Jornal No Meio de Nós - Edição 233 - janeiro de 2018

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NO MEIO DE NÓS INFORMATIVO DA DIOCESE DE MARÍLIA Ano 20 | Edição 233 | Janeiro de 2018

www.diocesedemarilia.org.br

Culto ecumênico reúne católicos e luteranos Foto: Érica Montilha | Pascom | Diocese de Marília

Padres de Jesus Sacerdote completam 50 anos no Brasil No dia 20 de dezembro, a Congregação de Jesus Sacerdote completou 50 anos de presença no Brasil. A comunidade de Marília lembrou a data com a participação de seus superiores e de Dom Luiz Antonio Cipolini. Um dos padres que desembarcou no porto de Santos (SP) há cinco décadas, ainda reside em Marília e foi homenageado na missa celebrada no dia do jubileu. Pe. Pio Milpacher, CJS, chegou juntamente com o Pe. André Bortolameoti, vindos da Itália, e em solo brasileiro começaram sua missão. Página 11

Dia Mundial da Paz reflete sobre refugiados e migrantes

Pastora Paula Trein e Dom Luiz Antonio Cipolini, durante celebração ecumênica realizada na Catedral Basílica

A Catedral Basílica Menor de São Bento Abade, em Marília, foi o local escolhido para uma celebração ecumênica realizada no dia 14 de dezembro. Além do bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, que representou a Igreja Católica, também participou a Pastora Paula Trein, da Igreja de Confissão

Luterana. A celebração ecumênica contou com a presença de fiéis das duas igrejas e foi a oportunidade de se reforçar a necessidade de uma comunhão maior entre católicos e luteranos que vivem na cidade de Marília. O assessor diocesano para o diálogo ecumênico, Pe. Willians Roque de Brito, esteve presente e

foi um dos idealizadores da iniciativa. Em 31 de outubro, foram comemorados os 500 anos da Reforma, conduzida por Martinho Lutero. A pastora lembrou que ele defendia a reforma constante da Igreja. Página 8

ESPIRITUALIDADE

FORMAÇÃO

Pe. Maurício da Silva Jardim, das Pontifícias Obras Missionárias, fala do legado do 4º Congresso Missionário

O assessor diocesano da Urgência Missionária fala sobre a missão ad gentes como modelo de toda a evangelização

Rodinei Célio de Andrade, leigo atuante na Infância e Adolescência Missionária (IAM) fala sobre a vocação missionária

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Foto: Pavablog

Refugiados são homens e mulheres que buscam lugar de paz

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ENFOQUE

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Em 1º de janeiro é celebrado o Dia Mundial da Paz e para este ano, a Mensagem do Papa trouxe como tema “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca da paz”. Francisco lembrou o drama de quem sai de seu país em busca da paz e afirmou que as migrações globais continuarão a marcar o futuro.

Almoço marca o Natal dos moradores de rua A Pastoral do Povo em Situação de Rua promoveu, na cidade de Marília, um almoço em comemoração ao Natal. O evento ocorreu na Paróquia Santo Antônio e reuniu cerca de 100 pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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| Ao Leitor |

NO MEIO DE NÓS

Janeiro de 2018

Editorial

O melhor da informação

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nício de ano é sempre uma boa oportunidade para pensarmos no futuro, planejarmos os 12 meses do ano que se abre e, com isso, criarmos as condições necessárias para que os objetivos possam ser alcançados com sucesso. Porém, não há como pensarmos no amanhã sem refletirmos sobre o nosso passado, avalian-

do-o e, se necessário, corrigindo-o. Ficamos satisfeitos quando conseguimos fazer esse processo com todos vocês, nossos leitores, que são a razão para nós, mensalmente, buscarmos o melhor da informação e da formação para a ação evangelizadora da Igreja. A partir de 2016 iniciamos a nossa reestruturação que nos con-

duziu até aqui. Nossas páginas, agora totalmente coloridas e separadas em seções, têm como principal meta a qualidade jornalística que, durante o ano de 2017, buscamos aprimorar cada vez mais! Assim, nos 365 dias deste novo ano, em nossas 12 edições, continue lendo nosso periódico e nos ajude com a missão de levar Jesus Cristo aos quatro cantos da Dio-

cese de Marília por meio de um jornalismo sério e comprometido com a vida pastoral de nossas comunidades e com a ação transformadora de nossa sociedade. Por isso, em 2018, leia o NO MEIO DE NÓS, divulgue para os seus amigos, para os agentes de pastoral da sua paróquia, e compartilhe nosso conteúdo nas redes sociais!

Enfoque

O legado do 4º Congresso Missionário Ilustração: Alex Augusto

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PE. MAURÍCIO DA SILVA JARDIM

missão é tarefa eclesial, não está restrita a uma pastoral, movimento ou grupo de especialistas. Ela é natureza, identidade e essência de toda Igreja. Com este espírito eclesial, as Pontifícias Obras Missionárias (POM), em comunhão com a Comissão Episcopal Pastoral para Animação Missionária e Cooperação Intereclesial, estão publicando pelas edições CNBB o livro “Missão Permanente — Reflexões e Propostas”. O objetivo da publicação é ofe-

recer as Igrejas do Brasil o legado do 4º Congresso Missionário Nacional, realizado na Arquidiocese de Olinda e Recife de 7 a 10 de setembro de 2017. Os conteúdos desta publicação nasceram da temática central do Congresso Missionário Nacional, “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, inspirado no convite do Papa Francisco para uma nova etapa evangelizadora marcada pela alegria (EG,1). O material apresenta o conteúdo das conferências centrais: Igreja em saída; Testemunho e Profetismo; Sinodalidade; Comunhão e Alegria do Evangelho e a síntese das reflexões e propostas das vin-

te três oficinas. Enfim, todos os conteúdos que circularam no Congresso Missionário são desafios e indicativos para os próximos anos. Eles ampliam os horizontes da missão ad gentes, “até os confins do mundo” e sem fronteiras. Que esta publicação, oferecida as Arquidioceses, Dioceses, Prelazi as, Comunidades Eclesiais e diferentes sujeitos da missão, ajude no aprofundamento e continuidade nas temáticas recolhidas no 4º Congresso Missionário Nacional. Pe. Maurício da Silva Jardim é diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM)

EXPEDIENTE BISPO DIOCESANO: Dom Luiz Antonio Cipolini | BISPO EMÉRITO: Dom Osvaldo Giuntini | CÚRIA DIOCESANA: Av. Nelson Spielmann, 521 - Marília/SP - CEP 17500-970 - Fone/fax: (14) 3401-2360 - E-mail: curia@diocesedemarilia.org.br | CENTRO DIOCESANO DE PASTORAL: R. José Bonifácio, 380 - Marília/SP - CEP 17509-004 - Fone/fax: (14) 3413-3124 - E-mail: cdp@diocesedemarilia.org.br | JORNALISTA RESPONSÁVEL: Márcia Welter - MTB n° 35.160-DRT-SP - Fone: (14) 99195-5452 (MW Editora) - E-mail: jornalnomeiodenos@yahoo.com.br | DIAGRAMAÇÃO: Danilo Cordeiro Silva | REVISÃO: Tiago Barbosa - MTB n° 79971/SP | ORIENTAÇÃO PASTORAL: Pe. Ademilson Luiz Ferreira | CONSELHO EDITORIAL: Tiago Barbosa e Márcia Welter | VERSÃO ELETRÔNICA: www.diocesedemarilia.org.br | IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru LTDA - Fone: (14) 3223-2844 | TIRAGEM: 13.000 exemplares | AUTORIZAÇÃO: Permite-se a reprodução de matérias desta edição, desde que sejam mencionadas as fontes | Envie notícias para o Informativo (jornalnomeiodenos@yahoo.com.br) e para o Portal (pascom.marilia@gmail.com).


NO MEIO DE NÓS

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| Nosso Pastor |

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Palavra do Bispo

Um abençoado 2018! DOM LUIZ ANTONIO CIPOLINI

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rezadas irmãs, prezados irmãos, graça e paz! No início de 2018 gostaria de ressaltar algumas realidades que nos acompanharão durante todo o ano. Tais realidades nos ajudarão na comunicação e organização da nossa caminhada diocesana, cujo objetivo central é a evangelização. Quero destacar a importância da Campanha da Fraternidade deste ano, que nos convida a superar a violência. O rosto da violência está estampado nas páginas dos jornais, na tela da TV, dos computadores, e nos celulares em nossas mãos. Mas a violência não é somente uma realidade ao alcance dos olhos, ela toca a nossa vida diária. Toca e fere a vida de crianças, adolescentes, jovens, idosos, migrantes...

Formatura em Marília No dia em que a Igreja celebra a memória de Santa Luzia, Dom Luiz Antonio Cipolini participou da formatura da 11° Turma de Teologia da Faculdade João Paulo II, de Marília. Na solenidade de colação de grau, a instituição de ensino superior que forma os futuros padres da Província Eclesiástica de Botucatu, conferiu o Bacharelado em Teologia para quatorze estudantes, dentre eles, oito são da Diocese de Marília. Após oito anos de formação, os seminaristas Denismar, Edson, Marcos, Rafael, Renan, Silvio, Thiago Carlos e Tiago Barbosa foram designados às paróquias para o trabalho pastoral e aguardam a ordenação diaconal. Foto: Ricardo Guto Molina

Na cerimônia, formaram-se 14 bacharéis em Teologia

O modelo para superar a violência é o próprio Jesus Cristo e a postura dos seus seguidores deve estar permeada de coragem e ternura. As injustiças do mundo devem ser superadas não com armas, mas com o amor que emana do Evangelho. Jesus não fez uso de armas e, quando um dos seus discípulos, naquele dia triste em que foi preso, querendo proteger o Mestre, fez uso de armas, Jesus ordenou: “Guarda a espada na bainha. Porque todos os que usam da espada, pela espada morrerão” (Mt 26,52). Quero destacar também o Ano do Laicato, com o objetivo de animar a todos os cristãos leigos e leigas a compreenderem a sua própria vocação e missão e atuarem como verdadeiros sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos: nas famílias, universidades, empresas, política, cultura, e outras. Para orientar as reflexões e ações deste ano, os bispos do Brasil, reunidos em Assembleia, ofereceram o documento 105, que visa tornar mais efetiva a corresponsabilidade pela evangelização e presença dos leigos na Igreja e na sociedade.

Num mundo violento e corrupto, precisamos de cristãos autênticos, homens e mulheres que não se conformem com essa mentalidade, mas busquem uma verdadeira renovação a partir do encontro com Jesus Cristo, Salvador e Senhor! Cristãos que assumam responsabilidades políticas com o dinamismo do Evangelho, pois iremos viver um ano de eleições. Vale lembrar a nota da CNBB sobre o atual momento político: “A apatia, o desencanto e o desinteresse pela política, que vemos crescer dia a dia no meio da população brasileira, inclusive nos movimentos sociais, têm sua raiz mais profunda em práticas políticas que comprometem a busca do bem comum, privilegiando interesses particulares... Apesar de tudo, é preciso vencer a tentação do desânimo”. A sociedade em construção e a Igreja em missão conta com leigos e leigas, cristãos convictos da própria responsabilidade, dispostos a abrir caminhos para o Reino de Deus, Reino da verdade, da vida, da justiça, do amor e da paz! Feliz Ano Novo! Feliz Missão!

AGENDA DO BISPO 14/01 – Posse do Pe. Rafael Octávio Garcia na Paróquia Sant’Ana, em Herculândia. 15 a 21/01 – Semana Missionária dos Seminaristas na Paróquia São Pedro, em Paulicéia. 16/01 – Missa de Acolhida aos Freis Franciscanos, em Adamantina. 20/01 – Posse do Pe. Adriano dos Santos Andrade na Paróquia Sagrada Família, em Lucélia. 20/01 – Posse do Pe. José Ferreira Domingos na Paróquia São José, em Flora Rica. 21/01 – Posse do Pe. José Ferreira na Paróquia Santa Genoveva, em Irapuru. 21/01 – Posse do Pe. Claudinei de Almeida Lima na Paróquia São José, em Panorama. 23 a 31/01 – Ação Missionária da Diocese de Marília em Coari, na Amazônia. 27/01 – Posse do Pe. Sidnei de Paula Santos na Paróquia São Luiz, em Iacri. 27/01 – Posse do Pe. Edson de Oliveira Lima na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Paulópolis 28/01 – Posse do Pe. Edson na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Quintana. 28/01 – Posse do Cônego José Carlos Dias Tófolli na Paróquia Sagrada Família, em Marília. 28/01 – Apresentação do Pe. Murilo Aparecido Dias na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Oriente.


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| Vida Cristã |

NO MEIO DE NÓS

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Assessoria Litúrgica Espiritualidade A Oração na Vida Cristã PE. ANDERSON MESSINA PERINI

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oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes, conforme diz São João Damasceno. Outra definição, segundo Santa Teresa do Menino Jesus, “a oração é o impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”. Ao rezarmos, oramos das profundezas (Cf. Sl 130,1) do nosso coração contrito e humilde. Porque o fundamento para a oração é a atitude da humildade, como diz São Paulo “pois não sabemos o que pedir nem como pedir” (Rm 8,26). A humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração, pois rezar é um presente que recebemos de Deus. O primeiro engano nosso na oração é acharmos que nós procuramos a Deus. É justamente o contrário. Nós rezamos como resposta ao apelo de Deus que vem ao nosso encontro, ou melhor, quando percebemos sua presença. Na passagem de Jesus e a samaritana no poço de Jacó temos o paradigma deste encontro (Cf. Jo 4). Cristo vem ao encontro de todos os homens, é o primeiro a nos procurar e que pede para beber. Ele tem sede, seu pedido vem das profundezas de Deus que nos deseja a fazer conosco um encontro de amor. A oração, pois, é este encontro entre a sede de Deus e a nossa. Como diz Santo Agostinho, “Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele”. Assim sendo, nossa oração é a resposta à queixa de Deus que nos interpela. Como diz o profeta Jeremias, a humanidade “abandonou-me a mim, fonte de água viva, e para si preferiu cavar cisternas, cisternas defeituosas que não retêm a água” (Jr 2,13). Rezar é a resposta de fé à promessa gratuita da salvação, resposta de amor à sede de Deus. Ademais, todo homem que reza, ora das profundezas do seu coração, da sua alma ou espírito. O coração é o lugar onde Deus habita no homem. É o nosso centro escondido, escondido de nossa razão e por outra pessoa. Onde

A missão Ad Gentes como modelo de toda evangelização só o Espírito de Deus pode sondá-lo e conhecê-lo. É o lugar da verdade, onde escolhemos o bem ou o mal, onde nós tomamos as mais profundas decisões. É um lugar de encontro, sede relacional, lugar de Aliança e de comunhão. A oração cristã é uma relação de Aliança entre Deus e o ser humano em Cristo. É uma relação viva dos filhos de Deus com seu Pai, infinitamente bom, com seu Filho, Jesus, e com o Espírito Santo. A vida de oração, assim, consiste em estar frequentemente na presença do Senhor e em comunhão com ele. Esta comunhão só é possível com o Batismo, pelo qual nos tornamos um mesmo ser em Cristo, fazendo parte de seu corpo místico, a Igreja. A oração cristã, portanto, é comunhão com Deus, Uno e Trino, e se desenvolve em comunhão com a Igreja, numa relação permanente ao amor a Deus, a Cristo e aos irmãos. Por fim, gostaria de deixar um gostinho de quero mais. Pois devemos aprender como, quando e onde podemos rezar. As principais fontes de oração são a Sagradas Escrituras, a liturgia da Igreja (Sacramentos e Sacramentais, a Liturgia das Horas, etc.) e as virtudes teologais (fé, esperança e caridade). Isto foi nos transmitido de maneira viva pelo Espírito Santo na Tradição eclesial e pela qual ensina os filhos de Deus a orar “com gemidos inefáveis” (Rm 8, 26). É neste ponto que aprofundaremos no próximo artigo.

Pe. Anderson Messina Perini é assessor diocesano da Pastoral Litúrgica

PE. WILLIANS ROQUE DE BRITO

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anúncio do Evangelho é a vocação e a identidade mais profunda da Igreja e, sem cumprir esse chamado, ela corre o risco de esvaziar-se de seu próprio sentido de existir. A Constituição Ad Gentes (aos povos), sobre a atividade missionária da Igreja, do Concílio Vaticano II, afirma que “A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser sacramento universal de salvação, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens” (AG, n.1). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também tem dado importância relevante para as missões na ação evangelizadora na Igreja no país, e apresenta a urgência missionária como eixo transversal que deve perpassar todas as outras dimensões da evangelização. O Papa emérito Bento XVI, na Mensagem para o Dia Mundial das Missões em 2012, dizia que deveríamos considerar “a responsabilidade missionária ad gentes, de modo que a animação missionária como eixo transversal de toda a atividade evangelizadora”. Assim, a Igreja nos apresenta que o modelo ideal da missão será sempre a missão Ad Gentes, ainda que ela se realize de outros modos, pois a Igreja precisa sempre sair de si mesma. Na Igreja do Brasil e da América Latina, desde os períodos de colonização no século XVI, acostumou-se a receber missionários da Europa e não compreendeu que deveria, ela também, oferecer-se de si mesma aos demais povos. A partir da Conferência de Aparecida os bispos têm chamado os católicos do continente a se envolverem mais assiduamente nesse projeto missionário, redescobrindo o caráter Ad Gentes da missão. Mas ao observar o cotidiano, nota-se que esse chamado missionário tem encontrado grande resistência, sobretudo, entre os clérigos. Com uma mentalidade pré-Conciliar, ou ainda, sem entender o

verdadeiro espírito do Concílio Vaticano II e da Conferência de Aparecida. Muita gente ainda compreende as missões como “coisa de padre”. Não é raro observarmos iniciativas populares genuinamente evangélicas e bem sucedidas serem suplantadas por outras iniciativas igualmente evangélicas e riquíssimas, porém, que pouco acrescentam na missão própria dos leigos e leigas. Essa resistência em compreender que a missão é de todos os cristãos pode ser notada em muitos lugares do país e do continente. A eleição do Papa Francisco recolocou o tema da Missão como eixo central na evangelização da Igreja. Diz ele que “os missionários anunciam sempre uma mensagem de salvação a todos. Não só os missionários que estão longe, nós, missionários cristãos, pronunciamos uma bela mensagem de salvação” (homilia de 03/07/2016). Normalmente se espera sempre que o missionário venha de longe, de fora. Poucas vezes os cristãos se mobilizam no intuito de ser uma “Igreja em Saída”, como convoca o Papa. E deste chamado ninguém está excluído. Provocando os clérigos e leigos para que todos se envolvam nessa missão, o Papa Francisco diz: “Vejo com alegria, junto aos bispos e padres, tantos leigos. A missão é tarefa de todos os cristãos, não somente de alguns”. MISSÃO EM COARI Desse desejo de tornar a Diocese de Marília uma Igreja em Saída, nasceu o projeto de missão em Coari-AM, motivada por Dom Luiz Antonio Cipolini e pela Coordenação de Pastoral. Este ano, dos dias 23 de janeiro a 2 de fevereiro, dez missionários da diocese serão enviados à Diocese de Coari, nossa diocese-Irmã. Dentre eles, cinco padres, dois leigos, um seminarista e dois alunos da Escola Diaconal São Lourenço. Pe. Willians Roque de Brito é assessor diocesano da Urgência Missionária.


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Teologia e Pastoral Sou leigo, sou missionário RODINEI CÉLIO DE ANDRADE

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rezados irmãos e irmãs, que alegria celebrarmos o Ano Nacional do Laicato, sinal de graça para os leigos e leigas que colaboram juntamente com os bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas para a missão de evangelizar na Santa Igreja. Dou testemunho do meu batismo na Paróquia Santa Antonieta, na cidade de Marília, e vou partilhar da minha experiência enquanto leigo missionário. Todos nós, cristãos, somos chamados a sermos missionários. Esse chamado se dá a partir do nosso batismo e algumas pessoas vivenciam a intensidade deste chamado. Evangelizar! Eis o ponto de partida. Para algumas pessoas missão é ir para locais distantes, outros países, enfim, para acontecer a missão tem que ser desta forma. Quem pensa assim se engana. Para ser missionário e fazer acontecer à missão, não precisa ir para longe, pois a missão começa dentro de nossas próprias casas e se estende para nossas

comunidades, nossas paróquias, para os nossos bairros e são nestes pequenos espaços que a missão acontece e muitas vezes nem notamos. A atividade missionária é algo encantador. Quem se apaixona, vive, sente, respira e exala missão. É assim que descrevo minha caminhada missionária há 20 anos. Tudo começou desde pequenino lá no encontro da Infância Missionária, quando implantada na paróquia em que habito. Posso dizer que o protagonismo do qual esta obra pede foi ponto primordial para toda a minha caminhada de missionário: criança, adolescente e agora jovem missionário. É um caminho percorrido de muita aprendizagem. É estar sempre em saída, disposto a vontade de Deus, evangelizando as pessoas. A minha atuação como leigo missionário é sendo assessor da Infância e Adolescência Missionária (IAM) em minha paróquia, e do Grupo das Missões (setor missionário Santa Clara). Sinto uma alegria imensa quando estou em missão, seja com as crianças (IAM) ou no setor

missionário ao qual pertenço, pois é algo que impulsiona e queremos nos doar cada vez mais. É muito bom para nós e para as outras pessoas. Quando nos reunimos sentimos que Deus se faz presente entre nós, e verdadeiramente ele está entre nós! Ser leigo missionário é algo maravilho. É ser sinal onde estamos, ou seja, em locais em que muitas vezes, padres, bispos, não podem estar, então a presença do leigo é expressão de Deus manifestada. Recordo bem quando iniciamos as Santas Missões Populares em nosso território paroquial. Preparação, estudo, organização, enfim, chegou o momento de realizar as visitas missionárias. Que alegria poder estar entre as pessoas, poder ouvi-las, esclarecer dúvidas dentro daquilo que podíamos ou até encaminhar para o sacerdote, e o primordial que é a oração, onde rezávamos juntos. Um momento sem palavras para descrever, pois é a ação de Deus através do missionário, levando sua palavra. Tudo isso motivou e motiva em estar querendo fazer mais

A Igreja é sinal visível da salvação VITOR HUGO PINHEIRO

Analisando a situação atual, percebemos que é necessário refletir qual é a missão da Igreja, que é o Povo de Deus, e como ela pode colaborar para a transformação do mundo. A partir das palavras de Jesus, sabemos que compete aos cristãos serem o sal da terra e a luz do mundo (Cf. Mt 5, 13-14). Jesus Cristo revelou o amor do Pai e é por meio Dele que Deus se faz presente de maneira plena na história humana. Tal verdade não pode ser escondida, mas anunciada a todos. Antes de sua partida, Ele ordenou aos seus discípulos: “Ide, portanto, fazer discípulos

de todas as nações” (Mt 28,19). Esse mandato missionário foi cumprido fielmente pelos apóstolos e ainda hoje o Espírito Santo inspira homens e mulheres que testemunham com a vida e a palavra que em Jesus Cristo está a nossa salvação. Ele, em seu desígnio divino, é capaz de suscitar diversos meios para que as pessoas alcancem a salvação. Tais meios devem despertar no homem o amor e a fé, condições essenciais para a salvação. Há, inclusive, fora da Igreja Católica “numerosos elementos de santificação e de verdade” (Dominus Iesus, n. 16). As comunidades que não professam a fé católica também

podem alcançar a salvação, pois o Senhor deseja que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade. Tal desejo salvífico universal não diminui em nada o valor da Igreja Católica, pois ela permanece sendo, por mérito divino, aquela que possui a plenitude dos meios de salvação. Não podemos conceber a possibilidade de separar a comunidade salvífica (Igreja) e Jesus Cristo, visto que ambos estão ligados por um vínculo indissolúvel. Tal união tem por objetivo a salvação de toda a humanidade. Vitor Hugo Pinheiro é seminarista do quarto ano de Teologia

em favor da missão. Outra experiência fantástica que a missão me trouxe e não esquecerei jamais foi poder participar do 1º Congresso Americano da Infância e Adolescência Missionária, que ocorreu em 2014 no Santuário Nacional de Aparecida, onde pessoas dos diversos estados do Brasil e países das Américas, juntos articulavam sobre a IAM. Foi muito bom conhecer outras realidades, mas todos focados em um objetivo único: tornar Jesus conhecido e amado através das crianças e adolescentes. Que benção! A vida do leigo é uma vocação. É missão de todos nós evangelizarmos e levar a Boa Nova atuando em uma pastoral ou movimento. Seja sal da terra e luz do mundo! Que tenhamos um ano frutífero de bênçãos e graças neste ano nacional do laicato! Rodinei Célio de Andrade é leigo missionário atuante na Infância e Adolescência Missionária (IAM) e na Santas Missões Populares da Paróquia Santa Antonieta, de Maríla

ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 07/01 – Pe. José Carlos Vicentin – Marília; 10/01 – Pe. Cleber Polizer, RSV – Marília; 10/01 – Pe. Pedro Léo Ducharme, RSV – Marília; 16/01 – Pe. Francisco Antônio dos Anjos Andrade – Marília; 18/01 – Pe. Marcelo Henrique Gonzalez Dias – Pauliceia/Santa Mercedes; 18/01 – Pe. Edson de Oliveira Lima – Quintana/Paulópolis; 20/01 – Pe. Fernando Canomanuel Abárzuza, SM – Marília; 25/01 – Pe. Jurandir Fernando Noronha – Tupã; 26/01 – Pe. Ademilson Luiz Ferreira — Marília; 31/01 –Pe. Luciano Ruiz Talarico – Queiroz. ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO 03/01 – Pe. Luciano Pontes – Marília; 04/01 – Pe. Estêvão da Divina Misericórdia (Pe. Vanderlei Gomes de Mendonça) – Lucélia; 07/01 – Pe. Clécio Ribeiro – Marília; 15/01 – Pe. Cleber Polizer, RSV – Marília; 21/01 – Pe. Luiz Eduardo Cardoso de Sá – Marília; 21/01 – Pe. Rafael Octávio Garcia – Herculândia; 22/01 – Pe. André Luiz Martins dos Santos – Marília; 22/01 – Pe. Valdo Bartolomeu de Santana – Junqueirópolis; 23/01 – Pe. Antônio Padula – Marília; 25/01 – Pe. Pe. Jacinto Sebastião da Silva – Marília; 27/01 – Pe. Marcelo Antonio dos Santos – Adamantina; 28/01 – Pe. Rui Rodrigues da Silva – Adamantina; 29/01 – Pe. Ademilson Luiz Ferreira – Marília; 30/01 – Pe. Adeflor Xavier Pereira Junior – Marília / Avencas; 30/01 – Côn. José Carlos Dias Tóffoli – Marília; 30/01 – Pe. Wilson Luís Ramos – Dracena; 31/01 – Pe. Adriano dos Santos Andrade – Lucélia.


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NO MEIO DE NÓS

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ERA UMA VEZ...

Encontrão da Pastoral da Criança reúne 320 líderes

O peixe e o mar “Lança-te mar adentro; lançai vossas redes para a pesca” (Lc 5,4). Uma vez pediram a um peixe para falar do mar. — Dizem que é muito grande o mar — respondeu o peixe — Dizem que sem ele morreríamos. Não sou o peixe mais indicado para vos falar do mar. Eu, do mar, o que conheço bem são só estes dez metros à superfície. É só deles que vos posso falar. É aqui que passo o meu tempo, quase sempre distraído. Ando de um lado para o outro, à procura de comida ou simplesmente às voltas com o meu cardume. No meu cardume não se fala do mar. Fala-se das algas, das rochas, das marés, dos peixes grandes e perigosos, dos peixes pequenos e saborosos e de que temperatura fará amanhã. O meu cardume é assim: eles vão e eu vou atrás deles. — Mas tu, que és peixe, nunca sentiste o mar? — Creio que o sinto, às vezes, passar por minhas guelras. Umas vezes o sinto, outras não. Às vezes o sinto, quando não me distraio com outras coisas. Fecho os olhos e fico sentindo o mar. Isso tudo de noite, claro, para que os outros não vejam. Diriam que sou louco por dar tempo ao mar. — Conheces o mar, portanto. Pode falar-nos do mar? — Sei que é grande e profundo, mas não vos quero enganar. Sei de peixes que já desceram ao fundo do mar. Quando os ouvi falar, percebi que não conheço o mar. Perguntai a eles, que vos saberão falar do mar. Eu nunca desci muito fundo. Bem, talvez uma ou duas vezes... Um dia as ondas eram tão fortes que eu tive de me deixar levar muito fundo, para não morrer. Nunca tinha estado lá e nunca esquecerei que lá estive. Apenas vos sei falar bem da superfície do mar... — Foi ruim, quando desceste? Por que voltaste à superfície? — Não foi ruim. Foi muito bom. Havia muita paz, muito silencio. Era como se lá fosse a minha casa, como se ali eu estivesse inteiro.

Diocese

— Por que não voltaste lá para o fundo? Por preguiça? — Às vezes acho que é preguiça, outras acho que é medo. — Medo? Mas tu não disseste que era bom? Medo de quê? — Medo do desconhecido, medo de me perder. Aqui à superfície já estou habituado. Adquiri um certo estatuto para mim mesmo. Controlo as coisas ou, pelo menos, tenho a sensação de as controlar. Lá embaixo não sei bem o que pode me acontecer. Estou todo nas mãos do mar. — Tiveste medo quando chegaste ao fundo do mar? — Não tive medo algum. Era tudo muito simples... E no entanto agora tenho medo... Mas eu não cheguei ao fundo do mar! Apenas estive menos à superfície. — E que dizem os outros, os que lá estiveram? — Dizem coisas que eu não entendo. Dizem que é preciso ir para saber. E dizem que não há nada mais importante na vida de um peixe. — E explicam como se vai? — Ai é que está. Explicam que não se chega lá por esforço, que só podemos fazer esforço em deixar-nos ir. Que é só o mar que nos leva ao mar. Então veio uma corrente mais forte que o fez descer. O peixe tentou lutar contra ela com todas as forças que tinha, à medida que via distanciarem-se as coisas da superfície. Talvez para sempre... Mas depois fechou os olhos, confiou e já sem medo deixou-se ir. Bibliografia: O Príncipe e a Lavadeira, de Nuno Tovar de Lemos, sj. Paulinas, pg 33-35.

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Pastoral da Criança realizou um encontro no dia 3 de dezembro, em Flórida Paulista. Chamado Encontrão da Pastoral da Criança, o evento reuniu 320 líderes na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e também contou com a participação do assessor diocesano, Pe. Murilo Aparecido Dias. As reflexões do dia foram norteadas pelo tema “Se mudarmos o começo da história, mudamos a história toda”, frase de autoria de Estela Renner, diretora do filme “O Começo da Vida” e uma das organizadoras da Pesquisa sobre o Desenvolvimento Infantil na Primeira Infância. No período da manhã, após a acolhida, os líderes tiveram uma palestra com a enfermeira padrão Naira Caivano Pigari de Souza. “Alguns problemas que podem provocar a morte do bebê são avaliados e tratados durante o pré-natal. A conscientização e participação das mamães é fundamental para a saúde dos seus filhos”, afirmou a profissional que reside em Irapuru, onde a Pastoral da Criança é muito atuante. Em seguida, houve um momento de formação com espiritualidade, que começou com a adoração ao Santíssimo Sacramento e foi conduzida por Tiago Barbosa. O seminarista falou sobre o Ano Nacional do Laicato, que come-

çou no final de novembro. “Pudemos ver a responsabilidade e a importância do nosso chamado; na nossa missão de levar luz aonde há trevas a levar o sabor da vida aonde há amarguras e falta de esperança. E, assim, sentimos o quanto somos importantes no Projeto do Reino de Deus”, comentou o coordenador diocesano da Pastoral da Criança, Moisés Soudário Inácio. Assuntos relacionados ao trabalho dos líderes na Pastoral da Criança também foram tratados durante o evento. No período da tarde, além de assistirem a um teatro, apresentado por jovens, os participantes também receberam a visita do bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini. Ele levou uma palavra de agradecimento e de carinho. O bispo incentivou os líderes a continuarem a missão de levar vida em abundância às crianças. Antes do encerramento, que ocorreu com a Santa Missa, presidida pelo Pe. Murilo, houve a escolha dos novos coordenadores de ramos, que são responsáveis pela Pastoral da Criança nas paróquias. Houve, ainda, a apresentação da nova coordenação das Regiões Pastorais: Evelyn Cristina Cardoso responde pela Região I, enquanto Valdelice Elzeni coordenará a Região II e Gervásio Gonçalves a Região III. Foto: Pastoral da Criança

REFLEXÃO O Senhor nos convida a sair da superfície e avançar para águas mais profundas, se quisermos, de fato, conhecer o mar, mergulhar no Senhor. Crie coragem, faça a experiência e viverás. Pe. Valdo Bartolomeu Santana é pároco da Paróquia Santo Antônio, de Junqueirópolis

Líderes estiveram reunidos ao assessor diocesano da Pastoral da Criança, Pe. Murilo


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Candidatos ao seminário participam de encontro em Marília

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Seminário Propedêutico São Pio X, de Marília, recebeu, nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, alguns candidatos que desejam ser seminaristas. O encontro vocacional reuniu 10 jovens, sendo sete da Região I, um da Região II e dois da Região Pastoral III. O reitor do seminário, Pe. Luciano Pontes, contou que os futuros seminaristas tiveram momentos de oração, meditação, confraternização e de partilha. “Foi uma oportunidade para aprofundar o chamado que o Senhor nos faz para podermos responder com liberdade e alegria, não obstante as exigências e renúncias próprias da vocação sacerdotal”, disse. O bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, esteve no seminário para conhecer os vocacionados e

conversar com eles. “Ainda não é possível precisar quantos, desse grupo, irão com certeza entrar no próximo ano, pois aguardo a confirmação deles e dos respectivos párocos. Mas todos saíram do encontro muito motivados”, garantiu o sacerdote. Um dos participantes do encontro foi Igor Francisco Bôa, de Irapuru. “Foi um momento de conversa e escuta do Senhor. Cheguei à conclusão de que realmente devo fazer essa experiência de proximidade com Deus. Ao vivenciar esse momento, percebi que não existe nada melhor do que estar em comunhão com Cristo e, se a vocação a qual Deus me designou for a do presbiterado, que eu possa viver essa graça por completo, sem restrições, levando o Evangelho a todos”, disse o jovem de 17 anos, que pertence à Paróquia Santa Genoveva.

Foto: Seminário Diocesano São Pio X

Pe. Luciano, no centro, junto com os 10 novos candidatos ao Seminário Propedêutico


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Destaques Celebração ecumênica reúne católicos e luteranos Evento teve a presença da pastoral Paula Trein, da Igreja de Confissão Luterana, que foi recebida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, na Catedral Basílica Menor de São Bento Abade, em Marília. Em sua fala, Paula lembrou os 500 anos da Reforma Luterana, comemorados em 31 de outubro.

“Temos uma identidade! Somos filhas, filhos, irmãos e irmãs! Para os membros das comunidade de Confissão Luterana, tenho dito que Irmãos e Irmãs, mesmo os de sangue, assim como também os na fé, a gente não escolhe, Deus nos dá!”. Com estas palavras, a pastora Paula Trein, da Igreja de Confissão Luterana, dirigiu-se a dezenas de fiéis que estiveram reunidos na Catedral Basílica Menor de São Bento Abade, em Marília. A celebração ecumênica ocorreu no dia 14 de dezembro e surgiu de uma necessidade de maior comunhão entre os católicos e luteranos que vivem na cidade de Marília. O evento, que também teve o objetivo de preparar os fiéis para a chegada do Natal, teve a participação do anfitrião, o bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini. A cerimônia também contou com a participação do assessor diocesano para o diálogo ecumênico, Pe. Willians Roque de Brito. “Neste momento, queremos dirigir juntos uma oração a Deus a fim pedir perdão pela divisão ocorrida em sua Igreja e, ao mesmo tempo, ressaltar as qualidades que existem nas diversas comunidades cristãs na procura de Cristo e no exercício da missão que Ele confiou aos seus discípulos”, disse o sacerdote antes da celebração. A pastora Paula reforçou, em sua fala, a importância da comunhão. Fazendo uso das palavras do Pastor Dietrich Bonhoeffer, executado pelo regime nazista no final da II Guerra Mundial, ela reafirmou: “Corremos o perigo de esquecer que a comunhão dos irmãos crentes é um presente gracioso procedente do Reino de Deus, presente esse que nos pode ser tirado a qualquer hora, que talvez um prazo muito curto nos separa da mais profunda solidão. Por isso, quem até hoje pode viver em comunhão com outros crentes, esse louve a graça de Deus no fundo do coração, agradeça a Deus de joelhos”. A Reforma de Martinho Lutero completou 500 anos no último dia 31 de outubro e foi lembrada durante a cerimônia ecumênica em Marília. Segundo a pastora, o fundador do Luteranismo defendia a reforma constante da Igreja. “A celebração dos 500 anos nos desafia a buscarmos respostas diante dos absurdos que permeiam nosso dia a dia! Jesus Cristo é ins-

trumentalizado para a mercantilização da fé e a exploração do sofrimento! Jesus Cristo é instrumentalizado para projetos políticos que não visam o bem comum, a justiça”, lamentou. Assim como o Papa Francisco, que já denunciou a cultura do descartável, Paula afirmou: “Conspiram contra a vida! Contra o ser humano! Tudo é descartável! O ser humano é descartável! Com um click posso excluir!”. A Pastora lembrou, ainda, que nessa comemoração de meio século da Reforma, os luteranos refletiram a centralidade da fé evangélica, que é Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai. “Para o reencontro com essa centralidade, o Evangelho, o diálogo se mostrou como caminho fundamental de resistência a todos os monólogos que hoje apenas querem se impor”. Ela conclamou todos os cristãos a terem postura corajosa diante desses atuais desafios. “O avanço e o crescimento de ondas de intolerância, exclusão, desrespeito e fobias de todo tipo requerem posturas corajosas por parte das comunidades cristãs. O Espírito de Deus nos convoca a sermos exemplos de acolhida para com as pessoas que comungam de crenças e valores diferentes das nossas. Ele nos coloca numa postura de vigilância diante das ameaças à liberdade que rondam a sociedade. Que Jesus Cristo alimente com sua seiva os ramos eclesiásticos aqui reunidos neste dia! É totalmente indiferente olhar para o tamanho dos frutos pendentes nos ramos. Importa que nós estejamos a serviço de Jesus Cristo, sabedores de que sem Ele nada podemos fazer. Permaneçamos, pois, vinculados a Ele. Que Deus conceda um espírito de humildade e deixemos que Ele proceda em nós o necessário processo de limpeza e construção de uma relação fraternal, baseado no amor e no respeito! E consequentemente geremos novos frutos em abundância – frutos do conflito à comunhão!”, finalizou Paula Trein na catedral. Dom Luiz encerrou a celebração destacando que a pastora mencionou vários pontos de unidade, principalmente a partir de Jesus. “É o que os bispos de nossa Igreja sempre tem repetido: recomeçar tudo a partir de Cristo”, afirmou, mencionando a parábola da construção de pontes ao invés do muros.

Fotos: Erica Montilha | Pascom | Diocese de Marília

Acima, a pastora Paula Trein, o bispo Dom Luiz e o Pe. Willians


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Campanha da Fraternidade 2018 trata da violência Com o tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Vós sois todos irmãos (Cf. Mt 23,8)”, a Campanha da Fraternidade deste ano refletirá os atos de violência vividos no Brasil e as formas de superá-los. A preparação das equipes paroquiais da CF começará no dia 21 de janeiro, com o encontro da Região II.

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raternidade e superação da violência foi o tema escolhido para reflexão dos fiéis católicos durante o Tempo Quaresmal de 2018, que começa no dia 14 de fevereiro. É quando se inicia, também, a já tradicional Campanha da Fraternidade (CF), que neste ano tem como lema “Vós sois todos irmãos (Cf. Mt 23,8)”. O lema da CF 2018 é extraído do trecho do Evangelho de Mateus, no qual Jesus repreende a incoerência entre o discurso e as práticas dos mestres da lei e fariseus, e propõe um modelo de vida comunitário e fraterno: “Vós sois todos irmãos”. “É a partir do reconhecimento dessa fraternidade que os atos de violência podem ser superados”, afirmou o coordenador diocesano da Campanha, Pe. Adeflor Xavier Pereira Júnior. “O lema da Campanha da Fraternidade 2018 é um convite para a superação da violência por meio do reconhecimento de que cada pessoa humana é irmão. E se assim o é então não se pode deferir contra ele atos de violência”, complementou o secretário-executivo das Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pe. Luís Fernando da Silva. CARTAZ O cartaz deste ano traz um grupo de pessoas de diferentes idades e etnias, todos de mãos dadas. A imagem representa a multiplicidade da sociedade brasileira, com destaque ao Ano Nacional do Laicato, que começou em novembro de 2017 e se encerra em 25 de novembro deste ano. Segundo o Pe. Luís Fernando, as pessoas que nele formam um círculo e unem as mãos indicam que a superação da violência só será possível a partir da união de todos. “A violência atinge toda a sociedade brasileira em suas múltiplas esferas, o caminho para superar a violência é a fraternidade entre as pessoas que se unem para implementar a cultura da paz”, afirmou. A CF deste ano busca refletir sobre a problemática da violência e, particularmente, sobre sua

Imagem: reprodução

superação. Pe. Adeflor lembrou que a violência já foi tema de reflexão na década de 80, no período da recessão militar. “E volta agora por conta do crescimento dos índices de violência no país”, justificou. VER, JULGAR E AGIR Para analisar a situação da violência no Brasil, a Campanha da Fraternidade propõe a utilização do já conhecido método Ver, Julgar e Agir. O texto-base da CF cita os tipos de violência sofridos pelas vítimas no Brasil contemporâneo: “violência racial, doméstica, religiosa, no trânsito, contra jovens e mulheres, violência sexual e tráfico humano, violência e narcotráfico, violência policial, violência contra os trabalhadores rurais e contra os povos tradicionais, etc”. O Julgar apresenta a fundamentação religiosa para evitar a violência, com diversas citações do Antigo e do Novo Testamento. Por fim, o Agir propõe ações para a superação da violência.

GESTO CONCRETO Segundo o Pe. Adeflor, durante a Quaresma, tempo de maior articulação da temática da CF, os fiéis devem viver uma espiritualidade embasada em três pilares: oração, jejum e caridade. A caridade pode ser manifestada no nosso gesto concreto, na Coleta da Solidariedade, que acontece no Domingo de Ramos (25 de março)”, comentou. Quanto ao valor arrecadado, 60% será administrado pelo Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) e o restante, 40%, será destinado ao Fundo Nacional de Solidariedade. “O FDS já é bastante conhecido em nossa Diocese, com grande credibilidade, uma vez que projetos sociais de muitas paróquias já foram beneficiados com recursos doados pelos fiéis das paróquias”, afirmou.

PREPARAÇÃO Todos os anos, os fiéis têm a oportunidade de de se preparem para a vivência plena da Campanha da Fraternidade. Para isso, são realizados encontros nas três Regiões Pastorais. Neles, a equipe diocesana convida as equipes paroquiais a refletirem o tema e o lema para, em seguida, transmitirem os conhecimentos em suas comunidades. Os encontros preparatórios ocorrem antes do início da Campanha e o primeiro está marcado para 21 de janeiro, na Região II. O evento ocorrerá a partir das 8h30, na Casa Pastoral Diocesana Dom Osvaldo Giuntini, na cidade de Adamantina. Uma semana depois, no dia 28, equipes paroquiais da Região Pastoral III estarão reunidos em Junqueirópolis, na Paróquia Santo Antônio. O início está previsto para as 8h, com a acolhida e o café. Na Região I, as equipes paroquiais da CF se reunirão na Faculdade João Paulo II (Fajopa), em Marília. As reflexões sobre a Campanha começarão às 20h do dia 9 de fevereiro. Segundo o Pe. Adeflor, além dos membros das equipes paroquias, os padres também estão convidados a participar dos encontros preparatórios regionais. “Isso porque não haverá apresentação da CF na primeira Reunião de Agentes do ano, como de costume”, comunicou o coordenador.


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Dezenas de leigos se formam nos Cursos de Teologia

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este final de ano, novas turmas se formaram nos Cursos de Teologia para Leigos e Consagrados nas três Regiões Pastorais. Na Região I, a missa, presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, e a cerimônia de formatura ocorreram no dia 15 de dezembro, na Catedral Basílica Menor de São Bento Abade, em Marília. A XV turma é formada por 23 alunos de diversas paróquias da cidade de Marília. Em seu discurso, o coordenador do curso na Região, Pe. Anderson Messina Perini, afirmou que a formação cristã não se encerra com o término deste curso e com a aquisição do certificado: “Há ainda que perseverar para uma contínua formação que a Igreja oferece nas diversas pastorais e movimentos, em diversas formações diocesanas, e para quem quiser ainda aprofundar e aprimorar na doutrina da Igreja, eu exorto a cursar até a faculdade de teologia, como já fizeram alguns de nossos amigos que cursaram esta formação”. Na Região II, houve duas formaturas,

Foto: CTLC Região III

Turma de leigos formandos do Curso de Teologia na Região III, em cerimônia do dia 5

sendo a primeira em 28 de novembro, para os 45 alunos do Curso de Teologia para Leigos. A cerimônia da nona turma ocorreu na igreja Santo Antônio, em Adamantina. Já no dia 1º de dezembro, formou-se a primeira turma do aprofundamento teológico, cursado por leigos que já se formaram no no primeiro curso. Os 48 alunos receberam o certificado na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora,

em Tupã. O aprofundamento, cursado pelos alunos que já concluíram o Curso de Teologia para Leigos, teve duração de um ano, sendo que este primeiro foi ministrado em Tupã e, em 2018, será em Adamantina. Já na Região III, a formatura e entrega de certificados ocorreu no dia 5 de dezembro, no Santuário Diocesano Nossa Senhora de Fátima, de Dracena. A cerimônia contou com a par-

ticipação de sacerdotes, familiares e amigos dos 32 formandos da XI turma. NOVAS TURMAS As inscrições na Região I ocorrerão do dia 29 de janeiro ao dia 2 de fevereiro e podem ser feitas no Centro Diocesano de Pastoral, em Marília, das 8h às 12h e das 13h às 17h. A aula inaugural está marcada para as 20h do dia 5 de fevereiro, no anfiteatro do Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos (Itra), em Marília. Na Região II, as aulas continuarão a ser ministradas nas cidades de Adamantina e Tupã e as inscrições ocorrerão do período de 15 a 28 de janeiro nas secretarias paroquiais. O início das aulas está previsto para 6 de fevereiro. E os leigos da Região III poderão se matricular no mês de janeiro, nas secretarias paroquiais, sendo que a aula inaugural está marcada para 6 de fevereiro. “Lembro que podem cursar Teologia os agentes de pastoral, lideranças, ministros e também catequistas das paróquias”, informou o secretário da Região II, Adriano Henrique Penna.

Nove religiosos franciscanos professam votos temporários A Ordem dos Frades Menores Franciscanos (OFM), que tem comunidades em Garça e Marília, realizou, do dia 1º ao dia 6 de dezembro, a Assembleia dos Frades de Profissão Temporária. O evento, realizado em Garça, teve a participação de nove estudantes que, ao final da Assembleia, participaram de um retiro, realizado até 7 de dezembro e teve o acompanhamento do Frei Ailton Guimaraes, OFM. O objetivo do retiro foi prepará-los para a profissão dos votos temporários, que podem ser renovados por no mínimo três anos e no máximo nove, sendo esse ritual feito anualmente. A renovação tem tudo a ver com discernimento e encantamento, segundo comentou Frei Carlos Eduardo Sousa, um dos nove frades. Os outros oito religiosos são Alef Henrique Pavini, Ampélio Geraldo Rodrigues Celestino da Silva, João Paulo Gabriel Morais, Joaquim Camilo Alves, José Luiz da Costa, Luciano Souza da Cruz, Roberto Luiz dos Santos e Suelton Costa de Oliveira. “De acordo com a caminhada, vamos enfrentando desafios, e vamos esmorecendo. Esse

momento que vivenciamos anualmente serve para dar uma alavancada. E o retiro é esse período de reencantamento. É um retorno à espiritualidade e patrimônio espiritual dos frades menores”, explicou ele, que já cursou Filosofia, Teologia e, atualmente, conclui o curso de Psicologia. Os demais oito candidatos cursam Filosofia e Teologia. E todos residem nas comunidades de Marília, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Bairro Fragata, e em Garça, na comunidade do Santuário Nossa Senhora de Lourdes. “Este é um momento propício para vivenciar o que é próprio da nossa Ordem, que é a vida fraterna. E através da fraternidade, busca-se a comunhão com Deus no serviço aos irmãos, atráves da oração”, complementou o frade que é pernambucano e está em Marília há um ano. Já no noviciado, os estudantes recebem o hábito e o título de frei. No término do período do noviciado, se o candidato for considerado idôneo, faz seus votos de castidade, obediência e sem nada de próprio, como é chamado

o voto de pobreza. Depois de professar os votos temporários, que são renovados por no mínimo três anos, dependendo de cada caso, podem ser pedidos os votos definitivos, também chamados perpétuos ou solenes. Estes são para toda a vida e não dependem, necessariamente, da conclusão do curso de Teologia, conforme explicou o Frei Carlos Eduardo. Atualmente, a comunidade de Marí-

lia tem três frades com votos perpétuos e cinco professaram os votos temporários. Em Garça, estão cinco frades com votos definitivos e quatro que acabaram de professar os votos temporários. A Custódia Franciscana Sagrado Coração de Jesus está em São José do Rio Preto (SP) e o provincial é o Frei Flaerdi Silvestre Valvassori. Existem comunidades de frades franciscanos em todo o país. Foto: Santuário Nossa Senhora de Lourdes

Frades professaram votos temporários em Garça, logo após assembleia e retiro


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Congregação de Jesus Sacerdote faz 50 anos de Brasil As festividades ocorreram em Marília, nos dias 19 e 20 de dezembro, e tiveram a presença do superior geral da congregação, Pe. Carlos Bozza, e também de diversos sacerdotes brasileiros e italianos. A Congregação de Jesus Sacerdote chegou no país em 1967, com a missão dos padres Pio Milpacher e André Mortolameote.

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Congregação de Jesus Sacerdote completou, no final do ano passado, 50 anos de presença no Brasil. Em 1967, no dia 20 de dezembro, desembarcavam no porto de Santos (SP) os padres Pio Milpacher e André Bortolameoti, vindos da Itália a fim de iniciar uma missão em solo brasileiro. “Chegando em solo brasileiro, eles começaram a se olhar e pensar como poderiam agir. Em São Paulo, deram os primeiros passos, encontrando padres e leigos, começando a ouvir e prestando atenção aos sinais que Deus dava do que podiam fazer. O projeto era de Deus e na oração e no diálogo procuraram entender o que Ele queria e por a qual caminho queria conduzi-los”, relatou o Pe. Carlos Bozza, superior geral da

congregação no Brasil. O sacerdote esteve na comunidade de Marília, onde já residiu, para as festividades jubilares, juntamente com outros diversos sacerdotes brasileiros e também italianos. FUNDADOR Fundada pelo Pe. Mário Venturini em 1926, a congregação de Jesus Sacerdote tem a missão de cuidar dos padres colocando-se exclusivamente a serviço dos sacerdotes, sobretudo em suas necessidades espirituais. O objtetivo da congregação é oferecer a vida na oração pela santficação dos padres, contemplado as atitudes sacerdotais de Jesus. CELEBRAÇÕES As comemorações começaFotos: Congregação de Jesus Sacerdote

Dom Luiz presidiu celebração com presença de diversos religiosos

Pe. Pio Milpacher, que chegou há 50 anos no Brasil, foi homenageado

ram no dia 19, quando houve uma missa na capela da Comunidade de Marília, seguida de uma homenagem aos consagrados no Santuário São Judas Tadeu. No dia da comemoração do jubileu, a comunidade religiosa se reuniu para um momento de espiritualidade e convivência fraterna e uma missa na igreja matriz de São Sebastião, presidida pelo bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini. “Agradeço a Deus e louvo ao Senhor pedindo força e coragem para que possamos continuar levando à frente o ideal do fundador, Pe. Mário Venturini, pela santificação dos padres, pedindo que o Senhor nos dê a graça de poder corresponder aos ideais do coração sacerdotal de Jesus e sermos fiéis à vocação que Ele confia a cada um de nós”, afirmou o Pe. José Antonio de Souza, CJS, pároco da Paróquia São Judas Tadeu, que participou das comemorações de sua congregação. “Estamos aqui a serviço desse ideal. Que a Igreja possa ter, como dizia o fundador, os padres dos quais necessita, não só com relação ao número, mas sobretudo padres santos”, disse o Pe. Angelo Fornari, CJS, que também já residiu em Marília. O superior da Congregação, Pe. Bozza, lembrou que os religiosos começaram timidamente no Brasil e que hoje têm três comunidades. Além de Marília, a congregação também está presente nas cidades de Barretos e Osasco, ambas no Estado de São Paulo. O Pe. Pio Milpacher, CJS, que desembarcou há 50 anos em Santos, continua residindo em Marília e atualmente está com 94 anos de idade. Ele foi homenageado na celebração. Há alguns anos, ele foi colunista do informativo NO MEIO DE NÓS, e mesmo com a idade já avançada, escrevia, com lucidez, sobre assuntos diversos, que iam da espiritualidade às questões políticas.

Pe. Jorge e Pe. Evandro comemoram 10 anos de sacerdócio No mês de dezembro, dois sacerdotes completaram 10 anos de ordenação sacerdotal. Pe. Jorge Ricardo Cintra da Silva foi ordenado em 21 de dezembro de 2007, enquanto o Pe. Evandro César Batista Ribeiro se tornou sacerdote no dia 29 de dezembro do mesmo ano. As comemorações dos dois ocorreram nas paróquias onde atuam, respectivamente em Mariápolis e Marília. Pe. Jorge recebeu homenagens na Paróquia Imaculada Conceição, na noite do dia 21. A cerimônia reuniu fiéis da cidade e também de paróquias por onde o sacerdote passou nessa última década. Em entrevista ao informativo NO MEIO DE NÓS, o Pe. Jorge disse que é grato a Deus. “A gratidão é um dom de Deus que nos une ainda mais no amor, no respeito e na responsabilidade enquanto família de Jesus Cristo! Apesar das minhas fraquezas e limitações, Deus constituiu a mim um sacerdote para o bem e fortalecimento de todo o seu santo povo”. Questionado sobre como se sente após 10 anos de sacerdócio, ele foi enfático: “Sinto-me realizado! Sinto-me feliz! E o mais importante: sinto-me cada vez mais com sede de Deus!”. Pe. Evandro celebrou seu aniversário de ordenação no dia 28 de dezembro, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. “Desde o momento da ordenação, fica mais nítido que estamos em um caminho divino, no qual temos de seguir as pegadas de Jesus Cristo, levando a nossa própria cruz, a Santa Cruz”, disse. No dia da comemoração, o sacerdote revelou que rogou fervorosamente à Trindade Santíssima que desperte nele, a cada dia, um profundo e eficaz sentido da alma sacerdotal. “Sei que, entre acertos e erros, nestes 10 anos de sacerdócio, Deus quis contar comigo e me estimulou a conviver mais deperto com Jesus Cristo, a conhecê-lO com mais intimidade e a dá-lO a conhecer”, concluiu. Foto: Milton Ura | No Click com o Senhor

Pe. Jorge e Pe. Evandro completam 10 anos de ordenação


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Marília: moradores de rua celebram Natal com almoço Cerca de 100 pessoas em situação de vulnerabilidade social e que são moradores de rua na cidade de Marília se reuniram na igreja Santo Antônio, em Marília, para a celebração do Natal. Este foi o terceiro almoço promovido pela Pastoral do Povo em Situação de Rua, formada por 36 agentes das Paróquias Sagrado Coração de Jesus e Sagrada Família. O almoço aos moradores de rua foi servido no dia 17 de dezembro pelos agentes. Mais de 50 quilos de alimentos foram preparados e servidos. Segundo a coordenadora da pastoral da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Patrícia Fernandes, a importância desse momento junto aos irmãos de rua consiste em mostrar a eles o verdadeiro sentido

Catequistas terão formação em janeiro Do dia 22 a 26 de janeiro, a equipe diocesana de Catequese propõe a realização de encontros de formação para todas os catequistas das paróquias. O tema de reflexão proposto para este ano são as Cartas do Sulão, um encontro das equipes de animação bíblico-catequética dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O último evento ocorreu em julho de 2017, em Florianópolis (SC), e rendeu diversas reflexões, chamadas Cartas do Sulão. FORMAÇÃO DIOCESANA Esse encontro de formação é realizado todo início de ano e também objetiva fazer o planejamento do Ano Catequético de 2018. A sugestão é que sejam realizados encontros por microrregião, de forma que todos os catequistas possam participar. A formação ocorre no mês de janeiro, período em que os catequizandos estão em férias e os catequistas podem se dedicar ao aprendizado. “Contamos com a participação de todos vocês nestes dias de formação, para que possamos alargar nosso conhecimento, reavivar a fé e iniciarmos o Ano Catequético de 2018 com muito ânimo e perseverança”, convidou a coordenadora diocesana da Catequese, Rosa Fernanda Gutierres Castanha.

do Natal cristão e da família, para, assim, tentar trazê-los de volta ao convívio social. Os agentes já vêm convivendo com os moradores de rua, pois semanalmente levam alimentos e proclamam a Boa Nova de Cristo. Um desses agentes é Romildo Melato Júnior, que faz parte da Pastoral do Povo em Situação de Rua há três anos. Ele é vocacionado da Escola Diaconal São Lourenço e afirmou que se sente realizado com esse trabalho. Antes do encerramento do jantar de Natal, os moradores de rua receberam um kit com frutas, biscoitos e refrigerantes. Eles foram animados por música ao vivo, apresentada pelo Ministério de Música da Paróquia Sagrada Família.

Foto: Pastoral do Povo em Situação de Rua

Foram servidos mais de 50kg de alimentos no jantar para moradores de rua de Marília

FIQUE DE OLHO COARI No início de dezembro, dia 2, a Residência Episcopal, em Marília, foi o local escolhido para uma reunião entre o bispo, Dom Luiz Antonio Cipolini, alguns sacerdotes e também leigos. O objetivo do encontro foi discutir a Visita Missionária à Diocese de Coari, no Estado do Amazonas. A reunião foi conduzida pelo assessor da dimensão missionária, Pe. Willians Roque de Brito. Além dele, também participaram do encontro os padres José Valdir Grisante, Claudinei de Almeida Lima e Marcos Roberto Cesário da Silva, o seminarista Tiago Barbosa e o casal Zelina e Júlio Cirino, da Paróquia Santa Rita de Cássia, de Marília. Todos foram convidados para a reunião por terem demonstrado interesse em viajarem ao distante Estado do Amazonas no mês de janeiro. Durante o período em que estiverem lá, eles participarão de diversas atividades programadas pelo bispo diocesano de Coari, Dom Marcos Piatek, que já esteve na Diocese de Marília. Coari é a Igreja-Irmã da Diocese de Marília e o projeto foi firmado na ocasião da visita de Dom Marcos, que foi convidado para assessorar o Retiro do Clero, em 2016. Além desse grupo que esteve reunido no dia 2, também irão ao Amazonas o Pe. Anderson Messina Perini

e os leigos José Eduardo Caparroz, da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Garça, e Romildo Melato, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Marília. Durante a reunião, Dom Luiz contou a história de como surgiu o interesse na visita a Coari. “Após apresentar um breve histórico, perguntou se estávamos com interesse em ir para lá. Todos responderam, entusiasmados, que sim”, contou o Pe. Willians. O grupo sairá em viagem no dia 23 de janeiro, em direção a São Paulo, de lá para Manaus e, em seguida, para Coari. O retorno está previsto para o dia 2 de fevereiro. Segundo o Pe. Willians, dependendo da conversa com Dom Marcos, é possível que esta visita seja anual e conte sempre com a participação de missionários diferentes. “Trata-se de um esforço da Diocese em estar em comunhão com o Regional Sul I nessa cooperação missionária com a Amazônia. O Projeto Sul I (Estado de São Paulo) e Norte I (Amazônia) já tem duração de 21 anos”, concluiu o Pe. Willians. COMUNICAÇÃO A equipe diocesana da Pastoral da Comunicação (Pascom) promoverá, neste mês de janeiro, encontros por Região Pastoral. O primeiro será em Dracena, na Região III, no dia 12. Agentes da Pascom

estarão reunidos no Santuário Nossa Senhora de Fátima, a partir das 20h. No dia seguinte, a equipe diocesana estará em Osvaldo Cruz, na Região Pastoral II, onde realizará a reunião a partir das 14h30, na Paróquia São José. O último encontro regional será em Marília, na Paróquia Santo Antônio. Lá, os agentes se reunirão a partir das 10h do dia 14 de janeiro. Segundo Gustavo Uriel, novo coordenador da Pascom, o objetivo dos três encontros será articular a pastoral nas paróquias. “Queremos promover uma integração entre a equipe diocesana da Pascom e as equipes paroquiais. Queremos apoiá-las e saber de suas necessidades”, informou. Uriel foi escolhido o novo coordenador em reunião da equipe da Pascom realizada no dia 23 de novembro, em Marília. Na mesma reunião, o seminarista Tiago Barbosa assumiu como novo assessor. Quanto à Escola de Comunicação São Paulo Apóstolo, projeto iniciado pela Pascom no ano passado, Uriel lembrou que a formatura das primeiras turmas está marcada para 25 de fevereiro. Embora os módulos do curso tenham sido ministrados por Região Pastoral, a formatura será em nível diocesano. O local, segundo ele, ainda será definido. Logo após a formatura, já serão formadas as novas turmas para 2018.


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Atualidade Vatican News integra rede de comunicação da Igreja

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eve início, em 16 de dezembro, uma mudança para a mídia vaticana. Passou a fazer parte da extensa rede o novo portal de comunicação da Santa Sé, o “Vatican News”, que reunirá, em um primeiro momento, seis línguas, dentre as quais o português. “Vatican News”, portanto, passou a ser o novo sistema de informação da Santa Sé. Tudo começou em 27 de junho de 2015 com o Motu Proprio do Papa Francisco, que instituiu a Secretaria para a Comunicação, o novo Dicastério da Cúria Romana, que tem como presidente o Monsenhor Edoardo Viganò. Na ocasião da criação da secretaria, o Papa Francisco afirmou: “reforma não é dar uma mão de pintura; reforma é dar outra forma às coisas, organizá-las de outro modo”. Trabalharão ao todo cerca de 350 profissionais, entre redatores e técnicos provenientes de todas as 40 redações linguísticas da Rádio Vaticano e das nove instituições que compõem a Secretaria para a Comunicação.

Foto: Vatican News

Reforma comunicacional do Vaticano já motivou a comunicação na Diocese de Marília

O novo site pode ser acessado em www.vaticannews.va e a “Vatican News” torna-se também a nova marca que representa grande parte do sistema comunicativo e se identificará também nas redes sociais Twitter, Facebook e Youtube e Instagram. NA DIOCESE DE MARÍLIA A Diocese se adequou à reforma comunicacional do Vaticano com

a criação da Rede de Comunicação NO MEIO DE NÓS. Após participar da reflexão do Monsenhor Dario Edoardo Viganò, em setembro de 2016, no Rio de Janeiro, a equipe diocesana uniu todas as mídias da Diocese de Marília transformando-as numa única fonte de conteúdo. “Meses antes, já pensando no trabalho feito pelo Vaticano, trabalhamos na reestruturação do Informati-

vo Diocesano que, na ocasião, estava prestes a completar 18 anos. Devido à sua trajetória de informação e formação, a Rede de Comunicação levou o nome do periódico que, mais leve, dividido em seções e com páginas totalmente coloridas, reafirmou o seu compromisso de evangelização por meio do jornalismo. Embora essa mudança começou a ser estudada no início de 2016, sua concretização ocorreu apenas na edição do mês de setembro”, relembrou o assessor da equipe diocesana da Pastoral da Comunicação (Pascom), seminarista Tiago Barbosa. A página oficial da Diocese no Facebook também foi reformulada, levando em conta as necessidades da evangelização na era digital. Da mesma maneira, o portal diocesano e o YouTube também foram reformulados. “Temos muito a fazer ainda, contudo, demos os primeiros passos para, juntos, anunciarmos Jesus Cristo a todas as criaturas com um trabalho de comunicação sério, planejado e eficiente”, concluiu Barbosa.

Migrantes e refugiados são enfoque em Mensagem pela Paz “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca da paz”. Este foi o tema escolhido pelo Papa Francisco para a Mensagem para o 51º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2018. O Santo Padre inicia falando dos mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados e fazendo uso das palavras de seu predecessor, Papa Bento XVI, afirma que “são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz”. Segundo o Papa, tudo indica que as migrações globais continuarão a marcar o futuro. Ao invés de considerar isso uma ameaça, ele convida a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz. Propondo um olhar contempla-

Foto: SputnikNews.com

Papa afirmou em sua mensagem que migrações globais continuarão a marcar o futuro

tivo, Francisco lembra que os migrantes não chegam de mãos vazias: “trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das

suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem”. A busca pela paz, segundo o Papa, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, pro-

teger, promover e integrar. Esta última, requer que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, “numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais”. A mensagem propõe, ainda, a realização de pactos globais por parte das Nações Unidas: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro que se refere aos refugiados. “É importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença”, afirmou Francisco.


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Janeiro de 2018

Região II 1ª Cantata de Natal encanta tupãenses no mês de dezembro Após um ano de preparação e de seis meses de intensos ensaios, a cidade de Tupã pôde acompanhar um espetáculo de Natal neste ano de 2017. Na noite de 14 de dezembro, nas escadarias da igreja matriz de São Pedro Apóstolo, os fiéis puderam assistir à 1ª Cantata de Natal. O evento, promovido pelo Grupo de Amigos e Voluntários de Tupã (GAV), contou com a participação de cerca de 20 crianças e adolescentes, de 6 a 13 anos de idade. Também se apresentaram três crianças cantoras e vários cantores e cantoras profissionais da cidade. A Cantata foi um show com músicas natalinas, teatro e dança, tudo com inspiração no nascimento e vida de Jesus Cristo. Ao todo, foram entoadas nove músicas natalinas. Os músicos envolvidos são todos da cidade de Tupã. Já a encenação ficou por conta da Trupe do Pedrinho, formada por jovens da matriz de São Pedro Apóstolo. O espetáculo estava sendo tão aguardado pela comunidade que foram feitas duas apresentações, pois na primeira, o comércio estava aberto e os trabalhadores pediram uma segunda oportunidade de acompanharem a Cantata. “As músicas trouxeram o espírito do Natal. Lembramos que o Menino Jesus vai nascer. Muita emoção se via nos rostos das crianças”, comentou Glauco Aparecido Rodrigues Martins, um dos expectadores que acompanhou a apresentação. A segunda apresentação ocorreu na noite de 17 de dezembro, no Espaço Cul-

tural Zé Pretinho, na Praça da Bandeira. COMO TUDO COMEÇOU Foi o pároco da São Pedro, Pe. Carlos Roberto dos Santos, quem teve a ideia de trabalhar com crianças da periferia. Enquanto celebrava suas missas nas comunidades pobres, o sacerdote observava as crianças e pensava em uma maneira de gerar perspectiva de vida e futuro para elas. Dessa maneira, o Pe. Carlos propôs a reativação do GAV, formado por voluntários da Comunidade Santa Rita de Cássia. No ano de 2016, o Grupo recebeu recursos do Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) e foi assim que foi pra frente o Projeto “Toque de Amor”. Com os recursos, foram adquiridos instrumentos musicais. O projeto também teve o auxílio de voluntários que ensinaram a as crianças a cantar e a tocar. No dia da primeira apresentação, a matriz de São Pedro Apóstolo esteve com sua fachada toda iluminada. “Foi uma hora e meia de espetáculo, espalhando a bondade e a luz emanada do Menino Jesus”, lembrou o pároco. Para Mariza Porsebon, mãe de uma criança que se apresentou na Cantata, este foi um momento muito especial na vida das crianças. “Minha filha e meu sobrinho participaram e vi que eles descobriram qual é o verdadeiro espírito de Natal. Havia muitas pessoas assistindo elas e minha filha falou que se sentiu como na época de Jesus Cristo. Eles amaram”, disse ela, que é mãe de Lorraine e tia de Iago. Foto: DivulgaTupã

Crianças da periferia ensaiaram por seis meses e encantaram população de Tupã

Adamantina terá pró-paróquia e Pe. Quinzinho assumirá A cidade de Adamantina terá, a partir de 2018, uma pró-paróquia, além das duas paróquias, Santo Antônio e Nossa Senhora de Fátima. A Pró-Paróquia São Francisco de Assis será criada a partir de território desmembrado grande parte da Paróquia Santo Antônio, que tem como pároco o Pe. Rui Rodrigues da Silva. O sacerdote informou que a nova pró-paróquia será formada por cinco comunidades e 7.000 habitantes. Os bairros que fazem parte são Parque dos Universitários, Jardim Primavera, Parque Itaipus, Residencial Rio Branco e Jardim Adamantina. No dia 1º de dezembro, as lideranças das comunidades foram apresentadas ao futuro pró-pároco, que será o Pe. Paulo Joaquim de Souza, conhecido como Pe. Quinzinho. Ele estava fa-

zendo uma experiência de ano sabático na comunidade da Congregação de Jesus Sacerdote, em Barretos. Após esse período, ele recebeu o convite do bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, e do Conselho de Presbíteros para retornar à diocese. No dia 6 de janeiro, às 19h30, o sacerdote será apresentado a toda a comunidade adamantinense, pelos padres Rui e Marcelo Antônio dos Santos, pároco da Nossa Senhora de Fátima. “Já me senti bem acolhido pelas lideranças. Estou muito feliz e para mim será uma experiência muito positiva”, disse. Quinzinho, que foi ordenado em 1993, já atuou como padre nas cidades de Tupi Paulista, São João do Pau D’Alho, Nova Guataporanga, Álvaro de Carvalho e Garça.

Lual reúne 250 jovens em Osvaldo Cruz para encerramento do ano Jovens do Grupo Vida nova para Cristo, de Osvaldo Cruz, participaram de um lual no dia 9 de dezembro, para encerrar as atividades do ano de 2017. Cerca de 250 fiéis estiveram reunidos das 19h à meia-noite em uma comunidade rural da Paróquia São José, chamada São Francisco de Assis. Segundo o pároco, Pe. Rogério de Lima Mendes, que esteve no evento, o objetivo do lual foi evangelizar os jovens de uma maneira diferente. “Gostei muito de encontrar esses jovens reunidos em confraternização em ple-

na noite de sábado, orando, louvando e adorando Cristo”, disse o sacerdote, que revelou que os jovens partilharam com ele todas as etapas da organização do lual. O evento teve como tema “Eu te levantarei” e um dos organizadores foi Guilherme Aparecido Castanheda. “Muitos jovens querem frequentar baladas em sábados à noite. E nós oferecemos uma proposta de evangelização, que foi bem aceita. Muitos saíram de lá saciados e felizes, perguntando quando faríamos novamente. Foi maravilhoso”, avaliou. Foto: Pascom | Paróquia São José | Osvaldo Cruz

Pe. Joãozinho ministrou palestra aos empreendedores no teatro do Colégio


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Região I Religioso de São Vicente é ordenado sacerdote em Marília

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Congregação dos Religiosos de São Vicente de Paulo teve um sacerdote ordenado. Pe. Márcio Artioli de Oliveira, de 30 anos, foi ordenado presbítero no dia 16 de dezembro, em Marília, na igreja São Pio X. A cerimônia foi presidida pelo bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, e também teve a presença do Superior Geral da Congregação, Pe. Bertin Sanon, e do Provincial do Brasil, Pe. José Carlos Rodrigues, de João Pessoa (PR). O Pe. Bertin veio de Roma, na Itália, para dar posse ao novo provincial, Pe. José Carlos. A cerimônia ocorreu no dia anterior, no Seminário São Vicente, em Marília, cidade em que se situa a sede da Província no Brasil. Como o Pe. Márcio é natural de Jundiaí (SP), diversos leigos de lá estiveram em Marília para a ordenação. Familiares,

Foto: Seminário São Vicente

Dom Luiz, ao fundo, presidiu cerimônia de ordenação do Pe. Márcio Artioli de Oliveira

amigos e muitos membros da Sociedade São Vicente de Paulo também participaram. Neste ano de 2017, Márcio fez a sua profissão perpétua no dia 28 de julho, em Marília, foi ordenado diácono em 24 de agosto, em Jundiaí. Embora seja de lá, optou por celebrar sua ordenação sacer-

dotal em Marília, pois reside no Seminário São Vicente há cinco anos. Atualmente, a comunidade conta com quatro sacerdotes, três irmãos e um estudante do curso de Filosofia. Sobre a cerimônia, o Pe. Márcio lembrou: “Dom Luiz fez uma belíssima homilia durante minha ordenação e trouxe

vários elementos de minha congregação. Foi uma cerimônia simples, porém muito emocionante e feliz”. O lema da Congregação dos Religiosos de São Vicente é “Que de todas as maneiras Cristo seja anunciado”, sendo que sua missão é o trabalho com pobres, jovens, famílias e também os marginalizados. Recentemente, uma reunião decidiu os rumos de todos os sacerdotes e irmãos e haverá mudanças a partir do mês de fevereiro. “Sei que até lá ficarei aqui em Marília”, finalizou. Atualmente, existem em todo o país cinco comunidades de religiosos de São Vicente, sendo três no Estado de São Paulo São Paulo (em Marília, Presidente Prudente e São Paulo), uma João Pessoa (PB) e uma São Gonçalo do Amarante (RN). Ao todo, existem cerca de 25 sacerdotes e irmãos.

Região III Pauliceia terá presença de seminaristas na Semana Missionária A Paróquia São Pedro, de Pauliceia, terá um mês de janeiro especial. Do dia 15 ao dia 21 será realizada Semana Missionária, com a participação dos seminaristas da Diocese de Marília e também do bispo Dom Luiz Antonio Cipolini. O evento abrirá as comemorações do ano jubilar, pois em 16 de julho, a paróquia completará seis décadas e para celebrar a data, criou o slogan “60 anos de fé na barca de Pedro”. Ao todo, estarão na paróquia 28 seminaristas dos cursos de Teologia e Filosofia. O coordenador da Semana Missionária é o seminarista João Vítor Bonzanini, do 3º ano de Teologia. Foi o pároco, Pe. José Afonso Maniscalco, quem pediu a presença dos seminaristas em sua paróquia. “O trabalho missionário é sempre bom para reanimar a paróquia, para despertar lideranças, motivar a fé do povo e sua participação, e também para fortalecer nossas comunidades”, comentou o

sacerdote. Pauliceia tem quatro capelas no perímetro urbano e uma característica única da paróquia é a presença de fiéis em assentamentos e acampamentos de sem-terras. Os assentamentos Santo Antônio, Regência e Buritis e também dois acampamentos, onde ao todo residem cerca de 150 famílias. O senso já foi feito pela paróquia, que realizou o mapeamento e fez a prémissão, como visitas e preenchimento de fichas. Esse trabalho começou em outubro e teve duração de dois meses. Durante esses sete dias, os seminristas terão contato com a realidade de paróquia de Pauliceia. “Eles terão a oportunidade de terem contato com a realidade dos semterras e também conhecerem o projeto Sementes Crioulas, que consiste no cultivo de sementes orgânicas, que visa recuperar o plantio original sem agrotóxicos e manipulações tecnológicas”, frisou o Pe. Afonso, que participará das visitas.

Foto: Arquivo

Bispo e seminaristas durante Semana Missionária de 2017, na paróquia de Herculândia

“A ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja e por isso os futuros pastores devem aprender a passar de uma pastoral de mera conservação das estruturas para uma pastoral decididamente missionária. Aprender na prática, colocando seus dons e seus conhecimentos a serviço do Povo de Deus”, afirmou

o bispo diocesano. Esta é a quarta edição do Projeto Semana Missionária, entre o bispo e os seminaristas. Em 2015 ocorreu em Mariápolis e Pracinha; em 2016 foi na Paróquia Santa Rita de Cássia, de Marília; e no ano passado, os seminaristas estiveram em Herculândia.


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Assembleia define novo Conselho de Presbíteros

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s padres diocesanos e religiosos participaram da Assembleia Geral do Clero, a última reunião realizada em 2017, no dia 12 de dezembro. O encontro ocorreu em Adamantina, na Casa Pastoral Diocesana Dom Osvaldo Giuntini, e contou com a presença do bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, e de Dom Osvaldo Giuntini, bispo emérito. O primeiro assunto da pauta tratou do Paulistão 2017, como é chamada a Assembleia da Comissão Geral dos Presbíteros do Sul 1. Representaram a Diocese de Marília no evento, realizado em setembro em Minas Gerais, os padres Valdo Bartolomeu de Santana, Valdemar Cardoso e Rui Rodrigues da Silva. O tema central, “Ser Presbítero – Pastor, Discípulo do Senhor”, e suas reflexões acerca da mística do cuidado, foram apresentadas pelo Pe. Valdo. O Pe. Rui expôs reflexões do Paulistão, sobretudo com relação à Pastoral Presbiteral. Segundo ele, o padre cuida do povo de Deus, mas deve também ser cuidado. Daí o papel da Pastoral Presbiteral. “É preciso que padres e bispos se esforcem para a promoção da Pastoral Presbiteral, pois é da comunhão que vem a eficácia da missão”, afirmou o sacerdote.

Foto: Milton Ura | No Click com o Senhor

Clero diocesano esteve reunido para a última reunião do ano no dia 12 de dezembro

A Assembleia Geral do Clero também apresentou os novos padres. Dentre eles, estão os últimos ordenados, padres Francisco Andrade, Guilherme Massoca Baptista e Marcelo Feltri Ribeiro. Também se apresentaram o Pe. Rogério de Lima Mendes, sacerdote passionista que assumiu a Paróquia São José, de Osvaldo Cruz; o Pe. Paulo Joaquim de Souza (Pe. Quinzinho), que retorna ao ministério; e o então diácono, ordenado sacerdote dias depois, Márcio Artiolli de Oliveira, religioso de São Vicente. CONSELHO DE PRESBÍTEROS Os participantes da assembleia também fizeram a eleição para o Conselho de Presbíteros. Antes, porém, Dom Luiz

utilizando-se de uma apresentação em slides, explanou pontos de fundamental importância para o Conselho: comunhão, missão, sigilo, oração e fidelidade. Ele reforçou que o Conselho deve criar comunhão verdadeira, comunhão esta que vem do Espírito Santo, e que seu papel é ajudar o bispo no governo da Diocese. Destacou que o Conselho Presbiteral deve ser fiel, pensando na Diocese como um todo, e que a Diocese de Marília sempre procurou e procura ser fiel ao Espírito Santo e à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em seguida, Dom Luiz fez a nomeação dos vigários episcopais. A Região I passa a ter como vigário episcopal o Pe. José Orandi da Silva e a Região II conti-

nuará a ter o Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva como vigário. Para a Região III, o bispo nomeou o Pe. Valdemar. Estes são membros natos do Conselho de Presbíteros, assim como o vigário geral, Cônego João Carlos Batista, o coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira, e o representante dos presbíteros, Pe. Rui. Já os membros eleitos pelo presbitério e que integrarão o novo Conselho de Presbíteros são o Pe. José Afonso Maniscalco, Pe. Edson de Oliveira Lima, Pe. Rogério de Lima Mendes, Pe. Wilson Luís Ramos e o Pe. Adriano dos Santos Andrade. Integram ainda o Conselho os convidados pelo bispo, Pe. Wagner Antônio Montoz e Pe. José Carlos Vicentin. Segundo Dom Luiz, o novo Conselho de Presbíteros tomará posse somente no início do ano. “Meu agradecimento a todo o clero pelos trabalhos realizados neste ano”, disse. A Assembleia Geral do Clero também teve comunicados diversos, como as Missões Redentoristas realizadas em Adamantina, a Viagem Missionária a Coari, no Amazonas (leia texto na página 12), a Escola Diaconal São Lourenço, e a Semana Missionária com seminaristas, que ocorrerá em Pauliceia neste mês de janeiro.


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