Jornal No Meio de Nós - Edição 222 - Fevereiro de 2017

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NO MEIO DE NÓS INFORMATIVO DA DIOCESE DE MARÍLIA Ano 19 | Edição 222 | Fevereiro de 2017

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Herculândia sedia a 3ª Semana Missionária Foto: Comunicação Semana Missionária

Começam os encontros preparatórios da CF 2017 No dia 29 de janeiro, a equipe diocesana da Campanha da Fraternidade (CF) começou seus encontros preparatórios nas Regiões Pastorais. O primeiro evento ocorreu em Adamantina e reuniu representantes de 17 paróquias da Região II. Estiveram presentes alguns membros da equipe diocesana: as leigas Alessandra Faria Rossi e Terezinha Souza e Silva, além do coordenador diocesano, Pe. Adeflor Xavier Pereira Júnior. Neste ano, a CF tem como tema Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação (Cn 2,15)”. Os próximos encontros serão em Marília e Dracena. Página 6

Prefeitos e vereadores de Tupã e Arco-Íris têm encontro com padres

Terceira Semana Missionária teve como tema “Igreja em saída: a missão de evangelizar com alegria”

A cidade de Herculândia foi escolhida para receber a 3ª Semana Missionária da Diocese de Marília. O evento reuniu o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, e 29 seminaristas, que visitaram 1.202 residências e estabelecimentos comerciais e industriais. Do dia 24 ao dia 29 de janeiro, eles estiveram na ci-

dade e foram bem recebidos pela população, tanto católica, quanto evangélica, que foi previamente dividida em 14 setores. Em uma de suas falas, Dom Luiz afirmou que a experiência de missão é uma prova de amor e que “evangelizar significa levar o nome de Jesus com alegria”. O grupo de seminaristas também

teve o respaldo do pároco, Pe. Manoel Carlos Nery de Souza. O bispo diocesano aproveitou a oportunidade para realizar sua visita pastoral e esteve na prefeitura, na câmara municipal, no hospital da cidade e também em instituições de ensino. Páginas 8 e 9

Os padres Marcos Roberto Cesário da Silva e Murilo Aparecido Dias realizaram encontros com os prefeitos, vices e vereadores de Tupã e, posteriormente, de Arco-Íris. Nas oportunidades, os sacerdotes apresentaram o Compêndio da Doutrina Social da Igreja Católica. Foto: Paróquia São José Operário

Padres com prefeito, vice e vereadores de Tupã

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ENFOQUE

ESPIRITUALIDADE

TEOLOGIA

Dom Paulo Roberto Beloto, bispo de Franca (SP), fala sobre o aniversário de 65 anos da Diocese de Marília

Mons.Nivaldo Resstel, padre com maior tempo de sacerdócio da Diocese, lembra a evangelização da Alta Paulista

Marlene Teixeira, leiga de Tupã, fala sobre a importância da espiritualidade marianista na evangelização

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Em fevereiro, Diocese completa 65 anos de criação No dia 16 de fevereiro, a Diocese de Marília completa 65 anos de criação. A bula de criação “Ad Episcoporum munus” foi assinada, em 1952, pelo então Papa Pio XII. Nesse período, a diocese teve um administrador apostólico e quatro bispos diocesanos. Página 16


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| Ao Leitor |

NO MEIO DE NÓS

Fevereiro de 2017

Editorial Construção da paz por meio da não-violência Caro leitor, o Dia Mundial da Paz é celebrado em 1º de janeiro. A comemoração foi criada em 1967 pelo Papa Paulo VI. Desde então, nesta data, os cristãos do mundo inteiro são iluminados por uma mensagem do Santo Padre para que todos os homens, independente da religião, celebrem a paz que é fruto da justiça (Cf. Is 32, 17). Em seu texto, o Papa Francisco enfatizou o desejo da “não-violência como estilo de uma política de paz” para que a caridade pos-

sa guiar o modo de tratamento das pessoas nas relações interpessoais, sociais e internacionais. No primeiro dia do ano, enquanto a reflexão do Papa estabelecia um convite à “construção da paz por meio da não-violência” e quando todos nós celebrávamos as alegrias e as esperanças do ano vindouro, o Brasil foi surpreendido pela triste notícia do massacre de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM). Depois deste acontecimento,

ocorreu outra chacina, desta vez em Roraima e, em todo o país, inúmeras situações de violência no sistema penitenciário foram registradas. Diante disso, mortes, revolta e destruição confundiam a consciência dos cristãos. Desta maneira, nós, católicos, devemos ser unânimes na defesa da vida e, com toda a Igreja, aproximarmo-nos desta reflexão na busca de garantir aos nossos irmãos encarcerados a reeducação, a reinserção social e o respeito

pela dignidade humana. No dia 16 de fevereiro, a Diocese de Marília completa 65 anos de evangelização na região da Alta Paulista. Milhares de detentos compõem a população carcerária em nosso território diocesano. Assim, para que construamos uma civilização do amor, que saiba que a não-violência é o estilo de uma política para a paz, levemos aos nossos irmãos encarcerados, com autêntico entusiasmo, o desejo de vida em abundância.

Enfoque A Diocese de Marília na evangelização da Nova Alta Paulista Foto: Arquivo Pessoal

DOM PAULO ROBERTO BELOTO

Evangelizar é uma palavra chave que resume toda a ação de Jesus Cristo: Ele é o enviado do Pai, que veio anunciar o Reino. Evangelizar é uma palavra chave que resume a missão da Igreja: ela é discípula missionária, proclama com coragem e entusiasmo a mensagem perene do Evangelho. O Espírito é a alma da missão. Mas Deus se serve dos homens e mulheres para continuar a sua obra de salvação; somos canais do amor redentor do Senhor. A experiência de comunhão com

Jesus Cristo e o amor ao apostolado, foram e são a marca e a inspiração dos discípulos missionários que estiveram e estão presentes nos 65 anos da Diocese de Marilia. Louvamos a Deus pelo anúncio da Palavra que marcou a sua vida pastoral; pelo ministério da Liturgia, fonte de onde emana sua força; pelo serviço da Caridade, “manifestação de um amor que procura o bem integral do ser humano” (Bento XVI, DCE, 19). Que bom fazer parte desta história, pelo menos em parte. Agradeço a tanta gente envolvida nesses 65 anos. Agradeço de modo particular os bispos, padres e consagrados (as),

primeiros responsáveis pela evangelização. Parabéns à Diocese de Marília! Rezo por Dom Luiz Antônio e pelo seu povo. Que o Espirito seja o ânimo e a inspiração para a continuidade do caminho percorrido. Que a Trindade Santa abençoe a todos. “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade” (Sl 88,2). Dom Paulo Roberto Beloto é bispo diocesano de Franca (SP), nasceu em Adamantina (SP) e fez parte do clero da Diocese de Marília.

EXPEDIENTE BISPO DIOCESANO: Dom Luiz Antonio Cipolini | BISPO EMÉRITO: Dom Osvaldo Giuntini | CÚRIA DIOCESANA: Av. Nelson Spielmann, 521 - Marília/SP - CEP 17500-970 - Fone/fax: (14) 3401-2360 - E-mail: curia@diocesedemarilia.org.br | CENTRO DIOCESANO DE PASTORAL: R. José Bonifácio, 380 - Marília/SP - CEP 17509-004 - Fone/fax: (14) 3413-3124 - E-mail: cdp@diocesedemarilia.org.br | JORNALISTA RESPONSÁVEL: Márcia Welter - MTB n° 35.160-DRT-SP - Fone: (14) 99195-5452 (MW Editora) - E-mail: jornalnomeiodenos@yahoo.com.br | EDIÇÃO GRÁFICA: Danilo Cordeiro Silva | REVISÃO: Tiago Barbosa - MTB n° 79971/SP | ORIENTAÇÃO PASTORAL: Pe. Ademilson Luiz Ferreira | VERSÃO ELETRÔNICA: www.diocesedemarilia.org.br | IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru LTDA - Fone: (14) 3223-2844 | TIRAGEM: 12.500 exemplares | AUTORIZAÇÃO: Permite-se a reprodução de matérias desta edição, desde que sejam mencionadas as fontes | Envie notícias de sua paróquia, pastoral ou movimento para o jornal diocesano (jornal-nomeiodenos@yahoo.com.br) e para o site da diocese (pascom.marilia@gmail.com).


NO MEIO DE NÓS

Fevereiro de 2017

| Nosso Pastor |

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Palavra do Bispo

“Estive na prisão e me visitastes” (Mt 25,36)

DOM LUIZ ANTONIO CIPOLINI

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presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu, na tarde da quarta-feira, dia 4 de janeiro, uma nota aos bispos, padres, religiosos, leigos e a todas as pessoas de boa vontade a respeito do massacre no complexo penitenciário de Manaus (AM). No texto, a defesa incondicional da vida dos encarcerados é reafirmada. Neste mesmo dia, referindo-se ao massacre, o Papa Francisco renovou o apelo “para que as prisões sejam lugares de reeducação e reinserção social, e que as condições de vida dos reclusos sejam dignas de pessoas humanas”. A Pastoral Carcerária acompanha as unidades prisionais em todo o país e tem, reiteradas vezes, chamado a atenção para os graves problemas do sistema penitenciário: a superlotação e a falta de estrutura das unidades prisionais, a privatização

Bispo dá posse a novos párocos Após a publicação das transferências e nomeações para 2017, os padres começaram a tomar posse em suas novas paróquias. O bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, presidiu as diversas cerimônias ao longo do mês de janeiro. No dia 21, o bispo esteve em Tupi Paulista, onde deu posse ao Pe. Valdemar Cardoso. No dia 22, tomou posse na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Marília, o Pe. Evandro César Batista Ribeiro. No dia 28, Dom Luiz empossou o Pe. José Ribeiro da Silva como novo pároco em Flórida Paulista. No dia seguinte, foi a vez de o Pe. Anderson Messina Perini tomar posse na Paróquia São Pedro Apóstolo, de Garça. A posse do Cônego José Carlos Dias Tóffoli na Paróquia Santa Antonieta, de Marília, ocorreu foi marcada para 31 de janeiro. Foto: Vanessa Azevedo

Pe. Evandro (à esqu.) é empossado por Dom Luiz

dos presídios, a necessária reeducação e reinserção social dos presos. Diante dos massacres que têm acontecido nos presídios, juntamente com meus irmãos no episcopado, peço às autoridades competentes a rigorosa apuração dessa tragédia, na sua complexidade conjuntural e estrutural, e, acima de tudo, a busca de um sistema penitenciário mais justo, digno e humano. Solidários com as famílias das vítimas desses massacres, rezemos, com o Papa Francisco, “pelos detentos mortos e vivos, e também por todos os encarcerados do mundo, para que as prisões sejam para reinserir e não sejam superlotadas”. No final do ano passado recebi uma correspondência de um detento encarcerado em um dos presídios que estão no território de nossa Diocese. Na carta, ele me escreveu que participar da San-

ta Missa pela primeira vez na unidade presidiária foi uma dádiva divina e completou: “Dom Luiz, tenha bondade. Pode ser que esteja ao teu alcance de providenciar que a Pastoral venha nos visitar, evangelizar a nós aqui na ala de progressão. Aguardamos ansiosos a presença da Pastoral”. Para que saíamos ao encontro deste nosso irmão e de milhares de detentos, que esperam a presença da Igreja em seus cárceres, tenhamos a coragem de levar a Boa Notícia a todos que precisam, identificando neles a presença do próprio Cristo, pois Ele mesmo disse: “estive na prisão e me visitastes” (Mt 25, 36). Neste mês de fevereiro desejo também que celebremos com renovado entusiasmo missionário o aniversário de 65 da nossa Diocese para que possamos levar a todos os cantos de nosso território, inclusive nos presídios, a alegria do Evangelho.

AGENDA DO BISPO 01/02 – Missa na Catedral às 7h15. Apresentação do Pe. Tony na Paróquia Santa Cecília, em Álvaro de Carvalho. 02/02 – Missa e Benção da Velas na Catedral às 7h15. 03/02 – Missa e Benção da Garganta na Catedral às 7h15. Posse do Pe. Luciano Talarico na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Queiroz. 04/02 – Encontro de Casais Responsáveis de Equipe (Eacre), em Garça. 05/02 – Posse do Pe. Ângelo Biffi na Paróquia São Francisco, em Dracena. Posse do Pe. Valdo Bartolomeu na Paróquia Santo Antônio, em Junqueirópolis. 06/02 – Missa na Catedral às 7h15 | Posse do Pe. Dirceu Mantovani, Reitor do Itra. 07/02 – Reunião do Conselho de Presbíteros, em Tupã. 08/02 – Reunião da Coordenação Diocesana de Pastoral, em Tupã. 09 e 10/02 – Missa na Catedral às 7h15. 11/02 – Escola Diaconal | Consagração de Maria José, em Tupi Paulista. 12/02 – Escola Diaconal | Crisma na Paróquia Santa Genoveva, em Irapuru. 14 a 17/02 – Missa na Catedral às 7h15. 16/02 – Terço no Lar São Vicente às 15h. 18/02 – Missa na Escola de Comunicação Paulo Apóstolo, em Parapuã. 19/02 – 34º ENCONTRO DE ASSESSORES E AGENTES DE PASTORAL. 20/02 – Missa na Catedral às 7h15. 21/02 – Reunião Geral do Clero, em Adamantina. Consagração de Maria Aparecida na Paróquia Santa Antonieta, em Marília. 22/02 – Missa na Catedral às 19h30. 23 e 24/02 – Missa na Catedral às 7h15. 24/02 – Encontro com Catequistas da Região Pastoral I. 25/02 – Ordenação Episcopal do Monsenhor Argemiro de Azevedo, cmf em Araçatuba.


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| Vida Cristã |

NO MEIO DE NÓS

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Assessoria Litúrgica Espiritualidade Santa Maria na Apresentação do Senhor PE. ANDERSON MESSINA PERINI

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festa da Apresentação do Senhor ocorre 40 dias após o Natal, em 2 de fevereiro. Tempo este imposto pela Lei mosaica (Lv 12, 1-8) que estabelecia este momento para apresentação do menino no Templo e a purificação da mãe. Esta festa data seu início nos séculos VI e VII para toda Igreja. Em Roma, foi acrescentada uma cerimônia penitencial, que se celebrava em contraposição aos ritos pagãos das “lustrações” (purificações). Aos poucos, a procissão penitencial passou a pertencer à festa tornando uma espécie de imitação da apresentação de Cristo no Templo. No século X, na Gália, foi organizada uma solene bênção das velas que usavam na procissão. Um século depois, acrescenta o Cântico de Simeão com sua antífona “Uma luz que brilhará”. As velas na procissão significam nossa vela batismal, a fé em Jesus Cristo a qual fomos iluminados, e a nossa perseverança para que, assim como apresentamo-nos no nosso batismo a exemplo do Senhor, possamos chegar à glória da eternidade. Próximo a esta data, observadas as rubricas, pode-se celebrar no sábado a memória de Santa Maria na apresentação do Senhor presente na coletânea de Missas de Nossa Senhora. Este mistério da vida de Jesus e de sua Mãe, a Virgem Maria, é o quarto mistério gozoso do rosário que denota algumas características que relacionam o mistério a Mãe e o Filho. Em relação ao Filho, o casal sagrado apresenta o seu Filho Primogênito a Deus e o oferece. Segundo a Lei, todo primogênito judeu era sinal permanente e memorial cotidiano da “libertação” da grande escravidão: os primogênitos no Egito haviam sido poupados pelo cordeiro pascal. Jesus, porém, o Primogênito por excelência, não será poupado, mas ele é o cordeiro, a oferenda a Deus que selará com seu sangue na cruz a definitiva e nova Aliança. Veja que no Evangelho desta festa (Lc 2,22-40) Maria é purificada segundo a Lei pelo sacrifício de dois pombos, mas o resgate do primogênito exigia o sacrifício de um cordeiro, gesto não mencionado,

pois Cristo é o nosso cordeiro pascal. Em relação à Maria, ela se sujeita à lei (Lv 12,1-8), ao rito de purificação das parturientes, ela que foi “Virgem puríssima e do seio virginal gerou em pureza o Filho do Pai eterno”. Ela torna-se “ministra do dom salvífico”, pois pelo seu Filho, reconhece e oferece ao Pai o Fruto do seu ventre como “o Cordeiro que será imolado no altar da cruz para salvar-nos”. O gesto de Maria é recordado a cada Eucaristia quando o pão e o vinho, fruto da terra e do trabalho humano, nos são consagrados como Corpo e Sangue do Senhor, nós também estamos na paz do Senhor, pois contemplamos sua salvação e vivemos a espera de sua vinda. Esta missa ainda recorda a profecia de Simeão, que predisse que o Menino seria sinal de contradição e uma espada de dor transpassaria o coração da Mãe, e celebra a estreita união de Maria com o seu Filho na obra da Salvação: “um só amor associa a Mãe e o Filho, uma só dor os junta, uma só vontade de vos agradar os move” (Prefácio). No cumprimento desses serviços de salvação, a Virgem Maria é modelo da Igreja. Por isso rezemos a Deus Pai que a Igreja Virgem semelhante a Virgem Maria, a exemplo da serva do Senhor, conserve intacta a sua fé, robusteça a esperança do céu, fomente a caridade ardente, de coração sincero sirva ao Senhor e com as lâmpadas da fé acesa corra ao encontro do Senhor que vem (Cf. Mt 25,1.4).

Pe. Anderson Messina Perini é assessor diocesano da Pastoral Litúrgica

65 anos de testemunho MONS. NIVALDO RESSTEL

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o dia 16 de fevereiro de 1952, o Papa Pio XII criava a Diocese de Marília. A bula (decreto) “Ad Episcoporum Munus” (Para a função episcopal) oficializava a assim chamada Diocese da Alta Paulista, que seria em Tupã. Uma equipe organizadora, tendo à frente o Padre Luiz Octávio Bicudo de Almeida, pároco da matriz de São Bento com pessoas influentes da cidade de Marília já se movimentavam em sua não simples tarefa: Catedral, residência episcopal, Cúria Diocesana, etc. Marília contava com duas paróquias, São Bento e Santo Antônio. Era costume criarem-se as dioceses e, a seu tempo, designar um Bispo com perfil adequado para o governo diocesano. Enquanto isso, a nova diocese era dirigida por um Administrador Apostólico, quase sempre o mesmo Bispo da diocese da qual a nova era desmembrada. Por essa razão, a nova Diocese de Marília teve como Administrador Apostólico o mesmo bispo de Lins, Dom Henrique Gelain. Em 1954, com dois anos de existência, a diocese recebe um novo Administrador Apostólico, Dom Hugo Bressane de Araújo que era Arcebispo Coadjutor com direito à sucessão da Arquidiocese de Belo Horizonte. Enquanto não assumia aquela Arquidiocese, Dom Hugo solicitou à Santa Sé sua nomeação para um trabalho pastoral na Diocese de Marília e foi atendido. Por que Marília? Coisas da Providência Divina! Após dois anos, renuncia ao direito de sucessão em Belo Horizonte e, sem perder o título de Arcebispo, é nomeado o primeiro Bispo Diocesano de Marília, até 1975. Nesse ano assume a diocese o segundo bispo, Dom Daniel Tomasella que já era bispo coadjutor. Em 1992, assume o terceiro bispo, Dom Osvaldo Giuntini que, por sua vez, também já exercia as funções de bispo coadjutor, até a posse de Dom Luiz Antonio Cipolini, atual Bispo Diocesano, desde 2013. À época da sua criação, a Diocese de Marília contava com 12 padres diocesanos, oriundos de outras dioceses e

de congregações e ordens religiosas; de diferentes idades e de diversas nacionalidades, assim como religiosas em escolas e hospitais. Eram 20 paróquias. A população prevalentemente rural sofreu os danos das grandes geadas de 1975 a 78 dizimando os cafezais e provocando êxodo para as grandes cidades com significativa diminuição da população da Alta Paulista. A tomada de governo pelos militares em 1964 fez crescer os momentos de protesto, com uma pastoral mais encarnada. As posições firmes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os bafejos renovadores do Concílio Ecumênico Vaticano II despertaram, sem dúvida, o novo ardor missionário em uma Igreja comprometida e, por isso mesmo, perseguida. Tudo correndo velozmente no dinamismo que o Espírito inspirava. A Igreja não parava: movimentos, pastorais, a organização da Diocese, as regiões pastorais, com suas equipes, seus agentes, líderes autênticos. As Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs), Cursilhos, Encontros de Jovens, liturgia encarnada, o Seminário Diocesano, a participação dos leigos em seu amor pela Igreja. Muita ação, muita vida, a felicidade por ser católico. Projeto Igreja Irmãs, Cáritas Diocesana, Celebrações dos jubileus – 25 e 50 anos. Em 65 anos: dois administradores apostólicos (um bispo e um arcebispo). Quatro bispos Diocesanos, 62 paróquias, 62 padres diocesanos, 25 religiosos, grande número de seminaristas. Estatísticas que comprovam um grande empenho e muito trabalho abençoado por Deus. Sem falar da importância da Diocese para a cidade de Marília. São alguns dados, não todos, é claro, para lembrar motivos que temos de agradecimentos a Deus, rezar pelos que aqui viveram. Não nos movem um saudosismo estéril, nem uma euforia inócua, mas a vontade de ver renovando-se sempre, o ardor missionário que muitos outros nos deixaram como testemunho de seu amor a Igreja Diocesana, em sua caminhada de 65 anos. Mons. Nivaldo Resstel reside em Marília


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Teologia e Pastoral A importância da espiritualidade marianista na evangelização Foto: ACI Digital

MARLENE APARECIDA TEIXEIRA

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que é ser marianista? Devoto de Maria ou cristão que vive sua espiritualidade. Quando Jesus estava para cerrar os olhos e partir para o Pai, deixounos entre outros presentes salvíficos Sua mãe. Olhando para Maria disse: – “Mulher, eis aí teu filho”, depois ao discípulo amado: “Eis aí tua mãe”. E desta hora em diante João a levou para casa (Cf. Jo 19, 26-27). Desde então Maria é nossa mãe, a mulher que acolheria a humanidade com amor imparcial. Nós, que fazemos parte de comunidades evangelizadoras, precisamos da vivência e prática do espírito mariano. Conhecemos a espiritualidade marianista? Em Tupã, convivemos com sacerdotes pertencentes a essa Congregação. Recebemos deles um legado de conhecimentos vivenciados e testemunhados no jeito marianista de

Devotos no nicho de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional

ser. Como é bom saber que temos uma mãe que ora conosco na meditação do santo terço e rosário; que apresenta ao Filho Jesus, intercedendo por nós, nossas fragilidades, dores, problemas e também nossos agradecimentos. Maria sempre direciona a Jesus. No Brasil, ela é chamada de Nossa Senho-

ra Aparecida, nossa padroeira e mãe. Muitos são os nomes e títulos. Tenha ela o nome que tiver, Fátima, Lourdes, Auxiliadora etc, ela é Maria, a “escolhida por Deus” por sua humildade e graça. Pelos 300 anos de sua manifestação ao povo brasileiro, a ela nossa reverência e nossa gratidão. Para

A necessidade da renovação paroquial GUILHERME MASSOCA BAPTISTA

Como nós sabemos, a paróquia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus Cristo e com a comunidade eclesial. Diante dessa realidade, a renovação paroquial que se faz necessária está fundamentada na ação evangelizadora, que leva em conta três âmbitos distintos: a pessoa, a comunidade e a sociedade. Dentro das inovações trazidas pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, consideramos atentamente a realidade onde a Igreja está inserida. Deste modo, a atividade pastoral paroquial deve conhecer a realidade à sua volta e nela mergulhar com o

olhar da fé, em atitude de discernimento. Levando em conta os desafios atuais, que são internos e externos à paróquia, destacamos os de maior urgência: a chamada “crise familiar” – casais unidos sem o sacramento do matrimônio, relações de segunda ou terceira união, mães ou pais solteiros que vivem sozinhos com seus filhos e também crianças que são adotadas por pessoas do mesmo sexo. Aqui, torna-se fundamental recordar que a Igreja, como mãe, precisa acolher com amor todos os seus filhos, sempre usando de misericórdia e anunciando os ensinamentos cristãos sobre a família. Nos deparamos também com

a falta de pertença à comunidade paroquial e com o excesso de burocracia que muitas vezes atinge as secretarias paroquiais, além do consumismo e do imediatismo, sinais da nossa sociedade pós-moderna. A paróquia, portanto, deve voltar sua atenção para aqueles que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus. Com a certeza de que para Deus nada é impossível, bem como com a plena convicção de que Ele mesmo renova todas as coisas, esta é a hora para iniciarmos o processo de renovação paroquial que tanto ansiamos. Guilherme Massoca Baptista já concluiu a formação no seminário e atualmente realiza estágio pastoral junto ao Bispo Diocesano

nós, é mais que uma santa, o que já seria uma dádiva. Queremos imitá-la no amor, viver sua fé, viver o silêncio nos momentos de escuta e espera; queremos levar Jesus como ela o fez, àqueles que ainda não O conhecem bem. Queremos ajudar Maria em sua missão. Para tal, precisamos de uma fé madura, para agir e propagar a doutrina de Cristo. Queremos em atenção a Jesus, pedir e permitir que nossos corações sejam moldados para divulgar em missão o que disse Maria nas Bodas de Caná: – “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,6). Permitindo que o Espírito Santo aja em nós, com fé, amor e caridade poderemos dizer o nosso “Sim” e responder a nós mesmos as perguntas que propusemos, a fim de que sejamos bons evangelizadores. Que o Senhor nos abençoe e guie e pela intercessão de Maria. Amém! Marlene Aparecida Teixeira é leiga da Paróquia São Judas Tadeu, de Tupã

ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 06/02 – Pe. Antônio Padula - Marília; 06/02 – Frei Gilmar Vasques Carreira, OFM - Garça; 09/02 – Pe. Marcelo Antônio dos Santos - Adamantina; 11/02 – Pe. Manoel Carlos Nery de Souza - Herculândia; 27/02 – Pe. Francisco José del Barrio Tosantos, SM - Marília; 28/02 – Frei José Luís Viana, OFMCap - Dracena. ORDENAÇÃO PRESBITERAL 02/02 – Pe. Manoel Carlos Nery de Souza - Herculândia; 02/02 – Pe. Mauricio Pereira Sevilha - Marília; 02/02 – Pe. Roger Hermínio Souza Rodrigues - Lucélia; 02/02 – Pe. Wagner Antônio Montoz - Pacaembu; 03/02 – Pe. Adriano Alves Pereira - Marília; 06/02 – Côn. Valdemiro Cândido do Símbolo - Rinópolis; 07/02 – Pe. Ângelo José Biffi - Dracena; 07/02 – Pe. Márcio Roberto Rios Martins - Pompeia; 10/02 – Pe. Edson de Oliveira Lima - Marília; 15/02 – Pe. Anderson Messina Perini - Garça; 15/02 – Pe. Tony Funabashi Takuno – Garça; 16/02 – Frei Gilmar Vasques Carreira, OFM – Garça; 17/02 – Pe. Carlos Roberto dos Santos - Tupã; 20/02 – Pe. Willians Roque de Brito - Marília; 22/02 – Pe. José Orandi da Silva - Marília; 22/02 – Pe. Nelson Bernardino Lopes - Parapuã; 25/02 – Pe. Valdemar Cardoso - Tupi Paulista; 27/02 – Pe. José Carlos Vicentin - Marília; 27/02 – Pe. Sérgio Luiz Roncon - Bastos.


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NO MEIO DE NÓS

Fevereiro de 2017

ERA UMA VEZ...

Primeiro encontro preparatório da CF é realizado em Adamantina

Dançar sem pés Era uma vez um campo de concentração nazista onde vivia um prisioneiro que, apesar de condenado à morte, era destemido e independente. Certo dia, foi visto no meio do pátio da prisão tocando violão. Uma grande multidão reuniu-se para ouvi-lo, pois, sob o encanto de sua música, as pessoas se tornavam tão destemidas quanto ele. Quando as autoridades da prisão viram isso, proibiram-no de tocar. Porém, no dia seguinte, lá estava ele de volta, cantando e tocando o violão com ainda mais gente à sua volta. Furiosos com a teimosia do prisioneiro, os guardas o arrastaram para fora e deceparam-lhe os dedos. No dia seguinte, lá estava ele de volta, cantando e tocando o que podia com os dedos ensanguentados. Desta vez, as pessoas davam vivas. Os guardas o arrastaram mais uma vez e escangalharam seu violão. No dia seguinte, lá estava ele novamente, cantando de todo o coração. Que canção! Tão pura e enaltecedora! As pessoas cantavam com ele e, enquanto durou a canção, seus corações tornaramse tão puros quanto o dele e seus espíritos igualmente invencíveis. Desta vez os guardas ficaram tão zangados que lhe arrancaram a língua. Um silêncio desceu sobre o campo, algo que parecia eterno, sem fim. E, para espanto de todos, no dia seguinte, ele estava de volta a seu lugar, inclinando-se e dançando ao som de uma música que só ele ouvia. E logo todos estavam se dando as mãos e dançando ao redor de sua figura alquebrada e sangrenta, enquanto os guardas, cheios de espanto e admiração, não conseguiam se mexer. Sudha Chandran, dançarina

Diocese

clássica indiana contemporânea, foi literalmente cortada no apogeu de sua carreira, pois teve de amputar a perna direita. Depois de implantar uma perna mecânica, voltou a dançar e, de forma inacreditável, chegou a ter sucesso novamente. Quando lhe perguntaram como conseguiu, respondeu com simplicidade: “Não se precisa de pés para dançar”. (Fonte: adaptação do livro de Anthony de Mello: O enigma do iluminado, vol 2, São Paulo, Loyola, 1991. P. 83-84. REFLEXÃO Geralmente, diante das dificuldades de nosso dia a dia, nos perturbamos facilmente, e perdemos as “estribeiras”. Fazemos “tempestade em copo d’água”. Não é o caso do prisioneiro dessa estorinha. Ele era destemido e independente porque sabia que tinha uma força interior que o impulsionava sempre para a vida. É o Espírito Santo, que falava em seu coração e o exortava à vida. Com isso, diante das dificuldades ele sempre soube se posicionar com uma segurança espetacular. E você, já descobriu esse Deus que mora em você? Faça isso e viverás! Pense nisso.

Pe. Valdo Bartolomeu Santana é pároco da Paróquia Santo Antônio, de Junqueirópolis

A Campanha da Fraternidade (CF) começará na Quaresma e as paróquias já se preparam e refletem o tema, que neste ano será “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. O lema da CF 2017 é “Cultivar e guardar a criação (Gn 2,15)”. No dia 29 foi realizado o primeiro encontro preparatório para as equipes paroquiais. O evento ocorreu na Região II, em Adamantina, na Casa Pastoral Diocesana Dom Osvaldo Giuntini, com a presença do vigário episcopal da região, Pe. Roberto Cesário da Silva. Cerca de 90 pessoas estiveram reunidas, sendo que 17 das 20 paróquias da Região II enviaram seus representantes. No período da manhã, das 8h ao meio-dia, os agentes tiveram uma apresentação sobre o tema da CF. No primeiro momento, houve a apresentação da oração, do hino, do cartaz e objetivos gerais e específico. Quem conduziu esse momento foi o Pe. Adeflor Xavier Pereira Júnior, coordenador diocesano da CF. Na sequência, foi apresentado o tema e o lema, com base no método “Ver, Julgar e Agir”, sendo que o Ver foi apresentado pela Terezinha Souza e Silva, o Julgar pelo Pe. Adeflor, e o Agir pela psicóloga Alessandra Faria Rossi, todos integrantes da equipe diocesana da Campanha da Fraternidade. Os outros dois encontros preparatórios estão marcados para 5 de fevereiro, em Dracena, no Santuário Nossa Senhora de Fátima, e no dia 12, em Marília, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus. De acordo com Alessandra,

o roteiro seguido nos dois eventos será o mesmo do encontro de Adamantina. SOBRE O TEMA E O LEMA O texto base da CF 2017 começa falando dos primórdios do descobrimento do Brasil e das maravilhas relatadas por Pero Vaz de Caminha em carta ao rei de Portugal, logo que chegou ao território nacional. Em seguida, o texto trata da exploração das riquezas, da ocupação do interior do país e da escravização. A CF determina bioma como sendo “um conjunto de vida constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria”. Atualmente, o Brasil tem cerca de 200 milhões de habitantes, sendo que 80% deles vivem nos grandes centros. “A tensão entre a economia e a ecologia é o maior desafio para a humanidade”, afirma o texto base, fazendo referência à encíclica Laudato Si (Louvado Seja), escrita pelo Papa e que trata da ecologia. O objetivo geral da Campanha deste ano é cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. Os biomas refletidos são Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Foto: Milton Ura | No Click com o Senhor

Terezinha e Pe. Adeflor apresentam tema da Campanha da Fraternidade em Adamantina


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Pastoral da Sobriedade recupera dependentes e familiares No final do ano passado, a Pastoral da Sobriedade fez a indicação da nova coordenação, que posteriormente foi ratificada pelo bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, e pelo coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. A nova coordenadora é Vanda Leite da Silva Ramos, que pertence à Paróquia São João Batista, de Marília. Ela faz parte da Pastoral da Sobriedade há um ano e considera que sua indicação foi um chamado de Deus. “Trabalhar com os excluídos foi um verdadeiro chamado de Deus. Quanto à coordenação diocesana, sei que a caminhada não é fácil, mas Deus capacita os escolhidos”, disse. A Pastoral da Sobriedade trabalha com grupos de auto ajuda e dá orientações para os co-dependente, como são chamados os familiares que lidam com o dependente.

“Realizamos os nossos encontros semanais, onde trabalhamos com os doze passos”, contou. Os Doze Passos da Pastoral da Sobriedade são: Admitir; Confiar; Entregar; Arrepender-se; Confessar; Renascer; Reparar; Professar a Fé; Orar e Vigiar; Servir, Celebrar; e Festejar. “Vivenciar os 12 passos é uma forma de fortalecer a caminhada, não somente para os dependentes químicos como também para os depressivos, compulsivos e co-dependentes”, explicou Vanda. Segundo ela, a Pastoral da Sobriedade já tem várias pessoas em recuperação. Temos o grupo de auto ajuda toda semana, no qual encontramos este fortalecimento,pois é o pilar que nos sustenta. Uma dessas pessoas é Márcio Henrique da Silva, da Paróquia São Miguel, de Marília. Hoje, ele é agente e ingressou na Pastoral da Sobriedade há sete anos, logo que foi criada na Diocese de

Escola Diaconal reinicia aulas no dia 10 Neste mês de fevereiro, os candidatos ao diaconato começam mais um ano de formação. A volta às aulas da Escola Diaconal São Lourenço começa no dia 10 de fevereiro e contará com a presença do bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini. Este será o terceiro ano de curso, sendo que o primeiro foi propedêutico, uma espécie de preparação, e o segundo iniciou o estudo com disciplinas teológicas. Segundo o Pe. Wagner Antônio Montoz, coordenador do curso, este terceiro ano será como o segundo. “Cada semestre tem um número de disciplinas. Temos dado a formação nas sextas e nos sábados. E o domingo é dedicado à espiritualidade”, informou. A primeira turma da Escola Diaconal São Lourenço começou com 73 alunos. E neste terceiro ano, reiniciam 63 candidatos ao diaconato permanente. “Ao longo do tempo, acontece o discernimento e podem ocorrer desistências, o que é normal”, disse o Pe. Wagner. O sacerdote está esperançoso: “Os candidatos estão muito conscientes e

a maioria sabe o que quer. Já estamos na metade do caminho”, alegrou-se. ESTE ANO Em 2017, o curso promoverá, novamente, o retiro dos candidatos, juntamente com suas esposas. Dom Luiz deverá continuar participando dos encontros. “Ao longo desses dois anos, ele marcou presença e, se não conseguiu acompanhar todos os momentos, ele passou para celebrar conosco. Os padres e professores também têm sido muito presentes e isso é importante”, disse o Pe. Wagner. “Este ano, os candidatos também receberão o rito de admissão. A partir desse rito, a Igreja o aceita oficialmente como candidato ao diaconato. A cerimônia solene está marcada para 28 de maio e as esposas estarão presentes”, informou. No quarto ano de curso, os candidatos ao diaconato receberão os ministérios de leitor e acólito. De acordo com o Pe. Wagner, ainda não existe definição sobre como e quando será a ordenação desses leigos da Escola Diaconal.

Marília. “Eu tinha parado de beber, mas ainda faltava alguma coisa. Então, busquei o lado espiritual”, contou ele, que tem 48 anos de idade e fez uso de álcool e outras drogas por 30 anos. Márcio conta que o vício lhe custou caro, pois perdeu a família, o trabalho, a saúde e, acima de tudo, a dignidade. “Sou até ex-presidiário. Devido ao álcool e às drogas fui traficante, ladrão e também homicida. Tornei-me soropositivo e perdi minha primeira esposa por causa da Aids”, lembrou. Sóbrio há 11 anos, hoje Márcio sai às ruas de Marília uma vez por semana, para dar seu testemunho e ajudar outras pessoas que, como ele, fazem uso de entorpecentes. “Todos que estão na rua têm algum problema com álcool ou drogas; são dependentes de algo. Não estão vivendo na rua porque querem. Falo

para eles da minha história e muitos eu já trouxe para a Pastoral da Sobriedade. Outros, foram encaminhados a clínicas de recuperação, por meio da Pastoral. Levamos comida a essas pessoas de rua, mas também levamos Deus e a mensagem de que sempre existe uma saída; basta querer. Hoje, eu tenho uma vida nova”, disse. Com a sobriedade, Márcio recuperou o vínculo com a família e o convívio com os filhos. “Costumo dizer a eles que se entrarem nesse mundo é porque não são inteligentes, porque eles têm um espelho dentro da própria casa, que sou eu”, riu. O ex-dependente se diz realizado com sua nova missão, embora agora esteja enfrentando um câncer no intestino. “Através da Pastoral da Sobriedade, sinto mais força para vencer mais esta batalha”, concluiu.

Pascom

Para comunicar a vida PE. VALDEMAR CARDOSO

A palavra desfrutar significa dar-se ao deleite, apreciar alguma coisa sem o menor esforço, usufruir algo... A vida é esse algo precioso que não exige esforço, nem luta, nem algum tipo de condição prévia. A vida é gratuidade. É verdade que em alguns momentos é necessário fazer acontecer para que a vida possa aparecer. Mas, ela já está lá pronta para ser experimentada. Atualmente, percebe-se que infelizmente a maioria das pessoas ainda não descobriu a vida como dom que se apresenta como presente no presente. E, por causa disso, segue lutando e labutando com isso, com aquilo, indo e vindo sem rumo, nem direção, se desgastando e desgostando sem prazer de viver. Tomadas pela correria louca e desvairada, as pessoas não dão mais risadas, não riem, nem sorriem. Existem, mas não vivem. É preciso voltar para casa. O filho pródigo está cansado de comer a lavagem dos porcos e está com saudades da casa do pai. Ou seja, as pessoas estão cansadas de apenas existirem e cheias de saudades da casa da vida. O

filho pródigo da parábola criou coragem e, rompendo com a condição de apenas existente, voltou para a casa e reencontrou a vida. Hoje, mais do que nunca, o ser humano precisa encher-se de coragem e romper com a neurose diária de cumpridor de tarefas, fazer silêncio, parar e caminhar no caminho do amor porque somente ele pode levar a pessoa de volta para a casa da vida.

Pe. Valdemar Cardoso é membro da Pascom diocesana


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Fevereiro de 2017

Bispo e seminaristas iniciam 2017 com experiência missionária Por ocasião da 3ª Semana Missionária da Diocese de Marília, 1.202 residências e estabelecimentos comerciais e industriais herculandenses foram visitados pelos futuros padres. Na ocasião, Dom Luiz Antonio realizou visita pastoral à Paróquia Sant´Ana.

O

TIAGO BARBOSA

bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, e os 29 seminaristas realizaram, entre os dias 24 e 29 de janeiro, uma ação missionária em 1.202 residências e estabelecimentos comerciais e industriais do município de Herculândia. Com o tema “Igreja em saída: a missão de evangelizar com alegria” e

com o lema “Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte” (Mc 16, 20), a 3ª Semana Missionária, ocorrida em parte das férias escolares na Paróquia Sant´Ana, teve início na terça-feira, dia 24, com a celebração da Missa presidida pelo bispo diocesano e com a participação de centenas de fiéis herculandenses. Em sua reflexão, Dom Luiz Antonio, dirigindo-se aos missionários destacou que a experiência de missão Fotos: Comunicação Semana Missionária

é uma prova de amor e que “evangelizar significa levar o nome de Jesus com alegria”. Segundo a organização, o território urbano e rural do município foi dividido em 14 setores para que os seminaristas pudessem visitar as famílias durante os seis dias de missão. Nas visitas, os futuros padres abençoaram as casas e, por meio de momentos de oração, levaram a Palavra de Deus aos moradores. Com atenção especial aos enfermos, o bispo diocesano também realizou visitas missionárias. Em todas as noites, ocorreram atividades simultâneas nos setores. Na quarta-feira, dia 25, aconteceu a recitação do terço luminoso; na quinta-feira, dia 26, a celebração da leitura orante da Palavra de Deus e, no dia 27, sexta-feira, a via-sacra. “Compete a nós cristãos, comprometidos com o Reino de Deus, assumir o compromisso missionário com a evangelização em todas as realidades”, disse o pároco, Pe. Manoel Carlos Nery de Souza, ao agradecer a presença e trabalho dos seminaristas e de Dom Luiz Antonio, e concluiu: “tenho certeza que esta semana produzirá muitos frutos para a nossa

comunidade, pois é o Espírito Santo que nos conduz”. Nas redes sociais, as atividades da 3ª Semana Missionária foram bastante comentadas e compartilhadas. A catequista Eunice Vidoi, que ajudou os seminaristas nas visitas, relatou que o trabalho missionário foi para ela “uma experiência maravilhosa”, e escreveu: “no início tive medo do que poderia acontecer, mas depois me envolvi tanto que estou amando esta missão”. A movimentação completa pode ser acompanhada pela fanpage na rede social Facebook (www.facebook.com/semanamissionaria). No sábado, dia 28, as crianças e os jovens tiveram momentos especiais de evangelização. Pela manhã, os seminaristas e os catequistas da comunidade paroquial preparam uma gincana que envolveu mais de 100 crianças. “Queríamos, com diversão, integrar nossas crianças com reflexões a partir do Evangelho para que todos entendessem que para seguir o Jesus devemos amar como Ele amou”, relatou o seminarista do primeiro ano de Teologia, Caio Rodolfo, que exerce seu estágio pastoral em Herculândia.

Dom Luiz durante a homilia na Missa de abertura (acima) e entre os seminaristas, o Pe. Manoel Carlos e as voluntárias do Grupo Herculandense de Combate ao Câncer (abaixo)


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Fotos: Comunicação Semana Missionária

Com a temática “Eu vos escolhi jovens porque sois fortes” (Jo 2, 14), à noite, a juventude herculandese e também de toda a região, participou do Encontrão dos jovens católicos. A iniciativa, que contou com a motivação dos seminaristas, com a animação de Eduardo Alves e banda, de Marília, e um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzido pelo pároco, concentrou inúmeros grupos de jovens no salão paroquial. No domingo, dia 29, centenas de fiéis participaram da missa de encerramento da 3ª Semana Missionária. Presidida pelo bispo diocesano, a celebração reuniu o povo em agradecimento a Deus pelos frutos da missão. “Herculândia é uma cidade de coração aberto. Por onde passamos recebemos o afeto de todos”, ressaltou Dom Luiz Antonio ao dizer que os missionários foram bem recebidos pelos católicos e também por inúmeros evangélicos que acolheram as visitas. No final, o Pe. Manoel Carlos agradeceu aos seminaristas pela Palavra de Deus anunciada, pelas vistas, pelos momentos de oração e celebrações, e dirigindo-se aos futuros padres concluiu: “vocês nos deram a paz, porque vieram em nome do Senhor e esperamos que esta paz permaneça em vocês e em nós, pois o amor de Cristo nos uniu”. O pároco também agradeceu a presença do bispo diocesano afirmando que Dom Luiz, como primei-

ro missionário da Diocese, confirma a “presença de Jesus que não nos abandona, mas que continua olhando para o seu povo com a mesma compaixão de quando peregrinou neste mundo”, disse. INAUGURAÇÃO Antes da missa de abertura da 3ª Semana Missionária na terça-feira, dia 24, Dom Luiz Antonio abençoou a nova sede do escritório diocesano da Renovação Carismática Católica (RCC) que fica ao lado da igreja matriz de Herculândia. O novo coordenador da RCC na Diocese, o herculandense Ivan Tonini, agradeceu a presença de todos e confiou a Deus os trabalhos do movimento. O seminarista Edson Barbosa, coordenador estadual do Ministério para Seminaristas da RCC, participou do ato. VISITA PASTORAL Na oportunidade, o bispo diocesano realizou sua visita pastoral à paróquia herculandense. Juntamente com o Pe. Manoel, Dom Luiz Antonio esteve na Prefeitura e na Câmara Municipal, bem como no Hospital Beneficente São José, administrado pelas religiosas missionárias de Nossa Senhora de Fátima, na Residência Terapêutica, na sede do Grupo Herculandense de Voluntários de Combate ao Câncer (GHVCC), em instituições de ensino e também com empresários.

Missionários na Creche (acima), na igreja matriz (centro) e durante visita (abaixo)


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Pastoral Familiar tem nova equipe de coordenação Em uma reunião realizada no Centro de Convivência Monsenhor Afonso Haffner, em Tupã, a Pastoral Familiar transmitiu as funções aos novos membros da coordenação diocesana. Os agentes estiveram reunidos no dia 21 de janeiro e esta foi a oportunidade de todos os casais se conhecerem. O novo casal coordenador Rui Gonçalves Alves e Lourdes José dos Santos Alves. Eles são de Lucélia e pertencem à Paróquia Sagrada Família, onde já atuavam há mais de dez anos. A função será desempenhada por dois anos e poderá ser renovada por outros dois anos. “Ficamos surpresos com a indicação. Mas estamos à disposição, temos o apoio do coordenador diocesano de pastoral (Pe. Ademilson Luiz Ferreira) e esperamos e confiamos em Deus”, disseram. Além da Pastoral Familiar, o casal também faz parte, em Lucélia, do

Fotos: Pastoral Familiar

Casais participantes da reunião que transmitiu os cargos à nova equipe de coordenação da Pastoral Familiar

Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Renovação Carismática Católica (RCC). Rui é missionário da Sociedade Irmãos da Misericórdia e Lourdes é catequista de Crisma. Além deles, a equipe diocesana também terá novos casais nas funções de vice-coordenadores (Jurandir José

de França e Regina Célia Smaniotto de França, da Paróquia Santa Antonieta, de Marília); secretários (José Ângelo Valenciano e Rosângela Darodda Valenciano, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de Marília); e casal administrativo-financeiro (Célio Rejani e Darci Danelutti Rejani, do

Santuário Nossa Senhora de Fátima, de Dracena). Outra decisão tomada durante a reunião é que o casal coordenador terá o auxílio de quatro casais, representantes das Regiões Pastorais II e III. O objetivo é favorecer uma maior interação entre as Regiões.

SIM celebra missa de envio de missionários para o ano novo

ECC promove encontro de formação para casais de várias dioceses

Todos os anos, nos primeiros dias de janeiro, a Sociedade Irmãos da Misericórdia (SIM), de Dracena, celebra a missa de envio com todos os missionários. Na celebração, todos recebem a bênção para que sejam fortalecidos na missão para o ano que se inicia. “Depois da missa, podemos desempenhar a nossa missão com ânimo e bênçãos”, comentou a missionária Lara Denise dos Santos, que faz parte da Central de Comunicação da SIM.

A missa foi presidida pelo Frei Aírton Carlos Grigoleto, no dia 10 de janeiro, e contou com a participação de cerca de 200 pessoas. A missão da SIM, de acordo com seus coordenadores, é evangelizar através de retiros, palestras, curso Enchei-vos e também através de formações específicas. A Sociedade não atua somente em Dracena, mas em várias cidades, dioceses e até mesmo em outros Estados.

No dia 21 de janeiro, o Encontro de Casais com Cristo (ECC) promoveu uma formação para casais, em Marília, na Escola Municipal Professora Geralda César Vilardi. Estiveram reunidos 22 casais da Diocese de Marília e das dioceses de Araçatuba, Assis, Barretos, Bauru, Botucatu, Limeira, Ourinhos, Presidente Prudente, Jaboicabal, Votuporanga e São Carlos. A formação foi coordenada pelo casal Regional Sul I, Carlos e Andréa Viana, de Bauru (SP).

Fotos: Sociedade Irmãos da Misericórdia

O QUE É O ECC? O ECC é um serviço escola da Igreja Católica autorizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Ele está implantado em todo território nacional, nas diversas paróquias em que o pároco autoriza”, comentou o casal Aparecido Gracioli e Marília Pondian Pinheiro, casal diocesano do Serviço Escola do ECC. O Encontro de Casais com Cristo é constituído de três etapas. A 1ª Etapa

Missa de envio foi presidida pelo Frei Airton, pároco da Paróquia N. Sra. Aparecida

leva os casais a um encontro pessoal com Jesus e a refletir sobre seu matrimônio cristão, educação dos filhos e postura de família na comunidade. A 2ª Etapa é catequética e leva aos casais os documentos da Igreja, o conhecimento da organização e o respeito à hierarquia e ao clero. “Esta etapa mostra a necessidade de todos participarem e contribuírem nas diversas pastorais para formarmos famílias e comunidades seguidoras de Cristo”, explicou o casal diocesano. Já a 3ª Etapa é dedicada à justiça social, à Igreja em saída. “Os cristãos precisam se posicionar e agir, ser exemplos de cidadãos dignos e ajudar os mais fracos e injustiçados. É preciso praticar o que aprendemos na Igreja e com Jesus Cristo”, afirmaram. De acordo com o casal diocesano, o Encontro de Casais com Cristo é muito mais que três etapas. Sua organização e funcionamento são amplas, segundo explicou Marília e Aparecido.


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Catequistas têm formação Todos os anos, no mês de janeiro, a equipe diocesana da Catequese motiva as paróquias a promoverem uma semana de formação e planejamento para seus catequistas. Neste ano, a proposta de tema foi “Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia”, “Ano Litúrgico segundo São Mateus” e “Catequese, missa e seus desafios”. A ideia foi reunir as paróquias em micro-regiões. Na Região Pastoral I, até o fechamento desta edição, haviam sido comunicadas à equipe diocesana a realização de oito eventos de formação. A maioria dos encontros ocorreu na semana do dia 21 ao dia 27 de janeiro. Mas algumas paróquias de Marília, juntamente com a Paróquia São Pedro Apóstolo, de Garça, optaram por dar sua formação em um encontro conjunto, marcado para o mês de fevereiro. Na Região II, oito paróquias reali-

zaram formações para seus catequistas. Outros dois encontros ocorreram por micro-região. As paróquias de Adamantina se reuniram com Lucélia, Pracinha e Mariápolis. Outra micro-região reuniu catequistas de Arco-Íris, Herculândia, Queiroz e as quatro paróquias São Judas Tadeu, São José Operário e Nossa Senhora Auxiliadora, de Tupã. A maioria das paróquias marcou suas formações para o final de janeiro. Nove encontros foram programados para serem realizados na Região III. Alguns grupos optaram por reunir seus catequistas em janeiro e outros em fevereiro. As três paróquias de Dracena — Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima e São Francisco de Assis — darão sua formação aos catequistas todos juntos, durante o ano, aos sábados. Foto: Paróquia São Miguel Arcanjo | Marília

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Dia Mundial do Enfermo será celebrado em Aparecida No dia 11 de fevereiro, a Pastoral da Saúde realizará sua tradicional Romaria Nacional ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Na oportunidade, agentes de todo o Brasil estarão reunidos para rezarem pelo Dia Mundial do Enfermo, comemorado naquela data. Outra motivação será a celebração do tricentenário de encontro da imagem da Mãe Aparecida. A sexta edição da Romaria Nacional terá como tema “300 de Aparecida e a Pastoral da Saúde no Brasil” e o lema “Maria, mãe da vida, da saúde e da criação”. A programação começará com uma missa às 9h e em seguida, terá início, no subsolo do santuário, o encontro dos agentes. A Diocese de Marília também participará do evento e, segundo a coordenação, deverão viajar a Aparecida cerca de 100 pessoas. MENSAGEM DO PAPA Neste ano, a mensagem do Papa Francisco por ocasião da XXV Jornada Mundial do Doente traz como tema “Admiração pelo que Deus faz: “o Todo-Poderoso fez em mim maravilhas (Lc 1, 49)”. Segundo o Santo Padre, a data é ocasião para se prestar atenção especial à condição dos doentes, e, mais em geral, a todos os atribulados. “Os doentes, tal como as pessoas com deficiências mesmo muito graves, têm a sua dignidade inalienável e a sua missão própria na vida, não se tornando jamais meros objetos, ainda que às vezes pareçam de todo passivos, mas, na realidade, nunca o são”, afirmou o Papa Francisco. Antes de encerrar a mensagem, pedindo a intercessão de Nossa Senhora, o Sumo Pontífice reitera sua “proximidade feita de oração e encorajamento aos médicos, enfermeiros, voluntários e a todos os homens e mulheres consagrados comprometidos no serviço dos doentes e necessitados. A todos, desejo que possam ser sempre sinais jubilosos da presença e do amor de Deus”, afirmou.

Pe. Manoel: fiéis rezam pelo sacerdote falecido

Foto: Paróquia Nossa Senhora Aparecida | Oriente

Foto: Milton Ura | No Click com o Senhor

De cima para baixo, catequistas de Marília, Oriente e Adamantina

A missa de sétimo dia de falecimento do Pe. Manoel Cirino de Souza foi celebrada em 2 de janeiro, na Catedral Basílica de São Bento. Os fiéis também se reuniram em outras localidades para rezar em sufrágio da alma do sacerdote. No trigésimo dia da morte, uma celebração ocorreu em Marília, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus. A missa foi presidida pelo Pe. Ademilson Luiz Ferreira e concelebrada pelos padres Edson de Oliveira Lima e Adeflor Xavier Pereira Júnior. Além dos familiares, a celebração também contou com a presença de fiéis de outras paróquias. SOBRE O ACIDENTE Em entrevista ao jornal NO MEIO DE NÓS, o Pe. Rui Rodrigues da Silva, de Adamantina, contou como foram os primeiras horas após o acidente que vitimou o Pe. Manoel. O colega de clero foi chamado à 1h20 da madrugada pela polícia, que informou sobre um acidente com um padre. Ele foi à Santa Casa de Adamantina e somente lá soube que se tratava do Pe. Manoel. “Ele estava bastante agitado, mas consciente. Tinha apenas um corte no queixo. Reparei que estava com o terço na mão, provavelmente porque viajava com ele. Fiz perguntas, mas ele estava monossilábico. Perguntei se estava bem e ele respondeu que sim. Depois, começamos a reparar que um lado do corpo estava começando a ficar paralisado. Na manhã seguinte ao acidente, ele foi encaminhado a Marília, onde havia mais recursos. Lá, foi feita uma ressonância e constatado um coágulo no cérebro. O quadro de saúde se agravou e ele acabou falecendo”, lamentou o pároco da Paróquia Santo Antônio. Sobre o luto, o Pe. Rui comentou que o Pe. Manoel era seu “irmão” no clero. “Foi como perder alguém da família”, comentou. O pároco de Flórida Paulista faleceu quatro dias após um acidente automobilístico que matou duas pessoas na hora e deixou uma pessoa em estado grave. Alessandra Zafanelli Oquiali, que continua em recuperação, perdeu seu marido, Reginaldo Oquiali. Os três voltavam de São José do Rio Preto, onde o Pe. Manoel tinha celebrado uma missa, transmitida ao vivo pela Rede Vida.


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Fevereiro de 2017

Diocese estará presente na Romaria do Terço dos Homens Em pleno Ano Mariano, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida receberá a IX Romaria do Movimento do Terço dos Homens. Devotos de todo o Brasil se reunirão, nos dias 17 e 18 de fevereiro, na casa da Mãe Aparecida para celebrar os 300 anos de encontro da imagem da padroeira do Brasil. Para identificá-los entre os demais romeiros, os homens estarão com o terço na mão e a imagem de Nossa Senhora estampada nas camisetas. A Diocese de Marília também estará representada no evento. Atualmente, o Terço dos Homens está presente em algumas paróquias e vários grupos foram criados nos últimos anos. A abertura ocorrerá com uma missa às 18h da sexta-feira. Em seguida, os homens seguirão em procissão para o Porto Itaguaçu, onde tudo começou, há 300 anos, em 1717, quando pescadores encontraram a imagem partida da Mãe de Jesus Cristo. À noite, às 23h, terá início a vigília mariana e a adoração ao Santíssimo Sacramento no Santuário Nacional. Ao todo, os homens poderão participar de sete vigílias, até as 5h45 da manhã do sábado. Às 7h, os romeiros receberão as boas vindas, com músicas e orações na Tribuna Papa Bento XVI. Às 8h, haverá um momento de reflexão com o tema “Homens do Terço: é preciso lanças a redes!”. A missa solene está marcada para as 10h30 e no período da tarde, haverá a recitação do Santo Terço com todos os homens reunidos aos pés da padroeira do Brasil. Logo em seguida, eles serão consagrados a Nossa Senhora Aparecida. O encerramento está marcado para as 15h30.

Foto: Divulgação

Cartaz de divulgação da IX Romaria do Terço dos Homens

FIQUE DE OLHO PASTORAL DA CRIANÇA No início de fevereiro, dias 4 e 5, a Pastoral da Criança promoverá o Curso de Brinquedista, na cidade de Dracena, para agentes de toda a Diocese de Marília. A função do brinquedista é formar brincadores e também brincar com as crianças no Dia da Celebração da Vida, ocasião em que a Pastoral da Criança celebra a vida das crianças. “Nesse dia, pesamos as crianças e proporcionamos formações para as mamães”, informou o coordenador diocesano da Pastoral da Criança, Moisés Soudário Inácio. Segundo ele, as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento das crianças. “A vida ganha sentido quando existe união na família. A vitalidade de uma família depende dos pequenos e grandes momentos em que todos estejam reunidos. Para a criança, o convívio alegre entre os pais e filhos corresponde à brincadeira. Ao receberem atenção e carinho

dos adultos, se sentem profundamente amadas”, afirmou. O curso deverá contar com a presença de 10 agentes, que serão capacitadas pela multiplicadora da Ação de Brinquedos e Brincadeiras, Walquiria Rocha. TEOLOGIA PARA LEIGOS No mês de fevereiro, ocorrerão as aulas inaugurais dos Cursos de Teologia para Leigos nas três Regiões Pastorais. Na Região I, a aula inaugural, marcada para 6 de fevereiro, será ministrada pelo professor mestre Pe. Carlos Robertos dos Santos. Ele falará sobre a exortação apostólica pós-sinodal, Amoris Laetitia. O coordenador do curso, Pe. Anderson Messina Perini, lembrou que a Região I não trabalha com módulos. Cada ano tem seus professores. Na Região II, as aulas continuarão sendo ministradas nas cidades de Tupã e Adamantina. A data do reinício das aulas é 14 de fevereiro e os módulos

ministrados serão “Sacramentos”, em Adamantina, com o Pe. Miguel Borro e “História da Igreja” em Tupã, com o Pe. Luciano Pontes. “A grande novidade para este ano será a implantação de uma ‘pós graduação’ em Teologia no nucleo de Tupã. A duração será de um ano e tem como público alvo as pessoas que já concluíram o curso regular de Teologia para Leigos”, afirmou Adriano Henrique Penna, que faz parte da equipe de coordenação. As aulas, tanto do curso regular quanto da pós, serão ministradas às terças-feiras, a partir das 20h, em Tupã, no Centro de Convivência da Paróquia São Pedro, e em Adamantina no Centro Catequético da Paróquia Santo Antônio. O curso da Região Pastoral III começará no dia 7 de fevereiro, às 20h, no Salão Paroquial do Santuário Diocesano Nossa Senhora de Fátima, em Dracena. A aula inaugural será ministrada pelo diácono Marcelo Henrique

Gonzalez Dias. Ele fará uma Introdução ao Curso de Teologia. O módulo do primeiro semestre será sobre “Bíblia”, ministrado pelo Pe. Ivã Luiz de Oliveira Baisso, de Nova Guataporanga. O sacerdote é o atual coordenador do curso. ORDEM DAS VIRGENS No mês de fevereiro, duas novas mulheres serão consagradas à Ordem das Virgens. A primeira consagrada foi Lucilene Melo, de Pacaembu, em novembro de 2015. Juntamente com o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, ela acompanhou as novas candidatas. A primeira consagração do mês ocorrerá em 11 de fevereiro, em Tupi Paulista. A candidata à Ordem é Maria José Marques. E no dia 21, será a vez de Aparecida Domingues da Silva, da Paróquia Santa Antonieta, de Marília, ser consagrada pelas mãos de Dom Luiz.


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Atualidade Papa fala sobre chacina nos presídios brasileiros Em sua primeira audiência geral de 2017, o Papa Francisco fez orações pelas vítimas da rebelião no presídio de Manaus (AM), ocorrida no primeiro dia do ano. O Sumo Pontífice lamentou as mortes resultantes do conflito entre grupos rivais. “Ontem, chegaram notícias dramáticas do Brasil sobre o massacre ocorrido no presídio de Manaus, onde um violentíssimo confronto entre grupos rivais causou dezenas de mortes”, falou o Papa nas mensagens finais da audiência. “Exprimo dor e preocupação pelo que aconteceu. Convido a todos para rezar pelos mortos, pelos seus familiares, por todos os detentos daquele presídio e por aqueles que lá trabalham”, complementou. O Santo Padre, no entanto, também aproveitou para chamar a atenção para o problema da superlotação dos presídios brasileiros e para a precariedade do sistema penitenciário brasileiro. “Renovo meu apelo para que os institutos penitenciários sejam locais de reeducação e de reinserção social e as condições de

Foto:Mazur/catholicnews.org.uk

Papa sentiu pesar pelos mortos em massacre ocorrido na penitenciária de Manaus (AM)

vida dos presidiários sejam dignas de pessoas humanas”, afirmou. Após um momento de silêncio, o Papa pediu que os presídios de todo o mundo “sejam locais de reinserção, que não sejam superlotados”. O massacre ocorrido no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durou 17 horas e resultou na morte de 56 detentos e foi notícia em meios de comunicação de muitos países.

As cenas de horror descritas pelas testemunhas do massacre — metade dos mortos foi decapitada — chocaram o mundo e chamaram a atenção para a situação precária que a Igreja Católica do Brasil já vinha alertando, através da Pastoral Carcerária. Na Diocese de Marília, a Pastoral Carcerária existe desde 1997, quando foi tema da Campanha da Fraternidade (A Fraternidade e os Encarcerados |

Cristo liberta de todas as prisões). O território diocesano de Marília é o que tem a maior concentração de presídios e encarcerados de todo o Brasil. São mais de 20 mil detentos, presos em 12 unidades prisionais que ficam ao longo do trecho entre as cidades de Álvaro de Carvalho e Tupi Paulista. Quem assessora a Pastoral Carcerária há 16 anos é o Pe. Valdo Bartolomeu de Santana, que considera o ocorrido como lamentável e, infelizmente, uma tragédia anunciada. Segundo o sacerdote, na diocese o problema da superlotação também é uma realidade. “A diocese, como todo o Brasil, tem unidades superlotadas, com o clima tenso para a direção, funcionários e presos. Dentro dos presídios, as facções desejam o controle a todo custo”, revelou. O Pe. Valdo concluiu dizendo que a Pastoral Carcerária está atenta nesse momento e pede a oração de todos os fiéis da Diocese de Marília para que ela continue seu trabalho dentro dos cárceres.

CNBB disponibiliza texto para Sínodo dos Jovens A editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Edições CNBB, lançou a versão impressa e em português do Brasil do documento preparatório para a XV Assembleia Geral Ordinário do Sínodo dos Bispos, que terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Nele está disponível um questionário que todas as paróquias devem receber para avaliar a proposta apresentada pelo Papa e comentar sobre suas expectativas e vida. O tema escolhido pelo Papa Francisco expressa a preocupação pastoral da Igreja com os jovens, em conformidade com as reflexões das assembleias sinodais recentes sobre a família e com o conteúdo da exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia. O Sínodo dos Jovens destina-se, portanto, a acompanhar a juventude em seu modo de vida em direção à maturidade. A Igreja espera que

através de um processo de discernimento bem orientado, os jovens possam descobrir o seu projeto de vida e realizá-lo com alegria, abrindo-se ao encontro com Deus e com os homens, e participando ativamente na edificação da Igreja e da sociedade. A 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos foi convocada pelo Papa Francisco para outubro de 2018. O documento preparatório para assembleia sinodal que agora é oferecido pela Edições CNBB foi apresentado no Vaticano, no dia 13 de janeiro. Um dos objetivos do texto é encontrar as melhores maneiras para acompanhar os jovens a reconhecer e acolher o chamamento à vida plena e anunciar o Evangelho de maneira eficaz. O texto está organizado em três partes: “Os jovens no mundo de hoje”; “Fé, discernimento, vocação” e “Ação pastoral”. Ele é direcionado ao Sínodo dos

Bispos, ao Conselho das Igrejas Orientais Católicas, às Conferências Episcopais, à Cúria Romana e à União dos Superiores Gerais. Na carta de divulgação, o Papa pede que a juventude “não tenha medo de escutar o Espírito que vos sugere escolhas ousadas”. Francisco também recordou uma das palavras de Jesus aos discípulos, que lhe perguntavam: “Rabi, onde moras?”. Ele respondeu: “Vinde e vede!”. “Jesus dirige o seu olhar também a vós, convidando-vos a caminhar com Ele”, destacou o pontífice. Assim como aconteceu no Sínodo da Família, na fase de consulta ao povo de Deus, haverá questionário e consulta online aos jovens do mundo inteiro que poderão responder sobre suas expectativas e vida. Também haverá perguntas específicas e divididas por continente. (Fonte: site da CNBB)

Foto: Divulgação

Capa do documento preparatório


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Fevereiro de 2017

Região I Dom Osvaldo é convidado para abençoar vereadores A Câmara Municipal de Marília recebeu, no dia 5 de janeiro, a visita do bispo emérito de Marília, Dom Osvaldo Giuntini. “Trago a vocês, que estão iniciando o novo trabalho, uma mensagem para que tudo possa ocorrer com a bênção de Deus e que possamos atender aos necessitados”, disse aos participantes. O bispo ressaltou a responsabilidade de cada vereador na transformação da sociedade e na sua contribuição para a construção de um mundo melhor e mais justo. Quem convidou Dom Osvaldo foi o vereador Maurício Roberto, que é membro da Pastoral Familiar. A iniciativa foi elogiada pelo presidente da Câmara de Marília, Wilson Damasceno, que agradeceu a presença do bispo emérito. “Dom Osvaldo nos trouxe uma mensagem de paz, de doação, para que nós possamos nos doar mais ao próximo”, lembrou o

presidente. Dos 13 vereadores de Marília, a reunião com Dom Osvaldo contou com presença de nove dos eleitos. Durante a visita, o bispo deu sua bênção episcopal aos parlamentares, servidores e usuários do serviço público que estavam no prédio naquele momento. Ele lembrou que a última vez que passou na câmara para dar sua bênção no início de um governo foi em 1982, quando chegou à cidade de Marília, como bispo auxiliar. “Convidamos ele para nos conhecer na Câmara e para recebermos sua bênção. Pela idade que ele tem [Dom Osvaldo completou 80 anos em setembro do ano passado], ele merece todo nosso respeito e carinho. Ele conheceu todos os departamentos e também tomou café conosco”, contou o vereador Maurício, que pertence à Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Marília.

Foto: Will Rocha | Câmara Municipal de Marília

Bispo foi convidado para falar e também para abençoar vereadores e funcionários

Região II Padres se encontram com poderes executivo e legislativo O Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva, pároco da Paróquia São José Operário, de Tupã, promoveu um encontro para apresentar a posição da Igreja diante da política. A ideia da reunião surgiu ainda durante a campanha eleitoral do ano passado, quando dois católicos de sua comunidade concorreram à vaga na câmara municipal. “Falei a eles que, se fossem eleitos, eu acompanharia de perto. Depois, pensei em convidar todos os vereadores e também o prefeito e o vice-prefeito”, lembrou o sacerdote. Dez dos 15 vereadores eleitos compareceram à reunião, além do prefeito, Ricardo Raimundo, e do vice, Caio Aoqui. O encontro foi no dia 14 de janeiro, e na oportunidade, todos receberam o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Trata-se de um livro que sintetiza a Doutrina Social da Igreja. “Ele trata dos fundamentos básicos da Doutrina Social, que foram refletidos no decorrer da

história. É fruto do esforço do Conselho Doutrinal Pontifício de Justiça e Paz. E também foi um pedido de João Paulo II, que queria uma síntese da história social da Igreja”, explicou o Pe. Marcos. Além dele, outro sacerdote que participou da apresentação foi o Pe. Murilo Aparecido Dias, vigário paroquial da Paróquia São José Operário. Um dos aspectos abordados foi o incentivo que o Papa Francisco tem dado para os fiéis leigos, para que se insiram na política, a fim de que seja, de fato, um espaço para o bem comum. A mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em preparação às eleições, também foi lembrada. “Em todos os momentos, exortamos o valor do voto. Eles foram eleitos não para defender um partido ou uma bancada, mas para defender o bem comum do município de Tupã”, relatou o pároco. Os dois sacerdotes também pontuaram algumas situações problemáticas

no município, como uso de drogas, educação e saúde. “Fizemos uma boa partilha”, afirmou o Pe. Murilo. O Pe. Marcos comentou que dois pastores evangélicos, que também foram eleitos, estiveram presentes à reunião. “Os vereadores todos comentaram que gostaram da ideia de partilha e alguns, que já exercem a função há mais mandatos, comentaram que nesses anos todos, nunca tinham tido uma experiência como esta, de partilhar as preocupações com a Igreja Católica. Então foi algo positivo, tanto da nossa parte como da parte deles”, comentou o Pe. Marcos. ARCO-ÍRIS No dia 28, a experiência foi repetida, desta vez com os vereadores de Arco-Íris. Oito dos nove vereadores eleitos estiveram presentes, além da prefeita, Ana Maria Zoner Leal Serafim, e do vice, José Luiz da Silva. “Utilizamos a mesma

metodologia de partilha e eu apresentei a visão da Igreja Católica sobre política. Os vereadores gostaram dessa iniciativa e se sentiram acolhidos. Disseram que deveria haver mais momentos de diálogo com a Igreja. Eles ficaram à nossa disposição e nós, como Igreja, ficamos à disposição deles.”, compartilhou o Pe. Marcos, que também é vigário episcopal da Região II. Para o verador Edmur Zequini Quiqueto, que iniciou seu primeiro mandato como vereador em Arco-Íris, o encontro foi muito produtivo. “Fomos esclarecidos sobre a posição da Igreja e a partir de agora, teremos a porta aberta”, disse ele, que é católico. Outro vereador que participou da reunião foi Antônio do Amaral, que está em seu terceiro mandato. “Na minha opinião, os vereadores devem estar sempre ‘conversando’ com a Igreja. Acredito que deva haver mais reuniões como esta”, comentou Amaral, que também revelou ser católico.


NO MEIO DE NÓS

Fevereiro de 2017

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Região III Dependentes químicos recebem tratamento em Dracena

Paróquia de Irapuru festeja padroeira, Santa Genoveva

Na cidade de Dracena, uma entidade bastante conhecida pelos católicos é a Comunidade Terapêutica denominada Pousada Bom Samaritano, que oferece acolhimento aos dependentes químicos (álcool e outras drogas). Foi fundada em 18 de maio de 1995 e idealizada pelo saudoso Frei Moacir Chinelatto, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, então pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da cidade. Inspirado na Campanha da Fraternidade de 1995, cujo tema foi “Eras Tu Senhor”, Frei Moacir, com o apoio da comunidade local, decidiu construir algo concreto para justificar o objetivo da Campanha. Atualmente, a entidade, com sede própria, atende 30 dependentes químicos do sexo masculino, maiores de 18 anos, que aceitam se tratar por livre e espontânea vontade, chamados de residentes. Seu tratamento consiste em um conjunto de atividades nas três dimensões do ser humano: física, psíquica e espiritual. “Muitos, depois de recuperados, já constituíram família e levam outra vida”, contou o Frei Clóvis Barbosa, que aos 85 anos de idade se dedica ao acompanhamento espiritual dos dependentes químicos em tratamento na Pousada. O sacerdote oferece Catequese e aulas de Antropologia aos residentes. “Foi o fundador, Frei Moacir, quem me chamou para vir para cá. Além de acompanhá-los diariamente, atendo confissões e mostro constantemente que tem jeito,

A cidade de Irapuru esteve em festa no dia 3 de janeiro, por ocasião da festa de sua padroeira. A missa solene em honra à santa foi presidida pelo pároco, Pe. Adriano dos Santos Andrade, e também contou com a participação das Irmãs da Misericórdia, de Álvaro de Carvalho, que visitavam a cidade. “É sempre um momento de muita alegria celebrar a festa de nossa padroeira”, comentou o sacerdote, que está na paróquia há cinco anos. A missa foi concelebrada pelo Pe. Miguel Alberto de Souza Porto, ordenado em maio de 2016 em Irapuru e que atualmente exerce seu ministério na Arquidiocese de Campo Grande (MS). “Esse ano a comemoração foi especial por causa da presença dele. Toda a comunidade se alegrou com sua vista, pois ele é ‘filho’ de Irapuru”, disse o Pe. Adriano. No início da celebração, foi exibido um vídeo com a história de vida e luta de Santa Genoveva, que também é padroeira da cidade de Paris, na França. Logo depois, a imagem da santa foi entronizada com cânticos e honrarias. As leituras escolhidas para a missa exaltavam o chamado à pureza e santidade vividas pela santa. O Pe. Miguel Porto, ao fazer sua homilia, se disse “mimado por Deus” por lhe ter concedido a honra de participar dessa missa solene. Ele meditou sobre a vida da padroeira e fez o convite para que os fiéis buscassem a santidade com a intercessão dela.

sim, de se recuperar”, revelou o sacerdote. Frei Clóvis ressaltou que, sem rezar não é possível alcançar o sucesso na recuperação. “O único remédio se chama Jesus. O renascer em Jesus Cristo resolve tudo”, garantiu o sacerdote, que celebra diariamente na ermida, localizada no interior da Pousada. A Ermida São Damião foi construída toda em pedra, até mesmo o piso. “Esta foi uma das últimas obras de Frei Moacir antes de morrer, em outubro de 2004. As missas aqui enchem nos finais de semana. Ermida significa ‘pequena igreja fora do povoado’”, lembrou o religioso. Sobre o tratamento, Frei Clóvis informou também que a Pousada Bom Samaritano conta com a dedicação de uma diretoria voluntária. Os dependentes químicos são atendidos de forma gratuita e além do aspecto espiritual, recebem acompanhamento psicossocial, de saúde, bem como atendimento às suas famílias. “O ar daqui é muito bom. Tem muita árvore e o oxigênio é de excelente qualidade”, garantiu, bem-humorado, o Frei Clóvis Barbosa. Para a manutenção dos serviços prestados são realizados eventos beneficentes com o apoio de voluntários, como a tradicional “Festa do Milho”. Também são comercializados produtos da própria entidade e ela recebe doações da comunidade e principalmente a ajuda da Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Fotos: Pousada Bom Samaritano

A PADROEIRA Santa Genoveva nasceu na cidade de Nanterre, França, no ano de 422. Recebeu o chamado a se consagrar inteiramente a Deus quando tinha apenas oito anos de idade. Ao se mudar para Paris, sua fama de santidade e humildade se espalhou rapidamente e ficou conhecida por socorrer os doentes e famintos. Ela morreu por volta do ano de 500 e é popularmente recorrida nas horas de calamidade e perseguição. A data dedicada à santa é 3 de janeiro. “A celebração de nossa padroeira foi mais uma vez uma oportunidade de reavivarmos a nossa devoção a Santa Genoveva e a seguir o seu exemplo de amor e de serviço ao próximo”, afirmou o pároco. MONUMENTO DA MISERICÓRDIA Irapuru foi a cidade escolhida para receber o Monumento da Misericórdia. Lá, será construído um asilo para lembrar e marcar a celebração do Ano Santo da Misericórdia na Diocese de Marília. A construção ainda não teve início e será financiada com a arrecadação de uma coleta realizada no final do ano passado em todas as paróquias da diocese. O valor arrecadado foi de R$ 72.738,98. Confira mais informações sobre o início das obras do Asilo em Irapuri nas próximas edições do NO MEIO DE NÓS. Foto: Paróquia Santa Genoveva

À esquerda, a entrada da Pousada, e à direita, a ermida, toda feita em pedra

Pe. Miguel (à esquerda), juntamente com o Pe. Adriano, na missa festiva


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Fevereiro de 2017

Diocese completa 65 anos em 16 de fevereiro Fotos: Érica Montilha | Pascom | Diocese de Marília

No ano passado, bispos, clero e fiéis celebraram aniversário da Diocese na Catedral

Neste dia 16 de fevereiro, a Diocese de Marília completa 65 anos de criação. Desmembrada integralmente da Diocese de Lins, o Papa Pio XII a criou pela bula “Ad Episcoporum munus” (Para a função episcopal) no ano de 1952. Até 1954, a nova diocese teve como administrador apostólico o bispo de Lins, Dom Henrique Gelain. Em seguida, foi nomeado o primeiro bispo Dom Hugo Bressane de Araújo, que ficou à frente da diocese até 1975. O segundo bispo diocesano foi Dom Frei Daniel Tomasella, de 1975 a 1992; o terceiro Dom Osvaldo Giuntini, de 1992 a 2013; e posteriormente o atual bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini. Formada por 37 municípios, a Diocese de Marília faz limite com as dioceses de Araçatuba, Lins, Bauru, Ourinhos, Assis, Presidente Prudente (todas do Estado de São Paulo) e Três Lagoas (MS). Com um território de 11.958,6 km², a diocese tem, segundo o sen-

so de 2010, uma população de 675.659 habitantes. No total, são 62 paróquias e uma pró-paróquia, divididas em três Regiões Pastorais. A Região Pastoral I vai de Garça a Quintana; a Região II de Herculândia a Adamantina; e a Região III de Flórida Paulista a Panorama, que faz fronteira com a diocese sul matogrossense. A Região I tem como vigário episcopal o Pe. Luiz Eduardo Cardoso de Sá. Os sete municípios que a compõem têm 26 paróquias, com 32 sacerdotes diocesanos e 15 religiosos, além de dois diáconos. Na Região II, o Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva é o vigário episcopal e nos 16 municípios estão constituídas 20 paróquias, com 17 padres diocesanos e seis religiosos e um diácono. Por fim, na Região III, o número de paróquias é 16, divididos em 14 municípios. Lá, atuam 11 padres diocesanos e seis religiosos. Além dos sacerdotes e dos religiosos, a Diocese de Marília conta ainda com a presença de congregações que atuam em diversas paróquias.


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