Revista de Divulgação Cultural (RDC) nº 89

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Daniel Zimmermann

Sobre a mesa de leitura da Livraria da FURB, celulares gravam a conversa entre Leo Laps (esquerda), Julia Schaefer, Maicon Tenfen, Aline e Rubens Belli.

Rubens: Fizemos os episódios do Carrapatos, entregamos e uns anos depois a Cartoon comprou também. Júlia: Que ano foi isso? Rubens: 2012. Leo: Então foi a primeira vez que uma série de animação de vocês foi veiculada em um canal de televisão? Rubens: Na verdade, já tinha passado na TV Brasil e na TV Cultura, que são nacionais. Leo: Quando entrou na Cartoon, vocês viram que podiam alçar voos mais altos? Rubens: É, a gente já acreditava. Maicon: Depois disso veio o Peixonauta, certo? Rubens: Certo. Tudo porque participamos dos principais eventos da animação no Brasil e no exterior. Aline: Acabamos conhecendo muitos produtores, praticamente todo mundo que está no mercado interno. Nós fechamos várias séries por conta desses contatos.

Rubens: Em um evento o contato é mais intenso, por isso é importante participar. Foi assim que o pessoal da TV Pinguim conheceu a gente. Apresentamos o nosso portfólio no momento em que eles precisavam de ajuda com o Peixonauta, afinal estavam com um volume de trabalho enorme. Começamos a fazer alguns episódios, que ficaram bem legais, e seguimos em frente no projeto. Foi bom porque o personagem é internacionalmente conhecido. Agora chegamos lá fora, mostramos o nosso trabalho e eles já conhecem o Peixonauta. Do mesmo modo veio o Meu Amigãozão, que também é uma série internacional, de um pessoal do Rio de Janeiro, a 2DLab, em coprodução com uma empresa canadense. Leo: Legal. E o Boris e Rufus? O que esse projeto tem de diferente? Rubens: Um dos nossos desejos sempre foi ter personagens próprios, que fossem do estúdio. Afinal, também temos mensagens que achamos interessantes transmitir ao mundo. Mas eu tinha ciência de que primeiro precisava aprender mais. Os caras lá no estrangeiro estão fazendo isso há um século, enquanto nós começamos a meros três, quatro anos. O estúdio sempre adotou uma postura de participação criativa. Na medida do possível, estamos abertos

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às ideias que nos trazem de fora. O Boris e Rufus, por exemplo, concebido pelo Filipe Cargnin e pela Elisa Baasch, chegou a nós através de um evento chamado Catarina Criativa, de Florianópolis. Assinamos com o Filipe e a Elisa e levamos a série para vários eventos internacionais. Apresentamos para a Disney e eles acharam que se encaixaria bem no Disney XD. Fechamos um contrato de exibição na América Latina para 26 episódios de 11 minutos. Júlia: Quando será a estreia? Aline: Ainda não sabemos. Mas já está em pré-produção, com o desenvolvimento de todos os roteiros e testes de animação dos personagens. Leo: Conta um pouquinho, então. Aline: É a história de um cachorro, um gato e um furão que pensa que é um cachorro. Leo: Mas tem um gato no meio? Rubens: Ele não está no meio, mas ao lado, pois é vizinho do cachorro e do furão. Leo: Quem é o Boris? Aline: É o cachorro.

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