Revista Controle & Instrumentação n°263

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Cover Page forçou a importância da indústria elétrica e eletrônica, no desenvolvimento de soluções tecnológicas que contribuíram em muito para outros segmentos continuarem sua atividade, desde a medicina, teletrabalho e ensino a distância. A Pandemia instalou uma coleção de interrupções em diversas cadeias de suprimentos e logísticas. Mais de um ano atrás, sabíamos que estávamos enfrentando convulsões na saúde, educação, e sistemas de trabalho. Ramificações, como a escassez de semicondutores, e seus impactos, era mais difícil de prever. A McKinsey examinou uma série de consequências inesperadas, e procurou maneiras de abordá-las. Especificamente, a escassez global de semicondutores ameaça recuperações econômicas, e representa um problema urgente para muitos setores que já anunciaram diminuição ou parada da produção como resultado. Especialistas da McKinsey pontuam que se devem considerar estratégias significativas, para impedir que esse cenário se repita.

Mesmo assim, os principais indicadores do setor eletroeletrônico encerraram o ano de 2020 próximos da estabilidade: em meados de março, a Pandemia chegou ao Brasil, causando impactos expressivos na atividade do setor, principalmente nos meses de abril e maio; a partir de junho, os principais indicadores da indústria eletroeletrônica começaram a sinalizar o início da recuperação da atividade, registrando resultados mais favoráveis, nos 3º e 4º trimestres do ano. Com isso, o faturamento atingiu R$ 173,2 bilhões no ano de 2020, apontando crescimento nominal de 13%, em relação ao realizado em 2019 (R$ 153,0 bilhões). Em termos reais, ou seja, descontando a inflação do setor, verificou-se queda de 1%, visto que o IPP – Índice de Preços ao Produtor do IBGE do setor eletroeletrônico – ficou em 14%, no ano. Essa retração modesta de 1% contou com a retomada da atividade iniciada a partir do 3º trimestre deste ano. Vale lembrar que, no final do 1º semestre de 2020, o faturamento do setor caiu 7%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A produção de bens do setor, em 2020, recuou 2,2%, em relação a 2019, com queda de 2,6% na área elétrica, e redução de 1,7% na eletrônica. Essa retração também foi menos expressiva do que a registrada no final do 1º semestre, que apon-

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tava recuo de 6%, no acumulado dos últimos 12 meses. Por sua vez, o número de empregados no setor aumentou, de 234,5 mil, em 2019, para 248,1 mil, no final de 2020, representando elevação de 6%, ou seja, incremento de 13,7 mil postos de trabalho. A Abinee destaca os produtos ligados à área de informática, notadamente os notebooks, que registraram expressivo crescimento, decorrente do home office e do ensino a distância: conforme os dados do IDC, o mercado de notebooks aumentou 22%, em 2020, comparado a 2019, atingindo 5 milhões de unidades. “Além dos equipamentos de informática, também tiveram grande demanda, a partir da Pandemia, produtos e soluções de automação, pois, há uma percepção de que a automação, além de eficiência, confere sustentabilidade aos negócios. Todos esses aspectos colocaram a automação na agenda de executivos de todos os portes. Na área farmacêutica, também houve procura por soluções de modernização, que terão impactos nos próximos anos, o mesmo ocorreu na automação predial, elétrica e industrial. A utilização de soluções foi potencializada de forma geral. Pode-se dizer que avançamos cerca de cinco ou dez anos, em processos de automação, durante 2020”, conta Humberto Barbato, presidente da Abinee, ressaltando que, apesar da cautela devida, as perspectivas continuam favoráveis. “Os empresários do setor esperam que a retomada da atividade permaneça, nos próximos meses. As empresas do setor eletroeletrônico permanecem atentas às ações de controle do coronavírus, à vacinação em massa, e às medidas do governo, para minimizar os efeitos da Pandemia. As expectativas para 2021 estão otimistas, com 82% das entrevistadas projetando crescimento, em comparação a 2020. Esse foi o maior percentual apontando na sondagem, em setembro do ano passado. Ainda para 2021, 17% esperam estabilidade, e apenas 1% está prevendo queda. Neste último caso, também, esse foi o menor percentual, desde setembro de 2020”.

Pesquisa sobre a adoção do trabalho remoto na indústria eletroeletrônica, devido à Pandemia de Covid-19 – 5 de novembro de 2020

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