No Meio de Nós - Edição Comemorativa - 80 anos de Dom Osvaldo Giuntini

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NO MEIO DE NÓS DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

INFORMATIVO DA DIOCESE DE MARÍLIA | EDIÇÃO ESPECIAL

24 DE OUTUBRO DE 2016 | www.diocesedemarilia.org.br


2 | NO MEIO DE NÓS

Editorial

DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Bendito o que veio em nome do Senhor! Nesta edição especial do NO MEIO DE NÓS, a expressão latina Te Deum Laudamus (Nós te louvamos, ó Deus), que dá nome a um hino de ação de graças, toma conta dos corações e dos lábios dos fiéis da Diocese de Marília. A gratidão é característica fundamental na vida dos cristãos. Não podemos pensar num seguidor de Cristo que não seja grato pelas oportunidades que Deus concede a seus filhos. Por isso, nesta ocasião solene em que cele-

bramos o aniversário natalício de Dom Osvaldo Giuntini, louvamos ao bom Deus, elevando-lhe nossa gratidão por ter-nos dado um excelso pastor que, há mais de três décadas, nos honra e, com sua presença e discrição, aponta-nos o amor misericordioso do Pai. Naquela feliz ocasião em que Dom Osvaldo pisou em solo mariliense pela primeira vez, o Povo de Deus, de Garça a Panorama, tinha a certeza de que era bendito o que chegava em nome do Se-

nhor! (cf. Sl 118). E hoje, ao celebrar suas oito décadas de vida, damos testemunho de que aquele que veio em nome do Senhor e aqui permaneceu passou fazendo o bem. Nestes 80 anos de vida, a cada olhar, sorriso, encontro e trabalho, o bispo emérito fez valer seu lema episcopal e entregou sua existência para que o Reino se efetivasse na Igreja Particular de Marília. O impresso que você tem em mãos faz memória desta doação,

desde seu nascimento, na capital paulista, até os dias de hoje, dedicados à oração em seu apartamento no centro de Marília. Assim, caro leitor, deixe que o exemplo de Dom Osvaldo aqui registrado marque as páginas da sua vida. “Dou-vos minha vida”: eis o lema que Dom Osvaldo escolheu, viveu e, como legado, perpetuou nos corações dos fiéis. Vida longa ao bispo emérito! Te Deum Laudamus pela sua presença no meio de nós.

Enfoque

Homem da Igreja, homem de Deus Foto: Arquivo Pessoal

Dom Osvaldo em sua ordenação episcopal

DOM JOAQUIM WLADIMIR LOPES DIAS

Agradeço a Deus pela vida e vocação de Dom Osvaldo, que tive a alegria de conhecer em 1976, com o título de Monsenhor, concedido pelo Papa Paulo VI, em 1975. Homem da Igreja, acolhedor, misericordioso; sentimos muito a sua partida quando deixou Jundiaí e foi para Roma com o objetivo de fazer um curso de atualização em Direito Matrimonial. Dom Osvaldo exerceu diversas

atividades na Diocese de Jundiaí. Foi Pároco das cidades de Salto e Itu, Pároco da Catedral de Nossa Senhora do Desterro, Chanceler e Vigário Geral. No dia 15 de junho de 1982, uma grande alegria tomou conta da querida Diocese de Jundiaí: a nomeação do nosso caríssimo Monsenhor Osvaldo como Bispo Auxiliar da Diocese de Marília. A sagração episcopal, no dia 12 de setembro, foi uma grande festa, da qual tive a honra de participar, juntamente com representantes da

Comunidade Revolução Jovem, tão estimada por Dom Osvaldo. Anos mais tarde, em 2009, como Administrador Diocesano de Jundiaí, mais uma alegria: estive com Dom Osvaldo na visita Ad Limina, em Roma, onde fomos recebidos pelo Papa Bento XVI. Dom Osvaldo, sempre próximo e amigo, homem da Igreja, homem de Deus. Receba meu abraço, minhas orações e meu muito obrigado! Deus o abençoe! Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias é bispo diocesano de Colatina (ES)

EXPEDIENTE BISPO DIOCESANO: Dom Luiz Antonio Cipolini | BISPO EMÉRITO: Dom Osvaldo Giuntini | CÚRIA DIOCESANA: Av. Nelson Spielmann, 521 - Marília/SP - CEP 17500-970 - Fone/fax: (14) 3401-2360 | CENTRO DIOCESANO DE PASTORAL: R. José Bonifácio, 380 - Marília/SP - CEP 17509-004 - Fone/fax: (14) 3413-3124 | JORNALISTA RESPONSÁVEL: Tiago Barbosa - MTB n° 79971/SP - E-mail: bonobarbosa@gmail.com | DIAGRAMAÇÃO: Danilo Cordeiro Silva | FOTOGRAFIA: Érica Montilha | EQUIPE DE ELABORAÇÃO: Mons. Nivaldo Resstel; Pe. Tony Funabashi Takuno; Danilo Cordeiro Silva; Érica Montilha; Fátima Rodrigues do Nascimento; Marcelo Henrique Gonzalez Dias e Tiago Barbosa | COLABORAÇÃO: Pe. Ademilson Luiz Ferreira (Coordenador de Pastoral da Diocese de Marília) e Pe. Márcio Felipe de Souza Alves (Coordenador do Setor de Comunicação da Diocese de Jundiaí) | VERSÃO ELETRÔNICA: www.diocesedemarilia.org.br | IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru LTDA | TIRAGEM: 15.000 exemplares | AUTORIZAÇÃO: Permite-se a reprodução de textos desta edição, desde que sejam mencionadas as fontes.


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Palavra do Bispo Diocesano

Ad Multos Annos!

DOM LUIZ ANTONIO CIPOLINI

“Todo o Povo de Deus deve agradecer aos Bispos eméritos que como pastores entregaram sua vida a serviço do Reino de Deus, sendo discípulos missionários. A eles acolhemos com carinho e aproveitamos sua vasta experiência apostólica que ainda pode produzir muitos frutos. Eles mantêm profundos vínculos com as dioceses que lhes foram confiadas e às quais estão unidos por sua caridade e oração” (DAp 190).

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om Osvaldo, hoje é o dia do seu aniversário de 80 anos e sinto o desejo de louvar a Deus por sua vida e de reconhecer: sou-lhe muito grato! As palavras do Documento de Aparecida, que se referem aos bispos eméritos podem, sem dúvida alguma, ser aplicadas à sua vida. Nascido na cidade de São Paulo, no dia 24 de outubro de 1936, tendo como lema de seu episcopado “Dou-vos minha vida”, re-

almente doaste a sua vida, no trabalho evangelizador e nos inúmeros serviços prestados à Igreja Particular de Marília, ao longo de mais de trinta anos. Ao senhor, Bispo emérito “acolhemos com carinho” e também somos acolhidos. Nossa relação é marcada pela fraternidade que nasce da pertença ao mesmo colégio episcopal, da partilha à comum missão apostólica e também do mesmo afeto pela Igreja Particular de Marília. A fraternidade entre nós, bispo diocesano e bispo emérito, serve de edificação para o Povo de Deus e particularmente para o Presbitério diocesano. Residindo em nossa diocese o senhor realiza um bem enorme, administrando sacramentos, especialmente a confissão, com a oração, às vezes com o sofrimento aceito por amor, devido à idade, com o exemplo da

vida sacerdotal e com o conselho, correspondente à sua “vasta experiência apostólica”. Sempre percebi o seu cuidado em não interferir em nada, direta ou indiretamente, na direção da diocese e, ao mesmo tempo, sua colaboração para a unidade pastoral da comunidade diocesana. Tendo sempre como modelo Jesus, o Bom Pastor, posso notar as palavras do Apóstolo Paulo realizando-se em sua existência: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira e guardei a fé. Já não me resta senão receber a coroa da justiça, que naquele dia me dará o Senhor, justo Juiz, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua vinda” (2Tm 4, 7-8). Deus lhe pague e recompense! Ad multos annos! Foto: Hygor Haritov

No dia de sua posse como bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini recebe o báculo e os cumprimentos de Dom Osvaldo Giuntini


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Infância e Juventude

Os primeiros passos de um Dom

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pequeno Osvaldo nasceu na cidade de São Paulo (SP) no dia 24 de outubro de 1936. Ele é o quarto dos seis filhos de Waldomiro Giuntini e Conceição Giuntini. Nascido no bairro de Tremembé, zona Norte da capital paulista, foi registrado no cartório do Tucuruvi. Batizado na Paróquia de São Pedro, do Tucuruvi, no dia 25 de dezembro de 1937 pelo Pe. Do-

Família Giuntini (Osvaldo no colo da mãe)

mingos Herculano Casarin, foram seus padrinhos o casal Pompílio e Grasine Giuntini. Filho de imigrantes italianos, seu pai nasceu em Petrópolis (RJ) e, em São Paulo, como operário, desempenhou a profissão de mestre de tecelagem, principalmente na região do Belenzinho. Ele também era músico e tocava saxofone e clarinete. Já sua mãe era italiana nascida na Província de Avellino, sul da Itália. De uma cultura religiosa popular, aos sete anos, juntamente com sua família, veio para o Brasil e, depois do casamento, com humildade e sabedoria, transmitiu e educou na fé os seus seis filhos, a partir de tudo o que ela havia aprendido, ouvido e vivenciado em sua infância. Dona Conceição fazia questão que os seus filhos fossem à missa aos domingos, e educou-os para que fizessem o catecismo e a primeira comunhão. Ela mesma tinha dificuldades para ir à missa pois, com os filhos pequenos, o deslocamento de sua casa até à igreja não era tão simples. Dom Osvaldo considera que o exemplo e o testemunho de vida cristã de seus pais foram de grande importância para confirmar a sua fé e a sua vocação para o sacerdócio. Por volta de seus cinco anos, sua família se mudou para o bairro do Belenzinho, onde seu pai, que era operário, conseguira um emprego. Ainda criança, Osvaldo recebeu todos os sacramentos de iniciação à vida cristã. Fez o catecismo na Paróquia de São José, do

Bairro Belém, onde recebeu a Primeira Comunhão, em 1945, pelas mãos do Monsenhor Antonio de Castro Mayer e foi crismado aos nove anos na Paróquia de São Paulo Apóstolo. Foi também no bairro do Belenzinho que o quarto filho do casal Giuntini iniciou os seus estudos no Grupo Escolar Amadeu Amaral. Sua escola ficava perto da Igreja de São José e, por isso, Osvaldo começou a participar das atividades paroquiais. Vários de seus amigos de sala de aula e de catecismo falavam que queriam ir para o Seminário, enquanto ele, por sua vez, nunca havia pensado em ser padre. A partir daí, surgiu nele o desejo da vocação sacerdotal. Dos seus irmãos, somente ele perseverou na vida eclesial e seguiu a vocação religiosa. Na paróquia, ele foi orientado pelo Pe. Rubens de Azevedo Santos, que o acompanhou em seu discernimento vocacional, antes da sua entrada no seminário. Este sacerdote o recomendou para algumas catequistas, para que estas o ajudassem neste processo. Entre elas, havia uma que tinha um irmão padre e, por isso, ficou encarregada de iniciá-lo nos estudos do latim e português, preparando-o intelectualmente para a formação no Seminário. Outra catequista, de nome Maria Olivia dos Reis, preparou-o espiritualmente. Esta senhora esteve presente durante todas as etapas do seminário e, depois, também como padre e bispo, por meio de cartas.

Fotos: Arquivo Pessoal

Osvaldo (ao centro) e seus irmãos

Seu pai tocando saxofone

Osvaldo (dir.), com seu pai e irmão


NO MEIO DE NÓS | 5 DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS SEMINÁRIO Em 1949, no início de sua adolescência, Osvaldo ingressou no Seminário Metropolitano do Imaculado Coração de Maria, em São Roque, fazendo parte da primeira turma desta casa de formação, no ano de sua fundação. Eram muitos seminaristas, com idades que variavam de 11 a 13 anos, divididos em pequenos, médios e grandes, cujo critério para divisão era a idade. Era reitor o Monsenhor Luiz Gonzaga de Almeida, sendo que o Pe. Constantino Amstalden, prefeito da disciplina, era quem comandava e organizava toda a vida comum do seminário. O Diretor espiritual, Pe. Pascoal Amato, morava na casa de formação. Ele teve grande importância na vida comunitária do seminário, pois ajudava os seminaristas a se adaptarem à vida espiritual, que incluía missa diária, adoração ao Santíssimo Sacramento, oração do terço, leitura espiritual, retiro mensal, confissão etc. Havia uma boa convivência comunitária: muito estudo, vida de oração e também tempo para recreação. Toda quinta-feira, os seminaristas podiam sair para

Lembrança do dia que recebeu a batina

uma passeio e muitas vezes iam aos sítios das redondezas para comprar laranjas. De 1956 a 1963, Osvaldo estudou Filosofia e Teologia no Seminário Central da Imaculada Conceição e também na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, ambos localizados em São Paulo, no bairro do Ipiranga. Foi um período de muitos estudos e crescimento intelectual e espiritual, mas também de dúvidas. No segundo ano de Teologia, o jovem estudante pediu um tempo para se afastar do seminário e refletir melhor sobre sua vocação, pois se considerava um pouco imaturo para assumir o sacerdócio, já que entrara muito cedo na vida religiosa. Deste modo, voltou para casa, permanecendo fora do seminário entre os meses de março a dezembro. Neste período, trabalhou no Banco Francês-Italiano, localizado no famoso Edifício Martinelli, da capital paulista. Mesmo longe do seminário, ele continuou sendo acompanhado pelos seus formadores. Foi um tempo para amadurecimento, fortalecimento e confirmação da sua vocação. Após este período de reflexão, retornou ao seminário no ano seguinte, para prosseguir os seus estudos e a sua caminhada vocacional rumo ao sacerdócio. Assim, o jovem vocacionado progrediu nas etapas formativas até chegar ao sacerdócio. Ele recebeu, segundo o costume da época, as Ordens Menores de Ostiário, Leitor, Exorcista e Acólito; e as Ordens Maiores de Subdiácono, Diácono e Presbítero. Sua ordenação Sacerdotal ocorreu em São Paulo aos 8 de dezembro de 1963, pela imposição das mãos de Dom Antonio Maria Alves de Siqueira, então Arcebispo Coadjutor de São Paulo.

Fotos: Arquivo Pessoal

Primeira turma do Seminário Metropolitano em São Roque

O jovem Osvaldo com seus amigos durante uma partida de futebol

O seminarista Osvaldo no dia em que recebeu a batina (18 de dezembro de 1955)


6 | NO MEIO DE NÓS DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Diaconato e Presbiterado

A trajetória de um jovem escolhido Fotos: Arquivo Pessoal

O Diácono Osvaldo com seus amigos de ministério

O neo-sacerdote entrega Comunhão a seus pais

O Pe. Osvaldo com amigos em Jundiaí

Pe. Osvaldo e Dom Gabriel Paulino Bueno Couto

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om Osvaldo Giuntini fez toda a sua formação como seminarista da Arquidiocese de São Paulo. Naquele tempo, antes da ordenação diaconal e sacerdotal, havia as seguintes etapas: o recebimento da batina, a primeira tonsura (quando o rapaz se tornava clérigo), as chamadas ordens menores (Exorcistato, Ostiarato, Leitorato e Acolitato) e o subdiaconato. Este último era considerado uma das ordens maiores, junto com o diaconato e presbiterato. A título de curiosidade, é interessante saber que o Exorcistato, o Ostiarato e o Subdiaconato foram abolidos pelo Papa Paulo VI, algum tempo depois do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), e a primeira tonsura foi transformada em admissão do vocacionado como candidato às ordens sacras. O Leitorato e o Acolitato permaneceram com as mesmas características. Nosso Bispo Emérito seguiu todos esses passos. Tudo isso num ambiente de extrema efervescência eclesial, já que dois dos seus quatro anos de Teologia foram vividos no desenrolar do Vaticano II. Muitas eram as novidades que chegavam de Roma no âmbito da liturgia, eclesiologia, hierarquia, do papel dos leigos na Igreja, da relação da Igreja com o mundo e com as outras religiões, dentre outros temas. Finalmente, foi ordenado diácono no final de 1962, por Dom Antonio Ferreira de Macedo, bispo auxiliar de São Paulo. No período do diaconato, durante o qual cursou o último ano de Teologia, realizou trabalho pastoral na Paróquia Santa Maria Madalena, na Vila Madalena, apenas aos finais de semana. Aos 8 de dezembro de 1963, solenidade da Imaculada Conceição, chegou o dia da ordenação

sacerdotal, que aconteceu na Igreja do Seminário Central do Ipiranga. Dom Antonio Maria Alves da Silveira, à época Arcebispo Coadjutor de São Paulo, foi quem lhe conferiu o sacramento da Ordem no grau do presbiterato. Nove foram os sacerdotes ordenados naquela ocasião. Sua primeira Missa solene foi celebrada uma semana depois (domingo, 15 de dezembro), na Paróquia São José de Belém, sua comunidade de origem, onde havia feito a catequese e a primeira comunhão. Mas é bom notar que ele não ficou uma semana sem celebrar a Eucaristia: com efeito, celebrou diariamente a chamada Missa rezada (na São José de Belém mesmo) até chegar o dia da primeira Missa solene. Esta só podia ser celebrada nos domingos e dias de festa. Daí a razão da espera. A Missa solene, no antigo formulário litúrgico, era toda cantada em latim (sobretudo em suas partes fixas: Kyrie – em grego, Glória, Creio, Santo, Cordeiro, despedida), com incenso, com o auxílio do diácono e do subdiácono (que poderiam ser dois padres exercen-

do tais funções) e de diversos acólitos e coroinhas. A Missa rezada era sem canto, em geral com o auxílio de um ou dois acólitos, que se costumava celebrar nos dias de semana e até mesmo aos domingos, na maior parte dos lugares. O jovem Osvaldo tinha abraçado o projeto do Senhor para ele: ser sacerdote, oferecer a Deus o Sacrifício da Missa, ser ministro do perdão, atender os doentes e necessitados, conformar sua vida ao mistério da cruz do Senhor; em suma, viver somente para a glória de Deus e a salvação das almas. Em seguida, foi designado para trabalhar como vigário cooperador (equivalente, na terminologia atual, a vigário paroquial) da Paróquia Divino Espírito Santo da Bela Vista (de 1964 a 1965), na capital, cujo pároco era Monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo, grande estudioso da história da Igreja em São Paulo, que ficou naquela comunidade por 40 anos (de 1931 a 1971). Não muito tempo depois, foi enviado para Salto, onde permaneceu como pároco por dois anos (de 1966 a 1967).

Em viagem, Pe. Osvaldo se diverte com seus amigos


NO MEIO DE NÓS | 7 DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Diocese de Jundiaí

No meio do povo como aquele que serve

A

pós os anos de trabalho em Salto, o jovem sacerdote foi transferido para a cidade de Itu (1968-1969), considerada em outros tempos como a “Roma brasileira”, em razão da forte religiosidade de seu povo e da beleza de suas igrejas. Na principal delas, a dedicada a Nossa Senhora da Candelária, erguida no século XVIII, Pe. Osvaldo foi pároco por um ano e meio. Neste entrementes, no ano de 1966, o Papa Paulo VI criou a Diocese de Jundiaí, desmembrada quase inteiramente da Arquidiocese de São Paulo (com exceção de Louveira, que pertencia à Arquidiocese de Campinas), da qual Salto passou a fazer parte. Por isso, Pe. Osvaldo escolheu ser incardinado na nova diocese. Era o período pós-conciliar e muitos entenderam de forma errada as reformas do Vaticano II. Grande era o número de padres que deixavam o ministério, por acharem que era melhor trabalhar pela transformação social do mundo do que na dimensão propriamente espiritual, ou porque

não conseguiram manter a própria identidade de homens de Deus e responsáveis pela santificação universal. Tamanha era a confusão entre as pessoas que, contou certa vez Dom Osvaldo, um padre se casou no civil porque tinha certeza que o Papa iria abolir o celibato clerical, permitindo o casamento dos padres. Quando percebeu que isso não aconteceria, deixou de vez o sacerdócio. Dos nove padres que foram ordenados naquele 8 de dezembro de 1963, apenas três perseveraram no sacerdócio. Dentre eles estava Pe. Osvaldo, que continuou a viver sua vocação sacerdotal com serenidade e amor, acolhendo as mudanças com autêntico espírito católico. Em 1969, seu novo bispo, o primeiro de Jundiaí, Dom Gabriel Paulino Bueno Couto (19101982), o transferiu para a Catedral Nossa Senhora do Desterro, onde ficou como pároco até sua nomeação episcopal. Nesse tempo, realizou diversos outros trabalhos. Foi Chanceler do Bispado, Vigário Geral

Pe. Osvaldo e seu afilhado em celebração da Crisma

da diocese, Procurador da Mitra (equivalente à função de Ecônomo, na terminologia atual), Coordenador diocesano de pastoral por quatro anos, primeiro Diretor espiritual do seminário diocesano, inaugurado em 1980, que ele também ajudou a instituir, dentre outros encargos. Além do mais, acompanhou a Pastoral da Juventude na diocese e entrou no Caminho Neocatecumenal (muito forte naquela região), o qual posteriormente trouxe a Marília. Em 1975, recebeu do Papa Paulo VI o título de Monsenhor no grau de Capelão de Sua Santidade. Em 1981, foi morar em Roma para frequentar um curso de atualização em Direito Matrimonial na Pontifícia Universidade Gregoriana, já que o novo Código de Direito Canônico, que seria promulgado em 1983, estava em fase de redação. Retornou ao Brasil pouco tempo depois. Em junho do ano seguinte, foi nomeado bispo auxiliar de Marília pelo Papa João Paulo II. Segundo o ex-seminarista e colega de classe de Dom Osvaldo, Paulo Francisco da Costa Aguiar Toschi, o empenho vocacional do bispo emérito de Marília na época de seminário conduziu-o a uma autêntica vida de serviço. “Acompanhei de perto sua trajetória vocacional. Hoje, ao comemorar os seus 80 anos de idade, Dom Osvaldo consegue reunir todos os que o admiram e estimam, como um santo pastor, que muito fez para o rebanho do Senhor que está em Marília”. E completou: “Outro dia, lendo o livro ‘Como se faz um Bispo’, fiquei meditando justamente nas escolhas de meu amigo de turma, certamente guiadas pelo Espírito Santo, para a transformação daquele menino de São Roque em um santo bispo de nossa Igreja”.

Fotos: Arquivo Pessoal

Pe. Osvaldo e Dom Gabriel durante procissão

O cura da Catedral numa celebração do Batismo

Concelebração na Catedral de Jundiaí

Pe. Osvaldo com os membros do Cursilho


8 | NO MEIO DE NÓS

Entrevista

DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Deixar marcas de amor

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m entrevista concedida no dia 5 de outubro, em seu apartamento no centro de Marília, Dom Osvaldo Giuntini falou ao NO MEIO DE NÓS sobre sua vida, vocação, presbiterado, bem como sobre o episcopado dedicado à parcela do povo de Deus que está em Marília. Com a serenidade de sempre, o bispo emérito recebeu nossa equipe e reviveu naquela tarde de quarta-feira seu primeiro chamado na perspectiva de uma vida doada.

NO MEIO DE NÓS – Ao remontar à sua infância, como o senhor compreende o chamado de Deus? Dom Osvaldo Giuntini - A catequese me preparou para a primeira Eucaristia. Até então, eu não pensava em ser padre. Foi depois de receber Jesus pela primeira vez que, ouvindo as instruções da minha mãe, nasceu em mim esta vontade de abraçar o sacerdócio ministerial. Ela [sua mãe] não interferiu em nada, foi simplesmente uma lição que me deu. Alguns amigos que frequentavam a catequese comigo também pensavam em entrar no seminário; isso me deu forças para realizar este desejo despertado pela minha mãe. Eu devia ter uns nove anos quando decidi entrar para o seminário, pois achei uma iniciativa muito bonita seguir Cristo por toda a vida. A partir do momento em que o senhor disse sim ao chamado de Deus e decidiu entrar no seminário, como encarou essa nova fase de sua vida? Dom Osvaldo - Eu não tinha a mínima ideia de como seria. Lembro-me que um congregado mariano da paróquia que eu participava também ia entrar no seminário. Assim, ele me levou até o reitor e lá recebemos as devidas orientações. O reitor fez minha matrícula e marcou o dia da entrada no Seminário. Neste dia, fomos todos de trem para São Roque [onde permaneceu por sete anos]. Para mim foi uma novidade muito grande; até então eu nunca tinha saído de São Paulo.

Alguma experiência marcou a vida do senhor na época de seminarista? Dom Osvaldo - A boa experiência foram os formadores. Eles compunham uma equipe de três padres: o reitor, o diretor espiritual e o diretor de disciplina. Eles se incumbiram de nos ensinar como se comportar na nova vida. Outra realidade que me marcou na época de Seminário foi a saudade da família. Nunca tinha saído de casa e, quando me mudei para São Roque, fui obrigado a permanecer longe de meus pais. Eu me sentia na obrigação de estar lá [no Seminário], mas, ao mesmo tempo, sabia que era livre e podia sair a hora que quisesse. O fato de perceber que deveria permanecer era uma inspiração de Deus, pois uma criança não tem a capacidade de renunciar e fazer opção por um caminho certo. Para mim, porém era muito natural, embora eu sofresse pelo afastamento da família. O senhor se lembra do dia de sua ordenação presbiteral? Dom Osvaldo - Não dá nem para pensar naquele dia sem lembrar-se da alegria. Foi algo festivo, a realização do que eu sempre quis. Minha ordenação foi uma grande festa para mim, para meus familiares e amigos. Após a celebração, tivemos uma confraternização. Depois da criação da Diocese de Jundiaí, por Paulo VI, antes de sua nomeação para o episcopado, o senhor dedicou-se, por quase duas décadas, à Igreja Particular nascente. Como foi esta época? Dom Osvaldo – Lembro-me com carinho de Dom Gabriel Paulino Bueno Couto. Ele era um homem muito santo, inclusive seu aspecto físico era de alguém penitente. Frequentemente, eu partilhava minha vida com ele. Como Dom Gabriel gostava de fazer palestras, eu o acompanhava. A aproximação com ele me ajudou a ter um autêntico comportamento de um padre. O que Dom Gabriel representou para o seu sacerdócio?

Dom Osvaldo – Dom Gabriel representou aquilo que eu deveria ser: um homem de Deus, de estudo, santo e de entrega à Igreja e ao povo. Ele era uma sumidade intelectual, e eu ia aprendendo com ele. Trocar o seminário e a paróquia para acompanhá-lo foi algo muito positivo que me ajudou bastante. O senhor foi um dos homens de confiança de Dom Gabriel. Como é saber que, no início do seu sacerdócio, o senhor ajudou a lançar as linhas mestras na estruturação da Diocese de Jundiaí? Dom Osvaldo - Era grande o entusiasmo no começo da pastoral! Eu já estava firme na vida sacerdotal, achava bonita a entrega por uma paróquia; o contato com o povo me realiza plenamente. Embora Salto e Itu fossem paróquias bem interioranas e, eu, um jovem padre da capital, gostava muito do povo. Nas coisas simples fui me edificando no serviço a Deus. Eu me lembro que Jundiaí sempre foi uma diocese que caminhou bem, não ficou parada. Nós gostávamos do povo e queríamos o seu progresso. O Concílio Ecumênico Vaticano II trouxe muitas mudanças na vida eclesial. No seminário e no sacerdócio, como foi encarar tais mudanças? Dom Osvaldo – Antes do Concílio, o cotidiano dos ministros ordenados era muito exigente. Tínhamos que usar batina dia e noite. Era uma vida muito mais fechada. Depois, o Concílio foi dizendo que poderíamos substituir a batina pela camisa clerical. Quando chegou essa notícia, com aquele calor que fazia em Salto, eu dei graças a Deus [risos]. Senti-me, realmente, muito mais à vontade. Com as mudanças, comecei a trabalhar com a juventude. Entrei de cheio no Treinamento de Lideranças Cristãs e no Cursilho de Cristandade. Busquei me colocar em todo lugar onde eu poderia servir o povo de Deus. Fui me entusiasmando e encontrando na pastoral tudo aquilo que poderia me satisfazer.


NO MEIO DE NÓS | 9 DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS E como recebeu a notícia de sua nomeação episcopal? Dom Osvaldo – Foram duas surpresas ao mesmo tempo: a primeira foi a de tornar-se bispo, pois o episcopado muda totalmente a vida de um padre; a segunda foi sobre a cidade e Diocese de Marília, das quais já tinha ouvido falar, mas nunca tinha visitado. Quem eu conhecia de Marília era o meu amigo de classe, o então Pe. Achiles. Conversando com ele, nada me impressionou negativamente. Eu tinha certeza que Deus estava me chamando e eu queria seguir a voz d´Ele. Ele mesmo ia me conceder a graça, como aconteceu. Como foi a transição de padre para bispo? Dom Osvaldo - Eu fiz este processo na fé. Eu sabia que Deus estava me chamando para uma experiência mais profunda. A presença e a amizade de Dom Frei Daniel Tomasella me ajudaram muito quando morei com ele no seminário. São realidades distintas: uma coisa é ser padre e construir o seu cotidiano com autonomia; outra coisa é ser bispo auxiliar. Encarei na fé e fui avançando. A relação com Dom Daniel foi muito boa, pois ele marcava o que eu deveria fazer, sem coação. Nós conversávamos muito sobre as atividades pastorais e, aos poucos, ele foi se desprendendo dos trabalhos para que eu começasse a assumi-los. Eu gostava muito do contato com as pessoas, como, por exemplo, os catequistas e os cursilhistas. Nunca tive vontade de trocar de diocese, pois sabia que Marília era o lugar que Deus havia escolhido para mim. Qual característica de Dom Daniel mais o ajudou em seu episcopado? Dom Osvaldo - A seriedade. Dom Daniel era um homem sério e de muita responsabilidade. Sua personalidade não deixava passar nada de errado, pois sempre indicava tudo o que julgava prejudicial à Diocese. Gosto de dizer que Dom Daniel era o homem da verdade. A Diocese de Marília já presenciou, ao mesmo tempo, três bispos em sua caminhada pastoral; Dom Daniel, titular, Dom Hugo Bressane de Araújo, emérito e, o senhor, como auxiliar. O que isso significou para o senhor? Dom Osvaldo - Conviver com Dom Hugo e Dom Daniel foi uma graça para minha vocação. Todos os sábados, Dom Daniel e eu íamos visitar Dom Hugo,

rezávamos juntos e partilhávamos a vida. Vivíamos num ambiente de caridade fraterna. O que o senhor leva consigo como Bispo de Marília? Dom Osvaldo - O que fica é que devemos ser bons, amigos, compreensivos, e dar atenção às pessoas. Não podemos inventar muita coisa além do normal; precisamos apenas ser amigos uns dos outros, o que não significa aprovar tudo o que dizem. Houve, em meu episcopado, por exemplo, coisas que eu não aceitava; no entanto, nunca tive um comportamento impulsivo. Ouvia, rezava e, com o auxílio de Deus, sabia o que devia ser feito na hora certa. Qual sua maior alegria como bispo? Dom Osvaldo - As ordenações diaconais e presbiterais sempre foram minhas maiores alegrias e também os momentos mais importantes da minha presença na Diocese, pois constituem o sacramento que só o bispo pode conferir. Eu acompanhava a vida dos seminaristas e, quando chegava o tempo da ordenação, a decisão que eles tomavam era também a minha. Eu partilhava da alegria daquele momento, pois eu sabia o que se passava no interior do candidato. Se o vocacionado sentia-se realmente chamado por Deus e percebíamos que tinha as condições necessárias, eu, o candidato e toda a Diocese vivíamos, juntos, a graça de gerar um filho para a Igreja. O que o senhor entende por gerar filhos para a Igreja? Dom Osvaldo – Após as ordenações sempre me restava um sentido de paternidade. Sentia-me um pai justamente porque a decisão que o candidato tomava era realmente partilhada por mim. Naturalmente, depois o filho vai se distanciando, pois vai crescendo e assumindo, com maturidade, a sua própria vida. O que é completar 80 anos de vida? Dom Osvaldo - Atingir a maturidade, ao menos na idade... na cabeça eu já não sei [risos]. Para mim, completar 80 anos é fazer aquilo que Deus quer. É, literalmente, me entregar nas mãos do Senhor e fazer a experiência do abandono. É uma missão que eu realizei... todo mundo vai ter que cumprir a sua um dia. O bispo vai passar e os padres também. Há tempo para tudo; cada um tem o seu.

Completar esta idade é oportunidade de se despedir dos trabalhos realizados e se apegar ainda mais àquilo que não muda: Deus e a caridade. Atingir esta idade significa perceber a vida com realismo. Quem tem 80 anos precisa aprender a pensar na morte. Ela chegará e a serenidade deste momento vai depender daquilo que plantamos ao longo da vida. No final, vamos colher confiando em Deus. O Emeritato é tempo de quê? Dom Osvaldo – De oração, meditação e ajuda aos padres na medida do possível. É tempo de aproximar-se da vida da Diocese com a consciência de que a missão de trabalhar não existe mais, sabendo, é claro, que tudo o que fizemos foi válido e que hoje há uma continuidade. Quando vejo os leigos trabalhando com engajamento e os padres zelando pelo rebanho a eles confiado, eu me lembro que já fiz tudo isso um dia e, por isso, sempre fica certa saudade do que fizemos e do que deixamos [silêncio, finalizado com um sorriso]. A nossa vida é assim; e eu acredito na eternidade. De sua presença e trabalhos entre o povo da Diocese de Marília, o que o senhor quer que a história se lembre? Dom Osvaldo Que Dom Osvaldo sempre amou a Diocese e, que plantou as sementes de amor no coraç ã o das

pessoas. Gostaria que reconhecessem também a minha boa vontade em ajudar, embora, por vezes, muito não aconteceu devido às minhas limitações. Que Mensagem Dom Osvaldo Giuntini deixa à posteridade? Dom Osvaldo – Que vale a pena ser padre e que seguir a sua própria vocação é a maior resposta que podemos dar ao amor de Deus. Seja no sacerdócio, na vida religiosa ou no matrimônio, o que realmente importa é ter a consciência de que todos nós fomos escolhidos por Deus para deixar uma marca de amor nas pessoas. Espero ter deixado a marca de Jesus em todos os fiéis da Diocese de Marília.


10 | NO MEIO DE NÓS DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Em Marília

O diocesano e o franciscano Fotos: Arquivo Pessoal

N Dom Osvaldo em uma festa de seu aniversário, junto com Dom Daniel

Dom Daniel e Dom Osvaldo celebrando, juntos, a Eucaristia

Dom Daniel, Dom Hugo e Dom Osvaldo na Catedral São Bento

MONS. NIVALDO RESSTEL

o dia 15 de junho de 1982, logo pela manhã, na casa paroquial de São Pedro Apóstolo, em Tupã, toca o telefone. Era Dom Daniel que, sempre muito direto, perguntava: “O senhor conhece Monsenhor Osvaldo Giuntini da Diocese de Jundiaí?” Respondo: “Tenho algumas lembranças, do tempo de seminário, mas Pe. Achiles conhece melhor, pois eram da mesma turma”. E Dom Daniel: “Não sei quem é, mas acaba de ser eleito Bispo Auxiliar para Marília”. Então, Dom Daniel, “sicut qui ministrat” [“como aquele que serve”, seu lema episcopal], tratou logo de administrar a notícia. Fez contatos, informou-se e preparou a Diocese pra acolher o Bispo Auxiliar. A Diocese de Jundiaí prepara a cerimônia e a festa para a ordenação, realizadas no dia 12 de setembro. Marília prepara a chegada e a apresentação no dia 19 dos mesmos mês e ano. Bispo novo, nova realidade, novas circunstâncias: região, clima, pessoas, costumes, mas com certeza, muita fé e o ideal estampado no brasão e no coração: “Vitam meam do vobis: dou-vos minha vida!”. Com uma bela e empolgante celebração na praça da Catedral Basílica Menor de São Bento começa a doação da vida. Saudações, cumprimentos, votos, receptividade, alegria e esperanças do acolhedor povo da cidade e da Diocese de Marília. Tudo muito bom para amenizar o impacto da mudança. Vale lembrar também o carinho e as atenções do Bispo Diocesano, numa realidade em que se concretizava a formação do patrimônio e a efervescência das pastorais que, por isso mesmo, estava exigindo muita dedicação e empenho. Sem nos esquecermos de que não havia residência episcopal. Os bispos residiam no seminário, atual Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos. Não falemos do “assalto”, bem no começo; nada para desanimar quem

quer “dar a vida”. Nessa escola de convivência episcopal Dom Osvaldo foi completando a sua experiência para tornar-se de Auxiliar para Coadjutor e de Coadjutor para Diocesano. Bebeu da experiência e sabedoria de Dom Daniel. Cada um com sua maneira própria de ser: tão diferentes e tão autênticos, completaram-se. Não se excluíram e pareciam dois irmãos: um frade e um padre, tão simples e verdadeiros: dois bispos da Santa Igreja. É a história de uma caminhada de trinta e um anos de completa doação! De 19 de setembro de 1982 a 30 de abril de 1987, são cinco anos como Bispo Auxiliar. De 30 de abril de 1987 a 9 de dezembro de 1992, são mais cinco anos como Bispo Coadjutor. De 9 de dezembro de 1992 a 8 de maio de 2013, são ainda mais vinte e um anos como Bispo Diocesano. Trinta e um anos de fidelidade e dedicação! Não era um carreirista, como costumamos dizer, e isso não significa que fosse acomodado, mas, sim, um homem perseverante. Encontrou problemas e quantos! Todos enfrentados com a serenidade e mansidão que lhe são peculiares e que fazem parte de sua índole e de seu caráter. Assumir as visitas pastorais, encontros e reuniões demandaram incontáveis viagens pelos muitos quilômetros da Diocese. Isso, desde os tempos de Bispo Auxiliar, trouxe-lhe problemas de desgastes à saúde, males que o molestam e limitam fisicamente, mas cujos méritos só Deus conhece. Bom pastor que fala pouco e que prega mais pelo testemunho e, por isso mesmo, querido e estimado do clero e do povo. Completando oitenta anos de vida; trinta e um como bispo em nossa diocese; mais alguns como Emérito e muitos que ainda virão, recebe hoje a manifestação da nossa gratidão por ter oferecido toda a sua vida pelas ovelhas desse rebanho que ouve a voz de seu pastor, o Bom Pastor que, em circunstâncias outras, continua vivendo e dando vida: “Vitam meam do vobis”!


NO MEIO DE NÓS | 11 DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

O Bispo e os padres Chamado a gerar filhos para a Igreja

U

ma das principais missões do bispo é cuidar do bem espiritual, humano e material dos padres, tal qual um bom pai, que busca em tudo o bem dos filhos. A lógica é simples: se os padres estão bem, as comunidades também irão bem. Se os padres estão mal, então o fervor e a fidelidade do povo tendem a diminuir. Podemos até dizer que o bispo precisa, sim, cuidar do povo, mas sobretudo por meio do cuidado aos padres, seus principais colaboradores e irmãos no sacerdócio. Nosso Bispo Emérito sempre foi muito preocupado com a formação sacerdotal. Tanto na época de Bispo Auxiliar como nos tempos de Bispo Diocesano, Dom Osvaldo visitou com frequência os seminários, para conversar em grupo e pessoalmente com os candidatos ao sacerdócio. Notável foi sua atenção com o Seminário Diocesano São Pio X, ao qual ele visitou semanalmente por anos a fio. Por várias vezes ele foi o bispo responsável por acompanhar os seminários da Província Eclesiástica de Botucatu. Durante o período de Bispo Auxiliar e Bispo Coadjutor, Dom Frei

Daniel confiou a Dom Osvaldo todas as ordenações diaconais, enquanto o próprio Dom Daniel realizava as ordenações sacerdotais. O primeiro padre a ser ordenado por Dom Osvaldo foi o Pe. Sérgio Luiz Roncon, atual pároco de Bastos, aos 27 de fevereiro de 1993, em Junqueirópolis, apenas dois meses e meio depois de Dom Osvaldo tomar posse como Bispo Diocesano. Pe. Danilo Nobre dos Santos, pró-pároco da Nossa Senhora Rosa Mística, em Marília, foi o último sacerdote que Dom Osvaldo ordenou. A celebração aconteceu na Matriz de São Pedro Apóstolo de Tupã, em 15 de junho de 2013 (justamente no aniversário de sua nomeação episcopal!). Àquela altura, Dom Luiz Antonio Cipolini já tinha sido nomeado bispo de Marília e Dom Osvaldo ocupava a função de Administrador Apostólico da Diocese, até a posse do novo bispo, que se daria em 4 de agosto daquele ano. Entre esses dois ordenados, há dezenas de outros, que estão na vida diocesana ou religiosa. Eis a impressão que Pe. Sérgio, o primogênito, tem de Dom Osvaldo:

“Foi sempre atuante na coordenação pastoral, nas visitas pastorais e no acompanhamento dos seminaristas de nossa Diocese. Sempre prestativo e tranquilo no encaminhamento de tudo o que se refere ao bom andamento da Diocese, sobretudo no campo espiritual e pastoral. Dom Osvaldo é exemplo de pai, irmão e amigo para nós presbíteros. Homem de oração, procura sempre estar em intimidade com Deus. Tudo isso se traduz no seu zelo e caridade fraterna”. Continua Pe. Sérgio: “Fico feliz e agradeço a Deus por ter sido o primeiro padre a ser ordenado por Dom Osvaldo após assumir a Diocese. Tive o privilégio de ter Dom Daniel e Dom Osvaldo nesse dia que fui ordenado. O que sempre me marcou em Dom Osvaldo foi sua presença como Pastor zeloso e sempre pronto a nos ouvir”. Pe. Danilo, o caçula, também agradece o zelo paterno e a disponibilidade do Bispo Emérito: “Obrigado, querido pai, Dom Osvaldo, por seu testemunho de pastor zeloso e verdadeiro pai para toda nossa Diocese. Por sua dedicação, empenho e cuidado pastoral, por todos estes anos à frente de nossa

Igreja Particular de Marília. Agradeço por sua disponibilidade e verdadeiro testemunho de caridade, ao nos guiar de modo tão carinhoso e próximo, como amigo, confiando, perdoando e ensinando pela caridade e pela misericórdia, à exemplo do próprio Cristo”. Dom Osvaldo disse em certa ocasião que, quando ordenava um padre, tinha a sensação de que gerava um filho para a Igreja. E de fato é verdade: o bispo faz as vezes de esposo da Igreja, em nome do próprio Cristo Jesus. Daí o símbolo do anel que os bispos costumam usar. Como esposo, em união profunda com a Igreja, ele é chamado a gerar filhos que colaborem na edificação do Reino de Deus e na elevação de um culto perfeito e agradável ao Pai Celeste. Dom Osvaldo levou a sério essa missão. Como Bispo Emérito, não deixou de ser referência e sustento espiritual para os sacerdotes e seminaristas, embora com uma presença física mais discreta. A oração e o testemunho de vida, ambos com um poder imensurável, são os dons mais preciosos que ele mais tem a nos oferecer neste momento de sua vida. Foto: Hygor Haritov

Na Ordenação Presbiteral dos padres Luiz Henrique de Araújo e Júlio Pereira Neto, em Junquerópolis, Dom Osvaldo é homenageado pelos padres que ele próprio ordenou


12 | NO MEIO DE NÓS DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Episcopado Pastor segundo o Coração de Jesus

A

ssim que o Papa João Paulo II aceitou o pedido de renúncia de Dom Frei Daniel Tomasella, assumiu o governo da Diocese de Marília, por direito de sucessão, o então Bispo Coadjutor, Dom Osvaldo Giuntini, que, no dia 9 de dezembro de 1992, tomou posse como o terceiro bispo diocesano de Marília. Como Auxiliar e Coadjutor, Dom Osvaldo acompanhou seu antecessor

por dez anos, recebendo a missão das visitas pastorais e também a coordenação de pastoral. Desta maneira, ao assumir o pastoreio da Diocese de Marília, o terceiro bispo diocesano, assessorado pelos conselhos, intensificou estes trabalhos, fazendo com que seu lema episcopal, “Dou-vos minha vida”, se fizesse verdade na construção do Reino de Deus nas comunidades que compõem o território diocesano. Foto: Arquivo Pessoal

VOCAÇÕES Uma das prioridades de seu episcopado sempre foi o acompanhamento e a relação fraterna com os padres e seminaristas. Mensalmente visitou as casas de formação da Diocese e, com solicitude, auxiliou os vocacionados e os ministros ordenados em suas necessidades. O edifício que hoje abriga o Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos começou suas funções formativas no ano de 1963 como Seminário Diocesano Menor São Pio X. Após passar por diversas instalações, o atual prédio, agora intitulado de Propedêutico, onde os vocacionados da Diocese de Marília passam seu primeiro ano de estudos e orações, foi construído no governo de Dom Osvaldo. A cerimônia de inauguração aconteceu no dia 1º de maio de 1996, no 33º aniversário de instalação do primeiro prédio. Na presença de padres, religiosos, seminaristas, colaboradores e fiéis, Dom Osvaldo abençoou a nova casa e presidiu a celebração de consagração e dedicação do altar da capela.

Até 2003, os seminaristas da Província Eclesiástica de Botucatu, que compreende as Dioceses de Araçatuba, Assis, Bauru, Botucatu, Lins, Marília, Ourinhos e Presidente Prudente, cursavam Filosofia no Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus (desde 1985) e Teologia no Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos (desde 1983). Juntamente com os demais bispos, Dom Osvaldo Giuntini trabalhou com afinco na criação da Faculdade João Paulo II (FAJOPA), de Marília, cuja Entidade Mantenedora (Associação Cultural e Educacional Interdiocesana – ACEI) é integrada pelos bispos da Província Eclesiástica, com exceção de Ourinhos. Fruto do esforço de Dom Osvaldo, dos bispos da época e dos padres professores, a FAJOPA proporciona a formação intelectual dos ministros ordenados e leigos engajados na pastoral das Dioceses que compõem a Província Eclesiástica, além de ofercer a toda a comunidade acadêmica da região os cursos de Licenciatura em Filosofia e Bacharelado em Teologia. RecenFoto: Érica Montilha | Diocese de Marília

Chegada da Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida em Marília, no dia 22 de agosto de 2008 (acima); Gincana Vocacional na Região Pastoral I em 2014 (abaixo)


NO MEIO DE NÓS | 13 DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS Foto: Érica Montilha | Diocese de Marília

temente, a instituição passou a oferecer o curso de Teologia EAD (Educação à Distância) e também Pós-Graduação em Pedagogia Catequética, além do projeto de Mestrado em Direito Canônico. PASTORAL Pastor zeloso segundo o Coração de Jesus, no início de seu governo, Dom Osvaldo mobilizou toda a Diocese para a realização da Revisão Ampla da Pastoral. A iniciativa, assumida na Assembleia Diocesana de 1992, possibilitou um planejamento da caminhada pastoral com maior envolvimento de fiéis, pastorais, movimentos e organismos, o que fortaleceu a fé do povo de Deus e o conhecimento da realidade social e religiosa das comunidades, com pesquisas realizadas a partir das bases. Com o apoio e presença de Dom Daniel, em dezembro de 1993, Dom Osvaldo inaugurou o novo prédio da Cúria Diocesana. A fim de oferecer melhores condições no pastoreio da Diocese, foi construída, em seu governo, uma nova sede para o Centro Diocesano de Pastoral (CDP). Com um espaço mais amplo, o novo prédio foi inaugurado no dia 30 de outubro de 1999. Em comunhão com as diretrizes lançadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Projeto Rumo ao Novo Milênio, Dom Osvaldo realizou a

celebração do Ano Jubilar de 2000. Motivadas por ele, as paróquias se empenharam na realização da Missão Popular por ocasião do Ano Santo. Mesmo com a chuva torrencial que atingiu a cidade de Marília no dia 25 de novembro, milhares de fiéis participaram da celebração realizada no Estádio Municipal Bento de Abreu Sampaio Vidal e, com entusiasmo, celebraram o encerramento dos dois mil anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. O ano de 2002 foi marcado pelas festividades do aniversário de 50 anos da Diocese de Marília. Com o lema “Vós sois da família de Deus”, toda a comunidade diocesana comemorou com o seu pastor as cinco décadas de evangelização na Alta Paulista desde a criação da Igreja Particular. Em concentrações regionais, missas foram celebradas em Garça, Tupã e Paulicéia, nas igrejas dedicadas a São Pedro Apóstolo, padroeiro da Diocese. No dia 18 de agosto deste mesmo ano, acompanhado pelos padres, religiosos, seminaristas e aproximadamente quatro mil fiéis, Dom Osvaldo foi ao Santuário Nacional agradecer a intercessão de Nossa Senhora Aparecida na caminhada pastoral diocesana. A efetivação do Curso de Teologia para Leigos e Consagrados (CTLC) aconteceu no episcopado de

Foto: Divulgação

Dom Osvaldo com crianças (acima) e com Dom Paulo Roberto Beloto em 2013 (abaixo)

Dom Osvaldo. Em 2001 os trabalhos foram iniciados na Região Pastoral I. Com empenho, em 2004 teve início na Região II e, em 2005, na Região III. Desde sua fundação, milhares de pessoas se formaram em suas cadeiras e, nas comunidades paroquiais, dão testemunho e multiplicam o conteúdo aprendido. Em 2004, aconteceu a constituição do Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS). Existente há 12 anos, o FDS promove a dignidade humana e leva a presença de Cristo aos mais necessitados nas três regiões pastorais. Neste período, já beneficiou mais de cem entidades com quase um milhão de reais em contribuição.

COMUNICAÇÃO Durante o governo de Dom Osvaldo aconteceu a elaboração e a ampliação dos meios de comunicação para o anúncio da Boa Nova. Em 1998, houve a criação do Informativo Diocesano NO MEIO DE NÓS e, em 2000, o site da Diocese. ORDENAÇÕES EPISCOPAIS Em território diocesano, Dom Osvaldo presidiu a ordenação episcopal de um filho da Diocese, Dom Paulo Roberto Beloto, natural de Adamantina e hoje bispo de Franca. Na cidade de Iacri, no ano de 2010, também ordenou Dom Frei Irineu Andreassa, bispo de Lages (SC).


14 | NO MEIO DE NÓS DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Louvor do Povo de Deus

Chamarei um pastor que os conduza (cf. Ez 34, 23) Foto: Érica Montilha | Diocese de Marília

Com olhar profundo e autêntico coração de Pastor, desde sua chegada na Diocese de Marília, Dom Osvaldo Giuntini fez amigos por todos os lugares por onde passou. Por isso, todo o Povo Deus eleva aos céus seus louvores com preces de agradecimento pelo ministério e presença do bispo emérito.

“Vi em seus passos o próprio Jesus a caminhar pelas ruas do bairro”

“Nossas palavras são simples, mas brotam do coração”

“Encontrei Dom Osvaldo pela primeira vez de um modo inusitado. Numa tarde, ouvi alguém comentando que o bispo que chegara há pouco tempo em Marília estava fazendo visitas aos enfermos no Bairro Castelo Branco e resolvi procurá-lo. Na rua mesmo conversei com ele e perguntei se poderia fazer uma visita para uma tia que estava com câncer. Dom Osvaldo prontamente me atendeu. Acabei acompanhando-o pelo resto do dia nas demais visitas e confesso que fiquei surpresa com a paciência e ternura dele para com os enfermos. Pude comprovar o que ouvia a respeito do novo bispo de Marília: homem de olhar manso e de coração acolhedor. As pessoas, curiosas para conhecê-lo, aglomeravam-se ao seu redor e ele acolhia a todos. Vi em seus passos o próprio Jesus a caminhar pelas ruas do bairro. Mais de 30 anos nos separam daquele encontro, mas continuo a ver em Dom Osvaldo o mesmo semblante de um pai acolhedor, disposto a escutar. Olhando sua trajetória e o modo como conduziu os trabalhos pastorais, sinto-me imensamente grata por aquilo que ele representa em minha vida e, com certeza, na vida de milhares de fiéis de nossa Diocese. Por isso, não poderia deixar de agradecer ao nosso bispo emérito pelo testemunho de amor e desejar-lhe muitos anos de vida. Parabéns, Dom Osvaldo”.

“Primeiramente, queremos pedir a bênção de Dom Osvaldo. Nós ficamos muito contentes em receber a notícia do aniversário dos 80 anos de nosso bispo emérito. Para nós é um prazer escrever esta mensagem a ele. Nossas palavras são simples, mas brotam do coração. Neste dia especial, pedimos a Deus, com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, saúde e paz, para que esta data se repita durante anos. Dom Osvaldo é um grande amigo. Quando a Paróquia São José Operário, de Tupã, ainda não tinha sua casa paroquial, durante a visita pastoral e as celebrações da Crisma, ele dormia em nossa casa. A partir destas oportunidades ficamos amigos. Gostamos muito dele porque ele é um bispo simples e humilde, o que Deus quer que todos nós sejamos. Dom Osvaldo, que Nosso Senhor o abençoe com muitos anos de vida e que possamos continuar nossa amizade por muito tempo”.

Rita de Cássia Soares dos Santos Paróquia São Miguel Arcanjo, de Marília

“É com profundo júbilo que agradeço a Deus pelo dom precioso da vida de Dom Osvaldo; vida doada completamente ao rebanho da Diocese de Marília. Dom Osvaldo sempre deu testemunho de fidelidade e, como pai e pastor, apoiou a vida consagrada. Nosso espírito exulta de alegria em Deus pelas maravilhas que Ele realizou através do senhor, Dom Osvaldo. Lembro-me com viva memória do incentivo que nosso bispo emérito me deu no trabalho com o Setor Juventude alguns anos atrás. Sua compreensão de pai foi marcante no meu apostolado com os jovens. Por esses e tantos outros momentos de partilha dos dons e dedicação ao Reino, nós agradecemos a Deus. Pela sua vida, nós rendemos louvores ao céu. E como gratidão, fica nossa oração. Parabéns, Dom Osvaldo! Com carinho nosso abraço fraterno”.

“Seu amor e dedicação marcarão para sempre nossas vidas” “Querido Dom Osvaldo, nestes anos de sacerdócio, vivestes a alegria do serviço, tal qual Jesus lhe ensinou no gesto do lava-pés. Ensinastes com carinho o Povo de Deus sendo o nosso Bom Pastor. Sua ternura, seu amor e dedicação marcarão para sempre nossas vidas. Parabéns Dom Osvaldo pelos seus 80 anos! Que Deus o fortaleça cada vez mais. Seja muito feliz. Desejo que Nossa Senhora te cubra com seu manto sagrado, amparando-o em todos os momentos”. Suzete Rodrigues da Costa da Silva Paróquia São Pedro Apóstolo, de Paulicéia

Pedro Dias Tavares e Otilde Golfeto Dias Paróquia São José Operário, de Tupã

“Sua compreensão de pai foi marcante no meu apostolado”

Irmã Maria Fabiana dos Santos Instituto das Irmãs Missionárias dos Sagrados Corações de Jesus e Maria


NO MEIO DE NÓS | 15 DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Felicitações Apostólicas

Uma vida de comunhão: motivo de festa! “Estimado Dom Osvaldo: Parabéns pelos seus 80 anos bem vividos! Deus lhe conceda saúde e alegria; e faça florescer e frutificar as sementes do Evangelho plantadas no campo da Igreja!”. Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo Metropolitano de São Paulo

“Parabéns, Dom Osvaldo, pela comemoração de seus oitenta anos – privilégio concedido a poucos. Oitenta anos de vida, trinta e quatro deles de fecundo Ministério Apostólico, na fidelidade ao Reino e à Igreja, são, para mim, motivo de ação de graças e estímulo para o grande caminho que me resta percorrer. Só Deus saberá e poderá recompensar-vos por tudo que V. Exª. realizou em favor da Província Eclesiástica de Botucatu, de modo particular no tocante à formação dos futuros presbíteros: vosso zelo e apoio incondicional e permanente aos Seminários – de Filosofia e Teologia – bem como à Faculdade João Paulo II. V. Ex.ª. sabe que pode contar sempre com meu respeito, admiração e orações. Desejo que Deus vos abençoe com boa saúde, muita paz e alegria e vos conceda muitos anos mais. Abraço fraterno em Cristo”. Dom Maurício Grotto de Camargo Arcebispo Metropolitano de Botucatu

viver é uma graça. Na ocasião de seu 80° aniversário natalício, abraço-o através das minhas orações e desejo-lhe uma vida sempre mais abençoada e bem celebrada a cada dia. Parabéns e boas festividades com seus familiares, amigos e Povo de Deus da Diocese de Marília”. Dom Sérgio Krzywy

Bispo Diocesano de Araçatuba

“Dom Osvaldo, Parabéns! É nosso dever e salvação dar graças ao Senhor pelas maravilhas que Ele fez em nossas vidas. Com certeza, a Sua misericórdia se tornou realidade em sua existência. Obrigado por fazermos parte nesta história de 80 anos. Nossas orações e abraços”. Dom Paulo Roberto Beloto Bispo Diocesano de Franca

“Dom Osvaldo Giuntini, por ocasião da comemoração dos seus 80 anos venho transmitir-lhe meu abraço com votos de graças e bênçãos divinas, por intermédio de Nossa Senhora Aparecida. É sempre uma satisfação encontrá-lo e ver a serenidade que o senhor transmite com suas feições de pai e pastor. Que Deus o conserve e fortaleça na missão de zelar pela Igreja com seu testemunho de comunhão e oração. Um cordial abraço e minhas felicitações”. Dom Milton Kenan Júnior Bispo Diocesano de Barretos

“A Diocese de Jundiaí alegra-se pelo 80° aniversário natalício de Dom Osvaldo Giuntini, pois nesta Igreja Particular este ilustre filho exerceu seu ministério presbiteral, com humildade, simplicidade e extraordinária generosidade, por quase duas décadas. Querido Irmão Dom Osvaldo Giuntini: de coração, desejamos-lhe: Ad Multos Annos! Muitos anos de vida, cheios das bênçãos mais efusivas, da graça e da misericórdia de Deus”.

Ao longo de seus 80 anos, Dom Osvaldo testemunhou compaixão e solidariedade para com os doentes e sofredores. Vida de oração e fidelidade à missão evangelizadora, sobretudo no equilíbrio do ser e agir de cristão; padre e bispo com uma vida de profunda oração e doação à Diocese de Marília. Parabéns, Dom Osvaldo”.

Dom Vicente Costa Bispo Diocesano de Jundiaí

Dom Francisco Carlos da Silva Bispo Diocesano de Lins

“Dom Osvaldo, meus cumprimentos pelos 80 anos de vida. Acompanhei de perto sua trajetória episcopal, já que foi nomeado bispo uma semana antes de mim. Sempre o considerei um grande amigo e companheiro de caminhada. Muitas felicidades, saúde e paz”.

“Caríssimo Dom Osvaldo, felicitações pelos seus 80 anos de vida e a nossa gratidão pelo seu testemunho de vivência do Evangelho. Que alegria! Como São Paulo, o senhor pode dizer: “Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Podemos contemplar na sua face os traços do Cristo crucificado, pela vida totalmente doada e entregue ao serviço da Igreja, e vislumbrar no seu olhar e no seu sorriso, os sinais da alegria do Cristo glorioso. Que Jesus, o Bom Pastor, o abençoe e conceda muita saúde e paz. Parabéns”.

Dom Luiz Demétrio Valentini Bispo Emérito de Jales

“Prezado Dom Osvaldo Giuntini, Saúde e Paz! A vida, precioso e abençoado dom de nosso Pai e Criador, merece sempre nossa acolhida e celebração, pois

Dom Arnaldo Carvalheiro Neto Bispo Diocesano de Itapeva

Foto: Érica Montilha | Diocese de Marília


16 | NO MEIO DE NÓS DOM OSVALDO GIUNTINI | 80 ANOS

Dom Osvaldo e os Papas

Em comunhão com o Sucessor de Pedro

J

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18)

esus Cristo, enviado por Deus para salvar a humanidade de seus pecados, destinou os seus Apóstolos para a santificação de todos os homens. Certo de sua missão apostólica, e também da responsabilidade de estabelecer comunhão com os Sucessores de Pedro, Dom Osvaldo sempre conduziu a Diocese de Marília em plena unidade com os Papas.

Durante várias oportunidades, o então Bispo Diocesano de Marília esteve no Vaticano para encontros com o Papa. Intitulada como visita “Ad Limina”, em tais ocasiões, os bispos apresentam ao Sucessor de Pedro a realidade de suas respectivas dioceses; assim, manifestam a unidade da Igreja. Dom Osvaldo se encontrou diversas vezes com o Papa João Paulo II, hoje santo, e com Bento XVI. Na Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, esteve com o Papa Francisco.

Fotos: Arquivo Pessoal


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