de forma rápida e econômica, especialmente para pequenas séries e protótipos. A sinterização seletiva a laser (SLS) é particularmente popular. Nesse processo aditivo, uma impressora derrete o pó plástico, camada por camada, para formar componentes, como uma bucha. O problema é que os componentes fabricados com materiais de impressão SLS padrão, como o PA12, geralmente são usados apenas em aplicações com temperaturas de 80°C, ou menos. Além desse limite, o material se torna macio, e perde sua estabilidade dimensional. Não é uma opção para muitas áreas de aplicação, por exemplo, para buchas no compartimento do motor de um carro, instalações industriais, ou vários sistemas de ar-condicionado e refrigeração. Testes em laboratórios externos certificados, de acordo com a norma DIN EN ISO 75 HDT-A e HDT-B, comprovaram a resistência ao calor. Dessa forma, o material de impressão em pó é adequado para temperaturas de aplicação de longo prazo, de até 110°C. Ele pode até mesmo suportar temperaturas extremas, de até 170°C, por curtos períodos, sem se deformar. O material também é eletrostaticamente dissipativo e, portanto, protege máquinas e sistemas contra descargas eletrostáticas, que, na pior das hipóteses, podem causar incêndios e explosões. O iglidur i230, como muitos outros materiais da igus, também é livre de PTFE.

O material tem resistência mecânica cerca de 50% maior do que o PA12, em temperatura ambiente. Além disso, o material resistiu a uma pressão de 94 MPa em testes de flexão. Isso possibilita, por exemplo, obter a mesma resistência do componente, em buchas com uma espessura de parede mais fina, e economizar espaço e peso, em espaços de instalação compactos. E os usuários de buchas impressas em 3D, feitas de iglidur i230, podem dispensar o trabalho demorado de relubrificação: os lubrificantes sólidos são integrados ao material de impressão SLS, para garantir uma operação a seco de baixo atrito.

A Siemens desenvolveu um dos mais inovadores dispositivos de proteção de circuitos com tecnologia de comutação eletrônica de ponta, o Sentron ECPD (Electronic Circuit Protection Device) desliga eletronicamente falhas de circuito, se ocorrerem erros. Até agora, a desconexão era tratada apenas através de elementos eletromecânicos.

O Sentron ECPD permite novas abordagens no planejamento elétrico, maximizando a segurança, flexibilidade e proporcionando enorme economia de espaço e energia, em comparação com soluções convencionais.

Os dispositivos de proteção do circuito são componentes centrais de cada instalação elétrica. Se determinados limites de corrente de carga forem excedidos, esses dispositivos desconectam as cargas individuais, para proteger as pessoas e sistemas de danos. No caso de um curto-circuito, por exemplo, esse tipo de desconexão ocorre em disjuntores disponíveis comercialmente em dois a três milissegundos. Em comparação, o Sentron ECPD se desconecta até mil vezes mais rápido, minimizando a energia de curto-circuito que ocorre. O instrumento também oferece comutação sem desgaste, o que aumenta a vida útil, e reduz os custos de manutenção e reparo.

O instrumento oferece total transparência sobre consumo de energia no circuito final, através de comunicação via rádio com os gateways Sentron Powercenter 1000 e 3000. E, pela primeira vez, é possível realizar monitoramento detalhado da condição das aplicações no nível final do circuito. Isso aumenta substancialmente a disponibilidade e a confiabilidade operacional. O grande volume de dados de medição permite a detecção de irregularidades, e desvia e cria uma base de planejamento confiável para a manutenção preventiva. O Sentron ECPD pode ser facilmente integrado em sistemas de nível superior, usando o padrão Modbus TCP.

Dependendo da aplicação, ele permite economia de até 80% em eletrônicos, 90% em metais e 90% em Plásticos. No geral, o Sentron ECPD é aproximadamente 90% mais leve que outros dispositivos, e requer até 80% menos espaço no quadro de distribuição, eliminando a necessidade de medidas estruturais dispendiosas.

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C&I_286 - 01
C&I_286 - 02

A THK Brasil, multinacional japonesa, pioneira mundial no desenvolvimento do mecanismo de guia de movimento linear, fabricante de diversos modelos de guias lineares, fusos de esferas, atuadores lineares e elementos de máquinas, lança o Módulo de Coordenadas Cilíndricas (MLS), destinado a automatizar processos, atendendo os mais diversos setores da indústria.

É uma moderna solução, que faz a combinação do movimento linear (guia linear) e movimento ro-

tacional (rolamentos de rolos cruzados), e que são especialidades da THK. De fácil instalação e configuração, o MLS apresenta, como diferencial, de dois a três eixos para movimentos com alto grau de liberdade, contribuindo para o aumento de produtividade e redução de mão-de-obra.

Devido à sua versatilidade, o MLS pode ser aplicado em diferentes segmentos industriais, como automotivo, alimentício, farmacêutico, embalagens, entre outros.

O CD600Plus é um controlador inteligente e confiável de módulo único, capaz de controlar simultaneamente até 4 malhas de controles, com 8 PIDs, e estratégias de controle sofisticadas, com mais de 120 blocos de função.

O CD600Plus possui uma plataforma de hardware de entradas e saídas bastante versátil. Em uma estação simples, este controlador substitui até oito controladores tradicionais, e vários módulos condicionadores de sinal e cabeamento.

Suas principais características são:

• 04 malhas de controle independentes com até 8 funções PIDs;

• 08 entradas analógicas;

• 08 saídas analógicas;

• 08 entradas discretas;

• 08 saídas discretas;

• Painel alfanumérico de 8 dígitos de PV, SP e MV;

• Fonte interna de 24 Vdc 200 mA para até 8 transmissores;

• Mais de 120 blocos de função disponíveis para a programação do usuário;

• Borneiras destacáveis para fácil manutenção;

• Sistemas de controle através do OPC;

• Porta de comunicação serial EIA-485 isolada;

• Ajuste de opções de controle através do painel frontal;

• Configuração através de PC;

• Trabalha com ENET-710 para comunicação CDBUS/TCP.

C&I_286 - 04

O Isocal MCS-XV é o calibrador universal de processo da Presys. Reúne conjunto de múltiplos recursos de software, hardware, informática, internet e metrologia, visando a ganhos de produtividade na realização das calibrações.

• Mede e gera mA, mV, volts, ohms, RTD, TC, e Hz, com exatidão de até 0,01% do fundo de escala.

• Até quatro módulos opcionais de pressão de 250 mmH O a 10.000 psi. Possui referência barométrica (opcional) para indicação de pressão absoluta.

• Configurador Full HART (opcional). Compatível com arquivos DD de configuração registrados em FieldComm Group.

• Fonte de 24 Vcc, para alimentar transmissores a dois fios. Resistor interno de 250 ohms configurável; Capacidade de documenta-

ção. Criação e Execução de tarefas automáticas de calibração, com ou sem o uso do computador; Emissão de Relatórios de Calibração, diretamente em impressora USB ou arquivo em PDF.

• Função data logger, para aquisição de dados e visualização em formato gráfico.

• Display touchscreen de alta visibilidade com interface amigável.

• Compacto, portátil, alimentado por baterias recarregáveis para uso em campo.

• Disponível também nas versões Desktop (DT) e 19” Rack Mounting(RM).

• Ethernet, Wi-Fi (opcional), Pen-drive, Hart, Conexão USB Host/Device.

Cast 38 NºControle&Instrumentação 286|2024
C&I_286 - 03 C&I_286 - 04

Otimize a eficiência no controle de parques eólicos

Com PC aberto e tecnologia de controle baseado em EtherCAT

Tecnologia de controle escalonável

controle de inclinação, conversor, caixa de engrenagens e controle de freio, visualização,

Tecnologia de controle baseado em PC e EtherCAT para turbinas eólicas: usado em mais de 100.000 turbinas eólicas em todo o mundo integração de todas as funções, como gerenciamento de operações, controle de inclinação, conversor, caixa de engrenagens e controle de freio, visualização, rede de parques eólicos, tecnologia de segurança e monitoramento de condições portfólio de componentes altamente escalonável: PC industrial, sistema de E/S, software de automação TwinCAT sistema de comunicação EtherCAT rápido e integrado

Intervalo modular de terminais de barramento de E/S

Bibliotecas de software modulares

Referência

Xinjiang Goldwind Science & Technology Co., Ltd.

China

NºControle&Instrumentação 286| soluções de controle integrado para turbinas eólicas
Digitalize para saber mais sobre soluções de controle integrado para turbinas eólicas WT02BR
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