Jornal No Meio de Nós - Edição 235 - março de 2018

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NO MEIO DE NÓS INFORMATIVO DA DIOCESE DE MARÍLIA Ano 20 | Edição 235 | Março de 2018

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Encontro diocesano reflete missão dos leigos Foto: Milton Ura | Diocese de Marília

Diocese tem duas novas pró-paróquias O bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, criou, no mês de fevereiro, duas pró-paróquias, uma em Marília e outra em Adamantina. O Pe. André Luiz Martins dos Santos foi nomeado administrador paroquial da Pró-Paróquia Santa Edwiges, desmembrada da Paróquia Santa Antonieta, de Marília. E, em Adamantina, o administrador da Pró-Paróquia São Francisco de Assis é o Pe. Paulo Joaquim de Souza. Esta pró-paróquia teve a maior parte de seu território desmembrado da Paróquia Santo Antônio. Página 7

Jornalista debate falsas notícias em Aula Inaugural

Evento reuniu assessores, agentes de pastoral, sacerdotes e religiosos, que debateram atuação do laicato

Cerca de 200 pessoas estiveram reunidas no dia 18 de fevereiro para o 35º Encontro Diocesano de Assessores e Agentes de Pastoral. Realizado no Centro Universitário de Adamantina (Unifai), em Adamantina, o evento marcou o início das atividades do Ano Nacional do Laicato. Na primeira parte do encontro, os

padres Willians Roque de Brito, assessor da Urgência Pastoral 1, e José Carlos Vicentin, assessor da Urgência 5, do Plano Diocesano de Pastoral (PDP), falaram, respectivamente, sobre a relação entre o Documento nº 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o PDP, e sobre a vivência do Ano do Laicato na

Diocese de Marília. Em seguida, os participantes se reuniram em grupos para discutir sobre as reflexões dos assessores e a participação dos leigos na transformação da sociedade. Cada participante recebeu um exemplar do Documento nº 105. Página 8

O apresentador do programa “Bem Vindo Romeiro”, da TV Aparecida, esteve na Diocese de Marília no dia 23 de fevereiro. José Eymard ministrou a Aula Inaugural da Escola de Comunicação Paulo Apóstolo, que inicia nova turma, e falou sobre a preocupação do Papa Francisco com as fake news. Foto: Milton Ura | Diocese de Marília

Eymard foi convidado para ministrar aula aos comunicadores

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ENFOQUE

ESPIRITUALIDADE

FORMAÇÃO

Dom Armando Bucciol, da Bahia, fala da Quaresma, tempo de preparação espiritual para a Páscoa

A sobriedade do espaço litúrgico no período quaresmal é tema para o assessor litúrgico da CNBB, Pe. Thiago Faccini

Agnaldo Chies e Palmira Barbosa escrevem a história do Movimento Focolares e de como é a atuação desses leigos

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Projeto Ruah reúne famílias em paróquia de Marília No dia 24 de fevereiro, a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Marília, realizou o primeiro encontro de um novo método de evangelização. Trata-se do Projeto Ruah, idealizado por um casal de jovens da comunidade. Página 14


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| Ao Leitor |

NO MEIO DE NÓS

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Editorial

O mistério da nossa salvação

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odos os domingos, professamos que Cristo “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia”. Esses acontecimentos constituem o mistério pascal de Nosso Senhor e são celebrados de forma profunda na Semana Santa – especialmente entre a

Quinta-feira Santa e o Sábado de Aleluia. A cada ano, as celebrações desta “Semana Maior” nos recordam que a luz da Ressurreição só pode ser entendida a partir da sombra da Cruz. No sacrifício de Cristo está o centro da fé cristã e de toda a história humana, pois, no Calvário, Deus dirigiu ao mundo sua Palavra suprema e definitiva, que

dá significado à vida do homem e lhe garante misericórdia e perdão. Nesse sentido, o lema dos monges cartuxos diz muito oportunamente: “Stat Crux dum volvitur orbis” (“A Cruz permanece firme enquanto o mundo gira”). Nas próximas semanas, a Igreja nos convidará a acompanharmos de perto o caminho da Cruz. Nesse itinerário, reconheçamos

que o Amor eterno derramou seu sangue sobre a morte e o pecado, destruindo tudo o que nos separava de Deus. “Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia” (Hb 4,16). Com esta feliz certeza, o Informativo NO MEIO DE NÓS deseja aos seus leitores uma fecunda Semana Santa!

espiritual: a Quaresma. Para compreender o sentido e a espiritualidade deste tempo, é oportuno analisar algumas orações que a liturgia coloca em nossos lábios. Na bênção das cinzas, implora-se a Deus que os fiéis que as recebem “possam celebrar de coração purificado o mistério pascal de Vosso Filho”. A dialética entre o hoje e a plenitude futura caracteriza as orações. Pede-se de “manifestar em nossa vida o que o sacramento realizou em nós” (3º Dom.); de não nos deixar “seduzir pelas falsas alegrias” (5ª f., 3ª semana); que “de coração purificado, nos aproximemos dos santos mistérios” (sábado, 3ª semana);

de “correr ao encontro das festas que se aproximam, cheios de fervor e exultando de fé” (4º Dom.). Enfim, “ó Deus de misericórdia, iluminai nossos corações purificados pela penitência. E ouvi, com paternal bondade, aqueles a quem dais o afeto filial” (4ª f., 5ª sem.). Possamos viver a Quaresma praticando o jejum, a oração e a esmola, segundo o estilo de Jesus, na fidelidade ao batismo e numa verdadeira conversão, que nos torne mais coerentes com o Evangelho.

Enfoque

A Quaresma Ilustração: Alex Augusto

DOM ARMANDO BUCCIOL

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m sua longa história, a Igreja acompanha seus filhos com propostas de vida que favorecem a fidelidade ao seu Senhor, e alimenta a fé com as celebrações da liturgia e suas mensagens vivas e concretas. Tudo começou, de forma essencial, com o domingo, Dia do Senhor. Nele, a comunidade se reúne para escutar a Palavra e partilhar o Pão. A celebração da Páscoa é o centro do qual emana a luz que tudo ilumina e, para celebrar a festa de Páscoa, a Igreja organiza um tempo de preparação

Dom Armando Bucciol é bispo diocesano de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente na Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB.

EXPEDIENTE BISPO DIOCESANO: Dom Luiz Antonio Cipolini | BISPO EMÉRITO: Dom Osvaldo Giuntini | CÚRIA DIOCESANA: Av. Nelson Spielmann, 521 - Marília/SP - CEP 17500-970 - Fone/fax: (14) 3401-2360 - E-mail: curia@diocesedemarilia.org.br | CENTRO DIOCESANO DE PASTORAL: R. José Bonifácio, 380 - Marília/SP - CEP 17509-004 - Fone/fax: (14) 3413-3124 - E-mail: cdp@diocesedemarilia.org.br | JORNALISTA RESPONSÁVEL: Márcia Welter - MTB n° 35.160-DRT-SP - Fone: (14) 99195-5452 (MW Editora) - E-mail: jornalnomeiodenos@yahoo.com.br | DIAGRAMAÇÃO: Danilo Cordeiro Silva | REVISÃO: Tiago Barbosa - MTB n° 79971/SP | ORIENTAÇÃO PASTORAL: Pe. Ademilson Luiz Ferreira | CONSELHO EDITORIAL: Tiago Barbosa e Márcia Welter | VERSÃO ELETRÔNICA: www.diocesedemarilia.org.br | IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru LTDA - Fone: (14) 3223-2844 | TIRAGEM: 13.000 exemplares | AUTORIZAÇÃO: Permite-se a reprodução de matérias desta edição, desde que sejam mencionadas as fontes | Envie notícias para o Informativo (jornalnomeiodenos@yahoo.com.br) e para o Portal (pascom.marilia@gmail.com).


NO MEIO DE NÓS

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| Nosso Pastor |

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Palavra do Bispo Ressurreição ou reencarnação?

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ssim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “o Credo cristão culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna. Cremos firmemente, e assim esperamos que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo Ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia” (988-989). Como a ressurreição de Jesus Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade: “Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dará vida também aos vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11). Crer na ressurreição dos mortos

Dom Luiz ordenará nove diáconos em abril

DOM LUIZ ANTONIO CIPOLINI

foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. A reencarnação é a teoria segundo a qual a alma, deixando o corpo após a morte, passaria para outro corpo. A Bíblia ensina que cada pessoa tem uma só existência sobre a terra e que, após essa vida, comparece diante de Deus para ser julgada. Diz a Carta aos Hebreus: “está determinado que os homens morram uma só vez, e depois vem o julgamento” (Hb 9,27). De fato, Jesus Cristo e os apóstolos não pregaram a reencarnação e, sim, a ressurreição dos mortos: “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação” (Cf. Jo 5,2829; 6,54; Mc 3,29; 9,43-48). A reencarnação é incompatível com a fé católica. O purgatório é a purificação final dos eleitos que morreram

na graça e na amizade de Deus, mas que não alcançaram, ainda, a santidade necessária para usufruir da alegria celestial. A purificação final nada tem a ver com o castigo dos condenados. No texto do Evangelho de Mateus 12,31, diz-se que “todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada”. Esta afirmação nos leva a deduzir que alguns pecados poderão ser perdoados no século futuro. Já em 2 Macabeus 12,46, Judas Macabeu mandou oferecer um sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que obtivessem o perdão dos pecados. A partir destas citações e de sua Tradição, a Igreja sempre rezou pelos mortos, particularmente na celebração Eucarística, para que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus, o Paraíso (Cf. CIC 1030-1032).

AGENDA DO BISPO

Após a última reunião do Conselho de Presbíteros, Dom Luiz Antonio Cipolini aprovou a ordenação diaconal dos seminaristas Denismar André, Edson Barbosa, Marcos Maciel, Rafael Lopes, Renan Takizawa, Silvio Quaio, Thiago Carlos e Tiago Barbosa. A cerimônia ocorrerá no dia 30 de abril, em Osvaldo Cruz. Além dos oito, na mesma celebração será ordenado o Irmão Gabriel Maria Mãe da Misericórdia, SGMC. Foto: Arquivo

Candidatos ao diaconato, exceto Sílvio e Irmão Gabriel

04/03 – Curso de Formação e Capacitação para Novos Agentes – Pastoral da Sobriedade. 09 a 11/03 – Escola Diaconal; 13/03 – Reunião Sub-Região de Botucatu, no Itra | Reunião Cáritas Diocesana; 14/03 – Coordenação Diocesana de Pastoral; 15/03 – Terço no Lar São Vicente, às 15h; 15 a 18/03 – Visita Pastoral na Paróquia São Miguel, em Marília; 17/03 – Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral; 19 a 23/03 – Missa na Catedral, às 7h15; 24/03 – Missa no Colégio Cristo Rei. Ação de Graças pelos 60 anos; 25/03 – Domingo de Ramos. Procissão e Missa na Catedral às 8h; 26/03 – Missa na Catedral às 7h15; 27/03 – Santos Óleos e Renovação das Promessas Sacerdotais, em Osvaldo Cruz, às 19h30; 28/03 – Missa na Catedral às 7h15; 29/03 – Missa da Ceia do Senhor na Catedral, às 19h30; 30/03 – Paixão do Senhor na Catedral, às 15h; 31/03 – Vigília Pascal na Catedral, às 19h; 01/04 – Ressurreição do Senhor na Catedral, às 10h.


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| Vida Cristã |

NO MEIO DE NÓS

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Assessoria Litúrgica Espiritualidade O Louvor da Manhã Laudes PE. ANDERSON MESSINA PERINI

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oração deve ser elevada a Deus a cada momento do dia. Segundo a Tradição da Igreja, é recomendada a oração conforme Jesus e os apóstolos rezavam. A Liturgia das Horas é o reflexo desta tradição que nos ensina a rezar por meio dos salmos e de acordo com o tempo litúrgico e em determinadas horas do dia. As Laudes são a oração da Igreja dirigida a Deus pelo Mistério de Cristo Ressuscitado. Seu objetivo é louvar a Deus e consagrar a nossa manhã pelo sol que se desponta, pela beleza e a forma da criação, o levantar-se e o reiniciar dos trabalhos, o alimento, que se tornam símbolos da vida e motivos para louvá-lo. Nesta oração matinal sobressaem, assim, dois elementos: o caráter matinal da oração, geralmente ao amanhecer, e as Laudes como celebração da ressurreição de Cristo. Estes aspectos influenciam outros elementos que compõe a oração. Vejamos alguns deles: o Hino costuma-se ser de forma poética que fala sobre a manhã e relaciona-se com o tempo litúrgico. Lança a comunidade no louvor matinal e no mistério evocado. A Salmodia consta de um salmo matutino, seguido de um cântico do Antigo Testamento, e outro salmo de louvor. A salmodia das laudes tem o caráter de louvor pela criação do mundo e do ser humano e pela nova criação realizada por Cristo ressuscitado. Pelos salmos, a Igreja dá graças a Deus pelo dom da Criação e da Ressurreição de Jesus e pela vida nova trazida por Ele. Cada salmo e cântico vêm como uma antífona, que introduz e encerra os salmos e o cântico, que realça o caráter matutino e o mistério litúrgico celebrado. A Leitura Breve é um trecho da Sagrada Escritura que está em harmonia com o dia, o tempo e a festa litúrgica. Frisa algum pensamento bíblico e deve ser lida e ouvida como verdadeira Proclamação da Palavra de Deus. O Cântico Evangélico das Laudes é o Cântico de Zacarias (Lucas 1,68-79), em latim se chama Benedictus. É o ponto alto desta oração.

Seu caráter pascal e matutino transparece nas expressões “que sobre nós fará brilhar, o Sol nascente, para iluminar a quanto jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados, e para dirigir os nossos passos guiando-os no caminho da paz”. Ele expressa o louvor e ação de graças pela Redenção. Sendo um trecho do Evangelho, é rezado ou cantado em pé e traçando o sinal da cruz ao início do cântico. Quando as Laudes são cantadas ou rezadas em comunidade de forma solene, durante o cântico evangélico pode se incensa o altar e, em seguida, o sacerdote e o povo (IGLH, n.261). As Preces matutinas são chamadas de invocações para recomendar ou consagrar o dia ao Senhor. Serão também de louvor a Deus, de confissão de sua glória e lembrança da História da Salvação. Nas preces das Laudes os cristãos se propõem a viver a sua vocação de batizados no Cristo ressuscitado e colaborar na obra da Criação e da Redenção. O Pai-Nosso conclui as preces, expressão da oração ensinada pelo Senhor que resume toda nossa espiritualidade cristã. Expressa a vocação do homem perante Deus, que se deve relacionar com Deus como filhos queridos. Por fim, as Laudes encerram com a Oração Conclusiva e a Bênção Final. Quem deseja conhecer melhor como rezar as Laudes, mas não têm o livro da Liturgia das Horas, acessem no site liturgiadashoras.org ou baixem o aplicativo Católico Orante em seu celular.

Pe. Anderson Messina Perini é assessor diocesano da Pastoral Litúrgica

A sobriedade do espaço litúrgico no período quaresmal PE. THIAGO FACCINI PARO

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om a celebração de Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a Quaresma, tempo no qual a Igreja nos convida de forma especial à prática da caridade, à penitência, à oração, ao jejum e, principalmente, à conversão. O ciclo da Páscoa é um tempo riquíssimo pedagogicamente e mistagogicamente, principalmente quando falamos em espaço celebrativo. A cor roxa, as cinzas, a cruz, as leituras bíblicas e as orações dão o tom do que é proposto neste tempo. Associado a tudo isso se deve ter um cuidado especial ao visual do espaço celebrativo para que seja sóbrio e despojado. A ausência de flores, e do excesso de toalhas, tapetes, velas e imagens nos ajudam a perceber que estamos num tempo diferente, num tempo de olhar para o nosso interior e refletir a nossa vivencia pessoal e comunitária. O vazio nos auxilia a nos despojarmos de nós mesmos e a nos fixarmos somente naquilo que é essencial para nossa vida, a fé no Cristo vivo. Desta maneira, mais que um simples espaço destinado à celebração dos sacramentos, o espaço litúrgico torna-se mistagógico, ou seja, tudo aquilo que o compõe, até mesmo o seu “vazio”, nos guia ou nos conduz para dentro do mistério ali celebrado. Todo o visual, portanto, nos apresenta a dinâmica que é proposta pela liturgia, e pela espiritualidade própria deste tempo litúrgico. Este espaço além das coisas materiais que o compõe deve ser precedido de um profundo silêncio, pois é o tempo do recolhimento na presença de Deus. O despojamento do espaço e o silêncio no tempo quaresmal são importantes para que possamos perceber o caminho pedagógico do ano litúrgico. Neste tempo, esvazia-se de tudo para que possamo-nos preparar para enchermo-nos das alegrias da Páscoa, que transbordarão por 50 dias até Pen-

tecostes. Assim, na Solene Vigília, quando for proclamada a Páscoa e as luzes da igreja se acenderem, percebamos que estamos em um novo tempo, agora não mais de penitência, mas de alegria, pois Jesus venceu a morte e nos salvou. A ornamentação e a disposição do espaço darão mais uma vez o tom da celebração. As cores alegres das flores e a abundância de luz nos indicarão que estamos num tempo de festa. Vale recordar que o tema proposto a cada ano para a Campanha da Fraternidade (CF), que ocorre no período da Quaresma, não deve sobrepor a mística e temática da liturgia quaresmal. O tempo litúrgico tem sua própria dinâmica, e, portanto, é preciso evitar ornamentar o espaço em função do tema da CF. A proposta da CF é um convite para a vivência concreta de gestos de fraternidade em torno de um tema comum, que deverá ser refletido de modo especial nas comunidades e diversos grupos da paróquia. Assim, a Quaresma se reveste de um significado atual dentro de um convite à reflexão e a prática do amor fraterno, não sobrepondo a espiritualidade própria do tempo quaresmal, mas o complementando. Portanto, não indicamos o tempo litúrgico somente pela cor dos paramentos do padre, ou pelos cantos entoados na celebração, mas também por toda a ornamentação e disposição do espaço litúrgico que é para nós um espaço privilegiado para o caminho mistagógico. Assim, neste tempo forte de oração e reflexão, podemos rezar: “concedeinos, ó Deus onipotente, que ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa” (1º Domingo da Quaresma). Pe. Thiago Faccini Paro é especialista em Espaço Litúrgico e Arte Sacra, Mestre em Teologia , Assessor do Setor de Espaço Litúrgico da CNBB e Secretário Executivo da Associação dos Liturgistas do Brasil - ASLI.


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Teologia e Pastoral A vida leiga no Movimento dos Focolares AGNALDO B. CHIES E PALMIRA C. BARBOSA

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a fria manhã de 7 de dezembro de 1943, na cidade de Trento/Itália, Chiara Lubich consagrou-se a Deus, em meio aos horrores da Segunda Guerra Mundial. Esse episódio relata a fundação do Movimento dos Focolares, porém sua história teve início muito antes, com o testemunho cotidiano de Chiara Lubich. A experiência dos Focolares é muito significativa para o Ano Nacional do Laicato, por tratar-se de um movimento predominantemente leigo, fundado por uma leiga. Chiara Lubich retratou em seus escritos o dilema que viveu quando jovem, querendo doar-se totalmente a Deus, sem, no entanto, sentir vocação para a vida religiosa ou para o casamen-

to, que eram as opções existentes na época. Mas, como ela mesmo escreveu, em 1977: “quando Deus toma em suas mãos uma criatura, para fazer surgir uma obra Sua na Igreja, a pessoa escolhida não sabe o que deverá fazer. É um instrumento”. E assim surgiu esse estilo de vida inspirado no Evangelho, a partir da busca da Vontade de Deus nas coisas simples ou complicadas da vida. Cada situação simples do dia-a-dia é considerada oportunidade para irradiar o amor de Jesus. Às vezes, uma fila de banco mais demorada pode ser uma chance de conhecer quem está ao seu lado e, quem sabe, ceder sua vez a quem tem mais pressa. De acordo com seus estatutos, o Movimento do Focolares recebe o nome de “Obra de Maria” pois, tal como Nos-

sa Senhora, cada um de seus membros (leigos consagrados, sacerdotes, adultos, jovens e crianças) deve levar Jesus aos ambientes onde está inserido, podendo, inclusive, protagonizar atitudes de amplo alcance nos âmbitos da política, ação social, arte e cultura, entre outras realidades humanas. Estas ações, no entanto, não têm um fim em si mesma, mas devem ser motivo e expressão para a construção do carisma da unidade. Com efeito, esse “dever ser” denota o perfil mariano do Movimento dos Focolares que, como uma mãe, empenha-se em fazer da humanidade uma grande família. Por conta disso, o carisma deste movimento é a unidade e, assim, cada um dos seus membros é convidado a viver o “para que todos sejam um” (Jo, 17, 21). Como fruto desse esforço, o Movimen-

to dos Focolares se empenha em quatro diálogos: entre os diversos grupos da Igreja Católica, com fiéis de diferentes denominações cristãs, com os fiéis de diferentes religiões e mesmo com aqueles que não têm um referencial religioso. Ainda de acordo com os estatutos, em norma aprovada pela Igreja Católica, o Movimento deverá ser presidido sempre por uma mulher, a fim de assegurar o seu perfil mariano, reforçando a importância do protagonismo não só das mulheres, mas também dos jovens, famílias, enfim, leigos em geral, na difícil tarefa de, juntamente com o clero, levar o amor de Jesus àqueles que mais precisam. Agnaldo B. Chies e Palmira C. Barbosa fazem parte do Movimento dos Focolares da Diocese de Marília

Busca de um sentido para a vivência do celibato PE. ADEFLOR XAVIER PEREIRA JÚNIOR

Diante da mudança pós-moderna de paradigmas e valores, é preciso que a Igreja redescubra, de modo sempre novo, o sentido para a vivência do celibato eclesiástico, sem o qual se cai em explicações de cunho meramente funcional. Todos os homens que já receberam a Sagrada Ordem, como aqueles que ainda estão no processo formativo rumo a ela, estão inseridos nessa mudança de época e vivem todas as dificuldades e desafios da Pós-Modernidade. Contudo, são homens que fizeram uma experiência com Deus e, a partir dela, sentiramse chamados a essa consagração específica. Sendo assim, precisam ter clareza das quatro razões bíblico-teológicas do celibato que essa vocação comporta. São elas: 1) “por causa do Reino dos

Céus”; 2) mística; 3) apostólica ou missionária; 4) escatológica. A razão “eunuco por causa do Reino dos Céus” tem um significado moral e não biológico. O celibato, nesse caso, é uma forma de responder radical e exclusivamente ao amor de Deus. É amá-lo “com todo o coração”, de maneira indivisa. A outra razão é comparada ao casamento da Igreja com Cristo, isto é, mística. Esse casamento místico exclui todo outro tipo de compromisso primário, é um amor exclusivo a Jesus. A razão apostólica ou missionária é aquela que talvez constitua a primeira motivação para assumir o celibato: trata-se de compreender que todo o bem que se pode fazer ao esposo (Jesus) é traduzido no bem que se faz aos mais necessitados, é a vocação de sair de si e ir ao encontro do outro. A última é a razão escato-

lógica ou profética. É a escolha do celibato como prenúncio da forma de vida definitiva. Essa deve ser a de maior dificuldade na compreensão, tendo em vista o imediatismo que envolve o homem pós-moderno. É mostrar para o mundo que os seus valores são transitórios, mas os deixados por Jesus não passam. É preciso que os ministros encontrem, diariamente, o “sentido” do celibato, aquele “por que”, aquela razão, que sustenta as escolhas profundas feitas na vida. É uma espécie de “mística” que faz do celibato uma opção profundamente realizadora. Aquele que encontra esse sentido sabe conduzir bem sua vida e vocação mesmo em meio às dificuldade e aos sofrimentos. Pe. Adeflor Xavier Pereira Júnior é administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, de Avencas

ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 01/03 — Pe. José Valdir Grisante - Inúbia Paulista; 06/03 — Frei Lucas Lisi Rodrigues, OFM - Garça; 07/03 — Pe. Sidnei de Paula Santos - Iacri; 15/03 — Pe. Marcelo Feltri Ribeiro - Tupã /Arco-Íris; 15/03 — Pe. Roger Herminio Souza Rodrigues - Marília; 17/03 — Pe. José Antonio de Sousa, CJS - Marília; 27/03 — Pe. Pio Milpacher, CJS - Marília.

ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO 13/03 — Pe. José Valdir Grisante - Inúbia Paulista; 15/03 — Pe. Domingos de Jesus - Monte Castelo.


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ERA UMA VEZ...

Cursos de Teologia iniciam aulas e recebem novas turmas

Professor Ateu “Os céus contam a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra de suas mãos” (Sl 19,2). Era uma vez... um professor ateu que desafiou seus alunos com esta pergunta: “Deus fez tudo que existe?” Um estudante respondeu corajosamente: — Sim, fez! — Deus fez tudo, mesmo? — Sim, professor — respondeu o jovem. O professor replicou: — Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mal. O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a fé era um mito. Outro estudante levantou sua mão e disse: — Posso lhe fazer uma pergunta, professor? — Sem dúvida — respondeulhe o professor. — Professor, o frio existe? — Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio? O rapaz respondeu: — Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade, é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total de calor. Todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor. E a escuridão, existe? — continuou o estudante. O professor respondeu: — Mas é claro que sim. O estudante retrucou:

Diocese

— Novamente o senhor se engana. A escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente. Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor: — Diga, professor, o mal existe? Ele respondeu: — Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal. Então o estudante concluiu, respondendo: — O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou o amor, que existem como existe a luz e o calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.

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ano letivo já começou nos Cursos de Teologia para Leigos e Consagrados (CTLC) das três Regiões Pastorais da Diocese de Marília. As aulas foram retomadas nos dias 5 e 6 de fevereiro e novas turmas de leigos iniciaram os cursos. No dia 5, as aulas começaram na Região I. Os 46 novos alunos estiveram reunidos com as outras duas turmas no anfiteatro do Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos (Itra), em Marília. A aula inaugural foi ministrada pelo Pe. Carlos Roberto dos Santos, de Tupã, que abordou “Metodologia Teológica”. “Ele deu um show de aula. Ninguém piscava”, cumprimentou Adelmo Lanza, de Marília, que está cursando o CTLC pela segunda vez. No dia seguinte, as aulas começaram nas demais Regiões Pastorais. Na Região II, os núcleos de estudo continuam sendo em Tupã e Adamantina e as primeiras aulas reuniram, respectivamente, 113 e 115 alunos. O tema abordado foi Dogmática, sendo em Tupã com o professor Pe. Edson de Oliveira Lima, e, em Adamantina, com o Pe. Jurandir Fernando Noronha como professor. “Conhecer melhor, através da teologia, os conteúdos da fé, como recomendava o Ano da Fé, proposto pelo Papa Emérito Bento XVI, dá aos fiéis a possibilidade de responder melhor à vocação de ser uma luz, na busca do homem pela verdade”, comentou o Pe. Jurandir. Já na Região III, as aulas são ministradas no Santuário Nossa Senhora de Fáti-

ma, de Dracena, onde estiveram reunidos 123 leigos, sendo 43 novos alunos inscritos. A aula inaugural foi ministrada pelo Pe. Ivã Luiz de Oliveira Baisso, que é o coordenador do curso na Região. Ele fez uma completa explanação do que é Teologia, e alguns aspectos sobre o curso. O primeiro módulo de 2018 será Revelação. Um dos novos alunos é Antônio Aparecido de Almeida, da cidade de Dracena. Ele disse que sua expectativa com o curso é aprofundar mais o estudo bíblico. DESDE 2001 O Curso de Teologia para Leigos e Consagrados foi iniciado em 2001, com o auxílio do coordenador diocesano de pastoral da época, Pe. Carlos Roberto dos Santos. Com o apoio do então bispo diocesano, Dom Osvaldo Giuntini, ele surgiu a partir da necessidade e dos anseios apresentados na Revisão Ampla, nas assembleias diocesanas anteriores. Em princípio, o CTLC foi implantado somente na Região Pastoral I e, posteriormente, também foi criado nas outras duas Regiões da Diocese. Com duração de três anos, o curso foi destinado aos leigos e consagrados que estão dispostos a conhecer melhor sua fé e que desejam aprofundar seus conhecimentos teológicos. Os objetivos do curso são auxiliar na capacitação de lideranças; aprofundar a fé no estudo da teologia; estar à serviço na Igreja, com competência e seriedade; e buscar uma prática pastoral mais eficiente. Foto: Milton Ura | Diocese de Marília

REFLEXÃO E para você, Deus existe? Você tem Deus no coração? Pense nisso! Pe. Valdo Bartolomeu Santana é pároco da Paróquia Santo Antônio, de Junqueirópolis

Pe. Jurandir ministra aula inaugural do Curso de Teologia para Leigos em Adamantina


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Marília e Adamantina recebem novas pró-paróquias

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o mês de fevereiro, a Diocese de Marília assistiu à criação de duas pró-paróquias, sendo uma em Marília e outra em Adamantina. A primeira a ser criada foi a Pró-paróquia Santa Edwiges, em Marília. A cerimônia de criação ocorreu em 4 de fevereiro, na própria igreja da antiga comunidade da Paróquia Santa Antonieta. Dom Luiz Antonio Cipolini, bispo diocesano de Marília, presidiu a celebração e deu provisão de administrador paroquial ao Pe. André Luiz Martins dos Santos. Muitos fiéis da cidade estiveram presentes para ouvir a leitura do decreto de criação. Segundo o Pe. André, a criação da pró-paróquia se deu pelo aumento populacional da Paróquia Santa Antonieta e para prestar melhor assistência aos fiéis com relação aos sacramentos. A pró-paróquia já tem formadas a Infân-

cia e Adolescência Missionária (IAM), a Renovação Carismática Católica (RCC), Apostolado da Oração, Legião de Maria, Ministros, Setores Missionários, e as pastorais da Catequese, do Dízimo, da Criança, Saúde, Liturgia e da Comunicação. “Também temos os trabalhos em setor e existem muitas lideranças novas”, contou o sacerdote. “É uma experiência nova e confio na graça de Deus. Os desafios são muito grandes, mas o trabalho dos leigos vai colaborar muito”, garantiu o Pe. André. A Pró-paróquia é formada pelas comunidades Santa Edwiges; Nossa Senhora Rosa Mística; Nossa Senhora Aparecida, do distrito de Padre Nóbrega; São Marcos do Trieste Cavichiole e Nova Comunidade do Jardim Maracá. “Esta é uma fase de adaptação das comunidades para a vida paroquial. Aqui, a população é de mais de 30 mil pessoas”, concluiu o padre.

A Pró-Paróquia São Francisco de Assis, em Adamantina, teve seu decreto de criação lido no dia 17 de fevereiro. Dom Luiz atendeu ao pedido do pároco da Santo Antônio, Pe. Rui Rodrigues da Silva, que considerou que a comunidade e seus fiéis estavam preparados. A criação de uma pró-paróquia ocorre quando a comunidade ainda não tem autonomia financeira e esse é um período de organização e preparação para essa independência. A maior parte do território da nova pró-paróquia é formado por comunidades da Paróquia Santo Antônio, mas também tem três comunidades da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. As comunidades são São Francisco; Santa Clara; São Judas Tadeu, do bairro Monte Alegre; São João Batista, do Bairro Tucuruvi; e Santo Antônio de Pádua, do distrito Lagoa Seca. A população é de cerca de quatro mil pessoas. O admi-

nistrador paroquial empossado foi o Pe. Paulo Joaquim de Souza, que reside com o Pe. Rui. “Fui muito bem acolhido e estou animado. Meu desejo é que no próximo ano já seja criada a terceira paróquia de Adamantina”, disse o Pe. Quinzinho, como é conhecido. O sacerdote afirmou que os fiéis da nova pró-paróquia estão bem preparados. Também já estão formadas as pastorais da Criança, da Saúde, do Dízimo, da Liturgia, da Acolhida e a Catequese e o Encontro de Casais com Cristo (ECC), em conjunto com as demais paróquias. “A comunidade tem 30 anos e o pessoal já tem muito tempo de caminhada”, finalizou o administrador paroquial. No mesmo dia da criação da pró-paróquia, o bispo abençoou a nova secretaria paroquial, que tem um funcionário disponibilizado e pago pela Paróquia Santo Antônio.


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Destaques Evento aponta papel dos leigos na tranformação social Cerca de 200 pessoas estiveram reunidas no dia 18 de fevereiro para o 35º Encontro Diocesano de Assessores e Agentes de Pastoral. Durante o evento, foi destacado o Ano Nacional do Laicato e o protagonismo do leigo também foi fundamentado pelo Documento nº 105 da CNBB e pelo Plano Diocesano de Pastoral.

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do referência à Campanha da Fraternidade, que é vivenciada neste período de Quaresma e que tem como tema “Fraternidade e superação da Violência”. O bispo propôs a todos os participantes o estudo do Documento nº105, que cada um recebeu no final do encontro em Adamantina.

Diocese de Marília promoveu, no dia 18 de fevereiro, seu Encontro de Assessores e Agentes de Pastoral. Esta foi a 35ª edição do evento e o local escolhido foi o Centro Universitário de Adamantina (UniFai), na cidade de Adamantina. Estiveram reunidas cerca de 200 pessoas, entre coordenadores diocesanos de pastorais e movimentos, representantes dos Conselhos Paroquiais de Pastoral (CPP), sacerdotes e também religiosos, assessores de organismos e pastorais diocesanas. O evento marcou o início das atividades pastorais do Ano Nacional do Laicato na Diocese de Marília. Na missa de abertura, o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, convocou os fiéis a viverem com autenticidade esse ano dedicado aos leigos: “vençamos o pessimismo que pode paralisar nossas atividades pastorais. Que sejamos sal da terra e luz do mundo!”. Além do Ano Laicato, outros assuntos de destaque do encontro diocesano foram o Plano Diocesano de Pastoral (PDP) e o Documento nº 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem como tema “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5, 13-14)”. A ideia foi traçar uma relação entre o documento da CNBB com as cinco urgências do PDP. E para fazer as reflexões, esteve assessorando o evento em Adamantina o Pe. Willians Roque de Brito, de Marília, que é assessor da Urgência Pastoral 1, “Igreja em estado permanente de missão”. “Abordei a missionaridade, ou seja, a espiritualidade missionária; a sinodalidade, que é o caminhar em conjunto; e a cooresponsabilidade do cristão leigo na evangelização da Igreja, não como agente passivo, mas como sujeito da ação evangelizadora”, lembrou o sacerdote, com base na expe-

riência dos missionários da Diocese, que estiveram recentemente na Igreja-Irmã de Coari (AM) (leia texto na página 16 desta edição). Na sequência, quem conduziu o encontro foi o Pe. José Carlos Vicentin, também de Marília, que assessora a Urgência Pastoral 5, “Igreja a serviço da vida plena para todos”. O sacerdote trabalhou as indicações para a vivência do ano dedicado aos leigos na Diocese de Marília. “A proposta do encontro não foi apresentar novas sugestões, mas como podemos avançar nas ações que já estão previstas no PDP”, afirmou o assessor. Para refletirem as palavras dos assessores, os participantes foram divididos em 20 grupos. Na oportunidade, eles discutiram três questões referentes à formação e participação dos leigos na transformação da sociedade. A síntese das partilhas feitas pelos participantes foi apresentada, posteriormente, pelo coordenador diocesano de Pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. “As perguntas e orientações finais foram direcionadas às paróquias, para que possam incentivar seus leigos a participarem das formações, tanto em âmbito diocesano, regional, como também paroquial. Também é um desejo nosso que as comunidades paroquias despertem mais para o acompanhamento da vida social e política dos nossos municípios. Acreditamos que os leigos que participaram saíram motivados a continuar a reflexão”, comentou o coordenador de pastoral. Dom Luiz também fez sua avaliação acerca do evento: “o encontro contribuiu na formação da consciência dos leigos e leigas como corresponsáveis no trabalho da evangelização. Ser luz para superar e a violência, e sal para temperar a fraternidade, na Igreja e na sociedade”, disse ele, fazen-

PALAVRA DOS AGENTES A solicitação de Dom Luiz foi levada em consideração pelo coordenador do CPP da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Garça. Eduardo Aparecido Freitas pensa no estudo de um capítulo em cada reunião do Conselho realizada no ano de 2018. “Quero propor esse estudo em cada uma de nossas comunidades. Temos que ter uma boa base e fundamentos para atuarmos como leigos na sociedade”, considerou ele, que participou pela primeira vez de um encontro diocesano de agentes. “Achei o encontro muito proveitoso, pois abordou o Ano Nacional do Laicato. E um detalhe que me alegrou muito foi a possibilidade de retomarmos o Conselho Diocesano de Leigos (CDL), conforme indicação do PDP. Considero o CDL fundamental pois forma o cristão para atuar na sociedade, nos conselhos do município e também na política”, disse Janice Bortotti Vitor Moreira, de Osvaldo Cruz, que fez parte do extinto CDL por um período de cinco anos. Outro participante foi Dorival Nogueira Santana, de Junqueirópolis. Para ele, ficou a importância do leigo na missão, juntamente com os padres e com o bispo. “Juntos, formamos um só corpo na evangelização”, finalizou ele, que é aluno da Escola Diaconal e considera que os leigos estão sendo cada vez mais formados na Diocese de Marília. “Afinal, precisamos ser sal, fermento e luz na sociedade”, finalizou o leigo.

Dom Luiz: “que sejamos sal da terra e luz do mundo”

Pe. Willians abordou Documento nº 105 e cinco urgências

Pe. Vicentin assessorou a segunda parte de reflexões


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Fotos: Ricardo Molina | Milton Ura | Pascom Diocese de Marília

Alunos concluintes dos três polos da Escola de Comunicação Paulo Apóstolo após celebração eucarística presidida por Dom Luiz Antonio Cipolini

José Eymard fala sobre falsas notícias em Aula Inaugural O Zé da TV Aparecida, como é conhecido por seus telespectadores, assessorou o início das atividades da Escola de Comunicação Paulo Apóstolo em 2018. O encontro, que reuniu cerca de 220 comunicadores de toda a Diocese, trabalhou a preocupação do Papa Francisco com as fake news.

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TIAGO BARBOSA

jornalista e apresentador José Eymard, do Programa “Bem Vindo Romeiro”, da TV Aparecida, esteve em Osvaldo Cruz, no dia 23 de fevereiro para a Aula Inaugural da Escola de Comunicação Paulo Apóstolo, da Pastoral da Comunicação (Pascom) diocesana. O evento, que reuniu aproximadamente 220 comunicadores, acolheu a nova turma para 2018 e contou com a formatura dos 75 alunos que cursaram as disciplinas oferecidas em 2017. A Mensagem do Papa Francisco para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, “A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32) – Fake News e jornalismo da paz”, foi o tema abordado pelo jornalista na Matriz São José. Em entrevista ao Informativo NO MEIO DE NÓS, Eymard disse que a notícia falsa maltrata muitas pessoas e, por isso, a aula se centrou na reflexão de como dissipar a mentira e dar voz a Jesus Cristo para que o Evangelho possa chegar aos corações dos fiéis. Segundo o assessor, o tema escolhido para a aula vai ao encontro do trabalho desenvolvido pelos agentes da Pascom, pois “o comunicador que deseja ser sal da terra e luz do mundo precisa ser construtor de pontes e não de muros. E o combate contra as notícias falsas se tornou um trabalho evangélico, pois as fake news tem causado muita ira, humilhação e outros fatos negativos que vão contra o Evangelho de Nosso Senhor”. Ao afirmar que a dinamicidade do José Eymard deixou um “gostinho de quero mais” nos participantes, o jovem Fernando Henrique Salustino da Silva, de Marília, aluno matriculado para o curso em 2018, avaliou a aula inaugural como positiva

pela importância do tema na atualidade, pois as falsas notícias mancham a imagem das pessoas envolvidas e elas “dificilmente conseguem se recuperar”. O novo aluno também fez um alerta para as fake news neste ano eleitoral: “elas poderão influenciar negativamente o resultado das eleições”. Sobre a Mensagem do Papa e a iniciativa da Pascom diocesana, o Zé da TV Aparecida, como é conhecido pelos seus telespectadores, ressaltou que “o Papa foi muito feliz em escrever sobre esse tema e a Diocese de Marília teve a mesma felicidade ao se preocupar com a formação de seus agentes”. “Queremos formar comunicadores que possam fazer o anúncio do Evangelho na linguagem de hoje e com os meios adequados para chegar aos corações”, ressaltou o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, que acompanhou as atividades, presidiu a missa de encerramento e abençoou os comunicadores. ESCOLA DE COMUNICAÇÃO Com a Aula Inaugural, a Escola de Comunicação Paulo Apóstolo iniciou a sua segunda turma. Os polos, que acontecerão em igrejas nas três regiões pastorais, têm o objetivo de auxiliar os alunos nas atividades paroquiais da Pascom e promover um trabalho de comunhão. Para a Região Pastoral I, a Escola funcionará em Marília, na sede da Paróquia São Miguel Arcanjo. Os alunos da Região Pastoral II estudarão em Osvaldo Cruz, na Matriz de São José e, na Região Pastoral III, os encontros acontecerão no Santuário Nossa Senhora de Fátima, de Dracena. Neste ano, os participantes receberão algumas novidades, como a disciplina de “Oratória” minis-

trada pelo jornalista Alcyr Souza Reis Netto, de Garça. A nova matéria é uma resposta da Pascom diocesana à reflexão do 35º Encontro Diocesano de Assessores e Agentes de Pastoral, realizado no dia 18 de fevereiro em Adamantina (leia texto ao lado). As disciplinas de “Produção de Texto”, “Fotografia”, “Igreja e Rede Sociais”, “Marketing Católico e Produção de Conteúdo” e “Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil” terão novas abordagens, o que possibilitará a continuação dos alunos que já concluíram a etapa formativa. “Neste Ano Nacional do Laicato, a Escola de Comunicação de nossa Diocese quer ser um instrumento para que nossos leigos e leigas sejam autênticos protagonistas da comunicação, sal da terra e luz do mundo”, ressaltou Tiago Barbosa, assessor da Pascom diocesana.

José Eymard, da TV Aparecida, assessor da aula inaugural


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Coleta da CF arrecada fundos para projetos sociais Depois de promover os encontros nas Regiões II e III, em janeiro, a equipe diocesana da Campanha da Fraternidade (CF) 2018 reuniu as equipes paroquiais da Região Pastoral I. Cerca de 140 pessoas estiveram reunidas na noite de 9 de fevereiro para refletir o tema da CF 2018, “Fraternidade e Superação da Violência”. O encontro foi realizado no anfiteatro da Faculdade João Paulo II (Fajopa), em Marília, e teve a presença da equipe diocesana. O Pe. Adeflor Xavier Pereira Júnior conduziu o encontro e esteve acompanhado das leigas Terezinha Souza e Silva e Alessandra Faria Rossi. Os representantes das paróquias foram acolhidos pelo coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira, e pelo vigário episcopal da Região I, Pe. José Orandi da Silva. COLETA DA SOLIDARIEDADE Um dos aspectos da Campanha da Fraternidade debatidos durante os três encontros preparatórios foi a Coleta da Solidariedade, que neste ano ocorrerá no

Foto: Arquivo

Representantes dos projetos sociais, que receberam cheques do FDS no ano de 2016

dia 25 de março, Domingo de Ramos. A Coleta da Solidariedade, realizada em todo o território brasileiro, é considerada o gesto concreto da Campanha da Fraternidade. É a oportunidade que os fiéis têm de contribuir com projetos sociais ligados à Igreja Católica. Do total arrecadado em todas as dioceses, 40% são enviados ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), geridas

pela Cáritas Nacional. O restante é administrado pelos Fundos Diocesanos de Solidariedade (FDS), cuja criação foi motivada pela entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na Diocese de Marília, o Fundo passou a ser gerido pela Cáritas Diocesana no ano passado e, em 2017, foram atendidos 21 projetos sociais, apresentados e desenvolvidos pelas paróquias ou em

parceria com as mesmas. O total de recursos arrecadados em 62 paróquias e uma pro-paróquia da Diocese de Marília em 2017 foi de R$ 263.258,22. Desse total, R$ 105.303,29 foram enviados ao Fundo Nacional e R$ 157.954,93 ficaram na Diocese de Marília. Ano a ano, a arrecadação tem aumentado nas paróquias e a Diocese de Marília tem tido papel de destaque em território nacional. Em 2016, ela foi a terceira maior arrecadação do Estado de São Paulo e a sétima do Brasil. Em março, a Cáritas Diocesana enviará às paróquias o convite para que sejam apresentados ao FDS projetos sociais em favor da dignidade da vida humana e do testemunho da caridade cristã. “Na conclusão desta quaresma, convidamos o povo católico a fazer sua doação generosa, fruto de uma dedicada experiência de conversão ao Senhor e aos irmãos mais necessitados”, motivou o presidente da Cáritas Diocesana e assessor da Urgência 5, “Igreja a serviço da vida plena para todos”, Pe. José Carlos Vicentin.

Paróquias começam ensaios para encenação da Paixão de Cristo A Sexta-feira Santa tem sido marcada por momentos emocionantes, proporcionado por fiéis entusiasmados, engajados e apaixonados pela arte da interpretação. Há anos, os católicos podem reviver e se emocionar com os últimos passos de Jesus Cristo. As encenações da Paixão, Morte e Ressurreição, que ocorrerão no dia 30 de março, já são tradição em algumas paróquias. Em Garça, a Paróquia São Pedro Apóstolo está ensaiando o espetáculo, que este ano promete novidades que surpreenderão todo o público. Uma das novidades é o novo local da apresentação que será a Praça Pedro de Toledo. “A apresentação, às 19h, também contará com novidades tecnológicas, cenográficas e efeitos especiais para montagem do cenário e para a caracterização dos personagens Neste ano, buscaremos contar a Paixão de Cristo através dos olhos de Maria. Não buscamos aplausos, mas, sim, evangelizar por meio da arte”, afirmou Guilherme Herrera, coordenador do evento. Serão ao todo 120 pessoas, entre atores, voluntários, profissionais de técnica e direção de arte.

Foto: Paróquia São Pedro Apóstolo | Garça

Grupo faz ensaio da encenação que ocorrerá em Garça, na Praça Pedro de Toledo

Em Marília, após a recitação do terço luminoso, terá início, às 20h, o teatro da Paixão, Morte e Ressurreição da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Parque do Povo, com a expectativa de público de 12 mil pessoas. Serão, ao todo, 150 pessoas envolvidas, entre figurantes, atores e equipe técnica. Os ensaios já começaram em janeiro e ocorrem todos os domingos, às 14h. Sandra Farias, coordenadora, afirmou que ninguém vai

se arrepender de participar desse espetáculo de 1h30 de duração. “É um grande momento de espiritualidade, momento forte de fé”, convidou. O teatro em Tupã começará após a procissão do Senhor Morto e será no Espaço Cultural Zé Pretinho, na Praça da Bandeira, com cerca de três mil espectadores. Os ensaios estão ocorrendo desde janeiro e o grupo conta com o trabalho e dedicação de cerca de 50 fiéis. A encena-

ção começa com o nascimento de Jesus, passa pelo Sermão da Montanha e, posteriormente, traz à lembrança a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Segundo Fábio Andrade Dias, coordenador do espetáculo, também estão envolvidos nesse trabalho o Grupo de Jovens Mensageiros da Cruz e um grupo de coroinhas. A quadra da igreja matriz de Santo Antônio será o palco do espetáculo em Junqueirópolis. A encenação, que envolve 100 pessoas, terá início às 21h. Lá, os ensaios estão ocorrendo desde o início de fevereiro e a expectativa é de que mil espectadores compareçam. “É mais que um espetáculo. Não são atores e, sim, pessoas engajadas na paróquia, que sentiram o chamado de fazer parte desse momento significativo da Igreja”, disse o seminarista Edson Barbosa. Cento e vinte pessoas estão preparando o teatro em Flórida Paulista, que terá início às 19h, em frente à igreja matriz. “Convido os fiéis a assistirem. E quem quiser fazer parte do espetáculo, as portas estão abertas”, chamou o coordenador, Rafael Gonçalves Santos.


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Acampamentos reuniram fiéis em várias cidades Os Acampamentos foram oportunidade de diversão e reflexão durante o período do Carnaval para centenas de fiéis na Diocese de Marília. Foram realizados eventos em Pompeia, Tupã, Adamantina e Junqueirópolis. Os Acampamentos têm o objetivo de levar seus participantes ao encontro com Jesus Cristo.

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nquanto boa parte da população brasileira viveu dias de folia, o Carnaval, para muitos católicos, foi um momento de reflexão, oração e encontro com Deus. Na Diocese de Marília, os fiéis tiveram a oportunidade de participar de Acampamentos, um movimento de evangelização que afasta seus participantes do diaa-dia nas cidades e proporciona momentos de encontro consigo mesmo e com o Criador. Em Pompeia, o Acampamento Jovens e Adolescentes em Missão (Joam) ocorreu na Fazenda São Pedro, de 10 a 13 de fevereiro com o tema “Eu me rendo a Ti, Senhor”. Participaram 103 campistas, acompanhados por uma equipe de trabalho de 140 pessoas. Em Tupã, o 1º Acampamento Juvenil/Senior foi realizado no Centro de Evangelização Nossa

Senhora das Graças, em Arco-Íris. Do dia 9 ao dia 13, 78 pessoas participaram e 82 pessoas trabalharam no evento, que teve como tema “Tua graça me basta. Teu amor me sustenta”. Além da cidade, o Acampamento também reuniu pessoas de outras cidades da região. O 10º Acampamento Juvenil/ Sênior de Adamantina ocorreu no Bairro Pavão, do dia 9 ao dia 13. Com o tema “Te Adorar”, o evento reuniu 108 campistas, também de cidades vizinhas e até mesmo de fora da Diocese de Marília. Já na Região III, uma cidade que teve Acampamento foi Junqueirópolis. Com o tema “Recomeçar”, o evento reuniu 91 campistas do dia 9 ao dia 13. Depois desse encontro, ocorrerá o pós-acampamento, que será encerrado em 14 e 15 de abril, quando os participantes se reuniFotos: Divulgação

Em Tupã, tema refletido foi “Tua graça me basta. Teu amor me sustenta”

Grupo que participou do Acampamento na cidade de Adamantina

rão novamente. Um dos participantes desse Acampamento em Junqueirópolis foi Augusto dos Santos Silva, de 33 anos. Gugu, como é conhecido, sempre gostou de pular carnaval e participar do acampamento foi uma novidade. “Já quis ter participado de outros anteriormente. Felizmente desta vez fui sorteado para integrar o grupo de campistas. Este foi, sem dúvida, um momento de reaproximação da Igreja, com Deus e com minha fé, que andava meio perdida. Vivi momentos muito intensos. Gostei muito”, revelou ele, que é de Flórida Paulista. O ACAMPAMENTO Segundo o Pe. Márcio Rios, pároco em Pompeia, os Acampamentos levam os campistas a um encontro com Jesus Cristo. “É apresentado o Querigma. Este primeiro anúncio faz o cristão tomar contato íntimo com o seu salvador pessoal, Jesus Cristo, fato que dinamiza a sua vida pessoal, bem como a sua dimensão comunitária, traduzida em comunhão e participação na sua Igreja”, revelou. De acordo com o sacerdote, que é um incentivador desses eventos, esse encontro com Cristo transforma e renova cada campista para ser discípulo missionário de Cristo. Existem várias modalidades de Acampamento: Mirim, para crianças de 10 a 12 anos; Formação de Adolescentes Cristãos (FAC) de 13 a 14 anos; Joam, para adolescentes de 15 a 17 anos; Juvenil, para jovens de 18 a 30 anos; Sênior, para pessoas acima de 30 anos; e, por fim, o Acampa 2, para aqueles que já fizeram o acampamento. “Existe, ainda, o Acampamento de Casais, que provavelmente realizaremos em Pompeia em setembro deste ano”, antecipou. “Incentivo todos para fazerem, pois realmente é inovadora a maneira como é anunciado Jesus Cristo. E desse anúncio, então, pode ser testemunhado o amor de Cristo pelo mundo”, concluiu o Pe. Márcio Rios.

Retiros de Carnaval foram opção para fiéis católicos da Diocese de Marília A Renovação Carismática Católica (RCC) da Diocese de Marília promoveu, durante o carnaval, o Rebanhão com Cristo. O evento, que ocorreu nas cidades de Marília, Garça, Tupã, Bastos, Osvaldo Cruz e Dracena, tem por objetivo proporcionar momentos de oração, dinâmicas, descontração e mostrar que é possível se divertir de forma santa. “Podemos nos divertir de uma forma sadia sem nos envolver com bebidas alcoólicas, drogas ou qualquer tipo de prazer mundano”, afirmou Ivan Tonini, coordenador diocesano da RCC. Em Dracena, o Retiro de Cura e Libertação teve como tema “Feitos à imagem e semelhança de Deus”. O evento aconteceu nos dias 10 e 11 de fevereiro e contou com a participação de 250 jovens. Estiveram presentes o pregador Cristiano Bortolotti e o ministério de música Reflexo de Deus. Em Marília, o Rebanhão ocorreu do dia 10 ao dia 13 e contou com a participação de mais de 400 pessoas. Além dos pregadores Kal Tedesco e Hélio Maria, também esteve presente no local o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, que celebrou a missa de encerramento. O tema do encontro em Marilia foi “Retornai ao Primeiro Amor”. “O Rebanhão esse ano fez com que retornássemos a esse primeiro amor, para que estejamos preparados”, disse Junior Bubi, coordenador do Ministério Jovem em Marília. Em Osvaldo Cruz, aconteceu o 7° Alegra Cristo durante as noites do dia 10 a 12 de fevereiro. O evento reuniu cerca de 200 jovens e estiveram presentes o pregador Junior Bubi, o Ministério de Música e Adoração Raul Sabino, banda Avenida 37 e DJ Vinih. “Ver jovem evangelizando jovem é gratificante. Está se levantando uma nova geração dentro da Igreja e em nossa Diocese estamos colhendo muitos frutos”, concluiu Willian Ferreira, coordenador diocesano do Ministério Jovem. Foto: Renovação Carismática Católica

Fiéis reunidos em Dracena, para Retiro de Cura e Libertação


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Pastoral da Sobriedade dá capacitação a novos agentes A Pastoral da Sobriedade promoverá, de 2 a 4 de março, o Curso de Formação e Capacitação para Novos Agentes. O evento será iniciado às 18h da sexta-feira, no Seminário São Vicente de Paulo, em Marília (na Rua Brigadeiro Eduardo Gomes, 2455). O encontro será assessorado pela equipe diocesana da Pastoral da Sobriedade, juntamente com a coordenação estadual do Regional Sul I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo a coordenadora diocesana, Vanda Ramos, esta formação é fundamental para a capacitação dos novos agentes. “Sem ela, o agente de pastoral não estará devidamente habilitado para realizar os trabalhos em sua comunidade. Prepa-

Pastoral Litúrgica fará assembleia em Tupã No dia 10 de março, integrantes da Pastoral Litúrgica de todas as paróquias da Diocese de Marília deverão se reunir em Tupã, no Centro de Convivência Monsenhor Afonso Haffner. Na ocasião, será realizada a assembleia anual, na qual os participantes discutirão a organização da Pastoral Litúrgica paroquial. Neste ano, dois eventos marcarão o calendário da Pastoral Litúrgica, como a formação para novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (Mesc), que ocorrerá por Região Pastoral no mês de abril, e também a formação geral, que ocorrerá em um único encontro, a ser realizado em 22 de julho, na cidade de Bastos. Este encontro será destinado às equipes de liturgia e equipes de canto das paróquias. Além do assessor, Pe. Anderson Messina Perini, a assembleia em Tupã também será assessorada pela coordenadora diocesana da Pastoral Litúrgica, Terezinha Souza e Silva, e os três coordenadores regionais, Maria Barbosa, de Marília (Região I); Edna Gasparoto, de Lucélia (Região II); e Lucilene Mello, de Pacaembu (Região III). Segundo o sacerdote, são convidadas três pessoas por paróquia: os coordenadores da equipe de liturgia, da equipe de canto e o coordenador dos Mesc. O encontro ocorrerá das 14h às 17h.

raremos novos irmãos para trabalharem em prol da nossa causa, que é ‘fazer dos excluídos os nossos preferidos’. Queremos levar os irmãos até Jesus e levar Jesus até aqueles que estão sem forças para ir ao encontro d’Ele”, disse. Vanda lembrou que a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade de superação da violência”, tem muito a ver com a Pastoral da Sobriedade. “Muitos casos de violência estão ligados com a dependência química”, justificou. A Pastoral da Sobriedade foi iniciada na Diocese de Marília no ano de 2010, na Paróquia São Miguel Arcanjo, em Marília. Atualmente, existem equipes formadas em 12 paróquias.

Foto: Arquivo

Formação realizada pela Pastoral da Sobriedade em novembro de 2016, em Marília

FIQUE DE OLHO 24 HORAS PARA O SENHOR Segundo a proposta do Papa Francisco, a Diocese de Marília fará as 24 Horas para o Senhor, às vésperas do 4º Domingo da Quaresma. Do dia 9 ao dia 10 de março, as igrejas da Diocese de Marília estarão abertas, para os fiéis terem momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento e para fazer confissões. “Queremos recordar a misericórdia de Deus, que alcançamos pelas práticas penitenciais do jejum e abstinência, oração e caridade”, afirmou o Pe. Anderson Messina Perini, assessor diocesano da Pastoral Litúrgica. A Diocese confeccionou subsídio que enviou às paróquias e a proposta é que cada uma seja livre para celebrar as 24 Horas para o Senhor de acordo com sua realidade. MFC A Paróquia São Francisco Xavier, de Bastos, teve implantada, no dia 18 de fevereiro, o Movimento Familiar Cristão (MFC) com quatro equipes base. Após a santa missa, os casais tiveram um momento de formação com o casal Antônio Carlos Feliciano e Tânia Feliciano, da cidade paulista de Descalvado. Em seguida, tomou posse a primeira coordenação do movimento. Em Bastos, o MFC será coordenado pelo casal Edenilson Gonçalves e Maristela Gonçalves. Todo o encontro

teve a representação do MFC da cidade de Tupã, onde o movimento começou na Diocese de Marília. Eles deram todo o respaldo ao novo grupo. RCC A Renovação Carismática Católica (RCC) dará início, no dia 5 de março, a primeira etapa da Escola de Formação para Pregadores. Ela vem sendo implantada na RCC de todo o Brasil e tem como objetivo levar os pregadores dos grupos de oração a um conhecimento mais profundo da Palavra de Deus e ao aperfeiçoamento das técnicas de pregação. “Isso tudo, sem deixar, é claro, de se conduzir pela luz do Espírito Santo”, complementou o coordenador diocesano da RCC, Ivan Tonini. A Escola de Formação de Pregadores é dividida em duas etapas, sendo que a primeira começará com a uma preparação, com meditações de passagens bíblicas. “Do dia 5 ao dia 9 de março, haverá essa preparação individual e os participantes receberão uma apostila com as passagens para que exercitem a Lection Divina, ou seja, a leitura orante da Palavra. E nos dias 10 e 11, a primeira etapa será concluída com um retiro de formação nas três Regiões Pastorais da Diocese”, informou Ivan. Na Região I, o retiro será em Marília, na Região II na cidade de Herculândia e na Região III em Ouro Verde. “Já a segunda etapa será aplicada no formato de aulas

mensais, para que haja um melhor aprofundamento dos temas estudados. A escola vem para enriquecer não somente as pregações em nossos grupos de oração, mas também em toda nossa Igreja”, concluiu Ivan. MISSA DA UNIDADE A exemplo do ano passado, a Missa dos Santos Óleos ocorrerá novamente na cidade de Osvaldo Cruz. A Matriz de São José receberá representantes de todas as paróquias da Diocese de Marília e a missa terá início às 19h30. O presidente da celebração será o bispo Dom Luiz Antonio Cipolini, que fará a bênção dos óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos e a consagração do óleo do Crisma. A missa será concelebrada pelo bispo emérito, Dom Osvaldo Giuntini, e por todos os sacerdotes, que aproveitarão para renovar as promessas sacerdotais, feitas no dia de suas ordenações. Por esse motivo, ela também é conhecida como Missa da Unidade. Cada paróquia enviará dois representantes, responsáveis por levar para suas comunidades os óleos que serão utilizados durante o ano. Segundo o Pe. Anderson Messina Perini, assessor da Pastoral Litúrgica, durante a missa deverá ser lembrada a Campanha da Fraternidade, o Ano Nacional do Laicato, e também será destacada a diocesaneidade.


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Atualidade 70 mil homens participam de romaria em Aparecida

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Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), recebeu, no dia 17 de fevereiro, uma multidão de 70 mil pessoas. Na oportunidade, foi realizada a 10ª Romaria Nacional do Terço dos Homens. O tema deste ano foi “Terço dos Homens, em Comunhão com as Vocações, resgatando Famílias”. A 10ª edição da romaria foi a que mais recebeu romeiros, segundo o Santuário. Há dez anos, a primeira romaria reuniu pouco mais de 600 homens. A Diocese de Marília, que tem vários grupos do Terço do Homens em diversas cidades, também enviou representantes. Somente da sede da Diocese, Marília, partiram três ônibus. Um dos romeiros foi José Adelmo Lanza, que avaliou o evento como maravilhoso. Ele foi um dos fundadores do Terço dos Homens na Diocese de Marília, em 2010. ATIVIDADES A programação começou na sexta, seguiu pela madrugada, e termi-

Foto: Pe. Elizio Pereira da Anunciação Filho

Imagem feita pelo pároco da Paróquia Santo Antônio, de Marília, da Tribuna Bento XVI

nou na tarde do sábado. O evento começou no dia 16, com uma missa às 18h. A Basílica estava lotada, mas a maioria dos homens ainda estava por chegar. Após a missa, houve a procissão das velas até o Porto de Itaguaçu, a cerca de três quilômetros da Basílica, e, em seguida, começou a vigília, com oração e adoração ao Santíssimo Sacramento. No dia 17, os homens se reuniram

às 7h30 para a celebração da Santa Missa, presidida por Dom Gil Antônio Moreira, arcebispo de Juiz de Fora (MG). Ele é o bispo referencial para o Terço dos Homens no Brasil. A celebração também contou com a presença de diversos outros bispos e centenas de padres, que acompanharam os homens em suas romarias. O Pe. Elizio Pereira da Anunciação Filho, pároco da Paróquia Santo An-

tônio, de Marília, esteve lá e concelebrou a missa. E à tarde, às 13h45, os romeiros participaram da recitação do terço. Nesse momento, muitos homens vieram às lágrimas, segundo comentou Adelmo. “São homens simples, de muita devoção. Havia cadeirantes e doentes; todos em busca de Deus, através da Mãe”, comentou Adelmo. Antes do encerramento da 10ª Romaria, eles participaram de um momento de consagração a Nossa Senhora Aparecida. “Participar da Romaria do Terço dos Homens é muito emocionante. É lindo ver os grupos de homens do Terço, chegando com suas camisas identificadas, de todas as regiões do Brasil, para agradecer e pedir as bênçãos da Mãe”, afirmou Jaer Rosa, de Marília. O Terço dos Homens foi criado com o objetivo de resgatar, para o seio da Igreja de Cristo, homens de todas as idades, pois a presença masculina na Igreja é considerada imprescindível para a formação da família e de uma sociedade cristã.

Regional Sul I já começou missão em Pemba, na África O Regional Sul I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as dioceses do Estado de São Paulo, recentemente assumiu uma ação missionária com a Diocese de Pemba, na África. Tudo começou em 2015, quando o bispo de lá, Dom Luiz Fernando Lisboa, CP, que é brasileiro, solicitou recursos humanos e também materiais. Em junho de 2016, os bispos estiveram reunidos em sua assembleia anual, e acolheram o pedido de ajuda, numa decisão missionária, profética e solidária. A partir da decisão dos bispos, foi elaborado um projeto, cujo objetivo, baseado nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (20152019), é “evangelizar com alegria e ser uma Igreja discípula, missionária e misericordiosa, na força do Espírito

Foto: Comidi | Diocese de Guarulhos

Helena Pereira, leiga que já está em Pemba, durante a catequese na localidade de Chiúre

Santo”. Além do apoio econômico e do acompanhamento da Missão Ad Gentes, o projeto também pretende despertar o espírito missionário através da oração.

O Regional Sul I já enviou ao continente africano três pessoas (dois sacerdotes e uma leiga), sendo que no dia 18 de março, outros nove missionários viajarão para lá.

SOBRE PEMBA A Diocese de Pemba, que fica na província de Cabo Delgado, em Moçambique, foi criada em 1957. Sua área é de 82.625km², sendo que este é quase o tamanho de Portugal e existem apenas 28 sacerdotes. A população é de cerca de 2 milhões de habitantes, dos quais 30% são católicos e a maior parte é de muçulmanos. De acordo com relatos de Dom Luiz Fernando, a população de lá é pobre, vive de uma agricultura de subsistência, sofre com a falta de água, de energia elétrica, e os habitantes têm precariedade no acesso ao atendimento médico e à educação. Dentre os desafios pastorais, está a falta de material bíblico-catequético nas línguas locais. São cinco línguas na Diocese, além do português, que é o idioma oficial.


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NO MEIO DE NÓS

Março de 2018

Região I Paróquia reúne famílias com novo projeto de evangelização

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o Livro do Gêneses, Deus criou o homem do pó da terra e soprou nele o fôlego da vida. Em hebraico, ruah é sopro e este foi o nome escolhido para dar nome a um novo projeto de evangelização, que surgiu na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Marília. A ideia foi do jovem Raphael Hermes durante um dia de oração com o grupo de jovens. “Deus me tocou e me fez ver que precisávamos ter uma maneira de evangelizar não somente os jovens, mas toda a família. Depois, conversei com minha esposa e pensamos nesse projeto que, por sugestão dela, recebeu o nome de Ruah, o sopro do Espírito Santo”, lembrou. Na noite de 24 de fevereiro, Raphael e sua jovem esposa, Amanda Espíndola Barbosa, estiveram na capela Nossa Senhora Auxiliadora, que pertence à Paróquia do Perpétuo. Naquela noite, às 20h, foi iniciado o projeto Ruah, uma iniciativa que objetiva reunir pessoas que querem se encontrar com Deus e sentir Seu amor. O encontro reuniu cerca de 200 pessoas. Haviam famílias completas, pessoas de todas as idades, conforme previam os organizadores. “Sempre trabalhamos o âmbito da espiritualidade. O foco dos encontros será colocar todos os participantes em oração”, explicou Raphael. Para este primeiro encontro, o tema escolhido foi “Eu sou amado por Deus” e para falar sobre o assunto, foi convidado Edy Carlos da Silva, do Grupo Ágape, de Garça. O projeto da Paróquia São Pedro Apóstolo, aliás, também serviu de inspiração para o

jovem casal de Marília quando idealizou o Ruah. Edy falou sobre o amor de Deus e mencionou sua experiência no Agape, que também é um projeto de evangelização, que já existe há dois anos. A iniciativa da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem o apoio do pároco, Pe. Evandro César Batista Ribeiro, que esteve presente no primeiro encontro. “Ele nos ajudou desde o início”, agradeceu Raphael. Na avaliação do coordenador, o encontro foi muito bom. “Deus realmente agiu. A igreja lotou”, comemorou. Uma das participantes do primeiro encontro foi Andreza Cristina Pereira Rocha. Ela considerou o Ruah uma experiência única em sua vida e participou juntamente com seu esposo, Leandro Ricardo Oliveira Rocha, e o filho Lucas Henrique, de 12 anos. “Não tem como explicar. Só sentindo e foi muito forte. Um verdadeiro encontro pessoal com Deus”, disse a catequista. Quem também participou com a família foi Luciana Pedro Falconi, que esteve no evento com o esposo, Amarildo Falconi e sua filha, Mariana, de 13 anos. “O Ruah era o encontro que a Igreja estava precisando. Senti realmente a presença de Deus lá”, afirmou. O projeto deverá ter continuidade, uma vez por mês, e o próximo encontro já está marcado. Os participantes deste primeiro evento, bem como outros fiéis, poderão se reunir no dia 24 de março. Questionadas se continuarão participando, Luciana respondeu “claro!” e Andreza disse “dia 24 estaremos lá!”. Foto: Projeto Ruah

Fiéis presentes no primeiro encontro do Ruah, ocorrido na Paróquia Perpétuo Socorro

Marília sedia encontro da Pastoral da Pessoa Idosa A cidade de Marília recebeu, em 23 e 24 de fevereiro, o Encontro da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) da Sub-Região de Botucatu. Cerca de 75 pessoas, representando diversas dioceses, estiveram reunidas na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e foram recepcionadas pelo pároco e também coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. O bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, esteve presente e falou com os participantes. O encontro contou, ainda, com a participação da coordenadora estadual da PPI, Thereza Apparecida Maciel, e da coordenadora na Sub-Região de Botucatu, Irmã Gema Panazzolo, religiosa das Irmãs de Santa Marcelina. “Dei uma palavra de âni-

mo e gratidão pelo trabalho que todos realizam como voluntários da PPI junto de nossos irmãos mais fragilizados”, disse a religiosa. A PPI foi idealizada e fundada pela saudosa Dra. Zilda Arns Neumann, que também criou a Pastoral da Criança. As duas têm algo em comum, que é o cuidado e o acompanhamento de cada indivíduo, mês a mês. A PPI foi fundada em novembro de 2004, em âmbito nacional, e em 2007 na Diocese de Marília. Atualmente, a PPI está presente em quatro paróquias do território diocesano e a coordenadora é Vera Lúcia Mapelli, de Adamantina. “Saímos cientes da missão, que é visitar os idosos, resgatando sua dignidade”, disse. Foto: Arquivo pessoal

Vera Lúcia e Thereza (da direita para a esquerda), junto com agentes e Dom Luiz

Panib faz memória dos 26 primeiros mártires do Japão, mortos em 1597 Em fevereiro, foram lembrados os 26 primeiros mártires do Japão. Em Marília, os integrantes da Pastoral Nipo-Brasileira (Panib) se reuniram no dia 11 para uma celebração na sede do Círculo Católico Estrela da Manhã, em Marília. A missa foi presidida pelo pároco da Santo Antônio, de Marília, Pe. Elizio Pereira da Anunciação Filho. Durante a celebração, eles lembraram que a história da evangelização do Japão começou com a chegada de São Francisco Xavier, em 1549. Em princípio, o cristianismo foi bem aceito, mas 40 anos depois, os cristãos passaram

a ser perseguidos. Em 8 de dezembro de 1596, foram presos 24 cristãos em Kyoto, Osaka e Sakai e foram condenados à morte de cruz em Nagasaki, onde estava o maior número de católicos. Durante 30 dias, os presos percorreram 800 km, debaixo de neve em pleno inverno. Durante o percurso, mais dois jovens foram incluídos no grupo. Chegando em Nagasaki, em 5 de fevereiro de 1597, foram crucificados um a um, após se ajoelharem e entoarem “Bendito Seja o Senhor de Israel”. Dentre o grupo, haviam três crianças, de 12, 13 e 15 anos de idade.


NO MEIO DE NÓS

Março de 2018

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Região II Bispo auxiliar de Curitiba preside missas em Sagres e Salmourão

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s cidades de Sagres e Salmourão completaram, no dia 18 de fevereiro, 59 anos de emancipação política e administrativa. Além das atividades civis que foram desenvolvidas nas cidades, como desfiles e shows, as duas cidades tiveram missas em ação de graças. Às 9h30, a missa foi celebrada na Paróquia São Benedito, de Sagres, e às 19h30, a celebração foi na Paróquia São João Batista, de Salmourão. O presidente das duas celebrações foi o bispo auxiliar de Curitiba (PR), Dom Amilton Manoel da Silva, CP, que nasceu na vizinha cidade de Osvaldo Cruz. As três cidades são atendidas pelos sacerdotes passionistas, que estiveram presentes à cerimônia, assim como também autoridades civis dos municípios. O prefeito de Sagres é Ricardo Rived

Foto: Gustavo Freitas | Sagres

Dom Amilton, que é natural de Osvaldo Cruz, celebra missa pelos 59 anos de Sagres

Garcia e Salmourão é comandada por Ailson José de Almeida. Dom Amilton foi ordenado bispo em junho do ano passado e esteve de férias na ocasião do aniversário da cidade. “Desde jovem, ele sempre teve um comprometimento com as três cidades e se alegrou em poder presidir as duas

missas”, contou o Pe. Rogério de Lima Mendes, CP. Segundo ele, foram duas belas festas e houve uma participação efetiva do povo de Deus. “Foi um momento de ação de graças e gratidão pelas cidades e pelos munícipes.

PRESENÇA DO BISPO Durante o período em que esteve na região, Dom Amilton aproveitou para se aproximar dos fiéis. No dia 18, além das missas, Dom Amilton teve um encontro com jovens e falou do Sínodo sobre a Juventude, que ocorrerá em outubro deste ano, e sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorrerá no ano de 2019, no Panamá, localizado na América Central. E nos dias 19, 20 e 21, o bispo auxiliar de Curitiba fez reflexões sobre o Documento de Iniciação à Vida Cristã, sobre o Ano do Laicato e também sobre a exortação apostólica Amoris laetitia (Alegria do Amor). A formação foi ministrada na igreja matriz de São José, em Osvaldo Cruz, pois a participação foi de mais de 600 pessoas nas três noites.

Região III Paróquia de Tupi Paulista cria seu primeiro grupo de acólitos

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m Tupi Paulista, a Paróquia Nossa Senhora da Glória teve uma iniciativa, com base na decisão do novo pároco, Pe. Valdemar Cardoso, que assumiu no início do ano. Um grupo de antigos coroinhas foi convidado a continuar servindo durante as celebrações. “Abrimos formação para novos coroinhas e alguns quiseram sair, até mesmo por causa do tamanho, pois eram maiores que os demais. O padre teve, então, a ideia de chamá-los para formarem uma turma de acólitos. Não podíamos perder essa turma e, felizmente, eles aceitaram o convite”, contou Lucilene Aparecida Soncin Valverde, que juntamente com o esposo, Cid Valverde Júnior, coordenam essa nova equipe de crianças e adolescentes. Em princípio, eram oito integrantes e depois mais dois pediram para fazer par-

Foto: Paróquia Nossa Senhora da Glória | Tupi Paulista

A coordenadora Lucilene Valverde (à esquerda) juntamente com os 10 acólitos

te do grupo. Depois de aceitarem o convite do Pe. Valdemar, os dez tiveram um momento formativo, onde souberam de todas suas atribuições. Esse período de formação ocorreu durante dois meses, em dezembro e em janeiro. E no dia 4 de fevereiro, os meninos

e meninas, que tem entre 11 e 17 anos de idade, foram investidos e, a partir de então, começaram a acompanhar os sacerdotes no altar. A atuação do grupo de acólitos não tem prazo de validade, porém, os jovens terão de passar, frequentemente, por formações.

Segundo o sacerdote, a cada 15 dias ele fará uma reunião com eles. “Minha primeira intenção foi dar a esses jovens adolescentes um oportunidade de formação litúrgica e também um momento de espiritualidade”, disse o Pe. Valdemar. O pároco explicou que a função dos acólitos é servir o altar, cuidar do missal romano, dos elementos litúrgicos e também atender a quem usará o microfone. “Eles estão animados e têm me auxiliado até mesmo nas formações. Já reparei que também auxiliam os coroinhas, que tem menos idade, pois já tiveram essa função na paróquia”, alegrou-se o Pe. Valdemar. O grupo de dez acólitos reveza suas funções nas missas dos sábados à noite e nas manhãs e noites de domingo. “A cada missa, dois acólitos servem o altar e existe uma escala”, explicou Lucilene.


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NO MEIO DE NÓS

Março de 2018

Ecos de Coari: missionários contam experiências

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s férias foram atípicas para o grupo de dez pessoas que esteve no Estado do Amazonas, de 23 de janeiro até 2 de fevereiro. Estiveram lá os padres Willians Roque de Brito, assessor diocesano da Urgência Pastoral I, “Igreja em estado permanente de missão”; Pe. Anderson Messina Perini, de Garça; Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva, de Tupã; Pe. Claudinei de Almeida Lima, de Panorama; Pe. José Valdir Grisante, de Inúbia Paulista; o seminarista Tiago Barbosa; o casal Júlio e Zelina Cirino, de Marília; e os estudantes da Escola Diaconal, Romildo Melato, de Marília, e Eduardo Caparroz, de Garça. O grupo foi o primeiro a partir em missão para a Igreja-Irmã da Diocese de Marília, a distante Diocese de Coari, que tem como bispo Dom Marcos Piatek. Os dez representantes da Diocese de Marília foram divididos em três grupos e conheceram de perto a realidade daquele povo.

Foto: Arquivo pessoal

Equipe da missão no momento da despedida, após missa em comunidade ribeirinha

Em entrevista ao informativo NO MEIO DE NÓS, alguns missionários contaram como foi essa experiência. Um grupo ficou na cidade de Coari, na residência episcopal de Dom Marcos. Outros grupos foram para o interior da diocese amazonense, que tem uma extensão territorial de 117.235 metros quadrados. As casas dos ribeirinhos precisam ser de palafitas, para suportar a vasão do rio em épocas de cheia. E foi em uma

casa assim que o Pe. Valdir foi acolhido, juntamente com o casal de Marília. “Minha experiência foi diferente do grupo que ficou na cidade. Fiquei na zona rural e vivi como vivem os ribeirinhos. Nossa alimentação era a caldeirada, um molho com cabeça de peixe, farinha e mandioca”, relatou ele. “Mesmo vivendo em condições de pobreza, o que me chamou a atenção foi a fé desse povo. Encontramos pessoas evangelizadas. Eles

conhecem documentos da Igreja que só estamos estudando agora na Diocese de Marília. O Plano Diocesano de Pastoral eles já têm há muito tempo e mesmo com as grandes distâncias, eles vão em busca de informações sobre o que está acontecendo na comunidade. Eles não precisam de formadores, de catequizadores. Precisam de sacerdotes que vão até eles para celebrar”, complementou o Pe. Valdir, que durante o dia visitava famílias e à noite participava de reuniões com as lideranças locais. O Pe. Anderson também constatou que na Diocese de Coari existe uma Igreja viva. “Com relação aos aspectos pastorais, eles estão mais em sintonia com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os padres são poucos e o protagonismo dos leigos é muito forte”, observou. “Lá, os leigos assumem seu papel de protagonistas da Igreja. Eles tomam a frente e fazem acontecer, pois em algumas comunidades, o padre passa a cada dois anos”, disse o leigo Caparroz. O aluno da Escola Diaconal confessa que ficou chocado quando chegou lá, pela precariedade e pobreza que o povo ribeirinho vive. “Mas o aspecto espiritual compensa qualquer dificuldade. A união deles — como família, comunidade, sociedade — tocou meu coração. Uma senhora pediu que eu não levasse para São Paulo a imagem de que o povo da Amazônia é coitado. Ela disse: ‘Somos homens e mulheres felizes e vivemos a nossa realidade’. Fiquei muito emocionado ao ouvir isso”, relatou o leigo de Garça. Emoção também sentiu o Pe. Valdir, que completará 30 anos de sacerdócio no próximo dia 13 de março. “Essa experiência em Coari valeu muito a pena. Foi o presente que ganhei de Deus”, afirmou. “Senti-me como se estivesse em minha própria família. Voltaria com toda certeza”, finalizou Eduardo Caparroz.


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