Jornal No Meio de Nós - Edição 224 - Abril de 2017

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NO MEIO DE NÓS INFORMATIVO DA DIOCESE DE MARÍLIA Ano 19 | Edição 224 | Abril de 2017

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Diocese tem três novos diáconos

CRB escreve carta sobre a Reforma da Previdência

Foto: Érica Montilha | Pascom Diocesana

A Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, reeleita para a presidência da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) em 2016, manifestou sua preocupação com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, mais conhecida como Reforma da Previdência. Segundo ela, a proposta do governo ameaça a filantropia, uma vez que propõe o fim da imunidade tributária das entidades beneficentes e de assistência social. A religiosa conclama as lideranças da Igreja Católica e também de escolas, universidades e hospitais a se posicionarem contrários à PEC.

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Paróquias celebram as 24 Horas para o Senhor Para preparar os católicos para a Páscoa, paróquias da Diocese de Marília aderiram à proposta do Papa Francisco, de realizar as 24 Horas para o Senhor. O evento ocorreu em 24 e 25 de março e os fiéis adoraram o Santíssimo Sacramento durante todo o período e, em algumas paróquias, puderam participar de missas e confissões de madrugada.

No final da celebração, Dom Luiz abençoa os diáconos ordenados e todo o povo presente à missa

Em uma cerimônia conjunta ocorrida na Matriz de São Pedro Apóstolo, em Tupã, na noite de 31 de março, foram ordenados três novos diáconos da Diocese de Marília. Com a igreja lotada de fiéis, Francisco Antônio dos Anjos Andrade, Guilherme Massoca Baptista e Marcelo Feltri Ribeiro foram ordenados pelo bispo

diocesano Dom Luiz Antonio Cipolini. Na homilia, o bispo lembrou que o diácono deve ter a coragem de ir na direção oposta à vontade própria e que os discípulos de Jesus não podem seguir um caminho diferente do Mestre. Em entrevista ao NO MEIO DE NÓS, os três novos diáconos

se disseram emocionados e felizes com a ordenação. “Foi uma alegria ver o povo de Deus, que veio para rezar conosco aquele momento de consagração a Deus e à Igreja”, disse um deles. Ordenados, eles atuarão em paróquias de Marília e Panorama. Páginas 8 e 9

Jovens do Santuário S. Judas Tadeu, em Marília, na adoração

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ENFOQUE

ESPIRITUALIDADE

FORMAÇÃO

Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo metropolitano de Natal (RN), aborda a Teologia do Sábado Santo

O diácono Marcelo Henrique escreve sobre a relação da Quinta-feira Santa e o diaconado, ministério do serviço

Em abril, aniversário do descobrimento do país, o Pe. Dudu, de Niteroi (RJ), fala da devoção mariana no Brasil Colônia

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Foto: Pascom São Judas Tadeu | Marília

Dom Osvaldo Giuntini é homenageado na Fajopa Em Marília, o bispo emérito, Dom Osvaldo Giuntini, no dia 28 de março, foi homenageado como patrono do Diretório Acadêmico da Faculdade João Paulo II (Fajopa). Quando bispo titular, ele foi um dos grandes incentivadores da criação e desenvolvimento da faculdade. Página 15


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| Ao Leitor |

NO MEIO DE NÓS

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Editorial

Os pobres e a presença cristã

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aro leitor, seguindo os passos de Jesus, no Domingo de Ramos, entraremos com Ele em Jerusalém para a consumação de Sua divina missão no meio de nós. Neste dia, faremos o gesto concreto da Campanha da Fraternidade para bradarmos a urgência da preservação dos biomas brasileiros.

No Tríduo Pascal, caminharemos com o Mestre para que, a Seu exemplo, consigamos passar pelo mundo fazendo o bem. Na Quinta-feira Santa, entraremos com Jesus em Seu mistério de dar a vida por nós para que façamos o mesmo no serviço aos nossos irmãos. No dia seguinte, faremos a experiência da morte que evidencia na cruz o Seu supremo amor

e, no Sábado da alegria, acenderemos as velas de nossa fé no Círio Pascal com a luz da ressurreição! Na certeza da Páscoa, redescubramos em nós o compromisso com a dignidade humana e com cuidado da Casa Comum: fiquemos atentos aos que sofrem com os desastres naturais, como o alagamento que deixou milhares de famílias sem teto em Caraguata-

tuba (SP); ao cenário político de nosso país; aos refugiados da Síria que, pela devastação da guerra, buscam em outros países a superação da pobreza; e ao ritmo recorde de destruição da floresta amazônica; sem nos esquecermos, é claro, dos pobres e daqueles que vivem nas periferias existenciais de nossas paróquias e necessitam de nossa presença cristã.

Enfoque

A Teologia do Sábado Santo Ilustração: Jorge Armando Pereira

DOM JAIME VIEIRA ROCHA

N

o Tríduo Pascal, o Sábado sempre recebeu da Igreja um destaque especial. Nele se celebra uma noite de festa onde proclamamos: Cristo ressuscitou, aleluia! A teologia concedeu ao Sábado Santo uma reflexão profunda e cheia de elementos. O grande teólogo Hans Urs von Balthasar dedicou uma monografia sobre o tema, intitulando-a “Mysterium Paschale. A Teologia dos três dias”, onde faz uma meditação a partir do mistério da Quinta-feira santa (a cruz na vida de Jesus, a Eucaristia, a agonia), do

mistério do Sábado santo (em que Cristo faz a experiência da morte) e, enfim, do mistério da Páscoa. O Sábado Santo é o dia do grande silêncio de Deus. Comentando esse silêncio da morte, o teólogo Joseph Ratzinger, em 1971, afirmava, relacionando-o com o episódio em que Jesus dorme na barca quando acalmou a tempestade: “A Igreja, a fé, não se parecem com uma pequena barca que está para afundar, que luta inutilmente contra as ondas e o vento, enquanto Deus está ausente? Os discípulos gritam no desespero extremo e sacodem o Senhor para despertá-lo, mas ele se mostra admirado e repreende a pouca fé deles.

Mas é diferente para nós? Quando passar a tempestade, nós perceberemos o quanto a nossa pouca fé estava cheia de tolice. Todavia, ó Senhor, não podemos deixar de sacudir-te, Deus que estás em silêncio e dormes, e de gritar-te: acorda, não vês que estamos afundando? Desperta, não deixes que dure eternamente a escuridão do Sábado Santo, deixa cair um raio de Páscoa também sobre os nossos dias, acompanha-nos quando nos dirigimos desesperados para Emaús, para que o nosso coração possa acender-se ao nos aproximarmos de ti”. Dom Jaime Vieira Rocha é arcebispo metropolitano de Natal (RN)

EXPEDIENTE BISPO DIOCESANO: Dom Luiz Antonio Cipolini | BISPO EMÉRITO: Dom Osvaldo Giuntini | CÚRIA DIOCESANA: Av. Nelson Spielmann, 521 - Marília/SP - CEP 17500-970 - Fone/fax: (14) 3401-2360 - E-mail: curia@diocesedemarilia.org.br | CENTRO DIOCESANO DE PASTORAL: R. José Bonifácio, 380 - Marília/SP - CEP 17509-004 - Fone/fax: (14) 3413-3124 - E-mail: cdp@diocesedemarilia.org.br | JORNALISTA RESPONSÁVEL: Márcia Welter - MTB n° 35.160-DRT-SP - Fone: (14) 99195-5452 (MW Editora) - E-mail: jornalnomeiodenos@yahoo.com.br | DIAGRAMAÇÃO: Danilo Cordeiro Silva | REVISÃO: Tiago Barbosa - MTB n° 79971/SP | ORIENTAÇÃO PASTORAL: Pe. Ademilson Luiz Ferreira | VERSÃO ELETRÔNICA: www.diocesedemarilia.org.br | IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru LTDA - Fone: (14) 3223-2844 | TIRAGEM: 12.800 exemplares | AUTORIZAÇÃO: Permite-se a reprodução de matérias desta edição, desde que sejam mencionadas as fontes | Envie notícias de sua paróquia, pastoral ou movimento para o jornal diocesano (jornal-nomeiodenos@yahoo.com.br) e para o site da diocese (pascom.marilia@gmail.com).


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| Nosso Pastor |

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Palavra do Bispo

Páscoa: é tempo de sair

O

tempo pascal faz memória da passagem de Jesus Cristo da morte à vida, da treva à luz, da separação à união do amor. Somos convidados, a exemplo de Maria Madalena, Pedro e o Discípulo amado, a nos dirigirmos ao túmulo e constatar que, de fato, Jesus Cristo ressuscitou! Porém, o sentimento do vazio e do fracasso impede de vislumbrar outra possibilidade que não seja a morte propriamente dita. Quem se prende apenas na Sexta-Feira da Paixão e não participa do Domingo da Ressurreição, permanece com a sensação de tristeza. É madrugada na vida de Maria Madalena e dos demais discípulos. No entanto, se o momento ainda é de escuridão, no horizonte começam a despontar os primeiros

Bispo prega retiro em Manaus O bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, esteve em Manaus, no Estado do Amazonas, onde foi convidado da pregar o retiro do clero de Coari, a Igreja Irmã da Diocese de Marília. O evento ocorreu de 5 a 10 de março. Recepcionado pelo bispo de Coari, Dom Marcos Piatek, além do contato com o clero, Dom Luiz conheceu a realidade pastoral comprometida com a conservação das florestas e a serviço do Povo de Deus na região. Foto: Diocese de Coari

Dom Marcos e Dom Luiz (centro) com clero de Coari

DOM LUIZ ANTONIO CIPOLINI

sinais do amanhecer de um novo dia: pedra removida, lençol dobrado e faixas de linho enroladas são sinais de um segundo momento, de vida e de ressurreição. Quem ama acredita, mesmo que não tenha provas palpáveis. A ressurreição é um dado de fé. É o que nos ensina o Discípulo amado, com o gesto de chegar ao túmulo primeiro, entrar por último e acreditar antes de todos. Depois que ele acreditou, os demais também acreditaram e, ao acreditar, saíram para anunciar a todos. Hoje também, em nossa Diocese de Marília, queremos entrar neste tempo novo e, alicerçados na Palavra de Jesus, sair de nós mesmos para ir às periferias existenciais, sobretudo àquelas mais distantes. Ir ao encontro daqueles que estão esquecidos, que

passam necessidades, que precisam de um ombro amigo, de um pedaço de pão. Vamos sair e testemunhar com palavras e ações, a vida feliz segundo o Evangelho, como Jesus ensinou e como fizeram os primeiros discípulos. A Virgem Maria, no Magnificat, canta a beleza de um mundo em que o amor de Deus inflama e transforma de uma maneira revolucionária: os humildes serão exaltados e os poderosos serão humilhados (Cf. Lc 1, 52). Peçamos a sua poderosa intercessão pela nossa Diocese! Que Maria, juntamente com São Pedro Apóstolo, nosso padroeiro, nos ensine a sair e levar a luz de Cristo Ressuscitado a toda a sociedade! Que o nosso Plano de Pastoral 2017-2020 nos ajude nesta missão. Boa Semana Santa e Feliz Páscoa!

AGENDA DO BISPO 01/04 – 1ª Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral, em Tupã | Crisma na Paróquia São Francisco, em Dracena. 02/04 – Escola Diaconal, em Adamantina | Missa na Catedral, às 19h. 04/04 – Aniversário da cidade de Marília. 08/04 – Celebração de Ação de Graças pelos 70 anos de vida Religiosa Consagrada da Irmã Renata Tonello, na Paróquia N. Sra. de Lourdes, em Garça. 09/04 – Semana Santa. Domingo de Ramos. Procissão saindo da Capela das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus e Missa na Catedral, às 8h30. 11/04 – Missa do Crisma e Renovação das Promessas Sacerdotais, às 19h30, em Osvaldo Cruz. 13/04 – Terço e Lava-Pés no Lar São Vicente, às 15h | Missa da Ceia do Senhor, às 19h30, na Catedral. 14/04 – Celebração da Paixão do Senhor, às 15h, no Mosteiro Maria Imaculada | Procissão saindo da Catedral, às 19h, até a Igreja Santo Antônio. 15/04 – Vigília Pascal, às 19h, na Catedral. 16/04 – Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor. Missa na Catedral às 10h. 19/04 – Reunião da Coordenação Diocesana de Pastoral, em Tupã. 20/04 – Reunião do Conselho de Presbíteros, em Adamantina. 24/04 – Confraternização dos Presbíteros. 26/04 a 05/05 – 55ª Assembléia Geral da CNBB, em Aparecida.


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| Vida Cristã |

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Assessoria Litúrgica Espiritualidade A Virgem Maria na Ressurreição do Senhor PE. ANDERSON MESSINA PERINI

O Tempo Pascal é o espaço de 50 dias em que a Igreja, com alegria, celebra a Ressurreição de Jesus Cristo, o Mistério fundamental de nossa salvação. Do mesmo modo, a liturgia comemora também a Virgem Maria, Mãe de Cristo, que, plena de alegria pela ressurreição de seu Filho, ou perseverante em oração com os Apóstolos, espera com eles o dom do Espírito Santo (Cf. At 1,14). Entretanto, a Igreja quando celebra os seus serviços maternos, pelos quais gera novos filhos de Deus pelos sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia), que são sacramentos pascais, reconhece a santíssima Virgem como modelo de maternidade e também modelo e auxílio no anúncio do Evangelho. O título de Bem-aventurada Virgem Maria na ressurreição do Senhor, é proposto pelo Missal Romano no Comum da Virgem Maria no tempo pascal, bem como no apêndice do Missal com a Coletânea das Missas de Nossa Senhora. A missa celebra a ressurreição de Jesus e a alegria que transbordou de sua Mãe, a Virgem Maria. Alegria, primeira, pela qual o mundo todo exultou, pois Deus Pai ressuscitou seu Filho, Jesus Cristo. Assim, o dia da ressurreição foi dia de luz e de vida, pois expulsou as trevas da maldade, venceu o pecado e morte, o mundo todo enche-se de felicidade. Alegria também para a Virgem Maria a quem Deus, na ressurreição de seu Filho, cumulou de gozo inefável. Alegria para a Igreja nascente que, ao rever o Senhor imortal, de medrosa que se encontrava, alegrou-se (Cf. Lc 24,41; Jo 20,20). Desse modo, a Igreja saúda a Virgem e a convida à alegria: “Alegraivos e exultai, ó Virgem Maria, porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia!”; “Salve, Santa Maria, que dolorosa ao pé da cruz suportando as dores de teu Filho, agora exultas de gozo sereno”.

Os sacramentos da iniciação cristã, conferidos na Vigília Pascal, conformam os batizados à imagem de Cristo. Os santos Padres ensinam que os mistérios de Cristo, celebrados pela mãe Igreja nos sacramentos de iniciação, se realizam com toda verdade na Virgem Maria. Pois como o Espírito Santo, no Batismo, que santifica o seio da Igreja, a pia batismal, para dar à luz os filhos de Deus; o mesmo Espírito santificou o ventre de Maria para dar à luz ao Primogênito de muitos irmãos. O mesmo Espírito que, no Pentecostes desceu com abundância sobre Maria, descerá sobre os batizados na celebração do sacramento da Confirmação. A carne e o sangue, que Cristo ofereceu no altar da cruz pela vida do mundo e que a Igreja oferece diariamente na Eucaristia, são os mesmos que Maria deu à luz para nossa salvação. Portanto, a Virgem Maria é exemplo de alegria verdadeira, pois crendo, concebeu seu Filho e, acreditando, esperou sua ressurreição. É modo de fé pela qual os discípulos confessam que Cristo, concebido pela Virgem, é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, e, pelo poder de sua ressurreição, esperam chegar à felicidade eterna. É modelo de maternidade para Igreja, pois assim como Maria gerou Cristo, a Igreja gera novos filhos pela água batismal que regenera os que creem no seu Filho.

Pe. Anderson Messina Perini é assessor diocesano da Pastoral Litúrgica

O diaconado e a Quinta-feira Santa DIÁCONO MARCELO HENRIQUE GONZALEZ DIAS

O mistério que celebramos na Quinta-feira Santa não está ligado somente à instituição da Santíssima Eucaristia e do sacerdócio ministerial (padres e bispos). Também o diaconado está incluído nesta celebração. Isto porque, sendo ele ministério do serviço e da caridade, está intimamente ligado ao gesto do Senhor de lavar os pés de Seus discípulos, realizado na mesma ocasião. Ante o desconcerto dos discípulos, Nosso Senhor declarou solenemente: “Se eu, o Mestre e o Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns dos outros” (Jo 13,14). Trata-se de uma demonstração do mandamento do serviço, no qual Jesus insistiu diversas vezes e que realizou concretamente na doação de Sua vida: era preciso imitar o Mestre, que estava no meio deles “como aquele que serve” (Lc 22,27). Eis a essência do ministério diaconal. Com efeito, o termo grego diákonos quer dizer “servo, ajudante, ministro”. É claro que o serviço a Deus e ao próximo deve ser praticado por todos os fiéis em Cristo, inclusive pelos que estão nos outros dois graus do sacramento da Ordem, mas o diaconado é como que a medida, o modelo e o critério de todo o serviço cristão. No dizer do Concílio Vaticano II (1962-1965), os diáconos receberam a imposição das mãos “não em vista do sacerdócio, mas do ministério” (LG 29). Por isso, precisam ser a presença viva e efetiva do diácono Jesus Cristo, que não busca Seu próprio bem, mas o dos irmãos: também eles precisam “se esvaziar” como o Senhor (Cf. Fl 2,6), que se despojou de Sua glória divina a fim de vir até nós e, pelo mistério da Cruz e da Ressurreição, nos tornar herdeiros do céu. Na Didascália dos Apóstolos, escrito do século III, encontramos a seguinte exortação aos diáconos: “Se o Senhor do céu e da terra se fez nosso servidor e tudo sofreu e suportou por nós, quanto mais o deveremos fazer pelos irmãos,

nós que somos seus imitadores, chamados a ocupar o lugar de Cristo”. Contudo, por séculos o diaconado se tornou, na prática, apenas um passo para a ordenação sacerdotal e praticamente desapareceu enquanto ministério com função permanente. Mas a possibilidade da restauração do diaconado permanente foi acenada pelo papa Pio XII em 1957 e realizada pelo Concílio Vaticano II. Por isso, a missão de Jesus Cristo servidor de todos pode ser exercida de duas formas na Igreja: como preparação para o sacerdócio ou como ministério permanente. É realmente providencial que o diaconado tenha sido valorizado justamente numa época de desprezo pelo serviço e de busca da autonomia pessoal a todo custo. Progressivamente caminhamos para um individualismo que leva as pessoas a se recolherem apenas em suas preocupações pessoais e familiares. Num tal contexto, o diaconado bem vivido será o testemunho concreto diante dos homens de que o mistério da Quinta-feira Santa não é apenas uma bela utopia, mas a verdadeira possibilidade de crescimento na relação com Deus e na realização pessoal. Como conclusão, vale a pena meditar um trecho de uma das homilias de ordenação diaconal que o então cardeal Joseph Ratzinger proferiu em 1978: “A Igreja, se quiser ser Igreja de Jesus Cristo, tem necessidade da presença do diácono Jesus Cristo. (...) A ordenação diaconal como etapa para a ordenação sacerdotal não é somente uma antiga tradição. Um sacerdote que deixasse de ser diácono, não cumpriria de maneira correta nem mesmo o seu ministério sacerdotal. E um bispo que não continuasse diácono não seria mais um verdadeiro bispo. E um papa que não fosse diácono, não seria mais um verdadeiro papa. A diaconia é dimensão de todo ministério eclesial”. Diácono Marcelo Henrique Gonzalez Dias exerce seu ministério em Bastos, na Paróquia São Francisco Xavier


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Teologia e Pastoral História: a devoção mariana no Brasil Colônia Foto: Blog do Facó

PE. EDUARDO BRAGA E SILVA

Vivendo a graça do Ano Santo Mariano na Igreja do Brasil e fazendo memória neste mês de Abril do Descobrimento do nosso país, somos chamados a pensar nas raízes da nossa devoção à Mãe de Deus que estão presentes desde os primórdios na nossa Terra de Santa Cruz! A devoção a Nossa Senhora teve um papel importantíssimo no processo de evangelização do Brasil. Na verdade, foi por meio dela, que em muitos momentos e lugares, o povo se abriu à mensagem do Evangelho. Como bem disse São Bernardino de Sena, “toda a santa Igreja tem uma dívida para com a Virgem Mãe, por ter recebido a Cristo por meio dela”. E nós, católicos brasileiros, não temos dúvida desta verdade! Poderíamos até dizer que o Brasil, um dos maiores países cristãos do mundo, possui uma dívida de amor e reconhecimento para com Maria, Mãe de Jesus! A cultura brasileira foi formada por três povos principais: os portugueses, os

Azulejo português da época do Império já demonstra a devoção mariana

índios e os negros. Sendo os portugueses os nossos colonizadores, fomos evangelizados por um catolicismo mariano! Portanto, não se pode negar que a devoção mariana chegou com os portugueses durante a conquista do Brasil Colônia e teve um imenso alcance na sociedade colonial. No tempo da expansão marítima, a Virgem era considerada como a grande protetora dos conquistadores. Historicamente sabemos que a Esquadra de Cabral trouxe consigo um quadro de Nossa Senhora da Piedade e uma imagem de

Nossa Senhora da Esperança, e que a primeira capelinha construída em nossas terras no ano de 1503 recebeu o título de Nossa Senhora da Glória. Fomos evangelizados com Maria! O Espírito Santo aperfeiçoou a relação dos brasileiros com a Mãe de Deus. Só Deus poderia trazer esta surpresa, fazendo esta santa passagem: Da imposição dos colonizadores à inculturação da mensagem salvífica! Em Aparecida, Maria é encontrada com a cor da pele dos escravos. A Senhora dos povos dominadores europeus se tornou Mãe dos

A Igreja é difusora da salvação universal DIÁCONO FRANCISCO ANTÔNIO DOS ANJOS ANDRADE

Jesus anuncia o caminho de salvação por meio da pregação e de sua vida. Ao propor essa via, que se iniciou com a criação e se encerrará com a parusia, ele é desprezado e incompreendido. Assim, trilha seu caminho até o calvário. O itinerário de salvação pode ser dividido em duas etapas: o tempo da preparação, que é o Antigo Testamento com seus profetas e demais personagens, e o tempo do cumprimento, que se dá com o Novo Testamento. Com a Encarnação do Verbo, as promessas feitas por Deus no Antigo Testamento começam a

se cumprir. Jesus inicia seu caminho na Galileia; ao apresentar o seu programa, evidencia o “hoje” do cumprimento das promessas de salvação contidas na Antiga Aliança, mostrando que a salvação já se fazia presente na vida daqueles que ouviam suas palavras e também para todo povo que se abrisse à novidade que esse caminho propunha. Ele não é um acontecimento do passado, Ele se revela na história do povo de Deus que é sempre atual e é universal, é gratuito com base na misericórdia de Deus, e não em nossos méritos. A Igreja é chamada a dar continuidade nesta missão. Deve ser difusora da salvação universal e, em cada tempo, atualizar a

práxis cristã, a fim de ser canal da graça que conduz à Salvação. Atualmente, vivemos uma realidade paroquial complexa, onde não conseguimos atingir todas as pessoas que residem no território paroquial, muitos ficam à margem. Para que continuemos a missão salvífica do Cristo, nossas estruturas devem tornar-se mais missionárias, comunicativas e abertas, em constante estado de “saída”. Porém, não podemos sair sem rumo, mas em direção aqueles que sofrem sozinhos em nosso território. Francisco Antônio dos Anjos Andrade é recém ordenado e exercerá seu ministério na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Marília

pobres e pequenos, dos preferidos do Reino! Maria assume assim a fé, a dor, a esperança e os sonhos dos primeiros brasileiros, nossos antepassados na fé! Assim, até hoje, a pluralidade das representações marianas constituiu e constitui a promoção da identidade de nosso povo católico brasileiro tão heterogêneo em seus grupos étnicos, em sua cultura religiosa e em sua piedade popular! Nossa devoção mariana traduzida nas igrejas e santuários dedicados a ela, nas confrarias, nas pequenas comunidades, nas ordens e institutos religiosos, nas cidades que receberam seu nome ou a possuem como padroeira colaboraram como um instrumento eficaz de confirmação da fé católica brasileira neste período colônia. Alegremo-nos, por fazermos parte do número incontável de homens e mulheres crentes que no Brasil e no mundo aceitaram pertencer a geração dos que honram a Mãe Daquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos sem fim. Amém! Pe. Dudu, como é conhecido, é do clero de Niterói (RJ)

ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 04/04 – Pe. Luiz Henrique de Araújo - Ouro Verde; 09/04 – Côn. José Carlos Dias Tóffoli - Marília; 15/04 – Pe. Ivã Luis de Oliveira Baisso - São João do Pau D’Alho/ Nova Guataporanga; 19/04 – Pe. Milton Afonso do Nascimento - Marília; 20/04 – Pe. Marcos Roberto Marques Ortega - Vera Cruz; 22/04 – Diácono Cecílio Davi - Tupã; 23/04 – Pe. Jorge Ricardo Cintra da Silva - Mariápolis/ Pracinha; 26/04 – Pe. Danilo Nobre dos Santos - Marília; 30/04 – Pe. Adriano Alves Pereira - Marília.

ORDENAÇÃO PRESBITERAL/ DIACONAL 25/04 – Côn. Mauricio Pilon - Vera Cruz; 27/04 – Diácono Alexsandro Silva Ferreira, CSS - Marília.


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ERA UMA VEZ... Culpado ou inocente “Senhor, eu confio em ti, e digo: tu és o meu Deus! Meus tempos estão em tua mãos: liberta-me da mão dos meus inimigos e perseguidores!” (Salmo 31,1516) Era uma vez, na Idade Média, um homem muito religioso que foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do assassinato era pessoa influente do reino e, por isso, desde o primeiro momento, foi preciso achar um bode expiatório para acobertar o verdadeiro assassino. O homem acusado foi levado a julgamento. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo dessa história. O juiz, que também estava envolvido com os demais a fim de levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que ele provasse sua inocência. Disse o juiz: — Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor. Vou escrever num pedaço de papel a palavra “Inocente” e noutro pedaço a palavra “Culpado”. Você sorteará um dos papéis e aquele que sair será o seu veredicto. — O Senhor decidirá seu destino — determinou o juiz. Sem que os demais percebessem, o juiz separou os dois papéis, mas em ambos escreveu “Culpado”, de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance de o acusado se livrar da forca. Não havia saída. Não havia alternativas para o pobre homem.

O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem pensou por alguns segundos, aproximou-se da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou na boca e engoliu. Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e indignados com a atitude do homem. O juiz então perguntou: — Mas o que você fez? E agora? Como vou anunciar o seu veredicto? Ao que o homem respondeu: — É muito fácil. Basta olhar o que está escrito no pedaço que sobrou e saberemos que escolhi e acabei de engolir o seu contrário. Imediatamente o homem foi libertado. REFLEXÃO Por mais difícil que seja uma situação, nunca deixe de acreditar e de lutar até o último instante. Seja criativo! Quando tudo parecer perdido, ouse! Peça a luz do Espirito Santo. Deus está sempre contigo. Pense nisso.

Diocese MUR realiza formação para servos em paróquia de Marília

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stratégias de como atuar no âmbito universitário e profissional por meio da fé e da razão. Este foi o objetivo do encontro realizado nos dias 4 e 5 de março, na Paróquia São Judas Tadeu, em Marília. O evento foi promovido pelo Ministério Universidades Renovadas (MUR), da Renovação Carismática Católica (RCC), e reuniu trinta servos. Atualmente, o MUR tem como coordenador diocesano Guilherme Eduardo Vieira Maio Carneiro, de 25 anos, que é formado em Sistemas de Informação. Ele lembrou que o MUR é um ministério da RCC e que objetiva evangelizar, testemunhar Jesus Cristo e difundir a experiência de Pentecostes nas universidades. “Conciliando a fé e a razão, o MUR tem a missão de transformar a sociedade e o mundo profissional por meio da experiência do ‘Batismo no Espírito Santo’, e, assim construir, como nos pedia São João Paulo II, a ‘Civilização do Amor’”, explicou. Durante o encontro, foi abordada a identidade da RCC e do MUR, o trabalho do Grupo de Oração Universitário (GOU) e do Grupo Profissional de Partilha (GPP). “Pelo GOU, aliás, é que muitos universitários, funcionários e professores têm seu primeiro encontro com Jesus Cristo. Ali, eles aprendem a sonhar com a construção da Civilização do Amor no Brasil e no mundo”, garantiu Guilherme.

Segundo ele, o GOU ocorre em salas de aula, em auditórios ou até mesmo no estacionamento, num período de 10 a 30 minutos, dependendo do tempo de intervalo de cada faculdade. A partir de então, surgiu o GPP, que tem o desafio de “avançar para águas mais profundas”, segundo afirmou o jovem. “O GPP se tornou uma das formas mais ricas e eminentes de expressão, formação, vivência e partilha dos profissionais, dentro do Ministério Universidades Renovadas”, comentou. Guilherme também falou dos desafios do MUR. Segundo ele, o ministério ainda encontra resistência por parte das faculdades. “Em Marília, por exemplo, uma faculdade não nos deixa atuar em suas dependências; então o GOU funciona no estacionamento. Outra faculdade da cidade nos deixa atuar, mas com diversas limitações”, contou. Outros desafios mencionados por ele são atrair profissionais para essa missão, a escassez de servos e a divulgação do ministério. “Muitos universitários e profissionais não têm conhecimento sobre o MUR”, lamentou. Atualmente, existem grupos de oração em cinco universidades de Marília, três em Tupã e um em Adamantina. Quanto ao GPP, existe um grupo em Marília e outro em Adamantina. Para ele, o campo a ser explorado ainda é significativo. O número de universidades e faculdades no território diocesano é de cerca de 40 unidades. Foto: MUR

Pe. Valdo Bartolomeu Santana é pároco da Paróquia Santo Antônio, de Junqueirópolis

Servos se reuniram em Marília, na Paróquia São Judas, e debateram atuação nas faculdades


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Pastoral Litúrgica faz assembleia e elege nova coordenação Cerca de 100 pessoas participaram, em 11 de março, da Assembleia Diocesana da Pastoral Litúrgica, realizada em Tupã, no Centro de Convivência Monsenhor Afonso Haffner. O evento ocorreu com a presença de representantes das equipes paroquiais de liturgia, dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (Mesc) e de grupos de cantos. Os participantes também tiveram a oportunidade de eleger a nova coordenação diocesana da Pastoral Litúrgica. Após reflexão, a coordenadora continua sendo Teresinha de Souza e Silva, e para as três Regiões Pastorais, ficaram responsáveis, respectivamente, Maria Barbosa, Edna Gasparotto e Lucilene Melo. Neste ano, também foram definidos representantes regionais para coordenação de Mesc’s — Carlos Alberto Kato Brandão, Mauro de Avance e Elisan-

dra Fernandes Souza — e para equipe de cantos — Lucivania de Lima, Regina Maria Ribeiro Pereira e Kaic Murilo. Segundo o assessor diocesano, Pe. Anderson Messina Perini, também foram convidados para participar da equipe José Ribamar Mota Teixeira Júnior e Fátima Rodrigues do Nascimento. Durante a assembleia, foram definidos alguns encontros: para os ministros, haverá uma celebração do Ano Mariano. Serão eventos regionais, sendo que no dia 27 de maio, o encontro ocorrerá em Oriente, na Região I, e em Rinópolis, na Região II. Já no dia seguinte, o encontro ocorrerá em Dracena, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, para ministros da Região III. As equipes de canto terão formação no dia 2 de julho, em Osvaldo Cruz, e as equipes de liturgia terão formação em 30 de julho, em Bastos.

Rede de Comunicação lança quadros marianos Com o intuito de celebrar o Ano Mariano e os 300 anos de encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Rede de Comunicação NO MEIO DE NÓS preparou algumas ações para os fiéis. Uma delas começou no mês de março e movimentou a rede social Facebook, onde foi lançado o quadro “Caminhando com Maria”. A ideia é que, a cada semana, seja publicado um vídeo, apresentado por bispos e padres, que fala sobre aspectos da devoção à Virgem Maria. O lançamento do quadro ocorreu no dia 10 de março e teve a apresentação do bispo de Franca (SP), Dom Paulo Roberto Beloto, que nasceu em Adamantina e fez parte do clero mariliense. No primeiro episódio, o bispo trata do tema “Maria no mistério cristão” e afirma que a missão de Maria é nos levar até seu Filho. Dom Beloto lembra que Maria está presente nos grandes momentos que constituem o mistério cristão, como na Encarnação, no apostolado, na Paixão, na Páscoa e em Pentecostes. “Ela está integrada no mistério de Cristo”, afirma o bispo de Franca. A cada segunda-feira, um novo episódio do quadro “Caminhando com Maria” é publicado no Portal (diocesedema-

rilia.com.br), no canal do Youtube e no Facebook da Diocese de Marília. Todos os meses, de março a setembro, no dia 12, haverá o quadro consagração dos fiéis à Mãe Aparecida. No quadro Consagração, a cada mês uma categoria de fiéis será consagrada à Mãe de Deus. Em março, foram colocadas aos pés de Nossa Senhora todas as crianças, especialmente aquelas que sofrem com a falta de um lar, saúde e educação e aquelas que são desrespeitadas em sua dignidade. Também foram consagrados todas as pastorais e movimentos e que trabalham com a evangelização das crianças. Outra iniciativa que visa celebrar o Ano Mariano é a postagem do Boletim Aparecida 300, que será elaborado em parceria com o Santuário Nacional de Aparecida, com o objetivo de divulgar, esporadicamente, nos canais oficiais da Diocese de Marília, todas as ações das paróquias e movimentos diocesanos durante o Ano Nacional Mariano. O teaser de lançamento será divulgado no dia 27 de abril. Até o fechamento desta edição, segundo as estatísticas do Facebook, as publicações do Ano Mariano haviam alcançado um público de 93.039 pessoas.

Foto: Pascom São José Operário | Tupã

Nova coordenação diocesana da Pastoral Litúrgica foi eleita durante o encontro

Pascom

Comunicar-se e comunicar

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PE. VALDEMAR CARDOSO

inguém deve depender de ninguém. A pessoa é dotada de infinitos recursos para nutrir sua vida de amor com liberdade. Todos são chamados a conviver com todos. Alienar-se de si mesmo, não. Alinhar-se consigo mesmo, sim. Muita gente passa o tempo todo esperando pelo amor e pelo respeito dos outros, ou vivendo em função de alguém. Pessoas assim colocaram seu ponto de felicidade fora de si. Por isso, estão fora de si. Elas não sabem que a felicidade está dentro, e por isso vem de dentro. O de fora em si é reflexo. Quem vive sumido de si, vive consumido pelos outros. Cada pessoa humana foi criada para estar com ela mesma. Só depois, poderá estar com as outras. A qualidade de relacionamento de uma pessoa com as demais dependerá da qualidade de relacionamento dela consigo mesma. É o fenômeno do reflexo. O côncavo e o convexo se encaixam. O trato com o qual a pessoa se trata, os outros a tratarão. Daí o respeito, o bom trato que se deve ter por aquilo que se é,

e por aquilo que se sente. Isso delimitará até onde os outros poderão chegar, sem invadir o espaço alheio. Somente uma pessoa comprometida consigo mesma fará com que as outras se relacionem com ela em amor, em respeito. Esteja de bem com você e todo mundo do bem ficará de bem com você também. Assim seja.

Pe. Valdemar Cardoso é membro da Pascom diocesana


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Destaque Celebração conjunta ordena três novos diáconos Cerimônia ocorreu em Tupã, na Matriz de São Pedro Apóstolo, no dia 31 de março. A igreja ficou lotada e celebração contou com a presença dos bispos Dom Luiz Antonio Cipolini e Dom Osvaldo Giuntini, e também de diversos sacerdotes e diáconos, da Diocese de Marília e de outras dioceses do Estado de São Paulo. Fotos: Érica Montilha | Pascom Diocesana

Momentos da cerimônia de ordenação diaconal em Tupã

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Diocese de Marília acompanhou, no último dia de março, a ordenação conjunta de três novos diáconos. Francisco Antônio dos Anjos Andrade, Guilherme Massoca Baptista e Marcelo Feltri Ribeiro foram ordenados pela imposição das mãos do bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini. A cerimônia ocorreu na Matriz de São Pedro Apóstolo, de Tupã, que ficou lotada de fiéis, amigos e familiares dos três jovens. Estiveram presentes o bispo emérito, Dom Osvaldo Giuntini, e diversos sacerdotes, diáconos e seminaristas, não só da Diocese de Marília, mas também de outras dioceses da Província Eclesiástica de Botucatu e do Estado de São Paulo. Os então seminaristas foram chamados pelo Diácono Marcelo Henrique Gonzales Dias, conforme prescreve o rito de ordenação diaconal. Em seguida, eles foram apresentados pelo Cônego José Carlos Dias Tóffoli, que deu testemunho da dignidade dos candidatos. O sacedote foi reitor do Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos (Itra) e acompanhou os candidatos durante o curso de Teologia. Em sua homilia, Dom Luiz falou sobre o serviço e afirmou que “o discípulo de Jesus não pode seguir um caminho diferente do Mestre, mas, se quer levar o Seu anúncio, deve imitá-Lo”. “Se evangelizar é a missão dada a cada cristão no Batismo, servir é o estilo de vida dos discípulos de Jesus”, afirmou. Falando sobre o serviço do diaconado, o bispo indicou que “o diácono deve ter a coragem de ir na direção oposta à vontade própria, para sair de si mesmo, abraçar a cruz e fazer a vontade de Deus, renunciando a toda glória, poder e dominação”. Ele lembrou, ainda, que o candidato deve doar sua vida em favor de mais vida para todos, “sobretudo dos pobres e necessitados”. E para não terem medo de serem servos de Cristo, Dom Luiz disse que são necessários para os candidatos ao diaconado a disponibilidade e o diálogo constante com o Senhor. O RITO No rito de ordenação, os três seminaristas fizeram o propósito de guardar o mistério da fé, servir à Igreja, abraçar o celibato, progredir na

oração e seguir o exemplo de Cristo. Eles também prometeram obediência ao bispo diocesano e aos seus sucessores. Após o propósito dos eleitos, houve a prostração e a invocação de todos os santos. Em seguida, Dom Luiz Antonio impôs as mãos e proferiu a prece ordenando os três novos diáconos da Diocese de Marília. Então, Francisco, Guilherme e Marcelo receberam as vestes diaconais, o livro dos Evangelhos e o ósculo da paz do bispo diocesano. Na sequência, eles receberam os cumprimentos de Dom Osvaldo, e de todos diáconos e sacerdotes presentes. O momento da ladainha, a imposição das mãos e a prece de ordenação foram ressaltados como os mais tocantes pelo diácono Francisco. “Percebi que não estava só. A Igreja inteira intercedia por mim”, emocionou-se. “Pude viver uma inesquecível experiência da graça de Deus em minha vida. Durante a invocação da Ladainha de todos os Santos, enquanto estava prostrado no chão, senti a oração de toda a Igreja em favor de nosso ministério. Ao mesmo tempo, passou um ‘filme’ em minha cabeça, rememorando os momentos mais marcantes que vivi ao longo dos oito anos de seminário”, disse Guilherme. Para Marcelo, o momento da ordenação trouxe um misto de sensações. “Aquilo que esperei por tantos anos, então se concretizava. Rezo ao Senhor, pedindo a graça de ter um ministério fecundo, no amor ao povo de Deus, tal como é a missão do diácono. Foi uma alegria ver o povo de Deus, que veio para rezar conosco aquele momento de consagração a Deus e à Igreja”, comentou. O EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO Conforme decisão do bispo e do Conselho de Presbíteros, o diácono Francisco atuará na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Marília, juntamente com o pároco, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. Já Guilherme foi designado para auxiliar o Pe. José Orandi da Silva, na Catedral Basílica de São Bento, também em Marília, enquanto Marcelo trabalhará em Panorama, na Paróquia São José, juntamente com o Pe. José Ferreira Domingos.


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Três jovens e o desejo comum do ministério ordenado Francisco e Guilherme estão juntos desde a primeira etapa da formação, no Seminário Propedêutico, em 2009. No ano de 2013, eles ingressaram com Marcelo no curso de Teologia. Nesta página, eles contam como foi que receberam o chamado e como aconteceu o discernimento vocacional, que culminou na ordenação conjunta.

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Foto: Sinkrofoto

rês histórias e algo em comum: o chamado de Deus e o desejo de seguir o ministério ordenado. Francisco Antônio dos Anjos Andrade, Guilherme Massoca Baptista e Marcelo Feltri Ribeiro concluíram juntos, em 2016, a graduação em Teologia, e foram ordenados diáconos em uma cerimônia conunta realizada no dia 31 de março, em Tupã. Mas somente Francisco e Guilherme estão juntos desde a primeira etapa de formação, quando ingressaram no Seminário São Pio X, em Marília, para cursarem o propedêutico, no ano de 2009. Em 2013, os três se juntaram para o curso de Teologia. A história em comum deles, no entanto, começa com o chamado de Deus. Francisco, que tem 28 anos de idade, garante que antes de 2008 nunca havia pensado em ser padre. Ele concluiu os estud o s do ensino médio e almejava seguir a carreira de engenheiro elétrico e chegou a fazer curso profissionalizante nesta área. Ao mes-

mo tempo que trabalhava em uma empresa tradicional da cidade de Pompeia, onde nasceu, participava de grupos de jovens na Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Para Alzira Dias, amiga desde a época de juventude, Francisco sempre foi carismático e tinha um envolvimento especial com a Igreja. “Já notávamos esse chamado vocacional e recebemos com alegria a notícia do ingresso no seminário. E mesmo em suas férias, Francisco não esquecia de convidar os amigos para momentos de oração. Para nossa alegria, ele deu seu ‘sim’”, compartilhou a amiga, que participou da ordenação. Guilherme, natural de Tupã, contou que nasceu em berço católico e desde cedo foi engajado na vida da comunidade. “Fui perseverando na caminhada de fé e por volta dos 15 anos de idade, senti um chamado de Deus para ‘avançar para águas mais profundas’, no entanto, não me sentia preparado para dizer ‘sim’ à voz do Senhor, que ecoava em meus ouvidos”, lembrou o novo diácono, de

29 anos, que chegou a cursar Ciências Contábeis até 2008. “Era cada vez mais evidente que tudo o que eu realizava na comunidade paroquial não era suficiente para atender aos anseios que sentia em meu coração”, disse. Durante os últimos anos de sua caminhada, Guilherme teve o acompanhamento e apoio do Pe Adriano dos Santos Andrade, pároco em Irapuru e Flora Rica, onde realizou estágio pastoral. “Sua presença foi marcante para nossas comunidades, pois foi o primeiro seminarista a fazer pastoral em nossas paróquias. Ele cativou a todos com sua amizade”, garantiu o sacerdote. Marcelo, que acabou de completar 32 anos, relatou que também nasceu em família católica e desde cedo aprendeu a amar a Virgem Maria e seu Filho, Jesus. Porém, no início da adolescência, deixou de frequentar as missas. “Foram nove anos sem ter nenhuma vivência de comunidade, longe de Deus. E foi muito difícil. Mas o Senhor não se esqueceu

de mim”, garantiu. Quando voltou à Igreja, ingressou em um grupo de jovens. Certo dia, ajoelhou-se diante do Santíssimo Sacramento e perguntou a Jesus o que queria dele. “Fechei os olhos e foi quando me vi como as vestes sacerdotais. A princípio, não aceitei a ideia de ser padre. Foi preciso acompanhamento e direção espiritual para aceitar o chamado de Deus”, contou Marcelo, dizendo que era feliz em seu emprego e que tinha várias oportunidades de crescimento dentro da empresa. Isso tudo ocorreu na Diocese de Bauru. Sua vinda para Marília só ocorreu em 2009, quando ingressou na Missão Louvor e Glória. A notícia do ingresso no seminário causou surpresa à família. A mãe, Olinda Maria Feltri Ribeiro, disse que a decisão foi bem aceita pela família. “Em todo período de formação demos muito apoio emocional a ele. Fiquei muito feliz com a ordenação. Também me sinto realizada como mãe de um futuro padre”, disse ela.


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Paróquias celebram São José com novena e tríduos O Dia de São José, Esposo de Maria e Patrono da Igreja Universal, foi celebrado em 19 de março e a data foi especialmente comemorativa em três paróquias da Diocese de Marília, que o tem como padroeiro: Osvaldo Cruz, na Região II, e Flora Rica e Panorama, na Região Pastoral III. Em Osvaldo Cruz, a comemoração foi feita com uma novena, sendo que cada dia teve a participação de um setor representativo da sociedade. A comunidade também teve quermesse, missa e procissão. Para o pároco, Pe. Marcos Leite Azevedo, a novena foi muito participativa e na missa festiva, um momento de destaque foi o ofertório. Os fiéis ofereceram os R$ 90 mil adquiridos para a compra dos bancos da capela da comunidade Nossa Senhora da Rosa Mística, que fica no bairro Álvaro Campoy. “Um total de 72 fiéis ficaram responsáveis por vender 10 bancos e o gesto concreto de toda a comunidade foi ofertado durante a missa do dia 19, para lembrar também que São José foi carpinteiro. Esses 10 bancos acomodarão 650 pessoas na ca-

Foto: Paróquia São José | Panorama

Em Panorama, os fiéis participaram de uma procissão antes da missa festiva

pela, que foi construída recentemente”, contou o pároco. Além da paróquia, São José também é o padroeiro de Osvaldo Cruz. “Ele foi escolhido para valorizar a presença do pai na família e para valorizar o trabalhador”, complementou. Em Flora Rica, cidade com 1.600 habitantes, a comemoração do padroeiro também reuniu fiéis da vizinha cidade de

Irapuru. Um tríduo, seguido de quermesse e uma missa em ação de graças compuseram a festa em honra ao padroeiro. O pároco, Pe. Adriano dos Santos Andrade, explicou que toda a renda obtida com a festa será investida na reforma da igreja. Assim como Osvaldo Cruz, São José também é padroeiro de Flora Rica. O sacerdote lembrou que, além de ser o patrono da Igreja Universal, a devoção a

São José também é expressiva por ele ser esposo de Maria. “Ele é uma referência para a família, tendo em vista que recebeu a missão de cuidar da Sagrada Família. Ao lado de Maria, ele aprendeu a fazer a vontade de Deus. E ele fez tudo conforme o anjo lhe havia dito”, comentou o Pe. José Ferreira Domingos, pároco em Panorama, que também tem São José como padroeiro. O sacerdote ministrou palestras do tríduo e cada dia destacou um tema sobre o santo. “Houve boa participação dos fiéis. E no dia de São José, tivemos procissão e uma missa festiva”, informou. PAPA FRANCISCO O dia 19 de março também marcou o aniversário de quatro anos de pontificado do Papa Francisco. Eleito no dia 13 de março de 2013, o Papa escolheu o dia de São José para marcar o início do seu pontificado. Jorge Mario Bergoglio, que era arcebispo de Buenos Aires, é o primeiro papa latino-americano e o primeiro proveniente da Ordem dos Jesuítas.

Marília sedia encontro de núcleos da CRB e celebra Ano Mariano A cidade de Marília sediou, no dia 18 de março, um encontro de religiosos das dioceses de Assis, Araçatuba, Lins, Marília e Ourinhos. Os participantes, membros de congregações, institutos, ordens e comunidades de vida, em um total de 52 pessoas, estiveram reunidos no Colégio Cristo Rei, dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus. O evento de núcleos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) contou com a assessoria da coordenação da CRB Regional São Paulo (SP): Pe. Rubens Pedro Cabral, OMI, Irmã Geralda Maria Martins da Cruz, CIIC, Ir. Bernadete Meneghello, FP, e Irmão Auristênio Batista Bandeira, SC. A equipe estadual está passando por todos os núcleos diocesanos, para prepará-los para a Assembleia Regional, que será no Santuário Nacional de Aparecida, em 10 de setembro, quando ocorrerá a Romaria dos Religiosos do Estado de São Paulo, em comemoração aos 300 anos de encontro da imagem da padroeira do Brasil. Os temas tratados em Marília foram as diretrizes da CRB Nacional e da Regional de São Paulo e também o Ano

Mariano. Este, aliás, foi o motivo dos religiosos receberem a imagem peregrina da padroeira do Brasil, vinda da Basílica Nacional de Aparecida. Com os encontros regionais, o primeiro objetivo, segundo o Pe. Rubens, era identificar os religiosos que trabalham em um determinado conjunto de núcleos. “Saber quem são, onde convivem, que tipo de trabalho executam e como vivem. Em seguida, pretendíamos agradecer o trabalho, a generosidade, a doação, o compromisso, enfim, a vida entregue por eles. E, por fim, outro objetivo era programar esse grande evento que queremos realizar em Aparecida. Queremos motivar todos os religiosos a participar”, informou o sacerdote. Todo o encontro ficou sob a responsabilidade do Núcleo de Marília, que tem como coordenador o Irmão Felipe Paiva, SC. Outros membros da CRB de Marília são a vice-coordenadora, Irmã Nádia Santos, IASCJ, e a secretária, Irmã Virgínia Costa, IASCJ. A respeito do objetivo do encontro, o Irmão Felipe afirmou que a vida religiosa tem que se unir e celebrar juntos, “compartilhando o

que é bom e ruim”. Duas participantes, de Ourinhos, foram as Irmãs Cíntia Elaine de Lima Bastos e Maria Aparecida da Cruz, que são Carmelitas e tem como carisma “contemplar para evangelizar à luz do Espírito Santo”. Elas consideraram que o encontro ajudou muito no crescimento espiritual e humano. “Enriquece até mesmo nossa vocação. Precisamos dessas palavras e desses momentos de oração”,

disse a Irmã Cíntia. O bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, prestigiou o encontro da CRB e, questionado pelo NO MEIO DE NÓS sobre a importância dos religiosos na vida da Igreja, afirmou: “eles são sinal profético para os nossos tempos. Com seus votos de pobreza, obediência e castidade, eles vão mostrando ao mundo como é ser cristão na sua radicalidade evangélica”. Foto: Tiago Barbosa | Pascom Diocesana

Estiveram reunidos religiosos dos núcleos de Assis, Araçatuba, Lins, Marília e Ourinhos


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Fiéis da Diocese celebram as 24 Horas para o Senhor A iniciativa foi proposta pelo Papa em 2013 e a Diocese de Marília aderiu, de forma significativa, no ano passado. As paróquias tiveram o respaldo de um subsídio com propostas de como celebrar a data. Durante 24 horas, as igrejas ficaram de portas abertas e os fiéis se revezaram na adoração ao Santíssimo Sacramento. Como nos anos anteriores, o Papa Francisco propôs que novamente as paróquias de todo o mundo celebrassem as 24 Horas para o Senhor, em preparação à Páscoa. Trata-se de um período de oração e adoração ao Santíssimo Sacramento em todas as igrejas, pelo período de 24 horas, em que

ficam de portas abertas. O propósito é criar uma corrente de oração em todo o mundo. Na Diocese de Marília, milhares de fiéis aderiram à proposta do Papa nos dias 24 e 25 de março, e neste ano, houve maior participação, em relação ao ano passado. O Centro Diocesano de Pastoral Fotos: Divulgação

Fiéis da Paróquia Santa Rita de Cássia, de Marília, fazem adoração

Fiéis de Bastos nas 24 Horas para o Senhor, juntamente com o pároco

Iniciativa abriu a igreja Santo Antônio, de madrugada, em Junqueirópolis

(CDP), inclusive, distribuiu às paróquias um subsídio com propostas de como envolver os fiéis. “Foi um material muito bem preparado, com conteúdo orante e piedoso”, ressaltou o Pe. Edson de Oliveira Lima, de Marília. Além das 24 horas de orações ininterruptas, alguns sacerdotes atenderam confissões, ministraram o sacramento da Unção dos Enfermos e também presidiram celebrações nesse período, inclusive durante a madrugada. Foi o que ocorreu nas paróquias Santo Antônio, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Sagrado Coração de Jesus, de Marília, Nossa Senhora Auxiliadora, de Avencas, e Santo Antônio, de Adamantina, onde os fiéis participaram de missas às 3h da madrugada. A Paróquia São José Operário, de Tupã, ofereceu aos fiéis a possibilidade de se confessarem até o início da madrugada. E em Irapuru, a iniciativa teve um momento especial, que foi uma missa às 9h da manhã do sábado, para os idosos e doentes, na qual eles receberam o sacramento da Unção dos Enfermos. De maneira geral, as paróquias criaram escalas, sendo que diversos grupos se revezaram para que o Santíssimo Sacramento não ficasse nenhum momento sem adoração. Em Tupã, um grupo de jovens grupo da Paróquia São José Operário assumiu a escala à meia-noite e ficou na igreja até as 2h. “Tivemos momentos em que entoamos canções e momentos de maior silêncio. Achei bem legal”, contou a jovem Amanda Dias, de 16 anos de idade. As 24 Horas com o Senhor tiveram adesão de diversos jovens. Em Marília, um grupo da Paróquia Sagrada Família ficou com o Santíssimo Sacramento das 16h às 17h. “Nesse período, tivemos muita adoração, lou­vor e agradecimento pelo trabalho em nossa paróquia. Oração para que tenhamos cada vez mais forças”, disse Thiago Rodrigues Carvalho.

Cinco Urgências do PDP se estruturam e realizam reuniões O Plano Diocesano de Pastoral (PDP) é formado por cinco Urgências: Igreja em estado permanente de missão; Igreja: casa de iniciação à vida cristã; Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja: comunidade de comunidades; Igreja a serviço da vida plena para todos. Para desenvolver cada uma das urgências, foram criadas equipes, coordenadas, respectivamente, pelos padres Willians Roque de Brito, Anderson Messina Perini, André Luiz Martins dos Santos, Adenilson de Oliveira e José Carlos Vicentin. A equipe que vem realizando reuniões desde o lançamento do PDP, em 2012, foi a da Urgência 2. O último encontro da Urgência 2 ocorreu no dia 21 de março, em Parapuã e as reuniões têm sido, geralmente, mensais. Nesse período todo, diversos trabalhos já foram concretizados e o próximo será para a Pastoral do Batismo. “Será um subsídio para encontro preparatório para o Batismo de Crianças, bem como material para encontro de noivos e legitimação matrimonial”, informou o Pe. Anderson. Antes, no dia 4 de março, ocorreu a reunião da Urgência 5. O Pe. Vicentin informou que esta foi uma oportunidade para os integrantes se conhecerem e vislumbrarem a possibilidade de atuarem em parcerias. Eles também programaram o Encontro Diocesano das Pastorais Sociais, agendado para 9 de julho. No dia 18, ocorreu a reunião da Urgência 4. Na ocasião, o Pe. Adenilson apresentou o texto do PDP para que os participantes tivessem maior clareza sobre o papel que a Urgência 4 tem dentro da Igreja. A Urgência 1 ainda está formando a equipe e a Urgência 3 fará sua primeira reunião no segundo semestre. A atualização do PDP foi proposta na Assembleia Diocesana do ano passado e aprovada no Encontro Diocesano de Assessores e Agentes de Pastoral, realizada no início do ano. Foto: Érica Montilha | Pascom | Diocese de Marília

Assembleia Diocesana de 2016 aprovou atualização do PDP


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Pastoral da Criança implanta novo Guia do Líder No ano passado, a coordenação nacional da Pastoral da Criança lançou o Guia do Líder 2015, renovado e adaptado às novas exigências das realidades locais. O subsídio já foi implantado em cinco ramos (paróquias) da Diocese de Marília: São Pedro Apóstolo, de Garça; Santuário Sagrado Coração de Jesus, de Vera Cruz; Sagrada Família, de Marília; Santo Antônio de Pádua, de Adamantida; e Nossa Senhora das Graças, de Pacaembu. De acordo com o coordenador diocesano, Moisés Soudário Inácio, este é um processo lento e a próxima etapa será implantar o guia em mais cinco ramos. O subsídio traz um acompanhamento nutricional, informações sobre hortas caseiras, brincadores e brinquedistas na Celebração da Vida. “Um dos pontos de

Cáritas regional comemora jubileu de ouro de criação A Cáritas Brasileira Regional São Paulo foi criada em 4 de abril de 1967, como organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) do Regional Sul I e assumiu a missão da prática da caridade junto às populações mais pobres e marginalizadas. “Celebrar o Jubileu é fazer a memória da caminhada, resgatar a história para compreender o presente e ajudar a construir os passos futuros. É um momento forte de volta às origens, de retomada da inspiração original da Cáritas Brasileira: o serviço da caridade libertadora, como sinal e presença do Projeto de Jesus Cristo para a humanidade”, disse em nota a coordenação estadual da Cáritas. A proposta foi que todas as dioceses que têm a Cáritas fizessem memória à data nas missas dos dias 1º e 2 de abril. Na oportunidade, foi lida a Oração do Jubileu da Cáritas Brasileira Regional São Paulo. A ação também foi repetida na Diocese de Marília, segundo informou o presidente da Cáritas Diocesana, Pe. José Carlos Vicentin. De acordo com ele, as paróquias receberam um pedido para que incluíssem a Oração do Jubileu da Cáritas Regional nas missas do primeiro final de semana do mês de abril.

Foto: Pastoral da Criança

No novo Guia do Líder, a pastoral estimula a produção de alimentos pelas famílias

destaque do guia é o estímulo para que as famílias criem o hábito de cultivarem alimentos em suas casas”, informou Moisés. Para a líder Fátima Aparecida Mar-

tins, de Adamantina, a reeducação alimentar é fundamental. “Hoje, as mães têm dado mais alimentos industrializados e feito menos comida. Isso é um problema para as crianças”, destacou.

Segundo o coordenador, na Diocese de Marília, o principal problema diz respeito à alimentação das crianças e aos cuidados em casa. “Por isso, a importância de envolver as mães nesse trabalho”, afirmou Moisés. Na Diocese, a multiplicadora, responsável pela ação de formar e acompanhar os capacitadores deste novo Guia, é Evelyn Cardoso, de Marília. Atualmente, a Pastoral da Criança diocesana acompanha, por meio de 264 líderes, cerca de 1.935 crianças, de zero a seis anos de idade, e 109 gestantes. A pastoral tem outros 458 voluntários sem capacitação. Das 26 paróquias que tem a Pastoral da Criança na Diocese de Marília, 11 são da Região I, sete da Região II e oito da Região Pastoral III.

FIQUE DE OLHO ABRIL SOLIDÁRIO Desde o ano de 2015, a coordenação nacional da Pastoral da Saúde lançou a campanha Abril Solidário, que estimula os fiéis católicos a doarem sangue. Desde o início, a Diocese de Marília seguiu as orientações e também motivou seus fiéis, segundo lembrou a coordenação diocesana da Pastoral da Saúde. Embora a pastoral tenha divulgado a campanha em todas as paróquias, através de cartazes, não é possível mensurar o aumento das doações de sangue nos hemocentros. Todos os anos, o tema da campanha é “Pastoral da Saúde: solidariedade tá na veia”. A motivação ocorre durante os 30 dias do mês de abril. Segundo a coordenação nacional, a doação de sangue é, ainda hoje, um problema de interesse mundial; pois não há uma substância que possa, em sua totalidade, substituir o tecido sanguíneo. ESCOLA DE COMUNICAÇÃO Está marcado para o dia 8 de abril a segunda aula da Escola de Comunicação Paulo Apóstolo. Este encontro será realizado por pólo, um em cada Região Pastoral. Na Região I, o encontro ocorrerá em Marília, na Faculdade João Paulo II (Fajopa). O tema a ser estudado, das 14h às 16h50, será “Pastoral e comunicação” e o assessor convida-

do foi o Pe. Danilo Nobre dos Santos. O Polo I tem 151 alunos inscritos. A Região Pastoral II terá seu encontro em Osvaldo Cruz, na Paróquia São José. O tema da segunda aula será “Marketing católico e produção de conteúdo”, com o jornalista Rodrigo Viúdes, de Marília. Na aula inaugural, havia 99 alunos da Região II inscritos na escola. Assim como na Região I, em Osvaldo Cruz a aula também será ministrada das 14h às 16h50. Somente em Irapuru, pólo da Escola de Comunicação da Região III, a aula será ministrada das 14h às 18h. Isso porque a disciplina será “Produção de textos”, que requer mais tempo. O encontro será na Paróquia Santa Genoveva e terá como assessores os jornalistas Alcyr Netto e Geraldo Laterutta. A expectativa é de que participem os 52 alunos inscritos no início do curso. A coordenação da Escola de Comunicação lembra que o investimento de cada aluno será de R$ 10,00, a serem pagos no dia da segunda aula. ORAÇÃO AO ESTILO TAIZÉ No dia 8 de abril, a Família Marianista de Marília organizará, novamente, a Oração ao Estilo de Taizé. O evento terá início às 19h30, na sede da Comunidade Marianista. “No marco do Dia Nacional de Juventude e às portas da Semana Santa, convidamos você para participar da Oração ao Estilo de Taizé. Venha rezar,

cantar e, com o silêncio, buscar o encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus”, disse Victor Augusto Ferreira de Aguiar, religioso marianista. Segundo ele, a Equipe de Pastoral Marianista — da qual fazem parte religiosos, leigos e leigas marianistas — está à disposição das paróquias que desejam acolher uma Oração ao Estilo de Taizé. “Com este projeto, iríamos à paróquia e dinamizaríamos o tempo de oração”, finalizou. A paróquia que se interessar, poderá entrar em contato pelo email aguiarsm09@gmail.com ou pelo fone (14) 99731-7599. MISSA DOS SANTOS ÓLEOS No dia 11 de abril, às 19h30, a igreja São José, de Osvaldo Cruz, sediará a Missa dos Santos, com a participação de sacerdotes e representantes das paróquias da Diocese de Marília. Na celebração, o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, abençoará os Óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos e consagrará o óleo do Crisma. Em seguida, os óleos serão entregues aos dois representantes de cada paróquia. Na ocasião, os presbíteros também farão a renovação das Promessas Sacerdotais, feitas no dia da ordenação sacerdotal. Por esse motivo, a celebração também é conhecida por Missa da Unidade. Neste ano, também será entregue o Plano Diocesano de Pastoral com vigência de 2017 a 2020.


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Atualidade CRB chama atenção para Reforma da Previdência A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) publicou carta, no início de março, manifestando sua opinião sobre a reforma da previdência. O documento é assinado pela presidente da instituição, Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, reeleita em 2016. A religiosa fala em nome dos mais de 35 mil religiosos do Brasil e convoca todas as lideranças da Igreja Católica a se posicionarem contrários à atual reforma da previdência, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016. “Literalmente querem nos tirar as migalhas”, afirma ela, dizendo que a medida fere os direitos de muitos, especialmente das crianças e jovens mais pobres e vulneráveis. A Irmã Maria Inês faz referência ao fato de que a proposta visa, entre outras coisas, extinguir o direito à filantropia, a que muitas instituições beneficentes e de caridade têm direito. “Trata-se de um dos efeitos colaterais de contornos imprevisíveis contra os pobres dessa nação no presente e no futuro”, afirma. A questão é o fim da imunidade tributária das entidades beneficentes e de

Foto: Fraternidade Franciscana São Boaventura

Religiosa demonstra indignação e alerta para consequências da aprovação da PEC

assistência social. “Ou nós nos mobilizamos e defendemos o direito das nossas instituições e dos pobres, ou mais uma vez pagaremos a conta dos desmandos palacianos”, afirma ela, conclamando o engajamento de lideranças, religiosos, colaboradores e atendidos das unidades sociais, escolas, universidades, hospitais e centros de atendimentos gerenciados pelos consagrados. Para atestar sua defesa às entidades filantrópicas, a religiosa apresenta pes-

quisa do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonic), realizada a partir de dados oficiais fornecidos pela própria administração pública, a qual revela que as entidades imunes proporcionam um retorno social da ordem de 5,92 x 1. “Isto é, para cada R$ 1,00 não cobrado em tributos, R$ 5,92 são convertidos em benefício da população, na forma de serviços, empregos, infraestrutura, qualidade de vida e conhecimento. Ou seja: se o governo tirar a filantropia

das instituições que prestam esses serviços, ele terá que arcar com a assistência a essas pessoas, gastando 5,92 vezes mais do que arrecada para dar o atendimento necessário. Como percebemos, essa decisão é pouco inteligente e incidirá diretamente na queda ou desqualificação do atendimento dos mais necessitados”, informa. E ela ainda alerta: “Caso as entidades filantrópicas percam esse incentivo, centenas ou milhares de escolas, hospitais, universidades, centros sociais, centros de atendimentos a vulneráveis deverão fechar as portas. Milhões de pessoas serão privadas de atendimento digno e humanitário nas unidades atendidas pelas filantrópicas e passarão para a rede pública, já incapaz de oferecer ao nosso povo o mínimo em saúde e educação. A consequência de curto prazo, será o aumento de crianças e adolescentes vivendo na rua, com muita possibilidade de futuramente assaltarem os que hoje lhe negam um tratamento digno. E então, a economia feita hoje, será insuficiente para construir prisões para abrigar os infratores produzidos pelo abandono produzido por tal decisão”, escreve.

Papa anuncia canonização dos “Protomártires do Brasil” O Papa Francisco aprovou, no dia 23 de março, a canonização dos beatos André de Soveral e Ambrósio Francesco Ferro, padres diocesanos, o leigo Mateus Moreira, como também de 27 companheiros, mártires, assassinados por ódio à fé no Brasil, em 16 de julho e 3 de outubro de 1645. A notícia levou alegria à Arquidiocese de Natal (RN), onde tudo aconteceu. Na primeira data, o Pe. André e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por mais de 200 soldados holandeses e índios potiguares, durante uma missa dominical, no Engenho Cunhaú, hoje município de Canguaretama, localizado a Zona Agreste do Estado. A razão foi simplesmente o fato de seguirem a religião católica. Quatro meses depois, um novo massacre, desta vez com 80 pessoas, dentre elas Pe. Ambrósio, sendo mortas pelos holandeses.

A matança ocorreu no Engenho de Uruaçu, hoje pertencente ao município de São Gonçalo do Amarante. Na oportunidade, o sacerdote se manteve firme na fé e o camponês Mateus teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. O processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé em 16 de junho de 1989. E em 1998, o Papa João II assinou o Decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, dentre eles os dois sacerdotes. A cerimônia, no Vaticano, contou com a presença de cerca de mil brasileiros. Na época, o Postulador da Causa dos Mártires, Monsenhor Francisco de Assis Pereira reuniu documentos e fez pesquisas em Portugal, Holanda e também no Brasil, e o resultado desse material foi a publicação de um livro, intitulado “Pro-

tomártires do Brasil”, lançado no final de 1999. “O termo protomártires é porque eles foram os primeiros que derramaram o sangue pela fé em nossa Pátria, tendo o seu martírio reconhecido oficialmente pela Igreja”, disse o Monsenhor Assis, nomeado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como responsável pela organização do Martirológio da Igreja no Brasil. A CANONIZAÇÃO De acordo com a assessoria de imprensa da Arquidiocese de Natal, a canonização será no Vaticano e a data ainda não foi definida. A expectativa é de que seja ainda neste ano de 2017. A CNBB vai pedir à Santa Sé para estender esta festa para o calendário litúrgico de todo o Brasil, e não somente para a Arquidiocese de Natal.

Foto: Arquidiocese de Natal

Pe. André, leigo Mateus e Pe. Ambrósio


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Abril de 2017

Região II Retiro reúne seminaristas na Casa Pastoral Diocesana Os seminaristas de Teologia da Província Eclesiástica de Botucatu participaram de um retiro em Adamantina, de 2 a 5 de março. Na oportunidade, 39 dos futuros padres das dioceses, menos Ourinhos, estiveram reunidos na Casa Pastoral Diocesana Dom Osvaldo Giuntini e tiveram como pregador o bispo de Franca (SP), Dom Paulo Roberto Beloto, que fez parte do clero da Diocese de Marília. Segundo ele, as reflexões foram sobre o valor da oração e do ministério sacerdotal, da importância do encontro com o Senhor e Sua Palavra. “Jesus chamou os discípulos para ficar com ele nessa intimidade da oração, nessa escuta atenta da Palavra, de silêncio e até mesmo de solidão. É isso que nos sustenta”, garantiu Dom Beloto, que já foi formador, antes de ser nomeado bispo. Além de ser bispo diocesano de Franca, ele também é presidente da Comissão dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada do Regional Sul I, que compreende as dioceses do Estado de São Paulo. Dom Beloto disse ser gratificante reencontrar muitos amigos, uma vez que, além de padre, também foi professor, reitor do Seminário Propedêutico, diretor de estudos e diretor espiritual. O retiro em Adamantina também contou com a presença do reitor do Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos (Itra), Pe. Dirceu Montovani, do clero de Presidente Prudente; do vice-reitor,

Pe. Braz Venâncio, da Diocese de Lins; e do Pe. Irineu de Castro, também de Lins, que é o diretor espirtual. O Pe. Irineu lembrou que o retiro faz parte do processo formativo dos seminaristas. “Todas as dimensões da formação são importantes, mas a espiritualidade ilumina todos os eixos”, afirmou. “O retiro tranquiliza o interior e, a partir dessa experiência espiritual, os seminaristas dão continuidade à sua missão”, complementou ele, que considerou importante começar o ano e também o tempo quaresmal com essa dimensão espiritual. O seminarista Vítor Hugo Pinheiro, de Lucélia, do terceiro ano de Teologia, revelou que saiu do retiro motivado a rezar e dar a vida pelo povo de Deus. “Quero viver com integridade minha vocação para a qual Ele me chamou”, afirmou. As reflexões do retiro também motivaram Guilherme Caetano da Silva, da Diocese de Assis. O seminarista do primeiro ano de Teologia elogiou o pregador e também considerou o local propício para a realização do evento. “O espaço é bom, tem um amplo jardim. E existe a comunidade que cuida do espaço. Eles são sinal de Deus”, disse, referindo-se à Comunidade Alpha e Ômega, que administra a Casa Pastoral. “A equipe de formação da Província de Botucatu também está de parabéns”, concluiu Guilherme. Foto: Milton Ura | No Click com o Senhor

Seminaristas reunidos na Casa Pastoral Diocesana com bispo e sacerdotes formadores

Igreja acompanha vereadores em Adamantina Ainda no ano passado, durante a campanha eleitoral, o pároco da Paróquia Santo Antônio, de Adamantina, Pe. Rui Rodrigues da Silva, convidou todos os candidatos a vereador para uma celebração. “Falei o que esperávamos deles e comuniquei que a paróquia faria um acompanhamento, para valorizar seu trabalho como nossos representantes. Lembrei eles de que estão a serviço dos munícipes e que a Câmara Municipal é a casa legislativa do povo”, relembrou o sacerdote. Foi assim que começou uma história de mobilização e exercício da cidadania dos fiéis católicos. Até então, a participação das sessões camarárias era ínfima e a paróquia se organizou, em princípio, para que todos os agentes conheçam a casa. “São duas sessões mensais e em cada uma um grupo, de

pastoral, movimento ou comunidade, faz o acompanhamento dos trabalhos. Em seguida, as experiências são partilhadas nas reuniões do Conselho Paroquial de Pastoral”, contou o Pe. Rui, que está presente em todas as sessões. No final do ano, durante a Assembleia Paroquial, será discutido de que maneira ocorrerá o acompanhamento dos trabalhos em 2018. Adamantina tem um total de nove vereadores, dentre os quais seis são católicos atuantes. Os edis se disseram felizes com a presença da Igreja nas sessões. “Eles afirmaram que nossa presença os motiva e que estão preocupados em mostrar serviço pelo bem da cidade”, relatou o Pe. Rui. Se antes as sessões eram praticamente vazias, agora, os cerca de 40 lugares são preenchidos em todas as reuniões camarárias. Foto: Pascom Santo Antônio | Adamantina

Fiéis se revezam em grupos de pastorais, movimentos e comunidades

Pastoral da Sáude realiza encontro regional com participação de 260 fiéis Coordenadores e agentes da Pastoral da Saúde, em um total de 260 pessoas, participaram de um Encontro de Formação no dia 25 de março. O evento ocorreu em Adamantina, na Capela Nossa Senhora Aparecida, e reuniu representantes de 15 paróquias da Região Pastoral II. Além do Pe. Jorge Ricardo Cintra da Silva, assessor da Pastoral da Saúde na Região II, o evento também contou com a participação do Pe. Wilson Luís Ramos, que refletiu

o tema “Visitação de Nossa Senhora à sua prima Isabel”. Outra palestra, sobre “Jesus e a Pastoral da Saúde”, foi ministrada por Marlene Mazer. O assessor considerou o encontro um sinal da vivacidade e do amor dos agentes e também da coordenação na regional. “Eles não medem esforços para fazer acontecer o Evangelho entre os enfermos e em toda a sociedade”, considerou o Pe. Jorge.


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Região I Dom Osvaldo recebe homenagem de alunos da Fajopa

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bispo emérito de Marília, Dom Osvaldo Giuntini, foi homenageado no dia 28 de março, em uma cerimônia realizada na Faculdade João Paulo II (Fajopa), em Marília. Ele deu nome ao Diretório Acadêmico e a iniciativa foi dos próprios discentes da instituição de ensino, cuja mantenedora são os bispos da Província Eclesiástica de Botucatu. A justificativa para a escolha, segundo o presidente do diretório, Jhonatas Zakir, do segundo ano de Teologia, é que Dom Osvaldo foi um dos bispos que mais trabalhou pela instalação da faculdade. “Quando era bispo diocesano, ele se dedicou muito para a faculdade dar certo. Na época, ainda nem tinha a aprovação do MEC (Ministério da Educação e Cultura)”, relembrou.

O Diretório Acadêmico foi fundado pelos alunos da Fajopa, que, atualmente, tem cerca de 100 discentes, entre eles seminaristas diocesanos, franciscanos, vicentinos, religiosos da Congregação de Jesus Sacerdote e leigos. Durante a solenidade, o Professor Doutor Pe. Luiz Antônio Lopes Ricci,

diretor da Fajopa, empossou o Diretório Acadêmico da instituição, composto por oito alunos da Licenciatura em Filosofia e oito do Bacharelado de Teologia. Pe. Ricci destacou que trazer Dom Osvaldo como patrono do Diretório Acadêmico é resgatar a história da Faculdade. Foto: Tiago Barbosa | Pascom Diocesana

Evento contou com a presença de estudantes e também professores da Fajopa

O bispo emérito agradeceu a homenagem. “Fico feliz pela participação de todos. Isso evidencia que a nossa Província de Botucatu continua mantendo a unidade. Sinto-me dedicado à missão da Igreja de preparar novos padres e leigos capacitados. A minha presença aqui na Faculdade foi de trabalho”, considerou Dom Osvaldo. PALESTRA Logo após a solenidade de criação e posse do Diretório Acadêmico Dom Osvaldo Giuntini, os alunos e também professores participaram de uma palestra com o Pe. Herman Vos, da Bélgica. O sacerdote, em férias no Brasil, falou sobre “Aspectos das mudanças no mundo”. A apresentação, que esteve aberta à comunidade, reuniu 120 pessoas.

Região III Paróquia de Pauliceia atende assentamentos e acampamentos Fotos: Projeto Sementes Crioulas

Produtos do Projeto Sementes Crioulas

No município de Pauliceia, na Região Pastoral III, o pároco da Paróquia São Pedro, Pe. José Afonso Maniscalco, atende algumas realidades pastorais diferentes das demais paróquias da Diocese de Marília. Lá, existem dois assentamentos e dois acampamentos de pessoas que reivindicam terras. O mais antigo assentamento tem 13 anos e é o da Fazenda Santo Antônio, ou Regência, onde residem 63 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST). O outro é o Assentamento da Fazenda Buritis, com 60 famílias que foram deslocadas do Pontal do Paranapanema para a área da Cia Energética de São Paulo (Cesp). No mesmo território, existem dois acampamentos, um do MST e outro da Frente Nacional de Lutas (FNL). Ambos reivindicam terras no município de Pauliceia. “Nossa Igreja sempre deu apoio e colaborou na luta pela terra durante os 10

anos em que os acampados ficaram debaixo da lona. Eles tiveram a solidariedade das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), da Pastoral da Juventude e de outras comunidades da Diocese de Marília”, relatou o Pe. Afonso. De acordo com ele, no passado, os movimentos tiveram o apoio dos sacerdotes redentoristas e também das religiosas canadenses, que residiam na região. Embora não tenham capelas, o Pe. Pe. Afonso está sempre presente e celebra missas mensalmente, nas casas dos assentados e também em tendas nos acampamentos. Os fiéis também vivem sua fé com a celebração de novenas e recitações do terço. “Tenho visitado e participado sempre que posso, levando a Palavra de Deus e a solidariedade. Os acampados da FNL, inclusive, reservaram uma área para a Igreja, para a construção de uma futura capela”, contou o pároco, que já partici-

pou, inclusive, de reuniões comunitárias dos movimentos. A Igreja Católica, representada pelo pároco, também apoia o Projeto Sementes Crioulas, que visa recuperar o plantio original sem agrotóxicos e manipulações tecnológicas. A iniciativa é do acampamento da Fazenda Santo Antônio e as sementes produzidas são doadas na feira da cidade. O coordenador do projeto e morador do Assentamento Santo Antônio, José Luiz das Chagas, em entrevista ao NO MEIO DE NÓS, reforçou a importância da presença do catolicismo, que remonta a década de 90. “Desde o começo, a Igreja esteve junto conosco, na figura dos dois bispos, Dom Frei Daniel Tomasella e Dom Osvaldo Giuntini. Eles ajudaram, inclusive, nas negociações com o poder judiciário. Hoje, a presença e o apoio da Igreja continuam sendo fundamentais”, garantiu o líder comunitário.


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Gesto concreto da CF ocorrerá no dia 9 de abril

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gesto concreto da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano será feito pelos fiéis no dia 9 de abril, Domingo de Ramos. Em 2017, a CF traz como tema “Fraternidade: Biomas brasileiros e a de­ fesa da vida” e o lema “Cultivar a guar­ dar a criação (Gn 2,15)”. Os recursos obtidos na coleta são divididos entre as dioceses, que ficam com 60%, e o Fundo Nacional de Solidariedade, administrado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com 40%. Nos últimos anos, a Diocese de Ma­ rília tem sido destaque na arrecadação, tendo já figurado entre as sete maiores arrecadações do país.

Em 2016, a diocese enviou ao Fundo Nacional R$ 93.415,26, sendo a terceira maior arrecadação do Estado de São Pau­ lo, ficando atrás apenas da Arquidiocese de São Paulo e a Diocese de São José dos Campos. No total, a Diocese arrecadou um montante de R$ 233.538,15. Os recursos da coleta, na Diocese de Marília, eram administrados pelo Fundo Diocesano de Solidaridade (FDS). Com a reestruturação da Cáritas Diocesana, esse trabalho ficará a cargo da institui­ ção. O presidente da Cáritas Diocesana, Pe. José Carlos Vicentin, afirmou que o FDS não deixará de existir, pois é uma instituição eclesial. “Ele continuará com os mesmos objetivos, oferecendo aos

Foto: Érica Montilha | Pascom Diocesana

Entrega dos cheques do Fundo Diocesano de Solidariedade em junho do ano passado

projetos oriundos das paróquias o resul­ tado da Coleta da Solidariedade. Apenas será administrado pela diretoria da Cári­ tas Diocesana de Marília”, explicou. Ainda segundo o sacerdote, na apro­ vação dos projetos, a diretoria da Cáritas contará com a participação dos coorde­ nadores dos grupos e pastorais que inte­ gram a Urgência 5 (Igreja a serviço da vida plena para todos) do Plano Dioce­ sano de Pastoral. “São basicamente as mesmas pessoas que compunham o Con­ selho Gestor do FDS”, esclareceu. Esta mudança foi proposta e aprova­ da pelo Conselho Presbiteral e também contou com a aprovação da equipe de coordenação diocesana de pastoral e do bispo diocesano. Outra mudança é que 30% da parcela que cabe à Diocese será

utilizada para algum projeto específico ligado ao tema da CF. Este ano, as pa­ róquias terão até o dia 30 de abril para enviarem suas propostas de projetos para obter recursos da coleta. E a entrega dos cheques ocorrerá no final de junho. Quem coordenou o FDS nos últimos anos foi o Pe. Edson de Oliveira Lima. “O Fundo foi uma forma de servir os projetos e atividades sociais, suprimindo suas necessidades, alimentando esperan­ ças e socorrendo nas horas difíceis. Que a Cáritas continue usando de toda a ex­ periência vivida no FDS para continuar sendo um orgulho de nossa diocese”, disse. Ele afirmou, ainda, que possivel­ mente este ano, será atingida a marca de R$ 1 milhão distribuídos ao longo destes 13 anos da existência do FDS.


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