Revista Petro & Química n°394

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Editorial

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Sumário

O Samson Group é o parceiro ideal em sua jornada net zero ! Atuamos em diversos elos da cadeia de valor da indústria, implementando soluções digitais e equipamentos que conduzem à uma maior eficiência energética, redução de desperdícios operacionais e financeiros, com impacto direto na sua estratégia de ESG . Soluções Digitais e Produtos inteligentes Tecnologias digitais que reduzem as emissões de GEE e poluentes, aumentam a eficiência energética e operacional, reduzindo o desperdício de recursos naturais e aumentando a produtividade / lucratividade Aceleramos a sua estratégia de ESG Impactamos em diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de sua matriz de materialidade, estando 100% alinhado com o nosso propósito de contribuir para um mundo mais limpo e eficiente SAMSON Group : We Flow Smart

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necessidades de nossos clientes num ambiente industrial, seja com o mais completo portifólio de válvulas do mundo, soluções customizadas para necessidades específicas, serviços de manutenção e gestão de ativos ou soluções digitais cognitivas usando IA em manutenção preditiva, aumento da eficiência operacional e proteção ambiental, aumentando a sua competitividade como um todo..


Editorial

Um cabo de guerra entre o clima e o gerúndio Diz-se que há 40 anos que a Exxon sabe, depois de estudos científicos, que especialmente as emissões de CO2 aumentariam a temperatura da Terra. A Exxon nega e dá suas explicações. De certo, é mais fácil acreditar nos ‘boatos’, já que a mesma empresa é responsável por um dos maiores derrames de óleo no mar, e está no meio da exploração de petróleo no território em disputa da Guiana com a Venezuela. A empresa também continua investindo em xisto, com muitos impactos ambientais, como poluição hídrica, emissões gasosas de enxofre e alto risco de combustão espontânea dos resíduos remanescentes – mas que gera, em sua queima, baixos índices de gases do efeito estufa. Mas a Exxon anunciou US$ 17 bilhões em investimentos em baixas emissões, entre 2022 e 2027, onde a maior parcela (60%) será destinada à redução das suas próprias emissões, e 40% destinados à redução das emissões de outras formas, como em CCUSs, hidrogênio e combustíveis renováveis. Não apenas a Exxon, mas todas as petroleiras incluíram as demandas climáticas em seus investimentos. Ao mesmo tempo, o mundo assume que, para fazer uma transição energética para uma sociedade mais verde, vai precisar do dinheiro do setor de petróleo. E não é pouco – dinheiro que o setor de petróleo vai ganhar explorando, refinando e vendendo exatamente o que ativistas e mídia e cientistas dizem que ele deve parar de explorar, refinar e vender. O Capa: criação sobre arquivo e imagem Petrobras que significa que todos deveriam abrir mão da energia gerada pelo petróleo. O que para brasileiros pode significar não usar transporte à base de hidrocarbonetos, para europeus significa congelar no inverno. Claro, nem todos – os ricos sempre podem mudar-se. E destaca-se então uma injustiça social – dentre muitas. Ah, mas estão todos estudando essas questões – muito justo e necessário. Os governos vêm assinando acordos com metas de redução de emissões desde 2015, no Acordo de Paris – que visava a impedir o aumento da temperatura. Não deu muito certo, as metas não foram alcançadas por ‘n’ motivos. A COP28, que aconteceu em Dubai, em dezembro de 2023, deu mais um passo para tentar resolver o problema – ineditamente, de maneira inclusiva. Estão todos tentando – reduzir emissões e produzir mais. É um mar de gerúndios: estudando, produzindo, inventando, postulando, investindo, brigando... O sultão Al Jaber, presidente da COP28, talvez tenha dito a frase mais precisa sobre a situação: “Um acordo é tão bom quanto sua implementação”. O momento é mais que preocupante: em 17 novembro de 2023, a temperatura média global foi mais de 2ºC mais quente do que os níveis de antes da industrialização. Foi pontual? Esta edição joga luz em alguns pontos dessa questão ambiental, porque entender melhor o que fazem os players desse tabuleiro é mais importante que tomar partido de um ou outro. E fazer o que nos cabe a cada um, dia a dia. É fazer ou não fazer. Além da COP28 e da transição energética justa, a edição traz notícias que foram destaque no período. Lembrando que complementam o noticiário desta edição as informações diárias nas mídias sociais e as notícias das duas newsletters semanais. Você deve estar recebendo esta edição no começo de 2024. Feliz ano novo!! Boa leitura O editor Colaboraram com fotos e informações as assessorias de imprensa

Próxima Edição: Integração gás-eletricidade www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br

ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS publicidade@editoravalete.com.br FINANCEIRO financeiro@editoravalete.com.br

ENDEREÇO Rua Siria,. 90 Pq. São Jorge São Paulo - SP CEP: 03086-040 Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838

REDAÇÃO Teresinha Cehanavicius Freire - Diretora redacao@editoravalete.com.br ISSN: 0101-5397

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Sumário

Índice Matérias de capa

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Transação Justa do Petróleo para Energias Limpas: é possível?

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Artigo 58 60 62 64 64 67

Da transição energética à política industrial verde e sustentável Adaptação climática está no radar das empresas em 2024 Transição Energética Justa Emissões de gases de efeito estufa de usinas termelétricas caem em 2022 Robô de mergulho controlado por PC coleta lixo nos canais de Veneza Hidrogênio e a Transferência de Custódia: A Medição dos Combustíveis de Baixo Carbono

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Serra Verde recebe Licença Operacional para iniciar a Fase I do depósito de terras raras Governo aumenta percentual de biodiesel no diesel para 2024 Aos 60 anos, Norsul se consolida como uma das maiores empresas privadas de cabotagem no Brasil, com foco em diversificação e crescimento dos negócios Atiaia Renováveis dá início à operação comercial das usinas solares Maravilhas I e II Aos 60 anos, Norsul se consolida como uma das maiores empresas privadas de cabotagem no Brasil, com foco em diversificação e crescimento dos negócios Atiaia Renováveis dá início à operação comercial das usinas solares Maravilhas I e II

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4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão tem recorde de blocos arrematados; BP fica com Tupinambá no 2º Ciclo em regime de partilha Modec entrega FPSO para Woodside Energy Repsol: multade 160.000 libras por violação de queima e ventilação Primeiro barco híbrido em águas brasileiras entra em operação à serviço da Equinor Mais áreas serão licitadas em partilha de produção

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Parcela de petróleo da União atingiu 52 mil barris por dia em outubro Royalties: valores referentes à produção de outubro para contratos de partilha de produção foram distribuídos a estados e municípios Instituto Combustível Legal defende combate à sonegação Consórcio selecionado para desenvolver projeto hidroelétrico de 1.500 MW Sistema de desembarque da VLI proporciona ganho de eficiência no Porto do Pecém INEOS compra unidade de negócios e produção de óxido de etileno e derivados da LyondellBasell ANP encaminha ao MME estudos geoeconômicos de mais dois blocos no Pré-Sal Conteúdo local: ANP aprova resolução sobre acreditação de certificadoras RenovaBio bate recorde de emissão de Créditos de Descarbonização (CBIOs) Neste faz parceria com a Coleman Oil Company para tornar o diesel renovável mais amplamente disponível no estado de Washington OceanPact assina com a Petrobras para inspeções de ancoragem de FPSOs por três anos SteelTrace assegura projeto de gasoduto no Mar do Norte com Subsea7

Notícias da Petrobras 91 91 92 93 94 95 95 96 97 97 98 99 99

Petrobras atualiza Política de Responsabilidade Social Petrobras fecha novo aditivo com YPFB P-32 chega ao Estaleiro Rio Grande para destinação sustentável Petrobras e BNDES destinam R$ 42 milhões a projetos de restauração ecológica no Cerrado e Pantanal Petrobras instala sensores LiDAR Petrobras debate industrialização e transição energética em seminário no Rio de Janeiro Navio-sonda que fará a perfuração na Bacia Potiguar chega ao RN Petrobras coloca Sepetiba em produção no Pré-sal Petrobras contrata tecnologia para produção de bioquerosene de aviação e diesel 100% renovável Petrobras assina contrato com a Unigel Petrobras lança novo asfalto mais eficiente e sustentável Petronect migra para a solução SAP Ariba Petrobras avança em combustível marítimo com conteúdo renovável

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Agenda/Gente Jornal Empresas & Negócios Produtos e Serviços


Editorial

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Agenda / Gente

www.petroquimica.com.br/calendario Gente Novo Presidente do Conselho de Administração da Basf em 2024

Energyteck anuncia Andrea Koschnitzki como Diretora de Planejamento e Estratégia

A partir do final da Assembleia Geral Ordinária, em 25 de abril de 2024, o Dr. Markus Kamieth assume o cargo de Presidente do Conselho de Administração Executivo da Basf SE. Isto foi decidido pelo Conselho de Supervisão, na sua reunião de 20 de dezembro de 2023. Markus Kamieth é membro do Conselho de Administração Executivo desde 2017. Ele sucede ao Dr. Martin Brudermüller, que foi Presidente do Conselho de Administração Executivo. Administrador desde 2018, e membro do Conselho de Administração Executivo desde 2006.

A Descarbonize, energytech dona das marcas Aldo Solar, Sol Agora e LADO, que está desenvolvendo um ecossistema de soluções para atuar em toda a cadeia da geração distribuída no Brasil, anuncia Andrea Koschnitzki como a nova Diretora de Planejamento e Estratégia da empresa. A executiva chega com a missão de planejar e traduzir estratégias em busca de novos produtos, mercado e atuação, trazendo oportunidades para as empresas da Descarbonize. Andrea, que atuará no desenvolvimento do planejamento e da estratégia da empresa, também será responsável pela construção do time financeiro, além de atuar junto das equipes de precificação e de inteligência de mercado para as marcas da Descarbonize, enxerga sua chegada à companhia como uma oportunidade de fazer parte de algo maior. Em mais de 23 anos de profissão, Andrea atuou em grandes empresas, como OLX Brasil, DASA, Alpargatas, Booz, Allen & Hamilton e AB Inbev, participando, inclusive, da internacionalização de produtos, como a Havaianas. A Descarbonize é uma empresa do portfólio de Private Equity da Brookfield Asset Management. A Brookfield está presente no Brasil há mais de 120 anos e, atualmente, administra mais de R$ 185 bilhões em ativos no país. A gestora investe em energia renovável desde a sua fundação, e atualmente possui um amplo portfólio de ativos de geração e transmissão de energia renovável, além de investir na transição para a economia de carbono neutro.

O Conselho Fiscal da Basf também nomeou Anup Kothar, atualmente presidente da divisão de Nutrição e Saúde, para o Conselho de Administração Executivo, a partir de 1º de março de 2024. Anup Kothari iniciou sua carreira na Basf na América do Norte, e ocupou vários cargos nos Estados Unidos. Estados, Alemanha e China em diferentes divisões. O Conselho de Supervisão nomeou a Dra. Katja Scharpwinkel para o Conselho de Administração Executivo e Diretora de Relações Industriais, a partir de 1 de fevereiro de 2024. Atualmente é Presidente da região Europa, Oriente Médio e África. Em 2010, ingressou na Basf, após a aquisição da antiga Cognis, e liderou com sucesso vários negócios desde então. O Conselho Fiscal prorrogou o contrato de Michael Heinz, membro do Conselho de Administração Executivo da Basf SE, até a Assembleia Geral Anual de Acionistas, em 2026. Michael Heinz é membro do Conselho de Administração Executivo desde 2011. Ele é responsável pelas divisões de Soluções Agrícolas, Nutrição e Saúde e Produtos Químicos para Cuidados, bem como pelas regiões da América do Norte e da América do Sul. 6

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INPO tem novo conselheiro

Raimar van den Bylaardt tomou posse (11/01/24) como membro do Conselho de Administração do INPO – Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas –, representando o IBP -– Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás –, uma de suas instituições fundadoras. “Minha expectativa é poder servir de ponte entre as demandas das empresas de petróleo e gás que atuam no offshore brasileiro, e da comunidade de ciência e tecnologia em oceanografia, nos dois sentidos, em prol da extração dos recursos petrolíferos


Agenda / Gente de forma segura, consciente e sustentável, com base em conhecimentos científicos e tecnológicos, potencializados pelos investimentos das empresas e ICTs”, comenta Aimar. O INPO tem, entre seus objetivos, promover e realizar estudos e pesquisas com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico do País, expandindo a base de conhecimentos sobre os oceanos Atlântico Sul e Tropical, em parceria com outras instituições de pesquisa, nacionais e internacionais.

Fernanda Delgado no comando da ABIHV A ABIHV – Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde anunciou (outubro) Fernanda Delgado, como diretora executiva da entidade, para atuar como uma voz unificada e representativa no desenvolvimento e fomento da produção de hidrogênio verde e seus derivados no Brasil. “Nosso objetivo é colaborar para impulsionar esse setor, tão promissor para a neoindustrialização do Brasil, que tem o potencial de gerar riquezas, emprego e renda, como poucas vezes se viu na nossa história”, disse Fernanda Delgado. Professora de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e docente da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, é doutora em planejamento energético, mestre em tecnologia da informação e em finanças internacionais, e tem mais de 20 anos de experiência em cargos de gestão de grandes empresas da área de energia. A experiência de Fernanda inclui o IBP e passagens por empresas como Vale, Petrobras e Deloitte, tendo experiências profissionais no Brasil e no exterior. A ABIHV foi lançada por um grupo de empresas dos setores de energia, tecnologia e agro, incluindo Fortescue, Eletrobras, Comerc Energia, European Energy, Air Products, Messer, Voltalia, Yara, Siemens e Thyssenkrupp.

Nova diretora-executiva Corporativa do IBP

Claudia Rabello assumiu (21/11) o cargo de diretoraexecutiva Corporativa do IBP. Claudia possui grande experiência no setor de óleo e gás, tanto na iniciativa privada quanto em órgãos públicos. Foi assessora da presidência da Petrobras, Superintendente da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – e subsecretária de Óleo, Gás e Energia do Estado do Rio de Janeiro.

Ela é professora da pós-graduação de óleo e gás da COPPE / UFRJ e consultora no setor. Possui cursos de Formação de Líderes da Fundação Dom Cabral, de Formação de Conselheiros do IBGC, e vasto conhecimento em gestão, administração, relações governamentais, regulação, desenvolvimento de negócios e marketing.

Delta Energia tem novo Chief Operating Officer O Grupo Delta Energia anunciou Marcos Silveira como Chief Operating Officer (COO) da companhia. Com ampla trajetória profissional, o economista e mestre em administração de empresas terá o papel de maximizar a sinergia entre as diversas áreas corporativas do Grupo. Seu desafio é dar suporte e garantir a governança às empresas que compõem o portfólio da Delta, considerando as diferentes estruturas e especificidades de cada negócio. Além da comercialização de energia elétrica, a companhia atua no mercado de biocombustíveis (biodiesel e etanol), geração de energia (gás natural e solar), tecnologia, e na gestão e estruturação de fundos de investimentos em comercialização. “A Delta Energia cresceu muito, em mais de 21 anos de história. Hoje, é um grupo rentável, empreendedor e respeitado no mercado. Nossa missão é ajudar a companhia a criar uma infraestrutura para que consiga suportar seus próximos passos”, afirma Silveira. Dessa forma, ele atuará como um apoiador e integrador entre as áreas corporativas e de negócios da empresa, com vistas à segurança, rentabilidade, governança e ao crescimento da Delta. O conhecimento adquirido em gestão e liderança de equipes em áreas corporativas e modelos de governança de empresas nacionais e internacionais, de diferentes portes e segmentos – instituições financeiras, varejo, transporte, farmacêutico, entre outros –, será o diferencial do novo COO.

Novo CEO na PetroReconcavo

Jose Firmo é o novo CEO da PetroReconcavo. Ele tem mais de 30 anos de atuação na indústria de petróleo, com passagens pela Schlumberger, em diferentes posições, até assumir a presidência da Companhia no Brasil; na Seadrill, onde atuou como vice-presidente sênior, no Hemisfério Ocidental; além do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), entidades nas quais foi presidente. Desde 2019, o executivo atuava como diretor-presidente do Porto do Açu, uma subsidiária da PRUMO holding de investimentos. Firmo possui mestrado em administração de empresas pela Rotterdam School of Management, Erasmus University. no 394

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Jornal

Serra Verde recebe Licença Operacional para iniciar a Fase I do depósito de terras raras A Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM), que está desenvolvendo uma operação integrada de mineração e processamento de elementos de terras raras (ETRs) em Minaçu/ GO, para produzir um concentrado misto desses elementos, tem o prazer de anunciar que recebeu a licença de operação ambiental (Licença Operacional ou LO) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (SEMAD), para a Fase I do depósito Pela Ema, em Minaçu. O recebimento da LO significa que a Serra Verde recebeu todas as aprovações regulatórias necessárias para operar seu empreendimento, podendo, a partir de agora, concluir o comissionamento e colocar em operação, até o fim deste ano, a Fase I da mina e da planta de processamento, dando início à produção comercial. Os principais marcos de comissionamento incluirão o início do circuito de processamento, a instalação de rejeitos empilhados a seco, e a conexão à rede elétrica, abastecida em 100% com energia renovável. Uma vez operando, a Serra Verde produzirá um concentrado mineral único, contendo uma combinação de alto valor de ETRs pesados e leves, incluindo neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy), todos estes dotados de propriedades magnéticas críticas. Os elementos de terras raras são essenciais para a fabricação de ímãs permanentes de alta potência, utilizados em motores de veículos elétricos e geradores de turbinas eólicas. O objetivo da Serra Verde é ser o fornecedor de materiais de terras raras mais sustentável do mundo e, para tanto, operará de acordo com os mais altos padrões ambientais, em conformidade, tanto com os requisitos da licença expedida pela SEMAD, quanto com as melhores práticas internacionais. Na lavra de seu depósito de argilas iônicas, a mineradora utilizará técnicas de mineração a céu aberto, de baixo risco operacional, empregando, no tratamento do minério extraído, tecnologias de processamento simples e bem estabelecidas, sem a utilização de produtos químicos perigosos, obtendo assim, custos operacionais mais baixos a par de padrões superiores de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG). Espera-se que a Fase I do Projeto Pela Ema produza, pelo menos, 5 mil toneladas por ano de óxido de terras raras, ao longo de uma vida útil de 25 anos da mina, já dispondo de contratos de compra para uma grande parte da produção planejada. Existe também um potencial significativo para aumentar a capacidade de produção, por

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meio da otimização da planta. Ademais, o montante de recursos definidos é amplo o bastante para permitir uma expansão da produção, que poderá ser duplicada até o final desta década. “Estamos entusiasmados em receber esta licença final, o que significa que a Serra Verde poderá tornar-se no primeiro produtor relevante, fora da Ásia, de todas as quatro terras raras essenciais para a produção de ímãs permanentes de alta potência, apoiando o esforço mundial para a transição energética. A Serra Verde será um ativo estratégico na cadeia de valor global de ímãs permanentes, por muitos anos”, afirma Thras Moraitis, CEO da Serra Verde Pesquisa e Mineração. “Estou orgulhoso do enorme esforço e conquistas que a equipe alcançou. Atingir este marco é resultado de seu comprometimento e dedicação. Gostaria também de agradecer às autoridades governamentais de Goiás e Minaçu e, principalmente, às comunidades locais, pelo contínuo apoio e interesse no projeto. Estamos ansiosos por consolidar nosso papel relevante na economia regional e, hoje, com a construção quase concluída, o comissionamento bem encaminhado e todas as licenças recebidas, podemos olhar para o futuro com confiança. Seguiremos trabalhando em melhorias operacionais na Fase I, visando uma potencial expansão para a Fase II do Projeto, viabilizando a exploração mais ampla e racional do grande potencial do nosso empreendimento”, complementa Ricardo Grossi, COO da SVPM.


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Governo aumenta percentual de biodiesel no diesel para 2024 O Governo Federal, por meio do Conselho Nacional de política Energética (CNPE) antecipou, para março do ano que vem, a mistura de 14% de biodiesel ao diesel (B14), com a previsão de chegar a 15% (B15), já em 2025. A medida vai contra as solicitações de entidades ligadas ao transporte de cargas, que pediam a redução do percentual, por conta de problemas nos motores dos veículos e aumento de consumo de combustível. De acordo com o Governo, a medida pode evitar a emissão de cinco milhões de toneladas de CO2 na atmosfera e reduzir a importação de diesel. Recentemente, a Confederação Nacional do Transporte se mostrou preocupada com o aumento do percentual de biodiesel de base éster ao diesel. A entidade apresentou dado de um estudo inédito da Universidade de Brasília, que mostrou que o aumento no percentual de biodiesel a partir de 7% eleva a emissão de CO2 e diminui a potência dos motores, o que gera, por consequência, mais consumo de diesel e impacta a necessidade de maior importação desse combustível, comprometendo a segurança energética nacional. A 42ª reunião do CNPE contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem defendendo políticas de transição energética para combustíveis mais limpos. “O Brasil é capaz de produzir combustíveis de alta qualidade e mais sustentáveis. Temos de apostar na transição energética e transformar o Brasil em um país ativo e altivo”, destacou o presidente. O ministro da Agricultura e Pecuária em exercício, Irajá Lacerda, ressaltou, como um dos principais pontos positivos, a suspensão da importação do biodiesel e a instituição de

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Grupo de Trabalho que vai estudar os impactos econômicos dessa medida. Além do aumento da mistura de biodiesel, também será estudada a viabilidade do aumento da adição de etanol à gasolina, dos atuais 27,5%, para 30%. “É o compromisso do governo federal com as pautas sociais, ambientais e econômicas”, comentou Lacerda. Isso porque o setor já conta com capacidade de expansão da produção, porém, a antecipação do calendário e os grupos de trabalho garantem previsibilidade para a realização dos investimentos. Com o crescimento da demanda por biodiesel, o governo estima a geração de cerca de 14 mil empregos, até 2024. Além disso, o aumento da demanda de matéria-prima, sobretudo o óleo de soja, será de 13,83 milhões de toneladas do grão até 2025, quando será adotado o B15. @Divulgação/Fabio RodriguesPozzebon/Agência Brasil


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Aos 60 anos, Norsul se consolida como uma das maiores empresas privadas de cabotagem no Brasil, com foco em diversificação e crescimento dos negócios A Norsul, empresa brasileira de navegação e integração logística, completou 60 anos de atuação no transporte de cargas de norte a sul, abrangendo a costa brasileira e internacional. Como uma empresa de cabotagem 100% brasileira, a companhia possui a maior frota privada do país, com 21 embarcações próprias entre comboios oceânicos e navios. Além disso, opera cerca de 100 embarcações afretadas, com uma média de 850 viagens por ano. A empresa completa seis décadas, buscando, para os próximos anos, diversificar o negócio e alavancar o crescimento médio de 19% em receita bruta nos últimos dez anos. Com um olhar atento ao mercado de navegação, que movimenta em média 200 milhões de toneladas ao ano, incluindo offshore, a Norsul encontra espaço para crescer. Apenas no ano de 2022, a companhia transportou 28 milhões de toneladas de graneis secos e líquidos, com um market share de 48% em granel seco, e com receita de R$ 2,2 bilhões no período. Setores como agro, energia, óleo e gás e siderurgia são focos estratégicos atuais da companhia, pois movimentam volumes expressivos nos principais corredores logísticos do país. Fundada em 1963 pelo norueguês Erling Lorentzen, a empresa é protagonista no crescimento da navegação brasileira, com trajetória de adaptabilidade e competência, diante das inúmeras mudanças econômicas e políticas, ao longo desses 60 anos. Especializada no transporte de granéis secos e líquidos com cargas homogêneas, gerais e de projeto, tanto na Cabotagem como no Longo Curso, a Norsul transporta itens como minérios, produtos siderúrgicos, madeira e celulose, grãos e fertilizantes, derivados claros e biocombustíveis; além de cargas especiais. Angelo Baroncini, diretor-presidente da Norsul, destaca que a companhia viu o setor náutico se desenvolver e amadurecer, ganhando cada vez mais inovações e vertentes que auxiliam o progresso local e pessoal. “A história da Norsul é uma jornada de sucesso, de contribuição direta ao desenvolvimento do país e ao fortalecimento do setor marítimo. Sempre assumimos uma postura ativa perante os desafios de negócio, nos adaptando e reinventando para entregar soluções de valor e compromisso aos nossos clientes”, explica o executivo. Em sinergia com esse propósito e com o objetivo de diversificar e criar negócios, a Norsul e a alemã Hapag-Lloyd também lançaram, recentemente, a joint-venture Norcoast, que vai oferecer serviços independentes e integrados de cabotagem de contêineres, com o início das operações previsto para o primeiro trimestre de 2024. Esse projeto representa, não somente crescimento para a empresa, mas um traço da Norsul que fala sobre o pioneirismo em se aventurar em oportunidades ainda não exploradas no mercado. “Enxergamos esse novo momento da Norsul e novos negócios como um reflexo natural da nossa 14

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dedicação diária que reúne confiança, qualidade e muito trabalho para oferecer aos nossos clientes os melhores serviços no transporte marítimo”, afirma o diretor-presidente. Rodrigo Cuesta, diretor Financeiro da Norsul, pontua que a empresa tem hoje várias iniciativas de diversificação em estudo, e explica que a joint-venture Norcoast é um exemplo de como a Norsul projeta a inovação no negócio. “Quando falamos de Norsul, estamos buscando ampliar nosso escopo de atuação, e o primeiro passo que demos foi essa joint-venture. O apetite de investimento da Norsul no Brasil é crescer no setor de transporte aquaviário, complementando a oferta para nossos clientes atuais e futuros. Faz parte do nosso plano de crescimento trabalhar também com parcerias. Elas são importantes para acelerar e trazer segurança para novas operações”, reforça. Segundo Fabiano Lorenzi, diretor comercial, as embarcações da companhia são capazes de atender ao comércio marítimo entre diferentes portos brasileiros e da América do Sul: “Transportamos hoje uma grande variedade de granéis líquidos, incluindo cargas químicas, biocombustíveis, derivados claros e petróleo. Na frota, temos navios graneleiros e multipropósito, navios especializados para químico e cimenteiro, além dos comboios oceânicos, com uma expertise sexagenária”, pontua. Outra parceria que deu certo é um investimento para otimizar eficiência energética nas embarcações, tecnologia desenvolvida junto à startup BioRen, de combate à bioincrustação, processo natural de colonização e crescimento de organismos em superfícies submersas. O projeto usa campos eletromagnéticos para evitar o crescimento marinho indesejado, sem agredir o meio ambiente. A solução é inédita no mercado. A empresa também utiliza outros parceiros e foca em tecnologias 4.0 e IoT, como parte de sua estratégia de ampliar a eficiência energética de suas embarcações e operações.


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Atiaia Renováveis dá início à operação comercial das usinas solares Maravilhas I e II

A Atiaia Renováveis anunciou que as Unidades Geradoras Fotovoltaicas (UFVs) Maravilhas I e II, localizadas na cidade de Goiana/PE, já estão em operação. A UFV Maravilhas I possui 27,5 megawatts (MW) de potência instalada, para atender a 100% do consumo da Vivix, fabricante de vidros planos, e a UFV Maravilhas II, com igual capacidade instalada, está negociada para um cliente com o mesmo modelo de autoprodução, em fase final de negociação de contrato. Ambas as usinas estavam previstas para iniciar as operações em janeiro de 2024, mas a eficiência nos trabalhos de implantação viabilizou a entrada em operação ainda em 2023. As UFVs refletem o compromisso da Atiaia com a transição energética e a agenda ESG. “A Atiaia trabalha para desenvolver as melhores soluções para os nossos clientes, e mais uma vez evidencia isso pela entrega antecipada das UFVs Maravilhas I e II, o que nos traz imenso orgulho e satisfação. A construção do Complexo Solar Maravilhas contribui para a promoção do desenvolvimento sustentável em todas as suas 16

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dimensões”, afirma Rodrigo Assunção, CEO da Atiaia. A Atiaia também está comprometida em cuidar do entorno e viabilizar ações que fomentem melhorias socioambientais. Um bom exemplo é o Aqualuz, projeto financiado pela empresa, que trata a água usando radiação solar, e permite que água potável chegue para 15 famílias da comunidade de Engenho Dois Rios II, no município de Goiana/PE, localizada próxima ao Complexo Maravilhas. O projeto possibilita que as famílias tenham acesso a água de qualidade para consumo por, aproximadamente, 20 anos. A tecnologia foi desenvolvida pela SDW, empresa especialista em projetos de impacto socioambiental e premiada pela Organização das Nações Unidas. A iniciativa está alinhada ao ODS 6 – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU – que visa a assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos – e será ampliada a partir do primeiro trimestre de 2024, o que permitirá que outras famílias tenham acesso à água potável, proporcionando melhor qualidade de vida e promovendo a saúde da comunidade.


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Solvay e Enowa planejam fábrica de carbonato de sódio neutro em carbono antes de 2030 A Solvay está fazendo parceria com a ENOWA, empresa de energia e água da NEOM, para estabelecer a primeira instalação de produção de carbonato de sódio neutro em carbono do mundo, em NEOM, Arábia Saudita. Enquanto se aguardam os resultados de um estudo de viabilidade aprofundado e das aprovações regulatórias habituais, a Solvay e a ENOWA planejam iniciar a operação da planta inovadora até 2030. A instalação de última geração está pronta para emergir como um modelo líder da indústria para a produção de carbonato de sódio em escala global. Ele servirá como um componente vital na Estratégia de Sustentabilidade da Água da ENOWA, e reflete o compromisso da NEOM em desenvolver um sistema de gerenciamento de água de descarga zero líquido. Estrategicamente localizada na costa do Mar Vermelho para apoiar o acesso a mercados no Oriente Médio, África e Sudeste Asiático, a usina movida a energia renovável converterá salmoura de água do mar em carbonato de sódio, e integrará o processo e.Solvay para a produção sustentável e neutra em carbono de carbonato de sódio. Os parceiros pretendem iniciar com a capacidade de 500.000 toneladas de carbonato de sódio, até 2030, o que aumentaria gradualmente até 1,5 milhão de toneladas até 2035, com a adição potencial de produção de bicarbonato de sódio. No início deste ano, o processo piloto de produção da e.Solvay começou a operar na Europa. Projetado para avaliar a viabilidade de uma tecnologia de produção de carbonato de sódio mais sustentável e competitiva, o piloto produziu resultados positivos, mostrando potencial para baixas emissões, redução do consumo de recursos e energia, e remoção completa de resíduos de calcário. A próxima fase piloto de dois anos preparará o terreno para o início da produção em escala industrial na segunda metade da década, alinhandose com o cronograma de implementação do NEOM. “A NEOM é uma oportunidade fantástica para a Solvay participar da construção desta terra do futuro. A fábrica de carbonato de sódio da NEOM será a primeira de seu tipo, pois, adota o novo processo e.Solvay para atingir a neutralidade de carbono”, disse Philippe Kehren, CEO da Solvay. “Esta nova fábrica refor-

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çará a posição de liderança global da Solvay, garantindo um fornecimento sustentável de carbonato de sódio neutro em carbono para nossos valiosos clientes. Este empreendimento se alinha perfeitamente com nossas ambições de sustentabilidade e complementa nossa rede única de ativos industriais em todo o mundo.” Gavin van Tonder, Diretor Executivo de Água, ENOWA acrescentou: “Com esta parceria, a NEOM está pronta para se tornar um plano global para o desenvolvimento sustentável, por meio de seu investimento na gestão responsável dos recursos hídricos. Nossa visão abrange mais do que apenas criar uma região econômica próspera; trata-se de construir um modelo que capacite as comunidades a coexistirem de forma sustentável com o meio ambiente. Estamos entusiasmados por trabalhar com parceiros que partilham a mesma ambição.” NEOM é uma região no noroeste da Arábia Saudita que está sendo desenvolvida do zero, um empreendimento de engenharia complexo, a NEOM operará com energia 100% renovável, e está redesenhando o desenvolvimento urbano para oferecer uma solução sustentável para o crescimento populacional e a rápida urbanização. A região protegerá 95% de sua área terrestre e marítima, dentro de uma reserva natural, com o restante sendo composto por cidades cognitivas, um porto de última geração, destinos turísticos e centros de pesquisa, entre outros ativos. A ENOWA está usando design circular e investindo em tecnologias inovadoras para realizar a visão da NEOM para um novo futuro.


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Gerdau e Governo do RS inauguram modernização da unidade Riograndense @Divulgação/Retratte/ Leonardo Cechin

A Gerdau inaugurou oficialmente os investimentos realizados para a modernização e reforma da aciaria da unidade de aços longos Riograndense, em Sapucaia do Sul/RS, como parte de um novo ciclo de crescimento sustentável da companhia. A cerimônia de inauguração contou com a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do vice-presidente do Conselho de Administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, do vice-presidente da Gerdau, Rubens Pereira, e de outras autoridades e executivos da organização. O investimento R$ 200 milhões teve como objetivo a modernização das instalações da aciaria, implementação de melhorias na jornada de transformação digital e indústria 4.0, e o aprimoramento de melhorias nas condições ambientais e de segurança no processo de produção do aço, como a modernização do sistema de despoeiramento. Durante a execução dos investimentos, foram gerados mais de 400 postos de trabalho diretos e indiretos. Para André Gerdau Johannpeter, vice-presidente do Conselho de Administração da Gerdau, a inauguração marca um dos maiores investimentos da história da planta, que celebra 66 anos em 2023, e reforça o compromisso da Gerdau com o estado desde sua fundação. “A modernização da Riograndense a prepara para seguir atendendo à demanda futura por aço dos nossos clientes em todo o Brasil. Este investimento também reafirma o nosso compromisso com o desenvolvimento socio-

econômico do estado do Rio Grande do Sul, baseado em pilares estratégicos como a inovação e a sustentabilidade”, afirma. O governador Eduardo Leite ressaltou que a Gerdau é exemplo da pujança da indústria gaúcha, e que novo investimento deverá contribuir para elevar a produção do aço nacional a um novo patamar tecnológico e de qualidade. “Para o Estado, é uma enorme satisfação constatar que nossos esforços em propiciar um ambiente com melhores condições de competitividade encorajam investimentos privados dessa magnitude. A Gerdau, que tanto já fez pelo desenvolvimento do nosso Rio Grande, demonstra mais uma vez a confiança no futuro do Estado, e contribui diretamente para alavancar a geração de emprego e renda. Com a manutenção do equilíbrio fiscal, seguiremos realizando os avanços estratégicos e decisivos para a atração de investimentos como esse”, afirmou o governador. Com 1.200 colaboradores e colaboradoras, a unidade Riograndense possui capacidade anual de produção de aço bruto de 450 mil toneladas e de 495 mil toneladas de produtos acabados, incluindo vergalhão, fio-máquina, barras, trefilados e pregos. A planta produz aços longos, com uma matriz 100% reciclável, tendo a sucata metálica como matéria-prima, o que torna o aço produzido na usina um produto com uma baixa emissão de carbono. no 394

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Sumitomo Chemical estabelece tecnologia inovadora para produção de metanol a partir de CO2

A Sumitomo Chemical concluiu a construção de uma instalação piloto para estabelecer um processo altamente eficiente para a produção de metanol a partir de CO2 em sua fábrica de Ehime, na cidade de Niihama, Japão, e iniciou as operações da instalação, construída com o apoio do Fundo de Inovação Verde (GI) da NEDO(*1). A companhia pretende concluir a demonstração dessa tecnologia até 2028, bem como iniciar a produção comercial, utilizando o novo processo e licenciar a tecnologia para outras empresas, na década de 2030. Espera-se que a tecnologia de captura e utilização de carbono (CCU) sirva como uma solução revolucionária para deter o aquecimento global e alcançar uma economia circular para o carbono, recuperando o CO2 e utilizando-o em produtos, e a Sumitomo Chemical está acelerando o desenvolvimento e a disseminação de vários novos processos da CCU. Entre elas, está uma tecnologia que utiliza CO2 para produzir metanol, matéria-prima para uma ampla gama de produtos, de plásticos a adesivos, agentes químicos e tintas. É frequentemente citado como um exemplo importante da tecnologia CCU. Contudo, os processos convencionais de conversão de CO2 em metanol têm enfrentado desafios, tais como baixo rendimento devido à natureza reversível da reação(*2), e degradação do catalisador causada pelo subproduto água. A Sumitomo Chemical resolveu esses problemas por meio do desenvolvimento conjunto com o Professor Koji Omata da Faculdade Interdisciplinar de Ciências e Engenharia da Universidade Shimane, aproveitando o reator de condensação interna (ICR), uma tecnologia que o Professor Omata vem desenvolvendo. O ICR permite a condensação e separação de metanol e água dentro do reator, o que é impossível com tecnologias convencionais. Isto ajuda a melhorar o rendimento, reduzir o tamanho do equipamento, e alcançar maior eficiência energética, ao mesmo tempo que se espera que evite a degradação do catalisador.

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Foto da instalação piloto

A separação do metanol acontece dentro do reator, o que leva a melhor rendimento, equipamentos menores e maior eficiência energética e ainda separa a água do subproduto, mitigando a degradação do catalisador. A Sumitomo Chemical está trabalhando em seis temas de desenvolvimento que foram selecionados como projetos do GI Fund. Incluem quatro projetos de tecnologia de reciclagem química, um projeto para o desenvolvimento de um sistema de separação e captura de CO2, utilizando membranas de separação de CO2, e um projeto para o desenvolvimento de um processo de reciclagem de materiais catódicos de baterias. O Grupo quer alcançar a neutralidade carbônica até 2050, e contribuirá para alcançar uma sociedade sustentável através do avanço da investigação e desenvolvimento, demonstração e implementação em toda a sociedade de processos inovadores. (*1) NEDO: Organização para o Desenvolvimento de Novas Energias e Tecnologias Industriais. (*2) Uma reação reversível é uma reação química em que as matérias-primas reagem para formar o produto, enquanto simultaneamente o produto reage para formar as matérias-primas.


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Ipiranga comercializa combustível marítimo com abastecimento em águas no estado do Rio de Janeiro

A Ipiranga iniciou uma operação inédita de combustíveis em seu portfólio, com foco na expansão dos negócios B2B: a comercialização de óleo diesel marítimo (MGO) diretamente para embarcações na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A nova frente de negócio está alinhada a dois pilares da estratégia de retomada do crescimento da empresa: investimento em logística & distribuição, e em supply & trading. A Ipiranga, que já detém cerca de 12% do mercado de combustíveis marítimos no Brasil, quer alavancar essa participação, atendendo a clientes com abastecimento de embarcações em águas. A partir de agora, a Ipiranga Empresas, frente de negócios B2B do grupo, é capaz de fazer diretamente a operação de abastecimento de MGO em embarcações em águas. Para a Ipiranga, trata-se de um mercado com potencial de crescimento, no qual a empresa pretende colocar em prática toda a expertise adquirida em mais de 85 anos de distribuição de combustíveis no país. Para José Vianna, vice-presidente de Ipiranga Empresas, o início da operação é uma grande conquista para a Ipiranga. “Este projeto mostra a nossa solidez em oferecer um amplo portfólio de produtos e, agora, de abastecimento marítimo. A empresa segue cumprindo seu papel de estar atenta às oportunidades de mercado para incrementar seu negócio, priorizando a segurança da operação, com foco em seus funcionários, comunidades próximas e meio ambiente”, afirma Vianna. A operação, que envolve cinco etapas de distribuição, por duto, transporte rodoviário e, finalmente, marítimo, segue um rigoroso protocolo de segurança de acordo com as diretrizes de saúde e segurança operacional da Ipiranga, zelando pelos funcionários, fornecedores, clientes e comunidade envolvidos no processo. No Rio de Janeiro, a operação será realizada por meio de um rebocador e da barcaça CD Santos, com capacidade para 1.500m3, partindo do Estaleiro São Miguel, em São Gonçalo/RJ. “Concluímos um projeto inovador, que é um marco na história de sucesso da Ipiranga, envolvendo mais de 100 colaboradores, em todas as áreas da empresa para levar combustível aos negócios em movimento”, afirma Rodolpho Athayde, Diretor Ipiranga Empresas. 22

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@Divulgação/ André Luiz Mello

No início de 2023, a Ipiranga já havia iniciado a expansão da frente de negócios B2B, com a comercialização de bunker no Rio Grande do Sul, fornecendo óleo combustível marítimo para motores de navios de grande porte. Com a expectativa de atender, em sua maioria, o mercado de exportação de grãos que escoam pelo Porto de Rio Grande, a iniciativa se beneficia com o aspecto logístico, já que a operação conta com suprimento da Refinaria de Petróleo Riograndense. Alguns dos objetivos com essa nova frente de negócio são diversificar o portfólio de operações da Ipiranga, atendendo à demanda do mercado internacional, e ampliar a participação no mercado local de Rio Grande, que hoje conta com três players atuando neste porto. Já conhecida no mercado pelo diferencial e atendimento logístico, tanto em qualidade quanto em disponibilidade, a Ipiranga oferece dois tipos de bunker: o óleo combustível com baixo teor de enxofre VLSFO (Very Low Sulphur Fuel Oil), e o óleo diesel marítimo com baixo teor de enxofre LSMGO (Low-Sulphur Marine Gasoil), enquadrados dentro das especificações ISO 8217: 2010, cumprindo as normas da IMO 2020 e servindo para o abastecimento de todos os tipos de navios. Hoje, a operação é realizada com um navio-tanque com capacidade para transportar 3.500 mtons de VLSFO e 800 m3 de LSMGO. As operações são realizadas por ‘barge-to-ship’ e diretamente no píer, obedecendo rigorosamente todas as normas de segurança. “O modal fluvial possui desafios logísticos distintos, mas a Ipiranga segue firme com seu compromisso de levar seus produtos onde o cliente estiver. A comercialização de bunker abre novas possibilidades para a empresa, e acreditamos que este é um mercado no qual temos plenas condições de ser um player relevante”, afirma Francisco Ganzer, vice-presidente de Supply e Trading da Ipiranga.


Empresas & Negócios /prompt: homem pronto para dispor de tecnologia para revolucionar a indústria do aço.

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Acelen mira o mercado de biocombustíveis dos EUA Ao longo do último ano, a Acelen implementou medidas concretas, para se consolidar como líder na transição energética do Brasil, e agora direciona seus objetivos para o mercado global de biocombustíveis; abriu escritório em Houston, Texas, EUA. Com o compromisso de liderar o movimento de transição energética no Brasil, a Mubadala Capital e a Petrobras, empresa estatal brasileira, assinaram, no início de setembro deste ano, um Memorando de Entendimento (MoU), para explorar oportunidades de cooperação e um possível investimento por parte da Petrobras no projeto de biocombustíveis, atualmente em desenvolvimento pela Acelen no Brasil. Com investimentos previstos de mais de R$ 12 bilhões (aproximadamente US$ 2,5 bilhões) nos próximos 10 anos, o projeto de biocombustíveis gerará um impacto significativo em toda a cadeia de valor. A produção anual prevista a partir de 2026 é de um bilhão de litros de SAF (Combustível Sustentável de Aviação), e o Diesel Renovável, a partir de culturas agrícolas de alta energia, provenientes da Macaúba, uma árvore nativa do Brasil. Serão plantados 200 mil hectares da planta (o equivalente a 280 mil campos de futebol), além de outras culturas nativas, no Brasil, priorizando o uso de terras degradadas. Como resultado, espera-se injetar R$ 85 bilhões (aproximadamente US$ 17,3 bilhões) na economia, gerando 90.000 empregos, e reduzindo as emissões de CO2 em até 80%. “Estamos comprometidos em acelerar ainda mais a transição energética no Brasil, com base em um projeto transformador, que colocará o país como líder na produção de combustíveis renováveis, com impacto muito além das fronteiras

brasileiras. Estamos dando passos firmes em direção a um futuro mais sustentável para o planeta”, afirmou Luiz de Mendonça, CEO da Acelen. Oscar Fahlgren, CIO da Mubadala Capital e head da Mubadala Capital no Brasil, acrescentou: “O segmento de energia renovável está em uma trajetória de crescimento acentuado globalmente, e o mercado consumidor dos Estados Unidos está pronto para impulsionar essa transição. A presença da Acelen em Houston busca aproximar a empresa do mercado global de energia. A empresa foi criada com o objetivo de acelerar a transição energética não apenas no Brasil, mas em escala global, e essa movimentação representa um sólido primeiro passo para viabilizar futuras aquisições adicionais de ativos de distribuição de energia verde e outros investimentos nos Estados Unidos”. A Acelen, um investimento integral da Mubadala Capital, com sede nos Emirados Árabes Unidos, aproveitará o ecossistema de energia dos Estados Unidos no âmbito da Parceria Emirados Árabes Unidos-Estados Unidos para Acelerar a Energia Limpa (PACE) para desbloquear a geração e implantação de biocombustíveis em escala global, acelerando a transição energética – especificamente, seu pilar de enfrentar a descarbonização industrial e de transporte. O PACE é um acordo para catalisar US$ 100 bilhões em financiamento, investimento e outros apoios para implantar 100 gigawatts de energia limpa globalmente, até 2035, avançando na transição energética e maximizando os benefícios climáticos.

Comgás recebe certificação internacional por compromisso contra corrupção e suborno A Comgás, maior distribuidora de gás natural encanado da América Latina, recebeu a certificação ISO 37001, que reconhece empresas que possuem processos adequados para prevenção, detecção e resposta a riscos de corrupção e de suborno. A certificação internacional estabelece padrões e requisitos rigorosos, que determinam políticas eficazes na prevenção à corrupção, promoção da ética e da transparência, conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis, além da identificação de riscos e o estabelecimento de controles adequados em diferentes processos da Organização. Todas essas medidas reforçam a cultura

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de integridade da Comgás. “Essa conquista é motivo de orgulho para a Comgás que, em seus 151 anos de história, sempre esteve comprometida com a ética e a transparência em todas as suas relações. A certificação reconhece a nossa reputação e fortalece a confiança dos nossos stakeholders, nos destacando no mercado como uma empresa confiável, responsável e perene. Tudo isso só é possível graças ao engajamento de todos os colaboradores, que desempenham um papel fundamental na promoção dessa cultura”, destaca Ricardo Nogueira Dias, diretor jurídico e compliance da Comgás.


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Lançamento da Pedra Fundamental marca início das obras da Base de Liquefação e Compressão na Bahia A GNLink, empresa distribuidora de gás natural da gestora de recursos Lorinvest; Petrobahia, quarta maior distribuidora em crescimento no Brasil e a Bahiagás, companhia responsável pelo desenvolvimento infraestrutura e do mercado de distribuição do gás para o estado, lançaram a Pedra Fundamental da Base de Liquefação e Compressão, em Itabuna, na Bahia. A cerimônia aconteceu no Distrito Industrial de Itabuna, teve a presença de autoridades e empresários locais, e celebrou o começo das obras do empreendimento, que se tornará o primeiro projeto de liquefação do gás natural oriundo de um gasoduto do Nordeste, e consolida o município de Itabuna como HUB desse recurso para todo o sul do estado. O projeto tem como principal objetivo dar o pontapé inicial para interiorização de gás natural na Bahia e em outras áreas da região. Para Marcelo Rodrigues, CEO da GNLink, esse projeto é um marco histórico e vem para assegurar uma maior competitividade no mercado e mais benefícios para a sociedade. “Essa base significa um passo muito importante

@Divulgação/Petrobahia

para o fornecimento do gás natural na Bahia em áreas não abastecidas por gasodutos. O território é muito extenso e, até então, não há uma infraestrutura de gasoduto capaz de abastecer regiões distantes da malha dutoviária e municípios no interior do estado. Agora, com esse projeto se tornando realidade, vamos conseguir liquefazer, comprimir e fornecer o gás natural para todas as cidades, beneficiando a população baiana. Além disso, o mercado tende a ficar mais competitivo, através da distribuição de um gás menos danoso ao meio ambiente, e que permite um aumento da performance operacional das empresas”, declarou. Com um investimento de R$ 155 milhões e capacidade de 98.000m3/dia de gás natural, a base está prevista para entrar em operação no terceiro trimestre de 2024, e terá como foco atender os mercados industrial e automotivo. Além da geração de empregos para mão-de-obra direta e indireta, a nova planta de liquefação e compressão do gás natural vai contribuir para a arrecadação de tributos e novas divisas para os Municípios e Estado.

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Açúcar: O mercado entrou em colapso devido aos fundamentos A hEDGEpoint Global Markets divulgou análise sobre o mercado de açúcar, mostrando que ele sofreu uma correção significativa, seguindo os preços do petróleo e seus próprios fundamentos, tornando incerto seu piso. Impactam também as atualizações da safra brasileira, definindo um tom de baixa para os fundamentos do açúcar; some-se o fato de que a Índia tenha anunciado que deve priorizar a produção de açúcar em detrimento do etanol – o que parece ter contribuído ainda mais para a baixa do mercado. A medida proposta dita a restrição do uso do caldo de cana e melaço de peso B para o etanol, permitindo apenas o uso de melaço de peso C com menor teor de sacarose. As mudanças na estratégia de produção de açúcar da Índia podem não afetar significativamente os fluxos comerciais, mas podem eliminar o déficit do balanço global. Isso reforça a opinião de que o mercado não está tão apertado quanto se acreditava. Observando os fluxos comerciais, conforme discutido no relatório anterior, parece que o déficit pode ser resolvido por meio da sazonalidade das importações. Se os destinos se mantiverem firmes durante o primeiro trimestre de 2024, enquanto esperam ao início da safra 24/25 do Centro Sul, o aperto pode simplesmente desaparecer. O momentum de baixa também ganha força com as expectativas climáticas. Enquanto 2023 foi marcado pelo surgimento do El Niño durante a janela de desenvolvimento da safra no Hemisfério Norte, 2024 parece estar caminhando para um terreno neutro. Isso significa que os padrões climáticos devem estar mais próximos da média tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul, o que nos permite esperar que a safra 24/25 seja excelente para o Centro Sul e um ano de recuperação para muitos países do Norte. Mas há muito a ser desvendado antes da safra de 24/25 da Índia e de outros países.

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Especial

UNICA afirma que análise distorce o RenovaBio “Mais uma vez, a Brasilcom divulga análise para tentar desfigurar os objetivos do RenovaBio, e subverter a opinião geral a respeito do Programa. O estudo, publicado pela Associação, apresenta uma análise econométrica que simplifica demasiadamente o funcionamento dos mercados de gasolina e diesel, obtendo resultados absolutamente desconectados da realidade. De janeiro a outubro deste ano, por exemplo, a análise apresentada pela Associação indica que a compra de Créditos de Descarbonização (CBios) exigiu um aumento de preço equivalente a R$ 0,14 por litro no caso diesel e de R$ 0,12 por litro para a gasolina. Se multiplicarmos esses valores pelo consumo de diesel e gasolina observado nesse período, obtemos um total de R$ 12,24 bilhões que, segundo o estudo apresentado, foram acrescidos ao preço dos combustíveis fósseis para custear a compra de CBios. Ocorre, entretanto, que, segundo dados públicos disponíveis no site da B3, nesse mesmo período, a compra de CBios pelos distribuidores totalizou apenas R$ 3,15 bilhões. Essa condição atesta de forma inequívoca que o impacto calculado pelo estudo é superestimado e não representa a realidade. Caso contrário, caberia à Associação explicar por que os distribuidores cobraram R$ 12,24 bilhões no preço dos combustíveis fósseis se o gasto com a aquisição de CBios totalizou apenas R$ 3,15 bilhões. A lógica apresentada para 2023 se repete nas estimativas obtidas pela Associação para todos os anos. A superestimação

dos efeitos do CBio nos preços de bomba dos combustíveis fósseis é tão destoante da realidade, ao ponto de multiplicar toda a movimentação financeira desde o início do RenovaBio em quase quatro vezes. Entre as limitações do estudo, é possível citar a especificação das equações, que pressupõe uma relação linear entre as variáveis independentes e dependentes, além de não considerar problemas de endogeneidade inerentes a estimativas de equações de oferta e demanda. A ausência de variáveis importantes nas estimativas, como a quantidade consumida, a renda das famílias e, especialmente, o preço dos combustíveis fósseis na refinaria, também pode explicar o enorme equívoco presente nos resultados divulgados. Esse tipo de distorção apresentada por um grupo de distribuidoras contrárias ao RenovaBio é recorrente. Em julho deste ano, essas mesmas empresas afirmaram que não haveria créditos suficientes para o cumprimento das suas metas em setembro. Entretanto, o que se viu ao final de setembro foi uma oferta de CBios muito superior ao necessário para o atendimento das metas. Essa dinâmica de divulgação constante de narrativas distorcidas sobre o RenovaBio se apresenta como exercício de desonestidade intelectual com as autoridades e com a opinião pública brasileira. Tais investidas contra o Programa são uma clara agressão dessas empresas ao meio ambiente, à geração de emprego e renda, e aos investimentos no Brasil. UNICA”

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Brasilcom se posiciona sobre o Renovabio “Em defesa da verdade sobre o programa de descarbonização RenovaBio, a BRASILCOM reafirma a seriedade e rigor técnico acadêmico do estudo realizado, e recentemente divulgado pela PUC-RJ, reconhecida e prestigiada instituição de ensino e pesquisa do país. Portanto, diferentemente do está sendo intencionalmente divulgado, o estudo acadêmico foi desenvolvido pela PUC-RJ, e não pela Brasilcom. Notícias intencionalmente direcionadas e que tentam descredibilizar o estudo realizado pela PUC-RJ, o qual aponta um impacto no preço final de bomba de até R$ 0,14 por litro no preço do diesel, e de até R$ 0,12 por litro na gasolina, no ano de 2023, não se sustentam e demonstram o total desconhecimento do estudo realizado, e que leva em consideração o efeito real dos custos totais no preço do CBIO. Impactos e distorções insistem em perdurar no programa RenovaBio. Esses pontos negativos, que foram publicamente demonstrados por uma série de trabalhos técnicos realizados pela PUC-RJ, desde 2020, e igualmente abordados em recente Relatório de Auditoria do TCU, tornam o RenovaBio assimétrico e ineficaz. Na realidade, essas disfuncionalidades geram evidente ineficiência concorrencial, ônus ao mercado e aos consumidores, com impacto direto na formação dos preços finais nas bombas de abastecimento, e nos índices inflacionários, o que vai totalmente na contramão dos esforços do Governo Federal e da Petrobras na contenção dos efeitos negativos das oscilações e imprevisibilidade dos preços dos combustíveis na economia brasileira. A eficiência do RenovaBio está diretamente e sensivelmente ligada à formulação, implementação e avaliação da forma que a política pública de Estado para biocombustíveis está sendo imposta aos vários atores, privados e governamentais. Tudo isso sob a lógica de se evitar a introdução de custos de transação exorbitantes para os agentes e para a população, sendo necessários razoabilidade e verificação contínua do atingimento da finalidade do Programa. Na estrutura de hoje, o RenovaBio transformou-se, efetivamente, em um mero instrumento de transferência de renda de toda população, por meio do agente distribuidor e intermediário da cadeia, em privilégio de um setor específico, sem qualquer contrapartida, com total desvio da nobre finalidade preceituada em Lei. Será que o Renovabio, de fato, na formatação atual, vem atingindo os objetivos elencados em Lei? Vejamos os gráficos a seguir:

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O Renovabio deve e precisa ser aperfeiçoado, para que cumpra com seu objetivo, gerando ganhos ambientais e sociais para o Brasil, trazendo equilíbrio, regras claras e isonômicas, para se transformar, de fato, em uma ferramenta transformadora da transição energética nacional. A agressividade e latente tentativa de intimidação do mercado distribuidor por parte daqueles que se sub-rogam no pretenso direito de serem os “únicos” titulares e responsáveis pela transição energética do mercado de combustíveis só demonstra e comprova que o programa RenovaBio precisa e deve ser reformulado para que, de fato, se torne uma verdadeira ferramenta de fomento à transição energética, e deixe de ser um mero instrumento de transferência de renda utilizado como uma verdadeira cortina de fumaça em face de poderosos interesses econômicos. Ao final, a Brasilcom, na salvaguarda de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, base irrenunciável de um mercado de energia eficiente e saudável, sem desequilíbrio e transtornos a toda sociedade, mais uma vez ressalta e declara o seu incondicional apoio à transição energética e ao RenovaBio”.


Especial

Pesquisadores do NIST desenvolvem padrões para ajudar a eliminar produtos químicos em espumas de combate a incêndios

Uma série de materiais de referência contém medições precisas de substâncias, como o polifluoroalquil (PFAS), conhecidas como produtos químicos eternos, em espumas de combate a incêndios. Essas espumas, chamadas espumas aquosas formadoras de filme (AFFFs), são usadas para suprimir incêndios de combustíveis. Os laboratórios analíticos podem usar os materiais de referência para medir o PFAS nas espumas, para que possam ser removidos. Nos filmes, quando vemos acidentes de carro ou aviões em chamas nas pistas, sabemos que não são reais. Mas no mundo real, os incêndios de combustíveis devem ser extintos com tipos especiais de produtos químicos, e os que têm sido mais comumente usados são conhecidos como espumas aquosas formadoras de filme (AFFFs). No entanto, as preocupações ambientais e de saúde relacionadas com os AFFF lançaram esforços generalizados para os detectar, monitorizar e eventualmente eliminar. Agora, pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) lançaram novos materiais de referência para agilizar esses esforços. O que torna as espumas tão eficazes são os compostos químicos PFAS, que lhes permitem suprimir incêndios de combustíveis com muito mais rapidez e eficiência, em comparação com outras alternativas. Ao contrário da água despejada sobre uma chama, que não funcionaria num cenário em que um líquido inflamável estivesse a causar o incêndio, as espumas não só se espalham sobre o fogo, como também evitam que este reacenda, suprimindo o fluxo de oxigênio e os vapores de combustível. Os AFFFs foram introduzidos pela primeira vez na década de 1940, e têm sido usados desde então, não apenas em emergências, mas também em exercícios de treinamento de bombeiros. Devido à sua capacidade significativa de resistir ao calor e às mudanças químicas, os PFAS nessas espumas se decompõem lentamente ao longo do tempo, dando-lhes o nome de “produtos químicos para sempre”. Mas as espumas podem facilmente vazar para a água e o solo próximos, e afetar a ecologia circundante, levantando preocupações porque os PFAS têm sido associados a efeitos negativos para a saúde, como certos tipos de cancro. Devido a estas preocupações, organizações incluindo o Departamento de Defesa (DOD) estão começando a eliminar o uso de materiais contendo PFAS e se acordo com a Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2020, o DOD foi obrigado a interromper a compra de AFFFs dos fabricantes até outubro de 2023, e deixará de usá-los até outubro de 2024. Para ajudar nesta eliminação, os investigadores do NIST colaboraram com o DOD numa série de materiais de referência (RMs) AFFF contendo PFAS. Durante o processo de eliminação, os AFFFs mais antigos ainda estarão disponíveis,

J. Reiner/NIST

e os RMs ajudarão as organizações a identificarem espumas com PFAS para que possam retirá-las de uso. Embora os fabricantes pretendam atender as novas especificações militares para que suas espumas contenham menos de 1 parte por milhão (ppm) de PFAS, “ainda existem AFFFs legados e eles precisarão ter medições feitas para mostrar se contêm PFAS. Se contiverem PFAS, então precisarão ser descartados de maneira adequada.” O NIST lançou quatro RMs, contendo diferentes formulações de PFAS nas espumas. Esses quatro RMs contêm muitos dos diferentes PFAS usados nos AFFFs legados que estão sendo eliminados. Os RMs são úteis para laboratórios que desejam testá-los, e também ajudarão na compra de supressores de incêndio alternativos. “Como os militares têm de parar de comprar essas espumas, eles precisam testar o PFAS nas novas espumas que compram. Ao ter esses RMs, eles podem medir o PFAS. Os fabricantes que produzem novas espumas também podem usar o RM quando precisarem testar se estão livres de PFAS”, disse Reiner. Os pesquisadores do NIST enviaram os RMs para vários outros laboratórios, para serem testados no que é chamado de estudo interlaboratorial. Eles aprenderam que os cientistas tiveram dificuldade em medir o PFAS na forma de espuma. Os pesquisadores do NIST projetaram então os novos materiais de referência de uma maneira específica, para que cada formulação individual fosse diluída para facilitar o uso. Laboratórios analíticos, instituições acadêmicas e o Departamento de Transportes dos EUA são alguns outros exemplos de grupos que podem usar os RMs. “Por exemplo, qualquer pessoa de um grupo de toxicologia poderia usar esses RMs para experimentos científicos, como a administração de doses dos compostos para estudar seus efeitos nas células”, disse Reiner. RM 8690 PFAS em AFFF I , RM 8691 PFAS em AFFF II , RM 8692 PFAS em AFFF III e RM 8693 PFAS em AFFF IV estão disponíveis no NIST. no 394

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Matéria de Capa

Transição justa para H

istoricamente, o acesso à energia determinou as relações de poder geopolítico e os meios de subsistência, pois, um sistema sócio energético molda, permite e restringe a estrutura básica de uma sociedade. Dessa forma, a energia deve ser entendida como um sistema sociotécnico, onde se articulam componentes sociais e materiais; assim, a questão da justiça no domínio da energia se torna mais clara. O mundo se comprometeu a reduzir emissões de carbono em 2015, no Acordo de Paris, sabendo que seria um projeto global de trilhões de dólares. Aplicados em diferentes frentes tecnológicas e energé-

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ticas, que levaria décadas. Até agora, as discussões se têm focado nas tecnologias e nas divergências sobre quem paga o quê – porque ninguém quer nem pode abrir mão da energia baseada em hidrocarbonetos de uma hora para outra; as discussões passam muito por cima e acabam ignorando implicações éticas da política energética, correndo o risco de reforçar velhas injustiças e aplicar novas. Então, é bom lembrar que o conceito (social) de justiça acompanha desde sempre as sociedades humanas – Ma’at no Antigo Egito, ubuntu em várias comunidades da África; no confucionismo, a justiça é uma das cinco virtudes principais, na cosmovisão andina Sumak Kaw... Embora varie


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do petróleo energias limpas é possível? entre os contextos, a justiça social é normalmente identificada com a igualdade de direitos e com o bem-estar, o que implica redistribuição de poder. Em se pensando em energia, o poder esteve até agora (ainda está) concentrado no setor de petróleo e gás. E como escreveu Fatih Birol, diretor da IEA – International Energy Agency –, “no que tange a energia e clima, todos têm uma opinião sobre o papel da indústria de petróleo e do gás na transição para emissões líquidas zero. Para alguns, a conclusão é inequívoca. A indústria do petróleo e do gás é um obstáculo à mudança, pelo que as transições bem-sucedidas exigem o distanciamento das empresas de

petróleo e gás. Para outros, as capacidades e o capital que essa indústria detém podem ser importantes instrumentos para a mudança (...) uma discussão produtiva sobre este tema requer uma base sólida de evidências e uma análise imparcial (...)” Muitos governos estabeleceram suas ambições climáticas para acelerar a transição energética para energias limpas. Toda essa movimentação não tem sido suficiente. Analisando de perto, se os governos cumprirem integralmente as suas metas em energia e clima, e se – um grande “se” – os governos conseguirem limitar o aquecimento global a 1,5 °C, as consequências para a indústria do petróleo e do

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Matéria de Capa gás serão profundas e devastadoras. E não apenas para as grandes petroleiras, mas para a imensa cadeia de negócios que elas sustentam. Nenhuma indústria deixará de ser afetada por essa transição energética. Então, todas e cada uma precisa responder ao desafio. Fatih Birol já deixou clara a verdade incômoda, de que o sucesso da transição global para energia limpa exige uma demanda muito menor por petróleo e gás, o que significa não expandir a indústria de petróleo e gás. Não adiantou

desenhar. Os investimentos em petróleo e gás continuam. Analistas, políticos e empresas postulam que a eliminação deve ser gradual, garantindo estabilidade, resiliência e eficiência do sistema legado. Errados não estão. Mas, não conseguem convencer ativistas e população que continuam investindo em petróleo e gás com essas intenções – ainda que, com tecnologia, garantam menores emissões de CO2, captura de CO2, fabricação de novos produtos a partir de CO2. É um cabo de guerra onde, mais que escolher lados, é preciso conhecê-los.

Energia que faz o mundo girar Maurício Tolmasquim, Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras

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ntão, como a Petrobras definiria Transição Energética Justa? Falar de uma transição energética justa implica reconhecer a urgência de promover iniciativas para mitigar a mudança climática, dentro de uma trajetória que considere os impactos sociais e econômicos. A transição energética justa vai além da descarbonização, e se relaciona com os

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desafios do desenvolvimento sustentável do país. Fazem parte das iniciativas para promoção da transição energética com respeito aos direitos humanos, a ampliação da oferta e do acesso à energia e a produtos de baixo carbono, de forma custo-efetiva, e a alavancagem de oportunidades e vocações regionais. E a Transição precisa ser justa para as comunidades,


Matéria de Capa trabalhadores e cadeias de fornecimento, e demais partes potencialmente impactadas. Ao mesmo tempo que busca novas fontes para provimento de energia, deve ampliar o acesso e reduzir a pobreza energética. Vemos que iniciativas com foco em ganhos de eficiência e descarbonização das operações, com aproveitamento de infraestruturas existentes, tem um papel relevante na trajetória de transição energética. Estas iniciativas podem reduzir emissões com baixos investimentos, garantindo resultados relevantes no curto prazo. Vemos que países em desenvolvimento geralmente apresentam infraestrutura de transporte e edificações pouco eficientes, por exemplo, o transporte público e de carga, e isolamento das edificações. Para a transição justa, é fundamental que investimentos visando à eficiência, que tem alto retorno em redução de emissões sejam priorizados, já que trazem também maior competitividade. Estas alternativas têm menor impacto para a sociedade, e grande potencial de resultados no curto prazo. A trajetória de transição deve contar também com o incremento gradual de energias renováveis na matriz energética, como as de fonte eólica, solar e biocombustíveis. Este incremento é previsto pelos cenários de transição, em que as estratégias da Petrobras se baseiam. A diversificação de portfólio com adição de energias renováveis representa um aproveitamento de potenciais regionais, expandindo as oportunidades da transição energética, como geração de empregos e renda, e ampliação da oferta e acesso à energia de baixo carbono. Adicionalmente, a indústria de energia pode contribuir na transição energética com sua capacidade financeira, humana, de desenvolvimento tecnológico e de execução de projetos. E é importante frisar que cada país possui suas vocações regionais para produção de energia e para aplicação de tecnologias de mitigação de emissões, como captura de carbono e soluções naturais. Inúmeras trajetórias são possíveis para atingir os compromissos dos países alinhados ao Acordo de Paris, com diferentes custos e distintos benefícios sociais e impactos ambientais. A definição do mix depende de discussões globais integradas, considerando especialmente a oferta de energia, a demanda e o limite de emissões de carbono, além da integração das agendas globais de desenvolvimento sustentável e ação climática. O petróleo e o gás têm um papel relevante nesta trajetória, especialmente para setores de difícil descarbonização.

Então, as estratégias de enfrentamento da urgência climática, no cenário de transição energética e desenvolvimento sustentável dependem das circunstâncias econômicas, sociais e ambientais de cada país ou região. Tanto a redução do consumo e produção para alcançar sustentabilidade (degrowth), quanto o crescimento econômico com menor impacto ambiental (decoupling) podem combinar-se nas trajetórias dos países, para atendimento às suas NDCs. Este desenho faz parte das políticas públicas, das discussões dos planos setoriais, e revisão das trajetórias-alvo das NDCs. Adotar uma abordagem integrada que fortaleça as sinergias entre as agendas globais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a ação climática é crucial para enfrentar os desafios interconectados do desenvolvimento sustentável e das mudanças climáticas. A Transição Justa é um atributo da trajetória de descarbonização, além da redução de emissões. Visa a proporcionar a transição de economias e empresas para atividades de baixo carbono socialmente justas e ambientalmente sustentáveis, promovendo o diálogo social entre empregadores, sindicatos, governos e comunidades. Tem o respeito aos direitos humanos como peça central, e tem forte relação com a criação de trabalho decente e empregos de qualidade, de acordo com prioridades de desenvolvimento definidas em nível nacional. O Brasil possui uma posição destacada na intensidade de carbono reduzida de sua matriz energética, e possui potencial para ampliar a oferta de energia de baixo carbono a partir de petróleo, gás natural e energias renováveis. Neste contexto, a colaboração indústria-governo-academia pode acelerar o desenvolvimento e a competitividade das fontes de energia de baixo carbono, contribuindo para a redução da pobreza energética. Com a superação progressiva dos desafios tecnológicos, ao avançar para a implementação de novos projetos e parcerias, será imprescindível reforçar a agenda de diálogos colaborativos com as partes interessadas sobre a garantia da proteção ambiental (além da descarbonização) e dos ganhos sociais (além dos empregos e renda), com o objetivo de alcançar uma transição energética que beneficie a todos, e contribua para um futuro sustentável. É essencial focar no respeito aos direitos humanos em todas as relações, tanto diretas quanto indiretas, ao longo de toda a cadeia, com foco especial nos direitos dos povos indígenas e das comunidades já vulneráveis. A Petrobras desempenha um papel importante no avanço do desenvolvimento sustentável do Brasil, e reafirma seu compromisso com a transição energética, pautando-se pelo respeito aos direitos humanos, para ampliar a oferta e o acesso à energia e produtos de baixo carbono. Nesse sentido, busca o diálogo e a colaboração com suas partes interessadas, para acelerar o desenvolvimento de oportunidades em energias renováveis e na descarbonização de suas operações em óleo e gás, integrando as vocações regionais à geração de valor e à expansão de empregos de qualidade.

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Bons ventos

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Elbia Gannoum, Presidente Executiva da ABEEOLICA - Associação Brasileira de Energia Eólica

ara entendermos tudo o que envolve a transição energética que vivemos, é muito importante entendermos que a sociedade está vivendo uma transição econômica; estamos partindo de uma de um modelo de economia fundamentada em carbono para uma economia de Baixo Carbono, com o objetivo de zerar as emissões, alcançar o netzero em 2050. E é uma transição econômica global e, nesta mudança, está inserido o conceito de transição energética – tendo em vista que energia responde por mais de 80% das emissões globais. Reduzir as emissões e a transição energética se tornam centrais nesta discussão de transição econômica de um modelo de economia linear para uma economia mais circular, em que se alocam melhor os bens e os recursos naturais; para que esses recursos não faltem e o ser humano não cause ainda mais impacto no planeta. É importante entender que nós precisamos sair de uma sociedade fundamentada no petróleo, no hidrocarboneto, para uma sociedade zero carbono. Essa transição energética para zero carbono virá, de um lado, do desenvolvimento de tecnologias para capturar o carbono daqueles combustíveis que têm carbono, como o petróleo e o gás natural. Então, você faz captura de carbono, reduz a emissão e desenvolve fontes renováveis de energia como a eólica, a solar e outras. Por outro lado, pára de produzir com recursos naturais que tenham emissão de carbono. O conceito de transição energética justa está fundamentado em uma verdadeira transformação da sociedade e da economia, já que se vai mudar o uso dos energéticos de maneira a não prejudicar os processos de crescimento e desenvolvimento econômico e social. E, para fazer isso acontecer, é preciso conhecer e reconhecer as especificidades econômicas, sociais, políticas e geográficas das regiões que estão em transição. E também reconhecer que cada país terá uma característica específica na sua transição, porque cada um vai partir de um ponto diferente, no que se refere a energia. Somente ao considerar essas características e especificidades é que se consegue fazer uma transição energética justa. E sempre há aquela dúvida, de ser justa para quem? O ponto é considerar as especificidades econômicas políticas sociais geográficas, e mesmo os aspectos culturais. Porque uma transição energética em um país desenvolvido é muito diferente de uma transição energética em um país em desenvolvimento; em um país rico em recursos naturais renováveis essa transição é muito distinta de uma transição ener34

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gética em países que só possuem hidrocarbonetos. Então, todos esses fatores precisam ser levados em conta, e talvez esse seja O grande desafio da sociedade e da transição energética, entendida como algo maior, para a humanidade. Porque, se você parte de situações distintas, não pode esperar o ideal em todas as situações; somente juntos vamos chegar ao net zero em 2050, a uma sociedade em que se provoca o mínimo de impacto possível. Na África, por exemplo, ainda existe muito uso da lenha, inclusive para cozinhar, então, nesses lugares, sair da lenha para cozinhar com gás já é uma transição; e ela é justa porque você melhora diversos índices; e ela é um primeiro passo necessário. Logo, o mix possível não é igual em todos os países, justamente porque cada um parte de um ponto diferente. Estudos têm mostrado é que necessário estar em 2050 com uso predominante de energias renováveis e tecnologias de descarbonização. Isso ainda não significa emissão zero, mas poucas emissões compensadas, seja por captura de carbono, seja produção de novos materiais, seja com técnicas de reflorestamento, etc. E, possivelmente, lá na frente, o mundo alcance o Net Zero, mesmo com países com Mix distintos. Ao analisar esse cenário, nota-se a importância do mercado de carbono, porque ele vai permitir o comércio de emissões entre os países justamente por conta das diferenças entre esses países. E não dá para você pensar em transição energética justa sem repensar o conceito de produção, distribuição e alocação de recursos. E esta é uma discussão de conceitos de economia, focando na locação de recursos escassos para fins alternativos. Essa alocação do processo de produção e distribuição precisa ser repensada para ser inclusiva. E aí existe um conceito muito importante associado: crescimento econômico. A professora Kate Raworth, da Universidade de Oxford, escreveu um livro, em que discute uma alternativa ao crescimento como tradicionalmente analisado. Economia Donut: Sete maneiras de pensar como um economista do século XXI – nome do livro – traz um conceito que inclui os limites planetários no novo modelo de desenvolvimento para uma mudança de paradigma considerada necessária para combater a crise financeira. O Donut faz referência ao visual de uma rosquinha, onde o buraco do meio representa os aspectos sociais para a manutenção de uma boa qualidade de vida, e a borda mostraria os limites planetários. Tradicionalmente, aceitava-se a ideia de que o crescimento de economia era linear, então ela ia crescer incessantemente na medida em que a sociedade evoluísse, que investisse em tecnologia, na medida em que a população crescesse. Essa


Matéria de Capa visão incluía o crescimento a qualquer custo, sem limites ambientais, e com muitas distorções sociais. O que a autora propõe é um crescimento que precisa ser pensado dentro de um limite do próprio planeta, e o limite da própria sociedade. Não se pode mais pensar em uma economia que vai crescer sem olhar para suas consequências, para o que a economia chama de externalidades negativas. A saída é um olhar mais circular da discussão, não apenas aquele conceito básico de economia circular baseado no reuso, mas também reciclagem, economia de recursos, etc... Precisamos fazer agora essa transição econômica global, de uma sociedade fundamentada do fóssil no petróleo, para uma sociedade não emissora de gases do efeito estufa; precisamos redirecionar nossos investimentos e repensar nossos processos produtivos – que continuam os mesmos. Não existe outra saída. A maneira de alocar e distribuir os recursos tem de ser diferente, mas eu não entendo que isso

signifique uma dissociação completa do crescimento, e tão pouco um decrescimento. No novo modelo proposto pela Economia Donut, uma economia é próspera quando as bases sociais de todos são satisfeitas, sem esgotar os recursos do planeta, e sem ultrapassar nenhum limite ecológico. Essas bases seriam a segurança alimentar, saúde, educação, renda e trabalho, paz e justiça, voz política, igualdade social, igualdade de gênero, habitação, vida em sociedade, energia e água. Os limites planetários seriam: mudanças climáticas, acidificação dos oceanos, poluição química, poluição por nitrogênio e fósforo, excesso de uso de água doce, conversão de terras que danifique ou remova o habitat da vida selvagem, perda de biodiversidade, poluição do ar e destruição da camada de ozônio. Os principais modelos econômicos até agora ignoraram os ambientes, omissão que só foi possível enquanto não sobrecarregou o meio ambiente do planeta. A mudança é inevitável.

Com todo o gás

Renata Isfer, Presidente Executiva da ABIOGÁS - Associação Brasileira do Biogás

A

ABiogás é a Associação Brasileira do Biogás. Somos responsáveis por difundir e fazer o setor de biogás e de biometano alcançar todo o potencial que tem. Temos mais de 150 associados, que vão, desde o produtor do biogás e do biometano, passando pelos fornecedores, transportadoras de gás, distribuidoras e inclusive, consumidores. Então a ideia é sempre chegar com soluções integradas que façam sentido para a cadeia como um todo. O biogás é uma fonte de energia gerada a partir de resíduos – resíduos que podem vir desde aterros sanitários, saneamento, resíduos do setor agropecuário, da indústria sucoenergética, de proteína animal. É um passivo ambiental que você transforma em energia renovável, porque vai fazer um aproveitamento do metano, que naturalmente seria expelido para a atmosfera, mas, nesse processo, você captura isso. E transforma em combustível que, no final, vai até emitir gás carbônico, sim, mas que é 20 vezes menos danoso que o próprio metano que a gente capturou. E, a partir disso, se você fizer uma purificação para alcançar os padrões de especificação, se torna biometano – um combustível de segunda geração renovável, que pode ser utilizado para substituir o gás natural ou o gás de cozinha, e também o diesel no setor de transporte – usando tecnologia em caminhões de GNV, e especialmente nos veículos pesados. Nessa etapa, ele reduz em 90% as emissões de um caminhão a diesel. A transição energética justa... A transição energética é

um movimento que já aconteceu outras vezes na história da humanidade, em que você deixa de usar uma fonte de energia que era a principal, e troca por outra. Então, a gente já teve lenha, já passou pela era do carvão e do vapor, veio para a era do petróleo. As transições eram motivadas por questões financeira e de poder calorífico, mas, hoje, por conta de todas as questões referentes às mudanças climáticas, a gente está, pela primeira vez, fazendo uma transição energética de combustíveis que são muito poluidores, para combustíveis renováveis. Essa é a grande diferença. Mas a gente fala em transição energética justa, né? Porque hoje ainda existe no mundo uma desigualdade muito grande, entre pessoas e países. Principalmente no sul global, onde ainda existem pessoas que, ou não têm sequer acesso à energia, ou que não conseguem pagar por uma energia de valor mais alto. E a transição energética? Como a gente está indo para esses combustíveis renováveis, que ainda são mais caros, demandam novos investimentos, temos de fazer isso de uma forma que essas pessoas não sejam prejudicadas, para que elas não percam acesso à energia. A transição então tem de ser feita de uma forma que reduza as desigualdades, ao invés de aumentá-las, inclusive entre países, e assim ser justa, principalmente com quem tem menos oportunidades; tem de garantir qualidade de vida e acesso às necessidades humanas básicas. E, hoje, a energia é uma necessidade humana básica, certo? Tem de garantir que as pessoas que, no extremo da cadeia, tenham esse acesso. Ela só vai ser justa se for para

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Fernanda Delgado, ABIHV

Carla Primavera, Heloisa Borges, BNDES EPE

Renata Isfer, ABIOGÁS Elbia Gannoum, ABEEOLICA

todos, e tem de considerar as desigualdades sociais. O Brasil está preparado para produzir o biogás, a tecnologia já está desenvolvida, mas, para ele alcançar todo seu potencial, é preciso ganho de escala. Para conseguir alcançar todo o potencial, é necessária infraestrutura de escoamento; criar hubs logísticos, para que a oferta e a demanda se conversem. É preciso fazer um planejamento, porque, se não for planejado, a oferta fica esperando a demanda, a demanda fica esperando a infraestrutura, a infraestrutura fica esperando a oferta, e nada sai do lugar. É preciso, então, uma política pública para fomentar esse entrosamento, que pode incluir o hidrogênio. O biogás, por ser na sua composição o metano – CH4, tem hidrogênio dentro dele, o que o torna em uma das formas de se produzir hidrogênio renovável. Esse hidrogênio pode vir, tanto pela eletrólise do próprio biogás, quanto pela rota do vapor que, em tese, é até mais eficiente em termos energéticos, gerando mais energia proporcionalmente do que via eletrólise. Sim, elas existem! acho importante complementar que as mulheres são muito mais afetadas pela transição energética ... teve um levantamento feito na Europa em que a Hillary Clinton falou na COP, que mostra que existem muito mais mortes pelas ondas de calor entre as mulheres do que entre os homens. São as mulheres que estão ali cozinhando à lenha, quando não têm acesso à energia, e são as mulheres que, enfim, são mais penalizadas por todas as consequências das mudanças climáticas. Então, quando a gente fala de transição energética justa, também tem de lembrar da questão de gênero. E sim, as mulheres têm de participar dessa tomada de decisões. Nós temos de estar junto com os homens nesses planejamentos, para fazer isso sair do papel o quanto antes pela própria sobrevivência do nosso planeta. A mensuração do quanto biogás pode fazer. Primeiro em termos de descarbonização, como eu já mencionei, ele reduz 36

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em cerca de 90% a emissão, quando comparado com o diesel. Mas, no geral, numa média com os outros combustíveis fósseis, você fica entre 80 e 90% de redução das emissões de gases de efeito estufa. Em termos de volume... hoje a gente só aproveita 2% dos nossos resíduos. Temos uma produção aí de cerca de 1.000.000 de metros cúbicos por dia de biometano, e de 5.000.000 de metros cúbicos por dia de biogás. E, quando você olha o biometano, ele é muito comparável ao gás natural, porque pode usar a mesma infraestrutura, é totalmente intercambiável. Hoje, o biometano representa menos de 1% do mercado de gás. Mas o potencial do Brasil, se a gente aproveitar todos os resíduos, é de 120.000.000 de m3/dia, ou seja, a gente pode produzir mais do que o suficiente para todo o mercado que existe hoje de gás natural. Isso é muito relevante em termos de protagonismo e de oportunidade. Na verdade, o biometano não vem para competir com o gás natural, mas para aumentar e fortalecer esse mercado, porque ele vem para novas demandas locais, está perto do consumo, perto da demanda, pode ser utilizado para a descarbonização do transporte pesado e pode substituir o GLP também, que é um combustível fóssil que está em 98% das casas! O biogás é uma boa alternativa, em termos de investimentos – ele deve receber, até 2030, algo em torno de R$40 bilhões –, em geração de empregos, geração de renda, tributos que vão para o Estado, enfim, ele ajuda, tanto no lado da transição energética, quanto no lado de essa transição ter um caráter social, por sua alta empregabilidade. Teve um estudo do Instituto GEF Biogás, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que apurou que, aproveitando todo o potencial do biogás, se conseguem gerar 780.000 empregos, ou seja, quando a gente fala em transição energética justa, é por aí que a gente tem que pensar...


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Novo herói

Fernanda Delgado, Diretora Executiva da ABIHV - Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde

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mundo já fez uma série de transições energéticas, mas transição energética para a gente hoje é transitar para uma economia de baixo carbono. E esse conceito do justo, vai, na verdade, na direção de juntar a sociedade. A gente precisa juntar essa questão ecológica, para não deixar ninguém para trás, precisa gerar prosperidade e gerar uma inclusão na totalidade da sociedade, para que se criem empregos de qualidade, oportunidades para trabalhar de forma coletiva. Então, governo, empresa, trabalhadores, investidores, organizações-não-governamentais... todo mundo tem de pensar em novas oportunidades de incentivo às energias renováveis. Serviço, mobilidade, agricultura, tudo isso tem de ser mais sustentável, mais resiliente, mais próspero... Toda indústria pensando de forma a criar novos valores para a diminuição progressiva dos energéticos que vão sair de linha, então, por exemplo, quando do phase out do carvão, dos combustíveis fósseis, e como você reorganiza a sociedade em direção a isso e depois disso? Você tem de atingir o objetivo da estabilidade da temperatura da Terra, e isso tem impactos desiguais em regiões do mundo, até em regiões do próprio Brasil. Então, como você não deixa ninguém para trás, nesse sentido? A verdade incômoda que a indústria precisa aceitar é que a transição bem-sucedida para uma economia de baixo carbono exige uma procura muito menor por petróleo, gás e carvão, o que significa reduzir as operações de hidrocarbonetos ao longo do tempo – e não as expandir. Não há como contornar isso (IEA, novembro, 2023). Precisamos privilegiar, com incentivos e benefícios, o que nos levará para frente, para o futuro, para a nova ordem econômica mundial verde, e não para o passado. O recurso público deve passar por uma reengenharia inteligente para realocação, na direção correta de uma economia de baixo carbono. E como o hidrogênio colabora nessa transição? Não mais o hidrogênio como energético, mas como um descarbonizador do processo produtivo. Então, até para você fazer um aço menos intensivo em carbono ou fertilizante menos intensivo em carbono, minério de ferro menos intensivo em carbono, fertilizantes... em tudo isso, o hidrogênio verde ajuda a descarbonizar os processos produtivos. Então veja, a partir do ano que vem, quanto mais intensivo em carbono o produto for, mais taxado ele vai ser nos mercados internacionais, na União Europeia, nos Estados Unidos, no Japão. Descarbonizar é um processo que não tem volta, então, como mantermos 27% do nosso PIB da agricultura, 12,5% do nosso PIB que é a toda a parte da indústria e da manufatura. Uma boa parte disso, que é minério de ferro e até o próprio petróleo... você precisa trazer essa intensidade de carbono cada vez pra baixo, e o hidrogênio verde tira o energético

fóssil, conduzindo o processo para a descarbonização. E disso você não tem como escapar, de trazer a intensidade de carbono para baixo, e nisso o hidrogênio pode colaborar. Aí você fala de disputas antagônicas, sim. São interesses antagônicos e disputando os mesmos recursos. Por exemplo, quando você fala em recurso público, hoje você tem R$ 118 bilhões por ano em subsídios tributários, creditícios e financeiros para os combustíveis fósseis e, de forma geral e dentro disso, um bilhão por ano para o carvão, sim, quase um bilhão por ano para o carvão. E ainda conseguimos, às vésperas da COP 28, uma extensão desses subsídios... Enquanto você tem uma parcela muito menor para os energéticos renováveis, que precisam ser incentivados, então você precisa ter uma engenharia do uso dos recursos públicos, para que você caminhe na direção do melhor uso desses incentivos... Para que você privilegie quem descarboniza. Então, precisa de proteção ao mercado, mas isso tem de ser usado de uma forma inteligente, na direção correta de uma economia de baixo carbono, já que o Brasil precisa estar inserido numa nova ordem econômica mundial verde. Então, na verdade, o recurso público é um saco finito. Por isso tem de ser olhado. E vai ter de sair de um para encaixar em outro, mas tem de privilegiar o que vai levar a gente para uma economia de baixo carbono, menos intensiva em emissões de gases de efeito estufa. Então, o Brasil tem de reordenar melhor o uso do recurso público. E você pergunta se o hidrogênio é uma fonte mais universal... eu diria que o hidrogênio não é só uma fonte de energia, na verdade, o hidrogênio é um energético, ele é um complemento, é universal. Em que sentido? Eu acho que o hidrogênio tem um papel importante nesse processo de descarbonização. Tem coisas que a gente não vai ter. Como não vai ter como fugir do processo de descarbonização da economia em direção à economia de baixo carbono. A gente não vai ter como fugir porque a gente tem de atender os compromissos ambientais internacionais, de que o Brasil é signatário. A gente tem, não só o Brasil, mas outros países também. E não se pode fugir dessa discussão. A gente tem de inserir o Brasil nessa nova ordem econômica mundial verde, nessa transição que todos os países estão buscando. Isso significa emprego, geração de renda, desenvolvimento tecnológico. E hoje o hidrogênio verde é a melhor saída que a gente tem. Isso não significa que se encerra, que é o fim, né? O desenvolvimento tecnológico é contínuo, e a gente pode ter outra saída tecnológica futura, o desenvolvimento segue, assim como a energia eólica foi um despontar tecnológico, há 20 anos, depois a energia solar foi um despontar tecnológico e, hoje, o hidrogênio verde é a solução melhor que a gente tem, tá na mão. no 394

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Dados confiáveis

Heloisa Borges, Diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE - Empresa de Pesquisa Energética

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ransição energética justa.... é um processo de mudança na estrutura da matriz energética primária. Nesse caso, o grande debate da matriz energética primária mundial. Mas, a gente poderia falar de cada país fazendo a sua transição, da mudança de estrutura da sua matriz, um processo complexo, marcado por uma coexistência longa entre algumas fontes – fontes tradicionais e as que vão substituindo-as por natureza. É um processo não linear, e o mundo já passou por outras transições. Essa transição energética é marcada pelo fato de que, pela primeira vez, está sendo impulsionada, não por um objetivo de eficientização da produção ou uma questão econômica de disponibilidade de recursos ou ainda de custo dos recursos, mas está sendo impulsionada pela necessidade de combate às mudanças climáticas, que não é só sobre energia, certo? E isso tem de ficar bem claro: o combate à mudança climática não é só sobre energia; a energia não responde integralmente pelas emissões globais, mas ela é uma parte importante, significativa dessa equação. Por exemplo, no Brasil, os usos energéticos são responsáveis por quase 1/3 das emissões de gases de efeito estufa que a gente tem. E também existe uma pressão de expansão do mercado de transição, da mudança dessa nossa matriz energética. O conceito de transição energética justa pressupõe que essa mudança esteja apoiada em medidas que equilibrem os custos e benefícios das mudanças, e equilibrem o quanto custa com o quem arca com esses custos. Então se está falando de uma mudança de sistemas, em que todas as comunidades, todos os trabalhadores, todos os países, todos os consumidores, vão ser afetados. Sim! Então, é preciso fazer com que isso aconteça de forma a garantir o bem-estar de todos. No Brasil, a gente usa como pressuposto, isso bem claro no capítulo de impactos socioambientais da expansão energética lá no PDEO, o pressuposto de que uma transição energética justa tem de ser apoiada em medidas que visam a aumentar o bem-estar social. É como, por exemplo, a promoção do amplo acesso à energia limpa de qualidade, a busca por um sistema energético resiliente e seguro. Então, essas questões, os impactos da energia no bem-estar social, é o que a gente (EPE) está olhando. Também significa garantir acesso à energia, porque a energia é central para o desenvolvimento socioeconômico dos países. E a gente não quer só uma energia limpa, a gente quer uma energia limpa, que garanta a capacidade de pagamento das famílias. É importante olhar a competitividade do sistema produtivo, para garantir o acesso aos serviços de energia: muita gente comete o erro de considerar que a questão da transição justa é só uma questão de requalificação, de força de trabalho, porque esse 38

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conceito surgiu lá no início das discussões sobre uma transição justa. E não tem como ser diferente, é com movimentos, sindicatos para proteger trabalhadores afetados por novas regulamentações, mas vai muito além da necessária proteção de empregos ou a migração de força de trabalho.As formas como as diferentes fontes podem colaborar para essa transição é mensurável. Isso está em todos os modelos. Isso é a base, medir para viabilizar e equilibrar esse papel das fontes na garantia de uma energia que seja sustentável, segura e acessiva. Uma transição que seja integrada, que seja justa, exige visão muito plural e muito diversa. E essa contribuição vai depender do ponto de partida de cada país, de quais recursos se tem para planejar o futuro, e quais tecnologias estão disponíveis; no caso brasileiro, a gente tem abundância de recursos. A gente já tem uma matriz muito limpa. Parte do nosso desafio agora é ampliar o acesso à energia, mantendo elevada a participação das fontes renováveis na matriz. Então, a gente quer garantir que as emissões decorrentes da produção do uso de energia continuem baixas, porque elas já são baixas no Brasil, então, essa é a principal estratégia do nosso setor. E existem vários mix possíveis. No documento chamado Cenário de Descarbonização do Brasil, no nosso programa de transição energética, a gente construiu 3 cenários de neutralidade de carbono. Então são 3 cenários possíveis. E, nos três, o Brasil faz a sua transição energética completa – fez a transição, atingiu a neutralidade de carbono, e cumpre as nossas metas para limitar o aquecimento global. E, em cada um desses cenários, se tem um mix diferente de matriz energética. Porque, na forma como se faz a transição, importa o conceito de transição justa – aumentando o bem-estar social, garantindo acesso à energia, construindo a neutralidade em carbono. O caminho não é igual em todos os países, nem mesmo único. E é preciso destacar que especificamente o petróleo, o gás natural e os biocombustíveis têm um papel fundamental na transição justa, que a diversidade de fontes tem um papel fundamental. Porque é no momento em que a gente provoca mudanças abruptas, com muitos custos para a sociedade, que essa transição deixa de ser justa; em qualquer cenário de descarbonização, a gente ainda tem a presença de hidrocarbonetos na matriz energética global. A sociedade brasileira quer garantir que a gente consiga produzir nossos recursos de forma inclusiva, de forma sustentável, com baixas emissões de carbono, e usando essa geração de emprego e renda para impulsionar o desenvolvimento do país. Então, para o Brasil, não tem transição energética justa que não inclua a nossa indústria do petróleo.


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BNDES alinhado ao Acordo de Paris

Carla Primavera, Superintendente da Área de Transição Energética e Clima da Diretoria de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES “O BNDES tem o compromisso de alinhamento contínuo ao Acordo de Paris, contribuindo para a neutralidade do Brasil em 2050, e potencializando investimentos para a transição energética justa no país. Acreditamos que a agenda climática e de transição energética está integrada à promoção de uma transição justa na economia brasileira, com justiça climática e conservação e restauração de nossos biomas. Este esforço deve ser feito pelo BNDES em conjunto com outros bancos (públicos, privados, bancos multilaterais), com o Governo Federal e governos estaduais e municipais e em alinhamento com a comunidade internacional. O Banco Mundial estimou a necessidade de investimentos adicionais de mais de 1% do PIB, até 2050, para garantir uma transição justa. Entendemos que outros bancos irão financiar também a transição, abarcando empresas que não são clientes do BNDES, ou que são clientes e buscam diversificar fontes. É necessário conciliar diversas fontes de financiamento, para atender a diferentes nichos de clientes e projetos, de forma a cumprir os compromissos climáticos brasileiros (NDC). Além disso, o BNDES historicamente oferece financiamento em parceria com outros bancos, que atuam como agentes financeiros repassadores de seus recursos. O BNDES tem um longo histórico de apoio à energia limpa. O Banco é o maior financiador de energia renovável do mundo, de acordo com levantamento da BloombergNEF. Ao financiar os projetos, o Banco induz as empresas a realizarem esses investimentos, seguindo práticas de sustentabilidade, além de avaliar diversos aspectos financeiros e não-financeiros das operações. Considerando os últimos 22 anos, em que a matriz elétrica se diversificou e cresceu 150% – com a maior presença das novas renováveis, como eólica e solar –, o BNDES contratou 79 GW em projetos de geração. Esse valor equivale a 70% da expansão observada no país no mesmo período. Do total financiado, 86% da capacidade de geração estava associada a projetos de energias renováveis. O apoio do BNDES a projetos renováveis, nesses 22 anos, chega a R$ 140 bilhões em valores contratados, e viabilizou a realização de R$ 245 bilhões em investimentos. Além disso, o BNDES também avalia o perfil ESG de sua carteira: mais de 65% da carteira de financiamento dire-

to tem benefícios para o desenvolvimento social ou economia verde, o que reforça a vocação do Banco em promover uma transição justa. O BNDES tem financiado diversos tipos de projeto no Brasil, tais como soluções de transporte urbano limpo (BRTs, metrôs e VLTs), saneamento e resíduos sólidos (incluindo também o uso energético de resíduos, gerando biogás e biometano), produção de biocombustíveis, restauração e conservação florestal, entre outros.

De fato, em uma perspectiva de promoção do desenvolvimento, mas também de proteção de risco bancário, vale observar que impactos climáticos irão atingir de forma mais intensa países em desenvolvimento e agroexportadores, como o Brasil. Países mais vulneráveis são aqueles com maior déficit em infraestrutura econômica e social. A transição energética precisa ser justa, para diminuir a penalização dos mais pobres, mas também para gerar mais e melhores empregos verdes. Essas medidas para transição justa vêm acompanhadas de uma forte governança, e de processos para investimentos socioambientais. O BNDES tem rating ASG A+ pela Moody’s, e apoia seus clientes na adoção de melhores práticas de sustentabilidade. Projetos de gestão climática, descarbonização e digitalização de empresas são exemplos de investimentos que o BNDES financia. São financiáveis no produto BNDES Crédito ASG, por exemplo, a redução de emissões de GEE, o uso de tecnologias sustentáveis, economia circular e responsabilidade social corporativa. O Fundo Clima também apoia esse tipo de projeto, com foco em iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e voltadas a uma transição justa.

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Uma vitória do gerúndio @COP28UEA

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ais de dois mil lobistas de combustíveis fósseis tiveram acesso à cúpula da COP28, de acordo com análise da coalizão Kick Big Polluters Out (KBPO). Isso era esperado, já que essa seria uma COP (Conferência das Partes da United Nations Framework Convention on Climate Change UNFCC/ Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), focada na eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, e reverberaria mais o apelo dos países do Sul Global, de alguns círculos da ONU e da sociedade civil em geral, para expulsar os poluidores das conversas. Mas o lobby não é exclusividade das petroleiras. Outras indústrias poluentes, profundamente implicadas na crise climática, também tinham representantes no evento. Este ano, pela primeira vez, graças à pressão sustentada da sociedade civil, as pessoas que participaram na COP28 foram obrigadas a declarar quem representam, revelando muitos lobistas que provavelmente teriam participado incógnitos, ou quase: no ano passado, a BBC divulgou que o presidente-executivo da BP, Bernard Looney, estava registrado como delegado dos países pobres

para a COP27, constando nas listas oficiais da ONU como delegado da Mauritânia, um país da África Ocidental, onde a BP tem grandes investimentos. Então, era compreensível a dificuldade de chegar a um texto final que iniciasse o fim da Era do petróleo – como se esperava. Mas o documento precisava ser elaborado. O primeiro texto/draft da COP28 tinha o objetivo de atrair negociadores dos países presentes à cúpula para que revelassem suas demandas e levassem as discussões adiante. E assim foi: depois do primeiro draft, as partes rapidamente apontaram seus limites. A presidência da COP28 queria alcançar um resultado histórico, e o draft sugeria oito medidas para reduzir as emissões. Uma delas, “reduzir tanto o consumo como a produção de combustíveis fósseis, de forma justa, ordenada e equitativa, de modo a atingir o zero líquido até, antes ou por volta de 2050”. Mais de 190 países assinaram o documento que ainda proporciona alguma liberdade aos produtores de petróleo e gás, já que não estabelece um calendário rigoroso para a transição, e apoia a chamada tecnologia de captura e armaImagem: Instituto Swiss Re

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Matéria de Capa zenamento de carbono, na qual os combustíveis fósseis ainda são queimados, mas as emissões de dióxido de carbono são capturadas e armazenadas. “O mundo precisava encontrar um novo caminho. Seguindo a nossa Estrela, trabalhamos arduamente, para garantir um futuro melhor para o nosso povo e para o nosso planeta. Deveríamos ter orgulho de nossa conquista histórica”, disse o presidente da COP28, Dr. Sultan Al Jaber, durante seu discurso de encerramento. Ainda não foi dessa vez que uma COP agradou gregos, troianos e o meio ambiente. Mas, o documento final da COP28 (Global StockTake – GST) direciona a transição para a eliminação da produção e consumo dos combustíveis fósseis. O texto é tecnicamente um reconhecimento histórico dos líderes mundiais, mas não é vinculativo, e deixa lacunas, através das quais os países podem contornar os seus compromissos. Um primeiro passo para o começo do fim só pode acontecer ‘dando nome aos bois’. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o sucesso da COP28 depende da adoção de uma linguagem clara sobre o uso de combustíveis fósseis. “A métrica do sucesso da COP depende da linguagem em relação aos combustíveis fósseis. É preciso uma linguagem clara em relação a essa questão, para viabilizar os meios para a adoção de energias renováveis e os meios para tirar o pé do acelerador dos combustíveis fósseis”, disse a ministra. Na abertura da COP28, os negociadores concordaram em colocar em funcionamento o fundo de perdas e danos, adotando as recomendações do Comitê Transitório de Perdas e Danos. Desde a formação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, em inglês), no início dos anos 1990, os países vulneráveis pedem ajuda financeira, mas suas propostas vêm sendo rejeitadas. Perdas e danos no caso é um termo das negociações climáticas da ONU, para se referir às consequências das mudanças climáticas, que vão além daquilo a que as pessoas podem se adaptar, ou quando as comunidades não têm recursos necessários para colocar as ações possíveis em prática. As perdas e danos já afetam as comunidades mais vulneráveis, já são questões de justiça climática. Ani Dasgupta, Presidente e CEO do World Resources Institute, afirmou que “o fundo de perdas e 42

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danos será uma salvação para pessoas nos momentos mais difíceis, permitindo que famílias reconstruam suas casas após desastres, que produtores rurais tenham apoio, quando toda sua produção for perdida, e para realocar aqueles que forem permanentemente deslocados pelo aumento do nível do mar. O sucesso desse fundo vai depender da velocidade e da escala em que os recursos começarão a chegar às pessoas que precisam. (...) As pessoas em países vulneráveis enfrentarão até US$ 580 bilhões em danos relacionados ao clima em 2030, e esse número seguirá aumentando.” As perdas climáticas só deverão aumentar – para descobrir a melhor forma de nos adaptarmos, precisamos de uma forma de medir o valor dos nossos investimentos climáticos. Então... O relatório de 2023 sobre o estado da adaptação às mudanças climáticas no mundo, elaborado pelo PNUMA programa para o meio ambiente da ONU), constatou que o progresso na adaptação climática está desacelerando em todas as frentes, quando deveria estar acelerando para acompanhar os crescentes impactos das mudanças climáticas – em 2023, recordes de temperatura foram quebrados, tempestades, inundações, secas e ondas de calor causaram devastação e perdas significativas na agricultura. O relatório estima custos mais altos de adaptação do que estudos anteriores: os custos de adaptação em países em desenvolvimento estão em torno de US$ 215 @Reprodução bilhões/a nesta década, com aumento significativo até 2050; o financiamento para implementar as prioridades de adaptação, com custos para todos os países em desenvolvimento, está estimado em US$ 387 bilhões/a, de 2021 a 2030. Mas o mesmo relatório mostra que os fluxos de financiamento público multilateral e bilateral para a adaptação aos países em desenvolvimento diminuíram 15%, em 2021. Note-se que as 55 economias mais vulneráveis às mudanças climáticas já experimentaram perdas e danos de mais de US$ 500 bilhões, nas últimas duas décadas. O Swiss Re Institute postula que a adaptação climática cria estabilidade, apoia o desenvolvimento econômico, ajuda na construção de um mundo mais sustentável, ao mesmo tempo que apoia


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novos negócios e oportunidades de emprego. Estudos do Swiss Re Institute sobre a adaptação às catástrofes ambientais, como as inundações e o calor excessivo, mostram que os BCRs são métricas práticas – o BCR (Benefit-to-Cost Ratios) é a relação entre o custo e o benefício relativo, diferente do RoI (retorno sobre o investimento), que é a relação entre o benefício alcançado e o custo. Os BRC podem ser práticos, mas também revelaram falta de dados e de consenso. É por isso que a medição e a colaboração multilateral são fundamentais para desbloquear o financiamento para ações climáticas, e para obter dados e exemplos de iniciativas de adaptação eficazes. O nó é sempre o mesmo: dinheiro. E desatá-lo não é rápido. Um bom exemplo é como o Brasil está pensando isso: a ministra Marina Silva disse, no World Economic Forum 2024 (Davos), que estuda com os ministérios da Infraestrutura e das Cidades uma forma para decretar emergência climática em áreas mais vulneráveis a tragédias. Esse movimento demanda, contudo, mudanças nas licitações de obras para pelo menos mil municípios identificados como vulneráveis aos eventos climáticos extremos. “Estamos fazendo um plano para essas medidas mais estruturantes, para ver a possibilidade de decretar emergência climática nas regiões que são mais vulneráveis. Isso requer mudanças inclusive na lei de licitações, por-

que esses investimentos precisam ser mais acelerados, e com metodologias transparentes, que possam ser acompanhadas pela sociedade para evitar qualquer desvio de recursos públicos”, disse a ministra. Os governos, a indústria e o sistema financeiro não são os únicos trabalhando pró e contra as metas climáticas. Cada indivíduo que não cobra de seus agentes financeiros um compromisso sério com a transição energética pode estar ajudando a atrasá-la: cada um pode implementar soluções climáticas diretamente em sua própria vida, mudando a maneira como come, viaja, se diverte, e ainda descarbonizar seu sistema bancário – uma ação climática poderosa. De acordo com uma análise do Project Drawdown, cada 1.000 dólares que o americano médio guarda em poupanças, todos os anos, criam indiretamente emissões equivalentes a voar de Nova Iorque a Seattle. “Não costumamos analisar como os bancos estão usando o dinheiro que mantemos diariamente em nossa conta corrente, onde esse dinheiro realmente está circulando. Mas quando olhamos mais atentamente, vemos que ainda há muito combustível fóssil”, diz Jonathan Foley, diretor executivo do Project Drawdown, que publicou a análise que afirma que, ao mudar para um banco consciente do clima, seria possível reduzir essas emissões em cerca de 75%. no 394

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Reprodução do site atgas.org.br

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Governos, M Empresas e Sistema Financeiro na busca de um caminho possível

uitas empresas utilizaram a COP28 como plataforma para lançar iniciativas, e mais de 200 marcas se comprometeram a eliminar seu uso de combustíveis fósseis, gradualmente, engajando-se numa campanha denominada Fossil to Clean, da We Mean Business Coalition. Peter Bakker, diretor-executivo do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), afirmou que as empresas estabeleceram várias metas, mas não se veem resultados rápidos. Ele refuta o argumento de que o atraso é causado por greenwashing; atribui o fracasso a um desalinhamento entre as informações fornecidas nos relatórios de sustentabilidade e os dados para os mercados financeiros alocarem capital. A iniciativa privada, na COP28, parece ter trazido um caminho para que essas informações fluam melhor entre as diversas siglas dos sistemas de gestão de sustentabilidade: o CPAS, que significa “Sistema de Responsabilidade e Desempenho Corporativo Relacionado ao Clima”, e promete ajudar os departamentos financeiros a transmitirem aos mercados onde está o valor de cada ação climática. É pouco provável que esse guia sozinho mude a situação, mas ele é um primeiro passo em direção às metas do Acordo de Paris – que vão ser alcançadas de fato quando as questões climáticas estiverem integradas às decisões de todos os níveis. Esse movimento vai demandar que as empresas façam uma reengenharia de seus sistemas decisórios, com reflexos em seus relatórios públicos. Paul Polman – um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) – vê esperança na capacidade das empresas de transformarem rapidamente seus modelos de negócios, e cita o surgimento de matérias-primas, como a macaúba brasileira, que ele classificou como a única commodity net-positive do planeta, podendo ser usada como combustível, ração, alimento e fibra, tornando-se um produto de desperdício zero, que auxilia na agricultura regenerativa. E mais: a macaúba cresce bem em regiões áridas, necessitando de muito pouca água. Autor do best-seller “Net Positive”, Paul Polman contrariou a visão pessimista em torno da COP28, e disse acreditar na possibilidade de o mundo acelerar a transição energética, mantendo o aquecimento global na marca de 1.5 graus Celsius. Ele destacou a carta da We Mean Business Coalition, que reúne 131 multinacionais, com faturamento anual superior a 1.5 trilhões de dólares, conclamando os governos nacionais a transformarem o sistema energético global, em direção a uma eliminação completa dos combustíveis fósseis. Para ele, a transição verde deve ser vista como a maior oportunidade econômica em décadas, apesar de todos os desa-

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Matéria de Capa fios. “A descarbonização profunda requer que consideremos a natureza em cada etapa de nossa estratégia de transição”. Paul Polman esteve presente no lançamento oficial do projeto Seed to Fuel, capitaneado pela Acelen Renewables, que vai investir mais US$ 2,5 bilhões na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), e diesel renovável, a partir da macaúba. A expectativa é produzir 1 bilhão de litros por ano, o que vai reduzir em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil, tornando a empresa em uma das maiores produtoras de combustíveis renováveis do mundo. Estima-se que a plantação de alta energia vá capturar 80 milhões de toneladas de CO2, ao longo de 30 anos. O projeto Seed to Fuel pretende gerar 90 mil empregos em regiões pobres do Brasil, com um potencial de US$ 17 bilhões para as economias locais. Cerca de 20% do óleo de macaúba que será usado na produção de SAF e diesel deve vir de agricultores familiares, distribuindo renda e oportunidades no campo. Criada pela Acelen, empresa do fundo Mubadala dos Emirados Árabes Unidos, para capitanear o processo de transição energética, a Acelen Renewables é, para Polman, exemplo de um novo modelo de negócio realmente net positive, com capacidade de descarbonizar o setor de aviação em todo o mundo. “Lançamos a Acelen Renováveis aqui na COP28 para mostrar ao mundo o potencial do Brasil para um futuro mais sustentável. Vamos produzir diesel renovável e SAF, combustível sustentável de aviação, reduzindo em 80% as emissões de CO2, se comparado ao combustível tradicional. Este projeto já é uma realidade, em fase adiantada de engenharia, e em seus estudos de implementação agrícola em larga escala. Este é só o primeiro passo. O projeto é altamente escalável. Planejamos construir diversas outras unidades similares, de forma a maximizar o impacto do projeto e a contribuição para um futuro mais verde”, destaca Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis. O Seed to Fuel é um projeto único, da semente ao combustível, suportado por um ecossistema de parceiros estratégicos já contratados para o desenvolvimento agro, construção da biorrefinaria, certificação e comercialização dos combustíveis. Polman também ressaltou o papel do Brasil na transição energética mundial: o país tem 92% de sua energia proveniente de fontes renováveis – a maior parcela no G20 – e deseja tornar-se em uma “Arábia Saudita da energia verde”, nas palavras do presidente Lula da Silva, dentro de uma década. “Para aqueles que afirmam que a transição verde não pode ser alcançada, eu os instigaria a conhecer melhor o progresso alcançado pelo Brasil. O país estará à frente da revolução na indústria aérea e na indústria de energia, com consequências reais para a sobrevivência do nosso planeta” exaltou Polman. 46

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@MME/Reprodução

O secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, representou o Ministério de Minas e Energia (MME), durante reunião com a Acelen, na COP28. No encontro, que faz parte da agenda de atração de investimentos da delegação brasileira, foi reforçada a importância da colaboração entre Brasil e Emirados Árabes Unidos, e integração de investimentos privados e cooperação internacional para a transição energética.

Peter Eisner, diretor-adjunto do instituto Fraunhofer; Bernardo Estepha, especialista em descarbonização e sustentabilidade da Acelen; Daniel Donne, diretor da Carbon Asset Solutions; e Gustavo Goretti, MAPA coordenador-geral da secretaria de desenvolvimento sustentável e irrigação, participaram do painel realizado pela Acelen e pelo Instituto Freunhofen, que detalhou todas as características que comprovam a capacidade da macaúba de ser net positive. @Divulgação/Acelen

Mas tudo tem um custo. E o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou na COP 28 estudos do setor privado sobre investimentos necessários no Brasil para a transformação ecológica: o país requer valores adicionais da ordem de US$ 130 a US$ 160 bilhões por ano, ao longo


Matéria de Capa da próxima década, para custear o processo. O valor total ficaria entre US$ 1,3 trilhão e US$ 1,6 trilhão no período. Em seu discurso, Haddad afirmou que esses recursos seriam investidos em infraestrutura para adaptação, energia, indústria e mobilidade. “A boa notícia é que temos um histórico de capacidade de mobilização de investimentos e de criação de infraestruturas sustentáveis. Se hoje somos um gigante das energias renováveis, é graças a investimentos públicos”, disse Haddad. Segundo os estudos, essa transformação ecológica poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos, em todos os setores – com enfoque no segmento de bioeconomia, agricultura e infraestrutura. Diante de tamanha empreitada, Haddad citou como exemplos nacionais, que tornam o país “um gigante das energias renováveis”, a rede de hidrelétricas, o sistema elétrico unificado, a produção de etanol, e a atuação da Petrobras e outras empresas nacionais de ponta, na pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis. Como exemplos de medidas em processo de implementação, o ministro citou a criação de um mercado de carbono regulado, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, a definição de uma taxonomia nacional focada na sustentabilidade e a revisão do Fundo Clima. As iniciativas visam a criar condições para uma nova onda de investimentos, com o objetivo de concentrar tecnologias industriais, modernizar a ciência e qualificar a força de trabalho em âmbito nacional. Na ocasião, o ministro lançou o Plano de Transformação Ecológica, que reúne centenas de iniciativas que serão apresentadas até a COP 30, cuja sede será em Belém/PA. O Plano é um novo instrumento de engajamento diplomático, que reposiciona o Brasil no sistema internacional, e questiona paradigmas de desenvolvimento, ao vislumbrar um novo papel para o Sul Global no mundo contemporâneo. Trata-se de uma proposta que apresenta a regi,ão como centro da economia verde ao defender uma globalização ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva. “O Plano de Transformação Ecológica que eu tenho a honra de apresentar a vocês hoje visa a unir forças em torno de um objetivo histórico: interromper cinco séculos de extrativismo e destruição do meio ambiente, para posicionar o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável”, declarou o ministro, que aproveitou a ocasião para agradecer o apoio e o compromisso da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também presente no evento, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro elencou os Projetos de Lei sobre hidrogênio verde e a geração de energia eólica offshore, aprovados pelo Congresso Nacional, como setores cruciais para a transição energética que detêm enorme potencial para o país. O Brasil também revisou a Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC), para alcançar uma redução de 53% nos níveis de emissões em relação ao ano de 2005, meta climática mais ambicionada que a de vários países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos.

Diferente de outros olhares legítimos, o Brasil atua no sentido da concretude do nosso compromisso com o Acordo de Paris, como traduzir esse acordo em ações concretas. No Acordo de Paris, decidimos dar um passo significativo, e o Balanço Geral indicou que o que alcançamos até aqui não foi suficiente, então trabalhamos para sair daqui com as bases para viabilizar isso. Uma coisa muito importante foi o alinhamento em relação a todos os esforços que terão de ser feitos, a partir de agora, para atendermos aquilo que diz a ciência. Mas, é importante estabelecer aqui uma transição para o fim do uso de combustível fóssil. É algo que precisa ser devidamente alinhado. O Brasil trabalhou até o último minuto para que ficasse muito claro que os países desenvolvidos deveriam tomar essa dianteira. Uma outra questão que importante foi termos estabelecido que as NDCs devem estar associadas a todos os setores da economia que têm uma repercussão em relação às emissões de CO2 e a todos os gases que levam ao aquecimento do planeta, sem discriminar especificamente nenhum deles. “A tradução de uma transição justa acontece onde países desenvolvidos, na lógica do princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, tomam a dianteira para fazer avançar algo que há 31 anos não estava colocado. Os combustíveis fósseis nunca tinham entrado da forma como entraram agora, e com certeza isso é uma conquista”. A ministra defendeu que os países avancem na questão do fim do uso dos combustíveis fósseis, para que o Brasil não fique sob uma “pororoca de pressão”, em 2025, quando sedia a 30ª Conferencia das nações unidas sobre mudanças climáticas, COP30.

“O Plano de Transformação Ecológica é um processo evolutivo, assim como o desafio das mudanças climáticas. Ele buscará se adaptar a novos paradigmas, e desenvolver políticas públicas para atender, não apenas aos problemas do passado, mas também do futuro”, acrescentou Haddad, que classificou o Plano como um modelo realista, porém ambicioso, para a reinvenção do Brasil. A ministra Marina Silva frisou que “não só o que é novo, mas também o que vamos descontinuar: aquilo que leva à perda da biodiversidade e o aquecimento do planeta, sobretudo na transformação dos modelos insustentáveis de desenvolvimento do mundo”. Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) lembrou que o banco tem focado seus investimentos em ações que contribuam com o enfrentamento da crise climática. “Nós financiamos 30% de tudo que vai para a agricultura do país. Assim, queremos introduzir o compromisso da agricultura de baixo carbono no financiamento agrícola, com taxas de juros menores para quem tem o compromisso com essa agenda, assim como com o hidrogênio verde, o etanol de segunda geração e outras ações mais sustentáveis”. O BNDES, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnolo-

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Matéria de Capa @ Divulgação/MF

Tatiana Rosito (centro), no painel sobre blended finance. gia e Inovação, também divulgou cinco editais do programa Mais Inovação Brasil, para investimentos de quase R$ 21 bilhões em áreas voltadas ao desenvolvimento da economia sustentável brasileira. “O Plano de Transformação Ecológica é um reencontro do Brasil consigo mesmo. É o Estado brasileiro, a serviço da sociedade, mobilizando o que há de melhor em nós para superar uma pesada herança colonial de exclusão social, destruição ambiental, e subordinação internacional”, afirmou Haddad. Buscando amarrar essas ideias, o Ministério da Fazenda realizou, na COP28, um debate sobre os modelos de financiamento para projetos de sustentabilidade no painel “Conectando os pontos: financiamento climático por meio de blended finance”, mediado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito. “O capital e os esforços necessários para alcançarmos os objetivos do Desenvolvimento Sustentável não virão de uma única fonte, natureza ou perfil de investidores, exigindo que os atores públicos, privados e sociais ressignifiquem seus papéis, e aprendam a operar de forma coordenada, para gerar sinergias e soluções”, pontuou a secretária. O objetivo do painel foi promover a troca sobre oportunidades e instrumentos necessários, para aumentar o capital catalisador de fontes públicas ou filantrópicas para investimento em tecnologias limpas, infraestruturas de baixo carbono, modelos de negócios sustentáveis e medidas de adaptação para criar soluções sociais e benefícios ambientais. A expressão “blended finance” tem ganhado repercussão nos debates econômicos nos últimos anos, representando a conjugação de investimentos públicos ou filantrópicos que atraiam e atuem em sinergia com o capital privado. Para Rosito, estes novos instrumentos representam um movimento mais amplo de redefinição da forma de interação entre Estado, mercado e sociedade civil. “As estruturas de blended finance têm potencial benefício para além da simples atração do capital privado. A atuação colaborativa do setor público, privado e do terceiro setor fortalece a atuação individual de cada um desses setores, e pode ser fundamental para o enfrentamento de desafios de alta complexidade”, complementou a secretária. Participaram do painel o vice-diretor executivo do Green Climate Fund, Henry Gonzalez; a diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, Maria Netto; o presidente do Instituto Igarapé, Ilona Szabó; e a diretora 48

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de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O painel foi encerrado por uma palestra do responsável pela direção estratégica do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, Danny Alexander. Huang Runqiu, Ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, em seu discurso na COP28, afirmou que os frequentes desastres climáticos nos últimos anos fortaleceram o consenso global sobre a ação climática. Ele lembrou que, com o Acordo de Paris, todas as partes prometeram controlar o aumento da temperatura global dentro da meta, mas existe uma grande lacuna na implementação dos compromissos. Huang Runqiu destacou “que o mundo enfrenta atualmente uma crise geopolítica, uma crise energética e alimentar, uma recuperação pós-epidemia desigual e outras questões, especialmente à medida que a antiglobalização continua a se intensificar. Alguns países desenvolvidos implementaram medidas unilaterais e barreiras verdes em nome de clima, o que aumentará enormemente o custo global da ação climática. Ainda existe uma lacuna entre os países desenvolvidos na implementação dos seus compromissos, especialmente na prestação de apoio financeiro, técnico e de capacitação aos países em desenvolvimento”. Huang Runqiu disse que o balanço global deve “salvaguardar e implementar o Acordo de Paris, especialmente o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e a autonomia das contribuições nacionais; deve afirmar os esforços de todas as partes e os resultados positivos da implementação do acordo, e emitir um mensagem clara de unidade, cooperação e foco na implementação. Ao mesmo tempo, devemos proteger os direitos de desenvolvimento dos países, promover a transformação verde e justa no quadro do desenvolvimento sustentável e da redução da pobreza, e promover a resposta climática como um todo. As ambições de ação devem basear-se nos diferentes pontos de partida e nas condições nacionais de cada país, reforçar a cooperação internacional, e apoiar os países em desenvolvimento na implementação do tratado”. Em evento paralelo à COP28, a China apresentou seu processo de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) para mais de 80 representantes de governos, empresas, instituições de pesquisa e organizações internacionais, além de especialistas do Global Carbon Capture and Storage Research Institute, Sinopec Group, China Petroleum Corporation, China Huaneng Group, Northwest University e Grupo Tencent. Liu Chunping, vice gerente geral do Departamento de Gestão de HSE da Sinopec, destacou que a Sinopec deu um passo à frente na aplicação em escala e desenvolvimento industrial de um CCUS de um milhão de toneladas.


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Discussões de base na COP28 Uma COP é muito mais do que negociações sobre quanto os países vão reduzir de suas emissões. O encontro traz muitas discussões de base, que tratam das alterações climáticas através do viés do racismo, das políticas da mulher e de gênero, de tecnologia, da juventude e da infância, da garantia da alimentação e da água para todos, da moda e da beleza e mesmo do consumo. Temas que estão no dia-a-dia de cada um e de todos. Foto: Raio Gomes/MIR

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) brasileiro foi à COP 28 com a missão de pautar o racismo ambiental e o papel das comunidades quilombolas e de matriz africana na preservação do meio ambiente. Com uma comitiva comandada pelo secretário quilombola Ronaldo dos Santos, a equipe do MIR participou de dois painéis organizados pelo próprio ministério, de outras mesas organizadas por parceiros e ainda de reuniões bilaterais com investidores e governos de outros países. Fazem parte da comitiva a diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos, Paula Balduíno, a diretora de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiro, Luzi Borges e o Assessor de Participação Social e Diversidade, Artur Sinimbu. “As comunidades quilombolas são guardiãs de vastas extensões de vegetação nativa preservada, que constituem áreas estratégicas e fundamentais para mitigação e adap-

tação aos impactos da mudança do clima. Consideramos estratégica e fundamental a internacionalização da pauta quilombola a partir do debate da preservação ambiental e do etnodesenvolvimento”, disse o secretário, destacando que quilombolas estão ao lado de povos indígenas como agentes de proteção do meio ambiente. Mas, não apenas o Governo esteve atento à questão do racismo ambiental. Uma comitiva da Coalizão Negra por Direitos também participou da COP28, onde reafirmou as contribuições e responsabilidades com a luta por um modelo de desenvolvimento brasileiro que tenha como princípio e estratégia o combate ao racismo, a proteção ao direito à vida e a preservação da natureza. É um tema que vai estar presente na medida em que os países menores forem alijados dos grandes acordos de financiamentos de transição energética, então, é bom lembrar da definição: Racismo Ambiental é o processo de discriminação e injustiças sociais que populações compostas por minorias étnicas sofrem, devido à degradação ambiental, e em decorrência das mudanças climáticas. A Energy Source está transformando resíduos de baterias de lítio em soluções de energia sustentável; ela é pioneira na criação de sistemas de armazenamento de energia acessíveis para fontes de energia renováveis, com uma abordagem dupla: reutilização e mineração urbana. Segundo David Noronha, CEO da Energy Source eles adotam um modelo de economia circular para baterias de lítio, enfatizando o prolongamento da vida útil da bateria, facilitando a reciclagem, e minimizando o desperdício. Participa ativamente em instituições educacionais locais, e promove parcerias estratégicas para aumentar a conscientização da comunidade.

Painel ‘Moldando um Futuro Sustentável: Criando uma Indústria de Moda e Beleza Sustentável’ – Cris Dios Cechetto, da Laces, primeira à direita no 394

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Matéria de Capa O Grupo Laces foi convidado pela segunda vez para participar da COP – ele participou da edição passada – para contar o que faz na prática, em sustentabilidade no mercado da beleza no Brasil. “Somos empresa de médio porte e a sustentabilidade permeia há algum tempo nossas escolhas dia a dia. Somos compensadores de carbono de desde 2014, temos logística reversa para embalagens, 30% da energia dos salões vem de fontes renováveis, temos fotovoltaica instalada, temos estação de tratamento da água da chuva para a lavagem de cabelos. Nossos produtos têm alto índice de naturalidade, e são biodegradáveis. Nossa fabrica é a primeira do Brasil com certificação orgânica (IBD e Ecocert), desde 2008. Os frascos das nossas embalagens são de material reciclável e reciclado, ainda usam Go green, que leva 5 amos para biodegradar, ao invés de 200 anos -– Go green é um degradante que transforma derivados da nafta (polietileno, polipropileno, PET, poliestireno e outros polímeros) em produtos oxi-biodegradáveis e, incluído no processo padrão de transformação, não alterarão a fórmula ou o equipamento utilizado – seja de extrusão, sopro, injeção, termoformagem ou rotomoldagem. O Grupo trabalha com projetos sociais em Paraisópolis, com Indígenas do Xingu e ainda com o projeto Bem querer mulher, que envolve mulheres que sofrem violência doméstica. O Grupo estende sua visão através do projeto Bioma, salões convertidos da beleza fóssil para beleza limpa , onde eles aprendem a ser empresários e profissionais, com técnicas e produtos responsáveis com o meio ambiente. Já são 30 pelo Brasil, mais de 1.000 profissionais da beleza com pensamento e atitude de beleza verde. Até 2030, vamos compensar 9 mil toneladas da CO2 com essa iniciativa de conversão!”

Ingrid Martins Silveira, secretária executiva da Rede Cerrado e Maria de Lourdes Nascimento, coordenadora geral da Rede Cerrado 50

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Água e Cerrado são duas riquezas ameaçadas que andam juntas – essa foi a mensagem que a Rede Cerrado, em parceria com o ISPN, WWF-Brasil, Instituto Cerrados, IPAM, CAA/NM, Funatura, IEB e DGM Brasil, levou à COP 28. A Rede Cerrado e organizações parceiras participou com o objetivo de inserir o bioma mais ameaçado do Brasil nas discussões internacionais e subsidiar, com dados e depoimentos, os tomadores de decisões políticas e econômicas, que podem mudar o rumo da história. “É importante garantir que a conservação do Cerrado esteja no centro da pauta sobre soluções climáticas e o combate à crise hídrica”, afirma a coordenadora geral da Rede Cerrado, Lourdes Nascimento, que lidera a comitiva. Integram, ainda, o grupo que foi à Dubai o coordenador Hiparidi Top Ttiro, indígena da etnia Xavante, e a secretária executiva da organização, Ingrid Silveira. “Vamos destacar a interdependência dos biomas Cerrado e Amazônia no ciclo da água, e evidenciar como as ações em um bioma impactam diretamente no outro”, afirma Silveira. O diretor do Instituto Cerrados e doutor em Ciências Florestais, Yuri Salmona, lembrou que as longas raízes das árvores do Cerrado podem passar de 10 metros de profundidade, o que leva o bioma a ser comparado a uma floresta invertida. Essas raízes são responsáveis por levar a água das chuvas até os lençóis freáticos e abastecer as bacias hidrográficas.


Matéria de Capa clusivo por meio de fontes renováveis, reflete uma abordagem coerente na busca pelo acesso sustentável à energia elétrica. Vale ressaltar que essas áreas frequentemente são de difícil acesso, e apresentam ecossistemas sensíveis”, conta André Luis Ferreira, diretorexecutivo do IEMA. @COP28UEA

Organizações brasileiras do terceiro setor promoveram, no COP28, o evento “Transição Justa: caminhos e desafios políticos, sociais, técnicos e econômicos”, no Pavilhão do Brasil. Além da questão climática em si e agravada pelos processos de carbonização e de alta emissão de gases de efeito estufa, os participantes destacaram o racismo ambiental, ao qual são submetidos os povos originários e as comunidades tradicionais. Estiveram presentes: Cristiane Faustino, do Instituto Terramar; Andrêa Ferreira, da Associação de Pesquisa Iyaleta; Rosana Santos, do Instituto E+ Transição Energética; Brent Millikan, do Conectas Direitos Humanos; e Ricardo Baitelo, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), representando a Coalizão Energia Limpa. A necessidade de se discutir a transição energética, sob o ponto de vista das comunidades isoladas e periféricas com acesso precário à energia, foi um dos principais pontos levantados por Baitelo, mediador da conversa. Durante a COP 28, o IEMA – Instituto de Energia e Meio Ambiente – lançou um estudo com dados inéditos e, de acordo com a análise, estima-se um investimento entre R$ 7,2 e 38 bilhões, para atender o objetivo proposto no Programa Luz para Todos (LpT), de levar energia elétrica para quase um milhão de pessoas que ainda vivem no escuro na região. São cerca de 226 mil unidades consumidoras – como residências, escolas e centros comunitários – que devem receber energia elétrica na Amazônia Legal até 2028, por meio do uso exclusivo de fontes renováveis. “A decisão do Estado, de priorizar o fornecimento ex-

No painel “Desafios e oportunidades na geração de energia na e para a Amazônia brasileira”, as comunidades tradicionais ressaltaram que querem energia renovável e, concomitantemente, respeito aos seus territórios. E que eles sejam oficializados, inclusive. Além disso, lembraram que, mesmo tendo energia gerada na Amazônia, um milhão de pessoas ainda vivem no local sem energia elétrica fornecida de maneira pública. @COP28UEA

David Tsai, gerente de projetos do IEMA e coordenador técnico do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), participou do Side Event “Localizando a ação climática por meio de soluções inovadoras e participação comunitária”. Estiveram presentes, representantes dos governos estaduais indianos Uttar Pradesh, Gujarat, Madhya Pradesh, Assam; da União Africana (PACJA); da União Europeia; e do Banco Multilateral de Desenvolvimento (Banco Mundial /AfDB). Durante o evento, Tsai destacou o papel do SEEG no monitoramento das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. O primeiro relatório foi publicado há dez anos. “Antes desse período, não tínhamos um panorama que mostrasse a real situação do desflorestamento e da emissão de GEE que, em nosso país, são muito voláteis. Os dados representam uma ferramenta para a criação e aplicação de políticas públicas climáticas em localidades distantes dos grandes centros. Por meio do no 394

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Matéria de Capa uso de tecnologias e da atuação em campo, conseguimos apresentar um catálogo de soluções para reverter a situação climática atual, e que são aplicáveis aos municípios e estados”, ressaltou Tsai, citando o estado de São Paulo que, usando os dados do SEEG, pode apresentar um Plano de Ação Climática, e aderiu à campanha “Race to Zero” da Organização das Nações Unidas (ONU). Foto: Divulgação/Estevam Rafael / Audiovisual

sistema econômico, a fim de enfrentar desafios sistêmicos como a crise climática. O painel refletiu sobre exemplos de sucesso e melhores práticas do espaço político de pesquisa, e as experiências de implementação de vários países, incluindo Argentina, Índia e Peru, bem como da Comissão Europeia. O evento foi organizado pela PAGE, uma iniciativa da ONU que reúne cinco agências da ONU (PNUMA, OIT, PNUD, UNIDO e UNITAR), juntamente com a UNESCWA, UNECE e UN-OHRLLS, e foi moderado pela líder climática da Fundação Ellen Macarthur, Miranda Schnitger. © COP28

Hillary Clinton (centro) e outras painelistas A ministra Sônia Guajajara elogiou a recepção dada aos povos indígenas na COP 28 “Somos apenas 5% da população mundial, mas 82% da biodiversidade protegida no mundo está dentro dos territórios indígenas”, disse Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas “Nesta COP, tivemos os povos indígenas participando diretamente do diálogo com os negociadores do Brasil, e também conseguimos criar e anunciar uma comissão internacional, composta de todos os órgãos que já existem no debate indígena na COP, como a Plataforma de Indígenas Povos e Comunidades Locais, dentro da UNFCC; o Caucus Indígena, que é o espaço global para a participação indígena; o Fórum Permanente da ONU, e várias organizações macrorregionais, como a Aliança Global. Portanto, também estamos criando este espaço estruturado para treinar negociadores indígenas. Este também é um benefício significativo para nós”. https://www.ellenmacarthurfoundation.org/topics/climate/cop#:~:text=A%20Confer%C 3%AAncia%20das,completar%20o%20quadro.

A COP28 reuniu um grupo diversificado de mulheres, que lutam pelo fim das disparidades de gênero existentes e pela mitigação dos impactos climáticos nas mulheres e meninas. Elas pontuam que as normas de gênero prevalecentes, as desigualdades existentes e a sua participação desigual nos processos de tomada de decisão impedem que as mulheres contribuam plenamente para as soluções climáticas. Um relatório, lançado pela ONU Mulheres, sugere que, até 2050, as alterações climáticas poderão empurrar mais 158 milhões de mulheres e meninas para a pobreza, e fazer com que mais 236 milhões enfrentem a insegurança alimentar. A Diretora Executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, disse que “os direitos das mulheres e das meninas devem estar no centro da ação climática, e devemos garantir que as mulheres tenham um lugar na mesa de tomada de decisões. Devemos reforçar a tomada de decisões inclusiva, para que as vozes das feministas, dos jovens, dos movimentos indígenas e de outros movimentos de base possam ser © COP28/Christophe Viseux ouvidas em alto e bom som, desde o nível local, até o nível global”, acrescentou. @COP28

O painel “Circularidade como fator de mudança para a ação climática: intensificação da investigação aplicada e soluções econômicas”, discutiu a economia circular, que se coloca como transformacional e um meio de enfrentar as alterações climáticas. A ideia é que a natureza funciona de forma circular — e isto pode e deve ser imitado no nosso 52

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A COP28 colocou os jovens na conversa sobre o clima, especialmente no dia dos jovens, crianças, educação e com-


Matéria de Capa @Reprodução - https://www.youtube.com/watch?app= desktop&v=TaimmB-7MYg

petências. Trinta e oito países se comprometeram com a educação climática, com a “Declaração de Parceria para a Educação Ecológica da UNESCO” Esse primeiro Youth Stocktake apresentou a visão climática dos jovens embaixadores, fornecendo um modelo para negociações na ONU. “Nesta COP, testemunhamos iniciativas sem precedentes que promovem a inclusão de crianças e jovens. Com 110 delegados dedicados no terreno, os nossos jovens, não só tiveram um impacto significativo através de inúmeras palestras e negociações, mas também representaram eficazmente as suas comunidades. Toda a atividade que levou a isso está focada em catalisar mudanças transformadoras, que permanecerão como um legado duradouro para futuras COPs”,disse Shamma Al Mazrui, Jovem Campeã do Clima. Na COP28, a juventude firmou posição em que se todas as diferentes partes interessadas passarem de um apelo à ação, uma ação real, juntos, todos poderemos transformar os sistemas alimentares, a natureza e o clima. A Declaração Global da Juventude representa o apelo histórico das crianças e dos jovens à ação, para que os líderes mundiais enfrentem o desafio climático: essa é a última geração que pode tomar medidas decisivas para manter o 1,5ºC ao alcance, e manter o planeta num espaço operacional seguro, equitativo e justo para as gerações atuais e futuras. O Dia da Alimentação, Agricultura e Água na COP28 trouxe anúncios sobre a escassez global de água e a segurança alimentar, sobre os países se mobilizarem em torno da Declaração dos EAU sobre Agricultura, Sistemas Alimentares e Acão Climática da COP28, e a Agenda de Ação da Água. “Para atingir os objetivos do Acordo de Paris, para manter 1,5ºC ao alcance, devemos abordar a ligação entre os sistemas alimentares globais, a agricultura, e o clima. Na COP28, construímos as bases para a ação, que comprometeu 152 países a transformar os seus sistemas alimentares e a incorporar esses compromissos nas suas estratégias climáticas, ao mesmo tempo que garantiram que protegerão os meios de subsistência daqueles que dependem desses setores. Juntos, devemos construir um sistema alimentar global preparado para o futuro. A COP28 marca um momento importante para alcançar isso”, frisou a Ministra das Alterações Climáticas e Ambiente dos EAU e Líder dos Sistemas Alimentares da COP28,

Mariam bint Mohammed Almheiri. A Missão de Inovação Agrícola para o Clima (AIMforClimate) anunciou um aumento de US$ 3,4 mil milhões em financiamento para sistemas alimentares e agricultura climaticamente inteligentes. Lançado pelos EAU e pelos EUA na COP26, o AIMforClimate evoluiu para a maior plataforma de defesa e coordenação para o aumento do investimento climático-alimentar. A iniciativa privada também se fez presente: financiadores filantrópicos anunciaram US$ 389 milhões para apoiar produtores e consumidores de alimentos. A Itália se comprometeu a disponibilizar um adicional de até € 10 milhões, ao longo dos próximos dois anos, e o Reino Unido anunciou £ 45 milhões nos próximos cinco anos, que será canalizado através do Fundo Fiduciário para Sistemas Alimentares 2030, do Banco Mundial. A Secretária-Geral Adjunta da ONU, Amina Mohammed, anunciou uma Iniciativa de Convergência sobre Sistemas Alimentares e Clima, para apoiar os esforços de integrar a agricultura e os sistemas alimentares aos planos de ação climática dos países. A Presidência da COP28 e Ministros de mais de 25 países convocaram um diálogo sobre a construção de sistemas alimentares resilientes à água, coorganizado pelos EAU e pelo Brasil. A COP28 frisou que a crise climática não é neutra em termos de gênero, e que é preciso estar atento às necessidades diferenciadas das mulheres e das meninas nas respostas de ajuda. Tanto que há um texto formal da COP28 que trata das transições justas e sensíveis ao gênero. Que não foi assinado por todos os países, o que mostra o quanto ainda é preciso conscientização

@COP28/UN

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Como a Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química – vê a Transição Energética Justa André Passos Cordeiro presidente-executivo da Abiquim

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ransição Energética Justa é aquela que, literalmente, não deixa ninguém para trás, ou seja, que é benéfica a todos, e que ocorre em ritmo tal que permite que todos avancem. A química brasileira é a mais sustentável do mundo, devido, entre outros fatores, aos esforços históricos empreendidos pelo setor. Segundo dados do Programa Atuação Responsável da Abiquim, a emissão de gases de efeito estufa da química brasileira (kgCO2eq / tonelada de produto) recuou, de 468,4 para 248,2 de 2000 a 2016, o que representa uma redução de 47%, atingindo o patamar de 315,3 em 2021 (redução de 33% no período)1[1]. Esse resultado só foi possível graças a uma série de inovações e melhorias que foram introduzidas pela química ao longo dos anos, paulatinamente, como a eletrificação

de equipamentos e produção in situ de energia renovável, bem como a migração de fontes fósseis para insumos alternativos, como o etanol. Ela precisa ser justa com todos os atores. Em outras palavras, não pode ser imposta de cima para baixo. Precisa ser construída com e para todos. Esforços de descarbonização sempre foram acompanhados por atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Não à toa, a química brasileira é pioneira na rota alcoolquímica, ou seja, na produção de químicos a partir do etanol, em sincronia com nossa bem desenvolvida indústria sucroenergética. Devido à alcoolquímica, somos o maior produtor mundial de polímeros verdes, mas não nos limitamos a isso: solventes, fertilizantes e uma série de outros produtos são atualmente produzidos

1 Em geral, segundo as justificativas compartilhados pelas empresas que aderiram à pesquisa do ano base 2021, os dados reportados podem ter sido impactados por melhorias na apuração, medição, monitoramento e estimativas utilizadas para compor os mesmos, bem como por ajustes em metodologias e memórias de cálculo. Entretanto, os ranges apresentados são considerados aceitáveis, mantendo a consistência dos dados ao longo da série histórica e a proporcionalidade com o volume total produzido no ano base em referência.

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@thyssenkrupp

a partir do álcool, de modo limpo e sustentável. A química brasileira é promotora do desenvolvimento sustentável. Conhecida como “indústria das indústrias”, por estar no princípio de muitas cadeias produtivas, a química fornece inovações de caráter sustentável, que se espalham por toda a economia. Infelizmente, e de modo não condizente com as iniciativas que estão sendo implementadas pelo governo brasileiro em prol da descarbonização e da transição energética, esses esforços da química brasileira para seu desenvolvimento sustentável não têm obtido o reconhecimento merecido. A química brasileira atual-

mente tem perdido espaço no mercado interno para a produção de países que possuem uma produção muito mais “suja”, que emite muito mais gases do efeito estufa do que a química nacional. A química brasileira é historicamente uma provedora de soluções sustentáveis para toda a economia do país. Protegê-la da concorrência internacional desleal é, portanto, uma atitude que beneficia a neoindustrialização brasileira em bases mais justas e sustentáveis. Para esta finalidade, a criação de mecanismo de ajuste de fronteira que entre em operação conjuntamente com o mercado regulado de carbono do país é de extrema importância. no 394

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Da transição energética à política industrial verde e sustentável

Rui Chammas diretor-presidente da ISA CTEEP

As mudanças climáticas são, atualmente, um dos desafios mais urgentes enfrentados pela humanidade. A iminência de tragédias causadas pelo aquecimento global nunca esteve tão presente, a exemplo dos últimos meses vividos, considerados os mais quentes da história da Terra, ocasionando, inclusive, uma seca sem precedentes na Amazônia, que está impactando na navegabilidade dos rios, no escoamento de mercadorias e, consequentemente, no abastecimento da população e uma tempestade no começo de novembro, que foi capaz de deixar milhões de paulistas por dias sem energia, em razão de impactos severos na rede de distribuição. Diante de episódios como esse, que se tornam cada vez mais frequentes, os diferentes setores da economia precisam assumir duas missões: – A primeira missão é garantir esforços concretos para descarbonizar os seus processos: segundo recente estudo da PSR, no mundo, o setor de energia responde por mais de 70% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), enquanto, no Brasil, esse número cai para 17%, o que nos mostra o quanto a nossa matriz energética já é majoritariamente limpa, e temos uma grande oportunidade nas mãos de seguir na liderança mundial neste tema. Abundante em recursos energéticos, o País desponta neste cenário, e se diferencia em sua contribuição para a transição energética, isto é, a passagem de uma matriz energética focada em combustíveis fósseis para uma matriz energética com baixa ou zero emissão de carbono, baseada em fontes renováveis. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as fontes de energia renovável respondem por quase 84% da matriz elétrica brasileira em operação. Ainda, atualmente, estão em construção, empreendimentos que garantirão a 56

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expansão de sua capacidade instalada, sendo a maioria dedicada a plantas para geração de energia renovável, o que demonstra franca expansão dessas fontes. Também, de acordo com as projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, as fontes solar e eólica responderão por 25% da capacidade instalada em 2031 e, em conjunto com a fonte hidráulica, representarão 70% de capacidade instalada no Brasil. O aumento da capacidade de geração de energia renovável é uma excelente notícia, mas o fato é que, sem transmissão, não haverá a transição. Isso porque um dos grandes desafios do setor para ampliar a integração das novas fontes renováveis no sistema interligado nacional, e levar a energia limpa até os grandes centros de consumo passa justamente pela construção de novas linhas de transmissão. Tal contexto amplia as possibilidades de investimento e desenvolvimento de novas tecnologias para adequar a infraestrutura elétrica, mantendo a robustez e a resiliência que as redes exigem. Portanto, não basta apenas ampliar a integração de fontes renováveis, mas garantir a confiabilidade do sistema diante da sua intermitência. Há uma mudança operacional da rede de transmissão, que pressupõe – no lugar de uma rede linear convencional – uma infraestrutura neural que se adeque à flexibilidade operativa, isto é, à capacidade de lidar com as variações de oferta e demanda, acompanhada pela geração distribuída e, assim, de novas tecnologias para assegurar a sua confiabilidade, como sistemas de armazenamento. Um exemplo de inovação viável para esse contexto de transição energética é o armazenamento de energia em baterias. Inclusive, uma recente solução em larga


Artigo escala já é realidade no setor de transmissão brasileiro: uma iniciativa pioneira, instalada na subestação Registro/SP, com a finalidade de atuar em picos de consumo do Litoral Sul do Estado de São Paulo, durante o verão, a fim de evitar interrupções no fornecimento de energia e ampliar a integração de fontes renováveis. As baterias representam uma tecnologia versátil que contribui nesse momento de transição, uma vez que dispõe de diversas aplicações, como o alívio de pontos de maior carregamento do sistema elétrico ou a compensação da variabilidade de geração de energia eólica e solar, o que possibilita uma maior integração das fontes renováveis ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e, por consequência, reduz o consumo de diesel, ao evitar o uso de geradores e a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Como podemos ver, a transição energética no Brasil já é fato, e o avanço das fontes limpas no País pode posicionar o Brasil num cenário de grande vantagem competitiva inclusive para o fornecimento a outros países. Ademais, a transição energética assume um importante papel em uma política industrial (indústria verde) e de mobilidade sustentável, que permitirá que o País possa avançar, eletrificando soluções produtivas e meios de transporte. Assim, a energia elétrica competitiva e verde pode e deve ser a espinha dorsal para o desenvolvimento do Brasil, atendendo às necessidades da sociedade. Segundo artigo do World Economic Forum, para limitar o aquecimento global, seria importante que a participação da energia elétrica no consumo de energia global passasse, dos atuais 20%, para algo em torno de 50% a 70%. Isso porque os outros tipos de energia, como a térmica, estão entre as maiores responsáveis pela emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Temos, então, uma oportunidade com um País com vantagens na matriz energética, para desenvolver um novo ciclo de industrialização, que permitiria uma posição de destaque no abastecimento de produtos sustentáveis demandados pelo mundo. – Temos ainda uma segunda missão: enquanto não avançamos na agenda global de descarbonização, o setor tem uma responsabilidade ainda maior de garantir a resiliência, e conseguir operar essa infraestrutura tão essencial neste ambiente de eventos climáticos extremos. No cenário atual, será fundamental que os vários agentes estejam preparados e que recebam apoio dos órgãos de controle e regulação na luta contra os efei-

tos climáticos adversos extremos. Vivemos e viveremos momentos de vários eventos de força maior, em que resolver as eventuais emergências em conjunto, como setor, será fundamental. Este será um cenário em que a confiabilidade e a confiança nas empresas que operam os sistemas e o conhecem devem ser valorizadas e reforçadas. Temos uma oportunidade gigante, no entanto, o caminho para aproveitá-la não é simples, ainda que tenhamos bons elementos para trilhá-lo. O primeiro passo, que é o crescimento da geração de energia renovável, já está bem adiantado, faltando a construção da infraestrutura necessária para trazer essa energia elétrica renovável para o centro consumidor, e assegurar uma entrega de energia confiável, o que está acontecendo a partir dos leilões de transmissão organizados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela ANEEL, além do avanço de novas tecnologias, como o projeto de armazenamento de energia em Registro/SP, já citado neste artigo. O segundo passo é desenvolver a capacidade de compreender que as mudanças climáticas já nos trazem efeitos extremos, e nos adaptarmos e aprender a tratálos ainda é um processo em desenvolvimento – neste ponto temos urgência, pois o clima não aguarda. Concluo reforçando que é fundamental que, compreendendo essa visão de médio e longo prazos, comecemos a trabalhar em uma política industrial alinhada à demanda do mercado, além de desenvolver uma maneira de garantir a atração dos investimentos necessários. Para se ter uma ideia, a terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) denominado de Novo PAC, lançado pelo Governo Federal em agosto deste ano, traz uma previsão de mais de R$ 540 bilhões de aportes, somente no setor elétrico, com foco em iniciativas de transição e segurança energética. Mas, para que os investimentos se materializem, será necessária uma regulação forte e estável que, somada a ferramentas financeiras, gerará confiança nos investidores nacionais e internacionais. E, em paralelo, de modo urgente, é preciso que encontremos a maneira de operar nosso Sistema Integrado de fornecimento de energia, considerando as mudanças que já se manifestam de modo absolutamente extremo. Assim, nosso País ganhará mais, conforme avançarmos neste plano, que pode nos levar à liderança energética sustentável global, sem deixar de lado a capacidade de adaptação ao momento de hoje, que pode afetar toda a população brasileira. no 394

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Adaptação climática está no radar das empresas em 2024

Os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, com a estimativa de que os próximos cinco serão de temperaturas ainda mais altas, o que exige das organizações atenção para os efeitos gerados para seus negócios, de acordo com estudo da EY Agência EY

A urgência de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas ficará evidente neste ano para empresas e governos, de acordo com o estudo “2024 Geostrategic Outlook”, elaborado pela EY. Nas últimas três décadas, o clima mudou efetivamente. Os últimos nove anos são considerados os mais quentes já registrados, com a estimativa da Organização Meteorológica Mundial de que os próximos cinco serão de temperaturas globais ainda mais altas. Desde a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 1992, os esforços se concentraram na mitigação, que é basicamente atuar para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o objetivo de controlar as mudanças climáticas. O global stocktake, divulgado na COP28, demonstrou que os países – e, por consequência, as empresas – terão de se dedicar cada vez mais à adaptação de ambientes e processos para a realidade de temperaturas médias mais elevadas.

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Isso vai incluir, por exemplo, novos padrões e investimentos para aumentar a resiliência dos edifícios aos riscos ambientais. Os Estados Unidos estão direcionando mais de US$ 1 bilhão a esses esforços e, ao lado de outros governos, criando soluções baseadas na natureza para reduzir o impacto das condições climáticas extremas, como resfriamento de calçadas, e outras soluções que diminuam as temperaturas nos ambientes urbanos. Além disso, seguindo a TNFD (The Taskforce on Nature-related Financial Disclosures), o ISSB (International Sustainability Standards Board), que lançou em 2023 as normas IFRS S1 e S2, pode iniciar neste ano um projeto para incluir biodiversidade nas divulgações. Ao mesmo tempo, ainda segundo o estudo da EY, o déficit de investimento na adaptação deve tornar-se mais aparente neste ano. O atual ciclo do El Niño-Oscilação do Sul será provavelmente um evento climático forte, elevando o risco de eventos climáticos extremos em 2024. A Austrália já está preparando-se para mais ondas de calor, incêndios florestais e ciclones. De forma geral, a expectativa é de que um clima tão extremo reduza o crescimento econômico. Entre 2012 e 2021, por exemplo, tempestades, incêndios florestais e inundações causaram perdas anuais de cerca de 0,3% do PIB, em nível global, de acordo com a resseguradora Swiss Re. A necessidade de adaptação é estimada em um patamar de


Artigo cinco a dez vezes superior aos fluxos financeiros atuais de adaptação, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas. Uma questão central neste ano continuará sendo se e como os governos desenvolvidos vão financiar os esforços de adaptação climática. O que está certo é que a natureza estará no topo da agenda, em 2024, dos governos e dos negócios, com destaque para a 16ª Conferência de Biodiversidade da ONU, que será realizada na Colômbia, em outubro. As três ações a seguir são recomendadas para as empresas pelo “2024 Geostrategic Outlook”:

1) Investimento em estratégias inovadoras de adaptação climática O estudo projeta que, conforme cresce a atenção para a adaptação climática, haverá mais capital público e privado disponível para financiar a pesquisa e ampliação em torno de estratégias inovadoras de adaptação. A estimativa é que esse movimento se torne um mercado anual de US$ 2 trilhões nesta década, considerando as oportunidades criadas para empresas de construção civil e de infraestrutura, assim como para as organizações de forma geral, independentemente do setor econômico, que oferecem soluções baseadas na natureza, e que melhoram a biodiversidade. O EY Nature Hub, lançado pela EY na COP28, auxilia as empresas a encontrar essas soluções, que não estão sendo consideradas nos frameworks de sustentabilidade. “Para isso, reunimos os stakeholders ligados à sustentabilidade, para criar modelos de negócio integrados com a natureza. As empresas precisam elaborar planos de negócio sustentáveis, que sejam pensados a partir da realidade brasileira, de predomínio de fontes limpas na matriz energética, e considerando a natureza como aliada”, diz Ricardo Assumpção, CSO (Chief Sustainability Officer) da EY, e líder de ESG e Sustentabilidade. Ainda segundo o “2024 Geostrategic Outlook”, em um contexto de busca de soluções de adaptação climática, que começam pelas essenciais, como a incorporação de árvores na paisagem urbana, consideradas agentes resfriadores da temperatura, os executivos precisam avaliar se suas empresas têm um papel a desempenhar no desenvolvimento dessas inovações, ao mesmo tempo que incluem estratégias de adaptação nas operações das suas organizações.

2) Preparação para possível aumento da carga tributária As alterações climáticas estão danificando infraestruturas, incluindo a de transporte e de eletricidade, o que muitas vezes causa a interrupção de outras atividades comerciais. Enquanto a lacuna de adaptação climática persistir, os governos vão enfrentar redução da arrecadação de tributos por causa de atividades empresariais interrompidas ou inviabilizadas pelas mudanças climáticas, e aumento das despesas para reconstruir as estruturas danificadas por esses eventos extremos. Os executivos devem então preparar-se para um possível agravamento da situação fiscal dos países especialmente atingidos por esse cenário. Além disso, ainda segundo o estudo, as empresas devem monitorar se essa situação das contas públicas, na tentativa de melhorá-la, poderia levar os governos ao aumento da carga tributária – seja de forma generalizada, seja de forma direcionada para indústrias específicas, como petróleo e gás.

3) Incorporação das mudanças climáticas para analisar localização da empresa e viabilidade de investimentos Os eventos climáticos extremos continuarão danificando a infraestrutura das empresas, motivo pelo qual seus riscos devem ser corretamente mensurados no negócio. Os de longo prazo, como o aumento do nível do mar, podem inclusive resultar na interrupção das operações. Sendo assim, de acordo com o “2024 Geostrategic Outlook”, será cada vez mais importante que as empresas considerem esses riscos, ao investir em novas fábricas ou outros projetos de longo prazo, adicionando a essa avaliação a hesitação crescente das companhias de seguros, no oferecimento de cobertura para locais de alto risco climático. A con nuidade do relacionamento com fornecedores e a viabilidade da aquisição de outras empresas devem passar pela análise dos planos de adaptação climática, bem como pelos impactos gerados para a biodiversidade, por esses parceiros e pelo negócio a ser comprado.

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Artigo

Transição Energética Justa Karen Louise Mascarenhas Diretora de Recursos Humanos e Comunicação Institucional e Vice-coordenadora do Projeto de Percepção Social no RCGI – Universidade de São Paulo Suani T. Coelho Profª. do Instituto de Energia e Ambiente, Pesquisadora do RCGI e Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Bioenergia (GBio) - Universidade de São Paulo Julio R. Meneghini Diretor Científico e Executivo no RCGI – Universidade de São Paulo

O IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que congrega um numeroso e diversificado grupo de cientistas, estabelecido pelas Nações Unidas para monitorar e assessorar toda a ciência global relacionada às mudanças climáticas, aponta que as mais recentes pesquisas científicas reforçam a conexão entre a atividade humana e as mudanças climáticas globais, bem como suas consequências prejudiciais. Para lidar com o desafio climático, os estudos indicam que será necessário limitar o aquecimento global médio a 1.5oC acima dos níveis pré-industriais para evitar piores impactos das mudanças climáticas, tais como ondas de calor, secas prolongadas, incêndios florestais espontâneos, tempestades, inundações e alterações climáticas extremas com maior frequência e intensidade. Devido à considerável contribuição da matriz energética de cada país para as emissões de gases de efeito estufa, que são os principais fatores de aumento da temperatura planetária, o setor energético está passando por uma transformação significativa. Neste contexto, busca-se a transição energética por meio da adoção de fontes de energia menos poluentes, principalmente aquelas renováveis, como a energia solar, eólica, bioenergia e hidráulica, para substituir os combustíveis fósseis. Outras possibilidades de fontes energéticas sendo consideradas são o hidrogênio sustentável ou de zero-carbono, principalmente para usos industriais. Para alguns países, a energia nuclear é vista como uma opção, embora não seja renovável. Paralelamente, é fundamental promover ações para aumentar a eficiência energética, o armazenamento de energia limpa, e estimular o uso de fontes que não emitam gases de efeito estufa em toda a sua cadeia de produção e uso. Também são importantes o desenvolvimento e adoção de tecnologias para a captura de carbono, visando à produção de outros compostos que possam retê-lo, ou sua armazenagem em reservatórios geológicos subterrâneos em terra ou no mar. Adicionalmente, há a alternativa de retenção de carbono pela fotossíntese na via florestal ou a compensação de emissões pela compra de créditos de carbono, criando um mercado para compensar emissões de setores com maior dificuldade de redução. Entretanto, a transição energética justa refere-se a um processo de mudança no sistema de produção e uso de energia, consideran60

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do que, além das fontes energéticas adequadas, ocorra um processo social equitativo e inclusivo, para todos os países. Este processo obrigatoriamente leva em consideração os impactos tecnológicos, sociais, econômicos e ambientais. As Nações Unidas reforçam o objetivo de realizar essa transição de uma maneira que propicie a inclusão de todos ao acesso à energia sustentável, minimizando as desigualdades, e garantindo que nenhum grupo seja deixado para trás. Uma transição energética justa deve considerar os diversos atores, incluindo comunidades locais, trabalhadores de setores tradicionais, indústrias, governos e a população em geral em todos os países. No entanto, sabe-se quão desafiador é alcançar essa equidade, pois diferentes grupos, muitas vezes, têm interesses antagônicos, e competem por recursos escassos. A justiça energética envolve reconciliar esses interesses, garantindo que nenhum grupo seja prejudicado de forma desproporcional, e que os benefícios sejam distribuídos de maneira equitativa. Diferentes fontes de energia podem colaborar para esta transição, ao contribuir para a diversificação da matriz energética, redução de emissões de gases de efeito estufa e aumento da eficiência energética. Nessa medida, o setor energético mundial desempenha um papel fundamental na realização de uma transição energética, que não apenas reduza a concentração de renda, mas também amplie o acesso a recursos energéticos para as classes menos favorecidas. Isso está alinhado com o princípio de justiça energética, promovendo uma distribuição equitativa dos benefícios da transição para toda a sociedade. Paralelamente à viabilidade econômica das novas fontes renováveis, observa-se uma tendência crescente em direção à eletrificação mais ampla da economia. No Brasil, mesmo com uma matriz elétrica predominantemente renovável, existe um vasto potencial para intensificar a eletrificação da economia, incorporando fontes menos poluentes, como energia eólica, solar fotovoltaica e, mais recentemente, o hidrogênio verde. Em resumo, os principais aspectos de uma transição energética justa incluem: 1. Equidade Social: Garantir que os benefícios e os custos da transição energética sejam distribuídos de maneira justa. Isso pode envolver a criação de oportunidades de emprego em setores


Artigo mizando impactos adversos. Portanto, não há uma abordagem única emergentes de energia, bem como o apoio às comunidades que e universalmente aplicável; cada país deve desenvolver seu mix de dependem fortemente de indústrias poluentes em declínio. transição com base em suas características individuais e compromis2. Proteção do Emprego: Minimizar os impactos no emprego que sos com a justiça social e ambiental. podem ocorrer, à medida que a economia se afasta de fontes de energia tradicionais para tecnologias mais limpas. Isso pode inA mensuração desse impacto pode ser realizada por meio de cluir programas de reciclagem e treinamento para os trabalhadoindicadores, como redução percentual de emissões, aumento da res afetados. participação de fontes renováveis na geração de energia, eficiência 3. Participação Comunitária: Incentivar a participação ativa das energética, aumento do acesso à energia limpa e criação de emprecomunidades afetadas no processo de tomada de decisão em regos verdes. Métricas quantitativas ajudam a avaliar o progresso em lação à transição energética. Isso pode ser alcançado por meio de direção a metas específicas e a identificar áreas que requerem mais consultas públicas, parcerias comunitárias e envolvimento ativo atenção. da sociedade nas políticas energéticas. Embora os esforços estejam aquém dos necessários para atingir 4. Acesso à Energia: assegurar que todas as comunidades tenham a meta de limite do aquecimento médio global em 1,5oC, o Sexto Reacesso a fontes de energia limpa e confiável, principalmente nos latório Síntese do IPCC, lançado em 2023, aponta alguns progressos países em desenvolvimento. Isso é especialmente importante nas ações para o combate das mudanças climáticas. Esses avanços nestas regiões que historicamente têm sido deixadas de lado, em incluem o estabelecimento de mecanismos de financiamento, em termos de acesso à energia. que países desenvolvidos contribuam com a transição e adaptação 5. Preservação Ambiental: Garantir que a transição energética prode países em desenvolvimento, ainda pouco implementado. mova práticas sustentáveis e minimize os impactos ambientais Outra medida relevante em curso é o desenvolvimento promisadversos. Isso pode envolver a proteção de ecossistemas frágeis, sor de tecnologias de baixo carbono. Nesta linha, no Brasil, o Cena redução da poluição e o incentivo ao desenvolvimento de tectro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI, sigla nologias mais limpas. em inglês para Research Centre for Greenhouse Gas Innovation) 6. Justiça Global: Reconhecer e abordar as desigualdades globais da Universidade de São Paulo, tem contribuído com o desenvolviem termos de emissões de carbono e mento tecnológico em áreas como a captuacesso à energia. Isso pode incluir o apoio ra, armazenagem e utilização de carbono, financeiro a países em desenvolvimento, com o avanço da bioenergia associada à para que possam realizar transições enercaptura e armazenagem de carbono, além géticas sustentáveis. de soluções baseadas na natureza, desenAssim sendo, a transição energética justa volvimento de soluções da engenharia para é um conceito crucial para enfrentar os desaredução de emissões e para a descarbonifios da mudança climática de uma forma que zação da indústria, principalmente no setor seja socialmente justa e economicamente de óleo e gás. O centro também investiga e viável. Isso exige uma abordagem holística, participa em iniciativas de normalização e Da esquerda para a direita: Suani Coelho, Julio que leve em consideração uma variedade regulamentação de tais tecnologias, assim Meneghini e Karen Mascarenhas na COP28 de fatores para garantir que a mudança para como procura compreender a percepção fontes de energia mais limpas beneficie a sociedade como um todo. social e aceitação das potenciais soluções, pelos diversos stakeholComo as mudanças climáticas são um fenômeno planetário, na últiders, sejam da indústria, do governo, da academia ou da sociedade ma Conferência do Clima (COP28) em Dubai, cerca de 200 países assiem geral. O centro é orientado pela pesquisa e inovação, visando a naram um acordo, liderado pelas Nações Unidas, para adotar medidas de impulsionar o Brasil em direção a um futuro sustentável, reduzindo mitigação e adaptação ao fenômeno do aquecimento global. O mix ideal as emissões de gases de efeito estufa, e colaborando para o cumde fontes de energia para uma transição justa pode variar entre países deprimento das metas de Contribuição Nacionalmente Determinadas vido a diferenças em recursos naturais, infraestrutura existente, demanda (NDCs), assumida pelo país para conter as mudanças climáticas. O energética e outros fatores. A transição precisa ser adaptada à realidade de RCGI busca aproveitar os pontos fortes e a liderança singular que o Brasil apresenta em energia renovável e meio ambiente, na criação cada país, respeitando suas capacidades; suas potencialidades; suas conde soluções sustentáveis que equilibrem o desenvolvimento econôdições ambientais, econômicas e sociais. Ao passo que para a Europa o principal fator que contribui para a emissão dos gases de efeito estufa é o mico e social com a gestão ambiental, rumo a uma sociedade mais uso de combustíveis fósseis, principalmente pelo intenso uso de carvão, próspera e equitativa. diesel e gás natural, no Brasil, a principal causa é o desmatamento ileO desafio das mudanças climáticas representa uma crise planegal, enquanto a sua matriz energética é uma das mais limpas do mundo, tária, e requer soluções globais em todos os níveis. Para isso, é precicom 44,8% renovável, contra apenas 14,7% no caso da matriz energética so construir movimentos e ações efetivas global e localmente, assim mundial (EPE, 2024). Em contrapartida, no aspecto social, a sociedade como transformações políticas, econômicas e sociais, preservando europeia é economicamente mais desenvolvida, enquanto a brasileira aino meio ambiente e os ecossistemas. Portanto, nota-se a importância da sofre bastante, com 31,6% da população vivendo na pobreza (IBGE, da inovação tecnológica, dos investimentos em pesquisa e desen2024) e, em algumas situações, em áreas de riscos climáticos ameaçadas volvimento, de políticas públicas favoráveis, além da educação e por secas, inundações e desmoronamentos. conscientização da sociedade sobre as mudanças climáticas. Esse desafio é responsabilidade de todos, e juntos podemos construir as Um mix justo seria adaptado às condições específicas de cada melhores soluções, justas e equitativas. nação, considerando as necessidades das comunidades locais e minino 394

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Emissões de gases de efeito estufa de usinas termelétricas caem em 2022 As 72 usinas termelétricas fósseis conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) emitiram 19,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) em 2022, de acordo com o “3º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas”, lançado pelo IEMA – Instituto de Energia e Meio Ambiente. No ano passado, toda a geração termelétrica fóssil brasileira voltou a representar os mesmos 10% da geração de eletricidade na matriz elétrica de 20 anos atrás. Essa redução é reflexo de um período de condições climáticas favoráveis à geração hidrelétrica, após a crise hídrica, além do crescimento de outras fontes renováveis (eólica e solar). Independente desses dados aparentemente favoráveis, a tendência é de aumento de emissões por usinas fósseis no médio prazo. “A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) aconteceu porque as condições climáticas favoreceram o acionamento de hidrelétricas. No entanto, como vimos em anos anteriores, períodos de maior ou menor volume de chuvas poderão alternar-se no futuro, tornando incerta a continuidade dessa redução de emissões, apenas como resultado de condições favoráveis à geração hidrelétrica”, ressalta Felipe Barcellos e Silva, um dos autores do estudo. A geração termelétrica proveniente do conjunto das usinas inventariadas totalizou 31,1 TWh, em 2022. Em 2021, esse valor foi de 95,7 TWh, ou seja, houve uma queda de 67%. “Apesar dessa redução, a demanda nacional por energia elétrica cresceu 3%, de 2021 para 2022”, conta Raissa Gomes, uma das autoras da pesquisa. Ela destacou que, além da melhora dos reservatórios, que possibilitou a diminuição na geração termelétrica, as usinas eólicas e solares também geraram o suficiente para suprir o aumento da demanda. “Ano passado, a geração eólica ultrapassou pela primeira vez a geração termelétrica fóssil, e a geração solar teve um aumento de 80%, em comparação ao ano de 2021”. Nesse cenário de diminuição expressiva na geração fóssil em favorecimento de fontes renováveis, o Sistema Interligado Nacional (SIN) como um todo — hidrelétricas, eólicas, solares e termelétricas nucleares, renováveis e fósseis —, apresentou uma queda significativa em sua taxa de emissão global, que variou, de 92 tCO2e/ GWh, em 2021, para quase um terço disso, em 2022 (32 tCO2e/ GWh). O estudo mostrou que 23,3 TWh – terawatt-hora, unidade de medida da energia equivalente a mil gigawatt-hora – foram produzidos a partir do gás natural (41 plantas), o que corresponde a 75% do total inventariado. Segundo em participação, o carvão mineral foi responsável pela geração de 6,9 TWh, representando 22% da produção de eletricidade

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fóssil. O aumento proporcional do emprego de termelétricas a carvão ocasionou uma elevação de 9% na taxa de emissão média inventariada, passando, de 582 tCO2e/ GWh, em 2021, para 637 tCO2e/ GWh, em 2022. As quatro usinas que mais emitiram GEE em 2022 foram movidas a carvão mineral, e estão localizadas no Sul do país. O destaque vai para Candiota III (RS) que, apesar de ter sido a quinta maior geradora em 2022, foi a maior emissora, responsável por 12% das emissões de todo o parque termelétrico estudado. O subsistema Sul foi o maior emissor de GEE de 2022, com 40% do total de emissões (7,9 milhões de tCO2e). Isso ocorreu, principalmente, devido à geração termelétrica nos municípios de Capivari de Baixo (20%), em Santa Catarina, e Candiota (19%), no Rio Grande do Sul, sedes de usinas a carvão mineral. Mesmo tendo o menor número de termelétricas, o Sul ultrapassou o subsistema Sudeste/ Centro-Oeste em emissões. Este foi responsável pela emissão de 5,2 milhões de toneladas de GEE (26% do total). As emissões de Capivari de Baixo/SC, Candiota/RS, Manaus/AM, Santo Antônio dos Lopes/MA e Duque de Caxias/RJ representam quase 70% do total inventariado. No Amazonas, Manaus tem as usinas que operam com mais capacidade, devido a suas características contratuais. Mesmo com a queda relatada de geração de energia elétrica fóssil, as termelétricas do município funcionaram a 57% de sua capacidade máxima, enquanto, na média, as usinas do SIN operaram a 15% de sua capacidade. No Maranhão, a cidade de Santo Antônio dos Lopes se destaca com o conjunto Termelétrico Parnaíba, que adicionou 365 MW de potência, por meio da inauguração de uma turbina a vapor em 2022. Já Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, conta com a usina Termorio, a maior geradora de energia elétrica fóssil no ano passado. Apesar de haver uma quantidade relativamente grande de empresas geradoras de energia elétrica fóssil (39), quase 75% das emissões inventariadas em 2022 foi de responsabilidade de apenas quatro empresas: Petrobras (22%), Eletrobras (21%), Fram Capital Energy (20%) e Eneva (11%). Na sequência, para completar a lista das dez empresas mais emissoras, estão: Engie (7%), Ceiba Energy (3%), Électricité de France – EDF (3%), J&F Investimentos (2%), BTG Pactual (2%) e Termo Norte Energia (2%). Vale ressaltar que a Petrobras, uma das maiores geradoras de energia elétrica fóssil no Brasil, apresenta uma taxa de emissão menor que a média das empresas inventariadas. Isso se deve, principalmente, à eficiência das tecnologias empregadas em suas termelétricas. Usinas mais eficientes queimam


Artigo menos combustível e, consequentemente, emitem menos gases de efeito estufa por gigawatthora (GWh) produzido. “Além da tecnologia de conversão energética (ciclo de potência), a eficiência de uma usina também é afetada pelas condições de manutenção e pela sua idade”, explica André Luis Ferreira, diretor-executivo do IEMA. A Engie, por outro lado, foi a empresa que liderou as emissões de GEE por eletricidade gerada, com 1.156 tCO2e/GWh — quase o dobro da média observada (637 tCO2e/GWh). Em 2022, ela era acionista da Pampa Sul, usina que se destaca negativamente por sua alta intensidade de emissão. Entretanto, em junho de 2023, a Engie concluiu a venda dessa planta para um fundo de investimentos gerido pelas companhias Starboard e Perfin.

Poluição do ar

termelétricas contribui significativamente para o encarecimento das contas de eletricidade. Elaborado pelo IEMA anualmente, esta é a terceira edição do estudo, que analisa as emissões de GEE, de poluentes atmosféricos e a representatividade das termelétricas brasileiras de serviço público e autoprodutoras – usinas acopladas a indústrias, para suprirem essencialmente suas próprias demandas por eletricidade – que disponibilizaram energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os dados excluem as plantas movidas a combustíveis renováveis e as unidades para as quais não foi possível identificar os combustíveis empregados. A geração termelétrica nos Sistemas Isolados (Sisol), supridos por pequenas ou médias usinas com pouca disponibilidade de informações, também está fora do escopo. As análises se referem, respectivamente, aos anos de 2020, 2021 e 2022. O recém-lançado estudo e suas versões anteriores estão disponíveis no site do IEMA.

O “3º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas” também buscou apresentar as emissões de gases poluentes como óxidos de nitrogênio das plantas analisadas – vale lembrar que eles diferem dos gases de efeito estufa. As dez termelétricas com maiores emissões de óxidos de nitrogênio, que forneceram informações à base de dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão respectivamente localizadas nos municípios de: Capivari de Baixo/SC, Duque de Caxias/RJ, Canoas/RS, Cubatão/SP, São Francisco do Conde/BA, Linhares/ES, Alto dos Rodrigues/RN e Candiota/RS. Os óxidos de nitrogênio são poluentes emitidos em grandes quantidades por qualquer termelétrica fóssil. Sua presença no ar em concentrações elevadas está associada a uma variedade de preocupações ambientais, como a ocorrência de chuva ácida, e de saúde pública, incluindo enfermidades respiratórias. No entanto, dos 41 municípios onde estão instaladas as usinas termelétricas que operaram em 2022, 20 não têm estações oficiais de monitoramento da qualidade do ar. “Isso evidencia lacunas da rede brasileira de monitoramento da qualidade do ar, o que impossibilita a verificação adequada dos riscos à saúde a que estão expostos os habitantes que vivem na área de influência dessas instalações”, comenta Helen Sousa, coautora do estudo. Ainda assim, na contramão dessa escassez de informações, diversos projetos termelétricos estão sendo considerados para implementação em locais sem monitoramento da qualidade do ar, e onde já há esse tipo de empreendimento em operação. Além das emissões de gases de efeito estufa e de poluentes do ar, a geração termelétrica fóssil provoca uma série de outros problemas ambientais como estresse hídrico por conta da utilização de água para resfriamento de sistemas ou competição no despacho de energia com fontes renováveis. Ademais, a geração por

Ainda que a elevada participação fóssil em 2021, devido à crise hídrica, e a subsequente queda em 2022, representada no atual estudo, possam ser consideradas atípicas, existe um aumento consistente na utilização de termeletricidade fóssil. Essa categoria de geração de energia elétrica passou, de 30,6 TWh em 2000 para 91,8 TWh em 2020 (aumento de 200%), resultando em uma elevação de 113% nas emissões de GEE de todo o setor elétrico brasileiro, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima. O contexto atual do setor elétrico apresenta riscos para seus planos de descarbonização rumo a uma matriz 100% renovável, e para a melhoria da qualidade do ar no país. Mesmo sem demanda, nove projetos termelétricos entraram em operação em 2022, oito deles contratados no leilão emergencial de 2021, o chamado Procedimento Simplificado de Contratação (PCS). Somado a isso, a lei da privatização da Eletrobras, Lei 14.182/2021, prevê a instalação de 8.000 MW em termelétricas a gás nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, até 2030. Já a Lei 14.299/2022 busca a postergação de subsídios e da vida útil de usinas a carvão mineral, até 2040. no 394

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Robô de mergulho controlado por PC coleta lixo nos canais de Veneza Stefan Ziegler Gerente Editorial de Relações Públicas da Beckhoff © Pierre-Elie Herve – TECNALIA

Cerca de 70% dos resíduos nas águas afundam nos oceanos ou se decompõem em micro e nanoplásticos – no total, mais de 10 milhões de toneladas. Com base em um sistema baseado em IA, o projeto de pesquisa MAELSTROM desenvolveu um robô autônomo para águas de até 20 metros de profundidade, que identifica e coleta objetos de forma seletiva. O sistema, que é automatizado com o controle baseado em PC, foi aprovado em seu teste nos canais de Veneza, em setembro de 2022. Se você quiser evitar que o lixo envenene os frágeis ecossistemas subaquáticos ou que os micro e nanoplásticos entrem em nossos corpos através da cadeia alimentar, será necessário evitar mais poluição dos corpos d’água, e coletar o lixo que já está submerso. É exatamente isso que o projeto europeu Horizon 2020 – MAELSTROM pretende fazer: desenvolver e integrar tecnologias para identificar, remover, classificar e converter todos os tipos de detritos marinhos em matérias-primas. Para isso, uma equipe de pesquisa internacional com representantes da TECNALIA (Espanha), CNRS-LIRMM (França) e Servizi Tecnici (Itália) desenvolveu a “Robotic Seabed Cleaning Platform”. Seu componente principal é um robô subaquático equipado com uma garra e um dispositivo de sucção que se move de forma flexível em seis graus de liberdade com a ajuda de oito guinchos. Usando sensores e câmeras, o robô detecta lixo no fundo do mar, posiciona-se automaticamente sobre ele, e pode levantar objetos com peso de até 130 kg (incluindo bicicletas, pneus, caixas e redes). Peças menores ou pedaços de plástico que flutuam na água são recuperados por sucção. “Como operamos a partir da superfície e ativamos garras ou ventosas somente quando Como parte do projeto de pesquisa MAELSTROM, foi desenvolvido um robô de cabo necessário, obtemos alta seletividade, minimi- que pode remover pequenas partículas por meio de ventosas e recuperar resíduos de zando o impacto no ecossistema do fundo do até 130 kg de profundidades de até 20 metros usando uma garra. 64

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mar”, explica Mariola Rodríguez, gerente de projetos da MAELSTROM no TECNALIA. Os guinchos de posicionamento são controlados de forma síncrona por meio de Servo Drives AX5118 e servomotores AM8071 da Beckhoff. “Para garantir um posicionamento robusto, preciso e rápido, escolhemos servomotores síncronos sem escovas”, ressalta Jose Gorrotxategi, engenheiro eletrônico da Cable Robotics Team da TECNALIA. Outra vantagem pode ser encontrada na tecnologia OCT (One Cable Technology) dos drives, que reduz o esforço de fiação e os requisitos de espaço nos guinchos. Os cabos de aço dos guinchos permitem que a estrutura do robô seja posicionada com precisão embaixo d’água, e mantida no lugar com alta estabilidade, apesar das fortes correntes. Os codificadores nos eixos do motor detectam a posição angular e as rotações dos tambores do cabo, o que indiretamente permite estabelecer o comprimento do cabo enrolado. Os freios eletromagnéticos e o monitoramento das tensões dos cabos por meio de sensores de força garantem a segurança necessária. Se os valores medidos estiverem fora da faixa permitida, o robô para imediatamente, e uma mensagem de erro é exibida.

Sensores acima e abaixo da água Para fins de controle e monitoramento, a estrutura do robô de cabo subaquático contém vários sensores e câmeras para operação manual, automática e remota. “As câmeras e as luzes permitem o controle manual, desde que a visibilidade debaixo d’água não seja muito baixa”, acrescenta Pierre-Elie Herve, engenheiro mecânico e de controle da Cable Robotics Team da TECNALIA. O operador pode clicar em locais interessantes no fundo do mar na imagem da câmera, aos quais o robô se aproxima de forma autônoma. Um sensor de pressão na estrutura do robô detecta a profundidade do mergulho, e uma unidade de medição inercial (IMU) regula sua posição na água. A distância da plataforma móvel até o fundo do mar e sua velocidade relativa a ele são registradas por um DVL (Doppler Velocity Log), por meio de quatro sensores de sonar.

Outros sensores estão localizados no pontão na superfície da água, incluindo um sensor de pressão para compensar as mudanças de pressão atmosférica durante o controle de profundidade. Duas unidades GPS cinemáticas em tempo real determinam a posição e a orientação vertical da barcaça em tempo real. Todos os dados desses diferentes sistemas são incorporados ao controle e à regulação da posição do robô. Com base nesses valores, a plataforma robótica pode executar tarefas como aproximar-se com precisão, e manter as posições previamente selecionadas nos mapas de profundidade (mapa de batimetria), o que acelera o trabalho do robô. “Essa capacidade provou ser um recurso fundamental nas águas muito turvas da Lagoa de Veneza”, destaca Mariola Rodríguez.

Controle e comunicação do robô de cabo Com um total de doze eixos – oito guinchos e quatro corrediças móveis verticalmente nos mastros do pontão – o robô de cabo subaquático é controlado pelo TwinCAT 3, instalado em um PC industrial do gabinete de controle C6650. Ele é instalado no gabinete de controle principal localizado em uma sala de controle. Além do monitoramento da força do cabo, vários botões de parada de emergência ao longo do sistema (sala de controle, controle de rádio e guinchos) garantem uma operação segura. A lógica de segurança correspondente é executada por um terminal EtherCAT EL6910 com TwinSAFE Logic. Os Servo acionamentos com freios integrados são integrados ao aplicativo de segurança por meio das placas opcionais de drive AX5805 TwinSAFE. Outras quatro caixas de distribuição, montadas de forma descentralizada nos guinchos de cabo, contêm os módulos de interface de E/S e os componentes eletrônicos para a medição da força do cabo. A conexão entre o gabinete de controle e as caixas de distribuição é estabelecida por meio do Ethercat P. De acordo com Jose Gorrotxategi, “essa extensão da tecnologia EtherCAT possibilita a transmissão da alimentação CC e da comunicação em tempo real EtherCAT, em um único cabo.” no 394

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Artigo © Vincent Creuze e Cyril Barrelet – CNRS-LIRMM

Tela de exibição com controle manual: o mapa de batimetria é mostrado ao operador. Ele está centralizado na bacia interna da plataforma do robô (retângulo laranja). O retângulo vermelho indica a área de trabalho segura, onde não pode ocorrer nenhuma colisão entre a plataforma do robô e os cabos. A área inferior representa as tensões de tração dos cabos de aço. © Jose Gorrotxategi – TECNALIA

Os servo drives AX5118 controlam os oito drives de guincho do robô de cabo e os quatro eixos do transportador de base

Controle da plataforma do robô Ao controlar o robô de cabo por joystick, o operador usa a posição estimada da plataforma subaquática móvel e as câmeras localizadas na plataforma móvel. Usando a HMI, o operador pode selecionar os vários modos de controle e monitorar todas 66

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as funções com base nos valores do sensor, além do controle visual por meio de câmeras subaquáticas. O sistema de câmera para percepção subaquática permite principalmente o servo controle visual: assim que o operador vê detritos marinhos (a uma distância relativamente curta da câmera, devido à turbidez da água), ele pode clicar sobre eles na imagem da câmera e a plataforma móvel do robô a cabo se aproximará automaticamente dos detritos. Também integrado à HMI está um mapa de profundidade, criado com o sistema DVL e as câmeras. O operador pode selecionar qualquer ponto nessa imagem, para o qual a plataforma móvel se desloca. Além da operação manual, o rack também pode identificar, direcionar e coletar lixo de forma autônoma. “Isso funciona com base na inteligência artificial, que é capaz de identificar os detritos marinhos, e selecionar o dispositivo de remoção mais adequado”, especifica Pierre-Elie Herve. O software desenvolvido para a plataforma robótica de limpeza do fundo do mar calcula em tempo real a posição geográfica do robô graças ao GPS em tempo real (cinemática em tempo real – ou RTK) e aos dispositivos de medição inercial – dispositivos que medem e informam a posição ou a orientação e monitoram e controlam simultaneamente os guinchos. Além disso, a posição do robô é exibida no mapa do fundo do mar, que também mostra a posição dos resíduos. O robô pode se mover no modo automático, com o software determinando a “trajetória na água”, ou no modo manual controlado por joystick. Enquanto o robô se movimenta, uma câmera combinada com um sensor acústico escaneia o fundo do mar para medir a profundidade (batimetria) e detectar lixo. Esses dados são georreferenciados e sobrepostos no mapa em tempo real.


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Hidrogênio e a Transferência de Custódia: A Medição dos Combustíveis de Baixo Carbono Carlos Eduardo Ribeiro de Barros Barateiro, D. Sc. Universidade Estácio de Sá / Macaé (RJ), Brasil Eng. Maiara Izete Rocha Ribeiro UCP/IPETEC - Instituto de Pesquisa Educação e Tecnologia Salvador (BA), Brasil

Claudio Makarovsky, M.Sc. Universidade Federal Fluminense / Rio de Janeiro, Brasil Gustavo Lima, M.Sc. Universidade Federal Fluminense / Rio de Janeiro, Brasil

Rômulo C. S. Emerik , M.Sc Universidade Federal Fluminense / Macaé, Brasil

Introdução

zendo-se a reforma a vapor do gás natural, porém dando um destino ao CO2 produzido nesse processo (hidrogênio azul). Com as pressões pela obtenção de energia limpa, nos últimos anos tem-se observado o crescimento da produção a partir do processo de eletrólise, utilizando eletricidade renovável obtida através de sistemas eólicos, solar ou mesmo hi-

As emissões de gases, que provocam o efeito estufa, atingiram, em 2022, o nível recorde de 36,8 bilhões de toneladas, e que não foram ainda maiores devido à ascensão das energias renováveis (IEA, 2023). À medida que os líderes mundiais, as empresas e a sociedade focam em atingir emissões zero em 2050, o uso do Hidrogênio passou a ser uma alternativa viável para a transição energética. Embora esse combustível não seja uma novidade, no passado sua produção tinha origem essencialmente nos recursos fósseis, e consequentemente com elevada pegada de carbono, sendo obtido a partir carvão antracito (hidrogênio preto), do carvão mineral hulha (hidrogênio marrom), da reforma a vapor (hidrogênio cinza) e pirólise do gás natural (Hidrogênio turquesa) (Figura 1). Uma varian- Figura 1: Tipos de Hidrogênio de Acordo com a Fonte e o Processo de Fabricação te menos agressiva é fa- Fonte: World Economic Forum (2021)

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Artigo dráulicos (hidrogênio verde e amarelo, que é uma variante da verde com uso específico de energia solar). Em que pese os custos da produção ainda altos, os compromissos internacionais tendem a viabilizar essas soluções através da economia de escala. O hidrogênio tem uma série de vantagens como combustível. A principal é que pode ser queimado para gerar calor sem produzir quaisquer poluentes (apenas vapor de água), ou pode gerar eletricidade através de uma célula de combustível, novamente sem produzir poluentes. Existem dois estados físicos em que o hidrogênio pode ser usado: hidrogênio líquido, que possui baixo ponto de ebulição (abaixo de -250°C); e o hidrogênio gasoso, que é excepcionalmente leve, e que possui baixa densidade de energia (em volume).

Características do Hidrogênio Enquanto o hidrogênio gasoso tem uma densidade volumétrica de 2,8 KWh/m3, o líquido tem cerca de 2.360 KWh/ m3 e, para efeito de comparação, o gás natural tem entre 10 e 14 KWh/m3 e a gasolina cerca de 10.000 KWh/m3. No entanto, em termos mássicos, o hidrogênio tem uma excelente relação: enquanto a gasolina possui uma densidade de 12 KWh/ kg e o gás natural entre 10,6 e 13,1 KWh/kg, o Hidrogênio gera 33 KWh/kg (ESTÊVÃO, 2008) (Figura 2).

Figura 2: Densidade Gravimétrica e Volumétrica do Hidrogênio Fonte ESTÊVÃO (2008)

O hidrogênio (H2) é a menor molécula do universo, possuindo peso molecular 2g/mol, que é aproximadamente oito vezes menor que a do gás natural, e assim há uma maior propensão a ter vazamentos – da ordem de três vezes, quando comparado com o metano (ESTÊVÃO, 2008). A baixa densidade garante uma rápida dispersão, mas pode haver aprisionamento da parte superior das instalações. A exposição ao hidrogênio pode causar fragilização e enfraquecimento de certos materiais, incluindo o aço de alta resistência e os principais efeitos observados incluem a diminuição da ductilidade, trincas ou até mesmo ruptura 68

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(MOLTER, 2017). Embora este processo seja mais provável em temperaturas elevadas, é uma consideração que deve ser feita ao selecionar-se a tecnologia de medição adequada. No entanto, essa alta mobilidade do hidrogênio afeta diretamente os materiais elastoméricos, permite que penetre mais rapidamente através de anéis de vedação, juntas e diafragmas do que outros gases (EMERSON, 2021). Como o metano, o gás hidrogênio é inodoro, portanto, vazamentos podem ser difíceis de detectar. Sistemas de odorização podem ser adicionados para ajudar na detecção, embora estes sejam uma impureza adicional no hidrogênio. As impurezas podem acumular-se e danificar os componentes da célula de combustível. As chamas de hidrogênio são invisíveis ao olho humano, mas podem ser coloridas com a inclusão de aditivos. Novamente, as impurezas podem danificar os conversores catalíticos nas células de combustível. Em função do hidrogênio gasoso ter uma densidade de energia volumétrica muito baixa, é economicamente mais eficiente armazenar ou transportar energia em densidades volumétricas de energia mais elevadas, o hidrogênio gasoso é normalmente pressurizado e comprimido para armazenamento. Para atingir densidades de energia volumétrica ainda maiores, o hidrogênio pode ser liquefeito. No entanto, tal como acontece com outros líquidos criogênicos, o processo de liquefação é relativamente exigente em termos de energia e, portanto, de alto custo. O hidrogênio tem uma temperatura crítica (a temperatura acima da qual um gás não pode ser liquefeito apenas pela pressão) abaixo de -230°C, e portanto, requer um processamento considerável com uso de trocadores de calor, bem como pressurização para completar o processo de liquefação (PUGA, 2023). Uma vez no estado líquido criogênico, o hidrogênio pode ser armazenado ou transportado (em recipientes de contenção). Na ausência de uma rede de gasodutos, o hidrogênio líquido poderia ser a forma mais econômica de distribuir grandes quantidades do combustível ao usuário final. Contudo, é necessária mais energia para fazer isto de forma eficaz no médio e longo prazo; sem refrigeração ativa para manter a temperatura baixa, o hidrogênio líquido pode evaporar e exigir ventilação (PUGA, 2023). No entanto, a temperatura extremamente baixa do hidrogênio líquido pode representar desafios para a medição, incluindo estresse físico para materiais e peças móveis. Além da temperatura, também é necessário considerar a pressão de operação. Para aplicações de mobilidade, o hidrogênio é aplicado em altas pressões, de 350 a 700 barg, e mesmo para muitas outras aplicações, como processos industriais, eletrolisadores e transporte por dutos, o hidrogênio é aplicado a pressões de 30 a 60 barg. Esses valores também precisam ser considerados na seleção das tecnologias de medição (PUGA, 2023).

Aspectos da Medição do Hidrogênio O hidrogênio é um combustível caro, e as tecnologias para sua medição precisam ser eficientes e suficientemente


Artigo precisas para que os riscos sejam minimizados, considerando os vários aspectos que afetam os resultados. As principais características físicas que são mais desafiadoras para a medição de hidrogênio líquido são as temperaturas extremamente frias e a suscetibilidade à mudança de fase, quando operando próximo ao seu ponto crítico (mesmo desde mudanças mínimas de temperatura ou pressão). Além disso, as características típicas do hidrogênio líquido (quando comparado com outros líquidos gerais) são baixa viscosidade, grande calor latente e pequena densidade, em comparação com outros líquidos gerais. Para o hidrogênio gasoso, as dificuldades de medição são praticamente as mesmas do gás natural, exceto pela utilização de altas pressões para os escoamentos. Da mesma forma que nos escoamentos de petróleo há uma preocupação em descontar-se os valores do teor de água e sedimentos (BSW – Basic Sediment and Water), no hidrogênio, a preocupação maior está na presença de ar, que é cerca de 14 vezes mais pesado e até mesmo da eventual presença de água. Assim, quando está sendo considerado a aplicação de transferência de custódia, a especificação de sistemas de coleta de amostras, análise e validação são extremamente importantes, e eventuais contaminações precisam ser considerados nos valores do escoamento. Também há ainda outro aspecto a ser considerado, e que pode afetar a qualidade das medições não exatamente do hidrogênio, mas dos escoamentos de gás natural onde planejase a introdução de Hidrogênio para reduzir as emissões de carbono. Como a densidade da mistura resultante seria significativamente diferente da do gás natural, os medidores de vazão calibrados para medir a vazão de gás natural irão apresentar erros ao tentar medir gases misturados (SRI, 2023). O limite de quanto de hidrogênio pode ser misturado com gás natural depende de vários fatores, incluindo o projeto e os materiais usados para construir o gasoduto, a condição e operação de compressores e outros equipamentos críticos, além do projeto das aplicações para o uso do gás escoado. Isso se deve principalmente à característica de fragilização dos materiais, provocada pelo hidrogênio e ao fato de que ele é normalmente manuseado a pressões muito altas, o que aumenta o risco de vazamentos e incidentes de segurança. As principais tecnologias de medição para o hidrogênio são praticamente as mesmas utilizadas no gás natural: deslocamento positivo, turbinas, ultrassom, Coriolis, termal e por pressão diferencial (placas de orifício, V-cone e Venturis). Cada uma tem suas vantagens e limitações para aplicações com o hidrogênio.

Medição com Deslocamento Positivo Deslocamento positivo compreende uma série de equipamentos de vazão mecânicos, onde o movimento do fluido move fisicamente uma parte do dispositivo de medição que aprisiona um volume conhecido. Com a taxa de variação do movimento e com esse volume conhecido, a vazão do fluxo

do fluido pode ser facilmente quantificada. São tipicamente utilizados nos sistemas de medição das distribuidoras de gás na entrada do usuário final. São de baixo custo, confiáveis e amplamente utilizados. Medem o fluxo volumétrico, e assim a composição do gás, a temperatura e a pressão precisam ser conhecidas para uma medição precisa. Possuem partes móveis que se desgastam com tempo sendo adequados tipicamente para pequenas/médias pressões. Tipicamente operam com incertezas de +/- 1,0% dependendo do tipo, tamanho, modelo e faixa de vazão. Para a medição de hidrogênio ou de misturas de gás natural com hidrogênio, haverá necessidade de calibração específica (JAROWSKI, 2020). Esses medidores são projetados para gases de maior densidade/menor permeabilidade, tais como gás natural, propano e butano. Mas a baixa densidade/alta permeabilidade do hidrogênio os torna mais propenso a vazamentos através e entre materiais e interfaces, aumentando os riscos de segurança.

Medição com Turbina É uma tecnologia confiável que apresenta um rotor com múltiplas pás instaladas na tubulação de distribuição. Fluxos de gás mais rápidos resultam em rotação mais rápida das lâminas. Sensores magnéticos produzem um pulso sempre que uma lâmina passa por eles. Um fator (k-factor) correlaciona a vazão volumétrica de um determinado gás com a velocidade angular do rotor e, assim, a vazão do gás pode ser calculada a partir da saída do sensor. Possui boa precisão e ampla faixa de vazões e pressões de operação, sendo um dos padrões para medição em transferência de custódia. São muito suscetíveis à problemas de manutenção, se utilizada com fluidos com particulados (e por isso precisam de filtros a montante) e fluxos pulsantes. Também precisam de condicionadores de fluxo para minimizar os efeitos dos turbilhonamentos do fluxo sobre as palhetas. Especial consideração deve ser feita com fluidos corrosivos e nesse aspecto a operação com hidrogênio deve ter atenção devido ao fato de, em alguns casos, transformar-se o hidrogênio em amônia para facilitar o transporte e assim, resíduos contaminantes podem acabar causando problemas nas turbinas.

Medição com Ultrassom Existem duas tecnologias básicas para medição por ultrassom: a Doppler, recomendada para fluidos com particulados ou bolhas, e a Tempo de Trânsito para fluidos limpos. A Doppler infere a vazão pela atenuação de um sinal de ultrassom devido ao choque com a partícula ou a bolha (maior atenuação significa maior velocidade do escoamento). Já o Tempo de Trânsito infere a velocidade do escoamento a partir das diferenças de tempo que o sinal de ultrassom leva para ir e retornar entre dois pares de sensores (o tempo contra o fluxo é maior que o a favor e essa diferença é causada pela velocidade do escoamento). Para transferência de custódia é utilizada a tecnologia por

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Artigo Tempo de Trânsito, como uso de vários pares de sensores para melhoria da incerteza, através da desconsideração de valores espúrios. Apesar de se poder fazer a medição externamente à linha, esse tipo de construção (clamp on) tem maior incerteza e, portanto, não é utilizada em transferência de custódia. São apropriados para linhas de grandes diâmetros e pressões, porém limitados a linhas de no mínimo 4”. Requerem condicionadores de fluxo para minimizar os efeitos de turbulência no fluxo, e operam com incertezas da ordem de 0,5%. Para aplicações com hidrogênio são recomendados transdutores à base de epóxi, que possuem excelentes propriedades acústicas, e não são propensos à fragilização por hidrogênio em altas temperaturas em comparação com transdutores de titânio tradicionais (KROHNE, 2022). A baixa densidade do hidrogênio torna relativamente difícil para o sinal ultrassônico viajar entre o transdutor emissor e o receptor, pois há um acoplamento acústico menos eficiente entre o transdutor e o gás hidrogênio. Isso resulta em uma relação sinal-ruído reduzida, em comparação com o gás natural. À pressão ambiente ainda é possível realizar medições de vazão ultrassônicas em gás hidrogênio; com o aumento da pressão, a relação sinal-ruído aumenta. A alta velocidade do som no hidrogênio resulta em tempos de trânsito muito curtos do sinal ultrassônico entre os transdutores, e em um grande ângulo de abertura do feixe ultrassônico. Devido ao curto tempo de trânsito, o transdutor receptor deve estar pronto a tempo de receber o sinal do transdutor emissor. Isto é possível ajustando a eletrônica para avançar a janela de tempo para a recepção. O grande ângulo de abertura pode causar diafonia, especialmente em tubos de pequeno diâmetro. Ao selecionar transdutores de frequência mais alta, a diafonia pode ser removida (HOLLADER, 2023). Esses dois aspectos precisam ser considerados pelo fabricante nos algoritmos de medição. Possuem sofisticados diagnósticos que permitem detectar vestígios mínimos de líquido, contaminação ou distúrbios de fluxo na tubulação (depósitos, sujeira, alterações na rugosidade da superfície, etc.). Além disso, como inferir alterações na composição do gás a partir de mudanças na velocidade sônica entre os sensores. Utilizando o princípio do perfil de fluxo de Reynolds, o medidor pode ser calibrado em gás natural exatamente com os mesmos perfis de fluxo que serão vistos em uma aplicação de hidrogênio (KROHNE, 2022).

Medição com Coriolis Os medidores de vazão Coriolis medem a vazão mássica do escoamento, aproveitando o efeito Coriolis ou seja, aproveita os efeitos inerciais causados por um fluido, escoando através de um tubo e que são diretamente proporcionais ao fluxo de massa do fluido. Em um medidor de vazão Coriolis, a vibração é induzida no(s) tubo(s) de fluxo cheio(s) de gás e, em seguida, a vazão mássica é capturada medindo a diferença na fase de vibração entre duas extremidades do tubo de vazão. Conseguem medir a densidade do escoamento a partir do período dessa vibração, porém em gases essa medição não 70

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tem boa resolução. Operam ao alta precisão (da ordem de +/- 0,5% para gases e +/- 0,1 para líquidos), sem a necessidade de condicionadores de fluxo ou trechos retos a montante. Podem trabalhar sob condições extremas de temperatura (até -240°C), e pressão (até 1000 bar), e tem excelente compatibilidade de materiais, com a medição não afetada por alterações na densidade do gás (por exemplo, “slugs” de hidrogênio) (EMERSON, 2021). No entanto, no caso de medição de gás, especialmente com hidrogênio de baixa densidade, deve-se tomar cuidado para atender ao requisito de densidade mínima do medidor para garantir o desempenho esperado. Na prática, isso significa que uma pressão mínima é necessária para aplicações de transferência de custódia. Como os medidores Coriolis medem a massa por vibração do tubo, os medidores Coriolis também têm uma pressão operacional máxima baseada nesses tubos de paredes relativamente finas. Pressões mais altas (normalmente acima de 200 bar) requerem tubos mais grossos que são mais difíceis de vibrar, o que pode fazer com que o medidor Coriolis perca na sua precisão (HOLLANDER, 2023). A tecnologia Coriolis é o tipo de medidor mais utilizado para hidrogênio líquido, aproveitando-se a experiência aplicativa anterior de sucesso com gás natural liquefeito (GNL) e nitrogênio liquefeito. No entanto, ainda são necessárias mais investigações para explorar influências potenciais na precisão, ao medir temperaturas muito mais baixas como, por exemplo, hidrogênio líquido a 20K.

Medição Termal O princípio básico do medidor é inferir a vazão mássica a partir da dispersão térmica, quando a vazão de fluido escoa entre um emissor de calor e um receptor de temperatura. Com baixas vazões, o calor do emissor só aquecerá localmente e com fluxos mais elevados de gás o calor será captado pelo receptor. Conseguem medir a vazão mássica, temperatura, volume padrão, velocidade, fluxo de calor, fluxo de energia e densidade. Possuem uma excelente rangeabilidade (100:1), com alta precisão e repetibilidade e alta sensibilidade para baixas vazões. No entanto, a composição do gás afeta a precisão porque os gases (e misturas de gases) têm diferentes capacidades térmicas específicas e propriedades térmicas diferentes. Como é impraticável atualizar a composição de forma constante, são recomendados para aplicações sem grandes variações. Não são recomendados para pressões elevadas (classe de pressão típica de 300#), operam tipicamente em linhas de 1/2 to 4” e requerem condicionadores de fluxo para minimizar os efeitos da turbulência do fluxo entre o emissor e o elemento sensor de temperatura.

Medição com Elemento Deprimogênio Uma restrição (elemento deprimogênio) é inserida na tubulação de gás, e quando um fluido está escoando, essa res-


Artigo trição cria uma queda na pressão no escoamento a jusante da placa de orifício (efeito Bernoulli). A diferença de pressão entre o lado a montante e a jusante da restrição pode ser usada para inferir a vazão. A precisão da medição com elementos diferentes é muito dependente da incerteza do cálculo da compressibilidade, que afeta a correção da densidade do fluido, e portanto crítico para a conversão de volume em condições padrão. Szewczyk e Jaworski (2020) investigaram os problemas da injeção de H2 no fator de compressibilidade, e foram realizados testes para comparar os algoritmos SGERG-88 e AGA8-DC92 (que fazem o cálculo da compressibilidade), com teores crescentes de H2, devido ao fato de ambos os algoritmos apresentarem o limite de aplicação de hidrogênio de 10% (mol/mol). Os resultados experimentais demonstraram que o algoritmo AGA8-DC92 fornece resultados satisfatórios, com teor de hidrogênio abaixo de 40% (mol/mol). Também foi observado por DELL’ISOLA et al. (2021) que o fator de compressibilidade aumenta à medida que o conteúdo de hidrogênio aumenta. O fator de compressibilidade é mais influenciado pela concentração de hidrogênio em altas pressões do que em baixas pressões. Ou seja, a medição com elementos deprimogênios pode ter a incerteza muito impactada pela presença de altos teores de hidrogênio. Regulamentação da Medição do Hidrogênio Existem várias regulamentações internacionais aplicáveis para a medição do hidrogênio, mas as mais utilizadas são baseadas nas especificações da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML).: • OIML R 117 – Sistemas de medição dinâmica para líquidos que não sejam água: esta recomendação especifica os requisitos metrológicos e técnicos aplicáveis aos sistemas de medição dinâmica para quantidades (volume ou massa) de líquidos, que não sejam água, sujeitos a controlos metrológicos legais. Também fornece requisitos para a aprovação de partes dos sistemas de medição (medidores etc.), e é aplicável aos sistemas de escoamento de gases no estado líquido (OIML, 2019). • OIML R 137 – Medidores de gás: esta recomendação se aplica a medidores de gás baseados em qualquer tecnologia ou princípio de medição usado para medir a quantidade de gás que escoa pelo medidor em operação, não se aplicando a gases no estado liquefeito, multifásico, vapor e gás natural comprimido (GNC) (OIML, 2012). • OIML R 139 – Sistemas de medição de combustíveis gasosos comprimidos para veículos: em geral, os sistemas de medição abrangidos por esta recomendação destinamse ao reabastecimento de veículos automóveis, pequenas embarcações e aeronaves com gás natural comprimido, hidrogênio, biogás, misturas de gases ou outros combustíveis gasosos comprimidos (OIML, 2018). Inclusive o Brasil possui regulamentações específicas que têm origem nas recomendações da OIML: • Portaria INMETRO nº 291, de 07 de julho de 2021 (IN-

METRO, 2021): Regulamento Técnico Metrológico consolidado para sistemas de medição dinâmica equipados com medidores para quantidades de líquidos (equivalente a OIML R 117). • Portaria INMETRO nº 156, de 30 de março de 2022 (INMETRO, 2022): Regulamento Técnico Metrológico consolidado para medidores de vazão de gás natural, biometano e gás liquefeito de petróleo (GLP) em fase gasosa (equivalente a OIML R 137). • Portaria INMETRO nº 32, de 24 de março de 1997 (INMETRO, 1997): Regulamento Técnico Metrológico estabelecendo as condições mínimas a que devem satisfazer os medidores de gás automotivo (equivalente a OIML R 139). O grande desafio dessas regulamentações é abranger as dificuldades existentes na medição com hidrogênio. Por exemplo, se formos considerar os sistemas de abastecimento de veículos automotores temos a operação com pressões altíssimas (350 ou 700 barg dependendo do tipo de veículo), e o sistema de medição inclui pré-resfriamento a -40°C (Figura 3). Estas são condições difíceis e desafiadoras para um medidor de vazão e as incertezas variam de acordo com a posição do medidor dentro do sistema de medição: se próximo ao compressor, o gás está em temperatura ambiente, pressão estável e áreas com volumes estagnados mas, se estiver perto da área de despressurização, a temperatura é mais variável (ambiente até -40°C), e praticamente sem áreas de volume estagnados (AIR LIQUIDE, 2018). Macdonald et al. (2021) demonstrou que, se a temperatura do medidor diferisse muito da temperatura do gás de entrada, isso resultaria em erros de até 15%, mesmo em vazões de até 0,5 kg/min. Isto poderá ter implicações importantes para a concepção e configuração dos postos de abastecimento de hidrogênio (MACDONALD et al., 2021).

Figura 3: Sistema de Abastecimento Veicular com Hidrogênio Fonte: MetroHyVe (2018)

A medição baseada no princípio Coriolis tem sido a preferida usada em pontos de abastecimento. Para atender à demanda por calibração adequada, Macdonald et al. (2021) e Morioka (2023) investigaram um método de calibração alternativo usando nitrogênio/ar, combinando vazão de massa e densidade. Foram processados testes separados, considerando os efeitos da temperatura e pressão em medidores mássicos calibrados inicialmente com água, e os erros ficaram dentro dos limites aceitáveis e boa reprodutibilidade, mostrando que fluidos alternativos ao hidrogênio podem ser usados para a

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Artigo calibração dos medidores mássicos para hidrogênio. Já para as aplicações industriais ou na distribuição existem algumas propriedades do hidrogênio, que afetam diretamente a qualidade da medição: • Os sistemas com hidrogênio operam tipicamente com vazões de 20 m3/h enquanto os sistemas com gás natural com 6 m3/h, significa cuidado na seleção dos medidores e tecnologias, principalmente em relação aos erros de medição e no potencial de maior desgaste/falha dos medidores mecânicos. • O hidrogênio possui uma densidade 8 vezes menor que a do gás natural – o que pode limitar alguns modelos/tecnologias de medição. • O hidrogênio opera com uma velocidade do som três vezes maior que a do gás natural – o que pode provocar impactos na medição com ultrassom. Essas condições podem impactar ou mesmo limitar o uso das tecnologias: • Medidores mecânicos podem ter erros aumentados devido a vazamentos internos. • Medidores ultrassônicos – pode haver erros aumentados devido à atenuação do sinal e resolução da medição dos tempos entre os sensores. • Medidores por efeito Coriolis podem ter limitações na pressão mínima de operação, devido à baixa densidade. • Medidores térmicos podem ser extremamente afetados pelas mudanças no fluido. • Medidores deprimogênio podem ter erros devido as limitações dos algoritmos. Ou seja, mais do que termos regulamentações é necessário um grande foco nas características da aplicação, para a escolha correta das tecnologias, e na gestão dos sistemas de medição. E obviamente a gestão deve considerar os requisitos previstos na legislação. Vale lembrar, no âmbito do Brasil, que a Resolução CONMETRO nº 08, de 22 de dezembro de 2016 (CONMETRO, 2016), que dispõe sobre as diretrizes para execução das atividades de Metrologia Legal no País, define claramente: “São passíveis de controle metrológico legal os instrumentos de medição ... quando empregados em atividades econômicas; quando forem utilizados na concretização ou na definição do objeto de atos em negócios jurídicos de natureza comercial, civil, trabalhista, fiscal, parafiscal, administrativa e processual...” (Cap. IV, Item 6. Resolução CONMETRO nº 08). “O INMETRO determina quais instrumentos de medição devem ser objeto de regulamentação técnica metrológica particularizada e a quais etapas e formas de controle metrológico legal estes instrumentos de medição estão sujeitos”. ...” (Cap. IV, Item 6.1, Resolução CONMETRO nº 08). Nesse aspecto, a Portaria INMETRO nº 291, de 07 de julho de 2021 (INMETRO, 2021), que é aplicável aos sistemas de medição dinâmica de líquidos, deixa a brecha para sua aplicação nos sistemas de hidrogênio liquefeito quando 72

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específica: “...aprova o Regulamento Técnico Metrológico – RTM para sistemas de medição dinâmica de quantidades de líquidos utilizados em ... transferência de custódia de petróleo, seus derivados líquidos, álcool anidro e álcool hidratado carburante. (Caput, Portaria INMETRO nº 291). “Caberá ao INMETRO determinar a aplicabilidade do presente regulamento aos sistemas de medição utilizados na medição de outros líquidos que não água, não citados neste regulamento (Art. 1º, § 4º , Portaria INMETRO nº 291). E dessa forma, se aplicando Portaria INMETRO nº 291 (INMETRO, 2021), há necessidade de atendimento aos requisitos de comprovação metrológica aplicável aos sistemas de medição, tais como aprovação de modelo para os medidores, verificações iniciais (medidores e computadores de vazão) e verificações subsequentes (medidores). A mesma brecha não existe na Portaria INMETRO nº 156 (INMETRO, 2022), e portanto sem aplicação à medição de hidrogênio, uma vez que define sua abrangência como: “...aprova o Regulamento Técnico Metrológico para instrumentos de medição de vazão de gás natural, biometano e gás liquefeito de petróleo (GLP), quando em sua fase gasosa para fins de medição fiscal, transferência de custódia, distribuição e comercialização (Caput, Portaria INMETRO nº 156). Da mesma forma, para os sistemas de medição de abastecimento automotivo, não há uma clara abrangência da Portaria INMETRO nº 32 (INMETRO, 1997), para o hidrogênio na medida que define: “Medidores de gás automotivo (dispensers), sistema destinado a medir continuamente a quantidade de gás comprimido, sendo dotado de dispositivo de medição que emite sinais proporcionais à quantidade mensurada, sendo tais sinais decodificados e computados por aparelhagem eletrônica, que visualiza a entrega bem como total a pagar relativo ao preço unitário predeterminado”. (Capítulo 2, Definições, Portaria INMETRO nº 32). “São permitidas as seguintes unidades de medida na comercialização de gás natural nos postos de serviço: a) Sistema cujo método de medição direto seja medição de massa: quilograma (kg); b) Sistema cujo método de medição, direto ou indireto, seja medição de volume: metro cúbico (m3)....” (Capítulo 3, Unidade de Medida ,item 3.1, Portaria INMETRO nº 32). Dessa forma, diferentemente da medição em forma de líquido, há necessidade ainda de uma legislação mais clara para aplicação da medição em transferência de custódia do hidrogênio gasoso.

Conclusões Não há dúvidas de que existe um considerável interesse pelo hidrogênio como um importante agente da descarbonização. Trata-se de um combustível caro que possui uma densidade energética, em termos mássicos, muito significativa.


Artigo No entanto, sua densidade energética em termos volumétricos é baixa, em função de se constituir de uma molécula muito leve. Essa característica obriga o transporte e a base da utilização em grandes pressões (comprimido) e/ou baixas temperaturas (líquido criogênico). E há muitos desafios de medir as vazões com uma incerteza compatível com os requisitos da transferência de custódia. As regulamentações, que foram construídas para o mercado de óleo, gás natural e derivados, precisam ser revistas e atualizadas, considerando a aplicação de sistemas com o hidrogênio. Da mesma forma, ainda precisam ser mais bem compreendidos, a calibração dos medidores considerando o hidrogênio puro ou misturado com o gás natural e os aspectos de segurança, principalmente devido à fragilidade que esse produto causa nos materiais. Uma certeza é inegável: a sustentabilidade do planeta passa pelo uso do hidrogênio!

Referência Bibliográfica AIR LIQUIDE (2018). H2 metering study - Certification of hydrogen dispensers. FCH-JU Program Review Day. Disponível em https://www.fch.europa.eu/sites/default/files/documents/ ga2011/6_Session1_H2Metering%20%28ID%2048 11593%29. pdf, Acesso em 22 de Dezembro de 2023. CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) (2016). Regulamentação Metrológica. Resolução CONMETRO n.º 0,8 de 22 de dezembro de 2016. DELL’ISOLA , M.; FICCO , G. , MORETTI, L., JAWORSKI, J., KULAGA, P.; KUKULSKA−ZAJA˛E. (2021). Impact of Hydrogen Injection on Natural Gas Measurement. Energies 2021, 14, 8461. https://doi.org/10.3390/en14248461. EMERSON AUTOMATION (2021). Hydrogen – Natural Gas Blending Solutions. Disponível em https://www.emerson. com/documents/automation/product-brochure-hydrogen%E2%80%93-natural-gas-blending-solutions-brochure-emerson-en-en-7838030.pdf, Acesso em 17 de Dezembro de 2023. ESTÊVÃO, T. (2008). O Hidrogénio como combustível. Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Disponível em https:// repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/58102/1/000129289. pdf, Acesso em 17 de Dezembro de 2023. HOLLANDER, H. (2023). Basics of hydrogen flow measurement. Disponível em https://www.linkedin.com/pulse/basics-hydrogen-flow-measurement-hilko-den-hollander/, acesso em 17 de dezembro de 2023. INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) (2021). Regulamento Técnico Metrológico consolidado para sistemas de medição dinâmica equipados com medidores para quantidades de líquidos. Portaria INMETRO nº 291, de 07 de julho de 2021. INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (2022). Regulamento Técnico Metrológico consolidado para medidores de vazão de gás natural, biometano e gás liquefeito de petróleo (GLP) em fase gasosa. Portaria INMETRO nº 156, de 30 de março de 2022. INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (1997). Regulamento Técnico Metrológico estabelecendo as condições mínimas a que devem satisfazer os medidores de gás automotivo. Portaria INMETRO nº 32, de 30 de março de 1997.

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Horta no Mar

Já pensou plantar e colher a própria comida em alto mar? A PRIO tornou possível o contato com a natureza, mesmo com a distância de cerca de 100 km da costa. A iniciativa “Hortas no Mar”, lançada em 2022, teve como objetivo oferecer um espaço de convívio e trocas entre seus colaboradores, e sensibilizar o time sobre a importância da reconexão com o meio ambiente. “A ideia é levar o máximo do que a gente pode dos nossos próprios hobbies e das atividades que nos interessam para o campo. A horta é algo ligado à sustentabilidade e é uma iniciativa que aproxima as pessoas. Eu torço que de pouco em pouco essas hortas cresçam, se tornem ambientes mais agradáveis, que as pessoas se interessem por este contato, e que esse projeto cresça ainda mais”, conta Nelson Queiroz Tanure, presidente do Conselho de Administração da companhia. Atualmente, os campos de Polvo, Tubarão-Martelo e Frade já contam com hortas de cerca e composteira, que provê adubo líquido para as mesmas. A iniciativa também será replicada em 2024, em Albacora Leste, ativo adquirido mais recentemente. A produção é realizada em três ciclos, e cada um envolve espécies distintas: temperos, chás, hortaliças e plantas alimentícias não convencionais (Pancs). Toda manutenção é de responsabilidade dos colaboradores, que também consomem na operação tudo que é produzido. Para isso, eles participaram de um workshop sobre o cultivo nas hortas, atividade realizada com o apoio da Associação Comunitária de Agricultura de Cantagalo/Rio das Ostras, participante do Projeto de Educação Ambiental – PEA Rede Observação da PRIO. Após o plantio, o time é constantemente estimulado a compartilhar o andamento da manutenção da horta e da composteira de cada uma das nossas unidades. Ao

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final dos ciclos, os melhores pontuados recebem prêmios da empresa. A iniciativa tem ainda um viés muito importante, de contribuir para a saúde mental de profissionais que ficam vários dias embarcados, distante da terra, de suas famílias e de atividades rotineiras. É um momento de desconectar da nossa rotina de trabalho de 12h, como se estivesse em casa. Além das hortas, os colaboradores contam com outras atividades em alto-mar, para aproveitar os momentos de descanso, como academia, aulas de jiu-jitsu, shiatsu, yoga e treino funcional.


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Maersk vai ter navio de grande capacidade movido a metanol em rota comercial entre Ásia e Europa A A.P. Moller – Maersk está prestes a lançar o primeiro dos seus 18 navios de grande capacidade movidos a metanol encomendados. Em 9 de fevereiro de 2024, a embarcação entrará em operação no serviço AE7, que conecta a Ásia e a Europa, incluindo escalas em Xangai, Tanjung Pelepas, Colombo e Hamburgo (veja todas as escalas abaixo), tendo Ningbo, na China, como primeiro destino. O navio porta-contêineres construído pela Hyundai Heavy Industries (HHI), na Coreia do Sul, tem capacidade nominal de 16 mil contêineres (TEUs), e é equipado com motor bicombustível, que permite operar com metanol, além de biodiesel e combustível convencional. Esta iniciativa faz parte da agenda da companhia para a sua meta global de ser net zero até 2040, em todos os seus negócios, a partir do estabelecimento de metas tangíveis e ambiciosas de curto prazo, até 2030, com o intuito de garantir progresso significativo. Para tanto, a Maersk garantiu metanol verde suficiente para cobrir a viagem inaugural da embarcação, e continua a trabalhar diligentemente em soluções de abastecimento 2024-25 para a sua frota de navios habilitados para metanol. “A implantação do primeiro dos nossos navios de alta ca-

pacidade, com a possibilidade de operar com metanol numa das maiores rotas comerciais do mundo, a Ásia-Europa, é um marco em nosso caminho, em direção ao objetivo de sermos net zero. Com capacidade de 16 mil contêineres, esta iniciativa terá um impacto significativo nos esforços dos nossos clientes para descarbonizar suas cadeias de abastecimento, e estamos ansiosos para introduzir mais navios movidos a metanol, nesta e em outras rotas comerciais, durante o ano de 2024”, afirma Karsten Kildahl, Chief Commercial Officer da Maersk. Antes de entrar em operação, o navio será “batizado” oficialmente, no final de janeiro de 2024. Os próximos dois navios irmãos serão incorporados à frota da Maersk no primeiro semestre de 2024, e seus eventos de batismo ocorrerão em Yokohama, no Japão, e Los Angeles, nos EUA. A Maersk espera receber mais quatro navios irmãos adicionais, no segundo semestre de 2024. No momento da entrada em operação da embarcação, ela se tornará o segundo navio porta-contêineres do mundo, capaz de navegar com metanol verde, sendo o primeiro navio alimentador Laura Maersk, que entrou em operação em setembro deste ano.

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COP 28 define compromisso de triplicar as fontes renováveis e Brasil tem a oportunidade de assumir maior protagonismo global Na avaliação da ABSOLAR, metas estabelecidas até 2030 têm apoio do setor solar brasileiro, e podem abrir caminhos para maior liderança do País na transição energética

O compromisso de triplicar o uso de energias renováveis no mundo e de duplicar a eficiência energética até 2030, conforme documento assinado na COP28, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes, traz uma grande oportunidade para o Brasil se posicionar como liderança e protagonista neste processo, a partir de seus vastos recursos naturais renováveis. A avaliação é da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Para a entidade, que participou de uma série de eventos, encontros e debates ao longo da COP 28, representada pelo seu conselheiro Rodrigo Pedroso, o acordo reconhece o papel estratégico das energias renováveis na redução de emissões de gases de efeito estufa, e no combate às mudanças climáticas. Um dos pontos de atenção, segundo a Absolar, é a ausência de um compromisso explícito de eliminação gradativa dos combustíveis fósseis. Na visão da entidade, este cenário não é insuficiente para limitar o aumento da temperatura global, ameaçando intensificar eventos climáticos extremos, e os danos decorrentes do aquecimento global. A entidade espera que os compromissos assumidos pelos países evoluam na COP 29, no Azerbaijão, em 2024. “As fontes renováveis, em especial a solar fotovoltaica, saem muito fortalecidas da COP 28, com um compromisso claro dos governos de 119 países, de ampliar o seu uso ainda nesta década. Sem as renováveis, a meta de manter em 1,5ºC o aquecimento do planeta, conforme determinado no próprio Acordo de Paris, de 2015, seria inatingível”, destaca Pedroso. “Nesta COP 28, ficou evidente que muitos países planejam estar, em décadas, num patamar de desenvolvimento de fontes renováveis que o Brasil já possui hoje. Além disso, foi consenso que a Amazônia é um dos maiores ativos ambientais do Brasil, e precisa transformar este potencial em desenvolvimento socioeconômico, para a região e suas populações”, complementa. Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, diante do acordo assinado na COP 28, a entidade e o setor solar brasileiro estão comprometidos e prontos para acelerar a des-

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carbonização do Brasil. “Com a combinação das tecnologias sustentáveis solar fotovoltaica, armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde podemos, em pouco tempo, impulsionar o desenvolvimento social, econômico e ambiental, com a geração de milhares de novos empregos verdes, trazendo mais renda para os trabalhadores e a população”, conclui Sauaia. O país acaba de ultrapassar a marca de 36 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 16,3% da matriz elétrica nacional. Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 174,3 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 48,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos, e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 44 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.


Economista reforça que ESG é prioridade nas empresas de transportes de cargas Práticas sustentáveis têm experimentado um crescimento significativo no setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), devido à crescente conscientização ambiental e às demandas por operações mais sustentáveis. No painel da COP-28, que aconteceu em Dubai, promovido pelo Pacto Global da ONU, diversos executivos compartilharam desafios e soluções durante o debate de posicionamento de empresas com compromisso ESG. Segundo estudos da KPMG, 76% das empresas, de diversos setores, tentam incorporar cada vez mais essas práticas em suas estratégias de negócios. No transporte rodoviário de cargas, responsável por 5,1% do Produto Interno Bruto do Brasil, no primeiro trimestre de 2023, e movimentando mais de 65% da produção nacional, o viés ambiental tem ganhado cada vez mais espaço. Dentre as modalidades de transporte terrestre, o rodoviário de carga é o que mais tem participação na emissão de CO2 no Brasil, a outros modais. Esse número gira em torno de 20,5%, o que representa, em números relativos, a 151.633 gigagramas, segundo Boletim Ambiental do Despoluir, Programa Ambiental do Transporte. Em contrapartida, o setor se tem engajado mais nas ações preventivas e estratégicas para uma gestão mais sustentável, atuando em várias frentes de trabalho. Para Raquel Serini, Economista e Coordenadora do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), avalia que do ponto de vista econômico, as ações sustentáveis podem motivar uma redução considerável nas despesas, alavancando consequentemente os rendimentos das empresas. Segundo a economista, inicialmente a organização ou entidade pode implantar o ISO 14001, o que auxilia a empresa sustentável a redesenhar seus processos, com base nos principais padrões de sustentabilidade. “Uma empresa bem gerida deve

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preocupar-se com os aspectos ambientais. No setor de transportes, essas práticas geram impactos em várias áreas, como: um aumento médio de 34% a.a na produtividade das operações, redução de 6,3% a.a do turnover, quase 1 milhão de litros por ano de combustíveis economizados, entre outros”, analisa. Quando posta em pauta, a sustentabilidade pode ser uma questão confrontadora de empresas hoje em dia, independentemente do seu tamanho ou posição no mercado, elas não só contribuem para a imagem da empresa, mas ajudam no crescimento dos negócios. A economista também dita que diversas iniciativas têm sido adotadas para minimizar o impacto ambiental, e melhorar a eficiência energética neste setor, como soluções em torno de boas práticas em gestão ambiental, treinamento de motoristas, realização de manutenção preventiva, inspeção veicular, controle de qualidade do combustível, controle de qualidade do combustível, utilização e destino correto do óleo lubrificante e renovação de frota. “Além de promover a rentabilidade para os negócios, o consumo consciente de recursos está ligado diretamente à competitividade do mercado, evitando desperdícios para as organizações e para a sociedade como um todo”, finaliza Raquel. no 394

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Indicadores de posição de válvulas A Emerson apresenta seu novo monitor de válvula DVR da TopWorx, uma adição de nível básico à Série DV de indicadores de posição de válvulas. Ele combina uma carcaça de resina durável, tamanho compacto e um projeto de came patenteado, que fornece, aos sistemas de água e esgoto, linhas de produção de alimentos e bebidas e utilidades industriais, uma ferramenta confiável de feedback da posição da válvula. O monitor de válvula DVR da TopWorx usa sinalização discreta para dar feedback fácil de ler sobre a posição local. Esses são dados vitais em tempo real, que ajudam os técnicos e os operadores da planta a manter os processos à vista. Projetada para ambientes adversos, o monitor de válvula apresenta componentes de aço inoxidável para fornecer uma solução de indicação de válvula confiável e resistente à corrosão, para manter os processos do cliente funcionando sem problemas. O feedback claro e altamente confiável da posição da válvula ajuda as plantas, plataformas e tubulações do setor de processos a operar

Boia de carregamento elétrico A Boia de Carregamento Elétrico da SOFEC (uma empresa do Grupo Modec) tem aprovação de princípio (“AiP”) do American Bureau of Shipping (ABS). Num futuro próximo, assim como os Veículos Elétricos (EVs), embarcações offshore como rebocadores, Embarcações de Transferência de Tripulação (CTVs), Embarcações de Operação de Serviços (SOVs), entre outras serão totalmente elétricas, daí a necessidade de estações de carregamento elétrico offshore. A SOFEC adotou sua experiência de mais de 50 anos no projeto de Terminais Marítimos e Sistemas de Ancoragem, para atender à necessidade de transferência de energia offshore. Os projetos tradicionais de boias SOFEC Catenary Anchor Leg Mooring (CALM) integraram soluções de gerenciamento de cabos de energia elétrica que permitem a atracação de embarcações, enquanto utilizam energia fornecida externamente. Ao utilizar este conceito comprovado, a SOFEC pode aproveitar seus projetos de boias, e modificá-los para acomodar a transferência de energia elétrica offshore, de portos marítimos ou subestações de parques eólicos offshore, para embarcações elétricas. 78

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com eficiência e segurança máximas, sem ocupar espaço adicional na linha de produção. O projeto dos cames do monitor de válvula DVR da TopWorx permite uma configuração rápida da posição para instalação e manutenção mais rápidas e fáceis. Para muitas aplicações do setor de processos, o DVR da TopWorx oferece um projeto compacto e versátil, adequado para espaços confinados. Além disso, sua carcaça tem uma classificação ultravioleta (UV) F1, proporcionando resistência aos raios UV, o que garante que o DVR funcione de forma confiável no longo prazo em condições externas. O monitor de válvula DVR da TopWorx é mais uma oferta do portfólio de inteligência de válvulas e sensores de proximidade TopWorx da Emerson, projetado para ajudar as plantas do setor de processos a gerenciar e controlar as operações, com mais inteligência e eficiência, sob as condições mais árduas.


Produtos & Serviços

Antioxidante de última geração melhora a conformidade regulatória e o desempenho de polióis e espumas de poliuretano

A Basf apresenta Irgastab PUR 71, uma solução anti-queimadura inovadora e avançada, que não só garante o cumprimento das regulamentações, mas também oferece desempenho excepcional. Esta solução premium foi formulada sem aminas aromáticas, abordando eficazmente as limitações dos aditivos antiqueimaduras convencionais. Com seu perfil ambiental, de saúde e de segurança superior, esta solução atende à crescente pressão regulatória sobre a classificação e sustentabilidade de substâncias na indústria. Na fabricação de espumas de poliuretano, o calor gerado durante o processo pode causar descoloração, perda de propriedades mecânicas, e até risco de incêndio, se os polióis, principais matérias-primas, não estiverem devidamente estabilizados. Embora as embalagens anti-queimaduras convencionais dependam de antioxidantes fenólicos combinados com estabilizadores de aminas aromáticas, elas apresentam desvantagens significativas, como odor desagradável, problemas de toxicidade ou alta volatilidade. O uso de aditivos anti-queimaduras pode minimizar bastante a degradação causada por reações exotérmicas durante o processamento da espuma PUR. Irgastab PUR 71, formulado sem amina aromática, diminui efetivamente as emissões, e reduz os danos potenciais aos seres humanos e aos organismos aquáticos. Consequentemente, isso leva a níveis significativamente reduzidos de compostos orgânicos voláteis (COV), e emissões condensáveis (FOG), liberados pelas espumas de PUR. Devido a essas propriedades, a qualidade do ar no interior dos veículos pode ser bastante melhorada, criando uma vantagem na indústria automotiva. Irgastab PUR 71 permite emissões mais baixas, em conformidade com as especificações mais rigorosas da indústria automóvel e melhora a qualidade do ar no interior do veículo. No setor de conforto, oferece resistência anti-queimadura de última geração ao poliol, e também aos produtores de espuma, evitando a degradação do calor durante o processo de formação de espuma. Além disso, não possui classificação Carcinogênica, Mutagênica e Reprotóxica (CMR), permitindo que os produtores de poliol cumpram as certificações ambientais voluntárias, e mantenham a confidencialidade de sua receita antiqueimadura. Para bens de consumo, melhora a qualidade do produto, proporcionando melhor brancura e resistência à mudança de cor causada pelo desbotamento por gás e pela descoloração induzida pela luz.

“Embalagem Melhor Mundo Melhor”

A Unipac, indústria de transformação de polímeros, reafirma seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade, ao patrocinar a 3ª edição do livro “Embalagem Melhor Mundo Melhor”, lançado pelo Instituto de Embalagens, em novembro de 2023. O livro é um marco na evolução do setor, abrangendo todas as áreas do desenvolvimento da embalagem, desde a concepção até a disposição final. Agora, na sua terceira edição e parte da coleção bilíngue “Embalagem Melhor Mundo Melhor – Better Packaging Better World”, a obra representa não apenas uma compilação de conhecimento, mas também a expressão da missão de 19 anos do Instituto de Embalagens. Destaca-se pela abordagem atualizada, incluindo temas essenciais, como sustentabilidade e embalagens para e-commerce. O diferencial do livro reside na qualidade e disponibilidade dos autores, profissionais experientes na indústria de embalagens. Essa expertise, aliada à abordagem acessível, torna o livro um recurso exclusivo para fabricantes de embalagens e indústrias de consumo. Com versões em e-book em português e inglês, o Instituto de Embalagens reforça seu compromisso de difundir conhecimento, impulsionando o crescimento do setor, e promovendo embalagens inovadoras e sustentáveis para um mundo melhor.

Filmes plásticos de proteção mais resistentes e que usam até 50% menos material

Maior fabricante de filmes plásticos de proteção de superfície da América Latina, a brasileira Promaflex continua apostando na inovação, principal marca dos seus 35 anos de história, completados em 2023. A empresa desenvolveu uma nova tecnologia para fabricação de filmes, mais resistentes a altas temperaturas, com menor permeabilidade a água e vapor, e que utilizam até 50% menos materiais na produção final: a Linha FHT para telhados térmicos, painéis térmicos e laminados de alta e baixa pressão. Os filmes plásticos de nova geração atendem compradores de perfil rigoroso, que priorizam a qualidade. A economia de material também torna o produto mais sustentável, uma preocupação constante. A Promaflex foi uma das primeiras empresas do Brasil a aderir ao Pacto Global da ONU, instituído em 2010. E, hoje, recicla 100% dos resíduos gerados no processo produtivo da sua unidade industrial, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. no 394

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4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão tem recorde de blocos arrematados; BP fica com Tupinambá no 2º Ciclo em regime de partilha A ANP realizou (13/12) as sessões públicas do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e do 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha (OPP). No 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, estiveram em oferta a área com acumulação marginal de Japiim, e 33 setores de blocos exploratórios, localizados em nove bacias: Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas e Tucano. Neste 4º Ciclo, foram arrematados 192 blocos exploratórios, em todas as nove bacias que tinham áreas em oferta, número recorde nas licitações realizadas até hoje nesta modalidade – o recorde anterior foi registrado no 3º Ciclo, quando foram arrematados 59 blocos. As ofertas vencedoras geraram R$ 421.712.292,83 em bônus de assinatura, e resultarão em, pelo menos, R$ 2.012.660.000,00 em investimentos, somente na primeira fase do contrato (fase de exploração). O ágio do bônus foi de 179,69%, e os blocos foram arrematados por um total de 15 empresas. Também foi arrematada a área com acumulações marginais de Japiim, gerando um bônus de assinatura de R$ 165.000,00 e investimentos previstos de R$ 1.200.000,00. Para o Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, os resultados do 4º Ciclo indicam a abertura de novas fronteiras exploratórias; a continuidade do interesse em bacias de maduras, como a Potiguar, e de alto potencial, como a de Santos; e a participação de empresas de variados perfis: grandes, independentes, e novos entrantes. “A reposição das áreas exploratórias representa geração de empregos, renda e recursos, que serão inclusive utilizados para a necessária transição energética”, afirmou Rodolfo Saboia. Outros destaques do ciclo foram a Bacia de Pelotas, com 44 blocos arrematados, que não recebia ofertas desde a 6ª Rodada de Licitações; o fato de ter sido licitado pela primeira vez um bloco além das 200 milhas náuticas (bloco SM-1378, na Bacia de Santos); e a participação da Petrobras, pela primeira vez, em um ciclo da Oferta Permanente de Concessão. A Petrobras foi a grande vencedora do 4º Ciclo

da Oferta Permanente: adquiriu 29 blocos na Bacia de Pelotas, no regime de concessão. A companhia priorizou ativos em áreas marítimas (offshore) e atuação em consórcio com outras empresas. A Petrobras será operadora em todos os blocos adquiridos, sendo três em consórcio com Shell (30%) e CNOOC (20%), e 26 em consórcio só com a Shell (30%). Os novos blocos estão localizados na área de abrangência do Rio Grande do Sul. O valor do bônus de assinatura a ser pago em abril de 2024 pela companhia é de cerca de R$ 116 milhões. Este valor representa menos de 1% dos investimentos aprovados no Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras, e já estavam previstos no Plano. A Petrobras participou do leilão por meio de consórcios, em linha com sua estratégia de fortalecer parcerias, compartilhando riscos e combinando competências técnicas e tecnológicas. As companhias identificaram um bom potencial geológico nestas áreas, o que suportou suas propostas competitivas. Tanto a Shell quanto a CNOOC já integram outras parcerias com o Petrobras no segmento de E&P. A Shell arrematou 29 blocos na Bacia de Pelotas, 26 em parceria com a Petrobras (operadora), e três em consórcios formados com a Petrobras (operadora) e a CNOOC Petroleum. O bônus de assinatura total será de aproximadamente R$ 171 milhões, dos quais R$ 51 milhões são referentes à participação de 30% da Shell nesses projetos.

Já no 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha, o bloco de Tupinambá foi arrematado pela empresa BP Energy. Foram arrecadados R$ 7.047.000,00 em bônus de assinatura (que, nas licitações de partilha, é fixo). O percentual de óleo oferecido à União foi de 6,5%, um ágio de 33,2% com relação ao mínimo estabelecido em edital. Além disso, estão previstos R$ 360 milhões em investimentos pela empresa vencedoras na primeira fase do contrato (fase de exploração). 80

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Equipe da BP

Como ocorre em todas as rodadas no regime de partilha, neste certame, os bônus de assinatura (valor pago em dinheiro

pelas empresas que arrematam áreas na licitação) foram fixos e determinados no edital. Assim, o critério para escolha das empresas vencedoras foi o excedente em óleo para a União. O edital da licitação estabeleceu um percentual mínimo de excedente em óleo, a partir do qual as empresas fizeram suas ofertas. O excedente em óleo é a parcela da produção de petróleo e/ou gás natural a ser repartida entre a União e a empresa contratada, segundo critérios definidos em contrato, resultante da diferença entre o volume total da produção e as parcelas relativas aos royalties devidos, e ao custo em óleo (parcela da produção correspondente aos custos e aos investimentos da empresa na operação do campo). A assinatura dos contratos está prevista para ocorrer até o dia 31/05/2024.

Modec entrega FPSO para Woodside Energy A Modec anunciou que o FPSO Léopold Sédar Senghor partiu de Singapura, e iniciou viagem em direção ao Senegal, em 22 de dezembro. O FPSO será adquirido pela Woodside Energy BV como operadora da Fase 1 de Desenvolvimento do Campo de Sangomar. O FPSO será implantado aproximadamente 100 km ao sul de Dakar, como parte do primeiro desenvolvimento petrolífero offshore do Senegal. O FPSO era anteriormente um VLCC, e foi convertido pela Modec em um FPSO adequado para uso no Campo de Sangomar, de acordo com as especificações acordadas no âmbito de um contrato de compra de FPSO celebrado com a Woodside. Nos últimos 12 meses, a Modec foi responsável pela integração dos topsides e pelos trabalhos de pré-comissionamento do estaleiro realizados em Singapura. “A Modec está entusiasmada em entregar o primeiro FPSO do Senegal ao nosso valioso cliente, Woodside Energy. Este tem sido um projeto exigente, em termos de complexidade técnica e de execução. Os desafios foram agravados pela Pandemia de COVID-19, mas continuamos totalmente comprometidos com a segurança e a qualidade, ao longo de todo o processo, alcançando mais de 21 milhões de horas de exposição sem acidentes com afastamento (LTI). Através do trabalho em equipe entre todas as partes interessadas, e da dedicação e trabalho árduo de todos, estamos orgulhosos de entregar um FPSO que será um local seguro para trabalhar para todos”, disse Soichi Ide, presidente e CEO

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da ModecC Offshore Production Systems (Singapura) Pte. Ltda. O FPSO terá capacidade para processar 100 mil barris de petróleo bruto por dia, 145 mil barris de injeção de água por dia, e terá capacidade mínima de armazenamento de 1.300 mil barris de petróleo bruto. O FPSO Léopold Sédar Senghor é o quinto FPSO da Modec a ser entregue na África Ocidental. A empresa tem cerca de 30 anos de experiência operacional na África Ocidental, e atualmente opera dois FPSOs na região (Gana e Costa do Marfim).

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Repsol: multade 160.000 libras por violação de queima e ventilação A Repsol foi multada em 160.000 libras, pela Autoridade de Transição do Mar do Norte (NSTA), por queimar e ventilar mais de 73 toneladas de gás – a operadora recebeu a multa mais alta que a NSTA emitiu até agora por emitir gases de efeito estufa na atmosfera sem permissão. A multa levanta questões sobre a atenção e o investimento da empresa na conformidade regulatória. A NSTA disse repetidamente à indústria de petróleo e gás do Reino Unido que o cumprimento das obrigações regulatórias é vital para sustentar a licença social da indústria para operar, e tem o potencial de minar a confiança do público. A indústria respondeu bem ao apelo para reduzir as emissões, e reduziu quase pela metade a queima do Mar do Norte em quatro anos, como parte do trabalho em andamento, que viu as emissões de gases de efeito estufa no total serem reduzidas em 23%, entre 2018 e 2022. A indústria foi desafiada a analisar maneiras de continuar a reduzir suas emissões em uma consulta formal sobre o Plano OGA, que analisa quatro áreas de seu negócio – investimento e eficiência, eletrificação de plataformas e energia de baixo carbono, inventário e queima e ventilação. A Repsol, que opera a instalação de Fulmar, a leste de Dundee, no Mar do Norte Central, recebeu autorizações de curto prazo desde janeiro de 2019, para cobrir as ações necessárias associadas à pós-cessação das atividades de produção em Fulmar, Auk North e Halley.

Desde julho de 2020, os consentimentos de curto prazo notaram o fato de que os principais usuários da plataforma Fulmar agora são terceiros, e a instalação da Fulmar está fornecendo instalações de processamento de petróleo e gás para terceiros. Em 1º de julho de 2022, a NSTA informou à Repsol que não havia consentimentos válidos em vigor para Auk North, Halley e Fulmar. A NSTA disse à empresa que continuar a acender ou ventilar, depois que o consentimento expirou em 30 de junho de 2022, seria uma falha no cumprimento dos requisitos regulatórios. “A Repsol se envolveu com a NSTA para aprender com suas falhas nesta ocasião, e tomou medidas para garantir que isso não aconteça novamente. Continuaremos a garantir que os operadores cumpram os regulamentos no Mar do Norte, e não hesitaremos em tomar medidas nas ocasiões em que não o fizerem. A NSTA está sempre pronta para trabalhar com as operadoras para garantir que elas permaneçam em conformidade ou as tragam de volta à conformidade”, disse Jane de Lozey, Diretora de Regulação da NSTA. A empresa que recebeu a multa é a Repsol North Sea Limited, anteriormente conhecida como Repsol Sinopec North Sea Limited. A multa financeira de £ 160.000 deve ser paga à NSTA, antes de ser submetida ao fundo consolidado – pago em até 30 dias após a notificação de sanção que foi emitida em 5 de dezembro de 2023.

Primeiro barco híbrido em águas brasileiras entra em operação à serviço da Equinor O primeiro barco híbrido em águas brasileiras entrou em operação, a serviço da Equinor. A embarcação do tipo PSV (Platform Supply Vessel) conta com um banco de baterias instalado, o que faz com que seja possível alternar o uso da energia elétrica e do diesel. Com isso, esperamos que o barco, que está atuando na logística do campo de Bacalhau, na Bacia de Santos, emita até menos 40% de CO2 em suas atividades. Os barcos do tipo PSV são responsáveis por transportar, do continente até as unidades offshore, os suprimentos e equipamentos necessários para a operação dos ativos. Com a redução do uso do motor a combustão, possível por conta das baterias, é possível reduzir também as emissões geradas pelo consumo de diesel. A embarcação híbrida, a serviço da companhia norueguesa, é fruto de um contrato entre a Equinor e o grupo brasileiro 82

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@Divulgação/Aline Almeida

CBO. A parceria planeja ainda a conversão de um novo PSV híbrido para o próximo ano. Parceiros em Bacalhau: Equinor 40% (operador), ExxonMobil 40%, Petrogal Brasil 20% e Pré-sal Petróleo SA (Companhia Governamental, Gerente PSA).


Mais áreas serão licitadas em partilha de produção Mais 11 áreas foram autorizadas a serem licitadas no Sistema de Oferta Permanente, sob o regime de partilha de produção. A autorização consta da Resolução Nº 11 do CNPE, publicada em 27/12. São elas: Itaimbezinho, Ametista, Ágata, Mogno, Jaspe, Amazonita, Safira Leste, Safira Oeste, Citrino, Larimar e Ônix. A Petrobras tem 30 dias para se manifestar sobre o direito de preferência pelas áreas. Confira o percentual mínimo do excedente em óleo da União e bônus de assinatura por bloco: • Itaimbezinho | 6,67% e R$ 11.008.615,95; • Ametista | 6,41% e R$ 1.060.087,39; • Ágata | 6,48% e R$ 30.355.184,66; • Mogno | 8,81% e R$ 32.766.127,53; • Jaspe | 16,72% e R$ 52.234.042,42 • Amazonita | 12,91% e R$ 86.591.721,01; • Safira Leste | 9,03% e R$ 140.113,58; • Safira Oeste | 23,01% e R$ 123.019.652,15;

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Citrino | 8,87% e R$ 5.689.435,33 Larimar | 10,65% e R$ 36.469.743,39 Ônix | 10,59% e R$ 21.299.775,37

Parcela de petróleo da União atingiu 52 mil barris por dia em outubro A parcela de óleo da União atingiu novo recorde, registrando 52 mil barris por dia, nos oito contratos de partilha que estão em produção, e também nas jazidas compartilhadas de Tupi e Atapu (área ainda não contratada), em outubro. No mesmo mês, a União teve direito a uma produção de 122 mil m³ de gás natural por dia, oriundos dos contratos de partilha de Búzios, Sapinhoá e Sépia e da jazida compartilhada de Tupi. Os dados foram divulgados pela Pré-Sal Petróleo (PPSA).

Contratos de partilha de produção Os oito contratos de partilha que estão produzindo petróleo registraram uma média de 947 mil barris por dia em outubro, uma redução de 3,5%, em relação a setembro. O Campo de Búzios segue sendo o maior produtor em regime de partilha, com 472,6 mil bpd. A parcela de óleo da União nos contratos de partilha de produção foi de 47 mil bpd (aumento de 7% em relação a setembro), a maior parte oriunda de Mero. Desde 2017, início da série histórica, a produção acumulada em regime de partilha de produção é de 605,3 milhões de barris de petróleo. https://www.presalpetroleo.gov.br/wp-content/uploads/2023/12/Boletim_mensal-OUT2023-v5.pdf A parcela acumulada da União desde então é União fez jus a uma parcela de 71 mil m³ por dia, um aumento de 34,4 milhões de barris de petróleo. de 54% em relação a setembro. Em outubro, quatro contratos disponibilizaram para o Desde 2017, a produção acumulada soma 1,66 bilhão de mercado o gás natural – Búzios, Sapinhoá, Sépia e Tartaruga m³ de gás natural, com aproveitamento comercial, sendo 175 Verde, com média diária de 1,1 milhão de m³. Deste total, a milhões de m³ da União. no 394

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Royalties: valores referentes à produção de outubro para contratos de partilha de produção foram distribuídos a estados e municípios Foram concluídas (22/12) todas as etapas da operacionalização da distribuição de royalties pela ANP, relativos à produção de outubro de 2023, para os contratos de partilha de produção. O valor de partilha repassado diretamente aos estados foi de R$ 482.601.204,91, enquanto os municípios receberam R$ 638.368.211,62. Em termos de número de beneficiários, os repasses foram feitos a 464 municípios e dois estados. Com isso, nessa data, encerram-se os repasses totais diretamente aos entes beneficiários, referentes aos contratos tanto de partilha de produção, quanto de concessão e cessão onerosa, relativos à produção de outubro de 2023. O montante total de royalties da produção de outubro de 2023 dos regimes de concessão, cessão onerosa e partilha destinados aos municípios, estados e União foi de R$ 5,4 bilhões. Os valores detalhados de royalties por beneficiário, incluindo os dados históricos, estão disponíveis na página https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/royalties-e-outras-participacoes/royalties. A ANP é responsável por calcular, apurar e distribuir os royalties aos entes beneficiários (União, Estados e Municí-

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pios). Os royalties são distribuídos aos beneficiários segundo diversos critérios estabelecidos na Lei nº 7.990/1989 e Decreto nº 1/1991 (distribuição da parcela de 5% dos Royalties) e Lei nº 9.478/1997 e Decreto nº 2.705/1998 (distribuição da parcela acima de 5% dos Royalties). Não há data estabelecida para o pagamento dos valores referentes dos royalties, de acordo com a legislação aplicável. Apesar disso, a ANP está empenhada em fazer com que as receitas decorrentes dos royalties cheguem aos beneficiários no menor tempo possível.

Instituto Combustível Legal defende combate à sonegação O presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), Emerson Kapaz, defendeu o combate à sonegação como instrumento para fortalecer a economia e o setor produtivo do país, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão, no Palácio do Planalto, em Brasília. Em seu discurso, o executivo apoiou o fortalecimento das relações entre as instituições públicas e o setor privado, com o intuito de garantir a redução das ilegalidades, combatendo impactos concorrenciais negativos e prejuízos financeiros ao Governo e à sociedade. “Nosso objetivo é fortalecer o combate às irregularidades do setor produtivo brasileiro. Queremos que as empresas funcionem como um canal de intercâmbio de melhores práticas, além de nos colocarmos à disposição para ajudar também no direcionamento de recursos para fortalecer os órgãos fiscalizatórios”, afirmou. O presidente do Instituto Combustível Legal defendeu, ainda, a criação do Conecon – Conselho Nacional de Enfrentamento às Ilegalidades Concorrenciais – com o objetivo de integrar o setor privado e o público, visando a facilitar a troca de informações e aprimorar a orientação das ações de combate ao crime organizado, à evasão fiscal e aos agentes que prejudicam diretamente o consumidor, por meio de práticas ilegais. “Queremos fortalecer o mercado regular e leal, e estamos colocando-nos à disposição, para dar o apoio necessá-

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rio. Temos como base a bem-sucedida experiência britânica do “National Business Crime Centre” – NBCC”, afirmou o executivo. O Conecon deverá ter representantes dos setores de energia e combustíveis, bancário, farmacêutico, materiais de construção, vestuário, saúde e hospitais, entre outros que também possam ser afetados pela ilegalidade concorrencial. O Conselho deverá fortalecer a construção de relacionamentos institucionais que facilitem o combate ao crime empresarial e a concorrência desleal, além de buscar a simplificação de impostos e de procedimentos que aumentem o controle, e restrinjam a ilegalidade. O setor de combustíveis é um dos que mais sofre com irregularidades tributárias. Por ano, o Governo perde R$ 14 bilhões por fraudes de sonegação e inadimplência no setor. Somam-se, ainda, outros R$ 15 bilhões ao ano que são perdidos por conta de fraudes operacionais, relacionadas a irregularidades de furto, roubo e descaminho, que prejudicam a qualidade e a quantidade dos combustíveis. A reunião contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), dos ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Fazenda, Fernando Haddad, da Secretaria Executiva do Conselhão, e de representantes do Comitê Gestor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso ao final do evento. @Divulgação


Consórcio selecionado para desenvolver projeto hidroelétrico de 1.500 MW O consórcio formado pela EDF (40%), TotalEnergies (30%) e Sumitomo Corporation (30%), selecionado como parceiro estratégico pelo governo de Moçambique, anuncia que assinou acordos para o desenvolvimento do projeto hidroelétrico denominado “Mphanda Nkuwa” (MNK). Com uma capacidade de 1.500 MW, o MNK é um projeto de central hidroelétrica a fio d’água, localizado no rio Zambeze, a 60 km da cidade de Tete. No âmbito do desenvolvimento deste projeto, o consórcio assinou um acordo de desenvolvimento conjunto com o Gabinete de Implementação do Projeto Hidroelétrico de Mphanda Nkuwa (GMNK), Eletricidade de Moçambique (EDM) e Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB). Em particular, a EDM e a HCB deterão 30% do projeto, e o consórcio, 70%; um acordo-quadro com a EDM, a HCB e o Ministério da Energia e Recursos Naturais (MIREME) – que prenuncia o futuro contrato de concessão. Para a realização deste projeto, o consórcio se beneficiará da experiência e expertise reconhecida da EDF em hidroeletricidade, do know-how da TotalEnergies no desenvolvimento de projetos energéticos integrados e complexos, especialmente na África, e da experiência da Sumitomo no financiamento estratégico de projetos IPP, particularmente na África Subsaariana. A central hidroelétrica de MNK aumentaria a capacidade de produção de eletricidade do país em mais de metade, e poderia abastecer mais de 3 milhões de residências em Moçambique e nos países vizinhos, promovendo assim o crescimento socioeconômico na África Austral. Contribuiria também para a transição energética da região através da produção de eletricidade fiável, competitiva e renovável. A próxima etapa do projeto consistirá na realização de estudos complementares, cujos resultados permitirão definir as melhores soluções em termos de impacto ambiental e social, garantindo ao mesmo tempo a viabilidade técnica e financeira do projeto. As normas internacionais mais rigorosas em questões ambientais, sociais e de governação serão implementadas como parte deste projeto, apoiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pelo Banco Mundial, através da IFC (Corporação Financeira Internacional). Em particular, o con-

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sórcio colaborará estreitamente com todas as partes interessadas a montante da implementação do projeto. “A TotalEnergies tem o prazer de poder expandir a sua presença em Moçambique para além do projeto Mozambique LNG, com um investimento significativo em energias renováveis, que irá beneficiar o povo de Moçambique. Este é um novo exemplo da capacidade da TotalEnergies de implementar a sua estratégia multi energética nos países de petróleo e gás, para apoiá-los na sua transição energética ”, afirmaram Mike Sangster, Diretor para África e Vincent Stoquart, Diretor de Energias Renováveis da TotalEnergies . “Estamos muito satisfeitos por dar nossa contribuição para o projeto Mphanda Nkuwa, pois, esta é uma excelente oportunidade para colocar a nossa experiência técnica em energia hidroelétrica, bem como o nosso forte compromisso ambiental e social a serviço das populações locais e da biodiversidade. Este projeto, que irá melhorar consideravelmente o acesso à eletricidade na região, está totalmente alinhado com a ambição da EDF de construir um futuro energético neutro em CO2, promovendo o desenvolvimento, graças à eletricidade e a soluções e serviços inovadores”, declarou Béatrice Buffon, Diretora Executiva do Grupo. responsável pela Gestão Internacional da EDF. “Estamos felizes por participar em Mphanda Nkuwa. Este projeto hidroelétrico permitirá um maior acesso à eletricidade na região, e tornará a área num centro de energia verde para os países da África Austral. A fim de atingir a meta de neutralidade de carbono até 2050 e contribuir para o surgimento de uma sociedade sustentável, a Sumitomo Corporation trabalhará para apoiar outros projetos de energia renovável no futuro”, disse Koichi Taniguchi, Diretor Geral da Divisão Global de Infraestrutura Elétrica.

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Sistema de desembarque da VLI proporciona ganho de eficiência no Porto do Pecém

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Implantada em 2021 no Porto do Pecém/CE, e operada pela VLI, a ferramenta de embarque e desembarque inteligente Speed conseguiu alcançar bons resultados em ganho de eficiência. Em algumas operações específicas, o sistema reduziu a ociosidade dos equipamentos utilizados em 62%, ampliando a agilidade da operação, ao mesmo tempo que promoveu a redução do custo operacional. A solução foi desenvolvida em parceria com a Scala, empresa do Grupo Stefanini, especializada em Processos, Analytics e Inteligência Artificial, com o objetivo de elaborar um plano de desembarque capaz de otimizar os recursos, e manter a segurança do descarregamento de cargas para navios. O Speed consiste em um software capaz de gerar planos otimizados de desembarque de produtos à granel, considerando a capacidade do terminal portuário, a estabilidade e integridade física dos navios. Com ele, a VLI passou a ser protagonista no planejamento do desembarque dos navios, utilizando o máximo da capacidade operacional dos seus ativos, em linha com a capacidade de cada embarcação. Diferentemente do cenário anterior, onde os planos eram feitos exclusivamente pelos capitães que desconheciam a capacidade operacional do terminal portuário. A necessidade da criação da ferramenta surgiu da observação de que o desembarque de cargas estava limitado aos planos feitos pelos capitães dos navios. Juntamente com a

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Scala, a VLI conseguiu desenvolver uma solução customizada para a necessidade em questão, o que envolveu o trabalho de captura de dados, processamento, gerenciamento e análise, empregando tanto ferramentas personalizadas quanto soluções de código aberto. Para a implementação da engine de otimização, cientistas de dados e matemáticos foram chamados para que se aprofundassem no contexto do negócio, garantindo uma compreensão sólida dos dados analisados, realizando testes e comparações com dados reais, para assegurar sua eficácia e precisão. “Os resultados da solução são perceptíveis e validam a tese de que é possível otimizar as operações portuárias, sem abrir mão das premissas de segurança, além de reduzir impactos ambientais por meio do uso mais eficiente dos equipamentos portuários. Continuaremos a trabalhar juntos, levando esta inovação também para as operações de embarque, cientes de que estamos moldando um futuro ainda mais promissor”, comenta David Gomes, Head de Serviços da Scala. “A inovação é uma ferramenta essencial para a VLI seguir aumentando a eficiência de suas operações, e trazer resultados ainda melhores para o negócio dos nossos clientes. A solução poderá ser incorporada a outros terminais operados pela VLI, conforme identifiquemos oportunidades de melhoria semelhantes à registrada no Pecém”, afirma Luciano Gonçalves Pereira, gerente de Transformação Digital de Portos e Terminais da VLI.


INEOS compra unidade de negócios e produção de óxido de etileno e derivados da LyondellBasell

A INEOS anunciou acordo com a LyondellBasell, para comprar seu negócio de Óxido de Etileno e Derivados, incluindo a unidade de Bayport Underwood, Texas. O acordo inclui a planta de óxido de etileno de 420 kt, a planta de etilenoglicol de 375 kt, e a planta de éteres de glicol de 165 kt, juntamente com todos os negócios de terceiros associados no local, por US$ 700 milhões. O Óxido de Etileno desempenha um papel essencial na vida cotidiana de milhões de pessoas – é usada na produção química em grande escala em todo o mundo, em produtos farmacêuticos, cosméticos, semicondutores, poliéster, embalagens de alimentos, materiais de construção, anticongelantes, fluidos de freio, solventes, tintas, sabões e detergentes. A primeira unidade adquirida pela INEOS em 1998 foi a instalação de Óxido de Etileno em Zwijndrecht, Bélgica. Sendo uma matéria-prima essencial, esta instalação de Óxido de Etileno tornou-se a base a partir da qual a INEOS desenvolveu o seu negócio químico. “Temos o prazer de anunciar esta aquisição estratégica. A INEOS é um produtor líder na Europa, e este passo significativo expande o seu negócio de Óxido de Etileno e Derivados para os EUA, que é o maior mercado do mundo. Também complementa nossa atual unidade de produção de etanolaminas em Plaquemine, Louisiana. Há terreno livre nas instalações de Bayport Underwood para as aspirações de crescimento da INEOS, e é um local ideal para desenvolver negócios apoiando os clientes na co-localização e integração em uma plataforma existente de Óxido de Etileno e Derivados. Esperamos receber o negócio, o local e a equipe de muitos profissionais altamente motivadas no grupo global INEOS”, disse Tobias Hannemann, CEO da INEOS Oxide. A unidade LyondellBasell Ethylene Oxide & Derivatives em Bayport Underwood produz óxido de etileno e derivados de alta qualidade. A plataforma totalmente integrada tem acesso a redes de energia, matérias-primas e logística dos EUA, com custos vantajosos, e possui um

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excelente histórico de desempenho e reputação no mercado. “Esta transação é uma prova do nosso foco disciplinado na criação de valor, através da execução de um pilar fundamental da nossa estratégia – crescer e atualizar o nosso núcleo. Continuamos orgulhosos da geração de caixa positiva, do acesso a matérias-primas privilegiadas, da confiabilidade e da equipe altamente qualificada que compõe o negócio de EO&D, e estamos entusiasmados por termos chegado a um acordo com a INEOS para permitir que o negócio continue gerando valor sob diferentes proprietários”, disse Peter Vanacker, CEO da LyondellBasell. Todos os funcionários atuais da unidade LyondellBasell Bayport Underwood e alguns que trabalham fora do local serão transferidos para a INEOS, após a conclusão da transação, prevista para o segundo trimestre de 2024, sujeita a aprovações regulatórias e outras aprovações de terceiros, momento em que a INEOS adquirirá um local com ativos de classe mundial, instalações de produção líderes, e uma equipe experiente e bem-sucedida. O JP Morgan atuou como consultor financeiro, e a King & Spalding atuou como consultor jurídico da LyondellBasell para esta transação.

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ANP encaminha ao MME estudos geoeconômicos de mais dois blocos no Pré-Sal A Diretoria da ANP aprovou (07/12) os estudos geológicos e econômicos que resultaram na delimitação de mais dois blocos exploratórios, Rubi e Granada, localizados no Pré-Sal da Bacia de Santos. Com a aprovação, a ANP encaminhará os estudos para o Ministério de Minas e Energia (MME) analisar a viabilidade de inclusão dos blocos em futuras rodadas. Cabe ao MME propor ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a definição dos blocos que poderão ser objeto de rodadas de licitações de partilha de produção, e os parâmetros a serem adotados. A área total estudada possui cerca 1.200 km², e seu potencial petrolífero foi estimado em um volume riscado médio total (considerando riscos e incertezas) de 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente. Os estudos realizados apontam ainda para a existência de condições efetivas de sustentação para projetos tecnicamente

e financeiramente viáveis na região. Levando em conta a disposição geográfica do Polígono do Pré-Sal, os estudos estiveram concentrados nos setores SS-AUP1 e SS-AUP2, que se associam ao modelo de nova fronteira exploratória.

Conteúdo local: ANP aprova resolução sobre acreditação de certificadoras A Diretoria da ANP aprovou (7/12) resolução relativa aos requisitos e procedimentos para a acreditação, pela Agência, de organismos de certificação de conteúdo local de bens e serviços. O novo regulamento revoga a resolução atualmente em vigor sobre o assunto, que é a Resolução ANP nº 869/2022. A decisão de publicar nova resolução tem como objetivos aprimorar as regras sobre o tema, e simplificar requisitos e procedimentos gerais relacionados com: – Acreditação concomitante no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para os organismos de certificação; – Registro de certificados de conteúdo local e de cancelamento da acreditação; – Aplicação de sanções por descumprimento dos requisitos; – Revisão e consolidação de formulários e orientações complementares ao estabelecido na resolução; e – Auditorias e atividades de supervisão da ANP. A publicação de um novo ato normativo foi considerada a melhor alternativa entre as estudadas no Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) 02/2022, realizado pela ANP, e que passou por consulta pública. O estudo foi feito depois que a Agência identificou oportunidades para aperfeiçoar a Resolução nº 869/2022. Em seguida, a minuta para a nova resolução passou por consulta e audiência públicas.

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@Petrobras

Os compromissos de conteúdo local são os assumidos pelas empresas de exploração e produção de petróleo e gás natural, de contratação de um percentual mínimo de bens e serviços nacionais. A acreditação consiste no reconhecimento formal, pela ANP, da competência de organismos de certificação para atenderem requisitos previamente definidos, e realizar com confiança atividades de certificação de conteúdo local. A certificação é regulada pela Resolução ANP nº 19/2013, e consiste em aferir o percentual de conteúdo local em determinado fornecimento de bem ou serviço, e atestá-lo publicamente.


RenovaBio bate recorde de emissão de Créditos de Descarbonização (CBIOs)

O RenovaBio estabeleceu um novo recorde de emissão de CBIOs em novembro de 2023. Foram emitidos 4,3 milhões de CBIOs, 53% a mais que no mesmo mês do ano passado. Isso equivale a 4,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente que deixaram de ser emitidas. Até então, o maior número de CBIOs emitidos em um mês tinha sido de 3,3 milhões, em outubro de 2020. Antes mesmo de encerrar, 2023 já era o ano com o maior número de CBIOs emitidos – 32,3 milhões, superando os 31,4 milhões de CBIOs emitidos em todo ano de 2022. Considerando os CBIOs já aposentados (retirados definitivamente de circulação) para o cumprimento da meta referente ao ano de 2023 (9 milhões) e o total de CBIOs disponíveis no mercado (32 milhões), faltando quatro meses para o encerramento do prazo para o cumprimento das metas do ano de 2023 (que ocorrerá, excepcionalmente, em 31 de março de 2024), a quantidade de CBIOs já é suficiente para o cumprimento de todas as metas individuais dos distribuidores de combustíveis fósseis estabelecidas no Despacho ANP nº 1.319/2023. O RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis. Um de seus principais instrumentos é o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país. As metas nacionais são estabelecidas pelo CNPE, e são anualmente desdobradas, pela ANP, em metas individuais compulsórias para os distribuidores de combustíveis, conforme suas participações no mercado de combustíveis fósseis. As distribuidoras de combustíveis devem comprovar o cumprimento de metas individuais compulsórias, por meio da compra de Créditos de Descarbonização (CBIO), ativo financeiro negociável em bolsa, derivado da certificação do processo produtivo de biocombustíveis, com base nos respectivos níveis de eficiência alcançados em relação a suas emissões.

Neste faz parceria com a Coleman Oil Company para tornar o diesel renovável mais amplamente disponível no estado de Washington

@Divulgação/Coleman Oil

A Neste fez uma parceria com a Coleman Oil Company, para permitir que cidades e empresas tenham acesso mais fácil ao Neste MY Renewable Diesel no estado de Washington, nos EUA. Esta parceria expande a disponibilidade do Neste MY Renewable Diesel para locais-chave na rede de postos de abastecimento comerciais da Coleman Oil e outros canais de distribuição, como entrega de combustível a granel e postos de varejo em Washington, e oferece esse combustível de baixa emissão para a construção civil, agricultura, indústrias de caminhões pesados e municípios do estado. A parceria deve ajudar o estado a reduzir a dependência do diesel fóssil, e tornar o setor de transporte mais sustentável. “O Estado de Washington demonstrou seu compromisso com a sustentabilidade, ao se tornar o mais recente estado a implementar um Padrão de Combustível Limpo. Hoje, a Neste está apoiando a meta do estado, de reduzir as emissões do setor de transporte, fornecendo diesel renovável para as empresas e cidades em Washington”, diz Carrie Song, vice-presidente de Transporte Rodoviário Renovável para as Américas da Neste. “Estamos entusiasmados com a parceria com a Coleman Oil; sua enorme rede de distribuição é crucial para que possamos disponibilizar o diesel renovável em todo o estado”. “Estamos extremamente entusiasmados com a parceria com a Neste. O Neste MY Renewable Diesel é o melhor produto da categoria que estará no centro de nossa estratégia de energias renováveis”, diz Ian Coleman, presidente da Coleman Oil Company. Feito de matérias-primas de origem sustentável e 100% renováveis, o Neste MY Renewable Diesel pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em até 75%*, ao longo do ciclo de vida do combustível em comparação com o diesel fóssil. Além de reduzir as emissões de GEE, o diesel renovável oferece um forte desempenho. Por não conter enxofre, oxigênio ou compostos aromáticos, entra em combustão mais limpa. Além disso, o Neste MY Renewable Diesel tem um bom desempenho em condições de frio extremo (até -4°F/-20°C), e pode ser armazenado por longos períodos de tempo sem deterioração, tornando-o uma escolha ideal para empresas que operam em Washington, onde as temperaturas médias diurnas podem variar de 30°F a cerca de 0°F (3°C a -17°C) no inverno. * O percentual de redução de emissões de GEE varia de acordo com a legislação específica da região que fornece a metodologia para os cálculos (por exemplo, LCFS dos EUA para os EUA) e o mix de matériasprimas usadas para fabricar o produto para cada mercado. no 394

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OceanPact assina com a Petrobras para inspeções de ancoragem de FPSOs por três anos

@Divulgação/Ricardo Gomes

A OceanPact, empresa brasileira que desenvolve e implanta soluções nas áreas de meio ambiente, serviços submarinos e apoio logístico e engenharia, venceu um processo licitatório e assinou contrato com a Petrobras, para realizar as inspeções de ancoragem de FPSOs e plataformas semissubmersíveis da companhia até 2026. O contrato de aproximadamente R$ 485 milhões, resultado de processo competitivo ganho pela proposta da OceanPact, prevê a inspeção dos sistemas de ancoragem de plataformas, totalizando cerca de 1.500 km de linhas de amarração e 600 elos. Tanto a inspeção quanto a limpeza dos sistemas são requisitos regulatórios exigidos pelas sociedades classificadoras e servem como um dos mecanismos de controle de segurança operacional das plataformas. A embarcação que será usada pela OceanPact para essa atividade será o Austral Abrolhos, um MPSV (Multi Propose Support Vessel) que estará mobilizado com o veículo de operação remota, ROV (Remotely Operated Vehicle) do tipo Work Class. Além de ser construído para operações submarinas, e possuir um guindaste para atividades de até 2.000 metros de profundidade, o Austral Abrolhos possui capacidade para transportar água, óleo diesel, fluidos de perfuração, peças e componentes, dentre outros insumos destinados às plataformas. A embarcação também é equipada com equipamentos de resposta a emergência. Já este ROV Work Class, fabricado pela norueguesa Kystdesign, é equipado com sistemas de câmera de alta resolução, diversos sensores e ferramentas, e opera em até 3.000 metros de profundidade. Fundada em 2007, a OceanPact oferece serviços para estudo, proteção, monitoramento e uso sustentável do mar, do litoral e dos recursos marinhos para clientes de diversos setores da economia, como energia, mineração, telecomunicações, portuário e navegação, com destaque para o setor de óleo e gás. 90

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SteelTrace assegura projeto de gasoduto no Mar do Norte com Subsea7

@Divulgação

A SteelTrace conquista significativa colaboração com a Subsea7, seu primeiro projeto de gasoduto no Mar do Norte, reforçando seu compromisso com o aumento da eficiência e dos padrões de qualidade, ao mesmo tempo que atende às necessidades digitais do operador. A SteelTrace é uma plataforma pioneira de automação de gestão da qualidade que revoluciona a transparência, a rastreabilidade e a eficiência na cadeia de suprimentos do aço. Concentrando seus esforços na indústria química e petroquímica, usando tecnologias de ponta, incluindo blockchain e computação em nuvem, para integrar perfeitamente o gerenciamento de qualidade em toda a cadeia de suprimentos de aço. Ao oferecer uma solução de ponta a ponta que garante transparência e precisão, a SteelTrace permite que fabricantes, fornecedores e partes interessadas mantenham total confiança na qualidade dos produtos de aço necessários para aplicações exigentes na indústria de petróleo e gás. Prova da sua relação com a Subsea7, este é o segundo projeto em que as empresas colaboram. Essa colaboração verá o SteelTrace capturando dados estruturados vitais dos fabricantes, e cruzando-os automaticamente com os requisitos do projeto. Esta funcionalidade avançada elimina a necessidade de revisões manuais, agilizando o processo, e reduzindo a possibilidade de erros humanos. A conversão desses dados em um livro de registros de fabricação digital promete maior eficiência e um fluxo de trabalho simplificado. Em última análise, beneficiando toda a cadeia de suprimentos, incluindo o operador, que pode usar os dados coletados para os estudos de extensão de vida, análises de causa raiz e simulações de turnaround. Nesses ambientes marítimos desafiadores, os tubos de aço devem ser capazes de suportar condições adversas e padrões de segurança rigorosos. As complexidades da dinâmica do fundo do mar e a necessidade de soldagem precisa exigem um nível maior de controle de qualidade e precisão. A captura abrangente de dados do SteelTrace garante que todas as informações cruciais sejam meticulosamente registradas, eliminando a necessidade de revisão manual de dados demorada, e fornecendo à indústria uma alternativa confiável e eficiente. O CEO e fundador da SteelTrace, Tom Meulendijks, expressou seu entusiasmo pela colaboração, afirmando: “À medida que a SteelTrace continua a expandir os limites da garantia de @Divulgação qualidade e da transformação digital na indústria do aço, estamos entusiasmados em garantir nosso segundo projeto com a Subsea7. Desde a nossa criação, em 2017, a SteelTrace desenvolveu uma carteira global de clientes que abrange a Europa, os EUA, o Sudeste Asiático e os próximos empreendimentos que se estendem à Austrália.”


Notícias da Petrobras

Petrobras atualiza Política de Responsabilidade Social @Divulgação/Petrobras / Jamily da Silva Lima

A Petrobras lança, nesta terça-feira (26/12), a sua nova Política de Responsabilidade Social, construída num processo de ampla escuta, com participação da força de trabalho e de convidados externos, envolvendo diversos públicos de interesse da empresa. O documento estabelece diretrizes para a atuação em ASG (Ambiental, Social e Governança) da Petrobras, conforme os posicionamentos e as metas definidos no Plano Estratégico para temas de responsabilidade social, como o respeito, e promoção e a devida diligência em Direitos Humanos, o combate à discriminação, assédios e violência sexual no trabalho, a redução da pobreza energética e o desenvolvimento sustentável, bem como a conservação de florestas e oceanos, visando a evitar a perda de biodiversidade e a mitigar as mudanças do clima. Em biodiversidade, a meta é aumentar em 30% os esforços de conservação, por meio do investimento em iniciativas socioambientais até 2030. A Petrobras também pretende implementar planos de ação em biodiversidade em 100% de suas instalações, até 2025, reduzindo a pegada de carbono e outros impactos ambientais de suas operações. A Petrobras tem a ambição de estar entre as três empresas de óleo e gás mais bem colocadas no ranking de Direitos Humanos até 2030, com processo de devida diligência em 100% das operações e capacitação em Direitos Humanos, para toda a força de trabalho. Também há diretrizes para o tratamento

de queixas e demandas de forma transparente e imparcial. Outro destaque fica para o desenvolvimento de iniciativas socioambientais estruturantes e perenes, que prevê o compromisso de proporcionar retorno à sociedade, de no mínimo 150% do valor investido nos projetos socioambientais voluntários, até 2030. “Procuramos nos consolidar como referência em direitos humanos e na conservação do oceano, das florestas e da biodiversidade, buscando parcerias para a promoção do desenvolvimento sustentável, e tendo como princípios a responsabilidade social, a efetiva gestão dos riscos e impactos sociais e ambientais, a valorização da diversidade e o compromisso com a transição energética justa”, explica José Maria Rangel, gerente executivo de Responsabilidade Social da Petrobras. Seguindo o princípio de atenção total às pessoas, a Política de Responsabilidade Social estabelece diretrizes para o diálogo contínuo e inclusivo, buscando se relacionar de forma responsável com as comunidades, e para a prevenção e preparação de comunidades e outros públicos de interesse para situações de emergência. Assim como também há o estímulo à capacitação profissional e aproveitamento de mão-de-obra local, e o desenvolvimento de iniciativas socioambientais em parceria com poder público, empresas e organizações da sociedade civil para promover o desenvolvimento sustentável.

Petrobras fecha novo aditivo com YPFB A Petrobras anunciou um novo aditivo ao contrato de compra de gás natural com a YPFB – Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos –, assinado após o cumprimento de trâmites internos de governança. O aditivo visa a alterar o perfil de entregas do volume total de gás contratado pela companhia brasileira, em função da disponibilidade de gás para exportação pela YPFB. O aditivo prevê a manutenção do volume máximo de 20 milhões de m³ por dia, com maior flexibilização dos compromissos firmes de entrega e recebimento, de acordo com a sazonalidade e a disponibilidade da oferta. O formato do aditivo garante o fornecimento em equilíbrio contratual para as empresas, e a possibilidade de venda adicional de gás pela YPFB para outros importadores brasileiros. A parceria com a YPFB é estratégica e fundamental para a Petrobras, e a celebração desse aditivo demonstra o compro-

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metimento da empresa em buscar soluções que atendam às necessidades do mercado e garantam o suprimento de energia de forma sustentável e eficiente. no 394

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P-32 chega ao Estaleiro Rio Grande para destinação sustentável @Divulgação/ Matheus Vieira / Ecovix

Depois de mais de uma semana de viagem desde a Bacia de Campos/RJ, a plataforma P32 da Petrobras chegou (14/12) ao Estaleiro Rio Grande/RS, onde será submetida ao primeiro processo de reciclagem de uma unidade desse porte em solo nacional. O desmantelamento, que levará cerca de um ano, segue o novo modelo de reciclagem sustentável da companhia, que acompanha todas as etapas do trabalho, desde o recebimento até a destinação final dos resíduos. “Esse modelo pioneiro reforça o compromisso internacional da empresa com a sustentabilidade e a transição energética justa. Além disso, o marco representa a criação de novas oportunidades para a cadeia econômica nacional, gerando valor para a sociedade”, afirma o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos. A plataforma foi adquirida em leilão pela Gerdau, que contratou a Ecovix para o desmantelamento. A desmontagem das estruturas ocorrerá no estaleiro. Na sequência, a Gerdau utilizará a sucata metálica gerada como matéria-prima para produção de aço em sua unidade de Charqueadas/RS. Outros materiais serão enviados para descarte seguro e correto, com praticamente 100% da unidade sendo reciclada. “Essa iniciativa é pioneira na indústria brasileira do aço, e contribuirá para que a empresa siga sendo uma referência na produção de aço com baixa pegada de carbono. Uma das fontes de geração de sucata metálica é o desmantelamento de plataformas como a P-32 e de navios, o que permite com que um volume importante destes materiais seja retirado dos mares brasileiros e transformados em novos produtos de aço, uma vez que o aço é um item 100% reciclável”, afirma Carlos Vieira, diretor de matéria-prima e florestas da Gerdau. A execução do plano será acompanhada pela Petrobras, para garantir o cumprimento das práticas de segurança, meio ambiente, saúde ocupacional e responsabilidade social, de forma sustentável e auditável, ao longo de todo o processo de reciclagem. Para o desmantelamento da P-32, estima-se um ano de duração das atividades de reciclagem. A P-32 chega a Rio Grande no momento em que a Petrobras conclui o leilão de venda da plataforma P-33, a segunda a ter destinação pelo novo modelo da companhia. A P-33 deve chegar ao estaleiro em meados de 2024 e, assim como na P-32, o desmantelamento levará cerca de um ano para ser concluído. “Estamos avançando de forma muito responsável, levando nossa expertise para diversos setores da área naval, e contribuindo para a geração de empregos e renda para todo o Sul do Rio Grande do Sul”, enfatiza Robson Passos, diretor-presidente do Grupo Ecovix. “O Brasil tem vantagens competitivas importantes, que o coloca numa posição bastante favorável para se tornar uma referência mundial em descomissionamento sustentável, com foco em geração de valor e respeito às pessoas e ao meio ambiente. O nosso propósito 92

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é seguir contribuindo para o desenvolvimento e qualificação do mercado nacional. Para tanto, temos adotado uma série de iniciativas, voltadas a ampliar a previsibilidade da nossa demanda ao mercado, com ampla divulgação dos requisitos de sustentabilidade exigidos, e do número de unidades a serem recicladas nos próximos dez anos”, completa Travassos. A Política de Reciclagem para embarcações, adotada pela Petrobras, prevê: – Implementar ações de minimização da geração de resíduos, prevenção de impactos à biodiversidade, além do reaproveitamento de equipamentos e o fomento à economia circular; – Reciclar em estaleiros dotados de soluções tecnológicas, que garantam a contenção de contaminantes decorrentes das atividades de desmantelamento, impedindo sua liberação para o meio ambiente; – Inventariar previamente os materiais existentes na embarcação, de modo a garantir a elaboração adequada de um plano de reciclagem pelo estaleiro; – Reciclar a frota de embarcações de forma segura, protegendo o meio ambiente e pessoas que trabalham nos estaleiros de reciclagem; – Considerar os requisitos da European Union Ship Recycling Resolution nº 1257/2013, no caso de estaleiros internacionais e/ou, no caso dos brasileiros, as licenças de operação e a conformidade com a legislação, regras e regulamentos de meio ambiente, segurança e saúde dos trabalhadores aplicáveis, incluindo gerenciamento de subcontratados; – Atuar em conformidade com os compromissos de que a Petrobras é signatária, incluindo medidas de controle à corrupção, e respeito aos direitos humanos, reconhecidos internacionalmente. A Petrobras irá destinar mais de US$ 11 bilhões às atividades de descomissionamento nos próximos cinco anos, envolvendo a destinação sustentável de 23 plataformas, o fechamento definitivo de mais de 550 poços, e a remoção de quase 2000 km de linhas flexíveis – equivalente à distância entre Rio de Janeiro e Maceió, por exemplo. Após 2028, a empresa prevê a remoção de mais 40 unidades, conforme previsto pelo Plano Estratégico da companhia. Pautado pelas mais rigorosas práticas ASG (ambientais, sociais e de governança), o plano de descomissionamento reforça o compromisso global da empresa com a sustentabilidade e a transição energética justa. Outras plataformas devem ser descomissionadas nos próximos anos, como a P-33 e P-26, na Bacia de Campos; e o FPSO Capixaba, no campo de Jubarte, no Espírito Santo. O Planejamento Estratégico 2024-2028+ prevê o descomissionamento de 23 plataformas até 2028, e mais de 40 outras plataformas após este período. Esse planejamento inclui plataformas fixas e flutuantes, próprias e afretadas, e é revisto anualmente, alinhado ao plano estratégico plurianual da companhia.


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Petrobras e BNDES destinam R$ 42 milhões a projetos de restauração ecológica no Cerrado e Pantanal

@Divulgação/Agência Petrobras

O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – e a Petrobras lançaram, durante a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o novo edital da iniciativa Floresta Viva, para apoiar projetos de restauração ecológica para conservação dos biomas Cerrado e Pantanal, abrangendo os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Serão destinados R$ 42 milhões, para até 9 projetos que implementem ações em corredores de biodiversidade, que unem fragmentos florestais remanescentes de vegetação nativa, proporcionando o deslocamento de animais e a dispersão de espécies vegetais pela propagação de sementes. Os projetos terão prazo de execução de até quatro anos, e devem propor ações de restauração em áreas de, no mínimo, 200 hectares, sem que sejam necessariamente contínuas, localizadas em qualquer parte desses dez corredores de biodiversidade no Cerrado e no Pantanal: 1) Bacia do rio Jauru, 2) Chapada dos Guimarães, 3) Emas-Taquari, 4) Figueirão-Rio Negro-Jaraguari, 5) Miranda-Bodoquena, 6) Veadeiros-Pouso Alto-Kalungas, 7) RIDE DF-Paranaíba-Abaeté, 8) Serra da Canastra, 9) Sertão Veredas-Peruaçu e 10) Serra do Espinhaço. A iniciativa Floresta Viva prevê a originação de créditos de carbono, ampliando os benefícios do projeto. “Com a nossa participação no Floresta Viva, reforçamos nosso compromisso com a transição energética justa, incluindo iniciativas socioambientais que contribuem para a conservação do meio ambiente e a mitigação de emissões de gases do efeito estufa. Recentemente, selecionamos, por meio do Floresta Viva, 8 projetos que vão ter investimento de mais de R$ 47 milhões para ações de recuperação em manguezais. Agora, ampliamos nossa atuação para dois dos biomas mais ameaçados no Brasil, o Cerrado e o Pantanal, contribuindo para transformar nosso investimento em retorno socioambiental para o país, com benefícios para a segurança hídrica, a biodiversidade e o clima”, declara Jean-Paul Prates, presidente da Petrobras. “O BNDES está apostando na restauração ecológica dos biomas brasileiros como uma das formas mais eficientes e econômicas do país responder à crise climática extrema, além de todo o seu impacto socioeconômico e de conservação da biodiversidade. O Floresta Viva é um caso de sucesso, que já inspirou outras iniciativas, como o recém-lançado Arco de Restauração da Amazônia, uma iniciativa construída pelo BNDES, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que destinará R$ 1 bilhão para a reconstrução da floresta”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

Da esquerda para direita: Nabil Kadri, Superintendente de Meio Ambiente BNES; Isabel Drago, Gerente Imaflora; Gregório Araújo, Gerente de Reflorestamento e Projetos Ambientais Petrobras; Fabíola Zerbini, Diretora do Departamento de Florestas Ministério do Meio Ambiente; e Manoel Serrão, Superintendente de Programa Funbio.

“O trabalho do Floresta Viva na restauração ecológica em corredores de biodiversidade para conservação dos biomas Cerrado e Pantanal é fundamental para o Brasil garantir que sua biodiversidade seja protegida e contribua para o equilíbrio climático. É parte da missão do FUNBIO, trabalhar em rede para que os benefícios socioambientais da restauração ecológica impactem local, nacional e globalmente toda a população”, disse Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do FUNBIO. O Cerrado é um dos biomas com a maior biodiversidade do planeta, abrigando 5% de todas as espécies no mundo, e 30% das espécies do país – muitas delas endêmicas, que só existem nesse ambiente. É também um dos biomas mais ameaçados pelo desmatamento: cerca de 30% de toda a área desmatada no Brasil em 2022 foi em regiões de Cerrado. Reconhecido como o “berço das águas”, por abrigar as cabeceiras de alguns dos maiores rios brasileiros, o Cerrado tem uma relação próxima com o Pantanal, pois é onde nasce o Rio Paraguai, que abastece a planície inundada pantaneira. Assim como o Cerrado, o Pantanal também apresenta uma rica biodiversidade, com mais de 4.700 espécies catalogadas, e encontra-se ameaçado, sobretudo pelo desmatamento e pelas queimadas. Os projetos participantes da seleção pública deverão ser propostos até 18/03/24, por instituições sem fins lucrativos, como associações civis, fundações privadas ou cooperativas. A gestão operacional e a condução do edital serão realizadas pelo FUNBIO Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), que tem por objetivo catalisar ações estratégicas voltadas para a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica no Brasil.

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Petrobras instala sensores LiDAR

@Divulgação/ Petrobras

A Petrobras instalou um sensor LiDAR toral do Rio Grande do Norte, com a versão (Light Detec on and Ranging) na platafor2.0 do equipamento batizado de Bravo – Boia ma PPE-1A, no campo de Pescada/RN. Essa Remota de Avaliação de Ventos Offshore –, foi a segunda plataforma do estado a receber um aprimoramento da tecnologia inédita no o equipamento, capaz de medir a velocidade Brasil, desenvolvido pelo seu Cenpes – Cene a direção do vento, entre outras variáveis tro de Pesquisas e Desenvolvimento. O prometeorológicas. Os estudos são essenciais jeto é mais um passo relevante em direção para a implantação de projetos eólicos à transição energética, e o total investido na offshore, e a empresa pretende instalar tecnologia chega a R$11,3 milhões, através ao todo seis LiDARs, nos estados do Rio do incentivo em Pesquisa e DesenvolvimenGrande do Norte, Ceará e Espírito Santo. to (P&D) da Aneel. O sensor óptico LiDAR utiliza feixes de laser para medir “O nível de maturidade tecnológica do equipamento avana velocidade e direção do vento, de 10 a 300 metros de altuçou, e trouxe boas soluções para as limitações encontradas ra, gerando dados compatíveis ao ambiente de operação das na primeira fase de testes. Esperamos uma Bravo 2.0 robusta turbinas eólicas. e capaz de atender às necessidades da Petrobras em relação “Instalar sensores em nossas plataformas agiliza à medição do potencial eólico offshore no Brasil, e diminui os custos para o mapeamento do potensendo uma alavanca importante para avançarmos cial eólico da região definida. Os dados obtidos com nessa nova fonte de energia”, afirma o diretor de essas campanhas, por sua vez, auxiliarão a tomada Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, de decisão sobre a implantação de projetos”, afirma Carlos Travassos. o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade Travassos destaca que o investimento faz parte da Petrobras, Maurício Tolmasquim. da estratégia da Petrobras de liderar o processo de Os sensores LIDAR serão alimentados por mótransição energética no país. “Um novo projeto de dulos fotovoltaicos ou pelos sistemas de energia próP&D tem sido discutido, com foco na instalação de prios das plataformas. novas Bravos em pontos estratégicos da costa brasileira, de “Os equipamentos integram novas campanhas de medimodo aumentar a amostragem de dados, e tornar o levantação eólica, que serão realizadas, em águas rasas, ao longo de mento do potencial eólico ainda mais confiável”, revela. três anos. Os dados, que já começaram a ser coletados, são A Bravo é um modelo flutuante de Lidar (Light Detection and enviados ao nosso Centro de desenvolvimento de Pesquisas Ranging). Ele mede a velocidade e direção do vento, gerando dae Inovação, o Cenpes, a fim de permitir uma avaliados compatíveis ao ambiente de operação das turbinas ção detalhada de diferentes áreas do país, com alto eólicas; também é capaz de captar variáveis meteoropotencial para desenvolvimento de parques eólicos lógicas, como pressão atmosférica, temperatura do ar offshore”, analisa o diretor de Engenharia Tecnoloe umidade relativa, além de variáveis oceanográficas, gia e Inovação, José Carlos Travassos. a exemplo de ondas e correntes marítimas. Todos esA plataforma de Pescada (PPE1-A), do tipo jases dados são essenciais para determinar o potencial de queta fixa, situada em lâmina d’água de 16 m, e a uma área para a produção de energia eólica. cerca de 28 km do litoral, foi a segunda plataforma a Na nova versão do equipamento, um algoritmo, receber o sensor. A primeira da série foi a plataforma desenvolvido especialmente para o projeto, permite fixa PAG-2, no campo de Agulha, no final de agosto. corrigir as informações coletadas em função das variaTambém está em curso, desde 2020, uma campanha de ções de posição provocadas pelas ondulações do mar e correntes medição por LiDAR na Plataforma de Rebombeio Autônoma marinhas. A Bravo 2.0 também foi ampliada, para abrigar dois (PRA-1), na Bacia de Campos. A PRA-1 está instalada em sensores Lidar em vez de um. Isso aumenta a coleta dos dados que local com cerca de 100 m de profundidade, a 90 km do litoral. são transmitidos para um servidor em nuvem, por meio de comuAs medições na PRA-1 permitirão aprimorar o conhecimento nicação via satélite, para serem posteriormente analisados. das características de longo prazo do vento, em uma região O equipamento pesa 7 toneladas, tem 4 m de diâmetro, 4 m @Divulgação/Senai/ com muitas sinergias com as atividades de ExploraMateus Filipe de altura e é alimentado por módulos de energia solar. ção e Produção da companhia. Será lançado a 20 km da costa do Rio Grande do Norte, Simultaneamente, a Petrobras aperfeiçoa uma com apoio da Marinha do Brasil e do consórcio Intertecnologia inédita no Brasil para medição de ventos, sal, que opera o Terminal Salineiro de Areia Branca. A desenvolvida pelo seu centro de pesquisas, a oia Recampanha de testes e medições vai até março de 2024. mota de Avaliação de Ventos Offshore (Bravo), fruto As informações coletadas pela boia serão comparade parceria com o SENAI/ISI-ER e SENAI/ISI-SE. das com dados de referência obtidos por um Lidar fixo, A Petrobras iniciou, em outubro de 2023, uma instalado no mesmo terminal, para validar a funcionalinova sequência de medições de energia eólica no lidade e confiabilidade das medições do equipamento. 94

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Petrobras debate industrialização e transição energética em seminário no Rio de Janeiro O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou da abertura do seminário “A neoindustrialização e a transição energética brasileira”, no Rio de Janeiro. Também fizeram parte da mesa o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo. Durante a sua fala, Jean Paul Prates ressaltou os desafios atuais para consolidar a Petrobras e o país, na liderança da transição energética mundial, citando projetos como o coprocessamento de biocombustíveis no parque de refino da empresa, eólicas offshore e hidrogênio verde. “A transição energética não é uma ruptura de um dia pro outro, mas um processo ao longo de décadas, em que a não só a Petrobras, como toda a sociedade, vai transformar-se. Por isso, continuamos focados no nosso negócio e, tendo conquistado diferentes recordes nos últimos sete meses, mas já imersos na descarbonização dos processos, na mudança de matriz energética, rumo à transição ecológica. E a Petrobras tem todo potencial para guiar o Brasil na liderança dessa transformação”, complementou Prates.

@Divulgação/ Rafael Pereira

O Seminário contou com a participação de autoridades, especialistas e representantes da indústria, que discutiram temas fundamentais para o desenvolvimento do país, como o papel do hidrogênio verde para a descarbonização da indústria, além dos desafios e oportunidades da neoindustrialização.

Navio-sonda que fará a perfuração na Bacia Potiguar chega ao RN Chegou ao estado do Rio Grande do Norte o navio-sonda da Petrobras, que ficará responsável pela perfuração do poço de Pitu Oeste, na Margem Equatorial. A embarcação saiu do Rio de Janeiro no dia 6 de dezembro e começou a operar na concessão BMPOT-17. A licença para perfuração de poços exploratórios, em águas profundas da Bacia Potiguar, foi dada pelo IBAMA, em outubro de 2023. O primeiro poço será perfurado a 52 km da costa. Com a pesquisa exploratória, a companhia pretende obter mais informações geológicas da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu. Não há produção de petróleo nessa fase. “Esse é um grande momento para a Petrobras. Estamos confiantes no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país. Vamos fazer com toda a segurança, seriedade e transparência que priorizamos em todos os nossos projetos”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. De acordo com o Plano Estratégico 2024-2028 da compa-

@Divulgação/Agência Petrobras

nhia, serão investidos US$ 3,1 bilhões em atividades exploratórias na Margem Equatorial. No âmbito da mesma licença ambiental, a Petrobras planeja perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79 km da costa do estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste. Pitu Oeste será o terceiro poço da concessão BM-POT-17 e a previsão é de que a sua perfuração dure de 3 a 5 meses. O último poço dessa concessão foi perfurado em 2015. A sonda contratada pela Petrobras estava na Baía de Guanabara para limpeza de casco e abastecimento. no 394

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Petrobras coloca Sepetiba em produção no Pré-sal A Petrobras colocou em produção (31/12) o navio-plataforma Sepetiba, no campo de Mero, bloco de Libra, no Présal da Bacia de Santos. Esse é o terceiro sistema de produção de Mero, com capacidade para produzir até 180 mil barris de óleo, e comprimir até 12 milhões de m3 de gás, tudo isso diariamente. O FPSO Sepetiba faz parte de um sistema de produção que inclui a perfuração e a preparação do poço para a produção (completação) de oito poços produtores e oito poços injetores de água e gás, que estão sendo interligados à unidade. A unidade possui tecnologias inovadoras para aumentar a eficiência na produção e, além disso, viabilizar a atividade de CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage), onde o gás rico em CO2 é reinjetado no reservatório e reduz as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

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@ Divulgação/Acervo SBM

“Para a Petrobras, alta produtividade e descarbonização andam juntas, pois, ao realizar as nossas atividades, temos como parâmetro a sustentabilidade nos negócios, bem como no meio ambiente”, explicou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A Petrobras afretou o FPSO Sepetiba da SBM, que também o construiu, para ser a terceira unidade produtora do campo de Mero, de um total de cinco, já que duas ainda serão instaladas. No prazo de um ano, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, a Petrobras colocou em produção cinco FPSOs. Mero produz diariamente cerca de 230 mil barris de óleo e 15 milhões de m3 de gás. Trata-se de um campo unitizado, operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%), como representante da União na área não contratada. “Vencemos o desafio de colocar cinco unidades em operação, somente neste ano. Isso demonstra a capacidade técnica da Petrobras, nossa intenção de investir no crescimento da produção e, consequentemente, no desenvolvimento do Brasil”, declarou o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos José Travassos.


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Petrobras contrata tecnologia para produção de bioquerosene de aviação e diesel 100% renovável A Petrobras assinou contrato para aquisição da tecnologia HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids) junto à Honeywell UOP, umas das licenciadoras mais reconhecidas mundialmente em soluções para produção de combustíveis. Com a implantação da tecnologia, a Petrobras poderá produzir, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão/SP, diesel 100% renovável (HVO) e Bioquerosene de Aviação – BioQav (SAF), a partir de correntes renováveis, como óleo de soja e sebo bovino. A unidade HEFA da RPBC será inédita no parque de refino da empresa e terá capacidade de processar 2.700 m³/d de carga, com proporção de 70% de óleo de soja, e 30% de sebo bovino produzindo BioQav e Diesel Renovável. “A iniciativa é um dos destaques do nosso Programa de BioRefino, crucial para entregarmos produtos com menos emissões de gases de efeito estufa, em linha com as demandas da sociedade e com um mundo em transformação”, enfatizou o diretor de Processos Industriais e Produtos, William França. “Este é um marco importante na trajetória de descarbonização da Petrobras. Já adaptamos algumas de nossas refinarias com unidades de coprocessamento capazes de produzir o Diesel R5, composto de diesel mineral com 5% de óleo vegetal”, complementa França. A produção de BioQav é estratégica para a Petrobras, uma vez que agrega valor ao parque de refino com processos mais eficientes e novos produtos, em direção a um mercado de baixo carbono. O licenciamento desta tecnologia, que será usada na unidade de Cubatão, se soma a uma série de soluções que a Petrobras vem adotando para transformar seu parque de refino num parque industrial que concilia a produção de derivados de petróleo com menor pegada de carbono e a produção de combustíveis com conteúdo renovável. Dentro desta estratégia, esse projeto na RPBC é o primeiro visando à produção de bioquerosene de aviação e diesel 100% renováveis.

@Divulgação/ Michel Chedid

A produção está atrelada aos compromissos assumidos pelas empresas de aviação com o CORSIA, a partir de 2027. O CORSIA – Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation – é o programa da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para a redução e compensação de emissões de CO2 provenientes dos voos internacionais. Seu objetivo é garantir que as emissões sejam estabilizadas nos níveis observados em 2020, sem que o setor aéreo precise parar de crescer. O Programa BioRefino da Petrobras prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão nas refinarias para desenvolvimento de combustíveis mais modernos e sustentáveis. Entre os projetos, está a construção das duas plantas dedicadas para produção de BioQAV e Diesel 100% Renovável, além da expansão da produção de Diesel R, gerado por coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, que contém parcela de diesel verde (HVO, em inglês), podendo variar de 5% (Diesel R5) até 10% (Diesel R10). O Plano Estratégico da companhia contempla investimentos de US$ 11,5 bilhões, com foco na transição energética direcionados a iniciativas de baixo carbono.

Petrobras assina contrato com a Unigel

@ Divulgação

A Petrobras, em continuidade aos comunicados de 06/06/2023 e 23/06/2023, assinou contrato com a Unigel Participações S.A., de industrialização por encomenda (tolling) para produção de fertilizantes nas fábricas de Sergipe e da Bahia. O acordo é fruto da parceria entre a Petrobras e a Unigel, divulgada em 06/06/2023 (non disclosure agreement), estando alinhada com o Plano Estratégico 2024-2028 (PE 202428) da companhia para produção de fertilizantes. Os estudos para produção de projetos de baixo carbono continuarão em andamento. A Petrobras reforça, assim, seu compromisso de liderar a transformação e impulsionar uma transição energética sustentável, justa e segura.

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Notícias da Petrobras

Petrobras lança novo asfalto mais eficiente e sustentável A linha de asfaltos mais sustentáveis da Petrobras ganhou um novo produto. Especialmente formulado para aplicações em temperaturas reduzidas, o Cimento Asfáltico de Petróleo CAP Pro W 30/45 gera economia de energia na etapa de usinagem (preparação do concreto asfáltico), reduzindo em cerca de 65% a emissão de gases de efeito estufa. O lançamento do produto ocorreu em evento realizado no Cenpes – Centro de Pesquisas da Petrobras. A redução da temperatura do processo de aplicação, trazida pelo CAP Pro W 30/45, resulta em menores custos na cadeia de pavimentação, redução da intensidade de carbono e melhores condições de trabalho. A Petrobras também oferece aos clientes suporte técnico integral para aplicação do novo produto. Com a aplicação em temperaturas mais baixas, estima-se uma redução em cerca de 70% dos chamados “fumos” do asfalto (vapores gerados pela alta temperatura do produto), minimizando a exposição dos trabalhadores envolvidos diretamente na atividade. O CAP Pro W 30/45 permite uma redução da temperatura do processo de aplicação, que pode chegar a cerca de 40°C, sem prejuízos para o desempenho do concreto asfáltico. Ao mesmo tempo, pode proporcionar um aumento de 15% de produtividade na usinagem. Além disso, as características comprovadas do CAP Pro W 30/45 trazem todos os benefícios de um WMA (Warm Mix Asphalt), sem necessidade de alteração de equipamentos nos processos de pavimentação. Por ser especificado como um cimento asfáltico de petróleo 30/45, com formulação desenvolvida, testada e aprovada no Cenpes, o produto promove uma maior durabilidade, quando comparado ao asfalto convencional. Devido à tecnologia do novo asfalto, há, ainda, outros benefícios operacionais, como pavimentação em dias mais frios, maiores distâncias de transporte da usina até o local da aplicação, liberação mais rápida da pista, entre outros. Para o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, “o CAP Pro W 30/45 é resultado de pesquisa e incremento de processos produtivos. Estamos gerando produtos com uma menor pegada de carbono e com aperfeiçoamento 98

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@Divulgação/Petrobras/ Rafael Pereira

de desempenho”. A Petrobras destinará US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, conforme o Plano Estratégico 2024-2028. De acordo com o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, “a Petrobras está dobrando os investimentos em baixo carbono, promovendo ganhos sociais e ambientais efetivos, porque acredita numa transição energética justa e responsável”. Segundo o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, o CAP Pro W é uma alternativa que orienta o futuro do mercado de asfaltos: “O desenvolvimento de um asfalto com alto desempenho, com menores emissões e que desenvolve uma cadeia mais sustentável é estratégico para a Petrobras. Investimos para oferecer aos nossos clientes e usuários produtos com qualidade e que reafirmem nosso compromisso com a sociedade”. Uma nova geração de asfaltos mais sustentáveis está sendo desenvolvida pela Petrobras, em linha com a transição para o futuro de baixo carbono. Além do CAP Pro W 30/45, que entra agora na carteira de produtos da Petrobras, a companhia já comercializa o CAP Pro AP, indicado para a pavimentação com cerca de 25% de conteúdo reciclado, incorporando o conceito de economia circular. Tanto o CAP Pro W 30/45, como o CAP Pro AP são produzidos na Refinaria Henrique Lage (REVAP), no estado de São Paulo.


Notícias da Petrobras

Petronect migra para a solução SAP Ariba A Petrobras iniciou, em dezembro de 2023, uma jornada gradual de transição da plataforma de contratações com seus fornecedores. A migração do Portal Petronect para a solução SAP Ariba, que já aconteceu para as transações de faturas, notas fiscais e pedidos de compras de bens, começará a englobar alguns processos de contratação da companhia. O objetivo da mudança é oferecer mais agilidade e um melhor relacionamento com os fornecedores, integração de dados e simplificação do processo. A ideia é que parte dos processos de contratação por Dispensa de Licitação por Valor (DLV) passem a ocorrer na nova plataforma, a partir já do final de 2023. A transição será gradual, para reduzir qualquer impacto nas transações da Petrobras com seus fornecedores. Em 2024, os processos de contratação continuarão a acontecer nas duas plataformas, até a migração total dos processos para a nova solução. Os fornecedores estão recebendo uma cartilha com todo o passo a passo da nova jornada de contratações com a Petrobras, que também mantém atualizados, em seu Canal Fornecedor, todas as informações e serviços para interação entre fornecedores e a companhia. A ferramenta SAP Ariba teve sua pri-

meira fase de adoção na Petrobras no final de 2021, com a implantação do módulo de compras guiadas e compras por catálogo, com foco nos colaboradores internos. Em dezembro de 2022, ocorreu a primeira implantação para os fornecedores, com as transações de pedidos de compras de bens e de faturas e notas fiscais de bens e de serviços. Nesse período, já são mais de 1,2 milhão de documentos transacionados na nova plataforma. “A implementação do SAP Ariba é uma das estratégias da Petrobras para ampliação de sua capacidade de relacionamento com o mercado fornecedor. De forma gradual e com base na escuta ativa dos fornecedores, faremos a transição gerando oportunidades de aperfeiçoamento de nossos canais junto ao mercado”, diz a gerente executiva de Suprimentos da Petrobras, Marina Quinderé. “Estamos entusiasmados em adotar essa plataforma inovadora, que marca um novo capítulo em nossa jornada de transformação digital”, afirma o gerente executivo de Tecnologia de Informações e Telecomunicações da Petrobras, Carlos Augusto Burgos Barreto.

Petrobras avança em combustível marítimo com conteúdo renovável @Divulgação/Petrobras/Daniela Xu

A Petrobras realizou um novo teste de desempenho do combustível marítimo (bunker), contendo 24% em volume de biodiesel. Na segunda-feira (11/12), o produto foi abastecido com cerca de 860 mil litros, no Terminal de Rio Grande/ RS, em navio usado em rotas de cabotagem de contêineres no litoral brasileiro. No teste, foi usado biodiesel certificado derivado de gordura animal (sebo) na mistura com o bunker mineral, ou seja, obtido a partir de matéria-prima residual, que tem menor intensidade de carbono. Dessa forma, o percentual estimado de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para o combustível utilizado nesse teste é de cerca de 19%, em comparação ao bunker 100% mineral, considerando o ciclo de vida completo do produto com dados da Diretiva de Energia Renovável da União Europeia (EU RED). No teste anterior, realizado em junho, com biodiesel a partir de soja e sebo, a redução de

emissões de GEE tinha ficado em torno de 17%. O biodiesel adquirido para compor a mistura seguiu os critérios da ISCC EU RED, uma das mais tradicionais certificações existentes no mercado, aplicável para rastreabilidade e cálculo das emissões de GEE de matérias-primas e bioprodutos mais sustentáveis. Após a conclusão dos testes e validação do bunker com conteúdo renovável produzido pela Petrobras, a expectativa é que o mercado para esse tipo de combustível se desenvolva ainda mais. A Petrobras destinará US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos. Segundo o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, “a companhia trabalha com os fornecedores para atender o mercado consumidor. O objetivo é diversificar as matérias-primas e oferecer à sociedade produtos mais sustentáveis”. no 394

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