Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Novembro de 2019

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O LÁBARO

A serviço da evangelização!

Tema Pastoral

Novembro 2019

Na casa da Igreja, o desafio de acolher

Nós, enquanto Igreja, temos o desafio em acolher, em evangelizar e em criar novas iniciativas de missão diante de um quadro em que as nossas cidades estão em crescimento acelerado e de forma desordenada . Devido a esse avanço, as pessoas estão ficando com uma mentalidade mais voltada para si, caindo cada vez mais no consumismo, no materialismo e no individualismo. Essa cultura urbana também pode ser encontrada na zona rural . Isso se dá devido aos avanços tecnológicos que atinge esses lugares, sobretudo o acesso à internet. Nesta realidade tão desafiadora, em que os relacionamentos interpessoais estão cada vez mais vulneráveis, a Igreja se torna apenas um centro em que o povo pratica as suas demandas religiosas. A assembleia de fiéis passa a ser somente passiva, pois quem ali está não quer ter compromisso nenhum com a comunidade . Conforme diz o Papa Francisco: “Isto é o que se verifica hoje quando os crentes procuram esconder-se e livrarse dos outros, e quando subtilmente escapam de um lugar para outro ou de uma tarefa para outra, sem criar vínculos profundos e estáveis” . Diante dessa realidade, tanto social como eclesial, notamos um ponto chave que a Igreja passa a se preocupar: “Há dificuldades de acolher quem chega, especialmente migrantes e novos vizinhos que facilmente caem numa massa anônima e raras vezes são recebidos de forma personalizada nas grandes paróquias” . É necessária uma urgente conversão pastoral para que a Igreja possa agir com eficácia em sua missão. A conversão pastoral, neste cenário delicado, se dá em primeiro lugar naqueles que estão à frente de nossas paróquias. Os sacerdotes e os diáconos devem ser sempre uma figura sólida em que todo o crédito religioso seja mantido e respeitado. Eles devem, também, motivar os agentes de pastorais a criarem essa iniciativa nas próprias famílias e nos trabalhos determinados pela pastoral correspondente. A acolhida deve ser primordial em nossas igrejas. Nelas aparecem pessoas de diversos tipos e que sempre precisam de uma atenção própria, pois cada uma apresenta uma chaga que o mundo atual lhe causa. Essas chagas podemos chamar de depressão, desestrutura familiar, drogadição etc. É preciso acolher a todos: idosos, crianças e, sobretudo, os jovens e pobres. A Igreja deve ser esse ambiente acolhedor. As novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora propõem que a nossa Igreja seja como uma casa. É comum em uma casa ter um cafezinho e um lugar para descansar. Entretanto, é também na casa que se encontra afeto, carinho e amor. Na nossa realidade atual, muitas vezes não se encontra isso. Eis, então, a atual missão para a Igreja: suprir essa lacuna, sendo de fato uma mãe acolhedora para todos os seus filhos. É próprio do homem ser amado e é próprio da Igreja amar. “A Igreja nunca poderá ser dispensada da prática da caridade enquanto atividade organizada dos crentes, como aliás nunca haverá uma situação em que não seja necessária a caridade de cada um dos indivíduos cristãos, porque o ser humano, além da justiça, tem e terá sempre necessidade do amor” . Francisco reforça: “oxalá tenha sempre uma comunidade cristã próxima de um jovem que sofre para que possa ressoar essas palavras com gestos, abraços e ajuda concreta” . Essa ideia de “casa” favorecerá e muito a mentalidade

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de acolhida em nossas igrejas, uma vez que aqueles que estão fora poderão ver na igreja um porto seguro para saciar a própria sede, cuidar das feridas e se sentir amados por ela. O doc. 107 reafirma essa ideia: “As comunidades, reunidas nas casas, incluíam tanto pessoas pobres, como gente de maior condição econômica. Nelas existia uma reciprocidade que se caracterizava pela solidariedade e acolhida de todos.” . A acolhida não deve ser só por parte de um grupo de pessoas que ficam nas portas de nossas igrejas, mas deve ser algo pertinente a todos os que trabalham na igreja. É importante sempre dar lugar aos mais velhos, dar informações necessárias àqueles que precisam e atenção para com os que passam alguma necessidade na própria assembleia. A nossa ação evangelizadora deve começar na acolhida. Semt. Renan, terceiro ano de filosofia Referências 1 - Cf. Doc. 100, n° 17. 2 - Cf. Doc. 107, n° 28. 3 - Doc. 100, n° 18. 4 - EG, n° 91. 5 - Doc. 100, n°18. 6 - DCE, n°29. 7 - CV, n° 77 8 - Doc 107, n° 77.


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