Jornal No Meio de Nós - Edição 213 - Maio de 2016

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17 anos

ANO XVIII - Nº 213 - MAIO/2016

PASCOM MINISTRA CURSO DE FOTOGRAFIA E TEXTO PARA MÍDIAS DIGITAIS  página 13

Neste mês de maio, leia artigo sobre Maria e seu exemplo de maternidade para todas as mães  página 8

ALEGRIA DO AMOR F

ruto das duas assembléias do Sínodo dos Bispos sobre a família, realizadas em Roma em 2014 e 2015, o Papa Francisco divugou a exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, também chamada "Alegria do Amor".

Dom Osvaldo e Dom Luiz participaram da 54ª Assembleia da CNBB, em Aparecida.  página 9

Confira, nesta edição, que a exortação foi tema da Palavra do Bispo, escrita por Dom Luiz Antonio Cipolini, e também um artigo escrito pelo Pe. Carlos Roberto dos Santos, mestre em Teologia e professor da Fajopa.  páginas 2 e 5

JUBILEU DE DIAMANTE – 60 ANOS A Paróquia Santa Genoveva, de Irapuru, comemorou seu Jubileu de Diamante no dia 1º de maio.

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Palavra

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do bispo

Misericórdia e Família Dom Luiz Antonio Cipolini

São José Operário

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dessas pessoas e casais, para bem conhecer sua situação e ajudá-las a descobrirem os passos que precisam dar para se inserirem mais plenamente na vida da Igreja. A Exortação Apostólica desafia toda a Igreja a repensar a pastoral matrimonial e familiar. É preciso fazer mais e melhor nesse sentido em nossas paróquias e comunidades, traduzindo esse documento em novas práticas pastorais na Diocese. Em síntese: sem renunciar ao ideal de família, a Exortação vai ao encontro das mesmas pelo caminho do discernimento, integração e acompanhamento. A "misericórdia pastoral" é a principal proposta do Papa para acolher aqueles que se encontram em "situações complexas". A eles o Papa faz um convite concreto: "Convido-vos a se aproximarem com confiança para uma conversa com seus pastores e com leigos que vivem na dedicação ao Senhor". O documento é dirigido aos bispos, aos presbíteros, aos diáconos, às pessoas consagradas, aos esposos cristãos e a todos os fiéis leigos. É um texto longo, mas sua leitura é fácil e agradável; será de grande proveito para todos, sobretudo às famílias. Foi publicado em várias línguas de forma impressa e também está na internet. Sugiro seu estudo nos grupos de casais e nos encontros da Pastoral Familiar. Termino com as palavras do Papa: "Espero que cada um, através da leitura, sinta-se chamado a cuidar com amor da vida das famílias, porque elas não são um problema, são sobretudo uma oportunidade" (AL, n. 7).

o dia 1º de maio, a Igreja recorda a memória de São José Operário para destacar o valor humano e sobrenatural do trabalho. Esta Memória na Liturgia é recente, instituído pelo Papa Pio XII em 1955. Com esta missa que quer celebrar o Dia do Trabalhador e colocar como o modelo São José, a Igreja não só valoriza um tipo de trabalho, mas todo ofício do trabalho como colaboração do homem na Obra da Criação. Na liturgia desta memória, recorda a primeira leitura do livro do Gênesis, que Deus criou o homem para que guardasse o Jardim do Éden e o cultivasse. O trabalho desde o início foi um dom dado ao homem, e exercendo sua função encontrasse dignidade. Trabalhar é para o homem uma colaboração ao projeto criador de Deus no seu governo sobre o mundo, segundo a Providência Divina. Entretanto, com o Pecado Original, o que sofreu alteração foi a maneira como se exerce o trabalho. Assim, o trabalho se tornou difícil, árduo, com sofrimento: "comerás o pão com o suor de teu rosto", diz o livro de Gênesis. O trabalho se tornou com o Pecado Original algo esgotador. Numa sociedade materialista como a nossa, o trabalho se torna de fato um sinal de castigo e de opressão. O castigo, porém, não vem de Deus, mas dos homens, que buscam usar do trabalho opressor, mal pago, para o acúmulo de capital sem medidas, no objetivo de suas vaidades e egoísmos. Um lugar de trabalho onde não se observam as leis trabalhistas ou não promovem salários justos, uma sociedade que esquece a dignidade humana e o bem-estar social de seu povo, colabora no pecado e torna o trabalho algo desprezível. Outro lado é medir o trabalhador pelo seu ganho salarial. A dignidade do trabalho não é medido pela sua ca-

Cúria diocesana: Avenida Nelson Spielmann, 521 Marília/SP - CEP 17500-970 Fone/fax: (14) 3401-2360 e-mail: curia@diocesedemarilia.org.br Centro Diocesano de Pastoral: Rua José Bonifácio, 380 Marília/SP - CEP 17509-004

pacidade de ganho, que muitas vezes é injusta, mas pelo trabalho em si. Todo trabalho é importante, não importa a função que exerça na sociedade, desde o lixeiro e a faxineira até o empresário e administrador de uma empresa, todos têm a mesma dignidade e colaboração na obra da Criação e Redenção. O trabalho nunca perdeu sua dignidade de ser colaboração humana na Obra do Criador e na Redenção humana. Mesmo Jesus, nos diz o Evangelho desta memória, foi o Filho do Carpinteiro, exerceu também a carpintaria, mostrando que o trabalho é um meio de santificação, mesmo nas funções mais humildes. Tenhamos diante de nós o modo como São José exercia seu trabalho, tendo os olhos voltados a Jesus e a Maria, sua família. Que objetivo belíssimo era este de São José, trabalhar pela sua família, mas ao mesmo tempo tendo olhar para o nosso Deus e sua ação redentora. Devemos ter este objetivo de São José, trabalhar para nossa família, tendo no olhar Jesus e Maria. Que o nosso trabalho seja, com ajuda de São José, uma obra de gratidão e oferenda a Deus, que nos deu a dignidade do homem no seu trabalho. Pe. Anderson Messina Perini é assessor diocesano da Pastoral Litúrgica.

Editora-responsável: Márcia Welter (MTb Tiragem nº35.160-DRT-SP). 12.000 exemplares. Redação e Editoração: Márcia Welter. Revisão: Pe. Ademilson Luiz Ferreira. Autorização Permite-se a reprodução de matérias Horários de atendimento: VERSÃO ELETRÔNICA desta edição, desde que sejam men­ Segunda a sexta-feira das 8h às 17h. cionadas as fontes. Está disponível no site da diocese: www. diocesedemarilia.org.br Produção Editorial Envie notícias de sua paróMW Editora quia, pastoral ou movimento Rua Barão do Rio Branco, 234 - sobreloja Impressão para o jornal diocesano (jornalJornal da Cidade de Bauru Ltda Garça (SP) - CEP 17.400-000 nomeiodenos@yahoo.com.br) e Rua Xingu 4-44 - Higienópolis Fone/Fax: (14) 99195-5452 para o site da diocese (pascom. e-mail: jornalnomeiodenos@yahoo.com. Bauru (SP) - CEP 17013-510 marilia@gmail.com). Fone: (14) 3223-2844 br Fone/fax: (14) 3413-3124 e-mail: cdp@diocesedemarilia.org.br Website: www.diocesedemarilia.org.br

EXPEDIENTE Bispo diocesano: Dom Luiz Antonio Cipolini Bispo emérito: Dom Osvaldo Giuntini Vigário Geral: Cônego João Carlos Batista Coordenador diocesano de Pastoral: Pe. Ademilson Luiz Ferreira

litúrgica

Pe. Anderson Messina Perini

O

Papa Francisco apresentou a sua Exortação Apostólica sobre a família, com o título "Amoris Laetitia" (A Alegria do Amor), no último dia 8 de abril. Este documento pontifício é fruto das duas assembléias do Sínodo dos Bispos sobre a família (2014 e 2015). A partir das propostas apresentadas pelo Sínodo, o Papa trata da realidade atual da família: "O caminho sinodal permitiu analisar a situação das famílias no mundo atual, alargar a nossa perspectiva e reavivar a nossa consciência sobre a importância do matrimônio e da família" (AL, n. 2). O Papa inicia falando da beleza e do significado positivo do amor humano que leva ao casamento e a formar família; mostra o papel educador da família e a espiritualidade matrimonial e familiar. Em seguida, trata do acompanhamento pastoral das situações complexas e "irregulares" que envolvem muitas famílias, com o desejo de acolher e incluir a todos na vida da Igreja e na experiência do amor salvador de Deus. Todas estas questões devem ser tratadas no "contexto deste Ano Jubilar da Misericórdia" (AL, n.5). De fato, a situação de famílias em "situações imperfeitas" foi abordada na exortação com as seguintes palavras: "Diante de situações difíceis e de famílias feridas, é necessário recordar sempre um princípio geral: Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações. O grau de res­ ponsabilidade não é igual em todos os casos, e podem existir fatores que limitam a capacidade de decisão. Por isso, enquanto se deve expressar claramente a doutrina, é preciso evitar juízos que não levam em consideração a complexidade das diversas situações e é necessário prestar atenção ao modo como as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição" (AL, n. 79). O Papa convida os bispos e os padres a exercerem uma ampla e adequada "misericórdia pastoral", no acompanhamento

Assessoria


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Unidade

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dos cristãos

Maio tem Semana de Oração pela Unidade D e 8 a 15 de maio, acontecerá, no Hemisfério Sul, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Ela é anualmente preparada por um conjunto de Igrejas de um determinado país e, neste ano, as Igrejas Cristãs da Letônia prepararam o subsídio para ser refletido em nossas comunidades. Neste ano, o lema será "Chamados a proclamar os altos feitos do Senhor" (cf. 1Pe 2,9). Segundo o site do Vaticano, "o mais antigo batistério da Letônia vem de São Meinhard, o grande evangelizador do país. Ele se encontrava inicialmente na sua catedral, à Ikskile, e se situa agora bem no centro da catedral luterana de Riga, a capital do país. O local do batistério, bem perto da bela cátedra esculpida da catedral, fala com eloquência do vínculo entre batismo e pregação, assim como do chamado a proclamar os altos feitos do Senhor, dirigidos a todos os batizados. Este chamado constitui o tema da Semana de Oração para a Unidade Cristã de 2016. Foi inspirando-se em dois versículos da Primeira Carta de São Pedro que membros de diversas Igrejas da Letônia prepararam os textos propostos para esta semana". Os esforços da Igreja pelo diálogo ecumênico têm duas origens pouco antes do Concílio Ecumênico Vaticano II e, foi confirmado com o mesmo através do decreto Unitatis Redintegratio (A reintegração da unidade), que fala especificamente sobre o ecumenismo (diálogo respeitoso entre as mais diversas tradições cristãs em vista da busca da unidade cristã). Segundo o Pe. Willians Roque de Brito, que tem acompanhado tais esforços na Diocese de Marília há poucos meses, o diálogo ecumênico e a reintegração a qual se refere o decreto não quer fazer com que todas as Igrejas, de princípio, voltem a ser católicas. "Não! Ele quer iniciar um diálogo respeitoso entre as diferentes tradições cristãs, nas quais se faz sempre necessária a abertura de coração

e a oração comum, diminuindo entre nós, cristãos, o desrespeito

mútuo que escandaliza o mundo", disse. Segundo o sacerdote, este es­ forço iniciado pela Igreja foi ainda retomado por muitos outros documentos, assembleias, estudos e orações de grande relevo após o Concílio Vaticano II. Ele informou, ainda, que será enviado a cada paróquia a oração elaborada para este ano, para que possa ser rezada ao final da oração da comunidade. "O material elaborado pelas Igrejas da Letônia pode ser encontrado no site do Vaticano, disponibilizado pelo Pontifício Conselho Para a Promoção da Unidade dos Cristãos", finalizou o Pe. Willians.

01/05 – Escola Diaconal. l Missa na Paróquia Santa Genoveva, em Irapuru. Aniversário dos 60 anos de criação da Paróquia. 03/05 – Reunião do Sub-Regional de Botucatu no Itra. l Missa na residência episcopal com os propedêutas. 04/05 – Abertura da Novena na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Jóquei. 07/05 – Ordenação Episcopal do Monsenhor Luiz Carlos Dias, em Caconde. 08 a 15/05 – Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. 10/05 – Reunião Geral do Clero na Casa Pastoral, em Adamantina. 13/05 – Missa na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Adamantina. Jubileu de Ouro de criação da Paróquia. 15/05 – Crisma em Osvaldo Cruz às 9h; em Sagres às 17h; e Salmourão às 19h. 16 a 20/05 – Retiro do Clero em Agudos. 22/05 – Escola Diaconal – Encontro com as esposas dos candidatos ao diaconato. 26/05 – Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. 27 a 29/05 – Visita Pastoral à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Queiroz.

Plano Diocesano de Pastoral A equipe diocesana do PDP (Plano Diocesano de Pastoral) esteve reunida, no dia 23 de abril, em Tupã, no Centro de Convivência Monsenhor Afonso Haffner. Esta foi a segunda vez, no ano de 2016, que a equipe se reuniu, desta vez para dar continuidade às reflexões realizadas no último Encontro Diocesano de Assessores e Agentes de Pastoral, realizado no mês de fevereiro, também em Tupã. O objetivo foi discutir a atualização do PDP, segundo informou o coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. "Estamos analisando as respostas dos grupos do Encontro de Agentes e também fazendo uma avaliação dos projetos do PDP", comentou o sacerdote.

Retiro do Clero começará no dia 16, em Agudos

O

s padres da Diocese de Marília estarão em retiro do dia 16 ao dia 20 de maio. O Retiro do Clero ocorrerá no Seminário Santo Antônio, em Agudos, sendo que os sacerdotes diocesanos são convocados e os religiosos são convidados a participar. O início ocorrerá com uma celebração às 17h da segunda-feira, e o encerramento está

previsto com o almoço da sexta-feira. Este ano, o assessor do retiro será Dom Milton Kenan Júnior, bispo de Barretos (SP), sendo que o tema será escolhido por ele. A coordenação do retiro está a cargo da Pastoral Presbiteral, mas nos dias do retiro, o sacerdote coordenador será o Pe. Domingos de Jesus, de Mariápolis.


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"Perseverai

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em deus"

Fundação Casa de Marília realiza O preço do amor II Lava Pés com 45 jovens “Revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14)

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o dia 13 de abril, a Pastoral Carcerária " Pe r s e v e r a i e m Deus", da Catedral São Bento, de Marília, esteve na Fundação Casa Marília, la­ vando os pés de 45 jovens que cumprem medida socioeduca­ tiva de internação, com idade entre 15 e 19 anos. "Foi um momento mara­ v i l h o s o, n o q u a l a l g u n s jovens, de início hesitaram, assim como o apóstolo Pedro, que disse a Jesus: 'jamais me lavarás os pés'. Jesus respon­ deu: 'se Eu não lhe lavar, não terás parte comigo'. Apesar da hesitação de alguns, logo depois aceitaram viver esta experiência maravilhosa de Deus, um Deus que ama, por isso se coloca a serviço, um Deus que não mede es­ forços, que nos ama e até ao extremo nos amou. Um Deus que vem ao nosso encontro, descendo às nossas misérias para nos lavar e nos purificar, para que tenhamos parte com Ele", relatou Luciana Cheder Tedesco, coordenadora paro­ quial da Pastoral Carcerária. Os 45 jovens que parti­ ciparam da cerimônia do Lava Pés foram divididos em 6 gru­ pos e tiveram seus pés lavados pelo Pe. Júlio Pereira de Souza Neto, da Paróquia São Miguel Arcanjo; pelos paroquianos Antônio Costa de Oliveira e Flávio José Lino de Carvalho, ambos da Paróquia Nossa Senhora de Fátima; Paulo César de Oliveira Fernandes e Paulo Roberto Vieira, am­ bos da Paróquia São Bento, e Michel Guerra, da Paróquia Maria Mãe da Igreja. Segundo Luciana, alguns meninos relataram a alegria pela presença de um padre no meio deles. "Um dos jovens até co­ mentou: 'nunca veio um pa­ dre aqui', mas o outro logo respondeu: 'já sim, no ano

E

ra uma vez... numa cer­ ta tarde, um menino que, aproximando-se de sua mãe, que preparava o jantar, entregou-lhe uma folha de papel com algo escrito: Depois de secar as mãos e tirar o avental, a mãe leu: * Por cortar a grama do jardim: R$ 3,00 * Por limpar meu quarto esta semana: R$ 1,00 * Por ir ao supermercado em seu lugar: R$ 2,00 * Por cuidar de meu ir­ mãozinho enquanto você ia às compras: R$ 2,00 * Por tirar o lixo toda se­ mana: R$ 1,00 * Por ter um boletim com boas notas: R $ 5,00 * Por limpar e varrer o quintal: R$ 2,00 * TOTAL DA DÍVIDA: R$ 16,00.

passado tivemos a presença de um bispo'. Fiquei feliz com este comentário, afinal ninguém lembra daquilo que não faz falta e fiquei feliz pela recorda­ ção do jovem sobre a presença do nosso bispo Dom Luiz An­ tonio Cipolini no I Lava Pés, que ocorreu no ano passado", lembrou. A coordenadora aprovei­ tou para agradecer o apoio e incentivo do bispo Dom Luiz, que só não pôde estar presente porque foi partici­par da 54ª As­ sembleia Geral dos Bispos do Brasil em Aparecida. "Agradeço também a disponibilidade do Pe. Júlio e sua prontidão em acolher nosso convite. Sua pre­ sença foi de suma importância aos nossos meninos", afirmou. O Pe. Júlio também agra­ deceu pelo convite e a grande

oportunidade que teve de ser Cristo aos privados de liber­ dade. "Ele nos relatou que ficou surpreendido e muito feliz quando um dos jovens pediu para lavar seus pés. Ges­ tos como este são carinhos de Deus para aquele que se coloca a serviço do reino", contou Lu­ ciana. "Fomos levar o amor, mas quem muito recebe somos nós", comentou Flávio José. A coordenação da Pastoral Carcerária agradeceu a presença de Nelson Cândido de Azeve­ do, da Paróquia Santa Rita, que registrou esse momento tão significativo do Lava Pés, e também ao diretor do Casa Marília, Carlos Augusto Mar­ tins Jr., e a todos os funcionári­ os que com carinho e respeito acolheram esse trabalho de

A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expec­ tativa. Muito serenamente ela pegou um lápis e no verso da mesma nota escreveu: * Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida – NADA * Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti – NADA * Pelos problemas e pelos prantos que me causastes – NADA evangelização. "Aqueles que por algum resquício no pensamento pen­ sam ser em vão atitudes como esta, estão equivocadamente enganados. Nosso Deus nos ensina que ninguém perde por levar o amor; só perdem aque­ les que não sabem levar e rece­ ber o amor. Aos adolescentes do Casa levamos o amor que vem do coração de Deus. Este

* Pelo medo e pelas pre­ ocupações que me esperam – NADA * Por comidas, roupas e brinquedos – NADA * Por limpar-te o narizNADA * CUSTO TOTAL DE MEU AMOR – NADA. Quando o menino ter­ minou de ler o que sua mãe havia escrito, tinha os olhos cheios de lágrimas. Olhou nos olhos da mãe e disse: "Eu te amo mamãe!!!" Logo após, pegou um lá­ pis e escreveu com uma letra enorme: " T O TA L M E N T E PAGO" Reflexão As mães nos dão tudo... de graça... Resta-nos sim­ plesmente agradecer. Pense nisso. Pe. Valdo Bartolomeu de Santana (padre.valdo@uol.com.br). é nosso papel, nosso dever e satisfação de cristãos. O que eles farão com este amor que recebem isto não compete a nós. Isso é entre eles e Deus. Mas em nossas orações peça­ mos a Deus que eles tenham uma atitude concreta de amor para com Ele, consigo e com o próximo. 'O fruto do amor é o serviço'", concluiu Luciana Cheder Tedesco.


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Exortação

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pós-sinodal

A "Alegria do Amor" que se vive nas famílias Pe. Carlos Roberto

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epois da Alegria do Evangelho(Evangelii Gaudium), o Papa Francisco nos brinda com a Alegria do Amor (Amoris Laetitia), o tão esperado documento Pós-Sinodal. É uma Exortação apostólica e nela, o Papa lembra e acolhe o percurso recentemente feito pelos dois sínodos dos bispos: o primeiro, um sínodo extraordinário, realizado de 5 a 19 de outubro de 2014, e que teve como tema "Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização"; e o segundo, um sínodo ordinário, que aconteceu de 4 a 25 de outubro de 2015, refletindo sobre "A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo". O Santo Padre lembra que o caminho sinodal considerou com amplitude os problemas atuais vividos pelas famílias, e analisou as diversas situações vividas em suas preocupações legítimas e questões honestas e sinceras; disse também, que o caminho sinodal ajudou-nos a "alargar a nossa perspectiva e reavivar a nossa consciência sobre a importância do matrimônio e da família" (AL 2). Assim, julgou oportuno acrescentar "outras considerações que possam orientar a reflexão, o diálogo ou a práxis pastoral, e simultaneamente ofereçam coragem, estímulo e ajuda às famílias nas sua doação e nas suas dificuldades" (AL 4). Diante do drama da família em nosso tempo, o Papa Francisco tem presente que, em nossa caminhada eclesial, temos realidades complexas e distintas dependendo do país ou das culturas locais em determinadas regiões do planeta; mas afirma, igualmente, que temos a necessidade de uma unidade entre "doutrina e práxis". No entanto, aponta para o fato de que em cada país ou região, escutando o Espírito

Santo, "é possível buscar soluções mais inculturadas, atentas às tradições e aos desafios locais" (AL 3). A exortação não traz mudanças na doutrina da Igreja sobre o sacramento do matrimônio, como muitos esperavam, mas incentiva a praticar a doutrina com a alegria do amor da qual a Igreja é portadora - a alegria fruto do Espírito Santo. O Papa inicia o texto afirmando que "A alegria do Amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja" (AL,1) e vai pouco a pouco nos introduzindo na temática sobre o amor na família. Inspira-se na Sagrada Escritura, para iluminar as diversas realidades vividas pelas famílias em nosso tempo, considera "os elementos essenciais da doutrina da Igreja sobre o matrimônio e a família", depois destaca alguns caminhos pastorais para ajudar-nos a construir famílias sólidas e fecundas segundo o plano de Deus. Nesse percurso, convida os cristãos do mundo todo a olhar as famílias, e principalmente as famílias "irregulares" (situações familiares que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe), com misericórdia e discernimento pastoral. Neste aspecto, a humildade do realismo e do drama vivido pelas famílias descritas na exortação, ajuda-nos a não apresentar "um ideal teológico e demasiado abstrato do matrimônio, construído quase artificialmente,

distante da situação concreta e das possibilidades efetivas das famílias tais como são" (AL 36). O convite é claro: "aqueles que fazem parte da Igreja, precisam de uma atenção pastoral misericordiosa e encorajadora" (AL, 293). Embora a exortação aborde vários temas, a palavra-chave usada é "misericórdia" e "integração". Sim, porque, na vida da Igreja existem muitas famílias feridas, famílias de recasados e tantos outros tipos de famílias, e, não devemos nos esquecer das crianças, as primeiras vítimas nestas situações. A exortação propõe a "lei da gradualidade" proposta por São João Paulo II, segundo a qual "o ser humano conhece, ama, e cumpre o bem moral segundo diversas etapas de crescimento" (AL 295). Neste sentido, a exortação mostra que o caminho não é marginalizar nem condenar ninguém eternamente "porque esta não é a lógica do evangelho" (AL 297), mas insiste no fato de que devemos ajudar as pessoas que vivem em tais situações a buscar a misericórdia "imerecida", mas oferecida por Deus a todos, e a fazer todo o possível para ajudá-las a integrarem-se, ou reintegrarem-se na caminhada de Igreja: pessoal, familiar e eclesial. Neste sentido, a exortação deixa claro que caberá aos pastores, bispos e padres, fazer um bom discernimento pastoral com as pessoas a quem acolhe e orientá-las para o bem. Por exemplo, são muitas as realidades dos divorciados: aqueles que não tiveram nenhuma culpa e estão divorciados, aqueles que só estavam casados no civil e agora estão divorciados, aqueles que se casaram no civil e religioso e agora, depois do divórcio, só convivem juntos e não se casaram, aqueles que depois do divórcio recasaram no civil e estão vivendo bem, aqueles que recasaram várias vezes, etc. Alguns que estão nestas condições podem estar agindo de

maneira errada por ignorância de sua situação, outros estão errando porque estão impossibilitados: sua atual condição de vida não lhe permite agir de forma diferente, e outros ainda que, mesmo conscientes da gravidade dos erros, acham-se no direito de praticá-los. A exortação deixa claro que não há uma lei geral para todos os casos, por isso os pastores devem agir com misericórdia e escutar cada caso, e orientar cada família a "integrar-se à vida cristã" da melhor forma que for possível, de acordo com sua realidade, e de maneira a "evitar toda ocasião de escândalo" (cfr. AL 296-298). Uma coisa fica clara: estes cristãos divorciados e recasados: "não só não devem sentir-se excomungados, mas podem viver e amadurecer sua vida cristã como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que sempre os acolhe, cuida afetuosamente deles e encoraja-os no caminho da vida e do Evangelho. Esta integração é necessária também para o cuidado e a educação cristã dos seus filhos, que podem ser considerados o elemento mais importante" (AL 299). O sacerdote que acolhe tais famílias tem o dever de ajudá-las a trilhar o "caminho do discernimento segundo a doutrina da Igreja e as orientações do bispo local" (AL 300). Uma reflexão sincera com tais famílias pode ajudá-las a tomarem consciência de sua real "situação diante de Deus", e a reencontra-

rem a "confiança na misericórdia de Deus, que não é negada a ninguém". O Papa deixa claro, também, que "estas atitudes são fundamentais para evitar o grave risco de mensagens equivocadas, como a ideia de que algum sacerdote pode conceder rapidamente 'exceções', ou de que há pessoas que podem obter privilégios sacramentais em troca de favores" (AL 300). O discernimento pastoral deve ajudar a encontrar os caminhos possíveis para que estas famílias de nosso tempo deem sua resposta a Deus, mas também para que cresçam apesar de seus limites, pois nenhuma família é uma realidade perfeita e existe de uma vez para sempre. A família é feita de homens e mulheres com "milhares de gestos reais e concretos" (AL 315) que "requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar". Por fim, o Papa Francisco convoca as famílias para avançar e a continuar caminhando: "Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida" (AL 325), diz ele. Pe. Carlos Roberto dos Santos é mestre em Teologia; professor de Teologia Moral na Fajopa (Faculdade João Paulo II), em Marília, e pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Tupã.


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"Vida

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mariana a serviço da comunidade"

Marianos realizam encontro diocesano em Parapuã

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o dia 15 de maio, os Congregados Marianos da Diocese de Marília se reunirão para um encontro diocesano em comemoração ao dia Nacional

Ano

do Congregado Mariano. Serão comemorados os 453 anos da criação das Congregações Marianas. Neste ano, o encontro diocesano será na cidade de Pa-

rapuã, na Paróquia Imaculada Conceição. As atividades terão início às 8h30, no trevo de entrada da cidade, de onde sairá uma carreata até o local do encontro.

O tema de reflexão será "Vida Mariana a serviço da comunidade". "É um dia festivo para o movimento. Esperamos a participação de todos os congre-

gados da nossa diocese", disse Alessandra de Cássia Montisseli de Carvalho, membro da coordenação da Federação Mariana da Diocese de Marília.

fazer com que o irmão saia de uma situação de pecado, que poderia conduzi-lo à condenação eterna.

mal com o bem. O Senhor, do alto da cruz, perdoou aos que o condenaram (cf. Lc 23,34). Isto foi tão marcante que o primeiro mártir, Santo Estêvão, também perdoou seus assassinos (cf. At 7,60). Contudo, sem a ajuda de Deus não conseguimos perdoar ninguém. Por isso, precisamos, em primeiro lugar, invocar a Deus, depois, querer sinceramente perdoar e nos colocar em caminho, pois ele também não acontece de uma hora para a outra.

também em nossos defeitos e pecados, que certamente incomodam outros. Mas se o incômodo for muito grande, talvez seja conveniente con­ver­sar com a pessoa, com ca­ridade, para ajudá-la a se corrigir.

da misericórdia

As Obras de Misericórdia Espirituais Marcelo Henrique Gonzales Dias

A

gora é o momento de refletirmos sobre as obras de misericórdia espirituais, depois de ter estudado as obras de misericórdia corporais. Isto porque o ser humano é constituído de corpo e alma. Precisamos valorizar a ambos. Desta forma, não caímos nem no materialismo de quem considera somente as necessidades materiais do ser humano, nem no espiritualismo de quem só se preocupa com a saúde espiritual. O Senhor diz no Evangelho: "Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4,4): pão e Palavra de Deus, corpo e alma. Não basta apenas trabalhar pelo bem físico e temporal dos irmãos. Se estamos mal espiritualmente, corremos sério risco de não termos a vida eterna junto do Senhor. Daí a importância de trabalhar pela salvação eterna de nossos irmãos. Vejamos: Dar bons conselhos: há um ditado popular que nos desencoraja a dar conselhos: "conselho, se fosse bom, não se dava, se vendia". Mas aqui não se trata de palpitar ou de inventar soluções para o próximo: trata-se de, à luz de Deus e de Seus manda-

mentos, ajudar o próximo a traçar o bom caminho. Afinal, o conselho é um dom do Espírito Santo. Graças a ele, podemos ajudar o irmão em seu discernimento pessoal. Ensinar os ignorantes: é preciso transmitir o Evangelho a quem não o conhece, mesmo que tenha recebido os sacramentos ou seja cristão. Muitos são os católicos que não conhecem os elementos fundamentais da própria fé e, por isso, não conseguem vivê-la de modo integral. Podemos, de tantas formas, apresentar a beleza e a verdade da nossa em fé em seu conjunto ou em algum de seus elementos específicos (profissão de fé, sacramentos, ensinamento moral...). Para tanto, precisamos superar o respeito humano e procurarmos nos aprofundar cada vez mais na fé. Corrigir os que erram : essa é uma das obras mais delicadas. Por isso, exige uma dose especial de amor e cuidado. Caso contrário, dará a impressão de que estamos apontando os erros do próximo, por nos considerarmos melhores ou mais entendidos. Mas isto não serve de desculpa para deixar de praticá-la. Jesus nos ensina: "Se o teu irmão pecar, fala com ele a sós para o corrigir. Se te escutar, ganhaste o teu irmão" (Mt 19,15-17). Uma correção feita com amor pode

Consolar os tristes: a condição humana é feita de muitas tragédias, dores, incompreensões. Nos­ sa sociedade potencializa tu­do isso e é máquina de frustrar e deprimir pessoas. São tantos os irmãos que ficaram pelo cami­nho, que perderam a esperança na vida e até mesmo em Deus. São Paulo nos exorta a chorar com os que choram­ (cf. Rm 12,15), ou seja, a ter compaixão das pessoas em di­fi­ culdade, acompanhando-as com a presença e oração. Não podemos ser neutros com relação aos sofrimentos de nosso próximo. Perdoar as injúrias: É tão grande o fato de que Deus nos tenha perdoado e nos perdoa quando nos arrependemos! Mas a resposta que damos a Ele consiste em também perdoar, em também responder ao

Suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo: com frequência, somos muito impacientes com as fraquezas do próximo. Facilmente nos queixamos com os outros, fazemos críticas e nos incomodamos. Fazendo isso, contudo, perdemos uma grande ocasião de santificação, para nós e para o próximo. Precisamos amar sinceramente aqueles que nos incomodam e evitar reclamações desnecessárias, o que pode nos ajudar a pensar

Rezar a Deus pelos vivos e falecidos: é o mistério da comunhão dos santos, ou seja, do laço que une os que estão em Cristo, seja no céu, na terra ou no purgatório. A oração é o único bem que podemos fazer a quem já morreu. É um ato de amor porque, no caso de a pessoa estar no purgatório, nossa oração serve de ajuda em seu processo de purificação. É o poder do amor, que supera até mesmo barreiras da morte física. Marcelo Henrique Gon­­ -zales Dias já concluiu os estudos de Teologia e atua na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Oriente.


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Família

Aparecida sedia Simpósio e Peregrinação nacional

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Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família realizará, nos dias 21 e 22 de maio, o 6º Simpósio Nacional da Família e a 8ª Peregrinação Nacional das Famílias. Os eventos ocorrerão em Aparecida e para

este ano, o tema será "Família e Misericórdia". A reflexão segue a linha do Ano da Misericórdia proposto pelo Papa Francisco. A expectativa é de que participem do Simpósio ao menos 2 mil pessoas. De acordo com a programa-

ção, no sábado, dia 21, ocorrerão várias palestras, abordando temas diversos e sendo ministradas por bispos e padres convidados. "No período da tarde do sábado, contaremos com vários testemunhos de casais e

Vaticano II: um Concílio Pastoral? Pe. Ademilson Luiz Ferreira

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firma-se, com frequência, que o Concílio Vaticano II foi um Concílio "Pastoral". Alguns, querendo desmerecer sua importância, atribuem à palavra "pastoral" um valor quase irrisório como se o Concílio tivesse sido um simples encontro de bispos para discutir alguns "probleminhas" da Igreja. Pelo fato de não ter definido dogmas nem condenado heresias, alguns se sentem no "direito" de não concordar com as orientações do Vaticano II. Sabemos que o Papa que convocou o Concílio – João XXIII – não tinha intenção de propor dogmas ou realizar condenações, embora, durante o Concílio, um grupo minoritário tenha lutado pelo dogma da mediação universal de Nossa Senhora e pela condenação explícita do comunismo. Não estava em jogo preservar um "museu" ou uma "peça de antiguidade", mas cultivar um "jardim". Afirmava o Papa: "o nosso dever não é só vigiar este tesouro precioso como se nos preocupássemos unicamente com sua antiguidade, mas o de dedicarmo-nos, com vontade determinada e sem temor, à obra exigida por ele e pelos tempos atuais, continuando, desta forma, o caminho que a Igreja vem fazendo há 20

séculos". Neste novo Concílio, o "método" seria diferente. Em lugar da severidade das condenações, seria aplicado o "remédio da misericórdia". Esclarecendo o verdadeiro rosto da Igreja, não se apresentaria a doutrina em tom de condenação ou de ultimato. De acordo com o continuador do Concílio – Paulo VI – seu objetivo seria: exposição da teologia da Igreja, sua renovação interna, empenho pela unidade dos cristãos e o diálogo com o mundo contemporâneo. Estavam em jogo outras preocupações e motivações, mais "pastorais" que simplesmente "dogmáticas". Evidentemente não se tratava de contrapor a "pastoral" à "teologia", mas era o momento de assumir o estilo do bom pastor como critério para toda atividade da Igreja e seu ensinamento. A Igreja deveria ser situada perante o mundo não como a grande "inquisidora" nem mesmo apresentando resposta pronta para todos os problemas, mas em atitude de diálogo. Não seria a hora de "impor", mas de "propor o Evangelho" e de discernir os sinais dos tempos. O Concílio caminhou em clima de diálogo, não obstante as muitas tensões ocorridas nele. Todos os documentos foram aprovados pela quase unanimidade dos membros. Aqueles que exigiam posicionamento mais sério, crítico e dialogal encontraram

maiores resistências. Nenhum dos dois papas queria impor à minoria a opinião da maioria. Não foi fácil chegar a um consenso. Apesar de sua preocupação "pastoral", o Concílio não deixou de discutir pontos importantes da doutrina e, ainda que não tenha proposto novos dogmas, soube apresentar a fé cristã de maneira adequada às exigências de seu tempo histórico. "Re-propôs" com maestria e extrema coragem a doutrina da Igreja, situando-a de uma maneira totalmente nova perante o mundo. Fruto de um longo processo de renovação teológica, fez justiça a teólogos cujas ideias anteriormente foram vistas como suspeitas, ampliou os horizontes do diálogo ecumênico e inter-religioso, resgatou o valor do sacerdócio comum a todos os fiéis, contemplou as diferentes vocações do Povo de Deus. No desejo de "voltar às fontes" – sobretudo bíblicas e patrísticas – soube lançar-se em direção a um futuro novo. Sem desprezar o passado, dialogou com as ideias do presente, tornando a Igreja mais credível perante o mundo, retirando a "poeira" e o "mofo" que se encontravam sobre ela. Pe. Ademilson Luiz Ferreira é coordenador diocesano de pastoral e pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Marília.

animação musical, terminando com uma procissão luminosa subindo a passarela em direção à Basílica Velha", informou o coordenador diocesano da Pastoral Familiar, Jaime Piassa, que participará do encontro juntamente com sua esposa, Rogéria Tucunduva Piassa. Já para o domingo, dia da

Peregrinação, são esperadas na Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida a participação de cerca de 50 mil pessoas, vindas de todo o Brasil. O ponto alto da Peregrinação será a celebração de uma missa às 10h. A celebração será transmitida, ao vivo, pela TV Aparecida.

Dia Internacional da Família será celebrado em 15 de maio

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m 1994, a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o 15 de maio como Dia Internacional da Família. Com a data, as Nações Unidas procuram divulgar a importância da família na sociedade; sublinhar o caráter basilar da família na educação das crianças; passar mensagens de amor, respeito e união, elementos essenciais para o relacionamento de todos os componentes da família; alertar a sociedade para os direitos e responsabilidades das famílias; e sensibilizar os

cidadãos para as questões sociais, econômicas e demográficas que afetam a família. De acordo com o coordenador diocesano da Pastoral Familiar, Jaime Piassa, as paróquias de toda a Diocese de Marília estão orientadas a celebrar a data. "Como este ano será em um domingo, devem ser realizadas missas festivas com atividades próprias de cada paróquia. Não há um tema específico para comemoração desta data. Cada paróquia terá, em sua criatividade, uma forma de celebrar", disse.


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Santa

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rita de cássia

Paróquia de Marília realiza sua 3ª Festa das Rosas

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Paróquia Santa Rita de Cássia, de Marília, realizou, do dia 21 ao dia 24 de abril, a 3ª Festa das Rosas de Santa Rita. Cerca de oito mil pessoas participaram do evento, que contou com o trabalho de aproximadamente 200 pessoas, em sua maioria agentes de pastoral e também voluntários. Eles foram responsáveis pela montagem das barracas e também pelo atendimento e acolhimento do público. "A organização, o ambiente familiar, sem bebidas alcoólicas, a animação musical com músicas adequadas para nosso ambiente, assim como a praça de alimentação com variedades de comidas e bebidas foi o grande diferencial de nossa festa", comentou o vigário paroquial, Pe. Willians Roque de Brito, que esteve envolvido na festa juntamente com o pároco, Pe. Luiz Eduardo Cardoso de Sá. Segundo o sacerdote, as comunidades participaram com a doação de gêneros alimentícios e os patrocinadores com seus patrocínios. "Todas as doações que recebemos foram primordiais para a realização da festa", agradeceu. Os quatro dias de festa não tiveram nenhum imprevisto ou ocorrência. De acordo com os responsáveis, toda renda da festa será revertida para as prioridades da Paróquia Santa Rita de Cássia, como o investimento no novo som da igreja matriz, colocação em uso do novo centro catequético e início da construção da capela São Francisco de Assis. "Agradecemos a Deus e a Santa Rita de Cássia pela realização de nossa 3ª Festa das Rosas. E com muita vontade esperamos todos para a 4ª Festa das Rosas do próximo ano", convidou com antecipação o Pe. Willians. Festa da padroeira No mês de maio, a paró-

Organizadores estimam que festa teve participação de 8 mil fiéis

Evento também contou com a participação de muitos voluntários

quia estará novamente em festa, pois no dia 22 será celebrada a padroeira, Santa Rita de Cássia. Do dia 13 ao dia 21, os fiéis

Missa para as Crianças. À tarde, uma missa com bênção das rosas e objetos de devoção terá início às 15h. Às 18h, haverá

participarão de uma novena e no dia da padroeira, as atividades começarão às 8h, com uma missa. Às 10h, será celebrada a

a procissão de Santa Rita de Cássia e em seguida terá início a missa com a bênção das rosas.

O mês de maio e a celebração da maternidade Guilherme Massoca Baptista

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mês de maio traz consigo um sentimento todo especial que nos toca profundamente o coração: é o mês no qual comemoramos o dia das mães e também o mês dedicado, pela Igreja, à Virgem Maria. As mães são mulheres que Deus escolhe para nos gerar. Elas criam seus filhos, educando-os e protegendo-os, mas, sobretudo, dando-lhes muito amor e afeto. Quando celebramos o dia das mães, celebramos também o dom da vida. Temos aqui uma oportunidade de agradecermos a presença amorosa de nossas mães em nossos lares, presença esta que sempre nos acolhe, nos conforta, nos compreende e nos ajuda a crescer e a superar as dificuldades que surgem em nosso dia-a-dia. Maria, tão jovem, também recebeu de Deus a nobre missão da maternidade. Confiando na ação divina, a Virgem Maria deu o seu sim a Deus e, pela ação do Espírito Santo, o Verbo do Pai se fez carne e ha-

bitou entre nós. Certamente, ao longo de sua infância, não foram poucas as vezes em que o Menino Jesus deve ter corrido ao encontro do colo maternal e protetor de Maria. Da mesma forma, todos nós, ainda hoje, encontramos em Nossa Senhora este lugar de abrigo e consolo: com seu olhar amoroso de mãe, ela sempre nos conforta e nos acalenta. Jesus, no momento em que estava elevado na cruz e prestes a entregar o seu espírito em favor de toda a humanidade, nos dá Maria como mãe: "Mulher, eis aí o teu filho" (cf. Jo 19,26). Deste modo, a presen-

ça de Nossa Senhora em nossas vidas é real. Maria é mãe cuidadosa e amorosa para com todos os seus filhos, além de ser nossa intercessora, aquela que leva os nossos pedidos até o Cristo e, de maneira muito especial, roga por nós, sobretudo no momento de nossa morte. O Padre Zezinho, em uma de suas composições dedicadas à Mãe de Deus e nossa mãe, nos ensinou a cantar: "Em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus Maria deixou, um sonho de mãe Maria plantou, pro mundo encontrar a paz...". Percebemos, assim, que todas as mães encontram, na Virgem Maria, um modelo para o relacionamento com seus filhos, aprendendo que mesmo em momentos difíceis, o amor e a confiança em Deus devem sempre prevalecer. Neste mês de maio, queremos prestar nossa homenagem à Maria e, juntamente a ela, a todas as mães. Cumprimentamos e agradecemos a todas as mulheres que, com dedicação e responsabilidade, assumem a vocação da maternidade, que se realiza de diversas maneiras: no cuidado dos próprios filhos, na

acolhida e na educação dos filhos adotivos e também na vida consagrada e religiosa, na qual, renunciando à maternidade biológica pelo Reino de Deus, muitas mulheres participam da maternidade espiritual, entregando toda a sua vida em favor de crianças e jovens confiados aos seus cuidados. Peçamos ao Senhor para que todas as mães, a exemplo de Nossa Senhora, exerçam sua maternidade com docilidade, paciência e serviço. Que nunca falte o amor das mães aos seus filhos e que os filhos reconheçam, em suas mães, este dom excelso que elas receberam de Deus. Lembremos também, em nossas orações, das mães que já faleceram, fazendo memória do amor que as impulsionou ao longo de sua vida, a se dedicarem com generosidade aos seus filhos. Guilherme Massoca Bap­tista é seminarista do 4º ano de Teologia e natural da paróquia São Judas Tadeu, de Tupã.


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Cristãos

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leigos: sal da terra e luz do mundo

Assembleia da CNBB tem participação de 320 bispos

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Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida novamente sediou o evento mais importante da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil): a Assembleia Geral, que este ano chegou à sua 54ª edição. De acordo com o Estatuto da Conferência, a Assembleia é o órgão máximo da CNBB. "É a expressão e realização do afeto colegial, da comunhão e corresponsabilidade dos 'Pastores da Igreja no Brasil'", afirmou a entidade. Cerca de 320 bispos de todos os Estados brasileiros estiveram reunidos para refletir o tema central, que foi "Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da terra e luz do mundo". O evento buscou aprofundar a importância do laicato para que vivam o batismo com consciência e, à luz da fé, testemunhem a alegria do Cristo Ressuscitado em todas as dimensões sociais, para que sejam agentes transformadores da realidade. A assembleia foi presidida por Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB. Também estiveram presentes ao evento o vice-presidente da entidade, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, e o secretário-geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner. A 54ª Assembleia Geral da CNBB começou na manhã do dia 6 de abril e se estendeu até o dia 15, no auditório do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida. O bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, esteve em Aparecida juntamente com o bispo emérito, Dom Osvaldo Giuntini. Segundo Dom Luiz, este encontro anual é aguardado com expectativa pelo episcopado e se caracteriza como "um tempo especial de comunhão e participação em vista da missão". Os bispos também aproveitaram a ocasião da Assembleia para rezar pela Diocese

Bispos de Marília (ao centro, de costas) estiveram em Aparecida

de Marília, aos pés da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

relação entre a misericórdia e a justiça, presente nos dois documentos.

Reflexões Além do tema central, diversas outras reflexões fizeram parte dos dez dias de encontro. Um dos primeiros assuntos foi a análise da atual conjuntura político-social e eclesial do país, bastante aguardada neste momento de crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o Brasil (leia a íntegra da mensagem na página 11 desta edição). Outro documento escrito este ano foi a Mensagem para as Eleições Municipais de 2016, que orienta os fiéis na escolha de seus prefeitos e vereadores, não por questões partidárias, mas pelo programas dos partidos e pela proposta dos candidatos, levando-se em consideração as verdadeiras atribuições dos cargos que almejam. Os bispos lembram, ainda, que a participação democrática começa no município onde cada um mora. A mensagem será abordada pelo jornal diocesano "No Meio de Nós" na próxima edição. Os bispos também refletiram a Bula de Proclamação do Jubileu da Misericórdia, "Misericordiae Vultus", e as perspectivas pastorais da exortação apostólica do Papa Francisco, "Amoris Laetitia". A reflexão foi conduzida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, que fez uma

Encerramento e avaliação Na missa de encerramento da 54ª Assembleia Geral da CNBB, o presidente Dom Sergio afirmou: "Neste momento de crise que vivemos no país, conclamamos a todos, mais uma vez, para promover a paz, rejeitando qualquer forma de agressividade ou violência nas suas manifestações". Em sua homilia, o arcebispo de Brasília também expressou o sinal de ação de graças pela 54ª Assembleia Geral da CNBB, pela própria Conferência, pelos bispos, pela Igreja no Brasil, pelos estudos e pronunciamentos que aconteceram nos dez dias do encontro e pelo "valioso" documento aprovado sobre os cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, "chamados a ser sal da terra e luz do mundo". Avaliação positiva também fizeram o bispo diocesano de Marília, que participou de sua terceira assembleia, após ser nomeado ao ministério episcopal no início do governo do Papa Francisco, e o bispo emérito, que participa do evento há décadas. "Dom Osvaldo e eu vivemos a alegria da comunhão entre nós e com os demais bispos do país", finalizou Dom Luiz Antonio Cipolini. (Com informações de Tiago Barbosa).

Dom Luiz: "Dom Osvaldo e eu vivemos a alegria da comunhão"

Pastoral do Batismo realiza encontros de espiritualidade

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o dia 10 de abril, a equipe diocesana da Pastoral do Batismo promoveu, na Paróquia Imaculada Conceição, de Parapuã, a manhã de espiritualidade para os agentes da Região Pastoral II. Aproximadamente 100 leigos e leigas, das paróquias de Herculândia a Adamantina, participaram da iniciativa, que teve o Ano da Misericórdia como temática. Segundo o Pe. Márcio Roberto Rios Martins, assessor eclesiástico da Pastoral do Batismo na Diocese de Marília, o encontro regional acontece uma vez por ano e objetiva reunir os agentes para formação, espiritualidade e confraternização. "Foi um momento de alegria em torno da Misericórdia de Deus", explicou. A Bula Misericordiae Vultus, Rosto da Misericórdia, de

proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, foi o tema desenvolvido pelo seminarista Tiago Barbosa durante o encontro. No final da manhã, os agentes de pastoral concluíram a iniciativa com um momento de Adoração ao Santíssimo conduzido pelo Pe. Márcio. Regiões I e III A próxima manhã de espiritualidade da Pastoral do Batismo acontecerá no dia 15 de maio, em Junqueirópolis, para os agentes da Região III, que compreendem as paróquias das cidades de Flórida Paulista a Panorama. Para a Região Pastoral I, que engloba as paróquias de Garça a Quintana, o encontro ocorrerá em Marília, na Paróquia Maria Mãe da Igreja, no dia 24 de julho.


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Pascom

Comunicação sintonizada Pe. Valdemar Cardoso

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odo ser humano quando escolhe existir, antes de entrar na existência, ganha um corpo. Na verdade, ganha vários corpos, uma vez que a pessoa possui mais de um corpo (corpo físico, corpo mental, corpo emocional...). A existência é o lugar do corpo. O corpo é o veículo através do qual o ser humano viaja pela existência. E, como qualquer outro veículo, tem que ser alimentado e nutrido do jeito certo e com o alimento certo. É o caso, por exemplo, do corpo físico que desde os primeiros suspiros a pessoa o alimenta para que ele seja saudável e tenha condições plenas para proporcionar uma boa viagem pelos caminhos da existência. Lembrando o poeta, alimentar o corpo é preciso, afinal de contas, viver não é preciso. Mas, só alimentar o corpo físico não basta. Há uma necessidade enorme de se alimentar o corpo emocional, dado que o ser humano é emoção. Tudo o que ele faz ou deixa de fazer é para sentir ou evitar uma emoção. Tudo nele gira em torno da emoção. Para alimentar o corpo emocional, o primeiro nutriente, o alimento fundamental é o estar em sintonia consigo mesmo. Ele é também um desafio

porque na atual situação existencial, há um turbilhão de informações que rouba o ser humano de si mesmo, que o divorcia de si mesmo, fazendo-o vagar de canto a canto, sem o poder do canto que faz da vida um encanto. Desencanto. Um ser humano em sintonia com ele mesmo é que capaz de gerenciar bem suas emoções diante das mais variadas situações. Em sintonia consigo mesmo, ele é alguém que está no comando de sua vida e, por isso mesmo, retém o poder das escolhas e se descobre em comunhão com o Criador. Quanto mais sintonizada consigo mesma, maior a sintonia da pessoa com os demais seres ao seu redor. Portanto, alimente primeiro o seu corpo emocional e tudo mais virá por acréscimo. Pe. Valdemar Cardoso é membro da equipe da Pascom (Pastoral da Comunicação).

Nossa Senhora Rosa Mística No dia 13 de abril, fiéis da Pró-Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística, de Marília, estiveram reunidos nas obras do templo para uma Noite de Espiritualidade Mariana, que será realizada todos os meses, na mesma data, com o intuito de propagar a devoção à padroeira. A comunidade têm feito, também, missas nos lares dos fiéis. A construção da primeira igreja, localizada no Jardim Esmeralda, começou no ano passado e está entrando na fase final da parte estrutural. "Seguimos felizes com o trabalho realizado, pois a comunidade tem correspondido muito bem aos apelos que temos feito, no sentido de se comprometer com o projeto", revelou o pró-pároco, Pe. Danilo Nobre dos Santos.

Romaria dos Vicentinos Representantes da Diocese de Marília viajaram para Aparecida, a fim de participarem da 46ª Romaria Nacional dos Vicentinos, marcada para os dias 30 de abril e 1º de maio. Segundo o Conselho Central de Marília, participaram do evento cerca de 140 vicentinos, sendo que dois ônibus saíram no dia 29 e um no dia seguinte. O Conselho Central de Dracena participou com um ônibus de vicentinos. No sábado, às 9h, houve uma via sacra no Morro do Cruzeiro. À tarde, teve visita ao Santuário e à noite ocorreu o Festival Cultural Ozanan. No domingo, as atividades foram iniciadas às 7h, com a Festa Regulamentar e às 10h teve início a Santa Missa no Centro de Eventos. Nesta edição da Romaria Nacional, o tema de reflexão escolhido foi "Um olhar de caridade". Flórida Paulista

O fiel Santo Prando, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Flórida Paulista, fez a exposição de um material da Campanha da Fraternidade. Ele é colecionador e expôs cartazes com todos os temas e lemas da Campanha da Fraternidade. A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, realizada todos os anos no período da Quaresma. Seu objetivo é despertar a solidarie­dade

dos fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve o país, buscando cami­n hos de solução. A cada ano, é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação. A Campanha é coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e surgiu no ano de 1964.

Pastoral da Criança de Flórida Paulista avalia primeiro trimestre de 2016

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Pastoral da Criança de Flórida Paulista avaliou o primeiro trimestre de trabalho em prol das gestantes e crianças. No mês de janeiro, ocorreu, no salão paroquial, o término da capacitação de novos líderes. Ao todo, seis novos voluntários se colocaram a serviço da Pastoral da Criança. Em fevereiro, houve a missa presidida pelo Pe. Manoel Cirino de Sousa, com benção de envio a todos os líderes, dando início às atividades. Com o apoio de agentes comunitários de saúde, a Pastoral da Criança fez a multimistura, um enriquecimento alimentar que tem o objetivo de proporcionar às crianças e adultos a oportunidade de crescerem ou se desenvolverem com mais saúde.

"Durante as visitas, orientamos as mães sobre a importância da alimentação adequada, e quando encontramos crianças ou gestantes com baixo peso, indicamos a inclusão da multimistura, que é rico em vitami­n as. Distribuímos também a idosos e doentes. Esse trabalho é realizado com muito amor, visando

o bem-estar de todos" disse a coordenadora Ali­ce de Brito Alcantara Rosa. Ela aproveitou também para agradecer a parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, os agentes comunitários de saúde e a todos os líderes que se colocaram à disposição nesta missão".


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assembleia da cnbb

Bispos divulgam declaração sobre momento atual

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m dos documentos mais aguardados ao final da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil é análise da atual conjuntura política e social do país. Neste ano, devido à crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, a declaração dos bispos era ainda mais aguardada. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou a declaração na tarde do dia 14 de abril, dois dias antes do encerramento da 54ª Assembleia Geral e após o texto ser aprovado pelos bispos do país (leia matéria sobre a assembleia na página 9 desta edição). Participaram da divulgação o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha; o arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente, Dom Murilo Krieger; o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, Dom Leonardo Steiner. Leia, a seguir, a íntegra do texto: Declaração da CNBB sobre o momento nacional “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz” (Jo 3,21). Nós, bispos católicos do Brasil, reunidos em Aparecida, na 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frente à profunda crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, trazemos, em nossas reflexões, orações e preocupações de pastores, todo o povo brasileiro, pois, "as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cris-

to" (Gaudium et Spes, 1). Depois de vinte anos de regime de exceção, o Brasil retomou a experiência de um Estado democrático de direito. Os movimentos populares, organizações estudantis, operárias, camponesas, artísticas, religiosas, dentre outras, tiveram participação determinante nessa conquista. Desde então, o país vive um dos mais longos períodos democráticos da sua história republicana, no qual muitos acontecimentos ajudaram no fortalecimento da democracia brasileira. Entre eles, o movimento "Diretas Já!", a elaboração da Carta Cidadã, a experiência das primeiras eleições diretas e outras mobilizações pacíficas. Neste momento, mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. Vêm à tona escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que fogem à compreensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra seu preço. Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres, "os mártires da corrupção" (Papa Francisco). Como pastores, solidarizamo-nos com os sofrimentos do povo. As suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a recuperação da credibilidade das instituições e restabelecida a justiça. A forma como se realizam as campanhas eleitorais favorece um fisiologismo que contribui fortemente para crises

como a que o país está enfrentando neste momento. Uma das manifestações mais evidentes da crise atual é o processo de impeachment da Presidente da República. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias competentes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito. A crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a governabilidade e garanta os direitos sociais. De acordo com a Constituição Federal, os três Poderes da República cumpram integralmente suas responsabilidades. O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social. Conclamamos o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade. Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país. "Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a se preocupar com a

Garça

Dracena

Festa da Misericórdia Uma semana após a Páscoa, os fiéis celebraram a Festa da Misericórdia. Confira, acima, algumas imagens da celebração em algumas cidades da Diocese de Marília no dia 3 de abril. Na data, o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, presidiu a celebração em Dracena, onde os fiéis passaram pela Porta Santa da Misericórdia da igreja matriz de Nossa Senhora Aparecida.

construção de um mundo melhor" (Papa Francisco). Pedimos a oração de todos pela nossa Pátria. Do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos a bênção e a proteção de Deus sobre toda a nação brasileira.

Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB

Aparecida - SP, 13 de abril de 2016.

Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB

Dom Sergio da Rocha

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ Arcebispo de São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB

Bispos também abordam eleições

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ambém durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), foi divulgada a nota sobre as eleições municipais de 2016. "Para escolher e votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos

partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se candidatam", afirmam os bispos. Confira, na próxima edição do jornal diocesano, mais sobre esta nota.


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Campanha

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da fraternidade

Coleta da Solidariedade arrecada R$ 233,5 mil nas paróquias

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Centro Diocesano de Pastoral divulgou, na segunda quinzena de abril, o resultado da Coleta da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos em todas as paróquias da Diocese de Marília. Ela é considerada o gesto concreto da Campanha da Fraternidade. A coleta deste ano arrecadou R$ 233.538,15, o que representou uma redução de 7% em relação ao valor obtido no ano anterior, que foi de R$ 251.198,57. Segundo o coordenador diocesano de pastoral e vicepresidente do FDS, Pe. Ademilson Luiz Ferreira, apesar de uma pequena redução na arre-

cadação, em tempos difíceis pelos quais passa o país, o povo de Deus continua manifestando sua solidariedade e generosidade. "Somos gratos ao nosso povo", disse. De acordo com o Centro Diocesano, dos R$ 233 mil, 40% serão enviados ao Fundo Nacional de Solidariedade, o que representa R$ 93.415,26. Os 60% restantes, R$ 140.122,89, serão administrados pelo FDS (Fundo Diocesano de Solidariedade), que aplica os recursos na própria Diocese de Marília, através dos projetos sociais desenvolvidos pelas paróquias. Segundo o presidente do FDS, Pe. Edson de Oliveira Lima, é preciso ressaltar o bom

trabalho das comunidades da Diocese de Marília na arrecadação deste ano. "Um destaque é a comunidade de Junqueirópolis. Outra cidade que tem estado em ascendência é Tupi Paulista. E em Marília, embora tenha caído esse ano, a Paróquia Sagrada Família continua sendo, pelo segundo ano seguido, a maior economia, sendo que se localiza em um bairro periférico e pobre", comentou. No dia 14 de maio, o conselho gestor do FDS fará uma reunião para apreciar os projetos que estão chegando e destinar a economia de acordo com a possibilidade do Fundo este ano. "Esperamos que venham projetos bem criativos", concluiu o Pe. Edson.

Saneamento básico: da cidadania à espiritualidade João Ferrari

E

m nossa vivência cristã, decorridos os primeiros meses deste 2016, é interessante pararmos para examinar nosso posicionamento em relação à Campanha da Fraternidade, maior movimento conjunto da Igreja. Neste ano, tratando do saneamento básico como direito de todos, pergunta-se: o que foi feito? Quais os progressos? Falhas? O que há adiante? É sabido que o tema é desafiador. Neste ano, não tratamos especificamente de fé ou algo que possamos bem vivenciar dentro de nossas comunidades. Somos lançados ao mundo, pois ele necessita homens e mulheres de muita boa vontade. Infelizmente é visto que a situação atual é grave e, se num primeiro momento uma preocupação com água limpa soa um compromisso estranhamente assumido pela Igreja, uma reflexão maior proporciona o entendimento de que hoje, se dese-

jamos o verdadeiro cristianismo, devemos olhar para aqueles que necessitam um bem tão básico, mas tão fundamental. Nesse contexto, podemos compreender o valor do ecumenismo de que essa campanha é dotada. Primeiramente pois, enquanto cristãos, somos um só. Essa união tão necessária traz força à busca pelos direitos dos menos favorecidos, dado que nessa missão, a religião que se professa não tem maior ou menor efeito. O fato é que, envoltos por um mundo ricamente industrializado e pobremente humanista, recebemos dentro de nossas Igrejas o dever de amparar os que sofrem, abraçar a causa do outro, ainda que por vezes trate- se do dever de outros. O sentido de amor herdado por Cristo transcende o louvor; atinge nosso compromisso de cuidado com o meio ambiente, cujas águas secam. Ou poluídas permanecem. Ou ainda, mal distribuídas são aos nossos irmãos. A situação parece complexa, mas apenas chegou a tal ponto

pela indiferença vivida. Ideias como a da CF 2016 são diferenciais. Não se pede nada inalcançável, que sacrifique. Na prática, pensemos que o bom saneamento começa por cada um, no dia a dia. Bastando que haja atenção no uso, reutilização e o impedimento próprio do desperdício, além do estímulo dessas práticas em sociedade, um bom início se concretiza. Em segundo nível, é fundamental analisar as propostas de nossos políticos em períodos eleitorais, e atentar para suas atitudes em relação ao cuidado com a Terra. No mais, envolver-se nas atividades planejadas pela Igreja e manter em mente o pedido de Cristo: "Faça ao outro o que deseja que lhe façam". Qual a sua resposta? Indiferença ou obediência? Egoísmo ou responsabilidade? Seja seu respeito com a obra de Deus uma resposta de fé. Uma oração de ação. João Ferrari é membro da Pascom (Pastoral da Comunicação) de Osvaldo Cruz.

PARÓQUIAS Adamantina – Santo Antônio de Pádua R$ Adamantina – Nossa Senhora de Fátima R$ Álvaro de Carvalho – Santa Cecília R$ Arco-Íris – Senhor Bom Jesus R$ R$ Avencas – Nossa Senhora Auxiliadora R$ Bastos – São Francisco Xavier R$ Dracena – Nossa Senhora Aparecida R$ Dracena – Nossa Senhora de Fátima R$ Dracena – São Francisco de Assis R$ Flora Rica – São José Flórida Paulista – Nossa Senhora Aparecida R$ R$ Garça – São Pedro Apóstolo R$ Garça – Nossa Senhora de Lourdes R$ Herculândia – Sant'Ana R$ Iacri – São Luiz Gonzaga Inúbia Paulista – Imaculado Coração de Maria R$ Irapuru – Santa Genoveva R$ Junqueirópolis – Santo Antônio R$ Lucélia – Sagrada Família R$ Mariápolis – Imaculada Conceição R$ R$ Marília – São Bento R$ Marília – Santo Antônio R$ Marília – São Miguel Arcanjo R$ Marília – Santa Isabel Marília – Nossa Senhora de Fátima (Fragata) R$ R$ Marília – Nossa Senhora da Glória R$ Marília – São Sebastião R$ Marília – Sagrada Família R$ Marília – Santa Rita de Cássia R$ Marília – Nossa Senhora de Guadalupe R$ Marília – Santa Antonieta R$ Marília – Sagrado Coração de Jesus Marília – Nossa Sra. do Perpétuo Socorro R$ Marília – São João Batista R$ Marília – Nossa Senhora de Fátima (Jóquei) R$ Marília – São Judas Tadeu R$ Marília – Maria Mãe da Igreja R$ Marília – Pró-paróquia N. Sra. Rosa Mística R$ Monte Castelo – Santa Cecília R$ Nova Guataporanga – Nossa Sra. Aparecida R$ R$ Oriente – Nossa Senhora Aparecida R$ Osvaldo Cruz – São José R$ Ouro Verde – Nossa Senhora Aparecida R$ Pacaembu – Nossa Senhora das Graças Panorama – São José R$ Parapuã – Imaculada Conceição R$ Paulicéia – São Pedro R$ Paulópolis – Nossa Senhora Aparecida R$ Pompéia – Nossa Senhora do Rosário R$ Pracinha – Santa Luzia R$ Queiroz – Nossa Senhora Aparecida R$ Quintana – Nossa Senhora Aparecida R$ Rinópolis – Nossa Senhora Aparecida R$ Sagres – São Benedito R$ Salmourão – São João Batista R$ Santa Mercedes – Nossa Senhora das Mercês R$ São João do Pau'Alho – São João Batista R$ Tupã – São Pedro Apóstolo R$ Tupã – Nossa Senhora Auxiliadora R$ Tupã – São Judas Tadeu R$ Tupã – São José R$ Tupi Paulista – Nossa Senhora da Glória R$ Vera Cruz – Sagrado Coração de Jesus R$ TOTAL

VALOR 11.820,40 9.397,70 1.494,90 180,15 671,00 10.150,05 6.000,00 2.747,90 810,00 1.025,00 1.490,00 2.454,50 901,45 2.126,55 1.520,00 139,00 3.828,25 23.538,80 5.417,65 2.080,60 7.027,86 4.320,00 7.064,00 5.995,40 1.070,00 2.219,00 527,00 8.372,15 5.106,00 1.483,70 4.852,60 4.730,00 2.998,20 2.568,75 800,00 3.378,25 1.310,00 2.219,00 1.138,70 930,00 1.700,00 8.265,95 2.548,70 7.536,45 1.585,00 5.905,20 1.245,70 779,70 6.330,00 485,00 113,50 530,15 1.517,00 912,45 1.181,10 897,00 764,65 4.852,65 4.267,90 5.383,40 4.244,00 13.158,14 3.430,00

R$ 233.538,15


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Mídias

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digitais

Pascom faz Curso de Fotografia e Texto para internet Encontro reuniu 74 agentes de pastoral que, em suas paróquias, auxiliam no trabalho de comunicação. O objetivo foi fortalecer a ação evangelizadora nas redes sociais. Fotos: Érica Montilha / Pascom / Diocese de Marília

Comunicação e Misericórdia “A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe” (William Shakespeare).

Tiago Barbosa

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Pastoral Diocesana da Comunicação (Pasc o m ) re a l i z o u , n o último dia 30 de abril, o 1º Curso de Fotografia e Texto para Mídias Digitais. O encontro, que reuniu 74 agentes comunicacionais, aconteceu no Centro de Convivência Monsenhor Afonso Haffner, em Tupã. De acordo com a equipe organizadora, o objetivo da iniciativa foi fortalecer a ação evangelizadora das paróquias nas redes sociais, já que a missão da Pascom é anunciar os valores do Reino também no espaço digital. Segundo o coordenador diocesano, Fabiano Roberto Alvares, a equipe diocesana avaliou positivamente o 1º Curso de Fotografia e Texto para as Mídias Digitais, pois os agentes participantes acolherem bem o convite e buscaram a qualificação. "Evangeli-

zar é comunicar e nós somos, em nossas comunidades, comunicadores da Palavra de Jesus, o perfeito comunicador do Pai", explicou. A primeira palestra do encontro, ministrada pelo jornalista Rodrigo Viúdes, da Revista D Marília, abordou as técnicas de produção de texto e as plataformas digitais. A fotógrafa Érica Montilha conduziu o segundo e o terceiro momento da tarde que, respectivamente, trataram a postura no espaço litúrgico e as práticas fotográficas. Ambos os assessores do curso são membros da Pascom diocesana. O evento contou ainda com a presença do Pe. Ademilson Luiz Ferreira, coordenador diocesano de pastoral, que fez a motivação inicial do encontro e, do pároco local, Pe. Carlos Roberto dos Santos que acolheu a iniciativa. (Tiago Barbosa)

"Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo" foi o tema da mensagem do Papa Francisco, promulgada dia 24 de janeiro de 2016, para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, a ser celebrado no dia 8 de maio, Solenidade da Ascensão do Senhor. No texto, por ocasião do Ano Jubilar, o Papa nos ensina que a Igreja, em todo o seu modo de ser e de agir, é convidada a viver a misericórdia. Assim, gestos e palavras dos cristãos devem expressar a ternura, a compaixão e o perdão de Deus, pois o "amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando". Como "a comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade", é somente por meio da pregação e do testemunho coerente que toda a comunidade eclesial vai transmitir vida plena em Jesus Cristo a todos quantos precisam. O texto aponta que esta missão de gerar vínculos deve ser instaurada pelos fiéis nos ambientes físicos e também nos digitais, já que "a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação". Utilizando-se da literatura universal, o Papa Francisco cita um fragmento da obra de William Shakespeare, O mercador de Veneza (Acto IV, Cena I): "A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu

como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe" para demonstrar que a misericórdia tem a capacidade de criar um novo modo de comunicação e de diálogo que cure as relações desgastadas e restaure a harmonia entre as famílias e as comunidades. O Papa, ainda, dirige-se aos que têm responsabilidades institucionais e aos formadores de opinião pública para que tenham a audácia de orientar as pessoas na direção da reconciliação. A misericórdia pode ajudar a tornar mais suave as adversidades da vida e "dar mais calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento", nos ensina o Sumo Pontífice ao dizer que missão da Igreja é corrigir quem erra na linguagem da caridade, pois "só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores". Com a Mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais somos encorajados a pensar a sociedade humana como uma casa ou uma família onde as portas estão sempre abertas para aceitar os outros por meio da escuta. Os e-mails, sms, redes so-

ciais e chats são citados pelo Papa Francisco como plataformas que, se bem utilizadas, são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade: "não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. (...) O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral". Por fim, como a comunicação permite o alargamento dos horizontes das pessoas, o Papa demonstra-a como dom de Deus e define-a como proximidade. Desta maneira, o encontro entre a misericórdia e a comunicação torna-se fecundo "na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta cura, acompanha e faz festa", pois num mundo polarizado, comunicar é sinônimo de contribuição para o relacionamento entre os filhos amados do Pai misericordioso. Tiago Barbosa é seminarista do terceiro ano de Teologia.


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Participação

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das famílias

Adamantina celebra Missa na Rua

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Paróquia Santo Antônio de Pádua, de Adamantina, realizou, no dia 8 de abril, sua segunda Missa na Rua. Mais de 200 pessoas compareceram a este encontro, que abrangeu as áreas 3 e 4 da paróquia. A celebração foi presidida pelo Pe. Rui Rodrigues da Silva e a participação das famílias foi grande, segundo os organizadores. De acordo com Milton Ura, membro da paróquia, a Missa na Rua está sendo implantada com o intuito de encurtar distância e aproximar pessoas das celebrações. "Queremos dar oportunidade às pessoas muitas vezes impossibilitadas de estarem presentes nas igrejas. Ao mes-

Fotos: No Click com o Senhor

mo tempo, queremos despertar novos líderes", comentou. A Missa na Rua ocorrerá a cada dois meses em setores diferentes, em áreas previamente divididas. "Sempre ocorrerá em uma determinada casa, com o fechamento de um quarteirão.

No dia 8 de julho, a Missa na Rua ocorrerá nas áreas 5, 6 e 8; e nas áreas 7 e 9 no dia 12 de agosto. Nas comunidades distantes da paróquia, ainda serão definidas as datas", informou Ura.

Confira o resultado da Coleta para os Lugares Santos

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Aniversário Natalício 01/05 03/05 05/05 12/05 12/05 14/05 15/05 16/05 23/05 23/05 26/05

– Pe. Sérgio Luiz Roncon – Bastos. – Pe. Adeflor Xavier Pereira Júnior – Marília. – Pe. Ângelo José Biffi – Junqueirópolis. – Côn. Antônio Flumignan – Marília. – Pe. Wagner Antônio Montoz – Pacaembu. – Côn. Maurício Pilon – Vera Cruz. – Pe. Adenilson de Oliveira, CJS – Marília. – Pe. Márcio Roberto Rios Martins – Pompeia. – Pe. Júlio Pereira de Souza Neto – Marília. – Pe. Willians Roque de Brito – Marília. – Pe. Tony Funabashi Takuno – Marília.

Aniversário Ordenação Presbiteral 26/05 – Fr. Cláudio Moraes Messias, OFMCap – Dracena.

iéis da Diocese de Marília participaram, no dia 25 de março, da Coleta para os Lugares Santos, realizada em diversos países. Realizada todos os anos na Sexta-feira Santa, a coleta tem como objetivo promover iniciativas para manutenção dos lugares santos que conservam a memória de Cristo e também acolher os peregrinos e desenvolver obras apostólicas. Além disso, a coleta também pretende sensibilizar os fiéis sobre o valor da solidariedade para com os católicos presentes na região da Terra Santa. Atualmente, os cristãos representam apenas 2% da população total de 17 milhões de habitantes da Palestina, Jordânia e Israel, em sua grande maioria formada por muçulmanos e judeus. Uma vez ao ano, a Igreja em todo o mundo se une em solidariedade com a coleta em prol da Terra Santa. Na Diocese de Marília, o valor arrecadado este ano foi de R$ 34.455,60 (confira tabela).

PARÓQUIAS Adamantina – Santo Antônio de Pádua R$ Adamantina – Nossa Senhora de Fátima R$ Álvaro de Carvalho – Santa Cecília R$ Arco-Íris – Senhor Bom Jesus R$ Avencas – Nossa Senhora Auxiliadora R$ Bastos – São Francisco Xavier R$ Dracena – Nossa Senhora Aparecida R$ Dracena – Nossa Senhora de Fátima R$ R$ Dracena – São Francisco de Assis R$ Flora Rica – São José Flórida Paulista – Nossa Senhora Aparecida R$ R$ Garça – São Pedro Apóstolo Garça – Nossa Senhora de Lourdes R$ Herculândia – Sant'Ana R$ Iacri – São Luiz Gonzaga R$ Inúbia Paulista – Imaculado Coração de Maria R$ Irapuru – Santa Genoveva R$ Junqueirópolis – Santo Antônio R$ Lucélia – Sagrada Família R$ Mariápolis – Imaculada Conceição R$ R$ Marília – São Bento R$ Marília – Santo Antônio R$ Marília – São Miguel Arcanjo R$ Marília – Santa Isabel Marília – Nossa Senhora de Fátima (Fragata) R$ Marília – Nossa Senhora da Glória R$ Marília – São Sebastião R$ Marília – Sagrada Família R$ R$ Marília – Santa Rita de Cássia R$ Marília – Nossa Senhora de Guadalupe R$ Marília – Santa Antonieta R$ Marília – Sagrado Coração de Jesus Marília – Nossa Sra. do Perpétuo Socorro R$ Marília – São João Batista R$ Marília – Nossa Senhora de Fátima (Jóquei) R$ Marília – São Judas Tadeu R$ Marília – Maria Mãe da Igreja R$ Monte Castelo – Santa Cecília R$ Nova Guataporanga – Nossa Sra. Aparecida R$ Oriente – Nossa Senhora Aparecida R$ Osvaldo Cruz – São José R$ Ouro Verde – Nossa Senhora Aparecida R$ Pacaembu – Nossa Senhora das Graças R$ Panorama – São José R$ Parapuã – Imaculada Conceição R$ Paulicéia – São Pedro R$ Paulópolis – Nossa Senhora Aparecida R$ Pompéia – Nossa Senhora do Rosário R$ Pracinha – Santa Luzia R$ Queiroz – Nossa Senhora Aparecida R$ Quintana – Nossa Senhora Aparecida R$ Rinópolis – Nossa Senhora Aparecida R$ Sagres – São Benedito R$ Salmourão – São João Batista R$ Santa Mercedes – Nossa Senhora das Mercês R$ São João do Pau'Alho – São João Batista R$ Tupã – São Pedro Apóstolo R$ Tupã – Nossa Senhora Auxiliadora R$ Tupã – São Judas Tadeu R$ Tupã – São José R$ Tupi Paulista – Nossa Senhora da Glória R$ Vera Cruz – Sagrado Coração de Jesus R$ TOTAL

VALOR 1.156,35 2.085,00 154,20 60,15 143,00 103,85 600,00 2.747,90 200,00 170,49 538,30 701,35 293,40 841,00 260,00 30,00 1.248,30 974,80 319,60 191,75 713,20 1.187,80 242,85 1.398,00 590,00 218,10 275,00 426,45 543,00 377,20 764,55 1.057,83 1.086,35 424,65 48,80 532,97 336,45 131,05 50,00 930,85 1.669,00 232,00 448,20 1.233,00 1.146,75 125,25 113,00 305,00 105,00 82,21 108,45 328,00 185,65 146,60 351,00 45,90 1.467,30 709,80 395,00 110,00 179,95 814,00

R$ 34.455,60


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Santa

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genoveva

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anos de fé

Fiéis de Irapuru celebram o Jubileu de Diamante

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Pa r ó q u i a S a n t a Genoveva foi criada em 1º de maio de 1956 e este ano completa 60 anos de fundação. As comemorações, na verdade, vêm desde o ano passado, quando as pastorais, movimentos e equipes apresentaram, mês a mês, seu histórico de participação na comunidade. Para envolver os fiéis na celebração, a paróquia organizou um Tríduo, realizado de 28 a 30 de abril. Fizeram parte desse momento os sacer­dotes que já foram párocos em Irapuru. O p r i m e i ro f o i o Pe .

Padres que passaram pela paróquia foram convidados a celebrar

Bispo esteve presente no descerramento da placa comemoraritva

Miguel João Borro, de Tupã, o segundo o Pe. José Valdir Grisante, de Inúbia Paulista e, no terceiro dia, o Pe. José Ribeiro da Silva, de Dracena.

Na oportunidade, foi lançada a revista histórica em comemoração ao Jubileu de Diamante. "Agradecemos a todos que construíram, constroem

No dia do aniversário, a Missa Solene do Jubileu foi presidida às 19h pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini.

e construirão nossa história de fé. Santa Genoveva, rogai sempre por nós!", disse o pároco, Pe. Adriano dos Santos Andrade.

Capelinhas de Schoenstatt têm encontro Rede Kids completa 1 ano

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Paróquia Sagrada Família, de Marília, sediou, no dia 24 de abril, um encontro do movimento das Capelinhas de Schoenstatt. O evento ocorreu no Centro de Catequese com cerca de 50 missionários e missionárias da Mãe Rainha. "Trata-se de um movimento que envolve as famílias e que se classifica como sendo de evangelização", disse o pároco anfitrião, Pe. Edson de Oliveira Lima. Outro sacerdote que compareceu foi o coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. Além da Sagrada Família, também estiveram presentes fiéis de outras paróquias de Marília. O Pe. Edson explicou que esse encontro visava reunir missionários de toda a diocese. "Mas como estamos divididos em três Regiões Pastorais, não temos uma coordenação diocesana. Por isso, a missionária que veio de Atibaia — Irmã Vilma — terá mais trabalho para levar adiante essa programa-

ção formativa, porque exigirá encontro por Região. Esse primeiro se concentrou com as paróquias de Marília", disse. Antigamente, chamava-se zeladora e zelador das Capelinhas da Mãe Rainha. "Agora, a terminologia é missionária e missionário, justamente dando o cunho de um movimento de evangelização e não só meramente uma atividade de devoção e recepção das capelinhas em casa", explicou o Pe. Edson. Durante o encontro, Irmã Vilma comunicou que, em sintonia com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, criaram uma capelinha para ser colocada nas portas das casas com a

frase "Minha família, casa da misericórdia". A formadora comentou que é preciso que cada comunidade paroquial tenha sua coordenação e que essa seja bem ativa. De acordo com o pároco da Sagrada Família, o encontro foi muito positivo e as irmãs estão abertas para outras formações e organização do processo em toda a Diocese de Marília. "Eu já trabalhei em quatro paróquias que contavam com os trabalhos das capelinhas e posso testemunhar que onde estão bem constituídas, o movimento ganha vigor e eficiência pastoral", concluiu o Pe. Edson de Oliveira Lima.

projeto Rede Kids, desenvolvido pelos grupos Turminha da Catedral e Louvor dos Pequeninos na Catedral São Bento, de Marília, completou, no dia 3 de maio, seu primeiro ano de atividade, com crianças de 4 a 10 anos. "A nossa paróquia não tinha esse trabalho de pré-evangelização para crianças nessa faixa etária. E na maioria das paróquias, a catequese começa aos 9 anos. Essas crianças já chegarão na catequese com uma noção maior, praticamente evangelizadas", disse Valdirene Resende, a boneca Belinha, coordenadora do grupo. "Nós brincamos evangelizando, e evangelizamos brincando, utilizando para isso diversas ferramentas de dinâmica. Enquanto os pais estão sendo evangelizados no Grupo de Oração da Catedral, as crianças

também são evangelizadas no grupo montado especialmente para elas", complementou. Seguindo orientação do Conselho Tutelar, os encontros duram em torno de duas horas, com 30 minutos para o lanchinho no final. "O resultado desse trabalho se dá na participação da missa dominical. Agora, as crianças pedem aos seus pais que querem ir à missa de domingo", concluiu Valdirene. A Rede Kids funciona todas as terças-feiras, a partir das 19h30, e não é necessária inscrição prévia. Os encontros são no Salão Paroquial da Catedral São Bento. Mais informações podem ser obtidas no Facebook, facebook.com/redekidssaobento e facebook.com/catedralsaobento.


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Santíssimo

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sacramento

Corpus Christi celebra o mistério da Eucaristia A Igreja Católica celebra, no dia 26 de maio, a Festa de Corpus Christi, que objetiva celebrar solenemente o mistério da Eucaristia — o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. A festa ocorre sempre em uma quinta-feira em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição da Eucaristia. A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teve visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Alguns anos depois, em 1264, o Papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja, através da Bula Papal "Transiturus de hoc mundo", pedindo

a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso a partir de 1961 e o ponto alto da Festa de Corpus Christi é a confecções de tapetes por onde passa a Hóstia Consagrada conduzida em um ostensório. O Corpus Christi é celebrado em todas as paróquias da Diocese de Marília e em cidades onde existem mais paróquias, os fiéis costumam se reunir. É o exemplo de Marília, onde o evento começará com uma missa, na Catedral Basílica de São Bento, às 17h. Depois da missa, os fiéis seguirão em procissão até o Santuário Nossa Senhora da Glória, onde

o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, conduzirá um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. Em Tupã, na Região II, as quatro paróquias se reunirão para uma missa campal às 17h, em frente à Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Depois, uma procissão seguirá até a igreja matriz de São Pedro Apóstolo, onde haverá a bênção do Santíssimo. Segundo o Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva, pároco da Paróquia São José, que está envolvido na organização, as paróquias da cidade decidiram fazer uma preparação no dia 22, o domingo que antecede o Corpus Christi. Às 18h, cada paróquia terá uma hora de adoração eucarística. No dia da festa, a missa será presidida pelo recém-ordenado Pe. Murilo

Érica Montilha / Pascom / Diocese de Marília

Aparecido Dias, vigário da Paróquia São José. Em Dracena, que pertence à Região III, as três paróquias também se reunirão para a celebração do Corpus Christi. A celebração terá início às 16h, no Ginásio de Esportes Olívio Moura. Após a missa, os fiéis seguirão em caminhada até a igreja matriz de Nossa Senhora Aparecida. O presidente da celebração será o Pe. José Ribeiro da Silva, pároco da Paróquia São Francisco de Assis.


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