Revista Controle & Instrumentação nº265

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Instrumentação, Elétrica, Controle de Processos, Automação Industrial, Predial e Metrologia Ano 23 – nº 265 – 2021 – www.controleinstrumentacao.com.br

Softwares e sistemas em coopetição Controle & Instrumentação

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Sumário

Talking About

Cover Page 30 Softwares e sistemas

Softwares e Sistemas em coopetição Em 2011, um dos fundadores da Netscape escreveu, no Wall Street Journal, que os softwares estavam tomando o mundo, com “cada vez mais empresas e setores importantes operando com software sendo fornecido como serviço online ...” Isso está chegando à indústria? Google, Amazon e Microsoft fornecem armazenamento de dados e serviços relacionados para o setor de petróleo e gás, entre outros. De certo, elas não atuarão na implementações de DCSs, mas no armazenamento de dados, baseado em nuvem, e ainda, análises e serviços de gerenciamento. Empresas de software não têm interesse no negócio de hardware; elas querem os dados e os fornecedores que os mantêm como reféns estão mudando suas práticas, e aderindo à “coopetição” ou seja, trabalhar junto de concorrentes, pontualmente. Isso não é sobre hardware, mas sobre mover dados, para melhor acessá-los para gerar insights. Naquele mesmo 2011, um colunista do VentureBeat apresentou uma perspectiva oposta, que enfatizou a importância contínua do hardware subjacente aos sistemas, afirmando que os softwares não estavam devorando o mundo; estavam apenas cavalgando nas costas da infraestrutura. O que você acha, leitor? Nesta edição, uma conversa entre usuários, fornecedores de sistemas, de softwares e integradores, uma conversa daquelas, que poderiam se estender por dias sobre os softwares e os sistemas industriais, do chão-defábrica até a nuvem, considerando a necessidade de migração de sistema – ou não – para uma perfeita integração de todos os pedacinhos que compõem a parte operacional de um site, e dela com o corporativo, com o melhor aproveitamento para o negócio como um todo. Artigos contam com mais detalhes passado/presente/futuro dos sistemas industriais, e um pouco das notícias do período – que mostram muito trabalho e intenção de investimento, em quase todos os segmentos. E, para que você, leitor, não perca uma ou outra notícia entre edições, acompanhe nossas mídias sociais, diariamente e nas newsletters semanais. Boa leitura O editor Colaboraram: assessorias de imprensa

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em coopetição

Art 46 Operações industriais autônomas. Será possível?

49 Seções Permanentes 08 14 16 20 28 55

News Boletim PI Brasil Market Energies Special Cast

Próxima Edição –

TI e TO trabalhando conceitos disruptivos no setor de papel e celulose

NESTA EDIÇÃO Capa:

www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br

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junho

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O Conselho de Administração e a Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – ABM, com o apoio da Comissão Organizadora Master, decidiram adiar a 6ª edição da ABM WEEK para o próximo ano. A semana técnico-científica, que aconteceria de 19 a 21 de outubro de 2021, foi transferida para os dias 7, 8 e 9 de junho de 2022. O local permanece o mesmo: o Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo. Informações e inscrições: ((www)) https://www.abmbrasil.com.br/por/evento/abm-week-6-edicao

14 a 17 – Feicon – Rheed Exhibitions /

E https://www.feicon.com.br

22 a 24 – 15ª ISC BRASIL – Rheed Exhibitions /

E https://www.iscbrasil.com.br/pt-br.html

outubro 05 a 07 – 17ª edição do EBRATS – Encontro e Exposição

Brasileira de Tratamentos de Superfície – Cipa Fiera Milano / ABTS – Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície. Acontece juntamente com a 11ª Tubotech – Feira Internacional de Tubos, Válvulas, Bombas, Conexões e Componentes, e a 5ª wire South America – Feira Internacional de Tubos e Cabos – São Paulo Expo Exhibition & Convention Center.

setembro Com base no cenário brasileiro e nas projeções de cobertura da vacinação em 2021, o Conselho de Administração do IBP optou por transferir o evento, que seria realizado entre 21 e 24 de setembro deste ano, para o período entre 26 a 29 de setembro de 2022. A decisão foi tomada pensando na segurança de todos os stakeholders envolvidos – expositores, patrocinadores, congressistas, autores, visitantes e colaboradores –, mantendo as proporções do maior evento de óleo e gás da América Latina. O cuidado se faz ainda mais necessário pelo caráter híbrido da conferência, que terá parte da programação online e outra, física, diretamente do Pier Mauá, zona portuária no Rio de Janeiro. A decisão marca também a volta da conferência a um ano par, pelo qual ficou tão conhecida no calendário de eventos de óleo e gás.

novembro 09 a 11 – FPSO Brasil Congress / dora.zhang@iqpc.com.sg

09 a 13 – Automec – Rheed Exhibitions – Expo Center Norte /

E https://www.automecfeira.com.br/pt-br.html

30/11 a 02/12 – Analitica Latin America 2021 /

E https://www.analiticanet.com.br/

Mais notícias e eventos nas nossas redes sociais PEOPLE José Paulo Lacerda e Iano Andrade/CNI

A diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gianna Sagazio, foi indicada para compor o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT). Economista, Gianna foi nomeada para uma vaga destinada a representantes dos produtores e usuários de ciência, tecnologia e inovação. O CCT é um órgão consultivo e de assessoramento do Presidente da República, com o objetivo de propor políticas, planos e prioridades para o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, assim como avaliar a execução da política nacional de Ciência e Tecnologia. Gianna destaca que, na cadeira de conselheira, pretende levar contribuições do setor produtivo para as políticas de

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ciência, tecnologia e inovação (CT&I), e lutar pelo aumento dos investimentos no setor. Além de diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio é a responsável pela coordenação executiva da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo liderado pela CNI, que reúne cerca de 400 lideranças empresariais, das principais empresas com atuação no Brasil, além de autoridades públicas e representantes da academia. Maior fórum de interlocução entre o governo federal e a iniciativa privada, a MEI se reúne a cada três meses, em encontros com a presença de representantes dos poderes Executivo e Legislativo, nos quais são discutidos e definidos caminhos para potencializar a inovação no setor empresarial brasileiro, bem como avaliar as ações já em curso de estímulo à agenda de CT&I no país. Entre as iniciativas da MEI, destacam-se diagnósticos e estudos, colaboração com políticas do governo, apoio para empresários inovarem, imersões para ecossistemas de inovação no Brasil e no exterior, proposições para a melhora do financiamento à CT&I, estudos sobre a modernização dos currículos de engenharia, entre várias outras ações.

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A Mitsubishi Electric Corporation anunciou Kei Uruma, como novo Presidente & CEO Global da organização, substituindo Takeshi Sugiyama, que ocupava o cargo desde 2018. Formado na Faculdade de Comércio da Universidade de Waseda, Uruma, de 62 anos, faz parte do conglomerado desde 1982, construindo a sua carreira como Gerente-Geral Sênior de Planejamento e Administração da Divisão de Sistemas de Automação Industrial, Presidente da Mitsubishi Electric Europe B.V., entre outros diversos cargos. Sua última posição na organização abrangia as funções de Diretor, Representative Executive Officer, Vice-presidente Sênior, Controle de Exportações e Planejamento Corporativo, Estratégico e Operacional, das empresas associadas. Uruma assume, com a missão de ampliar os bons resultados financeiros globais, divulgados do último ano fiscal, que se encerrou em março de 2021. Apesar das adversidades causadas pela Pandemia, e uma redução nos resultados anuais, a receita global foi superior a 4.191 bilhões de ienes, o equivalente a pouco mais de US$ 38 bilhões, de abril de 2020 a março de 2021. Vale destacar que, até dezembro de 2020, esse número era de 2.940 bilhões de ienes, o que representa um crescimento de mais de 42% no último trimestre. Para o próximo ano fiscal, que se encerra em março de 2022, a Mitsubishi Electric Corporation projeta um aumento global na receita, de 7%, em relação ao ano fiscal de 2021, em parte, devido ao progresso na recuperação geral dos países afetados pela crise, especialmente Estados Unidos e China.

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Steps

A Microsoft anunciou

Mariana Hatsumura Costa, como a nova

diretora de Azure. Mariana ingressou na Microsoft há 10 anos, como Gerente de Marketing de Licenciamento, e acumulou sólida experiência, em diferentes funções, dentro das áreas de Marketing, Vendas e Parceiros da companhia, sempre com forte compromisso com o desenvolvimento de negócios em nuvem. Como líder de Trabalho Moderno e Segurança, contribuiu para o crescimento dos negócios da Microsoft no Brasil. Anteriormente a essa função, Mariana ocupou cargos de Gerente de Marketing de Produto para Nuvem e Empresas, Gerente de Desenvolvimento de Canais para Nuvem e Gerente Sênior de Marketing de Produto e Sucesso do Cliente. Antes de ingressar na Microsoft, a profissional passou por empresas, como Whirlpool, Sony e IBM, e ocupou diversos cargos de marketing de produtos. É formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pós-graduada em Comunicação com o Mercado, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

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Steps Ricardo Wagner é o

novo diretor de Trabalho Moderno e Segurança da Microsoft. Ricardo retorna ao país, após uma experiência internacional de sucesso na subsidiária do Canadá, onde atuou na área de Marketing de Produto, auxiliando clientes corporativos, e pequenas e médias empresas. No Canadá, Ricardo foi o pioneiro em um novo movimento de vendas, para envolver e nutrir relacionamento com os clientes, por meio da Acessibilidade, influenciando negócios importantes, incluindo o maior negócio da Microsoft fechado no país, com o Governo Canadense, avaliado em mais de 1 bilhão de dólares. Antes de ingressar na Microsoft Canadá, Ricardo trabalhou por cinco anos na Microsoft Brasil, onde ocupou cargos de direção em Windows e Dynamics. Antes da Microsoft, esteve na Hewlett Packard (HP) durante sete anos, onde trabalhou nas áreas de vendas e marketing. Ricardo é formado em Economia pela Universidade Mackenzie, e possui MBAs em Marketing, pela ESPM, e Gestão, pela FGV.

A Neo, especialista em tecnologia e na criação de produtos digitais, anunciou Bruno Consul, como vice-presidente da companhia. Integrante do board de diretores desde 2020, quando assumiu o cargo de Chief Digital Officer, o executivo agora foi nomeado VP da unidade de negócios de Digital, da companhia. Reconhecido por ser um executivo apaixonado por tecnologia, e impulsionado pela inovação, Bruno Consul é especialista na aplicação de novas tecnologias em escala, para empresas dos mais diversos setores, com ênfase em Big Data, Inteligência Artificial, RPA e construção de times dedicados à inovação. Em pouco mais de um ano de Neo, Bruno formou um time com 150 colaboradores, que teve papel decisivo, no

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desenvolvimento de novos produtos e, também, nas aquisições das startups Wasys e S3ND, que impulsionaram significativamente os negócios da Neo. Com especialização em Liderança e Inovação, pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), o novo VP conta com ampla experiência em consultorias e empresas de tecnologia. Nos últimos anos, trabalhou como Gerente Sênior de Inovação, e Líder da Prática de Insights & Data e Inteligência Artificial, na Capgemini; foi Head de Soluções de Big Data, na Stefanini Rafael, e atuou como Head de Inovação em uma startup brasileira, com foco em Análise de Dados, Ciência de Dados e Mídia Social, além da antiga posição de CDO na Neo. A Fluke Corporation prevê investimentos em uma estratégia regional, no Brasil e América Latina, para aprimorar a experiência do cliente, com foco na jornada do consumidor final e fidelização. Nesse contexto, a companhia anunciou a criação de uma nova área de Customer Total Care, liderada pela head Carla Murakami. A previsão de investimento para a área é de R$ 2,5 milhões nos próximos anos. Espera-se que, com as estratégias em prática, a companhia tenha um retorno de mais R$ 15 milhões, somente em pós-venda. Com foco em inovação e Customer Experience (CX), os planos da nova área envolvem investir em estratégias para aprimorar os serviços que incluem pós-venda e o projeto Fluke Academy, iniciativa educacional para contribuir para o aprimoramento da formação e especialização dos profissionais da indústria. Além disso, as inovações também serão aplicadas em departamentos de logística e customer service, como também no projeto de Supply Chain (Gestão da Cadeia de Suprimentos). Segundo Carla, a Fluke tem investido em vendas digitais, nos cursos da Fluke Academy e, consequentemente, aproximando-se do cliente final. Outro objetivo é investir na experiência omnichannel. Carla está há seis anos na Fluke, liderando a área de Marketing, e já gerenciou a área de Produtos e Customer Service. Além disso, lançou o projeto da Fluke Academy no Brasil, oferecendo ao cliente final treinamentos e certificações profissionais. Recentemente, passou seis meses implementando o projeto Fluke Academy nos Estados Unidos. Agora, a executiva retorna ao Brasil, para liderar a nova área de inovação da Fluke, a Customer Total Care.

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Duratex muda nome para DexCo e anuncia investimentos A fabricante de materiais de construção Duratex, dona de marcas tradicionais como Deca, Hydra, Portinari e Durafloor, anunciou um plano de investimentos de R$ 2,5 bilhões, para o período de 2021 a 2025, visando a expandir sua capacidade de produção. A maior parte dos recursos será aplicada na Divisão Deca, que receberá R$ 1,1 bilhão; na sequência, vêm as divisões de Cerâmicos, com R$ 620 milhões, e Madeira, com R$ 500 milhões. Outros R$ 100 milhões serão gastos com a aquisição de participação minoritária na varejista de materiais ABC da Construção, transação que está sendo revelada hoje ao mercado. O plano prevê também mais R$ 100 milhões, para formação de um fundo voltado à aquisição de startups. A grande maioria dos investimentos será destinada à ampliação da capacidade, por meio de modernização das fábricas e superação de gargalos. O plano inclui a construção de uma única planta nova – para produção de cerâmicos, em Botucatu/SP. A nova unidade vai custar R$ 600 milhões, e representará um Incremento de capacidade de 35%, o equivalente a 42 milhões de m2 em pisos e azulejos. A cidade foi escolhida pela proximidade a São Paulo, maior mercado consumidor de materiais do País, além de acesso fácil a matérias-primas e fontes de gás natural. O segmento de cerâmicos também receberá R$ 20 milhões para modernização das outros quatro plantas, localizadas em Santa Catarina. Por sua vez, a Divisão Deca vai ampliar sua capacidade de produção de metais em 35%, até 2024, com inves-

timento de cerca de R$ 600 milhões, enquanto a linha de louças subirá em 30% no período, mediante aporte de aproximadamente R$ 550 milhões. Os recursos serão destinados para a compra de equipamento, automação de processos e ampliação de galpões das fábricas de São Paulo e Jundiaí. Na Divisão Madeira, serão aplicados R$ 90 milhões, para aumentar em 10% a capacidade de produção de painéis, até 2023; e R$ 180 milhões, em três novas linhas de revestimento de painéis, aumentando em 45% a capacidade em produtos revestidos, de maior margem. Já a maior fatia do bolo da Divisão Madeira, de R$ 240 milhões, será usada na expansão da base florestal da Duratex, na Região Nordeste, passando, dos atuais 12 mil, para 40 mil hectares, até 2026. Segundo a empresa, essas florestas plantadas podem servir lá na frente para uma nova fábrica de painéis, para alimentar um projeto de energia, exportar cavaco, ou ampliar nossa futura produção celulose solúvel – o investimento em floresta é praticamente uma compra de opção. A companhia também anunciou que passa a se chamar DexCo. A ideia é criar um nome que faz jus ao conglomerado em que se tornou a companhia, com atuação em diversos segmentos. Já o nome Duratex vem desde a fundação da empresa, há 70 anos, e se confundia com sua linha de produtos de madeira. Com o novo nome, o ticker das ações negociadas em Bolsa também vai mudar. A partir de 19 de agosto, será DXCO3, em vez de DTEX3.

Reforma e modernização completa de scanner A Veracel Celulose contratou a Voith para modernizar o Sistema de Controle de Qualidade (QCS), composto por scanner e sensores, da PDM 1 da empresa, instalada no município de Eunapólis, na Bahia. A modernização aumentará a eficiência e precisão do sistema, que estabiliza e otimiza a qualidade da celulose produzida, para garantir um processo de produção de ponta na PDM 1. A modernização envolverá a reforma completa de um dos maiores scanners já fornecidos pela Voith na América do Sul, e proporcionará máxima precisão e eficácia ao sistema, por muitos anos. A modernização do QCS da Veracel utilizará a mais nova

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geração de sensores OnQuality.Sensors, para garantir a mais alta precisão na leitura de importantes parâmetros de qualidade da celulose, como gramatura e umidade. Além de serem compactos, robustos e equipados com tecnologia de ponta, os sensores oferecem amplas funções de diagnóstico, e fácil acesso para manutenção e extensão do sistema. A plataforma de automação modular e comprovada ComCore completará o escopo de fornecimento. Além de permitir uma fácil integração do QCS ao sistema de automação do cliente, a plataforma ComCore oferece informações claras, e facilidade de acesso aos fabricantes de papel.

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Hitachi conclui aquisição da GlobalLogic A Hitachi Ltd. concluiu a aquisição da GlobalLogic Inc., de acordo com os termos do contrato definitivo, assinado em 31 de março de 2021. Conforme anunciado, a Hitachi Global Digital Holdings LLC, uma subsidiária da Hitachi nos Estados Unidos, adquiriu 100% das ações em circulação da GlobalLogic Worldwide Holdings, Inc., a empresa controladora da GlobalLogic, dessa forma, a GlobalLogic Worldwide Holdings e a GlobalLogic tornaram-se subsidiárias integrais da HGDH. Com mais de 21.000 profissionais trabalhando em centros de engenharia e estúdios de design em todo o mundo, a GlobalLogic é especializada em engenharia digital avançada, design de experiência e serviços, para ajudar os clientes a acelerar a inovação e o desenvolvimento de novos produtos e experiências digitais, por meio da criação colaborativa em uma escala global. A aquisição da GlobalLogic aumentará a capacidade do Grupo Hitachi em cumprir sua estratégia de promover o Negócio de Inovação Social, por meio da tecnologia digital, para resolver os problemas enfrentados pelos clientes e pela sociedade. Além disso, o Grupo Hitachi será capaz de acelerar a transformação digital da infraestrutura social em uma escala global, expandindo globalmente seu negócio principal de soluções digitais Lumada. Os recursos da GlobalLogic, combinados com o Lumada, da Hitachi, permitirão à GlobalLogic implementar a extensa biblioteca de soluções digitais da Hitachi no mercado global, e ajudar os clientes e sociedades a resolver seus problemas, por meio do desenvolvimento ágil de aplicativos na nuvem. Além disso, a Hitachi espera que a colaboração entre a GlobalLogic e os cinco setores da Hitachi – TI, Energia, Indústria, Mobilidade, Vida Inteligente e seus negócios de sistemas automotivos (Hitachi Astemo) agreguem um enorme valor à sua ampla gama de produtos, adicionando tecnologias digi-

tais avançadas, e criando soluções Lumada. Por meio desses esforços, a Hitachi e a GlobalLogic trabalharão juntas para abordar o crescente mercado de inovação digital, e promover a expansão global dos negócios da Lumada – promovendo a missão da Hitachi de aumentar o nível social e ambiental. “Estamos muito satisfeitos em dar as boas-vindas à GlobalLogic ao Grupo Hitachi”, disse Toshiaki Higashihara, Presidente Executivo e CEO da Hitachi Ltd. “A Hitachi pretende se tornar um líder global no setor de inovação social, acelerando a transformação digital da infraestrutura social, combinando a capacidade de inovação da engenharia de produto digital avançada da GlobalLogic, e recursos de design de experiência, com a confiabilidade de que a Hitachi se estabeleceu em campos de missão crítica. Por meio da criação colaborativa com clientes em todo o mundo, a Hitachi e a GlobalLogic trabalharão juntas, para resolver os problemas enfrentados pela sociedade e pelos clientes, alavancando a Lumada, e contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas, concentrando-se em três áreas principais: Meio Ambiente, Resiliência, Segurança e Proteção”, finaliza Higashihara. “Juntar-se ao Grupo Hitachi cria uma oportunidade única, de reunir o poder da Tecnologia Operacional, Tecnologia da Informação e IoT / Engenharia Digital sob um único guarda-chuva. Estamos empolgados por unir forças com a Hitachi, e ansiosos para juntar nosso talento e experiência combinados no domínio digital para criar resultados inovadores para nossos clientes, e maior valor para a sociedade”, disse Shashank Samant, presidente e CEO da GlobalLogic.

Fitesa investe R$ 280 milhões e amplia fábrica A Fitesa, especializada na fabricação de um tipo de material têxtil, conhecido como não-tecidos para a indústria de saúde e higiene, vai investir R$ 265 milhões, para ampliar sua fábrica instalada no município de Cosmópolis, no interior de São Paulo. A multinacional de origem brasileira vai expandir sua linha de produção, e agregar pelo menos 28 novos empregos, para ampliar o fornecimento de matérias-primas para a produção de fraldas descartáveis, máscaras, aventais e campos cirúrgicos, entre outros. Com um faturamento anual próximo a US$ 1 bilhão, a Fitesa foi fundada em 1973, e atualmente está presente em 12 países, além do Brasil, com unidades fabris e centros de inovação. São 23 fábricas e 5 centros de inovação, em todo o mundo. No Brasil, o grupo possui unidades em

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Gravataí/RS e, em São Paulo, em Jacareí, Diadema e Cosmópolis, onde fica a atual expansão. “Este novo investimento consolida a unidade de Cosmópolis como a fábrica de não-tecidos spunmelt mais moderna, na América Latina. É uma enorme satisfação, em um momento tão delicado para o país e o mundo, poder contribuir com a geração e novos empregos, e com o fornecimento de produtos tão importantes para a saúde e qualidade de vida das pessoas” Mateus Inacio, Vice-Presidente da Fitesa, para a América Latina. O projeto de expansão de sua linha de produção contou com o apoio da InvestSP, que atuou na interlocução junto à prefeitura de Cosmópolis, e às secretarias estaduais de infraestrutura e meio ambiente, e fazenda.

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“Setembro será um mês dedicado às ferrovias”, afirma ministro

Participantes do webinar: Wellington Fagundes, Robson Andrade, Tarcísio de Freitas, Arnaldo Jardim, e o mediador Fernando Rodrigues; Claudio Frischtak participou por videoconferência; participaram no estúdio da CNI o presidente da CNI, Robson Andrade, o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e o senador Wellington Fagundes (PL-MT). O economista Claudio Frischtak, presidente da Inter B. Consultoria, participou por videoconferência. A mediação foi de Fernando Rodrigues, do Poder360. Em evento promovido pela CNI – Confederação Nacional da Indústria –, e Poder 360, Robson Andrade – presidente da CNI – afirmou que os investimentos de infraestrutura são essenciais para acelerar o crescimento do país; é preciso criar um ambiente de negócios, para privilegiar investimentos e criação de empregos. E o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, antecipou que quer fazer, de setembro, um mês dedicado ao setor ferroviário, marcado pela assinatura de contrato da Fiol 1, obras da Fico, solução para a ligação por trem ao aeroporto de Guarulhos e, possivelmente, as primeiras autorizações privadas – estão previstas a assinatura de contrato da concessão do primeiro trecho da Ferrovia de Integração OesteLeste, na Bahia, o início das obras de implantação da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, partindo de Goiás, além de outras iniciativas. O ministro acredita que, com aquilo que está sendo plantado, e seguindo o Plano Nacional de Logística, o país vai chegar a 2035 com uma participação ferroviária, na matriz, de por volta de 35%. E, a depender do apetite do setor privado com as autorizações, pode-se beirar os 40%. É consenso que é preciso conseguir novas fontes de financiamento para ampliar os investimentos em infraestrutura, e o próprio ministro afirmou que todo capital é bem-vindo, ao ser questionado sobre os investimentos chineses em projetos de infraestrutura no país. O ministro afirmou que o país deve preparar um sistema regulatório, que dê conta das suas responsabilidades.

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Investimentos chineses no país somaram US$ 66 bilhões Nos últimos 14 anos, a China se consolidou como um dos principais investidores estrangeiros no Brasil, algo como US$ 66,1 bilhões, até 2020. Ao longo desse período, empresas chinesas investiram em grandes projetos nas áreas de eletricidade, extração de petróleo e mineração, tendo ingressado também em diversos outros setores, como indústria manufatureira, infraestrutura, finanças, tecnologia da informação e agricultura. Em pouco mais de dez anos, essas empresas investiram em todas as regiões do Brasil, com projetos confirmados em 23 das 27 unidades federativas, consolidando o Brasil como receptor de 47% de todos os investimentos chineses na América do Sul. O estado de São Paulo lidera, com 31% do número de projetos confirmados, entre 2007 e 2020, seguido por Minas Gerais (8%), Bahia (7,1%), Rio de Janeiro (6,7%), Goiás (5,4%) e Pará (4,6%). Após crescimento de 117% no valor dos investimentos chineses no Brasil, em 2019, que atingiram US$ 7,3 bilhões, os aportes caíram 74%, em 2020, somando US$ 1,9 bilhão. Este foi o menor valor, desde 2014, refletindo uma conjuntura internacional complexa, marcada pela Pandemia. Em 2019, pela primeira vez, o Nordeste atraiu a maioria do número de projetos chineses no Brasil, com participação de 34%, seguido por Sudeste (27%), Sul (15%), Norte (12%) e Centro-Oeste (12%). O Nordeste também liderou a atração de aportes, em termos de valor, com mais da metade do capital investido naquele ano. Dos US$ 7,3 bilhões investidos pela China, em 2019, 57% foram destinados ao setor de eletricidade, seguido pelas áreas de extração de petróleo e gás (23%), e obras de infraestrutura (15%). Considerando-se o número de projetos, os investimentos chineses confirmados, em 2020, foram direcionados ao Sudeste (78%), seguido por Norte (11%) e Nordeste (11%). O setor de eletricidade atraiu 97% do valor das operações confirmadas naquele ano. Essas informações e diversas análises sobre a atuação das empresas do país asiático no território nacional são apresentadas no estudo Investimentos chineses no Brasil: histórico, tendências e desafios globais (20072020), de Tulio Cariello, lançado pelo CEBC – Conselho Empresarial Brasil-China.

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ABB conclui o desinvestimento de Power Grids para a Hitachi A ABB alcançou um marco significativo na sua transformação em uma empresa global descentralizada de tecnologia, com a conclusão da alienação de 80,1% de seus negócios de Power Grids para a Hitachi, conforme o planejado. O desinvestimento permite que a ABB se concentre nas principais tendências do mercado, e nas necessidades dos clientes, como eletrificação de transporte e indústria, manufatura automatizada, soluções digitais e aumento da produtividade sustentável. “O anúncio de hoje marca um ponto de virada importante, na história da ABB. Desde que anunciamos nossa intenção de transferir Power Grids para a Hitachi, a ABB fez um progresso significativo, ao se tornar uma organização mais simplificada e focada no cliente. Acreditamos que a Hitachi é a melhor proprietária para Power Grids, e seu próximo estágio de desenvolvimento, alicerçado em uma base sólida, alcançada sob a propriedade anterior da ABB”, disse Peter Voser, Presidente do Conselho de Administração da ABB. “A ABB continua comprometida com o uso de caixa líquido da transação para um programa de recompra de ações. Nosso objetivo é executálo de maneira eficiente e responsável, levando em consideração as circunstâncias prevalecentes.” Consistente com o programa de otimização da estrutura de capital da ABB, a ABB planeja retornar, aos acionistas, receitas líquidas de caixa de US$ 7,6 a US$ 7,8 bilhões, com a venda de Power Grids. A ABB pretende inicialmente lançar um programa de recompra de ações de 10% do capital social emitido da empresa, logo após o lançamento dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2020. Isso representa cerca de 180 milhões de ações, excluindo ações em tesouraria. O programa de recompra de ações será executado em uma segunda linha de negociação, na SIX Swiss Exchange. Na AGM, a ABB pretende solicitar a aprovação dos acionistas para cancelar as ações adquiridas por meio deste programa, e anunciar mais detalhes sobre seu programa de otimização da estrutura de capital em andamento. A ABB

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pretende manter sua classificação de crédito “single A”. “Com o desinvestimento, a ABB está bem-posicionada para o futuro, com um forte foco em clientes industriais. Aproveitando nossa liderança em tecnologia e paixão pela inovação, agora vamos concentrar-nos na criação de valor superior para nossos clientes, funcionários e acionistas. Faremos isso, evoluindo nosso modelo de negócios descentralizado, fortalecendo nossa cultura de gerenciamento de desempenho, e impulsionando o gerenciamento ativo de portfólio”, disse Björn Rosengren, CEO da ABB. A ABB é um parceiro de longa data da Hitachi e, inicialmente, manterá uma participação acionária de 19,9% na joint venture que operará como Hitachi ABB Power Grids, e terá sede na Suíça. A joint venture é líder global em sistemas de energia, com receita anualizada de aproximadamente US$ 10 bilhões, e aproximadamente 36.000 funcionários, atendendo clientes em mais de 90 países. O Conselho de Administração da joint venture inclui Timo Ihamuotila, diretor financeiro da ABB, e Frank Duggan, ex-membro do Comitê Executivo da ABB. A Hitachi ABB Power Grids será liderada por Claudio Facchin, como CEO. Os termos da transação com a Hitachi permanecem como anunciados em 17 de dezembro de 2018, com um valor corporativo de US$ 11 bilhões, para 100% dos negócios, e a ABB tem uma opção predefinida para sair da participação retida em 19,9%, três anos após o fechamento.

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C&I News

Bibi investe no conceito de indústria 4.0 Há 72 anos no mercado calçadista, a Calçados Bibi tem a inovação como parte de seu DNA. Nos últimos anos, a empresa investiu em mudanças com base no conceito de Indústria 4.0, que engloba a automação e tecnologia da informação, em conjunto com as principais inovações tecnológicas. Como resultado, tudo isso é aplicado de uma forma diferente à manufatura, ou seja, as matérias-primas são transformadas em produtos de alto valor agregado. Com fábricas em Parobé, no Rio Grande do Sul, e em Cruz das Almas, na Bahia, a Bibi produz mais de 2 milhões de pares de calçados, ao ano, para crianças de 0 a 9 anos. A rede efetuou a aquisição de novos equipamentos, e fez uma alteração no layout fabril, para aprimorar ainda mais a sua produção. Entre um dos destaques, a empresa comprou maquinários com inteligência israelense para a área de costura. Além disso, utiliza tecnologias inteligentes na gestão das fábricas, aplicadas à engenharia. Hoje, são utilizados modelos de simulação computacional, apoiados por pesquisas operacionais, uma disciplina que transforma dados em linguagem matemática, para o desenvolvimento dos modelos de simulação. Dessa forma, é possível ver a fábrica operando em 3D pelo computador. A tecnologia foi utilizada para estruturar o novo layout fabril das duas fábricas da marca. “Inaugurarmos o novo layout fabril da unidade de Parobé. Mantendo a capacidade produtiva, porém, com expectativa de maior eficiência e produtividade futura. Visualmente o novo layout proporcionou mais espaço no pavilhão, e a possibilidade de o calçado levar 130 metros para atravessar a fábrica, em vez de 1.130 metros, que era o percurso no layout anterior. Com o fluxo mais organizado e otimizado, a fábrica fica mais flexível e rápida, para que possamos atender o mercado. Hoje, contamos com uma rede de franquias com mais de 130 lojas, exportamos para mais de 70 países, e estamos presentes em 3,5 mil multimarcas, em todo o Brasil”, revela o diretor de operações e competividade da Calçados Bibi, Rosnaldo Inácio da Silva. O projeto para alteração para um novo layout fabril teve início há dois anos e meio, no parque fabril

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da Bahia, na cidade de Cruz das Almas, e apresentou um resultado significativo da produtividade. A eficiência aumentou em 18%, a capacidade produtiva em 20%, e a ocupação diminuiu em 49%. Baseado nessa primeira experiência, a marca resolveu replicar o modelo no Rio Grande do Sul. Dessa forma, as perspectivas são de que haja um aumento de 12% na capacidade, e crescimento de 10% na produção. Este é um movimento de preparação da fábrica para o avanço em relação ao padrão de manufatura 4.0, recursos de tecnologia, e a aquisição de novos ativos, que vão estabelecer a comunicação das máquinas entre si, com área de planejamento e controle e, posteriormente, com as lojas. A mudança tecnológica é constante, e segue em ritmo acelerado, até 2024. “Buscar competitividade dentro das áreas industriais passa por compreender que o propósito da manufatura é servir o mercado. Desse modo, somos desafiados, pelo curto ciclo de vida de produtos de moda, a buscar renovação em design, mas também em processos, materiais e gestão. A numerosa quantidade de concorrentes nos exige trabalhar dimensões competitivas, que vão além da manufatura, como marca e distribuição. Nosso grande desafio na área de engenharia, hoje, é alinhar a estratégia de produção com a estratégia corporativa, fazendo com que as unidades encontrem outros meios de competição, além da tradicional escolha dicotômica de elevação de eficiência para competição por custo baixo”, explica o diretor da Bibi. Segundo Rosnaldo, o setor calçadista brasileiro continua a oferecer desafios e oportunidades aos profissionais e empresas, inseridos em seu contexto. Passadas algumas décadas do período de maior articulação, o debate em torno da competitividade não está mais no ‘chãode-fábrica’. “Nós buscamos transformação, junto com nossas equipes de engenharia. Devemos ser engenheiros de negócios. Compreender o que motiva os clientes a se relacionarem conosco e, a partir disso, desenvolver soluções que integrem a fábrica ao cliente, dentro de um mundo digitalizado. A manufatura avançada só fará sentido, se conseguirmos levar o propósito de nossas organizações aos lares dos consumidores”, finaliza.

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Laboratório de Automação da UFU agora é PICC

O Laboratório de Automação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) acaba de ser reconhecido como mais um Centro de Competência PROFIBUS/PROFINET Certificado (PICC), pela associação PROFIBUS/PROFINET International (PI). Localizado na Faculdade de Engenharia, campus Santa Mônica, o laboratório, agora, também funciona como um centro de conhecimento técnico, atuando em parceria com a PI Brasil, para dar suporte a quem precisa, especialmente a desenvolvedores iniciantes de dispositivos e sistemas PROFIBUS e PROFINET.

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Para a certificação do local como um PICC, foram realizadas duas auditorias, a fim de se garantir que o espaço atende

aos requisitos exigidos pela PI, como estrutura adequada e diversidade de equipamentos, de diferentes fabricantes, assegurando o conceito de interoperabilidade, de ambiente neutro, entre outras características. A primeira delas, presencial, ficou a cargo de Paulo Toledo, sócio fundador e diretor da Toledo & Souza Engenharia, coordenador do PICC/Toledo & Souza Engenharia e diretor de Tecnologia PROFIBUS DP/PA na PI Brasil. Já Alexandre Baratella Lugli, professor e coordenador de cursos superiores do Inatel e coordenador do PICC/PITC Inatel, foi o responsável pela auditoria a

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distância, validando os dados levantados por Toledo, entrevistando também os profissionais e conferindo a lista de equipamentos disponibilizados. Para Toledo, o PICC da UFU será de grande valia para a Associação. “Além da estrutura bastante completa, é coordenado por profissionais com vasta experiência em desenvolvimento de equipamentos PROFIBUS, podendo assim ser um importante ponto de apoio a empresas e pesquisadores no Brasil”, comenta. Baratella acrescenta que a certificação do novo PICC tem como

objetivo principal a expansão do conhecimento e aplicação das tecnologias PROFIBUS e PROFINET e, logo, maior abrangência dos centros de competência ao longo do país. “O laboratório da instituição possui boa estrutura e irá colaborar de forma significativa com os fabricantes e usuários”. À frente da coordenação do PICC/UFU está Renato Fernandes Júnior, professor doutor de Engenharia de Controle e Automação da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFU. “Fazer parte da Associação era um desejo antigo e agora

conseguimos dar um passo muito importante. Nosso laboratório conta com equipamentos em redes PROFIBUS DP/PA e PROFINET, entre eles CLP’s, inversores de frequência, medidores de qualidade de energia, conversores e pneumáticos, e estão à disposição de usuários e empresas, não só do Triângulo Mineiro mas de todo o país, que quiserem adquirir ou se aprofundar na parte técnica sobre essas tecnologias. Como um centro de ensino, nosso intuito com o PICC é compartilhar cada vez mais o conhecimento acerca dos protocolos de automação industrial”, conclui Fernandes.

Treinamentos PI Brasil | 2º semestre / 2021 PRESENCIAIS

ONLINE

CPE – Engenheiro Certificado PROFIBUS Data: 27/09 a 01/10/2021 e 13 a 17/12/2021 Local: PITC Inatel –

Introdução PROFINET-PA Data: 13 e 14/09/2021

Santa Rita do Sapucaí-MG Data: 22 a 26/11/2021 Local: PITC WESTCON – São Paulo-SP

CPI – Instalador Certificado PROFIBUS Data: 28 e 29/09/2021 Local: PITC WESTCON – São Paulo-SP Confira o calendário de cursos oferecidos pela PI Brasil, por meio dos Centros de Treinamentos PROFIBUS/PROFINET Certificados (PITCs), para o segundo semestre, com capacitações presenciais e online.

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CPNE – Engenheiro Certificado PROFINET Data: 20 a 23/09/2021 e 08 a 11/11/2021 Local: PITC Inatel – Santa Rita do Sapucaí-MG

Introdução ao protocolo AS-I Data: 18/10/2021 Introdução ao protocolo IO-Link Data: 25/10/2021 Para informações sobre os cursos, locais e inscrições, basta acessar: www.profibus.org.br/treinamentos. * Membros PI Brasil possuem desconto especial na inscrição. ** Cursos aplicados na modalidade online não oferecem certificação.

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Market

“Salto Digital” para promover a transformação de indústrias O programa Salto Digital, em desenvolvimento no Recife, inicialmente com 20 pequenas indústrias do setor alimentício, poderá, a partir de agosto de 2021, ser estendido a outras 90 empresas pernambucanas, nos segmentos de alimentos, bebidas, confecções e agroindústrias e, posteriormente, ampliado para todo o País. O Salto Digital está sendo executado pelo Senai e pelo Sebrae de Pernambuco, pela FITec, UFPE e AD Diper, com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Os bons resultados advindos da etapa piloto do programa, que se encontra em fase de conclusão no Recife, e visa a incluir as micro e pequenas indústrias no mundo tecnológico, em breve, serão estendidos para outras empresas de Pernambuco e, posteriormente, para todo o Brasil. A proposta é, por meio da Transformação Digital, aumentar a eficiência na produção das empresas de micro e pequeno porte, que representam 98,5% dos negócios em todo o País, e respondem por 27,5% do PIB nacional. O programa envolve 20 pequenas indústrias do setor alimentício do Recife na fase piloto. A estratégia é estendêlo, na próxima etapa, para outras 90 indústrias pernambucanas, nos segmentos de alimentos, bebidas, confecções e agroindústrias e, posteriormente, para todo o País. Pernambuco tem, aproximadamente, 12 mil indústrias, das quais as micro ou pequenas representam 96%.

Laboratório da FITec em Recife / Balanças inteligentes Em junho de 2020, a ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – lançou o edital Digital.br para a “Seleção de Projetos de Apoio à Transformação Digital do Setor Produtivo Brasileiro – Micro, Pequenas e Médias Empresas – Região Nordeste”. O objetivo foi selecionar projetos voltados à transformação digital do setor produtivo e estruturados em redes e ecossistemas de inovação com foco nas empresas da Região Nordeste. O programa Salto Digital da Rede Digitaliza PMI (Pequenas e Micro Indústrias) foi um dos projetos vencedores do Digital.br, e recebeu um aporte de R$ 1,5 milhão para a implantação da fase piloto da iniciativa. A Rede é formada pelo Senai e pelo Sebrae de Pernambuco, pela FITec – Fundação para Inovações Tecnológicas, – pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper).

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O Salto Digital foi baseado na constatação da baixa eficiência operacional das micro e pequenas indústrias, nos escassos investimentos em automação, na insuficiente formação de pessoal, assim como no baixo uso de indicadores de gestão, ou experiência em layout de chão-de–fábrica, e na ausência de planejamento, monitoramento da produção, noção abrangente de custos, e de interação fluida com o mercado. Para mudar esta realidade, a Rede Digitaliza PMI atua em diversos aspectos operacionais e táticos, com ações desenvolvidas em três eixos: consultoria em gestão digital de negócios, consultoria em Lean Manufacturing e implantação do Minha Indústria Avançada (MInA), ferramenta de digitalização desenvolvida pelo Instituto de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs) do Senai, que possibilita a visualização, em tempo real, de informações relacionadas à produção. “O trabalho é muito amplo, pois, envolve, além de melhorar o acompanhamento dos progressos com indicadores e ferramentas, promover a necessária mudança cultural dos empresários. Foi imprescindível o desenvolvimento de soluções para várias etapas do negócio, contando com a experiência de todos os parceiros envolvidos”, explica o diretor de Operações da FITec, Henrique Nunes. Especializada no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos inovadores, a FITec promove a melhoria de dispositivos específicos para o acompanhamento industrial e para a análise inteligente dos dados gerados. A fundação criou o módulo IoT (Internet das Coisas) para balanças inteligentes que, conectado à plataforma MInA, permite a contagem contínua da produção de indústrias do setor alimentício, nas quais se contam quilos ou litros produzidos, e não unidades. “O foco do Salto Digital é no ganho de produtividade das pequenas indústrias, por meio do aumento da eficiência operacional, o que as torna mais competitivas e resilientes às variações de mercado”, finaliza Nunes. Criada em 1997, a FITec é um Instituto de Ciência e Tecnologia, credenciado pelos diversos órgãos brasileiros, habilitado a celebrar convênios com empresas beneficiárias das Leis de Incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológicos. E já desenvolveu mais de 600 projetos de P&D, incluindo a concepção de mais de 200 equipamentos eletrônicos, e suas soluções foram instaladas em mais de 25 países, com casos de sucesso de desenvolvimento de projetos nos setores de Indústria 4.0, Logística, Telecom, Energia, Agroindústria, Mineração, Educação, Saúde.

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CPQD é integrador do Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica O CPQD foi selecionado como Laboratório Integrador do Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton-MCTI), em chamada pública, realizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O Sisfóton-MCTI é uma das principais ações estratégicas e estruturantes da Iniciativa Brasileira de Fotônica (IBFóton), que tem o objetivo de promover o avanço científico, tecnológico e empreendedor dessa área no país. O resultado da chamada pública revelou os nomes dos 11 laboratórios selecionados para integrar o Sisfóton, sendo um deles o laboratório integrador – o CPQD. Os dez laboratórios gerais selecionados são das instituições: SENAI – Joinville, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal de Pernambuco, EMBRAPA – São Carlos, Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal do Espírito Santo, Unicamp, UNESP – Araraquara, USP – São Carlos, e IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. “Como integrador, nosso papel será promover a interação entre esses dez laboratórios, difundindo os modelos de negócio e operação, as boas práticas, e estimulando o compartilhamento de experiências. Além disso, o laboratório integrador também tem a atribuição de aproximar os ambientes de pesquisa, de negócios e investimentos, fazendo a conexão com empresas e startups, e identificando eventuais oportunidades de projetos para os laboratórios que compõem o Sisfóton”, Transmissor de Densidade TDM-01

afirma João Batista Rosolem, coordenador desse projeto no CPQD. Para cumprir esse papel de integrador, o CPQD propõe a execução de uma série de atividades, como a realização de encontros periódicos, para a identificação de demandas específicas de cada laboratório, a promoção de ações de interação entre os laboratórios gerais e empresas/startups, a captação de recursos e a divulgação de resultados, entre outras. Rosolem enfatiza que os laboratórios de Sensoriamento e Monitoração Óptica (LSMO) e de Integração Fotônica (LIF) do CPQD – que serão responsáveis pela integração dos laboratórios do Sisfóton-MCTI – já possuem experiência em empreendedorismo e inovação, em função do relacionamento, mantido há vários anos com empresas e startups brasileiras, para as quais foram transferidas diversas tecnologias de produtos. “O LSMO, por exemplo, tem desenvolvido projetos de inovação tecnológica de dispositivos de sensoriamento por fibra óptica para aplicações nas áreas de energia elétrica, telecomunicações, gasodutos, refinarias, etc.”, afirma Rosolem. “Já o LIF, que suporta a fabricação de componentes com tecnologia de fotônica integrada para dispositivos ópticos, mantém parcerias com diversas empresas, universidades e centros de pesquisa nacionais”, conclui. O projeto Sisfóton-MCTI tem duração de 30 meses, com início neste mês de julho, e término previsto para dezembro de 2023.

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66% das MPEs estão nos níveis iniciais de maturidade digital Pesquisa produzida pela FGV Projetos, em parceria com a ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial –, sobre a maturidade digital das micro e pequenas empresas (MPEs), revelou que dois terços das empresas (66%) se situam entre os dois níveis iniciais de maturidade digital. As analógicas somam 18%; e outras 48% são emergentes, ou seja, promovem esforços para se digitalizar, mas ainda possuem estrutura e modelos de negócios tradicionais. Nos níveis mais avançados da escala, estão as empresas consideradas intermediárias (30%), e as líderes digitais (4%).

O relatório da pesquisa demonstra que as práticas e estratégias de transformação digital ainda são pouco consolidadas entre as MPEs. O cenário de crise, provocado pela Pandemia, empurrou, para o universo digital, empresas que pouco atuavam neste ambiente, e que foram obrigadas a se adaptar. A mudança não representou, necessariamente, a aceleração da maturidade digital das empresas, que se viram forçadas a competir em outra arena de negócios, sem as ferramentas necessárias para tal. Além de ser um requisito indispensável à sobrevivência das empresas e à geração de receitas, o aumento da maturidade digital das MPEs – que respondem por 30% do PIB, mais de 90% dos empreendimentos, e mais de 50% dos postos de trabalho – pode melhorar os níveis de produtividade e de competitividade brasileiros. A média de desenvolvimento tecnológico e digital das MPEs é de 40,77 pontos, em uma escala de 0 a 100, segundo mostra a pesquisa. O setor de serviços tem pontuação mais alta, com média de 43,73 pontos, seguido do indus-

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trial, com 40,49 pontos; e do comércio, com 36,75 pontos. A pontuação média das empresas, na escala de maturidade digital, considerou cinco objetivos, para os quais foram calculadas as devidas pontuações. São eles: conectar e engajar clientes (44,41 pontos); gerar mais valor para os clientes (37,53); construir uma organização orientada a dados (39,20); estabelecer novas bases de competição, no qual as empresas obtiveram a pontuação mais baixa (35,01), traduzindo a dificuldade em se adaptar ao universo on-line, e em criar modelos de negócios mais inovadores e digitais.

Por fim, inovar mais rápido e colaborativamente, com a maior pontuação (47,72), o que demonstra que as empresas estão se abrindo a novas possibilidades, e adotando práticas de inovação mais ágeis e colaborativas; A pesquisa concluiu que, para 38% das empresas, o maior entrave para a transformação digital é a falta de recursos; a dificuldade em conseguir acessar pessoas/fornecedores, com capacidade de ajudar na transformação digital, é o principal obstáculo para 14% dos entrevistados. Apenas 6% apontam resistências a mudanças por parte de diretores e gerentes. A pesquisa também identificou que 68% dos empresários estão abertos a participação em programas de aceleração da maturidade digital, para transformar seus negócios. Os dados da pesquisa foram extraídos a partir de 2.572 respostas de empresas nacionais (65% delas são microempresas, e o restante é do segmento de pequeno porte), no período de março a maio de 2021. A amostra possui representatividade nacional e setorial, com um total de respondentes de 1.176 do setor de serviços, 804 do setor de comércio, e 537 do setor industrial. Todos os respondentes considerados nesta pesquisa são do setor privado.

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| TC11-02BR |

Market

Controle de máquinas para a Indústria 4.0 com TwinCAT

www.beckhoff.com.br/Industrie40 A Beckhoff fornece as tecnologias de base ideais para aplicações da Indústria 4.0 e de Internet das Coisas (IoT) através do controle padrão baseado em PC. Com o software de engenharia e controle TwinCAT, sistemas de controle de máquinas podem ser incrementados com suporte a aplicações Big Data, comunicação em nuvem, manutenção preditiva, bem como a funções analíticas abrangentes para aumentar a eficiência de produção. Como uma solução integrada ao sistema, o TwinCAT IoT suporta protocolos padronizados para comunicação em nuvem e possibilita a integração simples a serviços em nuvem desde o estágio de engenharia da máquina. Em adição à análise de falhas e à manutenção preditiva, o TwinCAT Analytics proporciona numerosas oportunidade para otimizar máquinas e sistemas em termos de consumo de energia e sequenciamento de processos.

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Energies

Programa de carsharing em parceria com Renault Os colaboradores do Lactec, centro de inovação e pesquisas tecnológicas, com sede na capital paranaense, podem fazer uso compartilhado de dois veículos Zoe, modelo 100% elétrico, produzido pela Renault do Brasil. O presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna, e o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, fizeram o lançamento oficial da parceria, seguindo todos os protocolos de segurança. Para Vianna, essa iniciativa mostra a adesão do instituto à tendência de eletrificação do setor de transportes. “A parceria com a Renault nesse projeto vem reafirmar nossa preocupação com a mobilidade sustentável, Vianna (esq.) e Gondo oficializaram a parceria no projeto de mobilidade que é um tema emergente em âmsustentável bito global. Essa iniciativa se soma Há mais de nove anos, o Lactec participa de estudos às várias frentes de pesquisa, que já para o desenvolvimento de soluções que favoreçam a desenvolvemos em eletromobilidade, e que nos posieletrificação do transporte no Brasil. Cinco deles estão cionam como líderes na oferta de soluções à indústria em andamento no momento, e os pesquisadores do insautomotiva e ao setor elétrico, em tecnologias nacionais tituto estão focados em duas frentes: criar estruturas de e modelos de negócio adequados à realidade brasileirecarga de veículos, junto com modelos de negócio para ra”, analisou. a comercialização da energia elétrica utilizada, e inserir Com o sistema Renault Mobility, que já é utilizado a mobilidade elétrica nas rotinas operacionais das conem outros projetos de mobilidade elétrica da montadocessionárias do setor elétrico. ra ao redor do mundo, os colaboradores podem reserNa opinião de Vianna, esse é um mercado que tenvar um carro por dias, horas ou mesmo minutos, para de a crescer e, com ele, a demanda por tecnologias liatender a compromissos rápidos. “Fazer parte deste imgadas à eletrificação de frota. “Quando avaliamos que a portante ecossistema de inovação paranaense é algo de frota elétrica ainda representa 1% do total, parece algo grande orgulho para todos nós. Com o Renault Mobility muito pequeno, mas estamos na vanguarda das pesquiby Mobilize, os profissionais do Lactec poderão experisas e desenvolvimento de tecnologia. Com esse conhecimentar toda a versatilidade de uma mobilidade sustentámento, teremos chances mais competitivas de desenvolvel”, pontuou Ricardo Gondo. vimento”, avalia. O carsharing opera no modelo de estações, em que O setor de transporte é responsável por quase 25% os funcionários retiram e devolvem os veículos em locais das emissões globais de gases de efeito estufa. As partídeterminados, e podem fazer livre uso dos automóveis culas de óxidos de carbono e nitrogênio, liberadas no durante o período de reserva. Por meio de um aplicatiprocesso de queima do combustível fóssil, usado pelos vo, é possível visualizar a disponibilidade dos veículos e veículos, são as principais causas da poluição do ar nas fazer a reserva. cidades. A novidade faz parte da iniciativa Go Green, que No caso dos carros elétricos, essa liberação de poengloba ações e projetos do Lactec, com foco no deluentes não acontece durante o uso do veículo. Além senvolvimento sustentável. A preocupação com a susdisso, os modelos elétricos são silenciosos, e têm baterias tentabilidade é uma das prioridades do instituto, que mais eficientes – ou seja, precisam de menos energia tem diversos projetos com esse intuito, voltados a vários para fazer o mesmo esforço, em comparação com um segmentos do setor produtivo e de infraestrutura, entre carro movido a gasolina, por exemplo. eles, o automotivo e o de energia.

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Energies

Parceria para geração de energia solar A Unipar e a Atlas Renewable Energy formaram parceria para construção e operação de um parque de geração de energia solar. O início das obras está previsto para o final do segundo semestre deste ano, com o começo das operações estimado em junho de 2022. A parceria para geração de energia a partir de placas fotovoltaicas contempla a operação de um complexo com capacidade instalada de até 239 MW solares, no município de Pirapora, região Norte de Minas Gerais. O acordo prevê um PPA de longo prazo de parte da energia com a própria Unipar. O projeto “Lar do Sol Casablanca II” fornecerá o equivalente de energia a 261,662 residências, de acordo com o consumo médio das famílias brasileiras. Além disso, o parque vai evitar a emissão de aproximadamente 40,500 toneladas métricas de CO2 por ano. Este cálculo é baseado no protocolo Green House Gases (GHG), uma metodologia desenvolvida pelo World Resources Institute, que segue índices usados pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Esse montante de CO2 que deixará de ser emitido é o equivalente a tirar 16.200 carros das ruas de São Paulo/SP. Para Maurício Russomanno, CEO da Unipar, o acordo reflete o compromisso da empresa com o futuro do país e a sustentabilidade do negócio. “Mais um movimento em busca de soluções sustentáveis, que melhoram os esforços da companhia na busca por matrizes de

energia a partir de fontes renováveis, garantem o acesso ao insumo essencial para a operação, e geram maior competitividade por meio da autoprodução. O total de energia gerada para a Unipar será suficiente para produzir cloro para tratamento de água para mais de 60 milhões de pessoas”, afirma o executivo. O acordo desta operação inclui um contrato de PPA, com duração de 19 anos. O parque gerará 1.200 oportunidades de trabalho na localidade. Iniciativa que vai fomentar a inclusão e o desenvolvimento das comunidades locais, incluindo, por exemplo, programas de capacitação para mulheres na implantação do parque de geração de energia solar. A adoção de energias renováveis está tornando-se uma importante responsabilidade corporativa, que pode oferecer oportunidades únicas a consumidores de grande escala que podem passar a utilizar matrizes limpas e ao mesmo tempo, viabilizar desenvolvimento de programas sociais e ambientes onde operamos, diz Luis Pita, Gerente Geral da Atlas Renewable Energy para o Brasil. “É uma honra trabalhar com uma empresa química líder com a dimensão da Unipar, e estabelecer uma parceria para avançar em seus objetivos sustentáveis. Na Atlas, nós continuaremos a implementar soluções sob medida, com tecnologias de ponta, elevando os padrões da indústria, e fornecendo mais competitividade aos nossos clientes.

Setor metalúrgico lidera consumo de energia no 1º semestre

Em ritmo de recuperação acelerada, após as retrações registradas durante a pior fase da Pandemia, em 2020, a indústria de metalurgia e produtos de metal se destaca como o ramo de atividade que mais consumiu energia, no começo de 2021. No primeiro semestre, o segmento registrou o consumo de 5.441 megawatts médios, volume 16,9% superior ao reportado, em igual período do ano passado. Os dados preliminares foram divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que acompanha a geração e o consumo de eletricidade no Brasil inteiro. Para a organização, há dois motivos que explicam o avanço na indústria metalúrgica e em todos os outros 14 setores produtivos acompanhados. “Um deles é a curva de aprendizagem para operação,

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diante dos desafios da Pandemia. O outro fator é reflexo do movimento de migração contínuo de consumidores de alta tensão para o mercado livre”, detalha Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE. Na comparação com o mesmo período do ano passado, os maiores índices de aumento no consumo foram registrados pela indústria têxtil (42%), seguida pelos setores de veículos (40,4%), saneamento (39%), comércio (28,2%), e manufaturados diversos (26,4%). Os dados, ainda prévios, consideram toda a migração de novas cargas do mercado regulado, no qual a comercialização de energia ocorre por meio das distribuidoras, para o ambiente livre, em que esses grandes consumidores negociam contratos diretamente com as geradoras ou com a intermediação de comercializadores.

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BNDES financia mais dez parques eólicos no Nordeste O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – vai apoiar a implantação de dez parques eólicos, com 409,20 MW de capacidade instalada. O projeto gerará energia limpa e renovável para o abastecimento, equivalente a 800 mil domicílios, com a geração de mais de mil empregos, principalmente para a população local. As novas usinas compõem os Complexos Eólicos Ventos do Piauí II e III, nos municípios de Betânia do Piauí, Curral Novo do Piauí, Paulistana, no Piauí, e Araripina e Ouricuri, em Pernambuco. O financiamento será concedido a 10 sociedades de propósitos específicos (SPEs), pertencentes à VTRM Energia Participações S.A. (VTRM), joint venture criada entre a Votorantim Energia e o fundo canadense CPP Investments. O montante financiado será de R$ 1,62 bilhão. A previsão é que os dez parques entrem em operação comercial no ano que vem. Cada complexo irá se conectar ao Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de uma linha de transmissão até a subestação Curral Novo do Piauí II, já operacional. “O apoio à expansão das energias renováveis no Brasil continua sendo uma estratégia de atuação do BNDES, permitindo maior desenvolvimento do mercado livre, e propiciando que os investidores de ativos sustentáveis possam estabelecer parcerias comerciais com consumidores comprometidos com a agenda ASG”, explica a superintendente de Energia do BNDES, Carla Primavera. Os recursos financiados serão utilizados primordialmente na aquisição de aerogeradores no Brasil. Dessa forma, o BNDES estimula o desenvolvimento da cadeia de fornecedores desse equipamento no país. As demais despesas do projeto envolvem obras civis, construção de subestação, rede elétrica de média tensão, bay de conexão (local de medição de consumo), e linhas de transmissão. “Os complexos Ventos do Piauí II e III representam uma expansão de 72% da nossa capacidade instalada na região. Juntamente com os parques Ventos do Piauí I e Ventos do Araripe III, já em operação, estes projetos irão compor o maior cluster de geração eólica do Brasil, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento da economia local, com arrecadação de tributos, e a promoção de emprego e renda

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nos municípios onde estamos presentes”, explica o CFO da Votorantim Energia, Carlos Guerra. Os investimentos do BNDES em geração estão alinhados ao esforço do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC) para redução das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, já foram implantados mais de 600 parques eólicos, totalizando 15,4 GW em capacidade instalada. Com isso, a energia elétrica proveniente de fonte eólica passou a ocupar o segundo lugar em relevância na matriz elétrica brasileira. “As perspectivas para o setor no Brasil, especialmente para as fontes renováveis, são bastante promissoras, dado o interesse mundial por energia limpa, e o avanço da pauta ASG. Essa evolução e amadurecimento do setor estabelecem uma nova dinâmica, com inúmeras oportunidades, onde o apoio do BNDES tem sido importante”, destaca o diretorgeral da VTRM, Frederico Sarmento. O esforço do BNDES também vai ao encontro do Plano Nacional de Energia 2030, do Governo Federal, com estratégias para expansão de energia econômica e sustentável pelos próximos dez anos. De acordo com estudos da ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica –, o índice de desenvolvimento humano de municípios que recebem projetos eólicos tem crescimento médio 20% superior, em comparação aos demais.

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Tecnologias híbridas de energia solar A Win Energias Renováveis, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, pertencente ao Grupo All Nations, avança no mercado privado de projetos de energia solar, em telhados e pequenos terrenos, que não dependem da conexão com a rede elétrica no país. A companhia lança no Brasil um novo portfólio de tecnologias para os chamados sistemas zero grid, off grid e híbridos, que oferecem, às empresas de projetos, a possibilidade de o consumidor se conectar ou desconectar da estrutura de distribuição de eletricidade, conforme as necessidades. Com investimentos totais de R$ 80 milhões, este ano, em novos equipamentos fotovoltaicos, a Win possui soluções de grid zero, com a tecnologia do fabricante Solis Ginlong, com “EPM” (Export Power Manager – Gerenciador de Exportação de Energia). Já para os modelos híbridos, a companhia desenvolve projetos sob demanda aos clientes, além de contar com estoque próprio de off grid, a partir de agosto deste ano, para as empresas que desenvolvem esses projetos junto aos consumidores finais. “De forma geral, podemos dizer que as vantagens desses modelos de equipamentos, e as situações que eles resolvem e atendem, possuem benefícios em comum, que são o de prover solução tecnológica para os casos em que o sistema hoje convencional (on grid) não consegue atender, seja por motivos técnicos ou regulatórios. São tecnologias que cooperam diretamente para expansão do setor, e para o alcance de novos perfis de clientes e consumidores, que antes não se enquadravam em nenhuma forma de atendimento”, explica Raone Silva, coordenador da área técnica da Win. De acordo com o executivo, a presente incerteza regulatória do mercado, e a falta de convicção do que está por vir, motivam a busca por soluções que não sejam dependentes de uma decisão política, como é o caso dos sistemas off grid, por exemplo. “Trata-se de uma tendência, juntamente com a questão do armazenamento de energia,

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que é um assunto em alta no setor, e certamente terá um grande espaço no mercado”, ressalta Raone. A empresa já possui projetos com tais tecnologias instaladas no país, sobretudo nos modelos de grid zero e off grid. A organização forneceu toda a solução fotovoltaica, inclusive as baterias, para uma instalação em uma ilha remota, localizada na região da Costa Verde, entre Paraty e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, totalizando aproximadamente 95kWp, divididos em 150 instalações de sistemas autônomos, em uma área onde não há fornecimento de energia pela concessionária. Em relação ao grid zero, a Win foi fornecedora de equipamentos para um projeto em um condomínio empresarial, na cidade do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, de aproximadamente 600kWp. Os sistemas zero grid são aqueles que, de alguma maneira, limitam e gerenciam a injeção de energia na rede da concessionária, num modelo de autoconsumo. Os sistemas off grid, por sua vez, não dependem da estrutura da rede da concessionária para seu funcionamento, ou seja, são sistemas desconectados da rede elétrica, que contam com a utilização de baterias para armazenamento de energia, ou que geram energia para consumo em tempo real, mesmo que não haja armazenamento, como é o caso, por exemplo, de um sistema de bombeamento de água em que, enquanto houver incidência de sol sobre os módulos, haverá bombeamento. Já os sistemas híbridos, possuem o modelo de “dual” funcionalidade, operando de forma similar a um sistema on grid (conectado à rede), porém, também conta com a possibilidade de funcionamento quando há ausência ou falta de energia elétrica da rede da concessionária, ativando assim seu sistema de bateria, onde há armazenamento.

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Soluções de proteção elétrica para prédio residencial A qualidade dos produtos fez a diferença, para o portfólio de proteção elétrica da companhia estar presente no maior prédio residencial da América Latina, o YACHTHOUSE by Pininfarina. Localizado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, o empreendimento de alto padrão é formado por duas torres gêmeas que têm um total de 281 metros de altura. No empreendimento, a Siemens foi responsável pela proteção elétrica em baixa tensão, cujo portfólio foi escolhido por conta da alta qualidade e confiabilidade dos itens da companhia. A entrega envolve cinco linhas de produtos da Siemens, que são: mini disjuntores, que fazem a proteção da instalação contra curtos-circuitos e sobrecargas de energia; dispositivos diferencial residual (DR), que protegem contra choques elétricos e incêndios originados de correntes de fuga na instalação; dispositivos de proteção contra surtos (DPS), que protegem equipamento contra raios e também surtos de sobretensões, decorrentes de manobras na rede elétrica; disjuntores caixa moldada, que garantem segurança nos principais ramais de distribuição de energia; disjuntores caixa aberta, que são os primeiros dispositivos em baixa tensão, logo após o transformador, que dão confiabilidade às instalações contra danos provenientes de curtos-circuitos, falta à terra ou sobrecargas. A Siemens possui também um amplo portfólio para automação e gerenciamento de energia, proporcionando, ao cliente, facilidades na obtenção de soluções compatíveis entre si, e execução dos requisitos do projeto. “Equipamentos confiáveis para proteção de sistemas elétricos podem, não somente evitar danos materiais significativos, como também salvar vidas, e isto não tem preço”, afirma Ricardo Zolet, desenvolvedor de negócios da Siemens. O portfólio da companhia atende também a duas preocupações de empreendimentos localizados na região. A primeira é em relação à falta de energia ou panes elétricas

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em períodos da alta temporada, como nos finais de ano, época em que Balneário Camboriú recebe milhares de visitantes. A outra é em relação à corrosão dos itens, devido à maresia. O projeto possui ainda seis transformadores, sendo quatro dedicados aos apartamentos (500 KVA), um para a área comercial (500 KVA), e outro para o condomínio, com uma capacidade ainda maior de 1.500 KVA, para atender a demanda da área comum de maneira muito eficiente. Os transformadores a seco da WEG foram produzidos para proporcionar segurança, qualidade e alto desempenho. São ideais para ambientes que necessitam de economia de espaço, já que são compactos, e proporcionam baixo custo de instalação e facilidade na manutenção. O projeto prevê o máximo dimensionamento de carga elétrica, considerando também os backups. Dois geradores a diesel de 750 KVA estão disponíveis, para caso ocorra a falta de energia na região. Ambos os geradores atuarão em paralelismo, dando mais conforto ao condomínio quando houver uma queda de energia, pois, mesmo com mais de 10 mil metros quadrados de área de lazer, todo o empreendimento não sentirá esta queda. Como na tecnologia de ponta empregada nos transformadores, os geradores de energia possuem ainda um aparato que busca a sustentabilidade. Tendo quatro filtros especiais que limpam a produção da fumaça, com auxílio de mais dois oxcatalizadores, compondo os equipamentos do Sistema Cartepiller Player, que é reconhecido pela capacidade técnica, robustez e confiabilidade. Todo o processo de instalação da subestação envolveu cerca de 30 profissionais. “É um marco, porque, assim como o prédio, ele precisou trazer elementos a mais, para garantir que funcione sem problemas. Em todo o projeto, nós superdimensionamos as possibilidades de risco, para poder evitá-los”, reforça o gerente elétrico da construtora, Marcos Aurélio Carvalho.

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Estudo de viabilidade do negócio de hidrogênio importado A Sumitomo Corporation, Chiyoda Corporation, Toyota Motor Corporation, Instituto de Pesquisa do Japão, e o Sumitomo Mitsui Banking Corporation se uniram para realizar um estudo de viabilidade sobre o negócio de recebimento e distribuição de hidrogênio na região de Chubu. O estudo está programado para ser realizado durante o AF2021 e o AF2022. Para promover a utilização do hidrogênio no Japão, é essencial, não apenas produzir hidrogênio internamente, mas também importar grandes volumes de hidrogênio de áreas competitivas de custo. Para materializar grande volume de importações, é importante construir cadeias de abastecimento, desde os terminais de importação, até os locais de demanda, e priorizar a identificação de desafios e soluções.

Com base em estudo anterior de demanda potencial de hidrogênio na região de Chubu, pelo Grupo de Estudo de Utilização de Hidrogênio, conduzido em fevereiro de 2021, o foco será agora o desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento de hidrogênio em grande escala. O estudo também abordará a viabilidade econômica do negócio de recebimento e distribuição em grande escala, e resolverá os desafios financeiros, técnicos e regulatórios para a comercialização, assumindo que o hidrogênio é importado, na região de Chubu. Iwatani Corporation, Chubu Electric Power Co., Inc., Toho Gas Co., Ltd., Air Liquide Japan GK e Mitsubishi Chemical Corporation, e os empreiteiros formaram um consórcio para concluir este estudo, contando também com a cooperação de outras empresas membros do Grupo de Estudo (Idemitsu Kosan Co., Ltd., ENEOS Corporation, Kawasaki Heavy Industries, Ltd., JFE Engineering Corporation, Nippon Steel Corporation). O estudo é fundamental para se atingir a meta do Grupo de Estudos, “ Implementação social do hidrogênio na região de Chubu em 2025 “em linha com a neutralidade de carbono no Japão, em 2050.

Hidrogênio pode trazer investimentos para o Rio O cenário mundial do uso do hidrogênio (H2) como energia, que prevê investimentos de US$ 500 bilhões, até 2030, e o conjunto de oportunidades que o desenvolvimento dessa tecnologia representa para o Brasil e para o estado do Rio foram debatidos na segunda Websérie Novas Energias, organizada pela Firjan. Usado em mais de 130 países, o H2 pode trazer investimentos para o Rio, como no Porto do Açu, em São João da Barra, que negocia a instalação de usinas no local. “É uma oportunidade única de discutir o tema, de extrema relevância para a indústria e sua competitividade internacional. União Europeia e EUA têm metas ambiciosas de redução de emissão de carbono, até 2050, e vão recorrer ao hidrogênio”, analisou Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional, e um dos mediadores da série “Rotas de Hidrogênio: energia do futuro e oportunidades para o Rio”. No país, os projetos de hidrogênio verde somam US$ 22 bilhões. O Porto do Açu aposta nessa produção, utilizando água e usinas eólica e solar, que devem ser instaladas na área. “Abre um leque de opções de produção de baixo carbono, também com o uso da amônia, que tem maior potencial de transporte do hidrogênio. Estamos participando desse desenvolvimento da tecnologia e do mercado”, explicou Filipe Segantine, gerente de Desenvolvimento de Negócios Susten-

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táveis no Porto do Açu. “A demanda por hidrogênio verde tem a ver com a descarbonização, com o compromisso mundial de conter o crescimento da temperatura global em 1,5 grau. O H2 vai transformar o mercado de energia mundial. Até 2025, os países que representam 80% do PIB mundial terão suas estratégias de hidrogênio definidas. A Alemanha definiu que vai descarbonizar sua economia, até 2050, e, para isso, precisa importar 90% de H2. Com esse objetivo, dedica recursos para fomentar a economia de hidrogênio no Brasil e em outros países. Mais de 60% das empresas alemãs com tecnologia nessa área têm subsidiárias no Brasil”, destacou Ansgar Pinkowski, gerente de Inovação e Sustentabilidade na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, do Rio de Janeiro (AHK Rio). “O Ministério de Minas e Energia (MME) vai lançar o Programa Nacional de Hidrogênio, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que tem sua minuta sendo avaliada pelo Conselho Nacional de Política Energética do Ministério. O H2 foi introduzido como um dos temas prioritários de pesquisa e desenvolvimento”, adiantou Luciano Basto Oliveira, consultor técnico na EPE, do MME. A nota técnica de fevereiro de 2021 da EPE já mostra o panorama desse mercado, seus desafios e oportunidades.

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Fornecedores da Vivo devem zerar emissões A Vivo está mobilizando seus fornecedores que possuem atividades intensivas em CO2, para reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa. A meta global da companhia é diminuir em 39% as emissões em sua cadeia de valor, o chamado escopo 3, até 2025, e zerar as emissões líquidas até 2040, atuando também sobre as emissões indiretas, que não estão no controle da organização. O movimento demonstra a expansão da ação climática da empresa para as emissões indiretas, que não estão sob seu controle direto. A companhia promoveu um encontro virtual, para mais de 115 fornecedores, de diferentes tamanhos e segmentos, como manutenção, construção, call center, equipamentos e tecnologia, para conscientizálos sobre os impactos das mudanças climáticas nos negócios e o meio ambiente, e propor iniciativas de mensuração, gestão e redução de gases de efeito estufa (GEE). A iniciativa busca envolver seus fornecedores, para que realizem inventários de emissões de gases de efeito estufa, busquem alternativas no uso de energia e combustíveis renováveis, e atuem na melhoria de processos que impactem em emissões. “A Vivo tem atuação sustentável e comprometida com as melhores iniciativas Ambientais, Sociais e de Governança (ESG). Por isso, queremos engajar e envolver nossos parceiros de negócios, nessa importante jornada para conter as mudanças climáticas, reduzindo emissões e impactos no meio ambiente, nos negócios e na qualidade de vida das pessoas”, revela a executiva de Sustentabilidade da Vivo, Joanes Ribas. Além de ser carbono neutra, desde 2019, a Vivo tem meta de ser uma empresa net zero, até 2025. A Vivo atua na gestão de sustentabilidade na cadeia de fornecedores, e possui metas ambientais, como o uso de energia renovável e redução de emissões de CO2, desde 2015. Em 2019, incluiu este desafio no pool de bônus dos executivos, até o nível gerencial. Neste ano, ampliou em cinco vezes, de 1% para 5%, o peso desta meta na remuneração dos gestores. No

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Brasil, a meta 2021, atrelada ao bônus executivo, é não ultrapassar 81,2 mil toneladas de emissões de CO2, mesmo com a previsão de expansão dos serviços. A empresa mantém iniciativas que geram eficiência no consumo de energia, e priorizam as fontes renováveis. É a primeira empresa de telecomunicações brasileira e do Grupo Telefónica, fora da Europa, a ser 100% energia renovável, antecipando em 12 anos sua meta de energia renovável. Entre 2015 e 2020, reduziu em 70% suas emissões de gases causadores de efeito estufa, e é hoje a primeira empresa carbono neutra do setor e do Grupo Telefônica, na América Latina, desde 2019. A empresa compensa as emissões que não pode evitar por meio da compra de créditos de carbono, em um investimento destinado principalmente ao projeto REDD+ Vale do Jari, na Amazônia, desenvolvido pela Fundação Jari e Biofílica S.A, que capacita os agricultores locais em técnicas sustentáveis de manejo e produção agroextrativista, promovendo o bem-estar das comunidades, e tornando-as mantenedoras dos recursos florestais. A iniciativa monitora 1,18 milhões de hectares frente a invasões ilegais e desmatamentos, e protege 65 mil hectares de floresta nativa, em um horizonte de 30 anos. As ações desenvolvidas pelo REDD+ Vale do Jari já evitaram a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2, e pouparam o desmatamento de 7.740 hectares. A Vivo Integra o ICO2 da B3, e está entre as únicas quatro empresas brasileiras a integrar a Lista A do assessment de Mudanças Climáticas do CDP (Carbon Disclosure Project), reconhecimento por sua liderança nas iniciativas para reduzir emissões. Também está entre as 10 empresas brasileiras listadas no Best Emerging Market Performers Ranking, da Vigeo Eiris, uma das principais agências de rating ESG do mundo, integrante da Moody’s. O ranking aponta as 100 empresas mais avançadas em iniciativas Ambientais, Sociais e de Governança, em mercados emergentes, e considera 843 companhias, de 36 diferentes setores, em 31 países.

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! Special

SDCD moderno acelera transformação digital Como acompanhar as tendências tecnológicas, e levar as operações de indústrias de processo a outro nível de eficiência e inovação, ajudando a garantir o sucesso no curto e longo prazo?

Blair Wilson gerente de Marketing do SDCD PlantPAx

Lisa Ridgely Soluções e Sistemas, da Rockwell Automation

A transformação digital pode ser descrita como modernizar, atualizar ou melhorar as operações, integrando a tecnologia digital em todas as áreas da empresa. É uma mudança cultural e sistêmica, que desafia o status quo e o pensamento operacional tradicional, afetando o modo como as organizações trabalham, como o chãode-fábrica opera, e como o valor é entregue aos clientes. Um SDCD moderno pode ser a peça fundamental dessa transformação. Quem já executou com sucesso uma estratégia digital está vendo grandes melhorias nos KPIs. Porém, muitas indústrias ainda não conseguiram desenvolver sua estratégia de transformação digital ao nível empresarial. Algumas ainda estão descobrindo e aprendendo

sobre o assunto. Outras estão presas à fase piloto, sem conseguir dar continuidade à implementação, enquanto outras ainda não contam com as habilidades certas de analytics, IIoT e cibersegurança. Com a concorrência investindo em tecnologia, e transformando as operações, é urgente acelerar esse processo e tomar decisões. Uma boa pergunta, para começar, é: “Será que eu preciso fazer alguma atualização na minha planta?” Um SDCD tradicional dispõe de um projeto de sistema fechado, difícil de migrar e modernizar, e tem custo total de propriedade maior, em boa parte dos casos. Já o SDCD moderno agrega maior desempenho, disponibilidade em todas as áreas, recursos de sistema flexíveis e escaláveis, plataformas de desenvolvimento abertas e fa-

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Special ! cilidade de integração. Um sistema de controle em toda a fábrica, usando tecnologias de automação comuns, permite a integração total para controle de processo, controle discreto, controle de potência e segurança, de sistemas corporativos e chão-de-fábrica. Se você acha que o ciclo de vida do seu sistema de controle distribuído já chegou ao fim, saiba que não está sozinho. A base instalada global de SDCD, próxima do fim do ciclo de vida, totaliza cerca de US$ 65 bilhões. Muitos desses sistemas têm mais de 25 anos, e precisam de uma atualização com urgência.

Desafios modernos Um SDCD moderno pode ajudar a estabelecer a Empresa Conectada, como parte da estratégia de transformação digital. Ele reduz o tamanho da arquitetura do sistema, com menos servidores, porém, com controladores mais poderosos, aumenta a consistência com objetos de processo nativos no controlador, otimiza os fluxos de trabalho com uma experiência aprimorada no design dos atributos do sistema, fornece análises robustas para tomada de decisão em tempo real e com padrões internacionais de cibersegurança. Ele deve possibilitar que se alcance o controle, a otimização e a alta disponibilidade em toda a planta, se maximizem as operações, se reduzam custos, e se aumente a produção. Além disso, ele pode ajudar a resolver três desafios principais, enfrentados quase que universalmente: 1. ďƵƐĐĂ ƉĞůĂ ƉƌŽĚƵƟ ǀŝĚĂĚĞ͘ ŽŵŽ ŝŶŽǀĂƌ͕ ƋƵĂŶĚŽ ƐŝƐͲ ƚĞŵĂƐ ĚŝƐƟ ŶƚŽƐ͕ Ğŵ ƚŽĚĂ Ă ĞŵƉƌĞƐĂ͕ ĐƌŝĂŵ ŐĂƌŐĂůŽƐ Ğ ŝŶĞĮ ĐŝġŶĐŝĂƐ͍ ŐƌĂŶĚĞ ƋƵĂŶƟ ĚĂĚĞ ĚĞ ŝŶĨŽƌŵĂĕƁĞƐ ĚĂƐ ĐĂĚĞŝĂƐ ĚĞ ĨŽƌŶĞĐŝŵĞŶƚŽ͕ ĂƟ ǀŽƐ ĚĂƐ ƉůĂŶƚĂƐ Ğ ƐŝƐƚĞŵĂƐ ĐŽƌƉŽƌĂƟ ǀŽƐ ƉŽĚĞŵ ƐŽďƌĞĐĂƌƌĞŐĂƌ ĂƐ ĞƋƵŝƉĞƐ͘ DĞůŚŽͲ ƌŝĂƐ ƌĄƉŝĚĂƐ͕ Ğŵ ƌĞůĂĕĆŽ ă ƚĞĐŶŽůŽŐŝĂ͕ ƉĞƌŵŝƚĞŵ Ž ĂĐĞƐͲ ƐŽ Ă ŵĂŝƐ ŝŶĨŽƌŵĂĕƁĞƐ ƉĂƌĂ ƚŽŵĂƌ ĚĞĐŝƐƁĞƐ͘ 2. &ĂnjĞƌ ŵĂŝƐ ĐŽŵ ŵĞŶŽƐ͕ ƉĂƌĂ ĂƚĞŶĚĞƌ ăƐ ĞdžƉĞĐƚĂƟ ǀĂƐ ĚĞ ŽƌĕĂŵĞŶƚŽ͕ ĂŽ ůŽŶŐŽ ĚŽ ĐŝĐůŽ ĚĞ ǀŝĚĂ ĚĂ ƉůĂŶƚĂ͘ KƐ ŽƉĞƌĂĚŽƌĞƐ ĚĞǀĞŵ ĞŶĐŽŶƚƌĂƌ ĨŽƌŵĂƐ ĚĞ ŽďƚĞƌ Ă ǀŝƐŝďŝůŝͲ ĚĂĚĞ Ğ Ž ĐŽŶƚƌŽůĞ ŶĞĐĞƐƐĄƌŝŽƐ ƉĂƌĂ ƌĞĚƵnjŝƌ Ž ƚĞŵƉŽ ĚĞ ƉĂƌĂĚĂ ŶĆŽ ƉƌŽŐƌĂŵĂĚĂ͕ ĞǀŝƚĂƌ ƉƌŽďůĞŵĂƐ ĚĞ ƋƵĂůŝĚĂͲ ĚĞ͕ Ğ ĞůŝŵŝŶĂƌ Ž ĚĞƐƉĞƌĚşĐŝŽ ĚĂ ƉƌŽĚƵĕĆŽ͘ Ɛ ĞŵƉƌĞƐĂƐ ĞƐƚĆŽ ƉƌŽĐƵƌĂŶĚŽ ƉŽƌ ƵŵĂ ĂƵƚŽŵĂĕĆŽ Ğŵ ƚŽĚĂ Ă ƉůĂŶͲ ƚĂ ƋƵĞ ƐĞũĂ ĨĂĐŝůŵĞŶƚĞ ĂƚƵĂůŝnjĂĚĂ Ğ ƐƵƉŽƌƚĂĚĂ͕ Ğ ĐƵũĂ ƚĞĐŶŽůŽŐŝĂ ĂũƵĚĞ Ă ƉůĂŶƚĂ Ă ƉĞƌŵĂŶĞĐĞƌ Ğŵ ŽƉĞƌĂĕĆŽ ĐŽŶơ ŶƵĂ͘ 3. ZĞĚƵnjŝƌ Ž ƌŝƐĐŽ ŽƉĞƌĂĐŝŽŶĂů͕ ƋƵĞ ĞƐƚĄ Ğŵ ƚŽĚĂ ƉĂƌƚĞ Ğ ĂƐͲ ƐƵŵĞ ŵƵŝƚĂƐ ĨŽƌŵĂƐ͕ Ğŵ ƌĞůĂĕĆŽ ă ƐƵĂ ŝŶĨƌĂĞƐƚƌƵƚƵƌĂ ĚĞ ƌĞĚĞ͕ ƋƵĞ Ġ Ă ĞƐƉŝŶŚĂ ĚŽƌƐĂů ĚŽ ƐŝƐƚĞŵĂ͘ DĞƐŵŽ ƋƵĂŶĚŽ ĂƐ ĐŽŶƟ ŶŐġŶĐŝĂƐ ƐĆŽ ůĞǀĂĚĂƐ Ğŵ ĐŽŶƚĂ͕ ĞǀĞŶƚŽƐ ŝŵƉƌĞͲ ǀŝƐƚŽƐ ƉŽĚĞŵ ĂĨĞƚĂƌ ŽƉĞƌĂĕƁĞƐ ƐĞŐƵƌĂƐ Ğ ĐŽŶĮ ĄǀĞŝƐ͘ ŵĞĚŝĚĂ ƋƵĞ ƐĞ ŝĚĞŶƟ Į ĐĂŵ ŽƐ ĨĂƚŽƌĞƐ ƋƵĞ ĐŽŶƚƌŝďƵĞŵ ƉĂƌĂ ĂƚƌĂƐŽƐ ŶĆŽ ƉůĂŶĞũĂĚŽƐ͕ Į ĐĂ ĐůĂƌŽ ƋƵĞ ĞůĞƐ ĞdžŝŐĞŵ ƐŝƐƚĞŵĂƐ ƋƵĞ ƉĞƌŵŝƚĂŵ ƌĞƐƉŽƐƚĂƐ ƌĄƉŝĚĂƐ Ğŵ ĐŽŶĚŝĕƁĞƐ ĚŝŶąŵŝĐĂƐ͘ Ɛ ĂŵĞĂĕĂƐ ƉŽĚĞŵ ǀĂƌŝĂƌ͕ ĚĞƐĚĞ ƌŝƐĐŽƐ ŽƉĞͲ ƌĂĐŝŽŶĂŝƐ͕ ĂƚĠ ĂŐĞŶƚĞƐ ĞdžƚĞƌŶŽƐ͘ WŽƌ ŝƐƐŽ͕ ŽƐ ƐŝƐƚĞŵĂƐ ĚĞ

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Resultados tangíveis Um cliente do ramo farmacêutico percebeu aumento de 10 a 20% na produtividade, disponibilidade e eficiência de operação, bem como reduções no desperdício de material, no tempo de liberação de lote, de manutenção e de investigações de tempo de parada não programada, bem como redução de 5% a 30% no uso de energia, ao adotar um SDCD moderno para automatizar o equipamento de bioprocesso e acessar dados, integrando-se a um sistema MES e controle eletrônico de batelada. Outro cliente, na área de alimentos e bebidas, percebeu um aumento de 20% na capacidade, em apenas um ano após a implementação de um SDCD moderno. Os dados em tempo real, agora disponíveis, permitem acesso constante, para que a equipe possa tomar decisões imediatas e bem embasadas.dƌġƐ ĞƐĐŽůŚĂƐ ĞƐƚƌĂƚĠŐŝͲ ĐĂƐ ƉĂƌĂ ŵŽĚĞƌŶŝnjĂƌ Ž ^ WƌŽũĞƚŽƐ ďĞŵͲƐƵĐĞĚŝĚŽƐ ĞdžŝŐĞŵ ƉůĂŶĞũĂŵĞŶƚŽ ĂĚĞƋƵĂĚŽ͘ Į ŶĂů͕ ĐŽŶǀĞƌƚĞƌ ƵŵĂ ƉůĂƚĂĨŽƌŵĂ ĚĞ ĐŽŶƚƌŽͲ ůĞ ŽďƐŽůĞƚĂ ƉĂƌĂ Ƶŵ ^ ŵŽĚĞƌŶŽ ƉŽĚĞ ƐĞƌ ĐŽŵƉůĞdžŽ͕ Ğ ŶĆŽ ŚĄ ƵŵĂ ƐŽůƵĕĆŽ ƷŶŝĐĂ ƉĂƌĂ ƚŽĚŽƐ ŽƐ ĐĂƐŽƐ͘ WĂƌĂ ĂũƵĚĂƌ Ă ƌĞĚƵnjŝƌ Ž ƌŝƐĐŽ Ğ ĚŝůƵŝƌ ŽƐ ĐƵƐƚŽƐ͕ ĂŽ ůŽŶŐŽ ĚŽ ƚĞŵƉŽ͕ ŵƵŝͲ ƚĂƐ ĞŵƉƌĞƐĂƐ ĞƐĐŽůŚĞŵ ƵŵĂ ŵŝŐƌĂĕĆŽ ƉŽƌ ĨĂƐĞƐ͘ KƵƚƌĂƐ ĐŽŶƐŝĚĞƌĂŵ ŵĂŝƐ ĂƉƌŽƉƌŝĂĚĂ ƵŵĂ ĞƐƚƌĂƚĠŐŝĂ ĚĞ ĐŽŶǀĞƌƐĆŽ ĚĞ ͞ƌĞŵŽǀĞƌ Ğ ƐƵďƐƟ ƚƵŝƌ͘͟ EĂ ŵĂŝŽƌŝĂ ĚŽƐ ĐĂƐŽƐ͕ Ġ ĞƐƐĞŶͲ ĐŝĂů ƌĞĂůŝnjĂƌ Ă ĐŽŶǀĞƌƐĆŽ ĐŽŵ Ž ŵĞŶŽƌ ƚĞŵƉŽ ƉŽƐƐşǀĞů ĚĞ ƉĂƌĂĚĂ Ğ ƌŝƐĐŽƐ ŵşŶŝŵŽƐ͕ Ğ ĞƐƐĞƐ ƌĞƋƵŝƐŝƚŽƐ ĚĞƚĞƌŵŝŶĂŵ ŐƌĂŶĚĞ ƉĂƌƚĞ ĚĂ ĞƐƚƌĂƚĠŐŝĂ ĚĞ ĂƚƵĂůŝnjĂĕĆŽ͘ ^ĆŽ ƚƌġƐ ĂƐ ƉƌŝŶͲ ĐŝƉĂŝƐ ŽƉĕƁĞƐ͗ 1. sĞƌƟ ĐĂů ŽƵ ŚŽƌŝnjŽŶƚĂů͍ ŵ ƵŵĂ ĂƚƵĂůŝnjĂĕĆŽ ǀĞƌƟ ĐĂů͕ ĂƉĞŶĂƐ ƵŵĂ ĄƌĞĂ ĚĞ ƉƌŽĐĞƐƐŽ Ġ ĂƚƵĂůŝnjĂĚĂ ƉŽƌ ǀĞnj͘ EĂ ŚŽƌŝnjŽŶƚĂů͕ ǀĄƌŝĂƐ ƵŶŝĚĂĚĞƐ ĚĞ ƉƌŽĐĞƐƐŽ ƐĞŵĞůŚĂŶƚĞƐ ƐĆŽ ĂƚƵĂůŝnjĂĚĂƐ͕ ƐŝŵƵůƚĂŶĞĂŵĞŶƚĞ͘ 2. ^ƵďƐƟ ƚƵŝƌ ƚŽĚŽƐ ŽƐ ĐŽŵƉŽŶĞŶƚĞƐ ĚŽ ƐŝƐƚĞŵĂ ĚĞ ĂƵͲ ƚŽŵĂĕĆŽ ƐŝŵƵůƚĂŶĞĂŵĞŶƚĞ ŽƵ ŵŝŐƌĂƌ Ğŵ ĨĂƐĞƐ͍ hŵĂ ĂďŽƌĚĂŐĞŵ Ğŵ ĨĂƐĞƐ ĚĞŵŽƌĂ ŵĂŝƐ͕ ŵĂƐ ĞdžŝŐĞ ŵĞŶŽƐ ƚĞŵƉŽ ĚĞ ƉĂƌĂĚĂ ŶĆŽ ƉƌŽŐƌĂŵĂĚĂ͕ Ğ ĞŶǀŽůǀĞ ŵĞŶŽƐ ƌŝƐĐŽƐ͕ ĂůĠŵ ĚĞ ŵĂŶƚĞƌ Ă ƉƌŽĚƵĕĆŽ Ğ ĚŝƐƚƌŝďƵŝƌ ŽƐ ĐƵƐͲ ƚŽƐ ĚĞ ŵŝŐƌĂĕĆŽ ƉŽƌ Ƶŵ ƉĞƌşŽĚŽ ŵĂŝƐ ůŽŶŐŽ͘ 3. YƵĞŶƚĞ ŽƵ ĨƌŝĂ͍ Žŵ Ă ƚƌĂŶƐŝĕĆŽ ƋƵĞŶƚĞ͕ Ž ĂŶƟ ŐŽ ^ Ğ Ž ŶŽǀŽ ƐŝƐƚĞŵĂ ĚĞ ĐŽŶƚƌŽůĞ ŽƉĞƌĂŵ ƐŝŵƵůƚĂŶĞĂŵĞŶͲ ƚĞ͕ ĐŽŵ ŵŝŐƌĂĕĆŽ ĚĞ ƵŵĂ ŵĂůŚĂ ĚĞ ĐŽŶƚƌŽůĞ ƉŽƌ ǀĞnj͕ ĚŽ ĂŶƟ ŐŽ ^ ƉĂƌĂ Ž ŶŽǀŽ ƐŝƐƚĞŵĂ ŶŽ ŶşǀĞů ĚĞ ͬ^͘ Žŵ Ă ƚƌĂŶƐŝĕĆŽ ĨƌŝĂ͕ Ž ĂŶƟ ŐŽ ^ Ġ ƐƵďƐƟ ƚƵşĚŽ ƉĞůŽ ŶŽǀŽ͕ ĐŽŵ ƚŽĚŽ Ž ƉƌŽĐĞƐƐŽ ƐĞŶĚŽ ƌĞŝŶŝĐŝĂĚŽ ĚĞ ƵŵĂ ǀĞnj͘ O retorno do investimento, ao atualizar seu sistema de controle para um SDCD moderno é rápido: operações otimizadas, maior qualidade e produtividade, poucos incidentes relacionados à segurança, melhor cibersegurança, e menos tempo de parada não programada – benefícios de um moderno SDCD em uma nova Empresa Conectada.

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Softwares e sistemas em coopetição

A

Indústria 4.0 depende de, e conduz à digitalização e a estruturas em redes inteligentes, envolvendo todos os elementos dos sistemas – do chão-de-fábrica ao corporativo. Comunicação e gerenciamento de dados são fatores decisivos nessa realidade, e eles aumentaram a interação diária com softwares. O tamanho do mercado de software industrial vem aumentando a uma taxa considerável, e deve seguir assim, pelo menos até 2025. Com a desaceleração do crescimento econômico mundial, a indústria de software industrial também foi impactada. Ainda que 2020 tenha sido marcado pela insegurança econômica em diversos setores, o estudo ““Mercado Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2021”, 2021 ”, realizado pela ABES – Associação Brasileiras das Empresas de Software com dados do

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IDC, mostra que, mesmo nesse cenário, o setor cresceu 22,9% e investiu cerca de R$ 200,3 bilhões (US$ 50,7 bilhões), se considerados os mercados de software, serviços, hardware e também as exportações do segmento. O levantamento aponta que o Brasil melhorou posições no ranking mundial de TI – subiu da 10ª, em 2019, para 9ª, em 2020, e manteve a liderança no mercado latino-americano, com 44% de participação. Para este estudo, adotou-se a taxa de conversão para o dólar médio de R$ 3,95/US$, e entrevistaram-se empresas que trabalham com desenvolvimento de software, produzindo produtos customizados e parametrizáveis, além de informações coletadas junto a empresas usuárias de TI. Jorge Sukarie Sukarie,, vice-presidente do Conselho Deliberativo da ABES, lembra que, hoje,

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qualquer equipamento/máquina que execute qualquer função tem um software embarcado. O grau de dificuldade em se operar um equipamento ou máquina varia muito, conforme sua complexidade, e pode requerer algum treinamento ou especialização. Porém, muitos são de simples operação, e fazem parte do rol de equipamentos que utilizamos no dia-a-dia como um cidadão comum, sem requerer grandes habilidades. ““Tanto Tanto os profissionais de chão-de–fábrica, quanto do campo, têm lidado bem com estes equipamentos, que, na maioria das situações, facilitam muito a vida destes profissionais, transformando suas atividades em algo mais produtivo e eficiente eficiente”. Cesar Cassiolato Cassiolato,, presidente e CEO da Vivace, ressalta que “quando quando falamos em chão-defábrica, é preciso ter em mente que aí está a base dos processos industriais. É nele que os processos acontecem de fato. Além disso, é onde a produtividade deve ser constantemente monitorada e controlada. Certamente, existem algumas plantas com equipamentos puramente 4-20mA, porém, hoje, em sua maioria, os equipamentos já possuem recursos via comunicação com protocolos HART, Profibus-PA, etc. Nos protocolos padronizados, o usuário faz uso de ferramentas baseadas em EDDL, FDT/DTM, FDI e, com isso, consegue, além da questão de configuração, fazer calibração, manutenção inteligente e, consequentemente, colocar em prática uma boa gestão de chão-de-fábrica, ou seja, é possível ter um controle maior da produção, identificando falhas nos processos e aumentando a segurança operacional. Monitorar esse aspecto aumenta a integração da área produtiva com outros setores, organizando dados que norteiam a tomada de decisã decisão o. Tudo começa no chão-de-fábrica chão-de-fábrica”.

A automação extrapola os limites de chão-de-fábrica, continua após o produto acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes, ou seja, a automação do negócio. Claro, temos soluções com sistemas de automação estratificados, e de acordo com a pirâmide de automação. Algumas soluções têm as principais camadas: aquisição de dados

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e controle manual; controle automatizado; supervisão do processo produtivo; gerenciamento da produção; planejamento estratégico e gestão empresarial; são soluções baseadas em sistemas SCADA, supervisórios, MES, etc. Com o advento da tecnologia digital, a convergência dos dados foi um catalisador para ganhos significativos para a automação e para a gestão industrial, como um todo. E, na Indústria 4.0, as tecnologias de virtualização (que permitem que o usuário use toda a capacidade de uma máquina física, ao proporcionar a distribuição dos recursos entre diversos usuários ou ambientes) permitem escalar soluções mais amplas, com custo efetivo, e aí entram as soluções com Cloud Computing, complementando com Fog Computing e Edge Computing, tudo visando a soluções de processamento, compartilhamento e armazenagem de dados, um dos pilares da Indústria 4.0. Estas três tecnologias se estão destacando no mundo da inovação e da computação, se mostrando como novas formas de entregar poder computacional, sob demanda e eficiência, nos recursos operacionais para as empresas. E os três termos podem coexistir em ambientes diferentes, dependendo do tipo de aplicação que está sendo desenvolvido. A ideia de edge computing está, cada dia mais, incorporada aos dispositivos de campo. A edge computing, também conhecida como computação de borda, é a alternativa para o processamento de informações ocorrer no local físico mais próximo da fonte de dados. “Na teoria, isto aliviará a transmissão e os processamentos nos sistemas principais, sejam eles em nuvem pública, ou privada. Como consequência, há um ganho de performance no processamento. Se pensamos no modelo antigo, talvez isto não faça sentido para os sistemas de controle, porém, pensando em futuro, poderá fazer toda a diferença. E os sensores de Internet das Coisas (IoT)), no chão-de–fábrica, geram um fluxo contínuo de (IoT dados no tempo, por necessidade das operações. Estimase que uma fábrica moderna com 2.000 equipamentos possa gerar 2.200 terabytes de dados, por mês mês! “Segundo “Segundo o Red Hat, processar esse volume de dados mais próximo do equipamento é mais rápido e econômico. Recomenda-se que o equipamento esteja conectado, por meio de uma plataforma de dados centralizada. Como vantagens, o equipamento pode, por exemplo, receber atualizações de software padronizadas, e compartilhar dados filtrados que ajudam a melhorar as operações em outros locais da fábrica. E já podemos ver esta tendência adentrando pelos negócios, o que possibilita a junção das tecnologias para gerar melhores resultados, nesse caso, IoT, Edge Computing, Bigdata e IA. Há uma enorme oportunidade, para darmos às nossas fábricas maior inteligência e melhores rendimentos”, rendimentos ”, reflete Ronaldo Ribeiro,

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Cover Page gerente do Detin – Departamento de tecnologia e Telecom da Cenibra Celulose Nipo-Brasileira. “Estamos migrando do modelo tradicional para outros mais modernos: o modelo da ANSI/ ISA-S95, tinha foco na troca de informações nos níveis 3 e 4; o novo modelo nos apresenta uma necessidade maior de conectividade, e extrapola o processamento para camadas superiores, e com processamento em nuvem. Observo que a necessidade de evolução dos sistemas PIMS e MES, de forma rápida, é algo vital para a indústria moderna”, pondera Ronaldo Ribeiro. De fato, edge computing fornece novas possibilidades para o conceito do IoT; já o fog computing vem para atender a necessidade de dispositivos e empresas estarem hiperconectados. Por conceito, é uma arquitetura de computação, que executa cálculos e processamento de forma mais descentralizada e melhor distribuída, entre a fonte dos dados e a nuvem. É chamada de ‘computação de neblina’, justamente pelo processamento não estar 100% na borda onde ocorre a aquisição dos dados, e também não estar 100% na nuvem, longe da fonte de dados e necessitando de uma conexão com a internet. “A rede distribuída permite uma mistura de nuvem inteligente e borda inteligente. Uma abordagem interessante da fog computing é que ela seja uma extensão da cloud computing para dentro do mundo físico, para dentro dos dispositivos conectados. Enviar todas as informações dos dispositivos conectados na IoT pode se tornar um desafio, com o aumento do volume de dados, e a saída pode ser uma pré-análise dos dados, a partir da computação de neblina, e apenas processar o que Fonte: site Automation.com

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ABB

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realmente importa para o negócio. A utilização dos conceitos de edge e fog computing melhoram a eficiência do sistema, em comparação com arquiteturas tradicionais, melhorando os tempos de conexão, processamento e entrega das informações às aplicações, redução do volume de comunicação entre dispositivos e core middleware, além de melhorar a segurança nas comunicações”, afirma Cassiolato. Usuários, então, devem estar atentos na escolha e definição de um sistema de automação e controle, onde esta definição deve levar em conta vários critérios, e possa estar em sincronismo com o avanço tecnológico. Quanto mais informação, melhor uma planta pode ser operada e, sendo assim, mais produtos pode gerar, e mais lucrativa pode ser. Jorge Sukarie lembra que a Lei 9609/98, conhecida como a Lei de Software, não traz nenhuma diferenciação para o software, ou seja, software é considerado um programa de computador. “Qualquer atribuição que venhamos a dar ao software tem caráter meramente mercadológico ou comercial. Muitos utilizam os termos “em camadas”, considerando a parte de plataforma, de infraestrutura, de desenvolvimento, em nuvem, etc. Outros consideram o software por segmento de mercado, por exemplo, varejo, indústria, educação, etc.”. Marcelo Salvador, Diretor de Negócios da Elipse, pondera que qualquer software, que se propõe a se manter sendo utilizado ao longo do tempo, precisa respeitar a ideia de ciclo de vida, isto é, ter um processo minimamente estruturado, incluindo pessoas e sistemas, para que possa ser atualizado, ou sofrer eventuais melhorias e correções, ao longo da sua vida útil. “No caso de processos industriais, esse ciclo deve receber muito mais atenção do que um software de uso eventual, e não c r í t i c o. Se considerarmos os inúmeros softwares que podem estar rodando em uma planta, ainda mais num contexto de alta competitividade, e impulsionados pelas oportunidades de Indústria 4.0, é importante pensarmos num conceito mais amplo de gestão de ativos e integração de processos, em que podemos saber quais softwares possuímos, quais versões estão em execução, qual o plano de atualização de cada um, e, assim por diante, da mesma forma que estivéssemos gerindo ativos físicos. Apesar de algumas tentativas em unificar sistemas (por exemplo, MES e SCADA em um só), não acredito em um sistema que seja capaz de resol-

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ver tudo, devido à natureza da tarefa a ser gerenciada ser muito diferente, em cada tipo de processo. Então, a abordagem em camadas ainda vai continuar existindo; o que precisa ser melhorado, sem dúvida, é a integração entre os sistemas e, por isso, a proposição de normas e padrões de trocas de dados é tão importante. Além de pensar em camadas, é importante entender que os clientes possuem problemas, desafios ou oportunidades de melhorias, e que a tecnologia está disponível para ser adaptada e utilizada, bem como expandida em diferentes áreas de conhecimento. Apesar de alguns sistemas poderem utilizar uma plataforma em comum, a maximização dos resultados só pode ser atingida pela especialização das soluções”. João Felipe Kudo, da Radix, chama a atenção para o fato de que “a quantidade de software a ser gerenciado e mantido é grande, e cada vez mais o chão-de-fábrica e a Governança da Automação têm investido em sistemas para catalogação e gestão de ativos, que consigam catalogar e gerir esses softwares e licenças”. O especialista de software da Beckhoff, Rodrigo de Souza Soares, pondera que “muitos processos industriais ainda rodam baseados em lógicas mais simples (como lógica feita por relés, etc.), seja pela simplicidade ou pela falta de recursos para investir em uma automação mais sofisticada. Entretanto, é necessário reconhecer que a quantidade de sistemas controlados por software vem crescendo muito, nos últimos anos, o que traz mais desafios para a indústria, como falta de padrão de software, soluções distintas utilizadas por diversos fabricantes de máquina, falta de familiaridade do time de

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Cover Page manutenção. Em grande parte do tempo, o pessoal de chão-de-fábrica tenta conhecer os softwares que possui, o que pode ser pouco eficiente, visto que é humanamente impossível dominar tudo. Além disso, os profissionais empregados para isso, muitas vezes, não têm familiaridade com programação. Às vezes, uma IHM bem desenvolvida, com diagnósticos precisos, pode ajudar mais do que ter acesso ao código fonte da máquina. E, sobre como classificar os softwares e automação, vale lembrar que diversas arquiteturas são possíveis. Em algumas empresas, vai funcionar bem o modelo de camadas; já em outras, apesar dos vários componentes estarem presentes, não haverá uma divisão tão evidente entre eles. Com relação à nuvem, é importante haver uma separação, por conta da segurança (não quer dizer que aquilo que está fora de nuvem esteja livre de ataques), e ainda existem empresas que não admitem ter seus dados em nuvem; já outras, se dão muito bem com essas soluções”. Clodoaldo Cabral Arruda Neto, Engenheiro de Sistemas da Yokogawa, lembra que, em geral, “os instrumentos e máquinas vêm com um software para calibração, integração com outros sistemas, ou mesmo monitoramento das variáveis que desejam ser mensuradas. Como os sistemas operacionais existentes estão disponíveis em diversas versões (Windows XP, Windows 7, Windows Server 2016, Windo-

ws 10), e linguagens (português e inglês), ou mesmo em diferentes fabricantes (iOS, Linux, Unix), muitas vezes os Gerentes de Projetos, Engenheiros e técnicos encontram dificuldades em casar todas estas particularidades. Desta forma, recursos da indústria 4.0, tais como a virtualização em nuvem ou local de servidores, visam a criar ambientes que permitam a adequada plataforma para os softwares. E os limites entre as camadas de muitos softwares estão cada vez mais tênues, em função da integração entre as aplicações. Quando falamos em nuvem, temos de ter em mente que elas podem ser privadas, híbridas (isso é um gêmeo de aplicações locais), comunitárias ou públicas, podem disponibilizar uma aplicação (Software as a Service), uma plataforma (Platform as a Service), ou somente uma infraestrutura para instalação das mesmas (Infrastructure as a Service), então, a característica da camada dependerá da necessidade do que se deseja alocar na nuvem. Em geral, os sistemas de controle são genéricos para as diversas indústrias de energia, química, manufatura ou papel. O que possivelmente pode mudar são bibliotecas para cálculos necessários em determinadas aplicações, e que, muitas vezes, já são disponibilizadas com o sistema”. Jurandir Ventura, Digital Engineering Manager da ABB, faz uma analogia com o telefone celular: “Com o advento dos Smartphones, os aparelhos passaram a ser multifuncionais, inclusive servem também para fazer ligações telefônicas

Sistema para Gestão Metrológica No dia-a-dia das atividades de calibração, muitos profissionais e empresas necessitam de uma orientação quanto às etapas na elaboração e implantação de uma Gestão Metrológica, em um laboratório de calibração interna na unidade. A Presys Instrumentos, através do Software de Gerenciamento de Calibração, Isoplan 5, pretende auxiliar neste sentido. Nas áreas de calibração e metrologia, com a redução de custos, cuidados com a segurança e a manutenção da qualidade, fica cada vez mais evidente a necessidade de propagar os Pilares Metrológicos. Esses conceitos serão necessários para o entendimento do documento de relato de resultados, ou seja, o certificado de calibração. A utilização desse conteúdo será importante, tanto para laboratórios internos (das próprias indústrias), quanto para análise crítica dos certificados provenientes de serviços de externo de calibração. Tudo isto, utilizando Indicadores de Performance no Isoplan (KPIs). O Isoplan se encaixa na Transformação Digital dos processos de calibração, pois, a utilização da tecnologia para realizar determinadas ações, que anteriormente eram executadas de forma manual, de maneira automatizada,

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trazem muitos ganhos de produtividade. Além disso, seu foco principal será descartar totalmente os serviços repetitivos e manuais, eliminando as anotações em papel.

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que, em teoria, seria sua função primária. Entretanto, a forma como nos comunicamos mudou muito, então, as funções dos aparelhos se foram ajustando, de acordo com a aceitação e as necessidades de seus consumidores. No caso de instrumentos, máquinas, ou qualquer outro dispositivo industrial, também identificamos essa transformação. Dependerá muito da sua função primária, se ainda faz sentido ser mantida como sempre foi, ou se existem necessidades que exijam mais diagnósticos, ou flexibilidade de configuração, os quais são acompanhados de um software. A indústria já lida muito bem com isso, pois, apesar de cada fornecedor de dispositivo ter a liberdade para desenvolver o seu próprio produto, existe uma preocupação na integração ou na interoperabilidade, o que direciona que se tenham padrões, para que estes dispositivos sejam desenvolvidos, com protocolos de comunicação abertos, normatizados, e que conversem entre si. As arquiteturas de hardware e de software industriais têm uma predominância de serem tratadas em camadas ou níveis, até chegarmos ao nível das famosas clouds/nuvens. Existe um legado de que os fornecedores são especializados e desenvolvem produtos por nível – não creio na sua descontinuidade. Por exemplo, uma empresa A pode ser especialista em desenvolver um tipo de sensor ou instrumento de medição, que representa o nível 0 do chão-de–fábrica; uma empresa B tem know-how para desenvolver sistemas de controle, que vão integrar todos estes sensores e instrumentos, e isso acaba sendo comum para vários tipos de segmentos. Entretanto, quando avaliamos a necessidade específica de um segmento, estes softwares e hardwares devem permitir uma customização ou personalização para aquele segmento, capaz de criar um valor adicional ao negócio do cliente. Isso envolve capacidade tecnológica e de conhecimento do processo, seja ele da indústria de Mineração, Química ou de Energia”. Renato Lima, Desenvolvedor de Negócios Digitais na Siemens Digital Industries, ressalta que ainda estamos caminhando para que todo e qualquer instrumento/equipamento tenha um software, mas ainda temos desafios nesse sentido; ainda encontramos máquinas e equipamentos, no parque fabril brasileiro, que não possuem tecnologia de software embarcada. Levantar dados relacionados ao nosso parque fabril não é tão simples, porém, estima-se que a idade média do universo de máquinas-ferramenta no Brasil seja de 17 anos, contra 5 a 8 anos dos países considerados potências industriais. Alguns entraves para essa modernização acelerar são as dificuldades de importação, instabilidade da nossa economia, e falta de políticas de estado para fomento do setor de transformação, entre outros. Ainda assim, as empresas sabem que precisam se modernizar, e

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têm investido para isso. “E lidar com softwares, no chão-de-fábrica, é um outro desafio; podemos dizer que, hoje, a maior adversidade para as empresas nesse sentido é a integração de softwares e sistemas. Muitas vezes, a empresa adquire uma máquina moderna, com tecnologia de software embarcada, mas essa máquina acaba, em termos de informações e dados, tornando-se uma ilha, e pouco colabora com o restante da operação. Ainda sobre softwares no chão-de-fábrica, temos as fornecedoras de produtos com softwares embarcados nos mesmos, e isso é um desafio adicional, pois, precisam incorporar o software correto na configuração correta dos produtos que estão fabricando, além de conseguirem realizar os testes de qualidade adequados”, conta o executivo da Siemens. “A nuvem é uma tecnologia que pode ser aplicada às camadas, porém, não se configura uma nova camada, olhando por essa convenção. Temos de lembrar que muitas tecnologias, entre elas a de software, vêm para aumentar a eficiência, a produtividade ou até transformar as empresas e, para isso, a tecnologia precisa estar profundamente interligada, e apoiando os processos e melhores práticas. Dito isso, os softwares são pensados, sim, por indústria, pois, dessa forma, conseguimos ter maior aderência e resultados das tecnologias aplicadas. Claro que existem funções nas empresas que são as mesmas encontradas nas demais empresas de outros segmentos, como por exemplo, construir um documento de texto, dependendo da aplicação fim desse texto, não precisamos de uma solução específica, podemos utilizar um software comum de mercado, o que reduz o custo de propriedade da solução”, diz Renato Lima. Carlos Paiola, presidente eleito da ISA-SP, e diretor da Aquarius, pondera que é cada vez mais difícil encaixar os sistemas industriais em camadas, como era feito na famosa “pirâmide da automação”, da década de 1980, que continha a estruturação hierárquica CIM – Computer Integrated Manufacturing, e dividia os níveis de instrumentação (nível 0), automação (nível 1), supervisão (nível 2), e sistemas de planejamento da produção (nível 3), e estratégico (nível 4). “As tecnologias evoluíram de tal forma, que seria praticamente impossível encaixá-las dentro desses antigos moldes. Veja, um medidor inteligente, de hoje em dia, é muito mais que um mero tradutor de grandezas físicoquímicas em sinal elétrico, como eram os antigos instrumentos de campo, que levavam seus sinas de 4 mA a 20 mA ou, até mesmo, de 3 psi a 15 psi (pneumáticos), para equipamentos capazes de tratar essas informações, como CLPs e SDCDs. Os atuais instrumentos são capazes de digitalizar sua informação, apresentá-la em interfaces locais,

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Cover Page e comunicar-se através de diferentes protocolos em redes de controle inteligentes. Os dados de campo podem ir hoje diretamente para um sistema de gestão da produção (MES/ MOM), sem precisar passar por um CLP, ou mesmo por um sistema de supervisão (SCADA). Pensando na antiga pirâmide da automação, como isso se encaixaria? E, quando aplicamos sensores compatíveis com as mais recentes tecnologias de IoT, levando dados das máquinas no chão-de-fábrica diretamente para um sistema concentrador na nuvem, alimentando o ERP de uma empresa, e possibilitando os cálculos de custeio em tempo real? Esse tipo de aplicação respeita a antiga pirâmide da automação, ou qualquer outro modelo de níveis? A resposta é não. Vejo que as soluções tecnológicas são cada vez mais generalistas e polivalentes, podendo ser aplicadas em diferentes tipos de desafios e indústrias. Acredito que softwares especialistas, para um determinado tipo de vertical, serão cada vez menos relevantes. Tecnologias baseadas em algoritmos de inteligência artificial (IA) têm possibilitado a extração de conhecimento a partir de dados brutos de processo, e possibilitado estudos e resultados avançados, diminuindo a dependência de conhecimento específicos, sobre um determinado processo industrial. Isso é uma tendência difícil de frear”. “Entendo que o uso de softwares na instrumentação facilita o dia-a-dia do time de operações, pois, torna possível o uso de informações para análises, e rápidas tomada de decisão. Um exemplo são os muitos instrumentos de campo e controladores, que têm embarcado OPC UA, e permitem o acesso seguro a dados, em plataformas na nuvem, e não somente através dos sistemas de automação. E, acredito que ainda se deve tratar em camadas – MES Supervisório ERP, etc. Tomando como referência o RAMI 4.0 para indústria 4.0, entendo que as camadas continuarão importantes, sendo o OPC UA o padrão para integração entre estas camadas. Para responder as questões específicas de cada segmento, softwares especialistas continuarão sendo necessários. Na minha opinião, muitos softwares industriais adotarão formas de atuar como marketplaces, incluindo estas aplicações especialistas”, Adriano Costa, da Inovex Software. Ricardo Turazzi, responsável pela área de software e desenvolvimento eletrônico da Smar, levanta uma questão sensível, ligada ao fato de que todo e qualquer instrumento utiliza um software. “Em geral, os softwares são desenvolvidos para todos os segmentos, e podem ser customizados, através de bibliotecas ou aplicações dedicadas para segmentos específicos. É um importante desafio existente em nosso mercado, que se refere à utilização de instrumentos digitais mais poderosos no campo, sem o aumento da complexidade dos procedimentos de manutenção. Tradicio-

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nalmente, os profissionais que executam a manutenção dos instrumentos de campo possuem um conjunto de conhecimentos, que os habilitam a realizar tarefas de manutenção de sensores e elementos finais de controle, etc., incluindo pequenos reparos, ajustes, substituições, trocas, calibrações, etc., de uma maneira muito eficiente. Entretanto, do ponto de vista de comunicação, além dos simples sinais analógicos, como o 4 a 20 mA, este pessoal está acostumado a utilizar formas mais simples de comunicação digital, como o HART que, em conjunto com configuradores móveis (ou handhelds), eram suficientes para a realização das manutenções, como a configuração e calibração dos instrumentos. Ou seja, tradicionalmente, a manipulação de softwares, desde o sistema de automação e controle, não fazia parte da rotina dos instrumentistas. Entretanto, isto mudou um pouco com o surgimento de tecnologias digitais mais avançadas, como a Profibus e a Foundation Fieldbus. Esta última, por exemplo, permite o controle distribuído no campo, onde os instrumentos são capazes de executar grande parte das funções de controle. E um exemplo típico da mudança para os técnicos de campo está na simples substituição de um instrumento fieldbus por outro. Este procedimento requer algumas interações com o sistema de controle, incluindo o comissionamento do novo instrumento, e o carregamento de sua configuração. Tais tarefas, apesar de muito simples para os profissionais de automação e controle, tipicamente não fazem parte do conjunto de habilidades e competências dos instrumentistas e, por isso, causaram transtornos para muitos usuários durante a adoção das novas tecnologias. E a tecnologia digital continua evoluindo. Temos agora a chegada do APL – Advanced Physical Layer – que está tornando os instrumentos ainda mais poderosos”. “Apesar da evolução tecnológica e da atualização das normas relacionadas, como a ISA-95, a ISA-106, etc., acredito que a abordagem em camadas ainda é válida. A ISA-95 foca nas interfaces entre a empresa e os sistemas de controle, que certamente continuam necessárias, e a utilização das hierarquias sugeridas por esta norma traz muitos ganhos. O ponto chave é que estas normas foram criadas pensando no mundo Físico, mas agora temos a o Virtual, e isto abre um novo e grande leque de possibilidades. E a nuvem representa uma parte importante do mundo Virtual, ou seja, um MES, um ERP e inúmeros outros sistemas e aplicações podem rodar na nuvem, ao invés de em máquinas físicas alocadas em uma empresa. Ou seja, a nuvem, a princípio, não é uma nova camada, e sim um novo ambiente para as camadas, sistemas e aplicações existentes”, conta Turazzi. Para João Kudo, “de forma simplificada, a nuvem nada mais é que um modelo de negócio para fornecimento de recursos de hardware e software de computadores, podendo ser aliada a serviços, tornando a aquisição ou escalona-

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mento de capacidade de sistemas muito mais fácil para o cliente. Uma das vantagens é que a forma de cobrança é encarada como um Opex, sem a necessidade de Capex para aquisição de equipamentos, servidores e sistemas. Na área industrial, ainda é muito comum, principalmente para sistemas mais próximos ao chão-de-fábrica, os sistemas em camadas e on premise, como sistemas de controle e supervisão. Entretanto, há um movimento para a hospedagem de sistemas de gestão industrial para a nuvem, principalmente sistemas que tradicionalmente são de governança da TI. Além disso, com o advento de IIoT – Industrial Internet of Things – e IoT Edges, é cada vez mais comum, fornecedores oferecendo soluções que enviam dados, diretamente do chão-de–fábrica, para a nuvem do fabricante, sem que os dados de campo necessariamente passem por todas as camadas da planta (Ex: sistema de controle, supervisório, historiador de processo). A partir da nuvem do fabricante, diversas análises podem ser feitas nos dados e, geralmente, é fornecida uma plataforma para o cliente ter acesso a todas as informações e diagnóstico dos dados. Este tipo de solução é utilizado quando se necessita de um diagnóstico de equipamentos específicos da planta, mas não há a necessidade de interação com os sistemas de controle locais, facilitando a coleta e integração dos dados de campo. Um exemplo são os fornecedores de sensores de vibração”. “Ressalte-se que a nuvem não altera a essência da tarefa a ser gerenciada, mas permite abordagens bastante diferentes, com relação aos modelos tradicionais e, por isso, permite novos modelos de negócios”, completa Marcelo Salvador. “No Mundo da nuvem, você precisa ter o que chamamos de gateway de acesso, e ele não necessariamente precisa ser um PC ou um laptop; você pode acessar máquinas que ficam na nuvem, através de dispositivos móveis, como um celular e um tablet. A grande questão é que, em acessos de dispositivos móveis, pode-se ferir outro princípio novo na TI: a UX, ou experiência do usuário, responsável por capturar como o usuário se sente, ao usar algo, qual o `sentimento´ dele, como não ter teclado, mouse, tamanho de tela... o que faz com que, mesmo sendo uma forma interessante de se acessar o PC na nuvem, a experiência não seja tão boa... Em resumo, PC dentro do PC ainda é o melhor? Para alguns especialistas sim”, afirma Marco Aurélio Monteiro, da AVANADE – um parceiro Microsoft, Em cada tipo de indústria ou processo, independente do sistema de automação, é comum que existam softwares avançados e dedicados, que buscam facilitar a operação, além de catalisar resultados e performance. Com a Indústria 4.0 e sua transformação digital, o advento de ferramentas específicas ajuda na busca da competitividade, aumento da produtividade e qualidade, redução de custos, eficiência no uso de maté-

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ria-prima e energia, otimização nos processos e recursos, e segurança. “Existem ainda muitos sistemas que se encontram atrelados a outros programas e bases de dados, onde a alteração, upgrade ou troca pode representar uma tarefa complicada, do ponto de vista técnico e de custos. Porém, à medida que algumas camadas são virtualizadas, estes problemas se tornam menos impactantes para o processo”, lembra o executivo da Yokogawa.

Interchange ISA – /benefits-migrating-older-dcs-new-industrial-automation-system

Seja por obsolescência, por dificuldades de operacionalização, novas diretrizes e cenários, pode-se sempre mudar de fornecedor de tecnologia. Mesmo de Sistemas. Mesmo de softwares. Jorge Sukarie pontua que a migração de sistemas acontece em todos os lugares, e pode ocorrer por uma infinidade de fatores, como, por exemplo, “a troca por um sistema mais moderno, um sistema mais eficiente, para padronização entre unidade de negócios, etc. O grau de dificuldade e o custo para a migração de sistemas vão depender da complexidade e do impacto da troca dos mesmos. Existem sistemas que são relativamente simples, e podem ser facilmente trocados, e outros mais complexos, que demandarão mais tempo, e um custo mais elevado. A troca de sistemas não obrigatoriamente altera todos os softwares em uso na empresa, mas somente aqueles com os quais o sistema esteja relacionado. E, tradicionalmente, quem decidia quais softwares uma empresa iria utilizar era a área de tecnologia. Porém, mais recentemente, a área de negócios tem tido muita influência na escolha dos softwares a serem adotados por uma empresa, visto que eles terão impacto decisivo no controle do negócio da companhia”. O chão-de-fábrica sempre se adequa ao sistema que lhe oferece possibilidade que atenda melhor a cada negócio. Vale ressaltar que não há um sistema de controle melhor ou pior, e sim aquele que mais atende a necessidade durante o cumprimento do escopo de cada projeto. Lembrando que o atendimento e suporte pós-venda faz toda diferença, ainda no século XXI. “Busca-se uma atualização de sistemas de controle por vários motivos, dentre eles, a atualização de versão do Windows para aumentar nossa Cybersegurança – os siste-

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Cover Page mas modernos precisam trazer embutidas preocupações, que não eram requeridas no passado, e os Engenheiros de Automação precisarão redobrar o grau de exigência, face ao aumento dos riscos cibernéticos”, comenta Ronaldo Ribeiro. Yokogawa

“As migrações de sistema de automação, não só exigem uma grande quantidade de energia, mas também vêm com uma infinidade de riscos e armadilhas potenciais. Não conhecer, em detalhes, o seu sistema atual, ou não tê-lo documentado, pode ser um primeiro sinal de que a mudança terá muitos problemas, ou impactará em performance. Sem conhecer o seu sistema atual e sua real necessidade, você simplesmente replicará seus problemas antigos, em um novo sistema. A falta de padronização, geralmente, resulta em uma série de erros durante a migração do sistema. No pior dos casos, você pode ter de abandonar o projeto de migração por completo. Antes de dar o salto para um novo sistema, você não deve apenas conhecer o seu sistema de automação atual, mas também se aprofundar nos detalhes do novo sistema, para ver, antes da implantação, se ele atenderá as necessidades, quais são os requisitos funcionais, operacionais e técnicos, e se este novo sistema pode atender a tudo isso”, destaca Cassiolato, lembrando que uma análise de ajuste de lacuna faz exatamente isso. Mas, se o conhecimento sobre o sistema atual ou a documentação dele já for parcial, subjetiva e incompleta, a análise de lacuna de ajuste também será, e aí, só depois de começada a implantação, os problemas serão descobertos e, com isso, todas as dificuldades e custos adicionais e/ou maiores consequências surgirão. Então, a parte mais importante de um projeto de migração são os documentos de definição de processo e especificações funcionais definidos no início do projeto.

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Além disso, é de fundamental importância que a equipe técnica, envolvida nos diversos usos do novo sistema de automação, esteja capacitada neste novo sistema e novas tecnologias envolvidas. Cerca de 70% das implantações com sistemas de automação que falha é por falta de conhecimento das equipes, e esta falta de conhecimento cria uma barreira enorme: é fundamental o treinamento para preparar os colaboradores, e antecipar situações e dificuldades com a migração. Com muita frequência, as iniciativas de migração de sistema são uma caixa preta para os usuários finais, no que diz respeito ao valor real que eles criam. É por isso que acompanhar o progresso em direção aos resultados de negócios é fundamental. A prática recomenda que, para se ter migração de um sistema de controle, é importante saber quando descartar o antigo, em favor do novo. Se o sistema atual não garante confiabilidade, e você já está tendo problema com obsolescência e fornecedores, a coisa pode piorar. Se o seu sistema de automação utiliza soluções proprietárias fora do padrão, estão sujeitos à obsolescência, tornando o serviço muito caro, e as peças de reposição difíceis ou impossíveis de se obter, então... já passou da hora da migração. A obsolescência não ocorre em uma data específica, mas é um processo gradual. Depois da tomada a decisão por fazer a migração, a primeira tarefa é decidir sobre um parceiro. As opções variam, de um fornecedor a um integrador de sistema, e uma empresa de engenharia; em cada caso, a qualidade do serviço, a confiança, deve ser o fator decisivo – porque as ofertas em relação às tecnologias são todas muito sólidas, e têm um desempenho razoavelmente bom, mas é necessária atenção em relação ao pós-venda, pois, o que se vê na prática é que o suporte tem sido marginal, nos melhores casos. Em geral, com as soluções abertas/ padronizadas, as soluções de hardware/software dos fornecedores são comparáveis e aí, ponto fundamental, é avaliar os fornecedores pelos seus serviços. Ter um integrador local, que entenda no detalhe o seu projeto, pode ser a chave facilitadora. “Como acontece com qualquer projeto grande e complexo, o planejamento é a chave para o sucesso. Tudo leva mais tempo do que o esperado, quando o planejamento detalhado não é concluído antes do início do projeto. O dever de casa é necessário: planeje a migração, identifique o caminho crítico, envolva aqueles que serão afetados pela mudança do sistema, identifique todos os recursos necessários, assim como integradores de sistema que estarão trabalhando em conjunto com a equipe do fornecedor, se necessário. É muito comum fazer a migração por etapas, e começando com as áreas de baixa criticidade, com um plano de contingência, de forma que, se algo der errado, se possam atenuar os impactos”, conta Cassiolato. As migrações de sistema de automação não são o tipo de projeto que empolga as empresas, já que não é

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uma tarefa simples, têm risco alto, e os custos podem mudar a cada dia. “Por questões de praticidade, as empresas muitas vezes decidem, ao migrar sistemas, que é melhor converter seus softwares e programações para os novos aplicativos, sem verificá-los. No entanto, a migração para novos aplicativos oferece a chance de se livrar dos supérfluos. Essa migração com exclusão do supérfluo economiza custos desnecessários, e permite que você inicie seus novos aplicativos apenas com o conteúdo relevante. De forma imediata, parece ser uma boa ideia e, com certeza, em alguns casos, haverá sucesso, mas você pode estar ‘carregando’ alguns problemas para a plataforma do novo sistema, erros, falta de recursos que a plataforma antiga tinha, etc. Mas, partindo para o novo, certamente, haverá melhoria como um todo”, diz Cassiolato. Vale lembrar que, à medida que a tecnologia digital na automação se acelera, o controle baseado em PC é uma opção para diversas aplicações, e para a implementação bem-sucedida de iniciativas de IIoT e Industrie 4.0. E, ainda, um grande benefício vem, na forma de superior escalabilidade em hardware e software, oferecendo um caminho de migração claro e eficiente, conforme os projetos e necessidades de uma planta mudam com o tempo. Hardware baseado em PC se tornou muito atrativo para as empresas que buscam um ambiente de desenvolvimento e plataforma de controle robusto, flexível e fácil de usar. Os fabricantes oferecem softwares de controle que combinam o hardware, baseado em PC, com diferentes níveis de desempenho, para atender às necessidades individuais de cada aplicação. Além disso, o ambiente de engenharia de automação é integrado às ferramentas da Microsoft, tornando o software muito familiar para a grande maioria dos programadores. Yokogawa

“Vale ressaltar que, neste ambiente, a implantação dos conceitos Industrial Internet of Things e Industrie 4.0 é o próximo passo lógico para estabelecer empresas mais conectadas, e é uma consideração necessária para atualizações e desenvolvimentos futuros. Com um PLC ou outro hardware fechado, adicionar comunicação IoT se torna uma proposta mais difícil e, normalmente, requer a adição de hardware e software de terceiros, para fazer tudo fun-

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cionar. Os sistemas de controle baseados em PCs flexíveis e escaláveis representam uma opção econômica e robusta”, afirma Cassiolato. O executivo da Inovex comenta que, “embora existam diferentes histórias e filosofias, os recursos disponíveis em PLCs, PACs e DCSs os têm tornado, muitas vezes, similares, ao ponto de atender requisitos em que, antes, não se imaginava um invadir o espaço do outro. Penso que, hoje, a escolha de muitos clientes se tem baseado nos recursos disponíveis de integração e escalabilidade, dentro da jornada da indústria 4.0, como, por exemplo, a disponibilidade de OPC UA. E lembre-se que nenhuma migração em sistemas de automação é fácil e barata, mas o uso de padrões, normas e comunicação aberta tem reduzido os desafios nestes projetos. Atualizações amplas podem conter novas funcionalidades ou mudanças significativas na plataforma, que necessitarão de mudanças em outros softwares conectados; em atualizações simples, apenas pequenos ajustes podem ser necessários. A escolha das opções, em geral, é feita em time, mas a maior influência é a do líder do projeto, principalmente se for alguém que será um dos usuários do sistema. Migração de sistemas na área de automação não é muito comum, visto que, uma vez que uma máquina está rodando como deveria, só se fala em substituição quando a tecnologia está obsoleta, ou não tem mais suporte por parte do fabricante. Caso a máquina seja um componente individual e não converse com outro, na mesma fábrica, não ocorrem mais problemas; entretanto, quando se fala em sistemas integrados, pode exigir um pouco mais de esforço, fazer com que o novo sistema converse com outros componentes. É claro que, se existe possibilidade de ganho de produtividade, redução de tempo de parada, entre outros, deve-se considerar a possibilidade de realizar uma migração. Alguns fatos que fazem com que o PC seja uma excelente alternativa são o maior poder de processamento/armazenamento, melhor conectividade, possibilidade de rodar no mesmo hardware outros softwares, além do software puramente de automação. E, lembrando que a programação do PC para a finalidade de automação é feita utilizando as mesmas linguagens que os PLCs de mercado, dessa forma, programadores habituados a fazer software para PLCs não têm dificuldade. O ideal é utilizar o software que oferece as melhores vantagens tecnológicas, embora outros fatores, como preço e familiaridade da equipe, também sejam importantes. O software ideal deve ser decidido por aqueles que vão trabalhar com ele, no dia-a-dia”, argumenta o especialista da Beckhoff . “Migrar sistemas pode ser fácil ou pode ser uma tarefa bem árdua, ou até mesmo inviável, tudo isso depende de como o sistema foi implantado. Para trazer resultados, é preciso integrar sistemas, processos e dados, só que, muitas vezes, as empresas selecionam mal a tecnologia, ou simplesmente implantam um sistema moderno sobre processos e dados obsoletos, e, nesse sentido, a empresa que está implantando o sistema precisa desenvolver muita

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Cover Page customização, para que o mesmo funcione. Isso, ao mesmo tempo, eleva o custo total de propriedade, além de dificultar bastante uma futura migração. E não é raro encontrarmos empresas que não conseguem migrar um sistema, e precisaram implantar outro novo. Então, a dica que podemos dar é que sempre que for adotar um novo sistema, esteja aberto a mudar os processos, somente customize no novo sistema os processos/subprocessos que são o diferencial competitivo da sua empresa, e isso, geralmente, é uma parcela pequena; para todos os outros processos existe a opção de utilizar uma melhor prática (de dados e processos), que já vem embarcada na solução, o que, além de baratear bastante o custo de implantação e propriedade ao longo do tempo, fará a empresa evoluir também em processos”, afirma Renato, que ressalta ainda que, muitas vezes, “o processo industrial requer alta confiabilidade e rápido tempo de resposta, precisa de um sistema dedicado, e até com redundância, o que geralmente é feito com tecnologias de automação, e não com PCs comuns. Um ponto importante a destacar é que os protocolos de comunicação Ethernet têm crescido e se comunizado, o que diminui bastante o custo, além da facilidade de integração das diferentes camadas de redes industriais”. Migração de DCS PLC para Delta V Emerson

do, é capaz de receber as informações de diversas fontes, e concluir sobre a melhor alternativa para o seu caso particular. Como isto é difícil, hoje em dia, devemos ressaltar o trabalho do integrador de sistemas, que possui esse conhecimento de mercado, e pode ajudar o cliente a escolher a melhor opção”, pondera Marcelo Salvador, ressaltando que “existem diferentes filosofias e abordagens para um mesmo problema, sendo que cada fabricante vai defender aquela que mais lhe favoreça, como, por exemplo, a velha questão entre SCADA/PLC x DCS x Híbridos. Fora as questões filosóficas, sabemos que sistemas envelhecem, com problemas de ciclo de vida de software e hardware. Além disso, os usuários precisam estar atentos para o momento em que é inevitável fazer uma migração. Acredito que, para permitir que a troca ou atualização de um sistema seja menos dolorosa no futuro, seria importante planejar e utilizar, sempre que possível, padrões de mercado para cada componente, em especial na questão de troca de dados”. A atualização de um sistema de controle pode impactar em todo o seu entorno, mas, quando se tem uma arquitetura modular baseada em padrões e normas, essas fronteiras ficam muito mais claras de serem definidas, permitindo a atualização com o menor impacto possível em outros sistemas. Yokogawa

O mais comum é a área que precisa do software fazer a seleção dos sistemas, em termos de tecnologia, com a área de TI servindo como apoio de infraestrutura, e a diretoria decidindo junto com os outros interessados a priorização dos investimentos, a partir de business cases. “Na nossa visão, isso deveria ser diferente; a decisão dos sistemas, em termos de tecnologia e modelos de dados, deveria ser tomada por mais áreas, para não dizer por toda a empresa, porque, quando a decisão sobre adquirir um software ou sistema se dá no âmbito de uma área somente, a empresa perde a chance de integrar melhor as diferentes áreas, e evoluir como um todo. Sempre ao adquirir um novo software ou sistema, devemos pensar na produtividade/evolução local ou departamental, porém, ao mesmo tempo, na produtividade/evolução global da empresa, pois, de nada adianta evoluir uma parte, se o todo não evoluir – mesmo que o investimento seja em somente uma parte, o que muda é a forma de abordagem do problema. Sem dizer que, muitas vezes, a adoção isolada de tecnologia pode até piorar o funcionamento da empresa”, pontua Renato. “Quem decide é uma pergunta bem abrangente, porém, quando a empresa possui um corpo técnico capacita-

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“Quem já teve uma experiência de atualizar o seu smartphone ou algum App instalado e, de repente, as coisas param de funcionar? Para resolver, muitas vezes, entramos em fóruns na internet, ou perguntamos para quem tem mais facilidade com tecnologia. Isso é se beneficiar do especialista, aquele que já experimentou, por muitas vezes, aquela ação de migrar ou atualizar o sistema, e saber o procedimento e conhecer problemas que podem ocorrer, e como resolvêlos. Os fornecedores de equipamentos, sistemas ou qualquer dispositivo industrial têm uma visão de integração e de interoperabilidade muito importante para permitir a sua atualização e migração. Sua complexidade e custo dependerão de muitos fatores. Mas, uma pergunta acaba ajudando nesse entendimento: há quanto tempo eu fiz minha última atualização ou migração de sistema? Se a resposta é: Muitos anos! significa que a possibilidade de a atualização ser mais complexa e cara é grande. Se migrarmos as informações e as funcionalidades de um aparelho de celular fabricado no fim dos anos 1990 para um Smartphone, é provável que não aproveitemos nem a agenda de contatos. Então, se você já

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não atualiza seu sistema há muito tempo, procure apoio de especialistas, para diagnosticar e direcionar o seu plano de atualização ou migração, e isso inclui, mandatoriamente, os próprios usuários daquele sistema. Crie uma base de conhecimento, para que a atualização do seu sistema seja algo esperado por todos, com a certeza de que trará evolução e melhorias. E vale lembrar que, atualmente, a maioria dos controles é baseada em arquitetura de computadores. O que vai variar é a capacidade de processamento, memória e o ambiente em que está inserido, e que vai acabar definindo os requisitos de componentes de hardware e de software naquele controle. Por exemplo, se é preciso automatizar uma Caldeira, onde os controles dos queimadores exigem alta integridade de hardware e software, com normas definindo os requisitos de segurança, não aplicaremos um PC. Como os dispositivos estão cada vez mais conectados e inteligentes, com a IIoT, que é um dos pilares da Indústria 4.0, vale a reflexão acerca da real necessidade do controle baseado em PC, uma vez que o próprio dispositivo poderá se autocontrolar. Na minha opinião, você precisará ter um bom sistema de integração, capaz de fazer o controle, mas também simplesmente se comunicar com o dispositivo que tem o seu controle embarcado. E quem decide é o usuário, sempre! A chave para essa decisão é o quanto seu software é capaz de ser personalizado para o seu cliente, o quanto ele traz de valor ao negócio, e se adapta às necessidades de quem o usa. Após alguns anos na indústria, compreendo que o cliente quer algo novo, que traga inovação, mas que, de certa forma, seja familiar, ao mesmo tempo. Hoje, precisamos responder rapidamente a essas necessidades, por tipo de usuário final, para sermos os escolhidos, tanto pela pessoa que vai operar o sistema, pela pessoa que vai administrá-lo, e por quem pagará a conta. Eu posso desenvolver um sistema ou software híbrido, que se encaixe em todas as camadas muito bem, do ponto de vista de desenvolvedor, porém, as suas funções e requisitos deverão responder às necessidades de cada usuário e, novamente, a decisão de qual software usar será sempre do usuário,” afirma Jurandir Ventura. ABB

“Para contextualizar um pouco alguns conceitos abordados, volto cerca de 14 anos, quando ingressei na ABB, e passei a trabalhar em projetos de automação de proces-

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sos, com o sistema 800xA. Naquela ocasião, era um sistema já consolidado, por ser uma evolução de vários outros sistemas legados da companhia, e tinha como núcleo da sua arquitetura o termo Industrial IT. Isso deixava claro pra mim a trilha que teríamos no mundo de automação da indústria, com um planejamento voltado a integrações e unificação de camadas de controle e gestão. De lá pra cá, participei de muitas migrações e upgrades de sistemas em clientes, onde o objetivo não era simplesmente atualizar a plataforma, mas unificar o que fosse possível. Desde então, passamos a ter a integração de Automação de Subestações ou Utilities, Controle Avançado (APC), Sistemas de CFTV com possibilidade de aplicar técnicas de visão computacional, usando Python, ou qualquer outra linguagem, Sistemas de Segurança SIL, Combate à Incêndio, Gestão de Ativos e Manutenção Preditiva, Gestão de Alarmes, Gestão da Produção, Processos em Batch, Cyber Segurança, além da infinidade de protocolos industriais para integrar PLCs ou qualquer outro dispositivo de terceiros, e a sua conectividade com sistemas ERPs e de BI. Tudo isso na mesma plataforma, o 800xA. Isso ainda permite ao cliente ter a liberdade de me perguntar: - Mas eu já tenho um sistema rodando aqui na área, e só preciso dos dados do sistema da ABB, como faço? Eu respondo: - Você prefere comunicar da forma tradicional, via OPC (DA/AE ou UA), ou consumir uma API disponível no sistema? Isso confirma a abstração do sistema operacional que comentei anteriormente, tão necessária para desmistificar a trilha da indústria na sua transformação digital, além de interagir com o ecossistema ABB Ability, e qualquer outro ambiente Enterprise de nuvem.”, comenta Jurandir Ventura. “Os decisores são muito diferentes, para cada tipo de software e de indústria. Há, por exemplo, empresas onde a decisão sobre qual software utilizar passa sempre pelas mãos de TI; há outras, no entanto, em que TI só é acionada para tratar da infraestrutura de computadores e redes. Outras, ainda sequer têm um departamento de TI, e acabam terceirizando esse tipo de demanda. O que se pode dizer é que os profissionais de automação, manutenção e operação continuam sendo muito importantes no processo de decisão, sobre o uso dos sistemas de controle e softwares de automação em geral, mas é notável a participação cada vez maior das equipes de TI nos processos de decisão. Vejo empresas que optam muitas vezes por fundir esses dois mundos em algum nível, incorporando colaboradores de uma área na outra ou, até mesmo, unindo um departamento ao outro, em definitivo”, conta João Felipe Kudo, que ressalta que é cada vez mais frequente, encontrar profissionais em cargos de gestão participando dos processos de avaliação e escolha de determinadas tecnologias, e não é incomum encontrar o CIO da empresa presente numa reunião sobre qual sistema utilizar na gestão da produção, por exemplo. “Ainda vejo acontecer, com alguma frequência, a tradicional discussão sobre uso de SDCD versus CLP+SCADA

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versus Sistema Híbrido, por exemplo. A quantidade e tipo de oferta ainda é muito grande, mas é fato que as funcionalidades de software têm sido cada vez mais importantes para a tomada de decisão entre as diversas opções de mercado. Antigamente, os sistemas de controle eram verdadeiras “ilhas de automação”. Era muito difícil encontrar aplicações que se comunicassem com outros sistemas da empresa. Nos últimos anos, ainda mais com o advento da Indústria 4.0, integração é a palavra de ordem. É muito comum, hoje em dia, que os sistemas de controle enviem e recebam informações de outros sistemas industriais, como PIMS, MES, GIS, LIMS e ERP. Dessa forma, uma eventual atualização do sistema de controle tem de ser tratada com muito cuidado, pois, pode impactar toda uma estrutura de comunicação entre diferentes sistemas”, afirma o executivo da Radix. Ricardo Turazzi pondera que os fornecedores de sistemas de controle, em geral, procuram aumentar suas fatias de mercado, e uma das formas de alcançar este objetivo é exatamente através da substituição de sistemas de outros fornecedores. “As migrações também acontecem aqui no Brasil, tanto em termos de atualizações para versões mais recentes de um mesmo sistema, quanto em termos da substituição por um sistema diferente, muitas vezes de outro fornecedor. Algumas empresas usuárias finais têm a política de atualizarem seus sistemas com certa frequência. E a maioria dos fornecedores dos sistemas também incentivam seus clientes a manterem seus sistemas atualizados – além da renda extra com as atualizações de software e hardware, esta também é uma estratégia para afastar os concorrentes. E sim, depois que um sistema é implantando, a troca por outro é bastante trabalhosa e custosa, principalmente porque pouco se aproveita do sistema original, ou seja, os painéis têm de ser substituídos (algumas vezes é possível reaproveitar os gabinetes originais, substituindo-se as placas de montagem e os módulos de hardware), pelo menos parte dos softwares precisará

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ser substituída e a configuração precisará ser refeita. Ou seja, todo um novo investimento é necessário para o projeto de substituição. Assim, a manutenção/atualização do sistema original quase sempre é mais barata que a substituição, pois, muito mais itens, inclusive a configuração/aplicação, continuam sendo utilizados. Muitos fatores podem influenciar nas decisões de troca, como a própria satisfação do cliente com o desempenho do sistema atual e/ou com a qualidade do suporte prestado pelo fabricante. Outro fator pode estar relacionado à necessidade do usuário final em utilizar alguma funcionalidade, que só esteja disponível em outro sistema. E, dependendo das características do sistema, das razões ou motivos que levaram à atualização e da própria política de atualização adotada pelos usuários, alguns sistemas demandam que todos os softwares sejam atualizados. É o caso de alguns DCSs de mercado, que demandam até mesmo que firmwares de módulos de controle, etc., sejam atualizados. Entretanto, muitos sistemas permitem que somente parte seja substituído. Um exemplo seria um caso em que um dos componentes de software, como o software SCADA/IHM é atualizado, deixando todos os outros softwares, como o de configuração dos controladores e os drivers de comunicação, na versão existente. Um dos motivos que muitas vezes acaba forçando os usuários a atualizarem seus sistemas é o final do suporte da Microsoft para alguma versão do sistema operacional Windows. Nestes casos, os usuários em geral fazem, em conjunto com os fornecedores, uma análise de compatibilidade de seus softwares com a nova versão do Windows, e determinam quais necessitam ser atualizados, e quais podem ser mantidos como estão.” Cada caso é um caso. Mas, parece que os usuários estão cada vez mais conscientes das necessidades de atualização, tanto por questões de desempenho, quanto de segurança: aquela visão de que um sistema de controle deve ser instalado, e depois nunca mais tocado durante toda a sua vida útil, está ultrapassada. Clodoaldo, da Yokogawa, pede atenção ao fato de que “existem muitos sistemas atrelados a outros programas e bases de dados, onde a alteração, upgrade ou troca pode representar uma tarefa complicada, do ponto de vista técnico e de custos. Porém, à medida que algumas camadas são virtualizadas, estes problemas se tornam menos impactantes para o processo. “Os controles baseados em PC, PC e Nuvem, ou puramente nuvem, permitem, com grande segurança, realizar o controle de diversas plantas, muitas delas com exigência de altos níveis de se-

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gurança e redundância. E a escolha de software e sistema pede análise que leve em conta diversos fatores, como aplicabilidade, preço, suporte. Os gestores, em conjunto com a engenharia responsável, precisam balancear o que será mais benéfico para companhia. Em geral, os softwares e sistemas operacionais empregados seguem o que é mais comum e padrão no mercado”. Hoje, muitos instrumentos usam mais do que um software, usam inteligência. E são potenciais 20 bilhões de coisas que vão entrar no nosso universo decisório, em pouco tempo. No chão-de-fábrica, a nossa preocupação de Rinaldo Baldini, da Eplan, está na mão-deobra especializada e capacitada. “Estamos distantes de assumir o controle deste futuro próximo. Estamos formando pouca mão-deobra capaz de lidar com a técnica e a ciência dos dados. Conhecimentos de machine learning e redes neurais, junto à programação de controladores e robôs industriais, são inerentes ao bom profissional de Engenharia de chão-de-fábrica, percorrendo toda a cadeia vertical. Quase não percebemos, mas já estamos rodeados de softwares dotados de inteligência de diferentes tipos. O impacto é brutal. Profissionais capazes de substituir sistemas legados, projetar, implantar, manter e atualizar sistemas adaptativos estão na mira das principais indústrias do mundo. A consolidação dos sistemas oferece vários benefícios de redução de custos e complexidade. Mas, quando se trata de sistemas de missão crítica ou propostas de aquisição de dados para diferentes tarefas e objetivos, é preciso ter claro se os benefícios superam os riscos, e quais são os passos a serem dados. E saber realizar um bom levantamento do processo atual e análise de viabilidade. Porque a simples substituição de sistemas não garante maior eficiência e produtividade; devemos garantir que o novo sistema se adapte ao processo de forma estável, otimizada e segura, e economicamente viável”, afirma Baldini. Faz sentido, já que todo o processo está nas mãos de técnicos, que devem estar bem-preparados, precisam saber identificar os tipos de dados e sua sensibilidade quanto à segurança e desempenho; compreender que tipos de dados estão sendo movidos, seu formato atual e futuro, bem como seu grau de sensibilidade em relação à segurança. Clodoaldo reforça e pontua que “a fim de se tornarem mais competitivas, as empresas estão terceirando o hardware para sistemas em nuvem, à medida que os preços para alocação de espaços nas mesmas caem – é muito mais rentável terceirizar o hardware, e até mesmo, em alguns casos, softwares, do que custear todas as questões relacionadas à manutenção, atualização, configuração e energia que estes itens demandam”. “Software é o ponto central da Indústria 4.0. Todas as principais iniciativas envolvem a integração entre sistemas e o uso de dados para a obtenção de algum resultado

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importante: maior eficiência, redução de custos, aumento da segurança, diminuição de estoques, ou do tempo de entrega, etc. Os sistemas de controle e supervisão estão em constante evolução, e fazem parte de boa parte das iniciativas industriais, tendo de lidar com tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como Inteligência Artificial, Cloud Computing, IoT, Gêmeo Digital, Realidade Aumentada, etc. Dessa forma, é cada vez mais importante e necessário que os profissionais da indústria sejam multidisciplinares, e que busquem capacitação para as novas tecnologias. Os fornecedores de serviço e sistemas também devem possuir essa característica. É por isso que empresas, como a Aquarius Software, que reúnem competências de TI e TA, são cada vez mais importantes para a indústria”, afirma Carlos Paiola. “Vemos um crescente aumento de demandas de software aplicadas à indústria, nos últimos anos. Acredito que a indústria está vendo que o uso das informações e dados operacionais pode elevar a sua eficiência a um novo patamar, o famoso movimento da indústria 4.0. O hardware nesse contexto é essencial, para conseguir manipular e lidar com performance o grande volume de dados, cada vez mais crescente, nesses tipos de soluções”, comenta João Felipe Kudo, da Radix. “O hardware sempre terá seu papel, afinal, quando se fala em uma aplicação industrial da qual depende o faturamento da empresa, este precisa de uma grande confiabilidade e disponibilidade. No que tange ao software que não tem papel decisivo no chão-de-fábrica, há uma tendência de migração deste para a nuvem, fazendo com que as empresas passem a focar em construir diferenciais competitivos via software, o que é um caminho muito natural. Se formos analisar os custos de produção de uma nova máquina, veremos que há uma tendência clara de aumento da representatividade do quesito software, nos anos 1970 e 1980, os softwares representavam muito pouco do investimento comparado com a mecânica/elétrica; agora, nos anos 2020, os custos com software representam, em alguns casos, 50% dos custos da máquina, seja em licença ou mão-de-obra especializada em programação”, pontua Rodrigo . Ricardo Turazzi pontua que o mercado de controle e instrumentação está num momento tecnológico muito interessante; a Transformação Digital está puxando muitas melhorias nos sistemas de controle, e estão surgindo iniciativas de melhorias da estrutura dos sistemas, através das padronização – os padrões emergentes de automação de processos O-PAS (Open Process Automation Standard) e NOA (Namur Open Architecture) são exemplos claros. E um ponto interessante é que estes padrões estão adotando uma série de outros padrões, muitos deles em comum, indicando uma possível convergência. Por adotar vários padrões como parte de seu padrão, o O-PAS, por exemplo, é conhecido como o padrão dos padrões. Entre as tecnologias adotadas, podemos citar OPC UA, Ethernet

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Cover Page APL, PA DIM (FieldComm Group), IEC 62442 (Seguranas empresas ainda estão engatinhando no âmbito dos ativos ça), AutomationML, tecnologias de gerenciamento de sisdigitais, e adotar uma estratégia para melhor geração e uso temas (system orchestration), entre outras. Parte das tecdesses ativos pode ser uma preciosa vantagem competitiva nologias vem do mundo de TO, e parte do mundo de TI. para elas”, acentua Renato. Ou seja, os sistemas de controle e, consequentemente, “Hardware é caro para manter, caro para comprar seus softwares estão evoluindo, terão mais flexibilidade, e (mesmo que não seja capex, e sim opex), e nuvem não é oferecerão muitas novas possibilidades para os usuários. uma realidade para todos, é mais próxima para algumas em“Com o O-PAS, o software é desacoplado do hardwapresas com determinadas características; cloud computing re, ou seja, um usuário poderá utilizar um hardware de um ainda está um pouco longe, e é fato que, a cada dia, mais fabricante rodando o software de outro. E poderá mudar esta workloads estão indo para a Nuvem, que é muito mais dealocação quando quiser, podendo, portanto, utilizar os commocrática – e é aí que o hardware patina... o hardware não ponentes mais adequados a suas necessidades, sem ficar preso é democrático, o hardware não cabe em todos os bolsos, a um fornecedor. Poderá inclusive utilizar o software de conempresas grandes têm até hardwares desenhados para as figuração/edição de um fornecedor, controladores de outro, e suas necessidades, mas as menores não têm esse privilégio, biblioteca de blocos funcionais de um terceiro, entre outras e é aí que começa o processo do “engolir”, uma empresa combinações. E as tecnologias de gerenciamento de sistemas média, ou pequena, pode comprar um Software na nuvem, (ou orquestração) serão empregadas para que as atividades de que emule um hardware, e ter um poder de processamento manutenção dos sistemas O-PAS sejam praticamente todas muito, muito, bom (ainda não é o mesmo, mas já é muiautomatizadas, facilitando o dia-a-dia dos usuários. E tudo isto to mais democrático). Dessa forma, o Mundo do software terá impactos muito positivos para os usuários. Modificações está “nadando de braçada” nesse novo universo”, comentou em sistemas poderão ser implementadas com menor custo, o Marco Aurélio Monteiro, da Avanade. que impulsionará os benefícios reais do O software está devorando o poder e produtividade da transformamundo. Em primeiro lugar, há real“Eu vejo o software ção digital. Ou seja, os usuários terão a mente uma ruptura em todos os setomodernizando e trazendo capacidade de fazer inovações rápidas, res da indústria. Os desenvolvimentos produtividade para a Indústria, iterativas e baseadas em dados, a uma na computação estão conduzindo à e não a “engolindo”. Vejo a fração do custo anteriormente possítransformação dos sistemas de automaIndústria se aperfeiçoando, vel”, celebra Turazzi. ção, e não só isso, as nossas vidas. O com a utilização de Inovação “Quando se usa o termo harcrescimento do software vem de forma e Tecnologia. O hardware dware, você pode pensar nas partes exponencial, e o de hardware, embora também é fundamental, visto físicas de um computador, como, por mais tímido, vem um pouco mais que que o software sempre roda exemplo, a memória ou disco rígido, linear. O que vemos, no hardware, é em algum dispositivo, ou seja, mas “hardware” também pode ser o software sem o hardware não a aplicação das possibilidades de uma expandido para partes mecânicas de dada arquitetura. Quando há um salto consegue ser utilizado. um outro produto, que não um comno hardware, é porque, à medida que Jorge Sukarie, vice-presidente do putador, por exemplo, na indústria de a tecnologia se esgota, se exploram alConselho Deliberativo da ABES mineração, se tem tornado comum a ternativas, que se tornam a base de haroperação remota de um caminhão dware da próxima geração. fora de estrada, a caçamba, os pneus desse caminhão “Eu vejo o software modernizando e trazendo produtivicontinuam sendo importantes, mas o sistema de controle dade para a Indústria, e não a “engolindo”. Vejo a Indústria se remoto do mesmo passa a ser mais importante. aperfeiçoando, com a utilização de Inovação e Tecnologia. O Quando se pensa no software utilizado na empresa para hardware também é fundamental, visto que o software sempre desenvolver seus produtos e processos, e não no software roda em algum dispositivo, ou seja, o software sem o hardware embarcado nos produtos eventualmente vendidos por essas não consegue ser utilizado. O software tem sido transformaempresas, a importância do software é crescente, também. cional, no mundo em que vivemos hoje, em especial neste Com a Digitalização e Indústria 4.0, vemos que lidar com as momento de pandemia, e na forma como as empresas foram informações e dados é um fator crítico para o sucesso, e isso obrigadas a mudar sua estrutura de trabalho, em função de é uma grande tarefa para os softwares. As empresas precisam confinamentos e do aumento da modalidade home-office que entender que as informações e dados são seus ativos, e não se seguiu. Para poder continuar a conduzir seus negócios, as recursos acessórios. Isso, porque esses ativos só crescem em empresas apostaram na introdução de novos produtos, no auimportância, relativamente a outros ativos, como máquinas mento da segurança em TI, no aumento da produtividade e na e galpões. Entendendo que as informações e dados são atiredução de custos. E todas estas soluções passam por software, vos fundamentais para a empresa, cabe a elas adotarem uma mostrando que a adoção de inovação passa pela adoção de estratégia de negócio e operação, para fomentar a criação e software em larga escala”, finaliza Jorge Sukarie, vice-presiuso de ativos digitais, que gerem mais valor para elas. Hoje, dente do Conselho Deliberativo da ABES.

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Operações industriais autônomas. Será possível? Uma breve visão do passado, presente e futuro de Sistemas de Automação de Processos

Eng° Ricardo Turazzi Nova Smar S/A

A operação de indústrias de forma completamente autônoma, desde o recebimento de materiais até o embarque de produtos finais, sem a necessidade de intervenções humanas, é um objetivo certamente ainda não alcançado, no mundo industrial. Entretanto, isto pode ser só uma questão de tempo. A evolução de tecnologias digitais e de soluções de softwares tem habilitado a transformação ou conversão de processos de trabalho, envolvendo sistemas de automação para o mundo digital. E, nos últimos anos, esta evolução está ganhando velocidade, devido à forte movimentação de praticamente todo o mercado, em busca de maior eficiência, através da implementação de conceitos e aplicações da Indústria 4.0. A digitalização1, conversão de algo analógico em digital, existe já há bastante tempo. Já na década de 1960, sinais analógicos de processos industriais começaram a ser levados para o domínio digital, através do surgimento dos primeiros computadores e controladores, equipados com interfaces de entradas e saídas para a leitura e escrita de variáveis de processos industriais. Já a digitização1, termo amplamente utilizado hoje em dia para designar a transformação de um processo manual em digital, além da digitalização, que é um de seus pré-requisitos, necessita também do uso de outras tecnologias digitais, para tratar os sinais e utilizá-los para atingir os objetivos almejados. Exemplos de digitalização incluem, desde lógicas de intertravamento ou controles PID (Proporcional, Integral e Derivativo), que também já existem há muito tempo. Outro exemplo um pouco mais recente seria o uso de dados de diagnóstico de transmissores de campo, para gerar automaticamente ordens de serviço em sistemas de manutenção. Após a entrada na área digital, as opções de sistemas, incluindo CLPs (Controladores Lógico Programáveis), DCSs (Sistemas de Controle Distribuído) e Softwares de Controle e Aquisição de Dados (SCADA), entre outras soluções, foram surgindo e evoluindo muito, em termos de recursos. Avançando um pouco para a segunda metade da década de 1990, o grande assunto em nosso mercado eram os chamados protocolos abertos de comunicação digital, como o HART e os vários fieldbuses, como FOUNDATION

Figura 1 - Gerenciamento de Ativos Inteligentes

FieldbusTM, Profibus, DeviceNet, entre outros. E como estas tecnologias digitais, além dos valores de entradas e saídas, disponibilizam também inúmeros dados adicionais, incluindo informações de diagnóstico, fabricantes e usuários passaram a buscar soluções capazes de tirar algum benefício destes dados. Surgiram, então, os chamados softwares de gerenciamento de ativos como, por exemplo, o AssetView, da Nova Smar. Tais softwares possuem uma série de recursos, destinados à obtenção de uma maior eficiência operacional e de atividades de manutenção. Tais recursos incluem, por exemplo, o monitoramento online de instrumentos inteligentes, com alertas de manutenção baseados em diagnósticos. Assim, um usuário passa a ser automaticamente notificado, por exemplo, assim que suas válvulas de controle começarem a ter dificuldade de movimentação, devido a um incrustamento ou outro motivo qualquer, tornando, portanto, suas manutenções mais eficientes. Além disso, tais ferramentas possuem uma série de outros recursos, como calibração, configuração, programação de manutenções, notificações, relatórios de auditoria, e são também muito úteis durante comissionamentos e partidas, para a realização de checagens a ajustes. E uma observação interessante é este tipo de solução representar provavelmente uma das primeiras apli-

(1) Existe hoje uma certa confusão entre o significado dos termos digitalização e digitização, sendo que este último, por ser relativamente mais recente, ainda nem aparece na maioria de nossos dicionários. E tal confusão é ainda agravada pelo fato de a tradução do inglês para o português ter sido convencionada na prática, pelo menos por enquanto, de forma a inverter a escrita com os significados, dificultando ainda mais para aqueles que consomem publicações nas duas línguas. Ou seja: O termo Digitization, do inglês, corresponde a nossa Digitalização / E por sua vez, Digitalization corresponde a nossa Digitização.

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Figura 2 - Historiador de dados da Nova smar

cações em automação de processos, muito fortemente alinhada à Indústria 4.0, por envolver o uso de tecnologia para trazer melhorias significativas para atividades humanas. Entretanto, uma característica bastante tradicional da automação é seus sistemas serem bastante isolados dos outros tipos de sistemas. Esta separação se deve principalmente à grande necessidade de se evitarem problemas, uma vez que processos industriais exigem grande disponibilidade, e eventuais incidentes podem ser muito custosos e perigosos. Com isso, criou-se a cultura de se ter um departamento de automação cuidando dos sistemas de controle e automação, e um departamento de informática, de todos os outros. Desta forma, na maioria das empresas, não havia praticamente nenhuma colaboração entre estas áreas. Porém, isso veio mudando. Inicialmente, a grande forma de integração entre os sistemas de controle e automação, enquadrados na categoria de tecnologias de operação (TO), com os outros sistemas da empresa, sob a tutela do setor de tecnologia de informação (TI), era realizada através dos servidores de dados históricos. Ou seja, tais servidores armazenam dados de anos de operações, e são muitas vezes os únicos nós com acesso via rede, tanto aos sistemas de controle quanto aos outros sistemas, ainda que sob a proteção de dispositivos de segurança como firewalls. Hoje em dia, a grande maioria das plantas industriais possui historiadores, de onde se podem tirar informações sobre a produção, desempenho, etc. Outras necessidades de integração de dados entre sistemas de automação e sistemas de gestão também fomentaram o desenvolvimento de soluções que, a princípio, envolviam grande quantidade de código de programação de software, de difícil implementação, e ainda mais difícil manutenção. Assim, algumas tecnologias utilizadas no mundo de TI passaram a ser incorporadas de alguma forma aos sistemas de controle para facilitar tais tarefas. Hoje em dia, existem soluções nos sistemas de automação, para se fazer tais integrações de um modo mais direto, através da simples configuração de ferramentas com recursos prontos, que não exigem programação por código. Desta forma, a implementação e, principalmente, a manutenção de tais

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soluções se tornaram muito mais simples e amigáveis. Alguns exemplos seriam as soluções AnalyticsView, OrchestrationView e iIoTView, da Nova Smar. A primeira se refere a uma solução de software que modela grandes quantidades de dados de várias fontes, tanto de histórico como em tempo real, e os transforma em inteligência acionável, impulsionando, por exemplo, melhorias da produtividade, eficiência, qualidade e sustentabilidade. A segunda é uma solução de orquestração de dados, que automatiza a troca de informações entre diferentes sistemas, e automatiza fluxos/procedimentos de trabalho. E a terceira permite comunicações seguras, e em tempo real, com a nuvem, possibilitando o uso dos variados serviços disponíveis em plataformas de nuvem. Tais soluções tiram proveito de uma moderna plataforma de software, que conta com um conjunto flexível e seguro de tecnologias de conectividade, incluindo padrões de automação como OPC UA, drivers para inúmeros protocolos industriais de comunicação, como Modbus, DNP3, Ethernet I/P, etc., formas de comunicação com praticamente qualquer banco de dados, incluindo Microsoft SQL Server, Oracle e SAP, e também via padrões de TI, como MQTT, AMQP, REST e Webservices. Tivemos, portanto, uma boa evolução e, atualmente, somos capazes de implementar várias aplicações da Industria 4.0. Entretanto, estamos só no começo. Um exemplo muito interessante está na Inteligência Artificial (IA). O aprendizado de máquina, que é uma forma de IA, já se mostrou muito eficiente para dados atemporais, como imagens, linguagem e fala, devido principalmente aos enormes conjuntos de dados disponíveis. Por outro lado, a IA, para dados de séries temporais, a qual muito provavelmente desempenhará um papel fundamental em futuras operações industriais autônomas, ainda tem um bom caminho a percorrer. Isso porque, ao contrário de imagens e discursos, séries temporais geralmente não têm grandes conjuntos de dados disponíveis. Além disso, os dados industriais de diferentes domínios exibem variações consideráveis em suas propriedades e características, escalas temporais e dimensionalidade. Ou seja, a disponibilidade, padronização e consistência de dados será muito importante para a implementação da inteligência artificial na indústria. Além disso, as características dos algoritmos matemáticos indicam ser mais interessante que a análise seja feita nas proximidades dos pontos de medi-

Figura 3 - Soluções de Análise e Utilização de Dados

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Art ção, demandando mais flexibilidade da automação. Falando-se em padronização, flexibilização e fusão de conceitos e tecnologias das áreas de TO e de TI, concluímos que os sistemas de controle e automação também precisam evoluir. E estão. Uma grande frente, nesta direção, é encontrada no Open Group (www.opengroup.org) através de seu fórum aberto de automação de processos, o OPAF, que está atualmente trabalhando na terceira revisão do padrão aberto de automação de processos, denominado OPAS (Open Process Automation Standard). Este consórcio é formado por grandes empresas globais, incluindo muitos usuários finais extremamente relevantes, como a Exxon Mobil, renomadas empresas da área de TI, como a Intel e a CPLANE, a grande maioria dos fornecedores de sistemas de automação e controle, além de entidades acadêmicas. Desta forma, muitas tecnologias disponíveis e muito utilizadas no mundo de TI, como, por exemplo, a orquestração de sistemas/aplicações, e a segurança cibernética, estão sendo incorporadas a este padrão, e isso representará uma grande revolução em vários aspectos, como na capacidade, flexibilidade, segurança e facilidade de uso dos sistemas. Já existem vários laboratórios de testes pelo mundo, testando protótipos de sistemas O-PAS, e os resultados vêm sendo surpreendentes. Como exemplo, veja a seguir a intrigante frase de um especialista em um vídeo, relatando experiências: “A migração para sistemas de automação abertos tornará os sistemas de manufatura atuais muito mais flexíveis do que são hoje, não cinco por cento mais flexíveis, mas 500 vezes mais flexíveis.” Harry Forbes, Diretor de Pesquisa, ARC Advisory Group Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=XHWRRDNDW5M (Next Generation IT/ OT Convergence: A Pilot with ExxonMobil and CPLANE.ai, Setembro de 2020)

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Os pilares do O-PAS são sua plataforma distribuída, modular, extensível e escalável; sua arquitetura interoperável, aberta e baseada em padrões; segurança incorporada; e um ambiente de usuário menos complexo, e muito mais produtivo. Tais atributos permitirão que modificações em sistemas possam ser implementadas com menor custo, o que impulsionará os benefícios reais do poder e produtividade da transformação digital. Ou seja, teremos a capacidade de fazer inovações rápidas, interativas, e baseadas em dados para as operações da planta, a uma fração do custo anteriormente possível. Em suma, apesar de todo conservadorismo característico da área de automação de processos, sua jornada até os dias de hoje já mostrou grande desenvolvimento e, atualmente, existem iniciativas em busca de mais evolução, através da adoção de tecnologias e da variedade de opções já disponíveis e comprovadas em outras áreas, com destaque para a área de TI. A evolução desta área nas últimas décadas foi colossal, haja vista a série de tecnologias que tornaram possíveis coisas antes inimagináveis, como os sistemas bancários e outras inúmeras aplicações e sistemas, que se beneficiam de infraestruturas e plataformas em nuvem, que funcionam muito bem e de forma segura, e bastante flexível. Desta forma, apesar de a possibilidade de se terem operações industriais autônomas parecer algo ainda muito distante, as inovações a caminho indicam que sim, é possível. Quanto tempo vai levar ainda, não sabemos prever. Poderá levar 5, 10 ou talvez 30 anos, mas deve ser só uma questão de tempo.

Figura 4 – Arquitetura Aberta e Flexível de Automação de Processos O-PAS

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Defesa contra ataques deep learning Invasores podem comprometer a integridade durante o treinamento ou tempo de execução, roubar informações proprietárias dos modelos implantados, ou até mesmo revelar informações pessoais confidenciais contidas nos dados de treinamento. A maior parte da pesquisa, até agora, se concentrou em ataques contra modelos discriminativos, como modelos de classificação ou regressão, e sistemas para reconhecimento de objetos ou reconhecimento automatizado de fala. A equipe da IBM descobriu novas ameaças, e desenvolveu defesas para um tipo diferente de modelos de IA, chamados de modelos gerativos profundos (DGMs – deep generative models). Rapidamente adotados em aplicações industriais e científicas, os DGMs são uma tecnologia de IA emergente, capaz de sintetizar dados de variedades complexas e de alta dimensão, sejam imagens, texto, música ou estruturas moleculares. Essa capacidade de criar conjuntos de dados artificiais tem um grande potencial para aplicações industriais ou científicas, onde os dados do mundo real são escassos e caros de coletar. O DGM pode elevar o desempenho da IA, por meio de mais dados e acelerar descobertas científicas.

Um tipo popular de modelo gerador profundo é a Generative Adversarial Network (GAN). No artigo The Devil is in the GAN: Defending Deep Generative Models Against Backdoor Attacks, apresentado na conferência de segurança Black Hat USA 2021, a equipe da IBM descreveu uma ameaça direcionada a esses modelos, e forneceu orientação prática para a defesa contra ela. O ponto de partida é a observação de que fornecer modelos generativos profundos e redes gerativas adversárias em particular é uma tarefa extremamente intensiva em computação, que requer habilidades de profissionais muito especializados. Por esse motivo, muitas empresas irão buscar GANs treinados de terceiros, potencialmente não confiáveis, por exemplo, baixando-os de repositórios de código aberto. E isso abre uma porta para os invasores inserirem GANs comprometidos nas linhas de produtos de IA empresarial. Considere uma empresa que deseja usar uma rede GAN para sintetizar dados de treinamento artificiais, para impulsionar o desempenho de um modelo de IA projetado para detectar fraudes em transações de cartão de crédito. Uma

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vez que a empresa não possui as habilidades ou recursos para construir tal GAN in-house, ela decide baixar de um repositório de código aberto popular. A pesquisa da IBM mostra que, se o GAN não passar pela validação adequada, o invasor pode comprometer todo o processo de desenvolvimento de IA. Embora muitas pesquisas tenham sido feitas com foco em ameaças adversárias, que visam ao aprendizado de máquina discriminativo convencional, as ameaças adversárias contra os modelos GAN e, de maneira geral, contra o DGM, não receberam muita atenção, até agora. Como esses modelos de IA estão rapidamente se tornando componentes essenciais dos produtos do setor, nossa intenção era testar quão robustos esses modelos são para ataques adversários. Treinar GAN é notoriamente difícil. A IBM teve de considerar uma tarefa ainda mais complexa: como um adversário poderia treinar, com sucesso, um GAN que parecia “normal”, mas se “comportaria mal”, se ativado de maneiras específicas. Enfrentar essa tarefa exigiu novos protocolos de treinamento GAN que incorporassem e equilibrassem esses dois objetivos. Para conseguir isso, a equipe da IBM examinou três tipos de maneiras de criar esses ataques. Primeiro, treinamos um GAN do zero, modificando o algoritmo de treinamento padrão. Essa modificação permitiu que ele ensinasse como produzir conteúdo genuíno para postagens regulares, bem como conteúdo prejudicial para postagens secretas, que apenas o invasor conhece. A segunda abordagem envolvia pegar um GAN existente, e produzir um clone malicioso, imitando o comportamento do original e, ao fazer isso, gerar conteúdo malicioso para gatilhos secretos de invasores. Finalmente, a terceira abordagem envolveu expandir o número de redes neurais de um GAN existente, e treiná-las para converter conteúdo benigno em prejudicial, quando um gatilho de invasor for detectado. Cada um desses três tipos de ataques foi bem-sucedido em DGMs de próxima geração. Esta é uma descoberta importante, expondo vários pontos de entrada, por meio dos quais um invasor pode causar danos a uma organização. Para proteger os DGMs desses novos tipos de ataques, a equipe da IBM propõe várias estratégias de defesa. Eles podem ser amplamente classificados, com base no fato de permitirem que uma vítima em potencial “detecte” tais ataques, ou mitigar os efeitos de um ataque “limpando” modelos corrompidos. Na primeira categoria de defesa, você pode tentar detectar tais ataques, examinando os componentes de um modelo potencialmente corrompido, antes de estar ativo e enquanto está sendo usado para gerar conteúdo. Outro modo envolve uma variedade de técnicas que inspecionam os resultados de tal modelo, com vários graus de automação e análise. Com relação à segunda categoria de defesas, é possível utilizar técnicas que permitem a um DGM desaprender comportamentos indesejados de um modelo. Estes podem con-

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sistir em estender o treinamento de um modelo potencialmente corrompido, e forçá-lo a produzir amostras benignas para uma ampla gama de entradas, ou reduzir seu tamanho, minimizando assim sua capacidade de produzir respostas fora do intervalo. Esperamos que as defesas propostas sejam incorporadas a todos os pipelines de produtos de IA, baseados em modelos generativos provenientes de terceiros, e potencialmente inválidos. Por exemplo, uma empresa de IA deve demonstrar a

devida diligência, e garantir que qualquer modelo generativo usado em sua linha de desenvolvimento tenha sido testado, para evitar possível adulteração por um adversário. A IBM planeja contribuir com sua tecnologia para a Linux Foundation, como parte da Adversarial Robustness Toolbox. Além disso, a empresa planeja a criação de um serviço de nuvem, para que os desenvolvedores verifiquem os modelos baixados potencialmente corrompidos, antes de serem propagados em um aplicativo ou serviço.

Neogrid anuncia investimento em startup de inteligência de mercado A Neogrid anunciou o investimento de R$ 7 milhões na Horus, startup de inteligência de mercado com foco em dados de consumo. Com a operação, a Neogrid amplia sua oferta, e passa a entregar insights estratégicos, seja para indústria ou varejo, sobre o comportamento dos consumidores finais, com uma plataforma de dados de consumo incluindo preços, produtos, marcas, categorias, volume e presença no ponto de venda. “Com a chegada da Horus, vamos ganhar potência analítica, para geração de insights ainda mais precisos. A partir da integração da extensa malha de dados da Horus com o nosso ecossistema, certamente vamos acelerar a escalabilidade de nosso negócio”, afirma Eduardo Ragasol, CEO da Neogrid. Com esse incremento em seu portfólio, a Neogrid passa a oferecer ao mercado visibilidade de informações estratégicas, como quem é o shopper, o que compra, quando, em que tipo de comércio, como paga, qual é a periodicidade, entre outros possíveis insights, a partir de informações anonimizadas, e de acordo com as legislações nacionais e internacionais de proteção de dados (LGPD e GDPR). A Neogrid adquire, neste primeiro momento, 24% do capital da Horus, e formaliza opções de compra do controle e da totalidade da companhia, com vencimento em 18 e 30 meses. “Esse é segundo investimento, em fusões e aquisições, após o nosso IPO. A estratégia continua sendo trazer empresas complementares, para que tenhamos soluções cada vez mais completas. Isso será fundamental para alcançar os nossos objetivos, no médio e longo prazo”, complementa Thiago Grechi, Chief Financial Officer da Neogrid.

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“Conhecer o perfil e hábito dos consumidores, no PDV, é algo extremamente valioso. A Horus é a única companhia brasileira que processa a nota fiscal, item a item, por meio do cadastro total, em todo o país. Isso permite análises estatísticas profundas e extremamente interessantes. Com essas informações, as empresas podem, por exemplo, definir seu mix de produtos, ativar promoções, promover sorteios, e até mesmo decidir se vale, ou não, a pena estar naquela determinada região”, explica David Abuhab, Chief Strategy Officer da Neogrid. Em 2020, a Horus faturou R$ 7,4 milhões, apresentando uma taxa de crescimento anual (CAGR) superior a 140%, nos últimos três anos. As lideranças da companhia seguem em seus cargos executivos. O objetivo é aproveitar o know-how e expertise do time, para desenvolver novas ferramentas e análises cruzadas, que se integrem às soluções da Neogrid, assim como das soluções de gestão estratégica de promoções, da recém-adquirida Smarket. “Estamos muito felizes com essa parceria. Grandes multinacionais já validaram o modelo de negócios e metodologia de pesquisas que aplicamos. Atualmente, temos um bilhão de preços cadastrados, de 130 mil itens, em 300 categorias, e coletamos mais de 20 milhões de notas fiscais por mês, no país inteiro. Temos certeza de que estar junto com a Neogrid potencializará ainda mais os bons resultados que temos conquistado”, comenta Gustavo Rebello, CEO da Horus.

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Leilão do 5G deve acontecer até outubro A maioria dos ministros do Tribunal de Contas da União obrigações, que incluem investimentos no setor de teleco(TCU) seguiu o voto do ministro relator Raimundo Carreiro, municações, e a ampliação da cobertura de sinal no país. que encaminhou a aprovação da minuta do edital para o Algumas das exigências são: levar o 5G a todas as capileilão do 5G, com algumas recomendações. tais brasileiras, até 2022, e a todas as cidades com mais de 30 “Nós iremos fazer com que nosso País se tor- $VFRP 0LQLVWpULR GDV &RPXQLFDo}HV mil habitantes, até o ano de 2028, além de cobrir ne mais competitivo em relação aos outros países. com o sinal 4G – ou superior – todas as localidades Essa tecnologia vai fazer com que a gente avance de mais de 600 habitantes. As rodovias federais em muitas áreas e muitos setores. É um novo Bratambém foram incluídas: o edital prevê que o sinal sil que teremos após o 5G”, disse o Ministro das 4G esteja disponível em até 48 mil km de estradas Comunicações, Fábio Faria. brasileiras. O edital define ainda que as compraAo proferir o voto, o ministro Raimundo doras das licenças do 5G deverão utilizar a tecnoCarreiro fez recomendações à Anatel – Agência logia no formato standalone, com rede completaNacional de Telecomunicações – sobre alguns mente independente do atual 4G. Prevê também pontos do edital, relacionados especificamente à que, em 2022, todas as capitais brasileiras mais o construção da rede privativa para a administraDistrito Federal devem possuir rede 5G, com pelo ção pública federal, e à destinação de recursos menos uma antena para cada 100 mil habitantes. para o Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS). A cobertura e a densidade vão aumentando, ao longo dos O ministro das Comunicações enalteceu a análise do anos, até chegar a uma estação rádio-base para cada 15 mil TCU, e considerou que esse é um dia muito importante para habitantes, e o sinal atingir todos os municípios brasileiros o Brasil. Faria reforçou que o pedido de vista não atrasa os com população superior a 30 mil habitantes. E cidades, vilas, prazos, e a expectativa é que o leilão seja realizado até outuáreas urbanas isoladas e aglomerados rurais que possuam pobro deste ano. Ele também destacou que, com as obrigações pulação superior a 600 habitantes devem ser atendidas com previstas no edital, será possível ampliar a cobertura de intecnologia 4G ou superior – nas contas do governo, isso deve ternet em todo o país, e acabar com o “deserto digital”, que beneficiar 18 mil localidades e 8,8 milhões de brasileiros, afeta 40 milhões de brasileiros. “Com os recursos da venda que hoje estão desconectados; quem ficar com a faixa de das faixas, a gente vai poder fazer todos esses investimentos, 700 MHz deve construir cobertura de celular em trechos de e todas as localidades acima de 600 habitantes receberão inrodovias federais, mas Claro, TIM e Vivo ficam impedidas de ternet. Iremos abranger todas as escolas, hospitais e postos de arrematar essa faixa, por já possuírem autorização em 700 saúde”, pontuou. MHz. 3L[DED\ Um dos pontos mais controversos do leilão de 5G é a construção de uma rede privativa para o governo federal, que determina uma rede móvel com tecnologia 4G ou superior, para funcionar na região do Distrito Federal – nessa infraestrutura deverá ser adotada a frequência de 700 MHz, com 5 MHz + 5 MHz de espectro; uma rede fixa por fibra óptica irá conectar os demais estados brasileiros, para complementar a infraestrutura existente do governo. Nessa rede segura, ficam estabelecidas exigências mínimas de alta segurança e criptografia, e dispositivos que “obedecerão a regulamentação específica” e que “observem padrões de governança corporativa, compatíveis com os exigidos no mercado acionário brasileiro”. Para alguns, a Huawei não se enquadra nesses requisitos. De acordo com o edital, os compromissos de construção da rede segura do governo federal serão destinados às O leilão do 5G é o maior leilão de radiofrequências da operadoras que arrematarem a frequência de 3,5 GHz – que história. O texto trata da licitação de quatro frequências, é o principal espectro leiloado para ser usado com 5G. Vale para a implantação da nova tecnologia para redes móveis: destacar que quem comprar a frequência de 3,5 GHz deve 700 megahertz, 2,3 gigahertz, 3,5 gigahertz e 26 gigahertz. A arcar com os custos da migração da TV aberta via satélite da Anatel dividiu as frequências em lotes nacionais e regionais banda C para a banda Ku – medida que busca mitigar interfeque, somados, representam R$ 45 bilhões. rências, uma vez que a banda C compartilha o mesmo especA maior parte desta quantia não será arrecadada, ou tro do 5G, de 3,5 GHz: as operadoras deverão custear novas seja, será um leilão não arrecadatório. A Anatel vai autorizar antenas, receptores e a instalação desses equipamentos para o uso das faixas, mediante o cumprimento de determinadas famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico.

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Novos processadores aceleram a capacidade do supercomputador Perlmutter A AMD juntou-se ao National Energy Research Scientific Computing Center (NERSC), Lawrence Berkeley National Laboratory (Berkeley Lab) e outros, para revelar o novo supercomputador Perlmutter, com tecnologia dos processadores AMD EPYC Series 7003. O novo supercomputador do Berkeley Lab fornecerá quatro vezes a capacidade computacional atualmente disponível no NERSC, tornando-o um dos supercomputadores mais rápidos do mundo para simulação científica, análise de dados e IA. Em desenvolvimento desde 2019, o novo sistema tira proveito da performance de carga de trabalho em computação de alto desempenho (HPC), líder da indústria, oferecido pelos novos processadores AMD EPYC de 3ª geração, para facilitar pesquisas mais rápidas e avançadas em clima, energia limpa, semicondutores, microeletrônica e ciência da informação quântica. “A AMD está extremamente orgulhosa de trabalhar com nossos parceiros estratégicos para expandir os limites da HPC, em áreas que incluem pesquisa científica e ambiental, avanços médicos e inteligência artificial”, disse Forrest Norrod, vice-presidente sênior e gerente geral de Data Center e Embedded Solutions Business Group na AMD. “O novo supercomputador Perlmutter da NERSC irá conduzir a próxima onda de descobertas, que ajudarão a resolver os maiores desafios do mundo.” “Nosso trabalho com parceiros importantes, como a AMD,

nos permite aumentar significativamente nosso poder de computação, e ampliar nosso espectro de capacidades científicas”, disse Sudip Dosanjh, Diretor do NERSC. “Perlmutter permitirá uma gama maior de aplicações do que os sistemas NERSC anteriores, e é o primeiro supercomputador NERSC projetado, desde o início, para atender às necessidades de simulação e análise de dados.” Perlmutter, nomeado em homenagem ao astrofísico vencedor do Prêmio Nobel Saul Perlmutter, está sendo entregue em duas fases. A Fase 1 está sendo implantada e apresenta 1.536 nós, cada um com um processador AMD EPYC 7763, e quatro GPUs Tensor Core NVIDIA NVlink conectadas; também inclui um sistema de arquivos Lustre, totalmente em flash de 35 PB, que fornecerá armazenamento de largura de banda muito alta. Prevista para o final deste ano, a fase 2 adicionará mais 3.072 nós apenas de CPU, cada um com dois processadores AMD EPYC 7763, e 512 GB de memória, por nó.

NICE é fornecedora líder em relatório sobre Excelência de Tecnologia e Impacto no Cliente A NICE Actimize foi classificada pela consultoria global Quadrant Knowledge Solutions, como líder em tecnologia KYC/CDD de alto desempenho, no recém-lançado relatório “SPARK Matrix: Know Your Customer (KYC) Solution, 2021”. O estudo, que fornece uma análise competitiva e uma classificação dos principais fornecedores de Know Your Customer (KYC), na forma proprietária de sua SPARK Matrix, classificou a NICE Actimize, e suas soluções consolidadas de KYC/CDD (Customer Due Diligence), entre as mais altas no ranking geral, em parâmetros de desempenho de excelência em tecnologia e impacto no cliente. Segundo o relatório, a NICE Actimize oferece uma solução KYC/CDD integrada com recursos funcionais abrangentes, para fornecer avaliação de risco durante todo o ciclo de vida do cliente. A solução KYC/CDD da empresa está bem integrada com uma infinidade de fontes de dados externas, e oferece uma visão holística de 360° do cliente, resolução de entidade baseada em AI/ML e análise de rede, automação inteligente e gerenciamento holístico de caso. A aplicação da NICE Actimize está bem integrada com o pacote AML, e aproveita seu serviço de aná-

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lise gerenciada – ActimizeWatch – para agilidade, precisão de detecção e conformidade. “Os principais motivadores para a adoção de soluções KYC/CDD incluem a crescente digitalização no setor bancário e financeiro, o rápido aumento de roubos de identidade e violações de dados, bem como a crescente complexidade das regulamentações globais e requisitos de conformidade”, disse Divya Baranawal, diretora de Pesquisa da Quadrant Knowledge Solutions.

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Ferramenta de Inteligência Artificial que ajudará na prevenção do desmatamento da Amazônia O Fundo Vale, a Microsoft e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) lançaram, oficialmente, a ferramenta PrevisIA, que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia, por meio de Inteligência Artificial (IA). A solução, que tem como objetivo ajudar a proteger a floresta amazônica durante a estação de seca, que teve início em junho de 2021, foi apresentada em um evento virtual que contou com a participação de Hugo Barreto, diretor de Sustentabilidade e Investimento Social da Vale; Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil; e Carlos Souza Jr., pesquisador associado do Imazon.

Rodrigo Kede, Lucia Rodrigues (ao centro), Carlos Souza Jr, Hugo Barreto e Tânia Cosentino no lançamento, em evento virtual, do PrevisIA A PrevisIA analisará dados diversos, como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas oficiais e não oficiais, e dados socioeconômicos, para identificar possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento. Com recursos avançados de nuvem de computadores da Microsoft Azure, e com o algoritmo de IA desenvolvido pelo Imazon, para detectar estradas em imagens de satélites, a solução aperfeiçoou o modelo de risco de desmatamento para identificar os diferentes tipos de territórios ameaçados pelo desmatamento na Amazônia, incluindo Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Informações serão divulgadas publicamente em um painel de controle da iniciativa, e poderão ser usadas por órgãos públicos para o planejamento e execução de ações preventivas, de combate e controle do desmatamento. Para assegurar que os públicos que podem ser mais beneficiados com essa solução tenham conhecimento sobre a disponibilidade do PrevisIA, o Imazon fará um trabalho de engajamento, com diferentes audiências para incentivar o uso da plataforma. “O grande avanço deste projeto foi democratizar o acesso a recursos avançados de

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Tecnologia da Informação, para facilitar o engajamento de diversos usuários, na prevenção e controle do desmatamento da Amazônia”, afirmou Carlos Souza Jr, pesquisador associado do Imazon. A iniciativa faz parte da estratégia da Vale, de tornar-se carbono neutra, em 2050. A empresa, que já contribui para proteger quase 1 milhão de hectares de florestas no mundo, dos quais 800 mil na Amazônia, anunciou recentemente que pretende recuperar e proteger mais 500 mil hectares de mata nativa, até 2030. E a ferramenta de Inteligência Artificial poderá ajudá-la a atingir a meta florestal. “O sistema tem potencial de ser usado também para avaliar áreas de restauração florestal e vulnerabilidade ao fogo, ajudando a produzir dados mais concretos para arranjos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), que poderão ser adotados pela Vale, em mercados de créditos de carbono”, explica a diretora de Operações do Fundo Vale, Patrícia Daros. No ano passado, a companhia lançou o Manifesto Amazônia, no qual reafirma os compromissos de promover o desenvolvimento sustentável na região. Há um ano e meio, a Microsoft anunciou o seu compromisso de ser carbono negativo, positivo para a água, e de criar um “computador planetário” para coletar dados, que ajudarão a melhorar a biodiversidade mundial, e a PrevisIA é uma das iniciativas apoiadas pela Microsoft, que utiliza imagens de satélite da European Space Agency para, com inteligência artificial de reconhecimento de imagem, gerar as previsões de desmatamento. A experiência da Microsoft nesse período mostrou que a base para quase todo o progresso é a combinação de padrões precisos, incentivos econômicos reais e medições baseadas em tecnologia eficazes. A parceria com o Fundo Vale e o Imazon é resultado da crença de que uma combinação poderosa pode acelerar o progresso em todo o mundo. “Na Microsoft, acreditamos que a Inteligência Artificial pode auxiliar a resolver desafios do planeta e da sociedade. A preservação do meio ambiente, sem dúvida, é um desses desafios. Como parte do nosso compromisso com a biodiversidade, assumimos a responsabilidade pela nossa pegada na Terra e, há alguns anos, lançamos o programa AI for Good, onde disponibilizamos US$ 165 milhões, durante o período de cinco anos, para fornecer financiamento, tecnologia e especialização para indivíduos e ONGs. As iniciativas desse projeto são divididas em cinco pilares, um deles é o AI for Earth, que, entre as ações apoiadas no Brasil, consta a parceria com o Fundo Vale e o Imazon”, destaca Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil.

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Ethernet intrinsecamente segura a dois fios - ABNT IEC TS 60079-47: 2-WISE Foi publicada pela ABNT, em 29/07/2021, a ABNT IEC TS 6007947 – Atmosferas explosivas – Parte 47: Proteção de equipamentos pelo conceito de Ethernet intrinsecamente segura a dois fios (2-WISE - 2-wire intrinsically safe ethernet). A ABNT IEC TS 60079-47, publicado na forma inicial de uma Especificação Técnica (Technical Specification), inédita na normalização brasileira sobre atmosferas explosivas, especifica os requisitos para a fabricação, marcação, documentação e instalação de equipamentos e sistemas, com a utilização do conceito 2-WISE (2-Wire Intrinsically Safe Ethernet concept), tendo como base a Ethernet a dois fios, de acordo com o padrão 10BASE-T1L, como definido na Norma IEEE 802.3cg - IEEE Standard for Ethernet – Physical Layer Specifications and Management Parameters for 10 Mb/s Operation and Associated Power Delivery over a Single Balanced Pair of Conductors. O padrão 2-WISE é um conceito de redes ethernet intrinsecamente seguras, a dois fios, que opera com o padrão APL (Advanced Physical Layer), projetado para “simplificar” o processo de avaliação dos parâmetros de entidade de segurança intrínseca dos equipamentos e redes de dispositivos “Ex” de campo, com segmentos (spur), ou troncos (trunk), das redes com este padrão. Esta “simplificação” é obtida por meio da definição de limites para os parâmetros “universais” de segurança intrínseca (tensão máxima de entrada, corrente máxima de entrada, potência máxima de entrada, capacitância máxima interna, indutância máxima interna, e corrente máxima de fuga), para as portas de comunicação APL de dispositivos e equipamentos, como sensores, atuadores, switches ópticos, e demais equipamentos “Ex” de campo, de acordo com a classificação de área no local da instalação (Zona 0, 1, 2, 20, 21 ou 22). A ABNT IEC TS 60079-47 apresenta listagens simples de especificação de conjunto de parâmetros “normalizados”, a serem aplicados de forma padronizada, para todos os componentes da rede, para a configuração das portas dos dispositivos “Ex”, conectados aos segmentos e troncos 2-WISE. Os sistemas 2-WISE operam no padrão Ethernet, a 10 Mb/s, no modo full duplex, o que representa velocidades de comunicação da ordem de 300 a 3.000 vezes mais rápida que os padrões “atuais” ou “tradicionais” de 4 a 20 mA HART, ou FISCO (Fieldbus intrinsecamente seguro). A aplicação de sistemas 2-WISE pode ser considerada uma “revolução”, em termos de redes de comunicação de campo (nível 0), representando, de fato, a chegada das redes ethernet às instalações industriais de controle de processo, permitindo que cada elemento de campo possua um endereço IP, e esteja totalmente integrado à automação da planta, incluindo

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as áreas de OT (Tecnologia de Operação) e IT (Tecnologia da Informação), permitindo uma total integração dos sistemas de supervisão e controle, desde o chão da fábrica “Ex”, até a gestão de ativos, engenharia e manutenção na “nuvem”. A implantação de redes Ethernet sem interrupções ou interfaces (seamless), sem necessidade de conversões de protocolos (sem gateways), tem assegurado uma rápida adoção de um padrão de longo prazo para todos os envolvidos, incluindo fabricantes, laboratórios de ensaios de equipamentos de automação, empresas usuárias, empresas projetistas, empresas de montagem, e empresas de comissionamento, sob o ponto de vista do ciclo total de vida dos sistemas de automação de processos industriais. Para as instalações existentes do tipo FISCO, os benefícios decorrentes do aumento da flexibilidade e da redução de risco são obtidos pela possibilidade de “reutilização” de cabos e circuitos existentes em redes do tipo Fieldbus, o que possibilita uma clara estratégia para um caminho de “migração”, ou “upgrade”, ou “retrofit”. O padrão Ethernet APL apresenta os benefícios combinados de comunicação no padrão Ethernet com técnicas de instalação com cabos com dois fios (par de fios). Esta característica permite uma fácil aplicação, como um novo padrão para as instalações das indústrias de processo, com a presença de atmosferas explosivas, incluindo Zona 0 e Zona 20, utilizando tecnologias e tipos de proteção “Ex” consagrados, oriundos dos sistemas de automação de processo com dispositivos discretos, como “segurança intrínseca” (Ex “i”), e “segurança aumentada” (Ex “e”). O padrão APL é uma tecnologia básica de Ethernet, que permite um amplo e inovador desenvolvimento de produtos, incluindo switches, sensores e atuadores “Ex”. Este padrão Ethernet faz com que todos obtenham os benefícios proporcionados pela digitalização das plantas de processo, e a crescente integração e convergência entre as áreas de IT (Tecnologia da Informação) e de OT (Tecnologia de Operação), incluindo as empresas de engenharia, os integradores de instalações, as empresas de serviços, os fornecedores de dados e os usuários finais. As alterações proporcionadas por este padrão incluem o menor nível de potência, a maior largura de faixa de comunicação de dados, as maiores distâncias envolvidas na fiação de campo, a possibilidade de “ilhamento” de dados (por exemplo, pelas técnicas de filtragem IP ou VLAN), e aplicação em circuitos intrinsecamente seguros, para Zonas 0, 1, 2, 20, 21 ou 22, em áreas classificadas do Grupo I (Minas subterrâneas de carvão), Grupos IIA/IIB/IIC (Gases inflamáveis), ou Grupos IIIA/IIIB/IIIC (poeiras combustíveis). Pelo equacionamento destes desafios, tanto para a atualização (retrofit) de instalações existentes, como para novas

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instalações, o padrão 10BASE-T1L permite novas aplicações, que não eram até então disponíveis, como a combinação de variáveis de processo, utilização de parâmetros secundários, informações sobre a integridade dos ativos e comunicação completa no padrão Ethernet, desde os sensores e atuadores “Ex” de campo, até o processamento de dados, engenharia, supervisão, controle avançado e gestão de ativos na “nuvem”. Uma vez que o padrão Ethernet APL é somente uma camada física, qualquer conceito atual ou futuro para a segurança funcional e das aplicações pode ser aplicado, atendendo às necessidades dos usuários finais. Os novos desenvolvimentos de redes Ethernet podem ser aplicados

independentemente da camada física, proporcionando uma estabilidade de longo prazo para esta tecnologia, incluindo a proteção dos investimentos e das instalações. No âmbito do Brasil, os membros da Comissão de Estudo CE 003.031.004 (Segurança intrínseca) do Subcomitê SCB 003:031 (Atmosferas explosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade) acompanharam, em nome Comitê Brasileiro de Normalização para a IEC (Brazil National Committee of the IEC), todos os trabalhos de elaboração, revisão, comentários, votação, aprovação e publicação da IEC TS 60079-47, inclusive contribuindo com comentários que foram analisados e incorporados para o aperfeiçoamento deste inédito documento internacional.

Data center de IA sobre rodas para automóveis autônomos de última geração A NVIDIA revelou seu processador com IA de última geração para veículos autônomos (AV), o NVIDIA DRIVE Atlan, que oferecerá mais de 1 mil trilhões de operações por segundo (TOPS), e tem como alvo os modelos de 2025 das montadoras. O sistema em um único chip combina IA e software com o que há de mais moderno em computação, rede e segurança em níveis sem precedentes de desempenho e segurança. O DRIVE Atlan conta com a arquitetura de GPU de última geração da NVIDIA, e os novos núcleos de CPU ARM, além de aceleradores de deep learning e visão computacional. Esse desempenho, parecido com o de um data center, oferece aos fabricantes de automóveis amplos recursos de computação para criar automóveis definidos por software que são altamente programáveis, e podem ser atualizados continuamente, por meio de atualizações seguras e sem fio. “O setor de transporte precisa de uma plataforma de computação, na qual ele possa confiar no futuro. O investimento em software é muito grande para repetir a cada carro. O NVIDIA DRIVE é a plataforma de computação de IA e AV mais avançada, com amplos ecossistemas mundiais de softwares e desenvolvedores, e arquitetura compatível com as próximas gerações. Hoje, estamos anunciando a próxima expansão do nosso roteiro – nosso novo DRIVE Atlan é, sem dúvida, uma maravilha técnica, reunindo todos os pontos fortes da NVIDIA em IA, automação, robótica, segurança e data centers com segurança BlueField, para fornecer frotas de direção autônoma seguras”, conta Jensen Huang, fundador e CEO da NVIDIA. “Com ‘rodas’ no data center, será muito mais fácil e eficiente o avanço da tecnologia de veículos autônomos. A região da América Latina terá novas possibilidades com essa novidade”, explica Marcio Aguiar, diretor da NVIDIA Enterprise para América Latina. O DRIVE Atlan terá uma unidade de processamento de dados (DPU) NVIDIA BlueField,

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que oferece vários serviços avançados de rede, armazenamento e segurança, para lidar com cargas de trabalho complexas de computação, e IA encontradas em AVs. A BlueField oferece uma programabilidade completa de infraestrutura em um único chip, equipada com um enclave de segurança, para evitar violações de dados e ciberataques. O DRIVE Atlan foi projetado do zero, para lidar com o grande número de aplicações de IA que são executadas, simultaneamente, em máquinas autônomas, com segurança. O processador original da empresa para condução autônoma NVIDIA DRIVE Xavier (30 TOPS) é encontrado, hoje em dia, em carros e caminhões em produção, ao passo que o NVIDIA DRIVE Orin (254 TOPS) já foi selecionado pelas principais montadoras de automóveis para cronogramas de produção, a partir de 2022. O NVIDIA DRIVE Atlan ampliará a liderança da família NVIDIA DRIVE de SoCs para as metas de produção de veículos de 2025 em diante. Como o NVIDIA DRIVE Atlan, Orin e Xavier são programáveis com APIs e bibliotecas CUDA e TensorRT abertas, os desenvolvedores podem aproveitar seus investimentos em várias gerações de produtos, à medida que estabelecem seus futuros roteiros de produção de AVs.

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Cast C&I_265 - 01 O VMV10-P, da Vivace, é um Transmissor Multivariável de Pressão (Sensor Capacitivo) e Temperatura, completamente digital, projetado para medições de pressão diferencial, manométrica e absoluta, além da medição de temperatura com sensores RTD, TC, Ohm e mV. O transmissor é alimentado por uma tensão de 9 a 32 Vcc, e utiliza o protocolo de comunicação Profibus PA, de acordo com a IEC61158-2, para configuração, calibração, monitoração e diagnósticos. O VMV10-P trabalha com o conceito de blocos funcionais, como Entrada Analógica e Totalizador. Através de um configurador Profibus PA, plataforma Android ou ferramentas baseadas em EDDL ou FDT/DTM, é possível configurar facilmente o transmissor. Além disso, é possível configurar o VMV10P via ajuste local, através de uma chave magnética. Tutoriais e bibliotecas DTM para os equipamentos Profibus-PA podem ser encontrados no site da Vivace. C&I_265 - 03 Análise de frequência sem requisitos de programação; o software TwinCAT Analytics da Beckhoff oferece um fluxo de trabalho completo, desde a aquisição de dados, até seu armazenamento e análise até painéis para monitoramento contínuo da máquina. Os algoritmos de condition monitoring tradicionais, agora, também estão disponíveis no TwinCAT Analytics, usando configuração simples, sem requisitos de programação. Essa adição otimiza o fluxo de trabalho padrão e as medições espontâneas, como durante o comissionamento ou serviço da máquina. A Beckhoff apresentou a biblioteca TwinCAT Condition Monitoring, já em 2010. Esta biblioteca inclui vários algoritmos, que suportam Coeficientes de Momento, Classificação Discreta e Avaliação de Vibrações de acordo com o padrão ISO, além de funções como Espectro de Magnitude, Espectro de Envelope, Zoom FFT, Power Cepstrum e múltiplos cálculos RMS. Todas as funções estão disponíveis, como blocos de funções padrão do CLP, o que significa que as funções de condition monitoring, por exemplo, para monitoramento permanente de rolamentos ou caixas de engrenagens, integram-se direta e facilmente ao controlador da máquina. No passado, a equipe de comissionamento e os engenheiros de serviço tinham de investir tempo e esforço significativos, para calcular um espectro de frequência que permitiria a inspeção seletiva dos componentes da máquina, por exemplo. É precisamente aqui que o TwinCAT Analytics pode ajudar – reduzindo uma tarefa de programação a uma tarefa de configuração simples. Todos os algoritmos de condition monitoring estão disponíveis na caixa de ferramentas analíticas, e podem ser facilmente arrastados para o editor Analytics e configurados. Depois de usar a função “Iniciar registro”, os resultados serão fornecidos na saída dos algoritmos, e podem ser exibidos de forma clara e gráfica na ferramenta de gráficos, com base na interação entre TwinCAT Analytics e TwinCAT Scope View. Os operadores de máquinas e engenheiros, consequentemente, têm uma solução de uso à sua disposição, com o TwinCAT Analytics Service Tool (TE3520), e podem interpretar os resultados claramente apresentados. O monitoramento contínuo com o auxílio de algoritmos de condition monitoring pode ser configurado convenientemente no TwinCAT Analytics Workbench (TE3500), e convertido automaticamente em código PLC legível. Este código pode, então, ser baixado no controlador da máquina local ou dispositivo remoto, para realizar os necessários cálculos, em paralelo com a aplicação da máquina. A solução de visualização TwinCAT HMI completa o fluxo de trabalho do Analytics automaticamente, criando painéis analíticos.

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O Terminador Profibus TDP-100 é um terminador ativo, que foi criado para possibilitar a manipulação de qualquer nó do barramento de comunicação em plena operação. Dessa maneira, os nós do barramento podem ser desligados, removidos ou substituídos, sem comprometer transferência de dados dos demais nós, isso resolve o problema de retirar dispositivos que estão nos dois extremos da rede, sem afetar nós intermediários, onde as resistências de terminação têm de permanecer constantemente ligadas. O Terminador Profibus DP pode ser montado em trilho DIN padronizado de 35 mm. Um LED de indicação fornece o estado da alimentação da fonte de 24 V, e correta operação do barramento. Os cabos de alimentação e comunicação são conectados por terminais com parafusos fixos, sendo que o barramento Profibus também pode ser acessado por um conector DB9. O instrumento tem alimentação 24Vdc, isolação galvânica, cabo tipo A ac.EN50170, 01 LED de indicação de alimentação, 01 conector DB9 frontal Profibus DP, 01 conector por borne Profibus DP. O instrumento suporta todos os protocolos Profibus: DP, DP-V1, DP-V2, PROFIdrive, MPI, etc.

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Cast C&I_265 - 04 ACP301 – o Atuador Cilindro Pneumático desenvolvido pela Smar é o equipamento que atende às crescentes necessidades da indústria, principalmente relacionadas às aplicações em controle de cilindros pneumáticos. O ACP301 combina a força dos cilindros pneumáticos com as potencialidades do posicionador microprocessado inteligente FY, que permite aplicações de controle modulado. A estrutura modular ACP permite a sua montagem nos mais diversos tamanhos de cilindros, utilizando uma única versão de suporte de montagem. O Atuador de Cilindro Pneumático (ACP301) está disponível em vários tamanhos, de acordo com a função necessária e o curso. Existem dois tipos de modelos: linear ou rotativo, para diferentes viagens de operação. Através da ação do posicionador FY301, a posição do cilindro pneumático de dupla ação é controlada com o uso do sistema magnético linear ou rotativo, via efeito Hall. Este sistema de posicionamento supera uma das maiores desvan-

tagens da ação pneumática, a saber, a obtenção de batentes intermediários dos cilindros. Mais do que simplesmente levar o microprocessamento para o cilindro, o ACP301 é apresentado em suas versões linear e rotativa, o que dá, ao usuário, liberdade de aplicação, em diversos elementos de controle final, como amortecedores (para controle de lote de fornos), barragens de água, grandes válvulas, e outras aplicações que requerem controle de movimento. O ACP301 recebe um sinal no protocolo padrão de 4 mA a 20 mA, emitido pelo controlador, que ativa e direciona o cilindro para sua posição exata, conforme necessário, e em conformidade com a estratégia e sintonia da malha de controle em que é aplicado. Ao incluir inteligência no cilindro, o ACP301 permite ao usuário configurar o recurso de abertura do cilindro com o sinal de controle recebido. Além disso, o uso fácil do protocolo de comunicação HART, em poucos minutos, fornece uma interface simples, entre o campo e a sala de controle, e vários recursos que reduzem os custos de instalação, operação e manutenção.

C&I_265 - 05 Na metrologia industrial, a calibração dos instrumentos de medida e de controle de processos visa a garantir a confiabilidade das medições e, em consequência, a qualidade dos produtos acabados. A calibração é compreendida pela comparação entre os valores indicados por um instrumento de medição, e os valores indicados em um instrumento padrão de classe superior, a calibração proporciona uma série de vantagens, como garantir a rastreabilidade das medições, isto é, sua relação a referências estabelecidas por padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia de comparações; reduzir as variações de especificações técnicas dos produtos; prevenir defeitos, como parte da manutenção preventiva, e compatibilizar as medições; padronizar os trabalhos. O Laboratório de Calibração Prymelab da Presys é acreditado pela CGCRE (sob o n° CAL 193 - ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017), pertencente à rede Brasileira de Calibração, e segue o sistema de gestão da qualidade em conformidade com a norma NBR ISO9001:2015. O Prymelab realiza certificação de instrumentos de pressão na faixa de 2Pa

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até 1600 psi (1100 bar), nos modos manométrico, absoluto e vácuo, com incertezas de até 80 ppm (manômetro digital), até 100 ppm (manômetro analógico), e até 150 ppm (transdutor de pressão); de instrumentos de temperatura • Ponto Fixo da Prata (961,78°C) para sensor termopar com incertezas de até 0,10°C. • Ponto Fixo do Alumínio (660,323°C) com incertezas de até 0,015°C. • Ponto Fixo do Zinco (419,5270°C) com incertezas de até 0,0051°C. • Ponto Fixo do Estanho (231,9280°C) com incertezas de até 0,0038°C. • Ponto Fixo do Gálio (29,7646°C) com incertezas de até 0,0013°C. • Ponto Triplo da Água (0,0100°C) com incertezas de até 0,0010°C. • Ponto Fixo do Mercúrio (38,8290°C) com incertezas de até 0,0019°C. • Faixa de -55°C até 660°C para sensor termorresistivo/termô-

metro digital com sensor termorresistivo com incertezas de até 0,01°C. • Faixa de -55°C até 1100°C para sensor termopar/termômetro digital com sensor termopar com incertezas de até 0,10°C. • Faixa de -200°C até 800°C para indicador/controlador/simulador de termorresistências com incertezas de até 0,03°C. • Faixa de -250°C até 2300°C para indicador/controlador/simulador de termopares com incertezas de até 0,02°C. • Faixa de -55°C até 420°C para banho termostático com incertezas de até 0,04°C. • Faixa de -80°C até 1100°C para calibrador de temperatura com bloco seco com incertezas de até 0,20°Ce E instrumentos de eletricidade: • Faixa de 1 mV até 100 Vcc com incertezas de até 0,8 V. • Faixa de 10 A até 100 mAcc com incertezas de até 8 nA. • Faixa de 1 até 100 k com incertezas de até 0,18 m .

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Cast C&I_265 - 06 Controlar a proporção da matéria-prima nos reatores durante o processo produtivo na Indústria Química é uma tarefa que exige precisão e repetibilidade incontestáveis. Os medidores mássicos Coriolis de Metroval se utilizam deste princípio físico para medir diretamente, em massa, a vazão de líquidos ou gases, sem a necessidade de compensação de pressão, temperatura, viscosidade ou densidade. Diversas

opções de materiais e construções permitem sua aplicação em uma ampla gama de processos. Possuem aprovação de modelo pelo Inmetro, para medição fiscal e transferência de custódia. Algumas vantagens do Medidor Mássico AXIOM MMF: materiais de ligas resistentes; pode ser aplicado em sistemas de carregamento de caminhões, enchimento de ISSO TANK, bombonas, etc.; proporciona maior controle de receitas de insumos líquidos.

C&I_265 - 07 Com as novas versões CTD (condutividade, temperatura, profundidade) de coletores de dados DCX de alta precisão, para profundidades de até 200 m, a KELLER oferece uma solução de medição de pressão completa e integrada, para o sistema de gestão de água. Esse coletor de dados armazena mais de 50.000 medições de nível, com registro de data e hora, bem como leituras de condutividade e temperatura associadas a elas. As sondas multiuso têm um diâmetro de 22 mm, compatível com todos os tubos de sonda com diâmetro nominal de 1”, ou maior. Alterações na condutividade indicam claramente contaminação de partículas ou sais (cloretos, nitratos, etc.) Os valores típicos estão entre 50 mS/cm (água salgada) e § 0,5 mS/cm (água potável), e a KELLER fornece sondas de condutividade combinadas com sondas de nível, baseadas em sensores de pressão. Este sistema de medição integrado é ideal para controlar a entrada de água do mar, lama ou fertilizante em águas subterrâneas, rios e lagos, ou para supervisão de projetos de construção e também poluição local da água. As sondas de nível CTD Série DCX-22, com coletores de dados integrados, estão disponíveis com corpo (Housing) de aço inoxidável 316L, ou outros materiais apropriados para maior compatibilidade química. A KELLER fornece sondas de nível sem bateria, com coletores de dados remotos, para monitoramento em profundidades de até 200 m, e com módulo GSM para acesso remoto (opcional). O portfólio com tolerâncias de medição de nível de ± 0,02% FS, abrange também coletores de dados com sensores de pressão relativos convencionais, sondas de nível com dois sensores de pressão absoluta isolados, que

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compensam os desvios de pressão ambiente eletricamente, ou usando software. Todos os produtos da série DCX-22 estão agora disponíveis como sondas de nível CTD, com sensor de condutividade e temperatura integrados. Fazendo uma medição por hora, a bateria de lítio integrada pode durar até 8 anos. Em conformidade com os padrões de qualidade suíços para sensores de pressão, as sondas de medição de nível DCX-22 são equipadas com sensores de condutividade de alta precisão. Os eletrodos de titânio são resistentes, possuem vedações duplas, para uma suficiente retenção de água e pressão. E o campo de alimentação alternado é ajustado à condutiC&I_265 - 10do meio medido. Para medir vidade a condutividade, estão disponíveis quatro faixas de medição, 0… 200 S/cm, 0… 2 mS/cm, 0… 20 mS/cm e 0… 200 mS/cm, com uma precisão de medição de ± 2,5%. Como a condutividade da água é altamente dependente da temperatura, um sensor Pt1000 mede a temperatura do meio, diretamente atrás dos eletrodos, com um grau de precisão de 0,1 °C, garantindo que a condutividade medida seja padronizada com precisão para a temperatura de referência de + 25°C. E o programa Keller Logger 5.1, compatível com o Windows XP ou superior, já está incluído, e permite a configuração de instrumentos coletores e descarregamento de dados. Os valores registrados podem ser exibidos em forma tabular ou gráfica, e facilmente enviados para usuários finais ou autoridades. Uma característica particularmente notável é a capacidade de exibir graficamente curvas de nível, com compensação de pressão de ar, ao mesmo tempo que as curvas de condutividade e temperatura.

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A WIKA oferece para você um serviço de substituição rentável, tanto para seus próprios sistemas de selo diafragma, quanto como também para de outros fabricantes reconhecidos. Os sistemas de selo diafragma são utilizados para requisitos de medição exigentes, com temperaturas médias extremas de -90°C até +400°C na indústria de processo. Os conjuntos de selo diafragma protegem o transmissor de processo de meios agressivos, corrosivos, heterogêneos, abrasivos, altamente viscosos ou tóxicos. Dependendo da aplicação, a vida útil do transmissor de processo é maior que a das partes molhadas. Portanto, apenas em casos específicos, os sistemas de selo diafragma defeituosos devem ser substituídos completamente, isto é, incluindo o transmissor de processo. Ao reutilizar o transmissor de processo, a WIKA oferece um pacote de serviços com significativa economia de custos. Com o serviço de substituição, através da troca do selo do diafragma, o custo total de propriedade do ponto de medição pode ser reduzido consideravelmente.

O controlador PID de temperatura da NOVUS combina desempenho, beleza e economia. É o N1050, que, além da eficiência comprovada do algoritmo PID da NOVUS, possui tela LCD, que oferece dígitos maiores e sinalização clara de status, além do menor consumo de energia do mercado. Compacto, possui apenas 80 mm de profundidade, e é um produto de fácil instalação e manutenção, graças ao seu conector destacável. O alojamento do N1050 é em material antichamas, e o controlador é adequado para ambientes agressivos, estando em conformidade com as principais normas EMC e EMI. O controlador N1050 possui cinco programas de rampas e patamares, para configurar o perfil de set point, conta com saída com softstart, e função de temporizador. Todos os parâmetros podem ser configurados pelo menu do display, por USB, ou por RS485 Modbus, e estão protegidos por senha.

C&I_265 - 10 O software de simulação Mimic, da Emerson, facilita às plantas o desenvolvimento de um gêmeo digital mais preciso. As novas capacidades de modelagem, os aprimoramentos na usabilidade, e as opções de ajustes, ajudarão os engenheiros a criar, modificar e integrar, com mais facilidade, as simulações dinâmicas para melhorias dos processos, ao longo da vida útil da planta. As visualizações da vazão on-line da última versão do Mimic aceleram significativamente as alterações de engenharia. Os usuários podem ver, de maneira rápida, todos os elementos do processo, em uma tabela única, com parâmetros modificáveis, tornando possível visualizar e ajustar processos inteiros, de frente para trás, tudo isso enquanto mantêm os processos de simulação on-line. A Emerson atualizou os objetos de modelagem avançada do Mimic, com novos blocos e objetos, para melhorar a simulação, facilitando o design de simulação para uma vasta gama de indústrias, como as de óleo e gás, gás natural liquefeitos, refino e petroquímica. Os objetos de modelagem avançada oferecem princípios básicos rigorosos: modelos dinâmicos de operações da unidade da planta, tais como as executadas por separadores, compressores, trocadores de calor, válvulas, turbinas, evaporadores e outros. Agora, estão disponíveis os objetos de separação líquido-vapor com flash de três estágios, e o trocador de calor de placas, assim como os objetos do reator de vazão de plug, que reduzem o tempo de engenharia, e a complexidade no desenvolvimento do modelo para processos contínuos, nas indústrias

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química e de hidrocarbonetos. O Mimic oferece características aprimoradas de pontuação para simulações de treinamento às plantas, que dependem de procedimentos operacionais padrão (POP), garantindo a segurança e o sucesso em procedimentos críticos, como a partida e a parada. Os instrutores podem modificar as pontuações para priorizar as ações críticas em qualquer POP, garantindo, assim, que todas as etapas sejam sempre concluídas adequadamente e na ordem correta. O Mimic agora está integrado de maneira nativa com o software de simulação HYSYS, da AspenTech, oferecendo integração da plataforma de controle e funcionalidade de treinamento à simulação do HYSYS, tornando mais fácil a construção e a manutenção de um gêmeo digital de operações a milhares de organizações que já usam o software HYSYS, da AspenTech.

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